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O Direito das Sucessões em Portugal

ALBERTO DE SÁ E MELLO *

I - Sistemática e consagração legal e constitucional

Resumo: Um dos quatro (hoje cinco) ramos do Direito Civil, o Direito das Suces-
sões, traduz a resposta da ordem jurídica à consagração constitucional do direito à
propriedade privada. Sendo concebível uma propriedade privada sem o direito da
sua transmissão por morte (o Estado poderia, em teoria, tributar o património here-
ditário até à exaustão deste), não é este o modelo Português. Pode assim enunciar-
se o princípio vigente: toda a propriedade adquirida e licitamente mantida em vida
pode ser objecto de sucessão por morte. Tal deve ser entendido, em sentido restrito,
como a consagração do direito de não impedir a sucessão patrimonial mortis causa.

O Direito das Sucessões, um dos quatro ramos do Direito Civil comum (a que, hoje,
se acrescenta pacificamente o Direito de Autor), é normalmente o que surge tratado
em quarto lugar -, quer na sistemática do Código Civil, quer no estudo que lhe dedi-
cam as Faculdades de Direito em Portugal. Consagram-se-lhe os artigos 2024º a
2334º do Código Civil português (C. Civil), agrupado em quatro Títulos (Da suces-
são em geral, Da sucessão legítima, Da sucessão legitimária, Da sucessão testamen-
tária).

JURISMAT, Portimão, n.º especial, 2014, pp. 89-99.

* Doutor em Direito; Professor da Faculdade de Direito da Universidade Lusófona de Humani-


dades e Tecnologias (Lisboa); Professor do Curso de Direito do Instituto Superior Manuel Tei-
xeira Gomes – ISMAT (Portimão).
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A Constituição da República Portuguesa de 1976 dedica às sucessões o art. 62º/1,


em que consagra o direito à sucessão mortis causa como manifestação do direito à
propriedade privada, ao estabelecer que "a todos é garantido o direito à propriedade
privada e à sua transmissão em vida ou por morte, nos termos da Constituição". É
pacífico hoje na doutrina (cfr. Jorge Miranda/Rui Medeiros, ob. cit.) e na jurispru-
dência (veja-se, por todos, o Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 491/02) que "o
conceito constitucional de propriedade privada não se esgota no direito real de pro-
priedade e tendencialmente cobre a generalidade dos direitos patrimoniais", como,
além do direito de propriedade e dos direitos reais menores, a propriedade industrial,
a propriedade intelectual ou os direitos de crédito e os direitos relativos à participa-
ção no capital de sociedades.

Em princípio, nenhuma actividade lícita está excluída da iniciativa e propriedade


privadas, que compreende: a) a liberdade de adquirir bens; b) a liberdade de usar e
fruir desses bens; c) a liberdade de os transmitir (incluindo por morte); d) o direito
de não ser privado deles. Exceptuam-se os bens do domínio público ou, por exem-
plo, a reserva a certas categorias de particulares da propriedade de certos estabeleci-
mentos, como as farmácias (embora releve aqui sobretudo a restrição patente à liber-
dade de empresa, mais do que à propriedade). Termos em que julgamos poder
formular o princípio: toda a propriedade adquirida e licitamente mantida em vida
pode ser objecto de sucessão por morte.

Saliente-se, porém, que, como adiante expomos, o direito de "transmissão" por mor-
te da propriedade privada deve ser entendido - como salientam Vital Moreira/Gomes
Canotilho (ob. cit.), bem como Jorge Miranda/Rui Medeiros (ob. cit.) - "no sentido
restrito de direito de não ser impedido de a transmitir", visto que esta liberdade pode
ser limitada por via legal (como é, por exemplo, o caso da inoficiosidade das dispo-
sições que ofendam a legítima, como veremos adiante).

