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AVISO

Este manual é destinado apenas para consulta por parte dos candidatos a agentes de
segurança privada e da população em geral. As técnicas, e metodologias descritas não devem
ser usadas ou praticadas sem a extrema cautela e a devida formação. O autor e editor não têm
quaisquer responsabilidades, em que esfera do direito for, por qualquer acto que seja
provocado por acidente ou intencionalmente, que possa ser atribuído aos exemplos, técnicas
ou ideias contidas nesta obra.

Este manual não tem o objectivo de ser uma obra para auto-didactas, nunca devendo ser
sobreposto à formação adquirida nas diversas empresas e/ou centros de formação. Ninguém
está autorizado a intitular-se “Agente de Segurança Privada” apenas por ter lido ou estudado
este manual.

Copyright © 2011 JOMIAR- Os direitos de autor deste manual encontram-se protegidos no


IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais com o nº 5310/2011.

Não são permitidas cópias da sua totalidade ou extractos, nem qualquer alteração dos textos
para outros fins.

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ÍNDICE

INTRUDUÇÃO…………………………………………………………………………….……………………………………………....... 04
NORMAS DO VIGILANTE…………………………………………………………………………..………………………..…………. 04
Definições………………………………………………………………………………………….……………………..……………… 04
Deveres…………………………………………………………………………………………….……………………………………… 05
Comportamento…………………………………………………………………………………..…………………………………… 05
Carácter…………………………………………………………………………………………….…….…………………..…………… 05
Rendição…………………………………………………………………………………………...…...………………………………… 06

PRINCIPIOS GERAIS DE PREVENÇÃO DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA……………………………………………….. 07


Prevenção de roubo……………………………………………………………………………..………….………………………. 07
Prevenção de furto……………………………………………………………………………….…………………………………… 08
Prevenção de incêndio………………………………………………………………………….…………………………………… 09
Detecção de vestígios…………………………………………………………………………...……….…………………………. 11
Ameaças de bomba……………………………………………………………………………...………………………………….. 12
Situações de emergência……………………………………………………………………..………………………………….. 13

NORMAS DE PORTARIA………………………………………………………………………………….………………………………. 14
Serviço de portaria…………………………………………………………………………………..……………………………….. 14
Controlo do movimento de empregados…………………………………………….…………………………………….. 14
Controlo de pessoas estranhas à “empresa/cliente” (visitantes)………………………..…………………….. 15
Fornecedores, clientes, e entidades diversas…………………………………………………………………………….. 17
Controlo de movimento de viaturas……………………………………………………………….…………………………. 18
Movimento do chaveiro……………………………………………………………………………………………………………. 19
Gestão de assuntos de segurança……………………………………………………..………………………………………. 19
Revistas, vistorias e operações STOP………………………………………………………….……………………………… 20
Controlo de mercadorias, ferramentas, materiais, equipamentos, etc………..………...…………………. 20
Serviço telefónico………………………………………………………………………………..……………….…………………… 22
Equipamentos diversos…………………………………………………………………………………………………………….. 23
Serviço de apoio de emergência……………………………………………………………………………………………….. 24
Procedimentos diversos……………………………………………………………………..…..……………………………….. 25
Tarefas diárias durante o encerramento das instalações………………….………………..……………………… 27
Emissão de relatórios e outros documentos……………………………………....………..…………………………… 27

SERVIÇO DE RONDAS……………………………………………………………………….......……………………………………… 28
Introdução……………………………………………………………………………………….……………………………………….. 28
Técnica de rondas…………………………………………………………………………….…….…………………………………. 28
Tipo, sequência e duração das rondas……………………………………………………………………………………….. 30
Circuito de rondas – definição base………………………………………………….……….………………………………. 31

FLUXOGRAMAS DE REACÇÃO……………………………………………………………………...……………………………….. 32
SEGURANÇA ELECTRÓNICA ……………………………………………………..…………………………………………………… 41
RELATÓRIO E REGISTOS…… ………………………………………………………………………....……………………………….. 53
LEGISLAÇÃO BASE DA SEGURANÇA PRIVADA………………………………………………..……………………………….. 59
DIREITO CONSTITUCIONAL…………………………………………………………………………………………………………….. 83
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA………………………………………….……………………………………………………………… 91
TOXICODEPENDÊNCIA………………………………………………………….………………………………………………………… 97
LEI ORGÂNICA DA PSP……………………………………………………………………………………………………………………. 113
DIREITO PENAL ……………………………………………………………………………………………………………………………… 129
DIREITO CIVIL ………………………………………………………………………………………………………………………………… 137

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INTRODUÇÃO
Para além da segurança que o efectivo humano representa nas instalações onde ópera, o
vigilante é a primeira imagem do nosso Cliente, pelo atendimento, recepção e acolhimento
que promove enquadrando-se totalmente nas regras e procedimentos em vigor nas
instalações onde funciona.

No plano operacional torna-se fundamental que a vigilância humana seja uma mais-valia no
serviço adaptando-se à lógica de protecção integrada, em perfeita harmonia com as
instalações de Cliente. A flexibilidade e adaptação são conceitos chave neste mercado tão
concorrencial e agressivo.

O manual de vigilância tem como objectivo a obtenção, clarificação e normalização dessas


regras e procedimentos, permitindo o desenvolvimento de:

➢ Boas práticas de vigilância


➢ Regras específicas do Cliente

Assim, este manual descreve um conjunto de práticas no campo da vigilância humana no


sentido de referenciar por escrito um conjunto de tarefas e actividades no dia-a-dia de um
vigilante. Deste pretende-se também que seja uma manual de trabalho de suporte às regras
específicas do cliente, criado para cada instalação do Cliente e perfeitamente adaptado a cada
situação.

NORMAS DO VIGILANTE
DEFINIÇÕES

VIGILANTE é o trabalhador que presta serviços de vigilância, prevenção e segurança em


instalações industriais, comerciais e outras, públicas ou particulares, para as proteger contra
incêndios, inundações, roubos e outras anomalias, faz rondas periódicas para inspeccionar as
áreas sujeitas à sua vigilância e regista a sua passagem nos postos de controlo, para provar que
fez as rondas nas horas prescritas, controla e anota o movimento de pessoas, veículos ou
mercadorias, de acordo com as instruções recebidas.

SEGURANÇA PRIVADA é a actividade voltada à vigilância, segurança e defesa do património ou


segurança física de pessoas.

A ACTIVIDADE DE SEGURANÇA PRIVADA é uma força complementar e subsidiaria das forças


de segurança pública do estado, tendo como regulamentação de base o decreto-lei nº
35/2004.

MAI (MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA) é a entidade que regulamenta e fiscaliza a


actividade de segurança privada.

POSTO é o local de permanência do vigilante.

CLIENTE é a entidade que contrata os serviços de uma empresa de segurança privada

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SENSAÇÃO DE SEGURANÇA – Situação em que alguém, alguma coisa se não encontra exposto
a nenhum risco ou agressão física, de acidente, de roubo, ou de deterioração. Situação de
alguém que se sente protegido do perigo, que está tranquilo

VIGILÂNCIA – Acto ou efeito de vigiar. Exercer uma vigilância activa

DEVERES
Cada portaria é um espaço autónomo e reservado aos vigilantes. Os deveres para a correcta
manutenção de uma portaria, entre outros, são os seguintes:

• Manter em completo estado de asseio e arrumação as dependências que lhe estejam


destinadas.
• Conservar nas melhores condições de segurança e apresentação, toda a
documentação relativa ao serviço.
• Receber, tomar conhecimento e arquivar definitivamente todas as instruções de
serviço emanadas superiormente.
• Preencher, completa e cuidadosamente, impressos e relatórios que deva elaborar em
função do serviço ou motivados por acontecimentos e/ ou ocorrências.
• Assegurar as comunicações de rotina ou de emergência conforme o estipulado neste
manual.

COMPORTAMENTO
A responsabilidade de que está invertido implica que deva ter um comportamento e um
carácter profissional, claro, devendo:
• Ser senhor de uma postura serena, firme e decidida, não fazendo uso de modos e
atitudes bruscas ou intervenções insensatas e despropositadas.
• Respeitar e fazer-se respeitar por todas as pessoas, usando de compreensão e
diplomacia nas situações mais delicadas, recorrendo ao responsável pela gestão do
serviço de segurança quando reconhece que tanto a prudência como a delicadeza não
são eficazes.
• Executar o controlo de pessoas, veículos, volumes ou cargas com dignidade e da forma
mais educada e discreta possível.
• Responder com veracidade e informar em pormenor, quando inquirido por motivos de
serviço.
• Ser pontual e assíduo.
• Apresentar-se cuidadosamente asseado e uniformizado, de acordo com as regras da
sua actividade.
• Compenetrar-se da sua função e manter um porte e aprumo que o dignifiquem e o
tornem credor do respeito e das simpatias gerais.
• Abster-se de intrometer-se em qualquer serviço ou função cujo desempenho não lhe
pertença.

POSTURA
• Não deve ser falador, limitando-se a esclarecer, delicadamente e de forma breve a
dúvida ou desconhecimento de qualquer pessoa que se lhe dirija.

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• A segurança das instalações é mais importante que a liberdade de movimento ou


pontos de vista de cada um, devendo por isso ser rigoroso e inflexível no cumprimento
das normas em vigor.
• A segurança de pessoas e bens em que está envolvido confere-lhe um estatuto de
grande responsabilidade, pelo que da sua intervenção activa e dinâmica depende o
normal funcionamento dum conjunto de pessoas e serviços e das suas informações
verdadeiras uma constante melhoria do nível de segurança.

RENDIÇÃO
A apresentação no serviço de segurança, implica a participação de um conjunto de vigilantes
que, embora executem individualmente as tarefas que lhes são exigidas, durante o seu turno,
acabam por formar uma equipa que se pretende coesa e uniforme no modo de realizar cada
uma das acções que lhe são próprias.

O trabalho de equipa exige que cada um dos seus elementos concorra com a sua parte para
que o objectivo final seja atingido.

No caso do serviço de segurança e vigilância o objectivo final é o bom funcionamento global do


serviço, atingido a partir do concurso de cada um, seja pelo que realiza, seja pela forma como
se relaciona com os restantes elementos da equipa.

Nesse particular, o sistema de rendição origina por vezes sérios atritos entre vigilantes o que
acaba por resultar de forma negativa na prestação do serviço.

Assim aliado aos deveres gerais, o comportamento profissional e o carácter do vigilante em


serviço, juntam-se agora as regras a que deve obedecer o sistema de rendição, para que a
equipa possa resultar em pleno.

Deste modo, e quanto ao sistema especifico de rendição, consigna-se o seguinte:

• As rendições têm lugar no final de cada turno de trabalho, de acordo com o horário
que estiver a ser praticado.
• Um vigilante só pode considerar-se rendido quando um colega seu se apresentar para
aquele efeito, devidamente fardado e em condições consideradas normais para dar
continuidade ao serviço, nomeadamente quanto ao estado de embriaguez, efeito de
drogas, ou situação similar.
• Ao vigilante que sair cabe a responsabilidade de informar o colega que o render sobre
as condições gerais de serviço, sobre a existência de alterações ao mesmo tempo e/ou
sobre novos procedimentos, devendo para o efeito existir um documento (caderno,
bloco ou livro) onde possam ser registadas as mensagens correntes do serviço.
• Ao vigilante que entrar cabe a responsabilidade de perguntar se há algo de novo
quanto ao serviço.
• Considera-se que as rendições se devem efectuar, sempre que possível, 10 a 15
minutos antes do final do turno a render.

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PRINCIPIOS GERAIS DE PREVENÇÃO DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA

No que respeita à vigilância das instalações, a sua atenção deverá incidir especialmente sobre:

• Muros e vedações periféricas.


• Portas e janelas.
• Chaveiros e chaves em circulação.
• Veículos estacionados com pessoas dentro, especialmente à noite.
• Pessoas suspeitas nas imediações das janelas.
• Chamadas telefónicas destinadas a “prender” o vigilante ou o graduado junto do
telefone.
• Pedidos de informação por parte de desconhecidos.
• Simulações de Agentes de Autoridade ou Entidades Fiscalizadoras.
• Ruídos suspeitos, luzes acesas, excitação de cães, veículos em velocidade reduzida nas
proximidades do perímetro externo, etc.

PREVENÇÃO DE ROUBO

A vigilância incidirá especialmente sobre:

• Muros e vedações periféricas.


• Portas e janelas.
• Chaveiros e chaves em circulação.
• Pessoas suspeitas nas imediações
• Veículos estacionados com pessoas dentro, especialmente à noite.
• Chamadas telefónicas destinadas a “prender” o vigilante ou o graduado junto do
telefone.
• Pedidos de informação por parte de desconhecidos.
• Simulações de Agentes de Autoridade ou Entidades Fiscalizadoras.
• Acções de rua, como desordens, discussões, mulheres em atitudes provocantes ou
outras destinadas a “prender” ou desviar a atenção do vigilante.
• Ruídos suspeitos, luzes acesas, excitação de animais domésticos.
• Vestígios.

Recomendações:

• O vigilante nunca está só – consigo estão o Serviço de Apoio a Vigilantes e os Gestores


Operacionais da empresa, os graduados de vigilância localizáveis por via rádio ou
telefónica, e as forças policiais.
• Os profissionais do crime só temem os verdadeiros profissionais de segurança
• A audácia deve ser contida nos justos limites da prudência.
• A ingenuidade costuma ter um preço muito caro para os vigilantes.

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PREVENÇÃO DO FURTO

A vigilância incidirá especialmente sobre:

• Pessoal da empresa que, sem autorização, permaneça no seu interior após o termo do
período de laboração por períodos de tempo superiores aos normais.
• Pessoal da empresa que sem autorização especial, pretenda entrar nas instalações
onde habitualmente trabalha quando estas se encontram encerradas.
• Veículos particulares em que o pessoal da empresa se faça transportar à saída das
instalações.
• Volumes, malas e outros objectos de que o pessoal seja portador à saída das
instalações.
• Esconderijos dissimulados no acondicionamento das cargas legalmente autorizadas a
abandonar as instalações em quaisquer veículos.
• Conteúdo das próprias cargas aparentemente autorizadas a sair das instalações.
• Vedações periféricas (redes ou muros) destruídas ou danificadas sem razão natural ou
explicação plausível e comprováveis.
• Árvores, muros, andaimes, veículos, etc. da via publica ou de outras instalações
confinando com as vedações periféricas.
• Portas e janelas (exteriores ou interiores) que sejam abertas e devam permanecer
fechadas.
• Vidros de janelas ou vitrais partidos sem explicação natural e comprováveis.
• Luzes apagadas em virtude de lâmpadas fundidas, retiradas ou sabotagem da
instalação, muito especialmente em zonas críticas ou vitais das instalações.
• Chaves em falta na conferencia de chaveiros ou entrega de chaves sem o corpo de
serrilha, alegando que o mesmo se perdeu.
• Conversa demorada com o vigilante de forma a “retê-lo” em determinado local e
desviado das suas funções.
• Entradas de viaturas durante o período de encerramento das instalações sob pretextos
vários (facilidade de estacionamento, lavagem, pequenas reparações etc).
• Acompanhantes de pessoal da empresa quando este pretenda “mostrar as instalações
a umas pessoas amigas”
• Recipientes contendo lixo e detritos quando colocados no exterior das instalações para
posterior recolha pelos serviços públicos de limpeza.
• Ruídos suspeitos e luzes acesas.
• Vestígios.

Recomendações

• Os autores dos furtos costumam conhecer muito bem as instalações e os locais onde
“trabalham”, que o vigilante deve conhecer muito melhor.
• O vigilante não pode consentir que o criminoso “conheça igualmente bem” as suas
funções e as suas reacções: por isso, cumprindo as instruções, nunca deve ser um
homem de rotinas, deve ser antes, imprevisível quando em presença de indivíduos ou
acontecimentos suspeitos.

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• O autor do furto é normalmente, mais traiçoeiro de que o autor do roubo, o que


poderá tornar mais perigoso para o detectar.
• Com intrusos detectados nas instalações, nunca se deve fazer telefonemas de pedidos
de auxílio sem se certificar de que eles não o poderão ouvir ou de que não poderão ter
acesso fácil e inopinado ao local onde telefona. Deve procurar um local seguro e
fechar-se por dentro, deve falar baixo, apenas o suficiente para ser entendido.
• Ver sem ser visto, ouvir o intruso e não esquecer a sua lanterna – Com ela poderá ter
luz quando necessitar, poderá encandear o intruso e eventualmente, poderá usa-la
como bastão.
• Na ronda, deve progredir abrindo e fechando à chave todas as portas atrás de si. O
intruso poderá vir a segui-lo e aproveitar-se da sua negligência.
• Um vigilante sequestrado, alem de inoperante, poderá constituir uma tentação para o
criminoso no sentido de o eliminar fisicamente, para evitar o futuro reconhecimento.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

Definição de incêndio: O incêndio é fogo que se desenvolve fora do controlo do homem.

Definição de fogo: O fogo é o fenómeno físico resultante de uma combustão viva.

Elementos do Fogo: Para haver fogo tem que coexistir, isto é, existirem simultaneamente:

• Um combustível – Papel, madeira, plástico, gasolina, etc.;


• Um comburente – O oxigénio existente no ar (+/- 18% do ar é composto por oxigénio);
• Uma energia de activação – Faísca, chama de fósforo ou de isqueiro;

Combustão:

Quando há fogo há combustão e esta combustão pode desenvolver-se da seguinte forma:

• Viva – se produz chama;


• Lenta – Se não produz chama;
• Espontânea – Se a energia de activação é fornecida por uma reacção química
exotérica;
• Explosão – Se essa reacção química exotérmica é muito rápida a explosão pode ser
uma Deflagração (Quando se propaga a uma velocidade subsónica, menos de
300/metros/segundo) ou Detonação (quando se propaga a uma velocidade
supersónica mais de 300/metros/segundo);

Classes de fogo:

• Classe A – Matérias sólidas (madeiras, papel, tecidos, etc.);


• Classe B – Líquidos ou gases liquidificáveis (gasolina, benzina, acetona, álcool,
solventes, éteres, etc.);
• Classe C – Gases (butanos, propano, acetileno, hidrogénio, etc.);
• Classe D – Metais (magnésio, fósforo, sódio, etc.);

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Quando detectar um incêndio assegure que:

• Dê sempre o alarme – Aos Bombeiros (VER EMERGÊNCIAS) e no local;


• Procure extinguir o fogo – use o tipo de extintor adequado e combata a base das
chamas;
• Esteja atento à chegada dos bombeiros – Conduza-os rapidamente ao local do sinistro;
• Se houver evacuação de pessoas – coordene a evacuação, evitando o pânico e
indicando os respectivos locais de concentração;
• Comunique o sinistro:
✓ Ao elemento de contacto com o cliente;
✓ À central da empresa;
✓ Dê conta das diligências efectuadas através do relatório de ocorrências;
• Vigie os acessos – com os bombeiros poderão entrar elementos indesejáveis;
• Se necessário não hesite em pedir a comparência das autoridades policiais;
• Depois da retirada dos bombeiros – esteja atento ao rescaldo e à sempre possível
eclosão de um novo foco de incêndio no mesmo ou noutro local.

OBS: Não se esqueça de que a segurança das instalações que vigia dependem também da
segurança das instalações ou zonas que a rodeiam, ou que lhe são contíguas.

Focos de incêndio em instalações contíguas ou adjacentes devem ser igualmente objecto de


alarme aos bombeiros e pelo vigilante atentamente observados, na sua evolução. Os incêndios
propagam-se: DIRECTAMENTE (pelo avanço das chamas) ou INDIRECTAMENTE (por condução,
por convenção ou por radiação).

Regras fundamentais de combate e extinção de incêndios:

• Nunca usar água na extinção de fogos (incêndios) de origem eléctrica;


• Como a electricidade é hoje omnipresente, sempre que tiver de combater um
incêndio com mangueiras (mesmo que o incêndio não seja de origem eléctrica)
devem ser desligados todos os quadros gerais de electricidade; ATENÇÂO AO PERIGO
E À MORTE POR ELECTROCUSSÂO;
• Use agentes extintores, mas certifique-se de que é o adequado e proteja-se se for
tóxico;
• Ataque sempre a base das chamas;
• Dê sempre o alarme aos bombeiros;

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DETECÇÃO DE VESTÍGIOS

Entende-se por “vestígios” todo o indício material que ligue o criminoso ao crime e que pode
com ele identificar-se e podem classificar-se 4 tipos de vestígios:

Vestígios no local do crime e no caminho deste e para este:

• Dos membros inferiores (pegadas, impressões de joelhos);


• Dos membros superiores (impressões digitais ou palmares);
• Provenientes directamente das pessoas (sangue, pus, suor, urina, esperma, saliva, fios,
etc.);
• Objectos perdidos ou abandonados no local do crime (armas, documentos, roupa,
tabaco, cinzas, restos de comida ou de bebida, etc.);
• De automóveis ou de outros veículos (rastos, travagens) de bengalas ou muletas
(sulcos), vidros, riscos, etc.;

Vestígios deixados no ofendido ou na vítima:

• No caso de crimes cometidos sobre uma pessoa.

Vestígios conservados pelo criminoso após cometido o crime:

• Feridas de mordeduras, arranhões, manchas ou salpicos de sangue, pó, lama, etc.;


• Instrumentos utilizados no crime ou proveito do crime (armas, instrumentos e
“ferramentas do oficio”, objectos ou valores furtados ou roubados, etc.);
• Vestígios de fumo na mão que empunhava a arma que disparou o tiro, cheiro de
pólvora detonada no vestuário, resíduos de explosivos, matérias sobre as unhas, etc.);

Vestígios encontrados nos instrumentos do crime:

• Sangue em arma branca;


• Vestígios de pólvora na arma de fogo;

Recomendações:

• O vigilante é um colaborador dos agentes de autoridade no combate e na prevenção


do crime;
• Deve saber detectar “vestígios” e conservá-los para a polícia investigar;
• Nunca despreze um”vestígio”, não o altere e procure evitar que outros o alterem até à
chegada da polícia;
• Até à chegada da polícia proteja o local do crime e, sempre que possível, isole-o de
curiosos;
• Um vestígio insignificante pode ser decisivo para a descoberta e captura de um
criminoso;
• Não faça qualquer tipo de publicidade acerca dos vestígios que encontrou no local do
crime; pode estar a fornecer indicações preciosas ao criminoso e ajudá-lo a construir o
seu álibi;

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OBS: Há processos especiais de colher impressões digitais, efectuar moldes de pegadas, etc. Os
peritos da polícia sabem como proceder em cada circunstância e como conservar os vestígios
para posterior análise laboratorial.

Se tiver de prestar assistência ou socorros a vítimas de um crime, faça-o sem hesitação, mas
com os cuidados necessários a fim de não destruir inutilmente os vestígios que haja no local.

AMEAÇAS DE BOMBA

É cada vez mais frequente as ameaças de colocação de engenhos explosivos feitos por telefone
para as EMPRESA/CLIENTE. Este é um dos preços do progresso alcançado pelo homem na era
moderna e, infelizmente, temos de nos habituar a viver com ele. Felizmente, porém quase a
totalidade das ameaças de bomba que têm sido feitas são ameaças falsas destinadas a
provocar a instabilidade emocional nos ambientes de trabalho das empresas ou de pregar
partidas de mau gosto.

Uma coisa há que ter sempre me mente – nunca de deve desprezar, ou julgar à partida como
falso, qualquer telefonema anónimo que denuncie ou informe da colocação de uma bomba. O
vigilante, profissional de segurança, deve partir sempre do princípio de que a informação é
verdadeira e actuar como seguidamente se indica:

Recebido o telefonema anónimo:

• Registe a hora do telefonema;


• Registe a hora dada como sendo a do rebentamento da bomba;
• Atente nas características da voz do interlocutor anónimo (tom de voz, características
peculiares de sotaque, estado de espírito evidenciado durante a comunicação,
nervoso, apreensivo, brincalhão, etc.);
• Procure manter o mais tempo possível o interlocutor ao telefone perguntando-lhe por
exemplo: onde colocou a bomba, porque o fez, de que tipo é, etc. assim poderá
recolher alguns dados importantes se o informador se prestar ao seu jogo.
• Comunique ao responsável pela segurança da EMPRESA/CLIENTE que certamente,
ordenará a evacuação das instalações;

Na falta desse responsável, comunique a denúncia às autoridades policiais e solicite a sua


intervenção;

• Comunique à central de apoio a vigilantes da empresa;


• Se houver evacuação, coordene a evacuação, nomeadamente indicando às pessoas as
zonas de concentração;
• Colabore nas pesquisas a efectuar nas instalações, procurando o engenho explosivo
cuja forma e configuração ignora completamente; sendo assim, deve procurar:
✓ Todo o volume suspeito, deslocado no local onde se encontra (ex: uma pasta
nova dentro de um cesto de lixo)
✓ Não esquecendo que nunca deverá tocar m nada que se lhe afigure suspeito e
não possa ser completa e eficazmente identificado;
• Elabore o relatório de ocorrência.

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SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

Entende-se como emergência qualquer situação anómala e não prevista, susceptível de causar
danos ou prejuízos graves, quer às pessoas quer aos bens.

Por natureza são situações dificilmente controláveis, ou mesmo impossíveis de controlar, pelo
pessoal vigilante, e como tal determinado o recurso ao pedido de auxílio ou de socorro a
entidades do exterior.

As situações mais frequentes de emergência são as seguintes:

• Explosão, incêndio e inundação;


• Assalto (ou roubo);
• Ameaça de bombas ou de atentados terroristas;
• Acidentes pessoais ou doenças súbitas;
• Avarias técnicas me equipamentos em laboração;

O principal obstáculo de qualquer actuação em situações de emergência é o pânico, que todos


devem aprender a evitar e que os vigilantes devem desconhecer. No entanto, o pânico é a
resultante mais natural da situação de emergência não prevista e sobre a qual não existem
normas de actuação. O pânico é tanto mais perigoso quanto maior for o número de pessoas
que por ele se deixem possuir.

Compete ao pessoal vigilante não só conhecer as normas de actuação em situações de


emergência, como também como evitar p pânico entre as pessoas e controlar a sua
propagação. O pedido de intervenção das equipas de socorro, sejam policiais, de bombeiros ou
de ambulâncias, é normalmente efectuado por via telefónica e obedece às prescrições
seguintes:

• Estabelece-se a ligação telefónica com a entidade que deva ser chamada a intervir;
• O vigilante identifica-se e identifica o local onde se encontra a prestar serviço;
• Relatar resumidamente o tipo de situação que se verificou ou que está em vias de se
verificar;
• Esclarecer o seu interlocutor sobre as perguntas que este eventualmente lhe formular;
• Aguardar que o seu interlocutor desligue a comunicação telefónica, sinal evidente de
que não tem duvidas e nada mais teria que indagar;

Na sequência do pedido de intervenção das equipas de socorro, o vigilante deve:

• Informar a central da empresa;


• Informar o elemento de contacto da empresa com a empresa e, na sua falta, o seu
substituto;
• Intervir adequadamente na situação que tenha presente e preparar o acolhimento das
equipas de socorro;
• Elaborar sempre o respectivo relatório de ocorrência;

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NORMAS DE PORTARIA
SERVIÇO DE PORTARIA

Cada portaria da EMPRESA – CLIENTE tem os seus requisitos e as suas especificidades que
deverão ser conhecidas e cumpridas pelo vigilante ao serviço. Neste capítulo descrevemos
algumas boas praticas que não se aplicarão a todas as EMPRESAS – CLIENTE, mas que são
orientadoras para uma boa prática de vigilância.

CONTROLO DE MOVIMENTO DE EMPREGADOS

Controlo de identificação

• Os empregados da EMPRESA – CLIENTE não são possuidores de qualquer cartão de


identificação interno;
• O controlo de acessos deverá fazer-se por reconhecimento da condição de
empregado;
• Ocorrendo qualquer situação de dúvida ou suspeita relativamente a empregados,
deverá proceder-se à identificação através de documento pessoal com foto e
confirmação junto do responsável pelo serviço de pessoal ou da chefia do sector a que
o mesmo pertencer;

Controlo dos horários de trabalho

Relativamente ao controlo dos horários de trabalho devem considerar-se as seguintes


questões:

• Em geral o horário de expediente diário é o seguinte: de Xª a Yª das hh:00 a hh:00;


• A EMPRESA – CLIENTE poderá laborar por turnos fixos, existindo dessa forma diversos
horários irregulares, quer na entrada quer na saída;
• Os empregados constantes da listagem, gozam de estatuto de “livre-trânsito”;
• Fora do horário geral de expediente, o acesso de empregados às instalações só deverá
ser autorizado nas seguintes situações:
✓ Desde que o empregado goze de livre-trânsito, de acordo com uma listagem
fornecida pelo cliente;
✓ Por necessidade de serviço desde que previamente autorizado pelo
responsável do sector a que pertença;
✓ Quando a entrada visar o cumprimento do seu horário de trabalho (turno);

É obrigatório o registo do movimento de qualquer empregado verificado fora do horário geral


de expediente, com menção de movimento. Esta regra aplica-se igualmente aos funcionários
que gozem livre-trânsito.

