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Pós-graduação
em Docência
Niltom Vieira Junior
Jefferson Rodrigues-Silva
Arcos
Instituto Federal de Minas Gerais
2019
© 2019 by Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos.
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação: EaD: Docência
V658
CDD: 371.35
CDU: 37
2019
Direitos exclusivos cedidos à
Instituto Federal de Minas Gerais Campus Arcos,
Avenida Juscelino Kubitschek, 485,
CEP 35588-000- Bairro Brasília, Arcos - MG - Brasil,
Telefone: (37) 3351-5173
Palavra dos professores-autores
A EaD é uma modalidade de ensino que tem representado novos desafios e possibilidades
à educação. Além de dinamizar o processo educacional no tempo e espaço e democratizar
o acesso ao conhecimento (ao menos em parte, isso será discutido), essa modalidade de
ensino atribui novas responsabilidades a cada um dos atores envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem. A EaD provoca a atualização dos métodos de ensino e reflexões
sobre as relações entre os indivíduos e as instituições, a sala de aula e o ambiente virtual.
A disciplina de introdução à EaD se diferencia um pouco das demais disciplinas estudadas
na Pós-graduação em Docência, pois ela adota um enfoque mais prático. Nas duas
primeiras semanas do curso apresentaremos o histórico da EaD, a expansão dessa
modalidade de ensino e alguns papéis nela envolvidos. Adicionalmente, faremos uma
reflexão sobre as diferenças entre o Ensino Remoto Emergencial (ERE) instituído no Brasil
em resposta à crise sanitária da Covid-19.
Já as duas últimas etapas, serão dedicadas à experimentação prática: criação e
configuração de recursos e atividades na plataforma Modular Object-Oriented Dynamic
Learning Environment (Moodle). Após conhecer algumas configurações básicas do
Moodle, vamos exercitar a construção de uma sala virtual, desenvolvida por cada um dos
alunos, no nosso próprio ambiente Moodle.
Este curso está dividido em quatro semanas, cujos tópicos são apresentados,
sucintamente, a seguir:
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando eles
aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivos
Nesta semana você estudará como surgiu a Educação à
Distância e quais os impactos proporcionados por essa
modalidade.
Embora não haja uma padronização universalmente aceita, vamos diferenciar no escopo
do nosso curso as siglas EAD e EaD. Assim, teremos “Educação Aberta e a Distância”
(EAD) e “Educação à Distância” (EaD). Quanto ao rigor da escrita, existem defensores
(com certa correção) do não uso de acento (crase) em “a distância”, vez que se trata de
distância sem especificação de medida. Contudo, pecando pelo excesso, nesta apostila ele
será adotado apenas como prevenção para toda e qualquer ambiguidade, eis que a
educação é à distância e não a “distância” é o objeto a ser educado1.
Finalizando esta conceituação inicial, não é raro que se encontrem na literatura críticas
quanto ao uso de “educação” ao invés de “ensino” à distância. A principal justificativa, de
certo modo compreensível, é que a EaD ainda se encontra em débito com a educação,
especialmente no que diz respeito à formação crítica e holística do aprendiz. Porém, o uso
do termo “educação” neste material traz um caráter de manutenção do otimismo e
confiança na potencialidade desta modalidade.
Leia-se no Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017 no Capítulo 1, nas Disposições
Gerais, o seguinte entendimento por EaD:
1
O uso do acento é também compartilhado pelo Professor Sérgio Rodrigues (download).
13
Introdução à Educação a Distância
A Educação Aberta a Distância, em geral, inclui características mais flexíveis como, por
exemplo, maior amplitude na admissão de estudantes (Cursos Online Abertos e
Massivos2), atendimento de necessidades individuais (em alguns cursos os alunos podem
escolher os módulos a serem cursados) e a gratuidade nos estudos (embora hoje já
existam exceções). Uma das primeiras iniciativas na história é a The Open University,
fundada em 1969 no Reino Unido, que abriga simultaneamente centenas de milhares de
estudantes no mundo todo.
Neste sentido, criou-se em 2006 a Universidade Aberta do Brasil (UAB 3) que, embora
tenha vagas limitadas a cada seleção e se baseie em estruturas curriculares pré-
estabelecidas (cursos já ofertados presencialmente em universidades públicas), tem por
objetivo principal expandir e interiorizar a oferta de cursos superiores no país de forma
2
Conhecidos como MOOCs (Massive Open Online Courses).
