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exemplar
Introdução: O verbo visar, no sentido de almejar, desejar, é transitivo indireto. Assim, há a necessidade do uso da preposi-
ção – e o consequente uso da crase - em “que visam, entre outras coisas, a proteção e a garantia dos direitos fundamentais”.
Além disso, entre o segundo e o terceiro períodos, há a necessidade de um conectivo. Por fim, há o mau uso da preposição
“contra” em “defender o próprio Estado contra infratores e criminosos” – o verbo “defender” rege a preposição “de”.
Desenvolvimento I: Note que o período muito logo – com mais de 4 verbos – dificulta a leitura e o enten-
dimento do texto. Desse modo, é necessário segmentar o terceiro período [o narcotráfico...obrigatórias].
Desenvolvimento II: O parágrafo apresenta um problema estrutural: não há um tópico frasal. Além de a es-
trutura estar incompleta, note que não há a presença de um conectivo interparagrafal, cujo uso é obrigatório.
Conclusão: Note que há o mau uso do conectivo; “contudo” veicula a ideia de oposição e não de conclusão. Além disso, falta
um fechamento da proposta.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 A Carta Magna de 88 estabelece que a é dever do Estado garantir a segurança pública. Desse modo,
2 as Polícias Federal, Civil, Militar etc. são órgãos que visam, entre outras coisas, à proteção e à garantia dos
3 direitos fundamentais. Apesar disso, os cidadãos, por não terem acesso à educação de modo que entendam o
4 funcionamento da máquina pública, não compreendem que esses órgãos foram não criados para defendê-los
5 uns dos outros, mas sim para defender o próprio Estado de infratores e criminosos.
6 O histórico de violência policial é crescente no Brasil e segue um padrão: as vítimas são, na maioria das
7 vezes, pertencentes a uma minoria social. Tal fato é resultante da guerra às drogas. O narcotráfico tem suas
8 bases ancoradas, geralmente, em favelas - justamente onde o Estado não chega. Desse modo, a população
9 de baixa renda vive refém dos massacres entre a polícia e o tráfico, sob o respaldo do combate ao crime
10 organizado. Isso gera, consequentemente, insegurança na população, dado que, se por um lado as políticas
11 públicas básicas não chegam, por outro lado, as investidas policiais são quase cotidianas e obrigatórias.
12 Apesar disso, a função da polícia é promover a segurança da população e garantir o cumprimento das
13 leis. Assim, a gestão desses órgãos deve ser pensada de forma mais estratégica e menos truculenta. Isso porque,
14 a despeito de eventual combate à criminalidade, a população local, já com pouco ou nenhum acesso às políticas
15 públicas, também deveria ser efetivamente incluída na parcela dos que merecem proteção. Para tanto, urge
16 a necessidade de saberes básicos sobre as instituições e o funcionamento do país. No entanto, como afirmou
17 Darcy Ribeiro, a crise da educação é um projeto: um povo que sabe menos, vota mal e não tem conhecimentos
18 suficientes para lutar por uma sociedade mais justa. Com efeito, a informação muda o voto e este muda uma
19 nação.
20 Portanto, é fundamental que os direitos e deveres dos cidadãos façam parte do currículo escolar básico.
21 Cabe ao MEC – Ministério da Educação e Cultura - incluir na Base Nacional Comum curricular – BNCC –
22 algumas noções de direito básicas ao funcionamento da máquina pública, a fim de elevar os indivíduos à categoria
23 de cidadãos por meio do conhecimento da integralidade de seus direitos e deveres além do funcionamento
24 próprio da máquina pública. Para isso, o mesmo órgão deve pensar na contratação de professores da área
25 ou na capacitação dos docentes atuantes. Apenas desse modo, todos os cidadãos – policiais ou não – poderão
26 conviver numa sociedade melhor, sob a ótica da educação como principal agente transformação social e sob os
27 limites impostos pela Constituição Federal de 88.
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