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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino à Distância

Manual de Curso de Licenciatura

Ensino de Biologia-Zoologia Geral

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino `a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino a
Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução
deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade
editora (Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância). O não
cumprimento desta advertência é passivel a processos judiciais.

Elaborado Por: Assane Ussene


Licenciado em Ensino de Química e Biologia pela Universidade
Pedagógica-Delegação da Beira.
Colaborador e Docente do Centro de Ensino a Distância-Departamento de
Química e Biologia da Universidade Católica de Moçambique.

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino `a Distância-CED

Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa


Moçambique-Beira
Telefone: 23 32 64 05
Cel: 82 50 18 44 0
Fax:23 32 64 06
E-mail:ced@ucm.ac.mz
Website: www..ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância e o autor do presente manual,
dr. Assane Ussene, agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na eleboração
deste manual.

Pela contribuição no conteúdo temático dr. Assane Ussene, colaborador do Centro de


Ensino à Distância da Universidade Católica de
Moçambique.
Revisto por dra Ricardina Pereira

Pelas imagens e ilustrações dr. Assane Ussene, colaborador do Centro de


Ensino à Distância & dr. (Coordenador e Docente
na UCM-CED)

Pela revisão linguística dr. Mauane Manuel e Sérgio Daniel Artur


(Coordenador e Docente na UCM-CED)

Revisão actualizada: dra Ricardina Pereira e o grupo de disciplina da Coordenação de Biologia


UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Índice:

Visão Geral 1
Benvindo a Zoologia Geral ............................................................................................ 1

Unidade nº 01 3
Tema: Breve Historial da Zoologia ................................................................................ 3

Unidade nº 02 7
Sumário ....................................................................................................................... 9

Unidade 03 11
Tema: Métodos de Estudo em Zoologia ....................................................................... 11

Unidade 04 15
Tema: Objecto de Estudo da Zoologia ......................................................................... 15

Unidade 05 21
Tema: Importância da Zoologia ................................................................................... 21

Unidade 06 24
Tema: Propriedades Gerais dos Seres Vivos ................................................................ 24

Unidade 07 36
Tema: Tecido Epitelial ................................................................................................ 36

Unidade 08 42
Tema: Tecido Conjuntivo ............................................................................................ 42

Unidade 09 48
Tema: Tecido Cartilagíneo .......................................................................................... 48

Unidade 10 52
Tema: Tecido Ósseo .................................................................................................... 52

Unidade 11 59
Tema: Tecido Muscular ............................................................................................... 59

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 12 66
Tema: Tecido Nervoso ................................................................................................ 66

Unidade 13 73
Tema: Tecido Sanguíneo ............................................................................................. 73

Unidade 14 77
Tema: Reprodução e Desenvolvimento ........................................................................ 77

Unidade 15 82
Tema: Metamorfoses nos Animais ............................................................................... 82

Unidade 16 87
Tema: Reprodução nos Animais .................................................................................. 87

Unidade 17 94
Tema: Gametogênese .................................................................................................. 94

Unidade 18 104
Tema: Fases de Desenvolvimento Embrionário ......................................................... 104

Unidade 19 112
Tema: Desenvolvimento Embrionário ....................................................................... 112

Unidade 20 118
Tema: Tipos de Ovos................................................................................................. 118

Unidade 21 123
Tema: Anexos Embrionários ..................................................................................... 123

Unidade 22 130
Tema: Destino dos Folhetos Embrionários................................................................. 130

Unidade 23 134
Tema: Cavidade do Celoma ....................................................................................... 134

Unidade 24 138

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Tema: Simetrias nos Animais .................................................................................... 138

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Visão Geral
Benvindo a Zoologia Geral
Caro estudante, bem-vindo a Zoologia Geral. A Zoologia Geral, é um
campo das ciências Biológicas que se ocupa com o estudo morfo-
fisiológico dos animais tendo em conta vários aspectos tais como:
relacionamento entre os diferentes seres vivos, daptacao ao ambiente
reproducao, etc.

Esta cadeira permitirá que o prezado estudante, compreenda as


diferentes formas dos animais, sobretudo aspectos gerais, os diferentes
estágios da vida, bem como na sua interação com o seu habitat.

Neste módulo, serão discutidos assuntos como: evolução histórica da


zoologia, objecto de estudo, ramos da zoologia, métodos de
investigação, descrição dos animais com destaque para aspectos
morfologia e fisiologia dos organismos animais, entre outros aspectos.

Objectivos da Cadeira
Quando caro estudante, terminar o estudo da Zoologia Geral, deverá ser
capaz de:

 Descrever os ramos da Zoologia;


 Caracterizar as diferentes grupos de animais;
 Criar bases cientificas sobre a Zoologia Geral;
 Aplicar os conhecimentos sobre a Zoologia Geral;
 Explicar a importância do estudo da Zoologia geral;
Objectivos  Demonstrar conhecimentos cientificos sobre o reino Animal.

Quem deveria estudar esta Cadeira


Este manual da cadeira de Zoologia Geral foi concebido para todos
aqueles que estejam a ingressar para os cursos de licenciatura em
ensino de Biologia, dos programas do Centro de Ensino `a Distância, e
para aqueles que desejam consolidar seus conhecimentos em Biologia
de comportamento, para que sejam capazes de compreender melhor

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

intereções entre o seres vivos em particular o Homem com os outros


animais no meio domestico bem como no selvagem.

Como está estruturado este Módulo


Todos os manuais das cadeiras dos cursos oferecidos pela Universidade
Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância (UCM-CED)
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada da cadeira, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes
de começar o seu estudo.
Conteúdo da cadeira
A cadeira está estruturada em unidades de aprendizagem. Cada unidade
incluirá, o tema, uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo
da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da
unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para esta cadeira, encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do manual.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo da cadeira. Os seus comentários serão
úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este manual.

Ícones de Actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Habilidades de Estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: O lado social, professional e estudante, dai ser
importante planificar muito bem o seu tempo.

Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao


máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,
com colegas, outros).

Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz


bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos
de caso, reflexão, etc.

Os manuais contêm muita informação, algumas chaves, outras


complementares, dai ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução dos
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de
notas desenpenha um papel muito importante.

Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de


desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus
pontos fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.

Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o


responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.

Precisa de Apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacte-o pessoalmente.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o


estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.

Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de


problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.

Os contactos so se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais


de expediente.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,


tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período
pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.

O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque


apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o
seu próprio saber e desenvolva suas competências.

Juntos na Educação `a Distância, vencedo a distância..

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejem realizadas.As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazaos de entrga, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.

Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos ao tutor/docentes.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo


os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.

O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)


palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada
com base no chamado regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,


concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.

Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem


para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.

Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões


presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)


teste e 1 (exame).

Não estão previstas quaisquer avaliações orais.

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas


como ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.


Consulte-os.

Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade nº 01

Tema: Breve Historial da Zoologia

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo a unidade de estudo sobre o breve


historial da Zoologia. Portanto, a Zoologia como qualquer outra ciência
também tem sua história.

Portanto, o prezado estudante, está convidado para a discussão


introdutória sobre o breve historial da Zoologia.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Descrever a história da Zoologia;


 Caracterizar os aspectos mais importante da história de Zoologia;
 Identificar os cientístas que contribuiram para a evolução da Zoologia;
Objectivos  Explicar o contributo de cada cientístas na evolução da Zoologia.

Breve Historial da Zoologia


A zoologia não existiu como ciência até os trabalhos de Aristóteles, o
primeiro a descrever de forma sistemática numerosas espécies animais
e a estudar problemas como a reprodução e sua classificação em
diferentes grupos segundo o grau de semelhança. A partir do
Renascimento, o saber humano experimentou um notável
desenvolvimento que levou à criação do método científico, ao
desenvolvimento e expansão da investigação directa e à observação do
mundo natural como única forma válida de conhecimento, além das
afirmações dogmáticas e daquelas baseadas em autoridades de outras
épocas, entre elas o próprio Aristóteles.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Na medicina, expandiu-se a prática da dissecação, procedimento


também seguido pelos naturalistas e que abriria à ciência aspectos até
então desconhecidos da estrutura e do funcionamento dos seres vivos.
As explorações geográficas, que se sucederam ao longo da idade
moderna, levaram a conhecer novas faunas, com formas animais mais
surpreendentes do que as mais fantásticas criações antigas, o que
estimulou relatórios científicos, viagens subvencionadas por academias e
governos, e obras enciclopédicas como a de George-Louis Leclerc,
conde de Buffon. O chamado sistema binominal, método de classificação
idealizado pelo botânico sueco Lineu, abriu seu caminho pouco a
pouco, por sua simplicidade e eficácia, tanto em botânica quanto em
zoologia.

De acordo com tal método, atribuía-se um nome científico composto de


dois termos latinos, o primeiro para designar o gênero e o segundo a
espécie, de maneira que cada ser vivo poderia ter a sua denominação,
que também levava em conta seu parentesco genérico. A invenção do
microscópio e sua utilização por pesquisadores como Antonie van
Leeuwenhoek permitiu aos zoólogos a descoberta de um novo mundo de
animais imperceptíveis a olho nu, tais como os protozoários, estágios
larvares de numerosas classes, rotíferos etc., assim como as células
reprodutoras (óvulos e espermatozóides). O problema da evolução das
espécies (deve-se o conceito de espécie ao britânico John Ray) foi
objecto de estudo rigoroso pela primeira vez por Jean-Baptiste Lamarck,
que propôs em sua obra Philosophie zoologique (1809) a denominada
teoria do transformismo, que defendia a transmissão hereditária dos
caracteres adquiridos.

A questão foi um dos principais temas de debate científico ao longo do


século XIX e culminou na teoria da evolução elaborada de forma
independente por Alfred Russel Wallace e Charles Darwin. A pesquisa
de fósseis permitiu o desenvolvimento da paleozoologia, ciência bastante
beneficiada pelos trabalhos do francês Georges Cuvier, autor de estudos
de anatomia comparada e idealizador do conceito de plano de
organização, ou padrão geral estrutural e orgânico, a que pareciam
obedecer grandes grupos de animais. Cuvier distinguiu quatro grandes
planos organizacionais: o dos radiados, o dos moluscos, o dos
articulados (depois artrópodes) e o dos vertebrados. Outro que deu
grande contribuição à paleozoologia foi o britânico Richard Owen.

4
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Muitos outros nomes se destacam pela importância de suas


contribuições ao conhecimento da biologia animal: Rudolf Leuckart, que
estudou os celenterados, assim como os ovos dos insetos e o fenômeno
da partenogênese, em conseqüência da qual as fêmeas se reproduzem
sem a intervenção dos machos; Christian Gottfried Ehrenberg, que
distinguiu os protozoários de outros animais microscópicos pluricelulares;
Karl Theodor von Siebold, que se notabilizou no estudo da anatomia
comparada dos invertebrados; e Ernst Heinrich Haeckel, que enunciou a
chamada lei biogenética fundamental (também chamada teoria da
recapitulação), segundo a qual o desenvolvimento do ser desde a
fecundação até a maturidade para a reprodução é uma recapitulação das
fases sucessivas pelas quais passou a espécie a que pertence em sua
evolução.

Sumário
A partir do Renascimento, o saber humano experimentou um notável
desenvolvimento que levou à criação do método científico, ao
desenvolvimento e expansão da investigação directa e à observação do
mundo natural como única forma válida de conhecimento. Na medicina,
expandiu-se a prática da dissecação. O chamado sistema binominal,
método de classificação idealizado pelo botânico sueco Lineu, abriu seu
caminho pouco a pouco, por sua simplicidade e eficácia, tanto em
botânica quanto em zoologia. A invenção do microscópio e sua utilização
por pesquisadores como Antonie van Leeuwenhoek permitiu aos
zoólogos a descoberta de um novo mundo de animais.

Cuvier distinguiu quatro grandes planos organizacionais: o dos radiados,


o dos moluscos, o dos articulados (depois artrópodes) e o dos
vertebrados. Muitos outros nomes se destacam pela importância de suas
contribuições ao conhecimento da biologia animal: Rudolf Leuckart, que
estudou os celenterados, assim como os ovos dos insectos e o
fenômeno da partenogênese, em consequência da qual as fêmeas se
reproduzem sem a intervenção dos machos. Karl Theodor von Siebold,
que se notabilizou no estudo da anatomia comparada dos invertebrados;
e Ernst Heinrich Haeckel, que enunciou a chamada lei biogenética
fundamental, segundo a qual o desenvolvimento do ser desde a
fecundação até a maturidade para a reprodução é uma recapitulação das

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

fases sucessivas pelas quais passou a espécie a que pertence em sua


evolução.

1. Explique o contributo de Aristóteles para o


desenvolvimento da zoologia.
R: Aristóteles, foi primeiro a descrever de forma sistemática
numerosas espécies animais e a estudar problemas como a
reprodução e sua classificação em diferentes grupos segundo o
grau de semelhança.

2. Qual foi a importancia das explorações geográficas, que se


sucederam ao longo da idade moderna?
R: As explorações geográficas, que se sucederam ao longo da
idade moderna, levaram a conhecer novas faunas, com formas
Exercícios animais mais surpreendentes do que as mais fantásticas criações
antigas, o que estimulou relatórios científicos, viagens
subvencionadas por academias e governos, e obras
enciclopédicas como a de George-Louis Leclerc, conde de Buffon.

3. O chamado sistema binominal, método de classificação


idealizado pelo botânico sueco Lineu, foi um impulso para o
desenvolvimento de sistema de classificacao. Argumente.
R: Abriu seu caminho pouco a pouco, por sua simplicidade e
eficácia, tanto em botânica quanto em zoologia, pois acordo com
tal método, atribuía-se um nome científico composto de dois
termos latinos, o primeiro para designar o gênero e o segundo a
espécie, de maneira que cada ser vivo poderia ter a sua
denominação, que também levava em conta seu parentesco
genérico.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade nº 02

Tema: Ramos da Zoologia

Introdução

A Zoologia é uma ciência muito vasta, para facilitar o seu estudo está
organizado em partes designadas ramos da Zoologia mas que outros
Biologista preferem chamar de ramos da Zoologia. Cada um dos ramos
tem uma área de estudo especifica.

Portanto, o prezado estudante, esta convidado para a discussão activa e


participativa sobre os ramos da Zoologia.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar os ramos da Zoologia;


 Explicar o objecto de estudo de cada ramo;
 Descrever os diferentes ramos da Zoologia;
 Explicar a importancia dos ramos da Zoologia;
Objectivos
 Relacionar o ramo da Zoologia com seu objecto de estudo.

Ramos da Zoologia
Dada a amplitude de aspectos implicados numa visão científica do
mundo animal, são múltiplas as ciências e ramos, auxiliares ou básicos,
gerais ou especiais, que contribuem para o conhecimento zoológico. O
aspecto externo, a morfologia, a estrutura e a organização internas, em

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

suas partes puramente descritivas, correspondem à anatomia externa e


interna. Portanto, a zoologia, tal como outras ciências esta organizada
em ramos de modo a facilitar o seu estudo. Podemos enumerar como
ramos da zoologia:

 A Biofísica e a Bioquímica: desenvolvidas nas últimas décadas


do século XX, consideram em sua aplicação à zoologia os
aspectos físicos e químicos de constituição e funcionamento dos
animais e elaboram modelos mais ou menos abstratos e em
grande medida desligados de suas coordenadas anatômicas ou
descritivas.
 A Histologia Animal: investiga a estrutura, formação e
distribuição dos tecidos animais, enquanto a citologia animal faz
o mesmo em relação às células, consideradas como unidades.
Nesse sentido, aprofunda o estudo das propriedades e
características orgânicas e funcionais que distinguem as células
animais das vegetais.
 A Genética: que estuda os mecanismos da herança dos
caracteres biológicos; a fisiologia animal, cujo objecto de estudo
são os processos que ocorrem no organismo animal e permitem
seu funcionamento; e a embriologia, que tem por objecto o
desenvolvimento do animal desde seus primeiros estágios de
vida, quando não passa de um conjunto de células proveniente
da segmentação do óvulo fecundado, a mórula, até atingir a
estrutura e aspecto definitivos.
 A Ecologia: se ocupa da relação entre os animais e seu meio,
este compreendido como o conjunto de factores, tanto abióticos
quanto biológicos, que constituem o ambiente em que vivem. Tal
disciplina implica um nível de complexidade superior ao
individual e abrange comunidades e populações, que são as
unidades ecológicas básicas.
 A Etologia: trata do comportamento animal e, apesar de ser
uma ciência recente, constitui uma das áreas mais fecundas e
promissoras da zoologia, tendo esclarecido problemas
fundamentais relacionados à linguagem animal, à territorialidade,
às normas sociais, ao comportamento reprodutor e migratório e
às causas da agressividade.
 A zoogeografia: se liga estreitamente a essas duas ciências e
tenta esclarecer os fatores que intervêm na distribuição

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

geográfica dos animais no planeta, assim como as leis profundas


que regem tal distribuição.
 A paleozoologia: que investiga as formas animais das eras
geológicas passadas e sua evolução no decorrer do tempo, e a
taxionomia, ou sistemática, cuja tarefa é traçar as grandes linhas
de parentesco entre os componentes do reino animal,
completam o quadro de disciplinas básicas que contribuem para
o caudal comum de conhecimentos da zoologia.

Portanto, outros ramos da ciência zoológica dizem respeito a áreas ou


grupos específicos dentro do estudo do reino animal. Entre elas estão a
parasitologia, cujo campo de trabalho se centra em organismos animais
que vivem à custa de outros, causando-lhes prejuízo; a protozoologia,
ciência que estuda os animais unicelulares ou protozoários; a
helmintologia, que se refere aos vermes, categoria não-sistemática na
qual se incluem representantes de diferentes tipos, tais como os
platelmintos, asquelmintos e anelídeos; a malacologia, que investiga os
moluscos; a entomologia, relativa aos artrópodes e, mais concretamente,
aos insetos etc. No que se refere aos vertebrados, há também diversas
disciplinas especiais, tais como a ictiologia, estudo dos peixes; a
herpetologia, dos répteis; a ornitologia, das aves; e a mastozoologia, dos
mamíferos.

Sumário
A zoologia, tal como outras ciências esta organizada em ramos de modo
a facilitar o seu estudo. Podemos enumerar como ramos da zoologia: a
biofísica, bioquímica, a histologia animal, a genética, a ecologia, a
etologia, a zoogeografia, a paleozoologia. Portanto, outros ramos da
ciência zoológica dizem respeito a áreas ou grupos específicos dentro do
estudo do reino animal. Entre elas estão a parasitologia, cujo campo de
trabalho se centra em organismos animais que vivem à custa de outros,
causando-lhes prejuízo.

A protozoologia, ciência que estuda os animais unicelulares ou


protozoários; a helmintologia, que se refere aos vermes, categoria não-
sistemática na qual se incluem representantes de diferentes tipos, tais
como os platelmintos, asquelmintos e anelídeos; a malacologia, que

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

investiga os moluscos; a entomologia, relativa aos artrópodes e, mais


concretamente, aos insetos etc. No que se refere aos vertebrados, há
também diversas disciplinas especiais, tais como a ictiologia, estudo dos
peixes; a herpetologia, dos répteis; a ornitologia, das aves; e a
mastozoologia, dos mamíferos.

1. Em zoologia, o que e que estuda a anatomia externa e


interna?
R: O aspecto externo, a morfologia, a estrutura e a organização
internas, em suas partes puramente descritivas.

2. O que e que estuda a A histologia animal?


R: A histologia animal: investiga a estrutura, formação e
distribuição dos tecidos animais, enquanto a citologia animal faz o
mesmo em relação às células, consideradas como unidades.
Nesse sentido, aprofunda o estudo das propriedades e
características orgânicas e funcionais que distinguem as células
Exercícios animais das vegetais.

3. Qual é a importância da genética e fisiologia para


zoologia?
R: Estuda os mecanismos da herança dos caracteres biológicos.
A fisiologia animal, cujo objecto de estudo são os processos que
ocorrem no organismo animal e permitem seu funcionamento.

4. Portanto, outros ramos da ciência zoológica dizem respeito


a áreas ou grupos específicos dentro do estudo do reino
animal. Dê exemplos.
R: Parasitologia, cujo campo de trabalho se centra em organismos
animais que vivem à custa de outros, causando-lhes prejuízo; a
protozoologia, ciência que estuda os animais unicelulares ou
protozoários; a helmintologia, que se refere aos vermes, categoria
não-sistemática na qual se incluem representantes de diferentes
tipos, tais como os platelmintos, asquelmintos e anelídeos; a
malacologia.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 03

Tema: Métodos de Estudo em Zoologia

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo a unidade sobre métodos de estudo


da Zoologia. Portanto, a Zoologia como qualquer outra ciência em função
do seu objecto de estudo tem os seusn próprios métodos de estudo.

Como já sabemos a Zoologia é uma ciência que estuda os animais, no


entanto, caro estudante esta convidado para mais uma discussão activa
sobre o tema que é lhe proposto nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os métodos de estudo da Zoologia;


 Caracterizar os métodos de estudo da Zoologia;
 Comprrender os métodos de estudo da Zoologia;
Objectivos  Explicar os métodos estudo da Zoologia;
 Relacionar os métodos de estudo com outras áreas de Zoologia.

Métodos de Estudo em Zoologia

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

A observação directa constitui o primeiro método de estudo utilizado pelo


Homem tanto para investigar o reino animal quanto o mundo natural em
geral. De facto, é essa a primeira etapa na formação de toda ciência e,
no caso de algumas disciplinas, como a etologia, continua a ter
importância fundamental. Nos tempos modernos, muitos instrumentos
ampliaram de maneira notável essa capacidade de observação, básica
em qualquer trabalho de campo: câmaras fotográficas equipadas com
teleobjetivas ou simples binóculos são ferramentas insubstituíveis para o
conhecimento do comportamento dos vertebrados terrestres em seu
meio ambiente, nos estudos da distribuição de espécies e nas pesquisas
ecológicas e de comportamento.

