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Tempero de Bruxa

Desvendando os mistérios da Culinária Mágica

Amanda Celli
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Copyright© por Amanda Celli
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é uma violação dos direitos autorais e crime estabelecido na Lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998 e
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Tempero de Bruxa® é uma marca registrada, o que garante a sua proprietária o direito de uso
exclusivo conforme lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996.

Selo editorial: Publicação independente através da Amazon Kindle


Ilustração e design da capa: Mariana Milani
Imagens do miolo: Acervo pessoal e Canva Pro© (conforme termos do One Design Use License
Agreement da plataforma)
Diagramação e revisão do livro: Amanda Celli Mendes Velozo

DADOS INTERNACIONAIS DE CATAGOLAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


Celli, Amanda
Tempero de Bruxa: Desvendando os mistérios da Culinária Mágica / Amanda Celli – 1.ed. – São
Paulo [SP]: Publicação Independente. 2021. 593p.
ISBN: 978-65-00-32818-9
1.Culinária 2.Magia 3.Receitas 4.Bruxaria
I. Título II.Celli, Amanda
CDD – 641.5 CDU – 641.5
Agradecimentos

Acima de tudo e sempre, agradeço à Deusa Gaia a inspiração e a direção


para escrever este livro dedicado a resgatar a arte da Culinária Mágica e
assim a conexão das pessoas com a Mãe Terra através da magia das ervas e
dos alimentos.
Durante a jornada de escrita deste livro, muitos foram os desafios
vencidos, os medos superados e as crenças limitantes curadas. Mas nada
disso seria possível sem a presença de Gaia, que me guiou, protegeu e nutriu
com sabedoria e amor. Não há nenhum lugar para onde eu possa ir que Ela
não esteja com comigo e aqui deixo registrado minha devoção à Mãe Terra.
Também foram muitas as pessoas que contribuíram para que eu
conseguisse fundar o Tempero de Bruxa® e, posteriormente, realizar o sonho
de escrever esse livro.
Meus afetuosos agradecimentos aos meus pais, Rosana e Altair, cujo
eterno carinho, apoio e dedicação têm me nutrido, fortalecido e estimulado
ao longo desta encarnação, possibilitando que eu possa ir atrás dos meus
sonhos.
Meu profundo reconhecimento e gratidão ao Eduardo, meu marido e
companheiro (nesta e em outras vidas) cujo amor, conhecimento,
colaboração e compreensão em muito contribuíram para que eu descobrisse
a minha missão espiritual e assim pudesse expressar a voz e verdade do meu
coração.
Minha gratidão aos meus melhores amigos, Manuela e Raphael, que
considero como meus irmãos e cujo carinho têm iluminado a minha jornada
há muitos anos e que continuarão por mais tantos outros.
Agradeço também às mestras e mestres que colocaram os frutos dos
seus trabalhos ao alcance de todos através de suas obras, possibilitando com
que eu tivesse a honra de aprender, crescer e evoluir através dos seus
conhecimentos: Márcia Frazão, Claudiney Prieto, Mirella Faur, Starhawk,
Scott Cunninghan, Joseph Campbell, Arin Murphy-Hiscock, Ann Moura,
Shekhinah Mountainwater e tantos outros.
Sou grata aos amigos e amigas de jornada mágica, que me
acompanham (fisicamente ou digitalmente) desde que fundei o Tempero de
Bruxa® e me ajudaram tanto com seu carinho: Gabi Violeta do
@naturalmentebruxa, Victor Valentim do @bosquedosgnomos, Diego
Mariano do @tarotdivino, Henrique Santos do @vivendoamagia e Luciana
Calogeras da @highlanderstorebr.
Também agradeço à duas artistas e bruxas maravilhosas que foram
enviadas por Gaia e que possibilitaram a manifestação dos meus sonhos. À
Mariana Milani (@mari.milani) que fez a ilustração maravilhosa e o design
da capa deste livro. À Anne Bittencourt (@annebittencourtdesign) que criou
a logo e a identidade visual do Tempero de Bruxa®. Através de cada
elemento, ambas conseguiram refletir a maneira que acredito ser o ato de
cozinhar (criar, nutrir e transformar).
Encerro agradecendo a cada uma das pessoas que me seguem através
do site e das redes sociais do Tempero de Bruxa®. Suas palavras de apoio me
ajudaram a trazer à vida toda a essência deste projeto único e me permitem
cumprir a minha missão todos os dias. Então, aqui deixo registrado meu
mais profundo amor e gratidão a cada um de vocês. Receber esse carinho de
volta me faz ter a certeza de que a Mãe Terra está me guiando pelo caminho
certo.
Epígrafe

Faça a você mesma uma poderosa energia

Traga uma colher e a panela do dia a dia

Traga Ar

Traga Fogo

Traga Água

Traga Terra

E você verá que um novo universo se anuncia...

Shekhinah Mountainwater
(Trecho presente no livro “The Goddess Celebrates: An anthology of
women's rituals” de Diane Stein)
Primeira Parte:As raízes da Culinária
Mágica
Introdução

Vou te contar um segredo: o ser humano é a única espécie no mundo inteiro


que cozinha. Sim, apenas nós. Enquanto os outros seres vivos se alimentam
de maneira integral, sem modificar o que a natureza lhes oferece, nós
desenvolvemos a culinária: a capacidade de transformar os alimentos e assim
elaborar algo totalmente novo e especial. A culinária foi uma das primeiras
artes criadas pelo ser humano, nutrida por nossa constante curiosidade em
conhecer e entender o mundo que nos cerca. Ela assumiu um papel tão
importante que se tornou intrínseca à natureza humana, ajudando em nossa
evolução ao longo de nossa história.
Afinal, comida é um símbolo de fartura e vida, sendo essencial para a
nossa sobrevivência. Nós até conseguimos passar períodos de privação em
casos de necessidade, mas sem alimento por muito tempo nosso corpo
começa a perder suas forças e perecer lentamente.
Os antigos povos começaram a compreender a importância dos
alimentos e assim toda a tribo se unia para conseguir e armazenar comida
para que assim todos partilhassem de uma vida próspera e as novas gerações
pudessem crescer e se desenvolver com saúde.
No decorrer da história da humanidade, quando os antigos povos se
espalharam pelo mundo, a antiga arte da culinária foi junto com eles, se
modificando de acordo com cada local que descobríamos e explorávamos.
Enquanto cada povo se conectava e criava laços com a natureza presente no
novo território onde se instalava, a culinária também passava por profundas
transformações ao incorporar os alimentos ali presentes. Por conta disso,
podemos encontrar uma infinidade de receitas espalhadas ao longo desse
lindo planeta azul. Elas nasceram a partir da regionalidade local, um
casamento perfeito entre os alimentos disponíveis em uma região e a
criatividade do ser humano. Dessa união nasceram todas as formas de
culinária que conhecemos: brasileira, italiana, francesa, mexicana, peruana,
japonesa, angolana, etc.
Mas mesmo em meio à um universo inteiro de sabores, aromas e
texturas, a arte da culinária ainda nos une como um só povo e ainda se
mantém ancestral por um simples motivo: em qualquer lugar do mundo o ser
humano cozinha utilizando os alimentos presentes na natureza e os
transforma usando os quatro elementos (terra, fogo, água e ar).
Para os antigos povos, cozinhar era um ato sagrado e os mistérios do
alimento eram preservados com carinho pois foram entregues à humanidade
pela Grande Mãe. A primeira divindade concebida pelos seres humanos era
feminina: a Grande Deusa, também chamada de Grande Mãe, considerada a
Senhora da Terra, da Natureza e da Fertilidade. Aquela que dá à luz a toda a
vida que existe no universo, que nutre suas crianças ao longo de sua
existência e que os recebe após a sua morte, abraçando o espírito e
transformando o corpo (agora uma casca vazia) em algo novo, trazendo
fertilidade ao solo e tornando-o o alimento para uma nova geração.
Uma frase de Ailton Krenak (líder indígena, ambientalista, filósofo e
escritor) no documentário "Pisar Suavemente na Terra" retrata muito bem
essa visão:

“A gente só existe porque a Terra deixa a gente viver. Ela dá vida


pra gente. Não tem outra coisa que dá vida. É por isso que a gente
chama ela de Mãe Terra.”

De fato, em muitos mitos, a Deusa aparece profundamente associada


a criação da vida e a fertilidade da Terra. Tal característica pode ser
observada a partir do período Paleolítico, cerca de 300.000 anos A.E.C.
(Antes da Era Comum). Nesta época, as tribos agrárias possuíam sua
sobrevivência ligada aos alimentos cultivados e cada uma criou a sua versão
da Grande Mãe.
Diversas estatuetas foram encontradas em sítios arqueológicos do
período do Paleolítico e posteriormente do Neolítico, representando corpos
femininos com diversas características em comum. Normalmente sem um
rosto definido, apresentam seios fartos e os quadris volumosos, ligando a
figura da mulher com a fertilidade e a vida. Tais imagens são conhecidas
atualmente como “Vênus” e representam o culto à Deusa Mãe que era a base
das antigas civilizações: temos a Vênus Impudica e a Vênus de Lespugue
ambas encontradas na França, a Vênus de Laussel na Dordonha francesa, a
Vênus de Willendorf na Áustria, Vênus de Dolní Věstonice na República
Tcheca, a Vênus de Brassempouy na região dos Pirineus, a Vênus de Buret'
na Sibéria, a Vênus de Halaf na Turquia, a Vênus de Jomon no Japão, entre
outras.
Joseph Campbell (famoso escritor, professor e mitologista) possui
um estudo aprofundado sobre a mitologia da Grande Deusa nas sociedades
agrárias do período Paleolítico e Neolítico, que possuíram três berços de
nascimento: o Sudoeste Europeu, o Sudeste Asiático e a América Central.
Segundo seus estudos, a mulher foi o primeiro ser adorado do mundo
humano, sendo vista como a própria representante da Mãe Terra, já que
ambas eram capazes de gerar e nutrir a vida de forma mágica. Esta ligação
fez com que as tribos agrárias identificassem, no corpo da mulher, a força
que trazia fertilidade e impulsionava o ciclo da vida, morte e renascimento
de toda a natureza aqui na Terra. Como Campbell afirma em seu livro
“Deusas: o mistério do Divino Feminino”:

“[...] sua adoração relaciona-se com a manifestação dos ciclos da


natureza em seu próprio corpo.”

A autora Emma Mildon também traz uma importante reflexão em seu


livro “A Evolução da Deusa” que segue a mesma linha de Campbell, onde
ela diz que:

“Como mulheres, todas temos uma união maternal com a Mãe


Terra, porque compartilhamos sua capacidade de conceber, criar e dar
à luz a novas vidas. Poderíamos dizer que somos ramos de sua árvore
familiar”

Posteriormente, com a evolução das civilizações, encontramos o


culto à Deusa ligada à figura da Mãe Terra em diversas civilizações ao redor
do mundo: Gaia (Cultura Grega), Pachamama (Cultura Andina), Tonantzin
(Cultura Asteca), Cy (Cultura Tupi), Rhea (Cultura Romana), Prithvi
(Cultura Hindu), Sif (Cultura Nórdica), Mat Zemlya (Cultura Eslava),
Bhumi (Cultura Hindu), etc.
Mas é importante ressaltar que a Mãe Terra é uma figura divina que
abraça a imensidão do universo em suas muitas formas, afinal, todos os seres
vivos são suas crianças, ou seja, manifestações da sua força criadora e parte
da sua própria essência. Logo, os conceitos de feminino ou masculino são
apenas uma dentre as muitas formas de polaridades que, unidas, representam
a totalidade da Mãe Terra. Atualmente existem muitos livros de bruxaria que
ainda se prendem a esses conceitos, mas existem outros exemplos de
polaridades que estão além se enquadrarem como masculino ou feminino.
Essas polaridades unidas criam o poder e a energia da Mãe Terra e elas
podem ser encontradas expressas na natureza: vida e morte, equilíbrio e
caos, luz e trevas, bem e mal, dia e noite, terra e ar, água e fogo, sol e lua,
verão e inverno, primavera e outono, quente e frio, úmido e seco, barulho e
silêncio, positivo e negativo, projetivo e receptivo, etc.
Deste modo, baseando-se na energia e nos ciclos naturais, as tribos
agrárias organizaram a sua sociedade baseada em uma estrutura comum. Os
homens eram responsáveis pela proteção e pela caça enquanto as mulheres
possuíam a importante missão de dar à luz e, posteriormente, de criar e de
nutrir as crianças, a futura geração e o maior tesouro de um povo.
Em sua missão, as mulheres aprimoraram duas artes: a culinária e a
agricultura. Por meio da observação da natureza, elas entenderam os ciclos
das estações e os mistérios das plantas, passando a cultivar o próprio
alimento, sempre guiadas pela sabedoria da Mãe Terra. As primeiras hortas e
canteiros de ervas foram gerados pelos saberes das mulheres que buscavam
nutrir toda a tribo através dos alimentos cultivados com amor e carinho e que
seriam preparados por elas.
As mulheres aprenderam a se conectar com a Mãe Terra e seus ciclos
para determinar quais eram os melhores períodos para semear as sementes,
para cuidar das plantações e colher os grãos, frutos e vegetais. Com o tempo,
elas descobriram que, por meio do cozimento do grão, a vegetação se
tornava o pão que iria nutrir a tribo e assim entenderam que toda a energia
vital era provida pela Mãe Terra. Foram as mulheres que desenvolveram
diferentes maneiras de acessar e usar essas potencialidades, criando as
primeiras receitas ao explorarem cada erva, fruto, vegetal ou grão. Logo, o
culto a Mãe Terra que nasceu no Paleolítico possibilitou o nascimento da
culinária, que se tornou uma arte mágica através das mãos das mulheres.
Elas aprenderam como cozinhar com consciência para alcançar um objetivo
específico, transmitindo sua intenção e despertando a magia presente nos
alimentos. As mulheres também compreenderam como nosso corpo absorvia
a comida, assimilando não apenas os nutrientes, mas também as vibrações e
energias, dando um novo sentido a arte da culinária. Assim, as mulheres se
tornaram as primeiras detentoras dos conhecimentos da Culinária Mágica.
Tenho certeza de que neste momento você se perguntou: Mas o que é
a Culinária Mágica? É a arte de elevar nossa consciência para que ela vibre
junto das energias presentes nas ervas e nos alimentos que estamos
cozinhando para manifestar no plano físico a nossa intenção.
Desta forma, essas mulheres presentes em nossa ancestralidade
aprenderam, através da sabedoria da Mãe Terra, qual receita preparar para
trazer conforto e cura para o corpo, a mente e o espírito. Conheciam quais
ervas e alimentos traziam proteção ou força. Eram capazes de transformar a
realidade e a vida da tribo através das suas preparações. Com isso, elas
foram chamadas por muitos nomes dentro de cada povo: sacerdotisas,
curandeiras, benzedeiras, xamãs, feiticeiras e bruxas.
A Culinária Mágica, assim como outras formas de magia natural, só
passou a ser algo “extraordinário”, “perigoso” ou “fora do normal” com o
surgimento do patriarcado e do cristianismo, principalmente na época da
Inquisição, quando o mundo se tornou diferente, controlado pelo medo. Toda
a sabedoria transmitida pela Mãe Terra foi subjugada pelos homens que
temiam esse conhecimento carregado pelas mulheres e, assim, o patriarcado
reinou o mundo por séculos, trazendo uma energia de guerra, dominação,
perseguição e intolerância.
Mesmo assim, as mulheres continuaram com suas práticas, mas
escondidas e recolhidas ao universo doméstico. Elas encontraram em suas
cozinhas o refúgio e continuaram a trazer magia para este mundo através da
culinária, mesmo que de forma oculta ao trazer alívio ao coração com um
chá ou despertar a alegria através do aroma de um delicioso pão saindo
quentinho do forno.
Nós crescemos em meio à cozinha desde que nascemos. Sempre
agarrados à barra do avental de nossas mães ou avós, enquanto elas
cozinhavam algo no fogão. Todos temos alguma memória afetiva guardada
no coração relacionada à alguma comida especial que marcou um momento
de nossas vidas. Aquela receita que só de sentirmos o cheiro saindo da
cozinha faz o estomago se manifestar com um estrondoso trovão, a nossa
boca se encher de água como um rio e o nosso coração se derreter em meio
ao desejo. Mas com a modernidade, aquela conexão profunda com a
natureza forjada em nosso passado quase se quebrou e foi perdida.
Nos esquecemos que cozinhar é um ato sagrado. Ao nos
alimentarmos, não percebemos que estamos absorvendo a energia de
nutrição dos alimentos e não mais honramos a presença da natureza dentro
das nossas cozinhas. A facilidade do mundo moderno que, por um lado, é
maravilhosa e nos permite ter acesso à tantos alimentos diferentes sempre
que desejamos, por outro lado gerou um afastamento das pessoas da cozinha
e um sentimento de total desconexão com o meio ambiente e seus ciclos.
Desaprendemos a antiga arte da Culinária Mágica. Ignoramos o fato de que a
comida nutre o corpo e a alma e transforma a morte em vida. Não
conhecemos mais os poderes presentes nos alimentos que a Mãe Terra ainda
generosamente nos oferece, mesmo depois de tantos anos de agressão e
descaso ao nosso sagrado planeta.
Muitos pensam que somos apenas humanos tendo uma experiência
espiritual, mas na verdade somos seres espirituais vivendo uma experiência
humana. Os antigos acreditavam que nosso espírito imortal vinha para este
planeta vivenciar momentos únicos e evoluir sua centelha divina através dos
aprendizados aqui adquiridos. Para isso, era necessário que este espírito
encarnasse em um corpo, o maior presente que a Mãe Terra nos entrega. Um
corpo-templo, como gosto de chamar, feito dos quatro elementos, que
carrega a força da nossa ancestralidade correndo por nossas veias. Ele que é
abrigo do nosso espírito e nos permite estar vivos e caminhar pelo corpo da
Mãe Terra, que nos recebe e nos nutre com seu amor, enquanto percorremos
nossa jornada de evolução.
Em vez de nutrir o nosso corpo-templo com a força da natureza por
meio de comidas feitas com intenção através da Culinária Mágica, estamos
iludidos pois a modernidade nos fez comprar a ideia de que cozinhar é uma
perda de tempo. E assim nos rendemos as milhares de comidas processadas
com tantos ingredientes que não conseguimos nem pronunciar o nome.
Perdemos o prazer de cozinhar e não sentimos mais a conexão com o
sagrado através do alimento.
Atualmente, nós queremos algo rápido, prático e fácil. Basta apenas
abrir o pacote. Não comemos com consciência e reverência. Em vez disso
mal prestamos atenção ao que estamos comendo, já que fazemos nossas
refeições em frente ao celular, computador, tablet ou televisão. Isso quando
conseguimos nos sentar e comer com calma em vez de simplesmente engolir
algo entre uma e outra tarefa do trabalho.
Nem mais nos lembramos da Culinária Mágica quando estamos
doentes. Antigamente, se você estivesse gripado, sua avó iria preparar uma
sopa de legumes para você comer e se nutrir através de uma comida
saborosa. Ela colocaria todo o seu amor e carinho no preparo dessa sopa, que
estaria carregada não apenas com vitaminas e nutrientes dos ingredientes,
mas também com as boas energias e a intenção da sua avó que desejou a sua
recuperação. Assim, sua avó estaria praticando Culinária Mágica e
encarnando a essência da figura da bruxa de cozinha, mesmo sem saber
disso: uma mulher antiga e sábia, mexendo o seu caldeirão e acrescentando
as ervas e alimentos para preparar uma comida mágica que irá curar o corpo
e a alma.
Hoje em dia preferimos recorrer aos remédios presentes nas
farmácias, que ajudam a tratar os sintomas e trazem alívio para a dor, mas
que não conseguem curar a causa da maioria das doenças que estão se
abatendo sobre nós: a falta de conexão com a natureza e seus ciclos. Mas
podemos reverter esse quadro antes que seja tarde demais. Neste momento,
as pessoas estão em busca de uma maneira de resgatar essa conexão,
entendendo que ela é vital para sua saúde e equilíbrio. Elas estão
despertando de um longo sono, ouvindo novamente o chamado de Gaia e
manifestando o desejo de honrar novamente a Mãe Terra que tanto nos
oferece desde o início dos tempos.
Então, revelo a você agora o grande objetivo deste livro: te levar para
a cozinha. Eu vou te ajudar a resgatar os conhecimentos ancestrais da
Culinária Mágica e te ensinar como cozinhar magicamente, transformando
assim a sua cozinha em um lugar sagrado, onde você irá criar um laço com a
Mãe Terra e encontrar o poder da natureza à sua disposição.
Tenho a certeza de que você deve estar se perguntando: mas eu já sei
cozinhar (mesmo que seja apenas um macarrão instantâneo ou um ovo frito).
Mas eu posso te garantir: o ato de cozinhar quando feito de maneira
automática (sem intenção e coração) não é capaz de despertar a magia
presente nos alimentos e assim não conseguimos usar a energia para
promover as transformações que desejamos em nossas vidas. A diferença
entre cozinhar mecanicamente e cozinhar magicamente dependerá do seu
coração e do seu conhecimento acerca dos alimentos. Para uma pessoa
comum, que ainda não tem o conhecimento que irei lhe transmitir, um ramo
de alecrim será apenas um galho com folhas perfumadas que você pode
colocar na comida quando quiser. Para ela, cozinhar nada mais é do que
preparar algum alimento para ter o que comer todos os dias. Apenas isso.
Já para uma pessoa que pratica a Culinária Mágica, um ramo de
alecrim é um presente da Mãe Terra, uma das muitas formas sob as quais
temos acesso à sua energia e que podemos utilizar para alcançarmos nossos
objetivos e evolução pessoal, alterando a realidade ao nosso redor sempre
com respeito à natureza. Através das páginas deste livro eu quero que você
se torne essa pessoa. Que sinta a magia que existe nas panelas cozinhando no
fogo ou no cheiro delicioso daquele bolo assando no forno, e assim
finalmente perceba que na cozinha encontramos todo o amor da Mãe Terra
pelo ser humano e pela vida.
Vou te mostrar que é na simplicidade da Culinária Mágica que você
vai encontrar a verdadeira magia que transforma as pessoas e alivia os
sofrimentos, trazendo alegria e luz. Você irá descobrir como usar a magia
dos alimentos para afastar medos, trazer proteção, curar os corações aflitos e
atrair a prosperidade e sucesso, como os povos antigos faziam.
Não estou lhe dizendo para deixar de comer aquilo que você tanto
gosta (como aquele lanche do fast-food ou aquela batata frita sequinha e
crocante). O que desejo é que, ao final desse livro, você perceba que pode
cozinhar tudo com suas próprias mãos de uma maneira mágica, tendo ao
final uma comida gostosa e encantada, cheia de energia, intenção e poder.
Quero que você se lembre que estar na sua cozinha não é uma “perda de
tempo” e sim um investimento em sua vida e para sua saúde espiritual,
mental e física. Você poderá preparar grandes almoços e jantares, ou
pequenas refeições simples e práticas. Não importa. Eu sei que nem tudo que
você for cozinhar poderá, no final, estar tecnicamente perfeito ou com
aquele ar de chef de um grande restaurante gourmet. E está tudo bem. É
normal deixar o bolo queimar, esquecer de colocar um ingrediente ou de
nem saber por onde começar ao ler uma receita.
Mas desejo do fundo do meu coração que você se apaixone pela
Culinária Mágica. Não importa sua identidade de gênero, expressão de
gênero, orientação sexual ou sexo biológico. Nem mesmo sua religião, sua
idade ou o local onde mora (se é no campo ou no meio de uma grande
cidade). Esta antiga arte está à disposição de todos que ouviram o chamado e
desejam trazer magia para sua vida através das ervas e dos alimentos. Afinal,
nós somos as crianças da Mãe Terra e existe algo mais mágico do que a
manifestação da vida aqui no planeta em que vivemos?
Então, se você se interessou por este livro, é porque você ouviu esse
chamado e quer aprender a usar o conhecimento ancestral da Culinária
Mágica em sua vida. Assim, eu lhe desejo boas-vindas. Prepare-se para
trilhar esta jornada única e especial junto comigo através destas páginas. Ao
final, uma grande transformação terá ocorrido na sua vida, assim como
aconteceu na minha, quando descobri este caminho encantado.
Estátua da Deusa Gaia (modelo criado pelo artista Oberon Zell)
A Bruxa de Cozinha