Significativamente, das sucessivas revisões constitucionais, resultou a eliminação do


que era o art. 107º/3 CRP ("o imposto sobre sucessões e doações será progressivo,
de forma a contribuir para a igualdade entre os cidadãos, e tomará em conta a trans-
missão por herança dos frutos do trabalho") pelo que é hoje o art. 104º/3, que reza
apenas: "A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cida-
dãos". Esta alteração é interpretada como "desconstitucionalização (com a revisão
constitucional de 1997) do imposto sobre sucessões e doações que seria, em teoria,
um dos instrumentos mais vocacionados para a diminuição dos privilégios de fortu-
na herdados" (Vital Moreira/Gomes Canotilho, ob. cit.). Esta operação abriu cami-
nho à supressão deste imposto, que de facto veio a ocorrer. Abandona-se também a
progressividade dos impostos sobre o património, passando o legislador a ser livre
quanto ao modelo a adoptar. De resto, a Constituição apenas exige hoje que "a tribu-
tação do património contribua para a igualdade entre os cidadãos", o que "parece
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determinar a inconstitucionalidade de reformas desse modelo de tributação que não


abranjam a totalidade do património" (Jorge Miranda/Rui Medeiros, ob. cit.).

Un des quatre (aujourd'hui cinq, avec le Droit de Propriété Intellectuelle)


parts du Droit Civil portugais, le Droit des Successions, est la réponse du lé-
gislateur civil a la consécration constitutionnelle du droit de propriété pri-
vée. Juste qu'on peut concevoir une propriété privée sans sa transmission en
mort (l'État pourrait tributer tout le patrimoine héréditaire, jusqu'à son épui-
sement), ce n'est pas le modèle portugais. Et on peut énoncer le principe:
toute la propriété acquérie et licitement conservée en vie peut être l'objet de
succession par mort.

II - Fundamentos e restrições à sucessão

Resumo: O Estado limita o direito de transmissão por morte da propriedade pri-


vada: a) desaparecido o imposto sobre sucessões, permanece a incidência de impos-
to de selo; b) a liberdade de transmissão por morte está restringida pelas regras da
sucessão legitimária, que impõem a sucessão numa quota do património de cônjuge,
descendentes e ascendentes.

Como referimos, é a própria Constituição Portuguesa que liga inequivocamente a


sucessão por morte ao direito de propriedade privada – uma e outra estão indissocia-
velmente ligadas.

Sendo teoricamente concebível a propriedade privada sem sucessão por morte (o


Estado recolheria os bens do de cujus, ou o seu valor em impostos, redistribuindo-os
depois segundo critérios próprios), admite esta última, aliás como aquela, limitações
ou restrições.

Em primeiro lugar, é verificável que o Estado faz incidir impostos sobre o patrimó-
nio hereditário. Extinto o imposto sucessório, nasce a obrigação tributária em sede
de imposto de selo com a abertura da sucessão. Embora considerada exagerada,
sobretudo por quem tem de pagar os impostos..., não é tal carga fiscal de molde a
anular a sucessão privada - nem podia sê-lo face à tutela da propriedade privada, nos
precisos termos citados do disposto no art. 62º CRP.

A segunda restrição concebível à sucessão é a subtracção de certas qualidades de


bens ao regime das sucessões. Assim, poder-se-ia estabelecer que, por exemplo, a
titularidade de empresas e de outros bens de produção, porque divorciada da sua
administração cada vez mais confiada a profissionais especialistas, fosse subtraída à
sucessão legal (geralmente em benefício de familiares) e entregue a quem está apto a
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administrá-los. A CRP garante, como vimos, a liberdade de "transmissão" por morte


de todos os bens - regra segundo a qual qualquer bem que possa adquirir-se e man-
ter-se pode também ser objecto de sucessão a favor dos herdeiros. Simplesmente, a
liberdade de disposição por morte não é, no direito português, irrestrita: a liberdade
de disposição testamentária está limitada pelas regras da sucessão legal legitimária,
que impõem a atribuição de um quinhão do património do de cujus, a legítima, aos
sucessores legitimários (cônjuge não separado de pessoas e bens, descendentes e
ascendentes).

