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Mestra pela Universidade Bandeirante de São Paulo e graduada em Administração de Empresas pela Universidade
Albert Eisntein. Pós‑graduada em Formação para Docência de Ensino Superior a Distância pela Universidade Paulista
– EaD e possui MBA em Gestão Empresarial pela Universidade Ibirapuera. Há mais de 10 anos, trabalha como docente
de nível superior e também com auditoria, consultoria e treinamento in company. No momento atual, é docente dos
cursos presenciais e de educação a distância da Universidade Paulista – UNIP, instituição na qual também faz parte do
Núcleo Docente Estruturante – NDE.
Nascida na cidade de São Paulo, é mestre em Contabilidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1998),
especialista em Controladoria e Contabilidade Gerencial pela Faculdade Santana São Paulo (1992), especialista em
Didática do Ensino Superior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1996), especialista em Ensino a Distância –
EaD (2011), graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá (1990) e em
Filosofia – Bacharelado e Licenciatura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009).
Possui dois livros editados sobre a área contábil, além de participações em congressos tanto na área contábil
quanto na educacional, inclusive em EaD.
Tem as seguintes funções empresariais na área técnica: controller, contadora, auditora e consultora; na área
acadêmica, é atualmente coordenadora de curso de Ciências Contábeis nas modalidades presencial e a distância na
Universidade Paulista (UNIP) e professora de pós-graduação em nível lato sensu nas Instituições de Ensino Superior
(IES) Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Paulista (UNIP), Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e
em diversos cursos e disciplinas correlatas à formação.
Também atua ministrando curso in company. Além disso, é conteudista de materiais para o ensino a distância.
80 p., il.
CDU 657.15
U503.52 – 19
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Virgínia Bilatto
Marina Bueno
Sumário
Controladoria e Orçamento
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 MISSÃO E ESTRUTURA DA CONTROLADORIA E O PAPEL DO CONTROLLER................................9
1.1 Missão da controladoria..................................................................................................................... 10
1.2 A controladoria na organização...................................................................................................... 12
1.3 Estrutura da controladoria................................................................................................................ 14
1.4 Estrutura administrativa..................................................................................................................... 19
2 FUNDAMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA CONTROLADORIA........................................ 20
3 O MODELO DE GESTÃO.................................................................................................................................. 21
3.1 Visão geral da empresa: missão, crenças e valores.................................................................. 21
3.2 Modelo de gestão.................................................................................................................................. 22
4 O PROCESSO DE GESTÃO.............................................................................................................................. 23
4.1 O processo de tomada de decisão.................................................................................................. 25
Unidade II
5 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CONTROLADORIA.............................................................................. 32
5.1 Sistema de informação....................................................................................................................... 33
5.2 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (Sige).................................................................. 33
5.3 A contabilidade dentro do Sige....................................................................................................... 34
5.4 Sistema de informação de controladoria.................................................................................... 34
5.5 As informações no sistema de informação contábil.............................................................. 34
5.6 O sistema de informação contábil: controladoria no processo de gestão.................... 38
6 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS E O PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO.................40
Unidade III
7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS............... 46
7.1 Planejamento da produção............................................................................................................... 57
7.1.1 Preparação do plano de produção.................................................................................................... 58
7.1.2 Política de planejamento de estoques............................................................................................ 60
7.1.3 Estabilidade da produção..................................................................................................................... 61
7.2 Planejamento e controle da utilização e das compras de matérias‑primas................. 61
7.2.1 Orçamento de matérias‑primas......................................................................................................... 62
7.2.2 Orçamento de compras e estoque de matérias‑primas........................................................... 63
7.3 Planejamento e controle de custos de mão de obra direta................................................. 64
7.3.1 Planejamento do número de horas de mão de obra direta................................................... 65
7.3.2 Aspectos de planejamento e controle do orçamento de mão de obra direta............................65
7.4 Planejamento de despesas: custos indiretos de produção, despesas de
vendas e administrativas........................................................................................................................... 66
7.4.1 Planejamento de custos indiretos de produção.......................................................................... 67
7.4.2 Planejamento de despesas de vendas............................................................................................. 68
7.4.3 Planejamento de despesas administrativas.................................................................................. 68
8 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE INVESTIMENTOS EM IMOBILIZADO....................................... 68
8.1 Avaliação de investimentos propostos......................................................................................... 69
8.2 Métodos de avaliação.......................................................................................................................... 70
APRESENTAÇÃO
Objetivos gerais
Objetivos específicos
Apresentar ao estudante os principais instrumentos e ferramentas que o controller deve utilizar, bem
como o sistema integrado de informações, destacando as oportunidades de contribuir para gestão das
empresas na obtenção de êxito nas metas estratégicas.
INTRODUÇÃO
Na controladoria é fundamental, antes de tudo, planejar, organizar e colocar em prática algo que se
busca. As entidades têm a sua missão e os seus objetivos de curto, médio e/ou longo prazo voltados ou
não para obter lucro.
Porém, toda empresa tem uma missão, e é a partir dela que se organizará de tal modo que cumpra
e/ou supra as mais diversas necessidades humanas. Assim, temos a empresa como um sistema aberto,
ou seja, ela influencia e é influenciada pela sociedade na qual está inserida; pois, como todo sistema
aberto, está sempre em constante mudança, buscando de todas as maneiras suprir as mais variadas
necessidades do ser humano, valendo‑se de recursos materiais, humanos e tecnológicos.
Os sistemas de apoio a operações dão suporte às funções operacionais, como: compras, estocagem,
produção, vendas, faturamento, pagamento, recebimento, dentre outras; os sistemas de apoio à gestão
7
buscam informações mais detalhadas sobre o desempenho do negócio, tais como: sistema de informação
contábil, sistema de custos, de orçamento, de planejamento, de caixa, de centro de custos etc. Em
termos amplos, a expressão “planejamento e controle de resultados” como um enfoque sistemático e
formal à execução das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração.
8
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Unidade I
1 MISSÃO E ESTRUTURA DA CONTROLADORIA E O PAPEL DO CONTROLLER
Controlar significa, antes de tudo, planejar, organizar e colocar em prática algo que se busca. Assim
nasce a Controladoria, o departamento responsável pelo projeto, pela elaboração, implementação
e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de uma
determinada entidade, com ou sem finalidade lucrativa (OLIVEIRA, 2002, p. 19).
Para Oliveira (2002), as entidades têm a sua missão e os seus objetivos de curto, médio e/ou longo
prazo voltados ou não para obter lucro. Eles podem ser:
• conquista de novos mercados, mesmo que para isso a margem de lucro seja prejudicada;
• prestação de bons serviços à comunidade, no caso das entidades sem fins lucrativos etc.
Os gestores devem, periodicamente, prestar contas de como os bens e recursos foram utilizados e se
a missão e os objetivos foram ou estão sendo alcançados como previamente planejados.
Observação
Figura 1
Padoveze (2003, p. 33) define a controladoria como uma unidade administrativa interna que,
utilizando a ciência contábil e o sistema de informação de controladoria, é responsável pela coordenação
da gestão econômica da sistemática da empresa.
Pode‑se entender que a missão da controladoria é dar suporte à gestão dos negócios da empresa
a fim de assegurar que os objetivos sejam atingidos a partir de um planejamento estabelecido pelos
dirigentes da organização.
Assim, a controladoria não toma decisões, mas contribui com elas a partir de um controle e
de um alerta permanente sobre o que foi previamente acordado, ou seja, ela tem o papel de fazer
acontecer o planejado.
Oliveira (2002) afirma que a controladoria é o departamento responsável pelo projeto, pela
elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais,
financeiras e contábeis de uma organização, exercendo uma influência sobre as decisões dos
gestores da entidade.
10
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Padoveze (2003) resume assim: “a missão da controladoria é assegurar a eficácia da empresa através
da otimização de seus resultados”.
Lembrete
É importante ressaltar que o controller não exerce autoridade em outros departamentos, somente no
seu, porém a sua função é fazer com que os gestores executem os itens do planejamento relacionados
com as suas respectivas áreas.
Diversos autores citam as funções de um controller. Para Heckert e Wilson (apud Padoveze, p. 33‑34) são:
• planejamento;
• controle;
• reporte;
• contabilidade.
