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f € ecbee Cb FF be fee eee ef CF COCO COCO CE & 4 PETROBRAS CEN-NOR Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos Norte-Nordeste A Completagao de Pogos no Mar José Eduardo de Lima Garcia Junho/97 versio 2 FICHA CATALOGRAFICA Garcia, José Eduardo de Lima ‘A Completagao de Pogos no Mar / José Eduardo de Lima Garcia - Salvador, BA: (sn, 1997. Apostila, SEREC/CEN-NOR. 1. Completago maritima. 2, Equipamentos 3. Engenharia do petréleo. COOH ECE OC OEE ce « oe ce t re A claboragio da apostila “A Completagio de Pogos no Mar” teve como objetivo principal aglutinar, num tinico texto e de forma didética, uma grande quantidade de informag5es que estio dispersas em diversos outros trabalhos, cuja lista esta publicada ra sequéncia, em ordem alfabética do nome dos autores. + Calmeto, Jodo CN; Quiroga, Marcelo H.V.: “Completaglo de Pogos”, apostila E&P-BC, Cameiro, Luiz E.G.: “Tie-back”, apostila DICRES/SEPONP, agosto de 84; ‘© Garcia, José E.L.: “Operagies no Mat”, apostila SEREC/CEN-NOR, janeiro de 89 © Menezes, Fernando R.; Cambra, Silvia T.B.O.: “Perfis de Produgao”, apostila E&P- Sede, 1990 ‘+ Ogura, Jayme H.; Souza Neto, Irineu S.: “Sistema de Caboga de Pogo Submarino”, apostila E&P-BC, novembro de 1994 © Reis, Tércio C.: “Sistemas de Controle de ANM’s em Uso na E&P-BC”, apostila E&P-BC, a ser publicada; © Ribeiro, Roberti H.: “Completagdo Submarina com Arvore de Natal Mothada”, apostila E&P-BC, fevereiro de 96; Ribeiro, Roberti HL: “Riser de Completagao™, apostila E&P-BC, agosto de 93; Rovina, Paulo S.: “Coiuna de Produgdo”, Apostila E&P-BC, junho de 1996, Silva Fitho, Hercilio P.: “Sistemas de DHSV", apostila E&P-BC, abril de 1997; Vicente, Ronaldo, Garcia, José E.L.: “Fundamentos de Completaéo”, apostila ‘SERECICEN-NOR, janeiro de 91 * Zivanov, Alexandre; Ogura, Jayme H.; Miranda Jr.,José $.;Toscano, Orman S.; Piazza, Mario R: “A DISESP e a Evolugéo dos Equipamentos e Sistemas de Cabeca de Pogo no Brasil”, IV Seminario de Operagdes Especiais, 1994. ‘Varias das figuras utilizadas no texto tiveram sua origem no documento seguinte: “Manual de Completago E&P-BC”, E&P-BC, outubro de 88. Esta apostila esté disponivel no formato eletrénico, e com pequeno esforgo é possivel ser alterada, para incluir algum assunto relevante, ou desconsiderar parte das informagdes disponiveis, adequando-a a um objetivo especifico. Qualquer solicitagao ‘neste sentido, contactar SEREC/CEN-NOR (rota 861-3814 ou 071-350-3814). COCO ECTS ‘ indice 1. A Perfuragao de Pogos no Ma 1.1. Introdugio. sen nisin 10 1.2. Sistemas de perfurago mud-tine (ML). uw 1.3. Sistema de perfurago com cabos guia (guideline - GL). sone 4 1.4. Sistema de perfurago sem cabos guia (guidelineless - GLL) 19 1.5. A perfluragdo com uso de templates... oe 19 1.6. A evolugao dos equipamentos ¢ sistemas de cabera de poro ‘no Brasil 20 1.6.1. Filosofia de desenvolvimento... “ ven 20 1.62. Orisa de eh po indo PETROBRAS. 20 a. Para unidades flutuantes......... onnnnne 20 ». Para unidades apoiadas no fundo do mar 220 1.6.3. Classificagao dos SCPS.... a. GRUPO I - Sistemas ultrapassados . . “ + HBS oe 21 *SGI b. GRUPO Il - Sistemas intermediarios.. 22 ¢. GRUPO III - Sistemas de iltima geragao 24 1.6.4. Evolugdo da base guia permanente desde a BGP-GL até a BGP-R 1100A26 1.6.5, Jateamento do revestimento de 30". 16.6. O sistema 16.3/4 "com broca de 16"... ee) 2. Filosofia de completagao. 3. Métodos de completacao. 3.1, Quanto ao posicionamento da cabera dos pogos:. 3.2. Quanto ao revestimento de producao.. 3.2.1. A pogo aberto... 3.22. Com ner asgado ou caoneado 3.2.3. Com revestimento canhoneado 3.3. Quanto ao mimero de zonas explotadas . 3.3.1, Simples 3.3.2 Seletiva 3.3.3, Dupla 4. Classificagao das operacées...... 4.1. Investimento oe 4.1.1, Completagao. 4.1.2, Avaliaglo 4.13. Recompletagao. 4.2, Manutengio da produgao. 4.2.1, Avaliaggo 4.2.2, Restauragao ... a. Elevada produgao de agua. . Formagdo com permeabilidade estratificada. c. Elevada produgio de gis. se Falhas mecdnicas €. Vario restringid 4.23, Limpeza oo vtnninnnnnnnnnnnnnnnnnnn 3D 424, Madanga do método de elevarSo eee cone 3D ZS, Estima. nnsnnnennninnnen - oD 4.2.6, Abandono.. 5. Detalhamento das fases de uma completacao 5.1. Instalagdo dos equipamentos de seguranga eo sensnnnn soo B 5.2. Condicionamento do pogo... essa sarees AS 5.3. Avaliaglo da qualidade da cimentag80 serene 3 5.3.1. Perfil s6nico (CBLIVDL) 46 5.3.2. Perfil ultrass6nico (CEL ou PEL)... 5.4, Camhoneio .ncesernnene 35. Avaligdo dus forages... 55.1 ‘Tea de formagio pogo revesido (TFB) 5.5.2. Teste de produgao (TP) a 5.5.3. Registro de pressd0 (RP) ....cnnsnnnnnnnnnnnnnnnntnnnseennn 52 5.5.4. Medig&o de produgio (MP) 5.6, Equipagem do pogo... 5.6.1. Seguranga....... 5.6.2. Operacionalidade.. 5.6.3. Economicidade.... 5.6.4. Tipos de colunas mais usuais no E&P-BC a. Convencional..... eve , Coluna para BCS... ¢. Conjunto de gravel pack .. 4. Coluna com modulado de gis 5 BEEEE EEE CEE CER EEL ES ¥ & CECEL ER EEL EO EO EE EERE LS COREE ¢, Coluna de produgdo seletiva, sess on 56 ~ £, Coluna para pogos com CO,/H.S. en 56 ~ & Coluna de injegdo ... 56 ~ hh Coluna para pogos de alta vazio ou pogos horizontas 56 - 5.6.5. Componentes das colunas de produgdo ....n 65 ~ a. Tubos de Producto. sas 65 ~ b. Shear-out 66 . ©. Hydro-tip, . oe 6B 4. Nipples de assentamento.... 69 ~ ¢ Nipple R (do seletivo) 69 ~ 4 Nipple F (eletivo) ne 69 - ¢. Sliding sleeve - “ . seven TO . E Check VIVE. ss nntnnnnnnnnnnnnnnnnnnn n _ . Packer de produgao, een n hi, Packer permanente. evenee 4 ~ i. Unidade selante...... ee sos 74 ~ Oe 74 ~ ¢ Trava nnn . wo TA - # BateMte. ewer nmnensenntnnnnnennn TA . G.TSR ones TH ik. Mandril de gas lift (MGL) e valvula de gas lift (VGL) . sa TT ~ 4 VGL de rificio 78 ~ ¢ VGL de pressdo...... . 8 ~ LVGL C088. or see 8B ~ sm. Valvula de seguranga de sub-superficie (DHSV) B 4 Tubing mounted (TM) ou insertiveis (WL - wireline retraveable) ... 78 Controlével ou no da superficie. - Auto equalizével e no equalizavel ~ ¢ DHSV para aguas profundas ~ ¢ DHSV’s utilizadas no E&P-BC ~ 1. Bombeio centrifugo submerso + Motor elétrico + Selo vs 4 Admissio....... + Bomba centrifuga ~ + Cabega de descarga. ~ Separadot (opcional).. ~ Acess6rios............. . ‘© Camisa de refrigeragdo © Cabo clétrico, comumente chamado de cabo redondo . ~ © Cabo chato.... a ~ © Pemetrador nn ~ © Mandril eletrosub.... vee ~ 5.6.6. Sistema Arvore de Natal Convencional (ANC)........... 88 ~ 1. Suspensor de cohma de produgao. - 88 . 88 ~ 88 89 + Adaptador A3-EC... ses c. Arvore de natal convencional (ANC)... re 2 5.6.7. Arvore de Natal Mothada (ANM)......... ~ a, Classificagiio das ANM’s quanto ao fabricante......... b. Classificagao das ANM’s quanto ao modo de instalacdo # DO (diver operated) ee 0 ANM DO-1 ., 0 ANMDO-2 0 ANM DO-3 4 DA (diver assisted DL (diverless.. 