Você está na página 1de 22
Capitulo UNO 1 a ASPECTOS CONSTRUTIVOS DA TAIPA DE MAO Arq. Wilza Gomes Reis Lopes * ‘Akemi Ino BRASIL + Mestre em Arqutterura pela Escola de Engenharia de Sto Carlos da USP Dowtora em Engenharia Agricola pela FEAGRU UNICAME Professora do Departamento de Consirugto Chile Argutetura da UFPL ‘zalopes@uol.com br * Professora Doutora do Departamento de Arguitetura da Escola de Engenharia de So Carlos ~BESCUSP ‘noakemiase-usp.br ‘éonieas minas 014 O16 PRIMERA parte Aspectos Construtivos da Taipa de Mao 1.1. Introdugao ‘Ataipa de mao, também conhecida como taipa, taipa de sopapo, taipa de sebe, barro armado ou pat-a-piaue, consiste, segundo definigao de Di Marco (1984), em uma ossatura de madeira ou bambu, formada por ripas, horizontais verticais amarradas com tiras de couro, cipé, barbante, prego ‘ouarame, preenchida com uma mistura de terra, agua e fibras, Este conjunto, juntamente com pegas portantes verticais de madeira, forma a parede da edificagao. A mistura, denominada barto, é langada com as maos nos dois lados ao mesmo tempo, ¢ apertada sobre a trama da parede. Apés a secagem do barro, aplicado o reboco e, posteriormente, a pintura De acordo com Smith (1955), 0s primeiros colonizadores portugueses, 20 chegarem ao Brasil, j4 encontraram os Indios morando em casas feitas de estruturas de madeira, recobertas de barto, Entretanto, para Milanez (1958), antes da chegada dos portugueses, os indios néo usavam a terra para construir: seus abrigos eram de madeira, paus roligos e vedagées de palha efolhagens. A taipa de mao, o adobe e a taipa de pildo, técnicas construtivas, que utilizam a terra crua, chegaram ao Brasil trazidas pelos primeiros, colonizadores portugueses. Além destes, os aficanos trazidos como esoravos tinham conhecimento do uso da terra para construgao. E ainda hoje, segundo Milanez (1958), os nativos da Guiné, descendentes dos mesmos negros que para aqui vieram, utilizam 0 pau-a-pique, com enchimente de lama ¢ cobertura de palha para construtrem suas casas. Mi reas urbanas, tanto nas paredes externas quanto nas intemas. Era comum seu uso associado a outras técnicas, sendo as paredes externas construidas de adobe ou taipa de pildo e as divisdes internas e paredes do piso superior utilizada em construgées rurais, a taipa de mao foi também usada em construidas com esta técnica, devido ao material ser mais love. Mello (1985) afirma que a primeira técnica de terra usada em Minas Gerais foi a taipa de pilio, trazida pelos bandeirantes, Posteriormente, ela foi substituida pela taipa de mao devido a ocorréncia de erosdo nas paredes provocada pelas enxurradas, principalmente em terrenos mais acidentados, ‘como nas vilas do ouro. De acordo com Smith (1969), no final do século XVII, os bandeirantes levaram para Minas Gerais as técnicas paulistas de construgao com terra, especialmente a do pau-a-pique, que passaram a ser quase a cenica forma de construir, durante o periodo da arauitetura colonial mineira de 1700 a 1750. Cita ainda que edificios de importancia como a antiga Intendéncia Capitulo UNO em Sabara, hoje Museu do Ouro, eram feitos de pau-a-pique. A técnica da taipa de mao foi bastante usada no Brasil, encontrando-se exemplos em todo pais. Algumas razdes que levaram ao emprego generalizado desta técnica foram apontadas por alguns autores Vasconcelos (1979) refere-se @ facilidade de sua construgéo como um dos motivos que levou este sistema construtivo a ser um dos mais difundidos; Schmidt (1946) afirma que ela foi amplamente utiizada pois, ao contrério da taipa de pildo, prescindia de taipeiros especializados, além de também, ser duravel, de grande resisténcia as intempéries © de menor custo; Alvarenga (1984) aponta a rapidez de execugao como uma das principais vantagens da taipa de mao; ja Souza (1996) considera que, nas terras de Minas Gerais, a taipa de mao teve preferéncia sobre a taipa de pilao pois, era de mais facil execugao, mais répida ¢ econémica, além de ser levee de facilmente adaptar-se as topografias acidentadas. Nao s6 os colonizadores portugueses utilizaram a taipa de mao no Brasil Referindo-se as construgées dos imigrantes italianos e alemaes no Espirito Santo, Muniz (1994) afirma que estes que desconheciam as construgées de pau-a-pique ou estuque em suas terras de origem, porém tiveram, conhecimento