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(in)diferença
formar-se professor de Ciências a partir
de uma perspectiva de Educação em
Direitos Humanos
COLEÇÃO CONTEXTOS DA CIÊNCIA
Conselho Editorial
Amílcar Martins (Universidade Aberta – Lisboa)
António Manuel Águas Borralho (Universidade de Évora – Portugal)
Carlos Aldemir Farias da Silva (UFPA)
Claudia Lisete Oliveira Groenwald (ULBRA)
Emmánuel Lizcano (UNED – Madri)
Iran Abreu Mendes (UFRN)
Isabel Cristina Rodrigues de Lucena (UFPA)
José Willington Germano (UFRN)
Luis Radford (Universidade Laurentienne, Canadá)
Maria da Conceição Xavier de Almeida (UFRN)
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco (UFRN)
Miguel Chaquiam (UEPA)
Olival Freire Junior (UFBA)
Raquel Gonçalves-Maia (Universidade de Lisboa)
Ricardo Cantoral (Cinvestav– México)
Roberto Nardi (UNESP – Bauru)
Sílvia Nogueira Chaves (UFPA)
Silvio Donizetti de Oliveira Gallo (Unicamp)
Tadeu Oliver Gonçalves (UFPA)
Teresa Vergani (Universidade Aberta – Lisboa)
Terezinha Valim Oliver Gonçalves (UFPA)
Ubiratan D’Ambrosio (UNIAN-SP)
Wagner Rodrigues Valente (UNIFESP)
Wilma de Nazaré Baía Coelho (UFPA)
ROBERTO DALMO VARALLO LIMA DE OLIVEIRA
GLÓRIA REGINA PESSÔA CAMPELLO QUEIROZ
(Organizadores)
Olhares sobre a
(in)diferença
formar-se professor de Ciências a partir
de uma perspectiva de Educação em
Direitos Humanos
Copyright © 2015 Editora Livraria da Física
1ª Edição
Olhares sobre a (in)diferença: formar-se professor de ciências a partir de uma perspectiva de educação
em direitos humanos / Roberto Dalmo Varallo Lima de Oliveira, Glória Regina Pessôa Campello
Queiroz, (orgs.). – São Paulo: Editora Livraria da Física, 2015. – (Coleção contextos da ciência)
Vários colaboradores.
Bibliografia
ISBN 978-85-7861-326-6
15-03387 CDD-370.71
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida
sejam quais forem os meios empregados sem a permissão da Editora.
Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107
da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Prefácio.............................................................................. 13
Introdução......................................................................... 17
PARTE I
INTERLÚDIO
VII. Na práxis.................................................................... 65
PARTE 2
Os autores........................................................................ 145
Prefácio
“A pluralidade é a lei da terra” (Hannah Arendt)
Marcelo Andrade1
Prefácio 13
parcerias. Nestas andanças pela diferença, que conheci
Roberto Dalmo e, agora, o livro organizado por ele e por
Glória Queiroz, que li com imensa satisfação.
Trata-se de uma proposta, tão ousada quanto necessá-
ria, de articular o tema das diferenças, da pluralidade que
é a lei da terra, com o ensino de ciências, numa perspectiva
de educação em e para os direitos humanos. Assim, o livro
apresenta, a partir de uma linguagem simples e profunda,
a articulação entre alguns conteúdos específicos para o
ensino de ciências e temas centrais para o debate sobre dife-
renças e direitos humanos, tais como: sexo/gênero, raça/
etnia, orientação sexual, origem geográfica, entre outros.
De leitura leve e agradável, o livro será de interesse de
licenciandos e de licenciados em física, química e biologia,
que se sintam também desafiados por algumas das ques-
tões que abrem este prefácio. Os organizadores do livro – e
seus colaboradores – apresentam, de maneira inovadora,
textos, atividades, filmografias e sugestões de leitura que
podem contribuir muito para entender o que pode fazer e
como pode fazer uma educação escolar que se deixa desa-
fiar pelas diferenças.