4 GLL (diverless guidelineless) c. Componentes e suas fungdes. Base das linhas de fluxo.. 4 Suspensor de coluna (tubing hanger). © Suspensor de coluna concéntrica ... © Suspensor de coluna excéntrico Luva adaptadora (adapter bushing) ¢ ANM propriamente dita ‘© Conector da ANM © Bloco de valvutas .. seen © Conectores das linhas de fluxo (flow line conector) seve 106 © Manifold da ANM (tree manifold). . 107 © Capa da arvore (tree cap). 107 © Capa de corrosai ..... 110 © Terminal das linhas de ‘luxo © Painel back-up : + Paine! de produgao... 4, Equipamentos de Manuseio + Riser de completacao .. © O riser PC-2.... se - seve WD 90 riser MC-8S sentences IB 00s risers MC-8D. 113 O Jumtas de transigio (cr0880VEr) sons nnnn 113 © Juntas de reforgo. vtnennnnenesnnenes V4 0 Juntas de transigfo € reFOrG 4 ‘9 Operagdes com riser de completagio 4 4 Terminal head... 6 + Painel de servigo.. u7 4 Ferramenta da base adaptadora de produgao. 7 ¢ Feramenta do mbing hanger (TART). sea AT 4 Ferramenta da ANM c capa, . en 5.7. Indugao de surgéncia 6. Operagdes com cimento na completagao. 6.1. Compressio de cimento... - 6.2, Recimemtaga0... no - cvennnnnennne 120 erie’ ‘ ‘ 7. Fraturamento hidréulico. 7.1. Conceituagio. pe . 122 712. Mistorico do fraturamento hidraulico. vensnnmntncennnnee 1A 7.3. Provedimento operacional.. oe 125 8. Acidificagao. 9, Amortecimento de pogos.. 9.1, Circulagtio reverse... 9.2. InjecSo direta .. sustnsiotetses 127 9.3. Sewregagio gravitacional... serene 1B 9.4, Sonolog. seccseeeeiseenstssenseiscie 128 10. Operagées com arame... 11. Perfilagem de produgao. 11.1. Production logging tool (PLT) 130 11.1.1, Continuous flowmeter 130 11.1.2. Gradiomandmetro 0.0.00... fo cocutesseaunensrtnensnnnenee oo BI 11.1.3, Fluid density meter. setnnninnnnnennsnncne 132 11.14, Hidrolog. . . 132 11.15. Perfil de temperatura : 132 11.2. Termal decay time log (TDT).. . 133 12, Operagées com flexitubo... 413. Operagdes com nitrogénio ...... 14. Apéndice I. ssseue es 14.1, Curva de pressdc obtido em oficina . tn 135 14.2. Procedimento para fechamento da DHSV. . 136 14.3. Procedimento para abertura da DHSV ................ sonereerennseees 136 143.1, DHSV sensitiva auto-equalizavel 143.2. DHSV sensitiva nfo auto-equalizavel .. 143.3. DHSV no sensitive com nitrogénio 144. Exemplos numéticos.. 14.5. Consideragdes..... - “ eevee 138 15. Apéndice Il Especificagao para tubulagées de produgdo, culdados de ~ manuseio, colunas para pogos horizontais e pogo monobore 139 ~ 15.1, Especificagao .. 139 ~ 15.2. Cuidados no manusei - ee - 15.2.1, Problemas de corrosdo eM TUb08.....s neers 142 - 15.2.2. Danos mecainicos em tubos 133 “ 15.2.3. Montagem da cotuna .. 143 ~ 15.2.4. Retirada da coluna.... even oessmasseece 144 ° 15.3. Pogos horizontals... earn 144 L 153.1, Tipos de equipamenios ustirados ns reches horizons. su 144 ~ a. Pogo aberto se 145 B. Liner 1A8gad0. cere soon 145 L ¢. Slotted Finer nn so — sone 145 4. Wire wrapped screen seve 145; “ . Prepacked screen ... 146 ao f. Tela sinterizada 146 ~ 147 147 seeeeeeeess 148 15.3.2. Escotha do tipo de equipamento do trecho horizontal... 148 15.4. Pogo monobore 150 ~ 1. A Perfuragao de Pogos no Mar 1.1, Introdugao. A perfuragio de um pogo de petroleo no mar pode ser executada em duas modalidades basicas (Figura 1), com caracteristicas operacionais bem distintas: + perfuragéo através de unidade apoiada no fundo do mar (plataformas fixes ou plataformas auto-elevaidrias); © perfuragdo através de unidade flutuante (semi-submersiveis ou navios-sonda), subdivididas em: © unidades ancoradas, ‘© unidades com posicionamento dinmico. Na perfuragdo através de unidade apoiada no fundo do mar (plataformas fixas ou plataformas auto-elevatérias) observa-se uma maior similaridade com a perfuuragio em terra firme, pois, nfo havendo movimentos da plataforma em relagdo ao fundo do mar, cada coluna de revestimento se estende até a superficie, onde fica instalado o BOP (ou ESCP - Equipamentos de Seguranga de Cabera de Poo). Figura 1 - Tipos de sonda Para evitar a transferéncia do peso das porgées livres dos revestimentos para a plataforma, utiliza-se um sistema de apoio préximo ao fundo do mar (conhecido como sistema mud-line), que permite ainda a desconexdo das colunas nos casos de abandono definitivo ou temporirio do pogo, posterior retorno (tie-Back). A perfuragao nesta rmodalidade se da em laminas dégua de até 150 m, devido a limitagdes das unidades de perfuragao. ‘Na perfuragdo através de unidade flutuante (semi-submersiveis ou navios-sonda), como (06 flutuantes esto em constante movimentagéo em relagio ao fundo do mar, o BOP fica submerso, conectado a superficie por uma colina denominada riser. As colunas de revestimento no se estendem até a superficie, sendo sequencialmente apoiadas ao nivel do fundo do mar, por meio bases guias e de um conjunto de alojadores suspensores denominado SCPS (sistema de cabeca de pogo submarino). Uma série de equipamentos complementares so nevessirios para possibilitar a perfuragéo com flutuantes, como juntas flexiveis (para permitir deslocamentos laterais da sonda e flexio do riser), junta telescdpica para permitir deslocamentos verticais da sonda, compensadores de movimento pare uniformizar as tenses suportadas pelo guincho com a movimentagio vertical da plataforma, tensionadores compensados para manter constante a tenso no riser © nos cabos guias, linhas auxiliares para circulago (externamente ao riser de perfuragio), conectores hidréulicos pare travaridestravar 0 BOP na cabega do pogo, equipamentos especiais de manuseio de tubulagio (girafas) devido ao balango da plataforma, etc. A perfuragio através de unidades flutuames ancoradas ¢ limitada em fungio da sapacidade de ancoragem, A maioria das sondas tradicionais pode ancorar em até 300m. As de diltima geragdo podem ser ancoradas em 1000 m de lémina d’égua ou pouco mais. A perfuragdo é tradicionalmente feit com sistemas com cabos guia (guideline - GL) © mais recentemente, com sistemas sem cabo guia (guidelineless - GLL), A perfuraciio através de unidades flutuantes de posicionamento dinémico (DP's) limitada em fungdo do comprimento do riser de perfuracao. Em geral podem operar em laminas d’Agua superiores a 1000 m e € sempre feita com sistemas sem cabo guia (guidelineless - GLL). A partir do descobrimento de campos gigantes em aguas profundas, a Petrobras assumiu uma posigdo de pioneirismo na perfurago em Aguas profundas, tendo impulsionado e liderado 0 desenvolvimento dos sistemas de cabeca de pogo GLL e respectivos procedimentos operacionais, com solugGes sempre pautadas na padronizagio e na simplificagdo de ferramentas e procedimentos. Como resultado deste esforgo, 0 tempo necessirio desde o inicio do pogo até a descida do BOP foi reduzido de cerca de 20 dias, em meados da década de 80, aos menos de 3 dias atualmente necessatios, com isto gerando uma economia significativa em cada poco perfurado, Agora, o inicio de pogo em dguas profundas, originalmente considerado critico dificultoso, tomnou-se pritico e simples ao ponto de serem suas ferramentas e procedimentos adotados também em aguas mais rases. 