Antes de começar, preciso avisar você de algo importante. Ao longo deste


livro eu irei usar o termo “bruxa” para designar uma pessoa que pratica a
arte da Bruxaria. Porém, a terminologia feminina foi escolhida apenas para
padronização textual. Quero deixar claro que todas as pessoas –
independente da sua identidade de gênero, expressão de gênero, orientação
sexual ou sexo biológico – podem praticar a Bruxaria e a Culinária Mágica
caso este seja o seu desejo. Agora, vamos continuar com nossa jornada.
Os séculos de patriarcado moldaram na mente das pessoas uma
imagem misteriosa e errada da bruxaria, carregada de tantos estereótipos e
preconceitos, que fica difícil definir o que é uma bruxa – ainda mais aquela
que encontra na cozinha o seu altar e o coração do seu lar. Os clássicos
contos de fadas e desenhos da nossa infância colocaram as bruxas como
mulheres malvadas, cheias de sentimentos negativos no coração, cujo único
objetivo de vida era atormentar a vida de uma pobre e inocente princesa.
Essas bruxas usavam seus poderes e mexiam seus caldeirões para criar
estranhas poções e feitiços para trazer caos na jornada da princesa, mas, ao
final, eram derrotadas e perdiam sua magia (quando não a própria vida). É só
lembrar da Branca de Neve ou da Pequena Sereia para ver essa figura
retratada na Rainha Má ou na Bruxa do Mar.
Os filmes de terror seguiram a mesma linha e ajudaram a espalhar a
imagem da bruxa como uma mulher que havia feito um pacto com o
demônio e que usava itens obscuros presentes na natureza para trazer
sofrimento e morte a qualquer pessoa que ultrapassava os seus domínios.
Assim, a crença na bruxa solitária que vivia em meio a uma floresta escura e
ameaçadora ganhou força, colocando mais uma vez a mulher e a natureza
como algo perigoso, que precisa ser temido e combatido.
Já os filmes e seriados da década de 90 trazem as bruxas como um
grupo de amigas ou irmãs que estão enfrentando os problemas típicos da
adolescência ou da vida adulta e que encontram na bruxaria uma alternativa
para conseguirem realizar os seus desejos. Mas ainda assim são colocadas
como fracas ou inconsequentes, ao não conseguirem lidar com a magia e o
poder despertado, ocasionando desfechos desagradáveis ao grupo. Um outro
cenário destes filmes é mostrar o oposto: a bruxa se torna uma linda mulher,
já adulta e madura, que está vestida com saias e vestidos de tecidos leves,
repleta de cristais e envoltas na fumaça de incensos. Ela é quase etérea,
passando a imagem de alguém que está muito elevada espiritualmente e que
não está ligada ao mundo material, não possuindo problemas ou
preocupações mundanas.
Em todos os casos, a magia praticada por uma bruxa é sempre vista
como algo sobrenatural. Isso significaria que a magia seria algo fora da
ordem natural, totalmente à parte das leis naturais que regem o mundo em
que vivemos e que assim seria algo superior à natureza mundana e humana.
E assim, vemos os preconceitos e estereótipos sendo espalhados por nossa
cultura e as pessoas não param para se questionar se aquilo é, ao menos,
verdade em algum ponto.
Posso te dizer: nada daquilo é verdade. Por mais que possamos ser
fãs de um determinado conto ou filme (eu mesma adoro alguns dos clássicos
da bruxaria dos anos 90 como “Jovens Bruxas” e “Da Magia à Sedução”),
nenhuma destas obras mostrou, até o momento, a realidade do que é ser uma
pessoa pratica a bruxaria.
Uma bruxa pode ser definida como uma pessoa que possui uma
conexão profunda com a Mãe Terra e que deseja despertar a magia de dentro
de si através da relação com os ciclos da terra e do uso das ervas, flores,
cristais e outros itens, resgatando assim a raízes da nossa ancestralidade. Nós
encontramos a presença da Deusa em toda a natureza e buscamos nos
reconhecer não apenas como suas crianças, mas também como uma parte da
sua manifestação. Somos parte da Grande Teia da Vida e todos os outros
seres vivos são nossos irmãos.
Mas nós vivemos agora em uma sociedade moderna. Estamos
presentes em um mundo cheio de tecnologias graças à um assim chamado
progresso e desenvolvimento. Sabemos que estas inovações e equipamentos
modernos podem enfraquecer nossa conexão com o mundo natural (caso não
sejam usados com sabedoria) mas nós não negamos o mundo moderno e
nem desejamos reverter tudo o que foi criado para voltarmos a uma era
ancestral.
E isso acontece porque nós temos consciência de que podemos ser a
ponte entre o passado e o presente, entre os seres humanos e a natureza, e
assim sermos protagonistas para a criação de um mundo baseado em um
desenvolvimento sustentável. Basta apenas que busquemos compreender o
mundo ao nosso redor e reconhecer a presença da Mãe Terra em tudo o que
existe. Desta maneira, a magia possui um significado diferente para as
pessoas que praticam a bruxaria. Ela não é algo sobrenatural, mas sim
totalmente natural e está presente em tudo o que existe em nosso planeta.
A magia nada mais é do que o uso das energias da natureza que nos
permite promover uma transformação em nossa vida através do uso dos
alimentos, das ervas, das flores, dos cristais e de outros materiais. O mundo
mundano e material em que vivemos é magico. A natureza é mágica e nossa
conexão com Gaia nos permite sentir, moldar e direcionar o fluxo de energia
natural ao nosso redor e dentro de nós. Assim, para nós o mundano se torna
sagrado já que ele representa exatamente o mundo material e a natureza que
são a fonte do nosso poder e magia.
Para uma pessoa que encontra a presença da Mãe Terra em sua
cozinha isso não poderia ser mais verdade. Afinal, você quer atividade
considerada mais mundana do que cozinhar? Essa pessoa pode ser chamada
de “bruxa de cozinha”, um termo usado para designar alguém que pratica a
bruxaria e que possui como principal foco a Culinária Mágica (também
chamada de Bruxaria de Cozinha) em sua jornada pessoal.
Uma bruxa de cozinha é uma pessoa que aprendeu a sentir a presença
de Gaia em cada alimento e erva e que encontrou, no ato de cozinhar, a sua
maneira de criar e estabelecer um laço de amor e devoção com a natureza.
Embora nem todas as refeições que essa pessoa faça ao longo do seu dia
sejam mágicas, ela nunca se esquece da sacralidade da comida em sua vida
pois, para ela, os alimentos e ervas são dádivas da Mãe Terra, carregados de
magia e benefícios para o corpo, mente e espírito. Assim, uma pessoa pode
ser considerada uma bruxa de cozinha e praticar a Culinária Mágica
independente do caminho ou vertente que ela segue dentro da Bruxaria
(Paganismo, Wicca, Bruxaria Natural, Bruxaria Tradicional, Bruxaria
Hereditária, Bruxaria Eclética, etc.)
Quero deixar claro que a Culinária Mágica é uma prática livre e não
existe um conjunto de conhecimentos formais transmitido por meio de um
processo iniciático. Os livros que abordam esta arte (como este que você está
lendo agora) apenas trarão a visão de como o autor compreende e sente a
magia presente em sua cozinha. Nessas obras, você irá aprender a ver o
mundo através dos olhos do autor e descobrir receitas que ajudarão você a
aprimorar a sua arte na cozinha.
A jornada da bruxa de cozinha é solitária e individual. Cada pessoa
que decidir trazer os saberes da Culinária Mágica para o seu caminho irá
criar práticas que irão variar de acordo com sua personalidade mágica e com
a vertente que segue dentro da bruxaria.
Agora que você entendeu o que é uma bruxa de cozinha, ainda pode
estar imaginando que, para praticar a culinária mágica, é necessário ter em
casa ingredientes muito especiais, instrumentos raros, além de seguir passos
complexos e cheios de mistérios. Mas a grande verdade é que a culinária
mágica é uma arte extremamente mundana. Assim, ela é a forma mais
simples, prática e fácil de desenvolver a magia natural, com resultados tão
eficazes e comprovados como o mais complicado dos feitiços.
Tudo o que existe neste universo é feito de energia e você, como uma
bruxa de cozinha, será capaz de manipular e moldar as energias presentes
nos alimentos durante o preparo de uma receita tornando-a encantada. Desta
maneira, a cozinha se tornará o altar onde você realizará a magia e criará um
laço com a natureza através do poder dos alimentos à sua disposição. E não
importa o quão humilde seja, a cozinha sempre será o coração de um lar. A
própria essência da vida e o poder de nutrição da Mãe Terra habitam e
podem ser sentidos neste local que se tornará o seu espaço sagrado.
É na cozinha em que são preparadas as refeições que nutrem o corpo
e a alma e que transformam a morte em vida. Nela encontramos os quatro
elementos da natureza (terra, fogo, água e ar) em harmonia e sincronia. São
eles que possibilitam a antiga alquimia acontecer através das nossas mãos
com infinitas possibilidades: farinha, água, ovos e fermento se tornam um
bolo, uma torta, uma massa como macarrão ou até mesmo um simples pão.
Existe algo mais simples e sagrado do que isto?
Assim, se fosse definir finalmente o que é uma bruxa de cozinha eu
diria que é uma pessoa que pratica a bruxaria e a Culinária Mágica
escutando a voz da Natureza. É a pessoa que sente a generosidade da Mãe
Terra em cada comida feita com intenção e carinho e que, assim, é capaz de
espalhar o amor universal e a gratidão pelo mundo através das suas receitas.
O Segredo dos Alimentos

Dentro da bruxaria, podemos utilizar uma variedade de ferramentas para


aumentar o poder e auxiliar no direcionamento das energias em nossos
feitiços e rituais. Elas podem incluir práticas antigas (como a visualização e
a meditação) e o uso de materiais como velas, cristais, incensos, cálices,
caldeirões etc.
Porém, a Mãe Terra oferece uma ferramenta mágica à nossa
disposição, uma grande fonte de magia que está ao nosso redor e que usamos
todos os dias sem ao menos perceber o poder que existe em seu interior. Ela
é simples e acessível. Sim, você não precisará investir muito dinheiro
comprando materiais complexos que são, muitas vezes, caros e
desnecessários. Com esta ferramenta e apenas algumas simples ações e
visualizações, podemos realizar magias tão poderosas quanto qualquer outro
ritual extremamente elaborado. Esta ferramenta é um presente de Gaia, que
oferece seus poderes a qualquer um que queiram utilizá-los. Imagino que
você esteja se perguntando: qual é esta ferramenta tão poderosa? E eu te
respondo: o alimento.
Desde a antiguidade, os povos antigos faziam reverência ao alimento
e o reconheciam como sustentador da vida, uma dádiva oferecida pela Mãe
Terra. Ao aprender a caçar, colher, plantar e cozinhar, o ser humano
aprofundou essa relação vital com o alimento, que lhe permitia ter energia
para executar suas tarefas diárias, proporcionando saúde e harmonia. Com o
passar dos séculos, em grande parte das culturas (antigas e mesmo as atuais)
o alimento passou a executar um papel quase que central nas cerimônias
religiosas e rituais.
Ele era trazido como oferenda e sacrifício, deixando de ser apenas
um alimento para o corpo e passando a se tornar símbolo da fé e um
alimento para o espírito. Diversas religiões trazem proibições, permissões e
atribuem funções que vão além do caráter nutricional e prazeroso da
refeição. O alimento passou a marcar ritos de passagem como o nascimento,
a puberdade, a iniciação em grupos (místicos e/ou sociais), o casamento, o
parto, a maturidade e a morte.
Quer um exemplo de como essa antiga fonte de poder permaneceu
oculta, sendo praticada muitas vezes inconscientemente até os dias atuais?
Pense em um bolo de aniversário. Você já parou para se perguntar por que a
maioria das pessoas ao redor do mundo comemora o aniversário cortando
um bolo com velas em cima?
Na Grécia Antiga, uma vez por ano os gregos preparavam bolos
brancos e redondos (feitos com farinha de trigo e leite) para representar a
Lua Cheia. Sobre estes bolos eram acessas 13 velas (que simbolizavam as 13
luas cheias que acontecem ao longo do ano) e ele era deixado no altar de
Ártemis, a Deusa Grega da Lua, para celebrar e agradecer todas as benções,
dádivas e proteção oferecida por ela, simbolizando o fim de um ciclo e o
início de um novo. Este ritual foi trazido para a vida cotidiana dos gregos,
naquela época, para celebrar a passagem de ano de uma pessoa para pedir à
Deusa que abençoasse a vida dela. Com a conquista do território grego por
Roma e a expansão deste como o que viria a se tornar um dos maiores
impérios, este costume se espalhou pelo mundo.
Agora imagine uma festa de aniversário. O bolo fica no centro da
mesa e da festividade. Todos ficam perto, orbitando ao redor da mesa e a
festa só acaba quando ele é cortado. Neste momento, todos formam um
círculo (um dos símbolos mágicos mais antigos que existem) e começam a
cantar e bater palmas para o aniversariante (uma prática ritualística de elevar
o poder que era feita por vários povos). Ou seja, um ritual mágico é
realizado de maneira inconsciente por todos os presentes na festa de
aniversário.
Com este ritual, o bolo irá concentrar e cristalizar em si toda a
energia presente nas palavras cantadas e nos sentimentos de cada uma das
pessoas presentes naquele momento. Ao desfrutar de um pedaço do bolo, o
aniversariante e os convidados estão absorvendo e se nutrindo, fisicamente e
espiritualmente, das energias presentes naquele alimento. A celebração
também irá funcionar como uma conexão entre todos os presentes,
fortalecendo os laços de união e carinho. Desta forma, o bolo de aniversário
é uma forma moderna da magia dos alimentos que foi perpetuada ao longo
dos séculos.
Através da Culinária Mágica, nós podemos resgatar estes antigos
conhecimentos ligados à magia dos alimentos. Desta maneira, teremos a
capacidade de compreender as origens de diversos costumes e tradições e o
poder de criar nossos próprios rituais através das receitas que preparamos em
nossa cozinha usando esses conhecimentos.
Herbalismo Tradicional e Mágico

Todas as plantas que crescem no ventre da Mãe Terra possuem


propriedades mágicas e terapêuticas que podem ser usadas na Bruxaria e na
Culinária Mágica para trabalhar as nossas intenções e transformar o nosso
mundo (exterior e interior). Uma bruxa de cozinha sempre tem sua mente e
coração abertos para estudar as plantas que faz uso em suas receitas e assim
aprender todos os seus mistérios e segredos. Durante estes estudos,
encontramos muitas vezes um termo em comum que ainda gera muitas
dúvidas nas pessoas: o Herbalismo.
Podemos definir o Herbalismo como uma área de estudo das plantas
onde diversos aspectos abrangentes da vida e ação delas são abordados
(como cultivo e cuidado, crescimento e ciclos naturais, armazenagem e usos
culinários, ação física e energética, etc.). Logo, podemos afirmar que uma
bruxa de cozinha que estuda o Herbalismo desenvolve uma visão mais
ampla e integrativa do potencial das plantas.
O foco do estudo do Herbalismo está concentrado principalmente nas
ervas, devido as suas características especiais. Assim, você encontrará
diversos livros deste tema com informações preciosas sobre diversas ervas e
suas propriedades. Porém, o Herbalismo não se limita única e
exclusivamente às ervas, já que todas as plantas (comestíveis ou não) são
verdadeiros presentes da Mãe Terra e podem ser vistas sob a ótica desta área.
A bruxa de cozinha usa os saberes do Herbalismo em sua cozinha,
ampliando o seu foco para compreender as propriedades de todos os
alimentos: frutas, verduras, legumes, tubérculos, grãos, etc.
O Herbalismo pode ser dividido em duas vertentes que se
diferenciam em suas bases, mas que se completam e se integram quando
bem utilizadas e aplicadas: o Herbalismo Tradicional e o Herbalismo
Mágico.
No Herbalismo Tradicional, as bases dos conhecimentos explorados
e aplicados vem da Fitoterapia, uma palavra que tem origem no grego
antigo: phyton que significa "planta" e therapia que significa "tratamento".
Ela é a ciência que estuda e faz uso dos diversos princípios ativos químicos
presentes nas plantas e analisa os seus efeitos no corpo físico dos seres
vivos. Logo, o Herbalismo Tradicional irá procurar substâncias químicas
presentes nas plantas que atuem trazendo alívio para um sintoma, dor ou
problema. É por este motivo que muitos dos medicamentos que compramos
nas farmácias atualmente são feitos em laboratórios a partir de princípios
ativos descobertos nas plantas.
O exemplo mais famoso que posso lhe dar é o Ácido Acetilsalicílico
(o famoso AS), um fitocomposto que foi descoberto por pesquisadores na
casca do salgueiro-branco (Salix alba), uma árvore sagrada para os índios
norte-americanos, que já o utilizavam há séculos em tratamentos para aliviar
a dor e a febre. Atualmente, este fitocomposto passou a ser produzido
sinteticamente em laboratórios ao redor do mundo, deixando de lado a
importância da fonte natural onde ele foi encontrado. Além disso, quando
um fitocomposto é isolado desta maneira em laboratório, perde-se toda a
riqueza de outras substâncias que a planta carrega e que atuam em conjunto
com esse fitocomposto, equilibrando assim a sua ação em nosso organismo.
Sempre que você se deparar com livros onde as propriedades
fitoterapêuticas das plantas são destacadas, como quais vitaminas e minerais
elas possuem ou qual a ação dela em nosso organismo, estas serão obras com
foco no Herbalismo Tradicional.
Já o Herbalismo Mágico tem suas bases no estudo e na aplicação do
princípio ativo sutil das plantas, ou seja, a ação da vibração energética
presente em cada uma delas e das suas propriedades mágicas na aura e nos
demais corpos energéticos dos seres vivos e dos ambientes, sem necessidade
de presença obrigatória de princípios ativos químicos. Logo, o Herbalismo
Mágico irá procurar plantas que possuam uma vibração que atue trazendo
não apenas alívio para os sintomas como o Herbalismo Tradicional faz, mas
ajudando a trazer a cura energética agindo na causa do problema.
Esta é uma arte tão antiga quanto o tempo. O ser humano usa o poder
mágico e a vibração energética das plantas, em especial das ervas aromáticas
há séculos. Porém, apenas recentemente essa arte recebeu este nome
moderno e voltou a ser bem divulgada e difundida graças ao fácil acesso à
informação que as tecnologias e a modernidade proporcionaram à
humanidade. Alguns exemplos de aplicações do Herbalismo Mágico são os
Banhos de Ervas, as Defumações, os Florais, os Benzimentos, os Amuletos
de Ervas, etc. Existem diversas linhas de estudo dentro do Herbalismo
Mágico e uma delas, que ficou muito conhecida no Brasil, é a
Fitoenergética®, uma terapia complementar desenvolvida por Bruno
Gimenes, autor de diversas obras literárias sobre o tema. Porém, existem
muitas outras linhas aqui em nosso país e ao redor do mundo sob a mesma
temática dos usos mágicos e energéticos das ervas em nossa vida.
Assim, percebemos que ambas as vertentes de Herbalismo são ricas
em conhecimentos e se tornam complementares e muito importantes na
bruxaria e mais ainda dentro da Culinária Mágica. Isso porque a bruxa de
cozinha, ao fazer uso tanto do Herbalismo Tradicional como do Mágico, é
capaz de acessar de maneira profunda as ervas e alimentos e aproveitar o seu
potencial para trabalhar o ser humano de maneira holística, trazendo
harmonia e equilíbrio.
A Energia das Plantas

No Herbalismo Mágico, estudamos a ação da vibração presente nas plantas


na aura e nos demais corpos sutis dos seres vivos e dos ambientes. Essa
vibração é chamada de princípio ativo sutil e ela é a responsável pelas
propriedades mágicas de cada planta. O princípio ativo sutil é criado por
cada planta a partir da combinação de 3 diferentes tipos de energias que
estão presentes no universo e que atuam diretamente na vida de todos os
seres vivos, participando ativamente do movimento e da harmonia nos ciclos
da natureza:

Centelha Divina: A alma da espécie e o espírito de cada planta


individual.
Elementos da Natureza: A energia direcionada pelos elementos terra,
água, fogo e ar.
Astros: A energia dos alinhamentos dos luminares e dos planetas.

Assim, as plantas são seres vivos muito especiais presentes nesse


plano de existência. Elas são as únicas capazes de canalizar, armazenar e
misturar todas essas vibrações dentro de si, entregando como resultado um
princípio ativo sutil que será único para cada espécie existente na Terra.
Vamos explorar juntos estas energias e entender melhor como cada uma
delas é capaz de determinar a vibração e as propriedades mágicas das plantas
que usamos em nossas cozinhas mágicas.

A Centelha Divina

A centelha divina é a força que se origina de Gaia (como a grande


fonte criadora da vida) e que flui dentro de tudo o que existe na natureza. É a
energia que traz vida à toda a existência e que flui através e ao redor de
todos os seres, interligando os diferentes planos de existência.
Essa energia move e nutre o nosso espírito nos permitindo estar neste
plano material, tendo essa vivência humana. Ela foi chamada de diferentes
nomes em cada cultura: Prana (Hindu), Chi (China), Ki (Japão), Mana
(Havaí), etc.
As plantas, assim como todos os seres vivos, possuem em seu
interior uma centelha dessa energia divina que nos foi dada pela Mãe Terra.
Logo, as plantas possuem um espírito individual, que está ligado ao que
chamamos de Alma Coletiva da Espécie.
Assim, cada pezinho de alecrim, por exemplo, possui um espírito
individual e pessoal que está conectado diretamente à Alma Coletiva do
Alecrim, ou seja, a fonte de toda a memória, sabedoria, conhecimento e
vivência da espécie que foi acumulada ao longo de centenas de anos de
existência. Muitas vezes esse espírito é chamado deva ou ser elemental,
designando assim um ser etéreo que seria como a “centelha divina
materializada” da planta. Este deva receberia a importante missão de cuidar
da planta e guiá-la em seu processo de crescimento e desenvolvimento,
visando a evolução da espécie como um todo. Inclusive, pessoas com
sensibilidade aflorada já relataram ter conseguido visualizar tais seres, como
vemos nos livros “O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza” do autor
Geoffrey Hodson e “O Mundo Real das Fadas” da autora Dora Van Gelder,
que escreveram suas respectivas obras baseados em observações pessoais.
Tais espíritos das plantas são capazes de acessar e enxergar o corpo
etéreo de um ser humano (e não o nosso tumulto interior) e sabem
exatamente quais são nossas intenções e a verdade do nosso coração. Assim,
não podem ser enganados e por conta disto uma bruxa de cozinha nunca
deverá intencionar o mal de outro ser vivo presente na grande Teia da Vida
ao se conectar com a energia das plantas e da natureza no momento de
preparar as suas receitas culinárias mágicas. Como diz um antigo provérbio
dos Índios Hopi (uma nação indígena dos Estados Unidos da América):

“Os rituais devem ser realizados com boas intenções


e corações puros.”

Saiba que a sua intenção é como uma semente que irá se manifestar
neste plano material. Então, para ter uma boa colheita, escolha as suas
sementes com sabedoria. Caso contrário, o próprio espírito da planta poderá
ir contra a sua intenção, impedindo a sua manifestação.

Os 4 Elementos da Natureza
Os quatro elementos são a mais pura expressão da força de Gaia
manifestada na Natureza de diversas maneiras. Desde pequenas e singelas
aparições, como um cristal que você encontra em uma caminhada, um sopro
de vento que movimenta as folhas secas do chão ou uma chuva suave que cai
lavando o céu. Passando por poderosas demonstrações de poder, como as
mais altas montanhas, um tsunami que arrasta tudo para o fundo do mar ou
um vulcão que entra em erupção espalhando lava e cinzas.
As plantas dependem dos quatro elementos para existirem nesse
plano: elas crescem e são nutridas pela terra, recebem sua vida através da
água das chuvas, retiram o oxigênio do ar para realizarem a fotossíntese e
dependem da luz e do calor do Sol (uma manifestação do fogo). Mas cada
planta recebe a benção de um dos elementos da natureza, que irá fortalecer a
sua vibração e ajudar na formação das suas propriedades mágicas em
conjunto com as demais energias que compõe o princípio ativo sutil.
O Elemento Terra
Na magia natural, a terra é um elemento considerado receptivo e
passivo. Ela forma a base sobre a qual tudo o que existe possa se manifestar,
incluindo os outros três elementos. Para uma bruxa de cozinha, a terra
representa a sua força e sua firmeza, que lhe permitem ter organização e foco
para materializar neste mundo aquilo que desejar. A terra também é capaz de
transmutar as energias negativas e estagnadas em energias positivas e fluídas
novamente. Assim como faz quando recebe uma folha morta, que se
deteriora e se transforma em nutrientes para novas plantas. Normalmente,
plantas que são rasteiras ou que produzem tubérculos e rizomas ou ainda que
possuem raízes grossas e profundas são consagradas a este elemento. Logo,
elas carregam a vibração da concretização, da manifestação, da
prosperidade, da abundância, da riqueza, da fertilidade, etc.
O Elemento Água
Na magia natural, a água é um elemento considerado receptivo e
passivo. Para uma bruxa de cozinha, a água representa a sua intuição, o seu
subconsciente, a fluência e mudança constante dos aspectos da natureza e da
vida. A água também atua como uma condutora das energias presentes em
um ser vivo ou ambiente, afinal, este é o único dos quatro elementos que
retira as impurezas absorvendo-as para si. Em geral, plantas que acumulam
muita água (em suas folhas, troncos ou frutos) ou que crescem próximas à
rios e lagos ou ainda que necessitam de muitas regas para seu
desenvolvimento são consagradas a este elemento. Logo, elas carregam a
vibração das emoções, da mutabilidade, da fluidez, da purificação, etc.
O Elemento Ar
Na magia natural, o ar é um elemento considerado projetivo e ativo.
Ele é a energia que move nossa mente e que ajuda a dar vida às ideias e aos
pensamentos. Uma bruxa de cozinha é capaz de expressar a sua essência e se
comunicar com o mundo ao seu redor através do elemento ar que se torna o
símbolo das ideias, da mente, das mudanças e da liberdade da natureza. O ar
é capaz de elevar as nossas intenções e desejos para o plano espiritual, por
onde todas as energias, pensamentos e emoções transitam para chegarem em
seus devidos lugares. A maioria das plantas que possuem folhas longas ou
pendentes ou que apresentam aroma refrescante ou ainda que apreciam ficar
ao vento são consagradas a este elemento. Logo, elas carregam a vibração do
plano mental, das ideias, do conhecimento, da sabedoria, da liberdade, da
expansão, etc.
O Elemento Fogo
Na magia natural, o fogo é um elemento considerado projetivo e
ativo. Ele é a energia incontrolável que traz destruição e purificação por
onde passa. O fogo é capaz de transmutar as energias negativas em positivas
através do calor e da luz de suas chamas, que se elevam em direção aos céus
despertando a renovação e a esperança. Para uma bruxa de cozinha, fogo é o
símbolo da fagulha de vida e representa a sua motivação pessoal, os seus
sonhos e metas, tudo aquilo que desperta a sua essência e que a move pelo
mundo natural. Normalmente, plantas que possuem frutos ou flores na cor
vermelha ou que apresentam formas de proteção (como espinhos) ou ainda
que apresentam aroma ou sabor que nos fazem lacrimejar (como picante ou
sulfuroso) são consagradas a este elemento. Logo, elas carregam a vibração
da transformação, da proteção, da purificação, da força, do desejo, etc.

