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CNPq UFAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


PIBIC/UFAL/FAPEAL/CNPq

RELATÓRIO PARCIAL (2020– 2021)

TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA:

Aspectos sociojurídicos da segurança nas Universidades Federais: um estudo de caso


sobre os ​Campi​ Fora de Sede da Universidade Federal de Alagoas.

TÍTULO DO PLANO DE ATIVIDADES:

Percepção de docentes dos ​Campi e Unidades Fora de Sede da Universidade Federal de


Alagoas acerca da segurança nos espaços universitários

Elaine Cristina Pimentel Costa.


Nome Orientador/Unidade/ Faculdade de Direito de Alagoas (FDA) - Universidade
Campus/Email Federal de Alagoas – Campus A.C Simões.
elaine.pimentel@fda.ufal.br

Nome do Aluno Eduardo Soares dos Santos


Email/Fones eduardossoaress@hotmail.com/ (82) 9.9993-3734

B​OLSISTA​ CNP​Q B​OLSISTA​ FAPEAL


B​OLSISTA​ UFAL X C​OLABORADOR
B​OLSISTA​ C​N​P​Q​-A​F

MODELO PROPEP/UFAL
ESTRUTURA GERAL

1. RESUMO DO PROJETO/Palavras Chave

A pesquisa proposta aborda as políticas de segurança nas Instituições Federais de


Ensino Superior e tem por objetivo estudar os instrumentos jurídicos de planejamento e
execução das políticas de segurança nas Universidades Federais, tomando como estudo
os ​Campi Fora de Sede (​Campus Arapiraca, ​Campus Sertão e ​Campus Delza Gitaí) e
Unidades Fora de Sede (Palmeira dos Índios, Penedo, Santana do Ipanema e Viçosa), da
Universidade Federal de Alagoas, suas estruturas e as percepções dos sujeitos que
vivenciam o cotidiano universitário, e dos órgãos de segurança pública. No campo
empírico, a pesquisa analisará a legislação que trata sobre segurança no interior das
Universidades Federais, avaliando os cargos existentes na área da segurança e as
possibilidades de intervenção das forças de segurança pública estaduais, por meio do
estudo de normas, planos e estratégias de segurança. Busca-se, também, compreender
como a comunidade acadêmica (estudantes, docentes, técnicos e terceirizados) percebe
a segurança nos ​Campi e nas unidades fora de sede da UFAL, além da perspectiva dos
integrantes dos órgãos de segurança pública de Alagoas acerca das intervenções
preventivas na segurança nos ​Campi. A pesquisa proposta apresenta dois caminhos
metodológicos inseparáveis: um teórico, por meio de estudo de textos sobre os temas
referentes à segurança nas Universidades Federais, e outro empírico, com análise
documental da legislação e de outros documentos públicos e dados estatísticos, a serem
coletados nos órgãos estudados sobre políticas de segurança e ocorrências de crimes
dentro da UFAL, através de formulários a serem aplicados ​online à comunidade da
UFAL, a gestores de segurança interna da UFAL, à equipe de servidores terceirizados
de segurança, além de gestores e operadores de segurança pública de Alagoas. A
pesquisa qualitativa contará com a coleta de dados e informações sobre a percepção dos
sujeitos acerca da segurança na UFAL, por meio de entrevistas realizadas online, cujos
conteúdos serão explorados com as ferramentas metodológicas da análise de conteúdo.

MODELO PROPEP/UFAL
2. OBJETIVOS DO PROJETO DE PESQUISA

Objetivo Geral

- Estudar os instrumentos jurídicos de planejamento e execução das políticas de segurança nas


Universidades Federais, tomando como estudo de caso os ​Campi e Unidades Fora de Sede da
Universidade Federal de Alagoas, suas normas e estruturas, além das percepções dos sujeitos
que vivenciam o cotidiano universitário e dos órgãos de segurança pública.

Objetivos Específicos

- Analisar a legislação que trata sobre segurança no interior das Universidades Federais,
avaliando os cargos existentes e as possibilidades de intervenção das forças de segurança
pública estaduais;
- Analisar as normas, planos e estratégias de segurança da Universidade Federal de Alagoas,
para os ​Campi​ e Unidades Fora de Sede da UFAL, avaliando estruturas e sujeitos envolvidos;
- Compreender como a comunidade acadêmica (estudantes, docentes, técnicos e terceirizados)
percebe a segurança dos ​Campi​ e Unidades Fora de Sede da UFAL;
- Compreender como os órgãos de segurança pública de Alagoas avaliam a segurança nos
Campi​ e Unidades Fora de Sede da UFAL.