4.2. Sistemas de perfuragao mud-line (ML) ‘As plataformas fixas (ou jaquetas) foram as primeiras unidades de perfurago maritima utilizadas. Sao estruturas moduladas (Figura 2) instaladas no local de operago com estacas cravadas no fundo do mar. Destas plataformas so perfurados (através de um template) virios pogos, sendo um vertical ¢ os demais direcionais, de modo a stingir em diferentes pontos a zona de interesse (ou diferentes zonas de interesse). ‘Na perfuracéo maritima, o revestimento é sempre ancorado no fundo do mar para evitar sobrecarregamento da estrutura da plataforma, visando garantir sua estabilidade e facilidade de abandono dos pogos. Em pogos perfurados com plataformas auto- ‘elevatorias, os sistemas de suspensio de fundo de mar nos permitem ancorar os evestimentos logo apés a cimentagdo, abandonar o pogo e retomar a ele quando nevessirio, Esta operagio de retorno é denominada tie-back. u Apesar dos revestimentos estarem ancorados no fundo do mar, isto néo significa contudo, que no haveré um cabecal de superficie, Este porém, terd apenas a fungi de vedagdo secundaria e de sustentaglo do peso dos tubos de revestimentos que se encontram acima do funde do mar (riser). As cabecas de revestimento © as carretéis utilizados no mar, quanto 2 aspecto ¢ funcionamento, so idénticos aos equipamentos utilizados em terra Durante muito tempo foi utilizado no Brasil o sistema OBS (Ocean Bottom Suspension System), desenvolvido pela FMC e fabricado no Brasil pela CBV, no qual os evestimentos descidos ficam ancorados logo acima do revestimento anterior. Posteriormente aparecerem dois outros sistemas: 0 ML-C (Mudfine Compact) da Veteo € 0 SD-1 (Stack-Down) da FMC/CBV. A evolugio basica dos sistemas ML-C SD-1 em relacdo ao sistema OBS é que a configuragio dos sistemas ¢ do tipo stack down, ou seja, os revestimentos ficam ancorados de uma maneira tal que o revestimento seguinte fica ancorado mais abaixo que o revestimento anterior. Resumindo, os sistemas mudline ja utilizados pela PETROBRAS sio os seguintes: + CBV/FMC: OBS-HO _: nao permite desconexZo na altura do mudline ops-c petmite desconexio; SD-1 permite desconexio, © VETCO: MLC permite desconexio (padrao internacional); MLC-B _: permite desconexio (adaptado para a Petrobris). O sistema OBS, amplamente empregado no passado, esta hoje obsoleto, fora de fabricagdo, restando alguns poucos conjuntes a serem descidos. Os sistemas de cabega de pogo submarinos que no necessitam qualquer tipo de desconexio ao nivel do mudline, sio aqueles utilizados na perfuragao de pogos apis 0 langamento da jaqueta. Este tipo de perfuragao traz. dois grandes inconvenientes: énecessirio aguardar a fabricagdo da jaqueta para perfuragao dos poos; 4 estrutura deve ser robusta o suficiente para suportar a sonda especificada para a perfurago (sonda modulada - SM) para executar estas operagSes (basicamente, 0 onto mais critico ¢ o manuscio das colunas de revestimentos) € 0 peso acumnulado de todos os trechos nao cimentados destas colunas. ‘Menos usual, porém ainda possivel, é a perfurago de pogos por uma plataforma auto- clevatéria (PA) com a jaqueta jé langada ou sendo lengada pela propria PA, sendo que nesta condicdo todos 0s procedimentos se equiparam @ perfuragio com uma sonda ‘modulada (SM) instalada sobre uma jaqueta, desenvolvimento de urn campo offshore requer estudos de engenharia detalhados, muito tempo consumido para construir equipamentos € trabalho offshore caro, Este tipo de desenvolvimento, com base em plataformas fixas, pode levar quatro ou cinco anos: estudo, instalagdo, perfuragdo, completagdo, conexo e produgao. Gerelmente os estudos de viabilidade técnica e econdmica (EVTE) sugerem a explotagdo de um campo offshore com a instalagéo de jaqueta em agua consideradas rasas, jé que 0 aumento de lamina d’Agua eleva exponencialmente 0 custo de aquisigao ¢ instalago da plataforma. O custo de manutengao da produgao é sempre inferior para. 12 plataformas fixas ( completagées socas) quando comparadas com completagées com irvore de natal molhada (ANM). ‘A Figura 3 mostram um sistema de cabega de pogo submarino do tipo mudline (OBS-C) para programa de revestimento 30" x 20" x 13.3/8" x 9.5/8" x 7" Figura 2 - Plataforma fixa Figura 3 - Sistema mrudline OBS-C O revestimento de 30” pode ser cravado ou assentado e cimentado apés a perfuragdo do pogo de 36". Este revestimento descido com o anel de assentamento de 30" (buttweld sub) soldado ao condutor, numa posigo que permita ficar posicionado 2 a 3 metros abaixo do solo marinho, A fungo do anel de assentamento ¢ servir de ombro de apoio para o suspensor de revestimento de 20" e transferir 0 peso do sistema para o solo ‘marinho. Apés a perfuragao do pogo de 26", é descido o revestimento de superficie de 20" ¢ suspensor, tendo acoplado 0 sub de assentamento e retomo. No seu perfil intemo existe um ombro de assentamento para o suspensor de 13,3/8" Apés @ perfuraglo do pogo de 17.1/2", é descido 0 revestimento de 13.3/8" com o suspensor e sub de assentamento. Apés a perfuragdo do pogo de 12.1/4" & descido o revestimento de 9.5/8", com suspensor e sub de assentamento. Apés a perfuragio do poco de 8.1/2" é descido 0 revestimento de 7", com suspensor ¢ sub de assentamento, 13 0 torque aplicado na coluna quando do tie-back é sempre feito com giro para a direita, visando evitar desenroscamento da coluna. Para que isto seja possivel, adota-se roscas & esquerda © a direita no suspensor, em posigGes distintas, respectivamente para 0 assentamento © para o retomo, O sub de assemamento tera rosca a esquerda (para Gesenroscar com giro para a direita, no abandono) e o sub de retorno tera rosca A direita (para enroscar com giro para a direita, no retorno). A cada revestimento descido corresponde um carretel no cabegal de superficie, onde ‘corre sett acunhamento ¢ vedaro, o que é feito apés cada cimentago. Todo o cabegal € previamente montado, mesmo sem os revestimentos correspondentes, que sio ancorados apés cada fase. Para o acunhamento, o cabegal é aberto na posi¢go apropriada, so assentadas as cunhas, ¢liberado 0 peso ds coluna até seu acunhamento ¢ sb entBo 6 feito 0 corte do revestimento, o encamisamento de seu topo com a bucha de vedacdo e o reaperto do carretel. 