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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4

2 ACUPUNTURA E SUA HISTÓRIA ........................................................................... 5

2.1 Mecanismo de ação e funcionamento da acupuntura ......................................... 7

3 ACUPONTOS ........................................................................................................... 9

3.1 Sistema meridianos ........................................................................................... 11

3.2 Teoria Yin e Yang.............................................................................................. 14

3.3 Teoria dos Cinco Elementos ............................................................................. 16

3.4 Teoria QI (Energia)............................................................................................ 17

3.5 Teoria Zang Fu .................................................................................................. 18

4 MICROSSISTEMAS ................................................................................................ 20

4.1 Auriculoterapia .................................................................................................. 20

4.2 Manopuntura ..................................................................................................... 24

4.3 Podopuntura...................................................................................................... 25

4.4 Craniopuntura ................................................................................................... 26

5 APLICAÇÃO DA ACUPUNTURA DE DIFERENTES MODOS ................................ 31

5.1 Agulha ............................................................................................................... 31

5.2 Semente de mostarda ....................................................................................... 32

5.3 Laseracupuntura ............................................................................................... 32

5.4 Frequências de Nogier ...................................................................................... 33

5.5 Ventosaterapia .................................................................................................. 35

5.6 Moxabustão ....................................................................................................... 37

5.7 Termografia ....................................................................................................... 41

6 ELETROACUPUNTURA ......................................................................................... 43

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7 ELETRODIAGNÓSTICO DOS MERIDIANOS DE ACUPUNTURA
(RYODORAKU)............................................................................................................... 44

7.1 Propriedades elétricas dos pontos de Acupuntura ............................................ 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 54

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça
a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual,
é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ACUPUNTURA E SUA HISTÓRIA
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Fonte: sabedoriapolitica.com.br

Devido a conscientização a respeito da relação existente entre mente e corpo vem


ocorrendo um grande aumento na procura do estabelecimento de um equilíbrio entre
estes, para tal vem ocorrendo uma grande busca por tratamentos alternativos para
auxiliarem e ampliarem o potencial das terapias convencionais, tal procura acaba
forçando o surgimento de novas terapias (BOLETA-CERANTO & MIURA, 2013).
A acupuntura é uma prática milenar a qual possui como base o equilíbrio entre
mente e corpo (ALVARENGA; AMARAL & STEFFEN, 2014).
O nome acupuntura vem do latim acus = agulha e punctura = picada, portanto logo
refere-se à introdução de agulhas em pontos específicos da pele, pontos esses
chamados de acupontos os quais foram determinados de forma empírica ao transcorrer
de milhares de ano de prática médica, tal procedimento objetiva originalmente a cura e
prevenção de males, a acupuntura também é conhecida como uma terapêutica reflexiva,
uma vez que ao estimular um ponto do corpo outro ponto sofre uma reação, utilizando-
se principalmente do estimulo nociceptivo (ARSLAN et al., 2019).
Na Medicina tradicional chinesa, a acupuntura como linha terapêutica é aplicada
no Ocidente, por ser de fácil aplicação, baixo custo e a descrença alopáticos. No Brasil
ela chega no Sistema de Informação Ambulatorial SIA/SUS em 1999 e publicada pelo
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Ministério da Saúde em 2006, que implementou sua praticas integrativas e
complementares no Sistema Único de Saúde. Este documento implementou essa
abordagem como recurso que estimula o uso estímulos elétricos, no tratamento de
doenças
Consiste em uma técnica onde se é feita a introdução, circulação, mobilização de
agulhas, que vão promover o equilíbrio do organismo, fortalecendo os órgãos e das
vísceras do corpo. Trabalhando a energia do corpo e promovendo a interrupção de um
processo de adoecimento.
O tipo de agulha utilizada na pratica da acupuntura diferem daquelas usadas em
injeções e vacinas, por serem mais finas e flexíveis e terem tamanhos diferentes de
acordo com a técnica e local que serão colocadas. São de aço inoxidável e estéril, os
pontos de acupuntura são meio e comunicação do interior com exterior do corpo, com
tendência a influência de energias que o indivíduo está exposto (HADDAD., 2009).
Isso se dá pelo fato de agulha promover estimulação de nervos periféricos
localizados nos locais de inserção das agulhas, isso ocorre pela alteração nos
neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC), consequente modulação de
respostas positivas em relação aos desequilíbrios energéticos apresentados (HADDAD,
2012).
Outras técnicas são utilizadas na acupuntura, como a auriculoacupuntura, a
moxabustão e a eletrocupuntura dentre outras. Essas técnicas segue as linhas do
acupontos que são distribuídos nos meridianos que se estendem por todo o corpo
humano, e ao mesmo tempo respeitando suas especificidades (HADDAD, 2012).
As reações químicas desencadeadas na agulha após penetrar a pele até seu final
objetivo, não está totalmente esclarecida. O conceito que se tem da acupuntura até
momento é que ela não só trata apenas o local comprometido, mas também age no
sistema nervoso com a finalidades de equilibrar o corpo, e eliminar causadores da
doença. Este processo se dá para realinhar e redistribuir as energias estimulando-se
pontos de Acupuntura através de uso de agulhas metálicas finas, laser, pressão e outras
formas (OMS, 2021).
A acupuntura é considerada uma das mais antigas e respeitadas ciências de todo
o mundo, em especial pelos orientais mais especificamente na china, local onde tal
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ciência iniciou sua disseminação como segredo de família. A acupuntura vem sendo
usada a mais de cinco mil anos pelos chineses, sendo que atualmente existem mais de
3 mil anos de registros escrito e mais de 2 mil anos de achados arqueológicos tais como
agulhas feitas de pedras, inscrições em osso e carapaças de animais, tal fato comprova
que este procedimento teve uma longa trajetória de evolução (ALVARENGA et al., 2014;
SOUSA, 2018).
O Ying – Yang se refere as duas partes opostas e complementares da natureza,
os quais se relacionam reciprocamente, tal ideia representa tanto dois elementos
opostos, bem como dois fatores que formam a essência de um aspecto. Seguindo esta
filosofia, Ying representa qualidades negativas, enquanto Yang representa as positivas,
sendo que um não consegue existir sem o outro, logo pode-se se concluir que não existe
nem Ying nem Yang absolutos. A união de Ying e Yang formam Tai Chi que é o princípio
e o fim, ou seja, a vida e a morte, de acordo com esta crença tais condições opostas e
complementares devem manter um perfeito equilíbrio (BOLETA-CERANTO & MIURA,
2013; GIL, 2019; SOUSA, 2018).
A preocupação com os aspectos legais da Acupuntura no país teve início em 1984
com a criação do Projeto de Lei 3838 da Câmara dos Deputados Federais. Desde então,
os Conselhos Federais, preocupados com tal prática pelos seus pares, iniciaram
regulamentações próprias: o COFFITO (fisioterapia e terapia ocupacional) em 1985, o
CFBM (biomedicina) em 1986, o COFEN (enfermagem) e o CFM (medicina) em 1995, o
CFF (farmácia) em 2000, o CFF a (fonoaudiologia) em 2001 e o CFP (psicologia) em
2002 (RIZZI et al., 2010).
Segundo Rizzi et al., (2010), a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera
que a Acupuntura pode ser praticada por diversos profissionais habilitados, formando
uma equipe multidisciplinar e que a regulamentação e fiscalização é de competência do
seu Conselho Regional.

2.1 Mecanismo de ação e funcionamento da acupuntura

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura visa, através da inserção


das agulhas, regular o fluxo de energia através dos seus canais pelo corpo. Assim, com
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o equilíbrio da energia, pode-se alcançar a cura de diversos sintomas e melhoras em
várias patologias. Os estudos publicados no ocidente, que em grande parte são ensaios
clínicos, carecem de metodologias eficazes para estes estudos. Porém, se fez possível
com o tempo estudar as consequências das inserções das agulhas em pontos
específicos, tal como estudar os próprios pontos em si, mostrando que os mesmos
apresentam características particulares e que são capazes de gerar respostas, a nível do
sistema nervoso central, quando estimulados (OLIVEIRA, 2018).
O processo de aplicação da acupuntura é feito através da inserção de agulhas em
pontos específicos (os canais de energia e dos Zang Fu) gerando um potencial de ação
elétrico e um pequeno processo inflamatório local. Esses pontos se localizam próximos
de nervos ou em regiões com densa inervação, facilitando a geração de impulsos
nervosos como resposta a estimulação elétrica ou mecânica.

