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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 CONCEITO E PRINCÍPIOS DA ACUPUNTURA ........................................ 4

2.1 Origem da acupuntura .......................................................................... 4

2.2 História da acupuntura ......................................................................... 5

2.3 Acupuntura na China ............................................................................ 8

3 NEUROFISIOLOGIA DA ACUPUNTURA ................................................. 10

4 NEUROQUÍMICA DA ACUPUNTURA ...................................................... 14

5 ACUPUNTURA NO BRASIL ..................................................................... 17

5.1 PROJETO DE LEI Nº 531, DE 2019 .................................................. 19

6 ACUPUNTURA E OS MERIDIANOS ENERGÉTICOS ............................. 21

6.1 Mecanismos de meridianos na aplicação de agulhas ou pressão ...... 21

6.2 Meridianos e os órgãos ...................................................................... 25

6.3 Meridianos e os horários .................................................................... 26

7 ACUPUNTURA SISTÊMICA ..................................................................... 27

7.1 Princípios de equilíbrio que regulam a combinação de pontos .......... 28

8 YIN E YANG ............................................................................................. 29

8.1 A teoria dos cinco elementos ou cinco movimentos ........................... 31

9 AURICULOTERAPIA- AT ......................................................................... 32

9.1 Estimulação dos pontos ..................................................................... 34

9.2 Materiais utilizados ............................................................................. 35

10 HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA ELETROTERAPIA ......................... 36

10.1 História da eletroacupuntura ........................................................... 37

11 ELETROTERAPIA X ACUPUNTURA .................................................... 38

11.1 Mecanismos responsáveis pela analgesia ...................................... 38

1
11.2 Efeitos ............................................................................................. 39

11.3 Vantagens ....................................................................................... 39

11.4 Aplicabilidade .................................................................................. 39

11.5 Contraindicações da eletroacupuntura ............................................ 42

12 EXECUÇÃO DA TÉCNICA DE ELETROACUPUNTURA- CUIDADOS . 43

12.1 Parâmetros Físicos dos Eletroestimuladores para Uso


Terapêutico..... ....................................................................................................... 45

13 ELETROACUPUNTURA E LASERTERAPIA ........................................ 45

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 48

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 CONCEITO E PRINCÍPIOS DA ACUPUNTURA

Fonte:espacobambui.com.br

A história da medicina tradicional chinesa está ligada ao raciocínio chinês e,


portanto, à cultura oriental. Suas teorias básicas estão intimamente relacionadas à
gênese da acupuntura, bem como seus conceitos e princípios. A divulgação da
medicina oriental no Ocidente tem sido de suma importância No Brasil, a prática da
acupuntura foi introduzida no sistema de informação ambulatorial do SIA / SUS em
1999, por meio da portaria nº. 1230 / GM (BRASIL, 1999), e sua exercício reforçada
pela Portaria 971, publicada pelo Ministério da Saúde em 2006, que aprovou a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde
(BRASIL, 1999).

2.1 Origem da acupuntura

A medicina tradicional chinesa é muito antiga. Seus primórdios estão


relacionados com a medicina primitiva do Oriente, iniciada no período pré-histórico a
partir do instinto de preservação da espécie, acumulando, transmitindo e aprimorando
experiências ao longo dos anos. A acupuntura foi praticada na China vários séculos
antes de Cristo e até hoje faz parte da medicina oriental, sendo um dos mais
importantes conjuntos de técnicas. Supõe-se que a medicina oriental começou há

4
cerca de 5.000 anos, mas entre diferentes autores há algumas variações dessa
estimativa, pois poucas evidências históricas e documentais são preservadas
(QUEIROZ, 2000).
Segundo Queiroz (2000) muitas dessas tradições assumem uma atitude
"vitalista" em relação ao corpo, saúde e doença, cujo aspecto teórico básico é que a
"energia" organiza a matéria e não o contrário, com ênfase no estado geral do paciente
e não mais na matéria Doença; de uma perspectiva integrativa e não orgânica que
interpreta a doença como um desequilíbrio interno e não como resultado de uma
invasão de patógenos.
De acordo com Queiroz (2006) a doença representa, assim, as manifestações
sintomáticas do desequilíbrio, consideradas sintomas necessários decorrentes de
causas mais profundas que abrangem o indivíduo e seu modo de vida como um todo.
As sugestões de saúde influenciadas pelo contato com o Oriente caracterizam-se pelo
fato de não serem intervencionistas, mas voltadas para o indivíduo, seu meio e sua
experiência de vida.
O desenvolvimento e a prática da acupuntura foram intensos no Oriente, nos
últimos séculos ela ganhou espaço no Ocidente e inclui terapias complementares com
efeitos preventivos e curativos na medicina, além de aplicações estéticas (QUEIROZ,
2006).

2.2 História da acupuntura

A acupuntura é considerada uma das terapias mais antigas do mundo. Dados


arqueológicos apontam que pode ser originária da China, entre 8.000 e 3.000 a.C. A
literatura traz divergências sobre cada período da origem e desenvolvimento da
acupuntura na linha do tempo, então o que temos é uma estimativa histórica com base
em estudos arqueológicos. Por volta de 4.500 a.C., a acupuntura era realizada com
lascas de pedra polida, utilizadas juntamente com a moxa. Outra forma referenciada
na literatura era a técnica por intermédio de ossos e bambu, moldados para a
aplicação na área auricular e em outras partes do corpo (SUTTER, 2020).
Na Antiguidade, quando as pessoas sentiam dores no corpo, era comum
pedirem para serem golpeadas na superfície dolorida com pedaços de pedras

5
quentes. Possivelmente esse contexto foi o início da acupuntura, na manipulação sob
pressão de algum objeto pontiagudo e/ou quente em pontos dolorosos, progredindo
para o alívio da dor.

O primeiro registo que se tem conhecimento a fazer menção sobre a


acupuntura é o livro Nei Jing, o Tratado de Medicina Interna do Imperador
Amarelo. É uma obra livro clássica, que aborda tanto a acupuntura quanto a
moxaterapia na prevenção de doenças. Traz o relato de conversas do
imperador com seu ministro, além de revelar a filosofia oriental em que se
baseia o conhecimento da acupuntura (WANG, 2001 apud SUTTER, 2020).

Essa obra ainda é considerada essencial na formação dos acupunturistas, pois


seus estudos trazem os fundamentos da MTC, com pilares necessários para a prática
clínica da acupuntura. Vale ressaltar que a MTC se baseia nas teorias do yin-yang e
dos cinco elementos, que fundamentam todo o conhecimento oriental. Tais
conhecimentos são utilizados inclusive na elaboração do diagnóstico pelo
acupunturista. São conhecimentos importantes para a compreensão da energia e
dualidade contida no universo, seus ciclos e na vida em geral (SUTTER, 2020).
O Imperador Amarelo governou a China de 2.704 a 2100 a.C., sendo essas
datas aproximada pelos manuscritos. A acupuntura já tinha suas bases e vinha sendo
utilizada, inclusive com menções aos meridianos e descrições sobre os tipos de
agulhas e aplicações. Tais conhecimentos foram essenciais para o aprimoramento
dos materiais utilizados atualmente. Os livros clássicos são os textos confiáveis
escritos pelos chineses que dominavam a prática da acupuntura e considerados
referências para esse sistema de saúde. Neles constam o arcabouço teórico e clínico
dessa prática. A tradição é transmitida ao longo das gerações por meio desses
escritos (SUTTER, 2020).
Na Dinastia Chin, Han, Huei (221 a.C. a 264 d.C.), foram produzidos relatórios
médicos com a utilização da acupuntura no tratamento de doenças, principalmente a
malária. Também foram nomeados vários pontos dos meridianos mapeados no corpo
(WEN, 2017). Escrito por volta do ano 300 a.C. o livro Shan Hai Jing (ou Clássico das
Montanhas e dos Mares) faz menção à localização do monte Gaoshi, e descreve que
é repleto de pedra jade para a prática da acupuntura (SUTTER, 2020).

De acordo com a tradição oral da família Tung, foi nessa época que o Mestre
Tung aprendeu acupuntura com o seu pai. Esses ensinamentos foram
repassados por várias gerações como uma linhagem de acupuntura

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guardada em segredo, com conhecimentos específicos compostos de pontos
extras e de metodologia única aplicada no microssistemas do corpo. Essa
metodologia ficou conhecida em todo o mundo como Pontos Mágicos do
Mestre Tung (MIN, 2015 apud SUTTER, 2020).

O Mestre Tung é um exemplo dos ensinamentos passados entre as gerações.


Ele descobriu pontos que não estavam sendo mapeados no corpo e realizava a sua
prática clínica segundo essa metodologia. Teve muito sucesso nos tratamentos para
dores e é reconhecido até hoje por seu legado na acupuntura. A seguir, são listados
os períodos das dinastias chinesas e suas repercussões na acupuntura. A Dinastia
Tang (618 a 907 d. C.) foi uma época marcada pela disseminação da acupuntura para
o exterior. Houve a fundação da Escola Imperial de Medicina, formando os primeiros
médicos com essa especialização. Na Dinastia Sung (960 a 1279) o rei Sung Jen
Tsung foi curado com a acupuntura depois de uma enfermidade grave. Assim, passou
a dar importância à terapia, ordenando o médico de referência da cidade a elaborar
mapas e diagramas dos meridianos. O rei também ordenou a construção de uma
estátua de bronze com os pontos e trajetos dos meridianos (SUTTER, 2020).
A Dinastia Ming (1366 a 1644) foi o momento de descoberta de documentos
relatando os meridianos extraordinários e o uso de poucas agulhas para o tratamento
das doenças. Nesse período, foi escrito uma compilação de todas as teorias, métodos
e experiências. Na Dinastia Chin (1649 a 1910) governantes que dominaram a China
por 13 anos baniram a prática da acupuntura no país. Com a influência da medicina
ocidental pelo mundo e a difusão da medicação alopática e de novos procedimentos
de saúde para combater as epidemias, o imperador instituiu a exclusão da acupuntura
na formação médica, dando lugar aos modelos de conhecimento das escolas do
Ocidente. A MTC não é mais praticada como antes, quando cada dinastia mantinha
seu estilo de terapia com a acupuntura. Porém, seus fundamentos permanecem
intactos até hoje, sustentados pelos ensinamentos clássicos de um conhecimento
milenar. Ressalta-se que, apesar desse conhecimento ser antigo, sua técnica evolui
com a ajuda dos recursos tecnológicos dos dias atuais, incluindo a disponibilização
das agulhas em aço inox com a ponta polida em diamante, permitindo menos atrito na
inserção, e o uso de laser como substituto às agulhas (SUTTER, 2020).