3
Decreto n. 5.800 de 8 de junho de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Decreto/D5800.htm>. Acesso em: 03 set. 2020.
14
Introdução à Educação a Distância
4
Atividades síncronas são aquelas que os alunos precisam acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem em um horário
determinado. Nesse caso há a possibilidade de interação em tempo real entre professores e alunos.
15
Introdução à Educação a Distância
16
Introdução à Educação a Distância
Jefferson Rodrigues-Silva
Um minuto: sessenta vezes a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre
os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133 (BIPM,1968). O número talvez assuste,
mas considerando a expectativa de vida (ou de morte) de um brasileiro em 75,5 anos, segundo o Instituto
19
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem-se uma vida com duração da ordem de grandeza de 10
períodos da referida radiação.
E antes de pensar se tem ou não tempo para algo, talvez devesse se perguntar, como se fez Agostinho - O que
é o tempo?
Zygmunt Bauman diz, em seu livro Modernidade Líquida, que no jogo da definição, a maioria das coisas que
fazem parte da vida cotidiana são compreendidas razoavelmente até que se precise defini-las.
Na conquista do espaço, como Jules Vernes mostrou, dar a volta ao mundo em 80 dias parecia um sonho
atraente. As tecnologias evoluem: para chegar à informação, por exemplo, já não é necessário mais que se dê
um passo rumo a uma biblioteca ou banca de jornal. Ela está ali, na hora, ao alcance das mãos. Talvez Vernes
não pudesse imaginar que as facilidades, a instantaneidade, pudessem culminar no desinteresse: os pontos
turísticos próximos de nossas casas sempre podem ser visitados num depois que nunca tem pressa para
acontecer.
Bauman explica que “a instantaneidade significa realização imediata, “no ato” – mas também exaustão e
desaparecimento do interesse. Ela faz com que cada momento pareça ter capacidade infinita”.
Provavelmente você não tenha tempo para muitas coisas, já foi exigido muito de você chegar até aqui nessa
leitura. É claro, agora está mais próximo da estatística do IBGE, mas não se preocupe, o césio-133 continua
muito bem, obrigado!
____________
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
AGOSTINHO, Santo. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.
BIPM- Bureau International des Poids et Mesures. Treizième conference generale des poids et mesures. França
1968. Disponível em http://www.bipm.org/utils/common/pdf/CGPM/CGPM13.pdf#page=103 acessado dia
23/07/2019.
IFMG Campus Arcos – Pós-graduação em Docência
17
Introdução à Educação a Distância
Atualmente diversos estudos atestam a qualidade dos cursos EaD comparando, por
exemplo, o desempenho de estudantes no Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (Enade) onde não se mostram diferenças significativas entre alunos oriundos
de cursos presenciais e à distância (FIGUEIREDO; AMARAL; ROPOLI, 2017).
5
Mundialmente um dos primeiros registros data de 1728, nos Estados Unidos, em um curso de taquigrafia por
correspondência (EAD, 2018).
18
Introdução à Educação a Distância
Carlos Longo, criador e diretor executivo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Online,
explica que o fortalecimento do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) entre os anos
de 2010 e 2015 provocou um crescimento médio expressivo no ensino superior na
modalidade presencial em um momento em que a modalidade à distância sofria algumas
barreiras burocráticas (ABED, 2018).
19
Introdução à Educação a Distância
Figura 1.2. Evolução do número de ingressos em cursos de graduação entre 2008 e 2018.
Fonte: Brasil (2019a).
Ainda segundo o censo, o “perfil” típico entre cursos superiores presenciais e EaD coincide
na predominância do sexo feminino e de instituições privadas. Porém o perfil difere-se
entre as modalidades de ensino: quanto ao grau acadêmico, na presencial é bacharelado e
na EaD é licenciatura; e quanto à moda de idades, alunos de cursos EaD apresentam faixa
etária ligeiramente superior (BRASIL, 2019b), o Quadro 1.1 traz mais informações.
6
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13620.htm>. Acesso em: 17 jun.
2020.
20
Introdução à Educação a Distância
Quadro 1.1. “Perfil” típico dos discentes nos cursos de graduação, por modalidade de ensino, no Brasil.
Fonte: Censo da Educação Superior 2018: Notas estatísticas (BRASIL, 2019b).
