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Vida e Cidadania

moradia

Obra parada do MCMV deixa rastro de


prejuízos no Maranhão
De acordo com o Ministério das Cidades, existem atualmente 50,1 mil moradias do Minha Casa com obras paradas em todo o
país
Imperatriz Estadão Conteúdo 17/07/2016 19:01 2 COMENTÁRIOS

| Foto: Gilberto Abelha/Gazeta do Povo/Arquivo


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Previsto para ser entregue em fevereiro de 2014, o empreendimento de


3 mil moradias do Minha Cassa Minha Vida em Imperatriz (MA) só será
entregue em 2017, caso o governo do presidente em exercício Michel
Temer cumpra a promessa de retomar, gradualmente, todas as obras
paradas. Com os atrasos nos pagamentos, as três construtoras não
conseguiram tocar as obras e agora calculam o valor do aditivo que vão
pedir à Caixa Econômica Federal para concluir o empreendimento.

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As empresas dizem que os R$ 170 milhões previstos inicialmente foram
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calculados com o valor defasado de cada imóvel
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e que 14
Quarta-feira, precisam
de Dezembro defazer
2022.

uma drenagem profunda no terreno, que fica próximo ao Rio Tocantins. Publicidade

Por mês, cada empresa diz gastar R$ 80 mil com a segurança do


canteiro de obras.

Minha Casa Minha Vida tem 50 mil


moradias com as obras paradas no
país
Leia a matéria completa

Veja também
Governo acaba com subsídios à baixa renda e muda o nome do Minha Casa Minha Vida
Terreno ocupado em Curitiba tem projeto para se tornar um MCMV-Entidades

A paralisia nas obras deixou um rastro de dívidas pela cidade. A maior


parte dos cerca de 2 mil funcionários do empreendimento era de outras
cidades e eles tiveram de recorrer à Justiça para receber os salários e
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direitos trabalhistas. Não restou outra opção também aos fornecedores.
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Assenete Ribeiro, de 51 anos, dona de um restaurante que chegou a


servir 500 refeições por dia, um boi e 60 quilos de arroz só no almoço,
ficou com uma dívida de R$ 400 mil. “Tenho esperança, mas não sei se
vou receber. Se não receber, não tem como trabalhar e nem pagar
ninguém”, afirma. Só no açougue ela deve R$ 130 mil. “Fiquei devendo
no banco, devendo para os fornecedores, devendo para os
funcionários”, conta. Ela já chegou a ter 15 empregados, mas hoje tem
apenas dois e serve uma “quentinha” por dia.

A poucos metros do empreendimento vive a família de Onymarcy


Barros, de 27 anos, e Idelbrando Barros Junior, de 32, que foram
contemplados pelo programa e esperam viver na casa própria. Hoje,
moram em um cômodo na casa dos pais dele, junto com Ana Clara, de 2
anos, e Ana Carolina, de 9. Ao todo, 12 pessoas moram no imóvel.

“Mesmo que outra pessoa entregue as chaves da nossa casa, foi a Dilma
que mandou construir”, diz Idelbrando, em referência à presidente
afastada Dilma Rousseff, que cortou a meta da terceira etapa do
programa para construção de 2 milhões de casas - na campanha à
reeleição, ela tinha prometido 3 milhões de unidades. “Ela ajudou
bastante, mas agora está aparecendo as coisas erradas que o partido
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dela fez”, pondera Onymarcy.
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Para Marciane Gonçalves, de 30 anos, que também está na lista dos


beneficiários do programa e aguarda a conclusão das obras, o programa
ficou maior do que todos os governantes. “Eles [GOVERNO TEME]já
falaram que vão retomar as obras e só me resta acreditar. Meu maior
sonho é entrar pra dentro da minha casa.” Marciane, que tem um filho
de três anos e está grávida de outro, vive na casa dos pais, com três
sobrinhas e uma irmã.

Mutirões para construção de casa


popular existem muito antes do PT
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Antes vitrine, o programa se tornou uma dor de cabeça para os prefeitos
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que precisam explicar os motivos da interrupção das contratações de
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moradias para as pessoas que mais precisam, o que na prática Publicidade

inviabiliza novos cadastros. Para ocupar essas 3 mil casas em


Imperatriz, por exemplo, 19 mil pessoas se inscreveram. Todos os dias,
a coordenadora do Minha Casa no município, Maria Goreth Santos,
atende, segundo ela, uma centena de ligações de pessoas que esperam
ser beneficiadas.

O prefeito de Imperatriz, o tucano Sebastião Torres Madeira, do mesmo


partido do atual ministro das Cidades, Bruno Araújo, diz que o
programa se transformou em uma “desgraça política”. Ele conta que os
adversários usam a paralisia das obras e o aumento das invasões para
“queimá-lo” politicamente. “As pessoas perderam a esperança de
receber a moradia e começaram a invadir. Se o programa tivesse
continuado no mesmo ritmo, isso não aconteceria”.