Fonte: interfisio.com.br

A ação das agulhas de acupuntura ocorre em dois tipos de fibras neuronais usadas
como alvo: as fibras A-Delta e as fibras C. Elas transmitem a dor e a temperatura a
medula espinhal. Elas são capazes de alcançar o hipotálamo e a hipófise, podendo
promover o equilíbrio do funcionamento destes centros.
Como a Hipófise é capaz de coordenar e regular a função de diversas outras
glândulas do corpo. Assim, o efeito da Acupuntura sobre este órgão afeta o
funcionamento de várias glândulas de grande importância pelo corpo, como por exemplo

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as suprarrenais, tireoide e ovários. Logo, estímulos feitos através da inserção de agulhas
nos pontos específicos são capazes de gerar respostas capazes de melhorar diversas
funções do organismo.
A estimulação neuro modular tem como o alvo os nervos, os receptores, as vias
de diferentes modalidades sensoriais, sentidos do tato, temperatura e dor, inervação
motora dos músculos e fibras aferentes e eferentes. Estes estímulos induzem respostas
locais, segmentares (periféricos e axilares) e supraspinhais como no tronco cerebral, por
exemplo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2007).
A acupuntura, de acordo com os conhecimentos atuais, possui modulação em três
níveis: Local, espinhal ou segmentar. Ela pode, dessa forma, gerar respostas no sistema
nervoso e consequentemente influenciar no quadro do paciente. O mecanismo humoral
da acupuntura diz que a sua ação no sistema nervoso central terá como resposta
produção e a liberação de neurohormônios, neurotransmissores e hormônios (OLIVEIRA,
2018).
O mecanismo neural refere-se a eletrofisiologia que as áreas da pele usadas como
pontos de acupuntura apresentam. Estas áreas possuem condutividade elétrica por
diminuição da resistência e, quando estimulados, geram efeitos variados de acordo com
a manipulação, que pode ser tonificar ou sedar, ao se inserir as agulhas. Essa
manipulação irá determinar a liberação de neurotransmissores específicos nas sinapses,
como por exemplo a substância P, prostaglandinas, histamina, bradicinina e serotonina,
o que irá causar diferentes respostas (OLIVEIRA, 2018).

3 ACUPONTOS

Acupontos foram determinados de forma empírica ao transcorrer de milhares de


ano de prática médica, tal procedimento objetiva originalmente a cura e prevenção de
males, a acupuntura também é conhecida como uma terapêutica reflexiva, uma vez que
ao estimular um ponto do corpo outro ponto sofre uma reação, utilizando-se
principalmente do estimulo nociceptivo (ALVARENGA et al., 2014; ARSLAN et al., 2019;).
Esta técnica terapêutica visa não apenas tratar a região afetada do corpo, mas sim
agir sobre o sistema nervoso como um todo, promovendo o sistema de equilíbrio e
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compensação em todo o corpo (ALVARENGA et al., 2014). Os acupontos são tidos na
Medicina Tradicional Chinesa, como os locais mais externos do corpo energético de um
indivíduo, trabalhando como um vínculo de comunicação entre o meio externo e o meio
interno (OLIVEIRA, 2020).
Através da incitação destes pontos é possível alterar a movimentação da
circulação sanguínea além de realizar o relaxamento muscular, encerrando espasmos e
reduzindo a dor e a inflamação, também é possível gerar a liberação de hormônios como
as endorfinas e o cortisol gerando a analgesia (GIL, 2019; GRILLO, 2011; OLIVEIRA,
2020; SOUSA, 2018).
Os acupontos, são situados em vias específicas dos meridianos (CAI et al., 2019).
Dentro da prática da acupuntura, a interligação entre os meridianos, órgãos e sistemas é
parte fundamental para esse equilíbrio (ALVAREZ et al., 2019; ZHANG et al., 2015;
WONG, 2018).
Na Acupuntura, a concepção dos Canais de Energia (Meridianos) e dos Pontos de
Acupuntura, o diagnóstico energético e o tratamento baseiam-se nos conceitos do Yin e
do Yang; Cinco Elementos; do QI (Energia); do Xue (Sangue) e da Teoria dos Zang Fu
(Órgãos/Vísceras). A acupuntura possui a finalidade de restaurar, promover e equilibrar
as funções energéticas dos tecidos e órgãos, melhorando a circulação sanguínea,
aumentando a imunidade, e trazendo bem-estar físico e mental (RIZZI et al.; 2010). As
agulhas são estimuladas manualmente até o aparecimento da “sensação de agulha” (De
QI), descrita como uma sensação subjetiva de formigamento, distensão, choque ou
aquecimento que erradia da ponta da agulha (GHAZZAOUI et al.; 2016).
Os acupontos são regiões da pele em relação íntima com nervos, vasos
sanguíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares, e sua estimulação possibilita
acesso direto ao sistema nervoso central. A acupuntura também é considerada uma
terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre outra(s) (VASCONCELOS et
al.; 2011).
Os acupontos são classificados em 4 tipos:
Tipo I, são pontos motores e também os mais comuns, onde os nervos penetram
no músculo;

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Tipo II, encontram-se em regiões onde os nervos se interceptam na porção ventral
e dorsal do corpo;
Tipo III, localizam-se sobre os nervos e plexos superficiais;
Tipo IV, estão localizados nas junções músculo tendinosas (órgãos tendinosos de
Golgi são abundantes) (GUNN, 1976; apud PANTANO, 2011).

3.1 Sistema meridianos

Fonte: a-static.mlcdn.com.br

Há uma rede de hierarquia existente em nosso corpo chamado sistema de


meridianos. Os clínicos relatam que o meridiano e o acuponto tem uma impedância
diferenciada dos tecidos circunvizinhos, e o epitélio em geral, mantém uma diferença de
voltagem de 30-100 mV. O blastóporo, um clássico centro organizador celular, apresenta
alta condutância elétrica e de densidade de corrente, sendo que campos elétricos que
envolvem o embrião servem como indutores para a morfogênese. Corrente de íons

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transitam no embrião, mostrando o aspecto bioelétrico do ser humano, se mostrando
como um paralelo entre a técnica milenar e a ciência convencional (MARTINS FILHO,
2020).
Outro conceito relacionado ao meridiano é o ponto de acupuntura. De acordo com
o primeiro capítulo de Ling shu no clássico do Imperador Amarelo, ponto de acupuntura,
chamado Jie (“Joint”) não é nenhum tecido como pele, músculo, tendão ou osso, mas as
entradas, através do qual o “QI-Blood” entra ou sai do meridiano, expressão que pode
ser definida como, QI, sangue, líquidos orgânicos, fluidos intersticiais e de compostos
químicos ativos pelo seu trajeto. São 365 pontos de acupuntura em 14 meridianos,
existem 365 subcolateriais ligados aos 14 canais meridianos.
As articulações entre os subcolateriais e os meridianos são os locais dos pontos
de acupuntura (ZHANG et al., 2015).

Fonte: ZHANG et al., (2015)

Acupuntura se concentra especialmente na regulação do fluxo de uma substância


identificada na MTC como “QI-Blood” em canais meridianos colaterais. A acupuntura em
estreito sentido é a manipulação usando agulha de metal filiforme, moxabustão,
escavação, massagem, agulha de faca e assim por diante. Todos pertencem à terapia
de acupuntura por causa do similar princípio de regular o “QI-Blood”. Portanto, meridiano
“QI-Blood”, ponto de acupuntura e acupuntura, constituem quatro conceitos básicos da
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MTC, que são muito importantes para entender o princípio da acupuntura. A parte
principal do sistema são os tamanhos diferentes de canais, os canais de meridiano,
canais colaterais, e canais sub colaterais, todos trafegam essa substância, modificando
o fluido intersticial por onde trafega (ZHANG et al., 2015).
Imagens demonstrando o meridiano (direito ao ponto) em vista posterior (A) e
anterior (B):

Fonte: ZHANG et al., (2015)

De acordo com a MTC, o Sangue é uma forma distinta e material de QI, entretanto
as duas formas são dependentes entre si. O QI cria e move o Sangue e também o
mantém no lugar. O Sangue, por sua vez, alimenta os órgãos que produzem e regulam
o QI. A teoria tradicional chinesa descreve as relações entre os vários órgãos internos e
a criação e o funcionamento do Sangue. Alguns problemas ginecológicos são descritos
em termos chineses envolvendo desequilíbrios do Sangue.
Em contraste com a filosofia ocidental, na cultura chinesa Sangue é o nome que
representa a função nutritiva do material chamado Sangue, em vez de a substância em
si. O Coração é visto como o "comandante do sangue", responsável por mover o Sangue
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através do corpo. O Rim e a medula óssea são vistos contribuindo para a sua produção,
e o Estômago e Baço são os principais componentes que o derivam, a partir da
transformação dos alimentos.
O Sangue se mistura com o ar nos pulmões, sendo movido posteriormente pelo
QI para o coração, que por sua vez move o Sangue por todo o corpo. O Fígado armazena
o Sangue, particularmente quando o corpo está em repouso. É fascinante e intrigante
notar que os antigos chineses reconheceram a contribuição de medula óssea para a
produção de sangue, uma descoberta que foi feita pelo mundo ocidental só depois de
séculos de estudo científico.
Shen é geralmente traduzido como espírito ou mente, e é descrito unicamente
associado com a vida humana, a personalidade e a força da consciência. Os processos
de discernimento e pensamento dependem da mente, e o seu desequilíbrio pode levar a
problemas com o sono, esquecimento e confusão mental.