Os Astros do nosso Sistema Solar

Em antigas civilizações (como a egípcia, a grega, a romana e a


asteca) a Astrologia era uma ciência utilizada e estudada em conjunto com a
Astronomia. Para estes povos, era primordial compreender a relação que
existe entre os astros presentes no firmamento e a Terra e como ela é capaz
de influenciar a vida em todas as suas formas.
Os primeiros estudos mais aprofundados acerca deste tema foram
feitos por Paracelso, um mago e cientista que viveu entre os séculos XV e
XVI, que divulgou os resultados de seu trabalho no livro “Botânica Oculta”.
Ele explorou em seus estudos a ligação dos arquétipos planetários, suas
características e regências sobre a vida das plantas presentes em nosso
planeta. Paracelso relacionou as plantas aos oito astros conhecidos até o
momento em que realizava as suas pesquisas: ao Sol e a Lua (luminares) e
aos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Assim, não
encontramos plantas ligadas aos demais astros do Sistema Solar (Urano,
Netuno e Plutão) pois todos foram descobertos posteriormente à morte de
Paracelso. Existem alguns autores modernos que estão revendo a
classificação feita por ele para incluir estes astros, mas aqui iremos nos
concentrar no trabalho alquímico de Paracelso para explorarmos juntos cada
uma dessas energias que, em conjunto com a centelha divina e o poder dos
elementos, formam o princípio ativo sutil das plantas.
O Planeta Mercúrio
Este planeta recebe o seu nome em homenagem à Mercúrio, o
Mensageiro dos Deuses na Mitologia. Logo, as vibrações de Mercúrio
atuam trazendo a energia do plano mental e racional à tona, controlando
todas as formas de comunicação, negócios, astúcia, conciliação, diplomacia,
raciocínio, interpretação e oratória, intelecto, profecias, decepções, enganos
e mentiras. As plantas regidas por Mercúrio podem ser usadas em receitas
mágicas e outros feitiços que trabalhem a esfera mental (estudos,
aprendizado, inteligência, razão e a lógica, novas ideias, etc.) ou em questões
que envolvam negociações e comunicação, viagens, tecnologia, etc. Além
disso, elas também carregam uma energia ligada à saúde (em relação ao
nível mental).
O Planeta Vênus
Este planeta recebe o seu nome em homenagem à Vênus, a Deusa do
Amor na Mitologia Romana. Logo, as vibrações de Vênus atuam
despertando a energia do amor, da paixão, da beleza, do prazer, da
sensualidade, da arte, da alegria, da gentileza, da criação, da fertilidade, da
união, da esperança e do desejo sexual. As plantas regidas por Vênus podem
ser usadas em receitas mágicas e outros feitiços que trabalhem todas as
formas de amor (amor-próprio, fraternal, sexual, etc.) e também a paixão, a
sedução, a conquista, a beleza, a autoconfiança, os romances, etc. Também
favorecem trabalhos mágicos que envolvam questões afetivas (inclusive
casos de enfermidades decorrentes de desequilíbrios nesses setores) e as
atividades ligadas às artes e às relações sociais. A energia de Vênus ensina
formas mais amorosas, solidárias, conscientes e cooperativas de existência e
convivência, fortalecendo os laços de amor existentes.
O Planeta Marte
Este planeta recebe o seu nome em homenagem à Marte, o Deus da
Guerra na Mitologia Romana. Logo, as vibrações de Marte atuam trazendo à
tona a energia da combatividade, dos conflitos, da agressividade, da
impulsividade e da irritação, mas também da autoafirmação, da coragem, da
bravura, da audácia, do heroísmo e do ímpeto em novos empreendimentos.
Marte tem ação direta sobre assuntos que envolvam guerras, brigas, disputas,
discussões, negócios arriscados, assuntos militares além de tudo o que se
refere a ferro e armas e aos esportes de competição. As plantas regidas por
Marte podem ser usadas em receitas mágicas e outros feitiços que trabalhem
a proteção, a defesa e a purificação além de magias para despertar ou
fortalecer a iniciativa, a confiança, a coragem, a força pessoal, a vitória em
batalhas ou conflitos.
O Planeta Júpiter
Este planeta recebe o seu nome em homenagem à Júpiter, Senhor dos
Deuses na Mitologia Romana. Logo, as vibrações de Júpiter atuam
fortalecendo a energia da sabedoria, da ancestralidade, da prosperidade, dos
ganhos financeiros, da moral, da hierarquia, da ética, da fé e da
espiritualidade. Júpiter está ligado também a arrogância, a ostentação, as
promessas não cumpridas, as coisas grandiosas e espetaculares além de
controlar todas as ilusões, já que é o planeta da fé, do acreditar antes de ver.
As plantas regidas por Júpiter podem ser usadas em receitas mágicas e
outros feitiços que trabalhem a prosperidade e a abundância (exemplo:
aumentar os ganhos financeiros, expandir um negócio, garantir uma
promoção ou novo emprego, etc.). Ele também atua expandindo nossos
horizontes, no modo como buscamos a sabedoria e o conhecimento elevado.
Então suas plantas podem entrar em magias para questões espirituais como
fé e devoção além de quebrar ilusões e revelar a verdade em sua vida.
O Planeta Saturno
Este planeta recebe o seu nome em homenagem à Saturno, o Senhor
do Tempo na Mitologia Romana. Logo, as vibrações de Saturno controlam o
tempo, o fim de ciclos, as limpezas, o medo, o carma, a moral, a
longevidade, a disciplina, o limite, a realidade, etc. Este planeta atua em
níveis profundos através da energia da estruturação e da superação de todas
as limitações através do esforço sério e dedicado. Saturno nos revela aquilo
que devemos transmutar e ensina que o medo de vencer as nossas estruturas
é a consciência dos próprios limites. Mas também pode trazer pessimismo,
medo e inibição em demasia. Assim, as plantas regidas por Saturno podem
ser usadas em receitas mágicas e outros feitiços que trabalhem a
longevidade, as purificações energéticas, os banimentos, os descarregos, os
fins de ciclos, términos e destruição, morte e renascimento, etc. Também
favorecem atividades que façam refletir a maneira como vemos e agimos
neste mundo.
O Sol
Na Bruxaria, o Sol é o luminar que representa a energia que origina o
movimento dos ciclos da natureza através das quatro estações do ano, que se
manifestam ao nosso redor e dentro de cada um de nós. A luz solar é uma
das fontes da vida na Terra. Ela é captada por todas as plantas e
transformada em energia química através de um fenômeno chamado de
Fotossíntese, termo que significa “síntese utilizando a luz”. Esta energia é
usada pelas plantas em seu desenvolvimento, como no crescimento de novos
ramos e folhas, na produção de flores, frutos e sementes e na elaboração dos
compostos fitoquímicos (responsáveis por suas propriedades medicinais).
Além disso, essa energia é passada, junto com outros nutrientes e vitaminas,
para nós e para os outros animais de forma ativa através da alimentação ou
de forma passiva, quando as plantas morrem e são decompostas, dando vida
ao solo de onde germinarão novas plantas. Deste modo, as plantas estão
diretamente conectadas a este astro rei e o seu poder de vibração. Elas são as
principais receptoras da energia solar cósmica em nosso planeta e usam ela
tanto do ponto de vista mágico como terapêutico.
O Sol representa o centro, a consciência, a luz, a criatividade e a
força de vida. Na bruxaria, a sua vibração mágica favorece todos os assuntos
que envolvam alegria, amizade, força, brilho pessoal, saúde (em relação ao
nível físico), etc. Este luminar também estende sua influência para definição
de objetivos e metas, parcerias e sucesso em qualquer área de nossa vida. As
plantas solares podem ser usadas em receitas mágicas e outros feitiços para
trazer prosperidade e abundância, para aumentar o brilho pessoal (trazendo
confiança e sucesso), para trazer alegria e criatividade ou até purificação e
proteção (elas afastam negatividade e trazem boas energias, principalmente
se combinadas com uma erva regida por Marte).
A Lua
Na Bruxaria, a Lua é o luminar que representa a energia que move as
mudanças e fases de vida pelas quais todos os seres passam ao longo dos
ciclos naturais: nascimento, crescimento, auge, declínio e morte. A Lua traz
a energia da nossa natureza emocional, nos mostrando quais são nossas
necessidades básicas de nutrição e de segurança. Também está conectada ao
nosso inconsciente, trazendo novas impressões e sentimentos que guardamos
junto com a manifestação do nosso “eu” mais profundo e traz a vibração da
paz, da intuição, da fertilidade, da purificação, da compaixão e da saúde (em
relação ao nível emocional). Assim, as plantas lunares podem ser usadas em
receitas mágicas e outros feitiços para questões voltadas à sensibilidade, ao
enriquecimento interior, a fecundidade, a intuição, a clarividência e a
imaginação. A Lua favorece o início da elaboração de projetos futuros, bem
como tudo o que se refere ao lar e aos assuntos familiares. Tudo que apoia e
constrói combina com este astro, assim como tudo que faz bem aos outros.

A Fases da Lua

Os povos antigos aprenderam a acompanhar os movimentos da Lua


nos céus e usaram suas fases para se conectarem com a natureza. Desta
relação profunda com a energia lunar eles criaram os primeiros calendários,
compreendendo o poder da Lua de movimentar e controlar as águas presente
na Terra, criando as marés e influenciando assim o próprio ciclo de vida e as
emoções. Já parou para pensar nisso? Se a Lua tem o poder de grandes
quantidades de água como os oceanos, imagina o que ela não é capaz de
fazer com as águas presentes no interior das plantas e em nós?
Através dos tempos, o ser humano observou e percebeu que a luz
lunar, embora menos intensa que a solar, consegue penetrar mais fundo no
solo. Assim, ela é capaz de influenciar o crescimento, os períodos de plantio
e colheita junto com a concentração de água e ativos importantes (como
óleos essenciais) nas folhas, caule, frutos e raízes. Os povos antigos já
conheciam a arte da agricultura através das fases da Lua. Inclusive, esta arte
vem sendo resgatada pela Agricultura Biodinâmica, um modelo agrícola de
produção, criado em 1924 por Rudolf Steine. A Agricultura Biodinâmica
utiliza os saberes ancestrais das fases da lua, do posicionamento dos astros e
dos signos ao criar um calendário celestial com os melhores períodos para as
atividades ligadas ao cultivo. Este modelo também abandona completamente
o uso de adubos químicos, venenos herbicidas, sementes transgênicas,
antibióticos ou hormônios.
Aqui eu trago um pouquinho destes saberes para que você possa
começar a criar o seu próprio jardim de ervas aromáticas e outras plantas.
Lua Crescente
Nesta fase a seiva vegetal é atraída para cima (para o caule, galhos,
ramos e folhas), o que favorece o crescimento das plantas. Este é um bom
período para plantar mudas, para fazer transplantes e enxertos de plantas em
geral e realizar a colheita de verduras.
Lua Cheia
Nesta fase a seiva concentra-se ao máximo nas extremidades. É o
período ideal para colher ervas medicinais (que estarão na sua máxima
concentração de ativos e óleos essenciais) e frutos (que estarão mais
suculentos e saborosos). Mas saiba que, como seus tecidos estarão
preenchidos por essa umidade, o processo de desidratação deles será mais
trabalhoso e demorado. Esta é uma boa fase também para a germinação das
sementes plantadas na Lua Nova, pois a luz lunar irá penetrar no solo
acelerando o processo ao favorecer a liberação da força vital contida no
interior delas.
Lua Minguante
Nesta fase a seiva começa a se concentrar na parte inferior das
plantas, o que favorece o crescimento das raízes e de toda a parte subterrânea
de sustentação ou reserva. Esta é uma boa época para realizar a adubação
nas plantas e o plantio de bulbos e de alimentos de raiz (como beterraba,
gengibre, cenoura, batata, mandioca, etc.). Também favorece a poda em
geral e a extração de madeira para usos diversos, pois o tronco estará mais
seco e compactado facilitando o manuseio e a conservação da madeira.
Lua Nova
Nesta fase não é recomendado o plantio de mudas, pois a seiva atinge
o pico do retrocesso em direção às raízes. Mas é o momento ideal para
plantar sementes (pois a energia delas está mais interiorizada) e para
proteger as plantas adultas, que estarão mais suscetíveis a pragas e doenças.
Nesta fase também podemos fazer a colheita de grãos (que estarão mais
secos, facilitando a estocagem) e continuar o plantio de alimentos de raiz.

Alinhamentos Lunares
Pensou que acabou? Ainda tem mais: os alinhamentos da Lua com as
Constelações do Zodíaco trazem um influxo de energia especial para as
plantas, imprimindo nelas suas características e influências. As energias irão
aumentar e se fortalecer na passagem da Lua pelos 12 signos, beneficiando
cada parte da planta, que poderá ser plantada ou colhida nestes períodos para
uso na Culinária Mágica e na Bruxaria em geral.

As raízes são favorecidas pela passagem da Lua pelos signos regidos


pelo elemento Terra (Touro, Virgem e Capricórnio). Os troncos, galhos e
caules são favorecidos pela passagem da Lua pelos signos regidos pelo
elemento Água (Câncer, Escorpião e Peixes) Já as folhas são favorecidas
pela passagem da Lua pelos signos regidos pelo elemento Ar (Gêmeos, Libra
e Aquário). Por último temos os frutos e flores, que são favorecidos pela
passagem da Lua pelos signos regidos pelo elemento Fogo (Áries, Leão e
Sagitário).

Os Eclipses

Os eclipses sempre foram momentos considerados únicos, poderosos


e muito contraditórios nas culturas antigas ao redor do mundo. Cada uma
interpretava esses fenômenos de acordo com suas crenças e mitos. Mas,
geralmente, eles eram considerados momentos de grande poder e de
transformação.
Um eclipse é um fenômeno astronômico que pode ser presenciado
aqui na Terra e que consiste no escurecimento total ou parcial de um astro
feito por meio da interposição de um segundo astro frente à fonte de luz.
Existem dois tipos de eclipses que podemos presenciar aqui em nosso
planeta: o solar e o lunar. Ambos estão diretamente conectados à dança dos
astros pelos céus e dependem de um alinhamento das órbitas da Terra, do
Sol, e da Lua; caso contrário, eles não ocorrerão.
Um eclipse solar acontece quando a Lua se posiciona entre o Sol e a
Terra, projetando a sua sombra sobre o nosso planeta, fazendo com que
enxerguemos uma grande sombra cobrindo o Sol (total ou parcialmente
dependendo da região onde estamos no momento do eclipse). Já um eclipse
lunar acontece quando a Lua entra na região da sombra da Terra, gerada por
meio da luz do Sol. Essa sombra da Terra cobre o disco lunar, fazendo com
que enxerguemos uma grande sombra cobrindo a Lua (total ou parcialmente
dependendo da região onde estamos no momento do eclipse).
Segundo a Agricultura Biodinâmica, os períodos de eclipses
provocam uma perda de força vital nos seres vivos, que sentem diretamente
as energias desses alinhamentos. Em especial, as plantas são muito sensíveis
a esses acontecimentos e assim devemos tomar alguns cuidados. Sempre 12
horas antes e 12 horas depois de um eclipse acontecer, as plantas ficarão
mais suscetíveis a qualquer mudança, então não realizamos qualquer
atividade em nossos jardins (como cultivo, semeadura, adubação, colheita ou
plantio) com o objetivo de evitar que a planta fique debilitada e sofra.
Tenho certeza de que você está se perguntando agora: Mas o que
pode acontecer se eu me esquecer do eclipse e jardinar nesse período? Caso
a sua planta já esteja debilitada por conta de alguma influência (física ou
energética) ela poderá morrer, já que não terá forças para aguentar o
impacto. Se ela não estiver debilitada, a atividade feita, em vez de ajudar no
desenvolvimento da sua planta, poderá acabar tendo o efeito contrário e abrir
uma brecha para ataques de fungos, insetos, nematoides, etc. Então encare
esse período como um descanso do jardim e aproveite para realizar
atividades de alinhamento espiritual, como meditações por exemplo.
Mas se você quiser aproveitar a energia do eclipse em seu jardim,
pode usar o momento para retirar as famosas “ervas daninhas”, já elas
estarão enfraquecidas. Esse é um conceito que é considerado antropocêntrico
por muitos biólogos (como eu), por levar em consideração apenas a utilidade
trivial e comum das plantas para os seres humanos. Ou seja, uma “erva
daninha” seria uma planta que não pertenceria ao grupo usado para
alimentação convencional ou para atividades extrativistas tradicionais e,
assim, não possuiria utilidade, devendo ser eliminada.
Caso opte por retirar tais plantas, pesquise antes sobre elas com
carinho. Algumas são comestíveis (conhecidas como PANCS – Plantas
Alimentícias Não-Convencionais), muitas possuem propriedades
terapêuticas valiosas e várias são bioindicadoras (mostrando a deficiência de
algum nutriente no solo).
Vegetarianismo e Bruxaria

Antes de começarmos esse assunto tão polêmico e confuso dentro da


Bruxaria, precisamos relembrar algo muito importante: toda a vida se
alimenta de outra vida. Neste planeta, o corpo físico de qualquer ser vivo
necessita se alimentar para ser nutrido e sustentado e, para isso, outro ser
vivo deverá morrer e doar sua energia vital. Animais carnívoros se
alimentam da carne de outros animais. Animais herbívoros se alimentam dos
tecidos presentes em plantas. Até mesmo as plantas necessitam que outras
plantas e animais morram e sejam decompostos para terem acesso à
nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento.
Este é o ciclo da vida na Terra e é através dele que a harmonia nas
relações pode ser vista através da Grande Teia da Vida, na qual todos somos
irmãos e estamos interligados, formando o corpo vivo da Deusa Gaia como
nossa Mãe Terra.
Não existe uma dieta correta para qualquer pessoa e o que você
decide comer em sua alimentação é uma decisão exclusivamente sua.
Mesmo dentro da bruxaria, não existe um único caminho considerado como
“certo” em relação a este tema tão polêmico. Devemos acima de tudo
praticar o respeito com o próximo, independente das nossas escolhas.
A Culinária Mágica nunca será um caminho que forçará o coração da
bruxa a mudar ou fazer algo que não lhe traga equilíbrio e paz. Porém, é
essencial que uma bruxa de cozinha esteja ciente do impacto que causará no
meio ambiente dependendo da sua decisão. Afinal, seu maior desejo não é
trazer harmonia para sua vida a partir da conexão com a Mãe Terra?
Atualmente existe uma grande discussão acerca da escolha do
vegetarianismo dentro da bruxaria como um todo (independente da forma
praticada), já que a visão de que somos parte da Grande Teia da Vida é algo
comum dentro das diferentes vertentes e caminhos. Nós somos apenas uma
das muitas manifestações da Mãe Terra, uma pequena parte da imensidão de
vida que a natureza possui. Isso faz com que, qualquer ato nosso contra uma
parte da teia (outras pessoas, animais, plantas, insetos, etc.), seja algo
incoerente e sem sentido. Podemos nos inspirar nas sábias palavras do Chefe
Seattle em sua carta escrita ao Presidente dos Estados Unidos em 1854:

“A terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Todas


as coisas estão conectadas como o sangue que nos une a todos. O
homem não teceu a teia da vida, ele é apenas um de seus fios. Tudo o
que ele faz com a teia, ele faz para si mesmo."

Logo, nós temos consciência do impacto de como tudo e todos


presentes na teia serão afetados (positivamente ou negativamente) por nossas
ações e escolhas e, desta maneira, construímos um senso de responsabilidade
e proteção em relação à vida. Por conta disso, muitas pessoas que praticam a
bruxaria escolhem não compactuar com a exploração, confinamento e abate
de animais e outros seres vivos, seja para alimentação ou para outros fins
(como testes de medicamentos e cosméticos, confecção de roupas, etc.). Tais
pessoas consideram antiético tomar uma ação ou escolha que traga
intencionalmente e deliberadamente algum mal, dor ou sofrimento a outro
ser vivo. Assim como nutrimos um amor pela Mãe Terra, tal sentimento não
deveria ser direcionado para todos os nossos irmãos?
Além disso, o consumo de carne e de outros alimentos de origem
animal estão ligados diretamente às atividades do setor pecuário. Segundo
pesquisas, a pecuária é a maior responsável pelo desmatamento, erosão de
solos, emissão de gases estufa, degradação de biomas, exploração de animais
e contaminação de mananciais e aquíferos do nosso planeta. Isso faz com
que nos questionemos: Como podemos ser pessoas que afirmam seguir um
caminho de amor e reverência a natureza, quando diariamente estamos
prejudicando e destruindo toda a vida do nosso planeta?
Dentro do nosso universo mágico existe uma questão importante que
também acaba apoiando a escolha por uma alimentação vegetariana ou
vegana: os alimentos de origem vegetal (frutas, legumes, grãos e verduras) e
seus derivados possuem uma vibração energética muito maior do que a carne
e outros alimentos derivados de origem animal. Como você aprendeu, as
plantas são receptoras das energias do Sol e da Lua, além de receberem
influência direta dos quatro elementos e dos planetas. Desta maneira, as
plantas se tornam um presente de Gaia pois elas são as grandes receptoras da
energia cósmica que se unem pata formar o seu princípio ativo sutil. Talvez
você possa nem perceber, mas grande parte dos alimentos que consome
todos os dias têm origem em plantas. O clássico arroz e o feijão presente na
mesa de todos nós brasileiros, a salada de folhas verdes frescas, os legumes
refogados com azeite, a fruta que você comeu entre as refeições ou que usou
para preparar um suco, até mesmo a farinha que criou a massa para preparo
do pão, do bolo ou do macarrão. Sim, você é quase um vegetariano e não
sabia disso (se já não for quando estiver lendo este livro).
Mesmo antigamente, as tribos não consumiam carne todos os dias na
sua alimentação. A caça era uma atividade difícil de ser executada, arriscada
(já que muitos morriam por ferimentos adquiridos no processo) e, muitas
vezes, sem sucesso. Com isso, a base da alimentação das tribos antigas era
vegetariana, sustentando-se nos carboidratos e outros nutrientes provenientes
dos grãos, das frutas e dos vegetais (cultivados ou coletados). Em relação à
caça, várias tentativas e estratégias foram criadas pelas tribos para que
conseguissem capturar um animal. Mas nessas culturas antigas existia uma
relação de respeito e reverência pela vida de cada animal que era abatido.
Para as tribos, os animais eram parte da Mãe Terra, espíritos ancestrais de
poder que cresciam selvagens e livres, podendo ter uma vida digna e de
acordo com os seus instintos e história. Quando a vida de um animal era
tirada, isto era feito pela tribo com o mínimo de sofrimento. Canções e
orações eram feitas para a Mãe Terra em sinal de agradecimento pelo
sacrifício daquela vida que foi tirada e que passaria a se tornar parte do
corpo do caçador e de toda a tribo através da alimentação. Mesmo quando
surgiu a criação de animais, esta era feita pelas tribos em grandes campos,
com o mesmo respeito a vida de cada um deles.
Infelizmente, atualmente a maioria dos animais que são criados para
abate vivem sua vida inteira em locais pequenos ou gaiolas que promovem
um confinamento de movimento. Estes locais muitas vezes são escuros,
superlotados e com uma higiene precária, colocando os animais em uma
situação que é o oposto da maneira digna que qualquer ser vivo deveria
viver. Eles não conseguem expressar os comportamentos naturais de sua
espécie e vivem em um estado de constante alerta e estresse. Vários ainda
recebem uma dosagem grande de medicamentos (como antibióticos ou
promotores de crescimento) através da alimentação ou de injeções. Essas
substâncias ficam bioacumuladas e são absorvidas pelo nosso corpo no
momento da alimentação, fazendo com que se tornem a origem ou o agravo
de muitas doenças que apresentamos ao longo de nossas vidas.
A questão do abate ainda é feita sem o devido respeito pela vida do
animal, que muitas vezes são submetidos ao sofrimento, medo e dor. Tais
práticas são contrárias a relação de respeito e amor que as bruxas de cozinha
possuem com a Mãe Terra. Do ponto de vista mágico, elas também
diminuem a vibração energética presente em qualquer alimento de origem
animal, tornando-os menos eficientes. Atualmente, percebemos que um
coração não precisa parar de bater para que o nosso continue. Os animais são
seres vivos sencientes, ou seja, são capazes de sentir dor, sofrimento, alegria,
amor e felicidade. Com os estudos e pesquisas, descobrimos que podemos
obter todos os nutrientes necessários em alimentação baseada em plantas
(proteína, carboidratos, vitaminas, etc.).
Posso dizer que eu sou uma dessas bruxas que abriram seus olhos e
coração diante dessa questão e que decidiram mudar. No momento em que
escrevo este livro, eu sigo uma alimentação ovo-lacto vegetariana. Assim,
todas as receitas deste livro são vegetarianas e utilizam apenas alguns
ingredientes de origem animal (como leite e ovos) que podem ser
rapidamente substituídos por outros de origem vegetal se você é alérgico ou
mesmo vegano.
Segunda Parte: A Cozinha Mágica da
Bruxa
A Cozinha Mágica

Podemos cuidar da nossa casa como se ela fosse um ser vivo, com uma
vibração e espírito que serão únicos. Afinal, a sua casa é o local que você
considera como o seu lar e que conta a história de vida de todos que ela
abriga gentilmente sob o seu teto. A sua casa é capaz de transmitir
aconchego e se tornar um verdadeiro refúgio. Ela possui uma identidade
energética especial composta pelos diversos elementos presentes em seu
interior, que representam a todos que vivem nesse lugar, expressando assim a
vida que nela habita. Então, se a casa é um ser vivo, a cozinha será o seu
coração e, como tal, deverá ser amado, cuidado e respeitado. É na cozinha
que encontramos a nossa maior fonte de poder: os alimentos gerados e
nutridos pela Mãe Terra. Assim, este se torna o local sagrado onde uma
bruxa de cozinha praticará a antiga arte da culinária mágica.
Mas este espaço pode ser facilmente negligenciado e se tornar
desorganizado, fazendo com que as energias no local fiquem estagnadas.
Logo, a base de poder sobre a qual a bruxa de cozinha trabalha estará
prejudicada. Então, para garantir que a nossa cozinha mágica seja um
coração pulsante cheio de saúde e harmonia, devemos nos atentar à sua
limpeza, organização e energia de modo que a magia ali realizada possa fluir
de maneira abundante e constante, como um rio que sempre busca o mar.

Criando um Altar

Um bom jeito de começar a transformar a sua cozinha em um lugar


sagrado é criando um pequeno altar, um local sagrado para que você possa
usar durante a consagração dos alimentos que preparar e abençoar cada um
deles utilizando as forças da natureza. Você pode montá-lo em um local
visível (em cima de uma prateleira, bancada ou armário por exemplo) ou em
um local mais discreto, caso more com outras pessoas que não partilhem das
mesmas crenças. Não existe uma regra rígida dentro da Culinária Mágica
para a criação deste altar: coloque nele qualquer objeto que tenha um
simbolismo para você e para sua vida mágica.
No altar você pode ter uma imagem da Mãe Terra (uma estátua,
pintura ou desenho da Deusa Gaia por exemplo) ou escolher qualquer
divindade de culto que possua ou que pertença ao seu caminho espiritual
(como guias, orixás, seres encantados, anjos, etc.). Algumas bruxas de
cozinha gostam de trabalhar com diferentes divindades de acordo com a
intenção de cada receita (amor, abundância, proteção, etc.). Já outras bruxas
preferem não usar qualquer tipo de imagem ou representação de divindades,
colocando no altar apenas representações dos quatro elementos da natureza
(um cristal ou uma plantinha para a terra, um copo com água ou conchas,
uma pena ou um incenso para o ar e uma vela para o fogo).
Como a Culinária Mágica é um caminho livre, siga aquilo que é
sagrado e divino ao seu coração. Você pode acrescentar novos objetos ou
mudar a decoração do seu altar de acordo com a intenção da receita que vá
preparar ou de acordo com a Roda do Ano, refletindo o ciclo da Natureza ao
seu redor e no seu interior. Se você preferir não montar um altar fixo na sua
cozinha, independente do motivo, existem outras opções que você pode
tentar.
Sei que todos nós desejamos tornar nossa cozinha devotada apenas a
prática da Culinária Mágica, mas a verdade é que muitas pessoas dividem
esse espaço com outros membros da família e assim tem que usar a sua
criatividade para dar um jeitinho de trazer magia nas pequenas coisas. A
seguir vou dar algumas dicas mágicas que podem ser aplicadas por todos e
que ajudam a manter o fluxo de positividade e abundância em sua cozinha.