A dissecação constitui outra das técnicas mais importantes da zoologia e


durante séculos a única, além da observação directa. Bisturis, agulhas,
pinças, tesouras etc. são alguns dos utensílios empregados em tais
práticas. A invenção do microscópio representou uma revolução, pois
com esse instrumento os animais mais diminutos, como os protozoários,
e as estruturas histológicas mais finas se tornaram pela primeira vez
acessíveis ao olho humano. As lupas são também valiosos instrumentos
de trabalho para o zoólogo. Nos trabalhos de zoologia, torna-se
necessária a captura de animais, vivos ou mortos, para que se possa
proceder a seu estudo e classificação.

Para isso, foram utilizados todo tipo de artefatos, desde armadilhas e


redes até fuzis para injectar a distância agentes anestésicos e soníferos.
Uma vez capturados, os exemplares mortos devem ser conservados e
preparados, para o que se empregam líquidos como o formol, o álcool
etc., capazes de impedir a decomposição dos tecidos. Muitos grupos
animais são dotados de exosqueletos, como acontece com os insectos,
e de carcaças, como os moluscos gastrópodes e bivalves, o que facilita a
sua conservação. As colecções entomológicas e malacológicas, entre as
mais conhecidas, assim como a montagem de esqueletos, no caso dos
vertebrados e das práticas de taxidermia, permitem dispor
ordenadamente o material zoológico coletado.

Além dessas técnicas, a zoologia moderna utiliza complexos


procedimentos bioquímicos para analisar as proteínas de uma
determinada espécie e compará-las com as de outras: cromatografia de
aminoácidos e eletroforese, com o objetivo de determinar seu
parentesco. Também utiliza métodos biométricos (medição das distintas

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partes orgânicas e correlação); técnicas fisiológicas (avaliação da taxa


metabólica, respiratória, das funções digestivas, excrectoras etc.); e
aparelhos como o radar (evolução da migração de aves), a câmara
cinematográfica, o gravador (estudos de comportamento, canto de aves,
sons etc.) e o rádio, para o acompanhamento de mamíferos em seu meio
natural, por exemplo, para o que se coloca no animal um colar emissor
de ondas de rádio.

Sumário
A observação directa constitui o primeiro método de estudo utilizado pelo
Homem tanto para investigar o reino animal quanto o mundo natural em
geral. De facto, é essa a primeira etapa na formação de toda ciência e,
no caso de algumas disciplinas, como a etologia, continua a ter
importância fundamental. A dissecação constitui outra das técnicas mais
importantes da zoologia e durante séculos a única, além da observação
direta. Bisturis, agulhas, pinças, tesouras etc. são alguns dos utensílios
empregados em tais práticas. A invenção do microscópio representou
uma revolução, pois com esse instrumento os animais mais diminutos,
como os protozoários, e as estruturas histológicas mais finas se
tornaram pela primeira vez acessíveis ao olho humano. As lupas são
também valiosos instrumentos de trabalho para o zoólogo.

As colecções entomológicas e malacológicas, entre as mais conhecidas,


assim como a montagem de esqueletos, no caso dos vertebrados e das
práticas de taxidermia, permitem dispor ordenadamente o material
zoológico colectado. Além dessas técnicas, a zoologia moderna utiliza
complexos procedimentos bioquímicos para analisar as proteínas de
uma determinada espécie e compará-las com as de outras
(cromatografia de aminoácidos e eletroforese) com o objetivo de
determinar seu parentesco. Também utiliza métodos biométricos
(medição das distintas partes orgânicas e correlação); técnicas
fisiológicas (avaliação da taxa metabólica, respiratória, das funções
digestivas, excretoras etc.); e aparelhos como o radar (evolução da
migração de aves), a câmara cinematográfica, o gravador (estudos de

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comportamento, canto de aves, sons etc.) e o rádio, para o


acompanhamento de mamíferos em seu meio natural, por exemplo, para
o que se coloca no animal um colar emissor de ondas de rádio.

1. Porque é que a observação directa constitui o primeiro


método de estudo utilizado pelo Homem?
R: É usado tanto para investigar o reino animal quanto o mundo
natural em geral.

2. Nos tempos modernos, muitos instrumentos ampliaram de


maneira notável essa capacidade de observação, básica em
qualquer trabalho de campo. De exemplos de instrumentos
usados.
R: Câmaras fotográficas equipadas com teleobjetivas ou simples
binóculos.
3. Qual á a importancia dessses instrumentos?
Exercícios R São ferramentas insubstituíveis para o conhecimento do
comportamento dos vertebrados terrestres em seu meio
ambiente, nos estudos da distribuição de espécies e nas
pesquisas ecológicas e de comportamento.
4. Quais são os metodos e tecnicas usadas em zoologia?
R: Métodos biométricos (medição das distintas partes orgânicas e
correlação); técnicas fisiológicas (avaliação da taxa metabólica,
respiratória, das funções digestivas, excretoras etc.); e aparelhos
como o radar (evolução da migração de aves), a câmara
cinematográfica, o gravador (estudos de comportamento, canto de
aves, sons etc.) e o rádio, para o acompanhamento de mamíferos
em seu meio natural, por exemplo, para o que se coloca no
animal um colar emissor de ondas de rádio.

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Unidade 04

Tema: Objecto de Estudo da Zoologia

Introdução

Prezado estudante, uma das condições para que uma determinada área
de estudo ou pesquisa seja ciência é que tenha um objecto de estudo.
No entanto, a zoologia como ciência não foge a regra.

Na unidade anterior fizemos a discussão sobre os métodos de estudo da


Zoologia. Nesta unidade a nossa discussão estará centrada para o
objecto de estudo da Zoologia.

Portanto, o prezado estudante, esta convidado para a discussão


participativa sobre o objecto de estudo da zoologia..

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o objecto de estudo da Zoologia;


 Caracterizar o objecto de estudo da Zoologia;
 Comprrender o objecto de estudo da Zoologia;
Objectivos  Explicar o objecto de estudo da Zoologia;
 Relacionar o objecto de estudo com outras áreas de Zoologia.

Objecto de Estudo da Zoologia


Neste texto apresentaremos alguns outros tópicos básicos, que implicam
na aquisição de conceitos importantes na compreensão da Zoologia, os
quais podem ser agrupados em quatro questões:

 O que é Zoologia?

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Podemos definir Zoologia como "um ramo da Biologia que engloba todos
os aspectos da biologia animal, inclusive relações entre animais e
ambiente". Com esta definição, tão ampla, estudamos não apenas
morfologia, sistemática e ecologia, mas também o funcionamento dos
animais, constituintes químicos dos tecidos, formação e
desenvolvimento, propriedades e funções celulares. A zoologia
experimental, por exemplo, inclui as subdivisões relativas às alterações
experimentais dos padrões dos animais como genética, morfologia
experimental e embriologia. Do exposto acima ficam ressaltados os
vários campos de investigação com animais e a clara interrelação de
outras disciplinas com a zoologia clássica. À medida em que a
especialização aumenta, ramos de estudo tornam-se mais e mais
restritos: celenterologia - estudo dos cnidários; entomologia - estudo dos
insectos, que subdivide-se em sistemática e entomologia econômica;
mastozoologia- estudo dos mamíferos e assim por diante. Considerando
que a diversidade é o principal objeto de estudo da Zoologia e que é
importante termos algumas noções sobre distribuição dos animais nos
diversos ambientes e regiões do planeta, tais tópicos são abordado a
seguir.

 Por que estudar os animais?

O homem é um produto do processo evolutivo, deste modo a aquisição


de conhecimentos sobre os animais é necessária como parte da
incessante busca de compreensão da natureza e da posição que o
próprio homem nela ocupa.

 Para que estudar os animais?

Em primeiro lugar para conhecer a estrutura e o funcionamento dos


mesmos, buscando entender suas relações evolutivas. Grande parte do
que hoje sabemos sobre os seres humanos conseguiu-se estudando
outros animais. Compreender as relações entre animais, destes com as
plantas e com o ambiente para possibilitar a detecção do equilíbrio e de
perturbações naturais ou provocadas pela cegueira humana. Buscar
soluções para problemas relacionados à saúde dos humanos e de outros
animais pesquisando parasitos, vetores de doenças, inclusive as que
causam destruição de frutos e cereais.

Aplicar conhecimentos adquiridos na produção de alimentos, vestuário e


medicamentos. As indústrias que lidam com animais domésticos, a

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pesca comercial, a apicultura e o comércio de peles criam um mercado


de trabalho para inúmeras pessoas. Disponibilizar meios de
contemplação aos homens em áreas de lazer, uma excelente forma de
descarregar tensões da sociedade. O fiel companheiro de nossa
existência terrestre, o animal e sua imagem habitam nosso ser, mesmo
que o mundo da consciência quotidiana os tenham eliminado.

 Como estudar os animais?

As informações sobre animais provêm de conhecimentos populares,


baseados na observação e de conhecimentos técnico-científicos
baseados em observações e experimentos controlados. Em Biologia
costuma-se agrupar as disciplinas em dois campos, Biologia geral e
Biologia comparada. A Biologia geral com base em métodos
experimentais, estuda os mecanismos e os processos que governam os
seres vivos. A Biologia comparada estuda a biodiversidade usando o
método comparativo, mais que o experimental, para descobrir padrões
bióticos.

O conhecimento técnico-científico sobre animais, portanto, é adquirido


pelos métodos comparativo e experimental. No primeiro, a finalidade é a
descrição de padrões e no segundo a formulação de conceitos que
tenham ampla aplicação no campo de estudo considerado. Bons
cientistas formulam hipóteses a partir de fatos acumulados, testam suas
teorias, repetem seus experimentos e não hesitam em buscar o parecer
de outros especialistas. Suas descobertas devem ser divulgadas, pois
assim estarão contribuindo para a ampliação do seu campo de
investigação.

De modo geral, pode-se considerar características típicas de animais:

 Eucariontes multicelulares;
 Células sem parede celular, plastídeos e pigmentos;
 Heterotróficos que se alimentam por ingestão e realizam
digestão intracorporal (intracelular ou extracelular, geralmente
em cavidades especializadas);
 Diferenciação celular e, na sua maioria, tecidular;
 Com capacidade locomotora, pelo menos em parte do seu ciclo
de vida;

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 Geralmente com sistema nervoso, que capta informações do


meio e coordena a resposta do organismo, que reage
rapidamente a estímulos;
 Reprodução sexuada na sua grande maioria, com meiose pré-
gamética e em que o gâmeta feminino-óvulo-é geralmente
imóvel e o gâmeta masculino-espermatozóide-é pequenoe
flagelado.

Sumário

A Zoologia é um ramo da Biologia que estuda os animais. Ela engloba


todos os aspectos da biologia animal, inclusive relações entre animais e
ambiente. Com esta definição, tão ampla, estudamos não apenas
morfologia, sistemática e ecologia, mas também o funcionamento dos
animais, constituintes químicos dos tecidos, formação e
desenvolvimento, propriedades e funções celulares. O Homem é um
produto do processo evolutivo, deste modo a aquisição de
conhecimentos sobre os animais é necessária como parte da incessante
busca de compreensão da natureza e da posição que o próprio Homem
nela ocupa. Em primeiro lugar para conhecer a estrutura e o
funcionamento dos mesmos, buscando entender suas relações
evolutivas. E importante, compreender as relações entre animais, destes
com as plantas e com o ambiente para possibilitar a detecção do
equilíbrio e de perturbações naturais.

Buscar soluções para problemas relacionados à saúde dos humanos e


de outros animais pesquisando parasitas, vectores de doenças, inclusive
as que causam destruição de frutos e cereais. Aplicar conhecimentos
adquiridos na produção de alimentos, vestuário e medicamentos. As
indústrias que lidam com animais domésticos, a pesca comercial, a
apicultura e o comércio de peles criam um mercado de trabalho para
inúmeras pessoas. Em Biologia costuma-se agrupar as disciplinas em
dois campos, Biologia geral e Biologia comparada. A Biologia geral com
base em métodos experimentais, estuda os mecanismos e os processos
que governam os seres vivos. A Biologia comparada estuda a
biodiversidade usando o método comparativo, mais que o experimental,
para descobrir padrões bióticos. O conhecimento técnico-científico sobre

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animais, portanto, é adquirido pelos métodos comparativo e


experimental.

1. Como podes definir a Zoologia?


R: Ramo da Biologia que estuda os animais.

2. Quais são as quatro questões importantes a responder


sobre o estudo da zoologia?
R: O que é Zoologia? Por que estudar os animais? Para que
estudar os animais? Como estudar os animais?

Exercícios
3. Descreve os aspectos englobados no estudo da zoologia.
R: Engloba todos os aspectos da biologia animal, inclusive
relações entre animais e ambiente.

4. Quais são as subdivisões da zoologia experimental?


R: Genética, morfologia experimental e embriologia.

5. À medida em que a especialização aumenta, ramos de


estudo tornam-se mais e mais restritos. Argumente dando
exemplo.
R: Celenterologia - estudo dos cnidários; entomologia - estudo
dos insectos, que subdivide-se em sistemática e entomologia
econômica; mastozoologia- estudo dos mamíferos e assim por
diante.

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Unidade 05

Tema: Importância da Zoologia

Introdução

Caro estudante, seja bem vindo a unidade sobre a importância da


zoologia. É importante ter em conta que a zoologia como ciência que
estuda os animais reveste-se de grande importância para o Homem.
Pois nela, o Homem estuda os aspectos morfo-fisiológicos dos animais
de modo a compreender e interpretar os fenómenos da vida.

Portanto, o prezado estudante, esta convidado para a discussão


participativa sobre a zoologia geral.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a importância da zoologia;


 Explicar importância da zoologia;
 Comprrender importância da zoologia
Objectivos  Reconhecer a importância da zoologia para Homem.

Importância da Zoologia

A zoologia, além de ser uma ciência com peso específico dentro da


biologia, reveste-se de grande importância para o Homem em muitas
outras áreas, da economia à cultura. No campo da medicina e da saúde,
são numerosos os produtos e substâncias de origem animal descobertos
pelas pesquisas zoológicas que se revelaram de extrema utilidade para o
tratamento de enfermidades, fabricação de soros, correcção de

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

deficiências endócrinas etc. e que incluem desde hormônios até venenos


extraídos de serpentes.

A experimentação com animais com objectivos médicos e


farmacológicos (testes de vacinas, remédios etc.) é amplamente
difundida. Outra aplicação de grande importância constituem os estudos
parasitológicos e epidemiológicos, estes últimos no que se refere à
transmissão e veiculação de agentes patogênicos por alguns animais.
Na agropecuária, o conhecimento proporcionado pela zoologia sobre as
pragas da lavoura, sua biologia, ciclos vitais, inimigos naturais etc.
fornece a base para erradicá-las.

Igualmente úteis são as pesquisas sobre os insectos e aves


polinizadoras, as espécies benéficas para os campos, a influência de
muitos animais na melhoria da estrutura dos solos e as possibilidades de
domesticação e aproveitamento de mamíferos herbívoros autóctones em
zonas nas quais o gado doméstico apresenta baixos rendimentos e
provoca graves alterações ecológicas. As aplicações industriais e
científicas dos resultados dos estudos zoológicos são múltiplas e
abrangem uma ampla gama de produtos e substâncias, desde corantes
e tintas (obtidos de cochonilhas, gastrópodes e outros) até gorduras,
espermacete, peles etc.

A reprodução de modelos básicos de muitos animais na fabricação de


máquinas e instrumentos deu origem a uma nova ciência, a biônica.
Também no aspecto cultural, o papel desempenhado pela zoologia não é
nada desenhável. Reservas, jardins zoológicos, aquários e outros
centros e instalações semelhantes desempenham importante função
educadora e divulgadora e contribuem para ampliar a visão intelectual de
uma porção cada vez maior da sociedade para a qual o acesso ao meio
natural é progressivamente mais difícil e esporádico.

Sumário
A zoologia, reveste-se de grande importância para o Homem em muitas
outras áreas, desde as economicas ate as culturais. No campo da
medicina e saúde, são numerosos os produtos e substâncias de origem
animal descobertos pelas pesquisas zoológicas que se revelaram de
extrema utilidade para o fabrico de medicamentos para tratamento de

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enfermidades. A experimentação com animais com objectivos médicos e


farmacológicos (testes de vacinas, remédios etc.) é amplamente
difundida. Na agropecuária, o conhecimento proporcionado pela zoologia
sobre as pragas da lavoura, sua biologia, ciclos vitais, inimigos naturais
etc. fornece a base para erradicá-las.

Igualmente úteis são as pesquisas sobre os insectos e aves


polinizadoras, as espécies benéficas para os campos, a influência de
muitos animais na melhoria da estrutura dos solos e as possibilidades de
domesticação e aproveitamento de mamíferos herbívoros autóctones em
zonas nas quais o gado doméstico apresenta baixos rendimentos e
provoca graves alterações ecológicas. Reservas, jardins zoológicos,
aquários e outros centros e instalações semelhantes desempenham
importante função educadora e divulgadora e contribuem para ampliar a
visão intelectual de uma porção cada vez maior da sociedade para a
qual o acesso ao meio natural é progressivamente mais difícil e
esporádico.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

1. Qual é importância da zoologia na medicina?


R: Na medicina e da saúde, são numerosos os produtos e
substâncias de origem animal descobertos pelas pesquisas
zoológicas que se revelaram de extrema utilidade para o
tratamento de enfermidades, fabricação de soros, correcção de
deficiências endócrinas etc. e que incluem desde hormônios até
venenos extraídos de serpentes.

2. Uma das aplicacoes da zoologia e nos estudos


parasitológicos e epidemiológicos. Comente.
Exercícios
R: Estes últimos no que se refere à transmissão e veiculação de
agentes patogênicos por alguns animais. Na agropecuária, o
conhecimento proporcionado pela zoologia sobre as pragas da
lavoura, sua biologia, ciclos vitais, inimigos naturais etc. fornece a
base para erradicá-las.

3. Quais sao os resultados de estudos zoológicos sobre


aplicação industrial da zoologia?
R: As aplicações industriais e científicas dos resultados dos
estudos zoológicos são múltiplas e abrangem uma ampla gama
de produtos e substâncias, desde corantes e tintas (obtidos de
cochonilhas, gastrópodes e outros) até gorduras, espermacete,
peles etc.

Unidade 06

Tema: Propriedades Gerais dos Seres Vivos

Introdução

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Na natureza os seres vivos sao aqueles que nascem, respiram,


alimentam, crecem, reproduzem e morre. Esse grupo de seres vivos
apresenta um conjunto de propriedades que lhes conferem condicoes
para sua sobrevivencia na natureza.

Portanto, o prezado estudante, esta convidado para a discussão sobre


as propriedades dos seres vivos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar as caracteristicas dos seres vivos;


 Explicar as propriedades gerais dos seres vivos;
 Descrever as propriedades gerais dos seres vivos;
 Descrever as caracteristicas dos seres vivos;
Objectivos
 Caracterizar as célula animal e célula vegetal;
 Explicar as funções dos componentes da célula.

Propriedades Gerais dos Seres Vivos

A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres


são chamados de vivos, outros não. Todos os seres são formados por
matéria. O que distingue um ser vivo de um ser bruto ou não-vivo, em
primeiro lugar, é a composição química. Na Antiguidade, os pensadores
achavam que os seres vivos eram dotados de uma exclusiva e
misteriosa força vital que lhes conferia vida. Hoje não se acredita mais
nisso, pois sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos,
embora peculiar, é constituída por partículas semelhantes às que
formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que regem o
universo não-vivo.

Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre


presentes em grande proporção, como:

 O Carbono (C),
 O Hidrogênio (H),

25
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 O Oxigênio (O) e
 O Nitrogênio (N).

Portanto, esses elementos, junto com vários outros, em menores


quantidades, formam substâncias muito complexas (as substâncias
orgânicas), que constituem os seres vivos. Você é um ser vivo, assim
como uma planta e uma bactéria. A pedra não é viva, nem uma cadeira.
Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica
sendo, portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos
que os diferenciam dos demais seres.

Características dos Seres Vivos

1. Os Seres Vivos São Formados Por Células

Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz
que: todos os seres vivos são constituídos por células. Este enunciado
constitui a chamada Teoria Celular.

A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres


vivos. Em geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao
microscópio. Uma das excepções que se tem, em relação ao tamanho, é
um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica.

A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade


de células e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto,
existem seres vivos formados apenas por uma célula: são os chamados
unicelulares. As bactérias e os protozoários são unicelulares. Apesar de
ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes:

 Membrana Plasmática: É uma película que envolve a célula.


Além de protegê-la, essa película permite a troca de substâncias
entre célula e o exterior. A membrana plasmática desempenha,
assim, uma função importante na nutrição celular.
 Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele
que ficam estruturas (organelos) responsáveis por diversas
funções vitais da célula.

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Imagem: Célula Animal. Fonte: Internet.

 Núcleo: É um corpúsculo geralmente situado no centro da


célula. Nele se localizam os cromossomos (material genético)
responsáveis pela hereditariedade. Sua função é controlar a
reprodução e as atividades da célula. Nos seres mais simples, o
material genético está espalhado no citoplasma. Nesse caso
dizemos que a célula é procarionte. As bactérias são organismos
procariontes. Nos organismos mais complexos, o material
genético está separado do citoplasma pela membrana nuclear (a
carioteca), formando assim um núcleo verdadeiro. Esses
organismos são chamados de eucariontes.

Dentre os organelos celulares mais importantes destacam-se:

 Mitocôndrias: organela responsável pela geração de energia na


célula;
 Ribossoma: organela responsável pela produção das proteínas
utilizadas pela célula, atuando sempre em grupo (polissomo);
 Lisossoma: responsável pela digestão intracelular;
 Carioteca: membrana que cerca o núcleo contendo o material
genético (DNA) em células eucariontes.

As células que constituem o organismo dos seres não são todas iguais.
Raízes, folhas, ossos, pele, músculos etc. têm formas diferentes. Isso
acontece porque as células que formam essas partes são diferentes. Um

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conjunto de células semelhantes que realiza determinada função recebe


o nome de tecido.

Imagem: Célula Eucarióótica Vegetal. Fonte: Internet.

Os organismos vivos são formados por diferentes tipos de tecidos, que


formam a pele, a raiz, o caule, os músculos etc.. Apesar de todos os
animais e vegetais serem formados por células existem diferenças entre
a célula animal e a vegetal.

