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CURSO BARALHO CIGANO


O CONCEITO DE CRENÇA E ORÁCULOS

Desde o começo dos tempos, o homem sente a necessidade de se


conectar ao divino. Há registros de civilizações que já preparavam os
mortos e ofertavam os bens dos mesmo como forma de fazer uma
passagem segura, com proteção de seus guias. Foi com o desenvolvimento
da escrita e das sociedades que se deu o conceito de religião. Cada cultura
criou sua forma de cultuar uma ou mais divindades e ao longo do tempo,
observamos uma infinidade de crenças e religiões diferentes. Com isso, o
homem também criou formas de se conectar com essas divindades. Fosse
por meio de rituais ou de rezas. Ao longo do tempo também foi criada
uma forma de se comunicar diretamente com o astral. Então surgiram os
conhecidos Oráculos. Oráculo é, por definição, um contato ou resposta
dado pelo Divino. Na mitologia grega por exemplo, temos o Oráculo de
Delfos onde os Deuses iam se consultar com o intermédio da Píton, a
serpente (símbolo de sabedoria). Muitos oráculos foram desenvolvidos ao
longo da história humana. São alguns deles:
- Tarot (que consiste em um jogo de 78 lâminas, dividido em 1 Trunfo
chamado Arcanos Maiores e 4 grupos de Naipes, conhecidos como
Arcanos Menores).
- Baralho Cigano (oráculo criado pelo povo Cigano, de origem
desconhecida, visto que existem diferentes histórias sobre seu
surgimento).
- Cartomancia (desenvolvido com o uso de cartas de baralho normais,
usadas para jogos).
Os oráculos já foram muito usados com a intenção de adivinhar o futuro.
Porém, hoje em dia, com o advento de pesquisas e estudos relacionados à
psique, muitas pessoas o utilizam como forma de se conhecer melhor.

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O POVO CIGANO E SUA ORIGEM

A origem do povo Cigano ainda permanece um mistério para nós. Isso se


dá porque, por serem considerados um "Povo da Estrada", ainda não se
pôde fazer um link direto do ponto geográfico de onde surgiram. Alguns
estudos apontam que eles partiram da Índia há quase 3 mil anos, seguindo
pelo Egito e espalhando-se pela Europa. Esse processo é também
conhecido como Diáspora. Os Ciganos também são conhecidos por
diversos nomes (clãs) dependendo da região. São alguns deles:

- Gitanos (Espanha, Portugal e França)


- Gypsies (Inglaterra)
- Boêmios (Alemanha)
- Zingaros (Europa Ocidental)

Além de outros grupos minoritários. A perseguição ao povo Cigano se deu


em quase todos os lugares por onde passaram, e por esse motivo ainda
hoje é imprescindível para eles que passem seus conhecimentos de forma
oral aos seus descendentes.
Também tiveram que adaptar suas crenças e costumes de acordo com a
região que estavam, se utilizando muitas vezes do sincretismo. Foram
muitas as lendas criadas de forma preconceituosa contra esse povo,
principalmente por parte de religiões mais conservadoras e que
mantinham grandes impérios. A maior perseguição, no entanto, que
culminou no extermínio de cerca de meio milhão de ciganos mortos (nas
contagens oficiais, mas acredita-se que o número seja maior), foi durante
o período nazista. Ciganos assim como Judeus, foram duramente
perseguidos, capturados e mortos durante esse período. A chegada dos
ciganos no Brasil se deu no início da colonização. Embora muitos deles
tivessem que se adaptar, acredita-se que muitos dos conhecimentos da
cultura ainda não é mostrada aos povos não-Ciganos. O que lhes é
mostrado é no fim, uma adaptação, mantendo assim muitos segredos
ainda limitados aos que carregam a cultura de forma ancestral desde o
início dos tempos.

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HISTÓRIA DO BARALHO CIGANO

Não existem indícios históricos que indiquem os ciganos como autores do


baralho. Até porque entre as suas habilidades mais notáveis não se
incluíam as artes plásticas nem a escrita e, muito menos, as técnicas de
impressão em papel. Pesquisando em livros e pela internet não
encontraremos exemplares históricos de baralhos que pudessem ter sido
criados ou impressos pelos ciganos. A figura do homem cigano, no cenário
europeu, pode ser mesclada à dos peregrinos, ambulantes, andarilhos e
nômades. Espíritos inquietos, que não conseguiam permanecer em suas
comunidades de origens e por onde passavam estavam sempre
inventando artifícios para garantirem a sua sobrevivência. Antes dos
ciganos começarem a instalar seus acampamentos pelo centro-oeste da
Europa, em meados do século XV, nobres e ricos de origem italiana e
francesa já encomendavam aos artistas de seu tempo, a peso de ouro,
coleções de cartas, que hoje conhecemos por Tarô. Os ciganos, porém,
associaram seu nome às cartas de jogar a razão das mulheres ciganas
incluírem entre suas habilidades a leitura de sorte, em especial a
quiromancia, (leitura das mãos), pois, para o nômade, que carrega poucos
pertences, seria um recurso prático, bastando à palma das mãos do
consulente para fazerem o seu trabalho.
A medida que se desenvolveram as técnicas de impressão dos baralhos, os
jogos se tornaram mais acessíveis e muitos ciganos passaram a utilizar as
cartas, por serem pequenas e simples de manejar. Apenas nas últimas
décadas foram criados baralhos intitulados "ciganos", que consistem, em
sua quase totalidade, no redesenho de imagens para as 36 cartas do Petit
Lenormand. A quase totalidade dos anúncios que vemos hoje nos sites e
folhetos sobre tiragens e baralhos ciganos, utiliza na verdade as 36 cartas
do baralho Petit Lenormand, uma simplificação que a cartomante francesa
mandou redesenhar de apenas parte dos arcanos maiores originais.
(arcanos maiores são as 22 cartas que compõem um tarô completo de 78
cartas).