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2.3 Acupuntura na China

A medicina primitiva pré-histórica desenvolveu-se em várias regiões da China


a partir de inúmeras vivências, sendo transmitida informalmente ao longo dos anos, de
geração em geração, acumulando e aprimorando essas informações. Há um acervo
de registros chineses citando imperadores lendários que participaram não apenas da
evolução da cultura oriental, mas também da consolidação das bases da sua medicina
LUZ e SOUZA, 2009).
Ao imperador lendário Fuxi, atribui-se a descoberta do fogo e a construção da
base do I Ching, ou “Livro das Mutações”. Este é um texto chinês clássico feito de
contribuições que se sobrepõem ao longo do tempo. Foi usado como oráculo porque
interpreta simbolicamente toda a natureza e suas transformações, considerando que
todos os fenômenos do universo dependem dos dois pólos yin e yang e de seus
estágios intermediários. Fases Light e Souza (2009). Nele temos a referência mais
antiga a essa teoria fundamental da cultura e da medicina chinesa, justamente a teoria
do yin e yang.
Shen Nong foi outro imperador lendário, a quem se atribuiu a criação da
agricultura e a utilização das plantas com fins medicinais. “O Herbário Clássico”, de
Shen Nong é o texto mais antigo relacionado a esse assunto. Também é conhecido
como Shen Nong Ben Cao Jing (LUZ e SOUZA, 2009).
O primeiro trabalho a revelar totalmente o TCM foi Huangdi Nei Jing ("A
Medicina Interna Clássica do Imperador Amarelo"). Para seus ministros (médicos) que
tratavam de fisiologia, patologia, manutenção da saúde evitando doenças e técnicas
de acupuntura.
De acordo com LUZ e SOUZA (2009). Durante as dinastias Zhou, Qin e Han
(1122 a C), grandes clássicos como Nan Jing e Shang HanLun ("Tratado sobre
doenças febris") foram escritos. Nas dinastias Jin e Sui (265 a 617 AD), a medicina foi
presenteada com o trabalho mais relevante relacionado à pulsologia (uma técnica
para avaliar o pulso durante a história médica oriental). Mai Jing. A clássica
acupuntura e moxabustão também foi escrita por Huangfu Mi durante este período.
Numerosos textos médicos apareceram durante a Dinastia Tang (618-951 DC).
Wai Tai Mi Yao, também conhecido como "Segredos Médicos de um Oficial", é uma
obra de Wang Tao, que se caracteriza por seu significado especial para a prática
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clínica da acupuntura. A grande difusão do conhecimento médico ocorreu na dinastia
Song (952 a 1278 d.C.) com a impressão e propagação de textos da área. A medicina
chinesa avançou até o império Mongol, nas dinastias Jin e Yuan (1115 a 1367 d.C.).
Nessa época, foram desenvolvidas algumas grandes obras, como Shi Si JingFaHui
(“Exposição dos Quatorze Canais”), NanJing Ben Yi (“O Real Significado do Clássico
das Dificuldades”) e Zhen Jia Shu Yao (“O Essencial para os Clínicos”) (LUZ e
SOUZA, 2009).
Os grandes textos da Dinastia Ming (1368-1661 DC) são Lei Jing ("Compilação
Sistemática da Medicina Interna Clássica do Imperador Amarelo") de Zhang Jiebin e
ZhenJiu Ju Ying; ("A essência da acupuntura e moxabustão" pelo autor Gao Wu. Já
na próxima dinastia (Qing, 1662 a 1871 DC), algumas escolas de medicina tradicional
começaram a se contradizer.
Ao mesmo tempo, a medicina ocidental começou a se estabelecer na classe
alta da população do país. Ao longo dos anos, a medicina tradicional chinesa foi
enriquecendo com grandes médicos e obras ilustres. Sua difusão pelo mundo
aumentou exponencialmente. Após a revolução de 1911 e a fundação da República da
China, por sua vez, também a influência ocidental no Oriente cresceu. Hoje, ambas
linhas da medicina operam juntas numa política oficial de união da medicina chinesa
e da medicina ocidental (LUZ e SOUZA, 2009).

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3 NEUROFISIOLOGIA DA ACUPUNTURA

Fonte: clinicahiraoka.com

De origem empírica, a acupuntura nem sempre foi vista de forma positiva.


Entretanto, os trabalhos realizados pelo mundo nas últimas décadas comprovaram
a eficácia da técnica no tratamento da dor. Deste modo, a acupuntura está sendo
cada vez mais utilizada como intervenção terapêutica nos Estados Unidos e na
Europa (CUMÁN, 2009).

Os mecanismos da dor e do seu alívio na analgesia por acupuntura são


complexos e a ciência ainda não mostrou nenhuma explicação fisiológica
convincente. Apesar da acupunturaser utilizada por muitos séculos, ainda não
foram estabelecidas evidências científicas para fisiologia e eficácia do
tratamento da dor (MA et al, 2006 apud CUMÁN, 2009).

Uma das primeiras explicações no mundo ocidental para os bons resultados da


acupuntura foi seu efeito sobre a sugestão do paciente, auto-sugestão, sua relação
com fibras nervosas, vias e núcleos, bem como o cérebro e explicações
neurofisiológicas atuais da eficácia da estimulação do ponto de acupuntura em
diferentes áreas do corpo (CUMÁN, 2009).
Segundo Cumán (2009) a eletroacupuntura mostra-se capaz de suprimir a dor
através do estímulo repetitivo das terminações nervosas superficiais e profundas do
corpo, que integram as vias dolorosas segmentares e supra-segmentares. As

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estruturas segmentares localizam-se no tronco encefálico, dessa forma, a transecção
da medula espinhal bloqueia o efeito da acupuntura sobre a dor.
O ponto de acupuntura ou ponto de acupuntura é uma região da pele onde
existe uma grande concentração de terminações nervosas sensoriais, esta região está
intimamente relacionada aos nervos, vasos sanguíneos, tendões e cápsulas
articulares. Estudos morfofuncionais identificaram plexos, elementos vasculares e
feixes musculares. Como os locais mais prováveis de recebimento de pontos de
acupuntura (CUMÁN, 2009).

Estes pontospossuem propriedades elétricas diferentes das áreas teciduais


adjacentes como a condutância elevada, menor resistência, padrões de
campo organizados e diferenças de potencial elétrico e por esse motivo são
denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele (ALTMAN, 1979
apud CUMÁN, 2009).

Além disso, existem áreas onde histologicamente está presente um maior


número de receptores nervosos como extremidades livres, fusos musculares, órgão
tendinoso de Golgi, mastócitos e capilares, o que diferencia o potencial elétrico
dessas áreas do de áreas vizinhas. em fibras nervosas locais que conduzem
estímulos ao sistema nervoso central, principalmente por meio das fibras A delta e
C. Com base em pesquisas na área de eletrofisiologia, sabe-se agora que algumas
áreas da pele apresentam aumento da condutividade e redução da resistência
elétrica em comparação às regiões adjacentes e que essas áreas correspondem à
descrição clássica dos pontos de acupuntura (CUMÁN, 2009).
Segundo Cumán (2009) estimulação do sistema nervoso periférico leva a
mudanças com resultados terapêuticos por meio da resposta fisiológica,
sinteticamente definida como neuromodulação, que se relaciona tanto à inibição
quanto à excitação de estruturas neuronais. Neuromodulação é o processo
fisiológico pelo qual as alterações funcionais do sistema nervoso são estabilizadas,
garantindo a capacidade de adaptação do indivíduo, mantendo as condições
cronicamente alteradas.

A eletroestimulação é um dos procedimentos neuromoduladores mais


empregados, utilizando-se a passagem da corrente elétrica pulsada em sítios
neurais específicos. A estimulação por meio de ondas usando pulsos
bidirecionais com densidade de cargas que se situam abaixo dos limites
estabelecidos são seguras e bem toleradas pelos tecidos biológicos.
Portanto, a eletroestimulação é uma ferramenta extraordinariamente versátil,
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eficaz e segura para manipular a atividade do sistema nervoso (WHITE, 2004
apud (CUMÁN, 2009).

A acupuntura tem efeito modulador nas vias motoras e sensoriais com efeitos
na dor, tônus muscular e atividade autonômica regional, além de promover respostas
sistêmicas, ativando mecanismos homeostáticos centrais (CUMÁN, 2009).

Os efeitos terapêuticos são intermediados por modificações funcionais de


circuitos neurais, com repercussões locais, espinais, cerebrais, hormonais,
autonômicas e imunitárias, incluindo o controle da nocicepção, e a
restauração dos padrões fisiológicos autonômicos e neuroendócrinos
(FARGAS-BABJAK, 2004 apud CUMÁN, 2009).

Segundo Manica (2004) apud Cumán (2009), a acupuntura, entre outros


efeitos, ativa o sistema modulador da dor pela hiperestimulação das terminações
nervosas das fibras mielínicas finas do tipo Aδ que conduzem o estímulo até os
centros medulares, encefálicos e eixo hipotálamo-hipofisário. A modulação dos
estímulos nociceptivos no nível medular é realizada por inibição pré-sináptica em
resposta à liberação de encefalinas e dinorfinas. No mesencéfalo, ocorre a liberação
de encefalinas e a ativação do sistema de modulação central da dor, favorecendo a
liberação de serotonina e norepinefrina nos sistemas descendentes.

A ação da acupuntura no eixo hipotálamo-hipófise estimula a liberação de β-


endorfinas na corrente sanguínea e no líquido cefalorraquidiano, resultando
em analgesia sistêmica. A liberação de hormônio adrenocorticotrófico ocorre
paralelamente à liberação de β- endorfinas e induz o córtex adrenal a liberar
cortisol, o que explica sua ação antiinflamatória, assim como sua pouca ação
quando o paciente está sob tratamento com corticosteróides (MANICA, 2004
apud CUMÁN, 2009).

Existem destaques de que uma dor não tratada adequadamente, mesmo


durante anestesia geral, ativa vias da dor. A liberação subseqüente de mediadores
locais agrava a dor pós-operatória. Na medida em que a acupuntura previne a
ativação das vias da dor e provê analgesia, ela pode reduzir a dor pós-operatória e
o consumo de opióides (CUMÁN, 2009).
De acordo com Cumán (2009) a inserção das agulhas em pontos periféricos
produz analgesia através dos três centros de modulação da dor, e esta pode ser
inibida pela naloxona, o que demonstra a relação das vias opióides com a analgesia
da acupuntura. A inserção de agulhas na região metamérica próxima à medula

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espinhal resulta em analgesia segmentar que não é inibida pela naloxona,
sugerindo outro sistema modulador de dor não opióide.

O estímulo dos acupontos promove a ativação de determinados receptores


no corno dorsal da medula espinhal, culminando com o aumento de opióides
endógenos, como as endorfinas e as encefalinas (MEISSNER et al., 2004
apud CUMÁN, 2009).