3.2 Teoria Yin e Yang

A Medicina Chinesa foi desenvolvida no contexto da cultura chinesa antiga, na


qual vigorava a filosofia do taoísmo e do confucionismo. De acordo com esse
pensamento, o Tao ou o Caminho é alinhar-se com o fluxo e refluxo da vida, vivendo
em harmonia com ela. Nesta visão, a humanidade é colocada em relação com o céu e
a terra, e a saúde é definida como um estado de equilíbrio e harmonia dentro de um
indivíduo, e entre a terra, o céu, e o homem (ARRUDA,2012).
A relação Yin e Yang expressa esse equilíbrio, uma vez que eles são opostos e
complementares. Dentro de cada um há a semente do outro, e são usados para
descrever como as coisas funcionam em relação umas às outras e ao universo. Yin e
Yang são termos relativos, portanto, as coisas são Yin e Yang apenas em relação a
outras coisas.
Yang é associado à energia que está ativa, ou ao componente ativo de um
evento ou de uma situação; está associado com as qualidades de firmeza, força, luz,
plenitude, atividade e masculinidade. O ideograma para Yang significa "lado
ensolarado da encosta". Yin está associado à energia que é receptiva, ou com aspectos
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construtivos de uma situação. O ideograma para Yin significa "lado sombrio da
encosta", e está associado com qualidades de flexibilidade, receptividade, água, chuva,
noite, vazio, quietude e feminilidade. No parto, por exemplo, a fase prodrômica seria
vista como Yin (ou construtiva) em relação à fase de expulsão do feto, que é Yang
(ARRUDA,2012).
O Yin e Yang fornecem um modelo para olhar a dualidade dos seres e
eventos, considerando que todas as situações e todos os seres têm aspectos Yin e
Yang. Os machos e as fêmeas têm um número igual de meridianos Yin e Yang (BEAL,
1999). Yin-Yang não é uma dialética de opostos conflitantes, é a unidade de dois
aspectos da energia QI, cujo contínuo movimento gira em um jogo constante de
equilíbrio. Essa interação se move em um ciclo e nenhum aspecto é mais importante
do que o outro.
O Yin e o Yang são um modelo da dualidade e, no caso do sistema de
meridianos, também é usado para descrever as qualidades de QI que se movem neles.
O QI nos meridianos Yang é descrito como fluindo de cima do corpo para baixo (céu
para a terra). Os meridianos Yang estão localizados em mais superfícies externas do
corpo, como a parte de trás do tronco e as superfícies externas dos braços e pernas.
O fluxo dos meridianos Yin flui de baixo para cima (da terra para o céu) e em áreas
mais interiores ou privadas do corpo, tais como as superfícies internas dos braços e
pernas (BEAL, 1999).
No sistema tradicional de diagnóstico, avalia-se as qualidades do funcionamento
dos meridianos Yin e Yang e seus órgãos associados, incluindo o equilíbrio do fluxo de
energia nos meridianos do corpo do paciente. Como mencionado anteriormente, os
meridianos são canais, e os pontos, posicionados em várias profundidades sob a
superfície da pele, são locais no meridiano onde o QI é de acesso mais fácil para o
tratamento (ARRUDA, 2012).
O Rim está estreitamente relacionado às alterações reprodutivas, uma vez que
ele armazena a Essência pré-celestial que é responsável pelo crescimento, maturação
sexual, fertilidade e o desenvolvimento. Essa Essência se divide em um aspecto Yin e
outro Yang. O aspecto Yang da essência do rim concentra-se no ponto Du-4 (Mingmen)

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enquanto o Yin no Ren-4 (Guanyuan). O aspecto Yin está relacionado à Água e,
portanto, ao sêmen, ao sangue menstrual e aos oócitos.

3.3 Teoria dos Cinco Elementos

Fonte: joacir.com.br

A teoria dos Cinco Elementos (pentagrama) compõe a essência da MTC e é um


dos princípios e uma das ferramentas utilizada para fazer o diagnóstico do desequilíbrio
energético do homem. A concepção dos Cinco Elementos baseia-se nos elementos da
natureza (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água) e em como se inter-relacionam, de acordo
com as funções, a energia e as qualidades de cada elemento para estabelecer o equilíbrio
do organismo (HICKS; HICKS; MOLE, 2007).
Cada elemento é representado por um órgão e uma víscera (órgãos ocos) do corpo
e compõe os Cinco Elementos. Desse modo, o elemento Madeira está associado ao
fígado e à vesícula biliar, o elemento Fogo ao coração e intestino delgado, o elemento
Terra ao baço-pâncreas e estômago, o elemento Metal aos pulmões e intestino grosso e
o elemento Água ao rim e à bexiga (HICKS; HICKS; MOLE, 2007).

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Esses trocam energia entre si permitindo a harmonia do indivíduo. Em condições
de equilíbrio entre os elementos, não há desarmonia do pentagrama, e o homem
encontra-se em seu estado de “saúde”. Quando ocorrem alterações energéticas,
provocadas pela troca de energia alterada entre os elementos, essa relação fica
comprometida e se instala o processo de “doença”, que pode ser lento e progressivo
(YAMAMURA, 2004).
O desequilíbrio no pentagrama é diagnosticado por meio de uma anamnese e do
relato de sintomas apresentado por cada indivíduo, avaliado segundo os princípios da
MTC. Assim, de acordo com essa avaliação, são definidos os pontos do equilíbrio
energético, de modo individual, os quais correspondem ao órgão e à víscera que
representam o elemento em que se origina o desequilíbrio do corpo. A partir disso, os
pontos do pentagrama são aplicados no intuito de restaurar a harmonia do indivíduo,
restabelecendo a sua saúde (HICKS; HICKS; MOLE, 2007).

3.4 Teoria QI (Energia)

QI é um conceito fundamental da MTC e da acupuntura normalmente traduzido


como ―energia, força vital e energia vital. Segundo o MH é entendido como a capacidade
vegetativa dos tecidos ou órgãos para uma função podendo causar a sensação de
pressão, adormecimento ou de um “fluxo”. O QI é definido como a energia imaterial com
uma determinada qualificação e direção. Existem várias formas de QI e uma delas
acredita-se estar inerente à própria vida, mantendo-se ao longo dela (QI original – yuan
QI). O QI major é absorvido e distribuído pela respiração. O QI circula nos condutos ao
longo do corpo, o QI nutre (QI nutritivum) e protege (QI defensivum) e pode ser
influenciado pela utilização de pontos de acupuntura (GRETEN, 2017).
Segundo Santos (2014), a energia QI é considerada a base da vida, a matéria não
substancial presente em tudo o que existe, trata-se de uma força vital que rege nosso
corpo, herdada de nossos pais e proveniente de diversas fontes como a água, o ar, os
alimentos e o sol, considerando também o estado de saúde: quando a energia QI está
em seu auge e em equilíbrio, o sistema defensivo estará forte conservando a saúde, ao

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passo que quando essa energia estiver em desequilíbrio, o corpo se tornará alvo para
invasões de doenças, podendo ser tanto físicas quanto mentais.
Contudo, o QI pode ser definido como uma energia em movimento que se aplica
aos processos naturais que abrange alguma possibilidade de mudança, buscando
descrever os inúmeros processos de oscilação que são primordiais para a cura e a
manutenção da saúde (SANTOS, 2014)

3.5 Teoria Zang Fu

Zang é Yin e Fu é Yang. Além disso, cada um dos cinco Zang controla um dos
sentidos e um orifício dos sentidos. As orelhas (e ouvidos) recebem nutrição através do
Rim, sendo este o órgão responsável por promover a audição. Por esta razão, os
zumbidos e a surdez são, amiúde, decorrentes de uma deficiência do Rim (Shen).
Entretanto, os ouvidos também são influenciados por outros Órgãos Internos, incluindo
Coração (Xin), Fígado (Gan), Pulmão (Fei) e Vesícula Biliar (Dan). Embora, o Baço (PI)
não esteja diretamente relacionado com os ouvidos, a deficiência de QI do Baço (PI) pode
causar acúmulo de Umidade ou Fleuma, sendo que estas também podem afetar os
ouvidos (SILVA LIMA, 2018).
Além dos órgãos internos, é preciso ressaltar que a região dos ouvidos sofre
influência de muitos Canais, sendo que todos os Canais Yang chegam ou penetram nele.
O Shao Yang, Canal Principal da Vesícula Biliar (Dan) e do Triplo Aquecedor (San Jiao)
também têm forte influência sobre os ouvidos, o primeiro rodeando a orelha e o segundo
penetrando no ouvido. Esses dois Canais estão particularmente envolvidos nas
patologias agudas dos ouvidos, e podem ser utilizados amplamente no tratamento de
patologias localizadas nos ouvidos, sendo uma delas o zumbido.
Além disso, o Canal Principal do Intestino Delgado (Xiao Chang) cruza com o
Canal da Vesícula Biliar (Dan) na região da orelha e penetra no ouvido, enquanto que o
Canal Principal da Bexiga (Pang Guang) também cruza com o Canal da Vesícula Biliar
(Dan) na região do ouvido. O trajeto interno do Canal Principal do Estômago (Wei)
também chega ao ouvido, enquanto que o Canal Tendino-muscular do Intestino Grosso
(Da Chang) passa pela frente da orelha (SILVA LIMA, 2018).
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Órgãos Energéticos da Teoria Zang–Fu:

Fonte: Auriculoterapia Ariculopuntura Auriculotaping.