Vejamos as principais:

 Na célula vegetal a membrana plasmática é envolvida por uma


parede celular. Essa parede é rica em uma substância chamada
celulose. Na célula animal não existe parede celular e,
consequentemente, celulose.
 No interior da célula vegetal existe uma organelo chamada
vacúolo, que ocupa quase todo o interior da célula, e é
preenchida por uma substância aquosa rica em materiais
nutritivos. Nas células animais os vacúolos são extremamente
pequenos.
 No interior da célula vegetal encontram-se organelos
denominadas cloroplastos, estruturas que abrigam no seu
interior a clorofila, um pigmento que tem cor verde, característica
dos vegetais. A clorofila permite que os vegetais façam a
fotossíntese. Além da clorofila, a célula vegetal pode ter outros
tipos de pigmentos de cores variadas. A célula animal não
apresenta cloroplastos.

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2. Os Seres Vivos Possuem Capacidade

De Movimentação
Quando se fala da capacidade de movimentação, refe-se a uma acção
voluntária, que um ser vivo faz por si próprio. Os animais se movimentam
rápida e activamente, nadando, correndo ou voando sendo, portanto,
mais facilmente identificável.

O Movimento facilita os animais a realizarem, algumas tarefas básicas,


como buscar alimentos, se defender e atacar, reproduzir, etc.

Nas plantas a constatação dos movimentos requer uma observação mais


cuidadosa pois ocorre mais lentamente. Por exemplo, se girarmos o vaso
de uma planta que fica perto da janela, suas folhas se moverão
lentamente até ficarem voltadas em direcção à fonte de luz. Essa
movimentação, no entanto, demorará vários dias e chama-se Tropismo

3. Os Seres Vivos Precisam De Alimento

Não se pode conceber a vida sem a presença de energia. Energia é o


"combustível" necessário para que o ser vivo possa realizar suas
funções vitais. Os seres vivos obtêm a energia a partir dos alimentos
orgânicos principalmente açúcares. Os organismos que conseguem
sintetizar esses açúcares são chamados de autótrofos (do grego auto =
por si próprio e trofos = nutrição).

É o que acontece com as plantas, que são capazes de sintetizar esses


açúcares a partir da água e do gás carbônico através de reações
químicas que necessitam de luz, realizando um processo denominado
fotossíntese (do grego foto = luz e synthesis = juntar, agrupar). Por outro
lado, há organismos imcapazes de produzir seu próprio alimento.
Necessitam, então, ingerir vegetais ou outros animais para se
alimentarem. Esses organismos são chamados heterótrofos (do grego
heteros = outro, diferente e trofos = nutrição) e como exemplo temos os
animais.

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Imgem: Cavalo Alimentando-se de Ervas. Fonte: Internet.

Tanto os organismos autótrofos quanto os heterótrofos necessitam retirar


a energia contida nos açúcares, que são degradados em água e gás
carbônico, liberando energia. O conjunto de reações químicas que
acontecem nos seres vivos (quer seja na síntese de substâncias ou na
degradação destas para obtenção de energia) recebe o nome de
metabolismo.

4. Os Seres Vivos Reagem A Estímulos

Todos os seres vivos respondem a estímulos que podem ser físicos ou


químicos, como pôr exemplo, a mudança de temperatura, de
luminosidade, de pressão ou de composição química do ambiente em
que vivem. Alguns poucos vegetais, porém, como a sensitiva (Mimosa
pudica), também chamada de dormideira, e certas plantas carnívoras,
são capazes de retrair suas folhas em poucos segundos quando
tocadas, em uma reação rápida que lembra a de um animal.

Tais plantas produzem reacções químicas muito complexas que


provocam um movimento de “retracção” e “relaxamento” das células,
conferindo estes movimentos. Organismos complexos, como o caso do
ser humano, possuem órgãos sensoriais (olhos, ouvidos etc.) altamente
especializados em receber os estímulos ambientais. Esses órgãos estão
acoplados ao sistema nervoso, que elabora respostas rápidas e
adequadas a cada tipo de estímulo.

Os vegetais também respondem a estímulos, embora mais lentamente


que os animais. As folhas das plantas crescem em direcção à luz; o
caule cresce para o alto, em resposta contrária ao estímulo físico da
gravidade; as raízes crescem em direcção ao centro do planeta, em

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resposta positiva à força da gravidade. Também é conhecido o caso do


girassol, que se movimenta orientado pela direcção da incidência de
raios luminosos do Sol, e as onze-horas, cujas flores permanecem
plenamente abertas apenas perto deste horário. A capacidade de reagir
a estímulos é classificada de acordo com a evolução dos organismos.

No caso dos animais primitivos, diz-se que estes possuem uma


irritabilidade simplificada. Esta irritabilidade é a capacidade de reagir, de
forma inata e mecânica, a um estímulo. Por exemplo, ao encostar uma
paramécia ela terá a reacção de se afastar para o lado oposto. Nos
animais mais evoluídos, pode-se referir à irritabilidade complexa, através
da excitação de um sistema nervoso mais evoluído, que é uma resposta
mais elaborada a um estímulo. Como exemplo de maior
desenvolvimento, temos o Homem, capaz de emitir respostas muito
complexas ao meio que lhe influencia

No caso dos vegetais estas reacções são referidas como tropismos


(crescimento do vegetal orientando-se a favor ou contra estímulos
ambientais, como a força de gravidade), tactismos (orientação espacial
do vegetal em relação à substâncias químicas, como as plantas
parasitas infiltrarem raízes em outras plantas para buscar seiva
elaborada), nastismos (reacção em resposta à organização interna do
vegetal, como o exemplo já citado da planta dormideira) e blastismos
(reacção a estímulos luminosos, como a semente ter fobia ou filia pela
luz para germinação).

5. Os Seres Vivos têm Ciclo de Vida

Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a sua


existência: nascem, respiram, alimentam, crescem, reproduzem, e
morrem. Essas etapas constituem o ciclo vital. Os seres sem vida, não
possuem ciclo vital. Os seres sem vida não crescem, embora às vezes
pareça que isso acontece.

O aumento nas ondulações das areias do deserto, chamadas dunas, não


se trata de crescimento. Na realidade, esse aumento ocorre por causa
da deposição da areia transportada pelo vento. Todos os seres vivos têm
duração limitada.

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6. Os Seres Vivos se Reproduzem

Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar outros


seres semelhantes a si mesmos. É por meio da reprodução que as
espécies se mantêm através dos tempos. É ela que explica porquê, em
condições normais, um ser vivo morre, mas a espécie não desaparece. A
reprodução pode ser considerada a característica essencial da vida.
Entretanto, apesar de sua importância, não é uma função vital, pois o ser
vivo pode viver sem que haja a necessidade de se reproduzir.

A reprodução pode ocorrer de duas formas principais: assexuada (ou


agâmica) e sexuada (ou gâmica).

Imagem: A Esquerda: Capivara com Filhotes. A Direita: Planária se Reproduzindo.


Fonte: Biologia da Vida.

Reprodução assexuada é a reprodução pelo próprio indivíduo, que dá


origem a outros seres iguais a ele. Nessa forma de reprodução não há a
participação de células sexuais para a formação de novos seres. Como
exemplo temos as amebas, certas bactérias, esponjas etc., que se
reproduzem assexuadamente. Observe a figura ao lado, onde uma
planária se reproduz assexuadamente.

Reprodução sexuada é a reprodução onde é necessária a participação


de células sexuais, chamadas gametas. Em geral essas células são
produzidas por seres diferentes, um masculino e outro feminino. Nesse
caso dizemos que esses seres têm sexos separados. Entre os animais
vertebrados, por exemplo, os machos formam espermatozóides e as
fêmeas, óvulos. No entanto, alguns seres vivos possuem a capacidade
de, no mesmo organismo, formarem tanto gametas masculinos quanto
femininos. Esses seres são chamados de hermafroditas. As minhocas,
por exemplo.

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O encontro de gametas denomina-se fecundação e resulta numa célula-


ovo, que se desenvolve para formar um novo ser. Quando a fecundação
ocorre no interior do organismo feminino dizemos que a fecundação é
interna (mamíferos, aves etc.). Quando ocorre no meio externo, dizemos
que a fecundação é externa (a maioria dos peixes, anfíbios etc.). Se os
filhotes nascem direto da mãe dizemos que esta espécie é vivípara; se a
fêmea bota ovos, dizemos que esta espécie é ovípara.

7. Adaptação dos Seres Vivos

O termo adaptação pode ser empregado em vários sentidos. Quando


desenvolvemos actividades físicas, nossa temperatura aumenta. Um dos
mecanismos que o organismo encontra para baixar a temperatura é a
transpiração. Esse tipo de ajustamento é chamado homeostase, que
constitui um tipo de adaptação.

Imagem: Escala de Evolução do Homem. Fonte: Internet

Adaptação também significa a capacidade de um organismo


desenvolver, ao longo de milhares de anos, características que permitem
melhor ajustamento ao ambiente. Esse processo de mudanças que
levam à adaptação chama-se evolução biológica. Os cientistas acreditam
que as girafas, por exemplo, descendem de ancestrais que tinham
pescoços de comprimentos variáveis. Os indivíduos mais altos tinham
mais chance de sobreviver, pois conseguiam alcançar mais facilmente o
alimento. Seus filhos herdaram essas características a transmitiram a
seus descendentes.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Sumário
A terra é habitada por muitos milhões de seres. Alguns desses seres são
chamados de vivos, outros não. Todos os seres são formados por
matéria.

O que distingue um ser vivo de um ser bruto ou não-vivo, em primeiro


lugar, é a composição química.

Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre


presentes em grande proporção, como: o carbono (c), o hidrogênio
(h), o oxigênio (o) e o nitrogênio (n). Portanto, esses elementos, junto
com vários outros, em menores quantidades, formam substâncias muito
complexas (as substâncias orgânicas), que constituem os seres vivos.

As características dos seres vivos são:

1. Os seres vivos são formados por células. Apesar de ser uma


estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes:
membrana plasmática: citoplasma: núcleo: dentre os organelos celulares
mais importantes destacam-se: mitocôndrias, ribossoma, lisossoma .

2. Os seres vivos possuem capacidade de movimentação.

3. Os seres vivos precisam de alimento.

4. Os seres vivos reagem a estímulos.

5. Os seres vivos têm ciclo de vida. Todos os seres vivos passam por
diversas fases durante a sua existência: nascem, respiram, alimentam,
crescem, reproduzem, e morrem.

6. Os seres vivos se reproduzem. A reprodução assexuada é a


reprodução pelo próprio indivíduo, que dá origem a outros seres iguais a
ele. Nessa forma de reprodução não há a participação de células sexuais
para a formação de novos seres. Reprodução sexuada é a reprodução
onde é necessária a participação de células sexuais, chamadas
gâmetas.

7. Adaptação dos seres vivos. Adaptação significa a capacidade de


um organismo desenvolver, ao longo de milhares de anos,
características que permitem melhor ajustamento ao ambiente. Esse

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

processo de mudanças que levam à adaptação chama-se evolução


biológica.

1. Na Antiguidade, qual era a interpretação dos pensadores


sobre os seres vivos?
R: Na Antiguidade, os pensadores achavam que os seres vivos
eram dotados de uma exclusiva e misteriosa força vital que lhes
confiria vida.

a) Diga como e que hoje e interpretado esse facto.


R: Hoje não se acredita mais nisso, pois sabe-se que a matéria
que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por
partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está
Exercícios sujeita às mesmas leis que regem o universo não-vivo.

2. Enumere 3 características dos seres vivos


R: 1. Os seres vivos são formados por células, 2. Os seres vivos
possuem capacidade de movimentação e 3. Os seres vivos
precisam de alimento.

3. Quais sao os organelos celulares mais importantes da


celulas?
R: Mitocôndrias, ribossoma, lisossoma e carioteca

4. Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a


sua existência. Quais sao?
R: Nascem, respiram, alimentam, crescem, reproduzem e
morrem.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 07

Tema: Tecido Epitelial

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


epitelial. Nela iremos destacar aspectos relacionados com a sua
estrutura, função e tipos de tecido epitelial segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido epitelial, uma estrutura que exerce funções imprescindíveis em
particular no revestimento das cavidades e orgãos internos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido epitelial;


 Explicar a estrutura do tecido epitelial;
 Descrever os tipos de tecido epitelial;
 Compreender a estrutura do tecido epitelial;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido epitelial;


 Relacionar a estrutura do tecido epitelial com a sua função.

Tecido Epitelial
Os tecidos epiteliais são formados por células poliédricas justapostas e
com grande coesão devido ao grande número de desmossomas entre
elas, sem irrigação e sem substância intercelular. Formam normalmente
camadas celulares contínuas, ligadas aos outros tecidos por uma matriz
rica em proteínas e polissacarídeos-lamina basal. Por baixo destaca-se,
geralmente uma camada de tecido conjuntivo lâmina própria: contendo
vasos sanguíneos que nutrem o tecido epitelial. Alguns dos epitélios

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apresentam características especiais, que aumentam o seu


desempenho, como microvilosidades, cílios, etc. Este facto leva a que
muitas células epiteliais apresentem polaridade (pólo apical pode
apresentar cílios, por exemplo, ao contrário do pólo basal, virado para a
lamina basal). Existem epitélios ecto, meso e endodérmicos, que, de
acordo com a sua função, podem ser:

 Revestem a superfície externa do animal, formando a epiderme,


e revestem as cavidades internas do tubo digestivo, sistema
respiratório e vasos sanguíneos. Estes tecidos protegem as
estruturas internas do corpo, permitindo as trocas gasosas ou de
nutrientes.

Imagem: Classificação dos iferentes tipos de Epitélio. Fonte: Internet

Dependendo do número de camadas celulares e da forma das células


superficiais, os epitélios de revestimento podem ser:

 Simples: composto por apenas uma camada de células;

 Pavimentoso: células superficiais achatadas ou


escamosas, como nos capilares sanguíneos ou
peritoneu;

 Cúbico: células superficiais altas e em forma de cubo,


como nos tubos uriníferos;

 Prismático: também designado por cilíndrico ou colunar,


apresenta células superficiais altas, como no estômago
ou intestino;

37
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 Estratificado: composto por várias camadas de células, todas


com origem na camada mais profunda-camada basal ou
germinativa;

 Pavimentoso: como na epiderme, cavidades nasal e


bucal;

 Cúbico: como na bexiga;

 Prismático: como na uretra;

Imagem: Epitélio Estratificado Pavimentoso da Pele de um Mamífero. Fonte: Internet

 Pseudo-estratificado: composto por uma única camada de


células, todas directamente assentes na membrana basal, mas
com os núcleos a diferentes alturas, como nas vias respiratórias.

Imagem: Epitélio Pseudo-Estratificado. Fonte: Internet

Epitélios Glandulares

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Este tipo de epitélio deriva dos epitélios de revestimento, onde se


diferenciam células especializadas na produção de substâncias. A
produção dessas células é lançada para o seu exterior, pelo que são
muito ricas em retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi. A
secrecção glandular pode ser de vários tipos, nomeadamente, mucosa
(secrecção espessa), serosa (secrecção fluida), sudoral (suor), sebácea
(gordurosa) ou láctea (leite).

As glândulas podem ser unicelulares ou, a situação mais comum,


multicelulares, sendo classificadas em relação ao local onde o produto
de secrecção é lançado:

 Glândulas Endócrinas: as secrecções designam-se hormonas e


são lançadas directamente nos capilares envolventes, pelo que
não existem canais excrectores;
 Glândulas Exócrinas: secrecções são lançadas para o exterior
por canais excrectores ou ductos, que podem abrir na superfície
do corpo ou na cavidade interna;
 Glândulas Mistas: reúnem simultaneamente características dos
dois tipos anteriores, como as glândulas sexuais e o pâncreas;

Quando se classifica as glândulas pela relação secrecção-célula


produtora, tem-se dois tipos de glândula:

 Glândulas Merócrinas: a secrecção é libertada e a célula


permanece intacta;
 Glândulas Holócrinas: todo o conteúdo da célula sai como
secrecção, como nas glândulas sebáceas;
 Glândulas Apócrinas: parte da célula é libertada juntamente com
a secrecção, como nas glândulas mamárias.

Em relação à forma do canal secrector, tem-se:

 Glândulas Simples: canal secretor é um tubo único;


 Glândulas Compostas: canal secretor é ramificado.

Em relação à localização da parte secrectora tem-se:

 Glândulas Tubulares: todo o tubo secretor produz a secrecção;


 Glândulas Acinosas: a zona basal do tubo secretor é alargada e
apenas nesse local (ácino) se produz a secrecção.

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Neuroepitélios

Compostos por células sensoriais, especializadas na recepção de


estímulos internos e/ou externos, encontrando-se presentes nos olhos,
nariz e língua de vertebrados mas também na epiderme de anelídeos,
por exemplo.

Imagem: Retina Humana, um Neuroepitélio. Fonte: Internet

Sumário
Os tecidos epiteliais são formados por células poliédricas justapostas e
com grande coesão devido ao grande número de desmossomas entre
elas, sem irrigação e sem substância intercelular.

Dependendo do número de camadas celulares e da forma das células


superficiais, os epitélios de revestimento podem ser: simples composto
por apenas uma camada de células (pavimentoso, cúbico e prismático);
estratificado: composto por várias camadas de células; pseudo-
estratificado: composto por uma única camada de células, todas
directamente assentes na membrana basal, mas com os núcleos a
diferentes alturas, como nas vias respiratórias.

Os epitélios glandulares derivam dos epitélios de revestimento, onde se


diferenciam células especializadas na produção de substâncias. As
glândulas podem ser unicelulares ou, a situação mais comum,
multicelulares, sendo classificadas em relação ao local onde o produto
de secrecção é lançado: glândulas endócrinas, glândulas exócrinas e
glândulas mistas. Neuroepitélios, compostos por células sensoriais,

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

especializadas na recepção de estímulos internos e/ou externos,


encontrando-se presentes nos olhos, nariz e língua de vertebrados mas
também na epiderme de anelídeos, por exemplo.

1. Existem epitélios ecto, meso e endodérmicos. Diga quais são


as funções dos epitélios.
R: Revestem a superfície externa do animal, formando a epiderme, e
revestem as cavidades internas do tubo digestivo, sistema respiratório
e vasos sanguíneos. Estes tecidos protegem as estruturas internas do
corpo, permitindo as trocas gasosas ou de nutrientes.

2. Dependendo do número de camadas celulares e da forma das


células superficiais, como sao classicados os epitélios de
revestimento?
R: Simples: composto por apenas uma camada de células;
estratificado: composto por várias camadas de células e pseudo-
estratificado: composto por uma única camada de células.

Exercícios 3. As glândulas podem ser unicelulares ou, a situação mais


comum, multicelulares, sendo classificadas em relação ao local
onde o produto de secrecção é lançado. Explique.
R: Glândulas endócrinas: as secrecções são lançadas directamente
nos capilares envolventes; glândulas exócrinas: secrecções são
lançadas para o exterior por canais excrectores ou ductos, que podem
abrir na superfície do corpo ou na cavidade interna; glândulas mistas:
reúnem simultaneamente características dos dois tipos anteriores,
como as glândulas sexuais e o pâncreas.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 08

Tema: Tecido Conjuntivo

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


conjuntivo. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos
destacar aspectos relacionados com a sua estrutura, função e tipos de
tecido epitelial segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido epitelial, uma estrutura que exerce funções na ligação dos órgãos
uns com os outros e entre os tecidos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido conjuntivo;


 Explicar a estrutura do tecido conjuntivo;
 Descrever os tipos de tecido conjuntivo;
 Compreender a estrutura do tecido conjuntivo;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido conjuntivo;


 Relacionar a estrutura do tecido conjuntivo com a sua função.

Tecido Conjuntivo
Os tecidos conjuntivos são um grupo muito diversificado, embora todos
com origem mesodérmica. As suas células apresentam geralmente
prolongamentos citoplasmáticos finos. Compõem o suporte estrutural e
metabólico para outros tecidos e órgãos. Os tecidos pertencentes a este

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grupo podem diferenciar-se posteriormente, produzindo fibras e


substâncias intercelulares, tornando-se as células menos notórias.

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Outras funções importantes desta categoria de tecidos incluem:

 Armazenamento de substâncias (tecido adiposo, por exemplo);


 mecânica (tecido ósseo);
 Protecção (tecido de cicatrização);
 Defesa imunitária (glóbulos brancos que um dos tipos de células
presentes nestes tecidos).

Todos os tecidos conjuntivos apresentam os mesmos componentes


básicos: células, fibras e substância fundamental ou matriz. Estes
materiais extracelulares são responsáveis pelas propriedades físicas dos
tecidos conjuntivos e a sua presença é a principal característica deste
tipo de tecido.

Tecido Conjuntivo Propriamente Dito

Este é o chamado tecido conjuntivo menos diferenciado, mais genérico,


preenchendo todos os espaços entre os restantes tecidos, logo presente
em todos os órgãos, estabelecendo a ligação entre eles. Permite
igualmente o transporte de metabolitos e participa na defesas do
organismo.