Outros neurotransmissores também estão envolvidos nos mecanismos de


ação da acupuntura, incluindo a acetilcolina, que facilita o efeito analgésico;
Catecolaminas (norepinefrina e dopamina); Serotonina e ácido gama-aminobutírico
(CUMÁN, 2009).
Cumán (2009) afirma que atualmente admite-se que estímulos com
intensidade e freqüência variados são capazes de produzir analgesia de forma
diferenciada. As fibras do tipo II (que transmitem a sensibilidade proprioceptiva nos
nervos periféricos) são estimuladas nos pontos de acupuntura, essas fibras são
discriminatórias e capazes de interromper os mecanismos de supressão da dor, de
forma que com o uso prolongado da acupuntura, consegue-se analgesia mais
intensa e duradoura. A duração da ação não termina com a interrupção do estímulo,
o que mostra o envolvimento dos neurotransmissores em seu mecanismo de ação.
A ativação repetida dos sistemas fisiológicos de alívio da dor treina o corpo
para continuar esta atividade e manter o alívio da dor a longo prazo, muito parecido
com os métodos usados para treinar funções autonômicas prejudicadas. A
serotonina é produzida na rafe magna dos núcleos cerebrais, preferencialmente
pela estimulação de alta frequência (200 Hz) dos PA. A serotonina produzida
centralmente flui através de um trato espinhal descendente para a substância
branca lateral próxima ao corno posterior e bloqueia ou atenua os sinais de dor no
nível espinhal. (CUMÁN, 2009).

13
4 NEUROQUÍMICA DA ACUPUNTURA

Fonte: newslab.com

Nos anos 1970, sugeriu-se que a acupuntura ativasse as fibras aferentes Aδ e


C nos músculos e assim levasse sinais, via medula, para centros superiores no
cérebro, favorecendo a liberação endógena de neurotransmissores que favoreceriam
a analgesia. Também na mesma década, Jisheng Han, neurocientista e diretor do
Instituto de Pesquisa Neurocientífica da Universidade de Pequim, em Pequim,
conduziu experimentos de excelência que determinaram os efeitos da acupuntura no
SNC (sistema nervoso central) e quais neurotransmissores eles próprios liberam
(ALVARENGA et al, 2014).
Segundo Alvarenga (2014) as pesquisas experimentais de Ji-sheng Han estão
focadas no papel dos peptídeos opióides e como eles se comportam em diferentes
frequências de estimulação através de eletroacupuntura (EA). Além dos peptídeos
opioides, várias outras substâncias são liberadas endogenamente, como os peptídeos
opioides. Existem três grupos principais: endorfinas, encefalinas e dinorfinas e seus
receptores mi (µ), delta (ð) e Kappa (k), que são amplamente distribuídos para
aferentes terminais periféricos e para áreas do SNC relacionadas à nocicepção e dor.
Em 1977, um experimento mostrou que a naloxona, uma droga antagônica de
receptores opiáceos, investiu o efeito analgésico da acupuntura. Este experimento
confirmou que o efeito analgésico da acupuntura está relacionado a liberação de

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opióides endógenos, tanto central como perifericamente. O envolvimento de opióides
periféricos na modulação da inflamação está bem documentado. Experimentos em
ratos, que foram induzidos à inflamação intraplantar, mostram que o efeito analgésico
é abolido após a administração de naloxona. É interessante observar que a
eletroacupuntura em baixas frequências (2Hz) facilita a liberação de encefalina,
enquanto a de alta frequência (100 Hz) estimula a liberação de dinorfina
(ALVARENGA et al, 2014).
Conforme Alvarenga (2014) colecistocinina octapeptídeo (CCK-8) é
vastamente distribuída no SNC e exerce importantes funções fisiológicas. Esse
hormônio é o mais importante neuropeptídeo envolvido na atividade anti-opióide.
Experimentos comprovam que a concentração de CCK-8 é inversamente proporcional
a qualidade da analgesia por eletroacupuntura. Pessoas que não respondem aos
efeitos analgésicos da acupuntura apresentam altos níveis séricos de CCK-8 e
aqueles que apresentam baixos níveis séricos de CCK-8, são os melhores
respondedores à acupuntura.
A serotonina é quimicamente representada pela 5-hidroxitriptamina (5-HT). Ela
é intensamente expressada no SNC e está ligada a modulação da nocicepção. É bem
documentado que o núcleo magno da rafe apresenta uma abundância em 5-HT e
desempenha papel crucial na modulação descendente da dor. A acupuntura tem a
capacidade de aumentar a concentração de 5- HT e de seus metabólitos no núcleo
magno da rafe e na medula espinhal, assim como o bloqueio de sua síntese reduz a
analgesia produzida. Qualquer condição de estresse afeta a medula adrenal, bem
como a glândula pituitária e o córtex adrenal. As catecolaminas, noradrenalina e
adrenalina são liberadas na corrente sanguínea como resposta. A acupuntura, em
geral, parece inibir a atividade simpática, e essa inibição pode ser parte do mecanismo
analgésico da acupuntura. Estudos sugerem que a norepinefrina parece ter vários
efeitos na medula espinhal e no nível da medula supraespinhal. Quando DOPS, um
precursor da norepinefrina, foi administrado por via intraventricular, a analgesia foi
inibida (ALVARENGA et al, 2014).
Alvarenga (2014) observa que os aminoácidos excitatórios são abundantes nas
fibras nociceptivas primárias e os receptores NMDA, AMPA / KA são densamente
distribuídos no corno dorsal da medula espinhal. Há evidências de que o bloqueio dos

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receptores NMDA e AMPA / KA pode melhorar a analgesia da acupuntura. Estudos
com imuno-histoquímica revelam que a ligadura mecânica de nervos de ratos
aumenta a expressão de receptores NMDA e que pode ser reduzido após tratamento
com acupuntura. Estudos em inflamação induzida demonstram que a acupuntura
reduz a expressão de receptores NR1, NR2 GluR1 na medula espinhal reduzindo a
percepção da dor.
A substância P é uma das moléculas de sinalização mais importantes na
mediação periférica e espinhal na dor. Pode ser inibida na presença de opióides e,
como a acupuntura libera opióides na medula espinhal, esse seria o mecanismo
sugerido para inibição dessa substância através da acupuntura.
O neuropeptídio Angiotensina II (AII) é amplamente distribuído no SNC e
exerce múltiplas funções fisiológicas e patológicas, incluindo a modulação da dor.
Estudos preliminares demonstraram que o papel do AII na analgesia por acupuntura
é comparável com o de CCK. Eletroacupuntura a 100Hz aumenta o conteúdo de AII
espinhal. Eletroacupuntura em baixa frequência reduz a quantidade de AII na medula
espinhal, enquanto altas frequências aumentam os níveis de angiotensina II
(ALVARENGA et al, 2014).
De acordo com Alvarenga (2014) a somatostatina é um neuropeptídeo não
opióide, e está localizado no SNC e periférico. Estudo recente demonstrou que a
eletroacupuntura aumentou a expressão da somatostatina, assim como de seus
precursores no corno dorsal em modelo de neuropatia mecânica. Apesar de se
observar o envolvimento da somatostatina nos mecanismos analgésicos da
acupuntura, esse papel não está completamente esclarecido.
Estudos recentes ligados a Argenina vasopressina indicam que o núcleo
paraventricular (NPV) executa um importante papel na analgesia por acupuntura. A
injeção de glutamato no NPV excita os neurônios desse núcleo, favorecendo a
analgesia e também aumentando a concentração desse neuromediador. Esses dados
sugerem que esse peptídeo desempenha um papel importante na manutenção da
analgesia da acupuntura.
As fibras nervosas neurotensinérgicas e receptoras de neurotensina estão
distribuídos pela substância cinzenta periaquedural e estão envolvidos na modulação
da nocicepção. A eletroacupuntura favorece a liberação de neurotensina,

16
provavelmente pela liberação de opióides da substância cinzenta periaquedural
(PAG), favorecendo a produção de neurotensina. Inúmeros estudos mostram que
receptores antagonistas de dopamina são potencializados com o efeito analgésico da
acupuntura, por favorecer a regulação positiva de receptores opióides em regiões
específicas do cérebro (ALVARENGA et al, 2014).

5 ACUPUNTURA NO BRASIL

Fonte: acupunturabrasil.org

Desde a década de 1970, a Organização Mundial de Saúde vem incentivando


o uso da acupuntura e de outras práticas alternativas pelos países membros.
Posteriormente, foi criado um documento intitulado "Estratégia da OMS sobre
Medicina Tradicional (TM) 2002-2005" com o objetivo de promover o desenvolvimento
de diretrizes para a implementação da medicina tradicional e estabelecer requisitos
de segurança, eficácia, qualidade e uso racional (ROCHA, 2015).
Segundo Rocha (2015), resultante de um corpo de conhecimento teórico e
empírico da medicina tradicional chinesa (MTC), a acupuntura é uma tecnologia de
intervenção em saúde que aborda de forma abrangente e dinâmica o processo saúde-
doença em pacientes em humanos e pode ser utilizada isoladamente ou integrado
com outros recursos terapêuticos.

17
Muitos países regulamentaram a prática da acupuntura e o perfil profissional
exigido para fazê-lo varia de país para país, e algum treinamento em medicina
ocidental é exigido como requisito principal. No Brasil, a acupuntura é uma
especialidade do Conselho Federal de Medicina. Contudo, conselhos de outras
classes profissionais de saúde também adotaram a acupuntura como especialidade
(ROCHA, 2015).
No Brasil, a prática da medicina tradicional chinesa teve início com a chegada
dos primeiros imigrantes chineses ao Rio de Janeiro em 1810. Em 1908, os imigrantes
japoneses introduziram a acupuntura japonesa, embora fosse confinada à colônia. Em
1958, Friedrich Spaeth, fisioterapeuta responsável pela difusão da acupuntura na
sociedade brasileira na década de 1950, começou a ensinar essa prática milenar no
Rio de Janeiro e em São Paulo e, em 1972, foi criada a Associação Brasileira de
Acupuntura (ABA) (ROCHA, 2015).
A tentativa de estabelecer a acupuntura no Brasil foi caracterizada
principalmente pela rejeição da profissão médica; Como resultado, a introdução e o
desenvolvimento inicial desta prática milenar foram realizados por profissionais de
outras áreas. Nessa perspectiva, a acupuntura incidiu por um período de
marginalização antes de sua efetiva aceitação pela classe médica.

Os conflitos decorrentes do processo de ‘importação’ e aculturação de um


sistema médico exógeno nos países ocidentais resultaram em distintas
configurações institucionais, conforme os poderes dos atores e das
instituições envolvidas, tais como as associações e os conselhos
profissionais; as características das leis trabalhistas e educacionais; o
sistema nacional de saúde; a história prévia da imigração de orientais; e as
instituições de pesquisa, construção e legitimação do conhecimento, entre
outros (SOUZA, 2011, apud ROCHA, 2015).