Em Zé Doca, o mato já tomou conta


das casas

“Esse mar de casa quase pronta, abandonada, com o mato


tomando conta e a gente sem lugar pra morar. Sou pobre, mas
devagarzinho ia conseguir terminar as obras e deixar do meu
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jeitinho”, diz Domingos Diniz, de 53 anos.Quarta-feira,
Durante 14 decinco
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meses, ele e a mulher, Celerinda Correa, de 27 anos, junto com Publicidade

os seis filhos – Celisvânia, Elisvânia, Elenilsson, Danielle, Ana


Flávia e Wellington – moraram em uma das mil casas do
empreendimento do Minha Casa Minha Vida em Zé Doca, a 302
quilômetros de São Luís.

A família, porém, foi despejada do imóvel, no mês passado,


pela Polícia Federal, que numa operação retomou as casas para
serem concluídas e, finalmente, entregues aos beneficiários. A
promessa era de que as obras seriam retomadas neste mês,
mas até agora não começaram.

O empreendimento de Zé Doca começou a ser construído em


2012 e foi invadido depois que ficou mais de um ano com as
obras em ritmo lento e totalmente paradas devido ao atraso no
pagamento, pelo governo federal, às construtoras.

As casas estavam 90% concluídas, mas não tinham instalações


elétricas e hidráulicas. Para demarcar o território, as famílias
chegavam e escreviam seus nomes na parede. Alguns
chegaram a cavar poço artesiano para ter água no local.
Com a ação de despejo, as casas foram depredadas, vidros
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quebrados, portas, janelas, fiação elétrica Quarta-feira,
e caixa 14d’água,
de Dezembrovasos
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de 2022.

sanitários e pias saqueados. O levantamento que as duas Publicidade

construtoras (Angra e Viluma) fizeram para a Caixa Econômica


Federal estima que os prejuízos com as invasões são de R$ 6
milhões a R$ 7 milhões.

Algumas das famílias que invadiram o empreendimento dizem


que fizeram o cadastro no programa e esperavam ser
contempladas. “Na época das eleições, fazem um monte de
promessas, mas depois nunca cumprem”, afirma Celerinda,
que mora atualmente com Domingos em uma casa de pau a
pique bem em frente ao condomínio do MCMV.

A principal fonte de renda da família são os R$ 572 do Bolsa


Família, mas Celerinda deixa o cartão com o dono da
mercearia para comprar fiado com a garantia de que o
comerciante, que sabe a senha do cartão, vai receber. Ela doou
a filha Sofia, aos dois meses, depois que o marido, que trabalha
com bicos de capina, ficou doente.

No oeste maranhense, Zé Doca tem 50,5 mil habitantes e baixo


índice de desenvolvimento humano. A situação precária da
família de Domingos e Celerinda, com esgoto correndo a céu
aberto e escassez de serviços básicos, não difere muito da
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retratada por Glauber Rocha no documentário “Maranhão
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66”, que o cineasta filmou quando o então deputado José Publicidade

Sarney tornou-se governador do Maranhão, prometendo um


novo futuro.

Medo. A aposentada Lina Albertina, de 58 anos, também


invadiu o empreendimento do Minha Casa que estava
paralisado em Zé Doca. Para ela, foi como se o futuro tivesse
chegado. Para comemorar, Lina comprou, em 12 vezes, uma
geladeira nova. Mas logo o eletrodoméstico de R$ 3.460
chamou atenção e ela quase teve a porta arrombada num dia
em que não estava em casa. Foi avisada por um vizinho.
Trocou a geladeira por outra mais barata, de R$ 1.600, dessa
vez parcelada em dez vezes, e foi despejada pela Polícia
Federal.

“A gente tinha medo, mas era a minha casa e não tinha de


pagar aluguel”, afirma Lina. Agora ela vive numa casa alugada,
quase um sítio, perto do condomínio, por R$ 100. Da
aposentadoria, gasta grande parte com remédios para tratar
trombose, osteoporose e pressão alta. “Espero que antes do
fim da minha vida eu consiga entrar na minha própria casa”,
diz Lina, que trabalhava como lavadora.
A expectativa das construtoras é que, se as obras voltarem
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nesta semana, o empreendimento será entregue
Quarta-feira,no
14 dedia 26 de
Dezembro de
2022.

dezembro. Publicidade

Os seguranças contratados pelas empresas depois que o


empreendimento foi retomado dizem que o trabalho para que
as casas não sejam ainda mais depredadas não é fácil porque
precisam enfrentar até pessoas armadas. “Estou arriscando a
minha vida, mas estou desempregado e tenho de sustentar
minha família”, diz Arnaldo Oliveira Pereira.

No mercado paralelo, cada caixa d’água foi vendida por R$ 70


e as portas de madeira por R$ 20. Ficaram intactos os
aquecedores solares em cima das casas, produto pouco
atraente para um lugar onde já amanhece fazendo perto de 30º
C.

A reportagem do Estado encontrou o prefeito de Zé Doca,


Alberto Carvalho Gomes, em sua casa, assistindo à semifinal
da Eurocopa, entre Portugal e País de Gales, às 16h, de quarta-
feira, dia 6 de julho. Sem tirar os olhos da TV, o prefeito, do
PTB, partido do chamado centrão, que dava sustentação à
Dilma Rousseff e embarcou rapidamente no governo Temer,
jogou toda a culpa na presidente afastada. “Os candidatos da
oposição ficam me culpando pela não conclusão das obras,
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fizeram até manifestação”, diz. “Sou o prefeito mas
Quarta-feira, não posso
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interferir em nada.” Publicidade

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