1.3. Sistema de perfuragdo com cabos guia (guideline - GL) E 0 sistema de convencional de perfuragio com flutuantes, que faz uso de 4 ou 6 cabos guias, normalmente com difmetro extemo (OD) de 3/4”, ligando a unidade flutuante (Gemi-submersivel ou navio-sonda ancorados) & cabega do pogo. As plataformas semi-submersiveis se caracterizam por serem lastreadas na locagao, com grande volume submerso, de modo a possuir boa estabilidade durante as operagoes. Este arranjo tem por finalidade possibilitar as operagdes em condigdes de mar mais severas, j4 que um grande volume submerso aumenta a inércia e o amortecimento hidrodinamico dos movimentos de balanco (rol!) e arfagem (pitch), sendo o movimento critico de uma semi-submersivel o de translagao vertical (heave), ‘Nos sistemas mais antigos (SG-1, SG-5, SG-6, etc), o primeiro equipamento a ser descido quando se perfura através de uma semi-submersivel ancorada ¢ a Base Guia ‘Temporaria (BGT) (Figura 4), através da qual a broca de 36” € guiada Para descer a base guia temporéria utiliza-se a ferramenta de descida, coluna de perfuragao © quatro cabos guias. Apés descer a base guia temporaria, a ferramenta de descida é liberada, retirando-se peso da coluaa de perfuragao e girando a ferramenta para a direita. Uma articulagdo utilizada na ferramenta de descida, permite sua liberagao, mesino com a BGT desalinhada 10° da horizontal. A seguir perfura-se a fase de 36”. Um dispositive denominado EGU (estrutura guia de utilidades/utility guide frame) (Figura 5) ¢ instalado ao redor da coluna de perfuragio, usando duas guias posicionadas nos cones guias da EGU. Isto feito, todo 0 conjunto descido e encaixado na BGT para iniciar a perfuraggo. A EGU pode ser retirada apos a primeira conexdo. Apos perfurado a fase de 36", € descido a base guia permanente (BGP) (Figura 6) pelos quatro cabos guias descidos com a BGT. Os cabos guias correm pelo interior dos postes da BGP. 4 oe oo UnuTy oUINE FRAME ASE GLIA TEMPORARIA ca AG GUA PARABROCADE SE Figura 4 - Instalagdo da base guia Figura 5 - Perfurando a fase de 36” temporaria (BGT) O revestimento de 30" ¢ a BGP sto descidos como uma s6 unidade e apoiados na BGT. A BGT possui em seu projeto, um dispositivo denominado gimbal, através do qual, possiveis desnivelamentos da BGT (até 10 graus) nao atrapalhem o nivelamento necessirio da BGP a ser descida em seguida. Descido 0 condutor de 30", é feita uma circulagdo antes de sua cimentapdo. O revestimento de 30" é entéo cimentado da sapata até 0 fundo do mar, sendo a ferramenta de descida liberada por rotagdo a direita. Como altemnativa para a perfuragao da fase de 36", o revestimento de 30" pode ser jateado no fundo do mar. Para que se use esse método, & necesséria a presenga de sedimentos ‘macios no fundo. A proxima fase a ser perfurada é a de 26", para assentamento do revestimento de superficie de 20”. Caso esta fase seja perfurada sem retorno, a broca de 26" deve ser descids, através do condutor de 30", com auxifio da estrutura guia de utilidades, de ‘maneira semelhante & perfuragao da fase de 36", ‘Apés a perfuragio desta fase, 0 housing de alta pressio € descido solidério ao revestimento de 20" (Figura 7), adaptando-se ao formato da base guia permanente (BGP), no qual ¢ fixado através da placa de cobertura (cover plate). O housing & fixado 20 condutor de 30” através de um anel de travamento, 18 NL ~ Figura 6 - Instalagdo da base guia permanente (BGP) - Figura 7 - Descida do housing de alta presséo e revestimento de 20” - ‘Na sequéncia ¢ instalado o BOP submarino (Figura 8) e as demais fase so perfuradas. 16 CONECTOR REMOTO fl POSTE GUIA PARA. CONECTOR REWOTO E SN j POSTE GUIA CONVENCIONAL Figura 8 - Instalagdo do BOP submarino i eer? CEEEE SEVERE EERE EER OOH EE Shee EE OEE EE ORS Os sistemas de cabega de pogo submarino (SCPS) com cabos guia, ja utilizados na Bacia de Campos, so 0s seguintes: Tabela 1 - Sistemas GL ja instalados no E&P-BC. Fabricante Sistema 16.34” 18.3/4" Presi (ksi) VETCO HB3 (STD) x 3 SGI -21.1/4"&13.5/8" 208 SGI - 20,3/4"&13.5/8" 3e10 G4 -21.1/4" 10 SGS x x 10 SG6 x 15 MS-700 PB. x x Ie 15 FMCICBV UWDI x x 10 UwD2 x 15 ‘NATIONAL/ SKI (STD) x 10 EQUIPETROL SKI x 10 SB x 10 HUGHES CHa « 10 CHB x 10 CAMERON WS * 10 ‘WS-IIM x 10 WS-IIM x 15 STC-10 x 10 DRIL QUIP $8-10 * x 10 S815 x x 15 (STD) standard ‘Uma sonda de perfurago normaimente ¢ equipada com ferramentas de manuseio de um ‘anico sistema de cabega de pogo submarino (SCPS). Portanto, o sistema de cabega do pogo submarino € definide no momento da escolha da sonda que vai perfurar © poco, sendo normalmente fungao do preventor de erupgdes (BOP) existente na sonda. slojador de alta pressiio, embora seja basicamente um elemento componente do sistema de cabega de pogo submarino (SCPS), instalado durante a perfuracio, apresenta grande importancia para 2 completacio, pois ¢ 0 elemento que permite a reentrada no. p00, provendo inclusive a vedago com os conjuntos de reentrada (BOP, ANM ou base Ga linhas de fluxo). Os suspensores de revestimento (casing hangers) so os elementos responsiveis pela fixagdo dos revestimentos no interior do alojador de alta pressio (housing). Esta fixagao se da devido & preparagdo intema da parede do housing, isto é, através de raniuras adequadamente posicionadas, onde se apoiam os suspensores. ‘Uma sequéncia padre de revestimentos, a ser descido em cumprimento a um programa de perfuraggo é: 30", 20", 13.3/8" e 9.5/8". 18 1.4. Sistema de perfuragéo sem cabos guia (guidelineless - GLL) E aquele em que nao so empregados cabos guias ligando a unidade flutuante & cabega de pogo. Sio usados em laminas d’gua profundas na perfurago a partir de unidades flutuantes que fazem uso de sistema de posicionamento dinamico (DP), Estas unidades flutuantes nZo empregam sistema de ancoragem, e sim, um conjunto de thrusters controlades por computador que mantém a unidade posicionada sobre a vertical do pogo, posig&o esta demarcada pela emissdo de sinal a partir de refletores acusticos (beacons) instalados no fundo do mar. 1.5. A perfuragao com uso de templates template ¢ 0 gabarito submarino a partir do qual sto furados os pogos da plataforma. A perfurago com uso de femplate pode ser realizada tanto por uma unidade flutuante, quanto por uma unidade apoiada no fundo do mar, no esquecendo que os sistemas de perfuragZo sio distintos. Figura 9 - Template © template & instalado, com auxilio de uma barcaga ou uma semi-submersivel, no Local designado para a plataforma e fixado ao solo, de modo geral por estacas. Tais estacas ‘também mantém a estrutura na horizontal, por meio de macacos hidraulicos, que travam © template sobre as estacas. Para a perfuragdo dos pocos, 0 condutor de 30" é descido junto com 0 housing de 30" ligado ao template, recebendo mais tarde 0 