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MARIE ANNE ADELAIDE LENORMAND

Natural da Normandia, ela nasceu no dia 27 de maio de 1772 e perdeu os


pais ainda no início da infância. Foi enviada a um convento de freiras para
cumprir sua educação formal, e suas primeiras experiências místicas
foram narradas já nessa época de sua vida. Por meio de suas visões, a
jovem Lenormand foi capaz de prever com precisão improváveis eventos
no convento, que mais tarde se comprovariam reais, causando espanto e
admiração por sua habilidade e exatidão. Mais tarde Lenormand se
estabeleceu em Paris, cidade onde ela conquistou importante fama como
adivinha e mística. Mlle. Lenormand não se dedicou apenas à adivinhação
por cartas, mas a diversos outros conhecimentos divinatórios, como
astrologia, numerologia, cabala, alquimia, dentre outros.
Mlle. Lenordamand escreveu vários livros, nos quais narra a sua prática
como sibila e profetisa, descrevendo encontros com personalidades
importantes da época, como o rei Lúis XVIII e o próprio Napoleão, para
quem havia feito previsões valiosas e precisas, além de se descrever como
confidente pessoal da imperatriz Josefina, esposa de Napoleão. Como
vimos, o século XIX foi marcado pelas rápidas propagação e popularização
da adivinhação por meio das cartas - e mesmo as proibições oficiais a esse
tipo de atividade não parecem, de maneira nenhuma, ter desestimulado
tal prática. Conforme seus relatos e documentos históricos, Mlle.
Lenormand foi detida e interrogada pelas autoridades da época. O motivo,
ela nos conta em uma de suas obras, foi justamente ter previsto a
separação de Napoleão e Josefina. Seu trabalho e escritos fizeram sua
popularidade crescer cada vez mais, até que conquistasse o título de
melhor cartomante de todos os tempos, o que lhe permitiu participar da
alta sociedade parisiense, em meio à qual era tida com grande admiração,
apresso e estima. Uma mulher de grandes interesses intelectuais,
Lenormand usou inclusive o período em que permaneceu detida para
escrever e continuar sua produção.
Faleceu em Paris no dia 25 de junho de 1843, deixando uma fortuna
acumulada de 500 mil francos. Após sua morte, diversos baralhos de
cartomancia foram publicados a atribuídos à famosa vidente, entre eles, O
La Sibylle des Salons, o Grand Jeu de Societé et Pratiques Secrètes de Mlle
Le Normand e o próprio Petit Lenormand, que só mais tarde passou a ser

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chamado de Baralho Cigano - apesar da associação com Mlle. Lenormand
ser mais popular na Europa, e o nome Baralho Cigano ter se consolidado
fortemente no Brasil. As lendas em seu entorno contam que ela teria
aprendido esses sistema de cartomancia ao ter contato com os povos
ciganos, ou, mesmo que tenha sido um baralho criado por ela, não há
evidências históricas para embasar nenhuma dessas teorias. Hoje em dia
os estudiosos do Petit Lenormand acreditam que esse baralho, produzido
a partir do Jogo da Esperança na Alemanha, tenha sido associado à figura
da cartomante por razões meramente comerciais.

VAMOS TESTAR SEU CONHECIMENTO?

1) Quais as diferenças entre Tarot, Baralho Cigano e Cartomancia?

2) Quem são os Ciganos?

3) Quem é Marie Anne Adelaide Lenormand?

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O JOGO DA ESPERANÇA, UM JOGO QUE VIROU ORÁCULO

O baralho cigano é um dos oráculos mais populares no Brasil. Sua


simplicidade, atualidade e imagens que fazem parte do nosso dia-a-dia
compõem uma linguagem que transmite suas mensagens de forma
imediata, sem necessidade de grandes estudos esotéricos, pois é a partir
do imaginário e da sabedoria popular que seus símbolos nascem. Isso faz
com que ele seja bem entendido e seja preterido por muitos. Porém,
como todo oráculo, ainda existe a imatura necessidade, por parte de seus
adeptos, de uma origem mágica e divina, com grandes magos e povos
misteriosos e entidades poderosas que expliquem sua criação. Na
verdade, não há necessidade de tanto para algo ser realmente especial. A
espiritualidade atua através de tudo, inclusive das pequenas coisas e dos
acasos.
Muitos textos e livros atribuem a criação do baralho cigano ou Petit
Lenormand ao povo cigano e à célebre vidente e cartomante francesa
Mlle Lenormand. Na verdade o seu nome só se vincula a tais
personalidades como estratégia de marketing para que a sua venda fosse
garantida. Na verdade a sua origem é outra. Talvez não tão mágica e até
bem comercial, mas nada disso tira a sua força e o impacto positivo que
causa em nossas vidas desde seu surgimento. Recentemente, em meio à
sua crescente popularidade, a pesquisadora americana Tali Goodwin
divulgou os resultados de seu trabalho revelando que a primeira versão do
baralho cigano, foi criada na Alemanha com o nome de “Das Spiel der
Hoffnung” (Jogo da Esperança), em 1799, contrariando e derrubando as
teorias vigentes que se fundamentam somente em especulações sem
haver qualquer evidência histórica que as sustentem e que, mesmo assim,
são espalhadas aos quatro ventos como fatos.
Seu criador foi Johann Kaspar Hechtel (1771-1799) que concebeu o
baralho como um jogo de tabuleiro portátil para entretenimento das
pessoas. Assim, o primeiro baralho cigano era um jogo de tabuleiro em
forma de baralho como o ludo, o jogo da vida e afins.
Hechtel foi um jovem homem de negócios, dono de uma fábrica de
artefatos de bronze, em Nuremberg, além de escritor e criador de jogos
de salão, entre os quais se inclui Das Spiel der Hoffnung, o jogo de cartas