desta técnica imediatamente apés a chegada no pals, pois ela era usada nas paredes dos barracées roesticos que os abrigavam nos noecleos das col6nias. E passaram, entao, a utiizé-las em suas construgses. Destaca também que, apesar de ambos usarem a mesma técnica, havia diferengas estruturais em cada modo de construir. Os imigrantes de origem alema estruturaram a construgao com o sistema de enxaimel, deixado aparente e, geraimente, faziam casas de um sé pavimento, Enquanto que 98 italianos aperfeigoaram a taipa de mao, reforgando a trama de pau-a- pique para proporcionar maior estabilidade as paredes, sendo comum o uso de dois pavimentos Ginter (1993) e Soliani et al. (1993) citam, respectivamente, a "Casa Wust’ em Sapiranga e a casa Presser em Novo Hamburgo, ambas no Estado do Rio Grande do Sul, como exemplos de construgées com taipa de mao originarios da colonizagao alema, Atualmente, observa-se que a taipa de mao, mesmo ainda sendo uma técnica de uso corrente em quase todo territério brasileiro, utilizada desde 08 primérdios de nossa colonizagao e integrada 4 nossa cultura, principalmente a do caboclo da zona rural, encontra-se em desuso, pois ela € associada a construgdes pobres e transitérias. Para Alvarenga (1995), a visdo de solugdo proviséria para construgdo de habitagdes em taipa, pois se constréi com esta técnica, na esperanga de, em breve, se construir O17 £ com alvenaria de tijolos, resulta em edificagdes sem as devidas & ecomendagées técnicas, em que o aspecto visual e de higiene fica & comprometido, dentre outros fatores, pela falta de reboco © pelo mau = acabamento, estabelecendo-se por consequéncia, a idéia de que a casa de taipa esté vinculada & pobreza e as habitagdes provisérias e insalubres. Na verdade, 0 que ocorre, segundo Souza (1996), é que o antigo saber fazer tem sido substituido e adulterado e o que resta hoje é sé um arremedo do que outrora se praticava. Jé para Iglesias (1993), o maior desatio para o uso das construgdes em terra 6 puramente subjetivo: trata-se do preconceito generalizado que associa as obras de prestigio as técnicas © materials modernos ¢ considera @ arauitetura de terra como precaria e simbolo de baixo status social Em contraposigao, varios exemplos de construgéo em taipa de mao, construfdos em tempos remotos, persistem até nossos dias, desafiando as intempéries e ao proprio tempo, demonstrando o potencial de seu uso & sua durabilidade. Porém nao sé exemplos histéricos comprovam a Viabilidade desta técnica; diversas construgdes contemporaneas em taipa, localizadas em varias partes do pais, em que foram respeitados procedimentos construtivos, atestam a versatilidade eo excelente desempenho desta técnica O18 fig. 1 Eniramado creatadoem pans roliges om ‘tape Coord Fo. Wis Lopes, 1907 fig. 2 Tragado em diagonal em Linhares Espirito Santo, Foto: Aker ina, 1992 Entramado 1.2 | MATERIAIS EMPREGADOS Na construgo em taipa de mo, o processo bésico comumente empregado cons’ trutura das paredes, colocar o madeiramento do telhado e a cobertura e efetuar 0 enchimento dos vos, sob protegéo da te em levantar toda ae chuva e do sol, Aversatilidade da taipa de mao pode ser comprovada através de sua grande adaptabilidade as condigées locais, pois em sua execugao sao utllizados materiais naturais da regiao, aproveitando-se aquilo que se tem as maos. As paredes de taipa de mao, geralmente, estao inseridas numa estrutura auténoma, em que vérios materiais podem ser usados na sua execugao. Lopes (1998) constata, em construgées de taipa no Brasil, 0 uso de pilares de bambu, de carnacsba (Copernicia cerifera) de alvenaria de tijolo ceramico, de madeira serrada ou roliga e de estrutura metélica, além do uso de paingis autoportantes, que dispensam 0 uso de pilares. (O entramado ou malha interna funciona como suporte para sustentagao do barro, , geralmente, 6 produzido no préprio local. tipo mais comum consiste no uso de paus roligos, no sentido vertical, ¢ de varas tlexiveis horizontais, fixadas dos dois lados ¢ amarradas através de fibras vegetais, como cipé-imbé (Phillodendrum imbé). buriti (Mauritia flexuosa), tucum (Bactris glaucescens), sisal (Agave sisalana) couro, arame, ou ainda presas por pregos, formando um xadrez (Figura 01). Contudo, pode apresentar variagdes quanto & forma, quanto aos materiais utilizados e ainda, quanto