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CAMINHO (Camilo Pessanha)

       
I
       Tenho sonhos cruéis: n'alma doente 
Sinto um vago receio prematuro. 
Vou a medo na aresta do futuro, 
Embebido em saudades do presente... III
       
Saudades desta dor que em vão procuro  Fez-nos bem, muito bem, esta demora: 
Do peito afugentar bem rudemente,  Enrijou a coragem fatigada... 
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,  Eis os nossos bordões da caminhada, 
Cobrir-me o coração dum véu escuro!... Vai já rompendo o sol: vamos embora.

Porque a dor, esta falta d'harmonia,  Este vinho, mais virgem do que a aurora, 
Toda a luz desgrenhada que alumia  Tão virgem não o temos na jornada... 
As almas doidamente, o céu d'agora, Enchamos as cabaças: pela estrada, 
Daqui inda este néctar avigora!...
Sem ela o coração é quase nada: 
— Um sol onde expirasse a madrugada,  Cada um por seu lado!... Eu vou sozinho, 
Porque é só madrugada quando chora. Eu quero arrostar só todo o caminho, 
        Eu posso resistir à grande calma!...
       
II        Deixai-me chorar mais e beber mais, 
Encontraste-me um dia no caminho  Perseguir doidamente os meus ideais, 
Em procura de quê, nem eu o sei. E ter fé e sonhar — encher a alma.
 — Bom dia, companheiro — te saudei, 
Que a jornada é maior indo sozinho.

É longe, é muito longe, há muito espinho! 


Paraste a repousar, eu descansei... 
Na venda em que poisaste, onde poisei, 
Bebemos cada um do mesmo vinho.

É no monte escabroso, solitário.


Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto

Que chorámos a dor de cada um... 


E o vinho em que choraste era comum: 
Tivemos que beber do mesmo pranto.

Em “Caminho”, soneto simbolista de Camilo Pessanha, o subjetivismo sugestivo se apresenta em cada


parágrafo. O aprisionamento ao passado e à saudade trabalha com as emoções.

O jogo entre o presente e o futuro é um dos pontos de maior evidência no texto, e faz a ponte de um
parágrafo a outro, o que se comprova no término do penúltimo parágrafo em “céu d’agora” e no verso
“expirasse a madrugada” que praticamente encerra o soneto.

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Nota-se ainda que o “eu-lírico” não se separa da saudade por estar agarrado ao presente, e o poeta, de
alma doente, viaja ao futuro por um caminho cheio de arestas, mas sabendo que sem a dor, todas as suas
ambições humanas morreriam.

Caminho nos mostra uma trajetória de aflição, na tentativa de afugentar a dor e a morte que se fundem
com o luto, situações negativas e de sofrimento.

Ao passear pelo texto, encontramos evidências do nosso medo com relação ao futuro e a impressão de que
ninguém pode se livrar da saudade sem se desligar do presente.

Perceba isso no título que nos remete a dispormos um olhar em frente do que se segue, tal evocação parece
a priori fazer uma comparação entre a vida e uma estrada, via ou rua que vai sempre ecoar no nosso intimo,
no primeiro soneto constatamos o sentimento de medo vivido pelo poeta em relação a chegada do Futuro,
confirma-se isso ainda no 1º verso da 2ª estrofe, perceba que o verso mostra que a saudade sentida se dá
porque o presente apesar de triste é mais seguro que o futuro é incerto e impreciso. É possível perceber
que a dor do poeta que se intensifica ao anoitecer se dá mediante a falta de harmonia, que poderia ser
entendida como uma inadaptação ao mundo, à sociedade, a si mesmo.
No segundo soneto dá a impressão que o autor conversa com alguém que lê o poema e tenta persuadir o
mesmo, é nesse mesmo momento que percebemos que o poeta não sabe o que procura e que a todo
tempo o poeta mostra-se confuso e inconformado com a sua realidade, e sempre temendo um futuro

