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259-286
Resumo
Abstract
1 Introdução
50 27.0%
45 26.5%
40
26.0%
35
R$ Bilhões
30 25.5%
25 25.0%
20 24.5%
15
24.0%
10
5 23.5%
0 23.0%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Educação Educação-share
50 30%
45
25%
40
35
R$ Bilhões
20%
30
25 15%
20
10%
15
10
5%
5
0 0%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Nota-se que os gastos com educação e saúde apresentam uma grande ele-
vação ao longo do período analisado. No entanto, tanto para os gastos com
educação como para a saúde existem níveis mínimos de investimentos impos-
tos pela Constituição Federal de 1988. Para a educação1 , os gastos com esta
despesa devem ser de pelo menos 25% da receita com impostos do município,
1 Embora os gastos com educação estejam definidos pela Constituição Federal, suas diretrizes
foram alteradas ao longo do período de análise com a substituição do Fundef (Fundo de Ma-
nutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – Fundef)
Ciclos políticos eleitorais 263
20 90%
18 80%
16 70%
R$ Bilhões
14
60%
12
50%
10
40%
8
30%
6
4 20%
2 10%
0 0%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Investimentos Investimentos-share
ao passo que para a saúde2 este percentual deve superar os 15% da receita
com impostos do município3 .
No caso das despesas com investimentos, estas chegaram a praticamente
triplicar durante os dez anos analisados pelo relatório divulgado pela Secre-
taria do Tesouro Nacional. Com referência ao percentual dos investimentos
relacionado ao total das despesas de capital, percebe-se que os investimentos
totalizam cerca de 80%.
Em seguida, traremos à discussão uma visão detalhada das fontes desses
dados, bem como descreveremos em pormenor as variáveis utilizadas na in-
vestigação. Passaremos, então, à discussão dos resultados dos modelos estima-
dos, finalizando, em seguida, com considerações pertinentes aos objetivos de
pesquisa aqui traçados.
(saúde, por exemplo) para os municípios da microrregião −i. Nesse caso, es-
sas duas variáveis podem ser conjuntamente determinadas, pois a partir do
momento que o município de referência pertencer à microrregião −i, usa-se,
como controle, o correspondente gasto do atual município i na microrregião
daquele município outrora pertencente à microrregião −i. É possível, contudo,
que haja uma endogeneidade, o que pode ainda gerar consequências sobre in-
ferência, caso os erros estejam correlacionados. Por isso estima-se permitindo
a formação de cluster de microrregião na matriz de variância e covariância10 .
Buscando superar a questão da endogeneidade causado pela simultanei-
dade foram utilizadas as variáveis instrumentais tal como em Lockwood &
Migali (2009). Esses autores estudaram a competição tributária para diversos
produtos na União Européia e a interação estratégica entre os países. Esti-
mações são realizadas com base numa equação em que o nível de impostos
de um determinado país depende do nível de impostos dos países vizinhos,
além de outros controles incluídos na análise, como variáveis populacionais.
Essa endogeneidade existente na equação é resolvida com a utilização de ins-
trumentos, os quais se baseiam na média ponderada dos controles utilizados
na estimação, excluindo-se o próprio país em análise. O procedimento para
a construção de tal variável é o mesmo apresentado na seção 2.4. Os autores
partem da hipótese de que a interação estratégica dependerá, sobretudo, do
tamanho dos países de fronteiras entre si; usam, por isso, como instrumentos
as características da população das regiões vizinhas, tais como sugeridos em
Ohsawa (1999) e Devereux et al. (2007).
À luz, pois, de Lockwood & Migali (2009), usamos como instrumentos
a média ponderada de variáveis, relacionadas às características da popula-
ção dos municípios vizinhos, tais como a proporção de negros, mulheres, jo-
vens, idosos e analfabetos. Como essas variáveis são tratadas como exógenas
para cada unidade de observação, a média ponderada dos municípios vizi-
nhos pode ser válida como instrumento, pois está relacionada à decisão de
gastos dos municípios, não afetando diretamente os gastos dos vizinhos (so-
mente via a decisão de gastos desses vizinhos). Nesse caso, porém, tal como
em Lockwood & Migali (2009), supõe-se que as características da população
dos municípios da microrregião estão correlacionadas com a média das variá-
veis analisadas (investimentos, saúde e educação) para a mesma microrregião,
mas não diretamente relacionadas à variável dependente utilizada para o mu-
nicípio em questão.
