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MARINGÁ
2021
3
Aprovada em ____/_____/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof(a). Dr(a) Gisele Cristina Antunes Martins - UEM
_____________________________________________________
Prof(a). Nome do professor(a) (Membro 1) - Instituição
_____________________________________________________
Prof(a). Nome do(a) professor(a) (Membro 2) - Instituição
4
AGRADECIMENTOS
RESUMO
O aço, assim como outros materiais da construção civil, quando expostos a altas
temperaturas apresentam uma perda progressiva de suas propriedades mecânicas, fato que pode
levar ao colapso das estruturas. Tendo em vista as grandes catástrofes mundiais envolvendo
incêndios e estruturas metálicas, normas e procedimentos foram desenvolvidos a fim de
preservar a vida e os patrimônios. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho consiste em
compreender o comportamento de perfis metálicos expostos à incêndios, empregando os
métodos de dimensionamento simplificado e avançado propostos pela norma brasileira. Para
tanto, foi aplicado o método de dimensionamento simplificado proposto pela ABNT NBR
14323:2013, e também elaborado modelos numéricos térmicos bidimensionais desenvolvidos
com o código computacional ABAQUS, aplicando os conceitos do método avançado. O método
simplificado proposto pela ABNT NBR 14323:2013 apresentou resultados satisfatórios e
similares às análises numéricas para os casos de perfis com exposição ao fogo em todas as faces,
com a exceção do perfil CS 550x502 com proteção caixão que pode ser justificado pela sua
geometria mais robusta somado à presença da proteção da alma. Para os casos com exposição
ao fogo considerando a compartimentação, a adoção do procedimento normativo simplificado
apresentou deficiência na representação do campo térmico do perfil, consideração também
prevista pela norma ABNT NBR 14323:2013 que prescreve o uso do método avançado para o
estudo considerando a interface perfil e compartimentação. Por fim, entende-se que a
compreensão das características do incêndio, dos mecanismos de transferência de calor, e da
consequente evolução do campo térmico em um incêndio é de fundamental relevância para
entender a alteração das propriedades mecânicas do aço, além de ser o primeiro passo para se
compreender a avaliação térmica do sistema estrutural exposto ao sinistro.
ABSTRACT
Steel, as well as other construction materials, when exposed to high temperatures shows
a progressive loss of its mechanical properties, a fact that can lead to the collapse of the
structures. Considering the great global catastrophes involving fire and steel structures,
standards and procedures were developed in order to preserve life and patrimonies. In that
regard, the objective of the present work is to understand the behavior of steel profiles exposed
to fires, using the simplified and advanced method proposed by the Brazilian standard. For this
purpose, the simplified method proposed by ABNT NBR 14323: 2013 was applied, and also
elaborated a two-dimensional thermal numerical model with was developed using the
ABAQUS computational code. The simplified method proposed by ABNT NBR 14323: 2013,
showed satisfactory results and similar to the numerical analyzes for the cases of profiles with
exposure to fire on all sides, with the exception of the CS 550x502 profile with box-type
protection, which can be justified by its geometry robust and added to the presence of the
protection of the soul. For cases with exposure to fire considering compartmentalization, the
adoption of the simplified standard procedure showed deficiency in the representation of the
thermal field of the profile, a consideration also provided for in the ABNT NBR 14323: 2013
standard that recommends the advanced method for the study considering the profile interface
and compartmentalization. Finally, it is understood that understanding the characteristics of the
fire, the mechanisms of heat transfer, and the consequent evolution of the thermal field in a fire
is of fundamental importance to understand the change in the mechanical properties of steel, in
addition to being the first step to understand the thermal evaluation of the structural system
exposed to the fire situation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:– Vista geral do Moorgate Exchange. ........................................................................ 18
Figura 2– Redução da resistência ao escoamento em função da temperatura .......................... 19
Figura 3:Redução do módulo de elasticidade em função da temperatura ................................ 19
Figura 4 :Fotos dos incêndios ocorridos: (a) Londres, Inglaterra; (b) Chicago, EUA; (c)
Edifício Andraus, SP; (d) Edifício Joelma, SP e (e) Boate Kiss, SM ...................................... 20
Figura 5:Componentes a serem considerados para a avalição de estruturas em segurança
contra incêndio. ........................................................................................................................ 23
Figura 6: Propriedades de resistência ao fogo de elementos estruturais e de compartimentação.
.................................................................................................................................................. 25
Figura 7: Triângulo do Fogo..................................................................................................... 26
Figura 8: Curva Temperatura x Tempo de um incêndio real. .................................................. 28
Figura 9:Curvas Temperatura x Tempo de incêndios sob condições distintas de ventilação e
disponibilidade de material combustível. ................................................................................. 29
Figura 10:Modelo de incêndio natural ..................................................................................... 30
Figura 11: Curva de Incêndio padrão proposta pela ISO 834-1:1999 ...................................... 34
Figura 12:Curvas Temperatura x tempo propostas pelas principais normas estrangeiras ........ 35
Figura 13:Mecanismo de transmissão de calor em edifícios em chamas ................................. 36
Figura 14:Transferência de calor unidimensional por condução.............................................. 37
Figura 15:Convecção decorrente de um incêndio .................................................................... 38
Figura 16:Distribuição da radiação incidente ........................................................................... 39
Figura 17: Curva tensão deformação de aço sob temperaturas elevadas ................................. 41
Figura 18:Representação gráfica da redução das propriedades mecânicas do aço, em função da
temperatura. .............................................................................................................................. 43
Figura 19:Condutividade térmica do aço em função da temperatura ....................................... 45
Figura 20:Alongamento do aço em função da temperatura ...................................................... 46
Figura 21:Calor específico do aço em função d ....................................................................... 47
Figura 22: Compartimentação de um dado ambiente em chamas impedindo ou retardando sua
propagação para os demais ambientes por um tempo mínimo definido em norma ................. 48
Figura 23: Ilustração das etapas envolvidas na modelagem numérica em temperaturas
elevadas .................................................................................................................................... 54
Figura 24: Os dois grandes caminhos que podem ser percorridos na solução de problemas
estruturais ................................................................................................................................. 56
Figura 25: Método Geral para Análise de Sistemas Discretos ................................................. 57
Figura 26: Comparação entre os resultados dos modelos térmicos constituídos por elementos
de casca e sólido para o pilar H22-ORT-T15 ........................................................................... 59
Figura 27: Comparação entre os resultados dos modelos térmicos constituídos por elementos
de casca e sólido para pilar H22-PAR-T15 .............................................................................. 59
Figura 28: Características do elemento de casca ...................................................................... 60
Figura 29: Exemplo de diferentes níveis de discretização de malhas para análise térmica,
casos (A) e (B). ......................................................................................................................... 60
Figura 30: Condições de contorno no problema de domínio sólido ......................................... 61
Figura 31: Princípio da conservação de energia aplicado ao elemento infinitesimal ............... 63
Figura 32 Etapas e Sub Etapas realizadas para a análise de pilares em situação de incêndio .. 65
Figura 33 Esquema de exposição ao fogo da calibração entre pacotes computacionais .......... 67
Figura 34 Pontos de instrumentação de termopares na seção de aço ....................................... 68
Figura 35 Comparação entre as curvas de temperatura média do forno e o incêndio padrão da
ISO 834:199 para o ensaio com perfil HEA220-FC30-©-Misto ............................................. 69
Figura 36: Notação empregada na descrição da geometria utilizada nos modelos numéricos. 70
10
Figura 37 Numeração dos nós e faces dos elementos finitos – (a) 3 nós; (b) 4 nós; (c) 6 nós;
(d) 8 nós .................................................................................................................................... 77
Figura 38 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UB254 x
146 x 43, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido: (a) via STC (b) via ANSYS ........... 79
Figura 39 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UB254 x
146 x 43, para o tempo de exposição de 60 minutos, obtido via ABAQUS ............................ 80
Figura 40 Evolução térmica do ponto médio do perfil UB254 x 146 x 43 via STC, ANSYS, e
ABAQUS .................................................................................................................................. 81
Figura 41 Evolução térmica do encontro alma e mesa do perfil UB254 x 146 x 43 via STC,
ANSYS, e ABAQUS ................................................................................................................ 82
Figura 42 Evolução térmica da extremidade da mesa do perfil UB254 x 146 x 43 via STC,
ANSYS, e ABAQUS ................................................................................................................ 82
Figura 43 Evolução térmica obtida via STC e ANSYS em Kimura (2009) e via ANSYS com
elemento do tipo casca.............................................................................................................. 83
Figura 44 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UC203 x
203 x 46, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido: (a) via STC , (b) via ANSYS ......... 85
Figura 45 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UC203 x
203 x 46, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido via ABAQUS .................................. 86
Figura 46 Evolução térmica do ponto médio do perfil UC203 x 203 x 46 via STC, ANSYS, e
ABAQUS .................................................................................................................................. 86
Figura 47 Evolução térmica do encontro entre alma e mesa do perfil UC203 x 203 x 46 via
STC, ANSYS, e ABAQUS ...................................................................................................... 87
Figura 48 Evolução térmica da extremidade da mesa do perfil UC203 x 203 x 46 via STC,
ANSYS, e ABAQUS ................................................................................................................ 87
Figura 49 Evolução da temperatura na seção transversal para o pilar de aço com perfil HEA
220 ............................................................................................................................................ 89
Figura 50 Campo térmico do perfil HEA 220 utilizando a curva de aquecimento do forno
elétrico via ABAQUS ............................................................................................................... 89
Figura 51 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.1 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental .................................................... 90
Figura 52 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.3 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental .................................................... 90
Figura 53 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.4 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental .................................................... 91
Figura 54 Evolução da temperatura no perfil UB 127x76x13 nos pontos 1, 2, e 3 via
ABAQUS .................................................................................................................................. 93
Figura 55 Perfil UB 127x76x13 exposto ao fogo por todos os lados para tempo de exposição
de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ................................................................... 94
Figura 56 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil UB 127x76x13 95
Figura 57 Evolução da temperatura no perfil UC 305x305x137 nos pontos 1 (ponto médio da
alma), 2 (encontro alma e mesa), e 3 (extremidade da mesa) .................................................. 95
Figura 58 Perfil UC 305x305x137 exposto ao fogo por todos os lados para tempo de
exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min .................................................. 96
Figura 59 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil UC 305x305x137
.................................................................................................................................................. 97
Figura 60 Evolução da temperatura no perfil caixão 200x200 nos pontos 1 (ponto médio do
caixão), 2 (extremidade do caixão)........................................................................................... 98
Figura 61 Perfil Caixão 200x200 exposto ao fogo por todos os lados para tempos de
exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min .................................................. 98
Figura 62 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil caixão 200x200 99
11
Figura 63 Evolução da temperatura no perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa nos pontos
1, 2, e 3 ................................................................................................................................... 100
Figura 64 Perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa exposto ao fogo por todos os lados para
