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NÚCLEO DE ESTUDOS DO MARXISMO-LENINISMO-
MAOISMO

ANO XIX, Nº 247 - MARÇO E ABRIL DE 2022 (/NO-247)

Viva os 100 anos da fundação do


Partido Comunista do Brasil!

Há 100 anos uma delegação de nove militantes comunistas


m/chan
(seriam onze, mas dois delegados não conseguiram chegar à
reunião), representando 73 militantes comunistas, rompidos
com o anarcossindicalismo, protagonizou um fato singelo, mas
aland) que mudaria para sempre a fisionomia do Brasil. Em uma
modesta casa, em Niterói, no Rio de Janeiro, fundou-se o Partido
Comunista do Brasil – P.C.B., inicialmente denominado Partido
Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-
SSh28q
SBIC).
Reprodução

m/chan

Retrato do I Congresso do P.C.B., com seus nove fundadores,


aland) representando 73 militantes comunistas no Brasil

Armados com elevado espírito internacionalista proletário, os


delegados se encarregaram de ler e aprovar, uma a uma, as 21
SSh28qcondições de admissão de Partidos Comunistas para integrar a

Internacional Comunista – Cominter. Ao final, os nove militantes


proletários entoaram, emocionados, as estrofes de A
Internacional, hino mundial da classe operária.

Ao longo dos seus 54 anos – até ser liquidado pelo bando de


João Amazonas –, na direção do Partido prevaleceram as
posições revisionistas, pequeno-burguesas e burguesas, mas
não sem luta dos mais abnegados, destacados e firmes de seus
quadros. Destacam-se entre eles, principalmente, Pedro Pomar –
como a mais alta expressão comunista ao definir-se como
marxista-leninista, pensamento Mao Tsetung –, Maurício
Grabois, Ângelo Arroyo, João Batista Drummond, Carlos Danielli,
Calil Chadi, Lincoln Oest, José Duarte, Carlos Marighella, Elza
Monnerat, Osvaldo Orlando da Costa (“Osvaldão”), Dinalva
Oliveira Teixeira e todos os combatentes caídos em combate ou
na tortura na Guerrilha do Araguaia, dentre tantos heróis e
heroínas da classe. E há que destacar que Luiz Carlos Prestes,
apesar de ter liderado as posições direitistas no partido durante
43 anos, como ele próprio reconhece, ao fazer autocrítica
pública por esse erro ao final de sua vida, rompeu com o
revisionismo e defendeu a revolução proletária até seus últimos
dias.

Em que pese o heroísmo e abnegação de tantos e tantos


ativistas das massas, militantes, quadros e dirigentes
comunistas, o P.C.B. não pôde consumar aquele objetivo que
perseguiam seus pioneiros: conquistar o Poder para o
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proletariado e massas populares, estabelecendo a república
democrática popular e fazer a revolução socialista, pondo fim ao
reino da escravidão assalariada do proletariado e dos trabalhos
aland) forçados dos camponeses aos latifundiários, varrer a dominação
semicolonial imperialista e acabar com a opressão sobre a
nação brasileira. Isso, porque em sua história, a esquerda do
Partido nunca conseguiu se impor definitivamente, e as direções
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oportunistas e os desvios de todo tipo prevaleceram e marcaram
distintivamente sua história.
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Três Marias, Porto Velho, RO

Desvios e posições revisionistas que se condensavam em não


manejar a linha de massas como método para conhecer a
realidade objetiva, descobrir suas leis e atuar de acordo com
aland)
elas para transformar a realidade mesma, assim como não
aplicar o método da luta de duas linhas ao não compreender que
o Partido é uma contradição, em que em seu seio manifestam-
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se as contradições de classe da sociedade e, assim sendo, cabe
aos comunistas manejar este método para alcançar a unidade
do partido em torno da linha proletária e defendê-la das demais
linhas burguesas e pequeno-burguesas que, de tempo em
tempo, se insurgem no seio do partido. Luta de duas linhas, isto
é, tratar as divergências aplicando o método dialético, de
unidade-crítica-transformação, tomando o revisionismo como
perigo principal por que esse é a ofensiva da burguesia nas
fileiras do proletariado.