Como para o este estudo utilizaram-se duas variáveis contendo componen-
tes fiscais para a microrregião – a média desses gastos fiscais para a microrre-
gião e a interação dela com o ano eleitoral – a fonte de endogeneidade deve ser
corrigida com a média das variáveis escolhidas como instrumentos e a sua in-
teração com a variável política de ano eleitoral. Tal procedimento foi aplicado
a partir de então.
A técnica de estimação a ser utilizada na investigação é, portanto, a de pai-
nel com efeitos fixos para o modelo “A”, pois os trabalhos que serão utilizados
como base de comparação não utilizam a variável de microrregião e, assim,
não sofrem com a endogeneidade tal como exposto acima. Já para os demais
modelos estimados (“B”, “C”, “Rob 1”, “Rob 2” e “Rob 3”), a técnica de es-
10 Nesta versão do estudo foi incluída correção para clusters de microrregião na matriz de
variância e covariância. O objetivo desse procedimento é controlar a eventual correlação espacial
nos resíduos que inviabilizaria inferência.
Ciclos políticos eleitorais 269
aumentam cerca de 0,22%, enquanto que os gastos com educação e saúde au-
mentam numa proporção próxima de 0,027% e 0,018%, respectivamente. Em
termosper capita, os gastos com investimentos representam um aumentoper
capita de R$ 1,25, enquanto que para a educação e saúde, este aumento é de
apenas R$ 1,03 e R$ 1, 02per capita, respectivamente.
A análise pôde demonstrar, também, que especialmente para os gastos
com investimentos, o resultado está alinhado com a literatura de ciclos políti-
cos eleitorais, mais precisamente com os trabalhos de Drazen (2005) e Veiga
& Veiga (2007). Em ambos os casos, o incumbente é incentivado a elevar os
seus gastos em despesas que são mais visíveis aos eleitores. No caso de Portu-
gal, retratado por Veiga & Veiga (2007), os autores evidenciam tal composição
de gastos em despesas específicas como grandes obras públicas, por exemplo,
tais como estradas, pontes etc.
Na verdade, até este momento a teoria de ciclos políticos eleitorais foi abor-
dada no formato tradicional, ou seja, sem a inclusão de variáveis de microrre-
gião como controle para os gastos. Contudo, a seguir apresentamos os resulta-
dos que permitem incluir a hipótese de que os eleitores podem não somente
avaliar o desempenho do prefeito do seu município, mas também efetuar com-
parações com os demais prefeitos de municípios inseridos em determinada
microrregião. Nesse caso, a inclusão das variáveis de microrregião nas estima-
ções permite inferir se ocorre a influência da microrregião sobre os gastos de
determinado município e se esse comportamento estratégico eleitoral se altera
em anos eleitorais.
Para as despesas com saúde e educação, os resultados apresentaram signi-
ficância estatística para a variável média da microrregião com coeficiente posi-
tivo. Isso significa que o efeito médio dos gastos fiscais públicos da vizinhança
sobre o município em questão faz com que os gastos deste último aumentem.
O efeito médio dessa variável de microrregião sobre os gastos com educação é
de cerca de R$ 1,63 per capita, sendo que esse efeito sobre a variável saúde é
cerca de 2,5% superior, estando na casa de R$ 1,67per capita.13
Tais resultados podem ser comparados com a literatura que discute a exis-
tência de interação espacial entre despesas por diferentes unidades da federa-
ção. Tomemos dois importantes trabalhos como comparação: o de Case et al.
(1993) e o de Mattos & Rocha (2008).
Com relação ao trabalho de Case et al. (1993) as evidências de interação
espacial entre as despesas com saúde e com educação são confirmadas entre
os estados americanos analisados pelos autores. Já Mattos & Rocha (2008) in-
vestigaram a relação entre a desigualdade de renda e o tamanho dos estados
brasileiros, com foco, em especial, nos gastos sociais. Os autores testaram a
presença de interação espacial para as despesas com saúde e com educação,
além de outras despesas. Diferentemente do que detectamos em nossa pes-
quisa, Mattos & Rocha (2008) encontraram evidências de interação espacial
apenas para a despesa com educação, descartando esse comportamento para
as despesas com saúde.