No primeiro, há um caminhar virtual, metafórico, que transcorre no tempo. A dor é vista paradoxalmente:
como algo a ser eliminado e como o ideal a ser buscado; uma dor muito particular, conotada por uma
personalidade de “alma doente”.
No segundo soneto o caminho já é real. O sujeito lírico dirige-se a um tu,c ompanheiro de viagem.
O clima de identidade, comunhão — mesma jornada, mesmo repouso, mesma venda, mesmo vinho,
mesmo pranto — é rompido apenas pela “dor de cada um” , motivo suficientemente forte aos olhos deste
viajor para provocar uma separação.
Atraem a atenção aqui sintagmas vinculados a conotações religiosas cristãs: espinho, vinho, monte
escabroso, calvário, pranto. Na sua maioria, indiciam dificuldades no trajeto que, a esta altura, já faz pensar
na via-crucis, predestinando sofrimentos talvez sobre-humanos ao protagonista.
Cabe um reparo ainda à menção à venda, à estalagem, espaço fechado, extremamente raro em toda
a Clepsidra, tanto quanto a presença de um companheiro.
Sabe-se então que o percurso é ascendente, embora a meta (o que deve estar no ápice) ainda esteja
velada, enevoada, como se percebe na terceira estrofe.
O terceiro é o soneto da separação. O caminhante redefine seus propósitos[.]
Há um evoluir em que o fim retoma o início. Os pronomes sintetizam o que ocorre:
I — eu (isolamento, solidão)
II — tu e eu → nós (identidade, comunhão)
III — nós → tu e eu → eu (separação, solidão)
Neste tríptico encontram-se elementos fundamentais que serão retomados durante o percurso:
referências espaciotemporais, configuradoras das “paisagens” interiores ou exteriores apreciadas ou vividas
durante o caminhar, o evoluir; contatos com outros possíveis companheiros; os seus objetivos,
constantemente redefinidos pela sua sensibilidade.
Ressalve-se que este caminhar não é firme nem contínuo (note-se o privilégio dado a momentos
típicos de transição, como poente, madrugada, aurora, bastante reveladores de indefinição, de hesitação),
mas, sim, pontilhado de dificuldades, dúvidas, desânimos, capitulações — tudo que gera análises,
rememorações, remorsos, dentro deste modo-de-ser tão particular como o do sujeito lírico.           

2
Floriram por engano as rosas bravas

No Inverno: veio o vento desfolhá-las...

Em que cismas, meu bem? Por que me calas

As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...

Onde vamos, alheio o pensamento,

De mãos dadas? Teus olhos, que um momento

Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,

Surda, em triunfo, pétalas, de leve

Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!

Quem as esparze – quanta flor! – do céu,

Elabore o comentário global do poema, incluindo o desenvolvimento dos seguintes tópicos:

•  nas quadras. a presença dominante de elementos significativos da ilusão e da efemeridade,

     - simbolicamente representados pelas rosas e castelos,

     - explicitamente caracterizadores da relação eu/tu;

•  nos tercetos, a riqueza sugestiva da sobreposição das imagens pétalas (das rosas) / neve, gelo / véu;

•  o desfazer da ilusão do amor, paradigma do desfazer inevitável de todas as ilusões;

•  recursos estilísticos relevantes (note a expressividade das aliterações - por exemplo dos sons f e v, nos
dois primeiros  versos, ou do/u, no primeiro terceto - da exclamação e interrogação, da omissão de nexos
lógicos entre as frases, do uso vocabular,  a que se refere Óscar Lopes).

          
O sujeito poético dirige-se a alguém que parece acompanhá-lo:  expressões nominais: meu bem; teus
olhos; teu vulto.  verbos: calas; cismas; enganavas. 2. Palavras e expressões que transmitem sentimentos
de ilusão e de perda. “veio o vento desfolhá-las”; “Castelos doidos”; “Tão cedo caístes”. 3. Sugestão de
noivado. “sobre nós cai nupcial a neve”; “pétalas, de leve /Juncando o chão”; “é como um véu”.

3
4. A impressão dominante é de melancolia, tristeza, desilusão. As rosas desfolhadas, as vozes que se
calaram e os castelos que caíram sugerem a destruição da ilusão de felicidade, ou seja, a desilusão. Estas
marcas negativas são reforçadas pela referência à tristeza da amada “teus olhos(…)como vão tristes!”. Aliás,
ambos parecem partilhar deste espírito de tristeza, melancolia “Onde vamos, alheio o pensamento”, apesar
de seguirem de “mãos dadas”. 5. Aliterações – o v na 1ª quadra; o l no 1º terceto. 6. Estrutura formal: o
poema é um soneto (2 quadras e dois tercetos) de versos decassilábicos; o esquema rimático é
abba/cddc/eef/ggf, havendo, por isso ,rima emparelhada e interpolada.

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Mario sá carneiro

Estátua Falsa

Só de ouro falso os meus olhos se douram; 

Sou esfinge sem mistério no poente. 

A tristeza das coisas que não foram 

Na minha'alma desceu veladamente. 

Na minha dor quebram-se espadas de ânsia, 

Gomos de luz em treva se misturam. 

As sombras que eu dimano não perduram, 

Como Ontem, para mim, Hoje é distancia. 

Já não estremeço em face do segredo; 

Nada me aloira já, nada me aterra: 

A vida corre sobre mim em guerra, 

E nem sequer um arrepio de mêdo! 