Em situações de emergência, só os responsáveis indicados poderão instruir sobre a


autorização de acessos de empregados ou estranhos à empresa:

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Saídas durante o horário normal de serviço

• Geralmente são permitidas saídas de empregados durante o horário normal de


serviço;
• O controlo poderá ser feito pela apresentação, à saída, do documento que autoriza a
saída devidamente assinado pela chefia competente;
• Deverá ainda assim proceder-se ao registo de todos os movimentos, à saída a à
entrada, indicando-se as respectivas horas;

Permanência além do horário normal de serviço

A permanência nas instalações para além do horário normal de trabalho de cada trabalhador
será permitida sem qualquer entrave, por razões de serviço, sendo nesses casos, fornecida
informação (geralmente de carácter verbal) à portaria.

Registo dos movimentos dos trabalhadores

No período compreendido entre as HH:00 e às HH:00, após a identificação, os movimentos


deverão fazer-se com isenção de registos nas seguintes situações:

• Todas as entradas, desde que o trabalhador entre a pé ou de moto/bicicleta;


• Todas as saídas, durante a hora das refeições desde que o trabalhador regresse ao
serviço;

Não estão isentos de registos, independentemente da hora a que se verifiquem os


movimentos:

• Todas as entradas e saídas, quando o trabalhador entra com viatura;


• Todas as entradas e saídas, quando o trabalhador se encontrar de baixa médica, de
férias, ausente ou em falta e pretender contactar o serviço ou chefia respectiva;
• Todas as saídas e posteriores entradas, quando o trabalhador sair com dispensa,
situação em que deverá cumprir-se o determinado nas normas do cliente;

Os registos deverão ser feitos em impresso próprio da EMPRESA – CLIENTE, caso seja uma
especificação do cliente.

CONTROLO DE PESSOAS ESTRANHAS À EMPRESA – CLIENTE (VISITANTES)

Visitantes

Considera-se “PESSOAS ESTRANHAS À EMPRESA – CLIENTE (VISITANTES) ” todas as pessoas


que individualmente ou em representação pretendam contactar os serviços ou empregados da
mesma, por razões relacionadas com a sua actividade profissional e do interesse da EMPRESA
– CLIENTE, ou por motivos exclusivamente pessoais.

Não deverão considerar-se estranhos todos aqueles que embora não tendo um vínculo laboral
directo, são classificados como colaboradores ou equiparados, sendo possuidores de cartões
de identificação próprios, fornecidos pela EMPRESA – CLIENTE.

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Assim assegura-se que o controlo de pessoas, que por razões particulares ou serviço,
pretendam contactar os diversos departamentos e/ou empregados da EMPRESA – CLIENTE,
será sempre realizado atendendo às regras a seguir enunciadas, de cumprimento obrigatório.

À entrada deverá proceder-se:

• À identificação do visitante (nome, firma, pessoa a contactar e assuntos);


• Ao contacto prévio com o visado ou a chefia respectiva, para obtenção de autorização
de entrada;
• À emissão do cartão de visitante e entrada do visitante e o encaminhamento para o
local de destino;

Nota: O visitante deverá ser informado que o cartão de visitante deverá ser colocado em local
visível na lapela, num bolso do casaco ou da camisa.

Após a visita e no acto de saída dever-se-á proceder:

• À recolha da guia de visitante, devidamente assinada pelo visitado;


• À recolha do cartão de visitante;
• À devolução do cartão de identificação que tiver ficado na portaria;

Em caso algum deverão ser emitidas entradas a visitantes sem contacto prévio e sem haver
autorização de entrada por parte do visado ou da sua chefia. Se à saída se verificar a falta de
assinatura na guia de visitante, o mesmo deverá regressar junto do visitado ou, em alternativa
deverá ser feito contacto telefónico para confirmar a sua presença no sector a que se destina.

Se se verificar falta da guia de visitantes deverá ser feito contacto com o visitado para tentar
verificar-se se o mesmo ficou ali esquecido.

Visitas pessoais

• As visitas de carácter exclusivamente pessoal para empregados só poderão ocorrer


após autorização da chefia do sector a que o visitado pertencer;
• O local de vista será aquele que for definido, caso a caso pelo responsável do sector;

Convidados / Visitantes VIP

Quando houver lugar a visitas de convidados ou entidades VIP, e desde que exista
conhecimento prévio, a portaria por norma será avisada, procedendo-se á recepção e
encaminhamento de acordo com as instruções que tiverem sido dadas caso a caso;

Nestes casos, depois da identificação sumária, os visitantes entrarão, ficando isentos do


cumprimento das formalidades referidas no caso dos visitantes;

FORNECEDORES, CLIENTES E ENTIDADES DIVERSAS

Deverão ser cumpridos, para estes visitantes, os procedimentos definidos para os visitantes
em geral, situação em que após a identificação sumária se deverá fazer o registo do
movimento e a matrícula da viatura, se for o caso no impresso existente para o efeito.

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Agentes de autoridade

Sempre que se apresentem na portaria agentes da PSP; GNR e PJ devidamente fardados e/ou
em missão de serviço, deverão ser identificados sumariamente e anunciados telefonicamente
à direcção da EMPRESA – CLIENTE e à pessoa que pretenderem contactar, que instruirá sobre
o seu encaminhamento.

Agentes de outros organismos oficiais

Deverão cumprir-se as determinações do ponto anterior, à identificação, contacto prévio e


encaminhamento, com excepção dos que se enquadrarem nos parágrafos seguintes.

Inspecção Geral do Trabalho, Inspecção de Finanças, e actividades económicas;

Após identificação sumária, deverá ser cumprida a entrada sem qualquer entrave, devendo
informar-se de seguida o responsável do sector e o responsável pela segurança ou, na ausência
de ambos, uma das chefias presentes nas instalações.

OBS: Do relatório de vigilância deverão constar os registos dos movimentos das entidades
acima referidas, com menção dos horários de entrada, saída e viaturas.

Carteiros (CTT) e serviços privados de correio expresso (EX: DHL, UPS; etc)

Após identificação sumária, os carteiros (CTT) poderão entrar sem qualquer restrição devendo
ser encaminhados para a recepção. Todos os movimentos deverão ser registados, quer à
entrada, quer à saída.

Fora das horas normais de expediente, o vigilante de serviço poderá estar autorizado a receber
cartas ou pequenas encomendas que, devido ao horário de entrega, não possam ser recebidas
pelo destinatário directo. A sua entrega ao destinatário deverá ser realizada no mais curto
espaço de tempo. As empresas privadas de correio expresso terão tratamento idêntico ao
referido para carteiros (CTT).

Outras situações

Ex-empregados – Deverão ter tratamento de visitante;

Crianças – Por norma, só poderão entrar quando acompanhadas por um adulto que se
responsabilize pelo seu movimento interno;

Empresas prestadoras de serviços – Poderão entrar sem qualquer restrição os trabalhadores


contratados em regime de prestação de serviço, nomeadamente pessoal da limpeza, devendo
ser registados os seus movimentos;

Empreiteiros – Sempre que exista pessoal locado a empreiteiros deverão ser devidamente
identificados e registados todos os movimentos, concedendo-se acesso quando existir
autorização para tal;

Drogados, etilizados e dementes – sempre que se apresentem na portaria visitantes cujo perfil
o vigilante tenha duvidas, por os considerar sob efeitos de drogas, de álcool ou apresentarem

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sintomas nítidos de demência ou desequilíbrio mental, deverão os mesmo ser impedidos de


entrar, devendo ser informado, na altura o responsável pela segurança:

CONTROLO DE MOVIMENTO DE VIATURAS

Movimento de viaturas

O movimento de viaturas que vier a ocorrer deverá ser registado na totalidade, à entrada e à
saída, sem qualquer excepção. Assim e no caso de existirem duas entradas considerar-se as
seguintes práticas:

• Pelo portão principal – poderão movimentar-se todas as viaturas que pretendam


carregar ou descarregar mercadorias, matérias-primas, maquinas, equipamentos,
consumíveis, etc, excepto nos casos e situações seguintes;
• Por norma, não poderão entrar pelo portão principal, sendo obrigatório que o
movimento se faça em exclusivo pelo portão de serviço, as viaturas que procedam à
entrega de mercadoria, recolha de lixos, resíduos e subprodutos resultante das
produção;

Alertam-se todos os vigilantes para a obrigatoriedade de cumprimento da regra enunciada no


parágrafo anterior quanto ao movimento de mercadorias, lixos, e subprodutos.

Viaturas de serviço

• As viaturas de serviço ou ao serviço da EMPRESA – CLIENTE gozam por norma de livre


acesso às instalações, podendo entrar e sair fora das horas normais de trabalho.
• Deverão ser efectuados todos os registos de todos os movimentos, mencionando-se as
horas de entrada e saída e respectivo condutor.
• Deverão ser registados os quilómetros à saída e entrada.
• Com excepção dos motoristas habituais, as viaturas especificadas só poderão ser
conduzidas por outros empregados desde que apresentem documentos autorizador
para o efeito ou quando a portaria for informada de tal autorização.

Viaturas da administração e direcção

Têm acesso de acordo com as regras da EMPRESA – CLIENTE e parqueiam em local próprio e
exclusivo.

Viaturas de trabalhadores e colaboradores

• As viaturas particulares de trabalhadores e colaboradores com autorização, poderão


parquear no recinto do parque da EMPRESA – CLIENTE.
• Todas as viaturas deverão ser identificadas, sendo obrigatório o registo de todos os
movimentos.
• È vedado o acesso e proibido o parqueamento fora das áreas de parque especificadas.

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Viaturas de clientes, fornecedores e outros visitantes

• As viaturas de clientes, fornecedores e outros visitantes poderão entrar nas


instalações para carregar ou descarregar mercadorias/material ou para efeito de
visitas.
• Deverão cumprir-se os procedimentos em vigor quanto à identificação das viaturas e
ao registo dos movimentos, cujas viaturas poderão entrar até junto dos respectivos
gabinetes de apoio.
• Podem ser autorizados a parquear a sua viatura nas instalações durante o período
nocturno e aos fins-de-semana ou outro desde devidamente autorizados pelo
responsável de segurança do cliente.

A autorização concebida não isenta a viatura do registo do movimento verificado, nem deve
ser impeditiva da normal realização do serviço por parte do vigilante, nomeadamente quanto à
execução de rondas, leitura de temperaturas, etc..

Caso exista um portão que se destine em exclusivo ao movimento da entrada de mercadorias,


e saída de lixos, desperdícios e subprodutos industriais resultantes da EMPRESA – CLIENTE
poderá ser proibido o movimento de pessoas e viaturas que tenham por objectivo o referido
no ponto anterior.

Se existirem portões que não sejam da responsabilidade do vigilante, sempre que forem
detectadas situações indevidas de saída e entrada por aquele portão, deverão as mesmas ser
relatadas para análise e tratamento posterior.

MOVIMENTO DO CHAVEIRO

• As chaves das instalações por norma encontram-se devidamente organizadas e


identificadas em chaveiro geral e o seu uso está condicionado a situações de extravio,
perda, avaria ou situações de emergência.
• A chave para abertura do chaveiro encontra-se na portaria, e só deverá ser usada para
resolução das situações escritas no ponto anterior.

Nestas situações deverá constar do relatório a razão para a sua utilização devendo, no dia útil
imediato, reenvelopar-se a chave junto do responsável da segurança.

Na portaria, sob responsabilidade dos vigilantes devem existir as chaves constantes de uma
listagem utilizadas no serviço diário pelos empregados da EMPRESA – CLIENTE e pelo pessoal
da segurança. Em todas as situações e para todas as chaves, deverá ser feita a distribuição e a
recepção contra registo do respectivo movimento, identificando-se a pessoa que o tiver feito.

GESTÃO DE ASSUNTOS DE SEGURANÇA

As pessoas a contactar por questões de segurança

• Dentro do horário geral de expediente, todos os assuntos deverão ser tratados junto
do responsável pela segurança, de acordo com o previamente estipulado.

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• Fora do horário geral de expediente, continua a ser junto dos responsáveis indicados
pela ordem referida, que deverão ser travados os assuntos relacionados com
ocorrências graves ou situações de emergência.

A transmissão de instruções à vigilância será canalizada sempre por um dos responsáveis


previamente estipulados.

Deverão ser recusadas instruções, que colidam com as que se encontrem definidas em cada
momento, provenientes de outras chefias sem conhecimento e concordância de um dos
responsáveis referidos no parágrafo anterior, salvo se tratarem de instruções emanadas
directamente da administração.

REVISTAS, VISTORIAS E OPERAÇÕES STOP

A realização de revistas/vistorias deve ser feita a todos os empregados apeados, visitantes e


empreiteiros e a todas as viaturas, mediante requisitos em vigor, com a aprovação da
EMPRESA – CLIENTE de acordo com o seguinte horário:

EX:

Das HH:00 às HH:00

De acordo com a sequência determinada electronicamente pelo sistema ou método utilizado.

Das HH:00 às HH:00

A todas as pessoas e viaturas independentemente do método a utilizar.

O pessoal ligado a empreiteiros, com excepção dos condutores de viaturas, deverá sair das
instalações a pé, fazendo-se acompanhar dos respectivos sacos, malas, mochilas, etc. para
efeitos de inspecção. Só após a fiscalização poderão entrar nas viaturas em que eventualmente
venham a ser transportados.

Em dias indeterminados poderão ser realizadas “operações stop” onde é executada uma
fiscalização as pessoas, inspecção de sacos e respectivos conteúdos e viaturas.

CONTROLO DE MERCADORIAS, FERRAMENTAS, MATERIAIS, EQUIPAMENTOS, ETC.

A entrada de mercadorias, matérias-primas, embalagens, máquinas, equipamentos, etc. com


destino à EMPRESA – CLIENTE poderá ocorrer em qualquer momento do horário de
expediente, desde que após contacto prévio, nos termos dos procedimentos para visitantes, a
recepção possa ser assegurada pelo departamento/pessoa a quem se destinarem.

Ressalvam-se os movimentos a seguir descriminados que na maioria das empresas deverão


merecer o tratamento que a cada um se indica.

Saída de mercadorias

Todas as mercadorias transportadas por clientes deverão ser acompanhadas por guia de
transporte ou factura, sem o qual não poderá ser autorizada a saída.

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O procedimento é igualmente válido para as viaturas de distribuição, próprias ou contratadas e


para o transporte de produtos adquiridos por trabalhadores, nomeadamente géneros
alimentares.

Saídas de volumes, materiais, equipamentos, etc

• O controlo de saída de volumes, materiais, equipamentos, etc, deverá ser feito de


forma permanente e aleatória.
• Para trabalhadores/colaboradores deverão ser consideradas validas, regulares e
suficientes desde que o trabalhador/colaborador apresente guia autorizada subscrita
por chefia competente, de acordo com registos entregues pelo cliente.
• Nas situações de empréstimo, a guia autorizadora deverá ficar retida na portaria até à
devolução do equipamento, ferramenta u qualquer outro bem, sendo devolvida de
seguida, ao responsável pela segurança, juntamente com o expediente diário.
• Nas restantes situações (venda, cedência, etc) após fiscalização de saídas as guias
deverão ser remetidas com o expediente diário ao responsável pela segurança.
• Nas duas situações anteriores o vigilante de serviço deverá registar, na guia que fica na
sua posse, a data/hora da saída e a sua rubrica, repetindo a operação aquando da
devolução, nos casos de empréstimos.
• Materiais e ferramentas de empreiteiros
✓ No acto de entrada – Sempre que existam empreiteiros nas instalações, a
entrada de materiais, equipamentos e ferramentas deverá ser declarada,
devendo o responsável emitir e deixar na portaria guia discriminada do
material a entrar.
✓ No acto de saída – Só poderá conceder-se permissão de saída desde que o
responsável do empreiteiro entregue na portaria cópia da guia que apresentou
à entrada, devidamente autenticada pelo responsável interno da EMPRESA –
CLIENTE, confirmando que o material poderá sair.

Actividades não permitidas

Não são permitidas nas instalações, mesmo que junto à portaria e/ou fora das horas de
serviço, actividades que possam de alguma forma contribuir para um menor rendimento da
produção.

Estão dentro daquele âmbito, actividades comerciais do tipo de venda ambulante, porta a
porta, a crédito, através de cartões ou do mesmo género. A realização das referidas
actividades não são permitidas a estranhos à EMPRESA – CLIENTE nem a trabalhadores, pelo
que o seu desenvolvimento interno deverá ser participado, logo que dela haja conhecimento.

Com base na interdição explicitada, deverão os eventuais agentes interessados em


desenvolver tais actividades serem afastados das instalações e impedidos de contactar com
qualquer responsável com vista à formulação do pedido de autorização, devendo, caso
insistam, ser convidados a apresentar o pedido por escrito, devidamente fundamentado.

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SERVIÇO TELEFÓNICO

Atendimento de chamadas

No âmbito das tarefas que lhe são próprias, cabe à portaria, na ausência da telefonista, ou por
requisito do cliente o atendimento de todas as chamadas telefónicas endereçadas à EMPRESA
– CLIENTE.

O atendimento deverá ser feito de forma simpática, cordial e cortês, calmamente e sem
atropelos de linguagem, iniciando-se, consoante se trate de chamadas internas ou externas do
seguinte modo:

Chamadas internas: portaria, vigilante (nome), bom dia, boa tarde ou boa noite;

Chamadas externas: EMPRESA –CLIENTE, portaria, (cumprimento), faz favor.

No caso das chamadas externas, depois de identificada a pessoa que pretende contactar a/o
colaborador da EMPRESA – CLIENTE, deverá procurar encaminhar-se a chamada ou dar a ideia
que tal foi tentado, mesmo que a pessoa a contactar não se encontre disponível ou não esteja
nas instalações, sendo de evitar, em todas as situações (excepto quando existam indicações
nesse sentido), a prestação de informações que possam ser consideradas confidenciais ou de
foro estritamente pessoal tais como:

o Saiu para almoço e ainda não voltou…


o Está numa reunião importante…
o Não está, só vem de tarde…
o Está de férias e só volta…
o Está nas instalações, mas não atende…
o Vai ser complicado, nunca atende…

Encaminhamento de chamadas

O processo de encaminhamento de chamadas deverá ser o mais rápido e solícito possível pelo
que a listagem de telefones internos deverá estar permanentemente disponível.

Se após um máximo de seis toques a chamada não for atendida na extensão de destino,
deverá voltar-se ao contacto com a pessoa em espera, informando-a da dificuldade de
conseguir o contacto e procurando saber se quer continuar à espera, quer deixar recado ou
volta a tentar mais tarde.

Deverá evitar-se o recurso ao processo indelicado de passar a chamada sem que se confirme o
atendimento da mesma, uma vez que o processo voltará ao ponto inicial decorrido alguns
segundos/toques, o que obrigará a um novo atendimento, sempre inconvenientemente para
quem ainda não foi atendido como pretendia.

Todas as mensagens deixadas devem ser passadas a escrito, caso por caso, com indicação
precisa da hora e data, da pessoa que ligou e eventualmente da empresa e assunto em
questão.

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Tais mensagens deverão ser entregues aos destinatários logo que tal seja possível,
procurando-se o contacto com os mesmos caso não estejam nas instalações, ou aguardando-
se a sua entrada se não se encontrarem.

Caso as pessoas a quem se destinarem as mensagens não sejam vistas nas duas ou três horas
seguintes (horas de trabalho normal), deverão providenciar-se contactos para saber se as
mesmas se encontram ao serviço.

Uso do telefone

• O telefone existente na portaria deverá ser usado, de forma regrada, para contactos
internos e externos, de modo a permanecer o maior tempo possível livre e disponível.
• O uso do telefone deverá ser disciplinado para que o menor número possível de
pessoas estranhas ao serviço da portaria a ele tenham acesso franquiado.
• Todas as chamadas realizadas, com recurso a linhas de rede exterior, deverão ser
obrigatoriamente registadas em impresso próprio.
• As chamadas telefónicas de carácter particular, a realizar pelo pessoal da segurança
para fora da rede local, deverão ser previamente autorizadas pelo responsável interno
da segurança.
• O uso abusivo da telefone, poderá levar a que a EMPRESA – CLIENTE exija a liquidação
dos valores considerados exorbitantes, reservando-se o direito de solicitar o
afastamento imediato do(s) autor(es) da(s) chamada(s) realizada(s).

Confidencialidades

Os números de telefone pessoais/particulares constantes da lista de contactos são


confidenciais e destinam-se em exclusivo ao serviço, devendo ser utilizados apenas em
situação de comprovada necessidade. Em caso algum, deve o pessoal da segurança facultar a
sua transmissão a terceiros excepto aos responsáveis pelo serviço de segurança e
administração/direcção da EMPRESA – CLIENTE quando solicitados.

EQUIPAMENTOS DIVERSOS

Equipamento de extinção manual de incêndio

O vigilante deve conhecer os locais onde estão montados os sistemas de extinção de incêndios
existentes nas instalações da EMPRESA – CLIENTE onde esta destacado. A localização do
equipamento é variada e encontra-se devidamente assinalada nos locais de instalação.
Normalmente as instalações estão cobertas por uma rede de extintores de pó químico, CO2 e
ainda de bocas-de-incêndio, quer no interior quer no exterior.

Outros equipamentos

A gestão dos seguintes equipamentos poderá ser realizadas segundo requisitos do cliente.

Contudo salientam-se os seguintes equipamentos:

• Telefaxes
• Computadores

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• Quadros eléctricos
o Encontram-se distribuídos por vários locais. Deverão ser ligados ou desligados
de acordo com instruções próprias para o efeito ou por necessidade de
serviço, nomeadamente reduzir a iluminação interior e exterior (busto,
reclame publicitário, candeeiros, etc) e accionamento de equipamento de frio,
secagem, ou em situações de emergência relacionadas com o fogo e/ou
inundações que possam provocar curto circuitos.
Deverão considerar-se ainda as instruções relativas a este assunto, constantes
do serviço de emergência.
• Torneiras de segurança de gás e/ou agua.
o Existem varias torneiras de segurança de gás e/ou agua distribuídas pelas
instalações, cujo manuseamento só deverá ser feito em caso de detecção de
fuga.
• Central telefónica.
o A central telefónica funciona vinte e quatro horas e nunca deverá ser desligada
ou sequer mexida pelo vigilante salvo indicação em contrário.

SERVIÇO DE APOIO DE EMERGÊNCIA

No quadro das tarefas que têm vindo a ser asseguradas, definem-se em seguida os
procedimentos que mais usualmente poderão ter que ser accionados aquando do Serviço de
Apoio de Emergência. Todas as intervenções realizadas nesta área deverão ser objecto de
relatórios tão claros e minuciosos possíveis.

Nas situações graves de carácter urgente ou de emergência, deverá ser feito contacto
imediato com um responsável pela segurança da EMPRESA- CLIENTE, para que tome conta da
situação e decida de acordo com as necessidades.

Deverá proceder-se ao registo criterioso das horas de entrada e saída dos funcionários
envolvidos nas intervenções de emergência. Neste subcapítulo estão descritos alguns
procedimentos do serviço de apoio de emergência especiais e que poderão ser adaptados a
realidade de uma EMPRESA – CLIENTE.

Cortes de energia eléctrica

No caso de avarias no sistema de instalações eléctricas, incluindo máquinas e todos os


equipamentos e se for observada qualquer tendência para incêndio deverá de imediato ser
atacado com os meios disponíveis para primeira intervenção. Não sendo possível controlar a
situação proceder como para situações de incêndio declarado.

Cortar de imediato a corrente eléctrica, desligando a ficha do aparelho ou o interruptor geral


do quadro eléctrico.

No caso de não ser possível cortar a corrente ou for muito demorado a fazê-lo e caso haja
vitimas separe a vítima das partes em tensão tomando as seguintes medidas:

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Isole-se colocando-se sobre uma superfície de material não condutor e seco (Plásticos,
borracha, etc. …) e proteja as mãos com luvas de borracha, um saco plástico ou ainda
recorrendo a varas ou cabos de madeira, igualmente secos;

Em todos os casos, ao separar o sinistrado das partes em tensão, deve fazê-lo de uma forma
brusca, procurando não agarrá-lo firmemente;

Se a vitima não der sinais de vida depois de desligar a corrente eléctrica faça-lhe
imediatamente a respiração artificial, de preferência pelo método boca-a-boca, e a massagem
cardíaca externa. Contacte os serviços médicos e as entidades internas competentes;

Fugas de gás

Perante esta situação o vigilante deve, verificar qual a zona em sinistro e a extensão telefónica
correspondente e tentar o contacto por essa via questionando sobre a veracidade do sinistro.

Em casos de fugas de gás provocadas por deficiências de fecho de torneiras, válvulas ou por
rotura de canalizações é importante:

• Não fazer lume nem accionar os interruptores ou qualquer aparelho eléctrico;


• Arejar de imediato o local abrindo as portas e janelas;
• Proceder ao corte local ou geral de gás;
• No caso de a situação o justificar informar o piquete de gás da zona da instalação do
cliente.

PROCEDIMENTOS DIVERSOS

Reclamações ao sistema de vigilância

No caso de surgirem reclamações, por parte de qualquer pessoa, relativamente à rigidez do


sistema de vigilância, devem as mesmas ser ignoradas e simpaticamente rejeitadas.

No caso de insistência, e desde que dentro do horário de funcionamento, deve o assunto ser
encaminhado para o responsável pela gestão do serviço de segurança.

Tratando-se de assunto fora do horário de funcionamento, observando o vigilante que a


insistência se esta a tornar demasiada e incorrecta, deverá recorrer às autoridades locais,
informar o responsável pela gestão do serviço de segurança e eventualmente comunicar e
solicita o apoio das chefias da sua empresa e central pelos meios que dispõe.

Se uma situação idêntica ocorrer com um qualquer trabalhador da EMPRESA – CLIENTE deverá
obter todos os dados necessários para posterior informação em relatório de ocorrências.

Se a situação tomar proporções desajustadas e criar dificuldades ao normal desempenho das


suas funções, deverá o assunto ser encaminhado de imediato para o responsável da EMPRESA
– CLIENTE pela gestão do serviço que instruirá sobre as medidas a tomar de imediato.

Tendo presente a boa educação, simpatia e qualidade de agente de um serviço prestado,


deverá o vigilante manter uma postura calma e inflexível, evitando confrontos de pontos de
vista e o envolvimento em discussões cujo resultado final apenas caberá por prejudicar o

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normal desempenho do serviço, podendo deixar marcas para o futuro quanto ao


relacionamento inter-pessoal.

Actuação perante pessoas estranhas ao serviço e intrusos

Perante estranhos ao serviço a actuação de segurança/vigilante deve:

• Dentro do espaço físico da portaria é expressamente proibida a permanência de


pessoas estranhas ao serviço de segurança/vigilância.
• Tratando-se do local de trabalho do vigilante, não poderá autorizar-se que a portaria
sirva de espera ou local de convívio, seja a trabalhadores, seja a estranhos.
• Apenas em situações de carácter humanitário (deficientes, grávidas, idosos) poderá o
vigilante de serviço facultar o acesso e permanência de pessoas estranhas e pelo
tempo estritamente necessário, desde que a portaria ofereça condições para tal.
• Após a rendição deverá o vigilante rendido ausentar-se do local, permitindo total
concentração daquele que se encontrar de serviço.
• Fora dos seus horários de serviço, todos os vigilantes devem sujeitar-se, para acesso às
instalações, ao tratamento dado a qualquer visitante.

Actuação perante intrusos

• Por intruso entende-se todo o individuo que não justifique a qualquer título a sua
presença no interior das instalações, podendo considerar-se sob alçada da lei, por
violação do direito de propriedade.
• O vigilante deverá empregar sempre meios persuasivos para a detenção do intruso, só
recorrendo à força física em caso de extrema necessidade.
• Sempre que a ocorrência se verificar durante o dia, o responsável pela gestão do
serviço de segurança deverá tomar conhecimento do facto no mais curto espaço de
tempo, cabendo-lhe decidir sobre o procedimento subsequente.

Durante a noite, o vigilante deverá solicitar a intervenção da autoridade policial que resolverá
a situação como melhor entender, devendo de imediato ser dado conhecimento dos factos ao
responsável pela gestão do serviço de segurança/vigilância.

Procedimentos a ter com “achados””

• Todo e qualquer objecto/valor achado pelos vigilantes ou entregues na portaria


deverá ser encaminhado para o responsável pela gestão do serviço de segurança no
mais curto espaço de tempo.
• Caberá ao vigilante emitir a entregar ao achador um recibo no qual deverá constar o
nome de quem fez a entrega, dados do objecto achado e a identificação do vigilante
(nome e nº) que o tiver recebido.
• Preceder-se-á de igual modo no acto da entrega do achado ao responsável pela gestão
do serviço de segurança.
• O recibo referido poderá ser emitido no impresso usado para um relatório de serviço.