TRF de (a) 30min, (b) 60min ................................................................................................. 101
Figura 65 Perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa exposto ao fogo por todos os lados para
tempo de exposição de (c) 90 min e (d) 120 min ................................................................... 102
Figura 66 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil CS 550x502 ... 103
Figura 67 Evolução da temperatura no perfil W150x13 com proteção tipo caixa nos pontos 1
(ponto médio externo da caixa), 2 (ponto médio interno da caixa), e 3 (ponto médio do perfil)
................................................................................................................................................ 104
Figura 68 Perfil W150x13 com proteção caixa exposto ao fogo por todos os lados para tempo
de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ............................................ 105
Figura 69 Análise comparativa entre o perfil CS550x552 e W150x13 considerando 120
minutos de exposição ao fogo ................................................................................................ 105
Figura 70 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil W150x13 ....... 106
Figura 71 Refinamento da malha de elementos finitos utilizada no perfil CS 550x502 com
proteção tipo caixa na (a)Malha de 60 elementos finitos (b) Malha com 339 elementos finitos
................................................................................................................................................ 107
Figura 72 Evolução da temperatura no perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa para 60 e
339 elementos finitos. ............................................................................................................. 108
Figura 73 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela mesa em paredes
externas via ABAQUS ........................................................................................................... 110
Figura 74 Perfil UC 203X203X46, inserido pela mesa em paredes externas exposto ao fogo
para tempo de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ......................... 111
Figura 75 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para perfil UC 203X203X46
inserido pela mesa em paredes externas ................................................................................. 112
Figura 76 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela alma em paredes
externas ................................................................................................................................... 112
Figura 77 Perfil UC 203X203X46, inserido pela alma em paredes externas exposto ao fogo
para tempo de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ......................... 113
Figura 78 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para perfil UC 203X203X46
inserido pela alma em paredes externas ................................................................................. 114
Figura 79 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela alma em paredes
externas, possuindo interface com paredes internas pela mesa .............................................. 114
Figura 80 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela alma em paredes
externas, possuindo interface com paredes internas pela mesa .............................................. 115
Figura 81 Perfil UC 203X203X46, inserido pela alma em paredes externas, possuindo
interface com paredes internas pela mesa exposto ao fogo para tempo de exposição de (a)
30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ............................................................................ 115
Figura 82 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela alma em paredes
externas, possuindo interface com paredes externas pela mesa ............................................. 116
Figura 83 Evolução térmica do perfil UC 203X203X46 inserido pela alma em paredes
externas, possuindo interface com paredes externas pela mesa ............................................. 116
Figura 84 Perfil UC 203X203X46, inserido pela alma em paredes externas, possuindo
interface com paredes externas pela mesa exposto ao fogo para tempo de exposição de (a)
30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min ............................................................................ 117
Figura 85 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para perfil UC 203X203X46
inserido pela alma em paredes externas, possuindo interface com paredes interna pela mesa
................................................................................................................................................ 119
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Causas de mortes em incêndios de edifícios.............................................................. 24
Tabela 2: Pontos discretos da curva temperatura x tempo recomendado pela ASTM E 119... 33
Tabela 3:Fatores de redução do aço. ........................................................................................ 42
Tabela 4: fator de redução para a resistência ao escoamento de seções sujeitas a flambagem
local .......................................................................................................................................... 44
Tabela 5: Propriedades geométricas dos perfis de calibração .................................................. 66
Tabela 6 Parâmetros geométricos do perfil HEA220 ............................................................... 68
Tabela 7 Perfis utilizados na avaliação do campo térmico com exposição ao fogo em todas as
faces .......................................................................................................................................... 71
Tabela 8 Parâmetros geométricos do perfil considerando a compartimentação ...................... 73
Tabela 9 Ilustração da proposta de análise térmica para os perfis considerando a interface com
paredes ...................................................................................................................................... 73
Tabela 10 Parâmetros adotados para a aplicação do Método Simplificado ............................. 75
Tabela 11 TRRFs prescritos pela ABNT NBR 14432:2001 para as 3 alturas de edificação ... 78
Tabela 12 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do Ponto médio do
perfil UB254 x 146 x 43 – Diferença Máxima ......................................................................... 84
Tabela 13 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do encontro alma
e mesa do perfil UB254 x 146 x 43 – Diferença Máxima ........................................................ 84
Tabela 14 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS da extremidade da
mesa do perfil UB254 x 146 x 43 – Diferença máxima ........................................................... 84
Tabela 15 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do ponto médio do
perfil UC203 X 203 X 46 – Diferença Máxima ....................................................................... 88
Tabela 16 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do encontro alma
e mesa do perfil UC203 X 203 X 46 – Diferença Máxima ...................................................... 88
Tabela 17 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS da extremidade da
mesa do perfil UC203 X 203 X 46 – Diferença Máxima ......................................................... 88
Tabela 18 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis I pelo método
simplificado .............................................................................................................................. 92
Tabela 19 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ da seção caixão pelo método
simplificado .............................................................................................................................. 97
Tabela 20 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis com proteção tipo
caixa pelo método simplificado ................................................................................................ 99
Tabela 21 Comparação entre os parâmetros geométricos e térmicos dos perfis com proteção
tipo caixa ................................................................................................................................ 106
Tabela 22 Máxima diferença percentual entre os dados da 1ª Etapa e 2ª Etapa de análise do
perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa ........................................................................... 108
Tabela 23 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis com exposição ao
fogo considerando a compartimentação pelo método simplificado ....................................... 109
Tabela 24 Diferença percentual de temperatura entre os pontos expostos ao fogo e os mais
distantes da exposição ao aquecimento .................................................................................. 117
14
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 18
1.1. JUSTIFICATIVA 21
1.2. OBJETIVOS 22
1.2.1. Objetivo geral 22
1.2.2. Objetivos específicos 22
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 23
2.5. COMPARTIMENTAÇÃO 47
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 65
4. RESULTADOS 79
5. CONCLUSÃO 120
6. REFERÊNCIAS 122
7. APÊNDICES 126
1. INTRODUÇÃO
Segundo o Manual de Construção em Aço da CBCA (2005), o aço, assim como outros
materiais da construção civil, apresenta uma redução da sua resistência (Figura 2) e rigidez
(Figura 3) quando expostos a altas temperaturas. Tal redução, se dá de forma mais acentuada
19
com o aumento da temperatura no aço do que em outros materiais como por exemplo o concreto.
Devido a esta taxa de degradação progressiva das propriedades mecânicas, as estruturas
metálicas podem apresentar colapsos prematuros em sua estrutura ou ligações, fazendo-se
necessário levar em consideração nos projetos o desempenho da estrutura quando expostas à
incêndios (MARTINS, 2000). Essa perda das propriedades mecânicas é eventualmente
encarada como grande empecilho para o uso do aço por parte da indústria da construção civil
mais tradicionalista.
Kimura (2009) ressalta que o incêndio é um dos desastres mais temidos pela
humanidade, e se não controlado pode trazer consequências graves tanto à vida quanto aos
20
patrimônios. A autora também expõe que fenômenos do tipo são documentados desde a era
cristã, como o Grande Incêndio de Roma em 64 d.C., e vêm marcando a história da humanidade
até nos períodos atuais. Um exemplo foi o caso do grande incêndio de Londres, Inglaterra em
1666, e também em Chicago nos EUA ocorrido no Séc. XIX.
No contexto nacional os desastres são bem mais recentes, como o caso do Edifício de
Andraus, ocorrido em 1972, e do Edifício Joelma em 1974, ambos na cidade de São Paulo.
Mais recentemente, foi o incêndio na Boate Kiss em 2013, ocorrido na cidade de Santa Maria -
RS. Na Figura 4 é apresentada as catástrofes mencionadas anteriormente.
Segundo Pannoni (2007), estudos relativos à resistência ao fogo das construções
metálicas tiveram seu estopim devido tragédias como as citadas acima, as quais envolveram,
principalmente edificações de ferro fundido, como é o caso do citado incêndio em Chicago que
depredou total ou parcialmente cerca de 17.000 prédios.
Figura 4 :Fotos dos incêndios ocorridos: (a) Londres, Inglaterra; (b) Chicago, EUA; (c)
Edifício Andraus, SP; (d) Edifício Joelma, SP e (e) Boate Kiss, SM
(a) (b)
estruturas constituídas por perfis laminados, perfis soldados não híbridos, perfis formados a
frio, elementos estruturais mistos aço-concreto (vigas mistas, pilares mistos e lajes de concreto
com forma de aço incorporada) e ligações executadas com parafusos ou soldas.
A ABNT NBR 14323:2013, recomenda que o dimensionamento das estruturas metálicas
em situação de incêndio seja realizado com base em resultados de ensaios (análise
experimental), ou por meio de métodos analíticos de cálculo, podendo estes serem simplificados
ou avançados. O método avançado de dimensionamento proposto pela norma resulta em uma
análise mais realista dos elementos estruturais, por isso a modelagem numérica por meio de
softwares será o assunto de interesse da presente pesquisa para aprofundamento do tema e
estudo normativo.
No que segue, será detalhado o objetivo e justificativa para a escolha do tema do
presente trabalho, bem como a metodologia e revisão bibliográfica que se julgue pertinente para
compor o andamento e conclusão do projeto de pesquisa.
1.1. JUSTIFICATIVA
1.2. OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Dorr (2010), a Engenharia de Segurança contra Incêndio, surgiu como uma
tentativa de mudar o cenário mundial, que previa projetos inflexíveis e antieconômicos aos
profissionais que aderissem aos cuidados estabelecidos, até então, pelos códigos e regulamentos
sobre incêndio.
Segundo Vargas e Silva (2005), os princípios básicos da segurança contra incêndios são:
minimizar o risco à vida, e reduzir a perda patrimonial. Os autores, entendem como risco a vida
a exposição por um longo tempo à fumaça ou ao calor, e o eventual colapso da estrutura nos
usuários da edificação ou equipes de combate. Já perda patrimonial, Vargas e Silva (2005)
definem como a destruição total ou parcial da edificação e bens materiais em seu interior,
abrangendo a edificação onde se localiza o incêndio e também edificações vizinhas. Na Figura
5 é ilustrado os diferentes níveis que estabelecem as diretrizes seguidas pela segurança contra
incêndios.
Apesar das estruturas, tanto de aço quanto de concreto, perderem praticamente 60% da
sua resistência relativa quando expostas a temperaturas acima de 600°C, a principal causa de
morte em incêndios não é o colapso da estrutura, mas sim, a exposição às fumaças tóxicas
vindas da combustão, conforme pode ser observado na Tabela 1 (FERRAZ, 2018). Por isso,
segundo Martins (2000), normas regulamentadoras da segurança de estruturas contra incêndio
24
Kimura (2009), define o fogo como uma manifestação química em resposta a existência
de uma fonte de calor, um combustível, e um comburente (oxigênio), também denominado o
26
Triângulo do Fogo (Figura 7). Todavia, Seito (2008) afirma, que não há um consenso mundial
para definir fogo, como pode ser percebido nas definições normativas de diferentes países.
a) Brasil – ABNT NBR 13860:1997: fogo é o processo de combustão caracterizado pela
emissão de calor e luz;
b) Estados Unidos da América - (NFPA): fogo é a oxidação rápida autossustentada
acompanhada de evolução variada da intensidade de calor e de luz;
c) Internacional - ISO 8421-1: fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão
de calor acompanhado de fumaça, chama ou ambos;
d) Inglaterra - BS 4422:Part1: fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão
de calor acompanhado por fumaça, chama ou ambos.