O questionamento que ainda paira é quanto à qualidade dos cursos EaD. O INEP, que
elabora instrumentos de avaliação de cursos de graduação presencial e a distância, tanto
para autorização quanto para reconhecimento ou renovação de reconhecimento, adota
indicadores comuns aplicáveis às duas modalidades e alguns exclusivos para a EaD
(INEP, 2017). Por exemplo, a previsão de elaboração ou validação de material didático por
equipe multidisciplinar e exigências específicas quanto o Ambiente Virtual de
Aprendizagem que, só recebe nota máxima quando:
21
Introdução à Educação a Distância
22
Introdução à Educação a Distância
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Introdução à Educação a Distância
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Semana 2 – Os atores e as características da EaDIntrodução à Educação a Distância
Objetivos
Nesta semana, você irá compreender quais os atores
envolvidos na EaD e o potencial da modalidade para
democratização do conhecimento.
7
Obviamente, muito ainda precisa ser feito, adaptado e aperfeiçoado, porém, é inegável que os progressos
na área têm ocorrido de modo incessante.
8
Decreto n 9.057 de 25 de maio de 2017.
9
Portaria n. 4.059 de 10 de dezembro de 2004.
10
Portaria n. 1134 de 10 de outubro de 2016.
11
Decreto n. 7.589 de 26 de outubro de 2011.
25
Introdução à Educação a Distância
Embora um curso EaD faça uso de variados recursos multimídia, a comunicação textual,
na maioria das vezes, é imprescindível. É importante, portanto, tomar muito cuidado com o
uso correto das palavras na troca de mensagens que, por estarem desconectas de outras
possibilidades de análise (expressão facial, tom de voz etc.), têm a sua interpretação “fria”
a cargo do leitor. Por essa razão, deve-se ler várias vezes um texto/mensagem antes de
enviá-lo.
Além do cuidado com ortografia, gramática e objetividade na mensagem, também é
preciso sempre transparecer educação e gentileza. Como estratégia auxiliar, pode-se
fazer uso de emoticons13 para expressar sentimentos, porém, cabe lembrar que se trata de
um ambiente acadêmico e, quando necessário, algum formalismo ou padrões adequados
precisam ser mantidos14.
12
Nos anos seguintes outros cursos no mesmo formato foram também aprovados para variadas áreas.
13
Do inglês: emotion + icon.
14
Cuidados adicionais também precisam ser mantidos como, por exemplo: pessoas familiarizadas com o uso
de chats entendem que palavras integralmente escritas com letras maiúsculas significa elevação do tom de
voz.
26
Introdução à Educação a Distância
Seja qual for o processo comunicativo em uso é importante que haja interação entre
professor e alunos, entre alunos e alunos, assim como, interatividade entre alunos e o
material didático e/ou o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) 15. Aliados aos momentos
de estudo individualizados devem existir também mecanismos (como por exemplo, fóruns
ou chats) onde os alunos participem ativamente, expressem suas opiniões e colaborem
com a construção coletiva dos saberes. Por outro lado, a participação presente do
professor/tutor, via respostas rápidas e feedbacks também é essencial, pois, reduz a
distância envolvida e motiva o engajamento dos estudantes no curso.
15
Em alguns contextos designados por “salas virtuais”.
27
Introdução à Educação a Distância
Embora a composição dos cursos sofra alguma alteração, vez que em função do nível de
ensino a legislação pode oferecer mais ou menos exigências, em geral estes são os atores
diretamente envolvidos com as etapas de ensino:
Professor conteudista, responsável pela produção do material didático (livro,
caderno, apostila etc.), elaboração do plano de ensino e proposição das atividades
didáticas, exercícios e avaliações para cada aula ou módulo;
Professor formador, responsável por ministrar o curso elaborado pelo professor
conteudista, conduzir as atividades de ensino-aprendizagem, coordenar os tutores e
avaliar os estudantes;
Professor tutor presencial (quando exigido pelo curso) faz o atendimento presencial
nos polos, recebe e distribui material aos alunos além de auxiliá-los quanto ao uso
das tecnologias necessárias a realização das atividades, dá suporte no âmbito geral
aos alunos e ao professor formador;
Professor tutor à distância (quando exigido pelo curso), acompanha as atividades
realizadas no AVA, acompanha a frequência, regularidade e desempenho dos
alunos, dá suporte no âmbito geral aos alunos e ao professor formador.
Aluno: é um ator de autoaprendizagem. Na configuração EaD, segundo Faria
(2013), o aluno deixa de ser um receptor passivo e torna-se responsável por sua
aprendizagem, com direito a trabalhar em ritmo que respeite suas limitações
pessoais, sem perder a possibilidade de interagir com seus colegas e
professores. Portanto, é importante que o aluno tenha hábitos de estudo, habilidade
de administrar o tempo, organização, gostar de interagir, ser independente e
autodisciplinado (FARIA, 2013).