housing de 18.3/4" no qual os suspensores (casing hangers) dos revestimentos seguintes sio ancorados ¢ 0 BOP de perfuraclo é conectado. A Petrobras aplicou este principio recentemente nos Campos de Carapeba, Pargo e Vermelho, do Polo Nordeste da Bacia de Campos, onde cerca de 120 pogas foram pré- perfurados com © uso de cinco templates a partic de plataformas semi-submersivel (SS's) enquanto as cinco plataformas estavam sendo construidas. Estas plataformas foram entio ajustadas sobre os templates e os pogos conectados a superficie. As caracteristicas © vantagens de utilizago do template estio listadas a seguir: + permite ficil localizagao dos pogos; ‘* fornece espagamento regular, ‘+ fornece guia vertical para as arvores de natal, caso se faga opgo por completagio com arvore de natal mothada num template-manifolde; 19 + permite atingir diferentes objetivos determinados pelos estudos de reservatério, através de pogos desviados, a instalago da plataforma fixa sobre o zemplate; possibilita a conexdo dos pogos pré-perfurados com a superficie através de risers : * pode ser também usado para guiar as estacas externas que serdo usadas como guias na instalagdo da plataforma fixe; Vale lembrar que a perfuragao direcional faz com que as operages sejam mais longas e caras do que se fossem perfurados pogos verticais, considerando que ha maiores possibilidade de: perda de equipamento, perda de circulagio, prisdo diferencial, Tepetidas descidas para medida de desvio, chavetas, etc. Estes problemas sio bem conhecidos quando em operagies terrestres ou em plataformas fixas. Apesar disto suas solugdes permanecem delicadas. 1.6. A evolucao dos equipamentos e sistemas de cabega de pogo no Brasil 1.6.1, Filosofia de desenvolvimento Até o primeiro semestre de 1984, a PETROBRAS importava parte dos equipamentos ¢ da mio de obra necessérix para instalar os sistemas de cabeca de pogo no Brasil. Os sistemas eram comprades com base no desempenho dos mesmos no mercado internacional, onde eram instalados por técnicos dos proprios fabricantes. A partir do segundo semestre deste mesmo ano a PETROBRAS iniciou a instalagéo dos ‘equipamentos de cabega de pogo através do seu proprio corpo técnica, No decorrer destes 10 unos, com o aumento da perfuragdo em laminas d'éguas profundas, deficiéncias foram sendo encontradas nos equipamentos e nos procedimentos operacionsis dos sistemas que estavam sendo utilizados, acarretando perda de tempo de sonda e dificultando o trabalho do homem no campo. Diante disso, & PETROBRAS adotou uma postura de ndo mais conviver com sistemas deficientes e/ou ultrapassados. Passou-se entiio a cobrar do fabricante alteragdes de projeto ou mesmo a apresentacao de novos sistemas. Hoje a PETROBRAS acumula a experiéncia inédita na instalagio de cabecas de mais de 800 pogos (aproximadamente 6000 operagdes) envolvendo 23 sistemas diferentes com suas respectivas ferramentas e procedimentos operacionais . . Os sistemas de cabeca de poco utilizados na PETROBRAS Sistema de cabega de pogo submarino para unidades flutuantes VETCO: HB-3, SG-1, SG-4, SG-5, SG-6 © MS-700 10 PB HUGHES: CH-2 CH-3 CBV/FMC: UWD-Ie UWD-II CAMERON: WS-1, WS-II Me STC-10 NATIONAL/EQUIPETROL: SKI, SKI ¢ SB DRIL-QUTP: SS 10C b. Sistema de cabega de pogo submarino para unidades apoiadas no fundo do mar + CBV/FMC: OBS-C, OBS-HO e SD-1 + VETCO: MLC e MLC-B © NATIONAL/EQUIPETROL: GDS 1.8.3. Classificagao dos SCPS Com uma visio didatica, os SCPS podem ser classificados em 03 grupos: os sistemas ultrapassados, os sistemas intermediérios ¢ os sistemas de ultima geragio. a. GRUPO |- Sistemas ultrapassados Estes sistemas néo so mais utilizados no Brasil e nem no mercado internacional: + HB-3 (1° SCPS DO MUNDO) * UWDI ° SG «© UWD- * SG4 * WS-I * CH? ° | WS-IIM * CHS © SKI ° SKI ©) SKI Sistemas como 0s da VETCO (HB-3, SG-1 e SG-4) foram muito utiizados no Brasil também no exterior na década de 70, no Brasil chegando até 1984. Concebidos para utilizagio em laminas d'égua rasas até 200m, que atendiam as necessidades daquela poca, os sistemas eram importados e instalados por técnicos do proprio fabricamte, portanto no sofriam alteragSes no sentido de melhoré-los. A seguir sio apresentadas caracteristicas de alguns destes sistemas, * 183 Sistema 16.3/4", Necessidade de alargamento para descer revestimento 13.3/8"; ‘Nao era para HLS; Maxima pressio de trabalho de apenas 5000 psi; Existia uma ferramenta para cada didmetro de suspensor (nBo era universal); ancl de travamento do suspensor era localizado no alojador de alta presso, e em caso de destravamento resultava em operago morosa ¢ dificil; * Intimeras vezes 0 anel de travamento do suspensor era arrancado pela luva do tevestimento 13.3/8" durante a descida; Em caso de recuperago do pack-off, parte do mesmo ficava no pogo; Sistema forque-set, ‘SG1 Necessita de dois BOP'S (21.1/4" e 13.5/8 ‘Duas colunas de risers; Dois alojadores de alta pressio 13.5/8" para $000 ¢ 10000 psi; Problemas na recuperacao do pack-off, Elevado nimero de ferramentas; ‘Nao era para HS; Sistema torque-set. ee eeee . mu Os demais sistemas vieram: posteriormente e foram sendo utilizados ao longo da década de 80, cada um trazendo alguma novidade em termos de ferramenta e/ou equipamentos. As limitagdes de cada sistema foram aparecendo ¢ tomavam-se maiores & medida que aumentava a necessidade de perfurar em laminas d’gua mais profundas. Indimeras alteragées foram sendo sugeridas pela PETROBRAS aos fabricantes no sentido de ‘melhorar os sistemas e consequentemente diminuir o tempo de instalayo tornando-os mais confidveis e seguros. (0s fabricantes acatavam as sugestdes ¢ as incorporavam no produto, alterando o projeto original, ¢ o sistema passava a ter nova sigla. Por exemplo: UWD I para UWD Il, WS-1 para WS - 11M e SK-I para SK-IL Com o passar do tempo chegou-se no limite das alteragSes e ainda o produto se apresentava deficieate, nio atendendo as exigéncias minimas, tanto ¢ que hoje sio considerados ultrapassados. A convivéncia com estes sistemas, teve seu lado benéfico, pois eles foram o grande laboratério para os técnions da PETROBRAS que aprenderam a desenvolver 0 senso ctitico e a sugerir alteragdes do projeto. b. GRUPO I - Sistemas intermediarios Envolve sistemas ja conzebidos com uma nova filosofia de projeto, sendo ainda utilizados no mercado internacional ¢ até pouco tempo, no Brasil. Podem ser subdivididos em sistemas forque-set ¢ sistemas weight-set. Estes termos referem-se a0 ‘modo de energizagdo do canjunto de vedagao, respectivamente por aplicagdo de rotagdo ‘ou de peso, sendo esta a alternativa mais moderna. Sao os seguintes 0s sistemas forque-set: # SG-5 (= 160 cabegas de pogo utilizadas) * SG6 ‘Sao os seguintes os sistemas weight-set: © STC-10 (apenas 11 