A ABNT NBR 13860:1997, defini incêndio como “Fogo fora de controle”, nesse
sentido para que o fogo se mantenha, e também se propague na edificação formando uma reação
em cadeia, há a dependência de diversos outros fatores como: condição de abertura da
edificação (janelas, portas, etc.), existência de compartimentos (paredes, divisórias, etc.), estado
físico dos combustíveis, e também distribuição dos mesmos (KIMURA, 2009).
A autora também menciona que na grande maioria dos incêndios em edificações, a
intensidade da combustão tem maior dependência da presença dos gases inflamáveis. Estes
entram em contato com o ar devido ao movimento convectivo das chamas, e da fumaça
proveniente do fogo e gera o efeito em cadeia da propagação das chamas.
Kimura (2009), afirma que há numerosas fontes de calor em edificações, dentre elas:
a) fontes de chamas (fósforos, velas e aquecedores a gás);
27
Kimura (2009) afirma que a curva de incêndio real possui três fases distintas: a primeira
é a ignição, a qual Seito (2008) caracteriza por possuir um crescimento lento com duração em
média de cinco a vinte minutos. Segundo Azevedo (2010), durante a primeira fase, se cessada
a fonte de calor, o fogo não se sustenta, todavia Gouveia (2006) ressalta que ao final da primeira
fase a fumaça causada pelo fogo é grande, e por isso pode trazer riscos à vida dos ocupantes. A
primeira fase denomina um período chamado pré-flashover, nele as medidas de proteção contra
incêndio como detectores de calor e fumaça, chuveiros automáticos e brigadas de incêndio, são
suficientes no combate às chamas (KIMURA 2009).
De acordo com Seito (2008), a transição de um incêndio localizado para a tomada
completa do compartimento é em geral repentina, representada por um aumento brusco na curva
Temperatura x Tempo, e marcada pelo ponto denominado Flashover ou inflamação
generalizada. Barros (2016), afirma que o “ponto” de transição entre a primeira e segunda fase
(combustão generalizada), representa na verdade uma estreita faixa de temperatura entre 250ºC
a 350oC, na qual o ambiente é tomado por grandes labaredas, e sua duração se dá até que cerca
de 60% a 80% da carga combustível seja consumida.
Nessa segunda fase de combustão generalizada, também denominada pós-flashover,
Azevedo (2010) afirma que o incêndio passa de superficial para volumétrico, até atingir sua
temperatura máxima. Por fim, inicia-se a fase de resfriamento, com redução gradativa da
temperatura, Gouveia (2006) ressalta que nessa fase podem ocorrer fenômenos importante
como o reinício do incêndio, caso todos os materiais combustíveis não tenham sido consumidos.
No resfriamento, segundo o mesmo autor, também pode ocorrer o colapso de elementos
estruturais e de vedação.
29
Vargas e Silva (2005), afirmam que a determinação de uma curva Temperatura x Tempo
real de um incêndio é difícil pela grande variabilidade dos parâmetros que nela influem. A
curva, segundo os autores, apresenta dependência dos fatores:
a) quantidade e forma de distribuição dos materiais combustíveis (carga de incêndio no
compartimento em chamas);
b) grau de ventilação do compartimento calculado a partir das dimensões das aberturas
para o ambiente externo;
c) tipo de material e espessura dos elementos de vedação do compartimento.
A variabilidade das curvas de incêndio também é comentada por Dorr (2010), o qual
afirma que devido a este fato o modelo de incêndio real é comumente substituído por curvas
denominadas “incêndio natural” ou “parametrizadas” propostas por normas, conforme mostra
a Figura 9. O autor também afirma que por meio de considerações matemáticas dependentes
dos parâmetros citados acima, é possível, portanto, construir curvar que se aproximem mais da
realidade de cada edificação em chamas, como é o caso de compartimentos com diferentes
graus de ventilação, como também mostrado na Figura 9.
O modelo de incêndio natural (Figura 10), é uma simplificação das condições reais de
incêndio. Ele desconsidera a fase de ignição, visto que a mesma atinge temperaturas que não
são consideradas de risco para a resistência dos elementos estruturais, e também simplifica a
fase de resfriamento por meio de uma reta (KIMURA, 2009).
∗ ∗ ∗
θg = 20 + 1325(1 − 0,324e−0,2t − 0,204e−1,7t − 0,472e−19t )
* * *
θg = 20 + 1325(1-0,324e-0,2t -0,204e-1,7t -0,472e-19t ) Eq.1
-0,2t* -1,7t* -19t*
θg = 20 + 1325(1-0,324e -0,204e -0,472e
o 𝜃𝑔 Temperatura do gás no compartimento em incêndio [oC];
o t* Tempo fictício [h].
t ∗ = t. Γ Eq.2
o t Tempo [h];
o 𝛤 Fator de correção do tempo.
O 2
b
Γ=⌈ 0,04 ⌉ Eq.3
1160
b = √(ρcλ) Eq.4
√heq √heq
O = Av O = Av Eq.5
At At
O EUROCODE 1, part 1.2 (2002) ainda ressalta que, caso o fator 𝛤 = 1 a curva descrita
pela Eq.1 se aproximará do modelo de incêndio padrão. A norma europeia também considera
que o cálculo dos fatores “b”, massa específica “𝜌”, calor específico “c”, e condutividade
térmica “𝜆” podem ser feitos considerando a temperatura ambiente.
Por fim, a norma europeia apresenta também equações matemáticas que definem a fase
de resfriamento da curva (Eq.6).
32
Vargas e Silva (2005) afirmam que, devido as dificuldades de determinar uma curva
Temperatura versus Tempo de um incêndio, as curvas padronizadas foram adotadas como
convenção para estudos experimentais de estruturas em situação de incêndio, porém ressaltam
que não representam um incêndio real. Portanto, qualquer conclusão a partir do estudo do
incêndio padrão deverá ser devidamente analisadas, pois não representa os fatos reais em um
incêndio.
A padronização das análises de estruturas, tem por objetivo gerar dados possíveis de
serem comparados e usados em estudos futuros em qualquer lugar do mundo. Por isso, a grande
relevância de uma curva de aquecimento dos gases como a curva padrão, tanto para o contexto
33
Segundo Kimura (2009), a curva padrão proposta pela ASTM E 119 é definida por um
número discreto de pontos, conforme a Tabela 2.
Tabela 2: Pontos discretos da curva temperatura x tempo recomendado pela ASTM E 119
A ISO 834-1:1999, especifica a temperatura dos gases em um incêndio por meio da Eq.
10, e desenvolvida na Figura 11. Faz-se pertinente ressaltar que este modelo serviu de base para
a norma brasileira ABNT NBR 14323:1999, a qual estabelece prescrições para o
dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio.
A curva proposta pela ISO não apresenta temperatura máxima, mas somente um trecho
ascendente, por isso faz-se necessário definir previamente um tempo de referência para a
obtenção da máxima temperatura que o elemento estrutural deve resistir, bem como um tempo
que também permita a evacuação dos ocupantes com segurança (DORR, 2010). A esse tempo
é denominado Tempo Requerido de Resistencia ao Fogo (TRRF), o qual será devidamente
definido em itens posteriores.
Por fim, a Figura 12 compara as curvas dos modelos de incêndio padrão apresentados
acima.
35
2.2.1. Condução
Barros (2016), defini a condução como a típica forma de transferência de calor de corpos
sólidos que consiste na transferência de energia térmica entra as partículas da matéria. O mesmo
autor ainda ressalta que a facilidade ou não de transferência de energia pelo material, depende
da constituição atômica do mesmo, a qual faz com que ele seja classificado como condutor ou
isolante de calor. O aço é um exemplo de material condutor, isso devido sua facilidade de
transferência de calor ao longo do seu perfil.
Kimura (2009) afirma, que a condução de calor é um fator decisivo na ignição das
superfícies sólidas, bem como na sua resistência às ações térmicas. Como dito anteriormente,
para se aferir a transferência de calor por condução faz-se necessário conhecer algumas
propriedades do material de interesse, as quais são:
a) a densidade 𝜌 (massa do material pela sua unidade de volume);
b) o calor específico c (calor necessário para aquecer em uma unidade de temperatura,
uma unidade de massa do material);
c) e a condutividade térmica 𝜆 (taxa de calor transferido em uma unidade de espessura
para variar uma unidade de temperatura no material).
Fatores derivados das propriedades dos materiais citadas, também são relevantes para o
estudo da condução em incêndios, como é o caso da inércia térmica (resultado do produto de 𝜌
𝜆 e c), e da difusidade térmica (α= 𝜆/ 𝜌c). Materiais com baixa inércia térmica tem sua
temperatura elevada mais rapidamente quando exposta ao calor, portanto mais propícia para
entrar em ignição. Já os materiais com baixa difusidade térmica conduzem mais calor que
aqueles com alta difusidade, isso no caso de exposição à altas temperaturas variantes com o
tempo (AZEVEDO,2010).
37
dθ
ḣk = −λ Eq.12
dx
Por fim, Azevedo (2010) ainda prescreve que diversas situações que envolve a condução
como forma de transferência de calor, possuem o tempo como variável. Nestes casos, o fluxo
de calor é considerado não estacionário ou transiente, e o armazenamento de energia também
faz parte da transferência de calor. Nos casos em que o calor condutivo é unidimensional em
um material sem liberação de calor interno, a Eq.13 define a transferência de calor.
d²θ 1 dθ
= Eq.13
dx² α dt
o t Tempo [s]
o α Difusidade térmica [m²/s]
2.2.2. Convecção
A convecção, igual a condução, é uma forma de transferência de calor que necessita de
um meio material para ocorrer, no caso meios fluidos gasosos, ou líquidos. Silva et al (2005),
38
explica que o fluxo de calor gerado pela condução (Figura 15) é devido a diferença de densidade
entre os gases do ambiente em chamas. O movimento ascendente dos gases quente, e
consequentemente desentende dos gases frios, criam um fluxo convectivo que é determinante
para o rápido aquecimento do ambiente e dos elementos estruturais, consequentemente também
determinante para a propagação das chamas (LEAL,2011).
ḣc = αc . ∆θ Eq.14
o 𝛼𝑐 Coeficiente de transferência de calor por convecção;
o ∆𝜃 Diferença de temperatura entre a superfície sólida e o fluido [K ou oC].
2.2.3. Radiação
A transmissão de calor por radiação, diferente dos outros dois modos citados acima,
pois não necessita de um meio material para ocorrer, visto que é feito por ondas
eletromagnéticas. Quando em meio material, a radiação pode ocorrer tanto em material estático
(como a condução), quanto em material em movimento (como a convecção). (AZEVEDO,
2005)
Quando a radiação incide em um corpo, o mesmo pode absorver, refletir ou transmitir a
radiação térmica, como poder ser observado na Figura 16. Nesse sentido, os parâmetros que
39
α + ρ + τ =1 Eq.15
Buchanan (2004), afirma que a radiação é a forma de transmissão de calor principal das
chamas para as superfícies combustíveis. A equação matemática que descreve o fluxo de calor
por radiação (ḣr ) em uma superfície receptora é dada pela Eq.16.
