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Podemos lidar com as dificuldades por meio

Dele

Crescemos em nosso discipulado quando


exercemos fé no Senhor durante os momentos
de dificuldades.
Durante o ministério terreno do Salvador, Ele notou um
homem que era cego. Os discípulos de Jesus
perguntaram: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais,
para que nascesse cego?”

A resposta firme, amorosa e sincera do Salvador nos


assegura de que Ele está ciente de nossas dificuldades:
“Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que se
manifestem nele as obras de Deus”.1

Ainda que alguns desafios surjam devido à


desobediência intencional, sabemos que muitos dos
desafios da vida existem por causa de outros motivos.
Independentemente do motivo de nossos desafios, eles
podem ser uma excelente oportunidade para
crescermos.
Entretanto, durante um fim de semana enquanto eu servia como
presidente de estaca, vivenciamos o que talvez seja a pior provação que
pais e mães possam enfrentar. Nossa família tinha voltado para casa
após uma atividade da Igreja e estávamos reunidos para almoçar.
Nossos três filhos foram brincar na área de lazer de nosso condomínio.

Minha esposa sentiu diversas vezes que poderia estar acontecendo


algo errado. Ela me pediu para olhar os meninos enquanto lavávamos a
louça. Eu sentia que estava tudo bem, pois conseguíamos ouvir a
alegria deles enquanto brincavam.

Quando finalmente nós dois saímos para ver as crianças, para nosso
desespero, vimos nosso pequeno Kenneth, de 18 meses, inerte em um
balde com água, longe da vista dos irmãos. Nós o levamos às pressas ao
hospital, mas todas as tentativas de reanimá-lo foram em vão.

Ficamos arrasados por saber que não teríamos a oportunidade de criar


nosso precioso filho durante esta vida mortal. Apesar de sabermos que
Kenneth faria parte de nossa família eternamente, comecei a pensar
por que Deus havia deixado essa tragédia acontecer comigo se eu
estava fazendo tudo o que podia para magnificar meu chamado. Eu
havia acabado de voltar para casa após cumprir um de meus deveres ao
ministrar aos membros da Igreja. Por que Deus não poderia ter
considerado meu serviço e poupado nosso filho e nossa família dessa
tragédia? Quanto mais eu pensava no ocorrido, mais amargo me
tornava.
Minha esposa nunca me culpou por eu não
ter dado ouvidos às suas impressões, mas
aprendi uma lição que mudou minha vida
e criei duas regras que nunca devem ser
quebradas:

Regra número um: ouça e siga a inspiração


de sua esposa.

Regra número dois: se, por algum motivo,


não tiver certeza do que fazer, siga a regra
número um.
Embora a experiência tenha sido devastadora e ainda sintamos
pesar, nosso fardo quase insuportável foi finalmente aliviado.3
Minha esposa e eu aprendemos lições específicas com a perda
que sofremos. Passamos a sentir a união e o vínculo que advêm
de nossos convênios no templo. Sabemos que podemos
reivindicar Kenneth como nosso filho no próximo mundo por
ele ter nascido sob convênio. Também ganhamos a experiência
necessária para ministrar a outras pessoas e ter empatia pelo
sofrimenteo delas. Testifico que nosso rancor se dissipou à
medida que exercemos fé no Senhor. O que aconteceu conosco
continua sendo difícil, mas aprendemos com o apóstolo Paulo
que podemos “todas as coisas em Cristo que [nos] fortalece” se
nos concentrarmos Nel.4
O presidente Russell M. Nelson ensinou: “Quando o enfoque
de nossa vida é o plano de salvação criado por Deus (…) e em
Jesus Cristo e Seu evangelho, podemos sentir alegria a despeito
do que está acontecendo — ou não — em nossa vida”. Ele
continua: “A alegria vem Dele e por causa Dele”.5

Podemos ter bom ânimo e ser repletos de paz durante as


dificuldades. O amor que sentimos graças ao Salvador e à Sua
Expiação se torna um recurso poderoso para nós durante os
momentos de desafio. “Tudo que é injusto [e difícil] nesta vida
pode ser corrigido por meio da Expiação de Jesus Cristo.”6 Ele
ordenou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu
venci o mundo”.7 Ele pode nos ajudar a suportar qualquer dor,
doença ou provação que enfrentarmos na mortalidade.
Encontramos diversas histórias nas escrituras a respeito de
líderes grandiosos e nobres, como Jeremias, Jó, Joseph Smith e
Néfi, que não foram poupados das adversidades e dos desafios
da mortalidade. Ele pode nos ajudar a suportar qualquer dor,
doença ou provação que enfrentarmos na mortalidade.8

Durante os terríveis dias na cadeia de Liberty, Joseph Smith


clamou: “Ó Deus, onde estás? E onde está o pavilhão que cobre
teu esconderijo?”9 O Senhor ensinou Joseph a “[suportar]
bem” 10 e prometeu que, se o fizesse, todas essas coisas lhe
serviriam de experiência e seriam para seu próprio bem.11

Ao refletir a respeito de minhas experiências, percebo que


aprendi algumas das melhores lições durante os momentos
mais difíceis de minha vida, os quais me fizeram sair da zona de
conforto. As dificuldades que vivenciei quando era jovem, ao
aprender sobre a Igreja no seminário, como recém-converso e
como missionário de tempo integral, e os desafios que
enfrentei ao estudar, ao me esforçar para magnificar meus
chamados e ao cuidar da família me prepararam para o futuro.
Quanto mais bom ânimo tenho ao agir diante de circunstâncias
difíceis com fé no Senhor, mais cresço em meu discipulado.
As dificuldades em nossa vida não deveriam nos surpreender
uma vez que entramos no caminho estreito e apertado.12
Jesus Cristo “aprendeu a obediência pelas coisas que
padeceu”.13 À medida que O seguimos, principalmente
durante as adversidades, podemos crescer e nos tornar mais
semelhantes a Ele.

Um dos convênios que fazemos com o Senhor no templo é o de


viver a lei de sacrifício. O sacrifício sempre fez parte do
evangelho de Jesus Cristo. É um lembrete do grande sacrifício
expiatório de Jesus Cristo por todos aqueles que viveram ou
que ainda viverão na Terra.

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