3. OBJETIVO ESPECÍFICO DO PLANO DE ATIVIDADES DO ALUNO

- Investigar as normas jurídicas que garantem o direito à segurança nos espaços das
Universidades Federais;
- Estudar as normas, planos e estratégias de segurança da Universidade Federal de Alagoas,
Campi e​ Unidades Fora de Sede da Universidade Federal de Alagoas, avaliando estruturas e
sujeitos envolvidos e a interlocução com as instituições estatais responsáveis pela manutenção
da segurança pública nas cidades em que estão em que estão localizados (Arapiraca, Penedo,
Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Rio Largo e Viçosa);
- Analisar as práticas institucionais e dinâmicas quanto a segurança na Universidade Federal de
Alagoas - ​Campi e Unidades Fora de Sede e seu impacto na vida acadêmica do corpo docente da
instituição;
- Coletar e mapear dados quantitativos e qualitativos sobre as violências consumadas ou
tentadas aos docentes da Universidade Federal de Alagoas - ​Campi​ e Unidades Fora de Sede;

MODELO PROPEP/UFAL
- Compreender como a insegurança é vivenciada no ​Campi e Unidades Fora de Sede a partir da
experiência da rotina do corpo docente.

4. DETALHAR ETAPAS DO PLANO DE PLANO DE ATIVIDADES DO


ALUNO​.
Durante a execução da primeira fase do projeto, foi realizado um levantamento
bibliográfico, tendo como base: artigos, dissertações de mestrado/doutorado, dados da
UFAL e do IBGE no que diz respeito aos dados de Alagoas.
A discussão envolvendo o tema dos textos foi realizada entre os membros
através da plataforma virtual ​Google Meet , ​em decorrência do período de isolamento
social causado pela covid-19. Essa adaptação metodológica em nada alterou a produção
da primeira fase deste trabalho, uma vez que nenhuma das atividades envolvia contato
presencial obrigatório para sua execução.
Durante os encontros foram debatidos textos lidos previamente, envolvendo
temas como expansão e interiorização das Universidades Federais no Brasil, autonomia
universitária (teoria e prática), o projeto de interiorização da UFAL, autonomia
universitária diante da competência dos órgãos de segurança pública, policiamento
comunitário, desafios para a construção de uma segurança pública cidadã, reflexões
sobre o conceito e a função da universidade pública e, também, textos envolvendo as
dificuldades enfrentadas no processo de interiorização das universidades públicas
brasileiras.
O material teórico serviu como base para o desenvolvimento do estado da arte
para o estudo “Aspectos sociojurídicos da segurança nas Universidades Federais: um
estudo de caso sobre os ​Campi Fora de Sede da Universidade Federal de Alagoas”.
Tendo como foco principal a interlocução com a perspectiva dos docentes que atuam
hoje nos ​Campi​ e Unidades Fora de Sede da referida instituição de ensino.
Dando continuidade, foram avaliados os textos legais que compõem a dimensão
jurídico-dogmático desta pesquisa, sendo analisados: A Constituição Federal de 1988, a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação e o Decreto nª 6.096/2007 que instituiu o
programa de apoio a planos de reestruturação e expansão das Universidades Federais -
Reuni.
Dedicou-se também durante a primeira fase da pesquisa, à busca por material
teórico para compor o levantamento bibliográfico referente à segurança pública na

MODELO PROPEP/UFAL
Universidade, com foco na experiência dos docentes, sendo uma grande dificuldade
encontrar material que aborde o objeto específico desta pesquisa.
Por fim, foram elaborados os roteiros de entrevista semiestruturada, já aprovados
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL, para averiguar algumas questões com
enfoque na perspectiva dos objetos de estudo, tais como: o horário no ​Campus​, o meio
de locomoção, a identidade de gênero, a orientação sexual, sentimento de segurança
dentro do ​Campus, dentre outras. Estes dados são de relevante impacto para o
desenvolvimento desta pesquisa em sua segunda fase.