Por sua vez, os resultados sobre a interação da média da microrregião com
a variável política em questão mostram que o efeito da microrregião sobre os
gastos no município em questão podem ser considerados com coeficientes po-
13 Estimamos ainda um modelo que contém uma variável dummy para os anos de 2007 e 2008.
Apesar de não afetar nossos principais resultados, a inclusão desta variável reduz o efeito da
variável ano eleitoral. Ver Tabela A.6 no apêndice.
Ciclos políticos eleitorais 271
sitivos para o caso dos investimentos e para as despesas com educação. Para
o caso dos investimentos, esta variável se mostrou robusta (além do modelo
“C” estimado), posto que apresentou efeito médio de R$ 1,41 per capita. Ou
seja, no ano eleitoral o efeito das microrregiões eleva o total de gastos com
investimentos em cerca de R$ 1,41 per capita. Já para o caso das despesas com
educação, a evidência é um pouco mais fraca, pois dentre as especificações de
robustez estimadas apenas uma possui significância estatística. O efeito mé-
dio da microrregião em anos eleitorais para o caso dessas despesas representa
um aumento de, aproximadamente, R$ 1,05 per capita.
Para o caso dos investimentos, a variável política “ano eleitoral” apresenta
um comportamento interessante. Para o modelo “A”, estimado sem instru-
mentos, o sinal dessa variável é positivo e condizente com o comportamento
previsto pela teoria dos ciclos políticos eleitorais. Já quando é estimado o mo-
delo “C” e as sub-amostras de robustez, ou seja, a partir do momento em que
é controlada não somente pela microrregião, mas também por sua interação
com a variável política, o coeficiente da variável ano eleitoral muda de sinal,
passando a ser negativo no decorrer da análise. Isso parece sugerir que a par-
tir do momento que as variáveis de microrregião são incluídas como controles,
o município não eleva os seus gastos como efeitos de políticas do próprio mu-
nicípio, mas de forma condicional aos seus vizinhos da microrregião. Esse
resultado é ainda mais forte pela robustez da variável média microrregião in-
terada com a variável de ano eleitoral. O coeficiente dessa variável ao longo de
quase todas as estimações realizadas é positivo e estatisticamente significante,
com exceção da estimação do modelo “Rob 1”.
Esse resultado pode sugerir que além do efeito já demonstrado de intera-
ção espacial ser positivo para a média da microrregião, quando esta é interada
com a variável de ano eleitoral, o município tende a aumentar ainda mais os
seus gastos como efeitos possíveis e advindos da microrregião a qual está in-
serido. Na média, os valores da microrregião em ano eleitoral apresentam
aumentos médios de R$ 1,41 per capita, enquanto que a redução por parte do
próprio município em ano eleitoral é de aproximadamente R$ 5,05 per capita.
Além desses fatores, quando a variável dependente considerada diz res-
peito aos gastos com investimentos, alguns controles políticos robustos cha-
mam a atenção. Com relação aos controles políticos utilizados, as variáveis de
partido do governo, coligação do governador e coligação do presidente apre-
sentam robustez e os sinais esperados, enquanto que as variáveis de partido do
presidente, Lei de Responsabilidade Fiscal e ideologia não apresentaram coe-
ficientes robustos e estatisticamente significantes. Com relação às variáveis
robustas, percebe-se que a partir do momento em que o prefeito pertence ao
mesmo partido do governador do estado existe um efeito (médio) positivo so-
bre os gastos com investimentos de cerca de R$ 1,05 per capita. Já pertencer à
mesma coligação do governador e do presidente gera efeitos médios positivos
de cerca de R$ 1,07 per capita, para ambas as variáveis. Esse resultado pode in-
dicar o favorecimento para uma dada posição partidária, seja ela com relação
ao próprio partido ou mesmo com relação ao grupo de apoio (coligação).