L’ordre juridique portugaise limite le droit de transmission par mort de la


propriété privée: a) d'abord, après la disparition de l'impôt sur les succes-
sions, reste l'incidence de l' "imposto de selo"; b) puis, la liberté de succes-
sion par mort est limitée par les règles de la succession légitimaire, qu'im-
pose la succession du conjoint, des descendants et des ascendants dans une
parcele du patrimoine du défunt, la "legítima".

III - O fenómeno jurídico sucessório

Resumo: A noção legal de sucessão dá um pálido retrato da realidade. Verdadeira-


mente, trata-se da aquisição, por morte, das situações jurídicas do de cujus que
sofrem vicissitudes segundo um fenómeno jurídico unitário, a que chamamos suces-
são. Neste, compreendemos tudo o que se processa desde a abertura da sucessão
(com a morte do seu autor) até à aquisição definitiva dos bens pelos sucessores.
Como Paulo Cunha, afirmamos: "é-se herdeiro por se ser transmissário de direitos
e obrigações, não se é transmissário de direitos e obrigações por se ser herdeiro".
Na verdade, a qualidade de herdeiro não é nada de imanente, é antes resultado de
uma sucessão de factos que se iniciam com a designação como sucessível e conver-
gem para a devolução dos bens hereditários aos que aceitam.

O fenómeno jurídico sucessório – ou simplesmente a sucessão por morte de que


tratamos – está dominado por uma ideia de continuidade e de identidade de situações
jurídicas de natureza não estritamente pessoal: a do autor da sucessão, o de cujus ("is
de cujus hereditate agitur") e a do(s) seu(s) sucessor(es).

A noção legal ("Diz-se sucessão o chamamento de uma ou mais pessoas à titulari-


dade das relações jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente
devolução dos bens que a esta pertenciam") dá um retrato pálido da realidade que
versa, na medida em que: a) ignora, por exemplo, a aquisição dos bens como parte
do fenómeno; b) refere "sucessão" com desdém, não assumido, pela ideia de suces-
são em vida, que se manifesta em várias situações como na cessão de créditos, na
assunção de dívidas ou na cessão da posição contratual; c) se concentra na vocação e
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devolução dos bens, parecendo alhear-se do que ocorre, por exemplo, em caso de
repúdio da sucessão; d) deixa dúvidas para os casos em que fala de transmissão que
opera por causa da morte, como na transmissão das obrigações dos promitentes aos
seus sucessores (art. 412º C. Civil) ou na atribuição do direito à indemnização por
morte aos familiares da vítima (art. 496º/2 C. Civil); e e) não esclarece sobre a
sucessão em direitos pessoais como os direitos de personalidade, o direito pessoal de
autor ou os direitos de investigação e de impugnação da maternidade e paternidade.

Parece, porém, claro que a lei se afasta da concepção do fenómeno sucessório como
uma comum transmissão de situações jurídicas patrimoniais, fugindo nomeadamente
à definição constante do Anteprojecto de Código de Galvão Telles: "Quando alguém
falece, todos os seus direitos e obrigações, que não sejam intransmissíveis por morte,
se transferem a uma ou mais pessoas,..."). A esta, contrapôs Pires de Lima a seguinte
redacção: "dá-se sucessão quando uma ou mais pessoas vivas são chamadas à titula-
ridade das relações jurídico-patrimoniais de uma pessoa morta". É patente que, de
acordo com a primeira noção, se marca o carácter derivado da aquisição
("...transferem-se direitos e obrigações"), enquanto pela segunda se acentua que
"pessoas... são chamadas à titularidade das relações patrimoniais de pessoa morta".
Poderá então referir-se a sucessão como uma aquisição derivada translativa de direi-
tos, ou dever-se-á considerar, na tradição do direito romano, que o sucessor (o her-
deiro, pelo menos) ingressa verdadeiramente na posição jurídica do de cujus, com
isso sendo investido na titularidade das situações jurídicas que este deixa por morte?