O ensino de ciências pode ser, ao contrário do que
comumente se pensa, um importante aliado dos pesqui-
sadores e militantes do campo do multiculturalismo e dos
direitos humanos. Por ocupar o suposto lugar de “reve-
lador da verdade”, o discurso sobre as ciências – e o seu
ensino – devem ser capazes de se repensar e contribuir para
que este mundo seja, antes de tudo, um mundo habitável,
um mundo para todos e todas. Segundo o Comandante
Marcos, “um mundo onde caibam todos os mundos”.
Prefácio 15
Introdução
O tema de Direitos Humanos na Educação em Ciências
surge como uma feliz comunhão entre campos de trabalho,
valores e projetos de realidades construídos no tecer dos
encontros e desencontros em uma época na qual a cons-
ciência da necessidade de formar professores de Ciências
a partir de uma perspectiva de Direitos Humanos torna-
-se mais latente. Em 2013, foi lançado o livro Educação em
Ciências e Direitos Humanos: reflexão-ação em/para uma socie-
dade plural (OLIVEIRA; QUEIROZ, 2013), enfrentando dis-
cursos que afirmam que os Direitos Humanos pouco têm a
ver com a Educação em Ciências. Entre os diversos discur-
sos, o da ausência de formação para o trabalho com a temá-
tica nos levou a profundas reflexões. Em paralelo, o autor
Roberto Dalmo participou do curso de extensão “Direitos
Humanos e Cidadania: Educando para a diferença”, um
curso promovido pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e ministrado pela equipe do professor
Marcelo Andrade, professor da PUC-RJ. Nesse curso, tive-
mos o primeiro contato com a estratégia de oficinas peda-
gógicas com foco na Educação em os Direitos Humanos
– que será detalhada ao longo do livro. Em seguida, o
autor Roberto Dalmo tornou-se professor da Universidade
Federal do Tocantins e assumiu a disciplina “Cultura bra-
sileira e relações étnico-raciais” para os cursos de licencia-
tura em Ciências Naturais, buscando trazer a concepção
de formar professores de Ciências em uma perspectiva de
Direitos Humanos a partir de oficinas pedagógicas. Para
Introdução 17
isso, foram produzidas doze oficinas apresentadas no pre-
sente livro.
No intuito de facilitar a leitura, dividimos o livro
em duas partes e um interlúdio – sendo que na primeira
parte e no interlúdio não estão presentes as oficinas ela-
boradas, mas os textos de aprofundamento utilizados em
cada aula. Na primeira parte, buscamos uma discussão
inicial sobre Educação em Direitos Humanos; no inter-
lúdio, trazemos a ligação entre Educação em Ciências e
Educação em Direitos Humanos; a segunda parte do nosso
livro é composta por exemplos de oficinas pedagógicas,
elaboração de materiais didáticos e projetos CTS-ARTE.
Assim, o capítulo VIII aborda a temática “Mulheres na
Ciência”, com o intuito de propor reflexões sobre gênero
e machismo. O capítulo IX busca relatar a elaboração de
materiais didáticos de ciências que pretendem ser aliados
no enfrentamento do preconceito por origem geográfica.
O Capítulo X busca abordar as questões étnico-raciais em
uma aula que envolve Química e Biologia – para a cons-
trução desse capítulo tivemos a parceira do Licenciando
Gilberto da Conceição Amorim. O capítulo XI busca refle-
tir sobre a associação imediata entre a homossexualidade e
o HIV, sendo construído na nossa parceria com a estudante
de Biologia da Universidade Federal Fluminense Daniela
Senos Lopes. O capítulo XII busca uma reflexão sobre sabe-
res tradicionais e saberes científicos. O XIII, último de nossa
seleção, traz exemplos de projetos CTS-ARTE, elaborados
pela estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Stephanie di Chiara Salgado durante o curso “Educação
Química e Direitos Humanos”, ministrado durante a XXIV
semana da Química da UFF.