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS ​PRINCIPAIS RESULTADOS


OBTIDOS​ DURANTE O PRIMEIRO SEMESTRE DA PESQUISA

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação no começo da


década de 90, foram iniciadas as políticas públicas voltadas à democratização do ensino
superior no Brasil que tinham como meta: a expansão de uma nova estrutura acadêmica
no país. De acordo com Nascimento (2017, p.19/20), destacam-se dentre essas novas
políticas a educação à distância (EAD), educação e novas tecnologias, formação de
docentes e a interiorização da educação superior.
Neste sentido, o processo de interiorização das Universidades Públicas ganhou
iniciativa estatal com os governos Lula e Dilma (2003 a 2014) com a promulgação do
decreto nª 6.096/2007 que injetou aporte financeiro nas Universidades Públicas
Federais, com o objetivo de expandir a oferta de educação superior; ampliando o acesso
à rede pública e contribuindo para a redução das assimetrias regionais do Brasil
(2014b).
Consequência desta política pública educacional, os demais ​Campi da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL) foram inaugurados. Em 2006, surgiu o
Campus Arapiraca​1​, contendo unidades em Palmeira dos Índios, Penedo e Viçosa.
Posteriormente, surgiu em 2010 o ​Campus do Sertão com sede em Delmiro Gouveia​2 e
uma unidade em Santana do Ipanema​3​.
Para Camargo e Araújo (2018, pg. 01), a política de expansão e interiorização
das Universidades contribuiu para a diminuição das assimetrias regionais existentes no
1
http://www.ufal.edu.br/arapiraca/unidades-de-ensino/arapiraca-1.Acesso em 20/11/2020 às 11:45h.
2
http://www.ufal.edu.br/sertao/institucional/historico. Acessado em 20/11/2020 às 11:50h.
3
http://www.ufal.edu.br/sertao/unidades-de-ensino/santana-do-ipanema.Acesso em 20/11/2020 às 12:00h.

MODELO PROPEP/UFAL
país. Tal problemática é reconhecida pela UFAL, uma vez que a própria instituição de
ensino afirma:​4
A presença da UFAL no interior alagoano veio oportunizar à população
interiorana, o acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade. ​Hoje
é possível um estudante pobre, ou mesmo de baixa renda, optar por um
curso​, dentre um variado número, e frequentar uma universidade, ​algo que
antes era quase impossível, devido não ter condições de se deslocar ou
mesmo morar na capital Maceió (Grifo nosso).

A problemática fica mais evidente com o processo de globalização que interliga


os seres humanos e intensifica as diferenças sociais, culturais e educacionais. Nesse
sentido, as universidades também vivenciam esta problemática, uma vez que o espaço
universitário deve suprir as incertezas da população que encontra-se em constante
transformação, sendo necessário repensar o seu papel diante dos novos desafios​5​.
Os ​Campie ​Unidades Educacionais Fora de Sede ​da UFAL, enquanto partes da
maior universidade de Alagoas, possuem seus próprios desafios, dentre eles estão: as
políticas públicas para efetivar seu compromisso de desenvolvimento social, econômico
e educacional no Estado.
Enquanto agentes de desenvolvimento humano, os Campi e Unidades
Educacionais Fora de Sede devem buscar eliminar as limitações sociais e peculiaridades
do povo. Dados coletados pelo IBGE em Alagoas até 2018​6​, apresentavam uma
realidade definitivamente preocupante, que reforça a persistente exclusão social,
econômica e política da sociedade, agravados pela baixa formação e qualificação dos
seus habitantes.
O processo de interiorização da UFAL surge no contexto político já apresentado
acima, como os seguintes objetivos: (a) diminuir as restrições de acesso ao ensino
superior em Alagoas, (b) compromisso em gerar bem-estar para população com
atividades de ensino, pesquisa e extensão, (c) capacitar a população para o
desenvolvimento local, (d) melhoria da qualidade de vida das comunidades
circunvizinhas, (e) ampliar o acesso à educação, dentre outras.

4
http://www.ufal.edu.br/sertao/unidades-de-ensino/santana-do-ipanema.Acesso em 20/11/2020. Acessado
às 12:00h.
5
Trecho retirado da introdução do texto ​projeto de interiorização da Universidade Federal de Alagoas:
Uma expansão necessária ​- o processo de globalização e as universidades pg. 2. Disponível em:
http://www.copeve.ufal.br/concursos/docente_ufal/projeto_interiorizacao_arapiraca.pdf. Acesso:
25/12/2020 às 15:47.
6
​Taxa em educação: ​28ª no Estado;
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade: ​95%;
Analfabestismo: ​17,2% dos jovens e 41% dos idosos não sabem ler nem escrever;
IDEB - Anos finais do ensino fundamental (rede pública):​ 3,8.(índice de nª médio no país).