Já para os controles demográficos, como é o caso da taxa de analfabetismo,
a taxa de pobreza, a proporção de negros e a renda do terceiro quintil, em
todos os casos essas variáveis estão relacionadas positivamente com o nível
de investimentos. Ou seja, os resultados sugeriram que em municípios com
um percentual de analfabetismo muito elevado a demanda por investimentos
públicos é maior (gasto médio per capita de cerca de R$ 3,59). A taxa de po-
272 Videira e Mattos Economia Aplicada, v.15, n.2
14 Note que como esta variável assume valor 1 do ano 2000 em diante, para o caso de gastos em
saúde, podemos estar captando a mudança na regra de financiamento destes gastos. Conforme
apontado na nota de rodapé 2, esta mudança de regra começa no ano 2000.
Ciclos políticos eleitorais 273
próprio município, mas sim em resposta às políticas dos municípios que re-
alizam fronteira com aquele em questão. A magnitude deste efeito foi uma
redução média per capita de R$ 1,54.
A interação espacial gerada pela variável de microrregião no caso da variá-
vel educação representa um aumento médio de R$ 1,61 per capita. Já esse
mesmo efeito em anos eleitorais é potencializado para um aumento ainda
maior: de R$ 1,05 per capita em anos eleitorais. Tal resultado parece sugerir
que além do efeito já discutido da interação espacial positivo para a média da
microrregião, quando esta é interada com a variável de ano eleitoral o municí-
pio tende a aumentar de forma mais competitiva seus gastos. Ou seja, em anos
eleitorais, os incumbentes parecem se preocupar ainda mais com os gastos em
educação de seus vizinhos, exatamente o efeito que procurávamos identificar.
Com efeito, as variáveis de controle políticas que possuem robustez (signi-
ficância estatística e manutenção do sinal) para a educação são a Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, partido do governador e o primeiro ano de mandato. A
Lei de Responsabilidade Fiscal possui a mesma interpretação e sinais vistos
para a variável saúde, ou seja, o sinal negativo e estatisticamente significante
o que representa uma redução per capita nos gastos médios com educação no
município de R$ 0,76. Já para o partido do governador, a variável apresenta o
mesmo comportamento visto nas estimações para a variável de investimentos,
isto é, se o prefeito pertencer ao mesmo partido do governador há maiores
chances de esse município receber mais recursos. Tal situação é evidenciada
com um aumento médio per capita de R$ 1,01. Já em termos do primeiro ano
de mandato, a redução per capitadevido ao ajuste que o governo pode ter de
fazer é de cerca de R$ 0,98.
Os demais controles políticos não apresentaram robustez e significância
estatística. Ainda assim, para os controles demográficos, as variáveis que apre-
sentaram alguma robustez foram a proporção de jovens, idosos e pobreza. As
variáveis de jovens e idosos apresentaram sinais positivos e negativos, (dada
a intenção de que os investimentos em educação são feitos prioritariamente
para os jovens),com aumento per capita de R$ 1,94 (para a variável jovens) e
com redução per capita de R$ 0,28 per capita (para a variável de idosos). O ní-
vel de pobreza apresentou coeficiente positivo e estatisticamente significante
e que representa um aumento médio per capita na variável de educação de
cerca de R$ 1,34.
É importante ressaltar a este tempo, que uma limitação do trabalho con-
siste na dificuldade de identificar/separar se a interação espacial no padrão
dos gastos analisados entre os municípios (seja em ano eleitoral ou não) é re-
sultado de um efeito de spillover ou mesmo de yardstick competition.
Por exemplo, no o caso de spillover em investimentos, podemos ter uma si-
tuação em que um município notadamente turístico não possui infra-estrutura
necessária para a acomodação e o transporte de todos os seus visitantes. Se a
prefeitura dessa cidade decidir investir em estradas e rodovias para facilitar o
acesso ao centro turístico, as cidades vizinhas podem incentivar o seu próprio
turismo local e a sua rede hoteleira para que possam receber os turistas que
não foram acomodados no primeiro município.
