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GERSON ANDRES ALVARADO

REFLEXÕES DO ARTIGO

QUANDO O CAPITAL EDUCA O EDUCADOR

RÍO GRANDE
2022
Universidade Federal do Rio Grande

Programa de Pós-Graduação em Educação

Reformas Contemporâneas e Formação do Professor

O texto questiona objetivamente a BNCC, a nova escola e a Fundação Lemann. Em


1990, os professores ficaram indefesos em relação às reformas neoliberais onde
seria necessário obter uma qualidade para o ensino com medidas em reformas do
aparelho estatal, reestruturação produtiva, flexibilização dos trabalhadores,
privatizações, terceirização, ajuste fiscal, controle dos gastos públicos e
investimento, parcerias público-privadas. Várias mudanças durante vários governos
foram feitas de acordo com as mudanças do capitalismo.

Afirma-se que a Base Nacional Comum Curricular da Educação Infantil e


Fundamental (BNCC) é um aparato privado de uma hegemonia particular, o mesmo
que a Associação Nova Escola (ANE) e a Fundação Lemann (FL). Questões
centrais como a formação de professores, avaliações externas em larga escala e
materiais didáticos são analisadas no documento, bem como a formação de
professores.

A nova associação escolar interfere no movimento das disputas que ocorrem no


seio da sociedade civil de acordo com o autor em interesses políticos e econômicos
particulares. Segundo o autor, a educação constitui um terreno fértil para a
articulação da consciência burguesa na mente das camadas subalternas. A nova
escola funcionou como uma rede de verdade composta por educadores que se
dizem capazes de mudar a educação para melhor, mas mais do que garantir o
aprendizado, garantiu o controle social por meio da gestão docente. A política de
formação de professores, na segunda década do século XXI, optou pela
internacionalização dos professores, ou seja, um professor gerenciado. A novíssima
escola cumpriu por muito tempo seu objetivo em relação à BNCC e não o fez
sozinha.

A ideia de que especialistas e professores da rede pública fariam a base foi


disseminada, resultando em um documento com quase 13 milhões de autores,
construindo um processo colaborativo e democrático. Mais de doze 12 milhões de
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contribuições foram feitas. Foi criticado por professores e entidades sindicais que
optaram pelo empresariado. A nova escola fez ouvidos moucos, pois foi uma vitória
educacional. A EN, segundo o autor, escondeu a sua decisão de desqualificar a
capacidade de intervenção científica e política dos docentes. A nova escola era
ascética e considero que não havia critério ideológico ou uma linha pedagógica
pré-definida na escala do tempo. A neutralidade do NE se traduziu em uma defesa
abstrata da educação de qualidade, ocultando a relação mutuamente constitutiva
entre organizações da sociedade civil, capital e Estado.

Após o momento de chegada e a discussão não verificada pelos professores


brasileiros da BNCC, a nova escola criou a justificativa necessária para que o
documento fosse implementado e para atrair professores e o sindicato, o NE
confirmou a perspectiva da revisão da BNCC. Essa manobra trouxe como solução
que os professores deveriam ter a tarefa de operacionalizar a base, tornando-se um
instrumento onde o professor deveria ficar insatisfeito ou desconfiado e assumir seu
papel para a plena implementação da base.

Três grandes questões foram desdobradas: formação de gestores, formação


contínua e formação inicial. No caso deste último, uma avaliação revisada constatou
a falta de prática em sala de aula nos cursos de graduação. Segundo o autor, o
equilíbrio para os professores é o empobrecimento teórico e a centralidade da
prática pedagógica orientada para resultados, verificada por avaliações em larga
escala sobre os pilares da accountability.

As competências socioemocionais correspondem às competências


socioemocionais, inteligência emocional, soft skills, competências para o século XXI
e são mencionadas nas 10 competências gerais da BNCC. A associação entre as
competências socioemocionais especificará a educação para o século XXI ou a
sociedade do conhecimento ou a educação 4.0.
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Por esse posicionamento é somado a uma ideologia educacional sintonizada com a


lógica do capitalismo contemporâneo que necessita de um trabalhador maleável. O
mais importante a ser adquirido por meio da educação não é o conhecimento, mas a
capacidade constante de adaptação às mudanças no sistema produtivo. O NE e o
Facebook produziram um livro digital no qual se pretende convencer o leitor de que
são competências socioemocionais. A OCDE conclui que investir nessas
habilidades com antecedência suficiente para crianças desfavorecidas é uma
maneira importante de reduzir as desigualdades socioeconômicas. As competências
socioemocionais são essenciais, em particular a autorregulação, a capacidade de
gerir pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Quanto mais desenvolvidas essas competências, mais favorável é a luta do


indivíduo por um lugar em uma sociedade altamente competitiva e meritocrática,
tudo dentro da teoria do capital humano. A natureza técnico-pedagógica é ampliada
onde o Banco Mundial afirma a transformação de insumos educacionais em
resultados de aprendizagem.

O movimento resultante da BNCC radicalizou o processo de expropriação do saber


docente e nele investiu profundamente as formas de formação docente e de gestão
do trabalho e as mudanças para a formação docente 4.0. cujo perfil da nova escola
indica que ele deve ser aprendiz, mediador, conselheiro e pesquisador em busca de
novas práticas onde a articulação ensino-aprendizagem é a grande ausente no rol
das atividades docentes. Escondidas acima do discurso democratizante da
educação, as TICs e as competências socioemocionais são essenciais no projeto
educacional do capital. Na medida em que se prescreve uma forma padronizada de
ação docente.
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REFERÊNCIA

EVANGELISTA, Olinda, NASCIMENTO, Jennifer.QUANDO O CAPITAL EDUCA O


EDUCADOR: BNCC, Nova Escola e Lemann.Movimento-Revista de Educação,
Niterói, ano 6, n.10, p. 65-90, jan./jun. 2019.

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