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BALANÇO HÍDRICO

O balanço hídrico representa o equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos. Este equilíbrio é fundamental
para não colocar a saúde em risco.

O nosso organismo dispõe de diversos mecanismos de regulação da água corporal, que funcionam em
paralelo para regular a entrada e a saída de água. No entanto, apenas nos apercebemos de forma inequívoca de
um desses mecanismos, que é a sensação de sede.

É importante ter presente que não devemos esperar pela sede para ingerir líquidos. Nessa altura já poderemos
estar a sofrer os efeitos da desidratação, porque apesar de a sensação de alívio da sede ser quase imediata ao
ingerirmos líquidos, a absorção e distribuição da água pelo organismo demora cerca de 30 a 60 minutos, a
partir do momento da ingestão.

Estamos continuamente a perder água do organismo, porque existe uma tendência natural para a desidratação
na medida em que os rins têm que continuamente e mesmo numa pessoa desidratada, excretar uma quantidade
mínima de urina (idealmente cerca de 100 ml /hora), de modo a haver eliminação das substâncias tóxicas do
organismo. Por outro lado, estamos continuamente a libertar água pela pele e pela respiração.

Quando o balanço hídrico é negativo, ou seja, as perdas de líquido não são repostas, verifica-se desidratação.

Uma desidratação continuada tem efeitos no organismo, a médio e a longo prazo. Vários trabalhos que
testaram sujeitos em estado de desidratação observaram que para além da fadiga se registaram várias
alterações de algumas funções cognitivas como a diminuição da capacidade de atenção, a diminuição da
capacidade de memória a curto termo, o aumento do número de erros na percepção visual, o aumento do
tempo para a tomada de decisão e a diminuição na eficácia da resolução de problemas de aritmética.

Esta constatação vem reforçar a ideia de que é fundamental uma hidratação correcta e consciente, mesmo
antes de o corpo accionar os mecanismos de regulação de água.

Tosse em adultos
Po r 

Re be cc a De zube  
, MD, MHS , Joh n s Ho p kin s Un ive rsit y

Ava lia do clin ica men t e se t 20 21

VISÃO EDUCAÇÃO PARA O PACIENTE

 Avaliação
 Tratamento
 Pontos-chave

Recursos do assunto
 Análises laboratoriais (0)
 Áudio (0)
 Calculadoras (0)
 Imagens (0)
 Modelos 3D (0)
 Tabelas (1)
 Vídeo (0)
A tosse é uma manobra expiratória explosiva que é reflexa ou
intencionalmente executada para limpar as vias respiratórias. É um dos
sintomas mais comuns que exige que o paciente busque atendimento
médico. (Ver também Tosse em crianças.)
As possíveis etiologias da tosse (ver tabela Algumas causas de tosse)
diferem na dependência de o sintoma ser agudo (presente < 4
semanas) ou crônico (1).
Na tosse aguda, as causas mais comuns são
 Infecções das vias respiratórias superiores  (inclusive bronquite)
 Secreção pós-nasal

 Pneumonia
Na tosse crônica, as causas mais comuns são
 Bronquite crônica
 Secreção pós-nasal

 Hiper-reatividade das vias respiratórias após a resolução de uma


infecção respiratória viral ou bacteriana (tosse pós-infecciosa)

 Refluxo gastroesofágico
 DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
As causas da tosse em crianças são semelhantes às dos adultos,
mas asma e aspiração de corpo estranho podem ser mais comuns em
crianças.
Muito raramente, a presença de cerume impactado ou corpo estranho
no meato acústico externo desencadeia um reflexo de tosse pela
estimulação do ramo auricular do nervo vago. A tosse psicogênica é
ainda mais rara e é um diagnóstico de exclusão.

Pacientes com tosse crônica podem desenvolver um componente


reflexo ou psicogênico secundário à tosse. Além disso, a tosse
prolongada pode lesionar a mucosa bronquial, o que pode desencadear
mais tosse.