Como a Medicina Chinesa (MC) diz que várias síndromes é uma doença e várias
doenças é uma síndrome a proposta de abordagem obedece, logicamente, ao critério
dos oito princípios.

Causas externas
As seis influências nocivas: Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Calor de verão.
Exposição a sons muitos altos como em discotecas, algumas fábricas, ouvir
música e TV igualmente são fatores geradores de zumbido.

Causas internas (as sete emoções)


Raiva, alegria, preocupação, pensamento obsessivo, tristeza, medo, choque.
Raiva, frustração, ressentimento causam estase do QI e Xue do Fígado, fazendo
o Fogo do Fígado ascender.
Tristeza, desgosto preocupação enfraquece o Pulmão e Coração fazendo com que
o QI deficiente do Pulmão e Coração falhe ao subir para a cabeça e tonificar os orifícios
do ouvido.

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4 MICROSSISTEMAS

4.1 Auriculoterapia

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A auriculoterapia é uma das técnicas de terapia milenar da Medicina Tradicional


Chinesa (MTC) que consegue equilibrar o organismo através da estimulação de pontos
auriculares, promovendo a prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas
enfermidades (TESSER; NEVES; SANTOS, 2016).
O uso da auriculoterapia é evidenciado desde a antiguidade, sendo compreendido
que o seu desenvolvimento ocorreu há três séculos antes do nosso. Em meados de
1.572, foi publicado na China, uma obra relacionando meridianos da acupuntura com a
orelha e sua intensa conexão com meridianos-órgãos. Desde então, estudos evidenciam
o seu uso tanto no mundo oriental quanto no mundo ocidental (SCAVONE, 2016).
Na Grécia antiga, Hipócrates, pai da medicina chinesa, escreve em uma de suas
obras “Ares, águas e lugares” sobre o tratamento para a impotência por intermédio de
sangria no dorso auricular. Por volta de 1957, o neurocirurgião francês, Dr. Paul Nogier,
estudou sobre a orelha e suas respectivas inervações, mapeando-as e fazendo analogia
do pavilhão auricular a um feto invertido, comprovando diversos pontos para a
estimulação neural, fazendo arco reflexo, e tratamento de doenças (NEVES, 2018).

20
Como grande avanço, surge duas escolas dentro da auriculoterapia que divergem
em concepções. A primeira, escola francesa, é tecnologicamente mais científica, com
enfoque na patologia e está associada ao desenvolvimento dos folhetos embrionários na
formação do ser humano, assim como definindo o microssistema auricular, uma
reflexologia de ação neurofisiológica. À medida que a linha chinesa parte intuitivamente
de bases filosóficas e tradicionais, com enfoque no reequilíbrio energético, relacionando
as teorias Yin-Yang, Zangfu, dos cinco elementos e dos meridianos, divulgando a
existência de mais de 200 (duzentos) pontos auriculares no tratamento de disfunções
corpóreas (CENTRO DE EDUCAÇÃO EM SAUDE-IPGU, 2018).
O pavilhão auricular é um órgão de face anterior e posterior caracterizado pelo seu
formato ovóide e côncavo, de estrutura flexível e por ser responsável pela audição e
equilíbrio. Está situado em ambos os lados da cabeça, precisamente atrás da articulação
temporamandibular e da região parotídea, antes da porção mastoide e abaixo da região
temporal. É constituído por tecido fibrocartilaginoso, que faz aparo por ligamentos,
músculos e tecido adiposo. A parte inferior da aurícula é repletas de nervos, vasos
sanguíneos e linfáticos, e o lóbulo compõem boa parte de tecido adiposo e conjuntivo
(HIATT, 2011).
Existem estruturas anatômicas na superfície da orelha que são de suma
importância para o conhecimento na auriculoterapia. A face anterior e posterior da
aurícula dispõe de um total de 22 (vinte e duas) estruturas, boa parte composta por
inervações e vascularizações condizentes a cada ponto auricular, que por sua vez
somam um montante de mais de 200 (duzentos) pontos em cada pavilhão, fazendo
correlação com o corpo humano através de terminações nervosas adjunta ao cérebro.
Desse modo, o que torna a auriculoterapia um recurso terapêutico eficaz no tratamento
das mais variadas patologias, é a relação dos pontos aurícula-cérebro-órgão (SOUZA,
2013).
Na vascularização do pavilhão auricular, as artérias responsáveis pela irrigação,
procedem da artéria temporal superior e da artéria auricular posterior. A face anterior da
orelha, nas porções mediais e proximais, é irrigada pelas artérias auriculares anteriores,
que se originam da artéria temporal superior do ramo terminal da carótida externa. Partes

21
remanescentes do pavilhão, são irrigadas por ramos da artéria auricular posterior que faz
conexão com artéria carótida externa (DAL MAS, 2004).
No que tange a inervação sensitiva da orelha, é dividida conforme suas origens:
Nervos cranianos, predominante na parte central ou interna da orelha, à medida que os
nervos espinhais se encontram de forma predominante na região externa ou periférica
do pavilhão, sendo constituído pelo nervo auricular maior e o nervo occipital menor. Os
nervos cranianos são subdivididos em nervo aurículo temporal e o ramo auricular do
vago. O nervo vago é considerado o mais importante pela sua inervação parassimpática
que age praticamente em todos os órgãos internos (HIATT, 2011).
Acidentes anatômicos do pavilhão auricular e sua correlação com o corpo humano:
Parte Anterior:
1. Raiz da hélix – Eminência originada do centro da orelha, que dá origem ao hélix
e corresponde ao sistema digestivo, diafragma, cardíaco e apêndice.
2. Hélix – Eminência de aspecto ovoide que circunda a periferia da orelha,
possuindo pontos de ação anti-inflamatória.
3. Tubérculo de Darwin – Eminência localizada na parte póstero-superior da hélix,
tem ação sensitiva e age sobre a mesoderme e a endoderme, tratando perturbações dos
membros.
4. Escafa – Localizado entre a hélix e o ante-hélix, correspondendo aos MMII,
clavícula, ombros e suas articulações.
5. Anti-hélix – Eminência que se localiza frente ao hélix, de bifurcação em formato
de cruz, correspondendo à coluna, vértebras, tronco, pescoço, peito, abdômen, tireóide,
mamas e tórax.
6. Y da anti-hélix (braço superior) – Parte mais superior da anti-hélix,
correspondendo aos pés, pernas, joelhos e quadril.
7. Y da anti-hélix (braço inferior) – Bordo inferior é ligado à concha superior e seu
bordo superior à fossa triangular, corresponde região glútea, simpático, ciático, cóccix e
cavidade pélvica.
8. Fossa triangular – Localiza-se entre os dois ramos da anti-hélix, corresponde ao
sistema reprodutor, pélvis, útero, ovário e próstata.
9. Muro da coluna vertebral.
22
10. Concha superior – Localizada inferiormente pela raiz da hélix e
superolateralmente pelo anti-hélix, correspondendo a todos os órgãos do abdômen.
11. Concha inferior – localizada abaixo do bordo inferior da cruz da hélix,
corresponde ao tórax e abdômen.
12. Antitrago – Localizado na linha posterior do trago, corresponde à cabeça,
parótidas, fonte e tronco cerebral.
13. Lóbulo – Porção inferior da orelha, corresponde aos olhos, face, mandíbula,
maxilar, palato mole e duro, cavidade oral, amígdalas, língua e ouvido interno.
14. Trago – Fica diante do meato acústico externo, abrange nariz, suprarrenal e
vícios.
15. Incisura intertraginosa – Depressão localizada entre o trago e o antítrago,
correspondendo à ovários, glândulas endócrinas, testículos e nervos cutâneos.

Anatomia da Orelha Parte Anterior:

Fonte: Atlas de Auriculoterapia de A a Z

A Parte Posterior da orelha com estruturas anatômicas denominadas:


1. Dorso da hélix.
2. Cartilagem do dorso.
3. Dorso do lóbulo.

23
4. Sulco dorsal parietal, correspondem ao mesmo arranjo da face anterior da
aurícula.

Anatomia da Orelha Parte Posterior:

Fonte: Atlas de Auriculoterapia de A a Z

4.2 Manopuntura

A manopuntura é um método que consiste em estimular certo número de pontos


na mão com fins terapêuticos e analgésicos, se baseia no fato de que esse membro
contém pontos correspondentes ao corpo humano.
São conhecidos atualmente 345 pontos; os mesmos fazem parte de um grupo de
pontos fora dos meridianos que estão constituídos por ramificações ou cruzamentos
secundários dos vasos principais.