cabegas utilizadas - nfo aprovou) © SB (apenas 23 cabegas utilizadas - no aprovou) 0 SG-5 foi o mais utilizado por muitos anos na PETROBRAS e tinka motivos técaicos para isto: sistema confiavel; ferramentas simples e em pouco niimero; quantidade pequena de sobressalentes; ‘a mesma ferramenta para todos os suspensores (dita entio “universal”, conjunto de vedaggo universal (CVU); perfil externo dos suspensores eram iguais, permitindo por exemplo assentar suspensor 9.5/8” no lugar do de 13.3/8" sem nenhuma alteragao; © equipamentos de emergéncia [emergency seal assembly (ESA), external pack-off €PO)}, Entretanto mesmo com todo este potencial, o sistema sofreu iniimeras alteragdes a pedido da PETROBRAS e acatadas pela VETCO, que permitiram o sistema sobreviver até 1990 (ultimo descido jan/94). Entre as alteragSes mais importantes podem ser citadas: 2 + 0 conjunto de vedago universal passou do tipo T para o tipo LTR (torque para low torque retrievable); * 0 tipo torque para ser energizado precisava de um torque minimo de 18000 a 20000 Ibpé e quando recuperado parte do mesmo ficava no pogo. O LTR, além de precisar um torque menor para energizamento (14000 a 16000 4 .pé) era recuperado integralmente evitando pescaria; ‘© a ferramenta de recuperago do conjunto de vedagdo universal (CVU) passou a ter pino na extremidade inferior permitindo a utilizag3o de cauda (melhor centralizagao); +o emergency seal assembly (ESA) que anteriormente necessitava de enroscamento total para promover vedagao (3.1/2 a 4 voltas) passou a fazé-lo com apenas | volta (abertura de mais dois canais para o-ring na extremidade inferior). Sofreu rebaixo no ombro, permitindo assenti-la mesmo com conjunto de vedagao universal (CVU) acima da posi¢ao; © a ferramenta de recuperacdo do conjunto de vedagao universal (CVU) passou a ter ‘rava no sub superior, evitando que o mesmo viesse a desenroscar do corpo quando do giro a esquerda para desenroscar 0 conjunto de vedagao universal (CVU); ‘© a fesramenta do alojador de alta passou a ter perfil tipo CAM-ACTUATED, liminando 2 rosca, Este perfil hoje é padronizado para todos as fabricantes, ‘© com a alteragio, a ferramenta do alojador passou também a testar 0 BOP a baixa pressio; + para teste do BOP com alta pressio, o sistema contava apenas com o test plug, ferramenta que nio isola 0 conjunto de vedagdo universal (CVU) durante o teste, dando margem a davidas no caso de vazamentos. Partiu-se entio para a criagdo da ferramenta de teste do BOP tipo U, que além de isolar 0 conjumio de vedacao universal (CVU) pode ser assentada sobre as buchas de desgaste; © fabricou-se uma fecramenta estampadora, para permitir verificar 0 desnivel entre 0 topo do suspensor e o topo do conjunto de vedagao universal (CVU) garantindo © total enroscamento do mesmo, © 0 anel de travamento do suspensor passou a ser fixado por 3 parafusos em canal oblongo, evitando a queda durante a descida do revestimento. ‘Mesmo com todo o suporte que as alteragdes fomeceram ao sistema, a filosofia do mesmo no poderia ser mudada (:orque-set). Este foi 0 fator que inviabilizou 0 SG-5 no Brasil jé a partir de 1990. Para energizar 0 conjunto de vedagdo universal (CVU) eram necessirios 8,5 vollas € © torque final em tomo de 16000 tb.pé, condigies que vao ficando mais criticas e inseguras a medida que se aumenta a lamina d'égua. O caminho entdo era a utlizagao de sistemas em que o CVU fasse energizado por peso ao invés de torque, os chamados sistemas weight-set. No intuito de selecionar ¢ balizar tecnicamente a compra de SCPS, os técnicos da PETROBRAS sentiram a necessidade de criar um mecanismo que facilitasse 0 setor de compras a adquirir sistemas que tealmente fossem melhores tecnicamente © nB0 simplesmente mais baratos. Este mecanismo resultou em um documento com 193 folhas chamado de RM (requisi¢ao de material), Na RM a PETROBRAS especifica detalhadamente: todos 0s equipamentos (incluindo protetores); todas as ferramentas (incluindo protetores); ‘manual de operagdo e manutengdo (MOM) (como deve ser elaborado), skid para acondicionar as ferramentas; 23 caracteristicas gerais obrigatérias, ‘treinamento e teste de campo; procedimentos de teste de fabrica (PTF); relagao de desenhos (30 dias apos AFM). Em meados de 1991 a PETROBRAS comegou a ter problemas de estoque de SCPS, devido principalmente aos planos langados pelo governo que fizeram com que 2 empresa interrompesse os processos de compra. Este aspecto trouxe um efeito colateral muito negativo, pois as compras dos SCPS tiveram que ser feitas considerando como principal fator © prazo de entrega e no qualidade técnica, ou seja, teriamos que passa por cima da RM. Para suprir 0 estoque a PETROBRAS comprou 23 cabegas shart body (NATIONAL OILWELL) e posteriormente 11 cabesas STC-10 (COOPER OIL TOOL). Estes sistemas foram utilizados inicialmente nos campos de Marlim Albacora a partir de Junho de 92 com o short dady e em 1993 0 STC-10. A lamina d’4gua em alguns dos poses chegou 952m expondo estes equipamentos a uma nova realidade operacional Tanto 0 SB como o STC-10 eram sistemas novos mas que traziam consigo muitas caractetisticas de sistemas ultrapassados como 0 SEA KING ¢ o WS II M fabricados respectivameate pela NATIONAL OILWELL e COOPER OIL TOOL. As dificuldades ¢ deficiéncias foram aparecendo principalmente com as ferramentas que, expostas a uma viagem longa dentro do riser, ficavam impregnadas de argila ¢ cascalho, comprometendo » mecanismo. Ferramentas como a STMPT (SB) e a CHSART (STC10) que deveriam assentar 0 suspensor e energizar 0 conjunto de vedscdo universal em nica manobra nio funcionaram a contento, cbrigando a descida ¢ energizago do conjunto de vedagio universal (CVU) em outra:manobra, com ferramenta exclusiva. Outros fatores a considerar: Falta de dupla centralizagao (ferramenta do alojador/SRS). Pinos de cisalhamento sem controle de qualidade € de diferentes tamanhos (carga de cisalhamento muito diferente da especificada). ‘+ Ferramenta do alojador de alta com anel de travamento integral (sensivel a OFF- SET, ficava presa). ‘¢ Ferramentas sem voltas mortas (acumnulo de torque e dificuldade de liberago) © Ferramenta de teste do BOP (isoladora) selo ficava no poco, mecanismo comprometido. ‘+ Nao havia dupla érea de fuga para argila e cascalho ‘+ conjunto de vedagdo universal (CVU) sem vedacéo METALXMETAL (STC-10), Todos estes fatores somados a outros nio citados, contribuiram para que 0 custo de instalagdo devido ao tempo perdido superasse 0 custo de aquisicao dos sistemas, ‘confirmando definitivamente que a compra de um sistema de cabega de pogo submarino deve ser feita balizada na RM e que s6 através deste mecanismo é possivel adquirir um produto de qualidade, confiavel e que facilite o trabalho do