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O Desempenho das Empresas Operadoras do Sistema Integrado de Transportes de Fortaleza – SIT-FOR, 15º

Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito – 15º ANTP, 8 a 12 de agosto de 2005, Goiânia – GO


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O DESEMPENHO DAS EMPRESAS OPERADORAS DO


SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTES DE FORTALEZA – SIT-FOR

João Alencar Oliveira Júnior, D.Sc.


Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes – PETRAN
Departamento de Engenharia de Transportes – DET
Universidade Federal do Ceará – UFC
E-mail: alencar@det.ufc.br ou jalencarjr@yahoo.com
Fones: (85) 9991.0262/3268.3667

1.0 – Introdução

O Sistema Integrado de Transportes – SIT-FOR foi implantado em 01/07/1992, sendo concebido como
um sistema tronco-alimentador de tarifa única e integrado somente pelo modo ônibus, com o início da
operação dos terminais de Antônio Bezerra (área oeste da cidade) e o de Messejana (área sudeste da
cidade). No sentido de dar suporte a esta estrutura, tornou-se necessário criar também uma nova
organização administrativa, pois a existente não mais comportava tais atribuições. A Lei Municipal Nº
7.481/93 criou uma empresa de economia mista (98,69% do capital pertencente à Prefeitura Municipal
de Fortaleza e 1,31% do capital acionário de titularidade das empresas operadoras) denominada de
Empresa Técnica de Transporte Urbano S.A. – ETTUSA, vinculada à Secretaria de Transportes do
Município, mas com a sua extinção, a ETTUSA assumiu as tarefas de planejamento, gerenciamento e
fiscalização do Sistema de Transporte Público de Passageiros de Fortaleza, sendo hoje o órgão gestor
dos transportes públicos da cidade (PMF, 2002). Pretende-se neste artigo caracterizar o SIT-FOR e
efetuar a análise das 23 empresas que o constituíam em 2002, a partir das informações públicas, com
referência ao biênio 2002/2001, disponibilizadas pela ETTUSA em anuários estatísticos e
consubstanciadas nas Tabela 1 e 2. A maior dificuldade para análise em anos passados se deve
basicamente as alterações societárias das empresas operadoras, uma vez que, recentemente, empresas
cearenses foram substituídas por empresas cujo capital majoritário deixou de ser local. Outro problema
reside na falta de dados desagregados ano a ano por empresa para compará-los, pois em relação aos
anos anteriores o órgão gestor municipal não dispõe dos dados devido à mudança no sistema de
computação que os armazenava, conforme apurado junto aos técnicos do órgão. A série histórica de
1991 a 2002 somente acumulou informações agregadas e, as desagregadas por empresa operadora são
as que serão apresentadas, com o objetivo de melhor conhecer o mercado de transporte público de
passageiros por ônibus no município de Fortaleza.

2.0 – Análise dos Indicadores do SIT-FOR

O SIT-FOR responde por 35,66% das viagens realizadas na cidade, sendo dotado de 7 terminais,
implantados no período de 1992 a 1995. Em 2002, o SIT-FOR contava com frota de 1.720 ônibus com
idade média de 4,37 anos e distribuídos em 224 linhas. Produziu um total de 131,59 Milhões de
quilômetros rodados e 282,18 Milhões de passageiros transportados (média de 23.515.308
passageiros/mês ou 783.844 passageiros/dia), o que resultou num IPKREAL igual a 2,14 pass/Km,
operado por 22 empresas privadas e uma empresa pública (CTC). A empresa Botucatu operou de
outubro a dezembro de 2001, a empresa VEGA não atuou em 2001 e a empresa Irmãos Bezerra
somente entre janeiro a abril de 2001. As empresas que apresentaram dados parciais não foram
consideradas no cálculo das variações entre 2001 e 2002, mas o foram no cálculo dos percentuais de
participação no mercado para 2002 (PMF, 2002).

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2.1 – Análise da Demanda e Quilometragem Rodada do SIT-FOR

A demanda de passageiros do modo ônibus vem apresentando uma tendência de queda a cada ano,
enquanto a quilometragem rodada aumentava. Nos últimos anos de 2001 (281.135.598 pass/ano) e
2002 (282.183.701 pass/ano), a tendência de queda apresentou uma reversão mediante um pequeno
aumento na demanda de 0,37%. O crescimento da quilometragem rodada entre os anos de 2001
(131.130.000 Km) e 2002 (131.591.367 Km) manteve a trajetória de crescimento da ordem de 0,35%.
Considerando o período entre 1991 a 2002, observou-se que no ano de 1991 (ano anterior à
implantação do SIT-FOR) ocorreu o menor valor na quilometragem de 84 Milhões de Km e, por sua
vez, o valor máximo da demanda 369,3 milhões de passageiros. Tal comportamento pode ser reflexo
da integração com tarifa única, pois algumas viagens deixaram de ser contabilizadas pelo SIT-FOR,
uma vez que, dentro dos terminais os passageiros não passam novamente por catracas, inexistindo o
devido controle dos transbordos. Nesse período, a taxa geométrica anual de crescimento foi de 3,81%
a.a. e a taxa absoluta de 56,64% para a quilometragem produzida, enquanto que, para a quantidade de
passageiros transportados por ano, apresenta valores negativos, respectivamente, -2,22% a.a. e -
23,59% (PMF, 2002 e 2003).

