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AO JUÍZO DA 3ª VARA CRIMINAL DE CUIABÁ /MT

Processo nº ...

Josafá da Silva, brasileiro, casado, Agricultor, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00 e no RG


nº 00000, residente e domiciliado na Rua..., vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, por meio de advogado que este subscreve (procuração anexa), com fulcro no artigo
396 e 396 – A do CPP, apresentar

RESPOSTA A ACUSAÇÃO

Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS

Na data informada nos autos, dois sujeitos invadem a propriedade do Sr. Josafá
ameaçando ceifar a vida de sua esposa e filhos, caso o agricultor não entregasse dinheiro, esse
que o acusado não possuía. Visto que os invasores tinham visto talões de cheque na casa,
obrigam Josafá a ir aos comércios locais em busca de trocar o título por dinheiro vivo.

Homem de bem como o é, Josafá sem muito esforço consegue trocar os títulos com o
Sr. Josué, na sua farmácia, e com o Sr. Josias em um posto de gasolina, a todo momento Josafá
esteve sob ameaça dos sujeitos que o renderam.

Ao conseguirem o dinheiro em espécie, os supostos criminosos se evadem e


repreendem Josafá, dizendo que, se ele os denunciarem, voltaram e mataram a todos. O
Promotor de Justiça ofereceu denúncia em 10.03.2022, perante a 3º Vara Criminal de
Anápolis/GO. A denúncia foi recebida no dia 14.03.2022.

II – DO DIREITO

2.1 – Preliminar da prescrição

Nobre julgador, percebe-se no caso em tela que o suposto crime foi praticado no dia
13.03.2020, e a denúncia oferecida pelo MP, foi recebida no dia 14.03.2022.

O tipo penal em questão possui pena máxima de 2 (dois) anos, prescrevendo nos
termos do artigo 109, VI em 3 (três) anos.
Ocorre excelência que na data do fato o acusado possuía 20 (vinte) anos de idade, e
na leitura do artigo 115 do CP, extrai-se que prazo prescricional deverá ser computado pela
metade quando o acusado na data do crime tiver idade inferior a 21 (vinte e um) anos.

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o


criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença,
maior de 70 (setenta) anos.

Resta evidente que o crime imputado ao denunciado encontra-se prescrito, haja vista
que ada data do fato até o recebimento da denúncia por este juízo, é possível observar que se
passaram 2 (dois) anos, logo está extinta a punibilidade do agente nos termos do artigo 107, IV
do CP.

2.2 – Da preliminar de nulidade

O artigo 61 da lei 9.099/95 estabelece que as infrações de maior potencial ofensivo,


são aquelas cuja pena máxima não ultrapassam 2 (dois) anos.

Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial


ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Vale ressaltar que o tipo penal do artigo 234 do CP, possui pena máxima de 2 anos,
logo é possível afirmar que a denúncia deveria ter sido oferecida no Juizado Especial Criminal,
evidenciado a incompetência deste juízo, devendo os autos serem remetidos ao Juízo
competente, sob pena de nulidade.

2.3 – Da preliminar da atipicidade

Ora nobre julgador, em uma simples leitura do artigo 234 do CP, é possível perceber
que o tipo penal exige elemento subjetivo especial, ou seja, o dolo em transportar
comercializar, distribuir e reproduzir material pornográfico, no entanto não foram essas
condutas praticadas pelo acusado, que tão somente tinha o material dentro de sua mochila
sem nenhuma intenção de praticar os núcleos apontados.

Ademais, insta salientar que por mais que o denunciado estivesse comercializando as
revistas, tal conduta não

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