ao modo de produgao. tiras de No municipio de Santa Tereza, Estado do Espirito Santo, foi observado que 0 trangado tradicional em xadrez foi substituido por um, em sentido diagonal, nas construgées em taipa de imigrantes italianos (Muniz, 1994), Este trangado foi usado em Linhares, Espirito Santo, em construgao da arauiteta Karla Caser (Figura 2) tonioas minas Capitulo UNO 019 Outro material também encontrado foi o arame, utilizado pelo arquiteto Paulo & Frota em substituigéo as pegas horizontais de madeira em construgao de & taipa na cidade de Teresina, Piaul (Lopes, 2000). A\ parte MI @ JA na Fazenda Santa Eudéxia, no municipio de Sao Carlos no Estado de S40 Paulo, constatou-se 0 uso de tela de galinheiro correspondendo & malha interna em paredes de taipa (Figura 03), Neste procedimento foram usadas duas telas de galinheiro, que envolvem pegas verticais de madeira e servem para sustentagdo do barro. No nordeste brasileiro, om construgées rsticas de taipa, 6 comum empregar-se talos de palmeiras de varias espécies, ‘como da carnatiba e de burt, posicionados horizontalmente, na contecgo do entramado. Na figura 04, vé-se 0 emprego de talos de carnauba em habitagao encontrada na cidade de Barras, Estado do Piaul. Na mesma foto, observa-se ainda o uso de pedras, colocadas a medida em que se executa 0 barreamento, visando proporcionar uma maior solidez, cujo procedimento 6 comum em algumas localidades da regio 020 Entramado fig. 3 Tela de galinheiro, So ta Foto: Osny Ferreira, 1986 fig. 4 Trama interna de talos de carnaiba, em Barras, Pian Foto: Regina Lima, 1997 fig. 5 Frtramado ececutado em bans Tradentes, Minas Gerais. Foto: Marcos Borges dos Santos Entramado © bambu, espécie vegetal resistente e de crescimento rapido, € outro material bastante indicado para a ossatura interna da taipa. Pode ser usado na forma tradicional em xadrez, como encontrado em Tiradentes, Minas Gerais, em construgao do arquiteto Marcos Borges dos Santos (Figura 05), ou baseado na técnica —_construtiva denominada quincha, utilizada no Peru, Em construgao realizada em Maracanace, Estado do Ceara, foram utilizados painéis pré-fabricados, constituldos por uma moldura de madeira serrada e malha trangada de bambu, fixada ao quadro por simples tensdo, sem encaixes ¢ sem pregos (Figura 06) fig. 6 Frtramado executado em bab ‘trancado, Maracanai, Cearé Fonte: HAYS MATUK (1993), téonicas micas oe Capitulo UNO 021 Uso de madeira serrada, em Séo Goncalo, Rio de Janeiro Foto: SUA, 1991 ‘A madeira serrada apresenta- se como outra opgao para 0 entramado. — Produzindo diretamente no local da obra, Zanine Caldas (Figura 07) aptoveitou sobras de madeira de pequenas serrarias da regio para a confecgao do entramado de uma residéncia construida em taipa, em Sao Gongalo, Rio de Janeiro (Silva, 1991); ja os arquitetos Cydno da Silveira e Paulo Frota utilizaram ripas cortadas ao meio, na posigao horizontal, para execugéo do entramado em construgées de taipa respectivamente, nos Estados do Rio de Janeiro (Figura 08) e do Piaul Uo de ewcalipto eripas, em Teresdpoli, Rio de Janeiro, Gms Fonte: CSA ARQUITETURA, 1995 ae © uso de painéis modulados pré- fabricades em madeira serrada, executados em oficina e levados prontos para a obra possibilita o melhor aproveitamento das pegas de madeira e permite maior agilidade do processo de construgao. 0 arquileto Acdcio Gil Borsoi, nos anos 60, utilizou esta maneira de produgao em Cajueiro Seco, Estado de Pernambuco, numa tiva de industrializagao da taipa ‘A Fundagaio Centro de Desenvolvimento das Aplicagdes de Madeiras no fig. 9 xecupto dos painds em Brasil - Fundagao DAM também fez uso desse sistema, tendo construdo escolas, habitagdes e postos de satide nas regides Norte e Nordeste do pals, utilizando painéis autoportantes. Distintas espécies de madeira sao adequadas, devendo ser usadas aquelas normalmente encontradas na regido. As espécies de reflorestamento apresentam-se como excelente opgao, na medida em que as areas dedicadas a est © que facilita o uso da madeira como material renovavel. fim encontram-se, atualmente, em constante expansao, © Grupo de Habitagéo - GHab, localizado na Escola de Engenharia de Sao Carlos da Universidade de Sao Paulo, desenvolve pesquisas na area de habitagao social utilizando materiais alternatives. Em projeto de desenvolvimento