Introdução 19
PARTE I
I. Olhares sobre a
(in)diferença
Atividade:
Faça um texto se apresentando, contando um pouco
de sua trajetória na escola e no mundo, um pouco de
seus passos. É importante que nesse texto você busque na
memória 1) Momentos em que você presenciou alguma
violação de Direitos Humanos, 2) momentos em que você
percebeu, após tudo que foi conversado, que você prati-
cou essas violações; 3) momentos em que você percebeu ou
praticou essas violações no ambiente escolar; 4) momentos
em que você se indignou e fez algo para combater aquilo
que você presenciou.
Sugestão de filme:
Escritores da Liberdade (2006)
Sinopse: uma jovem e idealista professora chega a
uma escola de um bairro pobre, que está corrompida pela
E o pastor responde:
E o Babalawo intervém:
“Respeito... é respeito”.
E o pastor prossegue:
Atividade:
Vamos pensar um pouco? Vamos buscar exemplo de
situações conflituosas. Para cada exemplo vamos pensar
em valores de mínimos e máximos éticos. É interessante
fazer essa atividade em dupla e, num momento seguinte,
comparar com outras duplas. Outro ponto bacana de ser
pensado é: na sua dupla, foi fácil achar os consensos de
máximos e mínimos éticos?
Atividade:
A partir do texto vale refletir um pouco. Como pode-
mos pensar as discussões feitas até agora (a não percepção
do outro, tornando-o invisível, descartável. A nossa omis-
são perante as situações de injustiça, a nossa normalização
das violações) na relação com o conceito de banalidade do
Sugestão de filme:
Hannah Arendt (2013) – Direção: Margarethe Von
Trotta
Sinopse: Hannah Arendt (Barbara Sukowa) e seu
marido Heinrich (Axel Milberg) são judeus alemães que
chegaram aos Estados Unidos como refugiados de um
campo de concentração nazista na França. Para ela, a
América dos anos 1950 é um sonho, e se torna ainda mais
interessante quando surge a oportunidade de ela cobrir o
julgamento do nazista Adolf Eichmann para a revista The
New Yorker. Ela viaja até Israel, e na volta escreve todas as
suas impressões sobre o que aconteceu, e a revista separa
e publica tudo em 5 artigos. Só que aí começa o verda-
deiro drama de Hannah: ela mostra nos artigos que nem
todos que praticaram os crimes de guerra eram mons-
tros, e relata também o envolvimento de alguns judeus
A estratégia CTS-ARTE
A estratégia CTS-ARTE busca trazer a arte para a
aula de Ciências. A partir dela, podemos explorar ques-
tões sociais que nos levarão a discutir aspectos científicos
e tecnológicos. O ponto principal da estratégia é a esco-
lha da arte, uma vez que o tema deverá pautar um aspecto
social, científico e tecnológico, além de permitir o empo-
deramento de sujeitos e grupos sociais postos à margem
da sociedade, contribuir para a formação dos sujeitos de
direito e na Educação para o nunca mais. Um exemplo é o
poema de Ferreira Gullar “O açúcar”.
VII. Na práxis 65
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
VII. Na práxis 67
As Oficinas Pedagógicas em Direitos Humanos
As oficinas pedagógicas em Direitos Humanos são
propostas pela professora Vera Candau e podem ser com-
preendidas como um lugar onde há relação entre manufa-
tura e mentefatura, ou seja, nelas mãos e mentes trabalham
juntas e articuladas em etapas que valorizam tanto o tra-
balho coletivo quanto um processo de ensino e aprendi-
zagem que relacione teoria e prática. Marcelo Andrade e
Maria da Consolação Lucinda partem da análise do pro-
jeto Escola de Cidadania em Rede, um projeto de forma-
ção continuada que se utiliza de oficinas pedagógicas na
formação de educadores populares, e identificam quatro
dimensões existentes nas oficinas: ver, saber, celebrar e
comprometer-se.