TABELA
Algumas causas de tosse
Referência geral
 1. Morice AH, Millqvist E, Bieksiene K, et al : ERS guidelines on the
diagnosis and treatment of chronic cough in adults and children. Eur
Respir J 55(1): 1901136, 2020. doi: 10.1183/13993003.01136-2019
Avaliação da tosse
História
A história da doença atual deve abranger a duração e as
características da tosse (p. ex., se seca ou produtiva do escarro ou
sangue) e se é acompanhada de dispneia e/ou dor torácica. Perguntar
sobre fatores precipitantes (p. ex., ar frio, odores fortes) e o momento de
ocorrência da tosse (p. ex., principalmente à noite) pode ser revelador.
A revisão dos sistemas procura os sinais das possíveis etiologias,
como coriza e faringite (nfecções do trato respiratório superior , secreção
retronasal); febre, calafrios e dor torácica tipo pleurítica (pneumonia);
sudorese noturna e perda ponderal (tumor ou tuberculose TB);
queimação (refluxo gastresofágico) e dificuldades de engolir ou
episódios de engasgo ao comer ou beber (broncoaspiração).
A história clínica deve observar infecções respiratórias recentes (nos
últimos 1 a 2 meses); história de alergias, asma, DPOC (doença
pulmonar obstrutiva crônica) e doença do refluxo gastresofágico ; fatores
de risco de (ou diagnóstico de) tuberculose (TB) ou infecção pelo HIV e
antecedentes de tabagismo. História de fármacos deve incluir
especificamente a utilização de inibidores da enzima conversora da
angiotensina (ECA). Os pacientes com tosse crônica devem ser
questionados a respeito da exposição a potenciais irritantes ou
alergênios respiratórios e viagens ou residência em regiões com doença
fúngica endêmica.
Exame físico
Devem-se revisar os sinais vitais procurando-se por taquipneia e febre.

O exame geral deve procurar por sinais de desconforto respiratório e


doenças crônicas (p. ex., emaciação, letargia).

O exame do nariz e da garganta deve se concentrar na aparência da


mucosa nasal (p. ex., coloração, congestionamento) e na presença de
secreção (externa ou na faringe posterior). As orelhas devem ser
examinadas quanto a corpos estranhos, massas ou sinais de infecção.

Deve-se inspecionar as áreas cervical e supraclavicular e palpá-las em


busca de linfadenopatia.
Realiza-se um exame completo do pulmão, particularmente incluindo a
adequação da entrada e saída do ar; simetria dos sons respiratórios; e
presença de crepitação, sibilos, ou ambos. Deve-se procurar por sinais
de consolidação (p. ex., egofonia, macicez à percussão).

Sinais de alerta
Os achados a seguir são particularmente preocupantes:

 Dispneia

 Hemoptise

 Perda ponderal

 Febre persistente

 Fatores de risco de tuberculose ou infecção pelo HIV

Interpretação dos achados


Alguns achados apontam para diagnósticos específicos (1—ver
tabela Algumas causas de tosse).
Outras conclusões importantes são menos específicas. Por exemplo, a
coloração (p. ex., amarela, verde) e a espessura da expectoração não
ajudam a diferenciar a causa bacteriana de outras causas.
Os sibilos podem ocorrer por várias causas. A hemoptise em pequenas
quantidades pode ocorrer pela tosse grave de diversas etiologias,
embora grandes quantidades de hemoptise sugiram bronquite,
bronquiectasias, tuberculose, ou câncer pulmonar primário. A febre, a
sudorese noturna e a perda ponderal podem ocorrer com muitas
infecções crônicas, bem como no câncer.
Exames
Deve-se fazer oximetria e radiografia de tórax em pacientes com sinais
de alerta presentes como dispneia ou hemoptise e os pacientes com
suspeita elevada de pneumonia. Deve-se realizar radiografia de tórax e
testes para TB e infecção por HIV em pacientes com perda ponderal ou
fatores de risco para essas infecções.

Para muitos pacientes sem sinais de alerta, os médicos podem basear o


diagnóstico na história e no exame físico e iniciar o tratamento sem
exames. Para pacientes sem uma causa clara, mas sem sinais de
alerta, muitos médicos começam empiricamente o tratamento para
gotejamento pós-nasal (p. ex., combinações de anti-histamínicos e
descongestionantes nasais ou sprays nasais de corticoides o de um
antagonista muscarínico), hiper-reatividade das vias respiratórias (p.
ex., corticoide inalado ou agonista beta-adrenérgico de ação rápida) ou
doença do refluxo gastresofágico (p. ex., inibidores da bomba de
prótons, bloqueadores H2). Uma resposta adequada a essas
intervenções geralmente se opõe à necessidade de uma avaliação mais
profunda.