de unidades experimentais para habitagéo empregando madeira de reflorestamento, foram construidos dois modelos de habitagao com estrutura principal em eucalipto roligo e serrado. Para o sistema de vedagao, utlizaram-se as técnicas de terra palha e de taipa de mao, com painéis pré-fabricados em pinus. (Figura 09). Oficina colocadas na ‘bra, em So Carlos, Paul, Foto: Wilea Lopes, 1997 tonioas minas Capitulo UNO 023 g é & = & 024 1.3 BARREAMENTO Na preparagao da mistura para o barreado utiliza-se, em algumas regides, apenas a terra com gua, enquanto que, em outras, so acrescides alguns materiais como fibras vegetais, palha, esterco de gado, cal ou cimento, entre outros, que funcionam como estabilizantes da terra, contribuindo para diminuir a retragao ou aumentar a resisténcia, A terra do proprio local pode ser ‘empregada sem muita restrigao quanto ao seu tipo. Frota e Le Roy (1978) indicam 0 uso de solo argiloso, enquanto Miditieri et al (1987) indicam o solo arenoso, contendo em torno de 60% de areia, como sendo ideal, salientando que, caso a terra local ndo atenda este requisito, pode-se facilmente corrigi-lo com o acréscimo de solo arenoso ou outro material estabilizante. Costa e Mesauita (1978) ressaltam que foi observado, no interior de Minas Gerais, uma casa de fazenda construfda no tempo do Império com paredes de pau-a-pigue e de barto sem apresentar qualquer tipo de fissura, As paredes foram feitas com terra, areia e estrume de gado, Este ultimo material possibilita maior firmeza ao reboco, De acordo ainda com os autores, foi a observagae do fato do passaro joao-de-barro utilizar 0 estrume de gado na construgao de seu ninho que acarretou o uso deste material nas casas de taipa para aumentar sua durabilidade e evitar fissures. Milanez (1958) constata que a terra usada na casa do jodio-de-barro possui aproximadamente de 30% de areia, porém é estabilizada com grande quantidade de palha Aescolna do solo ¢ feita em amostras retiradas em escavagdes, a uma profundidade em torno de 40 cm (Mitidier et al., 1987; Milanez, 1958:;). Um teste rapido para a escolha do solo consiste ‘em retirar quatro amostras de diferentes pontos no mesmo terreno, umedecé-las com agua fazer bolas com as maos, Ao secar, a bola que apresentar menor numero de fissuras indicara, de modo pratico, o solo mais adequado para a taipa. (Mitidieri et al, 1987). Gieth et al. (1994) recomendam o teste da pressao dos dedos para selegao do solo. Consiste em colocar um pouco da amostra na palma da mao, adicionar dgua até obter uma mistura coesa sem que se prenda a mao formar uma bola. Ao se aplicar uma leve presséo com os dedos, verifica-se 0 comportamento da amostra: a) caso a bola se esfarele, 0 teor de areia & muito elevado; b) caso no se rompa apés uma forte pressdo dos dedos, ha predominancia de argila ‘em sua composigao; c) se ocotrer rompimento apés uma forte presséio, o solo apresenta-se com teores de areia argila convenientes ao emprego na taipa Milanez (1958), ret acrescentar gua em quantidade adequada pois, em excesso, aumenta-se a possibilidade de ocorrerem trincas por secagem. A adigao de palha picada na mistura permite a evaporagao de srindo-se ao preparo da mistura para 0 barreamento, afirma que se deve gua na massa toda por igual, inclusive de dentro para fora. Na aplicagao, o autor chama atengaio para que, durante o barreamento, o barro seja calcado com as maos entre as varas do entramado, © nao simplesmente langado, “a sopapo", como normalmente é feito. Este cuidado ¢ um dos segredos para se obler uma obra bem elaborada pois, segundo Mello (1985), a parede, ao secar, tera boa resisténcia, ficando as cargas concentradas na estrutura auténoma de madeira. Fm Maracanati, Ceard Foto: Arquivo GRET Urbano Brasil, 1993 2m Sio Carlos, Sto Paulo Foto: Wikza Lopes, 1997 No preparo da mistura para barreamento, normalmente, costuma-se amassar a terra com os pés descalgos (Figuras 10 © 11). E, segundo Gieth et al. (1994), é conveniente deixar esta mistura em repouso, por um periodo de 12 horas, de preferéncia durante a noite, para garantir ao barro um estado plastico ideal para aplicagao. téonieas micas ce 2 6 £ Segundo a Fundagao DAM 8 (1988), a aplicagdo do barro s segue trés fases. A primeira = consiste em aplicar uma & camada com as maos, sem cobrir as ripas. Espera-se entaio secar (de 15 a 30 dias) ¢ aplica- se a segunda camada, que deve preencher todas as trincas © cobrir as ripas. Depois de seca, aplica-se 0 reboco, uma argamassa fina de cimento ou cal, areia e saibro (1:3:5, em volume) alisada com colher de pedreiro (Figura 12). 