Decoração e Organização

A maneira como você decora um espaço diz muito sobre a sua


personalidade e sobre o tipo de energia que sustenta e move a sua vida
diária. O ideal é nos cercarmos de objetos que são importantes para nós e
que trazem algum significado, sentimento ou lembrança especial.Mas
quando o assunto é a cozinha, este acaba sendo um local por vezes
esquecido. Então este é o momento para você olhar com carinho este que se
tornará o seu local sagrado.
Quais são as cores das paredes ou azulejos? Pense no simbolismo
mágico que elas carregam e se lhe agradam. Os móveis estão bem
conservados? E a posição deles favorece a movimentação dentro do
ambiente? Se existe algo que dificulta o seu acesso, provavelmente o fluxo
de energia também estará bloqueado. Determinadas cores, formas e símbolos
trabalham em nossa mente e aura de maneira profunda, o que faz com que
cada elemento presente no ambiente tenha um efeito psicológico e
energético em você, mesmo que não tenha consciência disso. Então é
importante que você preste atenção na decoração e na organização da sua
cozinha.
Será que você quer pintar e trazer uma nova cor as paredes? O
branco normalmente é a cor que predomina, principalmente no teto e nas
paredes, já que ele traz a sensação de limpeza, que também atrai bons
fluídos. Porém, a sua cozinha pode ter outras cores nos detalhes da
decoração. Por exemplo: o verde torna o ambiente acolhedor enquanto o
amarelo aumenta a disposição e o apetite. Em relação à mobília do local.
Que tal mudar a posição dos móveis ou da sua geladeira? Se não estiver
encontrando as coisas, seria bem interessante reorganizar as suas gavetas ou
armários e assim por diante.
Através de pequenos gestos, a sua cozinha se tornará um local cheio
de poder. Você pode pendurar símbolos ou amuletos relacionados à fartura
ou proteção sobre o batente da porta de entrada da sua cozinha ou colocar
algumas ervas secas de proteção secando em um varal em sua parede.
Quem sabe colocar um quadro que te agrade? Ou usar os imãs da sua
geladeira para pendurar bilhetes com suas intenções ou palavras de
incentivo? Decorar a bancada com uma garrafa de grãos para atrair
prosperidade ou um vidro com pimentas em conserva para trabalhar a
proteção são algumas dicas discretas, mas que dão um toque de magia para a
sua cozinha.
Faça o melhor que puder de acordo com as suas condições no
momento, sempre com intenção de tornar a sua cozinha um local onde a
energia da abundância possa fluir e, ao mesmo tempo, despertar harmonia e
equilíbrio em qualquer pessoa que entrar por sua porta. Mas eu sei que,
muitas vezes, o caos vai chegando aos poucos e, quando menos percebemos,
já fez morada em nossa cozinha e está querendo governar tudo. Pode
confessar: você já esqueceu onde guardou a faca de serra ou encontrou
aquele pacote com restinho de farinha de trigo (fechado no improviso com
um pregador de roupas) que nem se lembrava que existia. Então, como uma
bruxa de cozinha, outra tarefa mágica será evitar que isso aconteça. Uma vez
por mês, por exemplo, organize o local para que as vibrações não acumulem
e se tornem estagnadas.
Veja todos os objetos e dê um destino para todos aqueles que não
estiver usando já que eles estão parados, apenas ocupando espaço e
bloqueando o fluxo energético. Venda, doe para um amigo ou familiar,
encontre outro uso em um cômodo diferente ou faça o descarte correto
destes objetos. E isso vale para todos, como aquele pote que já se despediu
da sua tampa há tempos e que pode ser reciclado, aquela xícara que está
rachada e que daria um lindo vaso para plantinhas, aquela espátula que você
nem lembra que está na gaveta e que sua prima está precisando, etc.
Outra parte da organização está nas compras feitas. Todos os
alimentos que entram em nossa cozinha são o símbolo máximo de
prosperidade e fartura, porém eles são os itens que mais absorvem as
energias do ambiente e de quem os manipula. Para gerar um bom fluxo de
prosperidade, é importante manter os armários, fruteiras e geladeiras sempre
cheios. Assim, todas as vezes que você acessar algum deles, sua mente
inconsciente receberá essa mensagem de riqueza e abundância, nutrindo o
seu espírito de confiança e força.
Mas tome cuidado! Arrume bem a sua despensa ou armários para
guiar o fluxo das energias positivas de modo a sempre ter em mãos aquilo
que necessita, priorizando alimentos frescos e evitando que estes estraguem
ou passem do seu prazo de validade. Não deixe frutas, legumes e hortaliças
ficarem muito maduros. Um ambiente harmônico e equilibrado pede
renovação para que as energias fluam. Além disso, desperdiçar alimentos ou
deixar algo vencer e jogar fora é um ato de desrespeito à Mãe Terra e um
desaproveitamento de poder mágico e da energia da fartura.
Outra dica mágica é fazer uma purificação energética nas suas
compras. Quando chegar em casa, junte todos os itens e coloque-os em cima
da sua pia ou de um balcão. Visualize uma luz branca vindo do céu e
entrando sobre o seu Chakra Coronário (alto da sua cabeça). Após, sinta essa
luz fluindo pelo seu corpo e braços até chegar as suas mãos. Posicione elas
sobre os alimentos e veja essa luz branca saindo das palmas e banhando toda
a sua compra. Neste momento, agradeça à Mãe Terra pela generosidade. Esta
é uma magia simples, que usa a nossa intenção para promover uma
purificação nas vibrações presentes através da energia do amor e da gratidão.
Você também pode incluir em sua compra mensal à mais algum item
não perecível (como um pacote de arroz ou feijão por exemplo) e doar para
alguém que conheça e que esteja em uma situação difícil ou mesmo para
uma ONG que se dedique ao auxílio de pessoas carentes. Lembre-se que
existem diversas pessoas que estão passando fome e que dariam tudo para ter
um prato de comida. Assim, mesmo que você não possua muitas posses e
elevadas condições financeiras, espalhará a energia de fartura na vida de
outras pessoas e irá fortalecer os laços que te unem com todos os outros
seres vivos presentes na Teia da Vida que forma o corpo da Mãe Terra.

O Fogão e a Abundância

Antigamente, as famílias possuíam uma lareira que ficava localizada


na cozinha e era o centro do calor e da energia do lar, onde as comidas eram
preparadas, se tornando um símbolo de abundância, segurança, vida e
proteção. Hoje em dia, essa função da lareira foi substituída pelo fogão, que
se tornou a nova representação do elemento Fogo, que é o espírito da Mãe
Terra e o grande responsável por alimentar a força que ativa a energia de
riqueza e a prosperidade do nosso lar. Afinal, é no fogo onde os alimentos
são preparados e transformados para então, serem consumidos e nos nutrir.
Toda a vitalidade produzida pela transformação dos alimentos por
meio do fogão, vai nos proporcionar energia suficiente para nutrirmos
nossos sonhos, para alimentarmos nossa força, para trabalharmos e assim
prosperarmos. Como o fogão irá desempenhar o papel de centro de energia
da cozinha, é importante que você cuide muito bem dele fazendo uma
limpeza periódica, tanto do fogão em si, como das suas partes (queimadores,
forno, grelha, etc.). Caso você acabe por deixar que ele fique sujo por muito
tempo, além de se tornar um ambiente propício a proliferação de
microrganismos prejudiciais a sua saúde física, poderá também prejudicar a
vitalidade gerada pelas transformações dos alimentos feitos em seu fogão,
acarretando uma redução na força pessoal.
Segundo o Feng Shui (um campo de estudo que analisa e usa as
forças energéticas para harmonizar os indivíduos com o ambiente ao seu
redor) cada queimador presente no fogão é uma representação energética de
uma das fontes de renda e dos recursos que entram em sua casa e o forno
atua como a sua reserva financeira. Por conta disso, todos devem estar
funcionando plenamente e sendo usados regularmente e alternadamente para
manter a energia do fogão forte e ativa. Desta maneira, você irá garantir que
a prosperidade não fique estagnada e flua livremente além de apresentar
diferentes caminhos e opções para ela entre em sua vida.
Outra questão é a posição do fogão dentro das nossas cozinhas
mágicas. De acordo com o Feng Shui, o fogão deve ser posicionado de
forma que a pessoa que cozinha nunca fique de costas para a porta de
entrada do local. Logo, a pessoa terá uma visão clara, mas sem estar
diretamente na linha da porta, que atua como um portal de passagem direta
de energia da cozinha para o restante da casa. Esta é uma posição que coloca
o fogão como peça central da cozinha e dá à bruxa de cozinha uma posição
de controle em relação as energias geradas no local. Se esta posição não é
respeitada, os moradores da casa podem passar por situações energéticas
negativas (gerando brigas, desacordos, etc.) e a energia de prosperidade da
casa poderá ficar muito exposta e assim ser invejada por outras pessoas.
Caso você se depare com essa situação em sua cozinha, uma dica é colocar
um espelho pequeno atrás do fogão (em formato de baguá). Ele irá funcionar
dando a visibilidade de todo o espaço para quem está cozinhando e ainda irá
refletir a chama dos queimadores, aumentando a energia da prosperidade na
sua casa.
O Feng Shui também pede com que o fogão e o micro-ondas fiquem
juntos de um lado e a pia, a lava-louças, a geladeira do outro. Baseando-se
na Teoria Chinesa dos Elementos, o fogo e a água são dois elementos
opostos, então não podem ficar grudados em sua cozinha. Mas sabemos que
essa disposição é muito incomum de ser encontrada aqui no Brasil. Em
muitas cozinhas, temos a configuração que seria a mais desfavorável
energeticamente: encontramos a pia e o fogão na mesma parede, um bem
pertinho do outro (quando não estão quase grudados). E na maioria das
vezes, a pia está posicionada primeiro que o fogão quando olhamos da porta
de entrada.
É dito que, nesta configuração, a energia do elemento água presente
na pia iria acabar enfraquecendo e apagando a energia do fogo presente no
fogão, prejudicando assim gravemente o fluxo da prosperidade na casa.
Neste caso, é indicado que você posicione um objeto de madeira ou um
cristal multifacetado bem no meio do conflito entre os elementos água e fogo
(ou seja, entre a pia e o fogão). Objetos de madeira (como uma colher de pau
por exemplo) irão equilibrar o conflito já que a madeira é capaz de nutrir o
fogo (como a lenha de uma fogueira) ao mesmo tempo em que se nutre a
partir da água (como a árvore que cresce graças a chuva). Caso use o cristal
multifacetado, ele irá fazer com que a energia oposta se quebre ao refletir e
promover uma reorganização do fluxo entre as energias da água e do fogo,
mantendo assim um estado de equilíbrio entre estes elementos.

Limpeza Física

A cozinha será o local onde iremos realizar a antiga arte da


transformação dos alimentos. Ela deverá estar limpa e purificada para que
sujeiras e energias negativas não interfiram no preparo de uma receita. Eu sei
que esta não será uma missão fácil para algumas pessoas. As atividades da
rotina junto com a movimentação dos outros membros da família podem
tornar a sua cozinha um verdadeiro caos. Muitas vezes, o cansaço vai te
vencer a ponto de deixar a louça suja para o dia seguinte, protelar passar
aquele pano nos móveis e esquecer de levar o lixo para fora. Mas saiba que o
fluxo de energia da sua casa torna-se estagnado, rançoso e parado em
ambientes que não são limpos e bem cuidados fisicamente falando.
Tarefas domésticas não costumam ser consideradas prazerosas ou
empolgantes por muitas pessoas, mas elas são fundamentais para manter a
energia leve, harmônica e positiva. Além disso, podemos tornar estes
pequenos momentos mundanos cheios de magia, ao usarmos o poder da
nossa intenção. Quando lavar a louça, visualize a energia das águas
limpando e purificando não só os itens sujos, mas também a sua casa e a sua
vida. Veja os sentimentos que te bloqueiam ou adoecem indo embora junto
com a água. Ao usar sua vassoura para retirar o pó do chão, visualize que
está varrendo junto toda vibração estagnada que ficou acumulada ao longo
dos dias. Uma bruxa de cozinha sempre irá aprender alguns segredos para
manter sua cozinha limpa com pequenos atos mágicos e sem agredir a Mãe
Terra neste processo, criando assim um espaço sagrado repleto de boas
energias.
Outra dica é experimentar criar os seus próprios produtos de limpeza
usando receitas naturais à base de sabão de coco, vinagre ou álcool. As
preparações caseiras e naturais são capazes de realizar o trabalho de limpeza
de maneira eficiente Caso você não tenha espaço para isso, hoje em dia
existem diversos produtos de limpeza veganos sendo lançados que possuem
fórmulas à base de princípios ativos de plantas ou minerais (sem a presença
de produtos químicos desnecessários) e que limpam sem agredir a sua saúde,
da sua família e da natureza.
Purificação Energética

Além da limpeza física, também precisamos realizar purificações


energéticas de tempos em tempos para manter um fluxo equilibrado e
constante de boas vibrações que irá sair do coração pulsante que é a sua
cozinha para o restante da sua casa. A purificação é importante pois as
energias negativas e vibrações densas que ficam à deriva podem acabar se
acumulando no ambiente, assim como a poeira que se assenta nos móveis
quando negligenciamos os cuidados com nosso espaço sagrado. Tais
energias e vibrações irão influenciar as pessoas que frequentam a sua
cozinha e poderão causar dores de cabeça, mal-estar, sensação de cansaço ou
desconforto, etc.
Além disso, a purificação também é muito útil para eliminar
sentimentos negativos gerados após discussões e para banir a energia de
hiperatividade e caos deixada após uma festa ou celebração. Desta forma, a
purificação energética irá eliminar as cargas negativas, promovendo
harmonia e ajudando a melhorar o humor e os sentimentos de todos os
moradores e das visitas que frequentam o local.

E o lixo gerado na Cozinha Mágica?

Chegamos a uma questão polêmica: o lixo. Se você gosta de


cozinhar, tenho certeza de que você prioriza sempre ter em mãos alimentos
naturais e frescos para usar em suas receitas. Porém, isso implica na
produção de restos de comida que provavelmente vão direto para a sua
lixeira.
Do ponto de vista mágico, a sua lixeira irá representar uma energia
de algo estagnado, que está parado esperando para ser descartado ou
reciclado, para ganhar uma nova vida. Sendo assim, tente posicionar ela o
mais longe possível do seu fogão (que é o centro da energia de prosperidade
e abundância do seu lar) e da sua pia ou da bancada (que é o local onde você
normalmente manipula os alimentos e ervas que usa em suas receitas
mágicas).
Outro ponto importante é reavaliar a produção de lixo orgânico em
sua cozinha com o objetivo de diminuir ela ao máximo, evitando o
desperdício de alimentos. Sempre que possível, escolha alimentos da estação
e produzidos localmente. Alimentos de pequenos produtores e da agricultura
familiar são opções mais sustentáveis, mais saudáveis e ainda estimula e
fortalece a economia local. Você também ajudará a minimizar as perdas nas
fases de transporte e armazenamento (no próximo capítulo eu irei voltar na
questão dos alimentos de cada safra). Aproveite para explorar a sua cozinha
mágica e descubra como preparar receitas usando partes dos alimentos que
geralmente são jogados no lixo como raízes, cascas e sementes.
Outra dica importante é avaliar o consumo de alimentos da sua casa
para reduzir o desperdício. Você pode diminuir o volume e aumentar a
frequência de compra de alimentos, assim você não precisa armazenar
grandes quantidades, o que reduz o desperdício. Organizar a sua despensa e
a geladeira para evitar que os alimentos passem da data de validade ou que
estraguem também contribui na redução do desperdício.

Compostagem

Eu sei que você não conseguirá reaproveitar todos os restos de


alimentos frescos em outros feitiços e magias. Então, como uma boa bruxa
de cozinha e bióloga que eu sou, sempre vou indicar para você a
compostagem como parte de um estilo de vida natural e de respeito à Mãe
Terra.
Se você ainda não conhece, a compostagem é um processo biológico
onde microrganismos (como bactérias) ou animais invertebrados
(principalmente as minhocas) transformam matéria orgânica em um
composto natural que pode ser usado como adubo. Assim você obterá, ao
final do processo, uma substância homogênea com aspecto de terra fértil e
cheiro de floresta viva que você poderá usar em suas plantas, estejam elas
em vasos ou plantadas direto no solo.
Quando você cozinhar algo mágico, tente devolver qualquer resto de
alimento (que seja apropriado para compostagem) para a Mãe Terra. Hoje
em dia existem diversas composteiras domésticas que você pode adquirir
prontas para começar a usar ou mesmo sites pela internet de ONGs que
ensinam você a montar a sua usando materiais simples, de fácil acesso e
baixo custo.
Este ato simples fecha o ciclo sagrado da natureza. Da terra o
alimento veio e à terra ele retorna, devolvendo os nutrientes para assim
nutrir um novo começo. A compostagem assim ajuda você a se reconectar
com a natureza, sendo um sinal de agradecimento à Mãe Terra pelo alimento
que lhe foi concedido tão generosamente.

Reciclagem

Mesmo com nosso esforço, existem alguns tipos de materiais que não
poderão ser compostados e terão que ir para o lixo comum. Tais itens devem
ser separados em categorias como papel (papelão, jornal, etc.), plástico,
metal e vidro para serem destinados à reciclagem, como uma outra forma de
ajudar a Mãe Terra.
A reciclagem consiste no processo de reaproveitamento do lixo
descartado, dando origem a um novo produto ou a uma nova matéria-prima
com a missão de diminuir a produção de rejeitos e o seu acúmulo na
natureza, reduzindo assim o impacto ambiental gerado pela atividade
humana. Pesquise se a sua cidade já é uma das muitas que criaram e
oferecem um serviço de coleta seletiva. Caso contrário, existem diversos
centros de reciclagem organizados pelo governo ou por cooperativas que
promovem iniciativas para ajudar a população a descartar o seu lixo da
maneira correta.
O Poder dos 4 Elementos

Terra, Fogo, Água e Ar. Os quatro elementos estão presentes em toda a


criação. Eles são a mais pura expressão da força da Mãe Terra, que dá
movimento e vida a tudo na natureza. Mas os quatro elementos são muito
mais complexos do que suas manifestações mostram. Eles são ao mesmo
tempo visíveis e invisíveis, físicos e espirituais e são responsáveis por
manterem o equilíbrio entre os aspectos opostos e complementares que
existem no universo. Eles estão presentes na natureza ao nosso redor, mas
também estão presentes dentro de nós. Nossa saúde física, emocional,
mental e espiritual se baseia na harmonia entre os quatro elementos e suas
energias que fluem através de nós.
Cada elemento possui uma vibração específica e uma bruxa de
cozinha aprende a trabalhar com eles através da Culinária Mágica, criando
harmonia em sua vida e no mundo ao seu redor.

O Elemento Fogo

O elemento fogo é encontrado na natureza na luz do Sol, nos vulcões,


no calor de uma fogueira ou de uma vela. Ele é o espírito de Gaia, a
verdadeira chama da vida que está presente em toda a natureza.
Este foi o primeiro elemento utilizado pelo ser humano para
transformar o seu alimento. No início dos tempos, nós usávamos o fogo
proveniente de queimadas naturais para nos aquecer e cozinhar. Com o
tempo, aprendemos como fazer fogo, dádiva esta que foi tão importante para
nossa história. Tanto que diversas civilizações atribuíram o fogo como um
presente divino, que foi entregue pelos deuses à humanidade ou que foi por
nós roubado, tamanho a sua importância e poder.
Atualmente, nossa fonte de fogo está em fogões e fornos a gás ou até
elétricos (sim, caso não saiba a eletricidade é uma das formas que o fogo
assume em nossas casas nestes tempos modernos). Porém, antigamente a
fonte de fogo mais utilizada era a partir da queima de madeira. Agora eu te
pergunto: você já comeu algo feito em um fogão à lenha? Se sim, você já
sabe: a comida possui outro sabor e aroma graças à queima da madeira.
Nós guardamos uma memória ancestral de comidas preparadas em
um fogo à lenha e temos uma ligação especial com o fogo, que nos deu o
poder de transformar os alimentos que a terra fornece, criando algo
totalmente novo e especial. Não é à toa que muitas bruxas de cozinha (me
coloco nessa lista) possuem o desejo de ter um dia um fogão à lenha em suas
casas ou um espaço para uma fogueira e assim usar o poder de fogo para
cozinhar os alimentos da forma como nossas ancestrais faziam, honrando
nossa memória e saberes.
Tecnicamente, quando você coloca uma madeira no fogo, não é ela
em si que queima. No momento em que o fogo começa a se espalhar sobre
ela, uma série de compostos são volatizados sob forma de gases. São estes
gases que na verdade queimam, alimentam as chamas e se espalham no ar (a
madeira em si, feita de carbono essencialmente, vira as cinzas que vemos). A
comida feita no fogão à lenha possui essa combinação de sabor e aroma tão
especial por causa da combustão incompleta dos gases da madeira, que se
misturam com os compostos presentes no alimento. E ainda tem mais: cada
madeira possui uma combinação diferente de compostos, alguns deles sendo
os mesmos que dão o sabor contido em suas frutas e vários deles formam o
que nossa memória associa ao cheiro da fumaça da madeira. Ao
cozinharmos algo usando o fogo, o calor nasce da radiação infravermelha da
luz das chamas. Esse calor torna aquele alimento mais complexo com a
formação de novos compostos e texturas, o que significa transformar e
intensificar os sabores ali presentes (mas também pode destruí-lo caso não
consiga respeitar e compreender os seus segredos).
Isso descreve todo o poder do Elemento Fogo que podemos encontrar
em nossa cozinha mágica: transformação, mudança, ativação, energia,
impulso, desejo, paixão, purificação, etc.

O Elemento Água

O elemento água é encontrado na natureza nos rios, nos lagos, nas


chuvas, nas cachoeiras e quedas, nos mares e oceanos. A água simboliza o
sangue de Gaia que carrega vida afinal, sem este elemento, nosso planeta
não poderia abrigar a biodiversidade que conhecemos, pois, a água se
encontra presente dentro de todos os seres e é vital para nossa existência.
Este foi o segundo elemento utilizado pelo ser humano para
transformar o seu alimento. Quando descobrimos a cerâmica e a arte da
modelagem, criamos os primeiros recipientes capazes de conter água em seu
interior e, ao mesmo tempo, serem levados no calor do fogo sem rachar ou
quebrar. Assim, aprendemos a como cozinhar os alimentos, tornando-os
mais macios e suculentos facilitando o processo de mastigação e de absorção
da proteína e outros nutrientes ali presentes.
A água passou a conceder umidade, trazendo liga em diversas
receitas criadas por nós ao longo dos séculos como massas, pães, bolos, etc.
Com ela inventamos sopas e caldos, concentrando e unindo os sabores
presentes nos alimentos que estão mergulhados em seu interior, criando algo
único e novo que surge das profundezas para surpreender nosso paladar.
Com a água também aprendemos a como utilizar as ervas para criar
chás e infusões carregadas com propriedades medicinais e terapêuticas.
Também dominamos a arte de utilizar a água para criar bebidas diversas,
misturando-a com frutas e cereais de acordo com a regionalidade local. Toda
civilização ao redor do mundo possui alguma bebida (alcóolica ou não)
considerada típica de sua cultura e história.
A água também é usada nas plantas que cultivamos para trazer a
energia da vida para elas. Essencial para a vida, a água participa de todos os
processos, desde a germinação passando pela fotossíntese e respiração até o
crescimento e a produção de novas folhas.
Outra forma que usamos a energia das águas é para limpar as louças,
os utensílios e até nosso corpo-templo. A água se doa, dando a sua energia e
amor e levando embora a negatividade, tornando-se “suja” ao limpar aquilo
que toca. Depois, ela segue o seu fluxo em direção à terra e ao mar, para ser
renovada e renascer nas chuvas que alimentam os rios e lagos, dando início
novamente ao ciclo.
Isso descreve todo o poder do Elemento Água que podemos
encontrar em nossa cozinha mágica: união, profundidade, receptividade,
empatia, limpeza, sentimento, inconsciente, etc.

O Elemento Ar
O elemento ar é encontrado na natureza nos ventos, nas nuvens, na
brisa fresca, nos furacões e tufões, e no ar que simplesmente envolve todos
os seres vivos e que está presente em toda a natureza, já que ele é o sopro de
Gaia.
Este elemento esteve presente desde o início em nossas cozinhas,
mesmo que não tivéssemos consciência disso. Uma maneira simples de
senti-lo é através dos aromas presentes em cada alimento e nas receitas
mágicas que preparamos em nossa cozinha. Este aroma pode ser utilizado de
diversas maneiras para promover o bem-estar e a saúde, sendo o objeto de
estudo de algumas áreas do conhecimento como a Aromaterapia.
Outra maneira de usarmos o elemento Ar em nossa cozinha é
adicionarmos ele aos alimentos, que trará uma grande transformação na
textura, na leveza e no sabor das receitas.
Já parou para pensar em uma fatia de pão bem fofinho, em um suflê
cheio de leveza ou naquele mousse com uma textura que desmancha na boca
ao simplesmente tocá-la? Em todos esses alimentos, o ar está presente e
deixou a sua assinatura através das marcas de bolhas presentes neles. Essas
bolhas contêm gases que são lançados diretamente na nossa cavidade nasal
ao ingerirmos estes alimentos, fazendo com que possamos senti-los e
aproveitá-los. Essa é a origem da diferença entre gosto e sabor: o gosto é
apenas o que nossas papilas gustativas presentes na língua conseguem
identificar (doce, salgado, azedo, amargo e umami); já o sabor, é a
combinação destes cinco gostos com a infinidade de aromas presentes nos
alimentos provenientes destes gases. Uma prova disso é quando você tenta
comer algo quando está gripada ou resfriada: já notou que não consegue
sentir o sabor da comida quando está com o nariz congestionado? Parece que
tudo fica meio “sem graça” e até o apetite diminui?
Mas, o Ar também se mostra presente de uma maneira oculta na
culinária: a fermentação. Essa transformação era considerada tão importante
que em diversas culturas havia uma divindade protetora da fermentação. O
modo como ela ocorria era tão misterioso para os povos antigos que não
conseguiam desvendar os seus segredos. Mesmo assim, eles aprenderam a
utilizá-la não apenas para fabricar pão através da farinha, mas para a criação
de diversos outros alimentos, bebidas, molhos e complementos.
A fermentação faz com que nutrientes presentes nos grãos que antes
não estavam biodisponíveis para nós fiquem acessíveis e possam ser
absorvidos pelo nosso corpo. Ela se tornou tão importante que cerca de um
terço dos alimentos presentes em nossa alimentação são fermentados. Vou
provar isso para você. Vá para sua cozinha agora e abra a sua despensa,
armário ou geladeira que você irá encontrar uma série de alimentos
fermentados: pão, vinho, vinagre, cerveja, queijo, iogurte, coalhada, kefir,
chocolate, kombucha, ketchup, shoyu, missô, tempeh, picles, chucrute,
kimchi, etc. No geral existem dois tipos de fermentação que são usadas em
nossas cozinhas:

Fermentação Láctea: É realizada por vários tipos de bactérias que


fermentam o leite, gerando produtos como iogurtes. Produzem sabor
levemente azedo devido ao ácido lático.