Deve-se fazer radiografia de tórax em pacientes com tosse crônica nos


quais o tratamento presuntivo é ineficaz. Se os achados radiográficos
não forem dignos de nota, muitos médicos avaliam sequencialmente a
possibilidade de asma (testes provocativos de função pulmonar com
metacolina se a espirometria padrão estiver normal), sinusopatias (TC
dos seios paranasais) e doença do refluxo gastresofágico (pHmetria
esofágica).

A cultura de escarro é útil para pacientes com uma possível infecção


indolente, como tuberculose, coqueluche, ou infecção por micobactérias
não tuberculosas.

TC do tórax e, eventualmente, broncoscopia devem ser feitas em


pacientes com suspeita de câncer de pulmão ou outro tumor brônquico
(p. ex., pacientes com história de tabagismo a longo prazo, sinais
constitucionais inespecíficos) e em pacientes nos quais a terapia
empírica falhou e que apresentam resultados inconclusivos nos testes
preliminares.

Referência sobre avaliação


 1. Morice AH, Millqvist E, Bieksiene K, et al : ERS guidelines on the
diagnosis and treatment of chronic cough in adults and children. Eur
Respir J 55(1): 1901136, 2020. doi: 10.1183/13993003.01136-2019
Tratamento da tosse
O tratamento é a terapia da causa subjacente (1).
Há poucas evidências que apoiam o uso de antitussígenos ou agentes
mucolíticos. A tosse é um mecanismo importante para eliminação de
secreções das vias respiratórias e pode ajudar na recuperação das
infecções respiratórias. Portanto, embora os pacientes muitas vezes
esperem ou solicitem antitussígenos, esse tratamento deve ser
administrado com cautela e ser reservado aos pacientes com ITRS e
aos pacientes fazendo tratamento para a doença subjacente da qual
tosse ainda é um sinal preocupante. Os supressores da tosse podem
ajudar alguns pacientes com tosse crônica que têm um componente
reflexo ou psicogênico na tosse ou que desenvolvem lesão da mucosa
brônquica.

Os antitussígenos deprimem o centro bulbar da tosse (dextrometorfano


e codeína), ou anestesiam os receptores de estiramento das fibras
eferentes vagais nos brônquios e alvéolos (benzonatato). O
dextrometorfano, um congênere do narcótico levorfanol, é efetivo em
comprimido ou xarope, na dose de 15 a 30 mg, 1 a 4 vezes ao dia, para
adultos, ou 0,25 mg/kg 4 vezes ao dia, por via oral, para crianças. A
codeína tem efeitos sedativos, analgésicos e antitussígenos, mas a
dependência é um problema potencial e os efeitos adversos mais
comuns envolvem náuseas, vômito, constipação intestinal e tolerância.
As doses habituais são de 10 a 20 mg por via oral a cada 4 a 6 h, se
necessário, para adultos, e 0,25 a 0,5 mg/kg, por via oral 4 vezes ao
dia, para crianças. Outros opioides (p. ex., hidrocodona, hidromorfona,
metadona e morfina) têm propriedades antitussígenas, mas são
evitados em decorrência do potencial elevado de dependência e abuso.
O benzonatato, um congênere da tetracaína em cápsulas preenchidas
por líquido, é efetivo na dose de 100 a 200 mg por via oral 3 vezes ao
dia.
Admite-se que os expectorantes diminuam a viscosidade e facilitem a
expectoração (tosse com expectoração) de secreções, mas são de
benefício limitado, se houver algum, na maioria das circunstâncias. A
guaifenesina (200 a 400 mg por via oral a cada 4 h sob a forma de
xarope ou comprimido) é utilizada com mais frequência porque não
possui efeitos adversos graves; porém, existem diversos expectorantes,
incluindo a bromexina, a ipeca, a solução saturada de iodeto de
potássio (SSKI). Expectorantes em aerossol, como N-acetilcisteína,
DNase e soro fisiológico hipertônico geralmente são reservados para o
tratamento hospitalar da tosse em pacientes com bronquiectasia ou
fibrose cística. A realização de hidratação adequada pode facilitar a
expectoração, da mesma forma que a inalação de vapor, embora
nenhum destes tenha sido rigorosamente testado.
Os tratamentos tópicos, como xaropes ou gotas para tosse de acácia,
alcaçuz, glicerina, mel e cereja silvestre (emolientes), são calmantes de
ação local e, provavelmente, emocional, mas não são sustentados por
evidência científica.
Os estimulantes da tosse são indicados para enfermidades como
fibrose cística e bronquiectasia, nas quais se admite que a tosse
produtiva seja importante para a desobstrução das vias respiratórias e a
preservação da função pulmonar. Administram-se a DNAse e o soro
fisiológico hipertônico em conjunto com a fisioterapia pulmonar e a
drenagem postural para promover tosse e expectoração. Essa
abordagem parece ser benéfica na fibrose cística, mas não na maioria
das outras causas de tosse crônica.
Os broncodilatadores, como albuterol e ipratrópio ou os corticoides
inalatórios, podem ser eficazes para tosse após uma ITRS e na tosse
da asma.
Referência sobre o tratamento
 1. Morice AH, Millqvist E, Bieksiene K, et al : ERS guidelines on the
diagnosis and treatment of chronic cough in adults and children. Eur
Respir J 55(1): 1901136, 2020. doi: 10.1183/13993003.01136-2019
Pontos-chave
 Os sinais de perigo incluem dificuldade respiratória, febre
crônica, perda ponderal e hemoptise.