Quando se calcula o desempenho do SIT-FOR pelo indicador do Índice de Passageiros por Quilômetro
– IPKREAL, sem ponderá-lo pelos passageiros equivalentes (descontadas as gratuidades), demonstra que
seu valor vem apresentando queda acentuada, o que não pode ser somente explicada pela reformulação
do sistema de transportes de Fortaleza, devido ao início da operação do SIT-FOR em 1992. A
regulamentação dos outros modos de transportes públicos de passageiros (alternativo por topic e o
mototáxi) também não deve ter tido tanta influência, uma vez que redefiniu o market-share (divisão do
mercado) dos transportes públicos na cidade. Embora não possa ser atribuído somente a estes fatores,
uma vez que a redução do IPK tem sido sintomática nas principais cidades do país, mesmo naquelas
que não possuem tantas opções modais. Considerando a evolução ao longo destes últimos 11 anos,
apresentou um valor médio de 2,64 passageiros/Km, alcançando um mínimo de 2,14 passageiros/Km
em 2001 e 2002, com um máximo de 4,4 passageiros/Km em 1991. O IPKREAL apresentou uma taxa
negativa de crescimento geométrico anual de -5,81% a.a. e absoluto de -51,22%.

2.2 – Análise da Frota de Ônibus e Quantidade de Linhas do SIT-FOR

Em 1978, a frota de ônibus era de 833 veículos com idade média de 5,6 anos, mas somente 717
estavam em operação, o que representava uma disponibilidade de apenas 86,1% da frota para o
atendimento a uma demanda de 752.313 pass/dia por ônibus distribuídos, aproximadamente, em 96
linhas, ou então, um total de 113 linhas co-exploradas em operação no município de Fortaleza naquela
época. O TRANSCOL/FOR realizou o redimensionamento do sistema e concluiu que a frota
necessária seria de 729 ônibus no período do pico da manhã (GEIPOT, 1981). Comparando-se 1978 e
2002, em termos de quantidade de linhas, incluindo as co-exploradas, a oferta cresceu 98,2%,
enquanto que a frota aumentou 140%. Entretanto, a demanda diária da média mensal de 783.844
passageiros/dia, em 2002, versus aquela referente aos dias úteis em 1978 não apresentou desempenho
compatível com a oferta de linhas e de ônibus, uma vez que os valores são bastante próximos apesar
de revelar médias distintas. Em 2002, no SIT-FOR, 25% das linhas eram alimentadoras, 20%
complementares e, 18% linhas convencionais, que interligam bairros sem passar nos terminais do SIT-
FOR, o que representa significativa parcela das linhas de ônibus da cidade.

3.0 – Análise do Desempenho das Empresas Operadoras no SIT-FOR

Nas Tabelas 1 e 2 pretende-se disponibilizar informações por empresa para os anos de 2002, tais
como: a) a demanda total de passageiros; b) o número de passageiros equivalentes; c) quilometragem
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rodada; d) o IPKREAL; e) o IPKEQUIVALENTE; f) número de viagens realizadas; g) o índice de desempenho
operacional; h) a receita bruta em Reais (R$). Devido à concisão apresentaram-se os índices
percentuais (± %) para o biênio possibilitando a dedução dos relativos a 2001. Para o ano de 2002
serão apresentados indicadores, que podem expressar a produtividade em relação à receita bruta,
através dos indicadores: i) receita bruta em reais por viagem produzida (R$/Viagem); j) receita bruta
em reais por passageiro transportado (R$/PassageiroREAL); k) a receita bruta em reais por quilômetro
rodado (R$/Km); l) receita bruta em reais por veículo (R$/Veículo) e m) lucro bruto presumido por
Km (R$/Km).

3.1 – A Demanda das Empresas Operadoras no SIT-FOR

Quanto ao comportamento da demanda de passageiros transportados sem a dedução das gratuidades,


com enfoque nas empresas operadoras do SIT-FOR e as variações ocorridas no biênio, identificou-se
uma perda relativa entre os respectivos anos, mas no global ocorreu um pequeno aumento de 0,37% no
período. Tendo por base o ano de 2002 para hierarquizar as empresas pela demanda, somente três
destas transportaram mais de 20 Milhões de passageiros/ano, em 2002 (vide Tabela 1). A empresa
Viação Urbana manteve a 1ª posição nos respectivos anos, mas sofreu uma retração na demanda de
-5,17%. Ocorreu uma troca de posições entre a empresa Rotasol (2º posição em 2001 e 3ª colocação
em 2002) devido à retração de -20,58% na sua demanda, e a empresa Fortaleza subiu do terceiro para
o segundo lugar em 2002, mesmo apresentando uma diminuição de -3,08% no número de passageiros
transportados. A empresa CTC embora tenha tido uma perda de -3,01% na quantidade de passageiros,
manteve sua posição como empresa com o maior demanda no intervalo entre 11 a 16 Milhões de
passageiros/ano de um total de sete empresas. Dentre estas, somente a empresa Timbira, com
crescimento de 6,46% e a Siará Grande com 0,77% tiveram aumento na demanda. A empresa Rota
Expressa teve a maior redução (-20,67%) de demanda dentre as 23 empresas operadoras caindo da 5ª
posição em 2001 para a 10ª em 2002. No limite inferior da demanda, com empresas transportando
menos de 11 Milhões de passageiros/ano, enquadram-se 13 destas, onde a empresa São Benedito
apresentou o menor desempenho com 4.845.980 passageiros transportados e uma retração na demanda
de -7,48%, quando comparada com 2001. A empresa Costa do Sol foi a que apresentou o melhor
desempenho nesse grupo, crescendo 7,31% entre os respectivos anos. Considerando os mesmos
intervalos da demanda, observa-se que as três maiores empresas, em termos de passageiros
transportados, detiveram 27,58% da demanda do SIT-FOR em 2002, contra um percentual de 30,67%
da demanda em 2001, representando uma perda relativa de 3,09% para estas empresas no mercado. No
intervalo imediatamente inferior, entre 11 a 16 milhões de passageiros/ano, revelou que sete empresas
concentraram 32,56% do SIT-FOR. No limite inferior das 13 empresas com menos de 11 Milhões de
passageiros/ano, estas totalizaram 39,85% do mercado de transporte público por ônibus. Embora as
perdas e ganhos relativos à demanda tenham variado entre -20,67% a 7,31%, a perda ou ganho do
mercado se deu entre -2,16% a 0,29%, sendo em sua maioria valores inferiores a -1%.