Já para Horngren et al. (apud Padoveze, 2003, p. 34), as funções são entendidas como:
• planejamento e controle;
• relatórios internos;
• avaliação e consultoria;
• relatórios externos;
• avaliação econômica.
11
Unidade I
Por sua vez, Peleias (apud Padoveze, 2003, p. 34) descreve as funções do controller da seguinte forma:
É importante ressaltar que, embora o termo “controle” possa demonstrar uma situação de punição
ou de imposição, não é essa a forma de o controller exercer o seu papel, conforme demonstra Padoveze
(2003, p. 36). A sua atuação deve ser no sentido de informar, formar, educar, influenciar, persuadir e nunca
impor, de maneira que todos ajam coordenadamente com os propósitos da empresa e, por conseguinte,
obtenham eficiência nas suas áreas de responsabilidade; com isso a empresa será lucrativa e eficaz.
Portanto, o papel do controller está mais para as funções de monitoramento, apoio aos gestores,
mesmo exercendo influência e persuasão, do que para o de um tomador de decisões, exceto as de sua
área. E, assim, enquanto os gestores cuidam dos seus respectivos departamentos, o controller coordena
todas as áreas a fim de alcançar os objetivos previamente determinados pela alta direção; logo, a sua
função é a de apoio, mas não de responsabilidade final pela obtenção de resultados setoriais, conforme
aponta Padoveze (2003, p. 36).
Saiba mais
Se o controller tem uma função de apoio e monitoramento, conforme apresentado no tópico anterior,
então a quem ele se reporta? Segundo Padoveze (2003), o controller deve responder ao diretor ou ao
vice‑presidente administrativo e financeiro, e tem suas funções diferenciadas daquelas do responsável
12
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
pela aplicação e captação de recursos, que é denominado tesoureiro. A figura a seguir demonstra seu
papel dentro da organização:
Presidente
Vice-presidente
Vice-presidente Vice-presidente
(Diretor)
(Diretor) (Diretor)
administrativo/
de produção de comercialização
financeiro
Controller Tesoureiro
Figura 2
Controladoria e tesouraria
Finanças
Sistema de
informação
Planejamento Operação
Figura 3
13
Unidade I
essas partes e transformá‑las em bens e serviços para atender à coletividade da qual faz parte. Se a
fragmentação das áreas é necessária para a otimização dos processos, alguém precisará ligar essas
partes, e os resultados, traduzidos em bens e serviços úteis para a sociedade, manterão a sobrevivência da
empresa. Nota‑se, então, que a controladoria integra todas as áreas por meio do sistema de informação
e que, integrando os sistemas operacionais, passa a mensurá‑los, controlá‑los e avaliá‑los, ou seja,
cumpre o seu papel de assegurar a eficácia da empresa, mediante o controle das operações e dos
resultados planejados (Padoveze, 2003, p. 36).
Portanto, o controller só conseguirá exercer seu papel dentro da organização se, além de conhecer
a empresa de maneira integral, dominar as técnicas para colocar o planejamento em ação, sem exercer
a imposição, mas, sim, o monitoramento e a articulação das áreas, ou seja, o papel de influenciador, de
coordenador; mas nunca o de ditador.
Figura 4
A estrutura da controladoria pode variar de empresa para empresa, mas a sua função será sempre a
mesma, ou seja, ela será responsável pelo sistema de informação contábil gerencial, a fim de assegurar
o objetivo previamente proposto. Portanto, o seu papel deve ser exercido no dia a dia. A controladoria
precisa acompanhar, monitorar todas as etapas do processo e todas as áreas existentes, enfim, estar à
frente das operações que compõem o conglomerado chamado empresa.
Para Oliveira (2002, p. 21), “[...] nas empresas de médio e grande porte, a controladoria está estruturada
em quatro principais áreas: custos de produção de bens e serviços, contabilidade gerencial, contabilidade
financeira e contabilidade fiscal ou tributária”.
14
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Controladoria
Figura 5
Dentre as diversas atividades exercidas pela contabilidade de custos, Oliveira (2002, p. 67) destaca:
• controlar os estoques;
15
Unidade I
Oliveira (2002, p. 37) aponta que a fase mais importante para a evolução da contabilidade gerencial
ocorreu nos Estados Unidos, em razão do grande avanço das instituições financeiras, econômicas e
sociais naquele país. Pode‑se afirmar que os processos finais nos sistemas de contabilidade gerencial
ocorreram nas primeiras décadas do século XX, em apoio ao crescimento das grandes corporações
norte‑americanas que são diversificadas e com múltiplas atividades.
A contabilidade financeira – ou geral –, conforme aponta a figura 3, está voltada para gerar
informações básicas a seus usuários, uma vez que as demonstrações contábeis são elaboradas a partir
de exigências legais, fiscais e societárias. E, conforme aponta Oliveira (2002, p. 37), em virtude de a
contabilidade financeira fornecer dados compactados para toda a empresa, surgiu a necessidade de
obter detalhamentos sobre as diversas áreas da contabilidade e, assim, surgiram novas ramificações da
contabilidade, porém sempre com o mesmo propósito: disponibilizar informações a fim de auxiliar na
tomada de decisões nas áreas que compõem o conglomerado chamado empresa.
O controller precisa estar atento não só à legislação tributária, mas também à carga tributária e
o seu reflexo na busca do resultado determinado pela organização. Oliveira (2002) destaca, na figura
anterior, as responsabilidades geradas pela contabilidade fiscal e estabelece o planejamento tributário
como o grande mentor para a economia dos impostos, sem infringir a legislação.
Para Padoveze, (2003, p. 36‑37) a estrutura da controladoria pertence a duas grandes áreas:
16
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Controladoria
Planejamento e
controle Escrituração
Figura 6
Partindo de uma das funções da controladoria, a avaliação do monitoramento deve ser permanente
em relação aos procedimentos internos e a todas as etapas necessárias para o desempenho das funções
e cumprimentos das normas por todos os componentes da organização. Para tanto, a auditoria interna
torna‑se imprescindível e deve ser pautada nos controles internos desenvolvidos para alcançar os
objetivos previamente estipulados em planejamento.
17
Unidade I
• gerar relatórios e informações para o controle eficiente das operações e transações que permitam
refletir e analisar a complexidade do sistema da empresa;
• adotar procedimentos, critérios e ações que permitam a melhor proteção que a empresa possa ter
contra as falhas humanas intencionais ou não.
• nenhum funcionário da organização deve ter todo o ciclo da transação sob seu controle;
É importante ressaltar que a auditoria interna é uma aliada da controladoria, portanto, sua estrutura
deve ser mínima, caso contrário, a própria controladoria perderia o seu valor.
18
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Lembretes
• gestão de recursos humanos: cada atividade estará sob a responsabilidade de seu gestor, porém
cabe à controladoria o monitoramento de forma centralizada, evitando privilégios dentro da
empresa e, ainda, valorizando o capital intelectual, uma vez que deve ser considerado como
o maior dos ativos da organização, pois é a inteligência da empresa representada pelos seus
recursos humanos;
• gestão de suprimentos ou compras: geralmente, nas empresas, a área de compras está ligada à de
produção, uma vez que o atendimento de melhor qualidade é dado à produção devido à aquisição
de matérias‑primas e demais suprimentos; porém, para uma empresa de menor porte, tal função
poderia, também, ser executada pelo controller, embora não seja a sua principal atuação;
• administração geral: este setor vem dando cada vez mais espaço à tecnologia da informação.
As atividades desenvolvidas por ele, que integravam as áreas de compras ao pagamento (do
pedido, ao recebimento e da produção à venda), hoje, são feitas por um sistema informatizado,
integrado e utilizado pela maioria das empresas. Porém, algumas atividades ainda são
executadas, como a coordenação de eventos, a segurança patrimonial e a gestão de tráfego
empresarial, mas, dependendo do porte da empresa, estas atividades poderiam ser executadas
por um assessor do controller.
19
Unidade I
Presidente
Recursos Tacnologia da
Controller Tesoureiro humanos informação Suprimentos Logística Adm. geral
Figura 7
• Diagnóstico sobre a empresa: a análise da empresa deve ser minuciosa ao ponto de identificar a
estrutura organizacional, a unidade de negócios, os produtos e serviços oferecidos pela organização,
os eventos econômicos – por exemplo, o lançamento de novos produtos –, a tecnologia e os
sistemas de informação já existentes. A partir deste diagnóstico, é possível partir para as etapas
seguintes: as áreas a serem atendidas e a estruturação do sistema contábil tradicional e gerencial.