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que se tornou o protótipo para o baralho de cartomancia Petit
Lenormand.
O baralho só passou a ser chamado “Petit Lenormand” (Pequeno
Lenormand) numa reedição que aconteceu após a morte de Lenormand,
na segunda metade do século XIX. Nesse momento, vários outros baralhos
foram associados ao seu nome como estratégia de marketing.
Como vivemos um momento importantíssimo na história do baralho
cigano, essas informações tão preciosas nos permitem entender quem ele
é. A compreensão de sua origem nos dá a oportunidade de conhecermos
melhor o baralho e redirecionar nossa visão, construindo uma base mais
sólida para o seu saber.

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INTRODUÇÃO AO BARALHO

Assim como qualquer oráculo, com o Baralho Cigano também é necessária


uma preparação. Existem diversas formas de se conectar ao Divino e aos
elementos da natureza. Vamos abordar os elementos usados pelos
Ciganos durante uma leitura, o que cada um representa e como montar a
mesa de forma adequada.

A MESA
É muito importante reservar um espaço para fazer suas leituras. Seja uma
mesa, um aparador, ou semelhante. Assim como é imprescindível que se
tenha representados de alguma forma os 4 elementos para se fazer a
conexão com a natureza. Para a mesa você vai precisar de:
- Uma toalha ou lenço, que pode ser liso ou estampado. O Povo Cigano
adora cores e estampas floridas. Mas você pode escolher o que melhor se
adequar ao seu gosto pessoal. Lembrando que, caso a toalha tenha
símbolos, procure estudar o que eles significam para saber se eles
ressoam com você.
- Velas. Você pode pesquisar o significado das cores e usar de acordo com
a intenção ou apenas usar velas brancas.
- Taça ou copo. Ele será usado apenas para fins de leitura. É preferível que
você compre exclusivamente para usar na sua mesa.
- Cristal. O que mais chamar a atenção de vocês.
- Moedas. Eles costumam usar douradas ou prateadas. Em algumas lojas
esotéricas você encontra moedas antigas que pode consagrar para usos
mágicos. Caso não tenha acesso, pode separar moedas que sempre
sobram pra colocar na sua mesa. Elas serão usadas apenas para esses fins.
- Punhal ou adaga. Também fácil de ser encontrada em lojas esotéricas.
Por questões de segurança, caso não tenha acesso, não use facas para
substituir. Prefira deixar sua mesa sem esse item para não oferecer riscos.
- Incensos
- E claro, seu Baralho.

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OS QUATRO ELEMENTOS

A importância dos quatro elementos vale tanto para a mesa quanto para
um altar. Vale dizer que essas representações precisam de manutenção e
limpeza constantes, físicas e energéticas. Se preferir, use a energia das
lunações para esses momentos. Os elementos servem para: - Conectar o
Oraculista (ou seja, quem lê) com seus sentidos intuitivos. - Conectar o
Consulente (quem está recebendo a leitura) à energia da mesa. -
Proteção.

A INTUIÇÃO COMO FERRAMENTA DE LEITURA

É importante dizer que além de ter conhecimento sobre os significados


das cartas, a intuição é uma grande aliada na hora de abrir a mesa. Cada
pessoa tem uma forma de intuir e se conectar com o divino. Todos nós
possuímos além dos 5 sentidos físicos, os sentidos extra-sensoriais. Somos
médiuns por natureza, mas nem todos desenvolvem essa capacidade.
Alguns por medo, outros por ceticismo. Não existe uma receita única para
desenvolver sua mediunidade. Alguns já nascem com esse sentido
aflorado e aperfeiçoam ao longo da vida. Outros procuram escolas ou
centros espirituais para tal. Indico que antes de mais nada, faça uma
pesquisa séria para descobrir qual caminho se encaixa melhor dentro de
sua vivência. E saiba também que não existe apenas um tipo de
mediunidade. Alguns desenvolvem a clarividência, outros desenvolvem a
projeção astral consciente, outros a telepatia enquanto outros
desenvolvem novos tipos de mediunidade como por exemplo a empática,
onde o médium é capaz de sentir de forma física o que o outro sente.

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CONSIDERAÇÕES PARA UMA BOA LEITURA

Quando compramos ou ganhamos um oráculo, nossa vontade imediata é


de colocar ele para trabalhar. Porém muitas vezes não consideramos que
estamos mexendo com energias sutis e nos conectando com entidades de
diversas linhas. Por isso, devem-se levar em considerações alguns pontos.

1º O Oráculo é uma ferramenta espiritual.