Tanto os movimentos organizados da sociedade civil, seja em associações


comunitárias ou posteriormente em ONGs, quanto as demandas sociais da clientela
por serviços públicos de saúde, cada vez mais exigiam que as instituições médicas se
“abrissem” à chamada medicina alternativa na década de 1980 (ROCHA, 2015).
Na década de 1980, os conselhos de classe deram início a reconhecimento da
acupuntura elaborando uma série de resoluções:

[...] Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Resolução


COFFITO-60, 1985); Conselho Federal de Biomedicina (Resolução nº 02,
1986); Federação Nacional de Profissionais de Acupuntura, Moxabustão, Do-

18
In e Quiroprática (registro no Ministério do Trabalho nº 24000.000345, 1991);
Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM 1455/95, 1995); Conselho
Federal de Enfermagem (Parecer CTA nº 004, 1995); Conselho Federal de
Farmácia (Resolução CFF nº 353/00, 2000); Conselho Federal de
Fonoaudiologia (Resolução CFFa nº 272, 2001) e o Conselho Federal de
Psicologia (CFP 005, 2002) (JACQUES, 2005, apud ROCHA, 2015).

Assim, a história desse processo de institucionalização vem se inscrevendo


com muitos percalços no Brasil, especialmente na última década, tendo seu percurso
encontrado obstáculos constantes interpostos pela medicina socialmente
hegemônica. Nesse obstáculo, o saber médico científico funciona como elemento no
momento da censura, no momento da prova (ROCHA, 2015).
Em nosso país, a acupuntura passou a ser prática em 1999 com a Portaria nº
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de
Saúde (SUS). Este documento define que o SUS tem construído abordagens e
recursos que visam estimular os mecanismos naturais de prevenção de doenças e
restauração da saúde, principalmente aqueles com ênfase na escuta acolhedora,
desenvolvimento do vínculo terapêutico e integração do ser humano com o meio
ambiente e a sociedade. Existe um grande número de profissionais acupunturistas no
Brasil, mas há também uma forte disputa política e jurídica pelo direito de exercer a
prática da acupuntura (ROCHA, 2015).

5.1 PROJETO DE LEI Nº 531, DE 2019

Fonte: canalacupuntura.com

19
Dispõe sobre a regulamentação e fiscalização do exercício profissional da
Acupuntura.
Capítulo 1
Do exercício profissional

Art. 1º O exercício profissional da Acupuntura é regulamentado pela presente


Lei.
Art. 2º O exercício profissional da Acupuntura é privativo dos profissionais
nesta lei denominados “Acupunturistas/Acupuntores”.
§ 1º Será permitido o exercício profissional da Acupuntura aos portadores de
diploma de nível médio em Acupuntura reconhecido por uma Secretaria
Estadual de Educação e emitido até a data da promulgação desta Lei.
§ 2º Será permitido o exercício profissional da Acupuntura aos profissionais
que estejam comprovadamente exercendo a prática da Acupuntura até a data
da promulgação desta Lei.
Art. 3º Serão denominados “Acupunturistas/Acupuntores”:
a) Profissionais de nível superior formados em curso de Graduação em
Acupuntura, conforme critérios estabelecidos no Ministério da Educação;
b) Portadores de diploma superior em Acupuntura expedido por instituição
estrangeira, revalidado na forma da legislação em vigor.
Art. 4º Receberá a titulação de “Acupunturista/Acupuntor”:
a) O Profissional de Saúde com pós-graduação strictu sensu ou latu sensu
em Acupuntura, conforme critérios estabelecidos pelos seus respectivos
Conselhos Profissionais;
b) O portador de diploma de nível médio em Acupuntura reconhecido por uma
Secretaria Estadual de Educação, emitido até a data de promulgação desta
Lei; (BRASIL, 2019).

Disposições Transitórias

Art. 7º Caberá aos Conselhos Profissionais e/ou órgão competente designado


pelo Poder Executivo estabelecer o critério segundo o qual serão conferidos
os títulos de “Acupunturista/Acupuntor” aos profissionais que estejam
comprovadamente exercendo a prática profissional da Acupuntura até a data
da promulgação desta Lei. Parágrafo único: Os Conselhos terão prazo de um
ano a partir da data da promulgação desta Lei para conferir os títulos referidos
no caput deste artigo.
Art. 8º Os portadores de diploma de nível médio em Acupuntura reconhecidos
por uma Secretaria Estadual de Educação emitidos até a data da
promulgação desta Lei receberão o título de “Acupunturista/Acupuntor”.
Art. 9º Os profissionais que estejam comprovadamente exercendo a prática
profissional da Acupuntura até a data da promulgação desta Lei receberão o
título de “Acupunturista/Acupuntor”, desde que requeiram seu registro no
órgão regional da administração pública responsável pela Vigilância Sanitária
e/ou órgão competente designado pelo Poder Executivo, no prazo de um ano.
Art. 10º Os alunos em formação em cursos livres, técnicos e especialização
“strictu sensu” ou “lactu sensu” terão seus direitos adquiridos preservados e
serão contemplados por essa lei observando o prazo de dois anos retroativos
à promulgação desta lei.
Art. 11 Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 12 Revogam-se as disposições em contrário (BRASIL, 2019).

20
6 ACUPUNTURA E OS MERIDIANOS ENERGÉTICOS

Fonte: pinterest.com

Os meridianos da acupuntura são reconhecidos pela Medicina Tradicional


Chinesa (MTC) como canais que conectam a superfície do corpo aos órgãos internos,
e esses canais têm a função de transportar energia por todo o corpo (GONÇALVES,
2009).
Segundo Gonçalves (2009) nos últimos anos, cerca de 17 teorias tentaram
compreender o sistema de pontos de acupuntura de uma perspectiva ocidental,
procurando principalmente por características histológicas distintas que podem
diferenciar os pontos de acupuntura dos tecidos circundantes; estruturas de
identificação, feixes neurovasculares, acessórios neuromusculares e terminações
nervosas sensoriais. A mesma perspectiva de estudo foi aceitada para estudar o
sistema de meridianos de acupuntura para identificar as mesmas estruturas no
caminho do canal de energia da medicina tradicional chinesa.

6.1 Mecanismos de meridianos na aplicação de agulhas ou pressão

No corpo humano, há diversos pontos que reagem à aplicação da acupuntura.


Ao se traçar linhas ligando esses pontos, obtém-se linhas longitudinais e horizontais
que possuem ligação direta com os órgãos (zang) e as vísceras (fu). Em alguns

21
meridianos nascem ramos que percorrem as cavidades do corpo e outros que estão
localizados mais superficialmente (SUTTER, 2020).

Sendo assim, nosso corpo é como um mapa constituído de canais que se


conectam e reagem aos estímulos internos e externos. Supõe-se que a
Teoria dos Meridianos foi descoberta pela observação dos estímulos dos
pontos de acupuntura e relato de sensação de calor e pequenos choques
percorrendo direções o corpo (WEN, 2017 apud SUTTER, 2020).

Existem meridianos diferentes descritos, conforme a função que


desempenham. Os mais importantes são os 12 meridianos principais, que reproduzem
os dois lados do corpo, e os dois meridianos extras, passando verticalmente pelo
centro do corpo e tendo como função regular o fluxo energético dos meridianos
principais. Cada meridiano possui muitos pontos, que são nomeados se gundo o início
de sua localização (SUTTER, 2020).
Os pontos de acupuntura descobertos até o momento não são considerados
únicos. Muitos pontos continuam sendo descobertos, contribuindo para os
tratamentos e evidências científicas dessa área. Os meridianos principais são: pulmão
(P), intestino grosso (IG), estômago (E), baço-pâncreas (BP), coração (C), intestino
delgado (ID), bexiga (B), rins (R), circulação sexo (CS), triplo aquecedor (TA), vesícula
biliar (VB) e fígado (F). Os meridianos extras são: vaso da concepção (VC) e vaso
governador (VG) (LIMA, 2018). A seguir, você conhecerá os tipos de acupuntura e
detalhes da prática clínica.

Acupuntura sistêmica

A acupuntura sistêmica emprega os fundamentos da MTC para traçar o


diagnóstico e o tratamento do paciente, estimulando pontos com agulhas nas
regiões do corpo. Cada pessoa é única e as queixas fazem parte de um
processo próprio de hábitos, estilo de vida e relação com o ambiente. O
tratamento de acupuntura é mais eficaz quando a combinação dos pontos é
elaborada para satisfazer as necessidades específicas de cada indivíduo
(ROSS, 2003 apud SUTTER, 2020).

Pacientes diferentes podem manifestar um mesmo sintoma, mas o tratamento


deve ser analisado de forma exclusiva para cada caso, considerando os aspectos
individuais levantados na anamnese. Dessa forma, os pontos a serem aplicados não
serão os mesmos. Os mecanismos de ação da acupuntura consistem em: alterar a
22
circulação sanguínea, promovendo o relaxamento muscular e diminuindo a inflamação
e a dor; „ promover a liberação de hormônios como o cortisol e endorfina, promovendo
a analgesia; „ auxiliar na imunidade, aumentando a resistência do hospedeiro e
equilibrando o organismo; regular e normalizar as funções orgânicas, além de
recuperar o metabolismo, importante no processo de cura. Antes de uma sessão de
acupuntura, é recomendável que o acupunturista realize um levantamento de dados
do paciente, contendo anamnese completa, inspeção, exame físico e diagnóstico de
língua e pulso, para poder traçar um plano adequado de tratamento com foco no
paciente de forma integral. No exame físico, o acupunturista deverá examinar as áreas
doloridas, nódulos subcutâneos e edemas, além de verificar a temperatura da pele,
descamações, alergias, etc (SUTTER, 2020).

A escolha dos pontos que serão utilizados na sessão de acupuntura deve


estar de acordo com a necessidade do paciente e com a avaliação realizada
pelas etapas do diagnóstico. É importante que o protocolo elaborado seja
reavaliado nas sessões posteriores para maior êxito no tratamento. A ação
de um ponto de acupuntura é definida pelo efeito que promove no local, ou
seja, mobilizar o qi (energia), expelir agentes patógenos, nutrir o sangue,
entre outros (MACIOCIA, 2019 apud SUTTER, 2020).