• Áreas a serem atendidas: o sistema de informação da controladoria deverá ser estruturado para
atender, basicamente: à alta direção; às unidades de negócios – considerando a avaliação tanto da
receita quanto dos custos vindos de cada unidade e o desempenho de cada gestor; aos produtos
e serviços oferecidos pela organização – formação do custo, preço de venda, rentabilidade de
cada produto e análise de mercado; às atividades desempenhadas em cada setor; e às transações
internas e externas à empresa.
20
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
3 O MODELO DE GESTÃO
As empresas são organizações que participarão da sociedade em todas as instâncias, geram empregos,
tributos e atendem às necessidades humanas em bens e/ou em serviço. As organizações empresariais
dependem da sociedade, assim como esta também depende das empresas tanto para a sobrevivência
quanto para a sua própria evolução.
Porém, toda empresa tem uma missão, e é a partir dela que se organizará de tal modo que cumpra
e/ou supra as mais diversas necessidades humanas. Assim, temos a empresa como um sistema aberto,
ou seja, ela influencia e é influenciada pela sociedade na qual está inserida; pois, como todo sistema
aberto, está sempre em constante mudança, buscando de todas as maneiras suprir as mais variadas
necessidades do ser humano, valendo‑se de recursos materiais, humanos e tecnológicos para isso.
E, como sistema aberto, a empresa, o tempo todo, sofre pressões de ambientes internos ou externos.
A figura demonstrada por Padoveze (2003) representa esse sistema chamado empresa:
A empresa com um sistema aberto
Ambiente remoto
Sociedade Cultura
Ambiente próximo
Política Clientes Tecnologia
Entradas Processamento Saídas
Materiais Educação
Concorrentes Produtos Fornecedores
Equipamentos
Recursos Energia A empresa Bens
naturais Comunicação Pessoas Comunidades
Informações Serviços
Legislação
Sindicatos Acionistas Governo e tributos
Clima
Economia
Demografia
Figura 8
21
Unidade I
• Declaração de visão: é um olhar para o futuro, ou seja, uma ou duas frases que indicam aonde
a empresa quer chegar. Por exemplo, a Apple Computadores tem como declaração de visão a
seguinte frase: “Mudar o mundo através da tecnologia”.
• Declaração de missão: qual o propósito da empresa, ou seja, o que ela faz ou não; por exemplo, a
Elevadores Otis declara que:
• Declaração de metas e objetivos: as metas tratam do itinerário básico para chegar ao destino que a
empresa deseja; enquanto os objetivos são declarações específicas para cada meta a ser alcançada.
Para as metas, bastam as palavras; já para os objetivos, os números são mais esclarecedores; por
exemplo, a meta pode ser assim definida: “Tornar‑se líder de mercado e criar valor excepcional
para nossos acionistas”. E os objetivos: “Ter 55% de participação no mercado do nosso produto
principal e alcançar uma rentabilidade do investimento não inferior a 20% ao ano”.
O modelo de gestão empresarial deverá ser construído a partir da missão, das crenças e dos valores
instituídos pela empresa, é a visão geral da organização que ditará o modelo a ser seguido, o qual será
pautado por normas e princípios que guiarão os gestores na escolha da alternativa que mais venha
adequar o cumprimento da missão determinado pela alta direção da organização. Porém, como modelo
ideal de gestão, Padoveze (2003, p. 26) aborda os seguintes aspectos:
• a avaliação de desempenho das áreas e dos gestores: responsabilidade pelos resultados das áreas
de cada um;
22
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
É importante ressaltar que a empresa apenas cumprirá sua missão, que trata da satisfação das
necessidades humanas onde está inserida; porém, também terá que prover recursos que remunere os
proprietários, uma vez que o empreendimento tornou‑se possível a partir de seus esforços financeiros
e, assim, a empresa cumpre dois papéis: o de suprir as necessidades dos seres humanos mediante os
bens e serviços oferecidos e remunerar satisfatoriamente os detentores do capital. Para que isso seja
possível, o modelo de gestão a ser seguido deverá permitir que tais objetivos sejam alcançados, caso
contrário, tanto a sociedade na qual a empresa está inserida quanto seus precursores amargarão a
derrota da organização.
E é assim que se torna necessário o processo de gestão, ou seja, ações que irão colocar o modelo de
gestão em funcionamento, considerando todas as etapas necessárias e ordenadas, de tal maneira que
levem ao resultado previamente proposto em planejamento. Portanto, o planejamento torna‑se o item
mais importante na busca do cumprimento da missão empresarial: satisfazer as necessidades humanas
e remunerar os proprietários dos recursos financeiros, não só maximizando o valor do empreendimento
como, principalmente, garantindo a sua sobrevivência.
4 O PROCESSO DE GESTÃO
Para Padoveze (2003, p. 27), o processo de gestão ou processo decisório é composto por um conjunto
de ações que compreende as fases do planejamento, execução e controle da empresa, levando‑se em
consideração as áreas e as atividades necessárias para o seu desempenho.
O autor defende a necessidade do planejamento, não no sentido aonde se quer chegar, mas o
trançando num caminho inverso, ou seja, ligando uma situação desejada a uma situação atual; somente
assim seria possível traçar os planos de ação, uma vez que a situação atual seria conhecida por todos
na organização.
A figura a seguir mostra as duas fases do planejamento: o estratégico e o operacional, e a este pode
ser adicionada a fase de programação:
Planejamento
Planejamento Planejamento
operacional Programação
estratégico
Execução
Controle
Figura 9
23
Unidade I
Planejamento estratégico
O planejamento estratégico deverá ser elaborado pela alta direção da empresa, uma vez que
determinará não só os recursos necessários para atingir os objetivos ali propostos, como também a
forma mais adequada para remunerar os detentores do capital – de terceiros ou os próprios. Nessa fase
do planejamento estratégico em que tanto as políticas quanto as diretrizes são traçadas, levando‑se em
consideração o cenário que a empresa se encontra, as influências internas e externas sofrerão em busca
dos objetivos estabelecidos.
Planejamento operacional
Figura 10
A execução e o controle devem caminhar juntos; enquanto o primeiro executa as ações previamente
programadas, o segundo avalia o percurso, corrigindo, se for o caso, os desvios ocorridos, identificando
24
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
suas causas e direcionando a um ponto que leve aos objetivos previamente propostos no planejamento
estratégico e fracionados no planejamento operacional.
Figura 11
Saiba mais
SAAD, M. Como ser um líder mesmo sem ser chefe. Forbes Brasil, 24 fev.
2015. Disponível em: <http://www.crasp.gov.br/crasp/WebForms/interna.
aspx?secao_id=206&campo=7248>. Acesso em: 25 fev. 2015.
Figura 12
Todo processo pauta‑se em uma série de procedimentos, e com a tomada de decisão não seria
diferente, pois determinações ocorrem o tempo todo e em diferentes graus. No planejamento estratégico,
as decisões são advindas da alta direção da empresa, como, por exemplo, retirar um produto da linha de
25
Unidade I
produção, substituir por outro ou simplesmente excluí‑lo. No planejamento operacional, ocorrem quando
terceirizam um departamento da produção. Na programação as determinações ocorrem quando se
altera o prazo de produção pela falta de recebimento de um determinado material. As decisões também
ocorrem na execução e no controle, ou seja, em todas as fases do planejamento, elas são estipuladas,
e a análise sobre os elementos que as compõem, segundo Padoveze (2003, p. 30), contribuirá com o
entendimento da complexa ação do processo de tomada de decisão:
• problema: é a lacuna entre o objetivo pretendido e a situação atual, aquilo que esteja impedindo
a ação de se concretizar;
• resolução de problemas: é a ação que corrige a lacuna estabelecida entre a situação atual e o
objetivo pretendido;
A metodologia ou o método a ser adotado para a tomada de decisão consiste em três grandes
análises, demonstradas por Padoveze (2003, p. 30‑31):
• desenvolvimento de cursos de ações: compreende o tipo de ação a ser adotado, diversas hipóteses
devem ser estudadas minuciosamente a fim de escolher aquela que melhor atenda às necessidades
do momento;
Observação
• Implementação da estratégia.
• Avaliação e controle.