A segunda concepção parece reflectir melhor a realidade. Mas será verdadeiramente


importante esta distinção? Ou, como nas palavras de Gomes da Silva: "toda a
mudança de titular altera sempre nalguma coisa a situação jurídica, mesmo na suces-
são a título universal"?! Concepções há que bem se sintetizam no aforismo de Paulo
Cunha: "é-se herdeiro por se ser transmissário de direitos e obrigações, não se é
transmissário de direitos e obrigações por se ser herdeiro"; na verdade, a qualidade
de herdeiro não é nada de imanente, é antes resultado de uma sucessão de factos que
se iniciam com a designação como sucessível e convergem para a devolução dos
bens hereditários aos que aceitam. A estas ideias se contrapõem os que, com Oliveira
Ascensão, dizem ser reconhecível no fenómeno sucessório uma identidade de posi-
ções entre o autor da sucessão e os herdeiros, incompatível com a interposição de um
facto transmissivo. Impressionar-nos-ia favoravelmente esta última concepção, não
fora não ser apta a enquadrar a posição do legatário, cuja posição jurídica, ao contrá-
rio da do herdeiro, não é completamente identificável com a do de cujus (objecção
que O. Ascensão afasta, considerando o legatário um terceiro, cuja posição seria
marcada precisamente pela interposição de um título novo).

Tudo visto, o que verdadeiramente importa, em nossa opinião, é considerar que


estamos perante uma aquisição, por morte, das situações jurídicas do de cujus que
sofrem vicissitudes segundo um fenómeno jurídico unitário, a que chamamos suces-
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são. Neste, compreendemos tudo o que se processa desde a abertura da sucessão


(com a morte do seu autor) até à aquisição definitiva dos bens pelos sucessores. Isto
não impede que no estudo do Direito das Sucessões se inclua não apenas o que é
expectável - a vocação ou chamamento dos sucessíveis e a devolução ou entrega dos
bens aos sucessores -, mas também a designação (operação meramente intelectual de
mapeamento dos sucessíveis) e a situação da herança adquirida (dado que a herança
é um património autónomo). Propomos então o seguinte Programa de estudo desta
matéria (grandemente inspirado pelos ensinamentos e escritos de Oliveira Ascen-
são).

On est héritier parce qu’on est transmissaire des droits et des obligations du
défunt, on n'est pas transmissaire des droits et des obligations du défunt
parce qu'on est héritier. La qualité d'héritier n'est pas immanente, elle est le
résultat d'une succession de faits qui commencent para la désignation comme
successible et convergent à la dévolution des biens aux héritiers qui accep-
tent.

IV - Programa de estudo do Direito das Sucessões

Parte I - Noções Gerais

Capítulo I - Fontes - onde se indicam e analisam as fontes gerais e específi-


cas deste ramo do Direito Civil
Fontes

Capítulo II - Âmbito da sucessão - onde se determina quais as situacões jurí-


dicas que integram o fenómeno jurídico sucessório

A Herança
Delimitação negativa
As situações passivas
As situações pessoais

Capítulo III - Factos designativos - onde se discriminam os factos jurídicos


voluntários, em especial o testamento, que operam a designação dos sucessí-
veis

A designação
Os factos designativos
Primeira noção de testamento
O autor do testamento
Incapacidades testamentárias
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Regime
Testamento público
Testamento cerrado