MODELO PROPEP/UFAL
O processo de escolha das regiões para interiorização foi realizado de acordo
com a demanda de alunos matriculados no ensino médio e pelo arranjo produtivo local
(APL) sendo os objetos da análise: a sub-região, os produtos locais e o setor econômico
responsável pelo desenvolvimento da atividade​7​.
O município de Arapiraca, que apresentava bons índices de infraestrutura
urbana, foi a primeira região a ser contemplada com a expansão da UFAL em outras
regiões de Alagoas além do ​Campus s​ede em Maceió/AL.
Arapiraca é considerada um pólo micro-regional que exerce influência para além
de seu espaço territorial. Tornou-se um local estratégico no processo de interiorização
da UFAL e a consequência de sua importância é refletida em seu valor de custeio, com
total de R$ 75.943,43 (Setenta e cinco mil, novecentos e quarenta e três reais e quarenta
e três centavos) é três vezes maior que o valor de custeio do ​Campus do Sertão,
contendo custos que chegam a R$ 27.501,56 (Vinte e sete mil, quinhentos e um reais e
cinquenta e seis centavos) de acordo com dados divulgados pela própria instituição de
ensino​8​.
O Pólo Palmeira dos Índios, outro município escolhido no plano de
interiorização, tem sua economia voltada à agricultura e pecuária, localizada
estrategicamente no mapa alagoano, representando a transição entre o Agreste e o
Sertão de Alagoas.
A escolha do Pólo Penedo foi motivada pela sua posição geográfica, distante dos
maiores pólos de Alagoas: Maceió e Arapiraca, além de possuir uma economia baseada
na cana-de-açúcar, pesca e turismo que constituem a sua base econômica durante todo o
ano, foi um município necessário para ampliar a área de cobertura de ensino superior
em Alagoas.
O Pólo Viçosa, por sua vez, tem sua base econômica destacada pela produção de
proteína animal, centrada na pecuária bovina de leite e de corte, na criação de suínos e
aves, e na criação de equinos. Além disso, é uma referência ao folclore alagoano.

7
​Informações extraídas do texto: ​projeto de interiorização da Universidade Federal de Alagoas: Uma
expansão necessária. ​pgs. 8 a 10. Disponível em:
http://www.copeve.ufal.br/concursos/docente_ufal/projeto_interiorizacao_arapiraca.pdf. Acesso em:
25/12/2020 às 15:45.
8
​Plano Anual de Aquisições e Contratações - PAAC 2021 -​Quadro 02: ​Teto para licitações ​Campi ​e
Unidades de Ensino (bens de consumo e capital), pg. 8. Disponível em:
file:///C:/Users/PC/Downloads/PAAC_2021.pdf. Acesso em: 09/01/2021 às 06:01.