026 fig. 12 Brapas do barreamento e acabamento de consirucées em tapa de mio. Fonte: DAM (1988) teonioss mistas a2 construse-én con Hera E+TRUTURA Fae FARES PETAIPA EANZKETN Desenho & PEDRA MARROADA ‘CAMADA IMPERMEABILIZANTE 1.4 RECOMENDACGOES Pinto (1993) ¢ Souza (1996) citam que os inimigos da vedagao de barro sao as infltragdes de agua, seja por capilaridade do solo, seja por falta de protegdo adequada com rebocos mal executados; recomendam proteger a edificagao de terra do contato com a umidade do solo, elevando-a do chao 0u utilizando um alicerce, de pedras ou tijolos com a devida impermeabilizagao. Ferraz (1992), ao mostrar varias construgées em pau-a-pique do sul de Minas Gerais, regido da Mantiqueira, atirma que elas foram construidas separadas do terreno natural com distancia entre alguns centimetros até um metro, para evitar contato com a umidade do solo. Destaca também que a pintura melhora a salubridade e conservagao da habitagdo, além de tornd-la agradavel visualmente. Mitidieri et al, (1987) ¢ PROAFA(1979) apresentam a sugestao do uso de cinta de concreto magro para evitar umidade nas paredes (Figura 13) ¢ a Fundagéo DAM (1988) e Gieth et al. (1994) recomendam, para a fundagao de construgdes em taipa, 0 uso de sapata corrida de pedra e de tijolos ceramicos, protegida com camada impermeabilizante (Figura 14), No projeto Casa do Nilo (Figura 15), segundo Silva (1991), Zanine Caldas usou a construgao suspensa através de pilaretes de tijolo ceramico e Caser e Silveira, citados em Lopes (1998), construiram casas de taipa suspensas em esteios de madeira (Figura 16) fig. 13 Detale de consructo de parede om tapas ‘com protec de concrete. Fonte: MITIDIERL oral 1887) fig. 14 Detalhe de badrame de tel certnico ‘para pares de tape. ‘Fonte: FUNDAGHO DAM (1988) téonicas micas oe Capitulo UNO 027 PRIMERA parte BASE _DE THOLO. fig 15 Detalhe de parede de aipa,elevada do chido por pilaretes de tolo cerdimico, projeto Zanine Caldas SQ) Fone. suva assy) fig. 16 Detalhe de construgéo em tipa, elevada do chio por ‘aldrames de ewcaljto relic, projeto da arg. Karla Caser Fonte: MONCORVO etal (1992) Capitulo UNO Para protegaio contra os danos causados pela incidéncia da égua das pegas verticais de madeira, pilares ¢ forquilhas que ficam em contato com o solo, Lopes (1998) cita que, nas construgées recentes, so usados geralmente materiais impetmeabilizantes, como pintura asfaltica, betume, resina, sacos plésticos ¢ base de concreto, de acordo com a disponibilidade local, como no detalne construtivo usado nas obras em taipa pelo arquiteto Cydno Silveira (Figura 17). Alvarenga (1984) afirma que um dos maiores problemas das habitagdes de pau-a-pique deve-se falta de revestimento; ele ¢ imprescindivel para que haja protegao das paredes contra agao da Agua, bem como para evitar 0 alojamento de insetos nas gretas, que surgem quando seca 0 arto, A referida autora cita ainda que, na zona rural de Minas Gerais 0 reboco 6, geraimente, {feito com 0 proprio barro misturado com maior quantidade de areia e aplicado em duas camadas. A primeira, mais aspera, usa o cascalho, misturado com 0 solo, estrume e Agua, enquanto a segunda camada tem como diferanga apenas no tipo de areia, que é mais fina De acordo com o Gieth et al. (1994), para se atingir uma qualidade compativel com a protegao desejada, a mistura do reboco deve ter uma parte de cal para ito de saibro e ser aplicada sobre as paredes, levemente umedecidas, em forma de bolas, usando-se as mos. Apés cobrir toda superficie, deve pressionar levemente a mistura para uma perfeita aderéncia. A regularizagaéo 6 feita por presséo com a colher de pedreiro, para agregar os componentes e aflorar a agua da fig. 17 mistura; passa, entéo, a desempenadeira e em seguida a esponja de camurga, criando uma Detathe da superficie adequada para receber a pintura, que pode ser & base de cal. (praecioe ee . __ Mitidieri et al. (1987) mencionam que o reboco ou segunda barreada ¢ indispensavel. As paredes prjeto ary devem ser recobertas e alisadas com a mo, eliminando-se, desta forma, o