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A TRAJETÓRIA DA EMERGÊNCIA E DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO

SERVIÇO SOCIAL

Marilda Maria Pereira da Silva1


Rosildinar Ferreira de Sousa Fernandes2

Introdução
O presente trabalho visa compreender as teorias explicativas que deram base para o
surgimento e desenvolvimento do Welfare State nos países desenvolvidos, tendo como
base a literatura internacional através de estudos desenvolvidos pelas
autoras ................................................................................................
Estudiosas do assunto, o qual usaremos como base para a fundamentação desse
trabalho.

1. Teorias explicativas
O Estado de Bem-Estar Social para Lessa (2012) é uma forma de Estado que
surge no século XX tendo como objetivo fazer a proteção e a promoção social de uma
determinada sociedade. A autora em sua obra O Estado de Bem-Estar Social Na Idade
Da Razão destaca as teorias disponíveis na literatura irão explicar a importância do
Estado de Bem-Estar.
Lessa se apoiará inicialmente nesse tipo de intervenção pública, tendo como
base dois modelos de Bem-Estar, o que se originou na Alemanha de Bismarck que
organizou as categorias profissionais por meio de um contrato de trabalho, que incluía
seguro nacional para os trabalhadores, bem como pensões para os idosos, seguro
doenças e um seguro desemprego compulsório. Dessa forma, tornando-se o primeiro
seguro desemprego organizado no mundo. E o segundo seria o modelo inglês, baseado
na cidadania, onde o Estado precisaria intervir para garantir um padrão de vida para as
pessoas afetadas pelas condições geradas pós-guerra.
A autora afirma que, há uma pluralidade de teorias, porém, ressalta que há um
elemento comum em todos os casos na origem desses arranjos que seriam o
voluntarismo política. Em virtude desse fato, ela ressaltará que tanto T.H Marshall
como Richard Titmuss ao analisarem o relatório da minoria sobre a Lei dos Pobres que

1
Discente de Serviço Social da universidade Federal do Piauí. marildamps@hotmail.com
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Discente de Serviço Social da Universidade Federal do Piauí.
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fora coordenado por Beatrice Webb, ao contrário dessa. Marshall advogava a favor dos
direitos sociais, enquanto Titmuss insistia que que os direitos sociais gerariam custos
sociais, de causas e efeitos difusos. Nesse sentido, a fundação de crença contribuindo
para a germinação da concepção boveridgiana de um estado do bem-estar universalista.
Igualmente à Lessa, Ozanira irá recorrer as teorias mais recorrentes na
literatura para explicar a emergência e o desenvolvimento do Welfare State nos países
desenvolvidos. A autora buscará centrar seu trabalho, tendo como base as
argumentações Pluralistas e Marxistas, como também, de suas perspectivas na tradição
funcionalista e conflitualista. A autora destaca que a Teoria Pluralista Funcionalista tem
uma vinculação com tradição durkheimiana que defendia um estado participativo na
economia nos setores que não interessavam a iniciativa privada, garantindo o pleno
emprego. Dessa forma, indicando uma saída para a grande crise capitalista no século
XX. Nesse sentido, rompendo com as ideias liberais. A Teoria da modernização para a
autora, decorrente da teoria citada à cima, defende o progresso como sendo o
responsável pelo surgimento e desenvolvimento do Welfare State, bem como, a
introdução dos sistemas de seguridade social em todos os países industrializados, onde o
processo de industrialização explicaria as variações temporais.
A Teoria Pluralista Conflitualista é entendida como uma arena com diferentes
interesses políticos e sociais, onde será universalizado o do direito de voto decorrente da
organização e mobilização operária, além pressão da elite que expressava interesses
pessoais na elaboração das políticas sociais, bem como, o enfraquecimento da burguesia
que tentava se manter no poder. Outrossim, a Teoria Marxista Funcionalista de acordo
com a autora em voga, consideram a política social como consequência do capitalismo
industrial objetivando regular a participação – exclusão no mercado de trabalho. Dessa
forma, protegendo o trabalhador do desemprego cíclico e da acumulação capitalista,
onde mais tarde por exigência da dinâmica monopolista de acumulação de capital terá a
intervenção do Estado como garantia da mais valia, através da reprodução da força de
trabalho e do controle das classes sociais. Finalmente na Teoria Marxista Conflitualista,
a autora destaca o crescente protestos e greves por parte do movimento operário que
pressionarão a classe dominante por proteção social. Nesse sentido, o Estado assumirá a
correção dos efeitos negativos, percebendo a política social como estratégia de controle.
Nesse viés, integrando e associando a determinação estrutural com a determinação
política.