Sou estrêla ébria que perdeu os céus, 

Sereia louca que deixou o mar; 

Sou templo prestes a ruir sem deus, 

Estátua falsa ainda erguida ao ar... 

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O RECREIO 

Na minh’Alma há um balouço  Os versos 3 e 4 correspondem à


Que está sempre a balouçar –  primeira fala, em discurso direto,
Balouço à beira dum poço,  da criança. Portanto, o travessão
Bem difícil de montar...  no final do segundo verso e o
travessão no início do quinto verso
– E um menino de bibe  demarcam o início e o fim da fala
Sobre ele sempre a brincar...  do menino de bibe.

Se a corda se parte um dia 


(E já vai estando esgarçada), 
Era uma vez a folia:  Esgarçada – desfeita.
Morre a criança afogada...  Folia – alegria, festa, dança, farra.

– Cá por mim não mudo a corda  vv. 11-12 -  segunda fala do


Seria grande estopada...  menino.
Estopada – maçada.
Se o indez morre, deixá-lo... 
Mais vale morrer de bibe  Indez -criança.
Que de casaca... Deixá-lo 
Balouçar-se enquanto vive... 

– Mudar a corda era fácil... 


Tal ideia nunca tive...

Mário de Sá-Carneiro vv. 17-18 -  terceira fala do


Indícios de Oiro,  1937 menino.
PROPOSTA DE COMENTÁRIO DE TEXTO:

Elabore um comentário global do texto que acabou de ler, focando os seguintes tópicos:

 significados da imagem que o poema desenvolve e sua ligação com o título


 presença de elementos narrativos
 registo de língua
 recursos estilísticos e sua expressividade
 ritmo e composição formal

CENÁRIO DE RESPOSTA:

Integrados no comentário global do texto, devem ser focados os seguintes tópicos:

 Significado do “balouço” como imagem desenvolvida no poema e sua relação com o título

A visualização da Alma,·como sede·de um "balouço" (instabilidade), "à beira·dum poço" (situação de risco),
com a corda “esgarçada” (perigo iminente) e utilizado por uma “criança” (inconsciência do perigo), compõe
uma imagem que significa uma maneira insensata, insegura, ‘louca’ de estar na vida e a descrença na
validade de uma atitude ponderada.
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O título aponta para uma dupla dimensão: descritiva (o balouço, o menino a brincar) e irónica (a recusa da
vida adulta, a aceitação da morte prematura).

 Presença de elementos narrativos

A imagem nuclear do poema é desenvolvida como quem conta uma história, com as categorias próprias da
narratividade: espaço – a “Alma” com seu “poço” e seu “balouço”; tempo – “sempre”, “um dia”; ação – “a
balouçar”, “a brincar”; personagens – o “menino de bibe”; narrador.

Este caráter narrativo do desenvolvimento da imagem cria distanciação, sugerindo o desdobramento do


“eu”.

 Registo de língua

Marcas de oralidade e de registo familiar: frases interrogativas, inacabadas, e o uso do presente do


indicativo, simulando a instabilidade do discurso oral; expressões típicas da linguagem familiar – “Era uma
vez”; “Cá por mim”; “Grande estopada”.

O uso deste registo de língua coaduna-se com o tom de narração oral que o poema tem.

 Recursos estilísticos e sua expressividade

   (Deve ser comentado o efeito de intensificação expressiva dos recursos apontados.)

 O ritmo e a composição formal

PT 9º ver

Jorge de sena

Falareis de nós como de um sonho. 


Crepúsculo dourado. Frases calmas.  E, em segredo, saudosos, enlevados, 
Gestos vagarosos. Música suave.  falareis de nós - de nós! - como de um sonho.
Pensamento arguto. Subtis sorrisos. 
Paisagens deslizando na distância. 
Éramos livres. Falávamos, sabíamos, 
e amávamos serena e docemente. 

Uma angústia delida, melancólica, 


sobre ela sonhareis. 

E as tempestades, as desordens, gritos, 


violência, escárnio, confusão odienta, 
primaveras morrendo ignoradas 
nas encostas vizinhas, as prisões, 
as mortes, o amor vendido, 
as lágrimas e as lutas, 
o desespero da vida que nos roubam 
- apenas uma angústia melancólica, 
sobre a qual sonhareis a idade de oiro. 

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OS PARAÍSOS ARTIFICIAIS
Na minha terra, não há terra, há ruas;
mesmo as colinas são de prédios altos
com renda muito mais alta.
.
Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores, tão escassas, dos jardins, mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.
.
Os cânticos das aves - não há cânticos,
mas só canários de 3º andar e papagaios de 5º.
E a música do vento é frio nos pardieiros.
.
Na minha terra, porém, não há pardieiros,
que são todos na Pérsia ou na China,
ou em países inefáveis.
.
A minha terra não é inefável.
A vida da minha terra é que é inefável.
Inefável é o que não pode ser dito.