26
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Administração estratégica
Definições:
• Implementação da estratégia.
• Avaliação e controle.
ante a concorrência. Mas isto é muito pouco para vislumbrarmos todo o escopo nela contida.
Então, começamos por fatorar o ambiente empresarial em suas duas grandes dimensões: a
externa e a interna à empresa.
Resumo
Exercícios
Questão 1. “Um modelo tradicional [...] deve conter alguns elementos mínimos que permitam
a sua caracterização. Welsch et al. (1988) afirmam que para que um método [...] possa ser
caracterizado como completo, é necessário que haja uma abordagem sistemática e formal de
execução [de suas] diferentes e significativas fases. Estas fases envolvem: (1) desenvolvimento
e aplicação de amplos objetivos de longo prazo para a empresa; (2) especificação das metas
da empresa; (3) desenvolvimento de um amplo e estratégico plano de lucros de longo prazo;
(4) um plano de lucros de curto prazo definido por centro de responsabilidade; (5) um sistema
para periódico reporte da performance detalhado por centro de responsabilidade; (6) o
acompanhamento dos procedimentos.”
O trecho anterior faz referência a uma das teorias de mercado ou de planejamento e controle.
Aponte qual a afirmativa que trata corretamente da teoria em questão:
I – Teoria de mercado, uma vez que o texto faz referência ao desenvolvimento e à aplicação de
amplos objetivos de longo prazo para a empresa.
III – Teoria de planejamento e controle, posto que os seis elementos elencados no enunciado estão
ligados às tomadas de decisão dos stakeholders internos.
IV – Teoria de mercado, já que no texto quatro das seis fases descritas são dependentes de agentes externos.
A) I.
B) II.
C) II e III.
D) III.
E) I e IV.
30
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
I – Afirmativa incorreta.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o uso de indicadores sociais para tentar traçar o futuro dos negócios de uma determinada
companhia está ligado à teoria de mercado. Apesar de a situação social de um país ter impacto direto no
andamento dos negócios, ela não está contida na teoria de planejamento e controle.
IV – Afirmativa incorreta.
Questão 2. No nordeste do Brasil, uma empresa fictícia, produtora de algodão, definiu que quer
vender em 2019, 850 mil metros de cada um dos 30 tipos de tecido produzidos por ela nos três maiores
estados da região. Com isso, a instituição pretende ser a maior fornecedora de tecidos destes três estados.
Com base nas duas pretensões e embasado no que diz respeito à visão geral da companhia, é
incorreto o que se afirma em:
A) A primeira pretensão trata claramente de uma meta, ademais é parte do itinerário de uma viagem
mais longa.
B) A segunda pretensão é uma meta, pois tem como pano de fundo o lugar exato de onde se quer chegar.
C) A primeira pretensão é um objetivo e a segunda uma meta, uma vez que se parte de uma pretensão
menor para uma mais ampla.
D) A segunda pretensão é claramente uma meta, pois tem como pano de fundo o lugar exato de
onde se quer chegar.
E) Os objetivos são protestos específicos que alicerçam as metas.
Unidade II
5 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CONTROLADORIA
Figura 13
Observação
O papel da controladoria é responder tanto pelo lucro gerado quanto pela eficácia, ou não,
da empresa. Para tanto, o seu funcionamento depende de que todos os departamentos da
organização convirjam para o mesmo objetivo, motivo pelo qual o monitoramento realizado
pela controladoria precisa ser constante e feito por meio de um sistema de informação ágil,
sinergético e confiável.
32
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Lembrete
Padoveze (2003, p. 43) define o sistema de informação como um conjunto de recursos humanos,
materiais, tecnológicos e financeiros agregados, segundo uma sequência lógica, para o processamento
dos dados e para a tradução em informações, permitindo às organizações o cumprimento de seus
objetivos principais.
A classificação dos sistemas de informações que dão suporte às operações e à gestão facilita o dia a
dia das empresas, porém a organização deve agir de modo simultâneo. O importante é ter um sistema de
informação que atenda, ao mesmo tempo, tanto às áreas de operações quanto à gestão da organização.
Enquanto os sistemas de apoio a operações dão suporte às funções operacionais, como: compras,
estocagem, produção, vendas, faturamento, pagamento, recebimento, dentre outras; os sistemas de
apoio à gestão buscam informações mais detalhadas sobre o desempenho do negócio, tais como:
sistema de informação contábil, sistema de custos, de orçamento, de planejamento, de caixa, de centro
de custos etc.
Em termos gerais, pode‑se afirmar que os sistemas de apoio à gestão tratam de dados quantitativos
e qualitativos extraídos dos sistemas de apoio às operações, por exemplo, o valor do faturamento do
último trimestre, destacando o tipo do produto, a região para a qual foi vendido, se à vista ou a prazo,
se a entrega foi feita por transporte próprio ou terceirizado e assim por diante.
O avanço tecnológico permitiu que as empresas integrassem suas informações de tal maneira que
hoje os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial – Sige, o Enterprise Resources Planning – ERP, ou,
simplesmente, o planejamento de recursos empresariais fazem parte da gestão empresarial, devido,
principalmente, à necessidade de informações ágeis, precisas e confiáveis. Ainda mais em um momento
da sociedade em que os acontecimentos ocorridos são acompanhados em tempo real, as empresas que
movem a economia mundial não poderiam ficar de fora.
E, assim, ao mesmo tempo em que as informações estão sendo geradas, também estão sendo
analisadas a partir da integração dos subsistemas de apoio a operações e, consequentemente, à gestão.
Padoveze (2003, p. 44) aponta três principais razões que levam as empresas a implantar o Sige:
33
Unidade II
É importante ressaltar que o Sige tem como base a integração horizontal dos dados que primeiro
foram gerados em seus respectivos departamentos e, em seguida, alimentam este único banco de
dados: o Sige.
A contabilidade por si já é um sistema de informação, uma vez que ela existe a partir das operações
realizadas por outros departamentos, executando a partir daí o seu papel de mensurar, controlar e
avaliar as operações ocorridas ou, em outras palavras, avaliar economicamente a empresa.
Porém a contabilidade não poderia ser excluída do Sige, logo, temos um sistema dentro do outro,
ou seja, a contabilidade, assim como os outros departamentos, integra um sistema maior, o Sige, e,
dessa forma, o seu papel dentro da empresa torna‑se mais presente, pois sua metodologia de classificar
e registrar as operações ocorridas na empresa como um todo só reforça a sua atuação: desmesurar,
controlar e avaliar a organização.
Talvez nesse tópico esteja a maior dúvida, afinal, quais as informações que devem integrar um sistema
de informação gerencial? Porém, não há uma resposta definitiva a essa pergunta, pois, se a contabilidade
34
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
gerencial deve atender às necessidades internas da organização, logo, atenderá diretamente aos
anseios da alta direção; portanto, cabe à contabilidade, após definir os objetivos da empresa, solicitar
ao controller – conhecedor tanto da contabilidade financeira quanto da gerencial – que auxilie na
formação das informações que serão geradas do Sistemas Integrados de Gestão Empresarial – Sige.
Ter as respostas para algumas indagações antes de iniciar o processo contribui com o resultado final,
por exemplo: elencar a tomada de decisão por área ou departamento e, a partir daí, listar as informações
pode contribuir com cada situação.
A empresa construiu sua reputação como líder de chips analógicos, com amplificadores
e reguladores, bem como componentes nos equipamentos sem fio – por exemplo, telefones
celulares. Sua participação nos mercados de DVD, receptores de sinais de TV e câmeras
digitais tem crescido.
A National também tem se tornado conhecida pelas suas iniciativas na era digital,
voltadas para atender melhor seus clientes. Em 1994, ela lançou um site – www.national.com/
design ‑, voltado para engenheiros de projeto, que são os influenciadores chave na decisão
sobre os circuitos integrados a serem utilizados nos projetos de equipamentos produzidos
em massa, como os telefones móveis. A partir daí, foram incluídas funcionalidades no site
para oferecer ferramentas para seus distribuidores, agentes de compra nos sites de clientes
executivos de vendas e principais contas.
Estes projetistas são tipicamente pressionados pelo tempo e não tem interesse em
possuir softwares caros para sistemas técnicos de difícil e cara manutenção. Além disso,
sem software de simulação, este tipo de projeto levaria três meses.