1
ε= 1 1 Eq.18
+ −1
εe εr
ḣr = h𝑟 (𝜃𝑒 − 𝜃𝑟 ) Eq.19
0,5 (𝜀 ,𝜃 − 𝜀)
𝑓𝑝,𝜃 − + 2 − (𝜀 − 𝜀)²
𝜀𝑝,𝜃 𝜀 𝜀𝑦,𝜃 ,𝜃 2−
0,5
(𝜀 ,𝜃 − 𝜀)²
Funções
comportamento elasto-plástico com encruamento, até que atinja a tensão de escoamento 𝜀𝑡,𝜃 .
Já o terceiro estágio o material se encontra em escoamento, ou seja, há um acréscimo de
deformação sem um aumento de tensão. Por fim, o quarto estágio se dá com um decrescimento
linear da tensão até que a mesma seja nula, ou seja, até atingir a deformação de ruptura.
(KIMURA,2009)
O Quadro 1 fornece a descrição matemática do EUROCODE para as propriedades
mecânicas do aço sujeito à altas temperaturas, todavia para utilizar tal método faz-se necessário
a resistência e a rigidez do material em tais condições como dados de entrada. A ABNT NBR
14323:2013, prescreve que para uma taxa de aquecimento entre 2 oC/min e 50 oC/min, é
possível utilizar os dados de fatores de redução expostos na Tabela 3, relativos aos valores a 20
o
C, para obter a resistência ao escoamento (Eq.20) e no módulo de elasticidade (Eq. 21) do aço
em temperatura elevada.
fy,θ
k y,θ = Eq.20
fy
Eθ
k E,θ = Eq.21
E
Kimura (2009), ressalta que as diferentes formas de trabalho sobre o aço também
influenciam na determinação das suas propriedades em situação de incêndio. É o caso dos perfis
formados a frio, os quais possuem uma resistência ao escoamento maior, porém uma ductilidade
menor. O fato destes perfis serem mais propensos a flambagens locais, fez com que a ABNT
NBR 14323:2013 prescrevesse fatores de redução específico para esses perfis em aço,
prescritos pela Eq.22 e expostos na Tabela 4, porém sob as mesmas condições já citadas
anteriormente.
fy,θ
k σ,θ = Eq.22
fy
44
a
Para valores intermediários de temperatura do aço pode ser feita interpolação linear
Fonte: ABNT NBR 14323:2013
de aço de acordo com a Eq.24, a qual é alterada de acordo com a faixa de temperatura da peça
em análise, e é ilustrada na Figura 20.
Onde:
o la Comprimento da peça de aço a 20 oC;
o ∆la Expansão térmica da peça de aço pela temperatura;
o θa Temperatura do aço, expressa em graus Celsius [oC].
Por fim, a norma brasileira ainda prescreve que para simplificações o alongamento do
aço pela temperatura pode ser considerado constante como mostra a Eq.25, e também ilustrado
na Figura 20.
∆la
= 14 × 10−6 (θa − 20) Eq.25
la
Azevedo (2010), define calor específico como a “quantidade de calor necessária para
elevar 1oC (AZEVEDO, 2010, p.51). A ABNT NBR 14323:2013 e EN 1993-1-2:2005, expressa
o calor específico (ca) de acordo com a Eq. 26, em J/kg oC, com a forma demonstrada na Figura
21.
17820
ca = 545 +
θa − 731
• Para 900 °C ≤𝜃𝑎 ≤ 1200 °C
ca = 650
2.5. COMPARTIMENTAÇÃO
Kimura (2009), também afirma que as formas de evitar a propagação do incêndio, calor,
e gases aquecidos pode ser subdividido em compartimentações horizontais e verticais. A ABNT
NBR 13860:1997, define compartimentação vertical como as medidas de proteção contra
incêndio que evitam a propagação de um pavimento para o outro. Já a compartimentação
horizontal é definida pela mesma norma brasileira como a “subdivisão de pavimento em duas
ou mais unidades autônomas” (ABNT NBR 13860:1997, p.4), a fim de dificultar a propagação
do fogo por meio de paredes, e portas resistentes ao fogo.
Seito et al. (2008), complementam que o objetivo da compartimentação, além de
minimizar a propagação rápida das chamas, é a priori funcionar como ferramenta que permita
a evacuação eficiente do local de incêndio. Por isso, segundo os mesmos autores, a
compartimentação deve ser rigorosamente estudada para complementar os demais sistemas de
proteção contra incêndio do edifício.
A compartimentação condiciona a distribuição não uniforme de temperatura dos
elementos estruturais. O gradiente térmico, em relação a seção transversal, será diferente entre
elementos internos do ambiente e externos, como os pilares. Todavia, em relação a seção
longitudinal, apesar de a fase pós-flashover ser o assunto de maior interesse do estudo de
49
segurança contra incêndio, é a fase pré-flashover que define a distribuição não uniforme de
temperatura ao longo do elemento estrutural (KIMURA, 2009).
A função da compartimentação é comprometida na presença de aberturas
desprotegidas, ou quando não é construída ou mantida da forma adequada, isso resulta na falha
ao tentar separar devidamente o ambiente que o sinistro ocorre do resto da edificação. Nesse
sentido, fica evidente duas características necessárias para os materiais que compõem a
compartimentação: isolamento do fogo e estanqueidade à fumaça, já ilustrados na Figura 6
(SEITO et al., 2008),
Por fim, Wang (2002, apud Kimura, 2009) afirma que a representação de um incêndio
compartimentado de forma numérica é um processo muito elaborado, destacando 3
ferramentas: o método analítico, a modelagem de zonas, e a modelagem computacional
utilizando dinâmica dos fluidos (CFD). Tais soluções numéricas são devidamente definidas no
trabalho da autora, e serão suprimidas na presente pesquisa por questão de objetividade.
análise de projeto de estruturas em situação de incêndio, os quais serão base para os resultados
da presente pesquisa.
A norma aborda alguns termos técnicos relacionados à segurança contra incêndio que
se fazem pertinentes compreender para a avaliação do campo térmico em estruturas de aço em
situação de incêndio. Tais termos eventualmente aparecem tanto no dimensionamento
simplificado proposto pela ABNT NBR 14323:2013, quanto em parâmetros utilizados para a
análise dos resultados de evolução de temperatura na seção transversal do perfil exposto ao
aquecimento.
A ABNT NBR 14323:2013 define o TRRF como “o tempo durante o qual um elemento
estrutural, estando sob ação do incêndio padrão não sofre colapso estrutural” (ABNT NBR
14323:2013, p.7). Portanto, o TRRF é definido como o tempo mínimo que uma estrutura deve
resistir ao fogo, sob o conceito de fogo padrão descrito na Norma ISO 834.
O TRRF é definido pelos parâmetros dados na ABNT NBR 14432:2001, a qual
classifica o TRRF de acordo com o uso e ocupação das edificações, profundidade do subsolo e
altura da edificação, como é dado de forma resumida no Quadro 2.
51
na seção transversal. Nesse sentido, a norma define que a elevação de temperatura, Δθa,t ,durante
um intervalo de tempo Δt, pode ser determinado pela equação 27.
𝑢
( )
𝐴𝑔
𝛥𝜃𝑎,𝑡 = 𝐾𝑠ℎ 𝜑∆ Eq.27
𝑐𝑎 𝜌𝑎
o Ksh é um fator de correção para o efeito de sombreamento, que pode ser tomado
igual a 1,0;
o u/Ag é o fator de massividade para elementos estruturais de aço sem revestimento
contra o fogo [m-¹];
o u é o perímetro exposto ao incêndio do elemento estrutural de aço [m];
o Ag é a área bruta da seção transversal do elemento estrutural [m²];
o 𝜌𝑎 é a massa específica do aço [kg/m³];
o ca é o calor específico do aço [J/kg/°C];
o 𝜑 é o valor do fluxo de calor por unidade de área [W/m²];
o ∆ é o intervalo de tempo [s].
O fluxo de calor é dado pela soma da parcela de contribuição devido à convecção e
devido à radiação, conforme exposto na equação 28.
𝜑 = 𝜑𝑐 + 𝜑𝑟 Eq.28
o 𝜑𝑐 é o componente do fluxo de calor devido à convecção [W/m²], conforme dado
na equação 29;
o 𝜑𝑟 é o componente do fluxo de calor devido à radiação [W/m²], conforme dado na
equação 30;
𝜑𝑐 = 𝛼𝑐 (𝜃𝑔 − 𝜃𝑎 ) Eq.29
4
𝜑𝑟 = 5,67𝑥10−8 𝜀𝑟𝑒𝑠 [(𝜃𝑔 + 273) − (𝜃𝑎 + 273)4 ] Eq.30
o 𝛼𝑐 é o coeficiente de transferência de calor por convecção, podendo ser tomado,
para efeitos práticos, como igual a 25 W/m², no caso de exposição ao incêndio padrão,
ou 35W/m², para incêndio natural
o 𝜃𝑔 é a temperatura dos gases [°C];
o 𝜃𝑎 é a temperatura na superfície de aço [°C];
o 𝜀𝑟𝑒𝑠 é a emissividade resultante, podendo ser tomada para efeitos práticos como
igual a 0,7.
A ABNT NBR 14323:2013, ainda define que o valor do intervalo de tempo ∆ não pode
ser maior que 5s, e o fator de massividade não pode ser tomado como menor que 10 m-1
53
a qual tem o intuito de simular a real situação da estrutura em um incêndio. As relações das 3
formas distintas de análise numérica são representadas na Figura 23, na qual Nr é a força de
compressão em termos percentuais de resistência.
Segundo Kimura (2009) pacote computacional ANSYS ® V9.0, possui uma biblioteca
diversa de elementos finitos considerados adequados para o estudo de análises térmicas. Para a
obtenção do campo térmico, o software tem por base o princípio do equilíbrio térmico, e utiliza
o MEF para realizar as análises numéricas.
O pacote computacional ANSYS é vastamente utilizado em pesquisas na área da
Engenharia de Estruturas, principalmente no estudo de estruturas metálicas, visto que o mesmo
tem a capacidade de simular análises estruturais, térmicas e termoestruturais de diferentes
materiais, em diferentes geometrias, esbeltez e arranjo estrutural.
O código computacional ABAQUS utiliza o Método dos Elementos Finitos (MEF) para
a simulação de suas análises numéricas. O software permite realizar com bastante precisão
análises térmicas transientes, através da ferramenta Heat Transfer da biblioteca Standard. O
ABAQUS considera as diferentes formas de transmissão de calor, fornecendo dados do campo
térmico no elemento estrutural modelado. Nesse sentido, para as citadas análises, o software
ABAQUS utiliza dois tipos de comandos de superfície:
a) “film condition”: transferência de calor por convecção;
b) “radiotion to ambient”: transferência de calor por radiação.
56
Figura 24: Os dois grandes caminhos que podem ser percorridos na solução de problemas
estruturais
𝜕𝜃 𝑒
C 𝑒 { } + 𝐾 𝑒 {𝜃}𝑒 = 𝑅𝑒 Eq.27
𝜕𝑡
o C Matriz da capacitância;
o Ke Matriz de condutividade térmica;
o Re Vetor de fluxos de calor nodais;
o θe Vetor que contém as temperaturas nodais no elemento.