Em política, tais problemas de fundo manifestaram-se, em toda a


sua história, devido a uma incorreta análise de classes da
sociedade brasileira, principalmente em não compreender o que
é a burguesia nacional – tomando como tal a grande burguesia
local, principalmente a sua fração burocrática, aquela mais
vinculada ao capital monopolista estatal – e submeter-se à
direção dessa, ao invés de buscar estabelecer a aliança operário-
camponesa, construída na luta camponesa pela terra sob
direção proletária – garantida através do partido comunista –
como núcleo da frente única de classes revolucionárias na qual
poderia participar, em determinadas condições de crescimento
da Revolução e maior intervenção do imperialismo, a ala
esquerda da genuína burguesia nacional (ou média burguesia).
Assim como, e como desdobramento disso, não ter clareza em
qual o caminho para a Revolução no país, como e qual linha
estabelecer para a luta armada revolucionária, que no caso
concreto da revolução no país, só poderia ser a guerra
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camponesa pela conquista da terra e como parte da revolução
democrático-burguesa de novo tipo – a Nova Democracia – e na
forma de ditadura democrática conjunta das classes
revolucionárias. Portanto, ditadura dirigida pelo partido
aland) revolucionário do proletariado, mantida pelo Exército Popular e

exercida pela frente única das classes revolucionárias,


conduzida – a revolução – até o Socialismo ininterruptamente.
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Teatro São Pedro, local de fundação da ANL, Porto Alegre, RS


Reivindicando a data como sua, pululam agrupamentos
revisionistas, dentre os quais se destaca o PCdoB, obra acabada
do senhor João Amazonas, calejado revisionista e traidor da
causa do Comunismo, com sua podre linha auxiliar da reação, de
apoio descarado do latifúndio e da grande burguesia; como o
grupo acadêmico que atende pelo nome PCBrasileiro e sua
trotskista “teoria marxista da dependência”, de desprezo ao
campesinato como justificativa para chafurdar no reformismo,
legalismo e pacifismo. Sem mencionar outros, como PCR, PCML
etc., todos os grupos trotskistas, como PCO; enfim, todos
eleitoreiros, anti-luta armada que não possuem nenhuma
identidade com o propósito dos pioneiros de 1922 e nem
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tampouco com os heróis e heroínas comunistas desse
centenário de lutas cruentas pelo Socialismo e o Comunismo.

Assim, e numa breve síntese, a história do P.C.B. pode ser


aland) compreendida em Três Etapas, sendo a Terceira Etapa dividida
em Duas Fases.

FUNDAÇÃO E INFÂNCIA
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A Primeira Etapa, de sua fundação no I Congresso (25 de março
de 1922) até o início dos anos de 1930, percorre de 10 a 12
anos, em que são realizados seus três primeiros congressos,
período marcado pela infância e ignorância do conjunto dos
quadros sobre o marxismo-leninismo, incorrendo em desvios de
direita e de “esquerda”. O contexto de profunda crise do sistema
de exploração e opressão no país, em que explodiam
diariamente levantes de inspirações democráticas contra a
oligarquia latifundiária, não pôde ser corretamente aproveitado
pelo partido.
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aland) BR-153, GO

Nesse período, em 1925, o P.C.B. celebra seu II Congresso. A


escassez e baixa difusão de literatura marxista-leninista,
SSh28qademais do peso das tradições anarquistas típicas de um
movimento operário recém-surgido no país sobre o partido e em
particular sobre seus militantes, produziram enorme efeito nas
formulações, cujo conteúdo é direitista, expresso nas teses
“agrarismo versus industrialismo”. Tal tese – que há alguns anos
o PCdoB resgatou como “aplicação original do marxismo-
leninismo à realidade brasileira” – se apegava à aparência dos
fenômenos, uma vez que identificava no fortalecimento dos
grandes industriais (principalmente a fração burocrática da
grande burguesia local) o avanço da revolução burguesa.
Segundo tal formulação, o crescimento da indústria – inclusive,
e principalmente a monopolista – produzia, por saltos, a
transformação do “Estado agrário” em “Estado burguês
(conclusão da revolução democrático-nacional)”; opunha,
arbitrariamente, como se fossem antagônicos, os interesses dos
grandes industriais aos interesses dos latifundiários. Ao
proletariado, caberia ficar à margem desses acontecimentos e
se preparar para desencadear a revolução proletária quando
fosse suplantado o “Estado agrário” pelo “progresso capitalista”.

