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Redação

Rita Farr, personagem fictícia da DC Comics, é uma ex-heroína que, graças a uma
rotina extremamente apertada, viu-se obrigada a alimentar-se basicamente de
comidas barateadas vendidas na rua por décadas, fato que prejudicou sua saúde ao
ponto de remover seus superpoderes. Hodiernamente, inúmeros brasileiros sofrem
com semelhante situação, tendo uma dieta tóxica imposta à sua alimentação pelas
exigências opressivas do capitalismo, problema que oriundo da indiferença
governamental somada à ignorância do povo quanto ao assunto.
Preliminarmente, faz-se relevante citar como a falta de atitudes por parte do
Estado contribui no alastramento do conflito. Consoante Freud, o homem possui a
tendência de exigir que seu semelhante realize tarefas sem, no entanto, dar a ele as
devidas condições de fazê-lo, ideia que releva-se no convívio brasileiro. Embora possua
a noção da necessidade de uma alimentação equilibrada, o cidadão inserido no
mercado de trabalho termina por aderir à cultura do fast food por conta das pressões
da sociedade que o forçam a trabalhar ininterruptamente durante todo o curso do dia,
precisando consumir produtos mais convenientes e, geralmente, mais danosos,
enfatizando a gravidade da situação.
Outrossim, a desinformação circulante por entre as camadas mais desfavorecidas
financeiramente somada aos estigmas sociais presentes na cultura também faz-se
relevante no crescimento do problema. Conforme Rousseau, o homem já nasce
bondoso, mas é gradativamente corrompido pelas mazelas de uma sociedade injusta,
teoria que mostra-se presente na convivência do Brasil. Preso à ideia da meritocracia,
o civil entende que só poderá ter sucesso caso entregue absolutamente tudo em nome
do “dever”, perdendo sua autoestima e deixando de verdadeiramente acreditar que
algo de ruim possa acontecer, mesmo que no longo prazo, ao seu corpo, mostrando
como é imperativo que o entrave seja solucionado.
Portanto, indubitavelmente, o entrepilho do consumo excessivo de alimentos
ultraprocessados deve ser solucionado de imediato. O Ministério da Cidadania deve
promover uma campanha de conscientização em escala nacional por meio de palestras
e atividades lúdicas realizadas em ambientes de trabalho e estudo, públicos e privados,
além de propagandas na rede aberta de televisão a fim de mostrar à população com a
ajuda de psicólogos e assistentes sociais como é possível alimentar-se bem sem
prejudicar a carreira profissional e nem tampouco ter custos adicionais expressivos.
Desse modo, o Brasil tornar-se-á livre da problemática da má alimentação e o caso de
Rita nada será mais além de uma distante ficção.

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