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UNIVESIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

Lumumba Bomani de Jesus Paixão

AMERICA I - ATIVIDADE 01

ILHÉUS – BA
OUTUBRO DE 2022
Civilizações Ameríndias

O que se tem de conhecimento sobre os povos que viveram na região Andina, se


deu a partir da invasão e da destruição feita pelas tropas de Pizarro e das relações entre
os colonizadores e os povos colonizados. Dito isso, nota-se que todas as informações que
se tem sobre os povos originários são incompletas ou foram preenchidas a partir da ótica
invasora.
Exemplo do que foi supracitado são os primeiros relatos sobre o desastre de
Cajamarca, quando o imperador Inca Atahualpa foi capturado, foram publicadas em
Sevilha duas versões conflituantes que descreviam o acontecimento, uma feita por um
dos escrivães oficiais de Pizarro, e a primeira versão, feita por testemunhas oculares que
se anteciparam ao relato oficial, descrevendo a forma que se deu a captura do imperador
Atahualpa. Nenhuma das versões levam em consideração a visão dos ameríndios.
Normalmente, quando se referimos ao grupo de pessoas que viveram no
continente sul-americano antes da chegada do europeu de “história pré-colombiana”,
dando ênfase apenas na chegada europeia, dividindo história e uma “pré-história”, o que
leva a entender que não havia história a ser contada antes da colonização, e que foram os
colonizadores que acabaram levando a civilização para o continente.
O termo pré-história surge para denominar um período em que não se havia a
presença da escrita europeia. Quando analisamos as cartas de Colombo, vemos que a
visão que se tinha dos nativos americanos, era de que seriam uma população sem
propriedades culturais, sem fé e sobretudo sem história ou então, que se tinha uma história
menos importante que a europeia.
Entretanto, essa ideia que Colombo tinha sobre os indígenas americanos não
passava de uma visão eurocêntrica para poder justificar a invasão, o roubo, a escravização
e os assassinatos sobre os povos nativos. É sabida da existência de três grandes
civilizações americanas, que seriam elas: os maias, os astecas e os incas.
Os Maias foram um dos povos mais sofisticados que viveram no continente
americano antes da chegada do homem branco. responsáveis pela construção de grandes
cidades, como por exemplo as cidades de Chichen, Itzá e Tikal, se organizavam em
cidades-estados, os reis tinham poder sobre os domínios das suas cidades, eram uma
população politeístas, além disso, demostravam um grande conhecimento da matemática
e da astronomia.
Sendo a principal civilização mesoamericana, os astecas tinham um povo muito
bem-organizado, de modo hierarquizado, onde cada um possuía um papel bem definido
dentro da sociedade. A capital do império asteca se chamava Tenochtitlán, onde hoje fica
a Cidade do Mexico, esse povo ganhou muita força após conquistarem cidades vizinhas
e lhes cobrando impostos, sobreviviam da agricultura e do comercio.
O povo Inca conseguiu estabelecer o maior império territorial na América do Sul
na região andina, tendo uma civilização altamente complexa, desenvolveram grandes
sistemas de estradas, foram conhecidos por formar uma sociedade teocrática, sendo o
imperador a encarnação do Deus Inti, além disso, eram um povo que apresentava uma
grande diversidade de culturas, por se tratar de uma grande civilização formadas por
variados povos, e viviam a base de agricultura.
Portanto, ao analisar a organização, a cultura e as tecnologias que essas
civilizações ameríndias desenvolveram, fica evidente que cada civilização encontrou em
si, a sua própria maneira de contar e desenvolver a sua própria história, e esses povos que
não conheciam a escrita, ou a escrita conhecida pelos europeus, não torna as suas histórias
menos importantes ou irrelevantes em comparação com a história dos brancos europeus.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:

BELMONTE, Alexandre. Reflexões sobre a antiguidade da América: o altiplano andino


como caso paradigmático. NEARCO: Revista Eletrônica de Antiguidade 2018, Volume
X, Número I – ISSN 1982- 8713, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

LEÓN-PORTILLA, Miguel. Códices: os antigos livros do Novo Mundo. Florianópolis:


Editora UFSC, 2012, Introdução e cap. 1 (p.7-44).

MURRA, John. As sociedades Andinas anteriores a 1531. In: BETHELL, Leslie (org.).
História da América Latina. A América Latina Colonial I. São Paulo: EDUSP; Brasília:
Fundação Alexandre Gusmão, 1998, pp. 63-99.

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