A Cominter fez severas críticas a essa formulação, que em


muitos aspectos se identificava com as formulações dos
economicistas russos. Jules Humbert Droz, que então dirigia o
Birô Sul-americano da Cominter, pontuou, em 1928, que a
“burguesia industrial não é senão uma das múltiplas faces do
latifúndio”, isto é, “burguesia industrial não se contrapõe aos
latifundiários, mas tem seus interesses aos destes imbricados”
e que a grande burguesia “se encontra, desde suas origens,
m/chan
ligada ao imperialismo e impossibilitadas de desenvolver um
projeto revolucionário burguês anti-imperialista”. Isso, mais
tarde, será irrefutavelmente comprovado com a traição de
aland) Getúlio Vargas – representante político dessa fração burocrática
da grande burguesia – às aspirações democráticas do
movimento tenentistas, em 1930, que em seu governo desloca
os latifundiários da hegemonia do velho Estado, assentando
SSh28q
golpes apenas nas oligarquias mais débeis, enquanto respeita
os interesses gerais do latifúndio e logo recompõe-se com os
mesmos, inclusive entregando postos-chave de seu governo e
mantendo e aprofundando a penetração imperialista no país.
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Monumento aos Ribeirinhos, em Montes Claros, MG


aland)
O partido se baterá por assimilar as críticas da Cominter e
retificar seus erros. Através de uma maior vinculação com a
SSh28qInternacional, o P.C.B. consegue assumir maior fisionomia de
Partido Comunista, produz centenas de quadros e coloca-se
seriamente dedicado a trabalhar pela Revolução.

AMADURECIMENTO E CRESCIMENTO
Assim inaugura-se a Segunda Etapa de sua história, de 1930 até
1960, período em que são realizados o IV e V Congressos,
quando o P.C.B. decide pôr em prática a luta pelo Poder e sua
esquerda confronta-se com o reformismo e o caminho
parlamentar (logo fundamentado ideologicamente pelo XX
Congresso kruschovista do PCUS), recobrando maior
consciência sobre o revisionismo e a necessidade de o
combater.
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Curitiba, PR

Dentro dessa Etapa, o partido, ainda jovem, decide


aland)
audaciosamente assaltar os céus: o Levante Popular Armado de
1935, através da Aliança Nacional Libertadora, como frente
única democrática antifeudal, antifascista e anti-imperialista, sob
SSh28q
orientação da Cominter e guiada pelo seu grandioso VII
Congresso. O P.C.B., assim, integra a Frente Única Mundial
Antifascista, dirigida pelo grande Stalin, no contexto dos
preparativos de todo o proletariado internacional para a grande
guerra patriótica, para defender a União Soviética de Lenin e
Stalin e a ditadura do proletariado contra a agressão bestial que
a máquina de guerra nazista preparava.

Apesar de feito extraordinário, após conquistar o Poder no Rio


Grande do Norte, o Levante fracassa nacionalmente, porque,
principalmente, o partido não compreendia o papel do
campesinato e não deslocou seus quadros para unir-se com ele
na luta pela terra e, nela, construir o Exército revolucionário de
operários e camponeses que poderia estabelecer firmemente o
Poder da frente única, sob direção do proletariado, como havia
orientado a Cominter.

No seu relatório para o VII Congresso da Cominter, o grande


dirigente comunista búlgaro, Georgi Dimitrov, assim assinala o
desenvolvimento de então da ANL, antes da insurreição: “No
Brasil, o Partido Comunista, que construiu uma base correta para
o desenvolvimento da frente única anti-imperialista com a
fundação da Aliança Nacional Libertadora, deve fazer o máximo
de esforços para estender ainda mais esta frente e atrair, antes
e acima de tudo, as massas de milhões de camponeses com o
propósito de orientá-las na formação de unidades do exército
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popular revolucionário devotado até o fim ao estabelecimento
do poder da Aliança Nacional Libertadora” (grifo nosso). Lição
que o partido não assimilou, causando a derrota do Levante.
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Arcos da Lapa, Rio de Janeiro, RJ

O P.C.B., ato contínuo, é praticamente desorganizado pela forte


repressão que se desata pós-levante, e logo aprofundada com o
golpe de Estado de Getúlio Vargas em 1937, que cria o Estado
Novo de tipo fascista, alinhando-se com a Alemanha de Hitler e
a Itália de Mussolini.