Aplicando o spillover em gastos em saúde, podemos considerar o caso de
duas cidades (“A” é bem menor que “B”), em que a cidade “B” possui um
hospital de grandes proporções, mas sua população não consegue utilizá-lo
a ponto de não restarem vagas para um número maior de pacientes. Ora, a
cidade “A” não realizará o mesmo investimento que a cidade “B”; antes, re-
274 Videira e Mattos Economia Aplicada, v.15, n.2
4 Considerações finais
Apêndice A
276 Videira e Mattos Economia Aplicada, v.15, n.2
Desvio
Variáveis N Média Mínimo Máximo
padrão
Investimentos 48 356 4,054 0,999 0,001 8,829
Educação e cultura 48 315 5,272 0,637 0,280 9,735
Saúde e saneamento 48 253 4,819 0,842 0,027 9,970
Partido do governador 48 655 0,248 0,432 0 1
Partido do presidente 48 655 0,119 0,324 0 1
Coligação do governador 52 945 0,408 0,492 0 1
Coligação do presidente 52 945 0,302 0,459 0 1
Ideologia 52 397 0,169 0,375 0 1
Taxa de urbanização (%) 52 597 0,597 0,229 0,022 1,000
Proporção de mulheres (%) 52 597 0,493 0,014 0,363 0,552
Prop. de analfabetos (%) 52 597 0,281 0,161 0,020 0,871
Renda do 3º quartil (R$) 52 597 90,307 52,279 7,931 526,126
Pobreza (%) 52 597 0,477 0,233 0,016 0,952
Proporção de jovens (%) 52 597 0,424 0,062 0,251 0,669
Proporção de idosos (%) 52 597 0,094 0,024 0,018 0,214
Proporção de negros (%) 50 857 0,055 0,046 0,000 0,564
População (habitantes) 52 597 31 956 201 407 768 10 400 000
Tentativa de reeleição 48 499 0,523 0,499 0 1
Reeleição 48 499 0,319 0,466 0 1
Prefeito em 2º mandato 49 079 0,188 0,391 0 1
Ano eleitoral 52 933 0,250 0,433 0 1
LRF 52 945 0,751 0,433 0 1
Investimentos
Variáveis
- IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Ano eleitoral 0.225*** −0.369** −1.559*** −0.824*** −2.484*** −1.568***
(0,02) (0,18) (0,27) (0,34) (0,61) (0,46)
Partido do governador 0.058*** 0.056*** 0.064*** 0.043*** 0.049 0.035*
(0,01) (0,01) (0,01) (0,02) (0,03) (0,02)
Partido do presidente −0.009 −0.009 −0.005 0.001 0.018 0.067***
(0,02) (0,01) (0,01) (0,02) (0,03) (0,02)
LRF −0.009 −0.202 0.109 −0.025 0.493 0.361
(0,07) (0,31) (0,33) (0,21) (0,37) (0,46)
Coligação do Governador 0.064*** 0.057*** 0.070*** 0.047** 0.078*** 0.084***
(0,01) (0,02) (0,02) (0,02) (0,02) (0,02)
Coligação do Presidente 0.050*** 0.047*** 0.053*** 0.064*** 0.105*** 0.060***
(0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,02) (0,02)
Ideologia 0.014 0.014 0, 015 0.041*** 0.021 −0.028
(0,02) (0,01) (0,01) (0,01) (0,03) (0,02)
Proporção de mulheres 2.774 2.989** 1.839 1.193 −1.207 −1.965
(2,01) (1,41) (1,54) (1,71) (2,95) (2,70)
Proporção de negros 0.388 0.368 0.487** 0.717** 1.494*** 1.204**
(0,33) (0,23) (0,24) (0,28) (0,52) (0,47)
Primeiro Ano de Mandato −0.184*** −0.657*** −0.766*** 0.002 −1.011*** −0.284
(0,02) (0,11) (0,12) (0,29) (0,37) (0,21)
Taxa de urbanização −0.028 −0.041 0.004 0.129 0.18 0.233
(0,19) (0,14) (0,15) (0,18) (0,30) (0,23)
Proporção de jovens −1.848 −1.707** −2.071** −1.931* −0.795 0.300
(−1.178) (0,86) (0,88) (1,08) (1,86) (1,28)
Proporção de idosos −2.252 −1.986 −2.889** −0.582 1.209 −6.661***
(1,90) (1,32) (1,41) (1,66) (2,87) (2,34)
Ciclos políticos eleitorais 277