Como dito na introdução desse capítulo, o Oráculo é uma ferramenta
mágica. Ela deve ser tratada com seriedade e respeito. Sendo assim é
importante que estejamos com o mental, emocional e físico em bom
estado. Além de cuidarmos bem de nossas cartas. Nada de deixar jogado
em qualquer canto. O ideal é que você tenha uma caixa ou um saco para
manter suas cartas guardadas e protegidas. Um cristal pode ajudar nesse
processo também. Cabe ao Oraculista pesquisar o que melhor ressoa com
seu propósito. Trate aquela pessoa com respeito, afinal se ela te procurou
foi porque confia em seu trabalho. Também é importante saber que é
preciso ter troca. Ainda há muito tabu quanto ao fato de se cobrar por
uma consulta oracular. Ora, precisamos pagar contas também. Mas esse
não é o caso. Entenda que para esse trabalho você está doando energia,
tempo e amor (sim, amor). Logo é preciso que você receba algo em troca,
senão não vai aguentar 1 semana de atendimentos. Se você ainda não
trabalhou internamente ou acha incorreto cobrar dinheiro por uma
leitura, especifique uma moeda de troca. Pode ser um objeto que você
deseje (com bom senso), pode ser um ensinamento, uma ajuda para você
ou até mesmo para outra pessoa. Dessa forma você amplia a corrente
positiva que está abrindo. O que quero dizer aqui é que sem troca, em
algum momento você não tem energias. Por isso, independente do que
você cobre, COBRE.

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2º Ética sempre em primeiro lugar. (Embora aqui esteja em segundo)
Não é só porque você pode ver o que os outros não podem, que isso
signifique invadir a privacidade alheia. Jamais mexa com o livre-arbítrio do
outro, influenciando a leitura da forma que seu ego desejar. Jamais aceite
"ver o que o outro está fazendo" para satisfazer a vontade alheia. Trate
com o Consulente apenas questões do Consulente. Muitas vezes você irá
lidar com pessoas que querem saber o que o/a companheiro/a está
fazendo. Tenha firmeza e diga que isso não diz respeito nem a você, nem a
outra pessoa. Oriente seu Consulente a ter um diálogo honesto e aberto
com essa pessoa e que invadir a privacidade dela seria tão errado quanto
expor assuntos íntimos feitos na consulta para terceiros. Tenha também a
vontade real de ajudar e aqui cabe um contraponto do primeiro
parágrafo: se a pessoa necessita de ajuda e não tem o que oferecer, sinta
em seu coração e não se prenda apenas ao ato de "ganhar" algo pela
consulta. Muitas vezes recebemos muito mais quando ajudamos de forma
honesta e espontânea.

3º Entenda seus limites e os limites do outro.


Nem sempre iremos agradar o Consulente e algumas vezes iremos ficar
insatisfeitos conosco durante uma leitura. Aqui cabe trabalhar a paciência,
a escuta ativa, a comunicação não-violenta (que eu indico que todos
pesquisem sobre o tema) e claro, o perdão. Trabalhe o diálogo para deixar
claro pra você e para o outro até onde você pode ir, ou o motivo pelo qual
de repente não pode fazer a leitura naquele momento. Aqui cabe mais o
autoconhecimento do que qualquer outra coisa.

4º Leve a prática oracular à sério.


Você deixaria alguém que não sabe dirigir pegar seu carro? Ou uma
pessoa claramente bêbada segurar seu recém-nascido? Com o oráculo é
necessário o mesmo cuidado. Trate ele com respeito. Não o use como
ferramenta de entretenimento para momentos de festa, não permita que
terceiros o peguem para uso a não ser que você confie na pessoa e
principalmente: não trate sua ferramenta com descaso

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NO MOMENTO DA CONSULTA

Com o tempo você encontrará a metodologia ideal para fazer suas


leituras. Aqui passo algumas dicas de como se preparar para o momento:
1º Faça sua oração de proteção. Tendo ou não alguma religião, peça aos
seus protetores espirituais que estejam com você. Se concentre na
intenção e avise-os de que estará iniciando seus trabalhos mágicos. Você
também pode usar ervas ou cristais de proteção para antes e depois da
consulta. Cabe ao Oraculista pesquisar o método que achar mais eficiente.
2º Mantenha seu local de trabalho organizado e limpo. Lembre-se que há
uma diferença entre a forma que você organiza seus itens com descaso e
falta de cuidados.
3º Certifique-se que a pessoa esteja segura e calma. Não force ou faça
pouco caso de quem está emocionalmente fragilizado. Antes de mais nada
é importante criar um ambiente seguro para você e Consulente poderem
se abrir e se conectar para que a leitura seja a mais fluida possível.
4º Mantenha a postura. Existirão momentos em que você irá ver algo
desagradável para o Consulente. Nesse momento cabe a pergunta: "eu
gostaria de saber disso?" ou então "como eu gostaria de receber essa
notícia". Como dito anteriormente no tema sobre telepatia, nem tudo
deve ser dito. Algumas coisas não são permitidas por nossos mentores
pelo fato de que podem trazer mais sofrimento para quem está
recebendo a leitura. Em momentos assim, sugiro que não se diga nada ou
que procure uma forma de falar para que a mensagem não seja direta. Por
exemplo, caso veja uma morte física você pode dizer: "esteja com as
pessoas que ama" ou "perdoe aqueles que te machucaram". Esse tema é
um tanto quanto polêmico pois são muitas as visões que podemos ter
durante uma leitura, por isso repito: se não estiver seguro do que vai
dizer, não diga.