SOPHIA

Porque os outros se mascaram mas tu não


Porque os outros usam a virtude 
Para comprar o que não tem perdão. 
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados


Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem


E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não. 

Porque os outros vão à sombra dos abrigos


E tu vais de mãos dadas com os perigos. 
Porque os outros calculam mas tu não.

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RETRATO DE UMA PRINCESA DESCONHECIDA

Para que ela tivesse um pescoço tão fino


Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos

Foi um imenso desperdiçar de gente


Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino

RA ATRAVESSAR CONTIGO O DESERTO DO MUNDO

Para atravessar contigo o deserto do mundo


Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo


Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro


Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste


E aprendi a viver em pleno vento

CIDADE

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,


Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

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Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.

Despedidas em Belém e Mar Português

ar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

O poema “Mar Português” compara-se com o episódio “Despedida em Belém” de “Os Lusíadas” pois as
lágrimas de Portugal que tornaram salgados o mar, são as mesmas que os familiares choraram perante a
partida dos marinheiros para a aventura marítima.
Luís de Camões e Fernando Pessoa enalteceram os Descobrimentos portugueses e a dor, o sofrimento e o
sacrifício das pessoas envolvidas direta (marinheiros) ou indiretamente (familiares, amigos) nesse feito.
Luís de Camões exprime estes sentimentos através da narração que Vasco da Gama faz ao rei de Melinde.
Vasco da Gama narra a partida da armada para a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia,
em analepse, dando particular relevo às despedidas dos navegadores portugueses em Belém (Canto IV, est.
88-93). Fernando Pessoa revela estes mesmos sentimentos no poema "Mar Português" que pertence à
segunda parte da Mensagem.  Esta segunda parte da obra, também denominada “Mar Português”, retrata a
ânsia do desconhecido e o esforço heroico da luta que os portugueses travaram com o mar.

Os dois textos evidenciam o grande sofrimento e dor dos Portugueses no momento da partida das naus:

- Luís de Camões refere o doloroso sacrifício e desespero das mães, esposas e irmãs: "Mães, Esposas, Irmãs,
que o temeroso/ Amor mais desconfia, acrescentavam/ A desesperação e frio medo/ De já nos não tornar a
ver tão cedo"(est.89, vv.5-8).

- Fernando Pessoa realça a dor das mães, dos filhos e das noivas que perderam a sua oportunidade de
constituir família: "Por te cruzarmos, quantas mães choraram / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas
noivas ficaram por casar" (vv3-5). Constatamos, pois, que os dois Poetas evidenciaram mais o sofrimento
das mães e privilegiaram o sentimento de dor dos familiares mais próximos dos nautas.

Mas, os dois textos apresentam uma diferença significativa quanto à abrangência do sofrimento,
relativamente às pessoas atingidas por esse sentimento dentro de todo um país. Camões neste excerto
considera que a dor, o sofrimento e o sacrifício afectaram somente as pessoas da cidade de Lisboa: "
A gente da cidade, aquele dia, / (Uns por amigos, outros por parentes, / Outros por ver somente) concorria"
(est.88,vv.1-3). Já Fernando Pessoa diz que o sofrimento atingiu todas as regiões de Portugal:" Ó mar
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salgado, quanto de teu sal/ São lágrimas de Portugal!" (vv.1-2) Nacionaliza o sofrimento, a dor, todos os
portugueses sofreram com a partida dos marinheiros, porque no mar desconhecido facilmente se
perderiam, a dúvida era global, muitos davam-nos já por perdidos, tendo quase a certeza de não os tornar a
ver.

Atitude face ao empreendimento dos Descobrimentos

Apesar de todo o sofrimento, dor e sacrifícios a que este empreendimento obrigou, os poetas Luís de
Camões e Fernando Pessoa enaltecem-no.

No seu discurso ao rei de Melinde, Vasco da Gama confidencia-nos como impediu os seus homens de
fazerem a última despedida tal era o estado de comoção naquele momento, dando os que ali estavam como
certa a sua morte: "Por perdidos as gentes nos julgavam" (est.89, v.2). A missão a cumprir sobrepunha-se a
qualquer sentimento, por mais forte que ele fosse: "Por não nos magoarmos, ou mudarmos/ Do nosso
propósito firme começado" (est. 93, vv.3-4)

A determinação de Vasco da Gama é assim idêntica à atitude de Fernando Pessoa face aos Descobrimentos.
Este Poeta considera que tudo valeu a pena, não tendo sido em vão a ousadia e ambição dos Portugueses:
"Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena." ( vv. 7-8). Justificando-se assim a razão de
tantas provações pela obtenção da glória.
Apesar de terem enfrentado tantas adversidades, tanto sofrimento, os Portugueses obtiveram
posteriormente a sua recompensa: a fama e a glória: " Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é
que espelhou o céu." (vv.11-12). A conjunção adversativa Mas revela a dupla orientação divina (negativa e
positiva) que foi concedida ao mar: ser um espaço de perigos mas, simultaneamente, constituir um espaço
de compensação e de glória.