2. Correntes sobre a emergência e desenvolvimento do Welfare State


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Em seu artigo, Emergência e Desenvolvimento do Welfare State, a autora Marta
Arretche (1995), destaca as contribuições de alguns autores, dispondo de vários
argumentos apresentados quanto à origem e desenvolvimento do fenômeno citado.
A autora analisa os trabalhos de Harold Wilensky, Richard Titmus e T.H.
Marshal, embora estes tenham explicações diferentes para a expansão do Welfare State,
associam o surgimento de programas sociais ao processo de industrialização, pois “os
problemas sociais com os quais os serviços sociais têm de lidar são resultado das
mudanças sociais (sobretudo, demográficas) desencadeadas pela industrialização”
( Arretche, 1995, p. 8), principalmente a especialização do trabalho, que implica no
crescimento da dependência individual em relação à sociedade.
Segundo Arretche (1995), uma outra razão para o desenvolvimento do Welfare
State, é a necessidade de acumulação e legitimação do sistema capitalista, pois
"(...) o Estado capitalista tem de tentar desempenhar duas funções básicas e
muitas vezes contraditórias: acumulação e legitimação (...). Isto quer dizer
que o Estado deve tentar manter, ou criar, as condições em que se faça
possível uma lucrativa acumulação de capital. Entretanto, o Estado também
deve manter ou criar condições de harmonia social. (O’Connor, 1977)

A autora aponta que o setor monopolista, não paga os custos de investimento


social, gera uma população excedente, com empregos de baixos salários, nesse sentido
os gastos com a população recai sobre o Estado, tornando-se mais dependentes dos
programas sociais, estes se originam de uma resposta à constituição da classe operária,
necessária ao desenvolvimento do capitalismo.
Conforme Arretche (1995), para alguns autores, a existência do Estado de Bem
Estar Social é de ordem política, em que um dos resultados é a ampliação progressiva de
direitos, dos civis aos políticos, dos políticos aos sociais, o qual supõe uma evolução
progressiva no campo dos direitos, afirmando que através da política social, a crescente
desigualdade política modifica as desigualdades econômicas e que o Estado moderno
deve ser Estado-protetor. Um outro resultado seria um acordo entre capital e trabalho
organizado, dentro do capitalismo, pois de um lado está a dinâmica de acumulação de
capital e de outro os programas sociais que tem sua origem na classe trabalhadora, que
enfrenta novos desafios à dinâmica de exploração do capitalismo. Um outro resultado,
utilizando as pesquisas de Gosta Esping-Andersen, que é a capacidade de mobilização
da classe trabalhadora em diferentes regimes de poder: o social-democrata, onde o
movimento operário foi capaz de expressar-se politicamente através de partidos sociais-
democratas; o conservador, que favoreceu o intervencionismo estatal e há diferenças na

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nas contribuições e benefícios; o liberal, onde os movimentos operários são fraco, trata
o trabalhador como mercadoria e tem como padrão o mérito. Finalmente, o Walfare
State pode ser resultado de configurações históricas particulares de estruturas estatais,
medidas pelo grau de burocratização e centralização do Estado e instituições políticas
que podem alavancar ou barrar as possibilidades de ação política dos grupos
politicamente organizados.