Logo após a inserção da agulha, é comum observarmos uma coloração


avermelhada ao redor dela. Essa reação faz parte da resposta do organismo, sendo
interpretada como um efeito positivo de ação naquele ponto com a chegada do qi. A
acupuntura, por ser um método de prática clínica complexa, requer conhecimento
aprofundado das bases da MTC. Pensando em simplificar o método por etapas,
alguns pesquisadores contemporâneos instituíram cinco princípios fundamentais para
melhorar o efeito curativo dessa prática segundo Sutter (2020):
 identificar o problema e analisar a natureza da doença;
 classificar o conjunto dos sintomas e síndromes;
 identificar os meridianos afetados; „ escolher os meridianos a serem tratados e
selecionar os pontos;
 selecionar os métodos de tratamento.
Cada etapa está relacionada aos conhecimentos prévios que o acupunturista
precisa possuir sobre as bases teóricas, incluindo as causas e a evolução das
doenças segundo a MTC, o estudo dos meridianos e seus respectivos pontos, a
fisiologia energética, conhecimento dos zang fu e diagnóstico. As agulhas de
23
acupuntura são estéreis e devem ser descartadas na caixa coletora para material
perfuro-cortante. As embalagens podem acondicionar uma, cinco ou 10 unidades.
Assim, quando o método de tratamento requer poucas agulhas, uma embalagem com
menos unidades torna-se mais econômica. Cada pacote geralmente acompanha um
mandril de guia para a aplicação (SUTTER, 2020).
O tamanho das agulhas varia bastante, mas as mais utilizadas são as de calibre
0,18 × 0,8 mm para auriculoterapia e/ou locais mais sensíveis à dor, como mãos e
dedos, por serem menores e mais finas. As agulhas de calibre 0,25 × 30 mm são de
tamanho médio, indicadas para o corpo. Já as agulhas de tamanho 25 × 40 mm são
mais longas e recomendadas para regiões que exigem aprofundamento, como a
região glútea. Porém, há agulhas diversificadas à disposição do profissional, cabendo
a ele identificar na sua prática clínica qual se adequa melhor ao tratamento almejado.
Durante a sessão, é importante atentar à indicação da direção da agulha, para então
direcionar o ângulo nos pontos específicos. Saber o objetivo que se pretende atingir
na terapia é essencial para o tratamento ter sucesso. Os ângulos mais utilizados são
(WEN, 2017):
 perpendicular — ângulo de 90° com a superfície cutânea;
 oblíqua — ângulo de 30° a 60° com a superfície cutânea;
 horizontal — ângulo de 10° a 20° com a superfície cutânea.
Além do direcionamento da agulha, é importante analisar a profundidade de
inserção, pois existem fatores que implicam nessa decisão. Deve-se constatar a
constituição física do paciente, pois quando estão obesos as agulhas podem ser mais
aprofundadas. Já naqueles de constituição magra, a inserção deve ser mais
superficial, assim como em idosos e crianças. Doenças por deficiência energética
requerem menor estímulo (WEN, 2017).
Nesses casos, as técnicas de manipulação também devem ser adaptadas para
essas necessidades. Um cuidado que se deve ter na inserção das agulhas é com o
risco de pneumotórax. O pneumotórax é um colapso pulmonar, sendo ocasionado
nesses casos pela perfuração do pulmão pela agulha de acupuntura. O paciente sente
falta de ar e pode vir a óbito se não diagnosticado brevemente e encaminhado ao
hospital. Outro risco são as varizes, já que são contraindicadas as inserções de

24
agulhas na região afetada. Como visto, é essencial ter conhecimentos e habilidades
técnicas para a prática da acupuntura sistêmica (SUTTER, 2020).

6.2 Meridianos e os órgãos

Como cada órgão pertence a um elemento, abaixo segue algumas atividades


específicas de cada um deles.
Fígado: tem a função de desidratar e regular a energia do nosso organismo, e
como a natureza da madeira é o desenvolvimento, o fígado é, portanto, uma parte da
madeira;
Coração: apresenta a função de aquecer, por isso o coração pertence ao fogo;
Baço: possui a função de alterar, e como a natureza da terra é de produzir e
de alterar todas as coisas, o baço, portanto cabe à terra;
Pulmão: tem a função de depurar, e a natureza do metal é exatamente a
pureza. Por isso, o pulmão pertence ao metal;
Rins: sua função é controlar a água e, como a natureza da água é umedecer,
os rins pertencem à água.
Portanto, como se vê, os órgãos e suas respectivas funções interagem com o
meio. Os meridianos são, portanto, um sistema de canais pelos quais a energia vital
circula e regula as funções dos órgãos, que são classificados em dois segmentos:
Zang: Os cinco órgãos yin, também chamados de Zang, são responsáveis pela
reserva, circulação de energia e fluídos corpóreos. Eles também são apontados como
órgãos cheios. Exemplos dos Zang são: fígado, coração, baço, pulmão e rins. Existe
também uma sexta função, chamada circulação da sexualidade, que se refere
especificamente ao pericárdio.
Fu: Os seis órgãos yin, também chamados de Fu, são vísceras ou órgãos ocos,
cujas funções são semelhantes às descritas pela medicina ocidental na modificação
de substâncias e na eliminação de toxinas e produtos de decomposição: são eles:
intestino delgado, intestino grosso, vesícula biliar, bexiga, estômago, bexiga e uma
função chamada triplo aquecedor, responsável pelas funções respiratória, digestiva,
geniturinária e metabólica (YAMAMURA, 2015).

25
6.3 Meridianos e os horários

No indivíduo, cada órgão tem um horário específico para que atinja seu
potencial máximo. Isso porque a energia vital circula pelo corpo com maior ou menor
intensidade ao longo do dia, dependendo muito do horário. Não é à toa que o
acupunturista, na hora da sessão, também questiona o paciente sobre seus horários
e pergunta como é sua rotina. Essas informações são muito preciosas para perceber
melhor qual é o problema e como o tratamento pode ser realizado, sempre da forma
mais apropriada para o paciente em questão (YAMAMURA, 2015).
Circulação energética nos principais meridianos:

Das 23:00 à 01:00 – Horário da vesícula biliar


É muito importante dormir nesta faixa de horário para não sobrecarregar a
vesícula e o fígado. Trata-se de um período do dia muito importante para regeneração.
Da 01:00 às 03:00 – Horário do fígado
Sempre tente descansar nessa hora porque, conforme você relaxa, seu fígado
trabalha muito para desintoxicar seu corpo.
Das 3:00 às 05:00 – Horário do pulmão
É o momento em que a energia é distribuída por todo o corpo e mais sangue e
oxigênio também chegam aos órgãos.
Das 5:00 às 07:00 – Horário do intestino grosso
É uma boa hora para expelir o desperdício do corpo. Bom horário também para
beber a famosa água morna e fazer muitos exercícios.
Das 7:00 às 09:00 – Horário do estômago
Logo pela manhã, ótimo horário para tomar um café nutritivo.
Das 9:00 às 11:00 – Horário do baço
Período de atividade ao máximo. O corpo está em sua energia total.
Das 11:00 às 13:00 – Horário do coração
Neste horário do dia, relaxe e evite o estresse. Não é aconselhável fazer
exercícios.
Das 13:00 às 15:00 – Horário do intestino delgado
Aqui, o corpo assimila o alimento do almoço, então também é bom evitar
estresse e exercícios muito intensos.
26
Das 15:00 às 17:00 – Horário da bexiga
Bom horário para tomar decisões importantes.
Das 17:00 às 19:00 – Horário dos rins
Período de restauração das energias física e mental.
Das 19:00 às 21:00 – Horário do pericárdio
Ótimo horário para meditação, leitura e atividades sexuais.
Das 21:00 às 23:00 – Horário do triplo aquecedor
Meridiano relacionado a muitos órgãos e funções, neste horário ele está em
sua função máxima, atuando para proteger o corpo. É um bom horário para relaxar e
dormir também (YAMAMURA, 2015).

7 ACUPUNTURA SISTÊMICA

Fonte: acuvida.com

A acupuntura é a mais popular entre as várias técnicas utilizadas na medicina


tradicional chinesa. De modo geral, o termo "acupuntura" se refere à acupuntura
sistêmica, a mobilização de energias por todo o corpo que instiga os meridianos de
energia em seus ramos superficiais. As agulhas são inseridas em pontos espalhados
pelo corpo (acupontos), que podem estar sobre os meridianos ou fora deles. Os
pontos que não pertencem a meridianos são conhecidos como “pontos ashi” e “pontos
extras” (LUZ, SOUZA, 2009).

27
Segundo Luz e Souza (2009) a escolha dos acupontos a serem trabalhados é
delineada ao ser traçado o protocolo de tratamento, após o paciente ser avaliado e
diagnosticado de acordo com a medicina oriental. A combinação de pontos foi
desenvolvida com o objetivo de restaurar o equilíbrio do paciente, existem diversos
pontos de acupuntura na superfície da pele e suas funções podem ser
complementares, antagônicas ou não diretamente relacionadas. Ao escolher os
pontos de acupuntura para realizar um tratamento, o médico deve prestar atenção aos
princípios da combinação, pois a mobilização de energia do paciente deve ser
cuidadosamente modelada.
A seleção de pontos também é caracterizada pelo seu equilíbrio, procurando
assim reequilibrar o indivíduo. É importante observar o fluxo da energia qi através dos
meridianos para que, por meio da interferência das agulhas, ela possa fluir
adequadamente para reverter ou desacelerar a patologia e seus sintomas. (LUZ,
SOUZA, 2009).

7.1 Princípios de equilíbrio que regulam a combinação de pontos

Pontos distais e locais: A técnica de punção pode ser utilizada próximo à área
especificamente afetada e citada na anamnese, são chamados de "pontos locais".
Também há a possibilidade de agir sobre “pontos distais”, aqueles que contribuem
para a busca do reequilíbrio, porém estão localizados longe do local afetado
(MACIOCIA, 2014);
De acordo com Maciocia (2014) partes superior e inferior do corpo: A
acupuntura sistêmica dispõe de uma infinidade de pontos, localizados nas regiões alta
ou baixa, nos dois lados do corpo, ventre e dorso. Na hora de criar um tratamento, os
pontos selecionados devem considerar essas regiões de forma homogênea, sem
sobrecarregá-las ou esquecê-las.
Direita e esquerda: os principais meridianos de energia ocorrem em ambos os
lados do lado direito e esquerdo do indivíduo. Essa lateralidade deve ser levada em
consideração na seleção dos pontos para compor um tratamento. O uso dos pontos
de ambos os lados é especialmente comum quando o terapeuta deseja provocar
efeitos mais intensos, como os pontos de punção P5 à direita e P5 à esquerda (P5

28
dos dois lados, localizado no cotovelo) para evitar excessos tosse e aperto no peito.
Desta forma, equilibra-se direita e esquerda, sem sobrecarregar nenhum dos lados.
Outra forma de manter essa harmonia, do ponto de vista da lateralidade, é utilizar dois
pontos diferentes, aplicados um de cada lado, como o IG11 direito (localizado próximo
ao cotovelo) e o TA5 esquerdo (localizado próximo à prega dorsal. Punho) a fim de
dissipar o calor (MACIOCIA, 2014).
Frente e costas: Da mesma forma, o uso excessivo de pontos na frente ou nas
costas do paciente deve ser evitado. O equilíbrio é sempre bem-vindo (MACIOCIA,
2014).
Yin e Yang: A teoria do Yin e Yang, de forma sucinta, corresponde à condição
primordial e essencial para a origem de todos os fenômenos naturais como, por
exemplo, o princípio da energia e da matéria. Na acupuntura, a teoria do yinyang é
aplicada como princípio fundamental de oposição e complementaridade, auxiliando
na percepção e compreensão das diversas contradições na relação entre o homem e
o universo, na anatomia e fisiologia do seu corpo, bem como na o diagnóstico e
tratamento, prevenção e restauração da saúde (PEREIRA, 2013).