A demanda do SIT-FOR subdivide-se nos seguintes percentuais: a) Vale-transporte (35,61%); b)


Inteiras (28,49%); c) Gratuidades – idosos e outras (1,06%) e d) Meia-passagem/Estudante (34,83%).
A meia-passagem é assegurada pela Lei Orgânica do Município de Fortaleza, que no art. 185
estabelece esse direito “aos estudantes que exibirem sua carteira estudantil padronizada é garantida a
meia passagem nos ônibus do sistema de transporte público de passageiros do Município de
Fortaleza”, bem como as gratuidades decorrentes da Constituição Federal ao definir em seu art. 230,
parágrafo 2º, que “aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos”. Isto resultou numa demanda expressa de 233.041.409 de passageiros equivalentes
em 2002, o que implicou numa redução global na demanda solvente de -17,42%, em relação aos
282.183.701 de passageiros efetivamente transportados pelo SIT-FOR, o que repercute no valor final
da tarifa em decorrência da redução no total de passageiros pagantes. Quando comparado ao valor
percentual de 46% da demanda referente à meia-passagem nos anos 80’s (GEIPOT, 1981), evidencia-
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se que os controles implementados na gestão da demanda surtiram efeito, tais como: a) a
obrigatoriedade da implantação do Gerenciador Embarcado de Transportes – GET, instituído pelo
Decreto Municipal Nº 9.229, de 19/09/1993 e pela a Portaria Nº 017/94 (PMF, 1994) nos ônibus a
partir do ano de 1995; b) a fiscalização da emissão e validação das carteiras de estudantes, que
possuem “chip” para que se evite a falsificação. Entretanto, quando se calcula o número de passageiros
equivalentes versus o número de passageiros transportados, o que se obtém é a média do SIT-FOR
aplicada a demanda total de cada empresa, o que não deve corresponder à realidade. Ficando
prejudicada a análise do percentual de mercado de cada empresa quanto à demanda equivalente e o
percentual da demanda equivalente existente no conjunto de linhas operadas por cada empresa. Em
tese, tal tipo de controle individualizado da demanda deveria existir no SIT-FOR, caso exista, a
divulgação não está sendo feita. As análises efetuadas para a demanda de passageiros transportados se
aplicam, também, na demanda de passageiros equivalentes uma vez que basta aplicar o índice médio
do SIT-FOR de -17,42% para o ano de 2002 e de -17,35% para 2001, como redução da demanda
pagante do SIT-FOR. Entre os anos de 2001 e 2002 ocorreu uma variação positiva de 0,29% na
demanda de passageiros equivalentes, menor do que a de passageiros transportados, o que implica que
as gratuidades concedidas cresceram 0,07% no período considerado.

3.2 – A Quilometragem Rodada, Viagens e Índice de Desempenho Operacional das Empresas


Operadoras no SIT-FOR

Quanto à quilometragem rodada pelas empresas também ocorreu uma pequena evolução (0,35%). A
vinculação entre a redução ou aumento da quilometragem rodada por empresa com o respectivo
percentual de ganho ou perda de passageiros é patente, embora existam exceções, pois algumas
empresas experimentaram um aumento de passageiros maior do que o aumento percentual na sua
quilometragem, enquanto outras perderam um percentual maior de demanda em relação à
quilometragem a menos produzida. As empresas que apresentaram as maiores demandas também
possuem as maiores quilometragens produzidas, existindo obviamente uma relação entre esta e a
demanda captada. Entretanto, quando confrontados pela quilometragem rodada por empresa, o que
permite o cálculo do Índice de Passageiros por Quilômetro – IPK, poder-se-ia observar a diferença
entre o IPKREAL e o IPKEQUIVALENTE, se a demanda equivalente não fosse obtida a partir de um valor
médio do SIT-FOR, mas sim de forma individualizada por empresa. Quanto à relação entre o IPKREAL
e o IPKEQUIVALENTE obtém-se um percentual homogêneo de 21,09%, que é o quanto o IPKREAL é maior
do que o IPKEQUIVALENTE para todas as empresas, calculados para o ano de 2002, uma vez não se tem
disponível por empresa os percentuais das gratuidades. Convém salientar que as maiores empresas em
termos de demanda transportada e equivalente não apresentaram o melhor resultado de IPK, pois a Via
Urbana, a maior empresa do SIT-FOR (1ª colocada), apresenta valor de IPK inferior à média do
sistema (IPKREAL = 2,14). Por sua vez, a empresa Fortaleza também opera abaixo da média, embora
seja a segunda colocada em termos de demanda. Observa-se que as empresas mais bem posicionadas
coincidem com aquelas empresas com menor participação no mercado e menor quilometragem.