O método de tratamento consiste no uso de um microssistema de áreas e pontos


de correspondência com micro meridianos de acupuntura, localizados nas mãos
e que podem ser estimulados com uma ampla variedade de métodos: agulhas,
moxa, ventosas, ímãs, eletricidade ou com pressão manual para obter o efeito
desejado (SORENSEN,1978)

Mapa com a localização dos principais pontos:

24
Fonte: tuasaude.com

4.3 Podopuntura

Assim como a manopuntura, a podo também se baseia no fato de que os pés


contêm pontos correspondentes ao corpo humano. O pé direito corresponde ao
hemicorpo D e o pé esquerdo ao hemicorpo E. Com base nessa experiência, os órgãos
duplos como pulmões, rins, ovários, são encontrados nos dois pés e os órgãos ímpares
como fígado, coração e baço, são encontrados no pé direito ou esquerdo, seguindo a
mesma localização que ele no corpo. A coluna por estar no centro do corpo, está
localizada ao longo da linha lateral interna em ambos os pés e as partes externas como
ombros, joelhos e quadris estão dispostos na porção lateral externa (MACIOCIA, 2014).

25
Fonte:.pinimg.com

4.4 Craniopuntura

Craniopuntura é um microssistema de pontos que estão localizados no couro


cabeludo, e podem ser classificados como uma representação somática do corpo. O
menor número de agulhas, a maior quantidade de respostas (YAMAMOTO;
YAMAMOTO; YAMAMOTO, 2007).
Criada por um médico chinês, a partir da hipótese de que o estímulo de pontos do
couro cabeludo, que têm maior proximidade com o córtex cerebral do que os pontos
sistêmicos teriam efeito mais rápido sobre as doenças cerebrais. Com o apoio dos
colegas, passou a realizar pesquisas, até mesmo estimular os pontos da própria cabeça,
diante de um espelho. Dados sobre a localização, partes e indicações, fornecidos por
SILVA (2012):

Linha da região motora

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Localização: 0,5 cm atrás do ponto médio VG20.
Sendo dividida em três partes:
• 1/5 superior: Indicações: paralisia do membro inferior contralateral.
• 2/5 médio: Indicações: paralisia do membro superior contralateral.
• 2/5 inferior: Indicações: paralisia facial contralateral, afasia motora (incapacidade
de expressão da linguagem) e disartria (dificuldade da fala).

Linha sensorial
Localização: 1 cm anterior ao ponto médio VG20.
Sendo dividido em:
• 1/5 superior: Indicações: alterações do membro inferior contralateral e dores
lombares acompanhadas de dormência ou formigamento.
• 2/5 médio: Indicações: paralisia do membro superior contralateral,
acompanhadas de dormência ou formigamento.
• 2/5 inferior: Indicações: paralisia facial contralateral, acompanhadas de
dormência ou formigamento.

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Área sensitiva-motora do pé
Localização: segmento de reta paralela a linha mediana, lateral a 1 cm desta linha
iniciando a partir do ponto médio da linha sagital entre a proeminência occipital e a base
do nariz. Na altura do VG20.
Indicações:
• Dor, parestesia e paresia de membro inferior contralteral e lombalgia aguda.

Linha vestíbulo-coclear
Localização: segmento de reta horizontal de 4cm, a 1,5 cm acima do ápice da
orelha.
Indicações:
• Labirinto, equilíbrio, vertigem, problemas auditivos.

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Segunda linha da linguagem
Localização: segmento de reta de 3 cm no plano sagital, acompanhando o
contorno do crânio, iniciando a 2 cm atrás da orelha e abaixo da proeminência parietal.
Indicações:
• Afasia motora.

Segunda linha da linguagem


Localização: segmento de reta horizontal. Inicia no ponto médio da linha vestíbulo
coclear e termina 4cm acima da orelha.
Indicações:
• Zumbido no ouvido, problemas de audição e afasia sensorial.

Linha psicomotora

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Localização: 3 segmentos de reta, 3 cm cada, iniciando na proeminência parietal,
1 segmento vertical, 1 formando um ângulo de 40° para frente e o outro para trás.
Indicações:
• Apraxia (incapacidade em realizar movimentos voluntários e coordenados,
dificuldade na coordenação temporal e espacial dos movimentos).

Linha visual
Localização: segmento de reta, iniciando a 1 cm lateral á protuberância occipital,
4 cm vertical acima.
Indicações:
• Perturbações visuais de origem cortical e dores oculares.

Área de equilíbrio

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Localização: segmento de reta, iniciando a 3,5 cm lateral á proeminência occipital,
4 cm verticalmente abaixo.
Indicações:
• alterações de equilíbrio de origem cerebelar.

Princípios de seleção local


Para o tratamento das afecções unilaterais, seleciona-se a área da cabeça
contralateral: se for bilateral, trata-se ambos os lados da cabeça. Enquanto distúrbios dos
órgãos internos, doenças sistêmicas, doenças difíceis de distinguir os lados, são tratadas
pela estimulação bilateral da cabeça. Seleciona-se a área principal que corresponde à
área representativa no córtex cerebral de um determinado distúrbio e acrescenta-se uma
área complementar (SILVA, 2012).

5 APLICAÇÃO DA ACUPUNTURA DE DIFERENTES MODOS

5.1 Agulha

A aplicação consiste na inserção agulhas na pele com profundidade regular em


pontos específicos com objetivos de tratar sintomas ou distúrbios do corpo humano.
Nesse tipo de AP alguns fatores são importantes como material da agulha (ouro, prata,
cobre, alumínio e aço), tamanho e calibre da agulha, profundidade da inserção na pele,
frequência e tempo de estimulação, esses fatores podem variar de acordo com o tipo de
31
tecido e objetivo do tratamento. Para realização da estimulação as agulhas podem ser
manipuladas bidirecionalmente, e as sensações causadas podem diversas como dor,
formigamento, pressão, peso e calor (DUNNING et al., 2018).

5.2 Semente de mostarda

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A estimulação com semente de mostarda geralmente é usada na auriculoterapia,


por ser pequena e de boa consistência pode ser colocada nos pontos auriculares e
desempenhar ação terapêutica (LITSHER; RONG, 2016).

5.3 Laseracupuntura (LA)

No LA a luz do laser geralmente é aplicada nos pontos de seleção da MTC, os


aparelhos podem ser os convencionais chamados “agulha laser” em que um sistema de
fios com pontas de laser é colocado sobre a pele simultaneamente nos pontos
necessários a estimulação, ou poder ser os mais modernos portáteis que estimulam
ponto a ponto (WEBER et al., 2007).
A AP a laser ganhou espaço na Europa na década de 90, quando se percebeu
que a agulha convencional usada na AP poderia ser substituída por laser já que o objetivo
da agulha é de fazer estimulação o laser poderia cumprir este papel de um modo não
32
invasivo, pois os dois modos possuem ações semelhantes no meio molecular. O nível de
estimulação com agulha e efeito resultante não são padronizados pois é difícil quantificá-
los. O laser tem a vantagem de se poder quantificar parâmetros. Já se sabe que corpo
tem uma característica de se adaptar a fatores externos e isso implica na determinação
da intensidade de estimulação (SCHIKORA, 2005).
A estimulação dos pontos de AP tem várias vertentes além do próprio efeito direto
do laser no tecido, é importante destacar por exemplo que ao estimular com laser um
conjunto de pontos de um mesmo indivíduo no membro inferior distal: Guangming (GB37)
- Taichong (Liv 3) - Zhiyin (B67) o efeito será o aumento da velocidade de fluxo sanguíneo
da artéria cerebral posterior e no membro superior e face: Pianli (LI6) - Hegu (LI4) -
Yingxiang (LI20) o efeito será o aumento da velocidade do fluxo sanguíneo da artéria
cerebral anterior, portanto se faz necessário planejamento e coerência entre aplicação e
objetivo que se deseja atingir (LITSCHER; SCHIKORA, 2005).
O laser empregado na AP é de baixo nível, que pode empregar luz visível ou
infravermelha com largura espectral de 600 a 1000 nanômetros (nm) dose 1 - 20 Joules
por centímetro quadrado (J/cm²) o que produz efeito semelhante ao das agulhas. Esse
tipo de terapia tem tido bons resultados atuais na dor (CHEN et al., 2019), função
mastigatória (HUANG et al., 2014), inflamação como estresse oxidativo na artrite
reumatoide (ATTIA et al., 2016), aumento de beta-endorfina e diminuição na substância
P com melhora da dor (MOHAMMED et al., 2018), Depressão (SMITH et al., 2013). Ele
possui algumas vantagens em relação AP convencional: Aplicação sem dor, pouco
nenhum efeito colateral, não há sangramento, possibilidade de modular frequências
(CHANG et al., 2014).