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Guarda de volumes na portaria

• Dentro da portaria, por princípio não deverá aceitar-se a guarda de qualquer volume,
seja de quem for ou para quem for.
• Porque se trata de um posto de trabalho, onde se executa uma missão específica que
requer uma maior atenção, não se poderá fazer do local uma arrecadação de volumes
até pela responsabilidade que esse procedimento poderá envolver.
• Quando à recepção de pequenas encomendas, desde que entregues em horário pós-
laboral, concede-se a tolerância para situações pontuais de pouco volume e cuja
guarda venha a ocorrer por um curto período.
• A responsabilidade dos vigilantes fica, nestes casos limitada à recepção da quantidade
de volumes/encomendas/cartas, servindo a sua assinatura, quando exigida, apenas
para confirmar a entrega e não a recepção das quantidades supostamente entregues
ou a qualidade dos produtos.

TAREFAS DIÁRIAS DURANTE O ENCERRAMENTO DAS INSTALAÇÕES

Durante o encerramento das instalações há determinadas tarefas que deverão ser executadas
pelos vigilantes de serviço, cumprindo para o efeito as determinações de carácter geral em
vigor, nomeadamente quanto ao fecho das portas, portões e janelas, redução dos gastos com
iluminação, inspecção de todas as instalações para a prevenção de intrusão, incêndio,
inundação, etc.

EMISSÃO DE RELATÓRIOS E OUTROS DOCUMENTOS

A realização do controlo dos movimentos implicará a emissão de um conjunto de documentos


diários, obrigatórios, onde serão inscritos e relatadas as ocorrências verificadas.

Tais documentos, incluindo o relatório diário respeitante ao turno de cada vigilante, será
definido com a empresa de segurança, mas obrigará à realização de um conjunto de registos,
de acordo com as especificações da EMPRESA – CLIENTE.

O conjunto dos documentos e relatórios emitidos, deverá ser remetido ao responsável pela
gestão do serviço de segurança diariamente.

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SERVIÇO DE RONDAS
INTRODUÇÃO

Durante o encerramento das instalações da EMPRESA – CLIENTE, seja no período nocturno


(em todos os dias do ano), seja no período diurno (sábados, domingos e feriados), devem ser
realizadas rondas, de modo a garantir a salvaguarda da segurança física das mesmas (fecho de
portas, portões e janelas, redução de consumos de agua e energia, fiscalização de movimentos
suspeitos, detecção de ocorrências graves, tais como focos de incêndio, inundações, etc.) e a
normalidade e correcto funcionamento dos meios existentes, nomeadamente maquinas e
equipamentos industriais.

Para tal é constituído um circuito de ronda, pelo exterior e pelo interior das instalações,
composto por um conjunto de chaves de ronda, instaladas em locais considerados de maior
necessidade e perigosidade, do ponto de vista da segurança, enquanto forma de prevenção de
ocorrências.

De seguida estabelecem-se um conjunto de regras e procedimentos obrigatórios quanto à


realização das rondas, devendo ter-se em atenção, quanto à sua execução prática, os níveis de
maior ou menor segurança, dependendo a cada ponto de controlo em concreto.

Perante o volume de movimento a grandeza da instalação, define-se que seja qual for a
situação diária concreta, o determinado como obrigação mínima, deverá ser realizado, sob
pena de responsabilização directa do vigilante em falta, e imediato pedido de substituição,
num prazo máximo de 48 horas, após a verificação da segunda falta.

Técnica de rondas

A correcta realização das rondas implica o conhecimento perfeito das técnicas de rondas que
poderão/deverão ser consideradas e/ou aplicadas a cada instalação e circuito de ronda.

Cada local tem características próprias de iluminação, organização física do espaço (arvoredo,
construção envolvente, acondicionamento de materiais), tipo de pavimento, conjunto de
entradas possíveis, etc.

Em função das características da instalação e do circuito a realizar, assim deverá o vigilante


adaptar a sua técnica de realização das rondas, sendo certo que, as precauções de camuflagem
que adoptar devem ter por finalidade, sempre, ver sem ser visto, vigiar sem se deixar vigiar.

Cabe desde já clarificar que, durante a ronda, o vigilante deve estar preparado para ver com
minúcia, ouvir com atenção, cheirar com rigor, andar com calma, discernir com frieza e gerir
com rapidez, não perdendo nunca o sentido da responsabilidade que lhe está atribuída.

Por isso, durante a ronda, deve ter atenção à forma como se movimenta, assumindo as
atitudes que melhor salvaguardem a segurança das instalações e a sua própria segurança, de
acordo com as regras que a seguir se indicam:

Todas as rondas, independente do tipo e duração, devem iniciar-se numa chave (sempre a
mesma), denominada de código e terminar ainda com a marcação dessa chave.

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Ao sair para as rondas deve:

• Deixar fechada a portaria e encerradas as cancelas eléctricas e os portões de acesso.


• Guardar e fechar os chaveiros e deixar ligada a luz exterior da portaria.
• Fazer-se acompanhar das chaves estritamente necessárias ao serviço de ronda, da
lanterna a do rádio se existir.
• Em zonas menos visíveis para o exterior (traseiras e recantos) ou mais escuras deve
procurar circular o mais possível na escuridão, sendo certo que é preferível parar um
minuto para se adaptar à falta de luz do que avançar para uma zona iluminada, desta
forma verá e não será facilmente visto.
• Deve evitar a todo o custo acender a lanterna em campo aberto, contra zonas
envidraçadas ou janelas, quando tiver necessidade de utilizar a lanterna no escuro
deve apontar à zona que necessita ver de preferência sem alargar o foco de luz, se
ligar em campo aberto, se apontar para áreas de janelas ou se a acender no escuro de
forma descuidada, informará a sua posição e a partir daí poderá ser facilmente
seguido.
• Pela mesma razão, durante as rondas não deve fumar, acender isqueiros, fósforos ou
qualquer luz que não seja estritamente necessária à fiscalização do espaço.
• Não pode usar auscultadores, pois deixa de ter capacidade para ouvir os ruídos que
surjam durante o percurso, decidindo quais os que são normais e os que necessitam
de atenção e verificação.
• Deve parar sempre que oiça um ruído, mesmo que lhe seja familiar, para certificar-se
da sua normalidade.
• Deve perante um cheiro estranho, atentar uns segundos e se tiver que acender a
lanterna, deverá eventualmente afastar-se, pois tratando-se de gás ou componente
gasoso inflamável, poderá ao liga-la provocar uma explosão.
• Ao ver algo de suspeito ou perigoso, deve agir com calma e sensatez, buscando a
solução no mais curto espaço de tempo e de modo que possa manter o ângulo de
visão da situação em causa, se tal lhe for possível.
• Não deve limitar-se a marca as chaves do circuito, uma vez que a realização duma
ronda implica a verificação de todas as áreas da instalação a rondar e não apenas os
locais onde se encontram de rondas.
• Deve dar especial atenção a todas as possibilidades de acesso à instalação, sejam
portas, portões, janelas, escadarias, terraços, etc., devendo ainda verificar com
atenção as respectivas fechaduras, chaves, cadeados, fechos, trancas, etc.
• Deve desligar tudo o que se encontra ligado, desde que tenha conhecimento de como
proceder, nunca deve desligar aquilo que não conhece, nem os equipamentos que
sabe que não podem ser desligados.
• Numa instalação com elevadores ou monta-cargas, nunca deve utiliza-los para realizar
as rondas ou chegar mais rápido a um determinado local, pois mesmo estando
acompanhado corre o risco de ficar retido e eventualmente sem hipóteses de avisar
quem o possa libertar, alem disso no silencio da instalação, o funcionamento da tais
equipamentos assinala a presença do vigilante.
• Sempre que realizar uma ronda deve deixar fechadas todas as portas por onde venha a
passar, pois se vier a encontrar uma qualquer porta aberta numa próxima ronda,

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tomará as precauções que a situação exigir. Esta situação só deve ser alertada
eventualmente de acordo com a instalação e sistemas de abertura de portas, na última
ronda altura em que as portas poderão ficar abertas.

Tipo, sequência e duração das rondas

A correcta realização das rondas implica o conhecimento perfeito das diversas técnicas de
rondas.

A partir do domínio da técnica de rondas, deverá ter-se em atenção a especificidade da


instalação quanto à importância das tarefas a desenvolver em cada momento, definindo-se em
conformidade o tipo de rondas que deverão ser efectuadas em cada momento.

Tal definição é feita no momento da realização do levantamento, em presença da situação


concreta, mas deverá merecer uma constante actualização, acompanhando as alterações que
a estrutura interna sofrer ao longo do tempo.

À partida em todas as instalações poderão ser realizados os três tipos de rondas existentes:

Ronda Implica a verificação e inspecção de toda a instalação, exterior e interiormente


detalhada e a marcação de todas as chaves de controlo de rondas. Habitualmente
ou global definem-se como rondas detalhadas, a primeira de um turno e a ultima do
mesmo turno de serviço
Ronda Poderá ser realizada a uma parte ou totalidade da instalação, mas não obriga
ordinária à picagem de todas as chaves de controlo. Trata-se de uma ronda menos
ou parcial minuciosa e visa apenas o controlo e a manutenção da normalidade.
Ronda È realizada a uma área especial ou especifica e visa normalmente verificar,
especial ou ligar ou desligar máquinas e equipamentos, abrir e/ou fechar portas, etc.
específica No percurso são marcadas as chaves existentes, em especial as que se
encontrarem instaladas junto aos equipamentos/locais a verificar.

Sequência na realização de rondas

O circuito de rondas é elaborado a partir de uma determinada disposição que apenas procura
dar uma sequencia lógica à instalação das chaves de rondas e nada mais do que isso.

Na prática da realização das rondas não tem que obedecer a qualquer sequência fixa ou
predeterminada, devendo ao contrário, evitar-se percursos que resultem duma rotina diária,
consecutiva e permanente, como forma de salvaguardar correctamente a segurança das
instalações e do próprio vigilante.

Por isso o controlo de rondas nunca refere como deverão ser feitas as rondas, limitando-se a
referir o número total de rondas a realizar, a balizar eventualmente os horários limite da sua
realização e a definir o tempo máximo e mínimo da sua duração.

Perante o quadro, parece importante reafirmar que não existem fórmulas para realizar um
qualquer ronda, pelo que cabe a cada vigilante decidir no percurso a realizar em cada nova
ronda, evitando o mais possível repetir os percursos de forma rotineira.

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Como regra especial e excepcional, será de referir que aquando da realização duma primeira
ronda detalhada, em especial quando se encontram portas exteriores abertas, será
conveniente iniciar a ronda pelo exterior, para proceder ao encerramento das instalações,
passando seguidamente ao interior.

Duração das rondas

A instalação dum circuito de ronda, implica a sua realização num determinado período mínimo
e máximo, consoante se trate de realizar rondas detalhadas ou rondas ordinárias, uma vez que
as rondas especiais obedecem apenas ao horário de execução da ronda e não ao atempo que
implica a sua realização.

Para tanto o controlo de rondas define com clareza quais são esses tempos máximos e
mínimo, de modo a sua execução resulte correcta.

No entanto por razoes justificadas e justificativas, considera-se excepções aquela regra


nomeadamente se forem registados movimentos suspeitos perante os quais o vigilante acabou
por permanecer num determinado local, detecção de ocorrências para resolução das quais o
vigilante iniciou uma qualquer acção, problemas súbitos da saúde do vigilante, etc.

Há ainda assim por referir que tais factos deverão ser excepções e não regras, por pena do
serviço de rondas estar a ser viciado por razões que serão apuradas.

Nas situações que justamente, o vigilante ficar retido para realizar uma qualquer acção que
implique a intervenção da normal realização da ronda programada, passa a ser obrigatório que
com uma periodicidade não superior a 30 minutos, marque a chave de rondas que estiver mais
próxima do local onde se encontrar, se tal for possível e não implicar perda do
acompanhamento da acção em causa.

CIRCUITO DE RONDAS - DEFINIÇÃO BASE

O circuito de rondas instalado consta de chaves de controlo, de acordo com o documento de


controlo de rondas.

A definição do tipo, sequencia e número de rondas a realizar, em cada dia por turno e os
respectivos horários limite, encontra-se claramente definido no controlo de rondas referido.

A execução das rondas deverá ter em conta as reais necessidades de segurança/vigilância das
instalações, tendo-se em atenção a vistoria, leitura e registos que os equipamentos instalados
requerem.

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FLUXOGRAMAS DE REACÇÃO

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SEGURANÇA ELECTRÓNICA

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A segurança electrónica proporciona os meios essenciais na detecção de situações anómalas,


que ocorram em instalações industriais, comerciais, residências ou edifícios públicos,
permitindo uma resposta eficaz na solução das mesmas.

A instalação, a manutenção e ligação de sistemas a uma Central Receptora de Alarmes, são os


elementos primordiais para a segurança das instalações protegidas.

Estes sistemas são utilizados em todos os sectores de actividade económica (industria,


comércio e serviços) bem como no sector de habitação (residências e apartamentos), existindo
soluções adequadas aos diversos tipos de necessidades

CONTROLO DE ACESSOS
Temos hoje disseminados um pouco por toda a parte, leitores de sistemas Ópticos Magnéticos,
Ópticos com Chip e leitores de sistemas Ópticos Indutivos (sem chip).

Estes leitores reconhecem-se bem porque todos eles, em baixo, em cima ou de lado, têm uma
ranhura por onde deve ser passado o cartão respectivo.

Quando se trata de um sistema óptico indutivo apenas, ou óptico com chip, o leitor não
necessita de ranhura pois é suficiente aproximar o cartão do leitor e a porta abre ou o
torniquete avança, como por exemplo, no Metro

As organizações alargaram todo o tipo de leitores e cartões para a gestão de salários e de


ponto, sempre que isso foi possível e subsequentemente, o controlo informatizado de
entradas e saídas de viaturas:

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Todos estes sistemas utilizam um software específico e existe alguém que o trata num
terminal de computador, bem como a toda a informação que deve ser corrigida antes de ser
dada como certa para outros sectores da empresa.

A tecnologia avança e são construídos e aperfeiçoados os leitores, geralmente chamados de


BIO.

Estes equipamentos podem ler os pontos da impressão digital do dedo, da mão toda ou ainda,
os pontos de identificação da íris, após os terem recolhido na base de dados do seu software
para os comparar.

DETECÇÃO DE OBJECTOS
São equipamentos muito conhecidos nos aeroportos pelos quais se passa antes de embarcar e
geralmente chamados de pórticos.

Funcionam de forma independente do controlo de acessos clássico e o seu funcionamento é


muito simples e bem localizado.

O que acontece é que ao passar com um objecto metálico com determinada densidade pelo
painel (pórtico), esta densidade é ampliada pela bobine primária que faz chegar essa indução à
outra bobine, motivando um contacto que significa no caso, objecto não autorizado.

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Existem também detectores portáteis de objectos de tamanho reduzido cujo funcionamento é


idêntico, igualmente para buscas em pessoas ou viaturas, os quais podem ter vários aspectos.

DETECTORES DE ETIQUETAS
Muito utilizados em grandes espaços e lojas com artigos de luxo.

São compostos por um Painel e Etiquetas de vários modelos, podendo estas ser plásticas de
aplicação com aparelho próprio, serem plastificadas e coladas nos produtos, de fita aplicada
em caixa específica, com código de barras à vista mas por baixo ser etiqueta de segurança ou
ainda, de etiqueta escondida dentro da embalagem.

DETECÇÃO DE EXPLOSIVOS
Existem no mercado vários modelos de portais detectores para explosivos os quais, em alguns
casos fazem igualmente a detecção de estupefacientes.

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O funcionamento destes equipamentos sem entrar no campo da explicação


técnica/electrónica, é bastante simples.

Um portal (ou pórtico) funciona por aspiração ou seja, se uma pessoa tiver estado em contacto
com explosivos ou drogas e algumas partículas possam ter ficado agarradas à sua roupa ou
pele, mesmo as que não se conseguem ver, quando a pessoa está na passagem do portal
recebe uma suave ventilação que vai transportar qualquer tipo de partículas para a parede
oposta onde entram e são analisadas de imediato.

Nos detectores portáteis é aspirado (Tipo aspirador portátil) todo e qualquer resíduo

No seu interior são imediatamente analisados os vapores recebidos, coisa que o ser humano
não poderia fazer devido à alta sensibilidade do aparelho.

Um display na parte superior dá aviso imediato de situação irregular.

DETECÇÃO DE INTRUSÃO
Os sistemas de detecção automática de intrusão, visam essencialmente:

❖ Protecção contra roubos e intrusos, garantindo assim a protecção de pessoas e bens.

❖ Possibilitam a protecção selectiva das diversas áreas das instalações.

❖ Permitem o acesso às diversas funções por hierarquia de códigos.

❖ Podem estar ligados, através de linha telefónica a centrais receptoras de alarme, que
exploraram e gerem os sistemas de intrusão.

Vulgarmente chamados de ALARMES são sistemas que visam uma atitude preventiva e
dissuasora os quais, pela sua actuação efectiva detectam e sinalizam a violação das condições
de segurança pré-estabelecidas.

Existem no mercado muitos modelos de Unidades de Controlo e Teclados e algumas delas,


fazem a detecção em simultâneo de Intrusão e de Fogo e podem estar ligadas ainda a centrais
remotas de monitorização que por sua vez podem efectuar ligações a Bombeiros ou PSP/GNR.

A instalação de um sistema de detecção de intrusão tem legislação própria, bem como o ruído
possível para o exterior e o tempo em que este é permitido tocar ininterruptamente. (90
decibéis e 15 minutos, respectivamente).

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DETECTORES ELECTROMECÂNICOS

O detector electromecânico simples que ainda perdura é o interruptor


magnético do qual, se apresentam os exemplos seguintes para portas e
portões:

É um detector seguro.

O interruptor magnético propriamente dito é montado na ombreira e o íman


permanece na porta (ou portão).

Funcionamento:

Enquanto a porta estiver fechada o circuito magnético mantém o circuito


eléctrico fechado; quando a porta é aberta o circuito magnético é interrompido e o alarme
dispara.

INFRA-VERMELHOS

Os detectores de INFRA-VERMELHOS PASSIVOS detectam o movimento.

Estes detectores possuem umas lentes especiais sobrepostas chamadas


FRESNEL as quais reagem à radiação infra-vermelha ou seja, à luz invisível
derivada do calor emitido pelo corpo de uma pessoa ou animal de sangue
quente.

Na realidade estes detectores compõem-se de vários detectores montados


no seu interior, de modo a que tenham uma abrangência de detecção ampla
e possam ser ajustados para uma melhor sensibilidade. Na gíria diz-se “ abrir
o leque”.

Não actuam se houver oscilações de temperatura na zona mas se o detector


receber uma radiação semelhante à do corpo humano e esta se
movimentar, fará disparar o sistema. (Um exemplo desta radiação para o detector, será quase
do mesmo tipo, da radiação da estrada em dia de calor para os nossos olhos).

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DETECTORES ULTRASÓNICOS

Nesta categoria encontra-se um determinado detector muito


utilizado em grandes espaços para a protecção de grandes montras O
DETECTOR DE ESTILHAÇAMENTO DE VIDRO

É um detector ultra-sónico atípico ou seja, não emite. Apenas recebe


ultra-sons derivados da fractura do vidro, ao partir, ou seja, quando o
vidro racha ou quebra, antes de tilintar.

Cobre grandes áreas e tem uma enorme sensibilidade, devendo ser


colocado a meio de um corredor público de um centro comercial ou
dentro de uma loja com muitas montras.

DETECTORES ULTRASÓNICOS NORMALIZADOS.

Estes detectores utilizam feixes de energia ultrasónica para detectar a presença de um intruso.

Como a energia ultra sónica não pode ser ouvida, não pode ser vista
nem sentida, estes detectores têm a vantagem de não serem
descobertos facilmente.

O seu funcionamento explicado de forma simplista é muito breve, ou


seja: o detector emite ondas sonoras com efeito do tipo balão, que
enchem a sala, tocam nos objectos e paredes regressando ao detector
onde são lidas e analisadas.

Se houver alguma diferença de reflexão após a estabilização inicial, o


sistema dispara.

DETECTORES DE CABO TELEFÓNICO

Consistem em cabo e pastilhas microfónicas (tipo microfone) colocadas em distâncias


regulares, aplicadas em vedações, à volta das mesmas, sendo que, cada lanço corresponde a
uma zona de disparo imediato fazendo-se assim um tipo de protecção ao perímetro.

Neste caso existem, estrategicamente colocados, analisadores de ruído que fazem chegar a
informação à unidade de controlo, quando a vedação é mexida ou abanada a partir de
determinada força

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CCTV- CURTO CIRCUITO DE TV


Trata-se de um sistema que proporciona a vigilância de zonas críticas, em princípio,
possibilitando a uma única pessoa vigiar toda uma empresa.

Existem os sistemas mais simples denominados KIT de Vigilância, compostos de um Monitor e


uma Câmera, ligados através de cabo coaxial.

• Exemplo:

Existem sistemas que são inicialmente modestos no seu equipamento, são compostos de dois
ou três Monitores: um de sequência; um de chamada; e um de alarme se houver um sistema
de anti-intrusão, e são ligados a uma série de 01 a 06/08 câmeras, colocadas em locais
estratégicos e ainda um Sequenciador de Imagem.

Aparecem igualmente no mercado câmeras de vários tamanhos e lentes, como algumas do


exemplo seguinte:

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MONITORES

Informação de existência de vídeo vigilância

DETECÇÃO DE INCÊNDIOS
Um Sistema de Detecção de Incêndios é um sistema fixo de funcionamento permanente,
adaptado ao local que visa proteger.

SÃO MEIOS DE INFORMAÇÃO DE FOGO

As luzes repetidoras de cor encarnada que são colocadas no cimo das portas pelo lado de fora
e acendem, se houver alguma detecção interna.

As botoneiras, que são colocadas em locais estratégicos e servem para ser pressionadas por
qualquer pessoa que detecte o incêndio e possa dar o aviso.

Os meios sonoros que podem ser do tipo Sirene Electrónica ou Campainha e que são
despoletados pelo retorno da informação da Unidade de Controlo, após a confirmação.

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OS DETECTORES DE INCÊNDIO

Os Detectores de Incêndio servem para informar de ameaças de fogo possíveis, ameaças de


fogo em curso ou ainda, de ameaças reais de fogo.

Os DETECTORES IÓNICOS são de informação. A sua função é cheirar os gases com


concentrações elevadas no ar e dar aviso dessa ameaça.

Os DETECTORES ÓPTICOS DE FUMOS são de informação. A sua função é ver as concentrações


elevadas de fumo no ar e dar aviso dessa ameaça.

Os DETECTORES ÓPTICOS DE CHAMA OU DE TEMPERATURA FIXA são de confirmação. Eles


reagem a uma determinada temperatura anteriormente fixada e confirmam o risco de
incêndio.

Os DETECTORES ÓPTICOS TERMOVELOCIMÉTRICOS são de confirmação. Eles reagem a


elevações bruscas de temperatura e confirmam o risco de incêndio.

Os DETECTORES MULTI-FUNÇÕES podem efectuar duas ou três destas acções num só


equipamento.

Exemplos de detectores:

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A Unidade de Controlo lê a informação enviada pelos detectores e faz actuar o sistema anti-
fogo.

Basicamente a Unidade de Controlo é uma caixa onde se encontra um circuito electrónico


impresso (Placa de Controlo) onde estão acopladas as placas de zonas, a fonte de alimentação,
as saídas de circuitos para a detecção e meios sonoros, tendo ainda uma bateria de
emergência.

Algumas Unidades de Controlo de Fogo estão preparadas para efectuar igualmente a detecção
de intrusão.

Uma Unidade de Controlo pode utilizar detectores de Informação ou de Confirmação ou


ainda, todos ao mesmo tempo.

Uma Unidade de Controlo pode estar ligada aos Bombeiros, a uma Central de Controlo interna
ou externa, à PSP, ao cliente ou a todos ao mesmo tempo.

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RELATÓRIOS E REGISTOS

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O vigilante ao serviço numa portaria dispõe de um conjunto de material de expediente diário,


essencial ao seu desempenho diário, que deve manusear, utilizando sempre com o fim a que o
mesmo se destina.

Todas as ocorrências verificadas em cada período de vigilância serão registadas em relatório


diário elaborado pelos vigilantes e enviado directamente para o cliente, com cópia para a
empresa de segurança.

As deficiências verificadas nas instalações e que constituam grave risco quanto à segurança
das pessoas ou instalações, serão comunicadas telefonicamente para as pessoas indicadas
para o efeito e elaborado relatório diário enquanto as condições se mantiverem.

As deficiências de instalações que não constituam perigo imediato de segurança serão objecto
de relatório descritivo das ocorrências verificadas e acções tomadas. È obrigatória a
elaboração de um relatório para cada período de vigilância. No caso de não haver ocorrências
a comunicar, será usada a expressão: “sem ocorrências”

As anotações horárias usadas nos relatórios serão baseadas no sistema de relógio de 24 horas.
Assim sendo, considera-se que para todos os efeitos de anotação de horários, meia-noite
como vinte e quatro horas (24h00), um minuto depois da meia-noite, zero horas e um minuto
(00h01).

Todo o documento que tenha que ser preenchido ou elaborado, tem de ser feito
cuidadosamente, sem erros ou rasuras e de forma clara e precisa. Um dos meios de
informação, de registo e defesa da actividade diária do vigilante é o relatório de ocorrências,
para registo de anomalias, irregularidades, avarias, deficiências, etc.

Os vários relatórios devem ser sempre preenchidos com exactidão, referindo somente os
factos e não utilizando nos mesmos, de expressões ou opiniões pessoais que afectarão a
análise posterior, por parte de que os recebe.

Ao preencher um relatório, o vigilante deve ter presente que dependendo do tipo de registo
que produza, este por qualquer circunstância, pode ter de ser um dia, utilizado como prova em
tribunal ou fora dele.

Ao preencher um relatório descrevendo uma ocorrência, não devemos introduzir dados que
não se tenham verificado, devemos ser exactos nas datas/horas/minutos, no número de
envolvidos, nos respectivos nomes e unicamente nos factos ocorridos.

Um relatório de ocorrências, para que seja elaborado correctamente deverá reunir os


seguintes aspectos fundamentais:

• Clareza (linguagem simples e correcta).


• Objectividade (preciso e correcto).
• Conciso (resumido).
• Exactidão (verdadeiro e sem deformar os factos).

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Se o relatório de ocorrências for preenchido de acordo com estes aspectos fundamentais,


estamos a dar uma informação escrita ao destinatário, de uma forma cuidada, que lhe permite
mais facilmente ser conhecedor da realidade dos factos.

Igualmente, todos os factos, mesmo aqueles que nos pareçam de menor importância, devem
ser relatados, pois apesar de não os valorizarmos significativamente, os mesmos podem ser
de primordial importância para outros, e originarem problemas de enorme gravidade.

O vigilante não deve esquecer nunca que um relatório não é um discurso ou uma
composição, mas sim um instrumento de trabalho diário, devendo evitar todas as palavras
ou frases acessórias, bem como não deve exprimir comentários ou criticas pessoais.

Mesmo que os clientes prescindam ou recusem o “relatório de ocorrências” ou o “relatório de


vigilância”, o registo de ocorrências far-se-á num destes impressos ou na comunicação interna
fornecida pelo cliente para esse efeito. Não esquecer, que os relatórios são confidenciais e que
como documento de serviço, há que manter o mesmo em bom estado e devidamente
arquivado.

Como?

Quando?
Onde?

Porque? Quem?

O Quê?

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OCORRÊNCIA
Imagine que hoje pelas 14h30m encontrava-se a fazer serviço numa portaria de controlo de
entrada e saída de mercadorias de uma fábrica de componentes informáticos.

Por essa hora não havia muito movimento, mas encontrava-se uma carrinha branca de marca
Ford Fiesta parada junto a uma porta de emergência com o condutor no seu interior.

Visto este ser um local de estacionamento proibido você desloca-se junto do condutor e
informa-o que ele não poderia permanecer naquele local.

No decorrer da conversa você olha para a porta de emergência e vê que a mesma está aberta
e resolve ver o que se passa.

Quando se encontra junto à porta, aparece um funcionário do cliente chamado Jeremias com
varias caixas debaixo do braço e este ao perceber a sua presença saúda-o dizendo “Olá tudo
bem?” e atira as caixas para dentro da carrinha tentando dar uma explicação do tipo “Fique
descansado que não se passa nada”

Como reparou que o funcionário ficou atrapalhado com a sua presença resolve chamar o Sr.
Antunes que era o responsável do departamento de forma a poderem em conjunto verificar se
existia alguma situação anómala.

Após a chegada do Sr. Antunes que se encontrava ali próximo verificaram o conteúdo das
caixas e constataram que no seu interior estava material informático produzido naquela
instalação.