O SIT-FOR apresentou uma pequena redução de -0,16% no total de viagens realizadas, caindo de
6.194.226 viagens em 2001 para 6.184.144 viagens em 2002. Quanto ao desempenho individual das
empresas, as três maiores em termos de número de passageiros transportados permanecem no topo da
lista, como as três empresas com maior número de viagens produzidas no ano de 2002. A CTC perde a
4ª posição para a empresa Timbira nesse critério, passando para a 16ª posição. Em termos de
desempenho operacional do SIT-FOR são adotados pela ETTUSA, os seguintes parâmetros para o
cálculo do indicador: a) Índice de Cumprimento de Viagens Mensal – ICVM; b) Posição Atual da
Vistoria – PMV; c) Percentual de Acertos nos Boletins de Controle Diário (BCD) / Acertos de
Boletins de Resumo de Linhas (BRL) – P% AB; d) Número de Notificações por Veículo – NOT; e)
Número de Reclamações por Veículos – REC; f) Número de Acidentes por Veículo – ACI e g)
Percentual Adotado de GET’s – GET (PMF, 2002). Portanto, estes critérios são analisados quando se
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indica o desempenho operacional de cada empresa, que se encontra variando entre 90 a 99,9% para o
ano de 2002. Para o SIT-FOR de maneira global este indicador foi de 98,49% neste ano e de 97,81%
em 2001, o que indicou uma melhoria de 0,69% para o sistema ônibus. De maneira geral ocorreram
melhorias neste indicador entre 2001 e 2002 com exceção das empresas Freitas (-0,87%) e a CTC
(-1,47%), que pioraram seus desempenhos.

3.3 – Receita das Empresas Operadoras no SIT-FOR

Quando analisado pela ótica do valor de mercado, o que cada uma das empresas arrecadou em reais
(R$) com a prestação dos seus serviços no SIT-FOR, o que se observou de maneira geral é que o valor
monetário gerado pelo SIT-FOR no município de Fortaleza foi da ordem de R$ 275.279.281,61 para o
ano de 2001. Com o incremento de 8,53% em relação a 2001 este valor passou para R$
298.752.129,00 em 2002. Por decorrência da sua participação no mercado, as três maiores empresas
lideram no critério de receita bruta. Observa-se que a disparidade existente na demanda transportada
também se apresenta na receita, pois a empresa Timbira (4a em receita) arrecada a metade da empresa
Viação Urbana, a primeira colocada. Na Tabela 2, a participação relativa de cada empresa no mercado
de transportes por ônibus em Fortaleza é calculada em termos percentuais para o ano de 2002.
Majoritariamente, as empresas tiveram crescimento de receita, mas somente três delas cresceram mais
do que a média do SIT-FOR, as empresa Timbira (20,12%), Costa do Sol (18,85%) e a empresa
Safitur/São Francisco (9,02%). Entretanto, quanto à receita, estas tiveram crescimento débil em termos
de aumento na participação no mercado de transportes. Por sua vez, três outras empresas tiveram perda
de receita neste período, a empresa RotaSol teve a maior redução de receita (-16,17%), o que implicou
numa perda de mercado da ordem de -2,35%. A CTC teve uma retração em sua receita da ordem de
-1,74%, que ocasionou uma pequena perda de mercado da ordem de -0,54%, mas ainda a manteve na
5ª colocação em arrecadação. Por fim, a empresa RotaExpressa teve uma perda de receita da ordem de
-13,18%, que teve como conseqüência a retração de mercado de -1,05%.

As empresas experimentaram uma perda relativa de mercado no SIT-FOR em torno de -0,01% a


-2,35%, enquanto que aquelas que cresceram variaram entre 0,01% a 0,5%. Ou seja, praticamente
mantiveram as posições relativas no mercado em 2001. Entretanto, o montante arrecadado pela
empresa não reflete isoladamente com exatidão a eficácia na aplicação dos insumos, quanto à
produtividade da empresa. Para o ano de 2002 serão apresentados indicadores que podem expressar tal
produtividade em termos de geração de receita conforme supracitado. Foi assumida a hipótese de que
os dados dos Anuários Estatísticos da ETTUSA refletem a realidade do SIT-FOR em termos
operacionais e econômicos.

