Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parem, eu confesso,
sou poeta
E a cada manhã que nasce
me nasce uma insígnia na testa
e a cada noite
uma musa fenece
bailando alucinada numa infinita festa
parem, eu confesso,
sou poeta
e a cada cópia que teço
um original enlouquece
e a cada canto que canto
[um canto fraquinho um canto bobinho
um canto tão distinto daquele de Dante]
faço-me vez, faço-me voz, faço-me verso.
Parem, eu confesso,
sou poeta
Sorrio, sóbria,
e acendo,
na lenha já quente,
meu último cigarro.