Horizonte.
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe, a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensiveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte-

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Os beijos merecidos da Verdade.

Sophia

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,


Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores


Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias


Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.

Nuno Júdice
Uma noite, quando a noite não acabava,
contei cada estrela no céu dos teus olhos; 
e nessa noite em que nenhum astro brilhava 
deste-me sóis e planetas aos molhos. 

Nessa noite, que nenhum cometa incendiou, 


fizemos a mais longa viagem do amor; 
no teu corpo, onde o meu encalhou, 
fiz o caminho de náufrago e navegador.

Tu és a ilha que todos desejaram,


a lagoa negra onde sonhei mergulhar, 
e as lentas contas que os dedos contaram

por entre cabelos suspensos do ar - 


nessa noite em que não houve madrugada 
desfiando um terço sem deus nem tabuada.
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Com mãos tudo se faz e se desfaz.

Com mãos se faz o poema - e são de terra.

Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.

Não são de pedras estas casas, mas

de mãos. E estão no fruto e na palavra

as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpas

as mãos que vês nas coisas transformadas.

Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.

Ninguém pode vencer estas espadas:

nas tuas mãos começa a liberdade.

1. Neste poema, o sujeito poético descreve situações positivas e negativas associadas às mãos. 1.1.
Enumera-as (4 pontos). 1.2. Explica por que razão existe uma dimensão destrutiva nas mãos. Ilustra a
resposta com exemplos textuais (3 pontos).

2. A expressão “Com as mãos” está presente nas 1ª e 2ª estrofes. 2.1. Explica a intenção dessa repetição (3
pontos). 2.2. Identifica a figura de retórica aí presente (2 pontos).

3. Refere a razão pela qual o sujeito poético se dirige a um destinatário utilizando a segunda pessoa do
singular (3 pontos).

4. Faz a análise formal do poema (5 pontos). 4.1. Classifica as rimas presentes no poema e dá um exemplo
de cada tipo de rima diferente (3 pontos). 4.2. Faz a escansão dos versos 3 e 7 (4 pont5. Identifica os
recursos expressivos presentes nas expressões que se seguem e explica a sua expressividade (1,5 pontos): a)
“Com mãos se faz a paz se faz a guerra” (v. 1); b) “Com mãos se rasga o mar.” (v. 5); c) “E cravam-se no
Tempo como farpas” (v. 9);

os).

Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 180 e um máximo de 220 palavras, em que fales
sobre ações associadas às mãos do Homem. • Refere três ações que, na tua opinião, as mãos do homem já
realizaram; • Indica três ações que as mãos do homem podem realizar para transformar o mundo

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.1. Ações positivas: “se faz a paz”; “rasga a aterra”; “lavra a terra”; “constroem casas”, “verdes harpas”,
cidades, plantam “flores”; “começa a liberdade”. Ações negativas: “se faz a guerra”; “se desfaz”; 1.2. A
dimensão destrutiva associa-se à guerra que é feita com (e pelas) mãos humanas. 2.1. A repetição desta
expressão reforça a diversidade de ações que as mãos realizam. 2.2. Esta figura de retórica chama-se
anáfora. 3. O sujeito poético faz um apelo a um “Tu”, que será o leitor, enquanto ser humano, que tem
obrigação de lutar pela sua liberdade e autodeterminação. 4. Este poema trata-se de um soneto, pois é
composto por duas quadras e dois tercetos. Assim, os versos são decassilábicos e segue o seguinte esquema
rimático: ABAB/CDCD/ EFE/ GFG. A rima é, portanto, cruzada nas quadras e nos tercetos e ainda interpolada
entre os versos 10 e 13. 4.1. A rima é cruzada das duas quadras, por exemplo, entre os versos 1 e 3, 2 e 4,
etc. Já nos tercetos, os versos 2 de cada terceto rimam, pelo que é rima interpolada. 4.2. Com /mãos/ se/
fa/z o/ poe/ma – e/ são/ de/ te/rra.

de/ mão/s. E es/tão/ no/ fru/to e/ na/ pa/la/vra ( NOTA:A última sílaba de cada verso já não se conta visto
que são sílabas átonas)

5. a) antítese- as mão são responsáveis pelo que mau, negativo, destrutivo, mas também pelo que é bom e
positivo, isto é, frisa-se o caráter contrastivo da personalidade humana; b) metáfora- reforça o esforço
empreendido na conquista marítima; c) comparação- reforça que as ações, boas ou más, permanecem e
não se esquecem facilmente. 6. Os adjetivos que qualificam as mãos são: “magras”; desmazeladas”;
“negras”; “abandonadas”; “condenadas”; “fuliadas”; “pendidas”; “porcas”; desprezadas”.

