Você está na página 1de 24

RESÍDUOS DE SERVIÇOS

DA SAÚDE

Prof. Santhiago Dalcin Osório


São Paulo
2011
Resíduos Sólidos
• De acordo com a ABNT, resíduos sólidos são todos os resíduos nos
estados sólido ou semi-sólido resultantes de atividades de origem:
 doméstica
 comercial
 agrícola
 indústrias
 hospitalar
 varrição

• São Classificados de acordo com sua:


 origem
 características físicas
 composição química
 riscos ao meio ambiente
• Em relação aos riscos ao meio ambiente, esses resíduos são divididos em:

• Dentre os diversos resíduos gerados pela sociedade estão os resíduos


de serviços da saúde (RSS), os quais são classificados como de classe I
(perigosos).
Classificação dos resíduos de serviços da saúde
• Resíduos de serviços da saúde são considerados todos aqueles gerados
a partir do atendimento a saúde humana e animal inclusive os de
assistência domiciliar e trabalho de campo, gerados em estabelecimentos
como:
 hospitais
 clínicas médicas e odontológicas
 farmácias e drogarias
 laboratório de análises clínicas e postos de coleta de material biológico
 instituições de ensino e pesquisa médica
 necrotérios
 funerárias
 centros de controle de zoonoses
 clinicas veterinárias
 serviços de acupuntura
 serviços de tatuagens
 dentre outros similares
 Os Resíduos de serviços da saúde são classificados de acordo com
suas características e consequentes riscos que podem provocar à saúde
pública e ao meio ambiente, sendo classificados em cinco grupos:
• Grupo A: (infectantes) Resíduos com a possível presença
de agentes biológicos que, por suas características de maior
virulência, infectividade e concentração, podem apresentar
risco de patógenos. Subdivididos em:

A1 > resíduos com suspeita ou certeza de contaminação biológica, por exemplo:


cultura e estoques de microrganismo
 vacinas vencidas ou inutilizadas
sobras de amostra de laboratório contendo sangue ou líquido corpóreo

A2 > resíduos provenientes de animais, por exemplo:


Carcaças
 peças anatômicas
 vísceras
cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismo com
risco de disseminação.
A3 > resíduos provenientes do ser humano, por exemplo:
 peças anatômicas (membros)
 produtos de fecundação sem sinais vitais
A4 > resíduos provenientes de animais ou seres humanos que não contenham e
nem sejam suspeitos de conter agentes patológicos e não cause risco de
disseminação, por exemplo:
 tecido adiposo gerados por procedimentos de cirurgia plástica
 sobras de amostra de laboratório contendo fezes, urina e secreções
 luvas
 sondas
 curativos
 recipientes e materiais que não contenham líquidos corpóreos na forma livre
 carcaças, vísceras e peças anatômicas de animais que não apresente risco
de contaminação
A5 > resíduos com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
 órgãos
 tecidos
 fluidos orgânicos
 materiais resultantes da atenção a saúde humana ou animal
• GRUPO B: (químicos): Resíduos contendo substâncias
químicas que dependendo de suas características de
inflamabilidade, toxidade, corrosividade e reatividade podem
apresentar riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por
exemplo:

 medicamentos vencidos
 produtos hormonais
 antimicrobianos
 reagentes para laboratório
 efluentes dos equipamentos automatizados
 saneantes
 desinfetantes
 entre outros
• Grupo C: (radioativos): Quaisquer materiais radioativos ou
contaminados com radio-nuclídeos em quantidades
superiores aos limites de eliminação e que a reutilização seja
imprópria.

• Grupo D: (comum): Resíduos que podem ser comparados


aos resíduos domiciliares por não apresentam risco biológico,
químico ou radiológico a saúde ou ao meio ambiente.
 sobras de alimentos
 resíduos de varrição
 resíduos de gesso provenientes da assistência a saúde
 resíduos das áreas administrativas e outros similares

• Grupo E: (Perfurocortante): objetos ou instrumentos


perfurocortantes ou escarificantes que podem ou não
apresentar risco de contaminação, por exemplo:
 agulhas  lâminas de bisturi
 ampolas de vidro  lancetas
 escalpes tubos capilares
 todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
Responsabilidade dos Resíduos de Serviço da Saúde
• De acordo com uma pesquisa realizada (IBGE) são coletadas diariamente.
 228.413 toneladas de resíduos sólidos no Brasil
 1% corresponde aos resíduos de serviço da saúde
 ou seja, 2.300 toneladas diárias
• Os RSS devem ser tratados de maneira especial que vão desde sua origem
até seu destino final, exigindo uma atuação conjunta das autoridades.
 institucionais
 municipais
 estaduais
 federais
• O gerenciamento dos RSS é de responsabilidade de seus próprios
geradores, cabendo aos órgãos públicos a gestão, regulamentação e
fiscalização.
• O estabelecimento gerador deverá implementar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos da Saúde.
Plano de Gerenciamento de resíduos de serviços da saúde
Segregação, Acondicionamento e Identificação
Coleta e transporte interno
• Consiste na transferência dos resíduos do ponto de geração até o local
de armazenamento temporário ou armazenamento externo.