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SIMBOLOGIA E A ESCOLA BRASILEIRA DO BARALHO CIGANO

O primeiro passo para usar um oráculo é estudar sua estrutura simbólica.


Quando vemos pela primeira vez alguém usando cartas para prever o
futuro, isso pode nos dar a impressão de que há por trás da leitura um
dom especial, concedido apenas a poucas pessoas afortunadas- se um dia
você já pensou dessa maneira, ou se ainda o faz, saiba que isso não é
verdade! A capacidade de usar um oráculo pode ser aprendida e
desenvolvida, do mesmo modo que a prática de um esporte, tocar um
instrumento musical, ou ainda dirigir ou cozinhar. Algumas pessoas
possuem algo que parece uma "habilidade natural" para essas atividades e
conseguem desempenhá-las com mais facilidade, mas, com treino,
qualquer um é capaz de aprender a desenvolver essa prática.
Isso significa que, antes de aprendermos os métodos de tiragem do
Baralho Cigano, precisamos entender sua linguagem. Cada oráculo possui
um idioma próprio, uma maneira de se comunicar e transmitir suas
mensagens, e ela pode ser aprendida por meio dos símbolos usados para
compor suas imagens. A metáfora de aprender um novo idioma aqui é
bastante útil, em especial se esse é seu primeiro contato com o Baralho
Cigano. Assim como quando estudamos outra língua, primeiro
aprendemos as palavras para depois entender como combiná-las e formar
frases.
É exatamente a isso que nos dedicaremos neste curso: vamos olhar para
os elementos essenciais que compõem as cartas do Baralho Cigano e
começar a construir nossa bagagem de conhecimento para interpretá-lo
mais adiante dentro dos métodos apresentados. Preste muita atenção,
pois as informações citadas a seguir poderão ajudá-lo a compreender
melhor a simbologia desse baralho e a enriquecer suas consultas. De
modo geral, são dessas informações que nos utilizamos para esclarecer
alguns detalhes sobre as mensagens transmitidas pelo oráculo. Todas as
cartas do Baralho Cigano possuem seu significado geral fixo, porém as
posições de figuras, cores, símbolos e sinais podem revelar detalhes
importantes e auxiliá-lo a criar novas abordagens para futuras leituras.

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INTERPRETAÇÃO DAS CARTAS
CARTA 1 / O CAVALEIRO
Elemento Fogo
Ponto de partida, início, começo, conquista, espiritualidade, atividade,
ação, criatividade e força de vontade. Missão de paz, novas perspectivas e
novos projetos que estão a caminho para se concretizarem; ação do
destino; fatos e acontecimentos inesperados; rapidez para resolver algum
problema; solução; boas notícias e coragem.

CARTA 2 / O TREVO
Elemento Ar
Aprendizado, amadurecimento, insegurança, crise, desgosto, obstáculos,
discussões, desentendimentos, negatividade, dificuldades, problemas
momentâneos que devemos superar e necessidade de confiar na força
interior; momento de reflexão antes de decidir ou fazer escolhas.

CARTA 3 / O NAVIO
Elemento Água
Mudanças, afetos, emoção, sensibilidade, novos horizontes, gentilezas,
felicidade, autocontrole e busca do equilíbrio. O mundo espiritual e
inconsciente. Movimentação de novas e poderosas energias do bem.
Grandes empreendimentos. Nesta carta, as mudanças são lentas, porém
duradoura e estáveis. Surpresas chegarão como recompensas da vida e do
empenho empregado no passado.

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CARTA 4 / A CASA
Elemento Terra
Equilíbrio, estrutura, segurança, assuntos familiares, estabilidade,
confiança e apoio afetivo. Valores morais, inflexibilidade, resistência a
mudanças, hábitos comuns. Organização, progresso, ganhos materiais,
poder e realização.
CARTA 5 / A ÁRVORE
Elemento Terra
Compartilhar os ganhos, fraternidade, generosidade, prosperidade,
multiplicação, maturidade, estabilidade, renascimento, vida , necessidade
de doação e recebimento, trocas justas e leais. Desapego, abnegação,
altruísmo e doação incondicional. Boa saúde e cura.

CARTA 6 / AS NUVENS
Elemento Ar
Dúvida, momento de indecisão e confusão, conflitos interiores e situações
instáveis. Facilidade em criar problemas (tempestades em copo d'água) e
falta de clareza. A carta das nuvens geralmente não é vista como um
resultado final, mas sim como uma passagem, um momento transitório
que, embora aparentemente negativo, é muito necessário para o
crescimento e o amadurecimento interior.

CARTA 7 / A COBRA
Elemento Ar
Traição, falsidade, desonestidade, fofocas, agressividade, raiva, ódio,
intrigas, discussões, perdas desleais, desestruturação, discórdias, brigas,
pessoas de mau-caráter que cruzam o caminho, conflitos e desavenças.

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CARTA 8 / O CAIXÃO
Elemento Fogo e Terra
Mudança radical, algo que se perdeu o entusiasmo ou a importância,
conclusão. Pode indicar perdas materiais ou espirituais, términos,
rompimentos, separações, fim de um cinclo e início de outro, mudanças
que precisam de alguns fins necessários e inevitáveis para serem
concluídas.