28
Introdução à Educação a Distância
Equipe Multimídia
Aluno
29
Introdução à Educação a Distância
16
Disponível em: <http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/20073-pnad-continua-tic-2016-94-2-das-pessoas-que-utilizaram-a-internet-o-fizeram-para-
trocar-mensagens>. Acesso em: 24 set. 2018.
17
O mesmo levantamento mostrou que 94,6% dos usuários de internet com 10 anos ou mais se conectaram
via celular.
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Introdução à Educação a Distância
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Introdução à Educação a Distância
As técnicas e habilidades propostas por Gonzales (2005) ajudam para que a tutoria se
torne um “estar presente à distância”, situação imprescindível ao sucesso do processo de
ensino e aprendizagem na EaD.
Na próxima página você encontra um texto que foi resultado de discussões de fóruns de
ofertas anteriores dessa disciplina. O texto é intitulado “Democratização ou precarização?”.
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Introdução à Educação a Distância
Democratização ou precarização?
Em fórum de discussão de oferta anterior dessa disciplina a publicação de um aluno incitou bastante resposta
dos colegas:
Discorramos um pouco sobre isso. Há um processo em evolução, transição. Para pensarmos essa pergunta,
discutiremos a questão dos preços, a massificação e a qualidade na EaD.
Segundo resultado do censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), entre as instituições que
o responderam, os cursos à distância apresentam valores de mensalidades, em média, 50% abaixo dos
cobrados pelos cursos presenciais. Essa diferença de preço se deve, entre outros motivos, aos custos de
produção, às parcerias com bibliotecas virtuais, à produção de conteúdo externa, ao uso de Recursos
Educacionais Abertos (REAs).
O oferecimento das mesmas aulas – conteúdos e atividades – em grande escala resulta no barateamento da
sua produção e, consequentemente, na redução dos custos, que se reflete em preços mais baixos para as
mensalidades. Além disso, há outras estratégias praticadas pelas instituições massificadoras de cursos:
ampliação das ações assíncronas, aumento da relação entre número de alunos e o de tutores. Baixo salário de
tutores: contratação como um serviço administrativo, mas na prática exige-se o exercício de atividades docentes.
Há também um aspecto econômico, a crise financeira que o Brasil atravessa desde 2016 implica mais ainda na
redução das mensalidades.
Anteriormente pensava-se para a EaD os três pilares – Material didático, avaliação e tutoria (OLIVEIRA e
ROSINI, 2010). Hoje já podemos adicionar mais um pilar para a modalidade, a metodologia de ensino:
A EaD passa por uma massificação (o que não precisa ser entendido como algo ruim: muitos que não teriam
condições financeiras e/ou geográficas estão estudando). Ela evolui para melhoria na qualidade, tanto por um
processo natural de concorrência como por exigência dos alunos. É possível pensar na EaD de qualidade, sem
aspas: professores e tutores preparados. Equipe multidisciplinar completa. Hoje já se observa, desconstrução do
estereótipo remanescente de que EaD é faz de conta. Acreditando nas potencialidades da EaD, entendendo
algumas limitações (como oferta de cursos que precisam de prática manual), também a superação de limitações
por meio de avanços tecnológicos.
_________________
ABED. Censo EAD.BR 2017: Relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil Disponível em:
<http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/EeN/article/view/2358>. Acesso em: 19 set. 2018. Acesso
em: 22 jun. 2020.
OLIVEIRA, A. R.; ROSINI, A. M. Tutoria: um indicador para a qualidade em EAD. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 16, 2010, Foz do Iguaçu. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/252010094805.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2020.
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Introdução à Educação a Distância
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Semana 3 – O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle
Objetivos
Conhecer algumas atividades e recursos disponíveis no
Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.
Suas características, em especial quanto à usabilidade, são importantes para cursos que
utilizam destas ferramentas, sejam presenciais ou à distância.
Nesse sentido, todo o conjunto tecnológico utilizado no ensino, sejam os recursos internos
(inseridos pelo professor conteudista) em um AVA ou a própria estrutura do ambiente,
deve considerar padrões de desenvolvimento didático pedagógicos (como aqueles já
discutidos nesse curso). Por essa razão a escolha do sistema a ser utilizado também é um
fator importante.