O Sr. Antunes então perguntou ao Sr. Jeremias para que era aquele material e o porquê de o
estar a trazer para fora das instalações pela porta de emergência e para uma carrinha estranha
à empresa.

Perante isto o Sr. Jeremias assumiu que pretendia furtar aquele material.

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CONFIDENCIAL
RELATÓRIO DE
OCORRÊNCIAS DATA: 10/09/20 HORA: 14H 30M

PARA: Exmo. Sr. Director RECEBIDO EM RUBRICA:


_____/_____/_____

DESCRIÇÃO ANÁLISE DA
Exmo sr; OCORRENCIA

Venho por este meio informar vossa exº, que no dia de 10/09/2009, pelas 14h e 30m, no decorrer do
meu turno de serviço, enquanto exercia o meu serviço de controlo de viaturas, junta da portaria de
mercadorias, detectei que a viatura de marca Ford Fiesta, com a matricula ww-00-00, da empresa,
transportes AS lda, encontrava-se estacionada num local de estacionamento proibido Visto esta
encontrar-se em frente à saída de emergência.

De imediato desloquei-me junta da mesma para informar o motorista da referida viatura para o facto
de não poder estar estacionado junto daquelas saídas.

Ao chegar junto da viatura pode observar que a porta de emergência encontrava-se aberta e que saia
do interior das instalações o sr Jeremias com varias caixas debaixo do braço.

O Sr. Jeremias ao ver-me aproximar atirou as caixas para o interior da viatura que se encontrava
parada junto á porta e com um ar atrapalhado disse e cito “olá, tudo bem? Esteja descansado que não
se passa nada”.
Perante esta situação e como os argumentos do sr Jeremias não foram convincentes, de imediato
chamei o s rAntunes, chefe de secção que tomou conhecimento da situação.

Mais informo que através de um questionário feito pelo sr Antunes ao sr Jeremias, foi possível
determinar que as referidas caixas seriam de material furtado do interior das instalações e que iriam
ser transportadas para o exterior pela já referida viatura.

Atentamente, dou conhecimento a vossa exº


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LEGISLAÇÃO BASE DA SEGURANÇA PRIVADA

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DECRETO-LEI Nº 35 / 2004 DE 21 DE FEVEREIRO (REGULAMENTA A ACTIVIDADE)

A actividade de segurança privada tem vindo a assumir uma inegável importância em Portugal, quer na protecção
de pessoas e bens quer na prevenção e dissuasão da prática de actos ilícitos.

A experiência adquirida e consolidada nos últimos anos, a recente jurisprudência do Tribunal Constitucional e a
necessidade de adaptação da legislação ao direito comunitário foram determinantes para a aprovação do actual
diploma.

No presente normativo mantêm-se sem alteração os princípios definidores do exercício desta actividade,
concretamente a prossecução do interesse público e a complementaridade e a subsidiariedade face às
competências desempenhadas pelas forças e serviços de segurança.

No entanto, verifica-se uma clara evolução do regime ora aprovado face ao Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho.

Clarifica-se o objecto da actividade de segurança privada, distinguindo-se a prestação de serviços a terceiros e a


organização interna de serviços de segurança privada.

Do mesmo passo, estabelecem-se condições distintas para a obtenção da respectiva autorização.

Concretizam-se as funções a desempenhar pelo pessoal de vigilância, consagrando-se, pela primeira vez, a
faculdade de os vigilantes de segurança privada poderem efectuar revistas de prevenção e segurança no controlo
de acessos a determinados locais.

Esta nova modalidade de revista tem como estrito objectivo impedir a introdução de artigos proibidos ou
potencialmente perigosos em locais de acesso condicionado ao público, pelo que não se confunde nem visa os
objectivos de obtenção de prova da prática de ilícito criminal previstos na legislação processual penal.

Ainda neste âmbito, importa realçar que os vigilantes de segurança privada não têm poderes para efectuar
apreensão de quaisquer objectos ou efectuar detenções.

Noutra vertente, e com o objectivo de aumentar a eficácia da actuação das empresas e o nível de preparação e
treino do pessoal de vigilância, introduz-se a possibilidade de as entidades que exercem a actividade de segurança
privada poderem ser obrigadas a dispor de um director de segurança, nos termos e condições a fixar em
regulamentação própria.

Por outro lado, o director de segurança bem como os formadores de segurança privada vão dispor de formação
específica especialmente dirigida à obtenção dos conhecimentos teóricos e práticos necessários para que o pessoal
de vigilância desempenhe cabalmente as suas funções.

Paralelamente, redefinem-se os requisitos gerais e específicos dos intervenientes na actividade de segurança


privada, garantindo-se a clara separação entre fiscalizador e fiscalizado e impedindo-se o exercício de determinadas
funções a quem tiver sido condenado por um determinado número de infracções muito graves no exercício da
actividade ou a quem tiver sido sancionado com pena de separação de serviço ou pena de natureza expulsiva das
Forças Armadas, dos serviços que integram o Sistema de Informações da República ou das forças e serviços de
segurança.

No que se refere ao cartão profissional, é alterada a filosofia subjacente à sua emissão, quer quanto à entidade
emissora quer quanto ao prazo da respectiva validade quer ainda quanto às condições da respectiva renovação
criando uma maior dignificação da profissão e permitindo a verificação das qualidades pessoais do vigilante.

Procurou-se também reduzir as obrigações de carácter eminentemente burocrático, mantendo-se, contudo, um


controlo rigoroso do exercício desta actividade indissociavelmente ligada à prossecução do interesse público.

Quanto à composição do Conselho de Segurança Privada, considerou-se oportuno introduzir como membros não
permanentes o Banco de Portugal e um representante das entidades que são obrigadas a dispor de um sistema de
segurança, permitindo a sua convocação quando as matérias objecto de consulta se revistam de interesse para este
sector.

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Paralelamente, e por se considerar que o Decreto-Lei nº 298/79, de 17 de Agosto, que regula a segurança específica
das instituições de crédito, se encontra desajustado da nova realidade bancária, bem como por se entender que os
sistemas de segurança específicos que vierem a ser adoptados ao abrigo do presente diploma, via regulamentação
própria, permitem garantir a segurança física naquelas instituições, é revogada, em conformidade, aquela
legislação. O presente diploma procede ainda a uma revisão do regime sancionatório.

Foram ouvidos a Comissão Nacional de Protecção de Dados, o Instituto de Reinserção Social, os representantes das
empresas de segurança e dos trabalhadores e os restantes membros do Conselho de Segurança Privada.

Assim:

No uso da autorização legislativa concedida pela Lei nº 29/2003, de 22 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e b)
do nº 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 1º

OBJECTO

1 — O presente diploma regula o exercício da actividade de segurança privada.

2 — A actividade de segurança privada só pode ser exercida nos termos do presente diploma e de regulamentação
complementar e tem uma função subsidiária e complementar da actividade das forças e dos serviços de segurança
pública do Estado.

3 — Para efeitos do presente diploma, considera-se actividade de segurança privada:

a) A prestação de serviços a terceiros por entidades privadas com vista à protecção de pessoas e bens, bem como à
prevenção da prática de crimes;

b) A organização, por quaisquer entidades e em proveito próprio, de serviços de auto protecção, com vista à
protecção de pessoas e bens, bem como à prevenção da prática de crimes.

ARTIGO 2º

SERVIÇOS DE SEGURANÇA PRIVADA

1 — A actividade de segurança privada compreende os seguintes serviços:

a) A vigilância de bens móveis e imóveis e o controlo de entrada, presença e saída de pessoas, bem como a
prevenção da entrada de armas, substâncias e artigos de uso e porte proibidos ou susceptíveis de provocar actos de
violência no interior de edifícios ou locais de acesso vedado ou condicionado ao público, designadamente
estabelecimentos, certames, espectáculos e convenções;

b) A protecção pessoal, sem prejuízo das competências exclusivas atribuídas às forças de segurança;

c) A exploração e a gestão de centrais de recepção e monitorização de alarmes;

d) O transporte, a guarda, o tratamento e a distribuição de valores.

2 — A prestação dos serviços previstos no número anterior obriga as entidades de segurança privada a possuírem
instalações e meios materiais e humanos adequados ao exercício da sua actividade, cujos requisitos mínimos e
regime sancionatório são definidos por portaria do Ministro da Administração Interna, sem prejuízo do estabelecido
no presente diploma.

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ARTIGO 3º

ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE AUTO-PROTECÇÃO

1 — Os serviços de auto-protecção referidos na alínea b) do nº 3 do artigo 1.o devem ser organizados com recurso
exclusivo a trabalhadores vinculados por contrato individual de trabalho com entidade titular da respectiva licença.

2 — Os serviços de auto-protecção previstos no número anterior podem ser complementados com o recurso à
prestação de serviços de entidades titulares de alvará adequado para o efeito.

ARTIGO 4º

OBRIGATORIEDADE DE ADOPÇÃO DE SISTEMA DE SEGURANÇA PRIVADA

1 — O Banco de Portugal, as instituições de crédito e as sociedades financeiras são obrigados a adoptar um sistema
de segurança em conformidade com o disposto no presente diploma.

2 — As instituições de crédito e as sociedades financeiras podem ser obrigadas a adoptar meios de segurança
específicos estabelecidos em portaria do Ministro da Administração Interna.

3 — Os estabelecimentos de restauração e de bebidas que disponham de salas ou de espaços destinados a dança


ou onde habitualmente se dance, nomeadamente os recintos de diversão, bares, discotecas e boîtes, são obrigados
a dispor de um sistema de segurança no espaço físico onde é exercida a actividade nos termos e condições fixados
em legislação própria.

4 — A realização de espectáculos em recintos desportivos depende, nos termos e condições fixados por portaria
conjunta do Ministro da Administração Interna e do membro do Governo que tutela a área do desporto, do
cumprimento da obrigação de disporem de um sistema de segurança que inclua assistentes de recinto desportivo e
demais meios de vigilância previstos no presente diploma.

5 — Os responsáveis pelos espaços de acesso condicionado ao público que, pelas suas características, possam ser
considerados de elevado risco de segurança podem ser obrigados a adoptar um sistema de segurança nos termos e
condições a aprovar por despacho do Ministro da Administração Interna.

6 — Os sistemas de segurança a adoptar nos termos dos números anteriores, sem prejuízo de outras disposições
legais e regulamentares aplicáveis, obedecem às normas do presente diploma, designadamente quanto ao regime
fiscalizador e sancionatório.

ARTIGO 5º

PROIBIÇÕES

É proibido, no exercício da actividade de segurança privada:

a) A prática de actividades que tenham por objecto a prossecução de objectivos ou o desempenho de funções
correspondentes a competências exclusivas das autoridades judiciárias ou policiais;

b) Ameaçar, inibir ou restringir o exercício de direitos, liberdades e garantias ou outros direitos fundamentais, sem
prejuízo do estabelecido nos nºs 5 e 6 do artigo seguinte;

c) A protecção de bens, serviços ou pessoas envolvidas em actividades ilícitas.

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CAPÍTULO II

PESSOAL E MEIOS DE SEGURANÇA PRIVADA

SECÇÃO I

PESSOAL DE SEGURANÇA PRIVADA

ARTIGO 6º

PESSOAL E FUNÇÕES DE VIGILÂNCIA

1 — Para os efeitos do presente diploma, considera-se pessoal de vigilância os indivíduos vinculados por contrato
de trabalho às entidades titulares de alvará ou de licença habilitados a exercerem funções de vigilante, de
protecção pessoal ou de assistente de recinto desportivo.

2 — Os vigilantes de segurança privada exercem, entre outras, as seguintes funções:

a) Vigiar e proteger pessoas e bens em locais de acesso vedado ou condicionado ao público, bem como prevenir a
prática de crimes;

b) Controlar a entrada, presença e saída de pessoas nos locais de acesso vedado ou condicionado ao público;

c) Efectuar o transporte, o tratamento e a distribuição de valores;

d) Operar as centrais de recepção e monitorização de alarme.

3 — As diversas categorias de vigilantes de segurança privada, designadamente coordenador de segurança,


segurança, porteiro, entre outros, o seu modelo de cartão identificativo, funções, meios, formação e outros
requisitos necessários, bem como as taxas respectivas, são definidas por portaria do membro do Governo
responsável pela área da administração interna.

4 — A função de protecção pessoal é desempenhada por vigilantes especializados e compreende o


acompanhamento de pessoas para a sua defesa e protecção.

5 — Os assistentes de recinto desportivo são vigilantes especializados que desempenham funções de segurança e
protecção de pessoas e bens em recintos desportivos e anéis de segurança, nos termos previstos em portaria do
Ministro da Administração Interna e do membro do Governo que tutela a área do desporto

6 — Os assistentes de recinto desportivo, no controlo de acesso aos recintos desportivos, podem efectuar revistas
pessoais de prevenção e segurança com o estrito objectivo de impedir a entrada de objectos e substâncias proibidas
ou susceptíveis de gerar ou possibilitar actos de violência, podendo, para o efeito, recorrer ao uso de raquetes de
detecção de metais e de explosivos.

7 — Mediante autorização expressa do membro do Governo responsável pela área da administração interna e por
um período delimitado no tempo, o pessoal de vigilância devidamente qualificado para o exercício de funções de
controlo de acesso a instalações aeroportuárias e portuárias, bem como a outros locais de acesso vedado ou
condicionado ao público que justifiquem protecção reforçada, podem efectuar revistas pessoais e buscas de
prevenção e segurança, utilizando meios técnicos adequados, designadamente raquetes de detecção de metais e de
explosivos, bem como equipamentos de inspecção não intrusiva de bagagem, com o estrito objectivo de detectar e
impedir a entrada de pessoas ou objectos proibidos e substâncias proibidas ou susceptíveis de gerar ou possibilitar
actos que ponham em causa a segurança de pessoas e bens.

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ARTIGO 7º

DIRECTOR DE SEGURANÇA

1 — As entidades que prestem serviços de segurança ou organizem serviços de auto-protecção podem ser
obrigadas a dispor de um director de segurança, nas condições previstas em portaria do Ministro da Administração
Interna.

2 — O director de segurança tem como funções ser responsável pela preparação, treino e actuação do pessoal de
vigilância.

ARTIGO 8º

REQUISITOS E INCOMPATIBILIDADES PARA O EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE SEGURANÇA PRIVADA

1 — Os administradores ou gerentes de sociedades que exerçam a actividade de segurança privada devem


preencher permanente e cumulativamente os seguintes requisitos:

a) Ser cidadão português, de um Estado membro da União Europeia, de um Estado parte do Acordo sobre o Espaço
Económico Europeu ou, em condições de reciprocidade, de um Estado de língua oficial portuguesa;

b) Possuir a escolaridade obrigatória;

c) Possuir plena capacidade civil;

d) Não ter sido condenado, por sentença transitada em julgado, pela prática de crime doloso contra a vida, a
integridade física ou a reserva da vida privada, contra o património, de falsificação, contra a segurança das
telecomunicações, contra a ordem e tranquilidade públicas, de resistência ou desobediência à autoridade pública,
de detenção ilegal de armas ou por qualquer outro crime doloso punível com pena de prisão superior a 3 anos, sem
prejuízo da reabilitação judicial;

e) Não exercer, nem ter exercido, as funções de gerente ou administrador de sociedade de segurança privada
condenada, por decisão transitada em julgado, pela prática de três contra-ordenações muito graves no exercício
dessa actividade nos três anos precedentes;

f) Não exercer, nem ter exercido, a qualquer título, cargo ou função de fiscalização do exercício da actividade de
segurança privada nos três anos precedentes;

g) Não ter sido sancionado, por decisão transitada em julgado, com a pena de separação de serviço ou pena de
natureza expulsiva das Forças Armadas, dos serviços que integram o Sistema de Informações da República ou das
forças e serviços de segurança.

2 — O responsável pelos serviços de auto-protecção e o pessoal de vigilância devem preencher permanente e


cumulativamente os requisitos previstos nas alíneas a) a d), f) e g) do número anterior.

3 — O director de segurança deve preencher permanente e cumulativamente os requisitos previstos nas alíneas a),
c), d), f) e g) do nº 1, bem como ter concluído o ensino secundário.

4 — Os formadores de segurança privada devem preencher permanente e cumulativamente os requisitos previstos


nas alíneas c) e e) do nº 1, bem como terem concluído o ensino secundário.

5 — São requisitos específicos de admissão e permanência na profissão do pessoal de vigilância:

a) Possuir a robustez física e o perfil psicológico necessários para o exercício das suas funções, comprovados por
ficha de aptidão, acompanhada de exame psicológico obrigatório, emitida por médico do trabalho, nos termos da
legislação em vigor, ou comprovados por ficha de aptidão ou exame equivalente efectuado noutro Estado membro
da União Europeia;

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b) Ter frequentado, com aproveitamento, cursos de formação nos termos estabelecidos no artigo 9.o, ou cursos
idênticos ministrados e reconhecidos noutro Estado membro da União Europeia.

6 — Os nacionais de outro Estado membro da União Europeia legalmente habilitados e autorizados a exercer a
actividade de segurança privada nesse Estado podem desempenhar essas funções em Portugal nos termos
estabelecidos no presente diploma desde que demonstrem que foram cumpridos os seguintes requisitos:

a) Para desempenhar as funções de director de segurança, os requisitos previstos nos nº 3 e 7;

b) Para desempenhar as funções de responsável pela auto-protecção, o requisito previsto no nº 2;

c) Para desempenhar as funções de vigilância, de protecção pessoal ou de assistente de recinto, os requisitos


previstos nos nº 2 e 5.

7—É requisito específico de admissão e permanência na profissão de director de, segurança a frequência de cursos
de conteúdo programático com aproveitamento, e duração fixados em portaria do Ministro da Administração
Interna ou de cursos equivalentes ministrados e reconhecidos noutro Estado membro da União Europeia.

ARTIGO 9º

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

1 — A formação profissional do pessoal de vigilância bem como as respectivas especialidades e cursos de


actualização podem ser ministrados por entidades que sejam titulares de alvará ou por entidades especializadas,
autorizadas nos termos do presente diploma e em regulamentação especial.

2 — A definição do conteúdo e duração dos cursos referidos no número anterior, assim como os requisitos do
respectivo corpo docente, consta de portaria conjunta dos Ministros da Administração Interna e da Segurança
Social e do Trabalho e, no caso dos assistentes de recinto desportivo, de portaria conjunta dos Ministros da
Administração Interna e da Segurança Social e do Trabalho e do membro do Governo que tutela a área do desporto.

3 — As entidades não inseridas no sistema nacional de ensino que pretendam ministrar a formação prevista nos
números anteriores devem, para o efeito, ser autorizadas nos termos a definir em portaria própria a aprovar pelo
Ministro da Administração Interna.

4 — A elaboração, a realização e a fiscalização de exames, bem como a respectiva avaliação dos candidatos à
protecção pessoal, competem às forças de segurança, nos termos de portaria a aprovar pelo Ministro da
Administração Interna na qual se prevê o pagamento a efectuar a essas forças.

5—Os formadores de segurança privada devem frequentar, com aproveitamento, um curso de conteúdo
programático e duração fixados em portaria do Ministro da Administração Interna ou cursos equivalentes
ministrados e reconhecidos noutro Estado membro da União Europeia.

ARTIGO 10º

CARTÃO PROFISSIONAL

1 — Para o exercício das suas funções, o pessoal de vigilância deve ser titular de cartão profissional emitido pela
Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, válido pelo prazo de cinco anos e susceptível de renovação
por iguais períodos de tempo

2 — O cartão profissional é emitido, nos termos do número anterior, a nacionais de outro Estado membro da União
Europeia que possuam os requisitos enunciados no artigo 8.o ou que comprovem reunir tais requisitos, de acordo
com os controlos e verificações efectuados no Estado de origem.

3 — A renovação do cartão profissional implica a frequência de um curso de actualização ministrado nos termos e
pelas entidades referidas no artigo anterior, ou de um curso equivalente ministrado e reconhecido noutro Estado
membro da União Europeia, bem como a comprovação do requisito previsto na alínea d) do nº 1 do artigo 8.

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4 — Os modelos dos cartões profissionais do pessoal de vigilância referidos no nº 1 são aprovados por portaria do
Ministro da Administração Interna.

ARTIGO 11º

ELEMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO

1 — O pessoal de vigilância, quando no exercício das funções previstas nas alíneas a), c) e d) do artigo 2, deve
obrigatoriamente usar:

a) Uniforme;

b) Cartão profissional aposto visivelmente.

2 — O pessoal de vigilância, quando exerça funções de assistente de recinto desportivo, deve obrigatoriamente usar
sobreveste de identificação onde conste de forma perfeitamente visível a palavra «Assistente», com as
características fixadas em portaria do Ministro da Administração Interna, sendo, neste caso, dispensável a aposição
visível do cartão profissional, de que obrigatoriamente é portador.

3 — A entidade patronal deve desenvolver todos os esforços para que os seus trabalhadores cumpram
integralmente os requisitos previstos no nº 1.

SECÇÃO II

MEIOS DE SEGURANÇA

ARTIGO 12º

CONTACTO PERMANENTE

As entidades titulares de alvará devem assegurar a presença permanente nas suas instalações de pessoal que
garanta o contacto, a todo o tempo, através de rádio ou outro meio de comunicação idóneo, com o pessoal de
vigilância, os utilizadores dos serviços e as forças de segurança.

ARTIGO 13º

MEIOS DE VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA

1 — As entidades titulares de alvará ou de licença para o exercício dos serviços estabelecidos nas alíneas a), c) e d)
do artigo 2.o podem utilizar equipamentos electrónicos de vigilância com o objectivo de proteger pessoas e bens
desde que sejam ressalvados os direitos e interesses constitucionalmente protegidos.

2 — A gravação de imagens e som feita por entidades de segurança privada ou serviços de auto-protecção, no
exercício da sua actividade, através de equipamentos electrónicos de vigilância deve ser conservada pelo prazo de
30 dias, findo o qual será destruída, só podendo ser utilizada nos termos da legislação processual penal.

3 — Nos lugares objecto de vigilância com recurso aos meios previstos nos números anteriores é obrigatória a
afixação em local bem visível de um aviso com os seguintes dizeres, consoante o caso, «Para sua protecção, este
lugar encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de televisão» ou «Para sua protecção, este lugar encontra-
se sob vigilância de um circuito fechado de televisão, procedendo-se à gravação de imagem e som», seguido de
símbolo identificativo.

4 — A autorização para a utilização dos meios de vigilância electrónica nos termos do presente diploma não
prejudica a aplicação do regime geral em matéria de protecção de dados previsto na Lei nº 67/98, de26 de Outubro,
designadamente em matéria de direito de acesso, informação, oposição de titulares e regime sancionatório.

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ARTIGO 14º

PORTE DE ARMA

1 — O pessoal de vigilância está sujeito ao regime geral de uso e porte de arma, podendo recorrer,
designadamente, a aerossóis e armas eléctricas, meios de defesa não letais da classe E, nos termos da Lei n.º
5/2006, de 23 de Fevereiro.

2 — Em serviço, o porte de arma só é permitido se autorizado por escrito pela entidade patronal, podendo a
autorização ser revogada a todo o tempo.

3 — A autorização prevista no número anterior é anual e expressamente renovável.

4 — A autorização prevista no n.º 2 é comunicada no mais curto prazo, que não pode exceder vinte e quatro horas,
à entidade competente para a fiscalização da actividade de segurança privada.

ARTIGO 15º

CANÍDEOS

1 — As entidades titulares de alvará ou de licença podem utilizar canídeos, acompanhados de pessoal de vigilância
devidamente habilitado pela entidade competente.

2 — A utilização de canídeos está sujeita ao respectivo regime geral de identificação, registo e licenciamento.

3—Em serviço, a utilização de canídeos só é permitida desde que autorizada por escrito pela entidade patronal,
podendo a autorização ser revogada a todo o tempo.

ARTIGO 16º

OUTROS MEIOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA

1 — As entidades titulares de alvará ou de licença devem assegurar a distribuição e uso pelo seu pessoal de
vigilância de coletes de protecção balística, sempre que o risco das actividades a desenvolver o justifique.

2 — Pode ser autorizada a utilização de meios técnicos de segurança não previstos no presente diploma, por
despacho do membro do Governo responsável pela área da administração interna, ouvido o Conselho de Segurança
Privada.

SECÇÃO III

DEVERES

ARTIGO 17º

DEVER DE COLABORAÇÃO

1 — As entidades titulares de alvará ou de licença, bem como o respectivo pessoal, devem prestar às autoridades
públicas toda a colaboração que lhes for solicitada.

2 — Em caso de intervenção das forças ou serviços de segurança em locais onde também actuem entidades de
segurança privada, estas devem colocar os seus meios humanos e materiais à disposição e sob a direcção do
comando daquelas forças.

ARTIGO 18º

DEVERES ESPECIAIS

1 — Constituem deveres especiais das entidades titulares de alvará ou de licença:

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a) Comunicar de imediato à autoridade judiciária ou policial competente a prática de qualquer crime de que tenham
conhecimento no exercício das suas actividades;

b) Diligenciar para que a actuação do pessoal de vigilância privada não induza o público a confundi-lo com as forças
e serviços de segurança;

c) Organizar e manter actualizado um registo de actividades permanentemente disponível para consulta das
entidades fiscalizadoras;

d) Fazer prova, até ao dia 31 de Março de cada ano, junto da Secretaria-Geral do Ministério da Administração
Interna, da existência e manutenção dos seguros e da caução respeitantes ao ano anterior exigidos nos termos do
presente diploma, da inexistência de dívidas ao Estado e à segurança social, ou de que o seu pagamento se
encontra assegurado, e de que foram cumpridas as obrigações fiscais relativas ao ano a que respeita a
comprovação;

e) Comunicar à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até ao dia 15 do mês seguinte em que
tiverem ocorrido, as alterações ao pacto social e de administradores, gerentes ou responsáveis pelos serviços de
auto-protecção, fazendo prova do cumprimento dos requisitos estabelecidos no artigo 8.o, bem como a abertura ou
encerramento de filiais e instalações operacionais;

f) Verificar, a todo o tempo, o cumprimento dos requisitos previstos no artigo 8.o, comunicando à Secretaria-Geral
do Ministério da Administração Interna todas as ocorrências que impliquem perda de capacidade para o exercício
de funções;

g) Organizar e manter actualizados ficheiros individuais do pessoal de vigilância ao seu serviço, incluindo cópia do
cartão de identificação e do certificado do registo criminal, número do cartão profissional de que é titular e data de
admissão ao serviço;

h) Comunicar à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna as admissões e cessações contratuais do


pessoal de vigilância e do director de segurança até ao dia 15 do mês seguinte em que tiverem ocorrido;

i) Comunicar à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, no prazo de oito dias, a cessação da


actividade, para efeitos de cancelamento do alvará ou da licença concedida.

2 — Constitui ainda dever especial das entidades titulares de alvará mencionar o respectivo número na facturação,
correspondência e publicidade.

ARTIGO 19º

SEGREDO PROFISSIONAL

1 — As entidades titulares de alvará ou de licença e o respectivo pessoal ficam obrigados a segredo profissional.

2 — A quebra do segredo profissional apenas pode ser determinada nos termos da legislação penal e processual
penal.

CAPÍTULO III

CONSELHO DE SEGURANÇA PRIVADA

ARTIGO 20º

NATUREZA E COMPOSIÇÃO

1 — O Conselho de Segurança Privada (CSP) é um órgão de consulta do Ministro da Administração Interna.

2 — São membros permanentes do CSP:

a) O Ministro da Administração Interna, que preside;

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b) O inspector-geral da Administração Interna;

c) O comandante-geral da Guarda Nacional Republicana;

d) O director nacional da Polícia de Segurança Pública;

e) O director nacional da Polícia Judiciária;

f) O secretário-geral do Ministério da Administração Interna;

g) Dois representantes das associações de empresas de segurança privada;

h) Dois representantes das associações representativas do pessoal de vigilância.

3 — Atendendo à matéria objecto de consulta, podem ainda ser convocados, como membros não permanentes:

a) Um representante do Conselho para a Ética e Segurança no Desporto;

b) Um representante do Banco de Portugal;

c) Um representante das entidades previstas no nº 3 do artigo 4.o

4 — As entidades referidas nas alíneas a) a f) do nº 2 podem designar representantes.

5 — Os membros do CSP referidos nas alíneas g) e h) do nº 2 e na alínea c) do nº 3 são designados pelo Ministro da
Administração Interna, mediante proposta das entidades nele representadas.

6 — A Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna presta o apoio técnico e administrativo necessário


ao funcionamento do CSP.

ARTIGO 21º

COMPETÊNCIA

Compete ao CSP:

a) Elaborar o regulamento de funcionamento interno;

b) Elaborar um relatório anual sobre a actividade de segurança privada;

c) Pronunciar -se sobre a concessão e cancelamento de alvarás e licenças, sempre que solicitado pelo membro do
Governo responsável pela área da administração interna;

d) Pronunciar-se sobre a admissibilidade de novos meios de segurança;

e) Pronunciar-se e propor iniciativas legislativas em matéria de segurança privada;

f) Propor ao Ministro da Administração Interna orientações a adoptar pelas entidades competentes na fiscalização
da actividade de segurança privada;

g) Emitir recomendações, no âmbito da actividade da segurança privada.