3. A crise do Welfare State


Os autores Sônia Draibe e Wilês Henrique (1988), consideram que na crise do
Welfare State, os Estados vêm sendo cada vez mais incapazes, de responder às
exigências financeiras impostas pelos programas atuais, contudo existem outras
explicações sobre o tema, três teses serão apresentadas a seguir: uma progressista, uma
conservadora e uma aceita pelos dois grupos.
Na tese dos progressistas o Welfare State não passa por uma verdadeira crise;
sofre antes uma mutação em sua natureza e operação em que nos programas estatais de
benefícios sociais estaria havendo pressões nas formas de atendimento e uma
necessidade de reorientação desses programas.
A tese dos conservadores, o Welfare State é uma estrutura perniciosa e
corresponde a uma concepção perversa e falida do Estado, apresenta três questões, os
gastos sociais são feitos em condições de desequilíbrio orçamentário, provocando o
desemprego, os programas sociais ferem a ética do trabalho e comprometem o
mecanismo do mercado e estariam introduzindo nas sociedades democráticas o
autoritarismo.
A crise do "Welfare State" é sobretudo uma crise de caráter financeiro-fiscal,
essa tese é afirmada por progressistas e conservadores, entre os problemas está a
questão como responder pelo financiamento dos programas sociais, pois à medida que
diminuem as receitas públicas, mais desempregados passam a receber benefícios,
portanto elevam-se os custos de medidas que visam a proporcionar o crescimento dos
gastos.
De acordo como os autores ainda existem outras teses sobre A crise do "Welfare
State", alguns afirmas que ela é produzida pela centralização e burocratização,
excessivas, outros que deve-se à sua perda de eficácia social, alguns dizem que está
relacionada com a opinião pública ou por causa ao colapso do pacto político do pós-
guerra e por fim que deve-se a sua incapacidade de responder aos novos valores
predominantes nas sociedades pós-industriais.
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Das várias soluções para a crise, apontadas pelos autores, uma delas seria que Estado-
Providência eleva o indivíduo como categoria social e política, isso geraria
principalmente a desburocratização e racionalização da gestão dos grandes
equipamentos e funções coletivas e a remodelação e reorganização de certos serviços
públicos.

 ARRETCHE, M. Emergência e desenvolvimento do Welfare State:


teorias explicativas. In: BIB. Rio de Janeiro, nº 39, Relume Dumará, 1995, p. 3-
40.
 DRAIBE, S ; HENRIQUE, W. Welfare State, crise e gestão da crise: um
balanço da literatura internacional. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais.
nº 6. São Paulo: ANPOCS, 1988

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Conclusão
(Na parte das considerações deve-se argumentar e sintetizar as ideias do texto. Em
termos formais, a conclusão é uma exposição factual sobre o que foi investigado,
analisado, interpretado; é uma síntese comentada das ideias essenciais e dos principais
resultados obtidos. Trazer, com suas palavras, o que foi possível concluir após a
discussão dos autores do artigo. Apontar contribuições do artigo.)
(Inserir conclusão)

Referências Bibliográficas
(Nas referências, expor as fontes de tudo o que foi citado ao longo do texto, todos os
autores e obras devem estar citados ao final. Tudo o que está nas referências deve estar
contido no texto. Atenção às normas de ABNT.)
(Inserir Referências

Vimos ao longo da construção deste trabalho sobre o Welfare State, a


possibilidade de entender seu papel na sociedade, por meio das teorias
explicativas, compreendendo algumas de suas particularidades. Tratamos da
importância de verificar apontamentos feitos por diversos autores a respeito do tema, foi
possível observar algumas informações que foram responsáveis por mudanças estruturais na
sociedade e o surgimento de classes necessitavam da mediação do Estado como administrador
e protetor
Lidando com a heterogeneidade da classe média e operária, os programas sociais buscam
minimizar os problemas causados pelas diferenças de oportunidades geradas pelo intenso
crescimento desordenado de uma população.
conclui-se que a origem e o desenvolvimento do welfare state leva em consideração
diversos fatores, não só o desenvolvimento dos países, mas a sua geografia, o capitalismo,

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a economia, o envelhecimento da população. Tais variáveis são influenciadas pelo estado
de bem-estar

Para os autores deve-se repensar o Estado de bem-estar.o Estado deve ter um


papel crucial nesse processo, o de reerguer o crescimento dos países a partir de
incentivos que irão ter impacto no mercado e na qualidade de vida das pessoas.