Fermentação Alcoólica: É realizada normalmente por um tipo


específico de fungo e é muito utilizada na fabricação de bebidas alcoólicas.
Esta fermentação também é utilizada na produção de fermento biológico e
outros alimentos.

Assim, o Elemento Ar traz para as receitas todos os seus poderes, que


podemos encontrar em nossa cozinha mágica: leveza, criatividade,
pensamento, aprendizado, mudanças, inconstância, etc.

O Elemento Terra

O elemento terra é encontrado na natureza nas montanhas, nas


cavernas, nas pedras e cristais, nas plantas e no solo que é o corpo da Mãe
Terra, que abriga e nutre todos os seres vivos e que os recebe no momento de
sua morte.
Encontramos o elemento terra na cozinha da bruxa através de todos
os alimentos que são plantados no ventre de Gaia e por ela nutridos. Afinal,
como vimos antes, a base da nossa alimentação vem das plantas: os grãos, as
frutas, os legumes, as verduras, etc. É através de uma alimentação saudável
que obtemos os nutrientes e a energia necessária para manter nossa saúde em
dia, trazer bem-estar e disposição para realizar todas as tarefas da nossa
rotina. Na culinária mágica aprendemos como preparar e transformar os
alimentos em receitas encantadas, através da conexão que estabelecemos
com as suas propriedades mágicas e terapêuticas.
Assim, o Elemento Terra traz para as receitas todos os seus poderes,
que podemos encontrar em nossa cozinha mágica: nutrição, gentileza, força,
abundância, prosperidade e riqueza.
Os Instrumentos Mágicos

Uma bruxa de cozinha é capaz de acessar o poder da Mãe Terra presente


nas ervas e nos alimentos para transformar o seu mundo através das suas
receitas. Logo, é possível deduzir que, assim como em vários caminhos
dentro da bruxaria, uma bruxa de cozinha também estará cercada de
instrumentos mágicos, que irão lhe auxiliar em suas receitas e feitiços em
sua cozinha. A função principal deles é facilitar a conexão e o
direcionamento das energias naturais durante um ritual ou feitiço.
Dentro da Culinária Mágica, os instrumentos utilizados são
diferentes do que aqueles que encontramos em outras vertentes e caminhos
dentro da bruxaria. Como uma bruxa de cozinha é uma pessoa que tem uma
profunda conexão com a Mãe Terra e usa sua sabedoria e poder de cura no
dia a dia na cozinha, os seus instrumentos carregam essa essência e tornam-
se seus aliados dentro do caminho mágico. Então, neste capítulo você irá
aprender quais são os principais instrumentos de sua cozinha e assim
encontrar a antiga magia que está presente na sua rotina, mas oculta em meio
às panelas e colheres.

Suas mãos

Uma bruxa de cozinha usa suas mãos para sentir a textura dos
alimentos, separar e manusear os ingredientes, sovar massas, misturar chás,
acrescentar aquela pitada de tempero, experimentar suas receitas, utilizar a
colher de pau e outros utensílios, colher ervas e plantas, tocar a terra e sentir
o amor de Gaia pulsando junto de seu coração.
Logo, nossas mãos são um dos instrumentos mais valiosos dentro da
Culinária Mágica. Elas se tornam canais para manipulação de energias, uma
extensão física dos nossos pensamentos e da nossa vontade. É através delas
que iremos sentir, absorver ou enviar nossa intenção enquanto preparamos
uma receita culinária mágica.

Recipientes (como xícaras e tigelas)


Estes são os principais representantes do Elemento Água na cozinha
da bruxa e trazem a energia da receptividade, afinal, eles foram feitos
essencialmente para conter, armazenar e guardar algo em seu interior.
Os primeiros recipientes feitos na história da humanidade eram feitos
de uma mistura de barro e água, que era moldada e depois aquecida no fogo
até endurecer. Esta era a arte da cerâmica, que foi inventada pelas mulheres
de diversas tribos ao redor do mundo entre os períodos Paleolítico e
Neolítico. A cerâmica permaneceu uma arte consagrada ao Sagrado
Feminino por muito tempo pois os recipientes feito pelas mulheres
apresentavam um formato de U (igual ao ventre feminino) e assim eram
sagrados à Mãe Terra, que nutria fisicamente e espiritualmente toda forma de
vida.
Posteriormente, na Idade do Bronze e do Ferro ocorreu o surgimento
de novas culturas (ditas “civilizadas” por alguns historiadores) nas quais a
arte de criar os recipientes foi retirada forçadamente das mulheres e passou a
ser executada pelos homens, que criaram a metalurgia e passaram a usar o
poder de manipular o metal para a criação de armas e outros materiais. Nesta
época, foram criados os recipientes feitos de metal que, além de aquecerem
mais rápido e diminuírem o tempo de cozimento dos alimentos e da água,
eram bem mais resistentes e duráveis. Este foi o período do surgimento das
primeiras taças e do caldeirão, que foi o recipiente mais usado na culinária
por toda a Europa.

Caldeirões e Panelas

Os caldeirões foram associados com as bruxas especialmente na


Idade Média e isso é algo que passou a habitar o imaginário popular até os
dias atuais.
As mulheres sempre foram as principais responsáveis pela missão de
nutrir e cuidar das crianças, que eram o grande tesouro de um povo. Para
isso, durante a época medieval, elas utilizavam o caldeirão, que era colocado
pendurado sobre a lareira, para cozinhar as refeições da família e para ferver
a água para diversos fins, como preparo de chás, bebidas, unguentos e até
para ser usada em partos, esterilizando panos e outros materiais. Na época da
Inquisição, a figura do feminino e todos os seus mistérios e conhecimentos
ocultos foram colocados como algo a ser temido, condenado e destruído. As
mulheres sábias que faziam seus preparos em caldeirões passaram a serem
acusadas perante os olhos de pessoas que não compreendiam a antiga arte da
Natureza o que fez surgir na mente da população a clássica figura da bruxa:
uma mulher, ao lado do caldeirão, cozinhando e mexendo algo misterioso e
perigoso no seu interior fumegante.
Atualmente, dentro da bruxaria, o caldeirão manteve o antigo
simbolismo dos recipientes e é visto como o ventre da Deusa, que representa
a dança da vida e morte, da fertilidade e da renovação. Esses conceitos se
relacionam muito com o que a Culinária Mágica acredita ser o ato de
cozinhar: criar, nutrir e transformar.
Desta forma, encontramos as características de um tradicional
caldeirão associadas com a figura da Grande Deusa. Eles são feitos de ferro,
um metal presente em nosso sangue, simbolizando a força vital concedida
pela Mãe Terra. Também eram pintados de preto, uma cor que foi escolhida
originalmente para não mostrar pontos desgaste em seu interior e que passou
a ser associada com a escuridão da noite onde a Lua reina. E, em sua
maioria, apresentavam três pés em sua base para sustentação, que permitiam
ele ser retirado do fogo e colocado em uma superfície sem tombar
(posteriormente eles foram associados com as três fases da Lua).
Com a modernidade, o caldeirão acabou sendo transformado em
nossas panelas, que ainda carregam dentro de si este poder antigo e nos
permitem realizar nossa magia do mesmo jeito. Porém, muitas bruxas de
cozinha estão resgatando o caldeirão em suas práticas e utilizando ele para o
preparo de alimentos e para queima de ervas, defumações, queima de
pedidos, etc. Escute sua intuição e sinta-se livre em sua cozinha mágica para
ter (ou não) um caldeirão além das panelas, caçarolas, frigideiras, chaleiras e
tantas outras descendentes deste antigo símbolo mágico que surgiram com a
modernidade e que estão à sua disposição para serem usadas com intenção
no preparo das suas receitas culinárias mágicas.

Fogão e Forno

O fogo foi o primeiro elemento usado pela humanidade para criar a


arte da culinária e, em nossa história, encontramos registros deste uso em
diversas culturas, desde as ancestrais fogueiras que eram acesas por todos os
povos ancestrais, passando por fornos feitos a partir de um buraco no chão
com brasas pelos povos indígenas nativos da América do Norte, chegando
até fornos mais complexos, feitos de barro ou tijolos, como os encontrados
no Oriente Médio.
Já na Europa, o forno se tornou um utensílio de uso comum apenas
no século XVIII. Antes disso, sua função era executada pelo caldeirão, que
se tornou um “forno portátil” pois permitia esquentar os alimentos em seu
interior quando estava sob as chamas. Após o aquecimento, ele poderia ser
retirado e deslocado, podendo ser levado para a lavoura para alimentar os
camponeses e, ainda assim, manter os alimentos bem quentes por muito
tempo.
Os fogões e os fornos foram evoluindo junto com a humanidade e
deram origem a muitas formas diferentes, mas sempre movidos à força da
lenha ou de outros materiais vegetais que tivessem um bom potencial de
queima. Com a modernidade, estes fogões e fornos a lenha ainda podem ser
encontrados, especialmente nas áreas mais rurais, onde a população ainda
possui um laço forte com a natureza. Mas atualmente eles foram quase
totalmente substituídos pelos modernos movidos a gás, energia elétrica e
indução e ainda deram origem aos fornos micro-ondas (que realizam o
aquecimento dos alimentos de uma maneira completamente diferente dos
seus antecessores).
Como bruxas de cozinha modernas, sempre que possível,
priorizamos o uso de materiais naturais (sim, eu tenho o sonho de morar no
campo e ter um fogão e forno à lenha). Mas também devemos ser práticas e
usar de maneira sábia o que a modernidade nos ofereceu. O fogão e o forno
se tornaram a representação do Fogo na cozinha da bruxa. Este elemento é o
espírito de Gaia e o grande responsável por alimentar a força que ativa a
energia de riqueza e a prosperidade do nosso lar. Afinal, é no fogo onde os
alimentos são preparados e transformados para então, serem consumidos e
nos nutrir.

Pratos

Os pratos poderiam ser considerados primos bem próximos dos


recipientes como as tigelas, afinal eles também possuem a função de
armazenar os alimentos e servir estes à mesa. Porém, durante a Idade Média,
os pratos foram relacionados ao Elemento Terra e a energia do Sol por seu
formato se assemelhar muito ao de uma moeda. Inclusive o naipe de Ouros
em diversos baralhos de tarot é representado por um prato achatado,
normalmente de cor amarela ou dourada, com o símbolo de uma estrela de 5
pontas gravado nele. Assim, os pratos se tornaram um poderoso símbolo
conectado com a energia da prosperidade, riqueza, sucesso, bens materiais e
dinheiro.
Você pode encantar o seu conjunto de pratos para que estes sempre
aumentem a abundância que eles receberem em seu interior e promovam um
fluxo de fartura constante em sua casa sempre que forem usados nas
refeições (sejam elas encantadas ou não).

Colheres

Pensa agora em uma colher: ela nada mais é do que uma pequena
tigela côncava com um cabo longo que permite a você manipular e
movimentar ela com apenas uma mão. A colher representa a união do
feminino (a parte côncava) com o masculino (o cabo longo) trazendo em sua
essência o equilíbrio de ambas as energias.
Ela é usada para mexer e misturar as receitas, medir e adicionar
ingredientes, retirar pequenas porções para que possamos experimentar cada
receita e ainda levar o alimento à nossa boca no momento da refeição. A
colher pode ser feita de diversos materiais: desde madeira e bambu,
passando pelo metal (como o aço inox) e até de silicone como o moderno
“pão duro” que consegue raspar até a última gota de uma massa de bolo da
tigela.
Na vida de uma moderna bruxa de cozinha, existem diversas opções
para serem usadas e exploradas. Mas as antigas bruxas de cozinha usavam a
famosa colher de pau, feita a partir de um pedaço de madeira, que era
retirado das matas e florestas com respeito ao espírito da árvore que estava
concedendo um pedaço do seu corpo para ser usado pela bruxa em suas
magias.
Atualmente, temos a tradicional colher de pau feita em diversos tipos
de madeira, mas também encontramos versões mais modernas. Um exemplo
são as colheres feitas em bambu, um material natural que oferece uma
alternativa sustentável para extração de madeira e que também possui grande
durabilidade evitando inclusive a proliferação de bactérias (nas fibras do
bambu encontra-se um agente orgânico que funciona como um bactericida
natural).
Como você aprendeu neste livro, cada planta carrega uma energia
única. Logo, ela irá doar um pedacinho do seu espírito à sua colher de pau
mágica. O tipo escolhido poderá trabalhar e favorecer as receitas mágicas
focadas em uma área da nossa vida. Por exemplo: o bambu atrai
prosperidade, sorte, fortuna e ativa energia na casa. A macieira tem grande
influência no amor e nos sentimentos, já o eucalipto traz em si a energia da
saúde, da cura, da purificação e da proteção.
A colher de pau mágica assume para uma bruxa de cozinha o mesmo
valor e poder que uma varinha tem para outras bruxas. Com ela você irá
manipular as energias dos alimentos e direcionar sua intenção para cada
receita.
Você poderá recolher um galho de uma árvore ou uma haste de
bambu para confeccionar sua própria colher de pau mágica, caso tenha os
equipamentos e as habilidades necessárias. Outra opção, mais fácil e
acessível, será comprar uma colher de uma loja, de um artesão ou
marceneiro. Se conseguir, procure descobrir de qual madeira ela é feita para
estudar suas propriedades mágicas e a origem dela (se não foi arrancada ou
derrubada de uma árvore de modo clandestino, sem respeito e gratidão com
a Mãe Terra). Inclusive, o ideal é que você tenha pelo menos duas colheres:
uma para ser usada em suas receitas salgadas e outra colher apenas para as
receitas doces, a fim de que a energia e os sabores do sal e do açúcar não se
misturem e entrem em conflito.

Garfos e Facas

Na antiguidade, o garfo era um instrumento grande e longo, usado


principalmente para trabalhar com o feno e o trigo, auxiliando os
camponeses a carregar e movimentar os fardos no campo. Em povos que se
desenvolveram próximos à rios, lagos e mares o garfo também foi muito
usado para abater peixes e outros animais aquáticos e ajudar no transporte
destes do barco para a vila.
Já a faca surgiu nos primórdios da humanidade, que aprendeu a
lascar pedras e criar objetos pontiagudos e afiados que podiam ser
carregados nas mãos e serem usados diretamente (criando assim as primeiras
facas) ou colocados na ponta de galhos para serem usados à longa distância
(dando origem às lanças). O primeiro uso da faca foi vinculado a defesa
pessoal contra ameaças, para caça (desde o abate até a manipulação da carne
e do couro dos animais) e para abertura e corte em porções menores de
legumes, frutas e vegetais.
Os registros mostram que a faca e o garfo foram adaptados e
introduzidos na culinária em torno do século XI. Porém, seu uso demorou
para se difundir e popularizar, especialmente no Ocidente, onde até próximo
ao final do século XVII, a grande maioria dos povos ainda comiam usando
as mãos ou com o auxílio de colheres.
Devido aos seus usos ao longo da nossa história, a faca e o garfo
carregam uma energia dupla e oposta que poderá ser acessada de acordo com
sua intenção: de término da vida (podendo ser um instrumento mortal
através da caça) ou de afirmação da vida (por meio da arte nutritiva da
culinária). Essa energia oposta presente nestes instrumentos é ligada e
representada pelo Elemento Fogo, capaz de tirar a vida ou transformar ela.
Desta forma, a faca e o garfo caminham juntos em nossas cozinhas, podendo
ser usados de diferentes maneiras. Em especial, a faca é essencial para que a
bruxa de cozinha possa colher ervas e outras plantas, cortar e picar estas para
usar no preparo das receitas e auxiliar no momento de servir e saborear a
comida encantada.
Além disso, a bruxa de cozinha também usa a faca para entalhar
símbolos em velas, para cortar tecidos, para direcionar energias etc. Desta
maneira, a faca se torna um instrumento que deve ser usado com cuidado e
respeito, já que pode oferecer um risco para quem a usar (através de um
acidente) ou para a planta que estiver sendo cortada (que pode acabar
morrendo se a colheita não for feita corretamente).
Caso deseje, você poderá reservar e consagrar uma faca apenas para
o uso no seu caminhar pela arte da Culinária Mágica. Ela não precisará ser
completamente artesanal (feita por você) ou possuir um formato específico
(como acontece com os athames ou bolines na Wicca), mas é preciso que
esteja sempre bem afiada e bem cuidada (sem manchas de ferrugem), que ela
se adapte bem as suas mãos (avalie o formato do cabo e o peso) e que você
sinta uma conexão com ela. Se você se sentir desconfortável em manipular
uma faca para cortar caules e folhas, pode substitui-la por uma tesoura de
jardinagem, deixando a sua faca apenas para picar e preparar as ervas e
plantas para suas receitas mágicas.

Almofariz e Pilão
Atualmente o almofariz e o pilão foram esquecidos por muitas
pessoas e quase desapareceram das cozinhas, muitas vezes sendo usados
apenas como decoração já que trazem um toque rústico às cozinhas
modernas e despertam um pouco da beleza da natureza no ambiente. Dentro
da Culinária Mágica, essa dupla ainda é considerada muito especial já que
são instrumentos usados há centenas de anos para triturar, amassar e moer
ervas e especiarias e transformá-las em algo completamente novo. Mas será
que você sabe a diferença entre eles?
O almofariz é a base que possui formato de uma tigela e que recebe
em seu interior a erva a ser trabalhada. Já o pilão é o objeto pesado em forma
de taco que é pressionado e rodado sobre a erva até se obter a textura
desejada. Assim como a colher de pau, esta dupla representa a união das
energias do Sagrado Feminino (o almofariz) e do Sagrado Masculino (o
pilão) que habitam em harmonia dentro de tudo o que existe no universo.
Na Culinária Mágica, o almofariz e o pilão são indispensáveis para
esmagar não apenas ervas e especiarias, mas também sementes, cascas,
raízes ou resinas para que a bruxa de cozinha possa usá-los em diversas
preparações e receitas encantadas.
Com a modernidade, muitas pessoas passaram a usar o mixer ou
outros equipamentos elétricos para realizar essa função. Eles acabam por
gerar calor no processo devido à alta rotação das lâminas, o que pode
prejudicar o resultado da sua receita (por exemplo, seu Molho Pesto de
Manjericão pode acabar amargo com o cozimento das folhas pela ação do
calor). Logo, nenhum deles é capaz de quebrar as fibras das plantas e liberar
todo o aroma e sabor tão bem como um almofariz e pilão.
O uso deles pode gerar dúvidas, mas é simples: Basta colocar o que
você deseja moer dentro do almofariz e segurar ele com uma das mãos,
enquanto a outra irá manipular o pilão para trabalhar os ingredientes.
Comece moendo os itens mais densos e duros para depois acrescentar à
mistura aqueles que se desfazem facilmente. Por último, adicione os
ingredientes em pó para se juntarem à mistura formada (como o sal por
exemplo).
Em relação ao material, o ideal é que tanto o almofariz como o pilão
sejam de pedra ou cerâmica. Não recomendo peças feitas em metal já que
este material pode liberar partículas que irão interagir com os compostos
fitoquímicos e assim prejudicar a ação terapêutica das ervas.
E a madeira? A grande polêmica presente é que ela possui a
capacidade de absorver os óleos essenciais e os sumos liberados pelas
plantas, fazendo com que seja quase impossível higienizar e eliminar os
aromas e sabores, que acabarão por interferir nas próximas misturas feitas.
Uma alternativa seria o bambu, considerado um tipo de madeira macia, mas
que conta com alta impermeabilidade e facilidade de higienização,
precisando apenas tomar cuidado com a secagem para que o material não
fique úmido (o que favorece o aparecimento de fungos que podem ser vistos
através de manchas e pontos escuros no material).
Em relação à pedra, este é um material que não tende a se impregnar
com o aroma e sabor das ervas e por isso pode ser utilizado no preparo de
todos os tipos de receitas, desde que as peças sejam higienizadas
imediatamente após o uso. Você verá que os mais comuns são feitos de
mármore, pedra sabão ou granito. O mármore e a pedra sabão se destacam
pela alta resistência e durabilidade. Já o granito, é mais macio e poroso e
com o tempo poderá adquirir manchas provenientes da abrasão, da
descoloração, etc. Se você manusear o almofariz e o pilão em pedra com o
devido cuidado, eles podem se transformar em verdadeiras relíquias que
você passará para a próxima geração de bruxas de cozinha da sua família.
Já o almofariz e pilão em cerâmica também são uma ótima
alternativa, já que estes se tornam mais acessíveis no valor e são facilmente
encontrados. O material também tem alta impermeabilidade e não se
impregna com aroma e sabor, mas é bem mais frágil que a pedra e assim as
peças em cerâmica podem se quebrar caso não sejam manipuladas com
cuidado.
Então não tenha pressa. Pesquise com carinho e procure um
almofariz e um pilão no material que você deseja e com os quais sinta uma
conexão profunda. Eu demorei muito para encontrar um almofariz e pilão
que fizesse meu coração bater mais forte e a Mãe Terra acabou me
presenteando com um conjunto lindo em mármore verde, que me foi dado
pelos meus melhores amigos.

Vidros

Toda bruxa ama vidros para armazenar as suas ervas desidratadas, os


seus temperos mágicos, as suas tinturas encantadas, os seus azeites
aromatizados, etc. Além disso, os vidros também podem ser usados para
guardar incensos, cristais e outros materiais naturais que você faça uso em
suas práticas mágicas.
Constantemente as pessoas me perguntam: mas por que vidro? Não
pode ser um recipiente de plástico? O vidro é ideal pois, além de ser
proveniente de fonte natural e poder ser reciclado, ele é considerado um
material inerte, ou seja, que não reage quimicamente com o conteúdo que é
armazenado em seu interior.
Isso significa que recipientes de vidro não absorvem óleos e outros
compostos presentes nas ervas e alimentos e não ficam impregnados com
aromas ou gostos, ao contrário do plástico que tem um potencial alto de
absorção e ainda podem liberar substâncias tóxicas como bisfenol A
(também conhecido pela sigla BPA).
Para o armazenamento de ervas desidratadas, temperos e outras
misturas à base de plantas como tinturas, óleos e bebidas, os melhores
recipientes serão aqueles com vidros coloridos, especialmente na cor âmbar
(como vemos nas garrafas de cerveja), verde (como em azeites e vinhos) ou
azul (são os mais caros e difíceis de serem encontrados) pois essas cores
impedem ou filtram a entrada de luz, que é um dos fatores que causam
degradação de diversos componentes presentes nas plantas.
Se não tiver acesso a esses recipientes coloridos, sem problemas.
Você pode usar potes de vidro transparentes e fazer como eu faço muitas
vezes aqui em casa, reaproveitando vidros antigos como aqueles de conserva
de palmito, azeitona ou geleia. O segredo é guardar esses vidros dentro de
armários fechados, longe da luz direta e do calor, para preservar as
propriedades terapêuticas e mágicas das ervas.
Inclusive você pode usar esses vidros para armazenar alimentos em
geral na sua despensa (como farinhas, grãos, etc.) e até mesmo conservas,
molhos, geleias, sobremesas, saladas, marmitas, etc. Outra ideia é ir ao
granel com os seus vidros e fazer uma compra sem gerar lixo de embalagens
plásticas, contribuindo mais ainda para a preservação do meio ambiente.
Esses vidros também oferecem um armazenamento hermético e seguro,
trazendo mais segurança e durabilidade.
Mas não basta passar só uma água com sabão para reutilizar eles.
Depois de higienizar e retirar etiquetas, é preciso esterilizar o vidro antes do
uso: o processo impede a proliferação de bactérias que aceleram o processo
de decomposição do alimento e que podem vir a contaminá-lo.
Livro de Receitas Mágicas

Uma bruxa de cozinha se conecta com Gaia através da sabedoria da


natureza, que transmite a ela todos os seus saberes e poderes por meio das
ervas e alimentos. Assim, durante a sua jornada pela Culinária Mágica, a
bruxa de cozinha passa por diversas vivências e experiências únicas que
precisam ser registradas já que elas formarão a principal fonte de
conhecimento ao qual a ela vai consultar várias vezes em sua prática.
Para isso existe o Livro de Receitas Mágicas, o local onde a bruxa de
cozinha anota as receitas encantadas e as correspondências mágicas e
terapêuticas das ervas e alimentos usados. Nele você também poderá colocar
outros tipos de preparações feitas em sua cozinha mágica (como banhos,
tinturas, pós mágicos, etc.), experimentos, observações e relatos do seu
caminhar pela Culinária Mágica e outras experiências de conexão com as
forças da Mãe Terra.
O Livro de Receitas Mágico não será um Grimório ou Livro das
Sombras (como os usados por ocultistas e pela Wicca) pois nele você não irá
encontrar registros de feitiços, rituais, etc. A escolha do caderno para criar o
seu Livro de Receitas Mágicas será livre. Pode ser desde um caderno de
brochura simples, passando por um fichário ou até aqueles livros com folhas
envelhecidas e capas belíssimas feitas artesanalmente.
Não se preocupe com a estética, criando limitações ou deixando de
registrar suas receitas caso não tenha acesso ao caderno dos seus sonhos. O
seu Livro de Receitas Mágicas não precisa ser perfeito, mas sim o local onde
você se sente livre para registrar todas as receitas que aprender ou criar ao
longo da sua jornada de conexão com Gaia através da Culinária Mágica. E
fique tranquila caso ele ganhar alguma mancha de massa de bolo ou um
respingo de molho ou chá em suas páginas. Afinal de contas, ele será um
grande companheiro partilhando de suas aventuras na cozinha.