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CAPÍTULO IV

EMISSÃO DE ALVARÁ E DE LICENÇA

ARTIGO 22º

ALVARÁ E LICENÇA

1 — A actividade de segurança privada a que se refere a alínea a) do nº 3 do artigo 1.o só pode ser exercida com a
autorização do Ministro da Administração Interna, titulada por alvará e após cumpridos todos os requisitos e
condições estabelecidos no presente diploma e em regulamentação complementar.

2 — A actividade de segurança privada a que se refere a alínea b) do nº 3 do artigo 1.o só pode ser exercida com a
autorização do Ministro da Administração Interna, titulada por licença e após cumpridos todos os requisitos e
condições estabelecidos no presente diploma e em regulamentação complementar.

3 - O alvará e a licença referidos nos nº 1 e 2 do presente artigo são válidos pelo prazo de cinco anos, a partir da
data da sua emissão, e renováveis por igual período.

ARTIGO 23º

REQUISITOS DAS ENTIDADES DE SEGURANÇA PRIVADA

1 — As sociedades que pretendam exercer a actividade de segurança privada prevista na alínea a) do nº 3 do artigo
1.o devem constituir-se de acordo com a legislação de um Estado membro da União Europeia ou de um Estado
parte do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu e possuir sede ou delegação em Portugal.

2 — O capital social das entidades referidas no número anterior não pode ser inferior a:

a) E 50 000, se prestarem algum dos serviços previstos na alínea c) do nº 1 do artigo 2;

b) E 125 000, se prestarem algum dos serviços previstos nas alíneas a) e b) do nº 1 do artigo 2;

c) E 250 000, se prestarem algum dos serviços previstos na alínea d) do nº 1 do artigo 2

3 — O disposto nos números anteriores não se aplica:

a) Às entidades, pessoas singulares ou colectivas, estabelecidas noutro Estado membro da União Europeia,
legalmente autorizadas e habilitadas para exercer a actividade de segurança privada nesse Estado, que pretendam
exercer a sua actividade em Portugal de forma contínua e duradoura e que detenham neste país delegação,
sucursal ou qualquer outra forma de estabelecimento secundário;

b) Às entidades, pessoas singulares ou colectivas, estabelecidas noutro Estado membro da União Europeia,
legalmente autorizadas e habilitadas para exercer a actividade de segurança privada nesse Estado, que pretendam
exercer a sua actividade em Portugal de forma temporária e não duradoura ao abrigo da liberdade de prestação de
serviços.

ARTIGO 24º

INSTRUÇÃO DO PROCESSO

Compete à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna a instrução dos processos de autorização para o
exercício da actividade de segurança privada, bem como a emissão de alvarás, licenças e respectivos averbamentos.

ARTIGO 25º

ELEMENTOS QUE INSTRUEM O REQUERIMENTO

1 — O pedido de autorização para o exercício da actividade de segurança privada é formulado em requerimento


dirigido ao Ministro da Administração Interna, acompanhado dos seguintes elementos:

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a) Certidão de teor da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Comercial;

b) Identificação dos administradores, gerentes ou responsável pelos serviços de auto-protecção, consoante o caso,
e documentos comprovativos de que satisfazem os requisitos exigidos nos nº1 e 2 do artigo 8;

c) Identificação das instalações a afectar ao serviço para o qual é requerido o alvará ou a licença;

d) Certidão comprovativa da inexistência de dívidas ao Estado e à segurança social, ou de que o seu pagamento se
encontra assegurado, e do cumprimento das obrigações fiscais respeitantes ao ano em que o requerimento é
apresentado;

e) Modelo de uniforme a utilizar pelo pessoal de vigilância, no caso de pedido de autorização para a prestação dos
serviços de segurança enunciados nas alíneas a), c) e d) do nº 1 do artigo 2.

2 — O disposto no número anterior aplica-se, com as necessárias adaptações, às situações previstas no nº 3 do


artigo 23., sendo tidos em conta os elementos, justificações e garantias já exigidos no Estado membro de origem.

3 — Os documentos referidos nos números anteriores são arquivados em processo individual organizado pela
Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

4 — É dispensada a apresentação de documentos que já constem do processo individual da entidade requerente,


quando solicitar autorização para prestar novos tipos de serviços de segurança privada.

5 — A Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna pode, no prazo de 30 dias a contar da data de


entrada dos requerimentos, solicitar as informações e os documentos complementares necessários ao
esclarecimento dos seus elementos instrutórios.

ARTIGO 26º

REQUISITOS DE EMISSÃO DE ALVARÁ

1 — Concluída a instrução, o processo será submetido ao Ministro da Administração Interna para decisão, a proferir
no prazo máximo de 30 dias.

2 — Após o despacho referido no número anterior, o início do exercício da actividade de segurança privada fica
condicionado à comprovação, pelo requerente e no prazo de 90 dias a contar da notificação, da existência de:

a) Instalações e meios humanos e materiais adequados;

b) Caução a favor do Estado, prestada mediante depósito em instituição bancária, seguro-caução à primeira
solicitação ou garantia bancária à primeira solicitação, de montante, não superior a E 40 000, a fixar por despacho
do Ministro da Administração Interna;

c) Director de segurança, quando obrigatório;

d) Quinze trabalhadores a ele vinculados por contrato de trabalho e inscritos num regime de protecção social,
quando os serviços de segurança privada requeridos se inserem nas alíneas a) ou d) do nº 1 do artigo 2.;

e) Seguro de responsabilidade civil no valor mínimo de E 250 000 e demais condições a aprovar por portaria
conjunta dos Ministros das Finanças e da Administração Interna;

f) Seguro contra roubo e furto no valor mínimo de E 2 000 000 e demais condições a aprovar por portaria conjunta
dos Ministros das Finanças e da Administração Interna, no caso da prestação dos serviços de segurança previstos na
alínea d) do nº 1 do artigo 2.; .

g) Pagamento da taxa de emissão de alvará.

3 — O prazo para entrega dos elementos referidos no número anterior pode ser prorrogado por igual período
mediante pedido devidamente fundamentado.

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4 — A não emissão de alvará no prazo previsto nos números anteriores por causa imputável ao requerente
determina a caducidade da autorização concedida nos termos do nº 1.

5 — Nos casos previstos no nº 3 do artigo 23., são tidos em conta os elementos, justificações e garantias já exigidos
no Estado membro de origem e que sejam apresentados pelo requerente.

ARTIGO 27º

REQUISITOS PARA A EMISSÃO DE LICENÇA

1 — Concluída a instrução, o processo será submetido ao Ministro da Administração Interna para decisão, a proferir
no prazo máximo de 30 dias.

2 — Após o despacho referido no número anterior, o início do exercício da actividade de segurança privada fica
condicionado à comprovação, pelo requerente, no prazo de 90 dias, da existência de:

a) Instalações e meios materiais e humanos adequados;

b) Caução a favor do Estado, prestada mediante depósito em instituição bancária, seguro-caução à primeira
solicitação ou garantia bancária à primeira solicitação, de montante, não superior a E 40 000, a fixar por despacho
do Ministro da Administração Interna;

c) Director de segurança, quando obrigatório;

d) Pagamento da taxa de emissão da licença.

3 — O prazo para entrega dos elementos referidos no número anterior pode ser prorrogado por igual período
mediante pedido devidamente fundamentado.

4 — A não emissão da licença no prazo previsto nos números anteriores por causa imputável ao requerente
determina a caducidade da autorização concedida nos termos do nº 1.

5 — Nos casos previstos no nº 3 do artigo 23.o, são tidos em conta os elementos, justificações e garantias já
exigidos no Estado membro de origem e que sejam apresentados pelo requerente.

ARTIGO 28º

ESPECIFICAÇÕES DO ALVARÁ E DA LICENÇA

1 — Do alvará e da licença constam os seguintes elementos:

a) Denominação da entidade autorizada;

b) Sede social, filiais, delegações, estabelecimentos secundários e instalações operacionais;

c) Indicação do despacho que aprovou o modelo de uniforme, se aplicável;

d) Discriminação dos serviços de segurança autorizados.

e) Identificação dos administradores, gerentes ou responsável pelos serviços de autoprotecção, consoante o caso;

f) Validade do alvará ou da licença.

2 — As alterações aos elementos constantes do respectivo alvará ou licença fazem-se por meio de averbamento.

3 — A Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública emite o alvará, a licença e respectivos averbamentos e
comunica os seus termos ao Comando -Geral da Guarda Nacional Republicana, à Direcção Nacional da Polícia
Judiciária, à Inspecção -Geral da Administração Interna e ao Governo Civil.

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4 — Não é admitida a transmissão ou a cedência, a qualquer título, do alvará emitido.

ARTIGO 29º

SUSPENSÃO E CANCELAMENTO DE ALVARÁ E DE LICENÇA

1 — Verifica-se a suspensão imediata do alvará ou da licença logo que haja conhecimento de que algum dos
requisitos ou condições necessários ao exercício da actividade de segurança privada, estabelecidos no presente
diploma ou em regulamentação complementar, deixaram de se verificar.

2 — No caso de incumprimento reiterado das normas previstas no presente diploma ou em regulamentação


complementar, por despacho do Ministro da Administração Interna e sob proposta do secretário-geral do
Ministério da Administração Interna, pode ser cancelado o alvará ou a licença emitido.

3 — Para efeitos do número anterior, considera-se incumprimento reiterado, designadamente:

a) O não cumprimento, durante dois anos seguidos, dos deveres especiais previstos na alínea d) do nº 1 do artigo
18.o;

b) A inexistência ou insuficiência de meios humanos ou materiais ou de instalações operacionais, definidos na


portaria aprovada nos termos do nº 2 do artigo 2.o, por um período superior a seis meses;

c) A suspensão do alvará ou da licença prevista no nº 1 por um período superior a seis meses.

4 — As decisões de suspensão e cancelamento de alvarás ou licenças são notificadas aos membros permanentes do
Conselho de Segurança Privada.

ARTIGO 30º

TAXAS

1 — A emissão do alvará e da licença e os respectivos averbamentos estão sujeitos ao pagamento de uma taxa que
constitui receita do Estado, revertendo 50% para a Policia de segurança Pública.

2 — O valor da taxa referida no número anterior é fixado por portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da
Administração Interna, podendo ser objecto de revisão anual.

CAPÍTULO V

FISCALIZAÇÃO

ARTIGO 31º

ENTIDADES COMPETENTES

A fiscalização da actividade de segurança privada e respectiva formação é assegurada pela Direcção Nacional da
Polícia de Segurança Pública, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana, sem prejuízo das competências
das forças e serviços de segurança e da Inspecção-Geral da Administração Interna.

ARTIGO 32º

ORGANIZAÇÃO DE FICHEIROS

A Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna organiza e mantém actualizado um ficheiro das entidades
que exerçam a actividade de segurança privada, dos administradores, dos gerentes, dos responsáveis pelos serviços
de auto protecção, dos directores de segurança e do pessoal de vigilância.

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CAPÍTULO VI

SECÇÃO I DO CAPÍTULO VI

CRIMES

ARTIGO 32.º -A

EXERCÍCIO ILÍCITO DA ACTIVIDADE DE SEGURANÇA PRIVADA

1 — Quem prestar serviços de segurança sem o necessário alvará ou licença ou exercer funções de vigilância não
sendo titular do cartão profissional é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias, se
pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

2 — Na mesma pena incorre quem utilizar os serviços da pessoa referida no número anterior, sabendo que a
prestação de serviços de segurança se realiza sem o necessário alvará ou licença ou que as funções de vigilância não
são exercidas por titular de cartão profissional.

ARTIGO 32.º -B

RESPONSABILIDADE CRIMINAL DAS PESSOAS COLECTIVAS E EQUIPARADAS

As pessoas colectivas e entidades equiparadas são responsáveis, nos termos gerais, pelo crime previsto no n.º 1 do
artigo anterior.

SECÇÃO II DO CAPÍTULO VI

CONTRA -ORDENAÇÕES

DISPOSIÇÕES SANCIONATÓRIAS

ARTIGO 33º

CONTRA-ORDENAÇÕES E COIMAS

1 — De acordo com o disposto no presente diploma, constituem contra-ordenações muito graves:

a) O exercício das actividades proibidas previstas no artigo 5.o;

b) A não existência de director de segurança, quando obrigatório;

c) O não cumprimento do preceituado no artigo 12.o;

d) O não cumprimento dos deveres previstos no artigo 17.o e na alínea a) do nº 1 do artigo 18º;

e) O porte de arma em serviço sem autorização da entidade patronal;

f) A utilização de meios materiais ou técnicos susceptíveis de causar danos à vida ou à integridade física;

g) O não cumprimento do preceituado no nº 2 do artigo 13;

h) Manter ao serviço pessoal de vigilância que não satisfaça os requisitos previstos no artigo 8.o

i) O incumprimento dos requisitos exigidos aos veículos afectos ao transporte de valores;

j) O incumprimento dos requisitos exigidos para o transporte de valores igual ou superior a € 10 000.

2 — São graves as seguintes contra-ordenações:

a) Não comunicar, ou comunicar fora do prazo previsto, ao Ministério da Administração Interna as admissões ou
rescisões contratuais do pessoal de vigilância;

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b) O não cumprimento dos deveres especiais previstos nas alíneas b) a g) e i) do nº 1 do artigo 18.;

c) O não cumprimento do preceituado no nº 3 do artigo 13.;

d) A utilização de canídeos em infracção ao preceituado no artigo 15.o

e) O incumprimento dos requisitos exigidos para o transporte de valores inferior a € 10 000.

3 — São contra-ordenações leves:

a) O não cumprimento do estabelecido na alínea b) do nº1 do artigo 11. e no nº 2 do artigo 18.;

b) O não uso de uniforme, quando obrigatório;

c) O não cumprimento das obrigações, formalidades e requisitos estabelecidos no presente diploma, quando não
constituam contra-ordenações graves ou muito graves.

4 — Quando cometidas por pessoas colectivas, as contra- ordenações previstas nos números anteriores são punidas
com as seguintes coimas:

a) De E 1500 a E 7500, no caso das contra-ordenações leves;

b) De E 7500 a E 37 500, no caso das contra-ordenações graves;

c) De E 15 000 a E 44 500, no caso das contra--ordenações muito graves.

5 — Quando cometidas por pessoas singulares, as contra-ordenações previstas nos nºs 1 a 3 são punidas com as
seguintes coimas:

a) De E 150 a E 750, no caso das contra-ordenações leves;

b) De E 300 a E 1500, no caso das contra-ordenações graves;

c) De E 600 a E 3000, no caso das contra-ordenações muito graves.

6 — Se a contra-ordenação tiver sido cometida por um órgão de pessoa colectiva ou de associação sem
personalidade jurídica, no exercício das suas funções e no interesse do representado, é aplicada a este a coima
correspondente, sem prejuízo da responsabilidade individual do agente da contra-ordenação.

7 — Se o agente retirou da infracção um benefício económico calculável superior ao limite máximo da coima, e não
existirem outros meios de o eliminar, pode esta elevar-se até ao montante do benefício, não devendo, todavia, a
elevação exceder o limite máximo estabelecido no regime geral das contra-ordenações

8 — A tentativa e a negligência são puníveis.

9 — Nos casos de cumplicidade e de tentativa, bem como nas demais situações em que houver lugar à atenuação
especial da sanção, os limites máximo e mínimo da coima são reduzidos para metade.

ARTIGO 34º

SANÇÕES ACESSÓRIAS

1 — Em processo de contra-ordenação, podem ser aplicadas simultaneamente com a coima as seguintes sanções
acessórias:

a) A apreensão de objectos que tenham servido para a prática da contra-ordenação;

b) O encerramento do estabelecimento por um período não superior a dois anos;

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c) A suspensão, por um período não superior a dois anos, do alvará ou da licença concedido para o exercício da
actividade de segurança privada ou da autorização para a utilização de meios de segurança;

d) A interdição do exercício de funções ou de prestação de serviços de segurança por período não superior a dois
anos.

2 — Se o facto constituir simultaneamente crime, o agente é punido por este, sem prejuízo das sanções acessórias
previstas para a contra-ordenação.

ARTIGO 35º

COMPETÊNCIA

1 — São competentes para o levantamento dos autos de contra-ordenação previstos no presente diploma as
entidades referidas no artigo 31.o

2 — É competente para a instrução dos processos de contra-ordenação o secretário-geral do Ministério da


Administração Interna, o qual pode delegar aquela competência nos termos da lei e sem prejuízo das competências
próprias das forças de segurança.

3 — A aplicação das coimas e sanções acessórias previstas no presente diploma compete ao Ministro da
Administração Interna.

4 — O produto das coimas referidas no número anterior reverte para o Estado, sendo 50% para a Policia de
Segurança Púbica.

5 — Na execução para a cobrança da coima, responde por esta a caução prestada nos termos previstos no presente
diploma.

6 — Na Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, é mantido, em registo próprio, o cadastro de cada


entidade a que foram aplicadas sanções previstas no presente diploma.

ARTIGO 36º

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Às contra-ordenações previstas no presente diploma é aplicado o regime geral que regula o processo contra -
ordenacional, nos termos da respectiva lei geral, com as adaptações constantes dos artigos 31. a 35.

CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

ARTIGO 37º

NORMA REVOGATÓRIA

São revogados os Decretos-lei nºs 298/79, de 17 de Agosto, e 231/98, de 22 de Julho, com a redacção que lhe foi
dada pelo Decreto-Lei nº 94/2002, de 12 de Abril.

ARTIGO 38º

NORMA TRANSITÓRIA

1 — Os alvarás e licenças emitidos ao abrigo do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho, passam a valer,


independentemente de quaisquer formalidades, como os alvarás e licenças emitidos ao abrigo do presente
diploma, nos seguintes termos:

Os alvarás e licenças emitidos ao abrigo das alíneas b) e c) do nº 1 do artigo 2.o do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de
Julho, autorizam o exercício das actividades previstas na alínea a) do nº 1 do artigo 2. do presente diploma;

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b) O alvará e a licença emitidos ao abrigo da alínea d) do nº 1 do artigo 2. do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho,


autorizam o exercício das actividades previstas na alínea b) do nº 1 do artigo 2. do presente diploma;

c) O alvará e a licença emitidos ao abrigo da alínea a) do nº 1 do artigo 2. do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho,


autorizam o exercício das actividades previstas na alínea c) do nº 1 do artigo 2. do presente diploma;

d) O alvará e a licença emitidos ao abrigo da alínea e) do nº 1 do artigo 2. do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho,


autorizam o exercício das actividades previstas na alínea d) do nº 1 do artigo 2. do presente diploma.

2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, as entidades já detentoras de alvará ou licença emitido ao abrigo
do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho, devem adaptar-se às condições impostas nas alíneas b), d) e e) do nº 2 do
artigo 26. e na alínea b) do nº 2 do artigo 27., respectivamente, no prazo de um ano a contar da data da entrada em
vigor do presente diploma.

3 — Sem prejuízo do disposto no nº 1, as entidades já detentoras de alvará ou licença emitido ao abrigo do Decreto-
Lei nº 231/98, de 22 de Julho, devem adaptar-se à condição imposta na alínea c) do nº 2 dos artigos 26. e 27.,
respectivamente, no prazo de um ano a contar da data da entrada em vigor da portaria prevista no nº 1 do artigo 7.
do presente diploma.

4 — Os cartões emitidos ao abrigo do artigo 9.o do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho, e regulamentação


complementar mantêm-se em vigor até ao termo da respectiva validade, sendo substituídos nos termos e
condições previstos no nº 3 do artigo 10.o do presente diploma.

5 — Enquanto não forem aprovadas as portarias previstas nas alíneas e) e f) do nº 2 do artigo 26.o, é apenas
exigível a cobertura dos riscos aí previstos nos montantes aí indicados.

6 — Mantêm-se em vigor as Portarias nºs 969/98, de16 de Novembro, 1325/2001, de 4 de Dezembro, 971/98, de
16 de Novembro, alterada pela Portaria nº 485/2003, de 17 de Junho, 135/99, de 26 de Fevereiro, 25/99, de16 de
Janeiro, 972/98, de 16 de Novembro, e 1522-B/2002 e 1522-C/2002, ambas de 20 de Dezembro, publicadas ao
abrigo do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho, na parte em que não forem materialmente incompatíveis com o
presente diploma, até serem substituídas.

7 — Os alvarás e licenças que em 2011 perfaçam cinco ou mais anos de vigência devem ser renovados nesse ano
até ao dia e mês da data da sua emissão.

8 — Os alvarás e licenças não contemplados no número anterior devem ser renovados quando completem cinco
anos de vigência até ao dia e mês da data da sua emissão.

ARTIGO 39º

ENTRADA EM VIGOR

O presente diploma entra em vigor no 30.o dia após o da respectiva publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 11 de Dezembro de 2003. —José Manuel Durão Barroso — Maria
Manuela Dias Ferreira Leite — António Jorge de Figueiredo Lopes — Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona — José
Luís Fazenda Arnaut Duarte — Armando José Cordeiro Sevinate Pinto — António José de Castro Bagão Félix.

Promulgado em 6 de Fevereiro de 2004. Publique-se.

O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 11 de Fevereiro de 2004.

O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso.

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PORTARIA 1325/2001 DE 4 DE DEZEMBRO


A Portaria n.º 970/98, de 16 de Novembro, veio regulamentar os princípios gerais previstos no Decreto-Lei n.º
231/98, de 22 de Julho, no que respeita à formação inicial do pessoal de segurança privada e ao respectivo sistema
de avaliação. Desenvolvendo e especificando as normas previstas na referida Portaria n.º 970/98, principalmente
quanto ao sistema de avaliação estatuído, foi aprovada a Portaria n.º 64/2001, de 31 de Janeiro, cujo conteúdo
normativo veio possibilitar a respectiva efectivação. Em consequência do balanço da experiência desenvolvida com
a organização e realização dos exames nacionais entretanto ocorridos, importa agora redefinir alguns princípios
referentes à formação profissional inicial do pessoal de vigilância, bem como à forma de avaliação dos
correspondentes conhecimentos.

Assim:
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Administração Interna, ao abrigo dos artigos 7.o e 8.o do Decreto-
Lei n.º 231/98, o seguinte:

1- A admissão do pessoal de vigilância e de acompanhamento, defesa e protecção de pessoas está sujeita à


comprovação, pelos candidatos, do cumprimento dos requisitos gerais e especiais e à aprovação nas provas de
conhecimentos e de capacidade física previstos nos nºs 1 e 2 do artigo 7.o do Decreto-Lei nº 231/98.

2- O curso de formação inicial do pessoal de vigilância e de acompanhamento, defesa e protecção de pessoas a que
se refere o artigo 8.o do Decreto-Lei n.º 231/98 estrutura-se da seguinte forma: um módulo de formação básica
comum e módulos complementares de formação com programas e cargas horárias adequados a cada especialidade.

3- O módulo de formação básica comum tem natureza teórico-prática, incluindo, necessariamente, o ensino das
seguintes matérias, com as cargas horárias a seguir discriminadas:

a) Direito constitucional [título II da parte I da Constituição da República Portuguesa (direitos, liberdades e garantias
dos cidadãos)] — doze horas de formação teórico-prática;

b) Direito civil (noções elementares de direito) — nove horas de formação teórico-prática;

c) Direito penal (noções básicas sobre a matéria do Código Penal relativa ao regime dos crimes de falsificação de
moeda e dos crimes contra o património em geral) — nove horas de formação teórico-prática;

d) Legislação de segurança privada e noções básicas sobre a organização e missão das forças e serviços de
segurança interna — seis horas de formação teórico-prática;

e) Técnicas de vigilância — dezasseis horas de formação teórico-prática;

f) Deontologia do vigilante — seis horas de formação teórico-prática.

4- O módulo de formação específica para pessoal de vigilância e de acompanhamento, defesa e protecção de


pessoas tem natureza teórico-prática, incluindo, necessariamente, o ensino das seguintes matérias, com as cargas
horárias a seguir discriminadas:

a) Introdução à sociologia — seis horas de formação teórico-prática;

b) Segurança física (segurança electrónica, protecção anti-roubo, controlo de acessos, vigilância com câmaras de
vídeo, instalação e manutenção de sistemas de alarme e funcionamento de centrais de recepção e monitorização
de alarmes) — oito horas de formação teórica; dezasseis horas de formação prática;

c) Técnicas administrativas — seis horas de formação teórico-prática;

d) Toxicodependência e alcoolismo — seis horas de formação teórica.

5- O pessoal de vigilância e de acompanhamento, defesa e protecção de pessoas a quem, em serviço, esteja


autorizado, nos termos do artigo 13.o do Decreto-Lei n.º 231/98, o porte de arma de defesa receberá formação
específica nas seguintes matérias, com as cargas horárias a seguir discriminadas:

a) Utilização de armas de defesa — oito horas de formação teórica;

b) Formação prática em carreira de tiro, legalmente autorizada — doze horas de formação prática;

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c) Educação física — dez horas de formação teórico-prática.

6- O pessoal de vigilância que exerça funções integrado num sistema de segurança privada de estabelecimento de
restauração e bebidas que disponha de espaços ou salas destinados a dança, nos termos da Portaria nº 969/98, de
16 de Novembro, para além do módulo básico a que se refere o nº 3.o, deverá frequentar um módulo de formação
específica, de natureza teórico-prática, incluindo, necessariamente, o ensino das seguintes matérias, com as cargas
horárias a seguir discriminadas:

a) Introdução à sociologia — seis horas de formação teórico-prática;

b) Relações públicas — doze horas de formação teórico-prática;

c) Higiene e segurança no trabalho — seis horas de formação teórico-prática;

d) Língua estrangeira (inglês ou francês) — doze horas de formação teórico-prática;

e) Técnicas de vigilância e segurança electrónica — dez horas de formação teórico-prática;

f) Toxicodependência e alcoolismo — seis horas de formação teórica.

7- Os candidatos à actividade de acompanhamento, defesa e protecção de pessoas devem frequentar os cursos


específicos de formação, cujo conteúdo, fixado de acordo com o programa tipo anexo à Portaria nº 64/2001, de 31
de Janeiro, será objecto de aprovação casuística pelo Ministro da Administração Interna.

8- A avaliação dos conhecimentos adquiridos no módulo de formação a que se refere o nº 6.o é feita mediante a
realização de exames escritos:

a) Em centros de formação e entidades especializadas de formação autorizados pela Secretaria-Geral do Ministério


da Administração Interna desde que estejam acreditados pelo Instituto para a Inovação da Formação (INOFOR) e
relativamente aos seus próprios formandos;

b) Pelo Instituto de Formação Turística (INFTUR);

c) Em estabelecimentos integrados no sistema nacional de ensino, relativamente aos seus próprios formandos;

d) De âmbito nacional, até ao fim do prazo previsto no nº 20.o da presente portaria, em locais e com periodicidade
a publicitar pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, aplicando-se, neste caso e com as devidas
adaptações, o disposto na Portaria nº 64/2001, de 31 de Janeiro, no que concerne aos procedimentos a observar
em matéria de exames nacionais.

9- A avaliação dos conhecimentos adquiridos nos módulos de formação a que se referem os nºs 3.o, 4.o e 5.o é feita
mediante a realização de exames escritos:

a) Em centros de formação e entidades especializadas de formação autorizados pela Secretaria-Geral do Ministério


da Administração Interna desde que estejam acreditados pelo INOFOR e relativamente aos seus próprios
formandos;

b) Em estabelecimentos integrados no sistema nacional de ensino, relativamente aos seus próprios formandos;

c) A efectuar, até ao fim do prazo previsto no nº 20.o da presente portaria, na presença de pessoal de fiscalização
das forças de segurança, nomeados pelo Comando-Geral da GNR ou pela Direcção Nacional da PSP, consoante o
caso, solicitados pelas entidades interessadas junto da força de segurança territorialmente competente.

10- A avaliação da capacidade física dos candidatos a pessoal de vigilância e de acompanhamento, defesa e
protecção de pessoas que frequentou o módulo de formação específica a que se refere o nº 5.o é feita, de acordo
com tabelas a aprovar pelo membro do Governo competente, mediante a realização de provas físicas compostas
por:

a) Corrida de 80 m planos;

b) Flexões de braços na trave (barra);

c) Extensão de braços;

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d) Flexões do tronco à frente (abdominais); a efectuar na presença de pessoal de fiscalização das forças de
segurança, nomeado pelo Comando-Geral da GNR ou pela Direcção Nacional da PSP, consoante o caso, mediante
solicitação a efectuar pela entidade interessada junto da força de segurança territorialmente competente.

11- Tem aproveitamento em cada um dos módulos de formação previstos o candidato que obtiver um mínimo de
50% do total da avaliação das provas.