Meus dias de rapaz, de adolescente,


Abrem a boca a bocejar sombrios:
Deslizam vagarosos, como os rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.

Nunca desperto de manhã, contente;


Pálido sempre com os lábios frios,
Oro, desfiando meus rosários pios…
Fora melhor dormir, eternamente…

Mas não ter eu aspirações vivazes,


E, não ter, como têm os mais rapazes,
Olhos boiando em sol, lábio vermelho!

Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:


E não sei, sendo assim enquanto moço,
O que serei, então, depois de velho
António Nobre

1. Redige um texto, com um mínimo de 70 e um máximo de 100 palavras, em que exponhas uma leitura
do poema.
O teu texto deve incluir:
• Uma parte inicial, em que indiques o título do poema e o nome do seu autor e na qual caracterizes com
uma só palavra “os dias de rapaz” do sujeito poético.
• Uma parte de desenvolvimento, em que refiras qual o estado de espírito do “eu” lírico, qual o sentido
do último verso da segunda estrofe e a figura de estilo aí presente.
• Uma parte final em que identifiques o desejo que assalta o “eu” poético na última estrofe e qual a sua
atitude perante o futuro

13
Aqui, sobre estas águas cor de azeite,
cismo em meu Lar, na paz que lá havia:
Carlota, à noite, ia ver se eu dormia,
e vinha, de manhã, trazer-me o leite.
 
Aqui, não tenho um único deleite!
Talvez... baixando, em breve, à ´´Agua fria,
sem um beijo, sem uma Avé-maria,
sem uma flôr, sem o menor enfeite!
 
Ah, pudesse eu voltar à minha infância!
Lar adorado, em fumos, a distância,
ao pé da minha Irmã, vendo-a bordar:
 
Minha velha Aia! conta-me essa história
que principiava, tenho-a na memória,
«Era uma vez...
Ah! deixem-me chorar! Ant. Nobre

Contos: Ver só sinopse de O velho e o mar ( Ernest Hem,); Tesouro ( Eça) ; o rapaz de pijama às riscas.
Meu pé de laranja Lima/ saber crónica / texto dramático/ O Colar de sophia

CONTOS / FILMES

Reflexão sobre filme " A vida é Bela"

Este filme mostra a relação entre um pai e o seu filho de 5 anos, durante a Segunda Guerra Mundial. Aborda
a temática Hitleriana que ordenou que os Judeus fossem colocados em campos de concentração em honra
da supremacia da raça ariana. Recorrendo à apresentação estrutural do filme, a criança completa cinco
anos e surgem dois policias para prender Guido e o seu filho por serem judeus e ambos são levados para um
campo de concentração nazista. Dora, a esposa de Guido, embora não sendo judia, decide acompanhá-los,
manifestando a união familiar e até a velha promessa "até que a morte nos separe".  
Face à previsível desgraça do destino desta familia, eis que nos é dado alento. No preciso momento em que
os protagonistas devem subir para o comboio (sem condições humanas)  Guido tem uma ideia: fazer com o
que seu filho pense que se trata de um grande jogo, onde os nazistas são os "maus" que estão ali para os
obrigar a cumprir as regras do jogo, ou então sairão perdedores. Apesar de querer acompanhar a família,
Dora é separada do marido e do seu filho, já que as mulheres não podiam ficar juntas com os homens. Se
por um lado a separação a destroçou, ela foi presa por uma questão de valores morais, já que, como foi
referido, ela não era judia e como tal não necessitava ser presa. Mas espiritualmente ela estava unida ao
marido e filho, seja pela promessa, seja pelo sentimento. Isto faz-nos pensar na questão do cumprimento de
promessas e a importancia da família, seja em que contexto for. 
Retomando o percurso do filme, quando já estão no campo de concentração, e sempre pensando em
distrair a criança para o "grande jogo", Guido diz ao filho que é preciso fazer 1000 pontos para ganhar e,
para isso, as jogadas mais importantes são manter-se calado e escondido. Quem for descoberto, perde. E o
prémio seria um belo tanque de guerra. Genial? Provavelmente. Como esconder de uma criança os
sofrimentos de uma guerra, as condições desumanas em que os judeus eram tratados, recorrendo
simplesmente ao imaginário infantil das brincadeiras e as suas compensações. A criança vive no meio dos
horrores dos campos de concentração e da discriminação, mas o pai sempre muda a realidade, dizendo