Tabela A.3: Ano eleitoral - Investimentos (continuação)
278
Investimentos
Variáveis
- IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Proporção de analfabetos 1.479*** 1.381*** 1.323*** 1.123*** 1.370*** 1.296***
(−0,308) (−0,276) (0,24) (0,24) (0,47) (0,33)
Videira e Mattos
Investimentos
Variáveis
IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Ano eleitoral 0.018** −0.268*** −0.474*** −0.168 −0.354* −0.454***
(0,01) (0,03) (0,12) (0,14) (0,19) (0,17)
Partido do governador 0.003 0.007*** 0.008*** 0.009** 0.001 0.001
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01)
Partido do presidente −0.003 −0.006 −0.006 −0.012** 0.005 0.013**
(0,01) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01) (0,01)
LRF 0.061* −0.270*** −0.272*** −0.025 −0.006 −0.258***
(0,03) (0,04) (0,04) (0,04) (0,08) (0,05)
Coligação do Governador −0, 003 0, 002 0, 002 0, 000 −0.004 0.002
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00)
Coligação do Presidente 0.004 0.002 0.002 0.005 −0, 001 0.002
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,00)
Ideologia 0, 001 0, 000 0, 000 0.003 0.003 −0.008
(0,01) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01)
Proporção de mulheres −0.543 0.583 0.556 0.972* 0.447 −0.079
(0,61) (0,43) (0,43) (0,52) (0,85) (0,60)
Proporção de negros 0.163 0.006 0.01 0.119 0.366** −0.072
(0,10) (0,07) (0,07) (0,09) (0,15) (0,10)
Primeiro Ano de Mandato −0.074*** −0.153*** −0.153*** 0.244*** −0.127*** −0.034
(0,01) (0,02) (0,02) (0,03) (0,04) (0,03)
Taxa de urbanização − 0.01 0.037 0.041 0.088 0.063 −0.052
(0,06) (0,05) (0,05) (0,06) (0,09) (0,06)
Proporção de jovens − 0.103 0.562** 0.570** 0.348 0.605 0.757**
(−0,39) (0,25) (0,25) (0,31) (0,55) (0,37)
Proporção de idosos −2.348*** −0.830** −0.845** −1.108** −1.817** −1.215**
(0,71) (0,39) (0,39) (0,50) (0,86) (0,53)
Proporção de analfabetos − 0.537*** − 0.026 −0.034 −0.033 −0.235 −0.069
(−0,10) (−0,07) (0,07) (0,09) (0,16) (0,11)
Ciclos políticos eleitorais 279
280
Investimentos
Variáveis
IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Pobreza 0.362*** 0.342*** 0.329*** 0.332*** 0.334*** 0.166***
Videira e Mattos
Investimentos
Variáveis IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Ano eleitoral 0.027***
(0,01) (0,07) (0,11) (0,10) (0,14) (0,15)
−0.238*** −0.228** −0.037 −0.236* −0.118
Partido do governador 0.006 0.004 0.004 0.000 0.001
(0,01) (0,00) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01)
−0.013
Partido do presidente 0.023** 0.005 0.005 0.016* 0.013
(0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01)
−0.001
LRF 0.439*** 0.002 0.034
(0,05) (0,11) (0,10) (0,06) (0,21) (0,20)
−0.158 −0.171* −0.538***
Coligação do Governador 0.007 0.006* 0.006* 0.003 0.01 0.001
(0,01) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01)
Coligação do Presidente 0.016** 0.005 0.004 0.007 0.013* 0.000
(0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01)
Ideologia 0.013 0.012** 0.012** 0.032*** 0.064*** 0.013
(0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01) (0,01)
Proporção de mulheres 0.694 1.031
(1,22) (0,72) (0,72) (0,86) (1,49) (1,12)
−1.316 −0.059 −0.027 −0.363
