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UNIVERSIDAD ESTADUAL DE PIAUÍ – UESPI

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS Y LETRAS – CCHL


LICENCIATURA PLENA EN LETRAS-ESPAÑOL
PROF(A).:FÚLVIO DE OLIVEIRA SARAIVA

MARIA FERREIRA DO NASCIMENTO

ACTIVIDAD IV: Literatura Portuguesa

PEDRO II
2022
ACTIVIDAD IV – RESPUESTAS
1. Sabemos que a poesia de Antero de Quental apresenta algumas facetas que tornam o poeta uma
figura singular na literatura portuguesa. Dentre essas características, podemos destacar o viés
filosófico recorrente em temas metafísicos e existenciais. Destaque, no soneto abaixo, traços que
comprovam isso e mostre como o autor pode ser aproximado ao Romantismo.
 
 
ESPIRITUALISMO
 
Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o voo dum pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
 
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas vagamente…
 
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que ideia gravitais?
 
Mas na imensa extensão onde se esconde
O inconsciente imortal só me responde
Um bramido, um queixume e nada mais.

 Antero de Quental, um autor eclético, tinha como preocupação o problema do destino humano e o
significado do universo, lutava frequentemente com seus próprios sentimentos que, o arrastavam para
um pessimismo vácuo e para o desespero existencial do poeta. Em algumas de suas obras poéticas, é
evidente esse desespero existencial, onde o eu-lírico enxerga na morte o consolo para suas aflições, o
que remete muito as características do Romantismo, assim também como o apreço pela noite. Dessa
maneira se ver em Antero uma visão romântica do mundo à medida que era repleto de sonhos e de
uma metafisica, mesmo tendo sido um combatente árduo da causa Realista.
 
2. O romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, revela certa desilusão no que tange às
promessas que o positivismo realista havia proposto. Todo o entusiasmo que os avanços da tecnologia
e o progresso citadinos trouxeram não se mostraram satisfatórios para uma melhoria do sentido de
humanidade que seria emblemático como prova de evolução social. Dessa forma, o romance em
questão revela uma antinomia que pode ser antevista no próprio título (patente na grafia dos
substantivos com maiúsculas). Comente tal dicotomia, relacionando seu aspecto conteudístico com o
processo de enfraquecimento do Realismo em Portugal. Você pode utilizar-se do fragmento abaixo,
contado pelo narrador-personagem do romance, José Fernandes.
 
“No largo por trás da estação, debaixo dos eucaliptos, que revi com gosto, esperavam os três cavalos, e
dois belos burros brancos, um com cadeirinha para a Teresa, outro com um cesto de verga, para meter
dentro o heróico Jacintinho, um e outro servidos à estribeira, por um criado. Eu ajudara a prima
Joaninha a montar, quando o carregador apareceu com um maço de jornais e papéis, que eu esquecera
na carruagem. Era uma papelada, de que me sortira na Estação de Orleães toda recheada de mulheres
nuas, de historietas sujas, de parisianismo, de erotismo. Jacinto, que as reconhecera, gritou rindo:
-Deita isso fora!
E eu atirei, para um montão de lixo, ao canto do pátio, aquele pútrido rebotalho da Civilização. E
montei. Mas ao dobrar para o caminho empinado da Serra, ainda me voltei, para gritar adeus ao
Pimenta, de quem me esquecera. O digno chefe, debruçado sobre o monturo, apanhava, sacudia,
recolhia com amor aquelas belas estampas, que chegavam de Paris, contavam as delícias de Paris,
derramavam através do mundo a sedução de Paris.
Em fila começamos a subir para a Serra. A tarde adoçava o seu esplendor de Estio. Uma aragem trazia,
como ofertados, perfumes das flores silvestres. As ramagens moviam, com um aceno de doce
acolhimento, as suas folhas vivas e reluzentes. Toda a passarinhada cantava, num alvoroço de alegria e
de louvor. As águas correntes, saltantes, luzidias, despediam um brilho mais vivo, numa pressa mais
animada. Vidraças distantes de casas amáveis flamejavam com um fulgor de ouro. A Serra toda se
ofertava, na sua beleza eterna e verdadeira. E, sempre adiante da nossa fila, por entre a verdura,
flutuava no ar a bandeira branca, que o Jacintinho não largava, de dentro do seu cesto, com a haste
bem segura na mão. Era a bandeira do Castelo, afirmara ele.
E na verdade me parecia que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa - o meu
Príncipe, atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da Serra, a minha prima Joaninha, tão doce e risonha
mãe, os dois primeiros representantes da sua abençoada tribo, e eu - tão longe de amarguradas ilusões
e de falsas delícias, trilhando um solo eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus
contente de nós, serenamente e seguramente subíamos - para o Castelo do Grã-Ventura!”
R: Eça de Queirós `A cidade e as serra ‘encaixa-se no realismo, o narrador conta a história de seu
amigo jacinto, que vivia infeliz em paris, em um dado momento, ele larga tudo e se muda para uma
região provinciana de Portugal, onde reencontra sua vitalidade, essa transição marca o contraponto
entre a cidade e as serras. Jacinto tinha assessor a tudo o que existia de mais moderno no
seu tempo porque a sua teoria era que a felicidade vinha da potência e da ciência. Mas apesar de não
lhe faltar nada, Jacinto não era feliz e obrigava-se a usar tudo o quanto ele achava que poderia lhe
fazer feliz. Para defender que a vida nas serras é melhor que a vida na cidade, José Fernandes conta a
trajetória da vida de seu amigo Jacinto que morava no 202 dos Campos Elíseos.
É importante destacar que o narrador tinha verdadeira adoração por Jacinto. O conflito principal se
passa em cima da ideia da tecnologia como fator de satisfação e felicidade – quando, na verdade, as
coisas não são bem assim. Há uma reflexão entre o tradicional e moderno.
Na obra, Eça de Queirós retrata as pessoas e as relações na cidade de forma superficial, falsa,
interesseira e, até mesmo, tediosa, já no campo, encontra-se a simplicidade, pessoas mais verdadeiras e
solícitas.

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