8 YIN E YANG

Fonte: espacobabui.com.br

Para todos os efeitos, existe essencialmente uma dualidade, que representa a


condição total do homem em relação ao universo e vice-versa. Conceitualmente o Yin
e Yang representam a ideia de que o mundo é um todo e que esse todo é o resultado
29
da união contraditória de seus dois princípios, o Yin e o Yang. O Yin somente pode
existir na presença do Yang, e vice-versa; esta dualidade determina a origem de tudo
na natureza, incluindo a vida (PEREIRA, 2013).
De acordo com Pereira (2013) o yang representa todos os aspectos que se
caracterizam por atividade, como calor, movimento, claridade, expansão, força,
polaridade positiva, posição alto. Também são yang o sol, o céu e o homem. O yin
representa o oposto do yang, ou seja, pelos aspectos que se caracterizam pelo grau
de atividade menor, como o frio, o repouso, a escuridão, retração, implosão,
polaridade negativa, posição baixa. Também são yin a lua, a terra e a mulher.
Só é possível entender a concepção yin-yang no conjunto, pois não há como
se conceber um dos aspectos observados isoladamente, afinal, somente se pode
compreender o que é calor quando há um referencial para frio. Transpondo esta
concepção à luz do modelo dominante, o arquétipo yin-yang poderia ser claramente
compreendido ao se estudar a teoria da relatividade de Einstein, na equação E=m.c²
(PEREIRA, 2013).
De acordo com Pereira (2013) a correlação entre energia (yang) e massa (yin)
é um pré-requisito para harmonizar os processos naturais do universo, uma premissa
na qual a teoria da energia MTC se baseia. O processo de doença, recuperação,
prevenção e manutenção da saúde pode então ser visto à luz da teoria Yinyang e, por
meio do desenvolvimento da acupuntura, é feita uma tentativa de harmonizar as
relações de dualidade existentes entre eles, a fim de equilibrar sua relação e produzir
efeitos satisfatórios.
Figurativamente, a fim de explicar esta relação adotaremos por base um
exemplo de desarmonia exposto na literatura como Deficiência de Yin do estômago
(Wei Yin). Este padrão de desarmonia é expresso fundamentalmente pela ocorrência
de constipação intestinal associada à perda de apetite, ressecamento da boca, lábios
e língua. Diante desse padrão de desarmonia, a proposta terapêutica de intervenção
com acupuntura deve ter como objetivo básico nutrir o Yin por meio de métodos de
tonificação sem a aplicação de calor para harmonizar o Yang, para reduzi-lo a fim de
equilibrar a relação Yinyang. Harmonizado / equilibrado, a constipação diminui, o
apetite se recupera e as manifestações nos lábios e boca, bem como na língua e
pulso, normalizam (PEREIRA, 2013).

30
8.1 A teoria dos cinco elementos ou cinco movimentos

Fonte: folhape.com.br

A teoria dos cinco elementos é um sistema filosófico oriental aplicável não


apenas ao TCM / AP, mas a todas as coisas do universo. Em TCM / AP esta teoria se
relaciona com o sistema Zang Fú e a teoria Yinyang (PEREIRA, 2013).
Segundo Pereira (2013) os cinco elementos Água, Madeira, Fogo, Terra, metal
podem ser entendidos como fases ou movimentos das energias Yin e Yang. Essas
fases estão interligadas e formam um ciclo dinâmico que produz energia vital. O
movimento da água representa fenômenos naturais caracterizados por encolhimento,
profundidade, frio, declínio, queda e excreção. É inerentemente yin; estabelece uma
relação com o sistema Zang Fu por meio do rim e da bexiga. É o ponto inicial e final
da transmutação do movimento.
O movimento madeira representa os aspectos de crescimento, movimento,
florescimento, síntese. É de natureza yang; estabelece relação com o sistema zang fu
pelo fígado e vesícula biliar. O movimento fogo representa todos os movimentos
naturais que se caracterizam por ascensão, desenvolvimento, expansão e atividade.
É de natureza yang; estabelece relação com o sistema zang fu pelo coração e intestino
delgado (PEREIRA, 2013).
Ainda segundo Pereira (2013) o movimento terra representa os movimentos
naturais que se traduzem por transformações e mudanças. É de natureza yin;
estabelece relação com o sistema zang fu pelo baço-pâncreas e estômago. O
movimento metal representa os movimentos naturais que se traduzem por purificação,

31
seleção, análise e limpeza. É de natureza Yin estabelece relação com o sistema Zang
Fu pelo Pulmão e Intestino grosso.

9 AURICULOTERAPIA- AT

Fonte: institutounidade.com.br

A auriculoterapia, acupuntura auricular e acupressão auricular são sinônimos


de uma terapia praticada há séculos, via estimulação do pavilhão auditivo externo para
o alívio de situações patológicas no corpo. AT tem duas linhas básicas de argumento
que explicam seus princípios, a Escola Francesa (Paul Nogier) e a Escola Chinesa
(Medicina Tradicional Chinesa MTC) (ARTIOLI, 2019).
De acordo com Artioli (2019), em 1957, na França, a AT foi impulsionada pela
cartografia proposta por Paul Nogier, esquematizando um feto invertido na orelha,
como um mapa somatotrópico representando partes reflexas de estimulação ao corpo.
Presumindo que os sintomas e doenças se projetam para regiões específicas da
orelha, por se tratar de uma das poucas estruturas anatômicas formadas por
endoderme, mesoderme e ectoderme (três camadas germinativas), que podem
representar hipoteticamente todas as partes do corpo.
Isso desencadeou o estudo de suas bases neurofisiológicas de ação e seu
reconhecimento pela OMS em 1987, que a identifica como um microssistema da
acupuntura capaz de intervir no corpo como um todo. A padronização de uma

32
nomenclatura internacional ocorreu em 1990, com a atualização dessas informações
ocorrendo até os dias de hoje e mesclando os dois princípios (francês e chinês). Além da
ótica de Paul Nogier, há mais de 2000 anos a AT é datada na cultura asiática e
explicada pela regulação da “Energia vital” (Qi), que circula pelos meridianos e canais
colaterais. Quando há desequilíbrio do Qi de uma pessoa, ela torna-se vulnerável à
doença e a AT seria capaz de harmonizar tal fluxo minimizando sintomas (conceito da
MTC) (ARTIOLI, 2019).
O tratamento com AT conforme Artioli (2019) poderá ser isolado ou em
associação a outra intervenção (por exemplo: cinesioterapia), temporária, objetivando
alta ou encaminhamento a grupos de exercícios A dor em suas várias formas é um
motivo comum para consultas com médicos e outros profissionais de saúde (por
exemplo), o que simula um dos maiores desafios da saúde pública.

Afeta a funcionalidade, a qualidade de vida, a produtividade, gera prejuízo


econômico (pessoal, familiar, empresa e governo), além do uso
indiscriminado de fármacos e com isso, seus possíveis efeitos adversos.
Portanto, as terapias complementares fazem parte da lista de opções de
controle da dor devido ao seu menor risco, menor custo e abordagem menos
invasiva do que a abordagem usual (MERCANTE, 2018 apud ARTIOLI,
2019).

Os conceitos descritos servem de ponto de partida aos estudos em AT. Porém,


ao se focar em atendimentos voltados a quadros dolorosos, a análise de sua relação
com a modulação da dor deverá ser compreendida. Neurofisiologicamente, os
estímulos nas terminações nervosas da orelha são transmitidos através dos nervos
espinhais e cranianos (sistema nervoso periférico, SNP) para o sistema nervoso
central (SNC), que libera neurotransmissores que regulam os mecanismos de controle
da dor do próprio corpo. Quando ativada, a via neural descendente libera opioides
endógenos (endorfinas) no corno posterior da medula espinhal (CPME), dificultando
a propagação e percepção do estímulo doloroso pelo SNC (vias inibitórias descentes
da dor, mecanismo extrassegmentar ou supraespinhal). Outro mecanismo de
modulação nociceptiva é a chamada teoria da eclusa (mecanismo segmentar ou
espinhal), que neutraliza os estímulos prejudiciais das fibras fracamente mielinizadas
(Aδ) ou amielinizadas (C), transmitindo estímulos não dolorosos através de fibras
aferentes mielinizadas (Aβ) para contrabalançar a sensação dolorosa CPME
(ARTIOLI, 2019).

33
Ambas as vias são as mais atribuídas à AT visando justificar seus efeitos em
condições álgicas. O controle da inflamação estaria ligado a pontos na região
anatômica da concha cava (por exemplo: pulmão 1 e 2), que estimula o nervo
vago, liberando acetilcolina, um neurotransmissor que inibe a liberação do
fator de necrose tumoral alfa (TNF-α, citocina pró-inflamatória) pelos
macrófagos, e com isso, minimiza a inflamação (reflexo colinérgico)
(DAMIEN, 2018 apud ARTIOLI, 2019).

Os pontos TA podem ser estimulados de diferentes maneiras, por exemplo, por


sementes (mostarda ou colza), agulhas de acupuntura (facial ou sistêmica), pastilhas
magnéticas, agulhas semipermanentes, eletrofototerapia (estimulação elétrica
nervosa transcutânea ou laser TENS) e pelos próprios dedos, as sementes são de
baixo custo e têm a vantagem de que os pacientes realizam autoestimulação dos
pontos e por isso têm sido mais utilizadas (DAMIEN, 2018).
Segundo Damien (2018) as sementes devem ser estimuladas por um minuto,
três a quatro vezes ao dia, ou até que o local amoleça, com trocas semanais com base
na reavaliação do caso. No entanto, há descrição de permanecer com a mesma
aplicação por até um mês e o tempo de tratamento total varia de 2-10 semanas. Uma
revisão sistemática com metanálise concluiu que a AT pode ser eficaz para o alívio de
dores agudas e crônicas, com redução de sua intensidade já nas primeiras 48h de
início do tratamento, além de ser um recurso seguro
Outro estudo descreveu o tempo de remissão da dor variando de imediato até
6 meses. Apesar de haver revisões sistemáticas abordando a AT e dor, elas não
propuseram um banco unificado de pontos de possível escolha, suas possíveis
combinações ou descreveram a localização de tais pontos, tornando-se então, o
objetivo deste estudo. Além de nomear os pontos mais importantes para os casos
dolorosos, o objetivo também foi identificar sua localização para facilitar a prática
clínica (DAMIEN, 2018).

9.1 Estimulação dos pontos

Os pontos AT podem ser estimulados de várias maneiras, por ex. B. por


sementes (mostarda ou colza), agulhas de acupuntura (facial ou sistêmica), contas
magnéticas, agulhas semipermanentes, eletrofototerapia (laser ou estimulação
elétrica nervosa transcutânea por TENS) e pelos próprios dedos. As sementes são

34
baratas e têm a vantagem que os pacientes autoestimularam os pontos e por esta
razão eles foram usados na maioria das vezes (ARTIOLI, 2019).
Artioli (2019) afirma que as sementes devem ser estimuladas por um minuto
três a quatro vezes ao dia ou até que a área amoleça, com trocas semanais conforme
o caso. No entanto, há descrição de permanecer com a mesma aplicação por até um
mês e o tempo de tratamento total varia de 2-10 semanas.
Uma revisão sistemática com metanálise concluiu que a AT pode ser eficaz
para o alívio de dores agudas e crônicas, com redução de sua intensidade já nas
primeiras 48h de início do tratamento, além de ser um recurso seguro. Outro estudo
descreveu o tempo de remissão da dor variando de imediato até 6 meses (ARTIOLI,
2019).