5.4 Frequências de Nogier

A modulação de frequências tem como objetivo pulsar a luz e desencadear


fenômenos de ressonância e promover efeito terapêutico, esse tipo de terapia é utilizado
pela auriculoterapia de Nogier. Este médico criador da somatopia da orelha usava
cauterização para tratar através da orelha, depois passou a usar agulhas e mais

33
recentemente laser. Em sua pesquisa Nogier descobriu que o estímulo feito na pele
provocava reflexo no sistema nervoso autônomo (PETERMANN, 2012).
Com seus estudos a base de laser ele percebeu que a determinadas frequências
as áreas patológicas da orelha reagiam com sinal vascular autonômico. Em 1980 em
parceria com um médico Alemão chamado Frank Bahr pesquisou sobre o efeito das
frequências de laser em pontos reflexos e pontos de AP (RIDOLFI, 2019).
As frequências estabelecidas por Paul Nogier são 7 nomeadas de A a G:
A- Frequência de inquietação e desorganização, ressonância com a formação
reticular e todos os focos perturbadores (2,28 Hz). Utilizada em inflamações e irritações
no corpo e dente;
B- Frequência nutritiva, ressonância com os órgãos internos (4,56Hz). Usada para
tratar tendinite, artrite, fratura e pontos de AP;
C- Frequência mesenquimal, ressonância com o sistema locomotor (frequência
ortopédica) (9,12Hz). Usada em tendinites, artrite, fratura, todo corpo, pontos de AP
exceto pés;
D- Frequência de lateralidade, ressonância com o tragus e o sistema nervoso
simpático (18,25Hz). Trata Acupontos dos pés;
E- Frequência da medula óssea (frequência motora e sensorial) (36,50Hz). Trata
doenças do sistema nervoso e doenças da medula espinhal;
F- Frequência psíquica, ressonância com o dente, oral e maxilar regiões, e as
partes subcorticais do cérebro (por exemplo, o diencéfalo e mesencéfalo e hipotálamo)
(73,00Hz). Trata Distúrbios das articulações mandibulares, doenças subcorticais;
G- Frequência psicossomática, ressonância com o córtex, olhos e seios maxilares
(146,00Hz). Desordens mentais e do córtex.
As descobertas do médico francês e seus estudos favoreceram muito o avanço do
tratamento em AP baseado no laser (FUCHTENBUSCH, 2014; PETERMANN, 2017).

34
5.5 Ventosaterapia

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com

Método que visa tratar doenças causando uma congestão local por meio de um
vácuo parcial que é criado nas ventosas, geralmente provocado pelo calor e que são
então aplicados na pele puxando para cima. Em virtude do vácuo formado. Nos tecidos
superficiais forma-se a estase sanguínea, a drenagem do sangue. A ventosa usada no
oriente, desde a antiguidade, tem como base a troca gasosa, visando limpar o sangue
pela pele (a ventosa tem a mesma fisiologia da troca gasosa do pulmão).
A limpeza do sangue pela respiração é o método mais simples, básico e comum
dos seres vivos. Graças a esta troca gasosa pela respiração, ocorre a limpeza do sangue
venoso, obtendo-se o pH equilibrado (7,3 a 7,5) do sangue arterial. É assim que se
mantém a vida. Se não houvesse este mecanismo, não haveria uma forma material capaz
de curar a doença, nem tão pouco a intervenção cirúrgica teria sucesso. Este mecanismo
respiratório se realiza instintivamente, desde o nascimento até a morte. Se parar esta
respiração, imediatamente faltará O2 no sangue, aumentará a acidez, diminuirá o pH
arterial, podendo levar ao óbito.
É mediante um princípio tão lógico, que entenderemos que a limpeza do sangue
através da respiração é o melhor meio que leva à cura espontânea. Na respiração, há
uma troca de gases: na inspiração, a quantidade de O2 é 20,9% e na expiração é 16%,
portanto, mais ou menos 4 % de O2 retirado do ar é absorvido pelo organismo. Por outro
35
lado, a quantidade de CO2 na inspiração é de 0,03% e na expiração de 4%. Este fato
mostra que a respiração expulsa o CO2 do sangue e distribui o O2, elevando o pH,
mesmo que esta diferença seja mínima. Se não houvesse esse mecanismo, não seria
possível a vida, portanto a respiração é a primeira condição para que se mantenha a vida.
Por isso, mesmo que pareça tão banal, na realidade é o maior motivo para se manter a
vida.
A realização desta troca depende da diferença da pressão gasosa nos alvéolos
pulmonares. O ar tem a característica de se locomover de pressão mais alta para pressão
mais baixa. O mesmo acontece com líquidos que se deslocam do nível mais alto para o
nível mais baixo.
O ar também muda de lugar, de pressão mais alta para mais baixa, quando a
diferença é pouca, o movimento do ar se traduz por uma brisa, e quando é grande, pode
se transformar em furacão. A troca de gases no alvéolo pulmonar segue igual
mecanismo. O sangue venoso, com mais CO2 e pouco O2, chega à membrana alvéolo-
capilar. Neste local, o CO2 venoso apresenta concentração e pressão mais alta em
relação ao CO2 do ar. Então, o CO2 venoso atravessa a membrana alvéolo-capilar, sai
pelos alvéolos e brônquios para o exterior. Simultaneamente, o O2 venoso tem pressão
menor do que a pressão de O2 alveolar. Então, o O2 do ar passa do alvéolo para dentro
do capilar pulmonar, sendo levado pelo sangue arterial para todo o corpo. Assim se
procede no pulmão a troca de CO2 do sangue pelo O2 do ar. Em última análise, ocorre
uma limpeza do sangue.
Seguindo este mesmo princípio, desde os tempos antigos usa-se a ventosa,
baseando-se no fato de ocorrer a troca gasosa ao nível da pele, eliminando o gás do
corpo e promovendo a limpeza do sangue.

36
5.6 Moxabustão

Fonte: drjorgecosta.com

A moxabustão originou-se no norte da China, local de muito frio e vento onde as


pessoas se aqueciam por meio de fogueiras. Em tumbas da dinastia Han (206 a.C.
a22 d.C.), em Hunan, rolos de seda do período anterior à dinastia Qin (221 a.C.a 206
a.C.) contém textos que se referem à utilização de moxabustão (de Artemisia vulgaris),
sugerindo que a técnica de estímulo térmico do ponto precedeu a utilização de inserção
de agulhas (SCOGNAMILLO-SZABÓ & BECHARA, 2010).
A técnica consiste na aplicação de uma planta seca e processada (artemísia) que
é acesa sobre a pele, para que a energia gerada penetre no interior do corpo (PIÑANA,
2018) e produza estímulos que regularizam as funções fisiológicas, por intermédio dos
meridianos (LI et al., 2018). A deficiência de QI e Xue propicia a penetração de Frio e
Umidade (MYASAVA; ALCÂNTARA, 2020).
A aplicação da moxa aquece o QI e o Xue dos Canais de Energia Principais e
Secundários a partir do aumento da velocidade da circulação energética dos Canais
potencializando a nutrição e a circulação de energia, e a atividade dos Zang Fu e
das Vísceras Curiosas, pela regularização da circulação do Fogo. A moxabustão
comumente é feita para padrões de deficiência-frio, embora possa ser usada para alguns
casos de excesso-calor, mas no geral, diminui a deficiência, reduz o excesso e corrige a
doença, ou então ativa o sistema de auto-regulação do ponto (harmoniza) (DENG e
SHEN, 2013).
As técnicas de moxaterapia são utilizadas para:

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 Aquece e dispersa vento, frio e umidade, ou seja, trata Síndrome Bi devido ao
Vento, Frio e Umidade, relaxa músculos e tendões, cessa dores abdominais, afecções
gastrointestinais e diarreias reforçando a atividade funcional do trato digestivo, trata
dismenorreias por frio (YOUNG, 2012);
 Aquece e favorece a circulação nos Meridianos e Colaterais, cessa dores
provocadas por estagnação de QI e Xue (YOUNG, 2012);
 Trata parestesias, dores, dismenorreias, edemas por estagnação de QI ou Xue
(AUTEROCHE e AUTEROCHE, 1996);
 Aumenta o QI e nutre o Xue, cura a debilidade do organismo por problemas
crônicos como atrofias musculares, paralisias, diarreias crônicas, cistites e nefrites
crônicas, mal posicionamentos fetais, falta de lactação por deficiência orgânica (WILCOX,
2008);
 Aquece e reforça o Yang dos Rins, tonifica QI, trata impotência, espermatorreia,
ejaculação precoce, afecções por estômago Vazio e Frio, enterites crônicas, ptoses
gástricas e uterinas, e por fazer voltar o Yang ajuda nas perdas de consciência (WILCOX,
2008);
 Promove aumento da água orgânica ou Yin do rim, pois os rins geram Yang
(Calor) e Yin (Água), que circulam nos canais de energia curiosos; fortalece o canal de
energia principal dos rins com a aplicação de moxa nos pontos Shu antigos do canal de
energia principal dos rins; aumenta a água celeste e faz com que esta seja
canalizada para os Zang Fu(YAMAMURA, 2001);
 Purifica e dissipa calor tóxico, sendo muito utilizada por sua ação analgésica,
cicatrizante e dissipadora de inflamações piogênicas, além de dissolver coágulos e
profilaticamente reforçar a saúde e fortificar o Yang original para evitar afecção aguda
das vias aéreas superiores (AUTEROCHE e AUTEROCHE, 1996).
De acordo com Piñana (2018), vários estudos têm sido realizados com relação à
moxabustão e a imunidade e alguns dos efeitos importantes são:
 Aumento da produção de leucócitos;
 Aumento da atividade fagocitária;
 Aumento da produção de hemácias e hemoglobina;