Um professor pode, já na tela principal de sua sala virtual, ter acesso às configurações do
curso e ativar sua edição.
Em se tratando de uma sala recém-criada o professor pode ainda, através da opção “Editar
configurações” definir detalhes preliminares como: o nome do curso, sua categoria (se
existirem, por exemplo, vários níveis de cursos18), data de início/término, formato de curso
(as salas virtuais da Pós-Graduação em Docência possuem o formato de “tópicos”) etc.
Esse tipo de configuração não será trabalhado nesse curso.
Uma vez tenha clicado em “Ativar edição”, o professor tem acesso aos ícones de edição
que permitem alterar nomes dos tópicos e inserir informações textuais, visuais etc.
18
O Moodle usado pelo IFMG Arcos divide-se, por exemplo, nas seguintes categorias: “Pós-Graduação em
Docência”, “Engenharia Mecânica”, “Cursos Profissionais de Curta Duração” etc. Você, enquanto aluno, pode
ver a existência dessas categorias quando faz login na plataforma.
O questionário é uma atividade que permite, por exemplo, aplicar avaliações de modo que
cada estudante responda uma questão aleatoriamente escolhida pelo sistema. Em
“adicionar uma atividade ou recurso”, escolha a atividade “questionário” e preencha as
informações básicas solicitadas (nome, descrição, duração, layout etc.).
Uma vez criada a atividade “questionário” o sistema retornará para a tela principal. Quando
o professor clica no link com o nome do novo questionário, surge a página de edição do
questionário. Nesse local é possível, através do botão de configuração, acessar o “banco
de questões” onde novas perguntas podem ser inseridas.
19
Para criar um questionário randômico é preciso informar de qual banco de itens as perguntas serão
escolhidas.
Nem todos os campos de edição são obrigatórios. Por exemplo, durante a criação de
novas questões, é facultado ao professor o envio de feedback para cada alternativa e um
decréscimo de pontos para cada tentativa errada (caso a configuração permita mais de
uma tentativa).
Uma vez criado o “banco de questões”, retornando para a página do questionário (o
professor pode acessá-la a qualquer momento clicando no seu link na página principal da
sala) pode-se utilizar a opção “editar questionário” para adicionar as perguntas.
Para concluir o exercício proposto, você deve optar por “adicionar questões aleatórias”,
escolher a categoria onde o banco de itens foi criado e, por último, definir o número de
questões a serem inseridas.
Para excluir sua própria tentativa (enquanto no perfil de estudante) ou para excluir a
tentativa de qualquer aluno, clique no nome do seu questionário na página principal da sala
e siga até “ver tentativas”.
Fazendo uma pausa na parte prática do curso, e para fecharmos a semana, você é
convidado a pensar sobre as mudanças educacionais vivenciadas com a pandemia da
Covid-19 vivencia em 2020. Diversos países do mundo fecharam as portas de suas
escolas e universidades na tentativa de frear o avanço da contaminação pelo coronavírus
(HENDRICKSON, 2020). Como forma de contornar essa situação, algumas instituições
adaptaram suas aulas presenciais para regimes remotos. Porém, deve-se diferenciar “aula
remota” de “Educação à Distância”. Conforme bem explicado por Tobgyal (2020), as aulas
remotas trataram simplesmente de uma tentativa de “reprodução” da aula presencial,
transmitindo-a virtualmente em caráter excepcional20. A Educação a Distancia, por outro
lado, conforme discutido nesse curso, é uma modalidade bem planejada, regulamentada e
que requer ampla conceituação didática e pedagógica.
Agora que o termo “aula remota” foi esclarecido, podemos avançar nesta reflexão a partir
da leitura do artigo “Aulas presenciais em tempos de pandemia: relatos de experiências de
professores do nível superior sobre as aulas remotas”. Trata-se de um estudo que analisou
os impactos identificados por profissionais da educação, a partir da experiência com o
isolamento social em 2020. Este texto também nos permite refletir sobre os impactos do
20
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=bgJYJR0lU2U>. Acesso: em 26. jun. 2020.
.
Atividade 3.3: No fórum obrigatório da semana,
discorra sobre o Ensino Remoto Emergencial (ERE).
Compartilhe as dificuldades nesse período pandêmico
enquanto professor, e também o que se aprendeu
(caso de se tenha aprendido algo) na educação com
esse momento de crise.
Objetivos
Configurar na prática uma sala virtual no Moodle e testar
suas diversas funcionalidades.