alojamento de insetos rontest nas gretas, Afim de dar maior impermeabilidade as paredes, é comum fazer uma terceira barreada, ARGUITETURA em que se mistuta cimento ou cal ao barto, Como ultima etapa, a casa é calada ou pintada, No prot6tipo do PROAFA (1979), em Fortaleza, Ceara, foi feito um chapisco de impermeabilizagao, nas paredes internas e externas até a altura de 50 om, para evitar infiltragées de agua em ambos os lados. E necessario destacar que, independente do tipo de material, 0 conjunto estrutural deve apresentar solidez € estabilidade, para evitar que ocorram desaprumos, desnivelamentos e trincas nas paredes. Na prética, alguns principios elementares em construgo, como marcagao enivelamento da obra com uso de equipamentos simples, tipo esquadro, prumo ¢ nivel, s4o relegados pelos construtores quando se trata de construgses de taipa, talvez por considerarem dispensaveis neste tipo de obra, mas que contribuem para prejudicar a aparéncia e a rigidez da construgao, tornando a estrutura desequilibrada e as paredes desalinnadas. 029 g é & = & 030 1.5 EXEMPLOS DE CONSTRUGOES COM TAIPA Nos dias atuais, a construg4o em taipa de mao esté associada, geralmente, a processos socials transitérios, ao rural, & pobreza, ao status de favela e barraco. Percebe-se que, mesmo aquele que faz uso dessa técnica naturalmente no campo, a rejeita quando migra para a cidade e passa almejar, assim que possivel, ter sua moradia reconstruida com paredes de alvenaria, para caracterizar ascensao social, progresso material ¢ estabilidade econémica. Contudo, diversas construgdes contemporéneas em taipa, localizadas em varias partes do pais, nas quais foram seguidos os procedimentos construtivos, adequados, atestam a versatilidade e o excelente desempenho desta milenar técnica construtiva. Algumas dessas construgdes séo mostradas a seguir, juntamente com um breve resumo descritivo de cada uma delas, Casa Estudio Projeto: José Albano Ano de construgao: 1980 Tanto para os esteios principais como para o entramado interno, utilizou-se a madeira roliga da espécie sabia (Mimosa caesalpiniifolia), encontrada no local. A amarracao do entramado foi feito com barbante de sisal. Para 0 barreamento, a terra do local foi acrescida de pedagos de telhas e de tijolos, colocados na medida em que se executava 0 barreamento. fig. 18 Residencia eesti joognifco, em Fortaleza, Ceard, Brasil Foto: José Albano 19 Construcio.em taipa, em Teresina, Paul, Brasil Foto: Wilza Lopes, 1997. Construgées em Jodo Cimara, Rio Grande do Norte, Brasit Foto: Guadicio Torguato Casa da Picarra Projeto: Arquiteto Paulo rota Ano de construgao: 1984 Para os pilares, vigas montantes dos painéis, utiizou- se a palmeira carnauba, proveniente de area desmatada. Nas paredes de taipa, arames na posigéo horizontal substituiram a trama tradicional para estruturar a terra. Na mistura de terra, foi acrescentado cal e um pouco de cimento. No momento da aplicagao do barro com as mos, foram colocadas pedras pequenas, Casas da CEF Projeto: Args. José Guadéncio Torquato Marcio Machado Ano de construgéo: 1990 Projeto de residéncias de baixo custo, financiado pela Caixa Econdmica Federal, para construgées de moradias em locais que sofreram abalos sismicos no Estado do Rio Grande do Norte. Os paingis foram pré-fabricados em madeira setrada da_—espécie magatanduba (Manikara. ssp), em oficina, ¢ entregues prontos na obra para sua colocagao e execudio das paredes. téonieas mias Capitulo UNO 031 PRIMERA parte 032 Centro de Educagao Ambiental Projeto: Arquiteta Karla Caser Ano de construgao: 1992 A construgao foi suspensa do chao por pilaretes de concreto. Para os pilares, usaram-se alvenaria @ eucalipto roligo, O entramado interno foi construido com brotos de eucalipto, amarrados com arame. As pegas de madeira, excetuando o entramado, foram tratadas em autoclave. Para o barreado utilizou-se a terra do prdprio local sem o acréscimo de qualquer material. Residéncia em Tiradentes Projeto: Arquiteto Marcos Borges dos Santos ‘Ano de construgao: 1990 Reforma e ampliagdo, em que se construiu 0 pavimento superior com taipa de mao, Foi realizada uma estrutura independente utilizando-se pilares roligos de eucalipto ¢ pilares de madeira serrada provenientes de demoligéo. A malha interna foi produzida no local, através da utilizagaéo de madeira roliga