O campo de temperatura no entorno do elemento estrutural é diretamente relacionado
as ações térmicas relevantes indicadas em normas, especificações estrangeiras, ou bibliografia
especializada. A ação térmica é definida como as “ações na estrutura descritas por meio do
fluxo de calor para os seus componentes” (ABNT NBR 14323:2013, p.4).
Figura 26: Comparação entre os resultados dos modelos térmicos constituídos por elementos
de casca e sólido para o pilar H22-ORT-T15
Figura 27: Comparação entre os resultados dos modelos térmicos constituídos por elementos
de casca e sólido para pilar H22-PAR-T15
Como pode ser observado na Figura 26 e Figura 27, o modelo numérico que utilizou o
elemento finito do tipo casca apresentou melhores resultados quando comparado com o sólido,
60
isso porque o primeiro se aproxima mais da curva numérica Tempo versus Temperatura das
análises experimentais na maioria dos casos estudados.
Simões (2018), ressalta que os elementos finitos do tipo casca podem ser classificados
em dois tipos, como pode ser visualizado na Figura 28. A diferença entre eles, segundo o mesmo
autor, é a quantidade de nós por elementos, graus de liberdade e forma de representação
tridimensional. Rossi (2019) complementa que o código computacional ABAQUS fornece a
nomenclatura DS4 para elementos de casca.
Figura 28: Características do elemento de casca
Figura 29: Exemplo de diferentes níveis de discretização de malhas para análise térmica,
casos (A) e (B).
(A) (B)
61
Rossi (2019), afirma que nas análises térmicas as condições de contorno do elemento
estrutural analisado possuem uma dependência direta dos fenômenos de trocas de calor
(convecção, radiação e condução) entre o meio e a estrutura, isso em conjunto com seus
respectivos coeficientes e as regiões que os mesmos atuam.
Segundo a mesma autora, o princípio de conservação de energia, que estabelece que a
quantidade total de energia em um sistema isolado permanece constante, é base do MEF para
realização de suas análises térmicas.
Portanto, para desenvolver de forma realística as análises térmicas faz-se conveniente
especificar as condições iniciais do elemento estrutural estudado, bem como as condições de
contorno associadas à superfície que o mesmo encontra em contato (sólida ou fluida). Para o
corpo sólido envolvido em um fluido (como o ar), a Figura 30 demonstra como a convecção e
a radiação atuam como condições de contorno, e a condução como troca de calor interna.
Na Figura 30, temos o volume do corpo (elemento estrutural) representado pelo domínio
“Ω”, as condições de contorno associadas a superfície “Γ”, a temperatura na superfície “Ta”, a
temperatura do fluido “Tg”, a condutividade “k”, e os coeficientes de transmissão de calor por
convecção e radiação respectivamente “hc” e “hr”.
Rigobello (2011) também afirma que, com relação às condições de contorno referentes
a superfície do domínio, pode-se estabelecer duas considerações:
a) condições de contorno essenciais: temperaturas prescritas no contorno “Γ𝑇 ”;
b) condições de contorno naturais: fluxo de calor prescrito no contorno e trocas de
calor.
ḣcr = ḣc + ḣr Eq.27
o ḣc Fluxo de calor por convecção por unidade de área;
o ḣr Fluxo de calor por radiação por unidade de área.
O fluxo de calor equivalente referente a condução segundo Barros (2016), pode ser
aferido analisando um elemento infinitesimal bidimensional, como ilustrado na Figura 31. A
condução de calor pode ser determinada aplicando-se a primeira lei da termodinâmica, Lei da
Conservação de Energia, a qual também pode ser observada na Figura 31. Portanto, a diferença
entre o fluxo de calor que entre e que sai do elemento é dada pela Eq 29.
∂qx ∂qy
(qx + qy ) − [(qx + dx) + (qy + dy)]=0 Eq.29
∂x ∂y
63
Qdxdy Eq.30
∂θ
ρcdxdy Eq.31
∂t
∂2 θ ∂2 θ ∂θ
𝜆( + ) + Q = ρc Eq.32
∂x2 ∂y2 ∂t
Barros (2016) também conclui que para os casos particulares de regime permanente (ou
também denominado estacionário), a temperatura não varia com o tempo, ou seja a Eq. 32
64
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Figura 32 Etapas e Sub Etapas realizadas para a análise de pilares em situação de incêndio
Revisão bibliográfica
LEGENDA
sobre o tema estruturas
em situação de incêndio
Início / Fim
Etapa
Validação
Calibração entre pacotes Perfis: UB 254 x 146 x 43
Kimura Sub Etapa
computacionais UC 203 x 203 x 46
(2009)
Calibração da Validação
modelagem numérica
Validação Perfil metálico
Calibração entre resultados
Perfil: HEA 220 Rocha
experimental e numérico
(2016)
Método
simplificado – Perfis: UB 127 x 76 x 13
NBR 14323:2013 UC 305 x 305 x 137
Exposição ao fogo
Caixão 200x200
em todas as faces
CS 550x502
Análise numérica W150x13
Avaliação do térmica -
comportamento de ABAQUS
perfis em situação de
incêndio
Exposição ao fogo Análise numérica
considerando térmica - Perfil: UC 203x203x46
compartimentação ABAQUS
A análise térmica, por meio do método avançado será realizada com o auxílio do pacote
computacional ABAQUS versão 6.14. Nesse sentido, para embasar a realização das análises
numéricas térmicas no presente trabalho, foi previsto a realização de uma revisão bibliográfica
66
Para validar o campo térmico obtido pelas análises numéricas realizadas no ABAQUS,
foram adotadas duas diferentes estratégias de calibração. A primeira validação consiste em uma
comparação entre os dados térmicos obtidos utilizando pacotes computacionais. Para isso, foi
simulado as análises térmicas realizadas por Kimura (2009).
Já a segunda validação das análises numéricas térmicas, consiste na comparação entre
os dados obtidos por análises experimentais, e os dados numéricos utilizando o ABAQUS.
Nesse sentido foi simulado numericamente as análises experimentais feitas por Rocha (2016),
adaptando a curva de aquecimento para a respectiva curva do forno elétrico utilizada na
pesquisa do autor.
Kimura (2009) adotou a proposta da curva padrão de incêndio da ISO 834:1975 para a
análise bidimensional do campo térmico de temperatura uniforme para alguns perfis metálicos.
Padronizou-se também a calibração para um tempo de exposição de 60 minutos de exposição à
curva de incêndio padrão.
Seguindo a etapa de calibração dos modelos numéricos, fez-se relevante validar o campo
térmico comparando dados obtidos por meio de análises experimentais, com os dados obtidos
pelo ABAQUS. Para isso foi utilizado o estudo desenvolvido por Rocha (2016), o qual realizou
análises experimentais com o intuito de estabelecer o comportamento estrutural de pilares de
aço e misto de aço e concreto inseridos em paredes em situação de incêndio.
O perfil metálico utilizado na pesquisa do autor e que será utilizado para validação do
campo térmico é o perfil HEA220, com os parâmetros geométricos dados pela Tabela 6. Para
a presente calibração, serão utilizados os dados que o autor aferiu expondo todo o perfil ao
fogo, como ilustrado na Figura 33.
68
Conforme ilustrado na Figura 36, as seções transversais dos perfis aqui analisados
seguem os parâmetros geométricos expostos no Quadro 3.
Figura 36: Notação empregada na descrição da geometria utilizada nos modelos numéricos
Independente da forma do perfil, conforme descrito nos itens 2.3 e 2.4, as propriedades
mecânicas e térmicas são as mesmas para o aço. Tais parâmetros são definidos tanto pela ABNT
NBR 14323:2013, quanto pelo EUROCODE 3: part 1.2, os quais são expostos no Quadro 4.
As primeiras análises para fins de avaliação do comportamento térmico dos perfis foram
realizadas considerando os parâmetros geométricos, forma de exposição do fogo na seção
transversal, e os pontos onde serão extraídos os valores de temperatura dos perfis, expostos na
Tabela 7. O aquecimento, da forma que é distribuído por todas as faces do pilar, simula um
pilar interno a um compartimento ou edificação sem nenhum tipo de proteção contra o fogo, ou
seja, isolado.
Tabela 7 Perfis utilizados na avaliação do campo térmico com exposição ao fogo em todas as
faces
PONTOS DE
EXPOSIÇÃO AO
PERFIL GEOMETRIA [mm] EXTRAÇÃO DE
FOGO
DADOS
72
h b tw tf
UB127 X 76
127 76 4 7,6
X 13
PERFIL I
UC305 X
320,5 309,2 13,8 21,7
305 X 137
SEÇÃO CAIXÃO
200 - 5 -
CAIXÃO 200X200
Na Tabela 7 pode-se observar que o perfil CS 550x502 possui uma espessura maior de
alma. Devido a isso, considerou-se analisar a influência do refinamento na malha de elementos
finitos, com a finalidade de analisar se há necessidade de elaboração de uma malha mais
detalhada em pontos estratégicos do perfil, como a alma do perfil.
Além da forma interna isolada, os pilares podem estar inseridos nas divisórias (paredes)
da compartimentação de um ambiente, dessa forma o modo como a seção transversal do aço é
exposto ao fogo é diferente do que já foi apresentado até o presente item.
Todas as análises que procuram simular a compartimentação na distribuição da
temperatura, utilizam o perfil com parâmetros geométricos apresentados na Tabela 8. A
alvenaria externa e interna, que representam as divisórias de compartimentação, terá
73
Tabela 9 Ilustração da proposta de análise térmica para os perfis considerando a interface com
paredes
PONTOS DE EXTRAÇÃO
CONSIDERAÇÃO DA
EXPOSIÇÃO AO FOGO DOS VALORES DE
COMPARTIMENTAÇÃO
TEMPERATURA
74
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA MESA
EM PAREDES
EXTERNAS
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES
EXTERNAS
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES
EXTERNAS,
POSSUINDO
INTERFACE COM
PAREDES INTERNAS
PELA MESA
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES
EXTERNAS,
POSSUINDO
INTERFACE COM
PAREDES INTERNAS
PELA MESA
• 𝜑 = 𝜑𝑐 + 𝜑𝑟
• 𝜑𝑐 = 𝛼𝑐 (𝜃𝑔 − 𝜃𝑎 )
4
• 𝜑𝑟 = 5,67𝑥10−8 𝜀𝑟𝑒𝑠 [(𝜃𝑔 + 273) − (𝜃𝑎 + 273)4 ]
o Ksh é um fator de correção para o efeito de sombreamento, que pode ser
tomado igual a 1,0;
o u/Ag é o fator de massividade para elementos estruturais de aço sem
revestimento contra o fogo [m-¹];
o u é o perímetro exposto ao incêndio do elemento estrutural de aço [m];
o Ag é a área bruta da seção transversal do elemento estrutural [m²];
o 𝜌𝑎 é a massa específica do aço [kg/m³];
o ca é o calor específico do aço [J/kg/°C];
o 𝜑 é o valor do fluxo de calor por unidade de área [W/m²];
o ∆ é o intervalo de tempo [s].
o 𝜑𝑐 é o componente do fluxo de calor devido à convecção [W/m²];
76
A determinação do campo térmico nas análises numéricas térmicas, terá como base
modelos numéricos discretizados em elementos finitos, disponibilizados pelo código
computacional ABAQUS versão 6.14.