3.4 – Indicadores de Desempenho das Empresas Operadoras no SIT-FOR

Na Tabela 2 serão apresentados os indicadores de produtividade segundo o indicador considerado para


o ano de 2002. O indicador R$/Km deve ser interpretado como a receita oriunda do quilômetro rodado
pela frota de cada empresa no ano de 2002 e do SIT-FOR em geral. Observa-se na Tabela 2 que
apenas 13 empresas produziram uma receita por quilômetro com o valor igual ou superior a média do
SIT-FOR de R$ 2,27/Km. As empresas Viação Urbana, Fortaleza e Rotasol com maiores produções de
quilometragem rodada do SIT-FOR, quanto a este critério, caem para as seguintes posições: Viação
Urbana (9a), Fortaleza (14a) e Rotasol (17a). Enquanto que as duas melhores empresas (S. J. Ribamar e
Maraponga) neste indicador sequer se encontram entre as dez maiores em quilometragem rodada e
receita bruta (vide Tabelas 1 e 2). Entretanto, apenas 16 empresas produziram uma receita
quilométrica maior ou igual ao custo quilométrico médio do SIT-FOR, que foi de R$ 2,22/Km,
segundo o valor calculado na tarifa técnica com tributos referente ao ano de 2002 (PMF, 2002 e 2003).
Como se trata de receita bruta e, por não se dispor das informações relativas ao lucro líquido por
empresa, somente se pode presumir qual seria este lucro anual reduzindo-se da receita por quilômetro,
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o custo quilométrico médio do SIT-FOR, em seguida, multiplicando este lucro quilométrico
presumido (Tabela 2) pela quilometragem rodada (Tabela 1) por empresa operadora ter-se-ia uma
estimativa do lucro médio presumido por empresa para o ano de 2002. Os valores são muito baixos
considerando se tratar de um valor anual. Dividindo-os para se obter o valor mensal, se encontrará um
valor pequeno por empresa, para um mercado que movimentou mais de 298 Milhões de Reais em
2002. O lucro médio presumido do SIT-FOR de R$ 6.619.294,04 representa somente 2,22% do
montante arrecadado, o que seria uma atratividade muito baixa deste mercado.
Este resultado poderia ressaltar o dano que o descompasso temporal e monetário entre a tarifa técnica
e a tarifa política representaria para o sistema de transportes, pois a receita bruta é obtida com base em
um montante que pode não estar remunerando integralmente os custos do serviço, provocando uma
rentabilidade muito baixa e mesmo prejuízo para algumas empresas, que neste caso é representado por
oito empresas (vide Tabela 2, onde o lucro quilométrico presumido tem valor negativo) que, em tese,
seriam deficitárias. Se as empresas não tiverem margem de manobra nas economias de escala referente
à compra dos insumos (pneus, combustível, material rodante, etc), que possam reduzir
consideravelmente os custos de produção dos serviços, poderiam ter prejuízos efetivos.

Na Tabela 2 obtém-se a receita anual obtida por ônibus da frota da empresa para o ano de 2002, bem
como o valor médio arrecadado por ônibus do SIT-FOR, que foi de R$ 171.499,50 por veículo/ano.
Observa-se também que somente 8 empresas produziram uma receita por ônibus com o valor igual ou
maior do que a média do SIT-FOR. A empresa Rotasol possui a melhor relação de receita por veículo
do SIT-FOR, a Viação Urbana ficou posicionada em 6o lugar e a empresa Fortaleza na 2a colocação.
Quanto ao critério de receita por viagem produzida (R$/Viagem) pela empresa, verifica-se que em
média uma viagem gera uma receita bruta de R$ 48,31. Nesse indicador a empresa pública CTC se
mostra extremamente eficiente com uma receita de R$ 75,41 por viagem, ou seja, 56,1% acima do
valor médio. Na segunda posição se encontra a empresa São Benedito, que ocupa somente 23a posição
nas viagens produzidas e detém apenas 1,3% das viagens produzidas pelo SIT-FOR. Simplesmente 10
empresas geram receita por viagem superior a média do SIT-FOR. A empresa Viação Urbana está na
4a colocação, a empresa Fortaleza em 6o lugar e a Rotasol na 9a posição. Entretanto, na Tabela 2
verifica-se que a empresa pública CTC não se mostra tão eficiente com uma receita de R$ 0,99 por
passageiro transportado, valor inferior ao médio do SIT-FOR, que foi de R$ 1,06 por passageiro
transportado. A empresa Botucatu, que iniciou suas operações em 2002, apresentou-se como a
empresa de melhor desempenho, com uma receita de R$ 1,19 por passageiro transportado. A empresa
Viação Urbana (1a colocada na demanda) está na 10a colocação nesse parâmetro, a empresa Fortaleza,
2a colocada no número de passageiros transportados, está em 13o lugar e a empresa Rotasol, 3a
colocada em número de passageiros, está na 17a posição quanto a esse indicador. Todavia 13 empresas
produzem uma receita por passageiro maior ou igual à média do SIT-FOR. Deve-se analisar o custo
por passageiro equivalente transportado, que seria o custo por passageiro obtido pela tarifa técnica,
que deveria ser confrontado pelo valor da tarifa pública estabelecida pelo poder delegante, de tal forma
que seja possível identificar os valores monetários correspondentes aos possíveis déficits ou superávits
do SIT-FOR nos anos de 2001 e 2002.