 O diagnóstico clínico geralmente é adequado.

 A doença do refluxo gastresofágico oculta deve ser lembrada


como uma possível causa.

 Os antitussígenos e os expectorantes devem ser usados


seletivamente.

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como MSD fora dos EUA e Canadá) — dedicada ao uso de ciência
inovadora para salvar e melhorar vidas em todo o mundo. Saiba mais
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afiliadas. Todos os direitos reservados.
A seguir: Dispneia...
Algumas causas
Avaliação da tosse
História
A história da doença atual deve abranger a duração e as características da
tosse (p. ex., se seca ou produtiva do escarro ou sangue) e se é acompanhada
de dispneia e/ou dor torácica. Perguntar sobre fatores precipitantes (p. ex., ar
frio, odores fortes) e o momento de ocorrência da tosse (p. ex., principalmente à
noite) pode ser revelador.
A revisão dos sistemas procura os sinais das possíveis etiologias, como coriza
e faringite (nfecções do trato respiratório superior , secreção retronasal); febre,
calafrios e dor torácica tipo pleurítica (pneumonia); sudorese noturna e perda
ponderal (tumor ou tuberculose TB); queimação (refluxo gastresofágico ) e
dificuldades de engolir ou episódios de engasgo ao comer ou beber
(broncoaspiração).
A história clínica deve observar infecções respiratórias recentes (nos últimos 1
a 2 meses); história de alergias, asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva
crônica) e doença do refluxo gastresofágico ; fatores de risco de (ou diagnóstico
de) tuberculose (TB) ou infecção pelo HIV e antecedentes de tabagismo. História
de fármacos deve incluir especificamente a utilização de inibidores da enzima
conversora da angiotensina (ECA). Os pacientes com tosse crônica devem ser
questionados a respeito da exposição a potenciais irritantes ou alergênios
respiratórios e viagens ou residência em regiões com doença fúngica endêmica.
Exame físico
Devem-se revisar os sinais vitais procurando-se por taquipneia e febre.

O exame geral deve procurar por sinais de desconforto respiratório e doenças


crônicas (p. ex., emaciação, letargia).

O exame do nariz e da garganta deve se concentrar na aparência da mucosa


nasal (p. ex., coloração, congestionamento) e na presença de secreção (externa
ou na faringe posterior). As orelhas devem ser examinadas quanto a corpos
estranhos, massas ou sinais de infecção.

Deve-se inspecionar as áreas cervical e supraclavicular e palpá-las em busca de


linfadenopatia.