12- Na sequência do aproveitamento mencionado no número anterior e para comprovar a observância dos
requisitos gerais e especiais legalmente exigidos, as entidades referidas no nº 3 do artigo 1.o e no artigo 7.o do
Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho, apresentam na Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna,
para efeitos de emissão de cartão profissional do pessoal vigilante e de acompanhamento, defesa e protecção de
pessoas, os processos individuais dos candidatos aprovados, instruídos com os seguintes documentos:

a) Fotocópia do documento de identificação;

b) Certidão do registo criminal;

c) Certidão de habilitações;

d) Declaração de honra de preenchimento das condições exigidas nos termos das alíneas c) e e) a h) do nº 1 do
artigo 7.o do Decreto-Lei nº 231/98;

e) Atestados médicos comprovativos dos exames realizados, emitidos por médicos com a especialidade de medicina
do trabalho, incluindo testes de despistagem de alcoolismo e de toxicodependência;

f) Provas de avaliação, devidamente corrigidas e autenticadas pela entidade que as realizou ou fiscalizou.

13- A frequência, com aproveitamento, do módulo de formação inicial básica a que se refere o nº 3.o dá acesso ao
cartão profissional provisório como vigilante, tornando-se este cartão definitivo desde que, no prazo máximo de um
ano a contar da sua emissão, seja feita prova junto da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna da
frequência, com aproveitamento, do módulo de formação específica a que se refere o nº 4.o ou o nº 6.o, quando
aplicável.

14- Os cartões provisórios emitidos ao abrigo do nº 13.o têm a validade de um ano, não sendo renováveis.

15- Os centros de formação e as entidades especializadas de formação devem obedecer, sem prejuízo de outros
requisitos exigidos com vista à sua acreditação pelo INOFOR, às seguintes condições:

a) Possuir um responsável directo, legalmente credenciado como formador;

b) Não ter ao seu serviço docente ou instrutor que não reúna os requisitos comuns para o exercício
da actividade de segurança privada previstos no artigo 7.o, nº 1, do Decreto-Lei nº 231/98, de 22 de Julho;

c) Dispor de infra-estruturas e instalações adequadas aos cursos teóricos e às matérias práticas dos cursos de
formação a ministrar.

16- Os centros de formação e as entidades especializadas de formação não inseridas no sistema nacional de ensino
apresentam à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna o pedido de autorização, instruído com os
seguintes dados ou documentos:

a) Regulamento interno do centro de formação ou estatutos e regulamento interno da entidade especializada de


formação;

b) Programa detalhado das matérias integrantes dos cursos de formação a ministrar, nos termos da presente
portaria;

c) Identificação completa e curriculum vitae do responsável pelo centro de formação ou entidade especializada de
formação, bem como do respectivo corpo docente;

d) Planta das instalações destinadas ao funcionamento dos cursos;

e) Documentação comprovativa da acreditação pelo INOFOR ou da solicitação da respectiva acreditação.

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17- O centro de formação ou entidade especializada de formação deve informar de imediato a Secretaria-Geral do
Ministério da Administração Interna de qualquer modificação nos dados referidos no número anterior.

18- As entidades de segurança privada com centros de formação já constituídos ao abrigo do despacho do Ministro
da Administração Interna de 29 de Outubro de 1993 devem adaptar os cursos de formação às disposições dos nºs
3.o, 4.o, 5.o e 6.o da presente portaria.

19- São válidos, sem qualquer outra formalidade, os resultados obtidos em exames escritos realizados:

a) Em estabelecimentos integrados no sistema nacional de ensino, relativamente aos seus próprios formandos;

b) Nos centros de formação e entidades especializadas de formação que estejam acreditados pelo INOFOR,
relativamente aos seus próprios formandos;

c) Pelo INFTUR, no que concerne à avaliação da formação referida no nº 6.o

20- No prazo máximo de três anos a contar da data de publicação da presente portaria, só será aceite como válida a
formação ministrada:

a) Em estabelecimentos integrados no sistema nacional de ensino;

b) Em centros de formação e entidades especializadas de formação que, para além de autorizados pela Secretaria-
Geral do Ministério da Administração Interna, sejam acreditados pelo INOFOR;

c) Pelo INFTUR, no que concerne à formação referida no nº 6.o da presente portaria.

21- Os termos da participação do INFTUR em qualquer dos procedimentos referidos na presente portaria serão
definidos por despacho a emitir pelo membro do Governo competente, no âmbito do Ministério da Economia.

22- Os cartões profissionais emitidos ao abrigo da legislação complementar ao Decreto-Lei n.º 276/93, de 10 de
Agosto, deverão ser substituídos pelo modelo constante do anexo n.º 1 à Portaria n.º 971/98, de 16 de Novembro,
até 1 de Junho de 2002.

23- A participação das forças de segurança nas operações de avaliação fixadas na presente portaria poderá ser
objecto de pagamento de uma taxa de acordo com valores a fixar por despacho conjunto dos Ministros das
Finanças e da Administração Interna.

24- É revogada a Portaria n.º 970/98, de 16 de Novembro.


O Secretário de Estado da Administração Interna, Rui
Carlos Pereira, em 7 de Novembro de 2001.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

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A 25 de Abril de 1974, o movimento das forças armadas, coroando a longa resistência do povo
Português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.

Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo, representou uma transformação


revolucionária e o inicio de uma viragem histórica da sociedade Portuguesa.

A revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício


destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar
uma constituição que corresponde às aspirações do país.

A assembleia constituinte afirma a decisão do povo Português de defender a independência


nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios
basilares da democracia, de assegurar o primado do estado de direito democrático e de abrir
caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo Português, tendo em
vista a construção de um país livre, mais justo e mais fraterno.

A assembleia constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de Abril de 1976, aprova e decreta a


seguinte constituição da República Portuguesa. É a lei base do País, que subordina qualquer
outro documento legal, e define a organização e intervenção do cidadão no País, assim como,
a sua intervenção em face dos poderes públicos.

Chama-se direitos e garantias, porque titula qualquer cidadão a um conjunto de acções,


atitudes e comportamentos, que pode desenvolver como pessoa singular ou colectiva, e desde
que não viole os princípios que possam colidir com o respeito da vida em sociedade.

Os direitos mais correntes e geralmente de todos conhecidos são:

✓ Direito à vida;
✓ Direito à liberdade e à segurança;
✓ Direito ao bom-nome e identidade;
✓ Direito à inviolabilidade de correspondência
✓ Liberdade de expressão e informação;
✓ Direito à greve.

As garantias mais concorrentes e geralmente de todos conhecidas, são:

✓ A assistência judicial;
✓ A presença em tribunal;
✓ A Participação ao Procurador-geral da República;
✓ A indemnização por ilícitos cíveis ou criminais.

ARTIGO 24º CONSTITUIÇÃO REPÚBLICA PORTUGUESA – “DIREITO À VIDA”

1. A vida humana é inviolável.

2. Em caso algum haverá pena de morte.

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ARTIGO. 25º - "DIREITO À INTEGRIDADE PESSOAL"

1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.

2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou
desumanos.

ARTIGO. 26º - "OUTROS DIREITOS PESSOAIS"

1. A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, ao desenvolvimento da


personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à palavra,
à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à protecção legal contra quaisquer formas
de discriminação.

2. A lei estabelecerá garantias efectivas contra a obtenção e utilização abusivas, ou contrárias à


dignidade humana, de informações relativas às pessoas e famílias.

3. A lei garantirá a dignidade pessoal e a identidade genética do ser humano, nomeadamente


na criação, desenvolvimento e utilização das tecnologias e na experimentação científica.

4. A privação da cidadania e as restrições à capacidade civil só podem efectuar-se nos casos e


termos previstos na lei, não podendo ter como fundamento motivos políticos.

ARTIGO. 27º - "DIREITO À LIBERDADE E À SEGURANÇA"

1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.

2. Ninguém pode ser total ou parcialmente privado da liberdade, a não ser em consequência
de sentença judicial condenatória pela prática de acto punido por lei com pena de prisão ou de
aplicação judicial de medida de segurança.

3. Exceptua-se deste princípio a privação da liberdade, pelo tempo e nas condições que a lei
determinar, nos casos seguintes:

a) Detenção em flagrante delito;

b) Detenção ou prisão preventiva por fortes indícios de prática de crime doloso a que
corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos;

c) Prisão, detenção ou outra medida coactiva sujeita a controlo judicial, de pessoa que tenha
penetrado ou permaneça irregularmente no território nacional ou contra a qual esteja em
curso processo de extradição ou de expulsão;

d) Prisão disciplinar imposta a militares, com garantia de recurso para o tribunal competente;

e) Sujeição de um menor a medidas de protecção, assistência ou educação em


estabelecimento adequado, decretadas pelo tribunal judicial competente;

f) Detenção por decisão judicial em virtude de desobediência a decisão tomada por um


tribunal ou para assegurar a comparência perante autoridade judiciária competente;

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g) Detenção de suspeitos, para efeitos de identificação, nos casos e pelo tempo estritamente
necessários;

h) Internamento de portador de anomalia psíquica em estabelecimento terapêutico adequado,


decretado ou confirmado por autoridade judicial competente.

4. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada imediatamente e de forma


compreensível das razões da sua prisão ou detenção e dos seus direitos.

5. A privação da liberdade contra o disposto na Constituição e na lei constitui o Estado no


dever de indemnizar o lesado nos termos que a lei estabelecer.

ARTIGO 28º "PRISÃO PREVENTIVA"

1. A detenção será submetida, no prazo máximo de quarenta e oito horas, a apreciação


judicial, para restituição à liberdade ou imposição de medida de coacção adequada, devendo o
juiz conhecer das causas que a determinaram e comunicá-las ao detido, interrogá-lo e dar-lhe
oportunidade de defesa.

2. A prisão preventiva tem natureza excepcional, não sendo decretada nem mantida sempre
que possa ser aplicada caução ou outra medida mais favorável prevista na lei.

3. A decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida de privação da liberdade deve ser
logo comunicada a parente ou pessoa da confiança do detido, por este indicados.

4. A prisão preventiva está sujeita aos prazos estabelecidos na lei.

ARTIGO. 29º - "APLICAÇÃO DA LEI CRIMINAL"

1. Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em virtude de lei anterior que declare
punível a acção ou a omissão, nem sofrer medida de segurança cujos pressupostos não
estejam fixados em lei anterior.

2. O disposto no número anterior não impede a punição, nos limites da lei interna, por acção
ou omissão que no momento da sua prática seja considerada criminosa segundo os princípios
gerais de direito internacional comummente reconhecidos.

3. Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança que não estejam expressamente
cominadas em lei anterior.

4. Ninguém pode sofrer pena ou medida de segurança mais graves do que as previstas no
momento da correspondente conduta ou da verificação dos respectivos pressupostos,
aplicando-se retroactivamente as leis penais de conteúdo mais favorável ao arguido.

5. Ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela prática do mesmo crime.

6. Os cidadãos injustamente condenados têm direito, nas condições que a lei prescrever, à
revisão da sentença e à indemnização pelos danos sofridos.

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ARTIGO. 31º - "HABEAS CORPUS"

1. Haverá habeas corpus contra o abuso de poder, por virtude de prisão ou detenção ilegal, a
requerer perante o tribunal competente.

2. A providência de habeas corpus pode ser requerida pelo próprio ou por qualquer cidadão no
gozo dos seus direitos políticos.

3. O juiz decidirá no prazo de oito dias o pedido de habeas corpus em audiência contraditória.

ARTIGO. 32º - "GARANTIAS DE PROCESSO CRIMINAL"

1. O processo criminal assegura todas as garantias de defesa, incluindo o recurso.

2. Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de condenação,


devendo ser julgado no mais curto prazo compatível com as garantias de defesa.

3. O arguido tem direito a escolher defensor e a ser por ele assistido em todos os actos do
processo, especificando a lei os casos e as fases em que a assistência por advogado é
obrigatória.

4. Toda a instrução é da competência de um juiz, o qual pode, nos termos da lei, delegar
noutras entidades a prática dos actos instrutórios que se não prendam directamente com os
direitos fundamentais.

5. O processo criminal tem estrutura acusatória, estando a audiência de julgamento e os actos


instrutórios que a lei determinar subordinados ao princípio do contraditório.

6. A lei define os casos em que, assegurados os direitos de defesa, pode ser dispensada a
presença do arguido ou acusado em actos processuais, incluindo a audiência de julgamento.

7. O ofendido tem o direito de intervir no processo, nos termos da lei.

8. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coacção, ofensa da integridade física ou
moral da pessoa, abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas
telecomunicações.

9. Nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja competência esteja fixada em lei
anterior.

10. Nos processos de contra-ordenação, bem como em quaisquer processos sancionatórios,


são assegurados ao arguido os direitos de audiência e defesa.

ARTIGO. 34º - "INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO E DA CORRESPONDÊNCIA"

1. O domicílio e o sigilo da correspondência e dos outros meios de comunicação privada são


invioláveis.

2. A entrada no domicílio dos cidadãos contra a sua vontade só pode ser ordenada pela
autoridade judicial competente, nos casos e segundo as formas previstos na lei.

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3. Ninguém pode entrar durante a noite no domicílio de qualquer pessoa sem o seu
consentimento, salvo em situação de flagrante delito ou mediante autorização judicial em
casos de criminalidade especialmente violenta ou altamente organizada, incluindo o
terrorismo e o tráfico de pessoas, de armas e de estupefacientes, nos termos previstos na lei.

4. É proibida toda a ingerência das autoridades públicas na correspondência, nas


telecomunicações e nos demais meios de comunicação, salvos os casos previstos na lei em
matéria de processo criminal.

ARTIGO. 37º - "LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO"

1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela
imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser
informados, sem impedimentos nem discriminações.

2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma
de censura.

3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais
de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação
respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa
independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e


eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos
danos sofridos.

ARTIGO 38º “LIBERDADE DE IMPRENSA E MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL"

1. É garantida a liberdade de imprensa.

2. A liberdade de imprensa implica:

a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, bem como a intervenção


dos primeiros na orientação editorial dos respectivos órgãos de comunicação social, salvo
quando tiverem natureza doutrinária ou confessional;

b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção
da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de
redacção;

c) O direito de fundação de jornais e de quaisquer outras publicações, independentemente de


autorização administrativa, caução ou habilitação prévias.

3. A lei assegura, com carácter genérico, a divulgação da titularidade e dos meios de


financiamento dos órgãos de comunicação social.

4. O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante


o poder político e o poder económico, impondo o princípio da especialidade das empresas
titulares de órgãos de informação geral, tratando-as e apoiando-as de forma não

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discriminatória e impedindo a sua concentração, designadamente através de participações


múltiplas ou cruzadas.

5. O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de


televisão.

6. A estrutura e o funcionamento dos meios de comunicação social do sector público devem


salvaguardar a sua independência perante o Governo, a Administração e os demais poderes
públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes
de opinião.

7. As estações emissoras de radiodifusão e de radiotelevisão só podem funcionar mediante


licença, a conferir por concurso público, nos termos da lei.

ARTIGO 45º "DIREITO DE REUNIÃO E DE MANIFESTAÇÃO"

1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares


abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.

2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação

ARTIGO 57º “ DIREITO À GREVE"

1. É garantido o direito à greve.

2. Compete aos trabalhadores definir o âmbito de interesses a defender através da greve, não
podendo a lei limitar esse âmbito.

3. A lei define as condições de prestação, durante a greve, de serviços necessários à segurança


e manutenção de equipamentos e instalações, bem como de serviços mínimos indispensáveis
para ocorrer à satisfação de necessidades sociais impreteríveis.

4. É proibido o lock-out.

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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

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A Sociologia é uma ciência que estuda o comportamento humano em função do meio e os


processos que interligam o indivíduo em associações, grupos e instituições. Enquanto o
indivíduo na sua singularidade é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenómenos
que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e
interagem no interior desses grupos.

Os resultados da pesquisa sociológica não são de interesse apenas de sociólogos. Cobrindo


todas as áreas do convívio humano — desde as relações na família até a organização das
grandes empresas, o papel da política na sociedade até o comportamento religioso —, a
Sociologia pode vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a administradores,
políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planeadores,
sacerdotes, mas, também, ao homem comum. Entretanto, o maior interessado na produção e
sistematização do conhecimento sociológico é o Estado, normalmente o principal financiador
da pesquisa desta disciplina científica.

Assim como toda ciência, a Sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de
pesquisa. Ainda que esta tarefa não seja objectivamente alcançável, é tarefa da Sociologia
transformar as malhas da rede com a qual a ela capta a realidade social cada vez mais
estreitas. Por essa razão, o conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e
métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das
situações com que se defrontam na vida quotidiana, das suas múltiplas relações sociais e,
consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais.

A Sociologia ocupa-se, ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações
sociais, para daí formular generalizações teóricas, como também de eventos únicos e sujeitos à
inferência sociológica, como o surgimento do capitalismo ou a génese do Estado Moderno,
para explicá-los no seu significado e importância singulares.

A sociologia enquadra-se no âmbito das ciências sociais. Como ciência social, a sociologia diz
respeito ao estudo da vida social humana, dos grupos e das sociedades. É um desafio
fascinante e ao mesmo tempo difícil, uma vez que o seu objecto de estudo se centra no
próprio comportamento dos sujeitos enquanto seres sociais. O campo de acção da sociologia é
muito abrangente, pois compreende a análise de encontros entre indivíduos na rua,
conversações entre pessoas, estudo de grupos, de organizações e de comunidades e
investigação de processos sociais globais.

Sendo a sociologia uma ciência dos comportamentos sociais não deixa, por isso mesmo, de ser
uma ciência do humano, pois tudo o que é social é humano, e tudo o que é humano é social.

Se antigamente se atribuía a origem de certos males sociais a entidades espirituais ou a


entidades metafísicas, hoje, pela mão da sociologia, temos conhecimento de que os factos
sociais se explicam pelos próprios factos sociais. São exemplo disto as formas de amor, namoro
e casamento, a saúde e a doença, o crime e o castigo, o trabalho e o lazer, o individualismo e a
solidariedade, a guerra e a paz, o amor e o ódio, etc.

Todos estes processos sociais têm em comum um mecanismo: a comunicação. De facto, a


comunicação é o processo social básico da vida em colectividade; sem ela o ser humano não

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poderia viver, pelo menos com os outros. Pela comunicação os indivíduos conseguem viver em
grupos, em comunidades, em organizações e em sociedades mais vastas. Desta forma, estudar
a comunicação mais não é do que estudar as formas de relacionamento humano em
sociedade.

Por isso, atribuo especial atenção à sociologia da comunicação, como ramo da sociologia que
se preocupa com as diferentes configurações de interacção humana, quer elas digam respeito
às formas comunicacionais especificamente humanas, quer digam respeito àquelas que se
servem de meios de comunicação e de informação para entendimento dos actores sociais.

✓ A Sociologia não estuda os indivíduos mas as relações estabelecidas entre eles;

✓ Os elementos primários da vida social são as inter-relações, os comportamentos e as


colectividades

✓ As formas de sociabilidade representam diferentes maneiras de o indivíduo estar


ligado ”elo todo no todo”;

✓ Dentro dos processos associativos encontramos a cooperação, a acomodação e a


assimilação;

✓ Dentro dos processos dissociativos, Fichter apresenta a oposição, o conflito e a


competição;

✓ Os agrupamentos humanos podem ser estruturados(grupos) ou não


estruturados(agregados sociais e categorias sociais);

✓ Os grupos podem classificar-se quanto à função económica, religiosa, etc. (empresa,


igreja, etc.); quanto ao tipo de relacionamento existente entre os seus membros
(grupos primários e grupos secundários) e quanto à pertença do indivíduo ao grupo
(grupo de pertença e grupo de referência);

✓ Os agregados sociais compactos distinguem-se dos agregados sociais aos territoriais


pela proximidade existente entre os seus membros e o tempo de permanência do
agregado;

✓ A multidão propriamente dita, a assistência, o ajuntamento e a manifestação são


agregados sociais compactos que têm em comum o facto de os seus elementos se
encontrarem reunidos com o mesmo objectivo do tempo de permanência conjunta ser
reduzido e distinguem-se pelo tipo de relacionamento entre os seus elementos;

✓ Dentro das categorias sociais encontramos os estratos sociais que se caracterizam pelo
facto de os seus membros apenas se encontrarem reunidos «artificialmente» no
pensamento de quem se lhes refere, representando «arrumações» hierarquizadas
socialmente.

✓ O comportamento humano é um comportamento com significado cultural;

✓ A cultura representa tudo o que é socialmente aprendido e partilhado pelos membros


de uma comunidade;

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✓ A cultura é exclusiva de um grupo sendo, portanto, um referencial sociológico;

✓ A cultura é formada por elementos materiais (como o vestuário ou as realizações


técnicas) e elementos imateriais (como as crenças, os valores, os modelos sociais,
etc.);

✓ Os valores são concepções gerais do «bem» e legitimam os modelos e as regras de


funcionamento das comunidades;

✓ Os folkways são «maneiras normais de fazer as coisas», adoptadas pelas comunidades


e constituem, portanto, traços culturais;

✓ Cada comunidade tem os seus padrões de cultura que a distingue de outras;

✓ O etnocentrismo cultural e os preconceitos de raça resultam do facto de uma


comunidade ou indivíduo se considerar superior a outra ou outro.

GRUPOS

É um conjunto de pessoas que interagem umas com as outras e são psicologicamente


conscientes umas das outras, percebem-se como um grupo.

NORMAS

Convicções partilhadas pelos elementos de um grupo acerca dos comportamentos que se


apresentam como desejáveis e admissíveis no seu seio.

Apresentam função reguladora dos comportamentos no grupo. Os desvios às normas podem


ser sancionados através da censura directa, do sarcasmo, do isolamento.

PAPÉIS NO GRUPO

Conjunto de comportamentos bem definidos cujo desempenho é esperado por parte


de uma pessoa ou de um grupo num dado contexto.

Desempenham função de diferenciação individual do grupo (estabelecem o que cada um deve


fazer).

Os papeis no grupo podem ser fonte de conflito quando:

Existe divergência de expectativas em relação aos comportamentos esperados.

Incompatibilidade entre estatuto e o papel social.

VALORES

Conjunto de comportamentos e convicções que o indivíduo interioriza ao longo da sua


existência

Os valores interiorizados são de difícil negociação

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FORMAS DE SOCIABILIDADE E TIPO DE GRUPOS

GRUPOS FORMAIS

Encontram-se organizados de uma forma hierárquica, com regulamentos e normas explícitas e


reconhecidos pelos elementos que os constituem.

EX: sala de formação

GRUPOS INFORMAIS

São grupos formados ocasionalmente, não possuem uma estrutura rígida, as normas e
regulamentos são elementares que os membros se adaptam, sem esforço

Ex: o mesmo grupo da formação, mas no intervalo

MACRO- GRUPOS E MICRO- GRUPOS

Os critérios aqui dividem-se, para nós um grande grupo pode ser a sala de formação, com 17
formandos e para uma multinacional 50 pode ser um micro- grupo.

GRUPOS DE CONTACTO DIRECTO E INDIRECTO

Os grupos de contacto directo pressupõem o contacto físico entre os membros.

Ex: Um departamento de uma empresa de construção

O indirecto não, pode ser feito através do telefone, telex, email, correio ou outro qualquer
meio de contacto.

Ex: Construção de uma ponte por uma empresa de construção. Pressupõe o contacto diário
com a sede.

GRUPOS AFECTIVOS

Os elementos do grupo estão unidos por um elo afectivo, uma certa comunhão de interesses,
de sentimento e prazer de se encontrarem uns com os outros.

Ex: um grupo de amigos

GRUPO UTILITÁRIO

Este grupo caracteriza-se por ter um determinado objectivo a cumprir, não sendo necessário a
existência de afinidades, prevalecendo sim a competência de cada um dos seus membros, para
obter o fim desejado.

GRUPOS ESPONTÂNEOS

Estes nascem, sem que os seus membros tomem consciência que o grupo está a construi as
suas normas, valores e regulamentos.

Ex: O grupo de amigos. Porque motivo determinado indivíduo é isolado do grupo?

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Porque não preenche os requisitos por ele definidos.

GRUPOS PRIMÁRIOS

Caracterizam-se como grupos que são, de contacto directo, afectivo e espontâneo. Estas
características contribuem para unidade e uniformidade do grupo, quer a nível individual quer
colectivo.

Através destes grupos o indivíduo adquirirá os primeiros ensinamentos, viverá as primeiras


experiências, podendo ser considerado um agente de sociabilização, como é o caso da família.

GRUPOS SECUNDÁRIOS

São grupos que reúnem características opostas ao anterior, ou seja, serão artificiais, de
contacto indirecto, formais e grupos abertos.

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TOXICODEPENDÊNCIA

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LEI ORGÂNICA DA PSP

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LEI N.º 53/2007 DE 31 DE AGOSTO

APROVA A ORGÂNICA DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
NATUREZA, ATRIBUIÇÕES E SÍMBOLOS

ARTIGO 1.º
DEFINIÇÃO

1 - A Polícia de Segurança de Segurança Pública, adiante designada por PSP, é uma força de segurança, uniformizada
e armada, com natureza de serviço público e dotada de autonomia administrativa.

2 - A PSP tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos
cidadãos, nos termos da Constituição e da lei.

3 - A PSP está organizada hierarquicamente em todos os níveis da sua estrutura, estando o pessoal com funções
policiais sujeito à hierarquia de comando e o pessoal sem funções policiais sujeito às regras gerais de hierarquia da
função pública.

ARTIGO 2.º
DEPENDÊNCIA

A PSP depende do membro do Governo responsável pela área da administração interna e a


sua organização é única para todo o território nacional.

ARTIGO 3.º
ATRIBUIÇÕES

1 - Em situações de normalidade institucional, as atribuições da PSP são as decorrentes da legislação de segurança


interna e, em situações de excepção, as resultantes da legislação sobre a defesa nacional e sobre o estado de sítio e
de emergência.

2 - Constituem atribuições da PSP:


a) Garantir as condições de segurança que permitam o exercício dos direitos e liberdades e o respeito pelas
garantias dos cidadãos, bem como o pleno funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela
legalidade e pelos princípios do Estado de direito;
b) Garantir a ordem e a tranquilidade públicas e a segurança e a protecção das pessoas e dos bens;
c) Prevenir a criminalidade em geral, em coordenação com as demais forças e serviços de segurança;
d) Prevenir a prática dos demais actos contrários à lei e aos regulamentos;
e) Desenvolver as acções de investigação criminal e contra-ordenacional que lhe sejam atribuídas por lei, delegadas
pelas autoridades judiciárias ou solicitadas pelas autoridades administrativas;
f) Velar pelo cumprimento das leis e regulamentos relativos à viação terrestre e aos transportes rodoviários e
promover e garantir a segurança rodoviária, designadamente através da fiscalização, do ordenamento e da
disciplina do trânsito;
g) Garantir a execução dos actos administrativos emanados da autoridade competente que visem impedir o
incumprimento da lei ou a sua violação continuada;
h) Participar no controlo da entrada e saída de pessoas e bens no território nacional;
i) Proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se encontrem em situações de
perigo, por causas provenientes da acção humana ou da natureza;
j) Manter a vigilância e a protecção de pontos sensíveis, nomeadamente infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias,
aeroportuárias e portuárias, edifícios públicos e outras instalações críticas;
l) Garantir a segurança nos espectáculos, incluindo os desportivos, e noutras actividades de recreação e lazer, nos
termos da lei;
m) Prevenir e detectar situações de tráfico e consumo de estupefacientes ou outras substâncias proibidas, através
da vigilância e do patrulhamento das zonas referenciadas como locais de tráfico ou consumo;
n) Assegurar o cumprimento das disposições legais e regulamentares referentes à protecção do ambiente, bem
como prevenir e investigar os respectivos ilícitos;

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o) Participar, nos termos da lei e dos compromissos decorrentes de acordos, tratados e convenções internacionais,
na execução da política externa, designadamente em operações internacionais de gestão civil de crises, de paz, e
humanitárias, no âmbito policial, bem como em missões de cooperação policial internacional e no âmbito da União
Europeia e na representação do País em organismos e instituições internacionais;
p) Contribuir para a formação e informação em matéria de segurança dos cidadãos;
q) Prosseguir as demais atribuições que lhe forem cometidas por lei.

3 - Constituem ainda atribuições da PSP:


a) Licenciar, controlar e fiscalizar o fabrico, armazenamento, comercialização, uso e transporte de armas, munições
e substâncias explosivas e equiparadas que não pertençam ou se destinem às Forças Armadas e demais forças e
serviços de segurança, sem prejuízo das competências de fiscalização legalmente cometidas a outras entidades;
b) Licenciar, controlar e fiscalizar as actividades de segurança privada e respectiva formação, em cooperação com as
demais forças e serviços de segurança e com a Inspecção-Geral da Administração Interna;
c) Garantir a segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades nacionais ou
estrangeiras, bem como de outros cidadãos, quando sujeitos a situação de ameaça relevante;
d) Assegurar o ponto de contacto permanente para intercâmbio internacional de informações relativas aos
fenómenos de violência associada ao desporto.