A estimativa entre receita e despesa do SIT-FOR, com base no custo por passageiro equivalente e da
tarifa cobrada do usuário revelam valores diferenciados em relação aos dados fornecidos no Anuário
Estatístico editado pela ETTUSA. Com base no anuário, a receita do SIT-FOR obtida a partir da
arrecadação de cada empresa operadora seria de R$ 275.279.282,00 em 2001 e de R$ 298.752.129,00
em 2002, enquanto que as estimativas realizadas apresentaram o valor de R$ 232.181.044,00 e R$
264.409.596,00 para os respectivos anos. Uma diferença percentual de -15,65% para menos em 2001 e
de -11,50% em 2002. Infelizmente, o anuário não informa o que entende por “valor do serviço
prestado por empresa”, pois dá a entender que seria a receita bruta arrecadada por empresa no SIT-
FOR. Não é possível afirmar que a discrepância seja devido aos arredondamentos nos cálculos dos
custos em centavos de real. Em 2001, o SIT-FOR teve um desempenho insatisfatório quanto ao
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equilíbrio entre receita e despesa, pois no apanhado do ano acumulou um déficit de R$ -2.319.300,00.
Tal comportamento reflete a defasagem entre os valores de custo da tarifa técnica com tributos e de
receita da tarifa política. Por sua vez, o ano de 2002 apresentou melhor desempenho com superávit de
R$ 4.842.231,00, reflexo do aumento de passageiros e da majoração da tarifa nesse ano. Na
compensação entre os exercícios fiscais ter-se-ia um superávit de R$ 2.522.931,00 para o SIT-FOR no
referido biênio.

Tabela 1: Produção das Empresas do SIT-FOR – Ano de 2002


Demanda Demanda Km IPK IPKEq Número
No. Empresas Transportada Equivalente Real de Viagens
Operadoras (a) (b) (c) (d) (e) (f)
1 Viação Urbana 28.315.024 23.383.963 13.082.169 2,16 1,79 515.909
(10,03%) (10,03%) (9,94%) (8,34%)
2 Fortaleza 26.416.041 21.815.687 12.533.753 2,11 1,74 489.216
(9,36%) (9,36%) (9,52%) (7,91%)
3 Rotasol 23.109.031 19.084.593 10.885.058 2,12 1,75 443.812
(8,19%) (8,19%) (8,27%) (7,18%)
4 C.T.C 15.603.428 12.886.091 6.701.603 2,33 1,92 205.501
(5,53%) (5,53%) (5,09%) (3,32%)
5 Timbira 14.137.243 11.675.242 6.571.509 2,15 1,78 389.290
(5.01%) (5.01%) (4,99%) (6,29%)
6 Via Máxima 13.042.036 10.770.765 5.794.570 2,25 1,86 272.750
(4,62%) (4,62%) (4,40%) (4,41%)
7 Siará Grande 12.640.379 10.439.057 5.727.887 2,21 1,82 286.557
(4,48%) (4,48%) (4,35%) (4,63%)
8 Bons Amigos 12.499.954 10.323.087 6.428.571 1,94 1,61 381.274
(4,43%) (4,43%) (4,89%) (6,17%)
9 São José 12.164.207 10.045.810 5.757.854 2,11 1,74 288.706
(4,31%) (4,31%) (4,38%) (4,67%)
10 Rotaexpressa 11.794.148 9.740.197 6.052.481 1,95 1,61 284.320
(4,18%) (4,18%) (4,60%) (4,6%)
11 Montenegro 10.788.019 8.909.285 4.232.729 2,55 2,10 281.182
(3,82%) (3,82%) (3,22%) (4,55%)
12 Botucatu* 10.595.603 8.750.379 5.803.870 1,83 1,51 194.904
(3,75%) (3,75%) (4,41%) (3,15%)
13 Maraponga 10.462.752 8.640.664 4.412.445 2,37 1,96 199.826
(3,71%) (3,71%) (3,35%) (3,23%)
14 Transpessoa 10.403.022 8.591.336 3.985.761 2,61 2,16 237.240
(3,69%) (3,69%) (3,03%) (3,84%)
15 Santa Maria 9.753.933 8.055.286 4.629.045 2,11 1,74 282.604
(3,46%) (3,46%) (3,52%) (4,57%)
16 Freitas 9.657.904 7.975.980 4.157.761 2,32 1,92 262.768
(3,42%) (3,42%) (3,16%) (4,25%)
17 São Judas Tadeu 9.167.167 7.570.705 3.954.945 2,32 1,91 160.440
(3,35%) (3,35%) (3,01%) (2,59%)
18 S. J. De Ribamar 8.737.781 7.216.096 3.966.890 2,20 1,82 214.424
(3,10%) (3,10%) (3,01%) (3,47%)
19 Vega** 7.876.728 6.504.996 4.157.286 1,89 1,56 230.508
(2,79%) (2,79%) (3,16%) (3,73%)
20 Safitur/São 7.456.218 6.157.718 3.627.346 2,06 1,70 193.814
Francisco (2,64%) (2,64%) (2,76%) (3,13%)
21 Costa Do Sol 7.080.798 5.847.677 3.685.461 1,92 1,59 181.624
(2,51%) (2,51%) (2,80%) (2,94%)
22 Salete 5.636.305 4.654.742 2.652.937 2,12 1,75 107.200
(2,00%) (2,00%) (2,02%) (1,73%)
23 São Benedito 4.845.980 4.002.053 2.789.436 1,74 1,43 80.279
(1,72%) (1,72%) (2,12%) (1,30%)
SIT-FOR 282.183.701 233.041.409 131.591.367 2,14 1,77 6.184.144
(100,00%) (100,00%) (100,00%) (100,00%)