Realiza-se um exame completo do pulmão, particularmente incluindo a


adequação da entrada e saída do ar; simetria dos sons respiratórios; e presença
de crepitação, sibilos, ou ambos. Deve-se procurar por sinais de consolidação (p.
ex., egofonia, macicez à percussão).

Sinais de alerta
Os achados a seguir são particularmente preocupantes:

 Dispneia
 Hemoptise

 Perda ponderal

 Febre persistente

 Fatores de risco de tuberculose ou infecção pelo HIV

Interpretação dos achados


Alguns achados apontam para diagnósticos específicos (1—ver tabela Algumas
causas de tosse).
Outras conclusões importantes são menos específicas. Por exemplo, a coloração
(p. ex., amarela, verde) e a espessura da expectoração não ajudam a diferenciar
a causa bacteriana de outras causas. Os sibilos podem ocorrer por várias
causas. A hemoptise em pequenas quantidades pode ocorrer pela tosse grave
de diversas etiologias, embora grandes quantidades de hemoptise sugiram
bronquite, bronquiectasias, tuberculose, ou câncer pulmonar primário. A febre, a
sudorese noturna e a perda ponderal podem ocorrer com muitas infecções
crônicas, bem como no câncer.
Exames
Deve-se fazer oximetria e radiografia de tórax em pacientes com sinais de alerta
presentes como dispneia ou hemoptise e os pacientes com suspeita elevada de
pneumonia. Deve-se realizar radiografia de tórax e testes para TB e infecção por
HIV em pacientes com perda ponderal ou fatores de risco para essas infecções.

Para muitos pacientes sem sinais de alerta, os médicos podem basear o


diagnóstico na história e no exame físico e iniciar o tratamento sem exames.
Para pacientes sem uma causa clara, mas sem sinais de alerta, muitos médicos
começam empiricamente o tratamento para gotejamento pós-nasal (p. ex.,
combinações de anti-histamínicos e descongestionantes nasais ou sprays nasais
de corticoides o de um antagonista muscarínico), hiper-reatividade das vias
respiratórias (p. ex., corticoide inalado ou agonista beta-adrenérgico de ação
rápida) ou doença do refluxo gastresofágico (p. ex., inibidores da bomba de
prótons, bloqueadores H2). Uma resposta adequada a essas intervenções
geralmente se opõe à necessidade de uma avaliação mais profunda.

Deve-se fazer radiografia de tórax em pacientes com tosse crônica nos quais o
tratamento presuntivo é ineficaz. Se os achados radiográficos não forem dignos
de nota, muitos médicos avaliam sequencialmente a possibilidade de asma
(testes provocativos de função pulmonar com metacolina se a espirometria
padrão estiver normal), sinusopatias (TC dos seios paranasais) e doença do
refluxo gastresofágico (pHmetria esofágica).

A cultura de escarro é útil para pacientes com uma possível infecção indolente,
como tuberculose, coqueluche, ou infecção por micobactérias não tuberculosas.
TC do tórax e, eventualmente, broncoscopia devem ser feitas em pacientes com
suspeita de câncer de pulmão ou outro tumor brônquico (p. ex., pacientes com
história de tabagismo a longo prazo, sinais constitucionais inespecíficos) e em
pacientes nos quais a terapia empírica falhou e que apresentam resultados
inconclusivos nos testes preliminares.

Referência sobre avaliação


 1. Morice AH, Millqvist E, Bieksiene K, et al : ERS guidelines on the diagnosis and
treatment of chronic cough in adults and children. Eur Respir J 55(1): 1901136,
2020. doi: 10.1183/13993003.01136-2019
Tratamento da tosse
O tratamento é a terapia da causa subjacente (1).
Há poucas evidências que apoiam o uso de antitussígenos ou agentes
mucolíticos. A tosse é um mecanismo importante para eliminação de secreções
das vias respiratórias e pode ajudar na recuperação das infecções respiratórias.
Portanto, embora os pacientes muitas vezes esperem ou solicitem
antitussígenos, esse tratamento deve ser administrado com cautela e ser
reservado aos pacientes com ITRS e aos pacientes fazendo tratamento para a
doença subjacente da qual tosse ainda é um sinal preocupante. Os supressores
da tosse podem ajudar alguns pacientes com tosse crônica que têm um
componente reflexo ou psicogênico na tosse ou que desenvolvem lesão da
mucosa brônquica.