Seguindo as prescrições normativas e por questões de simplificação, as análises térmicas
são feitas exclusivamente no plano da seção transversal do pilar, que possibilita a determinação
da distribuição de temperaturas em diferentes pontos da seção. A temperatura inicial da análise
é a temperatura ambiente (20ºC).
Para a para a simulação do campo térmico de um incêndio, as análises térmicas tem por
base o Método dos Elementos Finitos (descrito no item 2.6.1), a conservação de energia, e as
formas de transmissão de calor. O software ABAQUS utiliza a ferramenta heat transfer para
dar seguimento nas análises térmicas, e a partir dela os dados de condição de contorno da análise
são imputados utilizando as ferramentas:
• Film condition, o qual recebe os inputs sobre as condições de transferência de calor por
convecção;
• Radiation to ambiente que se relaciona com as condições de transferência de calor por
radiação.
No Apêndice C Figura C - 1 é detalhado as etapas e sub etapas realizadas dentro do
ABAQUS para a extração dos resultados que se seguem. Faz-se importante ressaltar que o
fluxograma apresentado na Figura C - 1 não é o único processo passível de se obter os resultados
térmicos no ABAQUS, apenas o que foi adotado para a realização das presentes análises
térmicas.
77
Por fim, além dos resultados de aumento de temperatura no perfil obtidos nas análises
térmicas do presente trabalho, também será avaliada a variação destes resultados devidos o
refinamento da malha de elementos finitos para o perfil CS 550x502. Para a avaliação de uma
malha otimizada, faz-se necessário ponderar o refinamento e o tempo de processamento dos
dados da análise.
Tabela 11 TRRFs prescritos pela ABNT NBR 14432:2001 para as 3 alturas de edificação
4. RESULTADOS
Neste item do trabalho serão apresentados os resultados das análises realizadas para as
avaliações do campo térmico de pilares metálicos em situação de incêndio. No que se segue,
serão apresentados os dados referentes, inicialmente às validações da modelagem numérica, e
posteriormente os resultados obtidos a partir da aplicação do método simplificado proposto pela
ABNT NBR 14323:2013, e por fim os dados das análises numéricas dos perfis metálicos
propostos.
A calibração entre pacotes computacionais foi feita com base nos estudos desenvolvidos
por Kimura (2009), a qual obteve seus dados utilizando os softwares ANSYS e STC. Foram
avaliados os dados de dois perfis metálicos, comparando os resultados de Kimura (2009) , e os
obtidos na presente pesquisa pelo software ABAQUS.
O primeiro perfil utilizado na calibração é o perfil UB254 x 146 x 43, o qual tem o
campo térmico dado na Figura 38 (a), (b) para um tempo de exposição de 60min. Estes dados
foram obtidos por Kimura (2009) utilizando o Super-Tempcalc e o ANSYS, respectivamente.
Figura 38 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UB254 x
146 x 43, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido: (a) via STC (b) via ANSYS
(a)
80
(b)
Fonte: Kimura (2009).
Figura 39 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UB254 x
146 x 43, para o tempo de exposição de 60 minutos, obtido via ABAQUS
81
A similaridade entre as análises feitas por Kimura (2009) e as obtidas por meio do
ABAQUS é percebida não somente no campo térmico da Figura 38 e Figura 39, mas também
na evolução térmica dos três pontos pré-definidos para análise. As Figura 40, Figura 41, e
Figura 42 apresentam os dados obtidos por Kimura (2009) (ANSYS e STC), em comparação
com os obtidos na presente pesquisa pelo ABAQUS.
Figura 40 Evolução térmica do ponto médio do perfil UB254 x 146 x 43 via STC, ANSYS, e
ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
ANSYS
TEMPERATURA [Cº]
700,0
600,0 STC
500,0
ABAQUS
400,0
Curva ISO
300,0
200,0
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
Figura 41 Evolução térmica do encontro alma e mesa do perfil UB254 x 146 x 43 via STC,
ANSYS, e ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
700,0
TEMPERATURA [Cº]
ANSYS
600,0
500,0 STC
400,0
ABAQUS
300,0
200,0 Curva
ISO
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
Figura 42 Evolução térmica da extremidade da mesa do perfil UB254 x 146 x 43 via STC,
ANSYS, e ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
700,0
TEMPERATURA [Cº]
ANSYS
600,0
500,0 STC
400,0
ABAQUS
300,0
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
É possível observar a mesma tendência das curvas de evolução térmica nos três
softwares. Porém, há uma divergência maior das curvas nos três pontos nas proximidades do
tempo de 30 minutos (em torno de 785 ºC). Essa diferença foi observada na tese de Dorr (2010),
o qual também utilizou os dados de Kimura (2009) para calibração dos seus resultados, os quais
83
foram obtidos pelo software ANSYS, Figura 43. Dorr (2010) justifica essa diferença em uma
determinada faixa de temperatura, em virtude do maior refinamento na entrada dos dados do
calor específico, fato que também pode ter ocorrido nas análises do presente trabalho devido
aos detalhamentos dos dados expostos na Tabela A - 2 .
Figura 43 Evolução térmica obtida via STC e ANSYS em Kimura (2009) e via ANSYS com
elemento do tipo casca
Tabela 12 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do Ponto médio do
perfil UB254 x 146 x 43 – Diferença Máxima
ANSYS X ABAQUS STC X ABAQUS
MÁXIMA
2,37% 4,31%
DIFERENÇA:
Tabela 13 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do encontro alma
e mesa do perfil UB254 x 146 x 43 – Diferença Máxima
ANSYS X ABAQUS STC X ABAQUS
MÁXIMA
5,48% 3,38%
DIFERENÇA:
Figura 44 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UC203 x
203 x 46, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido: (a) via STC , (b) via ANSYS
(a)
(b)
Fonte: Kimura (2009).
86
Figura 45 Campo térmico em graus, obtido por meio das simulações para o perfil UC203 x
203 x 46, para exposição ao fogo de 60 minutos, obtido via ABAQUS
Figura 46 Evolução térmica do ponto médio do perfil UC203 x 203 x 46 via STC, ANSYS, e
ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
700,0
TEMPERATURA [Cº]
ANSYS
600,0
500,0
STC
400,0
300,0 ABAQUS
200,0
Curva ISO
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
Figura 47 Evolução térmica do encontro entre alma e mesa do perfil UC203 x 203 x 46 via
STC, ANSYS, e ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
700,0
TEMPERATURA [Cº]
ANSYS
600,0
500,0 STC
400,0
ABAQUS
300,0
Curva ISO
200,0
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
Figura 48 Evolução térmica da extremidade da mesa do perfil UC203 x 203 x 46 via STC,
ANSYS, e ABAQUS
1000,0
900,0
800,0
700,0
TEMPERATURA [Cº]
600,0 ANSYS
500,0 STC
400,0 ABAQUS
200,0
100,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO [MIN]
Fonte: Autora (2021)
Por fim, considerando os possíveis desvios nos resultados extraídos de Kimura (2009),
a diferença percentual dos resultados da curva Temperatura versus Tempo do perfil UC203 x
203 x 46 não ultrapassou 7% de diferença. A faixa de maior diferença dos dados expostos nos
gráficos referentes ao perfil UC203 x 203 x 46, coincidem com o mesmo intervalo de tempo
que os dados diferem para o primeiro perfil calibrado (UB254 x 146 x 43). Os dados
88
comparativos podem ser vistos na Tabela 15, Tabela 16, e Tabela 17. Também no Apêndice B,
é apresentado o detalhamento de todas as comparações entre os dados ANSYS versus
ABAQUS, e STC versus ABAQUS, para cada segundo de tempo de análise nos pontos
estabelecidos.
Tabela 15 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do ponto médio do
perfil UC203 X 203 X 46 – Diferença Máxima
ANSYS X ABAQUS STC X ABAQUS
DIFERENÇA
3,13% 3,62%
MÁXIMA:
Fonte: Autora (2021)
Tabela 16 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do encontro alma
e mesa do perfil UC203 X 203 X 46 – Diferença Máxima
ANSYS X ABAQUS STC X ABAQUS
DIFERENÇA
4,74% 4,85%
MÁXIMA:
Fonte: Autora (2021)
A segunda etapa de calibração que o presente estudo utilizou para validação dos
resultados, é a comparação dos dados obtidos experimentalmente por Rocha (2016) e os dados
obtidos pela presente pesquisa pelo ABAQUS, ambos utilizando o perfil HEA. Rocha (2016)
obteve os resultados com o aquecimento dos perfis em forno elétrico seguindo a curva de
aquecimento apresentada na Figura 49. Por meio do pacote computacional ABAQUS,
considerando os dados de entrada para a curva de aquecimento do forno elétrico, dados obtidos
em Rocha (2016), geometria do perfil, e propriedades do material, sendo assim, possível
representar a análise experimental em uma análise numérica na Figura 50 apresenta-se o campo
térmico obtido para o perfil HEA 220 com exposição ao fogo de 21 minutos.
89
Figura 49 Evolução da temperatura na seção transversal para o pilar de aço com perfil HEA
220
Figura 50 Campo térmico do perfil HEA 220 utilizando a curva de aquecimento do forno
elétrico via ABAQUS
Figura 51 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.1 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental
800
700
500
TX1 -
ABAQUS
400
TX1 -
300 EXPERIMEN
TAL
200 Curva ISO
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200
TEMPO [S]
Figura 52 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.3 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental
800
700
600
TEMPERATURA [°C]
Curva Forno
500
TX3 - ABAQUS
400
300 TX3 -
EXPERIMENTAL
200
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200
TEMPO [S]
Figura 53 Evolução da temperatura na seção transversal ponto TX.4 para o pilar de aço com
perfil HEA 220 – via ABAQUS e via análise experimental
800
700
600
TEMPERATURA [°C]
Curva Forno
500
300
TX4 -
EXPERIMENTAL
200
100
0
0 200 400 600 800 1000 1200
TEMPO [S]
4.2.1.1. PERFIS I
Tabela 18 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis I pelo método
simplificado
Tempo
de θg-θa (θ g +273)^4 - ϕc ϕr ϕ
Perfil θ g (°C) θa (°C)
exposição (°C) (θ a +273)^4 (W/m2) (W/m2) (W/m2)
(min)
0 20 0 - - - - 20
30 841.796 4.799 2.64E+10 119.963 1048.647 1168.611 837.43
UB
60 945.34 1.828 1.32E+10 45.712 523.798 569.51 943.723
127x76x13
90 1005.988 1.058 8.84E+09 26.443 350.897 377.341 1005.07
120 1049.04 0.721 6.66E+09 18.023 264.25 282.274 1048.423
0 20 0 - - - - 20
UC
30 841.796 20.102 1.08E+11 502.545 4303.266 4805.811 822.245
305x305x137
60 945.34 6.192 4.45E+10 154.801 1764.284 1919.085 939.368
93
Conseguinte foi obtido os resultados das análises térmicas pelo código computacional
ABAQUS, o qual gerou os gráficos de evolução de temperatura nos pontos dos perfis I,
expostos ao fogo em todas as faces (Figura 54 e Figura 57). Também é apresentado o campo
térmico na seção transversal dos perfis I para os diferentes tempos de exposição ao fogo, e
tempo de transição (30 min), a fim de observar a evolução da temperatura no perfil (Figura 55
e Figura 58).