ARTIGO 4.º
CONFLITOS DE NATUREZA PRIVADA

A PSP não pode dirimir conflitos de natureza privada, devendo, nesses casos, limitar a sua acção à manutenção da
ordem pública.

ARTIGO 5.º
ÂMBITO TERRITORIAL

1 - As atribuições da PSP são prosseguidas em todo o território nacional.


2 - No caso de atribuições cometidas simultaneamente à Guarda Nacional Republicana, a área de responsabilidade
da PSP é definida por portaria do ministro da tutela.
3 - Fora da área de responsabilidade definida nos termos do número anterior, a intervenção da PSP depende:
a) Do pedido de outra força de segurança;
b) De ordem especial;
c) De imposição legal.

4 - A PSP pode prosseguir a sua missão fora do território nacional, desde que legalmente mandatada para esse
efeito.

ARTIGO 6.º
DEVERES DE COLABORAÇÃO

1 - A PSP, sem prejuízo das prioridades legais da sua actuação, coopera com as demais forças e serviços de
segurança, bem como com as autoridades públicas, designadamente, com os órgãos autárquicos e outros
organismos, nos termos da lei.

2 - As autoridades da administração central, regional e local, os serviços públicos e as demais entidades públicas ou
privadas devem prestar à PSP a colaboração que legitimamente lhes for solicitada para o exercício das suas funções.

3 - As autoridades administrativas devem comunicar à PSP, quando solicitado, o teor das decisões sobre as
infracções que esta lhes tenha participado.

ARTIGO 7.º
ESTANDARTE NACIONAL

A PSP e as suas unidades de polícia, incluindo as unidades constituídas para actuar fora do território nacional, e os
estabelecimentos de ensino policial, têm direito ao uso do estandarte nacional.

ARTIGO 8.º
SÍMBOLOS

1 - A PSP tem direito a brasão de armas, bandeira heráldica, hino e selo branco.

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2 - A Direcção Nacional, as unidades de polícia e os estabelecimentos de ensino têm direito a brasão de armas,
bandeiras heráldicas e selo branco.

3 - O director nacional tem direito ao uso de galhardete.

4 - Os símbolos previstos nos números anteriores são aprovados por portaria do ministro da tutela.

CAPÍTULO II
AUTORIDADES E ÓRGÃOS DE POLÍCIA
ARTIGO 9.º
COMANDANTES E AGENTES DE FORÇA PÚBLICA

1 - Os elementos da PSP no exercício do comando de forças têm a categoria de comandantes de força pública.

2 - Considera-se força pública, para efeitos do número anterior, o efectivo mínimo de dois agentes em missão de
serviço.

3 - Os elementos da PSP com funções policiais são considerados agentes da força pública e de autoridade quando
lhes não deva ser atribuído qualidade superior.

ARTIGO 10.º
AUTORIDADES DE POLÍCIA

1 - São consideradas autoridades de polícia:


a) O director nacional;
b) Os directores nacionais-adjuntos;
c) O inspector nacional;
d) O comandante da Unidade Especial de Polícia;
e) Os comandantes das unidades e subunidades até ao nível de esquadra;
f) Outros oficiais da PSP, quando no exercício de funções de comando ou chefia operacional.

2 - Compete às autoridades de polícia referidas no número anterior determinar a aplicação das


medidas de polícia previstas na lei.

ARTIGO 11.º
AUTORIDADES E ÓRGÃOS DE POLÍCIA CRIMINAL

1 - Para efeitos do disposto no Código de Processo Penal, consideram-se:


a) «Autoridades de polícia criminal», as entidades referidas no n.º 1 do artigo anterior;
b) «Órgãos de polícia criminal», todos os elementos da PSP com funções policiais incumbidos de realizar quaisquer
actos ordenados por autoridade judiciária ou determinados por aquele Código.

2 - Enquanto órgãos de polícia criminal, e sem prejuízo da organização hierárquica da PSP, o pessoal com funções
policiais da PSP actua sob a direcção e na dependência funcional da autoridade judiciária competente.

3 - Os actos determinados pelas autoridades judiciárias são realizados pelos elementos para esse efeito designados
pela respectiva cadeia de comando, no âmbito da sua autonomia técnica e táctica.

ARTIGO 12.º
MEDIDAS DE POLÍCIA E MEIOS DE COERÇÃO

1 - No âmbito das suas atribuições, a PSP utiliza as medidas de polícia legalmente previstas e nas condições e
termos da Constituição e da lei de segurança interna, não podendo impor restrições ou fazer uso dos meios de
coerção para além do estritamente necessário.

2 - Quem faltar à obediência devida a ordem ou a mandado legítimos, regularmente comunicados e emanados de
autoridade de polícia ou agente de autoridade da PSP, é punido com a pena legalmente prevista para a
desobediência qualificada.

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CAPÍTULO III
PRESTAÇÃO E REQUISIÇÃO DE SERVIÇOS
ARTIGO 13.º
REQUISIÇÃO DE FORÇAS

1 - As autoridades judiciárias e administrativas podem requisitar à PSP a actuação de forças para a manutenção da
ordem e tranquilidade públicas.

2 - A requisição de forças é apresentada junto da autoridade de polícia territorialmente competente, indicando a


natureza do serviço a desempenhar e o motivo ou a ordem que as justifica.

3 - As forças requisitadas actuam no quadro das suas competências e de forma a cumprirem a sua missão,
mantendo total subordinação aos comandos de que dependem.

ARTIGO 14.º
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESPECIAIS

1 - A PSP pode manter pessoal com funções policiais em organismos de interesse público, em condições definidas
por portaria do ministro da tutela.

2 - O pessoal da PSP pode ser nomeado em comissão de serviço para organismos internacionais ou países
estrangeiros, em função dos interesses nacionais e dos compromissos assumidos no âmbito da cooperação
internacional, nos termos legalmente estabelecidos.

3 - O pessoal referido no n.º 1 cumpre, para efeitos de ordem pública, as directivas do comando com jurisdição na
respectiva área.

4 - A PSP pode ainda prestar serviços especiais, mediante solicitação, que, após serem autorizados pela entidade
competente, são remunerados pelos respectivos requisitantes nos termos que forem regulamentados.

ARTIGO 15.º
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A OUTROS ORGANISMOS PÚBLICOS

1 - Sem prejuízo da missão que lhe está cometida e no âmbito do dever de coadjuvação dos tribunais, a PSP pode
afectar pessoal com funções policiais para a realização das actividades de comunicação dos actos processuais
previstos no Código de Processo Penal.

2 - A PSP pode ainda afectar pessoal com funções policiais para prestar serviço a órgãos e entidades da
administração central, regional e local.

3 - A prestação e o pagamento das acções previstas nos números anteriores, quando não regulados por lei especial,
são objecto de portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da administração interna e das
finanças e pela tutela da entidade requisitante.

ARTIGO 16.º
COLABORAÇÃO COM ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS

1 - Sem prejuízo do cumprimento da sua missão, a PSP pode prestar colaboração a outras entidades públicas ou
privadas que a solicitem, para garantir a segurança de pessoas e bens ou para a prestação de outros serviços,
mediante pedidos concretos que lhe sejam formulados, os quais serão sujeitos a decisão caso a caso.

2 - A administração central poderá estabelecer protocolos com as autarquias locais para a execução das
responsabilidades de construção, aquisição ou beneficiação de instalações e edifícios para a PSP sempre que as
razões de oportunidade e conveniência o aconselhem.

3 - O pagamento dos serviços efectuados pela PSP ao abrigo do n.º 1 é regulado na portaria referida no n.º 3 do
artigo anterior.

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TÍTULO II
ORGANIZAÇÃO GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ARTIGO 17.º
ESTRUTURA GERAL

A PSP compreende:
a) A Direcção Nacional;
b) As unidades de polícia;
c) Os estabelecimentos de ensino policial.

ARTIGO 18.º
DIRECÇÃO NACIONAL

1 - A Direcção Nacional compreende:


a) O director nacional;
b) Os directores nacionais-adjuntos;
c) O Conselho Superior de Polícia, o Conselho de Deontologia e Disciplina e a Junta Superior
de Saúde;
d) A Inspecção;
e) As unidades orgânicas de operações e segurança, de recursos humanos e de logística e finanças.

2 - Funcionam, ainda, na dependência do director nacional, o Departamento de Apoio Geral e serviços para as áreas
de estudos e planeamento, consultadoria jurídica, deontologia e disciplina, relações públicas e assistência religiosa.

ARTIGO 19.º
UNIDADES DE POLÍCIA

1 - Na PSP existem as seguintes unidades de polícia:


a) Unidade Especial de Polícia;
b) Os comandos territoriais de polícia.
2 - São comandos territoriais de polícia:
a) Os comandos regionais de polícia;
b) Os Comandos Metropolitanos de Polícia de Lisboa e do Porto;
c) Os comandos distritais de polícia.
3 - Podem ser constituídas unidades de polícia para cumprimento de missões fora do território nacional, nos termos
da lei.

ARTIGO 20.º
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO POLICIAL

São estabelecimentos de ensino policial:


a) O Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna;
b) A Escola Prática de Polícia.

CAPÍTULO II
DIRECÇÃO NACIONAL
SECÇÃO I
DIRECTOR NACIONAL
ARTIGO 21.º
COMPETÊNCIA

1 - Ao director nacional compete, em geral, comandar, dirigir, coordenar, gerir, controlar e fiscalizar todos os
órgãos, comandos, serviços e estabelecimentos de ensino da PSP.

2 - Além das competências próprias dos cargos de direcção superior de 1.º grau, compete ao director nacional:
a) Representar a PSP;
b) Presidir ao Conselho Superior de Polícia;
c) Presidir ao Conselho de Deontologia e Disciplina;
d) Colocar e transferir o pessoal com funções policiais e não policiais, de acordo com as necessidades do serviço;
e) Exercer o poder disciplinar;

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f) Autorizar o desempenho pela PSP de serviços de carácter especial a pedido de outras entidades;
g) Determinar a realização de inspecções aos órgãos e serviços da PSP em todos os aspectos da sua actividade;
h) Sancionar as licenças arbitradas pelas juntas de saúde;
i) Homologar as decisões da Junta Superior de Saúde;
j) Conceder licenças, autorizações e exercer as demais competências administrativas previstas na lei;
l) Exercer as competências que lhe forem delegadas.

3 - O director nacional pode delegar em todos os níveis de pessoal dirigente as suas competências próprias, salvo se
a lei expressamente o impedir.

4 - A competência referida na alínea a) do n.º 2 é delegável em qualquer elemento do pessoal dirigente dos quadros
de pessoal da PSP.

5 - O director nacional é coadjuvado por três directores nacionais-adjuntos, que dirigem, respectivamente, as
unidades orgânicas de operações e segurança, de recursos humanos e de logística e finanças.

6 - O director nacional é substituído, nas suas faltas ou impedimentos, pelo director nacional-adjunto que dirige a
unidade orgânica de operações e segurança.

ARTIGO 22.º
GABINETE

1 - O director nacional é apoiado por um gabinete constituído pelo chefe de gabinete e pelos adjuntos e secretário
pessoal.

2 - Compete ao Gabinete do director nacional coadjuvar, assessorar e secretariar o director nacional no exercício
das suas funções.

3 - O Gabinete é dirigido por um chefe de gabinete, cargo de direcção intermédia de 1.º grau.

ARTIGO 23.º
DIRECTORES NACIONAIS-ADJUNTOS

Compete aos directores nacionais-adjuntos:


a) Coadjuvar o director nacional no exercício das suas funções;
b) Exercer a direcção e coordenação da unidade orgânica que lhe for atribuída por despacho do director nacional;
c) Exercer as competências delegadas ou subdelegadas pelo director nacional.

SECÇÃO II
ÓRGÃOS DE INSPECÇÃO E CONSULTA
ARTIGO 24.º
ÓRGÃOS DE INSPECÇÃO E CONSULTA

Na dependência directa do director nacional funcionam os seguintes órgãos:


a) A Inspecção;
b) O Conselho Superior de Polícia, o Conselho de Deontologia e Disciplina e a Junta Superior de Saúde, órgãos de
consulta.

ARTIGO 25.º
INSPECÇÃO

1 - A Inspecção é o serviço, directamente dependente do director nacional, que exerce o controlo interno nos
domínios operacional, administrativo, financeiro e técnico, competindo-lhe verificar, acompanhar, avaliar e
informar sobre a actuação de todos os serviços da PSP, tendo em vista promover:
a) A legalidade, a regularidade, a eficácia e a eficiência da actividade operacional, da gestão orçamental e
patrimonial e da gestão de pessoal;
b) A qualidade do serviço prestado à população;
c) O cumprimento dos planos de actividades e das decisões e instruções internas.

2 - A Inspecção é dirigida pelo inspector nacional.

3 - O regulamento interno da Inspecção é aprovado por despacho do ministro da tutela.

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ARTIGO 26.º
CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA

1 - O Conselho Superior de Polícia (CSP) é um órgão consultivo do director nacional ao qual compete pronunciar-se
sobre os assuntos relativos à actividade da PSP e sua relação com as
populações, apoiar a decisão do director nacional em assuntos de particular relevância e, em especial:
a) Emitir parecer sobre os objectivos, necessidades e planos estratégicos da PSP e a sua execução;
b) Pronunciar-se sobre as providências legais ou regulamentares que digam respeito à PSP, quando solicitado;
c) Pronunciar-se, a solicitação do ministro da tutela, sobre quaisquer assuntos que digam respeito à PSP.

2 - Compõem o CSP:
a) O director nacional, que preside;
b) Os directores nacionais-adjuntos;
c) O inspector nacional;
d) Os comandantes regionais dos Açores e da Madeira;
e) Os comandantes metropolitanos de Lisboa e Porto e da Unidade Especial de Polícia;
f) Os directores dos estabelecimentos de ensino policial;
g) Os directores dos serviços responsáveis pelas áreas de operações, recursos humanos e logística;
h) Três comandantes distritais, a nomear pelo director nacional;
i) Quatro vogais eleitos de entre os candidatos apresentados pelas associações sindicais, nos termos da lei;
j) Um vogal eleito de entre os oficiais de posto de superintendente-chefe, superintendente e intendente;
l) Dois vogais eleitos de entre os subintendentes, comissários e subcomissários;
m) Três vogais eleitos de entre os elementos da carreira de chefe;
n) Cinco vogais eleitos de entre os elementos da carreira de agente;
o) Um vogal eleito de entre os funcionários pertencentes ao quadro de pessoal sem funções policiais.

3 - A forma de designação e eleição dos membros do CSP e o seu regulamento de funcionamento são aprovados por
portaria do ministro da tutela.

ARTIGO 27.º
CONSELHO DE DEONTOLOGIA E DISCIPLINA

1 - O Conselho de Deontologia e Disciplina (CDD) é um órgão de carácter consultivo do director nacional, ao qual
compete apreciar e emitir parecer sobre os assuntos que lhe sejam submetidos em matéria de deontologia e
disciplina e exercer as competências que a lei e o regulamento disciplinar lhe conferem.

2 - Compõem o CDD:
a) O director nacional, que preside;
b) Os directores nacionais-adjuntos;
c) O inspector nacional;
d) Um comandante regional de polícia a designar pelo director nacional;
e) Um comandante metropolitano de polícia, a designar pelo director nacional;
f) Dois comandantes distritais de polícia, a designar pelo director nacional;
g) O director do serviço responsável pela área de deontologia e disciplina;
h) Três vogais eleitos de entre os candidatos apresentados pelas associações sindicais, nos termos da lei.

3 - O regulamento de funcionamento do CDD e a forma de designação e eleição dos membros


é aprovado por portaria do ministro da tutela.

ARTIGO 28.º
JUNTA SUPERIOR DE SAÚDE

1 - A Junta Superior de Saúde (JSS) é o órgão a que compete julgar o grau de capacidade para o serviço do pessoal
da PSP que, por ordem do director nacional, lhe for presente, bem como emitir parecer sobre os recursos relativos a
decisões baseadas em pareceres formulados pelas juntas médicas da PSP.

2 - A JSS é constituída por três médicos nomeados pelo director nacional, que designa, de entre eles, o presidente.

3 - Quando funcionar como junta de recurso, a JSS é composta por dois médicos designados pelo director nacional,
que não tenham intervindo anteriormente no processo, e por um médico escolhido pelo requerente, o qual, não
sendo indicado no prazo que para o efeito for fixado pelo director nacional, é substituído pelo médico que este
designar.

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SECÇÃO III
UNIDADES ORGÂNICAS
ARTIGO 29.º
OPERAÇÕES E SEGURANÇA

A unidade orgânica de operações e segurança compreende as áreas de operações, informações policiais,


investigação criminal, armas e explosivos, segurança privada, sistemas de informação e comunicações.

ARTIGO 30.º
RECURSOS HUMANOS

A unidade orgânica de recursos humanos compreende as áreas de recursos humanos, formação e saúde e
assistência na doença.

ARTIGO 31.º
LOGÍSTICA E FINANÇAS

A unidade orgânica de logística e finanças compreende as áreas de logística e gestão financeira.

ARTIGO 32.º
SERVIÇOS

O número, as competências, a estrutura interna e os cargos de direcção dos serviços das unidades orgânicas são
definidos por portaria, nos termos da Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro, que «estabelece os princípios e as normas a
que deve obedecer a organização da administração directa do Estado».

SECÇÃO IV
APOIO GERAL
ARTIGO 33.º
DEPARTAMENTO DE APOIO GERAL

1 - Ao Departamento de Apoio Geral (DAG) compete o enquadramento administrativo, para efeitos operacionais e
de disciplina, do pessoal, bem como a administração e o controlo das instalações, dos equipamentos e demais
material, e a recepção, expedição e arquivo de toda a correspondência, da Direcção Nacional.

2 - O DAG pode, ainda, prestar apoio administrativo a outras unidades da PSP.

3 - Compete, ainda, ao DAG assegurar o funcionamento da Biblioteca, do Arquivo Central, do


Museu e da Banda da PSP.

4 - A Biblioteca da PSP funciona junto do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança


Interna, integrando o seu actual acervo bibliográfico.

CAPÍTULO III
UNIDADES DE POLÍCIA
SECÇÃO I
COMANDOS TERRITORIAIS DE POLÍCIA
ARTIGO 34.º
CARACTERIZAÇÃO

1 - Os comandos territoriais de polícia são unidades territoriais na dependência directa do director nacional que
prosseguem as atribuições da PSP na respectiva área de responsabilidade.

2 - Em cada uma das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira existe um comando regional de polícia, com
sede, respectivamente, em Ponta Delgada e no Funchal.

3 - Os Comandos Metropolitanos de Polícia têm sede em Lisboa e no Porto.

4 - Os comandos distritais de polícia têm sede em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo

Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo,
Vila Real e Viseu.

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ARTIGO 35.º
ORGANIZAÇÃO

Os comandos territoriais de polícia compreendem o comando, serviços e subunidades.

ARTIGO 36.º
COMANDANTES REGIONAIS, METROPOLITANOS E DISTRITAIS

1 - Aos comandantes regionais, metropolitanos e distritais de polícia, na sua área de responsabilidade, compete:
a) Representar a PSP;
b) Exercer o comando do respectivo comando territorial, através da gestão e emprego dos meios humanos,
materiais e financeiros que lhe estão atribuídos;
c) Nomear os comandantes das subunidades;
d) Colocar e transferir o pessoal de acordo com as necessidades do serviço;
e) Exercer o poder disciplinar;
f) Determinar inspecções a todas as actividades do comando e das subunidades;
g) Exercer as competências delegadas, ou subdelegadas, pelo director nacional, bem como executar e fazer
executar todas as determinações deste;
h) Exercer todas as demais competências previstas legalmente em matéria de segurança pública e privada.

2 - Os comandantes regionais, metropolitanos e distritais de polícia podem delegar as suas competências nos
respectivos 2.os comandantes, salvo se a lei expressamente o impedir.

3 - Compete, em especial, aos comandantes regionais de polícia:


a) O comando de todas as forças da PSP na área da respectiva Região Autónoma;
b) Promover as acções de fiscalização do cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre viação
terrestre e transportes rodoviários em todas as vias públicas;
c) Articular com o Governo Regional a actividade operacional nas matérias cuja tutela compete à Região;
d) Manter informados os órgãos de governo próprio da Região da situação de segurança no respectivo território;
e) Cooperar com os órgãos da Região em matérias do âmbito das atribuições da PSP e na resolução dos problemas
relacionados com as funções policiais que desempenham.

4 - O comandante regional de polícia dos Açores pode delegar as suas competências nos comandantes de divisão.

5 - A competência referida na alínea a) do n.º 1 é delegável em qualquer elemento dos quadros da PSP do
respectivo comando.

ARTIGO 37.º
2.º COMANDANTE

1 - Os comandantes regionais, metropolitanos e distritais de polícia são coadjuvados por um 2.º comandante.

2 - Os 2.os comandantes substituem, nas suas faltas ou impedimentos, o respectivo comandante e, são
substituídos, nas suas faltas ou impedimentos, pelo oficial mais graduado ou, se houver vários de igual graduação,
pelo mais antigo.

ARTIGO 38.º
SUBUNIDADES

1 - As subunidades dos comandos territoriais de polícia são a divisão policial e a esquadra.

2 - As divisões policiais compreendem as áreas operacional e administrativa.

3 - As esquadras são subunidades operacionais.

ARTIGO 39.º
COMANDO DE SUBUNIDADES

1 - O comando das subunidades é exercido por um comandante, coadjuvado por um adjunto.

2 - Salvo designação em contrário do comandante do comando territorial de polícia, o adjunto é o elemento mais
graduado colocado na respectiva subunidade.

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3 - Caso existam vários elementos com a mesma graduação, prefere o mais antigo.

SECÇÃO II
UNIDADE ESPECIAL DE POLÍCIA
ARTIGO 40.º
MISSÃO

A Unidade Especial de Polícia (UEP) é uma unidade especialmente vocacionada para operações de manutenção e
restabelecimento da ordem pública, resolução e gestão de incidentes críticos, intervenção táctica em situações de
violência concertada e de elevada perigosidade, complexidade e risco, segurança de instalações sensíveis e de
grandes eventos, segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades, inactivação de
explosivos e segurança em subsolo e aprontamento e projecção de forças para missões internacionais.

ARTIGO 41.º
ORGANIZAÇÃO

1 - A UEP compreende as seguintes subunidades operacionais:


a) O Corpo de Intervenção;
b) O Grupo de Operações Especiais;
c) O Corpo de Segurança Pessoal;
d) O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo;
e) O Grupo Operacional Cinotécnico.

2 - Por despacho do ministro da tutela, sob proposta do director nacional, podem ser destacadas, ou colocadas com
carácter permanente, forças da UEP na dependência operacional, logística e administrativa dos comandos
territoriais de polícia.

ARTIGO 42.º
CORPO DE INTERVENÇÃO

O Corpo de Intervenção (CI) constitui uma força de reserva à ordem do director nacional, especialmente preparada
e destinada a ser utilizada em:
a) Acções de manutenção e reposição de ordem pública;
b) Combate a situações de violência concertada;
c) Colaboração com os comandos no patrulhamento, em condições a definir por despacho do director nacional.

ARTIGO 43.º
GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

O Grupo de Operações Especiais (GOE) constitui uma força de reserva da PSP, à ordem do director nacional,
destinada, fundamentalmente, a combater situações de violência declarada, cuja resolução ultrapasse os meios
normais de actuação.

ARTIGO 44.º
CORPO DE SEGURANÇA PESSOAL

O Corpo de Segurança Pessoal (CSP) é uma força especialmente preparada e vocacionada para a segurança pessoal
de altas entidades, membros de órgãos de soberania, protecção policial de testemunhas ou outros cidadãos sujeitos
a ameaça, no âmbito das atribuições da PSP.

ARTIGO 45.º
CENTRO DE INACTIVAÇÃO DE EXPLOSIVOS E SEGURANÇA EM SUBSOLO

O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS) é um núcleo de direcção e formação técnica
da especialidade de detecção e inactivação de engenhos explosivos e de segurança no subsolo.

ARTIGO 46.º
GRUPO OPERACIONAL CINOTÉCNICO

O Grupo Operacional Cinotécnico (GOC) é uma subunidade especialmente preparada e vocacionada para a
aplicação de canídeos no quadro de competências da PSP.

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ARTIGO 47.º
COMANDANTE DA UEP

Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 57.º, o comandante da UEP tem as competências previstas para os
comandantes territoriais de polícia.

SECÇÃO III
SUBUNIDADES E SERVIÇOS
ARTIGO 48.º
SUBUNIDADES

A criação e extinção de subunidades dos comandos territoriais de polícia e da UEP são


aprovadas por portaria do ministro da tutela.

ARTIGO 49.º
SERVIÇOS

A criação e extinção e o funcionamento dos serviços dos comandos territoriais de polícia e da UEP são aprovados
por portaria do ministro da tutela.

CAPÍTULO IV
ESTABELECIMENTOS DE ENSINO POLICIAL
ARTIGO 50.º
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS POLICIAIS E SEGURANÇA INTERNA

1 - O Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) é um instituto policial de ensino superior
universitário que tem por missão formar oficiais de polícia, promover o seu aperfeiçoamento permanente e realizar,
coordenar ou colaborar em projectos de investigação e desenvolvimento no domínio das ciências policiais.

2 - O ISCPSI confere, nos termos da lei, graus académicos na sua área científica.

3 - A organização e funcionamento do ISCPSI são definidos por decreto regulamentar.

ARTIGO 51.º
ESCOLA PRÁTICA DE POLÍCIA

1 - A Escola Prática de Polícia (EPP) é um estabelecimento de ensino policial, na dependência do director nacional,
que tem por missão ministrar cursos e estágios de formação, aperfeiçoamento e actualização de agentes e chefes, e
de especialização para todo o pessoal da PSP.

2 - A organização e funcionamento da EPP são definidos por decreto regulamentar.

TÍTULO III
PROVIMENTO
ARTIGO 52.º
DIRECTOR NACIONAL

1 - O recrutamento para o cargo de director nacional é feito, por escolha, de entre superintendentes-chefes, ou
indivíduos licenciados de reconhecida idoneidade e experiência profissional, vinculados ou não à Administração
Pública.

2 - O provimento do cargo é feito mediante despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do ministro da tutela.

3 - O cargo é provido em comissão de serviço por um período de três anos, renovável por iguais períodos.

4 - A renovação da comissão de serviço deverá ser comunicada ao interessado até 30 dias antes do seu termo,
cessando a mesma automaticamente no final do respectivo período se o ministro da tutela não tiver manifestado
expressamente a intenção de a renovar, caso em que o dirigente se manterá no exercício de funções de gestão
corrente até à nomeação do novo titular do cargo.

5 - Para efeitos de eventual renovação da comissão de serviço, deve a entidade competente ser informada, com a
antecedência mínima de 90 dias, do termo de cada comissão, cessando esta automaticamente no fim do respectivo
período sempre que não seja dado cumprimento àquela formalidade.

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6 - Em qualquer momento, a comissão de serviço pode ser dada por finda por despacho do ministro da tutela, por
iniciativa deste ou a requerimento do interessado.

ARTIGO 53.º
DIRECTOR NACIONAL-ADJUNTO

1 - O recrutamento para o cargo de director nacional-adjunto é feito, por escolha, de entre


superintendentes-chefes, ou de entre indivíduos licenciados de reconhecida idoneidade e experiência profissional,
vinculados ou não à Administração Pública.

2 - O director nacional-adjunto que dirige a unidade orgânica de operações e segurança, é sempre um


superintendente-chefe.

3 - O provimento é feito mediante despacho do ministro da tutela, sendo aplicável o disposto nos n.ºs 3, 4 e 5 do
artigo anterior.

4 - Em qualquer momento, a comissão de serviço pode ser dada por finda por despacho do ministro da tutela, por
iniciativa deste, por proposta do director nacional, ou a requerimento do interessado.

ARTIGO 54.º
INSPECTOR NACIONAL

1 - O recrutamento para o cargo de inspector nacional é feito, por escolha, de entre


superintendentes-chefes.

2 - É aplicável à comissão de serviço do inspector nacional, o regime previsto nos n.ºs 3 e 4 do artigo anterior com
as devidas adaptações.

ARTIGO 55.º
RECRUTAMENTO DE COMANDANTES E 2.OS COMANDANTES

1 - O recrutamento para os cargos de comandante é feito, por escolha, de entre:


a) Superintendentes-chefes ou superintendentes, para os cargos de comandante regional e metropolitano de
polícia;
b) Superintendentes-chefes ou superintendentes, para o cargo de comandante da UEP;
c) Superintendentes, intendentes ou subintendentes para os cargos de comandante distrital de polícia.

2 - O recrutamento para os cargos de 2.º comandante é feito, por escolha, de entre:


a) Superintendentes ou intendentes, para os cargos de 2.º comandante regional e metropolitano de polícia;
b) Superintendentes ou intendentes, para o cargo de 2.º comandante da UEP;
c) Intendentes, subintendentes ou comissários para os cargos de 2.º comandante distrital de polícia.