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sempre à criança que é um mundo de brincadeira e que tudo não passa de um jogo. Que força de
personalidade, que força de espírito para manter a brincadeira, um sorriso nos lábios, os gestos não verbais
que deixam a criança com o sorriso. A cada nova situação, o pai cria novos elementos do jogo: ora a criança
deve-se esconder ou esperar em silêncio. E com isto consegue proteger o filho dos horrores. Conseguem
proteger a formação da sua personalidade que certamente ficaria marcada pelo que veria. Ao ver este filme
devíamos pensar na forma como a vida deveria ser vivida. Quando parece não existir motivos para viver,
devemos encontrar força e vivê-la da melhor forma possível. A vida no campo de concentração seria
horrível, e era-o, se não tivesse o propósito de proteger o filho da cruel realidade. Assim, devemos pensar
na nossa própria vida e, quando queremos algo, devemos lutar para a obter, nem que para isso tenhamos
de ver a dura realidade como um jogo que devemos ganhar. Não importa o sofrimento, a dor, o que
importa é o valor que damos às coisas que nos acontecem. 
Finalmente, quando o exército americano chega para libertar os prisioneiros, um tanque de guerra surge e,
para a criança, o jogo foi ganho por eles e o tanque é o prémio prometido. 
Infelizmente Guido não sobrevive. Mas salva o filho, o seu principal objetivo.   
Principal reflexão: o que importa é que a vida tenha um sentido. A vida é bela, quando esta tem valor.
Resumo do Livro: O Diário de Anne Frank

Um dos livros mais emblemáticos do século XX, não tinha a menor intenção de o ser. Trata-se de “O Diário
de Anne Frank”, a menina judia que acabou morta pela polícia nazista em campo de concentração.
Produzido entre os anos de 1942 a 1º de agosto de 1944, o diário de Anne retrata as suas inquietudes e as
suas preocupações vividas em um dos contextos mais difíceis da históriada humanidade: a Segunda Guerra
Mundial.
De repente, Anne se vê aos 13 anos passar por uma transformação que jamais teria volta,  a menina passou
a viver  com sua família e outros judeus, companheiros da mesma sina, ocultos em Amsterdam, na Holanda.
Anne, que tinha uma vida absolutamente normal antes da guerra, nascera judia. Ao longo do diário, a jovem
vai narrando a rotina da pequena comunidade judia durante o período em que seus integrantes
permaneceram refugiados no porão do gabinete em que seu pai trabalhara, para onde o grupo se dirige ao
tomar conhecimento do destino que estaria reservado a eles, caso fossem capturados pela polícia nazista.
Anne passa a viver com, além dos pais e da irmã -, cm a família do Senhor Van Daan – ele, a esposa e o filho
Peter, que se torna o melhor amigo da garota, e por quem ela se apaixona. Anne que é a autora desse diário
registra a vivência destas pessoas sob a ameaça constante da morte e sua visão pessoal sobre este terrível
confronto bélico.
De fato, a ideia inicial de Anne, mais do que desabafar com palavras, era escrever um diário, para que,
posteriormente, fosse publicado, logo que a guerra acabasse. A ideia de escrever um diário nasce após Anne
ouvir uma transmissão radiofônica que incentivava as pessoas a documentar os eventos ligados à guerra,
pois este material teria, futuramente, um alto significado. Ela inscreve em seus escritos tudo o que se passa
no cotidiano de sua família e da dos Van Daan, inclusive sua notória predileção pelo pai, que considerava
amoroso e nobre, ao contrário da mãe, com quem a menina estava sempre em direto embate.
No entanto, os oficiais da Gestapo descobrem o esconderijo da família, em 4 de agosto de 1944, prendem
os refugiados e os conduzem para diferentes campos de concentração. Anne, que já estava bastante
debilitada, por conta da péssima alimentação, acaba sofrendo mais ainda. Alguns historiadores
recentemente conseguiram provas de que a jovem teria morrido antes da data que se pensava, por conta
de tifo e não na câmara de gás, como a irmã.
Da família, o único sobrevivente foi o pai, Otto, que lutou para publicar o Diário de Anne Frank.