MODELO PROPEP/UFAL
Motivado pelo destaque econômico, o Pólo conta com curso de Medicina Veterinária,
possuindo até mesmo pós-graduação ​stricto sensu​ na área.
Estes dados reforçam a estratégia para a escolha dos espaços que fizeram parte
do processo de interiorização das Universidades Públicas alagoanas.
Além das demandas do poder executivo, que permitiriam prováveis parcerias
entre as necessidades municipais e federais e o ofertado pelos ​Campus da UFAL nos
interiores, sem com isso perder sua autonomia enquanto espaço de ensino superior
possuidor de infra-estrutura física dotada de equipamentos altamente modernos, o que
ressignifica a importância da Universidade na sociedade, esta modernização do espaço
universitário tem como consequência a transformação da Universidade em uma
instituição complexa, multi-funcional, com território de configuração própria e
orçamento que, por vezes, chega a ser superior à da cidade onde se localiza (CUNHA,
2005. pg, 33).
A Universidade Federal de Alagoas disponibiliza informações quanto o seu
orçamento​9​, apesar da suspensão da maioria das atividades presenciais em decorrência
da covid-19 (17/03/2020 - atualmente) houve o investimento em capacitação de
servidores em 2020, no total de R$ 797.563,00 (setecentos e noventa e sete mil,
quinhentos e sessenta e três reais). Em contrapartida, não foi encontrado o quanto a
Universidade investiu em seu setor de segurança.
No plano anual para 2021​10 as necessidades priorizadas pela Universidade
foram: bens de Consumo (custeio), perfazendo um montante de ​R$21.348.432,13 e
selecionadas 744 necessidades em bens Móveis (capital/permanentes), no total de
R$11.242.076,98.
Desta forma, o plano anual da respectiva instituição de ensino não apresentou
referência orçamentária a políticas de segurança em seus ​Campi e​ Unidades
Educacionais Fora de Sede.
Em se tratando de investimentos em educação, no ano de 2020, apesar da
atipicidade de um ano marcado pelo isolamento social motivado ​pela covid-19 e a
suspensão de atividades acadêmicas na modalidade presencial. A instituição ainda
investiu R$ 313.704,00 (Trezentos e treze mil, setecentos e quatro reais) em atividades
9
​Orçamento UFAL. ​Disponível em: https://ufal.br/transparencia/relatorios/orcamento. Acesso em:
02/01/2021 às 15:47.
10
Plano anual - Universidade Federal de Alagoas. Disponível em:
https://ufal.br/transparencia/institucional/plano-de-aquisicoes-e-contratacoes/2021/paac_2021.pdf/view.
Acesso em 09/01/2021 às 05:51.

MODELO PROPEP/UFAL
para o fomento às ações de graduação, pós-graduação, ensino, pesquisa e extensão,
reforçando a responsabilidade universitária de ampliar o leque de conhecimento e
alavancar o prestígio social e educacional dos sujeitos que a ela recorrem, sendo a
Universidade produto das cidades, espaço no qual surge um novo personagem social: o
intelectual (CUNHA, 2005, pg.32).
Antes da Universidade ter o seu respeito social, ela foi subordinada durante
muitos séculos por diversas instituições superiores, dentre elas: a igreja, o Estado, os
partidos políticos e o mercado. Atualmente, as despesas universitárias crescem
demasiadamente, em razão da multifuncionalidade desta instituição - como
demonstrado acima - o que a torna dependente do Estado, uma vez que, ao contrário das
instituições privadas, que através da cobrança de mensalidade possuem subsídios para
sustentar seus gastos, a Universidade pública é gratuita e consequentemente não possui
renda para subsistir.
Diante deste quadro de co-dependência econômica, faz-se necessário levantar o
questionamento: há atualmente plena autonomia universitária ?
Independente do questionamento acerca da plena autonomia universitária, é
uniforme o entendimento da comunidade científica de que a Universidade Pública
possui amplitude que vai além da gestão econômica, envolvendo atividades em ensino,
pesquisa e extensão. Toda esta complexidade é refletida pelo índice de pessoas que
circulam os espaços acadêmicos, surgindo uma nova dificuldade a ser resolvida pela
Universidade: a segurança pública.
Ao tratar sobre segurança pública, Ribas (2016, pg. 124) a considera como o
serviço público essencial para uma sociedade organizada e para a própria existência do
Estado. Para o autor, é ​com a segurança pública que se garante a promoção de direitos,
através de prestações positivas viabilizadas por serviços públicos. Desta forma, a
segurança pública é essencial para a devida harmonia entre os sujeitos que circulam os
espaços sociais. Na visão do autor supracitado, este serviço garante “um ambiente
seguro, organizado, um tecido social ao menos relativamente estabilizado, em que se
encontrem protegidos a vida, a integridade física, o patrimônio e a liberdade dos
indivíduos/cidadãos” (RIBAS, 2016 pg. 125).
A segurança pública é necessária para a existência harmoniosa no Estado. Da
mesma forma, é necessária nos espaços universitários, uma vez que desenvolvem