O ver refere-se ao reconhecimento dos saberes pré-
vios; o saber relaciona-se com o aprendizado do novo;
o celebrar é a marca do lúdico, a emoção com o novo do
aprendizado, a alegria das conquistas e o comprometer-se
seria uma resposta à realidade vista anteriormente. Essas
quatro dimensões se articulam através de três momentos
básicos: 1) sensibilização – ajuda o grupo a entrar no tema
e se aproximar das discussões; 2) aprofundamento – um
momento mais denso no qual é apresentado um conteúdo
de maior complexidade; 3) compromisso – momento no
qual são apresentadas as sugestões de compromissos efe-
tivos e afetivos que possam ser assumidos individual ou
coletivamente. Outros dois momentos extras são indica-
dos pelos autores para cursos de formação com durações
maiores: 1) a memória, que consiste na lembrança da aula
anterior; 2) os objetivos, algo que deve ficar claro para o
VII. Na práxis 69
as possibilidades que o lúdico traz para o ensino-apren-
dizagem de Ciências, se apoiam na relação entre a Ciência
e a Arte, que tragam as novas tecnologias da informação
e comunicação (TIC’s), etc. Também é possível notar que
muitas dessas propostas se articulam, como por exemplo,
softwares de jogos didáticos que buscam uma abordagem
voltada para a área CTSA ou uma cartilha que envolva
História da Ciência e experimentação, entre muitas outras
– tantas quanto couber na criatividade do professor e na
sua percepção das necessidades do ambiente educacional.
O esquema abaixo, apresentado na figura 1, mostra
que pensar Direitos Humanos passa a ser transversal à ela-
boração dos materiais didáticos.
VII. Na práxis 71
PARTE 2
VIII. Gênero e Machismo:
lugar de mulher é na Ciência
Há diversas abordagens possíveis para discutir as
questões de gênero, entretanto, nossa escolha foi uma
“brincadeira” com a frase machista “Lugar de mulher é na
Cozinha”. Chamamos nosso capítulo de “Lugar de mulher
é na Ciência” e nele apresentaremos um modelo de ofi-
cina pedagógica para formar professores de Ciências em
Direitos Humanos. O capítulo será dividido em 4 seções:
i) atividade de sensibilização; ii) atividade de aprofunda-
mento; iii) momento de celebração; iv) compromisso.
Atividade de aprofundamento
Sugestão de leitura:
CHASSOT, A. A ciência é masculina? É, sim senhora! 6ª ed. São
Leopoldo: Editora Unisinos, 2013, 136p.
Sugestão de Filme:
Alexandria (2009) – dirigido por Alejandro Amenábar.
Oficina:
Atividade de aprofundamento
Emicida
Atividade de sensibilização:
Dinâmica das imagens
O mediador deverá selecionar oito fotos distintas na
internet – sendo importante buscar imagens que sejam
de domínio público –, que possuam as seguintes caracte-
rísticas: a) imagem de um travesti em uma rua à noite; b)
imagem de um travesti em casa; c) imagem de um casal
formado por pessoas de sexos opostos – é importante que
esse casal esteja em um ambiente caseiro; d) imagem de
um casal formado por pessoas do mesmo sexo – em um
ambiente caseiro; e) imagem formado por um casal de
pessoas de sexo oposto em um ambiente de festa; f) ima-
gem formada por um casal de pessoas no mesmo sexo em
Atividade de aprofundamento
E o HIV?
O HIV é uma sigla para Vírus da Imunodeficiência
Humana. Ele pertence a uma família chamada Retroviridae,
diferenciados dos demais vírus que possuem RNA pela
presença de uma enzima chamada “transcriptase reversa”
Figura 8: Gráfico em pizza a partir das informações de Harvey et. al. (2008)
Referência
HARVEY, R. A.; CHAMPE, P. C.; FISCHER, B. D. Microbiologia
Ilustrada. Porto Alegre, Editora Artmed, 2008. 448p.