CARTA 9 / AS FLORES
Elemento Terra e Água
Felicidade, bênção, contentamento, reconhecimento, gratidão, conquistas
amorosas, ofertas, amadurecimento, momentos de extrema realização,
alegria, triunfo, glória, amor universal, altruísmo, bem-estar,
oportunidade, fraternidade, otimismo, jovialidade, sabedoria e evolução
espiritual.

CARTA 10 / A FOICE
Elemento Terra
Transformação, abertura de novos caminhos; trata-se de uma era de
libertação do que é angustiante e causa sofrimento. Corte dos medos e
das inseguranças. Mudanças e transformações internas e externas.
Desgastes e transformações que terão fim. Reavaliação, reformulação e
processo de crescimento pessoal.

CARTA 11 / O CHICOTE
Elemento Terra e Fogo
Força, necessidade de equilíbrio entre razão e instintos, mente, forças
ocultas controladoras, magia mental que edifica ou destrói, esforços
empenhados para alcançar metas e objetivos. Autopunição, agressividade,
discussões, possessividade, sadomasoquismo.

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CARTA 12 / OS PÁSSAROS
Elemento Ar
Felicidade, alegria, contentamento, romance, vitória, liberdade,
entusiasmo, triunfo, desejos realizados, surpresas, amor, ternura, sorte,
verdade e harmonia. Necessidade de prestar mais atenção às coisas
simples da vida, os sentimentos, ao encanto, à espiritualidade, à pureza,
às boas intenções, à cordialidade, à jovialidade, ao companheirismo e à
ajuda que chega sem esperarmos.

CARTA 13 / A CRIANÇA
Elemento Água
Sinceridade, beleza, renovação, harmonia, infância, lúdico, amor, amizade,
coisas novas, espontaneidade, transparência, inocência, verdade e boas
energias. Ausência de temores. Sentimentos bons, os filhos, uma criança
ou até mesmo uma gravidez vindoura.

CARTA 14 / A RAPOSA
Elemento Ar
Golpes, armadilhas, falsidade, mentira, cuidado, astúcia, prejuízo,
galanteios ilusórios que nos levam a perdas, planos, roubo, algo que tenta
ser o que não é, invenção sobre algo ou alguém para alcançar benefício
próprio e acima de tudo tirar vantagem da situação.

CARTA 15 / O URSO
Elemento Terra
Frieza, magia, feitiço, irracionalidade, mau-olhado, explosão, inveja
cobiça, infortúnio, hibernação, perdas, agressividade, energias maléficas,
falsidade, angústia, agonia, inquietação, paixões violentas e oportunistas,
luxúria, possessividade escravidão, influências negativas do astral ou de
pessoas maldosas.

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CARTA 16 / AS ESTRELAS
Elemento Fogo
Iluminação, sorte, força espiritual, bênçãos, proteção, vida nova, evolução,
perfeição, otimismo, esperança, fé, proteção, boas influências, energias
poderosas e exaltação. Motivação, confiança e progresso. Beleza,
simplicidade, amizade, sinceridade, progresso, dificuldades que são
superadas.

CARTA 17 / A CEGONHA
Elemento Ar
Novidade, surpresas, notícias, algo novo que em breve ocorrerá, novos
caminhos, gravidez. Pureza, paz, felicidade, harmonia, viagens, aceitação
da vida, oportunidades, bons presságios, revelação e ousadia.

CARTA 18 / O CÃO
Elemento Água
Lealdade, amizade, companheirismo, honestidade, apoio de pessoas
sinceras e com as quais podemos contar, ajuda, respeito, pureza,
sentimentos, carinho, amor incondicional, humildade, sabedoria,
esperteza, agilidade, defesa, o guardião, proteção significativa que trará
sorte e alegria.

CARTA 19 / A TORRE
Elemento Ar e Fogo
Proteção, o mundo espiritual, fé, reavaliação, inteligência, essência, poder
astral, a alma, o próprio "eu", honestidade, desapego das coisas do mundo
material, renovação de conceitos e valores diante da vida, pensamento
ativo, estudos, pesquisas. Equilíbrio e estrutura.

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CARTA 20 / O JARDIM
Elemento Terra e Ar
Necessidade de perguntar ao coração tudo o que ele sente e de reavaliar
sentimentos, emoções, conceitos e valores. Sabedoria, humildade,
fortalecimento das coisas boas, colheita de tudo o que se planta e as
sementes que deixamos brotar.

CARTA 21 / A MONTANHA
Elemento Terra
Esperança, perseverança, maturidade, fé, força de vontade, obstáculos a
serem vencidos e superados. Confiança, segurança para conquistar um
projeto. Firmeza, inclinação à inflexibilidade, rigidez, teimosia, dificuldade
para mudar, verdade, solidez, busca, o desejo de ser feliz, fatos ou
situações que devem ser avaliados de forma racional e prática.

CARTA 22 / OS CAMINHOS
Elemento Terra
Direção, rumo certo, liberdade de escolha, metas alcançadas, livre-
arbítrio, sabedoria adquirida com escolhas do passado e que se
manifestam no presente. Persistência, oportunidades, independência,
expansão e caminhos abertos. Viagens terrestres ou de curta duração.

CARTA 23 / OS RATOS
Elemento Terra
Perdas, energéticas e/ou materiais, roubo, canalização de energias
negativas, avareza, desânimo, aborrecimento, desgastes, má influência,
negatividade, necessidade de limpeza espiritual, agressividade que oculta
insegurança, furtos, assaltos, indisposição, mensagem de cuidado com
inimigos que nos prejudicam de alguma forma.