MODELO PROPEP/UFAL
atividades de ensino, pesquisa e extensão para toda comunidade local. Deve-se manter a
certeza de uma harmonia pacífica entre o espaço e os sujeitos que a circulam.
Esta harmonia encontra-se constantemente ameaçada, uma vez que, após o
processo de globalização, a sociedade passa diariamente por diversas alterações sociais.
Estão incluídas nesse rol, novas formas de violência, incivilidade e intolerância, o que
para Vasconcelos tais manifestações “são cenas reveladoras de uma crise das
instituições regulatórias que fazem o controle social” (VASCONCELOS, 2017, pg.22).
Os debates sobre formas de amenizar os problemas decorrentes desta crise das
instituições fomentam os debates acadêmicos, uma vez que os sujeitos que circulam
nestes espaços possuem necessidade de respostas para a insegurança no ​Campus em que
trabalham. Para isto, busca-se a adequação das estruturas regulatórias existentes ou até
mesmo a criação de novas, a fim de garantir sua eficácia perante a população. Neste
sentido de adequação, organizações como “polícia comunitária” ganham força nos
debates acadêmicos quando o assunto é intervenção policial no ​Campus ​universitário.
A Coordenadoria Estadual de Polícia Comunitária do Mato Grosso do Sul,
detalha como funciona a organização​11​:
[...]A polícia comunitária é uma filosofia organizacional assentada na ideia de
uma Polícia prestadora de serviços, agindo para o bem comum para, junto da
comunidade, criarem uma sociedade pacífica e ordeira. Não é um programa e
muito menos Relações Públicas.

Desta forma, a polícia passa a ter como principal objetivo romper o


distanciamento entre a instituição e a sociedade, bem como a hostilidade que existe
neste relacionamento (BOHN, 2014), tornando-se uma alternativa para garantir aos
espaços universitários segurança e a diminuição da desordem, efetivando uma
abordagem humanitária aos sujeitos que compõem a comunidade acadêmica.
De acordo com a perspectiva jurídica, a Constituição Federal estabelece, em seu
art. 144​12​, a prerrogativa dos governos estaduais a responsabilidade de garantir a
segurança pública, através dos diversos órgãos policiais. Desta forma, as polícias têm a
finalidade constitucional de preservar a ordem pública, proteger pessoas e o patrimônio,

11
​Conceito de Polícia Comunitária. ​Disponível em:
https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/conceito/. Acesso em: 09/02/2021 às 06:43.
12
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:

[...]

MODELO PROPEP/UFAL
e realizar a investigação e repressão dos crimes, além do controle da violência
(GASPARETTO,2021).
A problemática que envolve a atuação dos sujeitos que trabalham ​nos órgãos
policiais está diretamente ligada ao tipo de abordagem realizada, que por vezes excede o
padrão normal de atuação e torna-se uma abordagem agressiva e muitas vezes celetista.
Para Vasconcelos os profissionais que atuam no setor de segurança por diversas vezes;
antecipar-se à criminalidade passa a ser, portanto, o maior desafio para aqueles que
fazem a agência da segurança e que vivem o cotidiano de uma profissão que os coloca
em situações de pressão e riscos permanentes (VASCONCELOS, 2017, pg, 23).

Neste sentido, se faz necessário a especialização constante dos servidores e


servidoras que irão atuar nesse tipo de setor.
No contexto de democratização e inovação de políticas públicas que busquem
efetivar ações de maneira a atender as reais necessidades da população, bem como o
declínio cultural do poder coercitivo da polícia nas comunidades, a polícia comunitária
surge como uma alternativa a diversos abusos nas abordagens da polícia, destacando-se,
a Militar.
Para Bohn (2014, pg.4) a Polícia vem perdendo seu prestígio, por atuar e
capacitar seus membros com uma visão de atuação que permanece a mesma desde o
período da Ditadura Militar no Brasil. Esta autoridade, arbitrariedade e violência acaba
afastando a população deste órgão de segurança pública. Surge, então, o questionamento
se este órgão de fato deve ser responsável pela segurança dentro do ​Campus
Universitário.
De acordo com Vasconcelos, a construção de uma segurança pública cidadã
também exige que a sociedade passe por um profundo processo educacional, para que
desperte o compromisso com a defesa incondicional da vida e da dignidade humana em
todos os sujeitos que estão inseridos na sociedade. Desta forma, segundo a autora,
“todos podem se tornar um vetor de pacificação nos espaços sociais''
(VASCONCELOS, 2017, pg. 24).