O balanço do Levante de 35, só realizado uma década depois,


em que se tomou os erros como aspecto principal, serve para
fortalecer a direita no partido, que é influenciada pelas teses
revisionistas contemporâneas de Earl Browder (secretário do
Partido Comunista do USA). No P.C.B., encabeçado por Prestes e
no contexto do fim do Estado Novo com a deposição de Vargas
pelo Alto Comando do Exército e o “retorno da democracia” ao
país sob o governo do americanófilo Gaspar Dutra, prevalece as
ensebadas teses de “união nacional na guerra e na paz” e de
que, com a legalização do P.C.B. pela justiça eleitoral, “a
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democracia burguesa voltou-se para a esquerda”. Posições que,
em verdade, foram a prédica do caminho eleitoreiro parlamentar
(participação na Constituinte), das ilusões constitucionais e do
aland) rechaço da via da luta armada.

Não demorou nem três anos para que o imperialismo ianque,


fortalecido como a potência imperialista mais poderosa e com
SSh28qalcance mundial pós-guerra, confrontando-se com o
crescimento do campo socialista, desatasse no Brasil, através
do general Dutra, um novo regime de terror anticomunista. O
P.C.B. é duramente golpeado no fim dos anos 1940,
demonstrando a falsidade das teses de Prestes e da direita no
partido, o que força todo o partido a uma autocrítica que lança
maiores bases para a linha revolucionária, principalmente com
os Manifestos de Janeiro de 1948 e de Agosto de 1950.
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m/chan

aland) São Paulo, SP

Com tais Manifestos, o partido recoloca a necessidade da luta


armada, da construção clandestina e rechaça as ilusões
SSh28qconstitucionais, assim como repele a aliança com a grande
burguesia representada por Vargas, ainda que prevalecendo
desvios direitistas no que se refere à luta armada (não
compreensão do campesinato como força principal da
revolução brasileira e a revolução agrária como caminho para
construir as condições para a revolução democrática armada), e
também “esquerdistas”, ao não distinguir a grande burguesia da
média burguesia.

A luta de duas linhas, com a esquerda tomando maior


consciência da necessidade de lutar contra o reformismo, ganha
fôlego. Nesse período ocorrem importantes lutas armadas de
camponeses pelo acesso à terra dirigidas por seções regionais
ou locais do P.C.B., mesmo durante o segundo governo de
Vargas (eleito novamente em 1950, e cujo governo foi marcado
por medidas de tipo nacionalistas da fração burocrática, que se
bem não rompiam com o imperialismo, eram parte da pugna das
frações da grande burguesia local, por isso, confundiram muitos
setores populares). Tais lutas armadas camponesas foram
muito subestimadas pelo conjunto da direção central do partido
e, ao fim, foram todas canalizadas uma vez mais para o
oportunismo eleitoreiro e o velho do Estado reacionário.

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m/chan

aland)

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Porto Velho, RO

Após o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, como ato para criar


comoção diante das investidas do imperialismo ianque e da
fração compradora da grande burguesia para depô-lo, o partido
que em seu IV Congresso (1954-55) havia mantido o giro à
esquerda desde os Manifestos de 1948 e de 1950, dá nova
guinada à direita e ao reformismo, voltando outra vez a
considerar Vargas como representante da burguesia nacional e a
apoiar Juscelino Kubitschek como se fora representante desta,
chegando a subir no carro de sua campanha eleitoral.
Toda essa formulação direitista ganha respaldo e reforço
internacional ao longo dos anos seguintes, quando ocorrem os
XX (1956), XXI (1959) e XXII (1961) Congressos do PCUS,
congressos de traição ao socialismo, nos quais Kruschov lança
as teses do revisionismo moderno, que foram resumidas pelo
Presidente Mao Tsetung como os “Dois Todos e Três Pacíficas”,
respectivamente “Estado de Todo o Povo e Partido de Todo o
Povo” e “Coexistência Pacífica, Emulação Pacífica e Transição
Pacífica”. Em síntese, alcançar o Socialismo pelo caminho
parlamentar e pacífico. No Brasil, a direita do partido
encabeçada por Prestes, em convergência com Kruschov, fará a
sistematização mais completa do revisionismo no país, na
m/chan
Declaração de Março de 1958.