Capítulo IV - Os sucessíveis - onde se estabelece a hierarquia dos vários


títulos de vocação sucessória

A hierarquia dos títulos


Os sucessíveis e a sua hierarquia

Parte II - A sucessão

Capítulo I - Abertura da sucessão - onde se enquadra no tempo e no espaço o


momento crucial do fenómeno sucessório

Morte e abertura da sucessão


Tempo da abertura da sucessão
Lugar da abertura da sucessão

Capítulo II - Da vocação em geral - onde se estudam os pressupostos da


vocação sucessória, designadamente a capacidade sucessória

Vocação, chamamento, devolução


A sobrevivência
As pessoas singulares. As indignidades
A deserdação
Extensão da indignidade
O direito de suceder e a sua transmissibilidade
Vocações subsequentes

Capítulo III - Vocações anómalas - onde se analisam as vocações indirectas e


sucessivas

Secção I - Direito de representação


Noção
Descendentes
Sucessão legal
Sucessão voluntária
Título
Alteração das regras normais da sucessão
A sucessão por estirpes
A representação entre sucessíveis do mesmo grau
A representação numa só estirpe
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Secção II - Substituição directa


A categoria jurídica «substituição»
A substituição directa: noção

Secção III - Substituição fideicomissária


Caracterização
Situação do fiduciário
Situação do fideicomissário

Secção IV - Acrescer
A figura genérica do acrescer
Acrescer de legatários e herdeiros da mesma espécie entre si
Acrescer entre herdeiros de espécies diferentes
Acrescer entre legatários e herdeiros

Capítulo IV - Herdeiro e legatário - onde se caracterizam as diferenças entre


as posições jurídicas destes

A contraposição
O herdeiro como sucessor pessoal
Herdeiro e acrescer

Capítulo V - Vocação testamentária - onde se estuda o conteúdo deste negó-


cio jurídico unilateral

Conteúdo do testamento: disposições de última vontade


A declaração da vontade. A interpretação
Integração
Pré-legado

Capítulo VI - Vocação legítima - a vocação legal que opera supletivamente

Noção
Sucessíveis legítimos
Preferência de classe
Preferência de grau
Divisão por cabeça
Primeira classe sucessória. Sucessão dos descendentes
Situação do cônjuge. Protecção não sucessória
Sucessão de cônjuge e descendentes
Sucessão do cônjuge e ascendentes
Sucessão dos irmãos e seus descendentes
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Sucessão dos outros colaterais

Capítulo VII - Vocação legitimária - a legítima

A legítima e os legitimários
As quotas da legítima
Cálculo da legítima
Legado em substituição da legítima
Cautela sociniana
As disposições inoficiosas
A redução de liberdades inoficiosas

Capítulo VIII - Pendência da sucessão - a sucessão aberta não aceita

A pendência e os problemas que suscita

Capítulo IX - Devolução - a estrutura do fenómeno sucessório

A contraposição objectivo-subjectivo
Conclusão sobre a estrutura do fenómeno sucessório

Capítulo X - Aquisição - Aceitação e repúdio da sucessão

Características da aceitação e do repúdio


Repúdio
A «sub-rogação» dos credores

Parte III - A herança adquirida

Capítulo I - Aspectos comuns - a herança como complexo jurídico autónomo

Generalidades
Herança e legado
Situações atraídas pela herança
Tutela do sucessor
Petição da herança
Posição do legatário
O cabeça-de-casal
O inventário
A limitação de responsabilidade
A situação do passivo hereditário

Capítulo II - A pluralidade de herdeiros - a partilha


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Legitimidade para actuar sobre o património hereditário


Responsabilidade pelas dívidas da herança
Realização da partilha
Especialidades da partilha na sucessão dos descendentes: a colação

V - O Direito das Sucessões nas Faculdades de Direito

Em Portugal, o Direito das Sucessões teve vários cultores eminentes.

Até à publicação do Código Civil de 1966 (vigente), salientaram-se Paulo Cunha:


"Do Direito das Sucessões - Noções fundamentais (1939 e 1941), "Sucessão legiti-
mária" e "Sucessão testamentária" (1947), I. Galvão Telles: "Direito de representa-
ção, substituição vulgar e direito de acrescer" (1943), "Teoria Geral do Fenómeno
Jurídico Sucessório" (1944), "Algumas considerações sobre o conceito jurídico de
sucessão" (1965), J. Antunes Varela: "Da sucessão do Estado nos bens dos particula-
res" (1946), "Ineficácia do testamento e vontade conjectural do testador" (1950) e M.
Gomes da Silva: "Direito das Sucessões" (1965-1966).