9.2 Materiais utilizados

• Agulhas filiformes: agulhas com formato de antena com cabos de aço ou


cobre distinguidos que proporcionam efeito intenso, mas não prolongado, nas pontas
das orelhas.
• Agulhas semipermanentes: agulhas com formato de tachinhas que ficam na
orelha por tempo variável, em média 5 dias. Têm ação menos intensa que as
anteriores, porém contínua. Não são reaproveitáveis. Possuem diversos tamanhos; o
uso vai depender da ação desejada, tonificação, sedação ou harmonização.
Tonificação 1,5mm. 29 Harmonização 1,8mm. Sedação 2,0mm. Existe ainda de
tamanhos menores ou maiores, mas geralmente: as maiores de 1,8mm sedam e as
menores tonificam.
• Agulhas Akabani: são agulhas descartáveis com 5,0mm de comprimento e
são implantadas horizontalmente na orelha a fim de estimular vários pontos com uma
só agulha. Permanecem no pavilhão auricular pelo mesmo período, as
semipermanentes.
• Sementes de mostarda: são utilizadas no lugar das agulhas
semipermanentes, permanecendo nas orelhas pelo mesmo tempo que as anteriores.
• Cristais de quartzo: utilizados no tratamento de dores crônicas. Precisam de
estímulo manual.

35
• Esferas de aço: permanecem na orelha, podem ou não ser reutilizadas, sua
função é a harmonização do ponto auricular.
• Esferas de prata: ficam na orelha, podem ou não ser reutilizadas, com a
função de anestesiar o ponto auricular.
• Esferas de ouro: permanecem na orelha, podem ou não ser utilizadas, sua
função é tonificar o ponto auricular.
Observação: todas as esferas aqui citadas precisam de estímulo manual para
que se produza efeito terapêutico.
• Fita micropore: para fixação das agulhas semipermanentes, sementes ou
esferas. Material com boa aderência, resistente a água e permite boa ventilação no
local.
• Placa de acrílico: quando as sementes ou as agulhas não vêm combinadas
de micropore, ela pode ser utilizada, pois admite de uma maneira mais prática o corte
do esparadrapo assim como a fixação das esferas ou sementes de mostarda
(GOMES, 2016).

10 HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA ELETROTERAPIA

Fonte: interfisio.com.br

A eletroacupuntura baseia-se nos fundamentos da acupuntura. A técnica usa


dispositivos de estimulação elétrica que são conectados a agulhas ou eletrodos e

36
transmitem estímulos elétricos a partes específicas do corpo. O principal objetivo é
potencializar o efeito analgésico e terapêutico. A prática da eletroacupuntura aumenta
a liberação de neurotransmissores para o alívio da dor e, quando efetivada por um
acupunturista tradicional que trabalha com o fluxo da energia qi por todo o corpo, é
uma integração dos princípios holísticos da energia com a ciência ocidental
contemporânea (SILVÉRIO-LOPES, 2013).
De acordo com Silvério- Lopes (2013) a eletroacupuntura e a acupuntura são
semelhantes na estimulação dos pontos. Contudo, as técnicas são desiguais na forma
em que esses pontos são ativados. Além de usar correntes elétricas para estimular
pontos no corpo, a eletroacupuntura usa apenas os pontos principais e, se necessário,
usa dois pontos para conectar os eletrodos positivo e negativo. A prática é baseada
em conceitos anteriores utilizados no campo da reabilitação física por meio da
estimulação elétrica.

“Seu efeito está relacionado à aceleração dos processos de troca iônica em


nível celular, influenciada pela amplitude da onda e pela duração do pulso
elétrico, essa é a base da eletroterapia” (SILVÉRIO-LOPES, 2013).

10.1 História da eletroacupuntura

A eletroacupuntura foi utilizada pela primeira vez na Franca em 1970, por Roger
de La Fuy, com objetivos analgésicos. Muito antes, porém, o uso de correntes
elétricas para fins terapêuticos já se fazia usual, em especial, na área de reabilitação
física. Os efeitos e aplicabilidade clínica da corrente elétrica variam dependendo da
escolha da forma de onda, intensidade, duração e direção do fluxo da corrente no tipo
de tecido ao qual ela é aplicada
Segundo Silvério – Lopes (2013) os efeitos terapêuticos estão fortemente
conexos à aceleração dos processos de troca iônica e despolarização no nível do
potencial da membrana celular nos tecidos, igualmente no axônio das fibras nervosas.
Esses processos, por sua vez, são influenciados pela amplitude da onda e pela
duração do pulso a base da especificidade da eletroterapia.

37
11 ELETROTERAPIA X ACUPUNTURA

Fonte: hong.com.br

A eletroacupuntura é muito semelhante à acupuntura tradicional, em que os


mesmos pontos são estimulados durante o tratamento. Como na acupuntura
tradicional, as agulhas são inseridas em pontos específicos ao longo do corpo, as
agulhas são inseridas em um dispositivo que gera impulsos elétricos contínuos por
meio de pequenos clipes (COMACHIO, 2016).
De acordo com Comachio (2016) estes dispositivos são usados para ajustar a
frequência e a intensidade do impulso sendo entregue, dependendo da condição a ser
tratada. A eletroacupuntura usa duas agulhas ao mesmo tempo para que os impulsos
possam ser transmitidos de uma agulha para a outra. Diversos pares de agulhas
podem ser estimulados ao mesmo tempo, geralmente entre 30 minutos e uma hora.

11.1 Mecanismos responsáveis pela analgesia

Os mecanismos responsáveis para analgesia induzida pela eletroacupuntura


são aplicados pelas hipóteses que os efeitos terapêuticos associados à aceleração de
processos de trocas iônicas, despolarização facilitando a liberação d e certos
neurotransmissores no sistema nervoso simpático e parassimpático. Essa motivação
de certos neurotransmissores após a eletroacupuntura desencadeia respostas
psicofísicas profundas, incluindo analgesia, regulação da função visceral e modulação
da dor (COMACHIO, 2016).

38
11.2 Efeitos

Os efeitos da aplicabilidade da corrente elétrica por meio da eletroacupuntura


variam conforme a escolha do ponto estimulado (pontos de acupuntura), forma de
onda, intensidade e frequência (Hz) utilizada. Alguns autores afirmam que a
eletroacupuntura melhora e acelera o processo analgésico local em comparação com
a acupuntura manual pura (COMACHIO, 2016).

11.3 Vantagens

Uma vantagem da eletroacupuntura é que um praticante não tem que ser tão
preciso com a inserção de agulhas. Isso ocorre porque a corrente entregada através
da agulha estimula uma área maior do que a agulha em si (COMACHIO, 2016).
Ainda em consonância com Comachio (2016) outro benefício é que a
eletroacupuntura pode ser usada sem agulhas; uma técnica semelhante chamada
estimulação nervosa elétrica transcutânea, ou dezenas, usa eletrodos que são
gravados na superfície da pele em vez de inseridos. A vantagem desse procedimento
é que ele pode ser usado por pessoas que têm medo de agulhas ou apresentam uma
condição que proíbe a inserção da agulha. Uma das principais vantagens do uso da
eletroacupuntura na prática clínica ou durante a pesquisa científica é a capacidade de
definir a frequência e a intensidade da estimulação elétrica, que pode aumentar a
analgesia e prolongar seu efeito pelo aumento da estimulação elétrica no ponto de
acupuntura.

11.4 Aplicabilidade

Fonte: hong.com.br
39
 Dores musculoesqueléticas irradiadas

Em muitos casos, a eletroacupuntura pode ser uma técnica muito adequada,


além dos efeitos energéticos dos pontos de acupuntura, liberações neuroquímicas, a
estimulação elétrica é realizada nas agulhas, que conduzem esse estímulo e
percorrem o corpo por onde irradia a dor. Os íons migram do polo negativo para o
positivo do eletrodo, que no caso Eletroacupuntura será a agulha. É recomendado,
portanto que seja adequada a escolha dos pontos e acupuntura, e combinação dos
cabos do estimulador (polo negativo e positivo) (COMACHIO, 2016).
 Dores musculoesqueléticas localizadas
As dores que atingem o aparelho locomotor do tipo localizadas, habitualmente
estão associadas a processos oriundos de artroses, osteofitose, inflamações crônicas
tais como bursites e tendinites. Bem como estas dores forem adjuntas à invasão de
frio/vento e/ou umidade, recomenda-se moxabustão como uma opção mais
adequada. No entanto, se a dor localizada for de caráter mais agudo e / ou intenso, o
uso de eletroacupuntura é recomendado (COMACHIO, 2016).
Há algumas sugestões de composições, que em sua essência obedecem a
algumas regras segundo Comachio (2016):
•• Aplique a estimulação eletroacupuntura aos eletrodos de forma que fiquem
próximos à área dolorida, em paralelo ou fechando um campo de migração de elétrons
sobre a região dolorida.
•• Para dores localizadas com um diâmetro superior a aproximadamente 4
cm, pode ser aplicada a técnica conhecida na China com a denominação de “cercar
o dragão”. Isto significa cercar com agulhas o local da dor. Há, contudo, algumas
regras que melhoram a eficácia da eletroacupuntura.
• Para dores com características yang (hiperemia e/ou calor no local, dor
aguda) o polo negativo deve ser fixado nas agulhas colocadas na área interna da dor,
e o polo positivo rodeando o local da dor. Desta forma os elétrons migram do polo
negativo (dentro da região da dor) para o polo positivo (fora da região da dor),
provocando além de liberação dos opioides analgésicos, um efeito de dispersão.
• Para dores com características yin (palidez e / ou frieza na área, dor difusa,
profunda e / ou crônica), o pólo positivo deve ser conectado às agulhas colocadas na

40
área interna da dor e o pólo negativo. Envolva a parte externa do local da dor. Desta
forma, os elétrons migram do pólo negativo (fora da região da dor) para o pólo positivo
(dentro da região da dor), resultando em aumento do fluxo sanguíneo e do fluxo
bioelétrico no ponto da dor.
• Dores de pós-operatório: Alguns trabalhos têm sido relatados ao longo da
história da eletroacupuntura. Originalmente, os dispositivos de eletroacupuntura
foram desenvolvidos para permitir a estimulação contínua de agulhas durante as
operações na China, que até então eram manipuladas em um sistema de rotação
rápida pelo acupunturista durante as intervenções cirúrgicas. O uso da acupuntura
como recurso principal nas analgesias profundas, também conhecida erroneamente
como “anestesia por acupuntura”, tem caído em desuso, por razões culturais que se
modificaram ao longo do tempo. Países como Ceilão e Cuba ainda realizam
intervenções cirúrgicas sem ou com mínima anestesia, auxiliadas com analgesia
profunda por eletroacupuntura (COMACHIO, 2016).
Não é intenção descrever aqui estas técnicas, pela sua baixa aplicabilidade em
nosso país, mas, sim, a utilização de procedimentos analgésicos que cercam o pós-
operatório. Precisa lembrar, que por mais simples que seja a cirurgia, ela pode
traumatizar o paciente, ajuizando em algum momento no seu corpo. Os principais
sintomas são edema, hematomas, desconforto, calor local, dor local ou geral, perda
de movimento e desordem, perda muscular e redução das atividades da vida diária.
Esse processo pós-cirúrgico para a reabilitação total leva muito tempo, passando
naturalmente por dores, fibrose, perda de sono, problemas alimentares, aumento da
ansiedade e diminuição da vitalidade. Neste contexto, a acupuntura e a
eletroacupuntura agregam valores energéticos que são amplamente estudados pela
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), buscando o equilíbrio e dando ao paciente,
condições orgânicas de autoregulação (homeostase orgânica e energética. As
principais áreas de aplicação da eletroacupuntura no pós-operatório são: ortopedia e
traumatologia, odontologia, oncologia, cirurgia plástica e reconstrutiva. Algumas das
vantagens são segundo Comachio (2016):
 redução do processo inflamatório (diminuição de edema, da equimose,
fibroses),
 melhora da dor,

41
 ganho de mobilidade precoce,
 melhor cicatrização,
 melhora do retorno venoso,
 reequilíbrio emocional, ansiedade e sono.