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Tabela 2: Indicadores de Desempenho das Empresas do SIT-FOR e Evolução Percentual 2002/2001
Indicadores de Desempenho das Empresas do SIT-FOR (Ano de 2002) Evolução Percentual 2002/2001
No
Empresas Operadoras Receita Bruta R$/Viagem R$/Passag R$/Km R$/Veículo Lucro Passag Passag Km Número Receita
[% do Desempenho (R$ de 2002) e (R$ %) Real (R$/Km) Total (%) Eq (%) de Viag Bruta
Operacional de 2002 - (g)] (h) (i) (j) (k) (l) (m) (%) (%) (%)
1 Viação Urbana (99,66%) 30.328.351,52 (10,15%) 58,7862 1,0711 2,3183 179.457,70 0,0983 -5,17 -5,25 -5,95 -4,69 2,08

2 Fortaleza (99,75%) 28.128.008,53 (9,42%) 57,4961 1,0648 2,2442 185.052,69 0,0242 -3,08 -3,17 -2,99 -1,36 4,82

3 Rotasol (99,55%) 23.842.254,88 (7,98%) 53,7216 1,0317 2,1904 198.685,46 -0,0296 -20,58 -20,65 -22,03 -21,68 -16,17

4 Timbira (99,65%) 15.607.016,85 (5,22%) 40,0910 1,1040 2,3750 160.897,08 0,1550 6,46 6,37 9,71 12,03 20,12

5 C.T.C (90,37%) 15.497.765,95 (5,19%) 75,4145 0,9932 2,3125 166.642,64 0,0925 -3,01 -3,09 -10,05 -20,01 -1,74

6 Via Máxima (99,61%) 13.936.114,16 (4,66%) 51,0949 1,0686 2,4050 174.201,43 0,1850 -0,17 -0,25 -3,58 -4,59 5,91

7 Bons Amigos (98,51%) 13.649.139,62 (4,57%) 35,7988 1,0919 2,1232 162.489,76 -0,0968 -4,56 -4,64 -4,19 -2,16 4,52

8 São José (99,69%) 13.526.442,36 (4,53%) 46,8520 1,1120 2,3492 171.220,79 0,1292 -5,68 -5,76 -2,74 -1,61 2,44

9 Siará Grande (98,26%) 13.213.125,30 (4,42%) 46,1100 1,0453 2,3068 167.254,75 0,0868 0,77 0,69 0,84 -0,23 7,56

10 Rotaexpressa (99,72%) 12.585.336,82 (4,21%) 44,2647 1,0671 2,0794 179.790,53 -0,1406 -20,67 -20,74 -22,20 -30,53 -13,18

