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Davy Lucas Klein Balen – 21200965

Resumo do Excerto:
O Capitalismo Monopolista

Quando analisamos os 30 anos seguintes à Segunda Guerra Mundial,


percebemos uma evolução conjuntural que apresentou, como veremos adiante,
bons resultados. Alto índice de produtividade, crescimento dos lucros e dos
preços e, principalmente até 1973, uma estabilidade no desempenho total que
não encontra comparação durante o Século XX. Segundo o marxista Ernest
Mandel “não é preciso ser apologista do capitalismo para se admitir a realidade
dos fatos, ou seja, que o sistema tenha alcançado na maioria dos países
industrializados uma taxa de crescimento excepcionalmente elevada nesta
última década (anos 60)”. Há que se reconhecer também que nenhuma
revolução social de porte alterou em suas bases mais profundas o modo de
funcionamento de qualquer economia desenvolvida desde 1949 salvo para
recuperar o tempo perdido, se assim entendermos o caso português opôs o 25
de abril de 1974.
Historiadores, sociólogos, economistas e geógrafos podem discordar nas
análises e métodos, assim como valorizar com diferentes pesagens este ou
aquele dado, mas um fato é inegável: um grupo minoritário de nações atingiu
um padrão socioeconômico que a grande maioria está longe de atingir. Em
1970, a renda média dos países que denominaremos centrais era dez vezes
superior à dos países periféricos, assim como o consumo anual era quatorze
vezes superior (Furtado). Como explicar essa diferença brutal? Desde
Montesquieu que a “teoria dos climas” nunca desapareceu, posto que é
evidente a quase total coincidência entre “países pobres” e clima tropical. É
evidente, porém, que os problemas tecno-econômicos gerados pelo clima
serviam penas para agravar fatores que, sem dúvida, são muito mais
determinantes. Assim, o momento histórico que permitia a opção já teria
passado e aqueles que não evoluíram “permanecerão numa situação de
dependência que condicionará sua evolução econômica subsequente”
(Furtado). É importante que a dependência, aceita como um fato inconteste e
insuperável, abra caminho para os defensores da tese socialista que foi posta em
prática por alguns países africanos nos anos 70. “ Ela (a implementação da
dependência) prova que uma economia satélite ou dependente não possui as
condições estruturais e dinâmicas para sobrepujar nacionalmente pelos esforços
de sua burguesia o subdesenvolvimentos e suas consequências: O desafio
latino-americano, portanto, não é tanto como produzir riqueza, mas como retê-
la e distribuí-la, para criar pelo menos uma verdadeira economia moderna”
(Fernandes).
Podemos considerar quatro causas para explicar a dependência: 1. A não-
assimilação de novas técnicas produtivas; 2. A entrada na era do consumo de
massa; 3. A concentração de renda; 4. As multinacionais. Sendo as três
primeiras auto explicativas, resta responder a pergunta, o que buscariam as
empresas multinacionais na periferia? Uma possível resposta seria a exploração
de mão-de-obra mais barata que, em parte, é ratificado pela alta taxa de juros
obtida que não só remunera o investimento do centro, como também permite
uma produção do capital na periferia. “Verificamos que a principal finalidade
do neocolonialismo não é explorar o capital como forma de explorar o trabalho
estrangeiro barato, antes, a de concentrar investimentos internamente para
expandir a produção do país metropolitano e tentar dominar os mercador
mundiais” (Alavi).
O termo “empresa multinacional” (EMN) surgiu, segundo Gilles Bretin, por
meio de J. Maisonrouge, diretor da IBM, World Trade Co., nos anos 50.
Segundo Henry Ford II “a companhia moderna, ou o capitalismo da empresa
conjunta, substitui em grande parte o capitalismo do magnata. A companhia de
um homem só, proprietário-administrador, está sendo rapidamente substituída
por uma nova classe de administradores profissionais, dedicados mais ao
progresso da empresa do que o enriquecimento de poucos donos”.
Conduzido ou conduzido, o fato é que o Estado emergiu da Segunda Guerra
Mundial como o grande responsável pela segurança dos cidadãos, seja em suas
implicações socioeconômicos (o “Walfare State”) seja no sentido ideológico
(“segurança nacional”). Esse crescimento da ação estatal passou a ser visto
como um ponto benéfico em defesa do sistema. Para Guy Quaden havia três
tipos de controle empresarial, como exercício do poder gerencial, sendo eles:
controle majoritário, controle minoritário e ausência de grupo dominante.
“As economias nacionais europeias estavam num estado de caos. Grandes
partes do continente haviam sido devastadas pela guerra e as potências
imperialista haviam exaurido a maior parte de suas reservas ultramarinas na
luta contra o nazismo. Não possuíam capital para reconstruir e readaptar as
indústrias para a produção de tempo e paz. Havia grande escassez de comida,
combustível e matérias-primas (D. K. Adams)”. George Marshall, instaurou um
plano de reestruturação econômica, com quatro objetivos principais, que ficou
conhecido como Plano Marshall: “um aumento na produtividade agrícola e
industrial que atingisse pelo menos os níveis de pré-guerra; alcançar a
estabilidade financeira; a cooperação econômica entre os países participantes e
uma solução para o problema do déficit de dólares por meio do aumento das
exportações” (Adams).
Apesar de algumas diferenças de comportamento podemos reconhecer tanto na
Europa quanto nos EUA um ciclo de expansão de 1950 a 1956. Na América do
Norte, durante o primeiro semestre de 1951, culmina o ciclo de expansão e de
subida de preços, mas a partir de 1952 inicia-se uma depressão – sobretudo nas
indústrias têxteis, químicas e hulheiras – que se prolonga até 1954. A partir
desta última data volta a conjuntura de expansão até finalizar o ano de 1956.
Está análise conjuntural torna-se, porém, incompleta e insatisfatória diante de
um quadro mais amplo, pois, sem dúvida, a estrutura está sendo modificada
por três fatores: 1. A ascensão da Europa e do Japão, 2. A crise no balanço de
pagamentos norte-americano e 3. A ofensiva faz empresas multinacionais
americanas.

Referências Bibliográficas:
FRANCO, Hilário, CHACON, Paulo. História Econômica Geral. São Paulo, Atlas, 1978.

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