 deve ser realizado separadamente de acordo com cada grupo de resíduos

 em horários definidos, que não coincidem com:


 distribuição de roupas, alimentos e medicamentos
 visitas ou maior fluxo de pessoas ou atividade
Armazenamento temporário
• Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já
acondicionados, em um local próximo ao ponto de geração
 deve ser identificada como ´´SALA DE RESÍDUOS``
 deve ter no mínimo 2m²
 os sacos devem permanecer nos recipientes de acondicionamento
 poderá ser dispensado se a distância entre o ponto de geração e o
armazenamento externo forem próximos.
Armazenamento externo
• Consiste no acondicionamento dos recipientes de resíduos até a realização
da coleta e transporte externo.

 local exclusivo e identificado como ´´ABRIGO DE RESÍDUOS ``


 os sacos devem permanecer dentro dos contêineres
 acesso facilitado para os veículos coletores.
Coleta e transporte externo
• Consiste na retirada dos resíduos do
armazenamento externo até o local de
tratamento ou disposição final.

• Podem ser utilizados diferentes tipos de


veículos de pequeno até grande porte.
Manuseio Seguro
• Os funcionários envolvidos em cada etapa do
gerenciamento dos RSS devem ser adequadamente
treinados e obrigatoriamente utilizarem os
equipamentos de proteção individual recomendados.
Tratamento dos Resíduos de Serviço da Saúde
• Quaisquer processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou biológicos,
que modifiquem as características, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou danos ao meio ambiente

• Os processos de tratamento dos RSS de acordo com os riscos biológicos


se subdividem em dois tipos:

 Tratamento parcial ou esterilizante:


 ocorre no próprio estabelecimento
 os resíduos do subgrupo A1 e A2 devem ser submetidos
 autoclavagem
 tratamento químico
 irradiação
 microondas
Tratamento completo
realizado em empresas terceirizadas
tratamento térmico
alcançam temperatura entre 800°C a 1.200°C
 incinerador
queimador elétrico
 tocha de plasma

• tratamento térmico por incineração


Disposição Final dos Resíduos de Serviço da Saúde

• Consiste na disposição definitiva de resíduos já tratados, no solo ou em


locais previamente preparados para recebê-los.

 local deve obedecer normas técnicas de construção e operação


 licenciado em órgão ambiental competente

• Atualmente os locais utilizados para disposição final dos RSS são:

 aterro sanitário
 aterro de resíduos perigosos - classe I (para resíduos industriais);
 valas sépticas
 aterro controlado
 lixão ou vazadouro
 Aterro Sanitário: Este método consiste no aterramento dos resíduos
sólidos em áreas previamente preparadas, buscando causar o menor
impacto ambiental possível.
 solo impermeabilizado
 controle dos efluentes líquido
 emissões de gases
 resíduos deverão ser depositados em camadas sobre o solo
 recobrimento será feito diariamente com camada de solo
compactada com espessura de 20 cm ².
 Aterro de resíduos perigosos - classe I: consiste praticamente no mesmo
processo do aterro sanitário, porém utiliza técnicas de disposição final apropriados
para resíduos químicos (Grupo B) no solo, utilizando de procedimentos específicos
de engenharia para confinamento destes.
 Valas sépticas: consiste no preenchimento de valas escavadas e
impermeabilizadas, com tamanhos proporcionais a quantidade de resíduos
a serem aterrados.

• Os resíduos devem ser depositados sem compactação, diretamente no


interior da vala, sendo que no final do dia deverá ser efetuada sua
cobertura com terra.
 utilizados em pequenos municípios
 baixo custo
 Aterro controlado - Trata-se de um lixão melhorado. Neste sistema os
resíduos são descarregados no solo, com recobrimento de camada de
material inerte, diariamente.

• Valas sépticas -

 Lixão ou vazadouro - Este é considerado um método inadequado de


disposição de resíduos sólidos no solo sem preparo algum.
Considerações Finais
• O gerenciamento dos RSS é essencial para evitar riscos aos
trabalhadores, à saúde pública e danos ao meio ambiente.

• Portanto, deve haver um planejamento de todo o processo de


gerenciamento, desde a fase de identificação dos RSS até o processo de
tratamento e disposição final.

• O gerenciamento inadequado dos resíduos de serviço da saúde pode ser


considerado crime ambiental, devido à possibilidade de ocorrência de
danos ambientais de grande proporção, desde contaminação de lençóis
freáticos e de córregos até mesmo casos de infecção e geração de
epidemias e endemias relacionadas a materiais infecto-contagiosos
presentes nos resíduos de serviço da saúde.

Você também pode gostar