3 - O ministro da tutela, sob proposta do director nacional, define por despacho o posto do comandante e do 2.º
comandante de cada unidade territorial, em função da complexidade do comando e no respeito pelo disposto nos
números anteriores.

ARTIGO 56.º
PROVIMENTO EM COMISSÃO DE SERVIÇO

1 - O provimento dos cargos de comandante regional, metropolitano, distrital de polícia e da UEP, é feito em
comissão de serviço por um período de três anos, renovável, mediante despacho do ministro da tutela, sob
proposta do director nacional.

2 - A renovação da comissão de serviço é comunicada ao interessado pela entidade competente até 30 dias antes
do seu termo, cessando a mesma automaticamente no final do respectivo período na ausência de comunicação,
caso em que o dirigente se mantém no exercício de funções de gestão corrente até à tomada de posse do novo
titular do cargo.

3 - Para efeitos de eventual renovação da comissão de serviço, deve a entidade competente ser informada, com a
antecedência mínima de 90 dias do termo de cada comissão, cessando esta automaticamente no fim do respectivo
período sempre que não seja dado cumprimento àquela formalidade.

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4 - Em qualquer momento, as comissões de serviço podem ser dadas por findas por despacho da entidade
competente para a nomeação, por sua iniciativa, por proposta do director nacional ou a requerimento do
interessado.

ARTIGO 57.º
OUTROS CARGOS DE COMANDO

1 - O provimento dos cargos de comandante do CI, GOE, CSP, CIEXSS e do GOC é feito por despacho do director
nacional, sob proposta do comandante da UEP.

2 - O provimento dos cargos de comandante de divisão é feito por despacho do director nacional, sob proposta do
respectivo comandante de unidade.

3 - O provimento dos cargos de comandante de esquadra é feito por despacho do respectivo comandante regional,
metropolitano ou distrital de polícia.

ARTIGO 58.º
CARGOS DE DIRECÇÃO INTERMÉDIA DE 1.º GRAU

1 - O recrutamento para cargo de direcção intermédia de 1.º grau é feito em comissão de serviço por um período de
três anos, mediante despacho do director nacional, por escolha de entre superintendentes ou funcionários.

2 - O recrutamento para os cargos de direcção intermédia de 1.º grau de serviços com atribuições exclusiva ou
predominantemente técnico-policiais é feito exclusivamente de entre superintendentes.

3 - Os serviços com atribuições exclusiva ou predominantemente policiais são determinados por portaria do
ministro da tutela.

4 - É aplicável aos dirigentes a que se refere o presente artigo o disposto nos n.ºs 2 a 4 do artigo 56.º

ARTIGO 59.º
CARGOS DE DIRECÇÃO INTERMÉDIA DE 2.º GRAU

1 - O recrutamento para cargo de direcção intermédia de 2.º grau é feito em comissão de serviço por um período de
três anos, mediante despacho do director nacional, por escolha de entre intendentes ou funcionários.

2 - O recrutamento para os cargos de direcção intermédia de 2.º grau de serviços com atribuições exclusiva ou
predominantemente técnico-policiais é feito exclusivamente de entre intendentes.

3 - Ao provimento e recrutamento para estes cargos é aplicável o disposto no n.º 3 do artigo anterior e nos n.ºs 2 a
4 do artigo 56.º

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINANCEIRAS
ARTIGO 60.º
RECEITAS

Constituem receitas da PSP:


a) As dotações atribuídas pelo Orçamento do Estado;
b) O produto da venda de publicações e as quantias cobradas por actividades ou serviços prestados;
c) Os juros dos depósitos bancários;
d) As receitas próprias consignadas à PSP;
e) Os saldos das receitas consignadas;
f) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por lei, contrato ou a outro título.

ARTIGO 61.º
DESPESAS

Constituem despesas da PSP as que resultem de encargos decorrentes do funcionamento dos seus órgãos e serviços
e da actividade operacional, na prossecução das atribuições que lhe estão cometidas.

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ARTIGO 62.º
RECRUTAMENTO EXCEPCIONAL

1 - Por despacho do ministro da tutela, sob proposta do director nacional, pode o oficial de polícia com formação e
experiência adequadas desempenhar funções correspondentes ao posto imediatamente superior.

2 - O pessoal provido nos termos do número anterior tem os direitos e deveres inerentes à função desempenhada.

3 - O pessoal provido retoma a remuneração devida no posto de origem, quando cessar as funções que
desempenhava, sendo-lhe contado o tempo de permanência no posto em que tiver sido provido, para efeitos de
mudança de escalão e antiguidade.

4 - Se, durante o tempo em que estiver provido no posto imediato, ocorrer a sua promoção, o elemento manterá o
escalão em que se encontrar até que, pelo normal desenvolvimento da progressão esse escalão lhe competir,
devendo, para efeitos de antiguidade, ser colocado na posição que lhe competiria no normal desenvolvimento da
carreira.

ARTIGO 63.º
TAXAS

A actividade da PSP pode implicar a aplicação de taxas e a cobrança de despesas a cargo de entidades que
especialmente beneficiem com aquela actividade, nos termos a regular em diploma próprio.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
ARTIGO 64.º
DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA

A organização e funcionamento dos serviços sociais são regulados por diploma próprio.

ARTIGO 65.º
REGULAMENTAÇÃO

1 - São regulados por diploma próprio:


a) A organização e funcionamento do ISCPSI e da EPP;
b) A aplicação de taxas e a cobrança de despesas a cargo de entidades que especialmente beneficiem com a
actividade da PSP;
c) O estatuto remuneratório do director nacional.

2 - A prestação e o pagamento dos serviços requisitados à PSP nos termos dos artigos 15.º e 16.º da presente lei são
objecto de portaria conjunta do ministro da tutela, do membro do Governo responsável pela área das finanças e,
quando aplicável, do membro do Governo com a tutela da entidade requisitante.

3 - O número, as competências e a estrutura interna dos serviços das unidades orgânicas, bem como o quadro de
dirigentes da PSP, são definidos por portaria, nos termos da Lei n.º 4/2004, de 15 de Janeiro.

4 - São aprovados por portaria do ministro da tutela:


a) A área de responsabilidade da PSP, no caso de atribuições simultaneamente cometidas à
Guarda Nacional Republicana, bem como dos comandos territoriais de polícia e respectivas subunidades;
b) As condições em que o pessoal da PSP com funções policiais pode ser afecto a organismos de interesse público;
c) Os serviços com atribuições exclusiva ou predominantemente policiais;
d) A criação e extinção de subunidades dos comandos territoriais de polícia e da UEP;
e) A criação e extinção e o funcionamento dos serviços dos comandos territoriais de polícia, da UEP e dos
estabelecimentos de ensino.

5 - São regulados por despacho do ministro da tutela:


a) Os tipos de armas em uso pela PSP, bem como as regras do respectivo emprego;
b) O regulamento da Inspecção.
_______
Nota: Ver Portaria n.º 416/2008, de 11-6.

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ARTIGO 66.º
TRANSFERÊNCIA DE SÍMBOLOS

1 - A UEP é a herdeira dos estandartes nacionais do CI, GOE e CSP, incluindo as respectivas condecorações
atribuídas.

2 - O CI, GOE e CSP mantêm o direito a brasão de armas e a bandeira heráldica.

3 - Os demais símbolos do CI, GOE e CSP passam, para todos os efeitos, a integrar o património histórico da UEP.

ARTIGO 67.º
NORMA REVOGATÓRIA

É revogada a Lei n.º 5/99, de 27 de Janeiro, com excepção:


a) Dos artigos 4.º e 6.º, cuja revogação produz efeitos com a entrada em vigor de uma nova lei de segurança
interna;
b) Dos artigos 88.º, 89.º, 90.º a 94.º e 103.º, cuja revogação produz efeitos com a entrada em vigor de um novo
estatuto do pessoal da PSP;
c) Do artigo 105.º, cuja revogação produz efeitos com a entrada em vigor da portaria referida no n.º 3 do artigo 65.º

ARTIGO 68.º
ENTRADA EM VIGOR

A presente lei entra em vigor no prazo de 30 dias, com excepção do artigo 65.º que entra em vigor no dia seguinte
ao da publicação.
Aprovada em 19 de Julho de 2007.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
Promulgada em 20 de Agosto de 2007.
Publique-se.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Referendada em 20 de Agosto de 2007.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

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DIREITO PENAL

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Um dos princípios basilares do diploma (Código Penal), reside na compreensão que toda a pena tem de ter como
suporte uma culpa.

Paralelamente, sem estar directamente associada à culpa, temos o principio da prevenção;

Compete ao Direito Penal, através da pena criar um efeito suficientemente dissuasor, pela reprovação ética que
esta comporta – prevenção geral;

Exemplo de prevenção: Não assaltar um banco por sabermos que é punível com pena de prisão.

IDENTIFICAÇÃO DE CAPÍTULOS MAIS RELEVANTES

Por economia de processo, serão analisados somente os capítulos com relevância para os Objectivos propostos para
este Modulo.

Assim serão considerados;

LIVRO I – PARTE GERAL – DA LEI CRIMINAL

Art. 1º -Principio da Legalidade – só pode ser punido criminalmente o facto descrito e declarado passível de pena
por lei anterior ao momento da sua prática (…);

Art.2º - Aplicação no tempo – As penas e as medidas de segurança são determinadas pela lei vigente no momento
da prática do facto ou do preenchimento dos pressupostos de que dependem (…); Principio do tratamento mais
favorável ao agente –nº4 (…);

Art.3º - Momento da prática do facto – o facto considera-se praticado no momento em que o agente actuou, ou no
caso de omissão, deveria ter actuado, independentemente do momento em que o resultado típico se tenha
produzido (…);

Art.7º - Lugar da prática do facto – o facto considera-se praticado tanto no lugar em que, (…), o agente actuou , ou
no caso de omissão deveria ter actuado (…);

LIVRO I – PARTE GERAL – TITULO II – DO FACTO

CAPITULO I – PRESSUPOSTOS DA PUNIÇÃO:

Art.11º - Responsabilidade de Pessoas Singulares e Colectivas – Só as pessoas singulares são susceptíveis de


responsabilidade criminal, salvo os casos previstos na Lei, e para os previstos no nº2 deste artigo.

Art.13º - Dolo e negligência - Só é punível o facto praticado com dolo ou, nos casos especialmente previstos na lei,
com negligência.

Art. 14º - Dolo -Age com dolo quem, representando um facto que preenche um tipo de crime, actuar com intenção
de o realizar; Age ainda com dolo quem representar a realização de um facto que preenche um tipo de crime como
consequência necessária da sua conduta.

Quando a realização de um facto que preenche um tipo de crime for representada como consequência possível da
conduta, há dolo se o agente actuar conformando-se com aquela realização.

Art. 15º - Negligência -Age com negligência quem, por não proceder com cuidado a que, segundo as circunstâncias
está obrigado e de que é capaz:

Representar como possível a realização de um facto que preenche um tipo de crime mas actuar sem se conformar
com essa realização; ou não chegar sequer a representar a possibilidade de realização do facto.

Art. 19º - Inimputabilidade em razão da idade -Os menores de 16 anos são inimputáveis.

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Art. 20º - Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica -É inimputável quem, por força de uma anomalia
psíquica, for incapaz, no momento da prática do facto, de avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo
com essa avaliação.

LIVRO I – PARTE GERAL – TITULO II – DO FACTO

CAPITULO II – FORMAS DO CRIME:

Art. 22º - Tentativa – Há tentativa quando o agente praticar actos de execução de um crime que decidiu cometer,
sem que este chegue a consumar-se (…);

Art.23º - Punibilidade da tentativa – Salvo disposição em contrário, a tentativa só é punível se ao crime consumado
respectivo corresponder pena superior a três anos de prisão; A tentativa é punível com a pena aplicável ao crime
consumado, especialmente atenuada; A tentativa não é punível quando for manifesta a inaptidão do meio
empregado pelo agente ou a inexistência do objecto essencial à consumação do crime (…);

Art.26º - Autoria – É punível como autor quem executar o facto, por si mesmo ou por intermédio de outrem, ou
tomar parte directa na sua execução (…);

Art.27º - Cumplicidade –É punível como cúmplice quem, dolosamente e por qualquer forma, prestar auxilio
material ou moral à pratica por outrem de um facto doloso (…);

LIVRO I – PARTE GERAL – TITULO II – DO FACTO

CAPITULO III – CAUSAS QUE EXCLUEM A ILICITUDE E A CULPA:

Art.32º - Legitima Defesa – Constitui legitima defesa o facto praticado como meio necessário para repelir a
agressão actual e ilícita de interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiro;

Art.33º - Excesso de Legitima Defesa – se houver excesso dos meios empregados em legitima defesa, o facto é
ilícito mas a pena pode ser especialmente atenuada; nº2 não há punição se o excesso resultar de medo,
perturbação, não censuráveis (…);

Art.36º - Conflito de deveres – o dever de obediência hierárquica cessa quando conduzir à pratica de um crime (…);

LIVRO I – PARTE GERAL – TITULO III – DAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO FACTO

CAPITULO I – DISPOSIÇÃO PRELIMINAR:

Art. 40º -Finalidades das penas e das medidas de segurança –A aplicação de penas e medidas de segurança visa a
protecção de bens jurídicos e a integração do agente na sociedade (…);

Capitulo II – Penas:

Art.41º - Duração e contagem dos prazos da pena de prisão –A pena de prisão tem, em regra, a duração mínima de
um mês e a duração máxima de vinte anos; O limite máximo da pena de prisão é de vinte e cinco anos nos casos
previstos na lei; Em caso algum o limite máximo pode ser excedido (…);

Art.43º - Substituição da pena de prisão –A pena de prisão aplicada em medida não superior a um ano é
substituída por pena de multa ou por outra pena não privativa de liberdade aplicável, excepto se a execução da
prisão for exigida pela necessidade de prevenir o cometimento de futuros crimes (…);

Art.47º - Pena de Multa – A pena de multa é fixada em dias, de acordo com os critérios estabelecidos no nº1 do
art.71º, sendo em regra, o limite mínimo de 10 dias e o máximo de 360 dias (…);

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LIVRO I – PARTE GERAL – TITULO IV – QUEIXA E ACUSAÇÃO PARTICULAR

Art.113º -Titulares do direito de queixa – Quando o procedimento criminal depender de queixa, tem legitimidade
para apresentá-la, salvo disposição em contrário, o ofendido, considerando-se para tal o titular dos interesses que a
Lei especialmente quis proteger com a incriminação.

Se o ofendido morrer sem apresentar queixa, e sem ter renunciado a ela, o direito transmite-se para os herdeiros,

Se o ofendido for menor, o direito a queixa pertence ao representante legal (…)

Art. 115º - Extinção do direito de queixa –O direito a queixa extingue-se no prazo de seis meses a contar da data
em que o titular tiver tido conhecimento do facto e dos seus autores, ou a partir da morte do ofendido, ou data em
que ele se tiver tornado incapaz (…);

Art. 116º - Renuncia e Desistência da queixa –O direito a queixa não pode ser exercido se o titular a ele
expressamente tiver renunciado ou tiver praticado actos em que a renuncia se presuma (…); O queixoso pode
desistir da queixa, desde que não haja oposição do arguido, até à publicação da sentença da 1ª Instância. A
desistência impede que a queixa seja renovada (…);

Art. 117º - Acusação Particular –O regime aplicado ao regime da queixa é aplicado nos casos em que o
procedimento criminal depender de acusação particular.

LIVRO II – PARTE ESPECIAL – TITULO I – DOS CRIMES CONTRA AS PESSOAS.

CAPITULO I – DOS CRIMES CONTRA A VIDA (…)

Art.131º - Homicídio – Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de oito a dezasseis anos;

Art.132º - Homicídio Qualificado – Se a morte for produzida em circunstâncias que revelam especial
censurabilidade ou perversidade, o agente é punido com pena de prisão de doze a vinte cinco anos; o nº2 descreve
a titulo exemplificativo algumas dessas situações mais censuráveis (…);

Art.133º -Homicídio Privilegiado – Quem matar outra pessoa dominado por compreensível emoção violenta,
compaixão, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a culpa, é punido
com pena de prisão de um a cinco anos.

Art.137º -Homicídio por negligência – Quem matar outra pessoa por negligência é punido com pena de prisão até 3
anos ou com pena de multa; Em caso de negligência grosseira, o agente é punido com pena de prisão até cinco
anos.

CAPITULO III – DOS CRIMES CONTRA A INTEGRIDADE FÍSICA

Art. 143º -Ofensa à Integridade Física Simples – Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa é punido com
pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa; O procedimento criminal depende de queixa, salvo quando a
ofensa seja cometida contra agentes das forças de segurança, no exercício das suas funções, ou por causa delas (…);

Artigo 144.º -Ofensa à integridade física grave -Quem ofender o corpo ou a saúde de outra pessoa de forma a:

a) Privá-lo de importante órgão ou membro, ou a desfigurá-lo grave e permanentemente;

b) Tirar -lhe ou afectar -lhe, de maneira grave, a capacidade de trabalho, as capacidades intelectuais, de procriação
ou de fruição sexual, ou a possibilidade de utilizar o corpo, os sentidos ou a linguagem;

c) Provocar-lhe doença particularmente dolorosa ou permanente, ou anomalia psíquica grave ou incurável; ou

c) Provocar-lhe doença particularmente dolorosa ou permanente, ou anomalia psíquica grave ou incurável; ou

d) Provocar-lhe perigo para a vida;

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é punido com pena de prisão de 2 a 10 anos.

Art. 145.º -Ofensa à integridade física qualificada -Se as ofensas à integridade física forem produzidas em
circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade do agente, este é punido:

a) Com pena de prisão até quatro anos no caso do artigo 143.º;

b) Com pena de prisão de três a doze anos no caso do artigo 144.º

2 — São susceptíveis de revelar a especial censurabilidade ou perversidade do agente, entre outras, as


circunstâncias previstas no n.º 2 do artigo 132.º

CAPITULO IV – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Art.153.º-Ameaça -Quem ameaçar outra pessoa com a prática de crime contra a vida, a integridade física, a
liberdade pessoal, a liberdade e autodeterminação sexual ou bens patrimoniais de considerável valor, de forma
adequada a provocar-lhe medo ou inquietação ou a prejudicar a sua liberdade de determinação, é punido com pena
de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias.

2 —O procedimento criminal depende de queixa.

Art.154.º -Coacção -Quem, por meio de violência ou de ameaça com mal importante, constranger outra pessoa a
uma acção ou omissão, ou a suportar uma actividade, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de
multa.

Art. 158.º -Sequestro -Quem detiver, prender, mantiver presa ou detida outra pessoa ou de qualquer forma a privar
da liberdade é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 —O agente é punido com pena de prisão de 2 a 10 anos se a privação da liberdade:

a) Durar por mais de 2 dias;

b) For precedida ou acompanhada de ofensa à integridade física grave, tortura ou outro tratamento cruel,
degradante ou desumano; (…)

Art. 161.º -Rapto -Quem, por meio de violência, ameaça ou astúcia, raptar outra pessoa com a intenção de:

a) Submeter a vítima a extorsão;

b) Cometer crime contra a liberdade e autodeterminação sexual da vítima;

c) Obter resgate ou recompensa; ou

d) Constranger a autoridade pública ou um terceiro a uma acção ou omissão, ou a suportar uma actividade; é
punido com pena de prisão de dois a oito anos.

CAPITULO VII – DOS CRIMES CONTRA A RESERVA DA VIDA PRIVADA

Art.190.º-Violação de domicílio -Quem, sem consentimento, se introduzir na habitação de outra pessoa ou nela
permanecer depois de intimado a retirar-se é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 240
dias.

2 — Na mesma pena incorre quem, com intenção de perturbar a vida privada, a paz e o sossego de outra pessoa,
telefonar para a sua habitação ou para o seu telemóvel.

3 — Se o crime previsto no n.º 1 for cometido de noite ou em lugar ermo, por meio de violência ou ameaça de
violência, com uso de arma ou por meio de arrombamento, escalamento ou chave falsa, ou por três ou mais
pessoas, o agente é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

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CAPÍTULO VIII -DOS CRIMES CONTRA OUTROS BENS JURÍDICOS PESSOAIS

Art. 199.º -Gravações e fotografias ilícitas -Quem sem consentimento:

a) Gravar palavras proferidas por outra pessoa e não destinadas ao público, mesmo que lhe sejam dirigidas; ou

b) Utilizar ou permitir que se utilizem as gravações referidas na alínea anterior, mesmo que licitamente produzidas;

é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa até 240 dias.

2 — Na mesma pena incorre quem, contra vontade:

a) Fotografar ou filmar outra pessoa, mesmo em eventos em que tenha legitimamente participado; ou

b) Utilizar ou permitir que se utilizem fotografias ou filmes referidos na alínea anterior, mesmo que licitamente
obtidos. (…);

TÍTULO II -DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÓNIO

CAPÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE

Art. 203.º -Furto -Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair coisa móvel
alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 —A tentativa é punível.

3 —O procedimento criminal depende de queixa.

Art. 204.º -Furto qualificado -Quem furtar coisa móvel alheia:

a) De valor elevado;

b) Colocada ou transportada em veículo ou colocada em lugar destinado ao depósito de objectos ou transportada


por passageiros utentes de transporte colectivo, mesmo que a subtracção tenha lugar na estação, gare ou cais;

e) Fechada em gaveta, cofre ou outro receptáculo equipados com fechadura ou outro dispositivo especialmente
destinado à sua segurança;

f) Introduzindo-se ilegitimamente em habitação, ainda que móvel, estabelecimento comercial ou industrial ou


espaço fechado, ou aí permanecendo escondido com intenção de furtar; (…)

Art.205.º -Abuso de confiança -Quem ilegitimamente se apropriar de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por
título não translativo da propriedade é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 —A tentativa é punível.

3 —O procedimento criminal depende de queixa

• ……………………………………………..

5 — Se o agente tiver recebido a coisa em depósito imposto por lei em razão de ofício, emprego ou profissão, ou na
qualidade de tutor, curador ou depositário judicial, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.

Art. 210.º -Roubo -Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair, ou
constranger a que lhe seja entregue, coisa móvel alheia, por meio de violência contra uma pessoa, de ameaça com
perigo iminente para a vida ou para a integridade física, ou pondo-a na impossibilidade de resistir, é punido com
pena de prisão de 1 a 8 anos.

a) —A pena é a de prisão de 3 a 15 anos se:

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a) Qualquer dos agentes produzir perigo para a vida da vítima ou lhe infligir, pelo menos por negligência, ofensa à
integridade física grave; ou

b) Se verificarem, singular ou cumulativamente, quaisquer requisitos referidos nos números 1 e 2 do artigo 204.º,
sendo correspondentemente aplicável o disposto no n.º 4 do mesmo artigo.

3 — Se do facto resultar a morte de outra pessoa, o agente é punido com pena de prisão de 8 a 16 anos

Art. 212.º -Dano -Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia, é
punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 —A tentativa é punível.

3 —O procedimento criminal depende de queixa (…)

Art. 213.º -Dano qualificado -Quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável:

a) Coisa alheia de valor elevado;

b) Monumento público;

c) Coisa destinada ao uso e utilidade públicos ou a organismos ou serviços públicos;

d) Coisa pertencente ao património cultural e legalmente classificada ou em vias de classificação; ou

e) Coisa alheia afecta ao culto religioso ou à veneração da memória dos mortos e que se encontre em lugar
destinado ao culto ou em cemitério; é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias (…)

Art. 217.º -Burla - Quem, com intenção de obter para si ou para terceiro enriquecimento ilegítimo, por meio de erro
ou engano sobre factos que astuciosamente provocou, determinar outrem à prática de actos que lhe causem, ou
causem a outra pessoa, prejuízo patrimonial é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

2 —A tentativa é punível.

3 —O procedimento criminal depende de queixa (…)

Art.218.º -Burla qualificada - Quem praticar o facto previsto no n.º 1 do artigo anterior é punido, se o prejuízo
patrimonial for de valor elevado, com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

Art. 224.º - Infedilidade - Quem, tendo-lhe sido confiado, por lei ou por acto jurídico, o encargo de dispor de
interesses patrimoniais alheios ou de os administrar ou fiscalizar, causar a esses interesses, intencionalmente e com
grave violação dos deveres que lhe incumbem, prejuízo patrimonial importante é punido com pena de prisão até 3
anos ou com pena de multa.

2 —A tentativa é punível.

3 —O procedimento criminal depende de queixa.

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DIREITO CIVIL
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TÍTULO I

DAS LEIS; SUA INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO

CAPITULO I

FONTES DO DIREITO

ARTIGO 1º

FONTES IMEDIATAS

São fontes imediatas direito as leis e as normas corporativas.

Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos órgãos estaduais competentes; são normas
corporativas as regras ditadas pelos organismos representativos das diferentes categorias morais, culturais,
económicas ou profissionais, no domínio das suas atribuições, bem como os respectivos estatutos e regulamentos
internos.

CAPITULO II

VIGÊNCIA, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DAS LEIS

ARTIGO 5º

COMEÇO DA VIGÊNCIA DA LEI

A lei só se torna obrigatória depois de publicada no jornal oficial.

Entre a publicação e a vigência da lei decorrerá o tempo que a própria lei fixar ou, na falta de fixação, o que for
determinado em legislação especial.

ARTIGO 6º

IGNORÂNCIA OU MÁ INTERPRETAÇÃO DA LEI

A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções
nela estabelecidas.

ARTIGO 7º

CESSAÇÃO DA VIGÊNCIA DA LEI

Quando se destine a não ter vigência temporária (caducidade), a lei só deixa de vigorar se for revogada por outra lei
(revogação).

ARTIGO 8º

OBRIGAÇÃO DE JULGAR DEVER DE OBEDIÊNCIA À LEI

O tribunal não pode abster-se de julgar, invocando a falta ou obscuridade da lei ou alegando dúvida insanável
acerca dos factos em litígio.

O dever de obediência à lei não pode ser afastado sob pretexto de ser injusto ou imoral o conteúdo do preceito
legislativo.

Nas decisões a proferir, o julgador terá em consideração todos os casos que mereçam tratamento análogo, a fim de
obter uma interpretação e aplicação uniformes do direito.

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Na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o legislador consagrou as soluções mais acertadas
e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados.

TÍTULO II

DAS RELAÇÕES JURIDICAS

CAPÍTULO I

PESSOAS SINGULARES

ARTIGO 66º

COMEÇO DA PERSONALIDADE

A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com a vida.

Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.

ARTIGO 67º

CAPACIDADE JURÍDICA

As pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal em contrário; nisto consiste a
sua capacidade jurídica.

Relação Jurídica é o vínculo que une duas ou mais pessoas atribuindo a uma delas o poder de exigir uma obrigação
de outra

ARTIGO 68º

TERMO DA PERSONALIDADE

A personalidade cessa com a morte.

ARTIGO 337º

LEGITIMA DEFESA

Considera-se justificado o acto destinado a afastar qualquer agressão actual e contrária à lei contra a pessoa ou
património do agente ou de terceiro, desde que não seja possível fazê-lo pelos meios normais e o prejuízo causado
pelo acto não seja manifestamente superior ao que pode resultar da agressão.

O acto considera-se igualmente justificado, ainda que haja excesso de legítima defesa, se o excesso for devido a
perturbação ou medo não culposo do agente.

ARTIGO 339º

ESTADO DE NECESSIDADE

É lícita a acção daquele que destruir ou danificar coisa alheia com o fim de remover o perigo actual de um dano
manifestamente superior, quer do agente, quer de terceiro. O autor da destruição ou do dano é, todavia, obrigado
a indemnizar equitativa e condenar nela não só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou
contribuíram para o estado de necessidade.

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SECÇÃO V

RESPONSABILIDADE CIVIL

RESPONSABILIDADE POR FACTOS ILÍCITOS

ARTIGO 483º

PRINCIPIO GERAL

Aquele que com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada
a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação.

Só existe obrigação de indemnizar independentemente de culpa nos casos especificados na lei.

ARTIGO 487º

CULPA

É ao lesado que incumbe provar a culpa do autor da lesão, salvo havendo presunção legal de culpa.

A culpa é apreciada, na falta de outro critério legal, pela diligência de um bom pai de família, em face das
circunstâncias de cada caso.

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FONTES A CONSULTAR
www.vigilancia.com.pt
www.oguedes.com
http://segurancaprivada.mai-gov.info/
Instituto Português da Droga e da Toxicodependência
Escola Nacional de Bombeiros

BIBLIOGRAFIA
Livro Autor Editora Ano
Mais Vigilante José Miguel Araújo Tribuna 2007
Coletânea de legislação José Pimentel Fortunato Quid Juris 2006
Manual de Segurança Adelino Henrique Europa América 1995
Código penal Carlota Pizarro de Almeida Almedina 2011
Código Civil Cecília Santos Almedina 2011

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