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RIBEIRA DO VALE DAS FLORES

ESTUDO PRÉVIO

MEMÓRIA DESCRITIVA

1. INTRODUÇÃO

A Ribeira do Vale das Flores situa-se na freguesia de Santo António dos Olivais, na
cidade de Coimbra.
A área de intervenção situa-se num terreno com cerca de 21.810 m2,paralelo à nova via
criada com a construção da Ponte Europa (Lanço do IC3-Nó da Boavista-EN17).A
ribeira, com um comprimento de ..., divide longitudinalmente a área de intervenção. O
terreno a sul é um talude com declive acentuado(aproximadamente 2:1), na sequência
das obras da Ponte Europa. A norte os terrenos apresentam declives mais
moderados,com áreas de utilização agrícola e um conjunto de vegetação rípicola. A
montante da ribeira situa-se o espaço exterior do Centro de Saúde Norton de Matos com
áreas ajardinadas.

O terreno deste projecto foi subdividido em três zonas distintas, uma de espaços
exteriores do Centro de Saúde, com cerca de 13.000 m2, outra do início da ribeira até à
Ponte Europa, com cerca de 8.800 m2, e a restante área referente aos espaços debaixo
da referida ponte até ao rio Mondego, com uma área de cerca de 1.400 m2.
A área de intervenção tem contígua, a oeste, um parque verde com valências de recreio
activo e passivo, sendo este um elemento importante a considerar no projecto a
desenvolver na área de intervenção.
2. OBJECTIVOS E PRINCIPIOS DE CONCEPÇÃO

A área de intervenção possui um elemento paisagístico que O projecto desta escola compreende
um edifício em U que, com o pavilhão conforma um pátio generoso, com aberturas para a
entrada no recinto e, a nascente, para as áreas de campos desportivos de recreio.

Os objectivos deste projecto de espaços exteriores, são, os seguintes:

 criar áreas de praça de estar e espera na entrada do recinto escolar, com carga e descarga de
alunos, bem como permitir uma área de estacionamento de bicicletas na entrada da escola.

 no interior da escola, proporcionar percursos necessários ao funcionamento dos diferentes


espaços, nomeadamente de apoio e abastecimento, e de acesso eventual de emergência;

 criar o equipamento recreativo necessário, para além de áreas de desporto livre próprias para
o encontro, jogo e recreio das idades escolares;

 criar áreas de recreio e lazer diferenciadas, quer na sua localização, quer no tipo de
pavimento, quer ainda na exposição ao sol, permitindo a diversificação de ambientes
apropriada às faixas etárias em presença e aos diferentes grupos que naturalmente se geram;

 enquadrar o conjunto relativamente à paisagem envolvente, sobretudo no que se refere à


protecção do sol.

O estudo foi elaborado em estreita relação com a equipa de arquitectura dos edifícios, para
garantir a unidade arquitectónica e paisagística do conjunto.

3. DESCRIÇÃO DA PROPOSTA

3.1. ACESSO À ESCOLA

O acesso à escola far-se-á a partir da via existente ou duma nova via, prevista pela Câmara, de
ligação do centro da cidade à zona das piscina.

Propôs-se neste novo arruamento uma área de “kiss and ride” - carga e descarga de crianças e
utentes, recolhida em relação ao alinhamento da via, para maior segurança. Esta faixa está
prevista ao longo da nova rua, que permite estacionamento longitudinal junto à via, a que se
segue um passeio ensombrado por arborização própria, reforçada por uma outra, do lado
interior da escola.

Junto à entrada principal do recinto, ou no impasse proposto a norte, deverá ser previsto e
sinalizado uma área para estacionamento de deficientes, num número aproximado de 6 lugares.
A comunidade deverá garantir estes lugares e sua respectiva sinalização.
Na frente sul estão previstas dois portões de entrada: a dos alunos, com portaria, e, uma
segunda a nascente, diante do pavilhão gimnodesportivo, para acesso directo aos campos de
jogos e pavilhão, possibilitando o eventual uso autónomo pela comunidade. Esta área de
entrada dos alunos é enquadrada por bancos de espera e estacionamento de bicicletas.

Do lado oposto, a norte, junto às cozinhas, ficará a entrada de abastecimento, e uma última a
noroeste permitirá o acesso aos mais novos, num portão a accionar de modo automático.

É assegurado o acesso viário todas as áreas do recinto, em caso de emergência.