38
 Aumento do nível de sedimentação das hemácias;
 Aumento da velocidade de coagulação;
 Aumento do nível de cálcio no sangue;
 Aumento dos complementos séricos;
 Aumento da capacidade de produção dos anticorpos;
 Produção de efeitos analgésicos;
 Redução do colesterol e melhor captação de oxigênio.
De acordo com a medicina ocidental quando os fatores químicos e físicos da
moxabustão agem no receptor do acupontos, o sinal segue pelo sistema nervoso
central através das vias periféricas ajustando a rede imuno-endócrina e o sistema
circulatório, de modo a regular o fluxo corporal interno a fim de alcançar os efeitos da
prevenção e cura de doenças (DENG e SHEN, 2013).
Estudos recentes sobre os principais mecanismos de ação da moxabustão
relacionam a importância dos efeitos térmicos, radioativos e farmacológicos da
combustão de seus produtos (LI et al.,2018), consequentemente melhorando as funções
imunológicas e fisiológicas do organismo, além de aumentar a fluidez do sangue no
cérebro de animais (MYASAVA; ALCÂNTARA, 2020).
Muitas são as matérias primas usadas para a moxaterapia, a mais utilizada é a
folha da planta Artemísia vulgaris, que possui propriedades antiinflamatórias, cicatrizante,
dispersa o frio e umidade, e regula a circulação e a energia. Segundo Piñana (2018), para
os japoneses, a partir da artemísia (yomogi) processada obtém-se o mogusa, mas a
utilização da moxabustão é relativa ao seu grau de pureza, ou seja, para a técnica do
grão de arroz utiliza-se Okyu; para a moxa sobre a agulha, usa-se a Kyutoshin; para a
confecção de cones de moxa que chegam a tocar a pele usa-se a Chinetsukyu; para o
bastão de moxabustão utiliza-se o Bokyu, e todos possuem efeitos diferentes.
A menor moxa, em forma de cone, é do tamanho de um grão de trigo e a maior
não ultrapassa 0,8 mm de base por 1 cm de altura, mas hoje os médicos orientais
preferem o uso dos bastões de moxa. Apesar da artemísia ser o principal produto utilizado
para a confecção de cones e bastões de moxabustão, outros tipos de ervas também
podem ser usados de acordo com certas indicações terapêuticas (YAMAMURA, 2001).

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São exemplos o alho, a raiz de acônito, a cebolinha inteira, gengibre, grão de soja
fermentada (missô), loesse, cebola, sal marinho, enxofre, era de abelha, madeira de
amoreira ou pessegueiro e seiva de junco (AUTEROCHE e AUTEROCHE, 1996).
Wilcox (2008) relata ainda, além de moxabustão com carvão embebido em
artemísia líquida, a técnica da moxabustão feita com a utilização de uma solução
líquida de artemísia que deve ser aplicada na área a ser tratada juntamente com a
utilização conjunta de um aparelho elétrico que esquente o local.
Existem várias técnicas para a utilização da moxabustão chinesa, desde a
aplicação de cones acesos colocados diretamente sobre os pontos ou áreas
selecionadas até́ bastões de vários tamanhos que são posicionados sobre a região a ser
tratada, sem tocá-la. Vários autores classificam a moxabustão como técnica direta (com
e sem cicatriz) e técnica indireta (DENG e SHEN, 2013).
Na técnica direta o cone de moxabustão é colocado diretamente sobre a pele, nos
pontos de acupuntura (DENG e SHEN, 2013), tem efeito imediato e a ação terapêutica
persiste por muito tempo, enquanto a técnica indireta tem efeito tardio com duração
terapêutica mais curta, principalmente as aplicadas com bastão de artemísia
(AUTEROCHE e AUTEROCHE, 1996).
Para Deng e Shen (2013) a moxabustão direta supurativa (com cicatriz) tem a
vantagem de curar algumas doenças crônicas refratárias, quando comparada com
outras técnicas de moxabustão indireta. De acordo com Li et al. (2018) a aplicação de
moxabustão indireta a uma distância de 3 cm não somente é adequada para alcançar a
eficácia do tratamento, mas também evita danos térmicos e dor, tendo em vista que a
temperatura efetiva na superfície da pele pode ser alcançada com o aumento da
permanência do bastão de moxabustão sobre a área desejada.
A técnica indireta é realizada com a colocação de uma substância medicamentosa
(rodelas de gengibre, sal grosso, alho, cebolinha, cebola, acônito, entre outros) entre o
cone de moxabustão e a pele ou então utiliza-se bastões de artemísia prontos. São
exemplos de técnicas indiretas a fumigação com fumaça ou vapor, moxabustão com a
utilização de aquecedores, caixas ou “thermies”, moxabustão na agulha de acupuntura,
moxabustão suspensa com bastões ou cigarrete de Artemísia e moxabustão na casca de
noz (WILCOX, 2008).
40
De acordo com Piñana (2018) técnicas de moxabustão japonesa podem ser
classificadas como: Moxabustão direta (okyu) ou com cicatriz (yukonkyu), que
compreende às técnicas conhecidas como Shoshakukyu (um cone para picadas de
inseto e cinco cones de moxa, e amarrando a base por cinco dias para verrugas),
Danokyu (com substâncias que fazem com que a queimadura provocada pelo cone
de moxa supure para que ocorra limpeza do sangue) e Tonetsukyu (aplicação de
pequenos cones de mogusa de alta qualidade diretamente sobre a pele para tratar
condições crônicas por estagnação de sangue ou doenças que se manifestem na
profundidade do sangue ou em níveis mais superficiais);
Moxabustão Indireta (onkyu) ou sem cicatriz (mukonkyu), que compreende as
técnicas Onkyu (aplicação de calor a uma determinada distância da pele ou através de
algum meio isolante como fatias de alho, gengibre, sal, missô entre a pele e a moxa),
Biwakyu (folhas de nêspera sobre o ponto a ser tratado, sob um sutra escrito em folha de
papel), Dayzakyu (cones de moxa pré-fabricados presos por uma superfície adesiva),
Chinetsukyu (grandes porções de moxa lã colocadas e retiradas assim que sente o calor),
e Kyutoshin (agulha com lã moxa no cabo) (PIÑANA, 2018).

5.7 Termografia

A análise de imagens termográficas oferece uma abordagem útil para o


diagnóstico e acompanhamento de vários distúrbios físicos. Geralmente, a maioria das
lesões tissulares está relacionada a variações no fluxo sanguíneo, as quais podem afetar
a temperatura cutânea produzindo imagens sem a utilização de radiação ionizante, além
de ter potencial para diagnósticos in vivo, propiciando informações de processos
fisiológicos em curso, em tempo real, aos terapeutas e pacientes (CARMONA, 2012).
Várias áreas da saúde utilizam dessa ferramenta como, ortopedia, odontologia,
oncologia, medicina do esporte, pós-cirúrgico, medicina forense, obstetrícia, ergonomia
e fisioterapia (MEIRA et al., 2014).
O calor é a energia térmica total de uma substância ou corpo, enquanto a
temperatura desses corpos é uma medida da energia térmica média. Portanto,
temperatura não é energia, mas uma medida dela, é uma medida do calor ou energia
41
térmica das partículas em uma substância. Enquanto o calor depende da velocidade,
número, tamanho e tipo das partículas, a temperatura nada mais é do que o reflexo de
qualquer uma dessas qualidades. Essa concepção e diferenciação dos termos de calor
e temperatura não apareceram até os escritos de Joseph Black (1728-1799), que
distinguiam entre a quantidade (calorias) e a intensidade (temperatura) do calor
(CARMONA, 2012; FERNÁNDEZ-CUEVAS et al, 2015).
Ter uma temperatura corporal diferente do habitual pode estar relacionada ao
estágio de uma doença. Já nos tempos antigos, dentro da filosofia chinesa, considerava-
se que a saúde, como tudo o que existe no universo, está ligada à harmonia do corpo e
do espírito (yin e yang). Uma classificação foi estabelecida para o tipo de doença sofrida
em função da temperatura; o excesso de "yin", leva a doenças crônicas, enquanto o
excesso de "yang" leva a doenças agudas, febris e secas. Por outro lado, encontrar uma
zona quente em uma parte mecânica pode indicar abrasão ou fricção nessa área
(MARTINS FILHO, 2020).
Estes são alguns dos numerosos exemplos que nos permitem relacionar um
gradiente de temperatura com a existência de distúrbios ou anormalidades nos corpos.
Os mecanismos que o corpo tem para transferir essa energia são: condução, convecção,
radiação e evaporação (CARMONA, 2012).
O ser humano é capaz de manter uma temperatura corporal constante,
independente do meio ambiente. E esta temperatura é preservada num limite estreito de
33-42°C. Temperatura fora dessa faixa pode ser considerada, claramente, um indicador
de doença, sendo que o controle da temperatura corporal se dá por um processo
fisiológico chamado termo regulação. Para definir se um termograma está normal, uma
pesquisa da University of Glamorgan criou uma base de dados de imagens térmicas de
diferentes partes do corpo de indivíduos saudáveis, sendo que a simetria entre membros
é utilizada na avaliação da normalidade do termograma. A literatura tem mostrado que
uma diferença maior do que um grau Celsius entre os lados do corpo pode indicar um
processo patofisiológico (CARMONA, 2012).