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aland)

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Dourados, MS

Nessa Declaração, os revisionistas do partido defenderão que a


“revolução anti-imperialista e antifeudal” virá “através da
acumulação, gradual, mas incessante, de reformas profundas e
consequentes na estrutura econômica e nas instituições
políticas, chegando até a realização completa das
transformações radicais”. Defenderão abertamente a
colaboração com as classes dominantes: “Nas condições
presentes de nosso país, o desenvolvimento capitalista
corresponde aos interesses do proletariado e de todo o povo”,
chegando a afirmar que era necessário constituir uma frente
única “com setores de latifundiários que possuem contradições
com o imperialismo norte-americano”, sem mencionar nada de
concreto para a luta camponesa.

Nesse contexto ocorre o V Congresso (1960), dois anos depois


da Declaração, onde ocorrem maiores enfrentamentos entre a
direita e a esquerda na direção do P.C.B., porém garantindo no
fundamental a linha revisionista de Prestes. Um ano depois
(1961), aprofunda-se a linha direitista modificando os Estatutos
m/chan
e até o nome do P.C.B. para Partido Comunista Brasileiro, para
garantir sua legalização no Tribunal Superior Eleitoral. Tal atitude
desperta centenas de quadros para a tarefa de fazer uma clara
aland) cisão entre marxistas-leninistas e revisionistas, iniciando com a
“Carta dos Cem” a reconstrução de 1962, sendo logo
influenciados pela grande luta internacional contra o
revisionismo moderno, desencadeada publicamente, em 1963,
SSh28q
com a publicação da famosa “Carta Chinesa”, luta chefiada, já a
essa altura, pelo Presidente Mao Tsetung.

CONSTITUIÇÃO DO PARTIDO ENQUANTO


VERDADEIRAMENTE MARXISTA-LENINISTA
Assim abre-se a Terceira Etapa, em que se toma a luta contra o
revisionismo. Encabeçada por importantes quadros marxistas-
leninistas, como Maurício Grabois, Pomar, Carlos Danielli,
Lincoln Oest, Calil Chadi e outros, a cisão vai estabelecer pela
primeira vez o partido – agora sob a sigla PCdoB – como
autêntico partido marxista-leninista, para logo acercar-se do
pensamento Mao Tsetung. Esta etapa se subdividirá em duas
fases distintas, a Primeira desde a Reconstrução até a
liquidação do PCdoB enquanto partido marxista-leninista
pensamento Mao Tsetung pela camarilha revisionista de
Amazonas com a derrota da Guerrilha do Araguaia. Uma
Segunda Fase é a da luta pela reconstituição do P.C.B. a qual
segue em curso nos dias atuais.

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aland)
Campo Grande, MS

No PCdoB, nos primeiros anos após romper com o revisionismo


SSh28qde Prestes, por problemas de manejo no tratamento das
divergências internas – pela prevalência de heranças do
oportunismo em suas fileiras – muitos grupos de comunistas
que defendiam posições de esquerda foram isolados, punidos e
expulsos, enquanto outros se afastaram devido ao método
administrativo no tratamento das divergências. Conformando
frações dentro e fora do PCdoB, a correta e necessária luta de
duas linhas foi bloqueada pelo Comitê Central, impedindo o
grande avanço que a esquerda poderia ter logrado naquele
momento, produzindo graves prejuízos para o partido e a
revolução brasileira.

Dentre as frações, se destacam o PCR de Amaro Luiz de


Carvalho, o Capivara e Manoel Lisboa; o PCdoB-Ala Vermelha
etc. Todas essas frações procurarão no pensamento Mao
Tsetung e na Grande Revolução Cultural Proletária a tocha para
iluminar o caminho da revolução brasileira e avançarão em sua
assimilação, defendendo o caminho da Guerra Popular.