Já na vigência do Código Civil de 1966, antes e após a reforma estrutural que decor-
reu em 1977, fruto das normas constitucionais de 1976, merecem saliência mais uma
vez Galvão Telles: "Direito das Sucessões - noções fundamentais" (...), F. Pereira
Coelho: "Direito das Sucessões" (...), J. Oliveira Ascensão: "Direito Civil - Suces-
sões" (...) e R. Capelo de Sousa: "Lições de Direito das Sucessões" (2012/2013).

VI - Bibliografia portuguesa essencial

ASCENSÃO, José de Oliveira


- "As actuais coordenadas do instituto da indignidade sucessória", Revista da
Ordem dos Advogados, ano 29, 1969, R e ano 30, 1970
- "Direito Civil - Sucessões", 4ª ed., Coimbra, 1989
CAMPOS, Diogo Leite de
- "Família e Sucessão", in Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra, vol.
LVI, 1980, p. 141 ss.
- "Lições de Direito da Família e das Sucessões", reimp. da 2ª ed. de 1997,
2012
COELHO, F. Pereira
- "Direito das Sucessões" (lições), Coimbra, 1992
CORTE-REAL, Carlos Pamplona
- "Breve Panorâmica do Direito Sucessório", in CTF, n.º 122, Lisboa, 1981
- "Curso de Direito das Sucessões", Lisboa, 2012
O DIREITO DAS SUCESSÕES NO DIREITO PORTUGUÊS 99

GOMES, J. Costa
- "Direito das Sucessões (Jurisprudência)", 1984-85
LIMA, Pires de / VARELA, J. M. Antunes
- "Código Civil Anotado", vol. VI, 1998
MENDES, J. Castro
- "Alterações no Livro V do Código Civil - Direito das Sucessões", in A
Reforma do Código Civil, Lisboa, OA, 1981
MIRANDA, Jorge / MEDEIROS, Rui
- "Constituição Portuguesa Anotada", tomo I, 2ª ed., 2010
MONCADA, L. Cabral de
- "A reserva hereditária no Direito Peninsular e Português", vol. I, Coimbra,
1916
MOREIRA, Guilherme
- "Instituições de Direito Civil Português", 2ª ed., Coimbra, 1925
MOREIRA, Vital / CANOTILHO, J. J. Gomes
- "Constituição da República Poruguesa Anotada", vol. I, Coimbra, 2007
SANTOS, Eduardo dos
- "Curso de Direito das Sucessões", Lisboa, 1980-81
SILVA, Manuel Gomes da
- "Direito das Sucessões", Lisboa, 1965-66
SILVA, Nuno Espinosa Gomes da
- "Direito das Sucessões", Lisboa, 1978
SOUSA, R. Capelo de
- "Lições de Direito das Sucessões": vol. I, 4ª ed., Coimbra, 2012; vol. II, 3ª
ed., Coimbra, 2013
TAVARES, José
- "Sucessões e Direito Sucessório", vol. I, 2ª ed.
TELLES, I. Galvão
- "Teoria Geral do Fenómeno Jurídico Sucessório", 1944
- "Anteprojecto do livro do novo Código Civil sobre Direito das Sucessões",
in BMJ, 1956
- "Apontamentos para a História do Direito das Sucessões Português", in
Revista FDUL, 1963
- "Algumas considerações sobre o conceito jurídico de sucessão", in Revista
FDUL, 1965
- "Direito das Sucessões - Noções fundamentais", 6ª ed., 1991
- "Sucessões - Parte geral", Coimbra, 2004

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