Os antitussígenos deprimem o centro bulbar da tosse (dextrometorfano e


codeína), ou anestesiam os receptores de estiramento das fibras eferentes
vagais nos brônquios e alvéolos (benzonatato). O dextrometorfano, um
congênere do narcótico levorfanol, é efetivo em comprimido ou xarope, na dose
de 15 a 30 mg, 1 a 4 vezes ao dia, para adultos, ou 0,25 mg/kg 4 vezes ao dia,
por via oral, para crianças. A codeína tem efeitos sedativos, analgésicos e
antitussígenos, mas a dependência é um problema potencial e os efeitos
adversos mais comuns envolvem náuseas, vômito, constipação intestinal e
tolerância. As doses habituais são de 10 a 20 mg por via oral a cada 4 a 6 h, se
necessário, para adultos, e 0,25 a 0,5 mg/kg, por via oral 4 vezes ao dia, para
crianças. Outros opioides (p. ex., hidrocodona, hidromorfona, metadona e
morfina) têm propriedades antitussígenas, mas são evitados em decorrência do
potencial elevado de dependência e abuso. O benzonatato, um congênere
da tetracaína em cápsulas preenchidas por líquido, é efetivo na dose de 100 a
200 mg por via oral 3 vezes ao dia.
Admite-se que os expectorantes diminuam a viscosidade e facilitem a
expectoração (tosse com expectoração) de secreções, mas são de benefício
limitado, se houver algum, na maioria das circunstâncias. A guaifenesina (200 a
400 mg por via oral a cada 4 h sob a forma de xarope ou comprimido) é utilizada
com mais frequência porque não possui efeitos adversos graves; porém, existem
diversos expectorantes, incluindo a bromexina, a ipeca, a solução saturada de
iodeto de potássio (SSKI). Expectorantes em aerossol, como N-acetilcisteína,
DNase e soro fisiológico hipertônico geralmente são reservados para o
tratamento hospitalar da tosse em pacientes com bronquiectasia ou fibrose
cística. A realização de hidratação adequada pode facilitar a expectoração, da
mesma forma que a inalação de vapor, embora nenhum destes tenha sido
rigorosamente testado.
Os tratamentos tópicos, como xaropes ou gotas para tosse de acácia, alcaçuz,
glicerina, mel e cereja silvestre (emolientes), são calmantes de ação local e,
provavelmente, emocional, mas não são sustentados por evidência científica.
Os estimulantes da tosse são indicados para enfermidades como fibrose cística
e bronquiectasia, nas quais se admite que a tosse produtiva seja importante para
a desobstrução das vias respiratórias e a preservação da função pulmonar.
Administram-se a DNAse e o soro fisiológico hipertônico em conjunto com a
fisioterapia pulmonar e a drenagem postural para promover tosse e
expectoração. Essa abordagem parece ser benéfica na fibrose cística, mas não
na maioria das outras causas de tosse crônica.
Os broncodilatadores, como albuterol e ipratrópio ou os corticoides inalatórios,
podem ser eficazes para tosse após uma ITRS e na tosse da asma.
Referência sobre o tratamento
 1. Morice AH, Millqvist E, Bieksiene K, et al : ERS guidelines on the diagnosis and
treatment of chronic cough in adults and children. Eur Respir J 55(1): 1901136,
2020. doi: 10.1183/13993003.01136-2019
Pontos-chave
 Os sinais de perigo incluem dificuldade respiratória, febre crônica,
perda ponderal e hemoptise.

 O diagnóstico clínico geralmente é adequado.

 A doença do refluxo gastresofágico oculta deve ser lembrada como


uma possível causa.

 Os antitussígenos e os expectorantes devem ser usados


seletivamente.