Os seus componentes são:

 Matriz: a substância fundamental é incolor, transparente e


homogéneo, de composição química variada mas onde
abundam as glicoproteínas;
 Células: são de vários tipos e apresentam características
funcionais próprias:
 Fibroblastos: células fixas com prolongamentos irregulares,
responsáveis pela produção e manutenção dos
componentes extracelulares (fibras e matriz) logo com
intensa actividade metabólica. Estas células raramente se
dividem no adulto, a não ser que o tecido seja danificado;
 Fibrócitos: células fusiformes resultantes da diferenciação
dos fibroblastos, quando estes se tornam menos activos na
síntese de outros componentes do tecido;
 Adipócitos: células que armazenam lípidos e regulam a
temperatura corporal;

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 Macrófagos: células de grande dimensão, muito móveis e


com capacidade de fagocitose, desempenhando, por isso,
funções de defesa;
 Mastócitos: células móveis, grandes e globosas, produtoras
de mediadores químicos (como os presentes em reacções
alérgicas), que desempenham funções de defesa;
 Plasmócitos: células móveis mas presentes em pequeno
número, geralmente agrupadas em torno de vasos
sanguíneos, com capacidade de produção de anticorpos;
 Fibras: estruturas proteicas longas e finas, que podem ser de
vários tipos:

 Conjuntivas: também designadas fibras de colagénio devido


á sua composição nesta proteína fibrosa, são as mais
abundantes. Formam feixes de fibras brancas, geralmente
de contorno ondulado, que se cruzam e entrelaçam,
podendo mesmo ramificar-se. Apesar de flexíveis, são muito
resistentes á tracção e transformam-se em gelatina quando
aquecidas a temperaturas elevadas e arrefecidas.
Localizam-se geralmente em tendões e em volta de
músculos ou nervos. Quando estas fibras predominam o
tecido designa-se conjuntivo laxo;
 Reticulares: estas fibras são muito finas e distribuem-se
numa rede, em continuidade com as fibras conjuntivas. São
igualmente formadas por colagénio;
 Elásticas: de tom amarelado, são finas e ramificadas, são
formadas por um tipo diferente de proteína, a elastina. São
responsáveis pela elasticidade do tecido, prendendo a pele
aos músculos subjacentes, por exemplo, nos pulmões e
parede dos vasos sanguíneos. Quando estas fibras
predominam obtém-se o tecido conjuntivo elástico;

Dependendo do predomínio relativo de algum dos componentes


anteriormente referidos, pode-se diferenciar variedades de tecido
conjuntivo propriamente dito:

 Tecido Conjuntivo Laxo: apresenta aproximadamente a mesma


proporção de cada um dos componentes anteriormente referidos;
 Tecido Conjuntivo Mucoso: contém uma maior percentagem de
substância fundamental ou matriz;
 Tecido Conjuntivo Denso: apresenta uma maior quantidade de fibras;

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 Tecido Adiposo: maior quantidade de células, principalmente


adipócitos; etc.

Sumário
Os tecidos conjuntivos são um grupo muito diversificado, embora todos
com origem mesodérmica.
As funções importantes desta categoria de tecidos incluem:
armazenamento de substâncias; mecânica; protecção; defesa imunitária.
Tecido conjuntivo propriamente dito, este é o chamado tecido conjuntivo
menos diferenciado, mais genérico, preenchendo todos os espaços
entre os restantes tecidos, logo presente em todos os órgãos,
estabelecendo a ligação entre eles.

Os seus componentes são: matriz, células (fibroblastos, fibrócitos,


adipócitos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos), fibras (conjuntivas,
reticulares e elásticas.
Dependendo do predomínio relativo de algum dos componentes
anteriormente referidos, pode-se diferenciar variedades de tecido
conjuntivo propriamente dito: tecido conjuntivo laxo, tecido conjuntivo
mucoso, tecido conjuntivo denso e tecido adipose.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

1. Como e que se apresenta as celulas do tecido


conjuntivo?
R: As suas células apresentam geralmente prolongamentos
citoplasmáticos finos. Compõem o suporte estrutural e
metabólico para outros tecidos e órgãos.

2. Quais são as importantes funções do tecido


Exercícios conjuntivo?
R: Armazenamento de substâncias, mecânica, protecção,
defesa imunitária.

3. Mencione os componentes do tecido conjuntivo


propriamente dito.
R: Matriz, células e fibras.

4. Como é que são classificadas as células?


R: Fibroblastos, fibrócitos, adipócitos, macrófagos,
mastócitos e plasmócitos.

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Unidade 09

Tema: Tecido Cartilagíneo

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


conjuntivo. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos
destacar aspectos relacionados com a sua estrutura, função e tipos de
tecido cartilagíneo segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido cartilagíneo, uma estrutura que exerce funções relacionadas com
o tecido cartilagíneo.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido cartilagíneo;


 Explicar a estrutura do tecido cartilagíneo;
 Descrever os tipos de tecido cartilagíneo;
 Compreender a estrutura do tecido cartilagíneo;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido cartilagíneo;


 Relacionar a estrutura do tecido cartilagíneo com a sua função.

Tecido Cartilagíneo

Este tecido contém grande quantidade de substância fundamental ou


matriz, mas numa forma sólida mas flexível, o que lhe confere
elasticidade. A matriz toma então a designação de condrina. A
cartilagem está sempre envolvida pelo pericôndrio, tecido conjuntivo
especializado e que nutre a cartilagem pois, ao contrário do que é

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

habitual em tecidos conjuntivos, não existem vasos sanguíneos nem


tecido nervoso associado.

As células adultas das cartilagens designam-se condrócitos, localizando-


se em cavidades da matriz designadas, por sua vez, condroplastos. Os
condrócitos desenvolvem-se a partir de condroblastos. As fibras das
cartilagens são de colagénio ou elastina, como habitual. O tecido
cartilagíneo é uma etapa de crescimento do tecido ósseo mas também é
um tecido de sustentação por si mesmo, permitindo, igualmente, a
ligação entre os diversos ossos. O crescimento da cartilagem pode ser
feito de duas formas:

 Crescimento Pericondrial: as células da camada interna do


pericôndrio transformam-se em condroblastos;
 Crescimento Intersticial: rara em animais adultos, esta forma de
crescimento da cartilagem ocorre por mitoses dos condrócitos.

Imagem: Cartilagem Hialina envolvida pelo Pericôndrio e notando-se os Condrócitos


alojados nas cavidades (condroplastos ou lacunas). Fonte: Célula e Tecidos

Existem 3 tipos de tecido cartilagíneo:

 Tecido Cartilagíneo Hialino: esta é a cartilagem mais comum e


menos diferenciada, contém fibras de colagénio finas e grande
quantidade de condrina. Ao M.O.C. apresenta uma tonalidade
branco-azulada, translúcida e homogénea. Existe na traqueia,
nariz e reveste as superfícies das articulações e pontas das
costelas nos vertebrados adultos com esqueleto ósseo. Compõe
igualmente a totalidade do esqueleto embrionário dos
vertebrados e dos adultos dos peixes cartilagíneos. Pode tornar-

49
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se impregnada em sais minerais mas nunca se transforma em


osso;

 Tecido Cartilagíneo Elástico: neste tipo de cartilagem as células


estão mais agrupadas e existe grande quantidade de fibras
elásticas amareladas numa rede muito densa. Existe nos
pavilhões auditivos dos mamíferos e nas trompas de Eustáquio;

 Tecido Cartilagíneo Fibroso: contém pouca percentagem de


células e de condrina e é muito rico em fibras, o que a torna a
cartilagem mais resistente dos 3 tipos existentes. Pode ser
encontrada nos discos intervertebrais de mamíferos e outras
articulações sujeitas a grandes esforços.

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Sumário

Este tecido contém grande quantidade de substância fundamental ou


matriz, mas numa forma sólida mas flexível, o que lhe confere
elasticidade. A cartilagem está sempre envolvida pelo pericôndrio, tecido
conjuntivo especializado e que nutre a cartilagem pois, ao contrário do
que é habitual em tecidos conjuntivos, não existem vasos sanguíneos
nem tecido nervoso associado.

As células adultas das cartilagens designam-se condrócitos, localizando-


se em cavidades da matriz designadas, por sua vez, condroplastos. As
fibras das cartilagens são de colagénio ou elastina, Como habitual. O
crescimento da cartilagem pode ser feito de duas formas: crescimento
pericondrial e crescimento intersticial.
Existem 3 tipos de tecido cartilagíneo: tecido cartilagíneo hialino, tecido
cartilagíneo elástico e tecido cartilagíneo fibroso.

1. Como são designam-se as células adultas das


cartilagens e onde se localizam?
R: Designam-se condrócitos, localizando-se em cavidades
da matriz designadas, por sua vez, condroplastos.

2. Quais são as formas de crescimento da cartilagem?


R: Crescimento pericondrial: as células da camada interna
Exercícios do pericôndrio transformam-se em condroblastos e
crescimento intersticial: rara em animais adultos, esta forma
de crescimento da cartilagem ocorre por mitoses dos
condrócitos.

3. Enumere os tipos de tecido cartilagíneo.


R: Tecido cartilagíneo hialino, tecido cartilagíneo e tecido
cartilagíneo fibroso.

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Unidade 10

Tema: Tecido Ósseo

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


ósseo. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos destacar
aspectos relacionados com a sua estrutura, função e tipos de tecido
ósseo segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido ósseo, uma estrutura que exerce funções relacionadas com o
esqueleto dos animais vertebrados.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido ósseo;


 Explicar a estrutura do tecido ósseo;
 Descrever os tipos de tecido ósseo;
 Compreender a estrutura do tecido ósseo;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido ósseo;


 Relacionar a estrutura do tecido ósseo com a sua função.

Tecido Ósseo

No caso deste tipo de tecido conjuntivo, a matriz e a rede densa de fibras


estão impregnadas com sais minerais (principalmente fósforo e cálcio),
formando a chamada matriz óssea ou osseína. Este tecido ocorre
apenas nos peixes ósseos e tetrápodes, diferindo dos esqueletos
calcários de invertebrados.

52
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

As células que compõem o tecido ósseo são de 3 tipos principais:

 Osteoblastos: estas células apenas são activas durante cerca de


8 dias, tempo durante o qual produzem a matriz e as fibras. Após
esse tempo ficam incluídas no tecido ósseo, passando a
designar-se osteócitos;
 Osteócitos: células fusiformes e com numerosos prolongamentos
citoplasmáticos que atravessam canais no osso, ligando as
diversas células entre si e aos vasos sanguíneos que as
alimentam. Cada célula localiza-se numa cavidade na osseína
designada osteoplasto;
 Osteoclastos: estas células apenas vivem cerca de 2 dias, são
grandes e multinucleadas. Apresentam uma zona com
vilosidades que se encontra em contacto com o osso formado, o
qual destroem para retirar fósforo e cálcio.

A unidade estrutural do osso designa-se osteona ou sistema de Havers.


No entanto, esta estrutura não é geral a todos os tipos de ossos, apenas
ocorrendo em ossos longos. No seu centro encontra-se um canal,
designado canal de Havers, por onde passam vasos sanguíneos e
nervos. Dispostas concentricamente em redor do canal de Havers estão
as lamelas ósseas, onde se encontram os osteócitos dentro de
osteoplastos, comunicando entre si por canalículos radiais.

Imagem: A Unidade Estrutural do Tecido Ósseo. Fonte: Células e Tecidos.

Os ossos estão envolvidos por uma membrana dupla designada


perióstio. Esta membrana tem uma camada externa fibrosa, muito rica
em fibroblastos e fibras de colagénio, e uma camada interna

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

osteogénica, contendo células mesenquimatosas percursoras dos


osteoblastos. É a partir da camada externa do perióstio que se fixam os
tendões e os músculos aos ossos. A percentagem de minerais no osso
aumenta com a idade do indivíduo, ao mesmo tempo que diminui a
quantidade de matriz orgânica, o que explica porque os ossos jovens são
resistentes e os velhos são quebradiços.

Existem dois tipos de tecido ósseo:

 Tecido Ósseo Compacto: apresenta poucos espaços e localiza-


se principalmente nas diáfises (zonas centrais ocas que contêm
a medula amarela, rica em gordura) dos ossos longos e recobre
com uma fina camada as epífises. Podem identificar-se
facilmente os sistemas de Havers, que correm longitudinalmente,
unidos por canais radiais que vão desde o perióstio á cavidade
medular. A sua estrutura compacta fornece rigidez e e força ao
osso;

Camada externa de tecido osseo (osso compacto)

 Tecido Ósseo Esponjoso: apresenta grande quantidade de


espaços, onde se localiza a medula óssea vermelha. Neste caso
não há uma organização regular, não podendo identificar-se os
sistemas de Havers. Encontra-se principalmente nas epífises
(zonas terminais ou cabeças) dos ossos longos.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Imagem: Estrutura de um Osso Longo. Fonte: Células e


Tecidos.

O crescimento do osso passa por várias etapas:


 Diferenciação de células mesenquimatosas em osteoblastos;
 Produção da matriz orgânica e transformação dos osteoblastos
em osteócitos;
 Mineralização da matriz orgânica;
 Formação dos osteoclastos.

55
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Directamente relacionada com o crescimento está a ossificação, da qual


existem 3 tipos diferentes:

 Ossificação Membranosa: ocorre nos ossos planos (crânio, por


exemplo), em que células mesenquimatosas se transformam em
osteoblastos, no seio de tecido conjuntivo vulgar. A matriz
orgânica por eles formada vai, posteriormente, sofrer a
calcificação em lamelas paralelas á superfície do osso;
 Ossificação Endocondrial: ocorre nos ossos longos, a partir de
células do pericôndrio que envolve uma cartilagem "molde", as
quais se transformam em osteoblastos;
 Ossificação Ectópica: decorre a partir de células
mesenquimatosas existentes em qualquer local do corpo, em
tecidos conjuntivos.
Os ossos podem ainda classificar-se em longos, curtos e chatos

Sumário
No caso deste tipo de tecido conjuntivo, a matriz e a rede densa de fibras
estão impregnadas com sais minerais (principalmente fósforo e cálcio),

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formando a chamada matriz óssea ou osseína. Este tecido ocorre


apenas nos peixes ósseos e tetrápodes, diferindo dos esqueletos
calcários de invertebrados.

As células que compõem o tecido ósseo são de 3 tipos principais:


osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. No seu centro encontra-se um
canal, designado canal de Havers, por onde passam vasos sanguíneos e
nervos. Dispostas concentricamente em redor do canal de Havers estão
as lamelas ósseas, onde se encontram os osteócitos dentro de
osteoplastos, comunicando entre si por canalículos radiais.

Os ossos estão envolvidos por uma membrana dupla designada


perióstio. Esta membrana tem uma camada externa fibrosa, muito rica
em fibroblastos e fibras de colagénio, e uma camada interna
osteogénica, contendo células mesenquimatosas percursoras dos
osteoblastos. Existem dois tipos de tecido ósseo: tecido ósseo compacto
e tecido ósseo esponjoso. O crescimento do osso passa por várias
etapas: diferenciação de células mesenquimatosas em osteoblastos;
produção da matriz orgânica e transformação dos osteoblastos em
osteócitos; mineralização da matriz orgânica e formação dos
osteoclastos. Directamente relacionada com o crescimento está a
ossificação, da qual existem 3 tipos diferentes: ossificação membranosa ,
ossificação endocondrial e ossificação ectópica

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1. Como é que se chamam as células que compõem o


tecido ósseo.
R: Osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.

2. Quais são os tipos de tecido ósseo?


R: Tecido ósseo compacto e tecido ósseo esponjoso.

Exercícios 3. Mencione as várias etapas do crescimento do osso


R: Diferenciação de células mesenquimatosas em
osteoblastos; Produção da matriz orgânica e transformação
dos osteoblastos em osteócitos; Mineralização da matriz
orgânica; Formação dos osteoclastos.

4. Directamente relacionada com o crescimento está a


ossificação, da qual existem 3 tipos diferentes. Diga
quais são.
R: Ossificação membranosa, ossificação endocondrial e
ossificação ectópica.

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Unidade 11

Tema: Tecido Muscular

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


muscular. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos
destacar aspectos relacionados com a sua estrutura, função do tecido
muscular segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido muscular, uma estrutura que exerce funções relacionadas com o
revestimento dos ossos do esqueleto dos animais.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido muscular;


 Explicar a estrutura do tecido muscular;
 Descrever os tipos de tecido muscular;
 Compreender a estrutura do tecido muscular;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido muscular;


 Relacionar a estrutura do tecido muscular com a sua função.

Tecido Muscular

Os animais dependem de sistemas de músculos para o movimento, que


sao controlados pelo sistema de nervos. Proteínas contrácteis existem
em todo o reino Animalia, fornecendo o movimento aos flagelos, cílios,
músculos e até a cromossomas durante a divisão nuclear. Parecem
igualmente fundamentais nos movimentos amebóides. Os músculos
compõem 80% do peso corporal de um animal vertebrado e estão

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intimamente associados a sistemas esqueléticos, que convertem a


contracção muscular em movimento efectivo.

Isto é feito de modo bastante simples, cirando uma tensão ao longo do


eixo principal das células, levando ao seu encurtamento-contracção. Em
vertebrados os músculos encontram-se quase sempre em arranjos
antagonísticos, em volta de articulações. A ligação dos músculos aos
ossos pode ser directa ou através de tendões (cordões resistentes de
tecido conjuntivo).Assim, este grupo de tecidos permite os movimentos
corporais no seu todo, sejam eles de ossos, contracções de órgãos ocos
ou do coração, e todos têm origem mesodérmica.

No entanto, os músculos têm mais funções que apenas o controlo do


movimento, como por exemplo:

 Controlo da temperatura - a contracção muscular produz grande


quantidade de calor;
 Distribuição correcta do peso do corpo;
 Manutenção dos contornos corporais;
 Protecção dos órgãos viscerais(orgaos internos)

Dada a sua elevada especialização na contractibilidade e forma


alongada, as células musculares designam-se fibras. Os organitos
celulares também apresentam nomes especiais, como seja, sarcolema
(membrana citoplasmática), sarcoplasma (citoplasma), sarcossoma
(mitocôndria), retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático). A
capacidade de contracção deve-se á presença no sarcoplasma de
filamentos proteicos designados miofibrilhas, cujo deslizar provoca a
variação de tamanho das fibras que é a base do fenómeno de
contracção.

Em resposta a um estímulo nervoso, as fibras musculares contraem-se,


retomando posteriormente a sua posição original. Devido às suas
características morfológicas e funcionais, consideram-se três tipos de
tecidos musculares: Esqueletico,cardíaco e liso.

Tecido Muscular Esquelético

Associado ao endosqueleto, que faz mover voluntariamente, este tecido


muscular faz igualmente parte de órgãos como a língua ou do globo
ocular. Os músculos esqueléticos são formados por uma variedade de
tecidos (conjuntivo dos tendões e ligamentos e das bainhas do epi, peri e
endomísio, sanguíneo e nervoso), além do muscular. Os músculos

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esqueléticos estão rodeados por um espesso invólucro de tecido


conjuntivo designado epimísio, o qual é contínuo com os tendões e
ligamentos. As fibras musculares desses músculos estão geralmente
organizadas em fascículos ou feixes, cada um envolvido pelo mesmo
tipo de tecido conjuntivo mas agora designado perimísio. Este ainda se
divide mais, rodeando cada fibra muscular individualmente, directamente
em contacto com o sarcolema, passando a designar-se endomísio.

Imagem: Relação do Músculo Esquelético com os Ossos e Tecidos Conjuntivos


Fibrosos dos Tendões. Fonte: Atlas de Histologia.

Esta complexa rede de tecido conjuntivo fibroso garante ao músculo a


sua forma e resistência, permitindo-lhe transmitir a sua força ao ponto de
inserção no osso. As fibras são cilíndricas e longas (podem por vezes
atingir todo o comprimento do músculo, ou seja, até 30 centímetros) e
com numerosos núcleos localizados na periferia da célula. O
sarcoplasma apresenta elevado número de sarcossomas e retículo
sarcoplasmático, fundamentais na contracção pois é necessária energia
e grandes quantidades de cálcio, transportado pelo retículo. No
sarcoplasma existe, ainda, grande quantidade de filamentos proteicos de
actina (filamentos finos) e miosina (filamentos grossos), o que confere á
fibra um aspecto estriado transversalmente.

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Imagem: Estrutura de uma Fibra Muscular Esquelética. Fonte: Atlas de Histologia.

Tecido Muscular Cardíaco

Este tecido forma a parte contráctil da parede do coração (miocárdio) e


apresenta simultaneamente características semelhantes ás do músculo
esquelético e liso. As fibras são relativamente longas e estriadas. A
contracção é rápida e vigorosa, consumindo grande quantidade de
energia, mas involuntária e rítmica. As células apresentam um único
núcleo central. São ramificadas em Y e unem-se a outras
longitudinalmente através de discos intercalares. Entre as fibras existe
tecido conjuntivo muito irrigado, necessário devido á elevada taxa
metabólica deste músculo. O músculo cardíaco apresenta um longo
período refractário, ou seja, após uma contracção não se consegue
contrair durante um certo tempo, o que o impede de se fatigar (esgotar o
ATP presente) como acontece com o músculo esquelético.

Imagem: Tecido Muscular Cardíaco. Fonte: Atlas de Histologia.

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Tecido Muscular Liso

Este tecido forma a componente muscular das estruturas ocas (vasos


sanguíneos, tubo digestivo, sistema reprodutor, glândulas, pele,
etc.). Dado que está sob controlo dos sistemas hormonal e nervoso
autónomo é involuntário, especializa-se em contracções lentas e de
longa duração. As fibras são pequenas, fusiformes e com um único
núcleo central. As fibras contêm actina e miosina (fibrilhas contrácteis)
mas não organizadas, pelo que não apresentam estriação transversal,
donde deriva o seu nome. Este tipo de célula parece estar mais
relacionada com o tipo de mecanismo de contracção presente em
protozoários e células mitóticas.

A inervação deste tipo de músculo é bem diferente da que existe nos


músculos esqueléticos, não se formando placas motoras. O
neurotransmissor é libertado ao longo do músculo, difundindo-se a
longas distâncias. Os receptores membranares estão dispersos no
sarcolema e o retículo sarcoplasmático é reduzido pois estas células são
muito menores que as células estriadas, apresentando elevada razão
área/volume. Assim, os movimentos de cálcio podem ser realizados
eficientemente com o meio. Como não apresenta vasos sanguíneos,
este tecido é nutrido pelo tecido conjuntivo adjacente.

Imagem: Músculo Liso. Fonte: Atlas de Histologia

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Sumário

Os animais dependem de sistemas de músculos para o movimento, que


sao controlados pelo sistema de nervos. Proteínas contrácteis existem
em todo o reino Animalia, fornecendo o movimento aos flagelos, cílios,
músculos e até a cromossomas durante a divisão nuclear. Assim, este
grupo de tecidos permite os movimentos corporais no seu todo, sejam
eles de ossos, contracções de órgãos ocos ou do coração, e todos têm
origem mesodérmica.
No entanto, os músculos têm mais funções que apenas o controlo do
movimento, como por exemplo: controlo da temperatura-a contracção
muscular produz grande quantidade de calor; distribuição correcta do
peso do corpo; manutenção dos contornos corporais; protecção dos
órgãos viscerais.