Para estudar o welfare state de maneira significativa, o primeiro passo é começar entendendo
e definindo o seu papel na sociedade, seu objetivo principal de garantir a universalização de
direitos e possibilidades de toda população, e entender o contexto histórico, político e cultural
de seu surgimento. A partir desse início, podese identificar as circunstâncias que apoiaram a
formatação das intervenções do Estado, entendendo assim as particularidades da mesma.
Justifica-se, portanto, a importância de revisitar os apontamentos feitos por diversos autores a
respeito da interferência estatal em busca do bem-estar básico da sociedade
Com a revisão de literatura realizada, foi possível observar as características marcantes e
homogêneas que aparecem em diversos países que implementaram o WS: a intensa
industrialização e urbanização responsáveis por mudanças estruturais na sociedade e o
surgimento de classes que continuamente necessitavam da mediação do Estado como
administrador e protetor. Nos estudos realizados dos casos inglês, francês e norte-americano,
percebe-se notoriamente as semelhanças que assolam a criação e o desenvolvimento do WS.
O mesmo aconteceu no Brasil. Aqui a situação de implementação do welfare state foi
semelhante. Lidando com a heterogeneidade da classe média e operária, os programas sociais
buscam minimizar os problemas causados pelas diferenças de oportunidades geradas pelo
intenso crescimento desordenado de uma população.
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Uma conceituação do Welfare State torna-se delicada, vez que o mesmo como

visto demonstra diferente perfis em diferentes regimes.  O estado de bem-estar pode ser

mais universalista, ou direcionado a uma parcela da população.

No regime liberal o mercado tem grande impotancia e existe a predominância dos

benefícios aos mais pobres, ou seja, a assistência é para os mais necessitados. Já o

regime conservador se liga ao chefe de família e a família tradicional, e o social-democrata

tem um papel mais universalista.

O welfare state pode ser ligado ao desenvolvimento, mas não obrigatoriamente

só os países desenvolvidos tem estado de bem-estar, pois aconteceu em determinados

países do estado de bem-estar social se consolidar juntamente com a economia, como no

caso dos países latino americanos.

Nota-se que o Estado de bem-estar social tem diferentes formas em países, pois

enquanto alguns deles dedicam-se a suprir a pobreza, tem outros que abrangem a

população como um todo, sendo universalistas.

O modelo Escandinavo ainda é uma espécie de inspiração, justamente por ser

universalista com benefícios assegurados até a morte. Os pontos principais deste modelo

são: educação para todos, proteção universalista de riscos sociais e segurança para as

famílias.

Portanto, conclui-se que a origem e o desenvolvimento do welfare state leva em

consideração diversos fatores, não só o desenvolvimento dos países, mas a sua geografia,

o capitalismo, a economia, o envelhecimento da população. Tais variáveis são


influenciadas pelo estado de bem-estar e ajudam a demonstrar como e quais são as

política sociais mais importantes em diferentes nações.


Como melhorar esse quadro? Para os autores deve-se repensar o Estado de
bem-estar. Tem que reduzir a pobreza infantil e umas das medidas apontadas
pelos autores é o aumento do emprego das mães, porém para que esse
aumento ocorra depende do acesso a um sistema de cuidados às crianças por
parte do Estado, um aparato como, por exemplo, creches de boa qualidade.
Assim, outra proposta do autor é o que ele chama de homogeneizar o meio de
aprendizagem. Dessa forma, o acesso das crianças às creches e aos centros
pré-escolares de grande qualidade pode formar parte de uma política
verdadeiramente eficaz em favor da igualdade de oportunidades. Aqui casa-se
a política da redução da pobreza infantil com o acesso das crianças aos centros
de qualidade. Outro ponto ainda de destaque é o emprego das mães.

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Em síntese, a estratégia é baseada em auxílios públicos para a atenção das
crianças de 0 a 3 anos fora de casa, o que estimula a participação das mães no
mercado de trabalho na medida em que elas têm um bom auxílio à
maternidade que se estende até um ano. Assim, o Estado deve ter um papel
crucial nesse processo, o de reerguer o crescimento dos países a partir de
incentivos que irão ter impacto no mercado e na qualidade de vida das pessoas.

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