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Fornecido a você pela Merck & Co, Inc., Rahway, NJ, EUA (conhecida como MSD
fora dos EUA e Canadá) — dedicada ao uso de ciência inovadora para salvar e
melhorar vidas em todo o mundo. Saiba mais sobre os Manuais MSD e nosso
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 SOBRE

Síndrome de hiperventilação
Po r 

Re be cc a De zube  
, MD, MHS , Joh n s Ho p kin s Un ive rsit y

Ava lia do clin ica men t e se t 20 21


VISÃO EDUCAÇÃO PARA O PACIENTE

 Sinais e sintomas
 Diagnóstico
 Tratamento

Recursos do assunto
 Análises laboratoriais (0)
 Áudio (0)
 Calculadoras (1)
 Imagens (0)
 Modelos 3D (0)
 Tabelas (0)
 Vídeo (0)
A síndrome de hiperventilação é a dispneia e a taquipneia
relacionadas com a ansiedade, acompanhada, com frequência, por
sintomas sistêmicos.
A síndrome de hiperventilação é comum em mulheres jovens, mas pode
comprometer ambos os sexos em qualquer idade. Às vezes, é
precipitada por eventos estressantes emocionais. A síndrome de
hiperventilação é diferente do transtorno do pânico, embora as duas
condições se sobreponham; quase metade dos pacientes com
transtorno do pânico tem síndrome de hiperventilação e um quarto dos
pacientes com síndrome de hiperventilação tem transtorno do pânico.
A síndrome de hiperventilação ocorre de 2 formas:

 Aguda: A forma aguda é mais fácil de reconhecer do que a crônica.

 Crônica: A hiperventilação crônica é mais comum do que a aguda.

Sinais e sintomas da síndrome de hiperventilação


Síndrome de hiperventilação aguda
Os pacientes com síndrome de hiperventilação aguda algumas vezes
manifestam dispneia tão grave que a comparam à asfixia. É
acompanhada por agitação e uma sensação de terror ou por sintomas
de dor torácica, parestesia (periférica e perioral), tetania periférica (p.
ex., rigidez dos dedos ou braços) e pré-síncope ou síncope, ou,
algumas vezes, por uma combinação de todos estes achados. A tetania
ocorre porque a alcalose respiratória causa tanto hipofosfatemia quanto
hipocalcemia. Ao exame, os pacientes podem aparecer ansiosos,
taquipneicos, ou ambos; o exame pulmonar é normal.

Síndrome de hiperventilação crônica


Os pacientes com síndrome de hiperventilação crônica têm
manifestações muito menos dramáticas e muitas vezes escapam à
detecção; suspiram profundamente e frequentemente têm sintomas
somáticos inespecíficos em caso de transtorno de humor e de
ansiedade e estresse emocional.

Diagnóstico da síndrome de hiperventilação


 Testes para excluir outros diagnósticos (radiografia de tórax, ECG,
oximetria de pulso)

A síndrome de hiperventilação é um diagnóstico de exclusão; o desafio


é usar exames e recursos de maneira judiciosa a fim de distinguir essa
síndrome de diagnósticos mais graves.

Testes básicos incluem:

 Oximetria de pulso

 Radiografia de tórax

 ECG

A oximetria de pulso na síndrome de hiperventilação revela saturação


de oxigênio próxima ou igual a 100%. A radiografia de tórax é normal.
Registra-se o ECG para detectar isquemia cardíaca, embora a síndrome
de hiperventilação por si só possa provocar infradesnivelamento do
segmento ST, inversão da onda T e prolongamento do intervalo QT.

Medições da gasometria arterial são necessárias quando há suspeita de


outras causas de hiperventilação, como acidose metabólica.
Ocasionalmente, a síndrome de hiperventilação aguda é indiferenciável
da embolia pulmonar aguda, exigindo a realização de exames para o
diagnóstico dessa condição (p. ex., dímero d, cintigrafia de
ventilação/perfusão e TC helicoidal).
CALCULADORA CLÍNICA:
Correção do intervalo QT (ECG)
Tratamento da síndrome de hiperventilação
 Tratamento de suporte

 Algumas vezes, tratamento psiquiátrico ou psicológico

O tratamento é a tranquilização do paciente. Alguns médicos sugerem


ensinar ao paciente a expiração máxima e a respiração diafragmática. A
maioria dos pacientes exige tratamento do transtorno subjacente de
ansiedade ou humor; esse tratamento é feito com terapia cognitiva,
técnicas de redução de estresse, fármacos (ansiolíticos, antidepressivos
ou lítio), ou uma combinação dessas técnicas.

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