Resumo da Saga de Sophia de Mello Breyner 


   
No mar do Norte,na ilha de Vig, vivia Hans um jovem com catorze anos que não tinha medo de tempestades
e que adorava ver o mar, a sua grande paixão. Hans vivia com a sua família: a sua irmã Cristina, o seu pai
Soren e a sua mãe Maria; no interior da ilha. Hans já tivera dois irmãos mais novos, Gustav e Niels, que
morreram num naufrágio de um veleiro que pertencia ao pai. Hans queria ser marinheiro e viajar por outras
terras no seu próprio barco. O pai queria que ele fosse estudar, tudo menos a ver com o mar porque já tinha
perdido dois filhos, mas Hans adorava o mar então fugiu de Vig num cargueiro. Chegando depois a uma
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cidade que Hans adorou pois tinha cheiros muito próprios e o brilho verde do rio o impressionava. Quando
o barco ia partir da cidade alguns dias depois de chegar o capitão chicoteou Hans e ele abandonou o navio.
E ficou como vagabundo na cidade. Hoyle, um homem de negócios levou-o consigo para sua casa, onde
ficou a viver como “ filho adoptivo”. Aí aprendeu tudo e em sonhos preparava-se para regressar a Vig.
Escreveu para casa, de onde a resposta veio muito depois pela mãe a dizer que o pai nunca o receberia em
Vig. Os anos passaram e com vinte e um anos, Hans era já capitão de um navio e com ele muitas viagens fez.
E sonhava com o que levaria para Vig. Mandava cartas enquanto estava fora, mas quando regressava a
resposta era sempre a mesma. Algum tempo depois Hoyle, velho e cego pediu a Hans que lhe tomasse
conta dos seus negócios e ele ficou. Então disse para casa que já não era homem do mar mas a mãe
respondeu-lhe o mesmo. Hans casou com Ana e pouco tempo depois Hoyle acabara por morrer. Teve o seu
primeiro filho a que deu o nome de Soren que acabou por morrer ainda recém-nascido. Construiu a sua
riqueza, era agora de negócios e com fortunas. Maria, mãe de Hans morreu e ele escreveu ao pai mas o pai
nunca lhe respondeu então percebeu que jamais voltaria a Vig. E Hans foi construindo a sua casa e mandou
fazer grandes obras. Já tinha filhos e netos, haviam grandes jantares em família e o tempo passava! E as
memórias de Vig surgiam, Hans ficara agora velho, acabando por adoecer. Pouco depois morrera… A sua
sepultura tinha um navio em cima, pedido de Hans à família antes e morrer

ESCRITA : Buling extra curriculares uma cidade ( pormenores)- um filme um livro emigração
viagens como valorização pessoal—inovaçoes na escola aulas
Campo cidade solidariedade impor

O desporto moderno é uma combinação de ciência, destreza, dedicação e esforço total. A prática
desportiva regular constitui um factor indispensável na manutenção, protecção e melhoria da saúde. Para
ser eficaz, não precisa de ser esgotante ou dolorosa, mas sim regular, adaptada à idade, à condição física,
bem como às características e limitações de cada indivíduo, aliando a todos esses factores o convívio que
permite ampliar os benefícios do movimento, com reflexos evidentes na saúde.”

Na minha opinião, a prática desportiva deve, de facto, ser parte integrante do nosso quotidiano,
uma vez que tem benefícios ao nível da saúde física e mental.

Em primeiro lugar, penso ser do conhecimento geral que a prática de exercício físico melhora a
nossa saúde física já que nos tornamos menos vulneráveis a doenças cardiorrespiratórias, problemas de
obesidade, entre outros mais ou menos graves. É claro que me refiro a uma atividade adequada a cada um,
pois não temos todos de ser atletas olímpicos e correr a maratona num tempo mínimo. Uma caminhada ao
fim do dia, por exemplo, pode ser a atividade ideal para alguém que, não tendo problemas de saúde, os
quer prevenir.

Em segundo lugar, destaco m aspeto muito importante sobre a prática desportiva, que muitas vezes
é esquecido, é o facto de esta ser essencial, também, para uma boa saúde mental. A verdade é que a
maioria das pessoas que pratica desporto não o faz sozinha, e este convívio permite-nos trocar experiências
e esquecer, ainda que por momentos, as horas cansativas de trabalho / estudo. Posso falar por experiência
própria: apesar de não jogar muito bem, os treinos de vólei permitem-me “desligar” de um mundo cheio de
exigências e concentrar-me em algo que gosto de fazer, acompanhada de pessoas com quem me dou bem.
Além disso, está provado cientificamente que fazer desporto liberta substâncias para a corrente sanguínea
que nos fazem sentir descontraídos e até mais felizes. Penso que, num país onde se vendem cada vez mais
antidepressivos, as pessoas deviam refletir sobre a sua rotina, de modo a incluírem nos sues hábitos a
prática de uma modalidade desportiva.

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Concluindo, posso afirmar que praticar desporto é vital para quem se quer manter realmente
saudável e viver uma vida equilibrada

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