Despensa e Armários

Desde os tempos antigos, o ser humano aprendeu a guardar alimento


de modo a ter uma reserva para enfrentar os períodos de dificuldade. No
início, estes ocorriam principalmente devido à mudança das estações, em
especial a aproximação do inverno, uma época em que ocorria uma grande
queda ou total parada na produção dos campos devido ao frio, ocasionando
uma falta de alimento genérica já que a maioria das plantas que produziam
grãos, frutas, legumes e vegetais não sobreviviam a neve, geadas, etc.
Porém, com o passar dos séculos, aprendemos a fazer reservas para
enfrentar períodos de escassez originados por epidemias e por guerras, onde
a possibilidade de encontrar alimento também se tornava quase impossível,
sendo um fator determinante para a sobrevivência e manutenção da saúde
em meio a tempos turbulentos.
O desejo de guardar alimentos de maneira longa e duradoura
originou diversas técnicas que usamos até hoje dentro da culinária. Frutas
secas, compotas e geleias surgiram para permitir que pudéssemos consumir
frutas durante todo o inverno. Conservas e comidas fermentadas permitiam o
armazenamento longo de legumes diversos, acentuando o sabor. A secagem
de grãos tornava possível a produção de farinha para o preparo de pães. Já as
bebidas alcóolicas eram uma maneira de termos algo para beber e nos
aquecer mesmo no meio do inverno mais rigoroso (quando a água dos rios e
lagos congelavam).
Com isso, a origem das despensas em nossas casas se perdeu no
tempo. Porém, conhecemos a origem do termo, que nasceu do latim
dispendere, que significa “gastar”. Afinal, este era o local onde eram
guardados os itens necessários à nossa alimentação que eram sempre gastos
com o passar do tempo, necessitando permanente reposição.
Também podemos pensar o sentido de gastar de uma maneira
diferente como “gasto de tempo ou de dinheiro”. Afinal, para obter estes
alimentos foram gastos tempo (se você era um agricultor, dedicava o seu
tempo para plantio, cultivo, colheita e cuidado) ou dinheiro (seja para
adquirir insumos para o campo ou para comprar o alimento de alguém que o
produz se esse não fosse o seu caso).
Assim, mesmo que sua origem tenha sido esquecida, nossas
despensas ainda possuem a função de guardar o alimento, o presente divino
que representava a fonte sagrada de nutrição do corpo e do espírito. Com a
modernidade, muitos lares não possuem mais um local especial para a
despensa e esta função passou a ser executada pelos armários, que guardam
não apenas os alimentos, mas também os demais instrumentos mágicos que
você viu neste capítulo. Deste modo, a despensa e os armários estão ambos
conectados com o Elemento Terra e com a figura da Mãe Terra, que nutre
seus filhos e sempre provê o necessário. Uma bruxa de cozinha irá criar uma
pequena despensa mágica, tendo a sua disposição os ingredientes básicos
para sua prática: a clássica dupla sal e açúcar, um pouco de mel ou melado
de cana para receitas especiais, diferentes ervas e temperos, grãos diversos,
farinhas de todos os tipos, um bom azeite, suas frutas preferidas entre outros.
Como você aprendeu, a sua despensa ou armários deverão estar
sempre organizados para que a energia da prosperidade, fartura e abundância
possam fluir livremente por toda a cozinha e se espalhar pelo seu lar. Nunca
armazene mais do que o necessário pois isso poderá gerar um efeito
contrário na energia e sinalizar para o universo que seu coração nutre o
sentimento da avareza (que nada mais é do que a combinação do apego
excessivo aos bens materiais com o medo de perder estes). Além disso,
possuir mais do que você consegue consumir também faz com que você se
perca na sua organização.

Ervas e Alimentos

Como a Culinária Mágica é uma arte que faz uso das energias da
natureza para criar receitas encantadas que trabalhem uma intenção, não
surpreende que ervas e os alimentos sejam os principais instrumentos que
uma bruxa de cozinha faz uso. Através dessas receitas, uma bruxa de
cozinha é capaz de manifestar neste plano a sua intenção, esteja ela
conectada a qualquer área presente em sua vida (como harmonia, saúde,
amor, felicidade, paz, abundância e proteção).
Seguir o calendário das safras ao longo do ano é uma das melhores
maneiras de você escolher ervas e alimentos para suas receitas, despertando
assim a essência da alimentação consciente e mágica, ao criar uma profunda
conexão espiritual e pessoal com a Mãe Terra e seus ciclos. Ao se guiar pelo
calendário das safras, você irá explorar essa conexão ao aprender quais são
os alimentos típicos da estação que estarão em época de colheita. Logo, você
poderá criar uma rotina de alimentação que seja saudável e mágica, nutrindo
o seu corpo-templo com vida e boas vibrações.
Além disso, sempre que possível, opte por alimentos orgânicos, ou
seja, que foram cultivados sem o uso de venenos ou adubos químicos. Estes
alimentos promovem o uso racional dos recursos naturais além da
preservação da fauna e da flora locais através de práticas ecológicas feitas do
começo ao fim da produção.
Inclusive, você pode cultivar esses alimentos no seu jardim, quintal
ou varanda criando uma conexão única com a Mãe Terra. Ao ter a sua
própria horta ou canteiro de ervas (seja ela no solo ou em vasos) você irá ter
a oportunidade de colocar a mão na terra e fortalecer ainda mais a conexão
espiritual que possui com Gaia através da prática e do cuidado com suas
plantas. O cultivo também possibilita a bruxa de cozinha ter acesso a
ingredientes frescos e cheios de vida para usar em suas receitas e outras
formas de magia. Por que ir ao mercado se você pode fazer sua própria
colheita em casa?
Caso ainda não tenha espaço suficiente para começar a sua horta,
você pode ir à feira do seu bairro e comprar os alimentos típicos da estação
ou procurar serviços de entrega que apoiem os pequenos produtores e os
agricultores locais. Você irá consumir alimentos que a natureza produz sem a
intervenção tecnológica mais intensa e ajudará na redução do impacto
ambiental, impulsionando a economia local e a redução do desperdício de
alimentos durante o seu transporte. Sem contar que eles são vendidos a
preços melhores, uma vez que a oferta é maior (logo irá economizar no seu
orçamento mensal).
Independente se você cultivou os seus alimentos ou se foi à feira, te
garanto: os alimentos típicos da estação e que estão na safra são mais
gostosos. Experimente preparar ervilhas tiradas diretamente das vagens que
você comprou na feira ao invés de comer a versão enlatada. Ou uma banana
que amadureceu no pé e não em um caminhão. Elas estarão muito mais
doces e tenras. A partir do momento em que o alimento é colhido, os
açúcares naturais começam a se transformar em amido. Assim, quanto mais
longe os alimentos tiverem de viajar e quanto mais demorarem para chegar
até a sua mesa, menos saborosos estarão.
Outra dica valiosa é reconhecer a beleza da diversidade existente na
natureza. Você sabia que parte dos alimentos cultivados da maneira
convencional é rejeitada por ter o tamanho ou formato “errado” ou não ter a
cor “correta” de acordo com o padrão de beleza de venda imposto pelos
mercados e grandes comércios? E toda essa comida, que na verdade é
perfeita e cheia de nutrientes, vai para o lixo.
Cultivar o seu próprio alimento ou comprar de produtores locais irá
lhe permitir ter acesso a uma variedade de formatos e tamanhos, tal como faz
a Mãe Terra. Frutas e vegetais fora do "padrão de beleza de venda”
continuam sendo deliciosos, lindos e nutritivos. Então, trate de deixar o
preconceito de lado e abrace toda a beleza e diversidade que Gaia nos
oferece de coração aberto.
A lista a seguir contém o período de safra de diversos alimentos
produzidos no Brasil (ou seja, nacionais e não importados). Ela foi feita com
base nos dados da CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns
Gerais de São Paulo) que possui os dados referentes à região onde vivo
atualmente. Saiba que você poderá encontrar variações nas épocas desta, que
mudam de acordo com as características de cada localidade (clima, altitude,
latitude, sazonalidade, etc.). Também poderá acontecer de um determinado
alimento apresentar uma única safra ao longo do ano ou até duas (podendo
ser encontrado assim em períodos diferentes).
Janeiro
Frutas: Abacate Geada, Abacaxi Havaí, Abiu, Acerola, Ameixa, Banana
Maçã, Banana Nanica, Caju, Coco verde, Cupuaçu, Figo, Framboesa,
Goiaba, Jaca, Lichia, Limão Taiti, Mamão Formosa, Mamão Havaí, Manga
Palmer, Melancia, Melão Amarelo, Pêra, Pêssego, Pinha (Fruta do Conde),
Pitaya, Romã, Seriguela, Uva Benitaka, Uva Itália, Uva Niágara e Uva Rubi.

Legumes: Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora Seca (de Pescoço),


Abobrinha Brasileira, Batata Doce Amarela, Beterraba, Nabo, Pepino
Caipira, Pepino Comum, Pepino Japonês, Pimentão Amarelo, Pimentão
Verde, Pimentão Vermelho, Quiabo, Tomate Caqui, Tomate Cereja, Tomate
Débora e Tomate Italiano.

Verduras: Aipo (Salsão), Alface Americana, Alface Crespa, Alface Lisa,


Almeirão, Chicória, Radicchio, Repolho Roxo e Rúcula.

Ervas e Temperos: Cebola Roxa, Hortelã, Pimenta Cambuci, Pimenta


Verde Americana, Pimenta Vermelha e Salsa (Salsinha).

Diversos: Amendoim, Castanha do Pará, Broto de Feijão-Moyashi,


Cogumelo Shitake, Feijão (1ª safra - diversos tipos) e Palmito Pupunha.

Fevereiro
Frutas: Abacate Geada, Abiu, Banana Maçã, Banana Nanica, Coco
verde, Cupuaçu, Figo, Framboesa, Goiaba, Jaca, Limão Taiti, Maçã Gala,
Mamão Formosa, Manga Palmer, Melancia, Pêra, Pinha (Fruta do Conde),
Pitaya, Seriguela e Uva Itália.
Legumes: Abóbora D’Água, Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora Seca
(de Pescoço), Abobrinha Brasileira, Batata Doce Amarela, Berinjela
japonesa, Jiló, Nabo, Nigagori (Melão de São Caetano), Pepino Caipira,
Pepino Comum, Pepino Japonês, Quiabo, Tomate Débora e Tomate Italiano.

Verduras: Aipo (Salsão), Acelga, Alface Americana, Alface Crespa,


Alface Lisa, Almeirão, Chicória, Radicchio, Repolho Verde, Repolho Roxo e
Rúcula.

Ervas e Temperos: Cebola Roxa, Pimenta Cambuci, Pimenta Vermelha e


Salsa (Salsinha).

Diversos: Amendoim, Castanha do Pará, Broto de Feijão-Moyashi e


Soja.

Março
Frutas: Abacate Fortuna/Quintal, Abiu, Banana Maçã, Banana Nanica,
Caqui, Carambola, Cupuaçu, Figo, Goiaba, Graviola, Jaca, Laranja Kinkan,
Limão Taiti, Maçã Gala, Mamão Formosa, Melancia, Pêra, Pitaya e
Tangerina Cravo.

Legumes: Abóbora D’Água, Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora


Paulista, Abóbora Seca (de Pescoço), Abobrinha Brasileira, Batata Doce
Amarela, Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa, Berinjela Japonesa, Jiló,
Nabo, Nigagori (Melão de São Caetano), Pepino Caipira, Pepino Comum,
Pepino Japonês, Quiabo e Tomate Débora.

Verduras: Aipo (Salsão), Acelga, Alface Americana, Alface Crespa,


Alface Lisa, Almeirão, Catalonha, Chicória, Escarola, Radicchio, Repolho
Verde, Repolho Roxo e Rúcula.

Ervas e Temperos: Cebola Roxa, Pimenta Vermelha, Cebolinha e Salsa


(Salsinha).

Diversos: Amendoim, Arroz, Canjica, Castanha do Pará, Broto de


Feijão-Moyashi, Milho (1ª safra) e Soja.

Abril
Frutas: Abacate Avocado, Abacate Fortuna/Quintal, Atemóia, Banana
Maçã, Banana Nanica, Caqui, Carambola, Cupuaçu, Figo, Goiaba, Graviola,
Jaca, Kiwi Nacional, Laranja Bahia, Laranja Kinkan, Maçã Gala, Maracujá
Doce, Mexerica, Pêra, Pitaya e Tangerina Cravo.

Legumes: Abóbora D’Água, Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora


Paulista, Abóbora Seca (de Pescoço), Abobrinha Brasileira, Batata Doce
Amarela, Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa, Berinjela Japonesa, Cará,
Inhame, Jiló, Mandioquinha, Nigagori (Melão de São Caetano), Pepino
Caipira, Pepino Comum e Pepino Japonês.

Verduras: Acelga, Alface Crespa, Alface Lisa, Catalonha, Endívia,


Escarola, Repolho Verde e Repolho Roxo.

Ervas e Temperos: Gengibre, Cebolinha e Pimenta Vermelha.

Diversos: Amendoim, Arroz, Café, Cana de açúcar, Canjica, Feijão (2ª


safra - diversos tipos), Mamona, Milho (1ª safra), Noz Pecã, Pinhão e Soja.

Maio
Frutas: Abacate Avocado, Abacate Fortuna/Quintal, Atemóia, Banana
Maçã, Banana Nanica, Caqui, Carambola, Cupuaçu, Jaca, Kiwi Nacional,
Laranja Bahia, Laranja Kinkan, Maracujá Doce, Mexerica, Sapoti e
Tangerina Ponkan.

Legumes: Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora Paulista, Abóbora Seca


(de Pescoço), Batata Doce Branca, Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa,
Cará, Cenoura, Inhame, Jiló e Mandioquinha.

Verduras: Aspargos, Catalonha, Endívia, Escarola, Ramas de Cenoura e


Repolho Roxo.

Ervas e Temperos: Gengibre, Cebolinha, Erva-doce e Funcho.

Diversos: Arroz, Café, Cana de açúcar, Canjica, Feijão (2ª safra -


diversos tipos), Mamona, Milho (1ª safra), Noz Pecã, Pinhão e Soja.

Junho
Frutas: Abacate Avocado, Abacate Fortuna/Quintal, Atemóia, Banana
Nanica, Banana Prata, Caqui, Cidra, Kiwi Nacional, Laranja Bahia, Laranja
Kinkan, Maçã Fuji, Maracujá Azedo, Maracujá Doce, Mexerica, Sapoti e
Tangerina Ponkan.

Legumes: Abóbora Japonesa (Cabotiá), Abóbora Paulista, Abóbora Seca


(de Pescoço), Batata Doce Branca, Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa,
Cará, Cenoura, Ervilha Comum, Ervilha Torta, Inhame, Jiló e
Mandioquinha.

Verduras: Aspargos, Brócolis Ninja, Brócolis Ramoso, Catalonha,


Couve, Endívia e Ramas de Cenoura.

Ervas e Temperos: Gengibre, Alho Poró, Erva-doce e Funcho.

Diversos: Algodão, Amêndoas, Café, Cana de açúcar, Canjica, Feijão (2ª


safra - diversos tipos), Grão de Bico, Milho (2ª safra), Pinhão e Sorgo.

Julho
Frutas: Abacate Avocado, Abacate Fortuna/Quintal, Atemóia, Banana
Prata, Cidra, Kiwi Nacional, Laranja Bahia, Laranja Kinkan, Laranja Lima,
Laranja Pêra, Maçã Fuji, Mangostão, Maracujá Azedo, Mexerica, Morango,
Nêspera, Rambutan, Sapoti, Tamarindo e Tangerina Ponkan.

Legumes: Abóbora Paulista, Abóbora Seca (de Pescoço), Batata Doce


Branca, Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa, Cará, Cenoura, Ervilha
Comum, Ervilha Torta, Inhame, Mandioquinha e Vagem Manteiga.

Verduras: Aspargos, Brócolis Ninja, Brócolis Ramoso, Catalonha,


Couve, Couve-flor, Endívia e Ramas de Cenoura.

Ervas e Temperos: Alho, Cebola, Gengibre, Alho Poró, Erva-doce,


Funcho e Orégano.

Diversos: Café, Cana de açúcar, Coco Seco, Grão de Bico, Milho (2ª
safra), Pinhão, Palmito Pupunha e Sorgo.

Agosto
Frutas: Abacate Fortuna/Quintal, Banana Prata, Caju, Cidra, Jabuticaba,
Laranja Kinkan, Laranja Lima, Laranja Pêra, Lima da Pérsia, Maçã Fuji,
Mangostão, Maracujá Azedo, Mexerica, Morango, Nêspera, Pitanga,
Rambutan, Tamarindo, Tangerina Murcote e Uva Red Globe.

Legumes: Abóbora Moranga, Abóbora Paulista, Abobrinha Italiana,


Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa, Beterraba, Cará, Cenoura, Chuchu,
Ervilha Comum, Ervilha Torta, Fava, Inhame, Mandioquinha, Rabanete e
Vagem Manteiga.

Verduras: Brócolis Ninja, Brócolis Ramoso, Catalonha, Chicória,


Couve, Couve-flor, Endívia, Escarola, Espinafre, Folhas de Beterraba e
Ramas de Cenoura.

Ervas e Temperos: Alho, Alho Poró, Cebola, Coentro, Erva-doce,


Funcho, Manjericão e Orégano.

Diversos: Café, Cana de açúcar, Coco Seco, Feijão (3ª safra - diversos
tipos), Grão de Bico, Milho (2ª safra), Palmito Pupunha e Sorgo.

Setembro
Frutas: Abacate Breda/Margarida, Amora, Banana Prata, Caju, Cidra,
Grapefruit, Jabuticaba, Laranja Lima, Laranja Pêra, Lima da Pérsia, Maçã
Fuji, Manga Haden, Mangostão, Maracujá Azedo, Mexerica, Morango,
Nêspera, Pitanga, Rambutan, Tamarindo, Tangerina Murcote, Uva Crimson e
Uva Red Globe.

Legumes: Abóbora Moranga, Abobrinha Italiana, Alcachofra, Batata,


Batata Doce Rosada, Batata Doce Roxa, Beterraba, Cará, Cenoura, Chuchu,
Ervilha Comum, Ervilha Torta, Fava, Inhame, Rabanete e Vagem Manteiga.

Verduras: Brócolis Ninja, Brócolis Ramoso, Catalonha, Chicória,


Couve, Couve de Bruxelas, Couve-flor, Endívia, Escarola, Espinafre, Folhas
de Beterraba, Folhas de Uva e Ramas de Cenoura.

Ervas e Temperos: Alho, Cebola, Cebolinha, Coentro, Erva-doce,


Funcho, Louro, Manjericão e Orégano.
Diversos: Café, Cana de açúcar, Coco Seco, Cogumelo Shimeji, Feijão
(3ª safra - diversos tipos), Palmito Pupunha, Sorgo, Trigo e Triticale.

Outubro
Frutas: Abacate Breda/Margarida, Abacaxi Pérola, Acerola, Amora,
Caju, Coco verde, Framboesa, Grapefruit, Jabuticaba, Laranja Lima, Laranja
Pêra, Lima da Pérsia, Maçã Fuji, Mamão Havaí, Manga Haden, Manga
Palmer, Manga Tommy, Maracujá Azedo, Melão Amarelo, Nectarina,
Nêspera, Pêssego, Phisalis, Pitanga, Rambutan, Romã, Tangerina Murcote,
Uva Crimson, Uva Red Globe e Uva Thompson.

Legumes: Abóbora Moranga, Abobrinha Italiana, Alcachofra, Batata,


Batata Doce Rosada, Berinjela Comum, Beterraba, Cenoura, Chuchu, Fava,
Maxixe, Pimentão Verde, Rabanete, Raiz de Bardana (Gobô), Taquenoco,
Tomate Caqui, Tomate Cereja, Tomate Carmem, Tomate Sweet Grape,
Vagem Macarrão e Vagem Manteiga.

Verduras: Almeirão, Chicória, Couve, Couve de Bruxelas, Couve-flor,


Escarola, Espinafre, Folhas de Beterraba, Folhas de Uva e Ramas de
Cenoura.

Ervas e Temperos: Alho, Cebola, Cebolinha, Coentro, Erva-doce,


Funcho, Hortelã, Louro, Manjericão, Mostarda e Orégano.

Diversos: Avelã, Coco Seco, Cogumelo Shimeji, Cogumelo Shitake,


Feijão (3ª safra - diversos tipos), Palmito Pupunha, Trigo e Triticale.

Novembro
Frutas: Abacate Breda/Margarida, Abacaxi Pérola, Acerola, Ameixa
Nacional, Amora, Caju, Coco verde, Framboesa, Grapefruit, Graviola, Jaca,
Maçã Fuji, Mamão Havaí, Manga Haden, Manga Palmer, Manga Tommy,
Maracujá Azedo, Melancia, Melão Amarelo, Nectarina, Pêssego, Phisalis,
Pitaya, Pitanga, Rambutan, Romã, Tamarindo, Tangerina Murcote, Uva
Benitaka, Uva Crimson, Uva Red Globe, Uva Rubi e Uva Thompson,

Legumes: Abobrinha Italiana, Alcachofra, Batata, Batata Doce Rosada,


Berinjela Comum, Beterraba, Cenoura, Chuchu, Maxixe, Pimentão Amarelo,
Pimentão Verde, Pimentão Vermelho, Raiz de Bardana (Gobô), Taquenoco,
Tomate Caqui, Tomate Cereja, Tomate Carmem, Tomate Italiano, Tomate
Sweet Grape e Vagem Macarrão.

Verduras: Almeirão, Couve, Couve de Bruxelas, Espinafre, Folhas de


Beterraba, Folhas de Uva e Ramas de Cenoura.

Ervas e Temperos: Alho, Cebola, Cebolinha, Coentro, Hortelã, Louro,


Mostarda, Pimenta Verde Americana e Pimenta Vermelha.

Diversos: Castanha do Pará, Coco Seco, Cogumelo Shimeji, Cogumelo


Shitake, Feijão (1ª safra - diversos tipos) e Palmito Pupunha.

Dezembro
Frutas: Abacate Breda/Margarida, Abacaxi Havaí, Abacaxi Pérola,
Acerola, Ameixa Nacional, Amora, Caju, Coco verde, Figo, Framboesa,
Graviola, Jaca, Lichia, Limão Taiti, Maçã Fuji, Mamão Havaí, Manga
Haden, Manga Palmer, Manga Tommy, Melancia, Melão Amarelo,
Nectarina, Pêssego, Phsalis, Pinha (Fruta do Conde), Pitaya, Romã,
Seriguela, Uva Benitaka, Uva Crimson, Uva Itália, Uva Niágara, Uva Rubi e
Uva Thompson.

Legumes: Batata, Berinjela Comum, Beterraba, Cenoura, Maxixe,


Pimentão Amarelo, Pimentão Verde, Pimentão Vermelho, Raiz de Bardana
(Gobô), Taquenoco, Tomate Caqui, Tomate Cereja, Tomate Carmem,
Tomate Italiano, Tomate Sweet Grape e Vagem Macarrão.

Verduras: Aipo (Salsão), Almeirão, Ramas de Cenoura e Rúcula.

Ervas e Temperos: Alho, Cebola, Cebola Roxa, Coentro, Hortelã, Louro,


Pimenta Verde Americana, Pimenta Vermelha e Salsa (Salsinha).
Preparando uma Receita Mágica

Nestes tempos modernos, a bruxa de cozinha carrega em seu coração uma


verdade que a maioria das pessoas já esqueceu: cozinhar é um ato de amor e
um importante gesto de doação. É o momento em que nós nos entregamos de
corpo e alma, doamos nosso tempo e dedicação para preparar algo saboroso
para trazer felicidade e conforto por meio do alimento. Assim, criamos um
relacionamento único com os alimentos e transferimos nosso amor e
intenção em forma de tempero. A troca de energia é recíproca: tanto para
bruxa que cozinhou, como para quem come, a receita mágica realiza uma
transformação. Para a bruxa de cozinha, o ato de cozinhar se torna ainda
mais sagrado já que é por meio dele que sua conexão com a Grande Mãe e
natureza é nutrida.
A Culinária Mágica traz uma mudança completa no estilo de vida da
pessoa que pratica esta arte, bem como na maneira como ela enxerga o
mundo. Através da Culinária Mágica, uma receita feita com o coração se
torna um ritual carregado de magia e intenção. Existe uma grande alegria e
responsabilidade em praticar a Culinária Mágica pois, através dela, você
pode manifestar neste plano a sua intenção e transformar o mundo ao seu
redor. As suas receitas serão os seus mais poderosos feitiços e cada
instrumento presente na sua cozinha será o seu aliado nesta prática.
Mas a diferença entre cozinhar mecanicamente e cozinhar
magicamente dependerá do seu coração e do seu conhecimento acerca da
Culinária Mágica. Então, chegou a hora de você, literalmente, colocar a mão
na massa e aprender a delícia que é ser uma bruxa de cozinha!

Determine qual a sua Intenção

Este passo é essencial e deverá ser feito com muita calma. Reflita
sobre aquilo que deseja manifestar neste plano com a sua receita mágica para
assim definir a sua intenção de maneira clara em sua mente e coração. Qual
a energia que deseja trabalhar na receita? Harmonia, saúde, amor, felicidade,
abundância, paz, limpeza ou proteção? O que deseja alcançar ou transformar
em sua vida? É algo que necessita eliminar? Nutrir? Crescer? Renovar?
Imagine que sua intenção é um alvo e que a sua receita mágica é uma
flecha. Lançar ela com sucesso e atingir o alvo é algo que depende de alguns
fatores. Se você não tem claro em sua visão qual é o seu alvo, você poderá
errar no momento do disparo. Se complicar demais, será como colocar
obstáculos no caminho que irão dificultar o seu disparo. É essencial que
você coloque força na sua flecha, senão ela nem irá chegar perto do alvo. Na
bruxaria, aprendemos que o combustível que traz força a qualquer magia é a
nossa vontade e a nossa emoção.
Escute o seu coração. Qual é o sentimento que te move a fazer essa
receita mágica? Como você se sentirá ao manifestar sua intenção? Determine
qual é a intenção que deseja trabalhar na receita que irá preparar. Quanto
mais claro, conciso e direto for sua intenção, melhor.
E ainda existe uma reflexão a se fazer. Toda magia tem um preço.
Então pense em sua intenção e no que deseja manifestar neste plano. Será
que você é uma pessoa que está disposta a pagar o preço por isso? Lembre-
se que uma bruxa de cozinha nunca deverá intencionar o mal de outro ser
vivo presente na grande Teia da Vida ao preparar as suas receitas culinárias
mágicas. No momento de determinar qual a sua intenção, faça isso com
honestidade e consciência, não deixe apenas o ego falar mais alto. Mergulhe
nas profundezas da sua mente e coração até encontrar a raiz da questão e
assim perceber o que realmente você deseja manifestar neste plano. A
resposta está dentro de você.