A capacidade de contracção deve-se á presença no sarcoplasma de


filamentos proteicos designados miofibrilhas, cujo deslizar provoca a
variação de tamanho das fibras que é a base do fenómeno de
contracção. Em resposta a um estímulo nervoso, as fibras musculares
contraem-se, retomando posteriormente a sua posição original.

Devido às suas características morfológicas e funcionais, consideram-se


três tipos de tecidos musculares: tecido muscular esqueléticotecido
muscular cardíacotecido muscular liso.

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1. Proteínas contrácteis existem em todo o reino


Animalia. Comente sobre a importância destas nos
movimentos dos animais.
R: Fornecendo o movimento aos flagelos, cílios, músculos e
até a cromossomas durante a divisão nuclear. Parecem
igualmente fundamentais nos movimentos amebóides. Os
músculos compõem 80% do peso corporal de um animal
vertebrado e estão intimamente associados a sistemas
esqueléticos, que convertem a contracção muscular em
movimento efectivo”.
Exercícios
2. Quais são as funções dos músculos?
R: Controlo da temperatura - a contracção muscular produz
grande quantidade de calor; distribuição correcta do peso
do corpo; manutenção dos contornos corporais; protecção
dos órgãos viscerais.

3. Devido às suas características morfológicas e


funcionais, consideram-se três tipos de tecidos
musculares. Enumere-os.
R: Tecido muscular esquelético, tecido muscular cardíaco e
tecido muscular liso.

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Unidade 12

Tema: Tecido Nervoso

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


nervoso. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos destacar
aspectos relacionados com a sua estrutura, função do tecido nervoso
segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido muscular, uma estrutura que exerce funções relacionadas com o
equilíbrio do organismo sob influência de vários factores..

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido nervoso;


 Explicar a estrutura do tecido nervoso;
 Descrever os tipos de tecido nervoso;
 Compreender a estrutura do tecido nervoso;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido nervoso;


 Relacionar a estrutura do tecido nervoso com a sua função.

Tecido Nervoso
Tecido fundamental na coordenação de todos os restantes, bem como
na descodificação dos estímulos externos e internos, é formado, quase
na totalidade, por células altamente especializadas designadas
neurónios.

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Num animal grande, os neurónios podem atingir mais de 1 metro de


comprimento. Existem também no tecido nervoso células cuja função é
apenas de suporte físico e nutritivo dos neurónios, no seu conjunto
designadas neuróglia ou células da glia (do grego glia = cola), e por
numerosos vasos sanguíneos. Todo este conjunto é banhado por um
líquido intersticial ou cefalorraquidiano.

Estas células não geram nem conduzem impulsos nervosos mas


comunicam entre si através de "gap junctions". As células da glia são
mais numerosas que os próprios neurónios (numa razão de 3:1) e
podem apresentar diversas formas (embora de modo geral sejam
menores que os neurónios) e funções:

 Suporte físico dos neurónios, orientando-os e ajudando-os a


estabelecer as ligações correctas entre si, especialmente
importante durante o desenvolvimento embrionário - astrócitos;
 Isolamento eléctrico dos neurónios, ou de parte deles, com
mielina, dando-lhes uma coloração branca - células de schwann
no sistema nervoso periférico ou oligodendrócitos ou no sistema
nervoso central de vertebrados;
 Fornecimento de nutrientes aos neurónios;
 Fagocitose de partículas celulares e detritos em volta dos
neurónios - micróglia;
 Parte importante da barreira sangue-cérebro, que protege o
cérebro da entrada de substâncias tóxicas transportadas pelo
sangue - astrócitos;
 Manutenção das condições iónicas adequadas aos neurónios -
astrócitos.
Os astrócitos apenas existem no sistema nervoso central (S.N.C.) e
apresentam prolongamentos elaborados, que lhes conferem um aspecto
estrelado. Os oligodendrócitos também estão restritos ao S.N.C. e
formam uma cobertura laminada designada mielina em volta de alguns
tipos de axónios. A mesma função, mas fora do S.N.C., é feita pelas
células de Schwann. As células da micróglia, cujo nome deriva do seu
reduzido tamanho, formam-se a partir da medula hematopoiética e
compartilham características com os macrófagos encontrados nos
tecidos corporais. Consideram-se, portanto, células fundamentais na
reacção a danos no tecido nervoso.

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Imagem: Células do Tecido Nervosa: Neuróneos. Fonte: Atlas de Histologia

Os neurónios apresentam formas muito diversas nos diversos animais e


nas diversas partes do sistema nervoso de um mesmo animal, embora
existam partes fundamentais, comuns a todos. Assim, os neurónios
podem ser divididos em duas zonas principais:

 Corpo Celular: de grandes dimensões, contém um núcleo e


numerosos organitos pois é muito activo na síntese de moléculas
químicas designadas neurotransmissores. Não existem
centríolos pois após a sua diferenciação o neurónio raramente
se divide. Um conjunto de corpos celulares, quando localizados
fora do sistema nervoso central, designa-se gânglio;
 Prolongamentos Celulares: é por estes prolongamentos que os
neurónios se ligam a outros, podendo atingir os 10000 pontos de
contacto. Existem dois tipos de prolongamentos:
 Dendrites: (do grego dendron = árvore) geralmente numerosas
e especializadas em conduzir o estímulo nervoso ao corpo
celular, sendo, portanto, locais de entrada de sinal nos
neurónios;
 Axónio: geralmente único por neurónio, está especializado na
condução do estímulo a partir do corpo celular, ou seja, são
locais de saída de sinal do neurónio. Cada axónio apresenta
ramificações terminais designadas telodentrites, que se ligam,
por sua vez, a outros neurónios ou a células musculares
através de sinapses. Podem ser espantosamente longos,
como os que ligam a medula espinal aos dedos dos pés num
ser humano. Um conjunto de axónios rodeados por tecido
conjuntivo designa-se nervo. Os axónios podem ser envolvidos

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por células da glia-células de Schwann ou oligodendrócitos.


Assim, podem-se encontrar:

Imagem: Estrutura de um Neurónio Típico. Fonte: Atlas de Histologia.

o Axónios Mielinizados: de aspecto branco devido a uma


bainha isolante lipídica de mielina produzida pelas
células de Schwann. Esta bainha apenas é interrompida
nos nódulos de Ranvier que separam duas células de
Schwann contíguas. A bainha de mielina parece
igualmente importante na reparação de neurónios
lesados. Estes axónios predominam no S.N.C. e são
extremamente rápidos na condução do sinal nervoso;
o Axónios Amielinizados - de aspecto cinzento, pois as
células de Schwann não produzem mielina, predominam
no S.N. autónomo de vertebrados e são mais lentos na
condução do sinal nervoso. Este tipo de axónio é comum
nos invertebrados.

Os neurônios podem ser divididos em três tipos:

 Neurônios Receptores: São os neurônios encarregados de


captarem informações diretamente das células sensoriais, como
aquelas que compôem a retina (olho), o ouvido, tato, a língua,
etc. Essa captação é feita utilizando os dendritos.
 Neurônios de Conexão ou Mistos: Fazem a conexão entre
dois neurônios. Recebe informação pelo dendrito, e a repassa à
célula nervosa seguinte usando o axônio. Esse tipo é o mais
encontrado nos sistemas nervosos animais;

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 Neurônios Efectores: São os neurônios que recebem as


informações do cérebro (as respostas aos estímulos captados
pelos neurônios receptores) e as repassam para os músculos,
glândulas, etc.

Por exemplo: Ao encostar com a ponta do dedo em uma agulha, as


células sensoriais presentes na pele do dedo captarão essa “espetada”,
e transmitirá essa informação para o cérebro, utilizando-se dos
neurônios receptores e de conexão. O cérebro irá processar a
informação e irá dar uma ordem para que o músculo responsável pelo
dedo se contraia, a fim de eliminar o perigo de ser perfurado. Essa última
parte é feita pelos neurônios efectores.

Nervos

Os nervos são vários agrupamentos de feixes de axônios e dendritos.


Em torno dos axônios existem a bainha de mielina, coberta pela bainha
de Schwann e ainda outra camada de tecido conjuntivo chamada de
endoneuro. Esses feixes são envolvidos por outra camada de tecido
conjuntivo, chamada de perineuro. Vários feixes paralelos formam o
nervo.

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O nervo, por sua vez, é coberto pelo epineuro, também de células


conjuntivas. Podem ser chamados de Nervos Cranianos quando partem
diretamente de algum órgão nervoso da cabeça (cérebro, cerebelo), e de
Raquidianos quando iniciam na medula espinhal.

Sumário

Este tecido é fundamental na coordenação de todos os restantes, bem


como na descodificação dos estímulos externos e internos,
É formado, quase na totalidade, por células altamente
especializadas designadas neurónios. As células da glia são mais
numerosas que os próprios neurónios e podem apresentar diversas
formas e funções: suporte físico dos neurónios Isolamento eléctrico dos
neurónios, Fornecimento de nutrientes aos neurónios; fagocitose, parte
importante da barreira sangue-cérebro.

Os neurónios podem ser divididos em duas zonas principais: corpo


celular e prolongamentos Celulares(dendrites e axónio). Os neurônios
podem ser divididos em três tipos: neurônios receptores, neurônios de
conexão ou mistos e neurônios efectores. Os nervos são vários
agrupamentos de feixes de axônios e dendritos. Em torno dos axônios

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existem a bainha de mielina, coberta pela bainha de Schwann e ainda


outra camada de tecido conjuntivo chamada de endoneuro. O nervo, é
coberto pelo epineuro. Podem ser chamados de nervos cranianos
quando partem diretamente de algum órgão nervoso da cabeça (cérebro,
cerebelo), e de raquidianos quando iniciam na medula espinhal.

1. As células da glia são parte das células do sistema


nervoso e podem apresentar diversas formas e
funções. Enumere as suas funções.
R: Suporte físico dos neurónios, isolamento eléctrico dos
neurónios, fornecimento de nutrientes aos neurónios,
fagocitose, parte importante da barreira sangue-cérebro e
manutenção das condições iónicas adequadas aos
neurónios - astrócitos.
2. Os neurónios podem ser divididos em duas zonas
principais. Diga quais são.
Exercícios R: Corpo celular e prolongamentos celulares.
3. Quais são as funções dos dendrites e axónio?
R: Dendrites conduzir o estímulo nervoso ao corpo celular,
sendo, portanto, locais de entrada de sinal nos neurónios e
Axónio está especializado na condução do estímulo a partir
do corpo celular, ou seja, são locais de saída de sinal do
neurónio.
4. Quais ostipos de neurônios estudou?
R: Neurônios receptores, neurônios de conexão ou mistos e
neurônios efectores.

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Unidade 13

Tema: Tecido Sanguíneo

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com o tecido


ósseo. Portanto, tal como fizemos na unidade anterior, iremos destacar
aspectos relacionados com a sua estrutura, função do tecido sanguíneo
segundo alguns critérios.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa sobre o


tecido sanguíneo, uma estrutura que exerce funções relacionadas com o
transporte de sangue e nutrientes.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o tecido sanguíneo;


 Explicar a estrutura do tecido sanguíneo;
 Descrever os tipos de tecido sanguíneo;
 Compreender a estrutura do tecido sanguíneo;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos do tecido sanguíneo;


 Relacionar a estrutura do tecido sanguíneo com a sua função.

Tecido Sanguíneo

O sangue é um tecido com características peculiares, um conjunto de


células suspensas no plasma, ou seja, neste caso a matriz é líquida. A

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medula vermelha é o local de formação das células sanguíneas, ocupa


a cavidade dos ossos esponjosos e é conhecida popularmente por
tutano.

Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os


elementos figurados do sangue glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (
hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.

Imagem: Formação dos Diversos tipos Celulares do Sangue. Fonte: Internet

Os componentes principais do sangue são:

 Plasma: essencialmente uma solução aquosa de proteínas,


glicose, hormonas e sais. Nos vertebrados é uma solução incolor
mas pode ser azulado ou vermelho em alguns invertebrados por
conter pigmentos respiratórios em solução (hemocianina ou
hemoglobina, respectivamente);
 Glóbulos Vermelhos: nos mamíferos são células redondas,
bicôncavas, anucleadas e contendo hemoglobina, o pigmento
responsável pelo transporte dos gases respiratórios. Nos
restantes vertebrados, no entanto, são células nucleadas,
biconvexas e ovais.
 Glóbulos Brancos: células nucleadas de vários tipos,
responsáveis pela defesa imunitária e presentes em todos os
animais quecontenham líquidos circulantes:

o Granulares: células com núcleo multilobado e grânulos


citoplasmáticos específicos que permite identifica-los:

74
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 Basófilos: células produtoras de mediadores


químicos de reacções inflamatórias;
 Eosinófilos: células que participam na modulação de
processos inflamatórios;
 Neutrófilos: células muito activas que "patrulham" o
corpo, fagocitando bactérias e outros corpos
estranhos;

o Agranulares: células com núcleo grande, mais ou menos


esférico ou em forma de rim, e sem grânulos ncitoplasma;

 Linfócitos: existem dois tipos destas células, os


linfócitos B e T, que produzem imunoglobulinas e
matam células infectadas por vírus,
respectivamente;
 Monócitos: realizam a fagocitose de protozoários,
vírus e células em degenerescência, tendo a
capacidade de abandonar os vasos sanguíneos-
diapedese;

 Plaquetas: corpúsculos celulares anucleados e muito pequenos,


responsáveis pela coagulação do sangue.

Imagem: Alguns tipos de Glóbulos Brancos, no meio de Glóbulos Vermelhos (MOC).


Fonte: Internet

Sumário

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

O sangue é um tecido com características peculiares, um conjunto de


células suspensas no plasma, ou seja, neste caso a matriz é líquida. A
medula vermelha é o local de formação das células sanguíneas, ocupa
a cavidade dos ossos esponjosos e é conhecida popularmente por
tutano.

Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os


elementos figurados do sangue glóbulos brancos, glóbulos vermelhos
(hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.

Os componentes principais do sangue são: plasma, glóbulos vermelhos


e glóbulos brancos. Os glóbulos brancos tem células nucleadas de vários
tipos: granulares (basófilos, eosinófilos, neutrófilos); agranulares
(linfócitos e monócitos) e plaquetas.

1. Quais são componentes principais do sangue?


R: Plasma, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos.

2. Distinga dois a sua escolha.


R: Glóbulos vermelhos: nos mamíferos são células
redondas, bicôncavas, anucleadas e contendo
hemoglobina, o pigmento responsável pelo transporte dos
gases respiratórios. Nos restantes vertebrados, no entanto,
Exercícios são células nucleadas, biconvexas e ovais enquanto que os
glóbulos brancos: células nucleadas de vários tipos,
responsáveis pela defesa imunitária e presentes em todos
os animais quecontenham líquidos circulantes.

3. Explique as funçoes de glóbulos brancos granulares.


R: Basófilos: células produtoras de mediadores químicos de
reacções inflamatórias; Eosinófilos: células que participam
na modulação de processos inflamatórios; Neutrófilos:
células muito activas que "patrulham" o corpo, fagocitando
bactérias e outros corpos estranhos.

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Unidade 14

Tema: Reprodução e Desenvolvimento


dos Animais

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com a reprodução


e desenvolvimento dos animais. Portanto, tal como fizemos na unidade
anterior, iremos destacar aspectos relacionados com os tipos de
reprodução e o desenvolvimento dos animais.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa o tema


proposto nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Explicar o desenvolvimento dos animais;


 Descrever o desenvolvimento dos animais;
 Compreender o desenvolvimento dos animais;
 Caracterizar os tipos de reprodução nos animais;
Objectivos
 Fazer esquemas ilustrativos sobre o desenvolvimento dos animais.

Reprodução e Desenvolvimento
dos Animais
Os mecanismos que operam os diversos sistemas de órgãos dos
animais reflectem uma eficaz adaptação ao meio, bem como uma
progressiva complexificação estrutural e funcional. Deste modo, o estudo
dos diversos sistemas de órgãos contribui para um correcto
conhecimento dos diversos filos de animais.

77
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Tudo se inicia com o ovo, ou zigoto, célula que contém toda a


informação genética do novo ser. Desde a primeira divisão do ovo,
ocorre um conjunto de processos que culminam com a maturidade do
organismo-ontogénese-cujos sistemas estão totalmente formados e
funcionais.
A parte do desenvolvimento que decorre desde a fecundação e formação
do zigoto até ao nascimento designa-se embriogénese, e é por aí que se
iniciará este estudo da estrutura do organismo animal.
Após a embriogénese ocorre o nascimento, o período juvenil e, por
último, a fase adulta, quando o animal tem capacidade de se reproduzir.

Embriogénese em Vertebrados

O desenvolvimento animal é um processo contínuo, iniciando-se no


zigoto e tendo no nascimento um ponto marcante.
Quando os animais, ao nascer, diferem significativamente dos adultos
considera-se que estes apresentam um desenvolvimento indirecto,
passando por metamorfoses. Se, pelo contrário, o animal ao nascer,
apresenta mais ou menos a forma definitiva considera-se este um
desenvolvimento directo.

A embriogénese dos vertebrados revela uma progressiva adaptação ao


meio terrestre: anfíbios estabelecem a transição do meio aquático para o
terrestre, com desenvolvimento aquático, rápido e com
metamorfoses. Nas aves os ovos são extremamente ricos em vitelo e
protegidos por uma casca, enquanto nos mamíferos as reservas são
reduzidas pois o desenvolvimento ocorre quase sempre no interior da
fêmea, que fornece todas as necessidades da nova vida em
desenvolvimento.

78
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Durante o desenvolvimento animal, em geral, ocorrem três fenómenos


principais, não em sequência mas inter-relacionados de tal modo que
cada um deles pode dominar uma parte do desenvolvimento:

 Divisões Celulares: embora existam durante todo o


desenvolvimento, ocorrem em muito maior número no
desenvolvimento embrionário. Este processo, realizado por
mitoses sucessivas, permite obter um elevado número de células
com o mesmo património genético original do zigoto;

 Morfogénese: movimentos celulares em grande escala,


originando os principais folhetos germinativos (ectoderme,
mesoderme e endoderme);

 Organogénese: a partir de células indiferenciadas dos folhetos


germinativos vai ocorrer a diferenciação, formando-se tecidos.
Estes vão-se inter-relacionar e formar órgãos e sistemas de

79
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órgãos.

Sumário
Os mecanismos que operam os diversos sistemas de órgãos dos
animais reflectem uma eficaz adaptação ao meio, bem como uma
progressiva complexificação estrutural e funcional.
Deste modo, o estudo dos diversos sistemas de órgãos contribui para
um correcto conhecimento dos diversos filos de animais. Tudo se inicia
com o ovo, ou zigoto, célula que contém toda a informação genética do
novo ser. A parte do desenvolvimento que decorre desde a fecundação
e formação do zigoto até ao nascimento designa-se embriogénese.

Quando os animais, ao nascer, diferem significativamente dos adultos


considera-se que estes apresentam um desenvolvimento indirecto. Se,
pelo contrário, o animal ao nascer, apresenta mais ou menos a forma
definitiva considera-se este um desenvolvimento directo.
A embriogénese dos vertebrados revela uma progressiva adaptação ao
meio terrestre: anfíbios estabelecem a transição do meio aquático para o
terrestre, com desenvolvimento aquático, rápido e com metamorfoses.

Nas aves os ovos são extremamente ricos em vitelo e protegidos por


uma casca, enquanto nos mamíferos as reservas são reduzidas pois o

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desenvolvimento ocorre quase sempre no interior da fêmea, que fornece


todas as necessidades da nova vida em desenvolvimento.
Durante o desenvolvimento animal, em geral, ocorrem três fenómenos
principais, não em sequência mas inter-relacionados de tal modo que
cada um deles pode dominar uma parte do desenvolvimento: divisões
celulares, morfogénese e organogénese.

1. O desenvolvimento animal é um processo contínuo,


iniciando-se no zigoto e tendo no nascimento um ponto
marcante. Explique as diferenças entre
desenvolvimento directo e indirecto.
R: Desenvolvimento indirecto: quando os animais, ao
nascer, diferem significativamente dos adultos enquanto
que um desenvolvimento directo quando o animal ao
nascer, apresenta mais ou menos a forma definitiva.

2. O que é que revela a embriogénese dos vertebrados?


Exercícios R: Revela uma progressiva adaptação ao meio terrestre:
anfíbios estabelecem a transição do meio aquático para o
terrestre, com desenvolvimento aquático, rápido e com
metamorfoses. Nas aves os ovos são extremamente ricos
em vitelo e protegidos por uma casca, enquanto nos
mamíferos as reservas são reduzidas pois o
desenvolvimento ocorre quase sempre no interior da fêmea,
que fornece todas as necessidades da nova vida em
desenvolvimento.

3. Quais são os três fenómenos principais que ocorrem


durante o desenvolvimento animal?
R: Divisões celulares, morfogénese e Organogénese.

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Unidade 15

Tema: Metamorfoses nos Animais

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo sobre as


metamorfoses nos animais. Nesta unidade iremos discutir as diferentes
formas de ocorrência de metamorfoses em alguns animais.

Prezado estudante esta convidado para uma discussão activa sobre o


tema proposto, podendo usar todo conhecimento que predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir metamorfoses.
 Compreender metamorfoses nos animais;
 Explicar as fases das metamorfoses nos animais;
Objectivos  Distinguir as metamorfoses completa e incompleta;
 Relacionar as metamorfoses com os grupos de animais.

Metamorfoses nos Animais


Metamorfoses são um conjunto de transformações que alguns animais
ovíparos sofrem desde a eclosão do ovo até à fase adulta. Muitos seres
vivos em particular os animais, durante o seu desenvolvimento passam
por vários estágios de desenvolvimento até atingir a fase adulta.

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Tendo em conta que uma das caracteristicas e a capacidade de


reprodução, na qual as características dos progenitores são transmitidos
a geração descendente.