Atividade de sensibilização
A atividade de sensibilização desta oficina consiste
em pedir para que cada estudante busque na memória um
remédio caseiro – desses receitados pela avó – que já foi uti-
lizado por eles ou que tenham conhecimento. O estudante
deverá preencher em um papel e, num momento seguinte,
deverá expor para a turma com o intuito de debater se o
remédio funciona (ou não) e, os motivos, possíveis princí-
pios ativos presentes naquela folha, erva, ou combinações
presentes naquele remédio. O professor deve indagar aos
estudantes: “O que esses conhecimentos diferem de um
conhecimento científico?”. Também deverá indagar se o
conhecimento científico é ou não superior a um saber tra-
dicional. Após os debates, o texto de aprofundamento será
introduzido.
Atividade de aprofundamento
Saberes tradicionais e saberes científicos:
um território de disputas
Manuela Carneiro da Cunha, antropóloga, afirma que
tanto os saberes populares quanto os saberes científicos
podem ser compreendidos como possíveis formas de lei-
tura/ação de/sobre o mundo. Além disso, ambos podem
ser compreendidos como abertos e inacabados. Entretanto,
o saber científico busca consolidar-se hegemonicamente
Momento de celebração
Como momento de celebração, sugerimos a leitura do
conto de Mia Couto “O adeus da sombra”. O autor, nascido
em Moçambique – país do continente africano, é biólogo
por formação, possui mais de 30 livros, sendo vencedor do
Prêmio Camões com o livro “Vozes anoitecidas”.
O conto retrata uma narrativa contada a partir da voz de
um biólogo que vai à mata buscar uma “milagrosa” erva que
poderia curar uma menina doente. A história inicia-se com
um pedido da mãe da menina: “- Sei que vai para o mato.
Planejamento Comentários
Empoderamento de Sujeitos e Grupos Historicamente
Perspectiva Minorizados a partir da discussão de Povos de
de Direitos Comunidades Tradicionais (PCT) Pesqueiras, dando
Humanos ênfase à ótica dos excluídos e à tensão entre Universal/
abordada Fundacional, apresentadas por Boaventura de Souza
Santos (ver capítulo V).
1) Formas de organização social; 2) Relação Ambiente <->
Questões
Comunidades Tradicionais (CT); 3) Relação Ambiente
Sociais /
<-> Sociedade Atual; 4) Quais as necessidaes dessa CT;
Propostas de
5) Importância do Empoderamento; 6) Importância do
Discussão
Direito à existência dessa Cultura.
VIVER DO MAR – um pouco da história de seu
Arte escolhida Maneco e família em Martim de Sá. Direção: Guto
para abordar Arouca. Paraty – RJ, 2012. 9 min. Som, Cores. Disponível
o tema e as em: http://www.youtube.com/watch?v=phHc_ykJgiE.
Questões Acesso em 03/02/2015.
Sociais Apresentação de uma Comunidade de Pescadores e de
seus dilemas através dos relatos de uma família local.
Retomar trechos do documentário onde: #1 Seu Maneco
Transição Arte
comenta que quem não tem barcos bons para ir mar
+ Sociedade →
adentro fica prejudicado; #2 Seu Maneco pede ajuda para
Tecnologia e
preservar aquele local, e então iniciar um “brainstorm”
Ciência
sobre medidas de auxílo.
Matrizes Energéticas – O Biodiesel. Apresentar a proposta
Conteúdo do Artigo “Produção de Biodiesel a partir do Óleo de
Científico Fritura usado e o Empoderamento da Comunidade” (R.
Abordado gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 1, n.1, p. 33-40, abr./
set. 2012.)
1) O que é biodiesel? Dialogar sobre os conceitos da
Enfoque turma e Definição; 2) Biodiesel x Biocombustíveis x
Científico Combustíveis Fósseis; 3) A química do processo: Funções
e Reações Orgânicas; Síntese do Biodiesel.
1) Biodiesel como efetiva ferramenta de Empoderamento
Rediscutir a da CT; 2) Ratificar a não dissociação Ciência – Sociedade:
questão social empoderamento através da ciência; 3) Impacto do destino
indevido dos rejeitos do óleo de fritura.