Escolha a sua Receita Culinária Mágica

Agora que você já determinou sua intenção, chegou a hora de


escolher qual receita culinária mágica irá preparar e os ingredientes que você
irá usar. É muito importante que você selecione alimentos que carreguem as
energias adequadas à intenção que deseja manifestar neste plano. Para isto,
basta consultar as tabelas que estão ao final deste livro. Nelas você irá
encontrar as propriedades mágicas das principais ervas, temperos, vegetais,
frutas, grãos e sementes, além de outros ingredientes presentes na cozinha da
bruxa (como leite, azeite, vinagre, etc.).
Em seguida, abra seus armários e sua geladeira. Veja o que você já
tem em casa e que pode usar em sua receita. Escute a sua intuição e use a
criatividade. Caso não tenha um ingrediente, será que você precisa sair de
casa para comprar? É possível substituir por outro que carregue a mesma
energia e, assim, não alterar a intenção da sua receita? Se isso não for
possível, você tem duas opções: sair e comprar o que está faltando ou trocar
de receita e fazer outra que tenha a mesma intenção. Por exemplo, ao invés
de você fazer um pão de ervas para abundância você pode fazer uma sopa ou
um macarrão.
Não se prenda a quantidade de ingredientes, mas sim na energia que
eles carregam. De nada adianta colocar vários alimentos e ervas cujas
vibrações não se conectam diretamente entre si ou que fogem da
correspondência mágica da sua intenção. Por isso, muitas vezes a
simplicidade ajudará você a ser mais assertiva em suas escolhas. Também é
importante apenas que você escolha alimentos que aprecie. Qualquer receita
culinária mágica irá funcionar melhor se estiver associada à um sabor
delicioso, que desperte nas pessoas o desejo de comer ao encher suas bocas
de água e fazer o estomago roncar como um poderoso trovão. Sim, isso é
algo que preciso confessar. De nada adianta você escolher alimentos que não
gosta do sabor, pensando apenas por seu valor mágico. Neste caso, o seu
corpo-templo não estará receptivo àquelas energias causando um bloqueio
energético que poderá afetar negativamente os resultados da sua receita
mágica.
Mas é importante abrir sua mente para novos sabores e combinações,
de modo a ter uma alimentação equilibrada e saudável. Também não
adiantará se você comer apenas doces mágicos feitos por você para
fortalecer o seu espírito enquanto o seu corpo físico fica desnutrido e
adoecido pela alimentação sem nutrientes e vitaminas. A cozinha é um
universo único de sensações, experiências e prazeres, portanto esteja aberto à
cada uma delas. Aprenda a manter uma relação de profundo respeito e
gratidão com cada ingrediente. Isso significa não só aproveitar novos
sabores, mas também aproveitar cada alimento em sua integralidade, evitar
desperdícios e valorizar sua presença em sua cozinha mágica. Estes são
alguns dos pequenos gestos que podemos ter em gratidão à dádiva oferecida
pela Mãe Terra.
Em relação as receitas culinárias mágicas, na Terceira Parte deste
livro você irá encontrar o meu “Livro de Receitas da Bruxa” com diversas
receitas mágicas que eu criei e trouxe para você que está começando sua
jornada na Culinária Mágica. São receitas testadas e com resultados
comprovados durante meus anos de experiencia nesta antiga arte mágica.
Então, peço que as use com sabedoria, respeito e carinho. Todas irão
conquistar o seu coração e o paladar daqueles que experimentarem de seus
encantos.
No futuro, quando ganhar mais confiança em sua cozinha, explore
novas receitas: entradas, saladas, pratos principais, sobremesas, etc. As
possibilidades são infinitas!! Com os conhecimentos deste livro você
também poderá “enfeitiçar” uma receita que você já conhece bem. Por
exemplo, se você sabe como fazer aquele bolo de chocolate delicioso, basta
explorar as propriedades mágicas dos ingredientes (cacau, açúcar, ovos,
fermento, farinha, leite, etc.) e criar um feitiço ao redor dos usos mágicos de
cada um deles.
Então, sinta-se à vontade para tornar mágicos os pratos que você já
conhece e que seus amigos e familiares amam. Inclusive, esta é uma
oportunidade maravilhosa para você honrar a sua ancestralidade: As receitas
de família, especialmente aquelas transmitidas de geração em geração,
fazem parte da nossa herança e carregam o poder da nossa linhagem. Peça às
suas avós, por exemplo, para compartilhar com você as receitas dos seus
pratos favoritos ou daqueles que marcaram sua infância. Se existir uma
receita tradicional da sua família, aproveite para aprendê-la. Aprecie o tempo
com seus familiares e deixe-os experimentarem a alegria de transmitir seus
conhecimentos para você, permitindo que tais saberes permaneçam vivos no
coração da família.

Determine o Melhor Momento

Na Culinária Mágica, aprendemos a usar o poder das ervas e


alimentos aliados aos quatro elementos da natureza em nossas receitas
mágicas. Porém, uma outra importante fonte de poder que pode ser usada
pela bruxa de cozinha é a energia das fases da Lua e dos planetas.
Apesar não terem o mesmo peso que a energia natural presente em
cada um dos ingredientes que você irá usar na receita, as influências lunares
e astrológicas podem ajudar dando mais força a sua intenção, tornando a sua
receita mais potente. Portanto, uma bruxa de cozinha estuda as propriedades
mágicas dos alimentos e aprende a aliar elas com essas influências, para que
assim possa criar uma sinergia capaz de potencializar os resultados das suas
receitas culinárias mágicas.
Mas não se preocupe. Ao longo da sua jornada na Culinária Mágica
você irá descobrir com quais energias se conecta com mais facilidade no
momento de cozinhar. Pode ser que, no início, você sinta uma maior ligação
com as energias da Lua e assim escolha trabalhar apenas com suas fases
quando for preparar suas receitas. Com o passar do tempo, você irá adquirir
experiencia, passando a sentir mais segurança e confiança para a explorar a
energia dos astros que regem cada dia da semana. Ou poderá optar pelo
contrário e começar trabalhando apenas com as energias dos dias da semana
para depois mergulhar na influência da Lua. A escolha é sua. Escute sua
intuição e sabedoria interior e permita-se ser guiada pela Mãe Terra.
O mais importante e que quero deixar claro é: jamais desista de
cozinhar uma receita mágica caso perceba que não está no dia da semana ou
na fase da Lua ideal para a sua intenção. Você pode preparar uma receita
culinária mágica fora da fase da Lua ideal e fora do dia da semana ideal.
Apenas tenha consciência de que você não terá as forças lunares ou
astrológicas agindo ao seu favor, ajudando a fortalecer a magia feita. Neste
caso, você terá que focar mais ainda na sua intenção. Quero que você não
tenha medo de usar a sua criatividade para adaptar a receita. Quer um
exemplo? Se você quer fazer algo para afastar o azar (uma receita que será
fortalecida se feita durante a Lua Minguante e em um Sábado), mas olha no
calendário e percebe que é domingo e você está na Lua Crescente. E agora?
Simples, faça uma mudança de planos e prepare uma receita para aumentar a
sua boa sorte e prosperidade!
Faça experiências, anote em seu Livro de Receitas Mágicas em qual
dia e fase da lua cozinhou o seu prato e observe os efeitos. Esta é a melhor
maneira de aprender com quais energias você possui mais facilidade em
trabalhar durante suas práticas na Culinária Mágica. Abaixo você vai
encontrar um resumo para consultar sempre que precisar.
Lembrando que você encontra calendários com as datas das fases da
Lua, dos eclipses e demais alinhamentos astrológicos em sites na internet ou
em livros especializados neste assunto, como almanaques que são lançados
anualmente.
As Fases da Lua:
A Lua Crescente é o período ideal para receitas mágicas que visem
crescimento, conquistas, realizações, compromissos, boa sorte, sucesso,
energização, brilho, alegria, prosperidade, etc. A vibração dos ingredientes
será elevada pela energia desta fase, que irá acelerar o crescimento da sua
força pessoal para que você desenvolva os seus sonhos e metas.
A Lua Cheia é o período ideal para receitas mágicas que visem
amor, paixão, atração, amizade, força, coragem, abundância, clarividência,
intuição, fertilidade, etc. A vibração dos ingredientes será intensificada com
a energia desta fase, que irá fortalecer o seu coração para que você
concretize os seus sonhos e metas.
A Lua Minguante é o período ideal para receitas mágicas que visem
trabalhar proteção, limpeza, banimento, fim de ciclos, término de
relacionamentos, combate de vícios, etc. A vibração dos ingredientes será
combinada com a energia desta fase, que irá retirar do seu caminho tudo o
que estiver atrapalhando você de alcançar os seus sonhos e metas.
Por último, temos a Lua Nova, o período ideal para receitas mágicas
que visem trazer harmonia e equilíbrio ou despertar o potencial adormecido
para um novo começo em qualquer área da sua vida. A vibração dos
ingredientes será potencializada pela energia desta fase, que irá renovar e
despertar nosso corpo e espírito, dando vida à novos sonhos e metas.
Os Eclipses:
Procure cozinhar apenas refeições simples nas 12 horas antes e 12
horas depois de um eclipse acontecer, para que você não force o seu corpo-
templo e acabe desgastada energeticamente ao colocar muito da sua energia
pessoal em uma receita encantada durante este período de perda de força
vital. Também indico usar os ingredientes que você já possui em sua
cozinha, afinal este é um período no qual não realizamos qualquer atividade
em nossos jardins (incluindo a colheita de ervas ou outros alimentos) com o
objetivo de evitar que as suas plantas fiquem debilitadas e sofram.
Os Dias da Semana:
O Domingo é regido pelo Sol, sendo o dia ideal para receitas que
envolvam vitória, prosperidade, autoconfiança, criatividade, energização,
sucesso e amizade. O Sol também ajuda a trabalhar aspectos como alegria,
leveza, brilho pessoal e saúde (em relação ao corpo físico).
A Segunda-feira é regida pela Lua, sendo o dia perfeito para receitas que
envolvam intuição, clarividência, maternidade, fertilidade, imaginação ou
que tragam a energia da paz e harmonia. A Lua também estende a sua
influência para questões ligadas à saúde (em relação ao nível emocional),
ajudando a trabalhar conflitos de sentimentos além de favorecer a gestação
de novos projetos, bem como fortalecer tudo o que se refere ao lar e aos
assuntos familiares.
A Terça-feira é regida pelo planeta Marte, tornando-se o dia
recomendado para receitas que envolvam a energia da autoafirmação, da
coragem, da bravura, da força pessoal e da conquista pessoal em batalhas ou
conflitos. Marte estende as suas influências ajudando a despertar a audácia e
o ímpeto para iniciarmos novos empreendimentos além de favorecer a
defesa, a limpeza e a proteção em todos os níveis.
A Quarta-feira é regida pelo planeta Mercúrio, sendo o dia propício
para receitas que envolvam a energia do plano mental e racional (estudos,
aprendizado, inteligência, razão e a lógica) e saúde (em relação ao nível
mental). Mercúrio também estende a sua influência favorecendo todas as
formas de comunicação, tecnologia, viagens, negócios, diplomacia,
interpretação e oratória.
A Quinta-feira é regida pelo Planeta Júpiter, sendo o dia ideal para
receitas que envolvam a energia da prosperidade e a abundância. Isso inclui
aspectos como aumentar os ganhos financeiros, expandir um negócio,
garantir uma promoção ou novo emprego, etc. Júpiter estende a sua
influência e atua expandindo nossos horizontes, no modo como buscamos a
sabedoria e o conhecimento elevado.
A Sexta-feira é regida por Vênus, tornando-se assim o dia perfeito
para receitas que envolvam a energia da paixão, da beleza, do prazer, da
sensualidade, da gentileza, da criação, da fertilidade, da união e do desejo.
Vênus estende a sua influência ajudando a trabalhar todas as formas de amor
(amor-próprio, fraternal, sexual, etc.) a autoconfiança e as atividades ligadas
às artes, as atividades sociais, etc. Também favorece trabalhos mágicos que
envolvam questões emocionais e afetivas, inclusive casos de enfermidades
decorrentes de desequilíbrios nesses setores.
Por último temos o Sábado, regido por Saturno, o dia propício para
receitas ligadas as energias de renovação. Saturno favorece aspectos como
purificação energética, banimentos, descarrego, fim de ciclos, términos e
destruição. Este astro também nos revela aquilo que devemos transmutar,
deixar morrer e renascer.

Criando um Ambiente Mágico


A Culinária Mágica é uma prática livre e não existe um conjunto de
conhecimentos formais de ritualização transmitido por meio de um processo
iniciático. Através do autoconhecimento, cada bruxa de cozinha poderá
mergulhar profundamente nas raízes que sustentam e nutrem a sua jornada
espiritual para encontrar, por via da intuição e dos conhecimentos adquiridos
através dos estudos e práticas, a melhor maneira de proceder e criar um
ambiente acolhedor onde possa praticar o ato sagrado de cozinhar.
Porém, eu desejo ajudar você neste processo de descoberta, por isso
trago aqui algumas das práticas que desenvolvi ao longo de muitos anos pela
minha senda na Bruxaria de Cozinha para que você use como guia, se inspire
e crie a sua própria rotina de preparação mágica na cozinha.
Coloque uma roupa confortável:
Você poderá colocar alguma joia ritualística (como um colar) ou até
mesmo uma peça de roupa especial. Mas aconselho a evitar capas, mantos
ou mangas longas (que não permitam liberdade de movimentos e possam
causar acidentes na cozinha) além de anéis, especialmente se você irá sovar
massas e modelar pães usando suas mãos.
Separe os instrumentos e ingredientes:
Após, separe e organize tudo o que for utilizar (ingredientes e
utensílios) em sua receita, deixando o ambiente agradável e pronto para o
trabalho mágico. Por exemplo: você verá que é muito difícil manter a
intenção firmada e a energia concentrada enquanto prepara a sua receita se
você tiver que parar tudo o que estiver fazendo para procurar aquela forma
de bolo redonda que você não se lembra onde guardou.
Evite interrupções:
Também é interessante procurar minimizar ao máximo possíveis
interrupções. Coloque o seu celular no modo silencioso e, caso more com
outras pessoas, avise elas que este é o seu momento na cozinha e peça para
que elas respeitem e não atrapalhem. Se não for possível evitar tais
interrupções ou até se alguém em sua casa quiser lhe ajudar, tome cuidado
com a presença de pessoas e conversas paralelas no local que tragam
energias densas ou carreguem sentimentos negativos como raiva e ódio. Tais
sentimentos poderão ser transmitidos para seus alimentos e assim terminar
por alterar o resultado da sua receita.
Caso crianças queiram participar do preparo elas são muito bem-
vindas pois carregam em seu interior uma energia leve e alegre e trazem a
inocência da natureza em seus corações.
Cuide da limpeza e da purificação:
Em relação a limpeza física e a purificação energética, você já
aprendeu como é importante manter ambas em dia em sua cozinha. Mas
pode ser que antes de preparar a sua receita, você sinta a necessidade de
tomar um banho de ervas ou apenas intua ser necessário lavar ritualmente
suas mãos com um pouco de água com sal. As possibilidades são infinitas.
Escute sua intuição e deixe ela lhe guiar.
Use o poder das velas:
Se você montou o altar em sua cozinha como comentei nos capítulos
anteriores, acenda uma vela cuja cor esteja ligada à sua intenção (inclusive,
uma das peças de roupa que você escolheu usar pode ser dessa mesma cor).
A vela ajuda a criar uma atmosfera cheia de mistério, perfeita para a prática
de magia. Além disso, a chama de uma vela também ajuda a trazer foco e
guiar a mente a entrar em um estado meditativo.
A seguir, trago um pequeno resumo das propriedades de cada cor de
vela para que você possa estudar qual está mais alinhada com sua intenção, e
assim fazer uso dela em seu altar na cozinha durante o preparo de cada
receita culinária mágica.

Amarela: Aprendizado, criatividade e comunicação.

Azul: Paciência, calma, serenidade, tranquilidade, clareza e compaixão

Branca: Proteção, paz e harmonia. Pode ser usada em todos os casos em


que você não possuir uma vela colorida (basta visualizar a cor desejada ao
acendê-la).

Dourada: Energia Solar, sorte, prosperidade, riqueza e sucesso.

Laranja: Alegria, autoestima, energia, justiça, sucesso.

Marrom: Conquistas materiais e de objetos físicos.

Prata: Energia Lunar, intuição, ciclos, habilidades psíquicas.

Preta: Proteção, banimento e limpeza energética.


Rosa: Amor, amizade, família e equilíbrio emocional.

Roxa:Espiritualidade, transmutação, sabedoria e equilíbrio,

Verde: Força, cura, saúde, fertilidade, prosperidade, abundância, fartura,


renovação e esperança.

Vermelha: Paixão, coragem, vida, força e ação.

Indico evitar velas de parafina (um derivado petroquímico) e sempre


dar preferência a velas feitas de materiais naturais como cera vegetais, por
exemplo (colaborando com a preservação da natureza e da Mãe Terra).

Use o poder dos incensos:


Você também pode acender um incenso no seu altar, desde os bastões
de ervas secas até aqueles de varetas com função terapêutica (feitos com as
ervas trituradas ou o óleo essencial puro). A queima do incenso significa a
transformação da matéria (carvão e ervas) em espírito (fumaça e aroma). O
carvão e as plantas representam a união dos reinos mineral e vegetal, que são
transformados pela ação do elemento fogo. A sua fumaça se espalha pelo
elemento ar e alcança o plano espiritual, por onde todas as energias,
pensamentos e emoções transitam para chegarem em seus devidos lugares.
O incenso também promove efeitos terapêuticos: as moléculas
provenientes dos ingredientes serão liberadas no ambiente e capturadas por
suas células olfativas, agindo diretamente no cérebro através de processos
químicos que causarão os efeitos presentes no aroma de cada erva. Para
saber mais as propriedades mágicas de cada erva consulte as tabelas no final
deste livro.
Algumas bruxas de cozinha deixam o incenso presente durante todo
o preparo da receita, outras preferem usar o incenso para fazer uma
defumação rápida antes de começar a cozinhar e depois apagam ele para que
não interfira na vivência completa no ato de cozinhar. E qual o motivo disso?
Muitas vezes precisamos sentir o aroma de um ingrediente ou do alimento
que estamos cozinhando para saber se está no ponto desejado e os incensos
podem interferir neste momento. Então, sinta-se livre para fazer uso do
poder do incenso em sua cozinha mágica da maneira que for melhor para
você.
Aproveite a vibração da música:
Outra opção maravilhosa para criar uma atmosfera encantada é
escutar uma música que seja inspiradora e que te conecte com seu espírito.
As ondas sonoras ajudam a modular a energia de um ambiente e são capazes
de influenciar a nossa saúde (física, mental e emocional). Muitos estudos já
mostraram que as ondas sonoras podem alterar características corporais tais
como: respiração, batida do coração, transpiração, ondas cerebrais, equilíbrio
corporal e relaxamento da mente e do corpo.
Se desejar, você poderá inclusive alinhar a mensagem transmitida
pela letra da música com a intenção que quer trazer na sua receita mágica. Já
a escolha do estilo dependerá de cada situação e do seu gosto pessoal. Você
pode escutar qualquer música que lhe agrade, coloque seu espírito em
harmonia e crie uma aura que desperte sua magia interior.
Eu tenho duas playlists de músicas criadas no aplicativo Spotify® que
você pode acessar para escutar enquanto está em sua cozinha mágica. Vou
deixar o QR Code de ambas para você. Basta acessar o aplicativo da câmera
do seu celular, smartphone ou tablet e apontar a câmera para um deles e
seguir as instruções na tela para acessar e escutar:

Tempero de Bruxa® Mãe Terra

Crie um Círculo Mágico:


Algumas bruxas de cozinha gostam de lançar um círculo mágico em
suas cozinhas no momento de preparar as suas receitas.
Caso você não conheça este conceito, um círculo mágico consiste em
um espaço criado por uma pessoa durante um ritual para que esta permaneça
“entre os mundos” físico e espiritual. O círculo também ajuda a conter a
energia gerada para que a pessoa possa manipulá-la e, ao mesmo tempo,
criar uma forma de proteção mágica para que outras energias não acessem o
local, isolando a pessoa de outras interferências. Esta é uma prática muito
comum para bruxas que seguem a Wicca ou que praticam magia cerimonial,
por exemplo.
Particularmente, o uso do círculo mágico fez parte do meu caminho
por muito tempo. Mas percebi que, atualmente, esta prática quase não faz
parte da minha rotina, já que mantenho constantemente a minha cozinha
mágica purificada energeticamente e tenho espalhados pelo local alguns
símbolos e cristais para proteção. Então, novamente, quero que você se sinta
livre para proceder como desejar em relação a criação (ou não) de um
círculo mágico.
Faça suas orações para abençoar o espaço:
A cozinha de uma bruxa é um espaço sagrado onde as energias da
natureza podem ser sentidas a qualquer momento. Assim, antes de cozinhar,
podemos fazer uma oração para abençoar o espaço. Eu trago aqui uma
oração que sempre uso antes de começar o preparo de uma receita culinária
(mágica ou não). Você pode adaptar ela de acordo com o seu caminho
espiritual, lembre-se apenas de sempre demonstrar gratidão a Mãe Terra que
lhe deu cada alimento:

"Mãe Terra, ouça o meu chamado


nesta hora encantada.
Esteja comigo e torne esta cozinha consagrada.
Abençoe o meu coração.
Que eu manifeste neste plano a minha intenção.
Abençoe a minha mão.
Que minhas receitas carreguem o poder da transformação.
Abençoe a minha cozinha com a magia da natureza,
Que eu transforme a todos que comerem em minha mesa.
Que cada mordida seja um sinal de minha gratidão.
Mãe Terra, é que peço a ti em toda a sua graça,
Que assim seja e assim se faça!”
Preparando a sua Receita Culinária Mágica

Por meio dos saberes presentes nesse livro, você aprendeu que o ato
de cozinhar pode se tornar mágico ao ser feito com o coração. Para que você
cozinhe de maneira mágica, será necessário que você alinhe o seu poder
pessoal junto com a energia da natureza presente nos ingredientes de modo a
criar um caminho que conecte seu coração diretamente com a sua intenção
durante todo o preparo da receita.
Como a jornada de cada bruxa de cozinha é única e especial, essa
conexão poderá ser feita de diversas maneiras, que irão variar de acordo com
sua personalidade mágica e com a vertente que segue dentro da bruxaria.
Mas todas elas possuem como objetivo final a manifestação da sua intenção
neste plano material, transformando a sua realidade ao trazer mudanças em
seu mundo interior e exterior. Para essa manifestação acontecer, existem três
momentos essenciais: visualizar, agir e entregar.
O momento de Visualizar acontece quando pensamos em nossa
mente e sentimos em nosso coração aquilo que intencionamos, ou seja, que
tanto desejamos. Este conceito pode parecer simples, mas é mais complexo
na realidade. A visualização pode ser definida como a capacidade que o ser
humano tem de usar os poderes criativos da imaginação, mais o poder
pessoal que nasce através dos seus sentimentos, para a construção de
imagens (chamadas de forma-pensamento) em sua mente que carregam a
intenção daquilo que deseja manifestar em nosso plano de existência.
Uma bruxa de cozinha irá usar, além do poder pessoal, o poder da
natureza presente nas ervas e nos alimentos que está usando como
ingredientes em sua receita mágica. Ela irá acessar assim a energia infinita
de Gaia em seu processo de visualização para potencializar a sua intenção.
A visualização permite a bruxa de cozinha unir e concentrar estes
dois poderes dentro de si, para direcionar e transmitir a sua intenção a receita
que está preparando através da forma-pensamento que criou em sua mente.
Deste modo, a receita será carregada com essa vibração mágica e, ao comer
a refeição com presença, esta comida encantada irá se integrar com nosso
corpo-templo em todos os níveis (físico, mental, emocional e espiritual),
ajudando a manifestar a intenção que desejamos.
Além da visualização você pode fazer uso de palavras (como rimas,
orações, músicas e mantras) para elevar ainda mais a força da sua
visualização. Em cada uma das receitas mágicas deste livro eu trouxe
algumas afirmações para você usar durante o preparo. Sinta-se livre para
adaptá-las e até criar as suas próprias durante suas práticas.
Mas preciso confessar: no início, a visualização pode parecer difícil
(especialmente se você está iniciando agora a sua caminhada mágica). Não
desista, pois, você perceberá que, aos poucos, ela se tornará fácil e fluída. É
a prática constante que nos permite desenvolver novas habilidades e a
visualização é um processo que vai lhe ajudar em diversas práticas dentro da
bruxaria, não apenas na Culinária Mágica
O momento de Agir acontece quando fazemos os movimentos
(físicos e energéticos) necessários para que o que foi visualizado possa se
materializar no plano físico. Você já começou este movimento desde o
momento em que decidiu preparar uma receita culinária mágica, escolheu o
dia da semana ou fase da lua, os ingredientes, etc. Então, agora para
continuar a agir a favor da sua intenção você deverá cozinhar a receita
escolhida. Neste momento, não crie travas ou bloqueios em relação à sua
capacidade de seguir as instruções presentes na receita, como medo,
insegurança, etc.
Saiba que você movimentará energias então, independente da
maneira como o alimento seja preparado, torne cada ação na cozinha (como
cortar, mexer, sovar, etc.) um meio mágico de agir em busca dessa
manifestação. Existem algumas dicas que podem ajudar a manter a sua
conexão com as energias de cada alimento enquanto prepara sua receita
mágica.
A humanidade partilha diversos elementos comuns que herdamos
como grupo social e que são capazes de afetar o nosso comportamento e as
nossas emoções. Segundo o conceito de psicologia analítica, criado pelo
famoso e conceituado psiquiatra Carl Jung, esses elementos estão
armazenados dentro de cada um de nós em algo que chamamos de
Inconsciente Coletivo. Essa é a camada mais profunda da nossa psiquê e é
nela que acessamos todos os símbolos, cores, padrões e arquétipos que são a
essência da nossa experiência como humanidade e que todos dividimos.
Ao usarmos as informações armazenadas em nosso inconsciente
coletivo podemos potencializar a nossa intenção enquanto cozinhamos uma
receita mágica. Um exemplo disso é a aplicação da psicologia das cores. Eu
já comentei um pouco sobre ela na parte da magia das velas, mas aqui ela
será usada diretamente nas receitas.
Se deseja trazer mais alegria e criatividade, por que não procurar por
um alimento que carrega a cor laranja e que está ligado à sua intenção como,
por exemplo, um suco ou bolo de laranja? Agora se quer despertar mais
paixão e força, que tal usar a cor vermelha do tomate que, através das suas
propriedades mágicas, está conectado a essa intenção?
Você também pode usar o poder das direções enquanto mexe e
mistura os alimentos com sua colher de pau mágica (como massas, sopas,
caldos, refogados, chás, infusões, entre outros). Se quiser que algo cresça na
sua vida (como amor, prosperidade, sorte, etc.) mexa as misturas sempre no
sentido horário, ou seja, na mesma direção que os ponteiros do relógio).
Agora, se sua intenção é diminuir ou eliminar algo (azar, tristeza, discussões,
energias densas, etc.) mexa as misturas no sentido anti-horário, ou seja, na
direção oposta aos ponteiros do relógio.
A força dos símbolos também pode ser trazida para a Culinária
Mágica. Desenhe símbolos ou sigilos com a sua colher de pau enquanto
prepara os alimentos ou quando for jogar aquela pitada de sal, açúcar ou
tempero. Que tal desenhar um coração enquanto mexe uma geleia de maçã e
canela para intensificar a vibração do amor? E colocar aquela pitada de sal
fazendo o desenho de um pentagrama para fortalecer a proteção? Ou ainda
moldar biscoitos no formato de estrelas para despertar a luz interior ou fazer
um pão e trançar ele para trazer força e conexão?
Use sua criatividade e pesquise sobre a energia, a origem e o
significado dos símbolos em livros especializados nesse assunto para
aprofundar ainda mais os seus saberes.