De acordo com essas estágios e dependendo do tipo de animal, a


metamorfose pode ser:

1. Metamorfose Completa:

A transformação da larva em insecto é profunda e passa por 2 fases


larvares. A transformação realiza-se dentro do casulo.

Imagem: Metamorfose Completa. Fonte: Biologia dos Animais

Metamorfose Completa da Borboleta

As larvas são totalmente diferentes do adulto. Na fase de larva a lagarta


(larva) come e cresce, sofrendo mudas sucessivas até chegar à fase de
ninfa. Esta é a última muda que ocorre dentro de um casulo, a larva
transforma-se em pupa ou crisálida . Por fim a pupa transforma-se em
adulto.

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Imagem: Metam orfose Completa da Borboleta. Fonte: Biologia da Vida.

Metamorfose da Rã

Imagem: Metamorfose da Rã. Fonte: Biologia da Vida.

2. Metamorfose Incompleta:

A transformação da larva do gafanhoto em insecto adulto é gradual e


passa por 1 fase larvar. Essa transformação realiza-se fora do casulo.

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Imagem: Metam orfose Incompleta. Fonte: Biologia dos Animais

As larvas assemelham-se ao adulto, mas não apresentam nem asas,


nem órgãos reprodutores. As larvas sofrem mudas sucessivas
aumentando sempre de tamanho até a fase adulta.

Sumário
Metamorfoses são um conjunto de transformações que alguns animais
ovíparos sofrem desde a eclosão do ovo até à fase adulta. Muitos seres
vivos em particular os animais, durante o seu desenvolvimento passam
por vários estágios de desenvolvimento até atingir a fase adulta.Tendo
em conta que uma das caracteristicas e a capacidade de reprodução, na
qual as características dos progenitores são transmitidos a geração
descendente.

De acordo com essas estágios e dependendo do tipo de animal, a


metamorfose pode ser: metamorfose completa a que a transformação da
larva em insecto é profunda e passa por 2 fases larvares. A
transformação realiza-se dentro do casulo (borboleta e rã)). Metamorfose
incompleta: a transformação da larva do gafanhoto em insecto adulto é
gradual e passa por 1 fase larvar. Essa transformação realiza-se fora do
casulo (gafanhoto)

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1. O que entendes por metamorfoses?


R: São um conjunto de transformações que alguns animais
ovíparos sofrem desde a eclosão do ovo até à fase adulta.

2. Quais são os tipos de metamorfoses que conheces?

Exercícios R: Metamorfose Completa: a transformação da larva em


insecto é profunda e passa por 2 fases larvares. A
transformação realiza-se dentro do casulo. Metamorfose
Incompleta: a transformação da larva do gafanhoto em
insecto adulto é gradual e passa por 1 fase larvar. Essa
transformação realiza-se fora do casulo.

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Unidade 16

Tema: Reprodução nos Animais

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo sobre as


reprodução nos animais. Nesta unidade iremos discutir as diferentes
formas de ocorrência da reprodução nos protozoários e metazoários.

Prezado estudante esta convidado para uma discussão activa sobre o


tema proposto, podendo usar todo conhecimento que predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir reprodução;
 Descrever a reprodução nos protozoários e metazoários.
 Compreender as diferentes formas da reprodução;
 Explicar as várias formas de reprodução;
Objectivos
 Distinguir reprodução assexuada da sexuada;
 Relacionar o animal com o tipo de reprodução.

Reprodução nos Animais

1. Reprodução nos Protozoários


Podemos definir reprodução de várias maneiras distintas. Entre as
definições temos:
 É a capacidade que têm os seres vivos de, ao atingirem certo
estágio de desenvolvimento originar outros semelhantes.

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 Processo pelo qual os seres vivos perpetuam suas espécies


através do tempo e do espaço, produzindo outros seres
semelhantes a si mesmo.

Os seres vivos apresentam vários tipos de reprodução, mas todos esses


tipos podem ser agrupados em duas grandes categorias: a reprodução
assexuada e reprodução sexuada.

Reprodução Assexuada ou Agâmica

Esta reprodução é individual e sem a participação de gametas. Esse


processo leva à formação de descendentes geneticamente iguais entre
si e aos seus ancestrais, formando o que podemos chamar clone.
A reprodução assexuada não permite a recombinação genética nem a
variabilidade da espécie. Todos os indivíduos de uma linhagem são
idênticos entre si.

A reprodução assexuada compreende basicamente a divisão binária e a


divisão múltipla.

a) Divisão binária (Bipartição ou Cissiparidade)

Neste processo, a célula que constitui o corpo do indivíduo se divide por


mitose em outras duas idênticas. Este mecanismo ocorre tanto com os
seres procariontes como os eucariontes.
Exemplos: Protozoários e Bactérias.

b) Divisão Múltipla
Consiste na segmentação do corpo do indivíduo, originando diversos
segmentos com capacidade de formar novos indivíduos completos.
Ela compreende alguns processos distintos, como a gemulação, a
esporulação, a esquizogamia.

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2. A Esporulação: ocorre a partir de células especiais chamadas


esporos. Que diferem dos gamestas pela sua capacidade de
“germinação”, reproduzindo-se através de mitoses até originar indivíduos
completos. Alguns esporos são móveis, pela presença de flagelos
(zoósporo) ou imóveis (aplanósporos).
Ex. Algumas bactérias e fungos.

3. A Esquizogamia: é uma forma de reprodução comum aos


protozoários esporozoários, como o Plasmodium malariae. caracteriza-
se pela fragmentação do núcleo da célula. Cada um desses fragmentos
cerca-se de uma porção de citoplasma e membrana, formando esporos
que darão origem a novos indivíduos.

2. Reprodução nos Metazoários

Reprodução Sexuada ou Gâmica

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O que caracteriza a reprodução sexuada é sua ocorrência à custa de


células especialmente formada para a finalidade reprodutiva, chamados
gametas. Essas células são produzidas por órgãos especiais
denominados como gônadas. Esta reprodução permite uma variabilidade
das espécies, pois há recombinação genética.Basicamente, podemos
distinguir dois mecanismos: a gemulação a conjugação e a fecundação.
a) Gemulação:
Também chamada de gemiparidade ou brotamento, é uma forma que
pode ser observada nos unicelulares e pluricelulares. Caracteriza-se pelo
aparecimento de brotos ou gemas, que surgem e crescem ligados ao
organismo inicial e que podem, ou não, dele se desprender em certa
época da vida.

Exemplos: Celenterado (Hydra), Porífera e Fungos unicelulares.

b) Conjugação:

Nesta reprodução não há propriamente a formação de gametas, nem


existem gônadas, mas há uma troca de material genético entre as
células, promovendo em cada uma dela uma recombinação genética.
Após esta troca, as células separam-se, e cada qual dará origem a

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novos seres.Exemplos. Algumas Bactérias e Protozoário (Paramecium).

c) Fecundação:

É a forma mais típica e evoluída de reprodução sexuada. Consiste na


união de dois gametas sexualmente opostos, masculino e feminino,
resultando o aparecimento da célula-ovo ou zigoto. A fecundação
constitui a única fonte adequada para a variação do organismo, pois em
uma só célula, o zigoto, reúne o material hereditário de duas outras que
determinam as características do novo ser.

Outras Características da Reprodução Gâmica

a) A Partenogênese (parthenos=virgem, gênesis=origem):


Neste caso, o óvulo é capaz de entrar em desenvolvimento
sem a participação do gameta masculino, ou seja, é a
formação embrionária de um indivíduo a partir de um único
gameta, o óvulo. A partenogênese pode ser arrenótoca,
quando os óvulos partenogenéticos originam apenas machos

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(abelhas=zangões) e telítoca, quando originam apenas fêmeas


(vermes aquáticos).

b) Pedogênese: Quando a partenogênese ocorre com a fêmea


ainda imatura, isto é, ma fase de larva. Ex. alguns Platelmintes
(vermes) e moscas.
c) Neotenia: É a capacidade apresentada por determinadas
larvas de alguns anfíbios em alcançarem a maturidade sexual
mesmo neste estágio. Ex. Salamandra.

Sumário

Os seres vivos apresentam vários tipos de reprodução, mas todos esses


tipos podem ser agrupados em duas grandes categorias: a reprodução
assexuada e reprodução sexuada. A reprodução assexuada ou agâmica
é individual e sem a participação de gametas. Esse processo leva à
formação de descendentes geneticamente iguais entre si e aos seus
ancestrais, formando o que podemos chamar clone. A reprodução
assexuada não permite a recombinação genética nem a variabilidade da
espécie. Todos os indivíduos de uma linhagem são idênticos entre si. A
reprodução assexuada compreende basicamente a divisão binária e a
divisão múltipla.

Reprodução Sexuada ou Gâmica caracteriza-se pela sua ocorrência à


custa de células especialmente formada para a finalidade reprodutiva,
chamados gametas. Essas células são produzidas por órgãos especiais
denominados como gônadas. Esta reprodução permite uma variabilidade

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das espécies, pois há recombinação genética.Basicamente, podemos


distinguir dois mecanismos: a gemulação a conjugação e a fecundação.
As outras características da reprodução gâmica são: a partenogênese
(parthenos=virgem, gênesis=origem), pedogênese e neotenia.

1. Como é que podes definir reprodução?


R: É a capacidade que têm os seres vivos de, ao atingirem
certo estágio de desenvolvimento originar outros
semelhantes.

2. Os seres vivos apresentam vários tipos de


reprodução, mas todos esses tipos podem ser
agrupados em duas grandes categorias. Quais sao
Exercícios
essas categorias?
R: A reprodução assexuada e reprodução sexuada.

3. Qual é a diferenca entre a divisão binária e divisão


múltipla?
R: Divisão binária a célula que constitui o corpo do indivíduo
se divide por mitose em outras duas idênticas enquanto que
divisão múltipla consiste na segmentação do corpo do
indivíduo, originando diversos segmentos com capacidade
de formar novos indivíduos completos.

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Unidade 17

Tema: Gametogênese

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo gametogênese.


Nesta unidade iremos discutir a ocorrência bem como as fases do
fenomeno da gametogênese concretamente a espermatogênese e
ovogênese.

Prezado estudante esta convidado para uma discussão activa e


participativa sobre tema proposto, podendo usar todo conhecimento que
predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir gametogênese;
 Descrever os tipos de gametogênese.
 Compreender as fases de cada tipo de gametogênese;
 Distinguir os tipos de gametogênese;
Objectivos
 Reconhecer a importancia da gametogênese na reprodução.

Gametogênese
A gametogênese é o processo de formação dos gametas. Como são
dois tipos de gametas, são dois processos distintos:Espermatogênese e
Ovogênese ou Ovulogênese

1. Espermatogênese

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Formação dos espermatozóides, inicia-se já durante o desenvolvimento


embrionário. Nos testículos do embrião, células diplóides denominadas
células germinativas passam a sofrer sucessivas divisões mitóticas,
dando origem a várias espermatogônias.

A formação das espermatogônias é um processo lento até o homem


atingir a puberdade, em seguida intensificado. Na puberdade, algumas
espermatogônias iniciam o processo de meiose, passando antes pelo
período de crescimento, aumentando um pouco seu volume,
denominando-se espermatócitos primários. Cada espermatócito passa
pelo período de maturação , onde ocorre a meiose, formando os
espermatocitos secundários,. Em seguida, ainda por meiose, formam-se
as espermátides.

As fases da são espermatogênese:

 Multiplicação: As células mais periféricas adjacentes à membrana


basal dos tubos seminíferos são os espermatogônias, estas se
dividem por mitose (multiplicação). Algumas das células filhas
resultantes destas divisões mitóticas permanecem como
espermatogônias e continuam a produzir espermatogônias
suplementares. Outras vão dar origem aos espermatócitos primários,
ou espermatócitos I. Período germinativo: as células são diplóides,
sofrem sucessivas divisões celulares mitóticas, dando origem a
grande número de espermatogônias, também diplóides.

Imagem: Fase da Multiplicação ou Germinação da Espermatogênese. Fonte: Internet

 Crescimento: esta fase da espermatogênese é um fase de


diferenciação, de preparação para que possa ocorrer a meiose.
Período de crescimento: cada espermatogônia torna-se maior e

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recebe o nome de espermatócito I ou espermatócito de primeira


ordem.
 Maturação: Os espermatócitos de primeira ordem passam pela
primeira divisão meiótica para se tornarem espermatócitos
secundários ou, espermatócitos II. Período de maturação: cada
espermatócito sofre a meiose I, originando os espermatócito II ou de
primeira ordem, que são haplóides; na divisão II da meiose, cada
espermatócito II dará origem a espermátide, que também é haplóide.

Imagem: Fase da Maturação da Espermatogênese. Fonte: Internet

 Transformação: cada espermatócito de segunda ordem sofre


uma segunda divisão meiótica para produzir duas células, as
espermátides. Cada espermátide passa, então, a ultima fase da
espermatogênese (espermiogênese) para se tornar um
espermatozóide . Período de diferenciação: diferenciação das
espermátides em espermatozóides.

Imagem: Fase da Transformação da Espermatogênese. Fonte: Internet

No final da espermatogênese os espermatozóides recém formados


reúnem, se na periferia do lúmen dos túbulos seminíferos, com as
cabeças orientadas para as células de Sertoli que as envolve e as

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caudas dirigidas para o centro do lúmen. Por fim, os espermatozóides


são libertados no lúmen dos túbulos seminíferos.

Imagem: Resumo da Espermatogênese. Fonte: Internet

Estrutura do Espermatozoide

O espermatozóide humano pode ser dividido em três regiões: a cabeça,


peça intermediária e cauda. Na cabeça situam-se o núcleo e o capúz
acrossômico. Este capuz é uma transformação do complexo de Golgi,
onde estão as enzimas que irão digerir a membrana do óvulo, na
fecundação. A peça intermediária apresenta muitas mitocôndrias, para
liberação de energia necessária a movimentação do flagelo.

Imagem: Estrutura do Espermatozóide. Fonte:

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Internet

2. Ovogênese ou Ovulogênese

A formação dos óvulos, inicia-se durante o desenvolvimento embrionário


da mulher, a partir de células germinativas localizadas nos ovários.
Processa-se em três etapas:

 Período Germinativo;
 Período de Crescimento;
 Período de Maturação.

Fases de Desenvolvimento:

A ovogênese é constituída por três Fases de Desenvolvimento, sendo


elas:

 Multiplicação: ocorre antes do nascimento, onde as células


(ovogônias) experimentam mitoses sucessivas, fazendo
aumentar o seu número.
 Crescimento: ocorre a formação do ovócito I, havendo um
crescimento muito acentuado, resultando dele células ricas em
substâncias de reserva e de grandes dimensões.

Imagem: Fase da Crescimento da Ovogênese. Fonte:


Internet

 Maturação do Ovócito I: ocorre uma divisão muito desigual do


citoplasma, resultando desta divisão células de grandes
dimensões, o ovócito II, e uma célula muito pequena, o primeiro
glóbulo polar. Na divisão II da meiose cada ovócito II dá origem a
uma célula grande: o óvulo e uma mais pequena o segundo

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glóbulo polar. Assim cada ovócito dá origem apenas a um óvulo.


Os Glóbulos Polares acabam por degenerar.

Imagem: Fase da Maturação da Ovogênese. Fonte: Internet

Após a Ovulação:

Dá-se a cicratização da parede do Ovário. As células foliculares


reorganizam-se, aumentam de volume e adquirem características das
células secretoras. No seu citoplasma segrega-se uma pigmento
amarelo, a luteina, conferindo-lhe uma tonalidade amarela. Daí a
designação de Corpo Amarelo para essa estrutura que regride se não
houver fecundação.

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Período germinativo-termina na vida intra-uterina ou completa-se logo


após o nascimento. Logo, a mulher quando nasce, já tem suas oogônias
formadas. Período de crescimento - as oogônias aumentam muito de
tamanho, originando ovócito I, devido a síntese de vitelo ou
deutoplasma, substância orgânica que irá nutrir o embrião.

Período de maturação - tanto na meiose I como na meiose II, formam-se


células com tamanhos diferentes. As células menores são os glóbulos
polares e não funcionais, degenerando-se. O óvulo é uma célula imóvel
e muito maior que o espermatozóide. No seu citoplasma encontramos o
vitelo.

Tipos de Gâmentas
Quanto aos aspectos morfológicos e fisiológicos os gâmetas, sao
classificados:
 Isogamia: Quando os gametas são morfofisiologicamente iguais.
Ex. Algas biflageladas.
 Heterogamia: Gametas diferentes, quanto a função (heterogamia
fisiológica) ou quanto a forma (heterogamia morfológica). Ex.
Mamíferos

Quanto ao local da fecundação

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 Externa: Ocorre no meio ambiente, mais particularmente na


água. Neste caso há participam muitos gametas, para aumentar
a chance do encontro casual entre eles, originando inúmeros
zigotos, Ex. anfíbios, celenterados e peixes ósseos.
 Interna: Ocorre no interior do organismo materno, exigindo o ato
sexual (coito ou cópula). Ex. Peixes cartilaginosos, répteis, aves
e mamíferos.

Metagênese ou Alternância de Gerações

É a capacidade que tem alguns seres de alterarem durante o seu ciclo


vital, a reprodução assexuada e sexuada. Os celenterados, por exemplo
possuem em uma fase de sua vida a reprodução assexuada , por
brotamento. Essa nova geração quando adulta irá se reproduzir
sexuadamente.
a) Monóicos ou Hermafroditas: São indivíduos que possuem
gônadas masculinas e femininas. Ex. Minhocas.
b) Dimorfismo Sexual: Nos animais unissexuados ou dióicos, isto é,
que apresentam sexos separados, as diferenças entre macho e
fêmeas podem não estar limitadas aos órgãos sexuais, mas
estendem-se a caracteres morfológicos. Exemplos: Nos
insectos, as fêmeas são maiores que os machos.
c) Poliembrionia: É o desenvolvimento de vários embriões a partir
de um único ovo. Na espécie humana, os gêmeos univitelinos
originam-se por esse fenômeno. Como essas crianças provêm
do mesmo ovo, são idênticas, inclusive no sexo.

Diversidade Intraespecífica:

 Diferenças no Desenvolvimento: uma forma jovem pode ser


completamente diferente da adulta, como por exemplo girino e
sapo, lagarto e borboleta, estádios larvais de muitos animais
marinhos adultos.
 Diferenças Individuais: devido ao patrimônio genético de cada
indivíduo são encontradas diferenças em tamanho, cor, forma,
comportamento, particularidades exploradas pelo Homem no
desenvolvimento de variedades de animais domésticos.

Diversidade Interespecífica:

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 Tamanho: a ordem de grandeza é notável entre baleias e


animais microscópicos que habitam os espaços entre grãos de
areia.
 Morfologia: diferenças na organização são encontradas não
apenas na forma externa, mas também na forma interna. Nos
insectos, por exemplo, a maior parte do sistema nervoso é
ventral em relação ao tubo digestivo, enquanto que a relação é
invertida nos vertebrados.
 Fisiologia: as diferenças nas formas exigiram actividades
diferentes, por exemplo, nos modos de locomoção e ingestão de
alimentos.

Sumário

A gametogênese é o processo de formação dos gametas. Como são


dois tipos de gametas, são dois processos distintos: espermatogênese e
ovogênese ou ovulogênese. As fases da são espermatogênese:
multiplicação, crescimento, maturação e transformação. O esperma
tozóide humano pode ser dividido em três regiões: a cabeça, peça
intermediária e cauda. A formação dos óvulos, processa-se em três
etapas: período germinativo; período de crescimento e período de
maturação. A ovogênese é constituída por três Fases de
Desenvolvimento, sendo elas: multiplicação, crescimento e maturação do
ovócito I.

Após a ovulação dá-se a cicratização da parede do Ovário. As células


foliculares reorganizam-se, aumentam de volume e adquirem
características das células secrectoras. Quanto aos aspectos
morfológicos e fisiológicos os gâmetas, são classificados: isogamia,
heterogamia. Quanto ao local da fecundação: externa e interna.
Metagênese ou alternância de gerações é a capacidade que tem alguns
seres de alterarem durante o seu ciclo vital, a reprodução assexuada e
sexuada. Os celenterados, por exemplo possuem em uma fase de sua
vida a reprodução assexuada , por brotamento. Essa nova geração
quando adulta irá se reproduzir sexuadamente:

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1. Quais são as fases da espermatogênese?


R: Multiplicação, crescimento, maturação e transformação

2. No final da espermatogênese para onde vão os


espermatozóides recém formados?
No final da espermatogênese os espermatozóides recém
formados reúnem, se na periferia do lúmen dos túbulos
seminíferos, com as cabeças orientadas para as células de
Sertoli que as envolve e as caudas dirigidas para o centro
Exercícios
do lúmen.

3. O espermatozóide humano pode ser dividido em três


regiões. Quais são as referidas regiões?
R: A cabeça, peça intermediária e cauda.

4. Quando inicia formação dos óvulos?


R: Inicia no desenvolvimento embrionário da mulher, a
partir de células germinativas localizadas nos ovários.
5. Enumere as etapas da formação dos óvulos.
R: Período germinativo; período de crescimento e período
de maturação.

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Unidade 18

Tema: Fases de Desenvolvimento Embrionário

Introdução

Neste unidade, iremos discutir aspectos relacionados, com as fases de


desenvolvimento dos animais. Portanto, tal como fizemos na unidade
anterior, iremos destacar aspectos relacionados com as fases de
desenvolvimento embrionário.

Portanto, caro estudante, está convidado para a discussão activa o tema


proposto nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar as fases de desenvolvimento embrionário;


 Explicar as fases de desenvolvimento embrionário;
 Descrever as fases de desenvolvimento embrionário;
 Compreender as fases de desenvolvimento embrionário;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos sobre as fases de desenvolvimento


embrionário.

Fases de Desenvolvimento Embrionário

A fecundação, a segmentação, a gastrulação e a organogênese.

a) Fecundação: consiste no encontro entre os gametas masculino e


feminino. Pode ocorrer no meio externo (fecundação externa), o que é
restrito à vida aquática, ou dentro do corpo da fêmea (fecundação
interna). Neste último caso, ocorre a cópula, introdução dos gametas
masculinos no sistema reprodutor feminino. Nem todos os animais que

104
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

realizam fecundação interna têm pênis, órgão copulador. Na mulher, a


fecundação ocorre na porção distal da trompa uterina.