Ao mesmo tempo, no PCBrasileiro de Prestes, após o golpe de


1964 e seu completo imobilismo, ocorrem novas cisões de
quadros revolucionários contra a direção oportunista, porém que
na imensa maioria enveredarão ao caminho do “foquismo” e do
“guevarismo”, enfim, do militarismo pequeno-burguês,
menosprezando a construção do Partido. São o caso do PCBR,
ALN, VPR, MR8, PRT etc. Alguns desses processos farão
autocrítica, posteriormente, do caminho foquista e farão
esforços para alcançar a linha da revolução brasileira.
m/chan

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aland)

SSh28q

Curitiba, PR

Mas, no período, o feito de maior importância na resistência e


combate ao regime militar fascista, mesmo com seus
problemas de método de direção, é encabeçado pelo PCdoB. Em
12 de abril de 1972, alertado sobre atividades subversivas na
região do baixo Araguaia, o Exército reacionário ataca os
destacamentos revolucionários e ocorrem os primeiros
combates guerrilheiros na região conhecida por Bico do
Papagaio, confluência das divisas dos estados do Pará, Goiás
(hoje Tocantins) e Maranhão, às margens do Araguaia. Iniciava-
se a Guerrilha do Araguaia, grande acontecimento na história da
resistência popular de nosso país, não apenas pelo inolvidável
heroísmo de seus militantes, mas por ter sido a decisão do
partido em abrir o caminho da Guerra Popular no Brasil.

Ainda que derrotada, mais de três anos após seu início e


enfrentando três grandes campanhas de cerco e aniquilamento
das Forças Armadas reacionárias, a Guerrilha do Araguaia
m/chan marcou profundamente as massas camponesas da região. A
causa de sua derrota está principalmente no que analisou o
camarada Pedro Pomar como erro de concepção da teoria da
guerra popular e de suas derivações para o partido – sua
aland) militarização, como necessidade para dirigi-la – e para os
demais instrumentos da revolução. E, mais além disso, a causa
de fundo era a adoção formalista do pensamento Mao Tsetung,
dada à forte resistência da direita, que insistia em mesclar e
SSh28q
combinar a estratégia da guerra popular com táticas
oportunistas. Por fim, uma das derivações da adoção formalista,
foi a não compreensão do método da luta de duas linhas, que
impediu a forja maior da direção do partido na assimilação do
pensamento Mao Tsetung (como era entendido, à época, o
maoismo), dado o subjetivismo de tipo dogmático no seio da
direção.
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Ouro Preto, MG
aland)

A esquerda na direção do PCdoB, que já estava profundamente


debilitada com a perda de Maurício Grabois e dezenas de
SSh28qquadros no Araguaia e nas cidades, receberá um golpe definitivo
com a queda da reunião do Comitê Central, de dezembro de
1976. O episódio conhecido por Chacina da Lapa – na verdade
acontecimento resultante da delação por parte de altos
dirigentes do partido contrários à linha revolucionária da guerra
popular – constituiu-se de uma “Operação Capitulação”. Com a
execução dos três quadros restantes da esquerda na direção do
partido (Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Baptista
Drummond), interrompeu-se o balanço da experiência do
Araguaia, o qual a direita amazonista temia levar a fundo.

Pedro Pomar e Ângelo Arroyo foram fuzilados ali mesmo, na


casa de segurança onde se reunia o CC; o primeiro com mais de
70 disparos quando se encontrava desarmado. João Baptista
Drummond foi assassinado na tortura.
Posteriormente, a luta por um correto balanço da experiência do
Araguaia foi sepultada por mil manobras oportunistas de João
Amazonas e sua camarilha. Esse, manipulando o Partido e
maquinando com alguns quadros para que mudassem de
posição, afundou a organização na “política do avestruz”,
escondeu-se por detrás do revisionista Enver Hodxa para atacar
o Presidente Mao Tsetung como justificativa para o abandono da
linha revolucionária da Guerra Popular e chafurdar no caminho
eleitoreiro. De todas as frações e dirigentes revisionistas, este
senhor João Amazonas, figura minúscula e apenas capaz de
provocar intrigas e maquinações, incapaz de qualquer
autocrítica, renegou a todos que dissera seguir; ostenta o título
m/chan
de principal traidor da causa do proletariado no país, assim
como o novo partido revisionista que criou sob a continuidade
da sigla PCdoB.

aland) A LUTA PELA RECONSTITUIÇÃO DO P.C.B.