Proporção de negros 0.451** 0.355*** 0.352*** 0.195 0.199 0.443**
(0,21) (0,11) (0,11) (0,14) (0,25) (0,19)
Primeiro Ano de Mandato 0.150***
(0,01) (0,04) (0,04) (0,10) (0,05) (0,06)
−0.078*** −0.129*** −0.134*** −0.114 −0.029
Taxa de urbanização 0.193 0.137* 0.135* 0.180** 0.142 0.134
(0,15) (0,07) (0,07) (0,09) (0,14) (0,11)
Proporção de jovens 0.13 0.133 0.905
(−0,82) (0,40) (0,40) (0,49) (0,85) (0,61)
−0.082 −0.493 −0.989
Proporção de idosos 0.531 0.86 0.871 1.529* 1.178 0.222
(1,21) (0,60) (0,61) (0,78) (1,40) (0,92)
Proporção de analfabetos 0.326* 0.438*** 0.442*** 0.309** 0.154 0.487***
(−0,19) (−0,10) (0,10) (0,13) (0,26) (0,16)
Ciclos políticos eleitorais 281
282
Investimentos
Variáveis IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Pobreza 0.029 0.036 0.038 0.109
Videira e Mattos
Investimentos
Variáveis IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Ano eleitoral 0.018**
(0,01) (0,01) (0,12) (0,12) (0,19) (0,17)
−0.055*** −0.262** −0.084 −0.228 −0.454***
População 0.000 0.000** 0.000** 0.000** 0.000*** 0.000**
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00)
Partido do governador 0.003 0.007*** 0.008*** 0.009** 0.001 0.001
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01)
Partido do presidente 0.005 0.013**
(0,01) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01) (0,01)
−0.003 −0.006 −0.006 −0.012**
LRF 0.212*** 0.06
(0,03) (0,04) (0,04) (0,04) (0,04) (0,07)
−0.270*** −0.272*** −0.025 −0.187***
Coligação do Governador 0.002 0.002 0.000 0.002
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00)
−0.003 −0.004
Coligação do Presidente 0.004 0.002 0.002 0.005 0.002
(0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,00)
−0.001
Ideologia 0.001 0.000 0.000 0.003 0.003
(0,01) (0,00) (0,00) (0,00) (0,01) (0,01)
−0.008
Proporção de mulheres 0.583 0.556 0.972* 0.447
(0,61) (0,43) (0,43) (0,52) (0,85) (0,60)
−0.543 −0.079
Proporção de negros 0.163 0.006 0.01 0.119 0.366**
(0,10) (0,07) (0,07) (0,09) (0,15) (0,10)
−0.072
Primeiro Ano de Mandato
(0,03) (0,02) (0,03) (0,03) (0,04) (0,03)
−0.046* −0.318*** −0.354*** −0.028 −0.103** −0.034
Taxa de urbanização 0.037 0.041 0.088 0.063
(0,06) (0,05) (0,05) (0,06) (0,09) (0,06)
−0.01 −0.052
Proporção de jovens 0.562** 0.570** 0.348 0.605 0.757**
(0,39) (0,25) (0,25) (0,31) (0,55) (0,37)
−0.103
Proporção de idosos
(0,71) (0,39) (0,39) (0,50) (0,86) (0,53)
−2.348*** −0.830** −0.845** −1.108** −1.817** −1.215**
Proporção de analfabetos
(0,10) (0,07) (0,07) (0,09) (0,16) (0,11)
Ciclos políticos eleitorais 283
Investimentos
Variáveis IV
A
B C Rob 1 Rob 2 Rob 3
Pobreza 0.362*** 0.342*** 0.329*** 0.332*** 0.334*** 0.166***
(0,07) (0,04) (0,04) (0,05) (0,09) (0,06)
Receita Transferências 0.879*** 0.727*** 0.723*** 0.725*** 0.667*** 0.779***
Videira e Mattos
Referências Bibliográficas
Case, A., Rosen, H. S. & Hines, J. R. (1993), ‘Budget spillovers and fiscal po-
licy interdependence: evidence from the states.’, Journal of Public Economics
52, 285–307.
Lockwood, B. & Migali, G. (2009), ‘Did the single market cause competition
in exercise taxes? evidence from EU countries’, Economic Journal 119(3), 406–
429.