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UNIVERSIDAD ESTADUAL DE PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS Y LETRAS – CCHL


LICENCIATURA PLENA EN LETRAS-ESPAÑOL
PROF(A).: JOSÉ CLEDINALDO DOS SANTOS GUERRA

MARIA FERREIRA DO NASCIMENTO

ACTIVIDAD IV: LINGÜÍSTICA II

PEDRO II
2022
Atividade de Aprendizagem IV (Valor 50)
1. Diante do foi apresentado e discutido na Unidade 3, aponte os norteamentos teóricos
desenvolvidos no estruturalismo europeu e no estruturalismo americano.
Estruturalismo europeu se manifesta, principalmente, através de dois princípios: o da
estrutura e o da autonomia. Já o estruturalismo americano, você já identificou que está
embasado em três princípios, quais sejam: o princípio do indivíduo, o princípio da substância e
o princípio da distribuição.

Os estudos estruturalistas americanos nasceram de um desafio que os antropólogos tinham


diante de si: compreender a cultura dos povos indígenas, sendo que, para isso, era necessário
conhecer as línguas que usavam, daí a necessidade de descrever tais línguas, as quais eram
ágrafas (sem escrita). São nomes de destaque desse período Edward Sapir, Franz Boas,
Kenneth Pike, Benjamin Lee Whorf e E. A. Nida.

Estruralismo Americano

Empenhou-se na descrição das estruturas linguísticas. As classes de palavras são determinadas


pelas propriedades distribucionais, tendo sido desenvolvido a análise em constituintes
imediatos. A ciência deve basear-se em dados observados.

A corrente estruturalista em Linguística, como você pôde ver, define-se por sua pluralidade. Os
estruturalismos europeu e americano apresentam propostas de análise dos fatos da língua
nitidamente diferentes; mesmo dentro do estruturalismo americano, verifi camos correntes
antagônicas, como o mecanicismo e mentalismo.

2. Estabeleça uma distinção entre Estruturalismo e Gerativismo. 


De forma sucinta, enquanto o estruturalismo contribui para encarar a língua como sistema de
regras, o gerativismo parte do aparato biológico e inato da faculdade da linguagem para
aprofundar as relações entre os princípios e parâmetros linguísticos.

O estruturalismo contribui para a compreensão das relações internas estruturais da língua, a


saber; composição, restrições, associações entre os componentes da língua, bem como a
compreensão das relações sintagmáticas e paradigmáticas que são fundamentais para uma
análise estrutural da língua. O Gerativismo, por sua vez, aprofunda o olhar sobre essa estrutura
linguística ao considerar capacidade inata para a linguagem, em que o professor estimulará o
aluno a explorar sua criatividade na construção das sentenças e que esse conhecimento tácito
da língua vem consigo: ele não tem que “decorar”, ele só vai entender “como funciona” esse
aparato biológico que o ajuda a interagir em sociedade. A partir desse tópico, as concepções
teórico-metodológicas do Funcionalismo podem ser exploradas, de maneira a contribuir para
uma visão mais dinâmica e real do uso linguístico nos atos sociocomunicativos.

3. A Escola de Praga é considerada um escola estruturalista. Caracterize-a!


Os principais representantes desencadearam um movimento particular dentro do
estruturalismo – o funcionalismo, o qual “caracteriza-se pela crença de que a estrutura
fonológica, gramatical e semântica das línguas é determinada pelas funções que têm que
exercer nas sociedades em que operam” (LYONS, 1987, p. 207).
Teve maior impacto na fonologia, tendo o fonema as seguintes funções: demarcadora,
distintiva, expressiva.

Estudou a situação de comunicação e as funções da linguagem. O primeiro estudioso das


funções da linguagem foi Karl Bühler, que apresentou as funções representativa, expressiva e
apelativa e posteriormente Jakobson, que mudou o quadro dasfunções para emotiva,
referencial, poética, conativa, metalinguística

O mais nítido e mais importante exemplo do estruturalismo da Escola de Praga encontra-se na


fonética (estudo dos fonemas). Em vez de simplesmente compilar uma lista dos sons que
ocorrem num idioma, a Escola de Praga procurou examinar como elas se relacionavam.

4. Cotejando as funções da linguagem propostas por Karl Bühler com as de Jakobson, que
semelhanças e diferenças apresentam e que repercussão tiveram nos estudos da comunicação?
Assim se apresenta os primeiros modelos como o do psicólogo austríaco  Karl Buhler de forma
triádica, “apontando três fatores básicos: o destinador (mensagens de caráter expressivo), o
destinatário (mensagens de caráter apelativo) e o contexto (mensagens de caráter
comunicativo)”; o de Roman Jakobson, que “no ensaio  Linguística e poética, amplia para seis,
complementando o modelo de Buhler. Para isso, Jakobson enfoca o perfil da mensagem,
conforme a meta ou orientação (Einstellung) dessa mesma mensagem em cada  fator da
comunicação. Assim, as atribuições de sentido, as possibilidades de interpretação — as mais
plurais — que se possam deduzir e observar na mensagem estão localizadas primeiramente na
própria direção intencional do fator da comunicação, o qual determina o  perfil da mensagem,
determina sua função, a função de linguagem que marca aquela informação”. Se as propostas
de Jakobson ampliam o modelo da teoria da informação, sobretudo no que diz respeito aos
códigos e subcódigos e à variação Lingüística, sua contribuição mais conhecida e igualmente
relevante para o estudo da comunicação está relacionada com a questão da variedade de
funções da linguagem. Jakobson mostrou que a linguagem deve ser examinada em toda a
variedade de suas funções, e não apenas em relação à função informativa (ou referencial ou
denotativa ou cognitiva), que, por ser a função dominante em um certo tipo de mensagem e
por ser a que interessa ao teórico da informação, foi, muitas vezes, no século XX
principalmente, considerada a única ou a mais importante. Jakobson retoma o esquema
triádico de Bühler para as funções da linguagem - função expressiva, função apelativa e função
representativa - e acrescenta-lhe mais três funções função fática, função metaLingüística e
função poética. As funções estariam, segundo o autor, centradas em um dos elementos do
processo de comunicação por ele proposto, ou seja, enfatizariam um desses elementos na
comunicação.