Imagens: Da esquerda para direita e de cima para baixo: Óvulo, Óvulo rodeado
de espermatozóide, Espermatozóide tentando penetrar e Zigoto, respectivamente.

Nos mamíferos, quando o gameta feminino chega à trompa, está


envolvido pela zona pelúcida e por células foliculares. Encontra-se no
estágio de ovócito II, e o seu primeiro corpúsculo polar está no interior da
zona pelúcida. A fusão do espermatozóide com o ovócito se dá por ação
das enzimas presentes no acrossomo do primeiro. Após a entrada do
núcleo do espermatozóide, o núcleo do ovócito I sofre a segunda divisão
meiótica. O núcleo masculino se une ao núcleo feminino e formam o
núcleo do zigoto. Todo o patrimônio genético do novo indivíduo fica,
neste momento, determinado. O primeiro e o segundo corpúsculos
polares desaparecem. Após a entrada do primeiro espermatozóide, a
membrana do óvulo se modifica, tornando-se intransponível aos demais
espermatozóides (membrana de fecundação).

b) Segmentação: Nesta etapa o fenómeno predominante é a divisão


celular, que origina células progressivamente menores-blastómeros -, de
modo que o tamanho total do embrião no final desta fase é quase igual
ao tamanho do ovo. Este facto resulta de não existir síntese de
citoplasma durante estas mitoses, apenas a distribuição do citoplasma
do ovo. Assim, os blastómeros podem apresentar conteúdos
citoplasmáticos diferenciados, um primeiro sinal da diferenciação celular.

105
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

As mitoses sucessivas originam uma bola maciça de células-mórula-,


com aspecto de uma pequena amora.

No fim da etapa, essa bola de células tornou-se oca, com uma única
camada de células-blastoderme- a rodear a cavidade interna-blastocélio
-e designa-se blástula. A quantidade e distribuição do vitelo tem grande
importância do desenrolar desta etapa pois este é composto por
substâncias densas, que dificultam a divisão celular.

Assim, a segmentação pode ser:

 Holoblástica Igual: também designada total, ocorre nos ovos


isolecíticos, onde a divisão é fácil e abrange todo o ovo,
formando blastómeros de tamanho aproximadamente igual. Este
tipo de divisão ocorre nos cordados inferiores e nos
equinodermes;
 Holoblástica Desigual: ocorre em ovos heterolecíticos, onde a
divisão é mais fácil no pólo animal, formando-se aí mais e
menores células-micrómeros -, e o inverso ocorre no pólo
vegetativo-macrómeros. No entanto, saliente-se que a
segmentação continua a abranger todo o ovo, tal como nos ovos
de anfíbio;
 Meroblástica: também designada parcial, ocorre nos ovos
telolecíticos, onde a quantidade de vitelo restringe as divisões a
uma fina camada à superfície do ovo. Este tipo de segmentação
pode dar origem a um blastodisco, pelo que se designará
discoidal, tal como nos ovos de ave.

106
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Imagem: Tipos de Segmentacao: Holoblástica Igual, Holoblástica Desigual e


Meroblástica, respectivam ente.

c) Gastrulação: é a fase onde se iniciam as diferenças mais marcantes


entre os vertebrados. Consiste no período em que a massa celular da
blástula irá originar 3 camadas ou folhetos germinativos. Cerca de
metade das células da blástula migra para o interior. Essa migração
segue caminhos muito específicos para cada tipo de ovo. A figura a
seguir mostra a gastrulação de um protocordado, por invaginação.

Observe que a migração dá origem a um tubo que se dirige ao interior do


embrião. É o arquêntero, cujo orifício se chama blastóporo. Nos animais
protostômios, o blastóporo origina a boca, e o ânus surge

107
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

posteriormente. Todos os vertebrados são deuterostômios, e do


blastóporo surge o ânus.

As células do revestimento externo do embrião constituem o ectoderma,


e as que revestem o arquêntero formam o endoderma.
Longitudinalmente ao arquêntero, forma-se o mesoderma. Animais com
3 folhetos embrionários são ditos triblásticos.

Do mesoderma, formam-se 3 estruturas longitudinais: a notocorda,


massa que consituiu o eixo de sustentação do embrião, os somitos,
blocos segmentares que produzirão músculos, tecido conjuntivo, etc., e o
celoma, cavidade corporal revestida por dois folhetos da mesoderma. A
região de associação entre o arquêntero e o folheto mesodérmico em
contato com ele constitui a esplancnopleura, enquanto a área de
aposição do outro folheto mesodérmico com o estoderma forma a
somato-pleura. No final das gastrulação, a região dorsal da gástrula
origina a placa neural. As bordas se encurvam, constituindo a goteira ou
sulco neural e, posteriormente, o tubo neural, precursor do encéfalo e da

108
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

medula espinhal. Ressalta-se que o tubo neural se origina de células


ectodérmicas.

d) Organogênese: consiste no período em que as estruturas


embrionárias primitivas irão ensejar o aparecimento de tecidos e órgãos
adultos se diferenciando. No embrião humano, o período de
diferenciação está concluído após 12 semanas de desenvolvimento
embrionário.

Imagem: a) Primeiras Etapas da Organogénese-Neurulação

Trata-se, portanto, de uma fase particularmente sensível aos agravos, já


que pode surgir má formação, como no uso de drogas pela mãe, uso de
talidomida, rubéola materna, etc.

Imagem: b) Primeiras Etapas da Organogénese-Neurulação

O primeiro sistema a formar-se é o nervoso, sendo essa etapa da


organogénese designada neurulação e o embrião dela resultante
neurula. Nesta etapa o embrião alonga-se, surgindo o plano básico do
vertebrado. O eixo do corpo fica definido pelo surgimento de duas
estruturas cilíndricas: tubo neural e a notocorda.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Sumário
A fecundação, a segmentação, a gastrulação e a organogênese
constituem as fases importantes do desenvolvimento. A fecundação:
consiste no encontro entre os gametas masculino e feminino. Pode
ocorrer no meio externo (fecundação externa), o que é restrito à vida
aquática, ou dentro do corpo da fêmea (fecundação interna). A
segmentação: nesta etapa o fenómeno predominante é a divisão celular,
que origina células progressivamente menores-blastómeros -, de modo
que o tamanho total do embrião no final desta fase é quase igual ao
tamanho do ovo.

Assim, a segmentação pode ser: Holoblástica Igual, Holoblástica


Desigual e Meroblástica. A gastrulação: é a fase onde se iniciam as
diferenças mais marcantes entre os vertebrados. Consiste no período em
que a massa celular da blástula irá originar 3 camadas ou folhetos
germinativos. Organogênese: consiste no período em que as estruturas
embrionárias primitivas irão ensejar o aparecimento de tecidos e órgãos
adultos se diferenciando. No embrião humano, o período de
diferenciação está concluído após 12 semanas de desenvolvimento
embrionário.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

1. A fecundação: consiste no encontro entre os


gametas masculino e feminino. Este fenómeno pode
ocorrer de duas formas. Quais são?
R: Fecundação externa quando ocorre no meio externo é
restrito à vida aquática e fecundação interna quando ocorre
dentro do corpo da fêmea.

Exercícios 2. Enumere as diferentes formas de segmentação.


R: Holoblástica igual, holoblástica desigual e meroblástica

3. Indique as estruturas originadas apartir da


mesoderme.
R: Da mesoderme, formam-se 3 estruturas longitudinais: a
notocorda, massa que consituiu o eixo de sustentação do
embrião, os somitos, blocos segmentares que produzirão
músculos, tecido conjuntivo, etc., e o celoma, cavidade
corporal revestida por dois folhetos da mesoderma.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 19

Tema: Desenvolvimento Embrionário


Em Alguns Animais

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo de


desenvolvimento embrionário de alguns animais. Como pode notar esta
unidade é continuidade da unidade anterior sobre as fases de
desenvolvimento embrionário.

Portanto, caro estudante, está convidado para continuar a discussão


activa sobre o desenvolvimento embrionário de alguns animais.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar as fases de desenvolvimento embrionário;


 Explicar as fases de desenvolvimento embrionário;
 Descrever as fases de desenvolvimento embrionário;
 Compreender as fases de desenvolvimento embrionário;

Objectivos  Fazer esquemas ilustrativos sobre as fases de desenvolvimento


embrionário.

Desenvolvimento Embrionário
Em Alguns Animais

1. Embriogénese em Anfíbios

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Nos anfíbios as fêmeas produzem grande número de ovos, cobertos por


uma substância gelatinosa. Já antes da fecundação, o ovo apresenta
polaridade externa, pois o pólo animal é mais pigmentado que o
vegetativo. Com a fecundação, essa pigmentação desloca-se para a
zona intermédia entre os dois pólos, indicando o que será a parte dorsal
do animal-crescente cinzento-localizado exactamente no lado oposto ao
ponto de entrada do espermatozóide.

Ao eixo pólo animal-pólo vegetativo irá corresponder o eixo antero-


posterior do animal, sendo o pólo animal a cabeça. Dado o ovo anfíbio
ser heterolecítico e mesolecítico, a segmentação atinge todo o ovo mas
forma blastómeros de diferente tamanho-segmentação holoblástica
desigual. A blástula resultante apresenta mais de uma camada de
células, rodeando um blastocélio em posição excêntrica (mais próximo
do pólo animal). A gastrulação inicia-se no crescente cinzento, perto do
seu limite inferior, onde surge um sulco em forma de meia-lua.

Esse sulco irá originar o blastóporo e é o local onde os macrómeros se


vão deslocar para o interior. Além disso, os micrómeros dividem-se mais
rapidamente, envolvendo as células maiores, numa combinação de
invaginação e epibolia. O blastóporo forma o ânus e a boca abre na
extremidade oposta do embrião-deuterostomia. Na zona dorsal da
ectoderme diferencia-se uma zona mais ou menos plana designada
placa neural, que irá originar o tubo nervoso. Esta zona afunda-se ao
centro-goteira neural-e os bordos elevados e espessados acabam por se
unir num tubo de origem ectodérmica.

Por baixo da placa neural, na zona de mesoderme dorsal, diferencia-se


o cordoblasto, que formará a notocorda e as vértebras. Lateralmente ao
cordoblasto surgem blocos celulares-sómitos-que originarão os músculos
segmentados. Mais abaixo, a mesoderme apresenta dois folhetos,
separados pela cavidade celómica, um voltado para a ectoderme-folheto
parietal-e outro voltado para a endoderme-folheto visceral.

2. Embriogénese em Vertebrados Terrestres

Nos vertebrados completamente terrestres a embriogénese ocorre fora


de água, o que levanta sérios desafios a estes animais, que necessitam
de condições especiais:

 Fecundação Interna: maior eficácia, protecção dos gâmetas


masculinos e economia de produção de gâmetas femininos;

113
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 Ovos Macrolecíticos: a quantidade de vitelo fornece nutrição ao


embrião em desenvolvimento;
 Camadas de Protecção: impedem a dessecação do embrião,
fornecem nutrientes e gases e retiram excreções, chegando ao
extremo dos animais vivíparos, em que o desenvolvimento
ocorre no interior do corpo da fêmea.

3. Embriogénese em Aves

Neste tipo de ovo, segmentação apenas atinge o protolecito,


permanecendo o deutolecito indiviso e separado do blastocisto por uma
pequena cavidade extra-embrionária-segmentação meroblástica
discoidal. Pouco antes da postura, a blastoderme separa-se em duas
camadas, com o blastocélio entre elas.

Imagem: Gastrulação em Ovos de Réptil e de Ave (Telolecíticos): Blastoderme.


Fonte. Atlas de Embriologia.

A gastrulação inicia-se com a formação de um sulco ao longo do eixo


antero-posterior do embrião-linha primitiva-, que é equivalente ao
blastóporo nos anfíbios, pois é através desse sulco que células
superficiais vão migram para o interior e formar a mesoderme e a
endoderme.

114
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Imagem: Gastrulação em Ovos de Réptil e de Ave (Telolecíticos): Zona Pelúcida.


Fonte. Atlas de Embriologia.

No fim desta etapa o embrião está estendido sobre o deutolecito e é


composto por três camadas (ectoderme, mesoderme e endoderme). No
entanto, de seguida as orlas do embrião curvam-se para baixo,
originando a forma tubular característica do cordado. A neurulação
desenrola-se de modo semelhante ao do anfíbio, embora os estádios
seguintes sejam bastante diferentes.

Imagem: Gastrulação em Ovos de Réptil e de Ave (Telolecíticos): Linha Primitiva.


Fonte. Atlas de Embriologia.

Sumário

Nos anfíbios as fêmeas produzem grande número de ovos, cobertos por


uma substância gelatinosa. Já antes da fecundação, o ovo apresenta

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

polaridade externa, pois o pólo animal é mais pigmentado que o


vegetativo. Com a fecundação, essa pigmentação desloca-se para a
zona intermédia entre os dois pólos, indicando o que será a parte dorsal
do animal-crescente cinzento-localizado exactamente no lado oposto ao
ponto de entrada do espermatozóide.

Nos vertebrados completamente terrestres a embriogénese ocorre fora


de água, o que levanta sérios desafios a estes animais, que necessitam
de condições especiais: fecundação interna, ovos macrolecíticos,
camadas de protecção.

A embriogénese em aves, neste tipo de ovo, segmentação apenas


atinge o protolecito, permanecendo o deutolecito indiviso e separado do
blastocisto por uma pequena cavidade extra-embrionária-segmentação
meroblástica discoidal. Pouco antes da postura, a blastoderme separa-se
em duas camadas, com o blastocélio entre elas. A gastrulação inicia-se
com a formação de um sulco ao longo do eixo antero-posterior do
embrião-linha primitiva.

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1. Explique a embriogénese em anfíbios.


Nos anfíbios as fêmeas produzem grande número de ovos,
cobertos por uma substância gelatinosa. Já antes da
fecundação, o ovo apresenta polaridade externa, pois o
pólo animal é mais pigmentado que o vegetativo. Com a
fecundação, essa pigmentação desloca-se para a zona
intermédia entre os dois pólos, indicando o que será a parte
dorsal do animal-crescente cinzento-localizado
exactamente no lado oposto ao ponto de entrada do
espermatozóide.
Exercícios
2. Nos vertebrados completamente terrestres a
embriogénese ocorre fora de água, o que levanta sérios
desafios a estes animais, que necessitam de condições
especiais. Justifique.
R: Fecundação interna: maior eficácia, protecção dos
gâmetas masculinos e economia de produção de gâmetas
femininos; ovos macrolecíticos: a quantidade de vitelo
fornece nutrição ao embrião em desenvolvimento e
camadas de protecção: impedem a dessecação do
embrião, fornecem nutrientes e gases e retiram excreções,
chegando ao extremo dos animais vivíparos, em que o
desenvolvimento ocorre no interior do corpo da fêmea.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 20

Tema: Tipos de Ovos

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo dos tipos de


ovos. Nesta unidade iremos discutir aspectos relacionados com os tipos
de ovos quanto a estrutura, desenvolvimento e distribuição de vitelo.

Prezado estudante esta convidado para uma discussão activa e


participativa sobre tema proposto, podendo usar todo conhecimento que
predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os componentes do ovo;


 Descrever os componentes do ovo;
 Distinguir os diferentes tipos de ovo;
 Classificar os animais quanto ao tipo de ovo;
Objectivos
 Distinguir os animais quanto a quantidade do vitelo.

Tipos de Ovos
Os principais componentes do ovo de uma ave, em tudo semelhante ao
de um réptil, são:

 Casca: formada por diversas camadas sobrepostas, neste caso


é de natureza calcária, o que a torna resistente mas porosa. O
seu exterior é coberto por uma fina película-cutícula-, cuja
função é impedir a entrada de partículas e microrganismos.

118
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Interiormente é revestida por duas membranas da casca (interna


e externa), que apenas podem ser diferenciadas na zona do
espaço aéreo (parte mais larga do ovo). A função destas
membranas é controlar a evaporação do conteúdo hídrico do
interior do ovo;
 Clara: também designada por albúmen, é formada por um
material semi-sólido ou gelatinoso, com elevado conteúdo
hídrico e proteico (albumina). Esta zona do ovo protege o
embrião dos choques e fornece uma reserva de água e
nutrientes. No seu interior diferenciam-se dois cordões proteicos
-calaza-que manterão a gema no centro da clara mas
permitindo-lhe girar e oscilar;
 Gema: corresponde ao óvulo propriamente dito, com grande
quantidade de vitelo disposto em camadas concêntricas e
envolvido por uma membrana vitelina.

Durante o desenvolvimento embrionário há necessidade de fornecimento


contínuo de nutrientes, permitindo não só a elaboração de biomoléculas
constituintes das células mas também energia. Pelo menos durante as
primeiras etapas do desenvolvimento, esses nutrientes devem ser
fornecidos pelo ovo ou zigoto.

O ovo é uma célula que contém todas as estruturas necessárias à


formação de uma nova vida:

 Núcleo: diplóide, resulta da reunião dos núcleos do óvulo e do


espermatozóide;
 Protolecito: também designado por vitelo germinativo, é
composto pelo citoplasma activo da célula (hialoplasma e
organitos);
 Deutolecito: também designado por vitelo de nutrição, é
composto por nutrientes, nomeadamente proteínas, lípidos e
glicogénio.

Classificação dos Animais Quanto ao


Desenvolvimento do Ovo

1. Animais Vivíparos:

119
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

O ovo é pequeníssimo pobre em substâncias nutritivas. O embrião


resultante desenvolve-se no interior do organismo materno, que lhe
fornece, através do sangue, os nutrientes de que necessita.

Imagem: Gata em Gestação. Fonte: Biologia dos Animais.

2. Animais Ovíparos:

O ovo das aves é maior, possuem grandes quantidades de reservas


alimentares. O embrião desenvolve-se à custa das reservas alimentares
do ovo no exterior do organismo materno.

Imagem: Nascimento de Pinto. Fonte: Biologia dos Animais.

2. Animais Ovovivíparos:

Animais cujo embrião se desenvolve à custa das reservas nutritivas do


ovo , mas no interior do organis-mo materno.

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Imagem: Nascimento de Víboras. Fonte: Biologia dos Animais

Classificação de Ovos quanto à Quantidade e


Distribuição de Vitelo

Estes componentes do ovo raramente estão homogeneamente


distribuídos, sendo mais comum o ovo apresentar polaridade. Esta
reflecte-se no facto de existir um pólo animal (zona do protolecito) e um
pólo vegetativo (zona do deutolecito). A quantidade de vitelo é variável
nos diferentes óvulos, varia também a localização em relação ao seu
citoplasma e ao núcleo. Esses dois caracteres permitem classificar os
ovos em diversos tipos:

 Isolecíticos: ovos geralmente pequenos e com pouco vitelo


(alécito ou oligolecíticos ou ainda microlecíticos). O vitelo
geralmente está uniformemente distribuído, formando grânulos
no citoplasma activo. Exemplo: equinodermes (ouriço-do-mar) e
cefalocordados (anfioxo), ou qualquer mamífero são exemplos
de animais que produzem este tipo de ovo;
 Heterolecíticos: ovos com quantidade média de vitelo
(mesolecíticos), desigualmente distribuído, acumulando-se no
pólo vegetativo, em placas separadas por citoplasma activo.
Peixes (alguns) e anfíbios.
 Telolecíticos: ovos grandes e com grande quantidade de vitelo
(macrolecíticos), que ocupa quase a totalidade do espaço do ovo
e separado do citoplasma activo, que se restringe a uma delgada
camada superficial-blastodisco ou cicatrícula. Estes ovos são
envolvidos por casca calcária ou córnea e contêm, ainda,
albumina (clara). São exemplos deste tipo de ovos peixes
(alguns), répteis e aves.

121
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 Centrolécito: Vitelo ocupa praticamente toda a célula e não se


mistura ao citoplasma, que é reduzido a uma pequena região na
periferia da célula e junto ao núcleo. Exemplo: Insectos.

Os diversos tipos de ovos influenciam igualmente as etapas da


embriogénese que se seguem à sua formação.

Sumário
Os principais componentes do ovo de uma ave, em tudo semelhante ao
de um réptil, são: casca, clara e gema. O ovo é uma célula que contém
todas as estruturas necessárias à formação de uma nova vida: núcleo,
protolecito (vitelo germinativo) e deutolecito. Classificação dos animais
quanto ao desenvolvimento do ovo: vivíparos, ovíparos e ovovivíparos.

Os ovos também são classificados quanto à quantidade e distribuição de


vitelo. A quantidade de vitelo é variável nos diferentes óvulos, varia
também a localização em relação ao seu citoplasma e ao núcleo. Esses
dois caracteres permitem classificar os ovos em diversos tipos:
isolecíticos, heterolecíticos, telolecíticos e centrolécito.

1. Quais são os principais componentes do ovo de uma


ave?
R: Casca, clara e gema.
2. O ovo é uma célula que contém todas as estruturas
necessárias à formação de uma nova vida. Comente a
afirmação.
R: Núcleo: diplóide, resulta da reunião dos núcleos do óvulo
e do espermatozóide; Protolecito é composto pelo
Exercícios
citoplasma activo da célula; Deutolecito: é composto por
nutrientes, nomeadamente proteínas, lípidos e glicogénio.
3. Quais são as diferenças entre os ovos: isolecíticos e
telolecíticos?
R: Isolecíticos: ovos pequenos e com pouco vitelo enquanto
que Telolecíticos: ovos grandes e com grande quantidade
de vitelo, que ocupa quase a totalidade do espaço do ovo

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Unidade 21

Tema: Anexos Embrionários

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo de anexos


embrionários. Portanto, nesta iremos destacar aspectos relacionados
anexos embrionários.

Portanto, caro estudante, está convidado para continuar a discussão


activa sobre os anexos embrionários.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar os anexos embrionários;


 Explicar os anexos embrionários;
 Descrever os anexos embrionários;
Objectivos  Compreender os anexos embrionários;
 Relacionar os anexos embrionários com a organogênese.

Anexos Embrionários
Associados ao desenvolvimento do embrião propriamente dito, vão
surgindo os anexos embrionários (saco vitelino, âmnio, córion e
alantóide).