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CURSO BARALHO CIGANO
CARTA 20 / O JARDIM
Elemento Terra e Ar
Necessidade de perguntar ao coração tudo o que ele sente e de reavaliar
sentimentos, emoções, conceitos e valores. Sabedoria, humildade,
fortalecimento das coisas boas, colheita de tudo o que se planta e as
sementes que deixamos brotar.

CARTA 21 / A MONTANHA
Elemento Terra
Esperança, perseverança, maturidade, fé, força de vontade, obstáculos a
serem vencidos e superados. Confiança, segurança para conquistar um
projeto. Firmeza, inclinação à inflexibilidade, rigidez, teimosia, dificuldade
para mudar, verdade, solidez, busca, o desejo de ser feliz, fatos ou
situações que devem ser avaliados de forma racional e prática.

CARTA 22 / OS CAMINHOS
Elemento Terra
Direção, rumo certo, liberdade de escolha, metas alcançadas, livre-
arbítrio, sabedoria adquirida com escolhas do passado e que se
manifestam no presente. Persistência, oportunidades, independência,
expansão e caminhos abertos. Viagens terrestres ou de curta duração.

CARTA 23 / OS RATOS
Elemento Terra
Perdas, energéticas e/ou materiais, roubo, canalização de energias
negativas, avareza, desânimo, aborrecimento, desgastes, má influência,
negatividade, necessidade de limpeza espiritual, agressividade que oculta
insegurança, furtos, assaltos, indisposição, mensagem de cuidado com
inimigos que nos prejudicam de alguma forma

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CURSO BARALHO CIGANO
CARTA 28 / O CIGANO
Elemento Terra
Poder, domínio, convicção, ação, posse, realização, firmeza, execução,
decisão e maturidade, alta confiança e estrutura. O provedor. Sempre
representa a figura masculina de poder, podendo ser o pai, marido,
companheiro, filho, chefe, amigo, um homem de poder ou até mesmo o
próprio consulente.

CARTA 29 / A CIGANA
Elemento Água e Fogo
Intuição, sentimentos, confiança, sensatez, ambição, doação, criatividade,
emoção, segurança, poder de decisão, otimismo, responsabilidade,
generosidade e bondade. Pode representar a mãe, filha, irmã, chefe,
companheira, uma mulher poderosa ou a própria consulente.

CARTA 30 / OS LÍRIOS
Elemento Água
Equilíbrio, proteção, harmonia, desprendimento, felicidade,
autoconhecimento, propósitos de alma, tranquilidade, serenidade,
aconchego, sinceridade, sentimentos puros e sinceros, alegria sem
euforia, bem-estar, paz interior, os desejos da alma, a descoberta de Deus
dentro do próprio "eu".

CARTA 31 / O SOL
Elemento Fogo
Prosperidade, luz, vitória, autoafirmação, momentos felizes, inteligência,
energia vital, casamento, união, sociedade, força criativa, poder,
crescimento, propósito de almas, energias benéficas, brilho pessoal,
sabedoria, clareza, verdade, iluminação de alma, claridade, consciência,
harmonia, reconhecimento, encontro de almas gêmeas.

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CURSO BARALHO CIGANO
CARTA 32 / A LUA
Elemento Água
Reconhecimento de algo ou dos próprios valores, sensibilidade, intuição,
sonhos, desejos, fantasias, honrarias, mudanças (de casa, cidade, trabalho
etc.) , fé, poder de magia e influências do plano astral. Sentimentos
ocultos, lembranças do passado, inseguranças e humores alterados.

CARTA 33 / A CHAVE
Elemento Terra
Abertura de caminhos, progresso, soluções, realização, uma ideia, um
plano, saída positiva, ajuda, algo ou alguém que indique um caminho.
Necessidade de empenho e de ação, respostas, oportunidades que trazem
aprendizado e evolução. Fim dos mistérios, revelação.

CARTA 34 / OS PEIXES
Elemento Água
Sorte, progresso material, dinheiro, vida, prosperidade, milagres, lucros,
recompensa material, conquista financeira, abundância, boa fortuna,
riqueza, grandeza, milagres, multiplicação, fecundidade, realização.

CARTA 35 / A ÂNCORA
Elemento Terra
Segurança, estabilidade, êxito, sucesso, vida feliz, confiança, a base das
realizações, patrimônio, confiabilidade, dificuldades que são superadas.
Momentos felizes, consolidação, certeza interior, autoconfiança, fé e
crença em algo que trará resultados positivos.

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CURSO BARALHO CIGANO
CARTA 36 / A CRUZ
Elemento Fogo, Terra, Ar e Água
Vitória, destino, ascensão, otimismo, fé, autoconfiança, sabedoria
espiritual, supremacia, melhora, favorecimento, metas que são alcançadas
com sucesso, Êxito e salvação, colocando fim a um período de sofrimentos
e incertezas.