Assim segue a história do P.C.B. como Segunda Fase de sua
Terceira Etapa, que percorre os anos 1980/1990, ainda em curso,
SSh28qcomo etapa em que o Partido, dividido em muitas frações e no

ambiente de quase completa liquidação do movimento


revolucionário, luta por reconstituir-se enquanto autêntico
Partido Comunista do Brasil, marxista-leninista-maoista,
correspondendo às necessidades da revolução nessa época e
nesse país, para lutar pela conquista do Poder, inevitavelmente,
como Guerra Popular Prolongada, para o proletariado e as
massas populares, na Revolução de Nova Democracia,
ininterrupta ao Socialismo, como parte e a serviço da Revolução
Proletária Mundial, no rumo do luminoso Comunismo.
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Porto Velho, RO

Luta que ocorre em contexto de prolongado e complexo período


de ofensiva contrarrevolucionária de caráter geral e feita de
ataques desesperados contra o marxismo, contra o partido, à
aland)
violência revolucionária e à ditadura do proletariado; período em
que, no mundo, ocorre a erosão do social-imperialismo russo e
fim da URSS social-imperialista, restauração capitalista na China,
SSh28q
advento do imperialismo ianque como superpotência
hegemônica única, das teorias do “fim da história”,
“globalização”, “novas tecnologias como motor das
transformações sociais”, pós-modernismo em suas múltiplas
formas, tudo para embelezar a decomposição sem precedentes
do imperialismo.

Nesse contexto, como fogueira de esperança, desatou-se a


Guerra Popular no Peru, dirigida pelo Partido Comunista do Peru
sob a chefatura do Presidente Gonzalo – quem definiu o
maoismo como nova, terceira e superior etapa de
desenvolvimento da ideologia do proletariado internacional,
iniciando a contraofensiva revolucionária geral marxista-
leninista-maoista, aportes de validez universal do Presidente
Gonzalo, erguendo alto a bandeira do maoismo e da Guerra
Popular. O Presidente Gonzalo e a Guerra Popular no Peru deu
aos comunistas do mundo a tarefa de elevar o maoismo como
único mando e guia da Revolução Proletária Mundial, através de
constituir/reconstituir partidos comunistas militarizados para
desencadear guerras populares em mais e mais países, alçando
a novas alturas a Nova Grande Onda da revolução mundial que já
se iniciou.

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aland)

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Rio de Janeiro, RJ

Nessa Segunda Fase da Terceira Etapa da história do P.C.B., de


acordo com as publicações do Núcleo de Estudos do Marxismo-
Leninismo-Maoismo que chegam à redação, foi postaestá em
curso a luta pela reconstituição do Partido Comunista do Brasil
como autêntico partido marxista-leninista-maoista,
principalmente maoista, aportes de validez universal do
Presidente Gonzalo, partido militarizado, dirigida há 27 anos por
sua Fração Vermelha, em meio à clandestinidade e construindo
os três instrumentos fundamentais da Revolução concêntrica e
simultaneamente, tudo para culminar a Terceira Etapa da
história do P.C.B. e abrir a nova e Quarta Etapa, a da guerra
popular prolongada por levar a cabo a Revolução de Nova
Democracia, ininterrupta ao Socialismo, como parte e a serviço
da Revolução Proletária Mundial como guerra popular mundial, e
com sucessivas Revoluções Culturais proletárias entrarem todos
os povos do mundo ao luminoso Comunismo.

Bandeiras, pichações e cartazes


maoistas
m/chan
Leitores têm enviado à redação registros de bandeiras
comunistas hasteadas, cartazes e pichações em todas as
regiões do país, a partir do dia 25 de março de 2022 – quando
completou-se o centenário da fundação do Partido Comunista
aland)
do Brasil – P.C.B.

As bandeiras, pichações e cartazes foram avistadas em mais de


SSh28q15 estados, em dezenas de cidades, nos bairros operários e vilas
rurais.

Nas pichações constam a consigna 100 anos: Viva a


Reconstituição do Partido Comunista do Brasil – P.C.B.

Já os cartazes estampam Viva a Reconstituição do P.C.B. –


Abaixo o revisionismo e todo oportunismo! Viva o marxismo-
leninismo-maoismo!

As ações põem esperançosas as massas empobrecidas que em


meio à opressão e miséria aguardam e anseiam por um caminho
de verdadeira transformação revolucionária do mundo em que
vivem.
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Betim, MG
aland)
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SSh28q

Curitiba, PR
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