5. Bárbara, na comemoração de despedida da amiga Shirlei, ao convidá-la para cortar o bolo,


disse: “gente, a Shirlei vai cortar o dolo”. Sorrindo, retificou “bolo”. Diante dessa situação,
podemos dizer que ocorreu um erro de natureza relativa à competência ou ao desempenho
linguístico? Por quê?
O conhecimento linguístico inconsciente que o falante possui sobre a sua língua e que lhe
permite intuições é denominado competência linguística – o conhecimento interno e tácito
das regras que governam a formação das frases da língua. A competência linguística não é a
mesma coisa que o comportamento linguístico do indivíduo, aquelas frases que de fato uma
pessoa pronuncia quando usa a língua.

Esse uso concreto da língua denomina-se  desempenho linguístico (também conhecido


por perfomance ou, ainda, atuação) e envolve diversos tipos de habilidades que não são
linguísticas, como atenção, memória, emoção, nível de estresse, etc.

O que aconteceu foi apenas um erro de execução, com a preservação do segmento /d/ no
início da palavra “dolo”, o que não significa que seu conhecimento sobre o português tenha
sido abalado. O que ocorreu não foi um problema de  conhecimento, mas de uso,
de desempenho, de perfomance da língua.

6. Desenvolva uma reflexão sobre os postulados da gramática gerativo-transformacional,


explicando por que tem a denominação de “gerativa” e “transformacional” e discutindo as
categorias competência, desempenho, gramática universal, gramaticalidade, estrutura superficial
e estrutura profunda. Para tanto, é necessário rever a leitura do item 3.3, além da leitura
complementar: A GRAMÁTICA GERATIVO-TRANSFORMACIONAL, presente no livro da
disciplina (p. 97-100). 
Sobre a gramática gerativo-transformacional, podemos elucidar alguns pontos principais desta
teoria. A Teoria de Noam Chomsky é vista como um divisor de águas dentro da linguística. Em
1957, ela viola o estruturalismo linguístico que se via até então e dá novas bases para o estudo
da linguagem.

CHOMSKY salienta que temos biologicamente uma matriz inata que fornece uma estrutura na
qual a língua se desenvolve, é a chamada gramática universal, uma tese inatista de que a
capacidade de linguagem já nasce com o indivíduo e que este mesmo indivíduo consegue
compreender a sintaxe da língua materna nos primeiros anos de vida sendo um “adulto” do
ponto de vista linguístico já aos 6 anos.

Celso Pedro Luft esclarece alguns pontos da teoria gerativista. Entre outros assuntos, discute a
noção de competencia discursiva. Segundo ele, para Chomsky, a competência é definida como
a capacidade que todo o falante tem de produzir e compreender todas as frases da língua.
Nessa perspectiva, não importa o desempenho linguístico, ou seja, o desempenho de falantes
específicos em seus usos concretos, mas a capacidade que todo o falante possui. Nessa
perspectiva, não importa o desempenho linguístico, ou seja, o desempenho de falantes
específicos em seus usos concretos, mas a capacidade que todo o falante possui. Outro
conceito declarado por Luft é o de gramática natural, que é a gramática aprendida quando
desenvolvemos a linguagem, é uma gramática de fala, completa, flexível e variável. Em suas
palavras, “esse sistema de regras que os falantes internalizam na infância é que constitui a
verdadeira gramática da língua, a legítima, a autêntica, da qual todas as demais (livros, teorias
de gramáticas, filólogos e linguistas etc.) não passam de reproduções”. Em outra ocasião,
afirma que “A criança e o falante não escolarizado sabem tudo aquilo que precisam para falar
em seu nível de comunicação. Apenas não conhecem os termos técnicos, os nomes daquilo
que sabem”. Aqui, Luft critica a escola que com seu ensino gramaticalista forçou que se
aprendesse de memória conceitos de análise sintática sem se dar conta de que o aluno já sabia
sintaxe deixando assim de tratar de assuntos mais relevantes como leitura e produção de
textos.

No nível da superfície, muitos enunciados podem ser analisados de maneira idêntica, porém
no nível profundo, no ponto de vista de seu significado subjacente, as sentenças divergem.
Nesse sentido, um dos objetivos da gramática gerativa era oferecer um meio de análise do
nível profundo dos enunciados.

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