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Visões do mundo

Nome: Madalena Galante N. º: 17 Turma: 9º 2ª

A sugestão deste trabalho tem por objetivo estabelecer a relação entre os conteúdos da disciplina de Geografia com
as notícias mundiais e/ou nacionais, permitindo a possibilidade de observar e analisar o mundo tendo como suporte
teórico os conhecimentos construídos nas aulas.

Tema: OS OBSTÁCULOS AO DESENVOLVIMENTO

ENERGIA EM PORTUGUA
Um obstáculo para o nosso desenvolvimento económico

Em Portugal, a questão energética apresenta-se como uma barreira ao desenvolvimento e crescimento


económico, sendo actualmente a 2ª mais cara da Europa.

Em 2018 a eletricidade portuguesa já é a segunda mais cara da Europa. Além disso, o nosso país mostra
uma dependência energética do exterior extremamente elevada, já que até 75% da energia consumida
provém da importações de combustíveis.
Bruno Bobone, Presidente da CCIP, considera que “esta situação afecta directamente a nossa economia: os
custos elevados acabam por ter impacto negativo na nossa competitividade. Não é possível desenvolver
uma economia produtiva eficiente e com capacidade de projecção internacional se os nossos empresários
se defrontam com preços energéticos desproporcionados.”
Assim, em Portugal a questão energética apresenta-se como um importante obstáculo para o nosso
desenvolvimento e crescimento económico.

As duas faces da vulnerabilidade energética portuguesa


Portugal apresenta um quadro de vulnerabilidade energética pela questão da carga fiscal e pela aposta
nas energias renováveis. – afirma o Presidente da CCIP que acredita serem necessárias alterações.
“Em conclusão, se conseguirmos tomar as decisões apropriadas e desenvolver uma política energética
adequada, o que faremos, em última instância, é criar as condições que permitam que Portugal continue
na senda do crescimento e do desenvolvimento, colocando-se na primeira linha dos países com influência
a nível internacional.”

Portugal apresenta um quadro de vulnerabilidade energética por dois motivos diferentes mas
complementares. Um de natureza técnico-burocrática que poderia ser abordado no médio prazo e outro
de dimensão mais estrutural que exige uma visão de longo prazo.

O primeiro está relacionado com os elevados impostos, taxas e outros encargos que se somam ao preço da
energia no nosso país. De acordo com os dados publicados pela Eurostat em agosto passado, a eletricidade
portuguesa tem a segunda maior carga fiscal e parafiscal de toda a Europa, chegando a representar 52% do
preço final.
O segundo motivo, um pouco mais complexo, assenta, como já referido antes, numa realidade recorrente
na vida económica portuguesa: momentos em que as decisões que deveriam ser tomadas foram adotadas
para manter as aparências e não com base no que era conveniente e necessário.

E isto é o que está a acontecer com a aposta do nosso país nas energias renováveis. Não há dúvida que a
imagem do país produtor de energia renovável é positiva em termos de projeção internacional e que a
transição energética é uma necessidade. Mas devemos fazê-la contando com um plano de sustentabilidade
financeira adequado e, para isso, não podemos ignorar as nossas debilidades nesta aposta, relacionadas
fundamentalmente com o preço elevado que se paga pela eletricidade.

A transição para um mix energético que aposte na energia renovável deve ser feita de modo progressivo e
com uma mentalidade de sustentabilidade e de racionalidade que, acima de tudo, não penalize
economicamente as empresas e os cidadãos, como até agora

Para um modelo mais razoável e sustentável

Portugal encontra-se assim num momento em que a sua política energética deve ser sujeita a alterações
importantes, através da implementação de acções concretas que permitam ultrapassar a nossa situação
delicada.

O facto de mais de metade do preço depender de encargos fiscais limita a eficácia de algumas das medidas
recentemente propostas para contrariar a subida de preços, como a ideia de transferir 150 milhões de
euros da contribuição extraordinária sobre grandes empresas da energia para conseguir baixar o preço da
eletricidade.

Isto, somado às condições internacionais que fazem pressão para a subida dos preços da energia (preço do
petróleo e do gás natural) e ao facto de fontes do setor de energia garantirem como quase certo que os
preços da eletricidade no mercado grossita não baixarão em 2019, mostra as dificuldades em abordar esta
problemática. E a necessidade, assim, de rever o sistema fiscal.

Uma racionalização e consequente redução dos impostos e das cargas parafiscais seria, pois, um primeiro
passo para começar a garantir preços mais razoáveis e que não tenham um impacto tão negativo nos
bolsos dos nossos cidadãos e das empresas portuguesas, especialmente as PME.

A descida do IVA sobre a parte fixa da factura da electricidade de 23% para 6% iria nessa direcção, mas o
facto dessa medida afectar apenas utilizadores com potência contratada até aos 3,45 kVA, restringe
consideravelmente o possível sucesso e impacto em termos de redução generalizada dos preços da
energia, tanto para os consumidores domésticos como para as empresas.

Não obstante, não se pode ignorar o longo prazo e isso exige abordar a transição energética de forma séria
e razoável, deixando de lado a política das aparências e tomando as decisões que forem necessárias.

Não se pode duvidar da aposta na energia limpa, mas também temos de ter consciência de que, em
qualquer caso, esta requer um investimento forte em investigação e inovação (para aumentar a eficiência
e reduzir os custos), o que por sua vez exige níveis elevados de financiamento. E neste cenário os
combustíveis fósseis não podem ficar fora da equação, tanto enquanto recursos energéticos como
também, e especialmente, como fontes geradores de recursos suficientes para financiar os custos da
transição.
A política energética tem efeitos sobre a competitividade das empresas e da economia, mas também sobre
a qualidade de vida dos cidadãos. Em conclusão, se conseguirmos tomar as decisões apropriadas e
desenvolver uma política energética adequada, o que faremos, em última instância, é criar as condições
que permitam que Portugal continue na senda do crescimento e do desenvolvimento, colocando-se na
primeira linha dos países com influência a nível internacional.

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