• Dores oncológicas: Acredita-se, por experiência clínica, que no grupo das


dores mais “agressivas” e persistentes ao tratamento, estão as originárias de
compressão de raízes nervosas, nevralgias do trigêmeo e as oncológicas. A
eletroacupuntura ´e um recurso então recomendável.

O uso da acupuntura no paciente oncológico tem como principais benefícios:


alivio de dor, melhoras dos sintomas desagradáveis decorrentes da quimio e
radioterapia, bem como na imunomodulação (WANG & BAO, 2013 apud
COMACHIO, 2016).

Contudo não há uma fórmula especifica para abordagem das dores


oncológicas. As agulhas não devem ser colocadas diretamente ou muito próximas a
tumores localizados ou lesões abertas. O uso de eletroacupuntura ponto zusanli
bilateral (E36) é recomendado, principalmente por suas qualidades imunológicas e
analgésicas de primeira escolha.
Neste caso pode ser composto uma combinação do tipo: E36 (perna direita) +
E36 (perna esquerda) na mesma saída, com modulação do estímulo bifásica,
frequências altas, morfologia de onda em pacote ou Burst, por 20 min (COMACHIO,
2016).

11.5 Contraindicações da eletroacupuntura

As contra-indicações ao uso da eletroacupuntura referem-se à passagem da


corrente elétrica pelo corpo, outras à falta de sensibilidade do paciente à resposta ao
ajuste da intensidade do estímulo segundo Comachio (2016):
 portadores de marcapasso;
 gestantes;
 portadores de próteses metálicas (no segmento do corpo a ser
estimulado);

42
 diabéticos (com perda de sensibilidade periférica);
 patologias com perda de sensibilidade periférica;
 pacientes com dificuldades cognitivas e/ou perda de consciência;
 que não conseguem entender/responder aos comandos verbais do
acupunturista;
 portadores de epilepsia em atividade (que fazem uso de medicação para
convulsão).

12 EXECUÇÃO DA TÉCNICA DE ELETROACUPUNTURA- CUIDADOS

Fonte: hong.com.br

Não cruze os cabos ("fios de crocodilo") que estão sendo estimulados na


mesma tomada, por exemplo, na linha média do corpo; IG4 na mão direita (pólo
negativo) e IG4 na mão esquerda (pólo positivo) na mesma saída do estimulador
elétrico. Dos pólos negativo e positivo que passam por cima do coração e causam
descompensação cardíaca e neurovegetativa severa. No exemplo acima, IG4 pode
ser usado no lado direito (pólo negativo) e fechado com outro ponto, como IG10, no
mesmo lado do pólo positivo. Essa composição também seria feita à esquerda se
necessário (SILVÉRIO-LOPES, 2013).
De acordo com Silvério – Lopes (2013) a modulação atual para uso em
analgesia possui um tempo de estímulo seguido de um tempo de descanso. O
43
comando para ajustar a intensidade do eletroestimulador de acupuntura deve ser
ativado (aumentar a intensidade) quando a onda estiver no momento do estímulo,
quando o paciente conseguir ver o quanto pode tolerar. A garra de fixação do cabo do
eletroestimulador (“jacaré”) deve estar presa no cabo da agulha, que é eletrodo. É
inadequado fixar o “jacaré” no corpo da agulha, pois isto diminui a superfície de
contato entre o condutor do estímulo (“jacaré”) e o eletrodo (agulha).
Fixar bem as agulhas a serem estimuladas. Alguns locais do corpo, como por
exemplo extremidades da mão, pés, região frontal e parietal na face, não são
adequadas para receber estímulos elétricos, pois o peso os cabos (“jacaré”) podem
tracionar/arrancar as agulhas provocando hematomas. Portanto, é importante
acomodar adequadamente os cabos do eletroestimulador, não deixando-os
pendurados. O uso de presilhas, grampo de roupa, ou fita adesiva podem ajudar a
prender e acomodar um melhor os fios (SILVÉRIO-LOPES, 2013).
Segundo Silvério-Lopes (2013) é incorreto desligar o eletroestimulador
diretamente no botão liga/desliga ou na fonte de energia (tomada). Após decorrido o
tempo programado de estimulação, o aparelho avisará, dando um sinal sonoro e/ou
apagando um indicador luminoso. Por segurança retire primeiro a conexão que liga os
cabos ao aparelho, depois retire os “jacarés” das agulhas, e só então desligue todo o
aparelho na fonte elétrica. Quando a fonte de alimentação do dispositivo é
desconectada diretamente, ocorre uma transferência de tensão que transfere todo o
choque elétrico (choque) para o paciente.
Usar somente eletroestimuladores que tenham sido desenvolvidos para

eletroacupuntura. Os que fora desenvolvido para eletroterapia de superfície,
comumente utilizados para fisioterapia, que se utilizam de eletrodos em placa (tipo
TENS), podem manchar a pele, por um tipo de “queimadura” eletroquímica, caso seja
usado o eletroestimulador acoplado ao eletrodo invasivo tipo agulha de acupuntura.
Evite estimular pontos de acupuntura, que provocam habitualmente queda de pressão
(Exemplo: C7, IG4, IG11, VG20) em especial nos pacientes hipotensos, pois pode
acentuar rapidamente a hipersudorese, lipotinia e desmaio (SILVÉRIO-LOPES, 2013).

44
12.1 Parâmetros Físicos dos Eletroestimuladores para Uso Terapêutico

O crescente interesse pela estimulação elétrica para fins terapêuticos tem


atraído cada vez mais profissionais. O desenvolvimento e desenvolvimento histórico
dos estimuladores elétricos clínicos tem se caracterizado por um "padrão cíclico que
alternou entre períodos de grande popularidade e total desconsideração, sendo a
última grande demanda seu uso na modulação da dor (SILVÉRIO-LOPES, 2013).
Para Silvério-Lopes (2013) os estimuladores elétricos devem permitir o uso de
uma tensão suficiente a condução de uma corrente adequada através da impedância
do meio condutor. A maioria dos estimuladores clínicos, em especial, os
estimuladores elétricos nervosos transcutâneos (TENS), é projetada eletricamente
para produzir uma corrente constante ou tensão constante.

A importância de que os estimuladores elétricos devem ter estabilidade


eletrônica, seja com um fluxo de corrente constante ou tensão de saída
constante, para que a estabilidade seja permitida antes de cada flutuação do
eletrodo de impedância e / ou interface / tecido / interface / tecidual (KNIHS,
2003 apud SILVÉRIO-LOPES, 2013).

13 ELETROACUPUNTURA E LASERTERAPIA

Fonte: pontozen.com

Durante a sessão, o acupunturista poderá fazer uso do recurso da


eletroacupuntura. Trata-se da utilização de um aparelho que emite uma potência
45
variada de corrente elétrica, sendo adaptada por cabos que se ligam às agulhas de
acupuntura. Durante a aplicação da eletroacupuntura, pode-se observar a mobilização
das agulhas, devido à contração muscular do corpo (SUTTER, 2020).
Segundo Sutter (2020) esse método substitui a movimentação manual das
agulhas pelo acupunturista. Atualmente, há outra ferramenta utilizada nas sessões de
acupuntura, o laser. A laserterapia tem sido amplamente divulgada como um método
seguro e não invasivo que pode ser substituir o uso das agulhas. Nesse caso, a
aplicação do feixe de laser se dá precisamente nos pontos da acupuntura, conhecida
também como laserpuntura.
O laser de baixa potência ou terapêutico é utilizado para fins de tratamentos há
alguns anos em consultórios na Espanha, Rússia e Japão. Como todo procedimento
clínico, deve-se identificar o problema e avaliar a dose necessária para o caso. Assim,
como o laser também pode ser aplicado em lesões, é avaliada sua profundidade ou
área que está manifestada. A potência é definida pelo profissional, além de analisar
os critérios para o tratamento após anamnese do paciente.

A laserterapia dispõe de muitas vantagens, incluindo a curta duração do


procedimento, pois o tempo de estímulo do ponto pode variar de 30 segundos
a 2 minutos. É indolor e pode ser combinada com outras técnicas de
tratamento. Trata-se de uma alternativa para os pacientes com fobia a
agulhas e pessoas sensíveis à dor, como as crianças, idosos, pacientes
psiquiátricos, entre outros (VALCHINOV; PALLIKARAKIS, 2015 apud
SUTTER, 2020).

Segundo Sutter (2020) além de complexa, a prática da acupuntura é ampla


tanto no uso das técnicas associadas, permitindo outros recursos concomitantes,
quanto na sua aplicação para diversos problemas de saúde. É uma prática que
sobreviveu aos anos e que hoje resiste para se manter ativa em meio aos
conhecimentos e valorização do modelo de saúde contemporâneo. Podemos
identificar pela prática clínica o êxito na escolha desse tratamento, mesmo sendo ele
indicado como complementar no Brasil. Os ganhos de qualidade de vida citados por
seus adeptos incluem melhora no padrão do sono, identificação do contexto
emocional envolvendo menos ansiedade e agitação, alívio das dores no corpo de
forma geral, além do relaxamento obtido nas sessões.
O acupunturista necessita se aperfeiçoar constantemente, estudar de forma
contínua, tanto a teoria quanto sua prática clínica. Estudos de casos são bem-vindos

46
no processo de estudo exploratório, pois a vivência permite aplicar os conhecimentos
em cenários que conhecemos e que nos instigam a buscar respostas. A acupuntura é
uma arte, envolvendo inclusive a intuição do acupunturista na percepção do que não
é relatado pelo paciente e captado pelo sistema energético do seu corpo. Atuar com
a acupuntura permite ter apropriação de conhecimentos para curar e se autocurar
(SUTTER, 2020).

47
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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