11 Botucatu* (91,11%) 12.580.060,68 (4,21%) 64,5449 1,1873 2,1675 185.000,89 -0,0525 # # # # #

12 Maraponga (99,51%) 10.981.254,46 (3,68%) 54,9541 1,0496 2,4887 168.942,38 0,2687 -3,38 -3,46 -3,02 -1,91 5,32

13 Santa Maria (99,52%) 10.695.262,99 (3,58%) 37,8455 1,0965 2,3105 138.899,52 0,0905 -1,14 -1,22 1,29 0,73 8,03

14 Montenegro (99,53%) 10.128.767,96 (3,39%) 36,0221 0,9389 2,3930 166.045,38 0,1730 0,95 0,86 1,50 1,33 7,98

15 S. J. De Ribamar (99,76%) 10.047.714,58 (3,36%) 46,8591 1,1499 2,5329 149.965,89 0,3129 -1,97 -2,05 -2,53 -4,21 6,75

16 Transpessoa (99,42%) 9.509.149,70 (3,18%) 40,0824 0,9141 2,3858 163.950,86 0,1658 1,84 1,75 -2,55 -1,89 6,95

17 São Judas Tadeu (98,87%) 9.318.582,10 (3,12%) 58,0816 1,0165 2,3562 172.566,34 0,1362 -0,94 -1,03 -3,54 -5,64 4,89

18 Freitas (96,68%) 9.223.407,75 (3,09%) 35,1010 0,9550 2,2184 161.814,17 -0,0016 -2,24 -2,32 -1,24 -0,71 2,00

19 Vega** (99,23%) 8.564.733,01 (2,87%) 37,1559 1,0873 2,0602 171.294,66 -0,1598 # # # # #

20 Costa Do Sol (99,40%) 8.360.214,72 (2,80%) 46,0303 1,1807 2,2684 181.743,80 0,0484 7,31 7,22 2,09 3,10 18,85

21 Safitur/São Francisco (99,66%) 7.646.059,30 (2,56%) 39,4506 1,0255 2,1079 166.218,68 -0,1121 0,67 0,59 1,61 0,25 9,02

22 Salete (99,27%) 5.900.760,87 (1,98%) 55,0444 1,0469 2,2242 168.593,17 0,0042 1,62 1,53 -3,18 -3,67 7,89

23 São Benedito (98,46%) 5.482.604,89 (1,84%) 68,2948 1,1314 1,9655 156.645,85 -0,2545 -7,48 -7,56 -2,13 -2,91 4,31

SIT-FOR (98,49%) 298.752.129,00 (100,00%) 48,3094 1,0587 2,2703 171.499,50 0,0503 0,37 0,29 0,35 -0,16 8,53

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4.0 – Considerações Finais

Embora não se faça a análise das razões do comportamento das empresas do SIT-FOR, pode-se
especular que parte da ineficiência do IPK das empresas possa ser devido à programação executada
pelas linhas ou, ser decorrente de linhas extensas em áreas de baixa demanda. Caberia uma
investigação por parte da ETTUSA em relação à quantidade de passageiros por veículos e outros
indicadores, que pudessem identificar o comportamento das empresas, em nível mais desagregado,
pelo comportamento da linha operada, pois uma análise agregada por empresa não possibilita um
diagnóstico preciso quanto à eficácia da programação das linhas, esta somente aponta indicadores de
desempenho que sinalizam a existência de problemas quanto a eficaz aplicação dos insumos de
produção. Verificou-se que a saúde financeira do SIT-FOR é bastante influenciada pelo
estabelecimento da tarifa pelo poder público, quando confrontados pelos custos de produzir o serviço.
Permanece válida a preocupação com a rentabilidade do mercado de transportes por ônibus em
Fortaleza, enquanto atratividade pela atividade, que embora seja um serviço público, requer para a sua
prestação por empresas privadas, que o mesmo produza lucro. Considerando que o lucro presumido
seja o montante referente ao exercício anual, deve-se concordar que o montante mensal arrecadado é
mínimo, quando não foi negativo. Ressalta-se que, se tal tipo de análise desagregada do SIT-FOR é
feita pelo órgão gestor, não é dada publicidade, pois não constam dos anuários estatísticos, seja este
impresso ou em planilhas eletrônicas, onde se espera que as informações sejam fidedignas e que
reflitam o mercado local. O acompanhamento destes valores em nível mais desagregado, por cada
linha das empresas operadoras, poderia resultar em um melhor conhecimento do SIT-FOR, de forma a
permitir ajustes mais finos na programação das linhas ou mesmo no acompanhamento da saúde
financeira das empresas, da rentabilidade e da sustentabilidade econômico-financeira do SIT-FOR.
Poderia resultar na criação de novos parâmetros de análise, sendo possível comparar empresas entre si
e, verificar quais estavam abaixo de determinados indicadores, como sinais de alerta do sistema, a
indicar e corrigir problemas antes que estes surgissem de maneira irreversível. Uma vez que a
programação da operação do SIT-FOR é uma atribuição da ETTUSA e, não somente da empresa
operadora, suas ineficiências podem, também, ser resultado da inadequação da gestão do mercado de
transportes de Fortaleza, e não um problema exclusivo das empresas.

Bibliografia

GEIPOT, Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, 1981, Estudo de Transportes Urbanos da Região
Metropolitana de Fortaleza – Estudo de Transportes Coletivos (TRANSCOL/FOR), Ministério dos
Transportes, Brasília, DF.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Lei Municipal Nº 6.774, de 12/12/1990, que dispõe sobre a Taxa de
Vistoria e Controle Operacional dos Transportes Coletivos Urbanos, Fortaleza, 1990.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Decreto Municipal Nº 8.844, de 13/07/1992, que dispõe sobre normas
complementares relativas ao gerenciamento e funcionamento da Câmara de Compensação Tarifária e dá
outras providências. Fortaleza, 1992.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Lei Municipal Nº 7.163, de 30/06/1992, que aprova o Regulamento do
Serviço de Transporte Coletivo do Município de Fortaleza, Fortaleza, 1992a.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Portaria Municipal Nº 17/94, de 27/12/1994, que torna o Gerenciador
Embarcado de Transportes – GET será equipamento obrigatório dos ônibus urbanos que operem no serviço
regular de transportes, Fortaleza, 1994.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Decreto Municipal Nº 10.333, de 10/07/1998, que fixa novas tarifas
para o transporte coletivo do Município e dispões sobre a Planilha de Cálculo de Custo de Remuneração do
Sistema Integrado de Transporte do Município de Fortaleza, Fortaleza, 1998.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Anuário de Transportes Urbanos de Fortaleza de 2001, 1a ed.,
Fortaleza, Empresa Técnica de Transporte Urbano S.A. – ETTUSA, 2002.

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PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Planilha para Cálculo de Custos e Tarifa: setembro/2002, material
impresso, Fortaleza, Empresa Técnica de Transporte Urbano S.A. – ETTUSA, 2002a.
PMF, Prefeitura Municipal de Fortaleza. Anuário de Transportes Urbanos de Fortaleza de 2002. Empresa
Técnica de Transporte Urbano S.A. – ETTUSA, em meio magnético e não publicado. Fortaleza, 2003.

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João Alencar Oliveira Júnior, D.Sc., Professor do Departamento de Engenharia de Transportes – DET e do
Programa de Mestrado em Engenharia de Transportes – PETRAN, da Universidade Federal do Ceará – UFC, e
Bacharelando em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, E-mail: alencar@det.ufc.br ou
jalencarjr@yahoo.com # Homepages: www.det.ufc.br e www.geocities.com/joao_alencar

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