800 Ponto 02
700 Ponto 03
Temperatura [°C]
500
400
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Figura 55 Perfil UB 127x76x13 exposto ao fogo por todos os lados para tempo de exposição
de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
Devido os perfis I estarem expostos ao fogo por todas as faces, a temperatura nos pontos
analisados da seção transversal varia muito pouco entre si, como previsto devido à alta
condutividade térmica do aço e espessura pequena da mesa e alma com relação às dimensões
do perfil.
A Figura 55 mostra a evolução do campo térmico na seção transversal do perfil UB
127x76x13, nela pode se observar o maior gradiente térmico na seção transversal nos primeiros
tempos de exposição, já no final da análise numérica o perfil apresenta pouca diferença de
temperatura ao longo da seção. A homogeneidade de temperatura no perfil também é observada
na evolução dada pelo gráfico da Figura 54.
A similaridade entre os dados da análise numérica do perfil UB 127x76x13 (Figura 55)
e os dados obtidos pelo dimensionamento simples proposto pela ABNT NBR 14323:2013
(Tabela 18), aumenta diretamente com o tempo de exposição como pode ser visto na Figura
56. A avaliação pelo método simplificado resulta em temperaturas maiores de acordo com o
aumento do tempo de exposição, essa diferença pode sem explicadas pelas simplificações
adotadas em norma. Na Figura 56 é comparado os dados obtidos pelo método simplificado, e
95
1000,000
800,000
600,000
400,000
200,000
0,000
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS -Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
600
500 Curva ISO
400
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Figura 58 Perfil UC 305x305x137 exposto ao fogo por todos os lados para tempo de
exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
1.000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS -Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
Tabela 19 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ da seção caixão pelo método
simplificado
Tempo
de θg-θa (θ g +273)^4 - ϕc ϕr ϕ
Perfil θ g (°C) θa (°C)
exposição (°C) (θ a +273)^4 (W/m2) (W/m2) (W/m2)
(min)
0 20 0 - - - - 20
30 841.796 8.515 4.67E+10 212.886 1851.631 2064.517 833.73
Caixão
60 945.34 3.154 2.27E+10 78.84 901.916 980.755 942.4
200x200
90 1005.988 1.813 1.51E+10 45.33 600.985 646.315 1004.315
120 1049.04 1.233 1.14E+10 30.818 451.579 482.397 1047.912
Fonte: Autora (2021)
Figura 60 Evolução da temperatura no perfil caixão 200x200 nos pontos 1 (ponto médio do
caixão), 2 (extremidade do caixão)
1000
900
800 Ponto 01
700 Ponto 02
Temperatura [°C]
500
400
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Figura 61 Perfil Caixão 200x200 exposto ao fogo por todos os lados para tempos de
exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
99
No caso do perfil Caixão 200x200, faz-se pertinente comparar as análises térmicas com
o dimensionamento simplificado, dado na Tabela 19, pois os resultados extraídos pela
simplificação normativa resultam em temperaturas menores que aqueles aferidos pela análise
numérica, ou seja, resultados menos conservadores. Apesar da diferença não ser significativa,
como pode ser visto na Figura 62, podem ser levantados algumas hipóteses para essa diferença,
como o maior refinamento dos dados inseridos na análise pelo pacote computacional ABAQUS
em comparação com as simplificações prescritas pela norma.
Figura 62 Comparação entres os dados de temperatura obtidos para o perfil caixão 200x200
1000
800
600
400
200
0
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
Tabela 20 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis com proteção tipo
caixa pelo método simplificado
Tempo
de θg-θa (θ g +273)^4 - ϕc ϕr ϕ
Perfil θ g (°C) θa (°C)
exposição (°C) (θ a +273)^4 (W/m2) (W/m2) (W/m2)
(min)
0 20 0 - - - - 20
100
Figura 63 Evolução da temperatura no perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa nos pontos
1, 2, e 3
1000
900
Ponto 01
800
Ponto 02
700
Temperatura [°C]
Ponto 03
600
Curva ISO
500
400
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Figura 64 Perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa exposto ao fogo por todos os lados para
TRF de (a) 30min, (b) 60min
Figura 65 Perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa exposto ao fogo por todos os lados para
tempo de exposição de (c) 90 min e (d) 120 min
O ponto 01e 02, apesar de possuírem a evolução bem similar, ainda possuem uma
diferença de temperatura entre si. Enquanto, o ponto 03 (interior à proteção do tipo caixa), sofre
a influência tanto da espessura do perfil, quando na ação de proteção da caixa, fatores que
alteram a propagação do calor e consequentemente a evolução de temperatura do interior da
seção transversal promovendo um retardamento do aquecimento do perfil. A Figura 64 e Figura
65 também mostram a evolução diferente do interior e exterior (exposto ao aquecimento) do
perfil.
Novamente, os resultados das análises numéricas térmicas e método simplificado
foram muito próximos para o caso das faces em contato direto com o fogo, sendo o
dimensionamento proposto pela norma mais conservador nos resultados. Todavia, ao comparar
a temperatura no interior da seção transversal obtida pelo ABAQUS, e a resultante do
dimensionamento simplificado, observa-se uma variação grande dos resultados, como pode ser
visto na Figura 66. Devido ao formato do perfil caixão, a alma no interior da seção transversal,
103
1.000,000
800,000
600,000
400,000
200,000
0,000
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS -Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
Conseguinte às análises, foi analisada o perfil W 150x13 com proteção tipo caixa. De
acordo com os parâmetros estabelecidos na metodologia, é possível observar que a geometria
do perfil é menos robusta e mais delgada em comparação com o perfil CS 550x502. Este fator
é crucial para compreender a evolução no campo térmico dada no gráfico da Figura 67, nela é
possível observar que a evolução térmica do ponto 01 e 02 são coincidentes. Já o ponto 03
(ponto interno à proteção do tipo caixa), apesar de ter a tendência de evolução da curva muito
parecida com o ponto 01 e 02, possui uma diferença significativa na faixa de temperatura do
campo térmico.
104
Figura 67 Evolução da temperatura no perfil W150x13 com proteção tipo caixa nos pontos 1
(ponto médio externo da caixa), 2 (ponto médio interno da caixa), e 3 (ponto médio do perfil)
1000
900 Ponto 01
Ponto 02
800
Ponto 03
700
Temperatura [°C]
Curva ISO
600
500
400
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
Figura 68 Perfil W150x13 com proteção caixa exposto ao fogo por todos os lados para tempo
de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
Na figura 70 apresenta-se os resultados obtidos via análise numérica entre os dois tipos
de perfis caixões analisados, observa-se que com o aumento da espessura ocorre uma
106
1000,000
800,000
600,000
400,000
200,000
0,000
30 min 60 min 90 min 120 min
Método Simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
Na Tabela 21 é apresentado a diferença da geometria dos dois perfis com proteção tipo
caixa, bem como o resultado disso com a diferença na temperatura da alma do perfil. Para o
perfil W150x13, observou-se uma homogeneidade de aquecimento em todo o perfil, com uma
diferença de temperatura em torno de 1,24% para o tempo de 120 minutos, enquanto para o
perfil CS 550x502 a diferença para o memo tempo foi de 46,23%.
Tabela 21 Comparação entre os parâmetros geométricos e térmicos dos perfis com proteção
tipo caixa
Temperatura da alma [°C]
tw tf
PERFIL 30 min 60 min 90 min 120min
[mm]* [mm]**
CS 550x552 31,50 45,00 85,98 264,93 431,34 552,38
W 150 x 13 4,30 4,90 676,96 892,60 984,54 1034,21
Diferença % 86,35% 89,11% 87,30% 70,32% 56,19% 46,59%
* tw: espessura da alma interna do perfil
** tf: espessura da mesa do perfil e da proteção tipo caixa (alma externa)
Fonte: Autora (2021)
107
Pela Tabela 21 observamos que as faces não expostas ao fogo (alma interna),
representadas pela temperatura mínima registrada, possuem uma pequena diferença de
temperatura entre os resultados numéricos e os prescritivos, sendo assim para o perfil W150x13
o método simplificado consegue representar a evolução térmica.
Figura 72 Evolução da temperatura no perfil CS 550x502 com proteção tipo caixa para 60 e
339 elementos finitos.
60 elementos - Ponto 01
700
60 elementos - Ponto 2
600 60 elementos - Ponto 3
300
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Tabela 23 Resultados da temperatura na seção transversal ‘θa’ dos perfis com exposição ao
fogo considerando a compartimentação pelo método simplificado
Tempo
θg- (θ g
de θg ϕc ϕr ϕ ∆θa θa
COMPARTIMENTAÇÃO θa +273)^4 - (θ
exposição (°C) (W/m2) (W/m2) (W/m2) (°C) (°C)
(°C) a +273)^4
(min)
0 20.0 0.0 - - - - - 20.0
PILAR EXTERNO, 30 841.8 8.4 4.58E+10 208.9 1817.3 2026.2 0.4 833.9
INSERIDO PELA MESA
EM PAREDES 60 945.3 3.1 2.23E+10 77.5 886.3 963.7 0.2 942.5
EXTERNAS 90 1006.0 1.8 1.49E+10 44.6 590.7 635.2 0.1 1004.3
120 1049.0 1.2 1.12E+10 30.3 443.9 474.2 0.1 1047.9
0 20.0 0.0 - - - - - 20.0
PILAR EXTERNO, 30 841.8 9.1 4.96E+10 226.7 1969.9 2196.6 0.5 833.2
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES 60 945.3 3.3 2.41E+10 83.5 955.4 1039.0 0.2 942.2
EXTERNAS 90 1006.0 1.9 1.60E+10 48.0 636.1 684.1 0.1 1004.2
120 1049.0 1.3 1.20E+10 32.6 477.8 510.5 0.1 1047.8
PILAR EXTERNO, 0 20.0 0.0 - - - - - 20.0
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES 30 841.8 8.9 4.86E+10 222.0 1929.6 2151.6 0.5 833.4
110
EXTERNAS, POSSUINDO 60 945.3 3.3 2.36E+10 81.9 937.3 1019.2 0.2 942.3
INTERFACE COM
PAREDES INTERNAS 90 1000.3 2.0 1.63E+10 49.6 648.2 697.7 0.1 998.5
PELA MESA 120 1049.0 1.3 1.18E+10 32.0 468.9 501.0 0.1 1047.9
PILAR EXTERNO, 0 20.0 0.0 - - - - - 20.0
INSERIDO PELA ALMA
EM PAREDES 30 841.8 8.8 4.80E+10 219.3 1906.6 2125.9 0.5 833.5
EXTERNAS, POSSUINDO 60 945.3 3.2 2.34E+10 81.0 926.9 1007.9 0.2 942.3
INTERFACE COM
90 1000.3 2.0 1.62E+10 49.0 641.1 690.1 0.1 998.5
PAREDES EXTERNAS
PELA MESA 120 1049.0 1.3 1.17E+10 31.7 463.8 495.5 0.1 1047.9
Fonte: Autora (2021)
700
600
Ponto 1
500
Ponto 2
400
Ponto 3
300
Curva ISO
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (s)
Figura 74 Perfil UC 203X203X46, inserido pela mesa em paredes externas exposto ao fogo
para tempo de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
Por fim, foi analisado a semelhança entre os dados obtidos pelo método simplificado e
dados da análise numérica, como pode ser visto na Figura 75. O método simplificado apresenta
resultados de temperatura maiores, inclusive para os pontos em contato com o fogo, reduzindo
sua diferença para com os resultados numéricos à medida que o tempo de exposição cresce.