Para criar este serviço, a primeira atividade foi contratar, no mercado, vários
especialistas de várias áreas e reuni‑los com os clientes, identificando assim as tarefas
que eram necessárias para o projeto de fontes de energia. Feito isso, eles criaram as
ferramentas necessárias para o projeto on‑line, incluindo‑as no site da National, que
possuía orientação passo a passo e parâmetros.
A National decidiu então liberar a utilização de forma gratuita, percebendo que era mais
vantajoso obter a simulação no seu ambiente. Desta forma, alavancava as vendas de suas
peças que eram necessárias para o equipamento, uma vez que os engenheiros realizavam
os pedidos com bastante frequência.
A National não parou neste estágio. Ela continuou perguntando a seus clientes quais
eram as suas necessidades que ainda não tinham sido atendidas. Com base nesta interação,
o próximo passo foi prover a função de simulação térmica – para cálculo de sistemas de
resfriamento – e projeto para equipamentos sem fio.
Assim como no caso do simulador, a simulação térmica foi viabilizada por meio de
um software licenciado de uma empresa indicada pelos próprios clientes, o qual oferecia
funções bastante complexas e permitia a realização de pedidos.
36
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
A National começou a analisar o perfil da utilização que seus clientes faziam no site, por
meio de acompanhamento de clicks e análise de padrões. Desta forma, realizou mudanças
significativas no site, eliminando mais de 50% dos clicks desnecessários.
A empresa continuava a medir e monitorar o que realmente interessava aos seus clientes,
com base nos 200 termos mais pesquisados diariamente. O objetivo era identificar o que
deveria ser alterado no site para facilitar a procura dos clientes. Uma informação adicional
obtida foi o interesse dos clientes pelas peças oferecidas pelos concorrentes.
Com base nas simulações realizadas pelos clientes, a National podia fazer uma boa
previsão da quantidade que ela precisava produzir.
Uma preocupação constante, neste caso, foi assumir o papel do cliente e pensar como
ele para descobrir o que de fato aumenta o valor oferecido, aumentando a produtividade
na parte mais valiosa de seu processo. Desta forma, pode‑se descobrir como se tornar
indispensável aos clientes. Com esta interação, a National sabia o que seus clientes desejavam
e implementava.
37
Unidade II
Sistemas de cursos
Figura 14
Observação
• os efeitos inflacionários;
38
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Exemplo de aplicação
Ao investir é ele quem determina quanto vai aplicar e em que ações vai aplicar, fazendo
uso de um software que ele mesmo criou. O software 70% das vezes dá ordens corretas de
operação, isto é: 70% das vezes as ações são compradas a um preço e vendidas a um preço
maior. Obviamente 30% das vezes ocorre o contrário. Mas Antônio considera o software
eficiente, pois o lucro das operações certas é bem superior ao prejuízo das erradas.
Certo dia ele comentou com a sua secretária que a ação Paranapanema, que ele tinha
em carteira, iria cair. Ele tinha muita experiência com a ação e conhecia bem quando ela
iria subir ou cair. Mas era uma intuição, um feeling, uma percepção. A secretária respondeu:
— Não acredito no que estou ouvindo: se você acha que ela vai cair de preço, para
que ficar esperando ordem do sistema?
Antônio não vendeu a Paranapanema. Esperou a ordem de venda do sistema – que veio
três dias depois – quando a ação já tinha caído de R$12,10 para R$9,80.
39
Unidade II
Observação
Welsch (1983, p. 19) entende que é a eficácia com que o empreendimento for conduzido que
o levará ao sucesso e que, se a administração for traduzida pelos esforços humanos, logo, serão
estes, quando bem conduzidos, que darão ou não sobrevivência à organização. Em outras palavras,
é o planejamento e o controle de lucros, em termos amplos, por meio de conceitos e técnicas
de planejamento e controle de resultados, que sustentarão toda a organização, tanto em médio
quanto em longo prazo.
Embora a administração atenda às empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, esse
estudo de Welsch (1983) pauta‑se sobre as empresas privadas com fins lucrativos.
Welsch (1983, p. 21) define em termos amplos a expressão “planejamento e controle de resultados”
como um enfoque sistemático e formal à execução das responsabilidades de planejamento, coordenação
e controle da administração. Especificamente, o planejamento e o controle de resultados envolvem a
preparação e a utilização de:
• um plano de resultados em curto prazo, detalhado de acordo com diferentes níveis relevantes de
responsabilidade – divisões, produtos, projeções etc.;
• um sistema de relatórios periódicos de desempenho, mais uma vez para os vários níveis de
responsabilidade.
planejamento e controle de resultados, é preciso reconhecer que ele se aproxima do conceito de sistema
que integra todos os aspectos funcionais e operacionais de uma empresa, ou seja, é a integração da
administração com a controladoria.
Para Welsch (1983, p. 28‑29), as funções básicas da administração que devem integrar
permanentemente o planejamento e controle de resultados são as seguintes:
• planejar:
• organizar:
• dirigir:
— desenvolver condições de trabalho que ofereçam motivação positiva para os indivíduos e grupos;
41
Unidade II
• controlar:
— exercer continuamente um controle dinâmico, agressivo e flexível das operações para assegurar
conformidade realista com os planos e objetivos;
Para Welsch (1983, p. 39), um planejamento e controle de resultados devem conter os itens
apresentados na figura a seguir:
Uma hierarquia de objetivos
Objetos gerais
Econômicos Empregados
Clientes Proprietários
Objetos específicos
Linhas de produtos Administração de capital
Linhas de serviços Retorno sobre investimento
Áreas geográficas Margem de lucro
Participação de Rotação dos ativos
mercado
Estratégia
Como agir — Métodos de ação para atingir os objetivos gerais e específicos
Planejamento detalhado
Figura 15
Welsch (1983, p. 39) adverte que os relatórios devem ser elaborados periodicamente, por áreas
ou centros de responsabilidade e distribuídos para seus respectivos responsáveis, a fim de comparar o
desempenho real com o planejado.
42
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Resumo
Exercícios
Questão 1. “O papel do administrador moderno não é apenas gerenciar uma determinada área
ou setor da empresa (seja ela pública ou privada). Esse profissional precisa entender grande parte
do funcionamento da organização, compreendendo a funcionalidade de cada setor, assim como das
operações da companhia. Basicamente, ele deve possuir e desenvolver sua habilidade conceitual sobre o
negócio. Para a administração geral, conceitualmente falando, a função do administrador compreende
um processo de quatro etapas principais que são:”
Baseado no trecho anterior, aponte a alternativa que traz cada uma das quatro etapas na ordem que
são propostas:
43
Unidade II
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: apesar de organização, direção e controle estarem em seus devidos lugares, a missão
não se enquadra neste contexto.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a direção, encarregada de liderar e motivar, não pode vir antes da organização, que diz
o que, como e por quem será feito.
C) Alternativa correta.
Justificativa: planejar objetivos e estratégias; organizar o que, como e quem fará; dirigir a liderança
e a motivação e controlar a monitoração do desempenho.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o ato de liderar não pode ser realizado após o processo de monitoração.
E) Alternativa incorreta.
44
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
B) A implantação destes modelos de gestão integrada por meio do ERP é demandada por tecnocratas
que apontam o aumento de produtividade como principal fator para este tipo de demanda.
C) Os modelos de gestão integrada não são indispensáveis ao setor público, uma vez que a lógica
maximização de lucro não está presente.
D) O setor público demanda sistemas ERP apenas para melhorar a comunicação do Estado com
empresas fornecedoras de recursos.
E) A implantação do ERP no setor público vem da necessidade de controlar recursos cada vez mais
escassos, dar respostas mais ágeis e maior transparência ao modo de funcionamento do Estado.
45
Unidade III
Unidade III
7 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS
Saiba mais
• contabilidade por áreas de responsabilidade: uma vez que o controle se dá a partir da comparação
entre resultados reais e planejados, e é o sistema contábil que possibilita tal ação, logo, um sistema
contábil por área de responsabilidade contribuirá significativamente com o planejamento e com
o controle de resultados, fornecendo dados de maneira rápida e confiável;
46
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
• comunicação integral: a comunicação precisa ser clara e sem restrições, ou seja, os relatórios
de desempenho por área devem conter um grau satisfatório de informações que contribuam
com a administração da empresa, portanto, a responsabilidade, tanto dos superiores quanto dos
subordinados, deve ser desempenhada a contento;
• expectativas realistas: o bom senso deve prevalecer, nem conservadorismos nem expectativas
exageradas, pois tanto um quanto o outro comprometerão o alcance dos objetivos propostos; portanto,
as vendas não devem ser superavaliadas, assim como as despesas não devem ser subavaliadas;
• oportunidade: refere‑se aos períodos em que os relatórios de desempenho devem ser apresentados.