A) O caso Césio-137:
O acidente radioativo com Césio-137 foi o maior aci-
dente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido
fora de usinas nucleares. Ele teve início em 13 de setembro
de 1987, quando um equipamento usado para Radioterapia
5 O renomado artista natural de Goiânia produz após o acidente uma série de pintu-
ras que problematizavam as dimensões da catástrofe que se abatera sobre a cidade
Parte 1: Conceitos
Conceituar o que é radioatividade e falar de decai-
mento radioativo. Dar enfoque à emissão das partículas
e principalmente sobre o bairro onde vivera sua juventude. Constrói uma narrati-
va não linear e pessoal dos sucessivos fatos que marcaram o sinistro acontecimen-
to, deixando um depoimento profundo sob a forma de artes plásticas, importante
para os que vivenciaram o acidente e para as gerações futuras que ainda sofrerão
suas consequências.
B) As bombas atômicas de
Hiroshima e Nagasaki
“- Você não viu nada em Hiroshima. - Eu vi tudo!
O hospital, eu o vi, tenho certeza. O hospital existe em
Hiroshima. Como eu poderia não tê-lo visto? - Você não
viu um hospital em Hiroshima. Você não viu nada em
Hiroshima. - Quatro vezes no museu. - Que museu em
Hiroshima? - Quatro vezes no museu em Hiroshima. Eu
vi as pessoas passeando. As pessoas passeavam pensati-
vas pelas fotografias. Reconstituições, pela falta de algo
melhor. Fotografias, pela falta de algo melhor. Explicações,
pela falta de algo melhor. Quatro vezes no museu de
Hiroshima. Eu olhei as pessoas. Olhei a mim mesma, pen-
sativa. O ferro. O ferro queimado, o ferro quebrado, o ferro
vulnerável como a pele. Eu vi um buquê de cápsulas fundi-
das. Quem poderia tê-lo pensado? Peles humanas boiando,
sobreviventes, ainda com o frescor de tudo que sofreram.
Pedras. Pedras queimadas, pedras lascadas. Cabelos anôni-
mos, intactos, que as mulheres de Hiroshima encontravam
pelas manhãs ao acordarem. Eu senti calor. Praça da Paz.
Dez mil graus na Praça da Paz. Como ignorar? - Você não
viu nada em Hiroshima. Nada. - As reconstituições foram
feitas o mais seriamente possível. Os filmes foram feitos o
mais seriamente possível. Tão simples e tão perfeito que os
turistas choram. Mas o que poderiam fazer os turistas se não
chorar? Se não sempre chorar sobre a sorte de Hiroshima?
Sempre. – Não... sobre o que você teria chorado? - Eu vi
Roberto Dalmo
Licenciado em Química pela UFF e Mestre em Ciência,
Tecnologia e Educação pelo CEFET/RJ e doutorando pelo
mesmo programa. Foi professor de Ciências e Química da
Educação Básica e atualmente é professor da Universidade
Federal do Tocantins (UFT). Pesquisa a formação de pro-
fessores em Direitos Humanos e é autor do livro “Educação
em Ciências e Direitos Humanos: reflexão-ação em/ para
uma sociedade plural” E-mail: robertodalmo7@gmail.com
Glória Queiroz
Licenciada em Física pela UERJ, Mestre em Ciência
dos Materiais pelo IME e Doutora em Educação pela
PUC-RJ. Atualmente é Professora adjunta do Instituto de
Física Armando Dias Tavares da UERJ e do Programa de
Pós-Graduação em Ciência Tecnologia e Educação CEFET/
RJ. Atua na linha de formação de professores e é autora
do livro “Educação em Ciências e Direitos Humanos: refle-
xão-ação em/ para uma sociedade plural”, Rio de Janeiro:
Multifoco, 2013. E-mail: gloriapcq@gmail.com
Os autores 145
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