homem no campo. Awalmente tanto 0 SHORT BODY como 0 STC-10 estio desqualificados tecnicamente. c. GRUPO Ill - Sistemas de dltima geragao Estes sistemas jé foram comprados sob uma nova filosofia, ou seja, baseado na ‘requisigo de material (RM) onde so citadas todas as caracteristicas para que o sistema possa apresentar uma boa performance no campo. ‘Sao estes: ‘* MS 700 10 PB / ABB-VETCO GRAY SS 10-C /DRIL-QUIP {As principais caracteristicas destes sistemas so: * totalmente weight-ser: ‘© permite testar 0 BOP & pressiio maxima de teste (PMT) em qualquer fase do pogo com ferramenta isoladora e/ou TPU, assentada: diretamente no alojador de alta, no suspensor de revestimento e nas buches de desgaste, + permite testar o BOP mesmo com o terceiro suspensor instalado, permite descer a buche nominal (BN) instalada no alojador de alta e testar 0 BOP a ‘PMT. © possui sub de desconexio rapida e sub testador, permitindo também o teste da gaveta cega do BOP, ‘© conjunto de vedacdo universal metal/metal e totalmente recuperavel em Gnica ‘manobra; © a forga necessaria para atuar (energizar) 0 conjunto de vedagdo universal (CVU) é gerada através da pressio; * © suspensor de revestimento possui dupla centralizagio ¢ perfil de topo inclinado para dentro, eliminando problemas de desalinhamento e apoio de material estranho (laminas de centralizador); ‘© possibilidade de assentar 0 suspensor de revestimento (casing hanger) 9.5/8" no ugar do 13.3/8" com simples adaptaglo (anel de apoio); ‘© em pogos onde nao é descido 0 revestimento de 13.3/8" € possivel assentar o suspensor de revestimento 9.5/8" no alojador mantendo a altura com o uso do suspensor simulado. © ferramenias com voltas mortas e dupla centralizagio evitando acumulo de torque € de facil liberagao; © dispositivo anti-torque (DAT); © ferramentas exclusivas desenvolvidas (conjunto de vedago universal (CVU) ¢ casing patch), equipamentos de emergéncia (CVE ¢ EVE); utilizagio de anel tripartido e/ou aplicagao de material especial, transformam alojador de alta pressdo de 10000 para 15000 psi sem perder as capacidades mecénicas. Em abril de 94 foi utilizada a primeira cabega da DRI QUIP SS 10-C 16.3/4” sendo que nesta data o sistema MS 700 10 PB da VETCO, 30 cabecas de pogos tinham sido descidas, entre os sistemas 18 e 16.3/4' em laminas d'agua de até 1801m (1BAS102 - ‘NS-14). Alguns problemas foram observados apenas com a ferramenta isoladora de teste do BOP e a ferramenta de recuperagdo das buchas (SPEAR). 0 fato de apresentar poucos problemas tona a sua instalago rapida, diminuindo muito o custo de instalagdo pois quase no ha tempo adicional (perdido) 25 Os custos de aquisig&o € instalagdo deste sistema, quando comparados com um do GRUPO TI como o SB ou 0 STC-10, apresentaram redugdo média de aproximadamente 40% (passando de US$ 296,000.00 para US$ 177,000.00). 1.6.4. Evolugdo da base guia permanente desde a BGP-GL até a BGP-R 11008 ‘As bases comeraram ser fabricadas no Brasil no ano de 1974 pela VETCO (1° fabricante no mundo) e pela EQUIPETROL (licenciada pela VETCO), ¢ tinham como coracteristicas postes fixados através de parafusos; perfil do topo dos postes standard, nivelador s6lido com ombro de apoio para alojador de 30"; cover plate com 12 parafusos pata fixar a base no alojador de 30"; rasgos em "V" para encaixe no anti-rotacional do alojador de 30" (para coincidir furos de retomo). ‘Com essas caracteristicas era impossivel recuperi-la e para trocar um poste em caso de empeno era necessario 0 uso de mergulhador e mesmo assim a operagdo nfo era simples, pois como na épcca no se fazia mergulho saturado, 0 tempo maximo dentro ‘gua era de no miximo 45 minutos para laminas d'égua de até 100m e dependia também da luz do dia, condigdes de mar ¢ correnteza. Como agravante muitas vezes a base dos postes onde estava situado os parafusos se encontrava totalmente encoberta por cimento e cascalho dificultando a ago do mergulhador e uma simples troca de postes durava dias. Como 0 topo dos postes eram standard, se algum cabo arrebentasse, a conexio remota era impossivel. Em 1985 ¢ topo dos postes foi padronizada para perfil GL~4 HUGHES, © que permitia a conexdo remota do cabo sem qualquer interferéncia de mergulhador. Mas esta padronizagdo no se apresentava suficiente, pois persistia 0 problema da troca do poste, bem como vislumbrava-se recuperar integralmente a base, 0 que resolveria dofinitivamente os problemas em templates. ‘Em parceria com os fabricantes (principalmente VETCO e EQUIPETROL) iniciou-se 0 desenvolvimento de mecanismos que pudessem eliminar todos os problemas. Associando as idéias dos técnicos PETROBRAS com as novidades trazidas pelos fabricantes chegou-se a marca de 09 geragbes de base. Embora apresentando bons resultados, o sistema ainda poderia evoluir. A partir deste ponto a VETCO nao mais se interessou na evolugao das bases e a EQUIPETROL nao conseguia nos atender tal era a velocidade das alteragies. A CBV/FMC, ja na déceda de 90, apresentou 0 desenho de uma nova base, com 0 nivelador integral e uma revolucionéria forma de travamento entre base e alojador de 30". Com a filosofia de parceria, foram passados & CBV todos os estudos PETROBRAS, inclusive © desenho dos rasgos dos postes que os tormavam auto-fock com seguranca. Finalmente, apés inumeras interagGes, obteve-se a 11° geragto de base chamada de BGP-R 1100A, que passou a ser © produto standard da CBV/FMC no mercado internacional. alojador de 30", que também é padronizado, foi adaptado para esta base, provendo ‘uma larga flexibilidade operacional, sendo possivel a partir da superficie: 26 conexiio remota dos cabos; troca de qualquer poste; recuperacdo integral da base, reassentamento da base, inclusive orientando-a; recuperagio da capa ¢ assentamento da base de abandono em tunica manobra, © reassentamento da base e recuperagéo da capa de abandono em tiniea manobra ‘A recuperagdo da base no implica em manobra adicional e dispensa a substiwicao de sobressalentes para a reutilizagio, Além, dessas caracteristicas vantajosas, obteve-se também a otimizacdo em formas de quantidade de matéria prima utilizada na confecgao das bases, resultando em menores custos de aquisigao. ‘Um grande timero de bases (35 bases até 1994) jé foram recuperadas ¢ rentilizadas em outros pogos, reduzindo grandemente os pedidos de compra de bases, com substancial ‘economia para empresa. 