3.2. RECREIOS

Os recreios são vistos como áreas de descongestionamento próprio de intervalos entre as aulas,
e propõe-se diversificados.

O recreio mais comum propõe-se em pavimento de agregados britados com aglutinante de cal,
permeável, poroso, que não empapa sem poeira, e que apresenta considerável elasticidade. É
utilizado na sua fórmula simples, e também com pó de tijolo, que proporciona um contraste
cromático enriquecedor. A regularidade deste espaço é interrompida por um grupo de quatro
oliveiras transplantadas, que proporcionarão um ponto de sombra e informalidade, e separa a
saída para o recreio de dois grupos etários diferentes.

O pátio interior desenvolve-se em dois planos, o de poente, quase plano, regular, no pavimento
atrás descrito. A nascente, encostado à fachada poente do pavilhão, fica uma largo comprido,
rampeado que vem da praça da entrada. Este pavimento propõe-se em calçada de vidraço, mas
poderá ser de granito, se o custo se revelar inferior.

O desnivel entre os dois pavimentos é vencido por um murete baixo de altura variável, que
também pode funcionar como banco, e que é acompanhado por um banco corrido que serve de
costas ao desnivel, e que separa o recreio da área de acesso e distribuição.

Mais a norte, para os mais pequenos, propõe-se duas pracetas individualizadas: uma com
pavimento de blocos de betão com desenhos de pigmento diferenciado, em xadrez,
possibilitando a prática de jogos do tipo xadrez, damas, macaca, etc., outra com uma caixa de
areia, para as experiencias tácteis, e que possibilitará a eventual colocação futura de um
aparelho de brincar, do tipo trepar ou outro que solicite o movimento das crianças.

A nascente do pavilhão ficará uma área de estar informal, que aproveita a sombra dos grandes
sobreiros existentes. Sob os sobreiros será feito um revestimento com mulch de seixo rolado, e
serão colocados alguns bancos.

Abaixo desta área de estar / convivio, dispuseram-se os campos de jogos, dos quais o superior
implantado como um terreiro ou recreio onde se pode correr à vontade, mas também se inscreve
um campo da bola.

Para asos mais aventurosos, propôs-se, entre os campos de jogos, com um uma parede de
escalada.
Para o recreio ainda está prevista uma área informal de recreio / desporto livre: um relvado na
extrema nascente.

3.3. VEGETAÇÃO E ENQUADRAMENTO

O perímetro escolar será enquadrado por árvores resistentes à secura, que protegerão o recinto
ao longo de toda a sua extrema, junto à vedação.

As plantas seleccionadas, no geral, são todas de grande resistência à secura, e foram dispostas
de modo a introduzir um grau de conforto elevado no interior do recinto, sobretudo nas áreas de
maior uso.

Prevê-se que possam ser utilizadas árvores provenientes da desmatação da albufeira do


Alqueva, nomeadamente de Oliveiras ou Zambugeiros (espécies que é facilmente transplantavel
e muito escultural).

Assim, a extrema é enquadrada por Sobreiros (espécie paraclimáxica de grande adaptação às


condições climatéricas) e Lódãos, árvores de porte bem conformado, de crescimento mais
rápido, que atingem dimensões apropriadas à escala do terreno da escola..

As áreas do recreio interior, nos pátios, serão ensombradas por zambugeiros (ou oliveiras).

Os campos desportivos são enquadrados a nascente por árvores da flora ribeirinha: Choupos e
Freixos.

Todas as árvores terão de ser acondicionadas como árvores de arruamento, subindo a copa
acima dos 3,5 a 4 metros de altura, e deixando-a crescer em volume e altura.

3.4. MATERIAIS

Os bancos isolados são em betão, com estrutura leve em aço. Dispõe-se sobretudo em
conjuntos, sob a sombra das copas das árvores existentes, ou no remate dos recreios e campos
de jogos a nascente.

A rega das áreas relvadas, está prevista automática, por aspersão, com programador, a partir do
furo existente junto à ribeira.

Embora toda a vegetação escolhida esteja presente, sem manutenção, na paisagem do sul do
continente, as restantes zonas plantadas com arbustos de grande rusticidade, plantas suculentas
e árvores também deverão beneficiar de rega, sobretudo nos primeiros anos de instalação.
Lisboa, 14 de Junho de 2001

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ARPAS - Arquitectos Paisagistas Associados, Lda.
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