Os demais, geralmente elaborados para mostrar o desempenho dos responsáveis por área, cobrem
períodos menores como meses, semanas ou dias. Os relatórios elaborados para a alta direção
envolvem períodos maiores, podem ser trimestrais, semestrais ou anuais, porém devem seguir um
padrão de período que, além de acompanhar as atividades desenvolvidas, determinam a eficácia
do controle, criando as condições necessárias, se for o caso, para as devidas correções;
• aplicação flexível: a flexibilidade não deve ser confundida com improvisação, ou seja, também
deverá ser definida pela política da empresa. O próprio planejamento e o controle de resultados
possibilitam situações de exceção, uma vez que os ajustes durante a sua execução tornam‑se
imprescindíveis para o alcance dos objetivos propostos;
Uma vez analisados os princípios que permeiam o planejamento e controle de resultados, Welsch
(1983, p. 65‑66) resume em seis passos fundamentais a implantação desse procedimento:
— passo 5: deve ser formulada uma política em relação às dimensões de tempo a serem usadas
para fins de planejamento e controle de resultados;
— passo 6: deve ser estabelecido um programa de educação orçamentária para familiarizar todos
os níveis administrativos com as finalidades do programa; o modo de funcionamento desta
gestão, incluindo as políticas e diretrizes básicas para a sua administração; a responsabilidade
de cada nível no âmbito do programa e as maneiras pelas quais poderá facilitar o desempenho
das funções de cada administrador.
Welsch (1983, p. 68) estabelece que o planejamento e o controle de resultados, em termos amplos,
envolvem uma abordagem sistemática da administração, dando ênfase à avaliação quantitativa dos
resultados dos objetivos administrativos, ao seu controle dinâmico e, ainda, à criação, realizada pelos
administradores, de um ambiente interno capaz de propiciar condições que levem os indivíduos a
trabalhar em grupo a fim de alcançarem os objetivos propostos pela organização.
A partir de estudos, Welsch (1983, p. 69‑81) apresenta um amplo programa que contempla vários
conceitos de administração e permite uma visão geral sobre o planejamento e sobre o controle de
resultados, são doze os elementos que ele considera fundamentais:
• avaliação das variáveis relevantes para a empresa: as variáveis são classificadas como controláveis
e não controláveis. O planejamento administrativo deve concentrar‑se nas variáveis internas que
também alteram o destino da empresa, ou seja, nas variáveis controláveis, porém deve dar certa
atenção às não controláveis, aquelas que ocorrem fora do ambiente empresarial;
• especificação dos objetivos gerais da empresa pela administração: a partir de uma análise realista
da empresa, apontando seus pontos fortes e fracos, a definição dos objetivos deve contemplar a
missão, a visão, a postura ética, ou seja, deve anunciar a identidade da empresa;
48
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
• estabelecimento de objetivos específicos para a empresa: a partir dos objetivos gerais propostos,
os específicos são elencados, geralmente, para a empresa e também para cada departamento;
— o sucesso que pode ser traduzido como a penetração no mercado e a liderança em termos de
produtos e serviços,
• preparação das premissas de planejamento: são preparadas sob a forma de instruções e diretrizes
da alta administração e são divulgadas para dar um impulso potente e adequado que permita
passar do planejamento geral da empresa para a elaboração de planos de resultados para cada um
dos principais centros de responsabilidade;
• preparação e avaliação dos planos de projetos: abrangem períodos variáveis, pois cada projeto
tem uma dimensão de tempo própria e, ainda, como destaca Welsch (1983, p. 74), os planos
de projetos referem‑se aos planos de aperfeiçoamento de produtos existentes, à construção
ou ampliação de instalações físicas, ao ingresso em novas indústrias, ao abandono de linhas de
produtos e mercados, às novas aplicações de tecnologia e a outras atividades necessárias. Sendo
assim, a preparação e avaliação dos planos de projetos tornam‑se partes essenciais, tanto no
presente quanto no futuro, do planejamento anual, por tratar‑se de etapas que completaram o
todo, ou seja, o planejamento anual;
• preparação e aprovação de planos de resultados em curto prazo: seguirá os mesmos passos dos
planos de longo prazo, apenas terá como diferença o prazo para colocar em ação as decisões ali
tomadas, considerando‑se o período de um ano;
• realização de análises suplementares: diversas análises devem ser efetuadas nos planos
tanto de longo quanto de curto prazo, uma vez que são elas que contribuirão com
o processo decisório. Dentre as análises, Welsch (1983, p. 76) destaca: pontos de
equilíbrio – custo‑volume‑lucro –, custos marginais, cálculo da taxa de retorno sobre os
investimentos, projeção de dados históricos;
Para Welsch (1983, p. 91‑92), um programa amplo de planejamento e controle de resultados pode
ser assim esquematizado:
I. O plano substantivo
3. Estratégias da empresa.
1. O plano de operações:
• departamentos de serviços;
• departamentos de produção.
51
Unidade III
– orçamento de publicidade;
– orçamento de pesquisa;
– outros.
2. O plano financeiro.
a. Balanço planejado.
b. Quadros auxiliares do balanço:
– despesas de produção;
– despesas de vendas;
– despesas administrativas.
1. Análises especiais.
– por departamento;
– por produto;
– para a empresa como um todo.
Figura 16
O planejamento e controle de vendas é a principal base para alcance dos objetivos propostos pela
administração da empresa, por tratar‑se da principal fonte de entrada de recursos financeiros para a entidade.
Além disso, são considerados pontos de partida para os demais planejamentos, como o de produção,
de compra de matérias‑primas, de despesas e outros; uma vez que, sem o conhecimento da previsão de
entradas de numerários, a empresa não tem como traçar alternativas não só para alcançar os objetivos
propostos no planejamento anual, como também pela própria sobrevivência da corporação.
Os planos de vendas podem ser apresentados pelas empresas tanto a longo quanto em curto
prazo, geralmente, os de longo prazo são elaborados para períodos anuais, enquanto os de curto são
apresentados para trimestrais ou mensais. A diferença na elaboração do plano não está somente no
prazo, mas também nas estratégias implantadas pela organização, por exemplo, o desenvolvimento
ou o aperfeiçoamento de produtos, a expansão ou abertura de canais de distribuição, a reformulação
nos padrões de custos são situações que demandam tempo para sua efetivação. Pode‑se entender
que, enquanto as estratégias de curto prazo estão voltadas para a quantidade, ou seja, para aumentar
o número de vendas, as de longo prazo referem‑se às qualitativas, uma vez que podem mudar ou até
mesmo tirar um produto de linha.
53
Unidade III
Assim, em termos gerais, os planos de vendas em longo prazo têm características genéricas, e
dirigem‑se ao produto – ou linha de produto – como um todo, enquanto os planos de vendas em curto
prazo trazem características específicas.
Saiba mais
O conceito de planejamento de vendas é amplo, porém, quando visto pela sua composição, torna‑se
restrito, ou seja, os valores das receitas necessárias para suprir as despesas dentro de um plano geral em
busca de um resultado apontado pela alta administração.
— objetivos da empresa: são as metas determinadas pela alta administração a fim de formular o
plano de vendas;
— estratégias da empresa: são estabelecidas pela organização, contribuem para avaliar impactos
em relação às medidas adotadas em busca dos objetivos ora determinados;
— previsões de vendas: uma etapa que precede o plano de vendas, por depender de uma assessoria
técnica, por exemplo, publicidade, promoção de vendas e outros esforços de comercialização
necessários para efetivação do plano de vendas;
— plano de despesas de vendas: é outro elemento que contribuirá com o plano de marketing,
ou seja, decidirá qual o gasto necessário – previsto – para alcançar o planejamento de vendas
pré‑estipulado;
54
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
É importante ressaltar que o preço a ser praticado no plano de vendas venha não só representar
a necessidade interna da empresa em manter suas operações, como também ser compatível com o
mercado ao qual opera, caso contrário, a sobrevivência da empresa será comprometida.