112
1000
800
600
400
200
0
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
900
800
700
Temperatura [°C]
600
Ponto 01
500
Ponto 2
400
Ponto 3
300
Curva ISO
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
Figura 77 Perfil UC 203X203X46, inserido pela alma em paredes externas exposto ao fogo
para tempo de exposição de (a) 30min, (b) 60min (c) 90 min e (d) 120 min
Por fim, em concordância com a ABNT NBR 14323:2013, como pode ser observado na
Figura 78, os resultados obtidos utilizando o método simplificado acabam sendo conservadores
com relação às faces que não recebem aquecimento direto. A diferença entre as temperaturas é
significativa em todos os tempos de exposição, diferente da primeira análise avaliando pilares
externos inseridos pela mesa.
114
1000
800
600
400
200
0
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
Conseguinte, foi avaliado pilares inseridos em paredes externas pela alma, com
diferentes interfaces pela mesa. Nessas análises, os pontos escolhidos para a extração de dados
avaliam a influência da alvenaria na condução de calor pelo perfil (apresentados nas Figura 81e
Figura 84) , bem como o impacto da forma de compartimentação na evolução térmica, expostos
nos gráficos das Figura 79, Figura 80, Figura 82, e Figura 83 .
900
800
700
Temperatura [°C]
600
Ponto 01
500
Ponto 2
400
Ponto 3
300
Curva ISO
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
115
900
800
700
Temperatura
600
Ponto 01
500
Curva ISO
400
Ponto 4
300 Ponto 5
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
900
800
700
Temperatura [°C]
600
Ponto 01
500
Ponto 2
400 Ponto 3
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
900
800
700
Temperatura [°C]
600
Ponto 01
500
Curva ISO
400 Ponto 4
300 Ponto 5
200
100
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Tempo (s)
Há uma grande similaridade nas curvas de evolução térmica dos perfis analisados,
mesmo que a interface com a mesa mude, como pode ser visto comparando a Figura 79 e Figura
82. Analisando as Figura 80 e Figura 83 é possível observar a influência da compartimentação
nos pontos mais distantes das faces expostas ao fogo, os quais obtiveram uma evolução do
campo térmico bem diferente daqueles expostos ao aquecimento.
O gradiente de temperatura na seção transversal entre o ponto exposto ao aquecimento,
e o ponto mais distante do fogo é apresentado em forma percentual na Tabela 24. Nela é possível
perceber a influência tanto do posicionamento da alvenaria em relação ao perfil, quanto a
diferença entre a compartimentação utilizando paredes interna (10 cm) em relação a paredes
externas (14cm).
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA MESA
01 e 03 23.17% 10.93% 4.66%
EM PAREDES
EXTERNAS
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA ALMA
01 e 03 74.60% 64.59% 57.12%
EM PAREDES
EXTERNAS
PILAR EXTERNO,
INSERIDO PELA ALMA 01 e 03 33.18% 29.03% 15.45%
EM PAREDES
EXTERNAS,
POSSUINDO
INTERFACE COM
PAREDES INTERNAS 01 e 05 79.63% 69.67% 61.82%
PELA MESA
1000
800
600
400
200
0
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
1000
800
600
400
200
0
30 min 60 min 90 min 120 min
Método simplificado ABAQUS - Temperatura mín. ABAQUS - Temperatura máx.
5. CONCLUSÃO
há proteção contra fogo, seguindo as diretrizes normativas para os casos em que há materiais
de revestimento.
Com relação à análise do refinamento da malha de elementos finitos, foi observado que,
mesmo com o pequeno tempo de análise da malha mais refinada, não foi obtido grandes ganhos
nos dados de temperatura do perfil metálico. O fato de as análises térmicas serem análises
numéricas simples, torna dispensável o maior refinamento da malha para os casos apresentados.
Para o caso dos perfis de aço com exposição ao fogo considerando a compartimentação,
foi possível observar a influência da espessura e posição da alvenaria na evolução da
temperatura na seção transversal do perfil, fatores que se tornam cruciais para a compreensão
do comportamento dos perfis metálicos em situação de incêndio, quando inseridos em
compartimentos. Por fim, foi confirmado o previsto pela ABNT NBR 14323:2013, a qual
considera os resultados do método simplificado conservadores para estruturas com exposição
ao fogo considerando a compartimentação, e por isso a norma brasileira apresenta o uso do
método avançado para esses casos.
Sendo assim, observou-se que a aplicação apresentada na presente pesquisa do método
simplificado proposto pela ABNT NBR 14323:2013 apresenta resultados satisfatórios para
aplicação na avaliação do comportamento térmico dos perfis de aço, desde que não esteja
avaliando proteções ao fogo. Enquanto, o método avançado aplicado por meio do ABAQUS,
possibilita análises mais criteriosas e avaliações de compartimentações e proteções.
122
6. REFERÊNCIAS
ABAQUS. ABAQUS Analysis User’s Manual: Volume IV: Elements. Abaqus, 2013.
ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos: a base da tecnologia cae. São Paulo: Érica, 2009.
294 p.
AZEVEDO, M., S. Estruturas de aço sem revestimento contra fogo externas a edifícios em
incêndio. 2010. Tese (Doutorado em Engenharia de Estruturas) – Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2010
BUCHANAN,A. International developments in design for structural fire safety. Revista Sul
Americana de Engenharia Estrutural, UPF, v.1, n.1, p.51-78, maio/Agosto. 2004.
FERRAZ, Daniel. Estruturas de Aço em Situação de Incêndio #003. Disponível em: <
https://www.engenheirodoaco.com.br/2018/10/02/estruturas-de-aco-em-situacao-de-incencio-
0033/>. Acesso em: 05 de Junho de 2020.
LEAL, D., F. Sobre perfis de aço formados a frio compostos por dupla cantoneira com seção
“T” submetidos à compressão. 2011. 318 p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia de
Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2011.
SEITO, A. I.; GILL, A. A.; PANNONI, F.D.; ONO, R.; SILVA, S., B.; CARLO, U., D.;
SILVA, V., P. A segurança contra incêndio no Brasil. 1. ed. São Paulo: Projeto editora, 2008.
p. 496
SIMÕES, Y.S. Análise numérica de pilares de aço isolados e inseridos em paredes em situação
de incêndio. 2018. 198p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.
VARGAS, M., R.; SILVA, V., P.. Resistência ao fogo das estruturas de aço. Rio de Janeiro:
Centro Brasileiro da Construção em Aço, 2005. 78 p. (Manual de Construção em Aço).
126
7. APÊNDICES
7.1 APENDICÊ A
660 832.6923077
670 857.2058824
680 890.1724138
690 936.875
700 1008.157895
705 1060
710 1130.357143
715 1231.304348
720 1388.333333
725 1666.153846
730 2291.25
731 2523.428571
732 2833
733 3266.4
734 3916.5
734.99 4985.601329
735.01 4988.890274
736 4109
737 3515
738 3090.714286
739 2772.5
740 2525
745 1817.857143
750 1482.894737
755 1287.5
760 1159.482759
765 1069.117647
770 1001.923077
780 908.6734694
790 847.0338983
800 803.2608696
810 770.5696203
820 745.2247191
128
830 725
840 708.4862385
850 694.7478992
860 683.1395349
870 673.2014388
880 664.5973154
890 657.0754717
900 650.443787
1000 650
1100 650
1200 650
Fonte: ABNT NBR 14323 (2013)
129
7.2 APENDICÊ B
Tabela B - 1 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do Ponto médio
do perfil UB254 x 146 x 43
TEMPERATURA ( °C)
DIFERENÇA DIFERENÇA
TEMPO
ANSYS STC ABAQUS ANSYS X STC X
(MIN)
ABAQUS ABAQUS
0 20,00 20,00 20,00 0,00% 0,00%
1 56,51 56,21 57,30 1,41% 1,94%
2 118,64 114,41 116,56 1,76% 1,88%
3 179,56 183,62 182,31 1,53% 0,71%
4 252,32 245,08 248,92 1,35% 1,57%
5 307,51 316,38 313,53 1,96% 0,90%
6 381,36 370,06 374,03 1,92% 1,07%
7 433,62 419,49 429,19 1,02% 2,31%
8 478,81 481,64 478,19 0,13% 0,72%
9 519,77 519,77 521,17 0,27% 0,27%
10 556,50 553,67 558,29 0,32% 0,83%
11 588,98 594,63 590,39 0,24% 0,71%
12 615,82 618,64 618,28 0,40% 0,06%
13 638,42 646,89 642,56 0,65% 0,67%
14 658,19 662,43 663,55 0,81% 0,17%
15 676,55 682,20 681,59 0,74% 0,09%
16 693,50 694,92 696,96 0,50% 0,29%
17 706,21 703,39 709,89 0,52% 0,92%
18 714,69 720,34 720,36 0,79% 0,00%
19 728,81 724,58 728,18 0,09% 0,50%
20 734,46 727,40 733,42 0,14% 0,83%
21 737,29 730,23 737,27 0,00% 0,96%
22 740,82 741,53 744,22 0,46% 0,36%
23 748,59 747,65 754,85 0,84% 0,96%
24 754,24 755,65 767,56 1,77% 1,58%
25 764,83 755,65 780,44 2,04% 3,28%
26 774,01 764,12 792,36 2,37% 3,70%
27 785,31 769,77 802,95 2,25% 4,31%
28 798,73 784,37 812,21 1,69% 3,55%
29 812,15 798,49 820,36 1,01% 2,74%
30 819,21 813,56 827,62 1,03% 1,73%
31 831,45 828,63 834,20 0,33% 0,67%
32 839,92 834,75 840,24 0,04% 0,66%
33 847,46 843,22 845,86 0,19% 0,31%
34 853,11 850,28 851,14 0,23% 0,10%
130
Tabela B - 4 Relação dos resultados ANSYS x ABAQUS e STC x ABAQUS do ponto médio
do perfil UC203 X 203 X 46
TEMPERATURA (°C)
TEMPO DIFERENÇA DIFERENÇA
ANSYS STC ABAQUS
(MIN) ANSYSXABAQUS STCXABAQUS
134
7.3 APENDICÊ C
Figura C - 1Etapas e sub etapas realizadas para análises térmicas no ABAQUS V 6.14
LEGENDA
RESULTS