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Estas estruturas temporárias resultantam da extensão dos folhetos


germinativos:
 Saco Vitelino: a endoderme e o folheto visceral da mesoderme
envolvem o deutolecito (gema), formando um saco ligado ao
intestino do embrião pelo pedúnculo vitelino. Esta membrana
fornece nutrientes ao embrião, que retira do deutolecito;

 Âmnio: adiante da região cefálica do embrião, uma dobra da


ectoderme e o folheto parietal da mesoderme irá cobrir o
embrião. Este fica no centro de uma cavidade amniótica,
preenchida pelo líquido amniótico. Esta membrana protege dos
choques, funcionando como uma almofada líquida e impede a
dessecação;

124
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 Córion: em consequência da formação do âmnio, a dobra


exterior da ectoderme e do folheto parietal da mesoderme
desenvolve-se, circundando o âmnio e o saco vitelino. Esta
membrana fica em íntimo contacto com as membranas da casca
e delimita um espaço designado celoma extra-embrionário.
Devido á sua ligação com a casca, esta membrana mobiliza
minerais para a construção do esqueleto, tal como ajuda na
respiração;
 Alantóide: um pequeno divertículo muito vascularizado, da zona
posterior do intestino, da endoderme e do folheto visceral da
mesoderme forma inicialmente um saco e depois acaba por
envolver completamente a cavidade amniótica e o saco vitelino,
ficando em contacto com o córion pelo lado interior. Estas duas
membranas formam o alantocórion. A alantóide tem função
respiratória e armazena os produtos de excreção do embrião.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

No Homem, tal como em todos os mamíferos vivíparos, os ovos são


microlecíticos mas o desenvolvimento embrionário apresenta padrões
semelhantes aos dos répteis e aves. Surge, no entanto, uma nova
estrutura-placenta-que assegura o desenvolvimento dentro do útero
materno. Dado que o ovo tem poucas reservas, a segmentação é
holoblástica igual e o embrião chega ao útero na fase de mórula. O
blastocisto, nome da blástula dos mamíferos e das aves, é formado por
uma camada de células-trofoblasto-que rodeia o blastocélio, para onde
faz saliência uma massa de células designada botão embrionário. Nesta
fase ocorre a implantação no endométrio do útero, com a ajuda das
células do trofoblasto, que segregam enzimas digestivas. Cerca de duas
semanas após a fecundação, inicia-se a formação do córion, a partir do
trofoblasto. O córion forma vilosidades que mergulham no endométrio
preenchido com sangue materno, terminando a nidação.

126
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Imagem: Gastrulação num Ovo de Mamífero Vivíparo. Fonte: Atlas de Embriologia

No botão embrionário ocorre a gastrulação, com as células a


diferenciarem-se em duas camadas (ectoderme e endoderme) e a
terceira (mesoderme) a surgir por migração, pelo que a gastrulação e
neurulação são muito semelhantes às de uma ave. Certas células do
botão embrionário vão formar as membranas extra-embrionárias (âmnio,
saco vitelino praticamente sem deutolecito e alantóide rudimentar no
caso humano). Durante os primeiros dois meses forma-se a placenta, em
forma de disco e com origem mista (vilosidades do córion e endométrio
materno, em cujas lacunas as vilosidades mergulham). Na zona ventral
do embrião forma-se, a partir do âmnio e da mesoderme, o cordão
umbilical, que liga o embrião á placenta. No cordão existem duas artérias
e uma veia que transportam gases, nutrientes, hormonas, etc. e retiram
excreções. A placenta garante, portanto, o desenvolvimento embrionário
num animal em que o deutolecito é quase inexistente, retirando os
nutrientes da circulação materna.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Sumário

Associados ao desenvolvimento do embrião propriamente dito, vão


surgindo os anexos embrionários (saco vitelino, âmnio, córion e
alantóide).
Estas estruturas temporárias resultantam da extensão dos folhetos
germinativos: saco vitelino, âmnio, córion, alantóide. No Homem, tal
como em todos os mamíferos vivíparos, os ovos são microlecíticos mas
o desenvolvimento embrionário apresenta padrões semelhantes aos dos
répteis e aves.
Dado que o ovo tem poucas reservas, a segmentação é holoblástica
igual e o embrião chega ao útero na fase de mórula. O blastocisto, é
formado por uma camada de células-trofoblasto-que rodeia o blastocélio.

Cerca de duas semanas após a fecundação, inicia-se a formação do


córion, a partir do trofoblasto. O córion forma vilosidades que mergulham
no endométrio preenchido com sangue materno, terminando a nidação.
No botão embrionário ocorre a gastrulação, com as células a
diferenciarem-se em duas camadas (ectoderme e endoderme) e a
terceira (mesoderme) a surgir por migração, pelo que a gastrulação e
neurulação são muito semelhantes às de uma ave. Na zona ventral do
embrião forma-se, a partir do âmnio e da mesoderme, o cordão umbilical,
que liga o embrião á placenta. A placenta garante, portanto, o
desenvolvimento embrionário num animal em que o deutolecito é quase
inexistente, retirando os nutrientes da circulação materna.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

1. Qual é a função de alantóide?


R: tem função respiratória e armazena os produtos de
excreção do embrião.

2. Quais são as estruturas temporárias resultantam da


extensão dos folhetos germinativos?
R: Saco vitelino, âmnio, alantóide.

Exercícios 3. Porque se considera que desenvolvimento


embrionário do Homem apresenta padrões semelhantes
aos dos répteis e aves?
R: No Homem, tal como em todos os mamíferos vivíparos,
os ovos são microlecíticos mas e surge uma nova
estrutura-placenta-que assegura o desenvolvimento dentro
do útero materno.

4. O que forma o córion?


R: Forma vilosidades que mergulham no endométrio
preenchido com sangue materno, terminando a nidação.

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Unidade 22

Tema: Destino dos Folhetos Embrionários

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo do destino de


folhetos embrionários. Portanto, nesta iremos destacar aspectos
relacionados com os órgãos originados apartir dos folhetos embrionários.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir folhetos embrionários


 Explicar o destino dos folhetos embrionários;
 Descrever o destino dos folhetos embrionários
Objectivos  Compreender o destino dos folhetos embrionários;
 Relacionar os órgãos com os folhetos embrionários.

Destino dos Folhetos Embrionários


O Homem é um ser triblástico, pois tem origem a partir de três folhetos
embrionários: ectoderme, endoderme e mesoderme. A seguir, indicamos
algumas partes do corpo originários de cada um dos folhetos
embrionários. No embrião em fase de nêurula, constitui o revestimento
externo e o tubo neural. Tais estruturas, no adulto, originarão:

a) Ectoderme:
 A epiderme e seus anexos, como pêlos e unhas;
 As glândulas sudoríparas e sebáceas;
 O esmalte dos dentes;
 O revestimento das cavidades bucal, nasal e anal;
 O sistema nervoso (cérebro, gânglios e medula espinhal);

130
UCM – CED Zoologia Geral – B0024

 A hipófise;
 Os receptores sensitivos;
 A córnea e o cristalino do olho.

b) Mesoderme:

Formadora dos somitos e da notocorda do embrião, no adulto ela origina:

 O esqueleto axial (crânio, vértebras e costelas) e apendicular


(membros);
 A muscularura (lisa e estriada);
 A derme;
 O aparelho circulatório (coração, vasos, sangue);
 O aparelho excrector;
 O aparelho reprodutor.

c) Endoderme:

Encontrada, no embrião, revestindo o arquêntero, origina, no adulto:

 O epitélio do tubo digestivo (exceto boca e ânus);


 As glândulas anexas do aparelho digestivo (fígado e pâncreas);
 O revestimento interno do aparelho respiratório;
 O revestimento interno da bexiga urinária;
 A uretra;
 A faringe;
 O ouvido médio;
 Algumas glândulas (tireóide, timo, paratireóides)

Ressaltamos, a seguir, a origem e o destino de 3 estruturas embrionárias


primitivas:

1. Arquêntero: surge na gastrulação, com a forma de um tubo alongado.


Apresenta um orifício chamado blastóporo. Este, nos animais
protostômios, origina a boca; e nos deuterostômios origina o ânus.

2.Tubo neural: na fase da gástrula avançada, o ectoderma, na linha


mediana dorsal, forma um espessamento, a placa neural. Essas células
aprofundam-se no embrião, originando a goteira neural, cujas bordas se
unem, surgindo o tubo neural, que futuramente se transformará no
sistema nervoso central.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Sumário
O Homem é um ser triblástico, pois tem origem a partir de três folhetos
embrionários: ectoderme, endoderme e mesoderme. No embrião em
fase de nêurula, constitui o revestimento externo e o tubo neural. Tais
estruturas, no adulto, originarão orgaos que compoem a estrutura morfo-
fisiologica do Homem onde cada elemento ou componete irá
desencadear uma função específica. Portanto, ressaltamos, a seguir, a
origem e o destino de 3 estruturas embrionárias primitivas:

1. Arquêntero: surge na gastrulação, com a forma de um tubo alongado.


Apresenta um orifício chamado blastóporo. Este, nos animais
protostômios, origina a boca; e nos deuterostômios origina o ânus.
2.Tubo neural: na fase da gástrula avançada, o ectoderma, na linha
mediana dorsal, forma um espessamento, a placa neural. Essas células
aprofundam-se no embrião, originando a goteira neural, cujas bordas se
unem, surgindo o tubo neural, que futuramente se transformará no
sistema nervoso central.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

1. Mencione 3 estruturas originadas apartir da


ectoderme e 3 apartir da endoderme.
R: Ectoderme: a epiderme e seus anexos, como pêlos e
unhas; as glândulas sudoríparas e sebáceas e o esmalte
dos dentes; endoderme: o epitélio do tubo digestivo
(excepto boca e ânus); as glândulas anexas do aparelho
digestivo (fígado e pâncreas); o revestimento interno do
aparelho respiratório;
Exercícios
2. Explique como surgem: arquêntero e tubo neural.
1. Arquêntero: surge na gastrulação, com a forma de um
tubo alongado. Apresenta um orifício chamado blastóporo
que nos animais protostômios, origina a boca; e nos
deuterostômios origina o ânus. 2.Tubo neural: na fase da
gástrula avançada, o ectoderma, na linha mediana dorsal,
forma um espessamento, a placa neural.

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Unidade 23

Tema: Cavidade do Celoma

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo dos tipos de


ovos. Nesta unidade iremos discutir aspectos relacionados com os tipos
de ovos quanto a estrutura, desenvolvimento e distribuição de vitelo.

Caro estudante, esta convidado para uma discussão activa e


participativa sobre tema proposto, podendo usar todo conhecimento que
predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir celoma;
 Descrever a origem do celoma;
 Explicar os tipos de formação do celoma;
 Relacionar a evolução dos animais com base no celoma;
Objectivos
 Distinguir animais celomados, acelomados e pseudocelomados.

Cavidade do Celoma

Na natureza embora hajam características básicas e comuns que


determinam e distinguem ser vivo de não vivo. Há que ter em conta uma
enorme diversidade morfo-fisiológica dos seres vivos considerando
vários aspectos. Portanto, um dos aspectos a ter em conta nessa
diversidade é a presença ou ausência de celoma.

O celoma é definido como uma cavidade que no embrião se encontra


completamente rodeada por mesoderme. Nesta cavidade irão, no

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adulto, ficar alojados os órgãos viscerais. Em alguns animais a única


cavidade que se forma no embrião é o arquêntero, pelo que são
designados acelomados.

Imagem: Animal Acelomado representado por um Platelminte. Fonte: Internet.

Quando se forma uma segunda cavidade, localizada entre a endoderme


e a mesoderme, esta cavidade passa a designar-se pseudoceloma e os
animais que a possuem pseudocelomados.

Imagem: Animal Pseudocelomado representado por um Nemátode. Fonte:


internet

Na maioria dos animais forma-se, no entanto, um verdadeiro celoma,


uma cavidade totalmente delimitada pela mesoderme. Estes animais
designam-se celomados.

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UCM – CED Zoologia Geral – B0024

Imegem: Animal Celomado representado por um ser Humano. Fonte: Internet

Os animais celomados podem apresentar dois tipos de formação do


celoma:

 Celoma Esquizocélico: a mesoderme forma-se a partir de duas


células endodérmicas localizadas junto ao blastóporo, que vão
originar os folhetos parietal (externo) e visceral (interno) que
envolvem o celoma. Todos os animais com este tipo de
desenvolvimento são protostómios (a boca definitiva forma-se
directamente a partir da boca embrionária ou blastóporo. Além
dos celomados esquizocélicos são também protostómios os
animais diploblásticos e os acelomados e pseudocelomados);
 Celoma Enterocélico: a mesoderme forma-se a partir de duas
evaginações da parede do arquêntero, ou seja da endoderme,
que ao se individualizar desta formam os mesmos dois folhetos.
Todos os animais com este tipo de desenvolvimento são
deuterostómios (a boca definitiva forma-se secundariamente no
lado oposto ao blastóporo, originando este o ânus).

Imagem: Formação do Celom a Esquizocélico num Animal Protostómio (a esquerda).


Formação do Celoma Enterocélico num Animal Deuterostómio (a direita). Fonte:
Internet.

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Sumário
O celoma é definido como uma cavidade que no embrião se encontra
completamente rodeada por mesoderme. Nesta cavidade irão, no
adulto, ficar alojados os órgãos viscerais. Em alguns animais a única
cavidade que se forma no embrião é o arquêntero, pelo que são
designados acelomados.

Quando se forma uma segunda cavidade, localizada entre a endoderme


e a mesoderme, esta cavidade passa a designar-se pseudoceloma e os
animais que a possuem pseudocelomados. Na maioria dos animais
forma-se, no entanto, um verdadeiro celoma, uma cavidade totalmente
delimitada pela mesoderme. Estes animais designam-se celomados. Os
animais celomados podem apresentar dois tipos de formação do celoma:
celoma esquizocélico e celoma enterocélico.

1. Define o celoma.
R: O celoma é uma cavidade que no embrião se encontra
completamente rodeada por mesoderme. Nesta cavidade
irão, no adulto, ficar alojados os órgãos viscerais.

2. Os animais celomados podem apresentar dois tipos


de formação do celoma. Quais são?
R: Celoma esquizocélico e celoma enterocélico.
Exercícios
a) Indique as diferenças.
R: Celoma esquizocélico: a mesoderme forma-se a partir de
duas células endodérmicas localizadas junto ao blastóporo,
que vão originar os folhetos parietal (externo) e visceral
(interno) que envolvem o celoma enquanto que celoma
enterocélico: a mesoderme forma-se a partir de duas
evaginações da parede do arquêntero, ou seja da
endoderme, que ao se individualizar desta formam os
mesmos dois folhetos.

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Unidade 24

Tema: Simetrias nos Animais

Introdução

Prezado estudante, bem vindo a unidade sobre o estudo das simetrias.


Nesta unidade iremos discutir aspectos relacionados com os diferentes
tipos de simetria nos animais.

Caro estudante, esta convidado para uma discussão activa e


participativa sobre tema proposto, podendo usar todo conhecimento que
predispõe.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir simetria;
 Explicar os tipos de simetria;
 Descrever as formas de simetria;
 Distinguir as diferentes formas de simetria;
Objectivos
 Relacionar o tipo de simetria com o grupo de animal.

Simetrias nos Animais

Simetria é a divisão imaginária do corpo de um ser em metades opostas,


que devem ser simétricas entre si, basicamente os elementos de simetria
são eixos e planos. Eixo é uma recta que atravessa o centro do corpo,
de tal modo que, ao longo desta recta as partes do corpo se repetem.
Plano é a superfície que divide o corpo em partes de tal modo que, uma
é a imagem especular da outra. Simetria dos animais é geralmente
radiada ou bilateral, sendo a primeira característica das formas mais

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simples, excepto no caso dos equinodermes adultos. A evolução para a


simetria bilateral, por adaptação à locomoção, foi acompanhada por uma
cefalização, com concentração de órgãos dos sentidos e de controlo na
região anterior do corpo.

 Simetria Esférica: a maioria de animais e protozoários possui


algum tipo de simetria e a mais simples é a simetria esférica,
rara na natureza, existente apenas em certos protozoários. Nela
a forma apresentada é de uma esfera, com suas partes
organizadas concentricamente ao redor de um ponto central.
Uma esfera tem um número indefinido de planos de simetria que
podem passar pelo seu centro e dividir o organismo em metades
iguais. Os protozoários com simetria esférica compartilham um
importante atributo funcional com organismos assimétricos: em
ambos falta polaridade. Em todos os outros tipos de simetria
algum nível de polaridade foi atingido, a qual vem acompanhada
de especializações nas regiões do corpo.
 Simetria Radial (Radiada): um corpo exibindo a forma de um
cilindro, em cuja intersecção dos vários planos de simetria,
dispostos radialmente, há um eixo oral-aboral. Modificações
existem neste plano básico, sendo exemplos as simetrias
birradiais, tetra- penta- ou multirradiais. A simetria birradial
ocorre em partes especializadas do corpo e apenas dois planos
podem dividir o animal em metades similares. As anêmonas do
mar e os ctenóforos a exemplificam. A simetria tetrarradial existe
em muitas água-vivas, enquanto a maioria das estrelas-do-mar
têm simetria pentarradial, mas são conhecidas outras com vários
braços, portanto com simetria multirradial.
 Simetria Bilateral: presente dos platelmintes aos vertebrados,
existe apenas um plano de simetria - sagital ou mediano - que
divide o corpo do animal em duas metades, lado direito e lado
esquerdo, sendo uma a imagem especular da outra. O plano
frontal divide o corpo em duas regiões, dorsal e ventral, portanto
diferentes entre si. Os eixos são o dorso-ventral e o antero-
posterior. Modificações desta simetria existem em certos grupos
de animais, por exemplo o enrolamento da concha de alguns
moluscos, resultante do deslocamento de certas parte do corpo
e em outros grupos de animais devido ao hábito de fixar-se ao

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substrato, geralmente pela superfície ventral, ou ainda causada


pelo desenvolvimento desigual de certas estruturas pareadas.

Imagem: Da esquerda para direita: Simetrias: Bilateral, Radial e Assimétrica,


respectivamente. Fonte: Biologia dos Animais.

 Habitats: a diversidade animal também é expressa na variedade


de hábitats que os animais ocupam; geralmente acredita-se que
os animais tenham se originado nos oceanos arqueozóicos, bem
antes do primeiro registro fóssil. Todo filo importante de animais
tem pelo menos alguns representantes marinhos e do ambiente
marinho ancestral grupos diferentes invadiram a água doce,
enquanto outros moveram-se para a terra. Cada hábitat diferente
-floresta, oceano, deserto, lago, contém sua diversidade animal
característica.

Sumário
Simetria é a divisão imaginária do corpo de um ser em metades opostas,
que devem ser simétricas entre si, basicamente os elementos de simetria
são eixos e planos. Eixo é uma recta que atravessa o centro do corpo,
de tal modo que, ao longo desta recta as partes do corpo se repetem.
Plano é a superfície que divide o corpo em partes de tal modo que, uma
é a imagem especular da outra.

Simetria dos animais é geralmente radiada ou bilateral, sendo a primeira


característica das formas mais simples, excepto no caso dos
equinodermes adultos. A evolução para a simetria bilateral, por
adaptação à locomoção, foi acompanhada por uma cefalização, com
concentração de órgãos dos sentidos e de controlo na região anterior do
corpo. A habitats a diversidade animal também é expressa na variedade
de hábitats que os animais ocupam.

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1. O que entendes por simetrias nos animais?


R: Simetria é a divisão imaginária do corpo de um ser em
metades opostas, que devem ser simétricas entre si, basicamente
os elementos de simetria são eixos e planos. Eixo é uma recta
que atravessa o centro do corpo, de tal modo que, ao longo desta
recta as partes do corpo se repetem.

Exercícios
2. Quais são as formas de simetrias nos animais?
R: Simetria esférica, simetria radial, simetria bilateral.

3. A evolução para a simetria bilateral, por adaptação à


locomoção, foi acompanhada por uma cefalização. Comente.
R: Porque houve concentração de órgãos dos sentidos e de
controlo na região anterior do corpo.

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Instruções para o estudo dos conteúdos do


manual

 Como puderá notar os conteúdos apresentados no manual,


oferecem a ti caro estudante, um entendimento básico e
fundamental para o desenvolvimento de determinadas
competências específicas, mediante a resolução dos exercícios
e tarefas de auto-avaliação

 Sugerimos que faça um aprofundamento dos conteúdos


apresentados no manual, recorrendo-se da seguinte referência
bibliográfica , para o efeito:
 MATIAS, Osório & MARTINS, Pedro: Biologia 11. Areal
Editora, 2004
 RUPPERT,Eduard ,ett al;Zoologia dos invertebrados,2001
 PAULO BANZZONI,ett all ; Atlas de Zoologia
 JUNQUEIRO,LC;CARNEIRO,J:Histologia Basica 10ed
 GUYTON,A;& HALL,J.C.;Tratado de Fisiologia 9 ed
 Esta obra está disponível na Biblioteca do CED, podendo ser
fotocopiada ou consultada.
 A referida obra também contêm exercícios, sugerimos que
resolva esses exercícios, ainda que não seja para entregar,
contudo podem constituir matéria de avaliação para testes e
outros.

Critérios de avaliação das tarefas do manual.


 Vocé deverá entregar todos exercícios indicados para serem
entregues, a não entrega implica diminuição na nota.
 A quantificação total dos exercícios correctos é a de 20 valores.
 Os exercícios que exigem maior reflexão e trabalho de campo
por parte do estudante são os de maior cotação.
 Deve ser evitado o plágio de respostas.
 Procure ser mais criativo na apresentação das respostas,
priorize o estabelecimento da relação entre a teoria e a prática,
bem como a resolução de situações concretas.
 A apresentação técnica e coerência textual deve ser algo a ter
em conta.
 O grau de cientificidade das respostas com recurso a termos de
natureza científica e técnica deve constituir aspecto a considerar.

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 A apresentação de conclusões e recomendação de forma clara e


objectiva deverá ser potenciada.

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