1.6.5. Jateamento do revestimento de 30” Jatear um tubulgo para servir de sustentaglo inicial da cabega de pogos submarinos perfurar a fase seguinte em ‘nica descida, utilizando-se uma ferramenta "DUPLO-" é ‘uma operaso rotineira na Petrobris desde 1985. Inicialmente, este procedimento foi utilizado apenas nos pogos em aguas profundas, com tubulio e alojadores de diémetro 48" e 14 metros de comprimento, sendo que este tubulio era de dificil manuseio. Em 1988 passou-se a utilizar 0 tubuldo e alojador de 46", que passa pela mesa rotativa, porém mantém algumas dificuldades operacionais. Os tubuldes de 48° © 46" eram descidos juntamente com a BGT e posteriormente a BGP/funil guia era descido com 0 revestimento de 30". Em agosto de 1992, passou-se a operar apenas com uma base guia, chamada BUP (base linica de perfuragio) que é descida juntamente com o alojador e tubuldo 42", através de ferramenta DUPLO-J que possibilita, além do jateamento, perfurar a fase 36", com broca de 26" e hole opener de 36", com uso de motor de fundo para prover rotagio a broca. Cimentar 0 revestimento de 30" ¢ problematico, pois as formagdes superficiais (até 6Om abaixo do fundo do mar), nfo suportam 0 peso da pasta de cimento, ndo garantindo assim a sustentago da cabega do pogo. Em algumas éreas aguardava-se pega da pasta de cimento por até 24 horas, para garantir a estabilidade da cabega do pogo. Operagées de jateamento do revestimento de 30" (até 120m) so realizadas no Mar do Norte ¢ no Golfo do México desde 1980, porém as ferramentas utilizadas nio ‘permitiam a perfuragdo da fese seguinte. Em 1985 a ABB VETCO GRAY INC. , deseavolveu a ferramenta "Drill-Ahead Too!” @rojeto Jolliet - Golfo do México), que possibilitava o jatcamento do revestimento de 30" e a perfuragao do pogo 26" em iinica descida. Apés o jateamento, o mecanismo de liberago que permite perfurar avante no funcionou. Esta ferramenta, além de jatear, possibilitava cimentar o revestimento de 30". Foram feitas 3 revisbes no projeto original, as quais ndo solucionaram todos os problemas operacionais. ‘Tentou-se implantar no template de Enchova Oeste, em 1988, a perfuragdo seriada, que consiste em iniciar a perfuragdo de 3 a S pogos, até a instalago do revestimento de 20". © BOP seria descido apenas uma vez, para concluir a perfuragio dos pogos jé 27 iniciados. A idéia baseava-se no Projeto Jollie¥CONOCO - Golfo do México. Dificuldades técnicas (falta de ferramentas para jatear o revestimento de 30") e estudos econdmicos inviabilizaram a idéia na época, A perfuragdo seriada foi retomada em 1996, sem 0 uso de template, em pogos prdximos, mas independentes. A PETROBRAS a ABB VETCO GRAY BR iniciaram em 1989 0 desenvolvimento de uma ferramenta exclusiva para jatear o revestimento de 30" e perfurar a fase de 26" em uma inice descida. Este projeto foi batizado JET-CAM. Foram adquiridas duas ferramentas, com prego unitério de USS 120,000.00, entregues no 2° semestre de 1992. Em abril de 1993 © CENPES concluiu os estudos das formagbes superficiais ‘encontradas na Bacia de Campos e concluiu que o atrito lateral destas formagSes com 0 revestimento de 30" jateado suporta todos os esforgos gerados na cabeca do poco, provendo sustentarZo suficiente e mais efetiva que quando cimentado. Estes estudos concluiram que eliminando-se o apoio da base guia ¢ 0 tubuldo 42", seria necessério pelo menos 2 juntas (24m) de revestimento 30" x 1.1/2", X-56, como extensio do alojador de 30". Também a extensio do alojador de alta pressao foi padronizada em 20" x 1", X-56. As limitagdes geradas (offset maximo de 3” ¢ tragdo maxima do BOP de 290000 LB) ndo inviabilizam a operagao de jateamento. Em maio de 1993, com a perspectiva de paradas de algumas sondas devido falta de equipamentos (bases ¢ alojador 42°) e jé dispondo ds JET-CAM , colocou-se em pritica esta técnica. No pogo 3-BR-2-RJS (NS11), em lémina d’4gua de 687m, apds 0 jateamento do revestimenty de 30" (36m) nfo foi possivel perfurar avante. A geometria do J-SLOT dificultava a liberago do mandril da ferramenta, impedindo perfurar avante gerando overtorque no sistema de liberago JET-CAM x alojador de 30° A PETROBRAS sugeriu 4 ABB VETCO GRAY BR modificar 0 J-SLOT e ctiar 0 600m ‘Ainda em aguas rasas, se for decidido deixar a cabega do pogo no fundo do mar, completa-se com arvore de natal molhada (ANM) através de plataforma auto-clevatiria, plataformas semi-submersiveis ou navios-sonda ancorados ‘Numa segunda situagdo, apresenta-se o caso de dguas mais profundas, em que é inviavel trazer a cabega do pogo para a superficie, sendo indispensivel deixé-la no fundo do mar, equipada com arvore de natal mothada (ANM). Neste caso so utilizadas, 32 para execuso dos servigos de completagio, as mesmas plataformas semi-submersiveis ou navios-sonda de posicionamento dindmico que foram utilizadas durante a perfuragao. 3.2. Quanto ao revestimento de produgao Buscando atender os requisitos basicos anteriormente citados, as completagdes podem ser realizadas de acordo com os métodos a seguir discutidos. Tais métodos se referem as configuragies basicas pogo-formacdo, aplicaveis a cada situagao especifica e podem apresentar variagdes que os tornam bem mais sofisticados. ‘Quanto a0 revestimento de producdo, uma completagao pode ser: a pogo aberto; ‘© com revestimento canhoneado, '* com liner canhoneado ou rasgado. 3.2.1. A pogo aberto Durante a perfuragdo, 20 se atingir 0 topo da zona produtora, o revestimento de produgdo é descido e cimentado, Em seguida esta ¢ perfurada até a profundidade final, aps 0 que se coloca 0 pogo em produgdo com # zona totalmente aberta (Figura 10-a). Caso seja mecessirio um novo revestimento de produgdo poderd ser assentado posteriormente, convertendo o método em um dos outros trés citados. Obviamente, tal método é, somente, aplicavel a formagées totalmente competentes: 08 cembasamentos fraturados, of calcarios, dolomitas © 06 arenitos muito bem consolidados. Também 0 intervalo produtor nfo pode ser muito espesso, a menos que a formagéo rodutora tenha caracteristicas permo-porosas homogéneas ¢ contenha um tinico fluido. ‘As principais vantagens do método so: maior area aberta ao fluxo; economia de rrevestimento e canhoneio; minimiza 0 dano de formacao causado pelo filtrado do fluido de perfurago e da pasta de cimento, j& que se pode usar um fluido de perfuragio adequado para perfurar a zona produtora, apis o assentamento do revestimento de produc. A desvantagem mais importante € a impossibilidade de se colocar em produgdo somente parte do intervalo aberto, visto que no sto poucas as vezes em que estio presentes simultaneamente dleo, agua e gis, sendo que normalmente o Unico interesse esta na produgio do éleo. 3.2.2. Com liner rasgado ou canhoneado Quando utiliza-se liner, a coluna de revestimento anterior (de producio) é assentada ¢ cimentada acima do topo da zona de interesse, prosseguindo-se posteriormente a perfuragdo até a profundidade final prevista. Avaliada a zona e decidido completar, descida uma coluna de tubos, os quais podem ser rasgados (Figura 10.b) ou lisos,

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