42
6 ELETROACUPUNTURA

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A eletroacupuntura vem sendo empregada em larga escala a partir da década de


1970, pois a padronização da estimulação, quando comparada a estimulação manual
clássica, afim de tonificar o ponto selecionado na inserção da agulha é muito mais
replicável e aceitável no meio científico. Porém, mesmo normalizando a forma de
estímulo que o paciente recebe, ainda não é possível determinar se o estímulo realizado
pela associação da acupuntura com a estimulação elétrica é a responsável pelos
resultados positivos observados, ou se somente a estimulação por si própria é capaz de
beneficiar os participantes (LIN et al., 2017; LEI et al., 2016).
Quando se utiliza uma eletroestimulação, é necessário a escolha de uma interface
adequada para o efeito desejado. A eletroestimulação pode ser terapêutica (aguda ou
crônica), ou para diagnóstico. Dentre os modelos que se encontram disponíveis estão os
eletrodos de superfície, como os utilizados nos equipamentos de TENS, eletrodos
implantáveis, como no caso do uso de marca-passo interno e agulhas, para exames de
eletroneuromiografia, e no caso de tratamento, como as usadas na EA (WEBSTER,
2009).
Na acupuntura, encontram-se disponíveis no mercado agulhas de diversas
espessuras e comprimentos, sendo medidas entre 0,5 mm a 125 mm, utilizadas de

43
acordo com a abordagem e terapêutica proposta pelo profissional. Quando se utiliza a
EA, as agulhas escolhidas estão entre as dimensões de 25 mm a 40 mm de comprimento,
dependendo da região a ser tratada. Já na espessura, os tamanhos variam entre 0,20 a
0,35 mm sendo que no Brasil se utilizam espessuras de 0,20 a 0,30 mm. No caso de
opção pelo uso de eletrodos de superfície, o emprego de eletrodos usados em monitores
cardíacos torna-se uma boa opção, pois evita a dispersão da corrente elétrica na área do
acuponto (SILVÉRIO-LOPES, 2013).
A distribuição elétrica observada nos eletrodos também se diferencia, uma vez que
as agulhas estão posicionadas intradérmicas, fazendo com que o campo elétrico seja
ampliado.
Diferença entre eletroestimulação com eletrodos (A) e agulhas (B).

Fonte: Silvério-Lopes (2013).

7 ELETRODIAGNÓSTICO DOS MERIDIANOS DE ACUPUNTURA (RYODORAKU)

O eletrodiagnóstico energético foi proposto por Nakatani em 1950 quando


observou pontos de alta condutividade na pele (Ryodoten), esses pontos formam doze
linhas de energia, que se aproximam dos meridianos principais, chamadas Ryodoraku
(Ryo = bom; do = condutividade elétrica; raku = linha) (LEE et al., 2018). Alterações na
resistência dos canais podem significar condições patológicas de órgãos e vísceras do
indivíduo (NAKANE et al., 2018).
44
Os 12 canais de Ryodoraku se coincidem com os meridianos e refletem sinais de
doenças e alterações do corpo humano. Os sinais são medidos por corrente elétrica onde
valores > 60 μA representa excesso e < 40 μA deficiência no meridiano. O dispositivo de
medida é colocado com pressão leve por um tempo em torno de 3 segundos ponto a
ponto sequencialmente:

Pulmão (Taiyuan, LU9)

Fonte: bp.blogspot.com

Pericárdio (Daling, PC7)

45
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

Coração (Shenmen, HT7)

Fonte: thumbs.dreamstime.com

Pequeno Intestino (Wangu, SI4)

46
Fonte: pax55etlux.files.wordpress.com

Triplo Aquecedor (Yangchi, TE4)

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

Intestino Grosso (Hegu, LI5)

47
Fonte: d3i71xaburhd42.cloudfront.net

Baço (Taibai, SP3)

Fonte: thumbs.dreamstime.com

Fígado (Taichong, LR3)

48
Fonte: thumbs.dreamstime.com

Rim (Taixi, KI3)

Fonte: thumbs.dreamstime.com

Bexiga Urinária (Shugu, BL65)

49
Fonte: mastertungacupuncture.org

Vesícula biliar (Qiuxu, GB40)

Fonte: mastertungacupuncture.org

Estômago (Chongyang, ST42)

50
Fonte: thumbs.dreamstime.com

Os pontos estão localizados na face palmar e dorsal dos punhos e nos pés e
tornozelos. O ambiente precisa ser tranquilo, orientações sobre evitar atividade física,
ingestão de cafeína uma hora antes do exame, retirar qualquer objeto de metal, bem
como descanso de 15 minutos antes do exame devem ser dadas a quem irá fazer o
exame (TSAI et al., 2017).
Os aparelhos de medição ou diagnóstico energético ainda não são validados
cientificamente, mas possuem bom uso na prática clínica e têm sido muito usados em
pesquisas recentes para avaliar o efeito de alguns tratamentos no perfil energético (LIN
et al., 2012), como também para analisar o perfil energético de pacientes com um
distúrbio específico (ZOTELLI et al., 2018).
A medida de energia proposta por Nakatani pode contribuir com a prática clínica
de acupunturistas, evidenciando um distúrbio ou até servindo de guia para aplicação da
AP que contribui para diminuir o sangramento durante um procedimento cirúrgico,
diminuir edema e promover relaxamento muscular após o procedimento (GIL et al., 2020).

7.1 Propriedades elétricas dos pontos de Acupuntura

Os pontos de AP possuem algumas estruturas anatômicas importantes como


terminações nervosas e nervos que são responsáveis pela comunicação de resposta a
estimulação provocada pela AP, os nervos aferentes do tipo II parecem ser os que
51
provocam analgesia, mas existem outros inúmeros pontos que são usados para tratar
outros sintomas e doenças e não se coincidem com os de analgesia. Os pontos de AP
podem sofrer ação da perda da homeostase, ficando sensíveis quando esta diminui (WEI;
PEYMAN, 2014; CHEN et al., 2019).
Os pontos de AP possuem propriedades elétricas que interferem com as medições
de energia. As propriedades são: condutância, impedância, resistência, capacitância e
potencial elétrico. A medida do ponto de AP é feita com uma corrente elétrica geralmente
contínua na faixa de (1-12 V). Impedância e resistência: quando uma corrente elétrica é
introduzida no tecido ele pode responder com partículas carregadas sendo mobilizadas
e partículas estacionárias tornando-se polarizadas. A fricção dos íons em movimento,
que são portadores de carga, apresenta um componente importante para a impedância
do ponto, a resistência.
A resistência aos íons em movimento é o principal mecanismo de impedância, pois
com o tempo as moléculas polarizadas não permitem a corrente passe por elas.
Condutância: é o inverso da resistência, ou seja, o quanto de eletricidade pode ser
ocasionada por um condutor. Potencial elétrico: O potencial elétrico é quantidade de
energia necessária para deslocar uma carga unitária entre dois pontos distintos, sendo
um desses pontos a referência que é dada medindo a capacidade de energia de um ponto
em relação a outro (LI et al., 2012).
A pele é composta por três camadas: epiderme (superficial), derme (média) e
hipoderme (profunda). A camada superficial é a que oferece maior resistência a correntes
elétricas ela possui o estrato córneo composto de tecido queratinizado que é o mais
profundo dessa camada, este tecido possui um forte impacto nas medidas elétricas da
pele pois quando a pele está umedecida por eletrólito a impedância pode ser diminuída,
ou ainda na presença de queimadura na epiderme ou lesão do estrato córneo pode haver
também diminuição da impedância.
Quanto menor os eletrodos e a frequência da corrente elétrica utilizadas, maior é
a impedância imposta pelo estrato córneo. As áreas da pele onde se concentram os
ductos de suor possuem impedância menor, o fluxo de íons consegue atravessar o ducto
de suor além de que ele pode contribuir com a passagem de carga pelo estrato córneo.
Essa pode ser a razão dos pontos de AP terem impedância menor. A interface tecido-
52
eletrodo influência nas medidas de condutância pois os íons são atraídos ou repelidos na
interface e isso diminui ou aumenta de acordo com a distância, existem também as
reações de redução e oxidação, onde há transferências de cargas e aumento no potencial
pode acumular ou esgotar elétrons (CHIZMADZHEV et al., 2008).

53
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