denominada cambuata (Tapirira guianenses) nativa da regiao. Na mistura para o enchimente, utilizou-se a terra do préprio local, agua e capim do campo, encontrado na regido fig. 21 Cntr de Educa Ambiental, om Hila elk. Esprit Sant, Bras. Foo: Karla Caner 198 fig. 22 Ampliagdo de residéncia, em Trradentes, Minas Gerais, Brasil Foto: Marcos Borges dos Santos fig. 23 Residencia em Teresopdls, Rio de Janeiro, Brasil. Fonte: CSA Arquitetura (1995) fig. 24 Consirugdo de residéncia, em 8 Fonte: SILVA (1991) io Goncalo, Rio de Janeiro, Brasil. Residéncia Teresdpolis Projeto: Cydno Silveira e Ménica Vertis Ano de construgao: 1997 Esta construgao foi totalmente elevada do chéo, para protegé- la da umidade, muito intensa na regio. Utiiizaram-se estacas de madeira roliga, da espécie eucalipto, cravadas no solo, em cavas preenchidas com conereto, A ossatura interna foi executada em eucalipto (Eucalyptus) na vertical ¢ ripas de madeira serrada na horizontal A terra utilizada foi a do préprio local sem acréscimo de outro material Casa do Nilo Projeto: Zanine Caldas Para 0 entramado, utilizaram-se sobras de madeira serrada provenientes de pequenas serrarias. O uso na construgéo destes residuos de madeira, que seriam queimados para fazer carvaéo, possibilitou 0 barateamento da obra. A edificagao foi suspensa do chao, através de vigas de madeira serrada, assentadas em pilares de alvenaria, para proporcionar melhor ventilagéo e evitar umidade, isolando a madeira do contato com o solo. A cobertura foi em telha cerdmica sobre estrutura de madeira serrada tonioas minas Capitulo UNO 033 £1.6 CONSIDERAGOES FINAIS & © Brasil, pais em desenvolvimento, tem procurado investir ¢ importar, cada vez mais, tecnologias avangadas, na expectativa de maior crescimento, as vezes PRIMERA desconsiderando, a realidade local. Deve-se lembrar que nem sempre a tecnologia, aprovada em outros paises, é condizente com as nossas caracteristicas. Nao resta dvida que as inovagées tecnolégicas sao importantes e bem vindas, porém deve-se levar em consideragao a realidade cultural e socio-econémica dos usuarios, como também os materia’s disponiveis @ o clima da regido. © profissional da area de construgao esta voltado para o futuro, conectado com os. avangos da tecnologia, mas deve também ter o conhecimento do que ocorreu no passado e aproveitar as préticas comprovadas pelo uso e senso comum da populagao. Neste sentido, é proveitoso resgatar as técnicas construtivas de tradigo secular, ‘como as de terra crua, usadas empiricamente, e melhoré-las, modernizando-as através da injegao de novas tecnologias, adquiridas pelo conhecimento cientifico. 034 A importancia da preservagao da taipa de mao nao se vincula apenas a aspectos histéricos ¢ culturais mas, fundamentaimente, a potencialidade que apresenta como ‘exemplo de arquitetura de terra crua. Sabe-se que é uma técnica de facil assimilagao @ de simples execugao, harmonicamente equilibrada com o meio ambiente, que apresenta excelente desempenho de apresentar baixo consumo de energia e resultados técnicos excelentes, desde rmico, utiliza materiais locais e renovaveis, além que seguidos os procedimentos de execugao. ‘Ataipa de mao, apés um periodo de grande uso no Brasil construtiva devido ao aparecimento de novos materiais, das mudangas tecnolégicas surgidas e das novas exigéncias do mercado consumidor. Contudo, ainda hoje cor ‘sea construir com taipa de mao, principalmente no Nordeste do pals. Porém, na maioria dos casos, esta técnica esta quase que restrita a camada da populacdo de poucos ua recursos, tratando-se de construgdes que deixam a desejar no que se refere a acabamento, durabilidade e aparéncia, contribuindo, assim, para o fortalecimento da imagem da casa de t pa associada a pobreza e as construgées provisérias ‘Além disso, alguns estudos e construgdes pontuais tém sido desenvolvidos em varias partes do pais. Os exemplos apresentados neste trabalho mostram a viabilidade do uso desta técnica, em termos estéticos e de durabilidade, e contribuem para desassociar a imagem da taipa de mao com a pobreza e a miséria. Aconstrugao em taipa de mao, trata-se, portanto, de uma tecnologia alternativa, capaz de contribuir na solugdo dos graves problemas de caréncia habitacional, se devidamente apoiada pelos érgéios financiadores e governamentais e estudada