6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES​:

ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR


Leitura de textos sobre
aspectos sociais e

MODELO PROPEP/UFAL
jurídicos inerentes a
segurança nas X X X
universidades públicas
e o seu impacto na
dinâmica cotidiana dos
seus campi.
Leitura de documentos
legislativos e
administrativos que
dispõem sobre as X X
competências
institucionais para
gestão da segurança
nas Universidades
Federais
Leitura de textos sobre
aspectos sociojurídicos
inerentes a segurança X
nas universidades
públicas e o seu
impacto na vida dos
docentes
Elaboração do
formulário de coleta de
dados sobre os planos e
estratégias sobre X
segurança da
Universidade Federal
de Alagoas - Campi e
Unidades Fora de Sede
Aplicação do
formulário e X X
tratamento dos dados
coletados
Elaboração de X X
relatório parcial

7. RELACIONE OS PRINCIPAIS FATORES POSITIVOS E NEGATIVOS


QUE INTERFERIRAM NA CONDUÇÃO DO PROJETO E PLANO DE
ATIVIDADES.

Dos fatores positivos em elaborar a presente pesquisa, destaca-se o recorte


espacial do objeto ora estudado: o espaço universitário. Com um estudo de caso dos
Campi ​e Unidades Educacionais Fora de Sede da Universidade Federal de Alagoas.
Amplia-se a compreensão de como é vista a segurança nos espaços universitários, a
competência da instituição de ensino, seus limites e atuais dificuldades da gestão. Ao
ser analisado o processo histórico-normativo da interiorização das Universidades
Federais no Brasil, compreende-se como foi elaborada e executada esta política pública
no país e qual seu impacto social anos após o início de sua execução. Outro fator

MODELO PROPEP/UFAL
positivo – de extrema relevância – é a elaboração do estudo sobre segurança
universitária, a partir da perspectiva do corpo docente da instituição. Desta forma, a
pesquisa possibilita ir além do levantamento bibliográfico e ter um alcance social mais
significativo.
No que diz respeito às dificuldades, um grande obstáculo para a elaboração da
pesquisa é a falta de disponibilidade de material teórico que possua o recorte segurança
universitária e os docentes, principalmente nas universidades brasileiras, razão pela qual
a pesquisa de campo, a ser realizada na segunda fase da pesquisa irá suprir esta lacuna,
uma vez que a bibliografia geral envolvendo a construção da percepção humana quanto
à segurança irá dialogar com a prática, fruto dos dados quantitativos e qualitativos
coletados com a resposta do corpo docente dos ​Campi e Unidades Educacionais Fora de
Sede da UFAL.

8. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Superior. (2014b). ​A


democratização e expansão da educação superior no país: 2003 - 2014.​ (Balanço
Social2003 - 2014). Brasília, DF. Recuperado de
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1676
2-balanco-socialsesu-2003-2014&Itemid=30192

BOHN, Maurício Futryk.​ Policiamento Comunitário: A transição da polícia


tradicional para polícia cidadã. ​Disponível em:
https://editora.pucrs.br/anais/cienciascriminais/IV/54.pdf. Acesso em:14/12/2020 às
09:20h.

CAMARGO, Alerte Maria Monte de; ARAÚJO, Israel Martins. Expansão e


interiorização das universidades federais no período de 2003 a 2014: perspectivas
governamentais em debate. ​Acta Scientiarum. Education​, v. 40(1), e37659,2018.

Conceito de Polícia Comunitária. ​Disponível em:


https://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/conceito/. Acesso em: 09/02/2021 às 06:43.

CUNHA, Luiz Antônio. Autonomia Universitária: Teoria e Prática; ​Revista da Rede


de Avaliação Institucional da Educação Superior, ​São Paulo, v.10, n.1, março de
2005.

Dados do IBGE sobre Alagoas. ​Disponível


em:https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/maceio/panorama. Acesso em: 09/01/2021 às
04:24.

GASPARETTO, Gilberto. ​Polícia - Instituição se divide em diferentes tipos e


funções ​Disponível em:

MODELO PROPEP/UFAL
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cidadania/policia-instituicao-se-divide-em-difer
entes-tipos-e-funcoes.htm#:~:text=As%20pol%C3%ADcias%20s%C3%A3o%2C%20n
o%20Brasil,al%C3%A9m%20do%20controle%20da%20viol%C3%AAncia. Acesso:
09/01/2021 às 06:54.

Histórico. ​Disponível em: http://www.ufal.edu.br/sertao/institucional/historico .


Acessado em 20/11/2020 às 11:50h.

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MODELO PROPEP/UFAL

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