Uma empresa, com base em seus gastos, apresenta três alternativas para elaboração de seu plano
de vendas:
• alternativa 2: vendas de 5.000 unidades ao preço unitário de $ 2,20, ou seja, a mesma quantidade
e um aumento de 10% no preço unitário;
Obs.: os custos fixos e variáveis, respectivamente de $ 3.000 e $ 4.000 serão os mesmos para as
alternativas 1 e 2, porém os custos variáveis para a alternativa 3 terão o acréscimo de 10% passando
de $ 4.000 para $ 4.400, permanecendo o custo fixo de $ 3.000. Pode‑se, a partir dos dados, apurar o
lucro antes dos tributos para cada uma das alternativas mencionadas:
55
Unidade III
Tabela 1
Considerando a alternativa que melhor retorno oferece à empresa, a 2 é a escolhida: o seu lucro de $ 4.000
é superior aos das demais alternativas, porém, se o preço não estiver de acordo com o mercado, não poderá
colocá‑la em operação. No caso de a empresa optar pela alternativa 3, uma vez que apresenta um lucro maior
que a 1, terá que produzir 500 unidades a mais, ou seja, os seus custos variáveis também aumentarão e, assim,
a área financeira terá de ser envolvida. Em outras palavras, somente a alta administração da empresa poderá
tomar a decisão sobre as três – ou mais – alternativas apresentadas, por ser ela a responsável pela aplicação
dos recursos financeiros da empresa em busca dos objetivos propostos por ela mesma.
Em qualquer momento que o plano de vendas esteja sendo elaborado, é imprescindível a análise
sobre a limitação dos recursos internos de uma empresa. Os mais comuns são:
Segundo Welsch (1983, p. 123), esses quatros fatores limitantes devem ser considerados no momento
da elaboração real de um plano de vendas.
Lembrete
Esse planejamento depende de outros planos, os subplanos, que comporão com o plano de produção
as matérias‑primas, e a mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação, elementos essenciais para
formação de um produto.
Plano de vendas
Variação de estoques de
produtos acabados
Plano de produção
Base de
Figura 17
57
Unidade III
Observação
Figura 18
58
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Tabela 2
Welsch (1983, p. 133) utiliza‑se dos mesmos dados do exemplo anterior para um plano de produção,
porém, agora, para uma atividade sazonal:
Tabela 3
Obs.: considerar os mesmos valores de estoques iniciais e finais: 2.000 e 1.500 unidades,
respectivamente.
Então, como deverá ser programado o volume anual de produção de 13.700 unidades para o período?
Welsch (1983) aponta três soluções:
59
Unidade III
• dar preferência à estabilidade dos estoques: estabelecer uma média mensal que garanta um
montante em estoque previamente determinado;
• não dar preferência à produção e nem aos estoques: manter um equilíbrio entre quantidade produzida
e vendida por meio de uma política que determine o número máximo de unidades produzidas no
mês e o número mínimo de unidades em estoques.
• vendas: estoques elevados, em termos gerais, são benéficos por atender rapidamente a um cliente;
• compras: a quantidade elevada de itens não só reduz os custos de aquisição como também as
despesas administrativas relacionadas à operação de compra;
• finanças: para estoques elevados, o sacrifício financeiro é maior tanto para o pagamento quanto
para os de armazenagem em geral.
Segundo Welsch (1983, p. 137), as políticas de estoques devem incluir o estabelecimento de padrões
de estoques, tais como limites ou giros máximos e mínimos e a aplicação de técnicas e métodos que
assegurem a conformidade com os padrões escolhidos.
Observação
Veja como o controle está ligado à função de planejamento:
O controle possibilita ao gestor duas atividades principais: comparar
o desempenho real com o planejado e avaliar se o próprio plano deve ser
modificado à luz desta comparação.
A ligação entre ambas está na proposta do controle em assegurar que
as atividades da firma estejam em conformidade com os planos. Assim,
podemos tomar ações corretivas em tempo, bem como avaliar a qualidade
do processo decisório.
60
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Embora Welsch (1983, p. 141) reconheça a sazonalidade de algumas atividades, adverte que manter
uma estabilidade para a produção só trará benefícios para a empresa e destaca as seguintes razões:
— disponibilidade;
— descontos por quantidade;
— simplificação de problemas de armazenagem;
— menores exigências financeiras;
— redução de riscos associados à manutenção de estoques.
— reduzir a capacidade necessária para atender às exigências dos períodos de procura mais intensa;
— evitar a existência de capacidade ociosa.
61
Unidade III
Para Welsch (1983, p. 148), o planejamento de matérias‑primas compreende quatro sub orçamentos:
• orçamento de matérias‑primas: deve ser elaborado para cada tipo de matéria‑prima, incluindo a
quantidade necessária para fabricar a produção prevista;
• orçamento de compras: parte do orçamento de matérias‑primas, incluindo o custo de aquisição e
as datas de entregas exigidas para produção e as condições de pagamento;
• orçamento de estoques: considera a quantidade necessária para a produção relacionada ao custo
de aquisição, bem como ao aumento ou à diminuição dos estoques orçados;
• orçamento do custo das matérias‑primas consumidas: mostra o custo das matérias‑primas
consumidas na produção e estabelece a nova quantidade a ser adquirida.
Em termos gerais, os quatro orçamentos estão intimamente ligados, podendo ser substituídos por
um único orçamento, destacando‑se dois objetivos que contemplem o planejamento de resultados:
• controle: a matéria‑prima é de fácil identificação, facilitando, portanto, seu controle físico, tanto
de consumo quanto de desperdício ou de uso inadequado;
• custeio de produtos: a matéria‑prima é o item que juntamente com a mão de obra e com os
custos indiretos de fabricação formam o produto, logo, seu gasto é identificado no custo dos
produtos acabados e na formação do preço de venda.
Figura 19
62
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Para Welsch (1983, p. 150), as quantidades das matérias‑primas devem indicar a elaboração do
orçamento, uma vez que, a partir delas, o plano de produção será – ou não – cumprido. Assim, as
principais exigências sobre o detalhamento das quantidades são:
Cabe ao gerente de compras preparar o orçamento das compras de matérias‑primas a partir das
necessidades determinadas pelo plano de produção, levando‑se em consideração três dados:
O modelo sugerido por Welsch (1983, p. 158) do relatório de controle da função de compras
demonstra os seguintes itens:
D = Desfavorável (realizado maior que planejado) para unidades, preço e saída de caixa.
Todos os gastos relacionados com os empregados de uma organização devem ser planejados,
independente do cargo ocupado, caso contrário, seu dispêndio poderá comprometer o planejamento e
o controle de resultados.
O estudo aqui dirigido trata do planejamento e controle dos custos direcionados à mão de obra
direta, ou seja, aos empregados que estejam diretamente ligados à produção, os chamados “operários”.
Welsch (1983, p. 161) estabelece, num sentido amplo, as seguintes áreas envolvidas no planejamento
e controle de mão de obra direta:
• recrutamento;
• treinamento;
• avaliação de desempenhos;
• administração salarial.
É importante ressaltar que, para a formação do custo da mão de obra, deve‑se incluir não só os salários
dos operários, mas também todos os outros gastos advindos deles, como benefícios e contribuições.
Em termos gerais, três abordagens devem ser utilizadas para a elaboração do planejamento dos
custos de mão de obra direta, segundo Welsch (1983, p. 163):
• o número padrão de horas necessário por unidade produzida multiplicado pelas taxas médias de
remuneração;
• considerar a quantidade prevista para a produção no período e multiplicar pelo resultado obtido
no item anterior;
Figura 20
• estudos de tempos e movimentos: são as etapas necessárias para produzir um determinado item,
elaborado, geralmente, por engenheiros mecânicos ou industriais, por meio de observações e do
uso de um cronômetro;
• custos‑padrão: referem‑se ao valor dos salários que a empresa está disposta a pagar por função
executada e necessária para a produção de um determinado produto;
• estimativa direta pelo supervisor: são números de horas estabelecidas pelo supervisor imediato,
tomando‑se como base seu julgamento pessoal, informações do passado ou procurando por assessores;
Todo e qualquer planejamento busca não só prever acontecimentos como também identificar os
benefícios advindos dele. Para o planejamento e controle de mão de obra direta, Welsch (1983, p. 168)
destaca os seguintes benefícios:
• melhor organização no departamento de pessoal, uma vez que saberá o número necessário de
operários para a produção;
65
Unidade III
• o departamento financeiro também terá um melhor controle, por conhecer com antecedência o
dispêndio necessário com os operários da empresa;
• a formação completa dos custos de produção unitária – matéria‑prima + mão de obra direta +
custos indiretos de fabricação – contribuirá com a formação unitária do preço de venda;
• a própria redução do custo de mão de obra direta utilizará essas informações para se chegar a
uma decisão.