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CURSO BARALHO CIGANO
O DECÁLOGO DO CARTOMANTE

Ao praticar a cartomancia, o cartomante tem acesso à um bem muito


precioso do consulente: seu destino. O destino de cada um é tão particular
e tão importante que devemos tratá-lo sempre com a maior seriedade e
responsabilidade. Exatamente por isso é que propus o decálogo abaixo,
afim de orientar o cartomante quanto à estas responsabilidades.
1 – Todo indivíduo tem o direito de crer ou não no destino.
2 – Todo indivíduo tem o direito de crer ou não na adivinhação.
3 – Todo indivíduo tem o direito de crer ou não na cartomancia.
4 – Cabe apenas ao consulente decidir sobre praticar ou não a
adivinhação; continuar ou não uma cartada.
5 – Jamais o cartomante deve comentar, rir-se, manifestar opinião
particular seja com o consulente, seja com qualquer outra pessoa.
6 – Jamais o cartomante deve adivinhar sem autorização do consulente,
esteja ele presente ou não.
7 – A meta do cartomante deve ser a de levar seu consulente a atingir
seus objetivos, que são o de obter respostas, confirmações, avisos e
conforto, sobre os aspectos que são importantes em sua vida.
8 – O cartomante deve conduzir todo o processo de maneira ética e
responsável, tendo em vista que é ele quem domina toda a técnica e
conhecimento.
9 – O cartomante deve estar absolutamente preparado e, para tanto,
precisa estudar e praticar muito para poder atender bem ao consulente.
10 – O cartomante deve permitir que o que precisa ser dito ao consulente
flua do baralho para ele, repetindo exatamente aquilo que é visto nas
cartas, sem omitir, modificar ou minimizar nada

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CURSO BARALHO CIGANO
CONSAGRAÇÃO

É indicada que a consagração seja feita na lua crescente ou cheia, devido


ao poder que essa energia possui. Para consagrar seu objeto mágico,
certifique-se de seguir o melhor dia e hora planetária para expandir e
potencializar seu objeto mágico de acordo com a intenção. Também
lembrando de fazer seu ritual de preparação e seguindo o que sua
intuição pedir na hora de abrir o círculo de proteção e fazer suas rezas
para transmitir a intenção. Pense que consagrar é o ato de tornar aquele
objeto algo sagrado, por isso esse momento deve ter muita entrega e
alegria para que ele funcione como você espera. Não há segredo na hora
de criar um ritual pois cada um entende o que funciona melhor para si
mesmo, além de cada um ter suas capacitações e limitações.
Consagrar é dar um destino, um propósito ao objeto. Tenha em mente
aquilo que quer que o baralho faça ou a que ele se destina. Normalmente
consagramos o baralho a uma divindade que cultuamos, pode ser par
algum Cigano ou Cigana, ou à linha dos Ciganos Espirituais, a uma Deusa,
ou Deus, ou à divindade que você tem afinidade. Após a limpeza e
energização você pode consagrá-lo:
Relaxe e concentre-se. Sinta a energia fluir. Segure o baralho em suas
mãos, e diga em voz alta algo como: “Eu peço permissão para que este
baralho seja um instrumento de ajuda ao próximo, consolo, paz, e permita
que a minha energia seja ligada a ele. Me responsabilizo por todos os
meus atos na leitura deste instrumento. Que eu seja, simplesmente, um
intérprete e que todas as minhas leituras sejam orientativas, procurando
auxiliar, através deste baralho, aqueles que me procuram”. Utilizar os 4
elementos de forma intuitiva.

SANTA SARA KALI

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CURSO BARALHO CIGANO
Considerada Padroeira do povo cigano, a história da santa remonta ao
início do cristianismo. Os primeiros cristãos eram perseguidos pelos
romanos e Sara, uma escrava egípcia de propriedade de José de Arimatéia
foi capturada juntamente com as três Marias (Maria Madalena, Maria
Salomé e Maria Jacobé). As quatro mulheres foram colocadas em um
barco que foi lançado ao oceano, sem remos e sem provisão. Por um
milagre, após mais de 30 dias vagando sem rumo pelo mar, o barco
aportou em Laguendoc, no Sul da França, na Ilha de Camargue, um local
que seria conhecido mais tarde como Saintes Maries-de-La Mer
(traduzindo Santas Marias que vieram do Mar ). Um grupo de ciganos que
vivia por ali, socorreu as quatro mulheres e elas, em troca, levaram ao
grupo os ensinamentos de Jesus, trazendo para eles a doutrina cristã.
Após a partida das chamadas "Três Marias", conta a história que Sara
continuou convivendo com os ciganos e passou a ser chamada de Sara
Kali, a palavra Kali significa "negra" na língua romanê.

ORAÇÃO DE SANTA SARA KALI

“Tu Sara Kali que estás no céu, olhem para nós teus filhos que estamos
aqui na terra.Nos cubra com sua misericórdia e amor.Que o seu manto
nos envolva a todos neste momento, tirando de nós todas as tristezas, as
doenças, as invejas, as mágoas.Tu que sofreste em vida, sabe o que cada
um de nós está passando, nos dê força para superarmos todas as
provações e as dificuldades, que envolvidos por seu amor, sairemos ilesos
de tudo isto.Tu minha mãe Sara nos conceda, saúde, felicidade, harmonia,
prosperidade, amor, fé e paz de espírito.Segure em minha mão, e como
uma mãe bondosa que olha para uma criança, nos leve para os caminhos
que devemos trilhar e nunca nos deixe cair, nos caminhos que nos levará
para longe de ti.Santa Sara, que eu seja digno do seu amor e de sua
proteção, abençoe minha vida, a de minha família, a de meus amigos e de
meus inimigos, para que assim ele possa se distanciar de mim, e não mais
me direcionar nenhum mal.Permita que eu beije suas mãos e o seu
coração, que eu seja seu filho abençoado para todo o sempre. Amém!”

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CURSO BARALHO CIGANO

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