Você está na página 1de 2

Poema

Ó sino da minha aldeia,

Ó sino da minha aldeia,


Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,


Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto


Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua


Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa

1
Poema
Ó sino da minha aldeia,
Análise

É um poema do poeta Fernando Pessoa que fala da saudade da infância.

O sino toca dentro da alma do poeta, lembra-o de memórias de infância, um bem


precioso que perdeu para sempre. Quanto mais o sino toca mais as saudades
aumentam e a tristeza também.

O poema é constituído por quatro quadras.

Os Recursos expressivos presentes no poema são a metáfora e a comparação.

Nos Versos 7e 8:

“Que já a primeira pancada

Tem o som de repetida. “

Encontramos a metáfora do tempo nas badaladas do sino que representa a


infância perdida, o tempo que foi e já não volta.

No Verso 6 - “Tão como triste da Vida”


O poeta compara a lentidão do sino com a tristeza da vida.

No Verso 11 - “És para mim como um sonho”. Temos a Comparação do som


distante do sino tal como a distância do sonho de infância.

Palavras novas

"Errante" : significa, aqui, sem destino, sem futuro, sem esperança.

“Dolente” : Doloroso

Você também pode gostar