Welsch (1983, p. 170) apresenta um modelo de relatório de desempenho sobre o custo de mão de
obra direta:
Figura 21
O planejamento de despesas tem a mesma importância do planejamento de vendas, uma vez que,
enquanto o segundo estabelece toda a diretriz da empresa, o primeiro mostra que os gastos também são
inevitáveis para a sobrevivência da organização. Em outras palavras, as vendas só ocorrerão a partir das
66
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
Os principais custos indiretos de produção são: mão de obra indireta, seguros, manutenção, materiais
indiretos, energia elétrica, depreciação etc.; e seus gastos devem ser incorporados ao custo de produção
por produto, mas de maneira indireta, por não serem identificáveis nem mensuráveis, necessitando de
um processo que distribua os gastos aos produtos, denominado rateio.
Welsch (1983, p. 179) determina como duplo problema para os custos indiretos o próprio controle
dos custos e o processo de rateio – que geralmente toma como base a proporção de um custo direto ao
produto para sua distribuição.
A distinção entre os custos indiretos de produção nos dois grandes departamentos da fábrica –
produção e serviços – facilitará o planejamento e o controle dos custos indiretos ali ocorridos e também
poderá ser utilizada como base para critérios de rateios. As principais atividades ocorridas em cada
departamento apontadas por Welsch (1983, p. 181) são:
• departamentos de produção:
• departamentos de serviços:
67
Unidade III
As despesas de vendas têm uma relação proporcional ao volume de vendas, ou seja, só ocorrem se
existir a venda. As principais despesas com vendas são os impostos, o frete de entrega, as comissões
sobre vendas e a publicidade.
• controle dos custos de venda: é necessário por advertir os possíveis exageros ocorridos com as
despesas de vendas, principalmente os sociais – almoços, jantares etc.
Assim como os custos indiretos de fabricação devem ser apurados e controlados por departamento, as
despesas de vendas devem trilhar o mesmo caminho por meio dos centros de responsabilidade, devendo
os gerentes de cada área atender aos gastos predeterminados pelo diretor comercial, responsável pela
elaboração e pelo controle do planejamento de vendas.
Cabe ressaltar que a verba destinada à publicidade deve ser compatível com a estrutura da empresa,
uma vez que seu gasto nem sempre resulta na mesma proporção em vendas, logo, um detalhamento
por meio de um orçamento de publicidade só contribui com o alcance dos objetivos propostos no
planejamento e no controle de resultado.
O planejamento de despesas administrativas deve também atender ao controle, por meio dos
centros de responsabilidade, uma vez que a administração geral de uma empresa é composta por
diversos departamentos, entre eles: o financeiro, a controladoria, os recursos humanos. Assim,
o gerente de cada departamento é o responsável pela elaboração e pelo controle dos gastos ali
praticados, logo, é ele quem deverá elaborar o planejamento de despesas administrativas.
A maioria das despesas é fixa, mas os valores são variáveis, dessa maneira, a análise de relatórios passados
contribuirá na elaboração do planejamento de despesas administrativas para o período em questão.
• geração de propostas;
• urgência: a necessidade de um equipamento pode impedir análises mais aprofundadas, que levem
a uma decisão mais apurada;
• reparos: peças e técnicos de manutenção de fácil acesso contribuem para uma decisão de
investimento em imobilizado;
• crédito: maior prazo para pagamento facilita a aquisição do imobilizado;
• aspectos não econômicos: como fornecedores locais ou nacionais;
• valor do investimento: o retorno esperado sobre o investimento.
Para um melhor entendimento e a partir dos mesmos dados iniciais, o autor apresenta os cinco
métodos de avaliação de investimentos em imobilizado:
• Payback: considera o tempo necessário para recuperar o investimento de fundos por meio dos
fluxos de caixa gerados pelo projeto.
Fórmula:
Restrição: o método Payback não leva em conta o valor do dinheiro no tempo e não distingue entre
alternativas com vidas úteis diferentes.
• Retorno médio sobre o investimento: este método relaciona o fluxo anual de caixa ao custo do
investimento – é o inverso do Payback.
Fórmula:
Restrição: igualmente ao método Payback, não leva em conta o valor do dinheiro no tempo e não
distingue entre alternativas com vidas úteis diferentes, e ainda pode levar o usuário a comparar com
outras taxas de juros que estão considerando o valor do dinheiro no tempo.
• Retorno médio sobre o investimento médio: este método relaciona o fluxo anual de caixa ao
custo do investimento médio.
Fórmula:
70
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
• Método de fluxo de caixa descontado: este método leva em consideração o valor do dinheiro
no tempo (custo dos juros), representado por:
— valor atual líquido: este método depende da escolha de uma taxa mínima desejada de retorno
para fins de desconto → escolha para o exemplo = 15% a.a.
Cálculo:
Tabela 6
Fluxo de caixa (x) Fatos de valor atual (*) (=) Valor atual
Cálculo do valor atual
Saída: investimento inicial $ 11.000 0 $ 11.000
• Taxa interna de retorno: este método está em contraste com item 4, uma vez que a taxa de
retorno será calculada, mas não diretamente, e sim em duas fases:
Investimento = lucros por período x fator de descontos para dez anos a uma taxa de retorno
desconhecida (fator da tabela B) $ 11.000 = $ 2.750 x fator de desconto para dez anos a uma taxa de
retorno desconhecida (fator da tabela B)
— 2º Passo: dividir o investimento pelos lucros anuais para determinar o fator de desconto da tabela B.
— 3º Passo: consultar a tabela B, valor atual de $ 1 recebido anualmente por n anos, na linha de
“dez anos”, e encontrar o fator de desconto mais próximo de 4,0. Neste caso, 4,0 situa‑se entre 20%
(4,192) e 22% (3,923). Isso nos permite deduzir que a taxa de retorno é de aproximadamente 22%.
71
Unidade III
Resumo
Exercícios
II – Elevadas metas estabelecidas pelo setor comercial que obrigam os vendedores a darem feedbacks
altos, que ao menos acompanhem de perto as metas.
III – O forecast é um modelo de gestão de produção ultrapassado e seu uso invariavelmente leva a
produção a quantidades desnecessárias ou insuficientes.
A) I.
B) I e II.
C) III.
72
CONTROLADORIA E ORÇAMENTO
D) I, II e IV.
E) II e IV.
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a volatilidade no mercado de bens é um problema que não está sob controle dos
vendedores, ou seja, se um determinado cliente importante da empresa tem uma dificuldade financeira
pontual, ela se traduzirá em menores e mais espaçados pedidos de compras, comprometendo a eficácia
do forecast de vendas.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: o forecast de vendas não é uma forma anacrônica de comunicação entre o setor
comercial e o de produção, inclusive em empresas maiores é possível ter elevada eficiência na previsão,
com pedidos “firmes” que são colocados com muitos meses de antecedência.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a variação do índice de preços é sim uma fonte de desajuste de qualquer tipo de
previsão, inclusive daquelas ligadas ao forecast de vendas, no entanto é incorreto atribuir a ela o papel
central do problema.
A) É uma fórmula financeira que permite determinar o valor presente de desembolsos futuros
descontados a uma taxa de juros apropriada, subtraindo-se o investimento inicial.
73
Unidade III
B) Calcula o tempo que será necessário até que os lucros igualem ao investimento.
C) Calcula o tempo necessário para que o lucro acumulado seja equivalente ao investimento,
descontada a taxa mínima de atratividade (TMA).
E) Para empresas cujo investimento inicial é muito elevado, aconselhasse o uso da IRR.
74
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 6
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 14
Figura 15
Figura 16
Figura 17
Figura 18
Figura 19
Figura 20
Figura 21
76
REFERÊNCIAS
Textuais
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000