pelos setores competentes. pay BIBLIOGRAFIA ALVARENGA, M.A. A. (1984). Arquitetura de terra _ Técnicas Construtivas, Belo Horizonte, .Digitado/ ALVARENGA, M. A. A, (1995). A arquitetura de terra como instrumento de desenvolvimento social. In: WORKSHOP - ARQUITETURA DE TERRA, S40 Paulo, outubro de 1995. Anais., FAU -USP, Sao Paulo, p. 107-13. COSTA, |. B. da; MESQUITA, H. M (1978). Tipos de habitagao rural no Brasil Rio de Janeiro,. Superintendéncia de Recursos Naturais e Humanos. CSA ARQUITETURA, (1995). Projeto Vargem Grande - Taipa e eucalipto, parceria que esta dando certo: apresentagao, ante-projeto, ¢ descri¢ao das etapas de construgao do projeto Vargem Grande em Teresépolis, Ru, realizados entre 1995 ¢ 1997. Rio de Janeiro. CSA ARQUITETURA LTDA /Digitado/. DIMARCO, AR (1984). Pelos caminhos da terra. Projeto, n.65, p.47-59, jul. FERRAZ, M. C. (1992). Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira. 1. ed. Sao Paulo,, Quadrante FROTA, P. Le ROY, L. (1978). A casa de taipa em Sao Miguel do Tapuio. Brasilia, 88p. Trabalho de Conclusdo de Curso (Graduagao) Departamento de Arquitetura, UNB - Universidade de Brasilia. FUNDAGAO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DAS APLICAGOES DE MADEIRAS NO BRASIL - DAM. (1988). Taipa em painéis modulados. 2. ed. Brasilia, MEC/CEDATE GIETH, K. T. et al, (1994), A casa de taipa, Estudo sobre a viabilidade da tecnologia em drea urbana, Niter6i, NEPHU-UFF, Nucleo de Estudos © Projetos Habitacionais e Urbanos. Boletim n.5, ago. GUNTER, W. (1998). Arauitetura da imigragao alema: um estudo sobre a adaptacao da arauitetura centro-européia ao meio rural do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, UFRGS. HAYS, A: MATUK, S (1993). Techniques Mixtes pour le Bresil. Fortaleza, CRATerre América Latina, IGLESIAS, F. T. C. (1993), Arquitectura de terra no século XXI: uma utopia ? In: 7A CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE O ESTUDO E CONSERVAGAO DA ARQUITECTURA DE TERRA, Silves, 71993. Anais. Lisboa, DGEMN, p. 77-80 LOPES, W. G. R. (1998). Taipa de mao no Brasil: levantamento e anélise de construgées. Sao Carlos, 1998. 232p. Dissertagao (Mestrado em Arquitetura, area de concentragao Tecnologia do Ambiente Construido) - Escola de Engenharia de Sao Carlos, Universidade téonicas micas oe Capitulo UNO 035 PRIMERA parte 036 de Sao Paulo. LOPES, W. G. R; INO, A, (2000), Habitago em Taipa de Mao: Alternativa de Construgao mais Sustentavel. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUIDO - ENTAC 2000, Salvador, abril de 2000. Anais, UFBA, Salvador, v.1, 0173-180. MILANEZ, A. (1958). Casa de Terra - As técnicas de estabilizagao do solo a servigo do homem do campo. Rio de janeiro, Servigo Especial de Satide Publica - Ministério da Saude MITIDIERI, J. et al. (1987), Transferéncia de tecnologia em habitagao © saneamento: proposta de agao conjunta. Rio de Janeiro, 1987. IBAM MUNIZ, MI. P. (1989) Arquitetura Rural do Século XIX, no Espirito Santo Vitéria, Aracruz Celulose S.A. PINTO, F. (1993). Arquitectura de Terra - Que futuro? In: 7A CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE © ESTUDO E CONSERVAGAO DA ARQUITECTURA DE TERRA, Silves, 1993. Anais. Lisboa,. DGEMN, p. 612-17, PROGRAMA DE ASSISTENCIA AS FAVELAS DA REGIAO METROPOLITAN, DE FORTALEZA - PROAFA (1979). Relatério. Fortaleza, PROAFA SCHMIDT, C. B. (1946). Construgées de Taipa. Alguns aspectos de seu emprego € da sua técnica. In: Boletim de Agricultura. série 474, 1946, SMITH, R. C. (1955). Arauitetura Colonial. Salvador, Progresso Editora. SMITH, R. C. (1969). Arquitetura Civil no Perfodo Colonial. Revista do Patriménio Histérico e Artistico Nacional. Rio de Janeiro, Ministério da Educagao ¢ Cultura. v.17, p.27-125. SILVA, S. ZANINE - sentir e fazer. 3. ed. s.1, 1991. Agit Editora. SOLIANI, C.T. de A. et al. (1993). Taipa de sopapo na imigragao alema no Rio Grande do Sul - estudo de caso, In: 7A CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE O ESTUDO E CONSERVAGAO DA ARQUITECTURA DE TERRA, Silves, 1993. Anais. Lisboa, DGEMN, p. 4549. SOUZA, R. C. J. de. Problemas de Conservagao em Construgdes Tipicas de Minas Gerais. Cadernos de arquitetura e Urbanismo. Belo Horizonte, 1996. n.4, p. 103-120, maio. VASCONCELOS, S. de (1979). Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.

Você também pode gostar