Dando continuidade ao nosso treinamento, caso deseje criar um banco de questões antes
de incluir um questionário, na página principal da sala clique na engrenagem de
“Configurações”, procure por “Mais configurações” e, na próxima tela que se abrirá, por
“Categorias”.
Adicione uma categoria para o tema que desejar (por exemplo, questões de um mesmo
assunto). Posteriormente, clique no menu “questões” e escolha a categoria para a
inserção.
Após ter uma categoria e questões criadas, basta adicioná-las posteriormente quando da
criação de algum questionário.
O livro de notas permite ao professor variadas formas de avaliação perante cada uma das
atividades listadas na sala virtual. Ao seguir o link “Notas” e, em seguida, “Configuração do
livro de notas” é possível determinar os pesos de cada item.
Uma vez no livro, em “Editar configurações”, pode-se escolher a forma de agregação das
notas (pode-se usar, por exemplo, uma “Soma natural” ou “Média ponderada das notas”).
Caso você deseje separar uma turma em grupos para que a cada um sejam atribuídas
tarefas específicas, acione o menu secundário de configurações e, em seguida, clique na
opção “participantes” (Figura 11.2).
Uma vez criados grupos, para eles podem ser definidas restrições de acesso dentro de
uma mesma sala virtual (para criar restrições verifique o item 11.3).
Dica do professor: Nesta mesma engrenagem de
“configurações”, você pode:
- inscrever usuários no seu curso (com perfil de
estudante ou professor), desde que já estejam
cadastrados na plataforma;
- escolhendo “métodos de inscrição”, habilitar a auto
inscrição (e configurar uma chave de acesso para que
apenas usuários de posse dessa chave entrem na sua
sala – isto é útil para que alunos não acessem turmas
erradas).
Em “restringir acesso”, o professor pode criar condicionantes para que um aluno veja uma
atividade específica ou então várias atividades (caso ele restrinja o acesso, por exemplo,
na configuração de um “tópico” ou “semana” inteira).
Se configurado para que o estudante receba uma nota e a atividade requerer intervenção
do professor para a avaliação (ex.: questões dissertativas), o aluno só verá a marcação
após sua tarefa ser corrigida.
Se configurado para exigir uma nota de aprovação, tal nota deve ser definida dentro da
configuração da própria tarefa.
Por fim, para que a marcação de conclusão apareça ao aluno é preciso ainda:
- na engrenagem de “configurações” (dentro da página principal da sala), escolher quais
atividades já criadas devem ser mostradas segundo os critérios de conclusão
estabelecidos;
- caso os alunos se queixem que a marcação de concluída está demorando muito, é
preciso entrar em contato com o administrador da hospedagem para que ele regule o
serviço “cron”. Esse processo fornece um ritmo para que a plataforma realize e verifique
diversas tarefas em intervalos pré-determinados (o professor não tem acesso a esse
ajuste).
Por fim, caso deseje reaproveitar uma sala virtual já criada para uma turma nova de alunos
(por exemplo, no início de um ano novo) vá até a opção “Configurações / Reconfigurar”.
FIGUEIREDO, Márcia Aparecida; AMARAL, Rita de Cássia Borges M.; ROPOLI, Edilene
Aparecida. Avaliação dos cursos de graduação: estudo comparativo entre cursos
55
oferecidos nas modalidades a distância e presencial. In: POISSON. Educação no século
XXI. Belo Horizonte: Editora Poisson, 2017. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/438.pdf>. Acesso em: 19 set. 2018.
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Avercamp, 2005.
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MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson, 2007.
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PEREIRA, Adriana Soares; PARREIRA, Fábio José; SILVEIRA, Sidnei Renato;
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PEREIRA, Alice T. C. Ambientes Virtuais de Aprendizagem em diferentes contextos.
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PERONI, Érica. Agentes da Educação a Distância - Autor, Tutor e Aprendiz. Pós Estácio.
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RODRIGUES-SILVA, J.; ALSINA, Á. Formação docente no modelo realista-reflexivo.
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SOARES, Maria Susana Arrosa (coord.). A educação superior no Brasil. Porto Alegre:
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<https://www.youtube.com/watch?v=bgJYJR0lU2U>. Acesso em: 26 jun. 2020.
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CURRÍCULO DOS AUTORES
57
IFMG Campus Arcos – Pós-graduação em Docência
58
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital
59
IFMG Campus Arcos – Pós-graduação em Docência
60