A Mesa e sua Magia

A mesa de jantar assume um papel muito importante dentro da


Culinária Mágica pois é o local onde a comida feita será servida e saboreada.
Quando nos sentamos em volta da mesa continuamos a celebrar a fartura da
natureza que saiu de nossa cozinha mágica e reunimos as pessoas que
amamos para compartilhar, fortalecendo os elos que nos unem.
Mesmo antes da invenção da mesa, os povos ancestrais de uma tribo
já possuíam a tradição de se sentarem em volta da fogueira que aquecia os
alimentos para comerem juntos enquanto compartilhavam suas experiências,
momentos e histórias.
Os indícios mostram que as refeições começaram a serem feitas em
uma mesa por volta de 3.000 anos A.E.C. (Antes da Era Comum). Na
Mesopotâmia, os jantares eram servidos em mesas retangulares de madeira
entalhada, muitas vezes com detalhes metálicos incrustados. Já no Egito, as
mesas eram geralmente baixas e redondas, feitas de madeira ou pedra. Na
antiga Grécia, os anfitriões montavam mesas individuais para cada
convidado aproveitar a sua refeição.
Mas isso mudou na época do Império Romano provavelmente graças
a Alexandre, o Grande. Após sua campanha pelo Oriente Médio, Norte da
África e Índia, ele promoveu diversos jantares que eram servidos em grandes
mesas onde todos se sentavam juntos para assim incentivar a partilha de
comida e bebida e o fortalecimento das conexões entre os convidados. Logo,
o ato de se sentar e comer em conjunto à mesa tornou-se um dos mais
importantes rituais sociais romanos, servindo de modelo para a maioria dos
países da Europa Continental e das Ilhas Britânicas na Idade Média, se
perpetuando até a atualidade.
Como a mesa de jantar é um símbolo tão importante, uma bruxa de
cozinha pode usar seus conhecimentos mágicos para montar sua mesa no
momento de servir as suas receitas encantadas para continuar o movimento
de agir em busca da manifestação da sua intenção neste plano.
Você poderá decorar ela seguindo sua intuição, não existem regras.
Pode utilizar itens simples, mas tente escolher aqueles que estejam
conectados a sua intenção. Caso planeje um jantar romântico à dois, coloque
uma toalha vermelha ou acenda velas na mesma cor, monte um arranjo com
rosas ou um pot-pourri com paus de canela para uma atmosfera de atração e
romance. Talvez você planeje servir um prato especial para um dos sabbats
da Roda do Ano por exemplo. Nesse caso, você pode fazer uma decoração
sazonal usando itens naturais para se alinhar com a vibração do festival e
criar um clima encantador.
Saiba que os itens usados pela bruxa de cozinha para montar a sua
mesa não precisam ser caros. Basta dar um passeio pelo seu bairro ou quintal
para encontrar tesouros que estão à sua disposição na natureza. Estude,
escute sua intuição e use sua criatividade. Sinta-se livre para colocar sua
energia e alegria na mesa para honrar os alimentos da Mãe Terra e resgatar
as suas origens.

Comendo com Presença


Este é tão esperado momento! Depois de colocar sua intenção e
investir seu tempo e energia pessoal em sua receita mágica, chegou a hora de
você se comer. Mas saiba que este momento é tão importante quanto todas as
etapas anteriores. Comer é um ato mágico que finaliza o ritual que começou
em sua cozinha e que terminará na mesa. Como a maravilhosa autora Arin
Murphy-Hiscok traz em seu livro “Bruxa Natural”:

“Ao consumir um alimento, seja de origem animal ou vegetal, nós


forjamos uma conexão com a natureza, a fonte de nutrição. Ao
absorver essa nutrição em nossos corpos, também honramos a
presença da natureza dentro das nossas vidas e reconhecemos nosso
lugar em uma ordem natural.”

Deste modo, o ato de comer um alimento é uma ação poderosa, um


gesto carregado de simbolismo. Ainda mais se este alimento foi preparado
através de uma receita especial, seguindo a antiga arte da Culinária Mágica.
Neste caso, o alimento estará carregado com um poder concentrado.
Ao comê-lo, você carregará a intenção que trabalhou na receita para dentro
do seu corpo, que irá assimilar essas energias em todos os níveis (físico,
mental, emocional e espiritual) transformando o seu mundo interior através
do alimento consumido. Ao mudar o seu padrão de vibração, essas energias
irão atuar no mundo exterior para manifestar a sua intenção neste plano de
existência.
Logo, é natural que este ato sagrado deva ser feito com respeito. Uma
bruxa de cozinha procura se harmonizar com os alimentos enquanto come
suas refeições, preparando o seu corpo para receber esse poder.
Para isso, o primeiro passo é se sentar em sua mesa em um ambiente
tranquilo e calmo, sem estímulos sensoriais excessivos. Comer correndo, em
frente à televisão ou computador ou ainda mexendo no celular significa que
você está comendo com a atenção voltada para outras atividades. Esse
péssimo hábito moderno rouba a energia dos seus órgãos digestivos, fazendo
com que os alimentos não sejam completamente digeridos ou que as
energias e os nutrientes não sejam totalmente absorvidos. Presença é
consciência. Somente assim você sinalizará ao seu corpo e espírito que eles
devem estar abertos para receber a energia que o alimento está lhe
oferecendo ao tornar-se parte de você.
Caso você esteja partilhando da sua refeição com outras pessoas, é
natural que todos estejam conversando e aproveitando o momento. Mas
tenha em mente a intenção que deseja alcançar com aquela receita e procure
manter ela firme em sua mente e coração enquanto come o alimento.
Também agradeça a Mãe Terra por todo o seu amor, nutrição e proteção.
Afinal, é através dos seus alimentos e da sua sabedoria que você pode
realizar esta antiga magia para alcançar a sua intenção através da energia da
natureza.

O Tempo da Magia é o ritmo da Natureza

Eu te ensinei que, para uma manifestação acontecer, existem três


etapas essenciais (visualizar, agir e entregar), certo? Este é o momento de
Entregar, ou seja, quando nos libertamos da expectativa de que as coisas
irão acontecer exatamente da maneira como desejamos ou queremos.
O processo de entrega não está ligado aos conceitos de descaso ou
esquecimento, mas sim de confiança na natureza. Você sabe muito bem qual
é a sua intenção e segue agindo em busca da manifestação ao movimentar
aspectos materiais e energéticos em sua vida, mas é chegado o momento de
você entregar e confiar na natureza.
A entrega é o momento de auto-observação, quando você irá
começar a perceber e identificar as pequenas mudanças que irão acontecer
no seu mundo interior e no exterior e que, no tempo certo, trarão a
manifestação da sua intenção neste plano físico. Mas o ponto é esse. Confiar
na sabedoria da Mãe Terra, que sabe o tempo certo de todas as coisas. Na
natureza, existe o tempo de plantar, de cuidar, de colher, de celebrar, de
repousar, de morrer e de renascer. Não adianta tentar acelerar as coisas. Se
você abrir o casulo da lagarta antes do momento certo, você irá interromper
o processo de transformação, matando a lagarta que nunca se tornará
borboleta. Você já percebeu que a maioria das pessoas não acredita em
magia, mas todas querem soluções mágicas e instantâneas para os seus
problemas? A magia não é algo que você usa para se apoiar e resolver seus
problemas imediatos. Ela é, na verdade, um meio de conexão com o divino
através de uma longa jornada de autoconhecimento.
Todos os acontecimentos em nossa vida podem ser vistos como
sementes, que foram plantadas em nossa mente e nutridas por nosso coração.
Este processo para elas germinarem e crescerem leva tempo, mas, ao final,
sempre teremos uma colheita abundante. Essas sementes podem gerar uma
colheita negativa (tristeza, medo, mágoa, dor, conflito, etc.) ou positiva
(felicidade, amor, confiança, harmonia, carinho, etc.). Mas independente dos
tipos de frutos, esse processo sempre leva tempo. Os problemas não surgem
em nossas vidas “de uma hora para outra”, logo não podemos esperar que a
solução para eles apareça do dia para a noite e que tudo se resolva num passe
de mágica com um simples estalar de dedos como acontece nos filmes.
Na Culinária Mágica nos guiamos pelos fluxos das energias da
natureza e aprendemos que devemos ter paciência e aguardar o tempo
necessário para que o poder dos alimentos possa agir no corpo físico e nos
corpos sutis (emocional, mental e espiritual) de quem comeu a receita
mágica.
É através da prática constante da Culinária Mágica que você irá
desenvolver sua intuição e poder pessoal, adquirindo experiencia e sabedoria
que lhe guiarão nesta jornada. A cada receita mágica feita, você irá aprender
a ouvir a voz de Gaia através dos sinais presentes na natureza. Assim será
capaz de sentir o tempo necessário para que a receita mágica possa
manifestar a sua intenção neste plano.

Realizando Oferendas de Alimentos

Uma tradição que remonta desde a antiguidade é o uso de alimentos


como oferendas para as divindades com o objetivo de pedir algo, agradecer
ou manter conexão com o mundo espiritual. Porém, muitas pessoas
confundem os conceitos de abençoar um alimento no altar com o ato de
ofertar este alimento para as divindades.
Esta é uma discussão que divide muitas pessoas e que se mostra
diferente nos vários caminhos espirituais que trabalham com a força da
natureza. Assim, irei abordar esse tema de acordo com a minha visão dentro
da bruxaria e da Culinária Mágica.
Abençoar um alimento é quando o colocamos no altar e pedimos
para que as divindades estendam suas bençãos sobre a comida preparada
para que ela se torne consagrada e assim esta energia possa ser partilhada por
todos que se alimentarem. Neste caso o alimento, após ser abençoado, é
retirado do altar e levado a mesa para ser consumido por você e por quem
mais estiver presente.
Fazer uma oferenda é quando colocamos uma parcela do alimento no
altar como um presente para as divindades. Inclusive, muitas vezes as
pessoas procuram preparar comidas que estão ligadas de alguma maneira
com a força divina escolhida para ser homenageada. Tais informações
podem ser obtidas através dos mitos e lendas que carregam a ancestralidade
e cultura de determinado povo.
Em ambas as situações, a divindade poderá ser a Deusa Gaia (Mãe
Terra), ou qualquer outra deusa, deus, espírito, guia, etc. Aqui consideramos
tudo aquilo que for divino e sagrado ao seu coração de acordo com a sua
espiritualidade ou religião. Mas, para as oferendas existem divergências
quanto a decisão do que se fazer depois com essa parcela do alimento.
Por exemplo, no Candomblé vemos que, em algumas cerimônias,
primeiro os orixás “comem” uma parcela da comida sacralizada (ou seja,
eles retiram a energia vital destes alimentos que são destinados
exclusivamente a eles). Depois, a outra parcela é compartilhada na
celebração fazendo parte de uma tradição chamada de “ajeum”, que significa
partilhar entre a comunidade o alimento para que todos possam comer junto
o alimento que o orixá comeu. Na Umbanda encontramos diversas maneiras
de fazer oferendas aos orixás. Normalmente, os alimentos são deixados em
algum lugar harmonioso em meio a natureza. Já no budismo, apenas se
oferece no altar aquilo que se consome. Logo, as pessoas comem todo o
alimento após tirá-lo do altar. Alguns exemplos de alimentos usados são as
frutas, a água, o arroz cozido e as folhas verdes.
Dentro de algumas vertentes na bruxaria, é comum encontrarmos
orientações para deixar a comida ofertada a uma divindade em um local em
meio a natureza. As oferendas irão variar muito de acordo com o panteão
cultuado, mas é imprescindível que em nenhum momento a oferenda
envolva qualquer tipo de sacrifício ou sofrimento animal. Ou seja, mesmo
quando são usados elementos de origem animal (como cascas de ovos,
penas, etc.) estes são coletados na natureza a partir de materiais que foram
descartados dentro do ciclo de vida destes animais.
Assim, não existe uma regra já que cada caminho espiritual tem a sua
doutrina e fundamento. Mas quero trazer uma reflexão aqui na qual estive
debruçada por muito tempo, que envolve uma questão socioeconômica
muito profunda ligada ao alimento.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura), enquanto 821 milhões de pessoas passam fome
no mundo, cerca de um terço dos alimentos produzidos são desperdiçados
diariamente. Considera-se desperdício todo tipo de perda relacionada a
decisão de descartar alimentos que ainda têm valor e que podem ser
consumidos. Alguns exemplos disso incluem comprar alimentos em excesso
e deixar estes vencerem, largar sobras de comida no prato que acabam indo
para o lixo, fazer má utilização do alimento em seu estado integral e
descartar partes que poderiam ser usadas. Assim, o ato de fazer oferendas de
alimentos pode ser considerado um outro exemplo de desperdício já que eles
serão descartados eventualmente sem serem consumidos.
O desperdício de alimentos é considerado pela FAO um fator
potencializador da insegurança alimentar e da fome no mundo. Além disso,
ele também gera consequências graves para a preservação ambiental. Isso
acontece porque o desperdício faz com que a produção agrícola
convencional (geralmente monoculturas) seja feita cada vez mais em larga
escala. Este meio de produção prejudica o trabalho dos pequenos produtores
e da agricultura familiar, exige um enorme volume de água e uso de insumos
agrícolas (que muitas vezes prejudicam o meio ambiente) e gera ainda mais
desmatamento, emissão de gases de efeito estufa ligados ao transporte e
consumo de energia e de combustíveis fósseis.
Existe outro fator que muitas pessoas não levam em consideração
quando fazem suas oferendas. Diversos alimentos usados são itens que não
podem ser consumidos pelos animais (sejam eles domésticos ou silvestres)
por conterem ingredientes que podem ser tóxicos e/ou prejudiciais à digestão
e a saúde deles. Você pensa estar ofertando algo para criar uma conexão
profunda com a Mãe Terra e a natureza, mas, na verdade, você pode estar
prejudicando a fauna local, gerando um impacto negativo no meio ambiente,
podendo ocasionar, inclusive, à morte de animais neste ato.
Todos nós somos manifestações da natureza, ou seja, somos parte de
Gaia. Logo, quando nos alimentamos já estamos fazendo uma oferenda
direta à Mãe Terra. Por isso o ato de comer é sagrado, já que este alimento
irá nutrir nosso corpo-templo em todos os níveis (físico, mental, emocional e
espiritual). Toda a energia oferecida a você através da sua alimentação será
revertida na força vital que te mantém viva e capaz de executar todas as
ações ao longo do seu dia. Portanto, em vez desperdiçar alimentos tão
preciosos que refletem a abundância de Gaia e ainda correr o risco de
prejudicar o meio ambiente, penso que comer os alimentos feitos é uma das
formas mais lindas e singelas de se fazer uma oferenda a Mãe Terra.
Caso seja necessário fazer uma oferenda que não possa ser
consumida, a maneira mais segura de fazê-la seria abrindo um buraco na
terra para enterrar os alimentos (um costume que ainda é praticado na região
da Cordilheira dos Andes nos rituais à Pachamama, a Mãe Terra dentro da
cultura andina). Assim, garantimos que a terra receberá a oferenda e que está
será decomposta naturalmente, sem que possa ser acessada por animais.
Mas, afirmo novamente: A jornada da bruxa de cozinha é solitária e
individual, então sinta-se livre para proceder de acordo com seu caminho e
crenças.
Terceira Parte: O Livro de Receitas
Mágicas da Bruxa
Medidas usadas na Cozinha Mágica

Todas as receitas culinárias mágicas deste livro foram criadas usando


medidas-padrão para que qualquer pessoa possa prepará-las da mesma
maneira. Logo, é fundamental que você siga as medidas e as proporções para
que o resultado da receita feita seja o desejado (do ponto de vista culinário).
Por isso, como uma bruxa de cozinha que sabe o valor de seus instrumentos,
é interessante que você invista e adquira uma balança e um conjunto de
xícaras e colheres medidoras. Você encontrará várias opções de conjuntos
disponíveis em lojas (tanto físicas como online), feitos de diferentes
materiais e até formatos. Então, abaixo você encontra essas medidas-padrão
para que possa começar a fazer uso delas em sua cozinha:

1 xícara (chá) = 240 ml


1 colher (sopa) = 15 ml
1 colher (chá) = 5 ml
Receitas Mágicas para Prosperidade

Etimologicamente, a palavra prosperidade se originou do latim prosperitate


ou prosperare, que significa “obter aquilo que deseja”. Normalmente, a
prosperidade é relacionada com a abundância de bens e riquezas materiais
ou pela condição de constante desenvolvimento e progresso em uma
determinada situação. Em ambos os casos, a prosperidade poderia ser
definida como o estado ou qualidade do que é próspero, ou seja, bem-
sucedido, feliz e afortunado.
Neste capítulo, você encontrará receitas culinárias mágicas que
carregam a energia da prosperidade através das propriedades mágicas dos
ingredientes usados em seu preparo. Abaixo estão as melhores
correspondências mágicas para fortalecer a sua intenção:

Dia da semana: Quinta-feira ou domingo


Fase da lua: Crescente
Cor de vela: Dourada ou marrom

Strogonoffe de grão-de-bico para Abundância


Ingredientes:
2 xícaras (chá) de grão-de-bico cru
150 g cogumelos frescos
1 colher e 1/2 (sopa) de molho ou extrato de tomate
1 colher e 1/2 (sopa) de ketchup caseiro
1 xícara e 1/2 (chá) de creme de leite fresco
1/2 cebola
1 dente de alho
1/2 colher (chá) de orégano (fresco ou desidratado)
1/2 colher (chá) de tomilho (fresco ou desidratado)
Azeite de oliva extravirgem a gosto
Sal e pimenta-do-reino à gosto

Modo de preparo:
Em uma vasilha, coloque o grão-de-bico cru e cubra completamente
os grãos com água filtrada. Acrescente ½ colher de chá de vinagre branco de
álcool (ou de sumo de limão) e deixe de molho por 8 horas. No meio do
período, troque a água e acrescente novamente o vinagre ou o sumo de
limão. Após a demolha, escorra bem e descarte toda a água. Lave os grãos e
coloque-os em uma panela de pressão. Cubra completamente com água
filtrada e deixe cozinhar por 30 minutos depois que pegar pressão. Ao final,
desligue o fogo, escorra bem e reserve. Você verá que os grãos estão bem
macios ao toque, mas não estão desmanchando. Esse é o ponto que
desejamos (se você perceber que os grãos ainda estão um pouco duros,
cozinhe mais um pouco).
Pique a cebola e o alho em cubos pequenos e corte os cogumelos em
fatias. Você pode usar qualquer variedade como champignon, Portobello,
shitake ou paris (caso não aprecie o sabor, pode substituir por palmito). Em
uma panela, coloque um fio de óleo e acrescente o alho, a cebola e os
cogumelos. Refogue em fogo médio por 2 minutos ou até a cebola ficar
transparente. Acrescente o grão-de-bico cozido à panela e refogue tudo por 5
minutos. Se necessário, acrescente mais um fio de azeite para ajudar no
processo. Aproveite para ir raspando o fundo da panela com sua colher de
pau mágica para ir dissolvendo os douradinhos que se formam que darão um
sabor especial ao preparo. Mexa a mistura sempre no sentido horário para
fortalecer a energia de fartura e abundância da sua receita. Enquanto faz isso
aproveite para entoar este encantamento:

"Misturando tudo eu vou,


Com um coração pleno estou.
Grão-de-bico eu te bendigo,
E meu desejo profundo eu te digo.
Uma vida abundante, sem dores e qualquer inimigo.
Um coração pulsante, pleno em amores e lar como abrigo.
Grão-de-bico, meu amigo.
Para alcançar este desejo conto contigo.”

Adicione à mistura o molho ou extrato de tomate, o ketchup e o


creme de leite e misture bem. Tempere com orégano, tomilho, sal e pimenta
e deixe cozinhar em fogo médio por cerca de 10 minutos, mexendo de vez
em quando, até engrossar. Está pronto o seu Strogonoffe de grão-de-bico
para Abundância. Sirva imediatamente para aproveitar toda a textura e
sabor. Agradeça a Mãe Terra por sua abundância e saboreie a sua receita
encantada.
A magia do grão-de-bico:
O grão-de-bico (Cicer arietinum) foi usado na alimentação dos povos
antigos na área conhecida como Crescente Fértil, que engloba Irã, Síria,
Líbano, Turquia, Jordânia, Israel, entre outros. Segundo arqueólogos, o grão-
de-bico integrava a lista de suprimentos encontrados nas tumbas dos faraós,
até mesmo do grande Tutancâmon. Com o passar dos séculos, o grão-de-bico
viajou para a Índia, chegando na Europa e depois nas Américas. Ele é
consagrado ao Sol e ao Elemento Terra e traz a energia da abundância e do
sucesso. Este grão irá trabalhar o seu campo energético pessoal, ajudando a
desbloquear travas energéticas e a trazer à luz da consciência quais crenças
limitantes estão te impedindo de viver uma vida com abundância.
Você sabia que o grão-de-bico é uma ótima fonte de proteína? Não à
toa que quem se torna vegetariano ou vegano costuma virar fã dele. Este é
um alimento rico em carboidratos, vitaminas, fibras e minerais. O grão-de-
bico é conhecido como o “grão da felicidade” por ser abundante em
triptofano, um aminoácido importante para a produção da serotonina, o
neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e felicidade. Ele
também possui uma boa quantidade de antioxidantes, substâncias que
neutralizam os radicais livres e ajudam na manutenção da saúde e do bom
funcionamento do nosso organismo. Grávidas se beneficiam muito do
consumo do grão-de-bico já que ele é uma das fontes naturais de ácido fólico
(também conhecido por vitamina B9), essencial para uma gestação saudável.
Na cozinha da bruxa, o grão-de-bico pode ser encontrado de diversas
formas nas feiras e mercados naturais: cru, cozido, desidratado, em forma de
farinha, como conserva, etc. Um alimento bem versátil, ele pode ser usado
em várias receitas culinárias mágicas como no preparo de petiscos, saladas,
acompanhamentos, lanches, como o protagonista de pratos principais (como
no caso da receita que ensinei) e até em doces.

Risotto da Boa Sorte com Louro


Ingredientes:
400g de arroz arbóreo
1 litro de caldo de legumes caseiro (já temperado)
2 taças vinho branco seco
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
1 cebola
2 dentes de alho
70g de manteiga (com sal)
Opcional: 115g de queijo parmesão ralado

Modo de preparo:
Em uma panela grande, coloque o caldo de legumes caseiro para
esquentar em fogo médio. Quando começar a ferver, desligue o fogo. Com o
auxílio de uma faca, pique o alho e a cebola em pedaços pequenos. Em outra
panela, aqueça o azeite e acrescente a cebola e o alho, refogando com
cuidado em fogo baixo até eles ficarem macios. Neste ponto, acrescente o
arroz e mexa delicadamente os grãos com a sua colher de pau mágica (no
sentido horário para fortalecer a energia de boa sorte) para que eles fritem
levemente até que comecem a ficar ligeiramente transparentes (o processo
demora em torno de um minuto). Neste momento, adicione as folhas de
louro junto com o vinho branco. Não se preocupe: todo o álcool irá evaporar,
mas o seu arroz ficará com um delicioso aroma e sabor. Aumente o fogo e
diga o seguinte encantamento:

"Que o Sol traga para mim a vitória


E a boa sorte esteja sempre presente em minha história
Louro, desperte o poder da sua folha sagrada
Prosperidade e sucesso farão parte da minha jornada
Tornando minha caminhada iluminada e encantada.”

Prossiga sem parar de mexer (este é o segredo de um bom risotto).


Quando o vinho começar a evaporar, diminua o fogo até o mínimo e
adicione uma concha do caldo de legumes quente junto com uma pitada de
sal. Continue mexendo a mistura no sentido horário até que o caldo evapore.
Então, acrescente outra concha de caldo e continue mexendo até evaporar
novamente. Você irá repetir este processo até usar todo o caldo de legumes
(o que irá demorar cerca de 15 minutos). Mas é importante que espere cada
concha de caldo ser absorvida antes de adicionar a próxima. Este passo é
essencial para que o amido do arroz seja liberado aos poucos enquanto o ele
cozinha, fazendo com que tenha um risotto bem cremoso com um arroz al
dente (tenro, mas com uma certa consistência no grão). Após usar todo o
caldo e ele secar por completo, desligue o fogo, retire as folhas de louro e
adicione a manteiga (e o parmesão caso deseje). Mexa bem e deixe o risotto
descansar por apenas 2 minutos para que ele fique extremamente cremoso
como deve ser. Está pronto o seu Risotto da Boa Sorte com Louro. Sirva
imediatamente para aproveitar toda a textura e sabor. Agradeça a Mãe Terra
por sua sorte e saboreie a sua receita encantada.
A magia do louro:
Seu nome científico vem do latim Laurus nobilis (que significa
“vitória nobre”). Originário da Ásia Menor, o loureiro acabou sendo levado
para a Grécia, onde foi dedicado ao Deus Apolo, Senhor do Sol. O mito
revela como Apolo se apaixona por uma bela ninfa que, na tentativa de fugir
da paixão cega do deus, termina metamorfoseada na árvore do loureiro,
cujas folhas, mesmo depois de caídas ou colhidas, permanecem verdes
exalando cheiro e sabor. Inclusive o nome desta ninfa era Dafne (em grego
clássico: Δάφνη), que significa “Loureiro”. Por ser a erva de Apolo, o louro
se tornou símbolo de glória entre os gregos, passando a adornar as cabeças
dos heróis, artistas, políticos, poetas, atletas e guerreiros vitoriosos através
das famosas coroas de louro. Este costume deu origem ao termo “laureado”
e à expressão “louros da vitória”.
Você sabia que o louro possui diversas propriedades terapêuticas? É
rico em vitaminas A e C, minerais como potássio e selênio, e antioxidantes e
possui ação antisséptica, calmante, analgésica, tônica, diurética, anti-
inflamatória, etc. Suas propriedades calmantes podem ajudar no combate ao
estresse e a ansiedade. O louro também pode atuar como expectorante em
casos de gripe, resfriado, bronquite e outras doenças do aparelho
respiratório. O louro auxilia na boa digestão pois estimula os movimentos
peristálticos e aumenta as secreções digestivas, além de favorecer a
diminuição dos gases e sua eliminação pelo organismo, sendo assim
empregado e recomendado para casos de desconforto e cólicas. Inclusive é
por esse motivo que as folhas de louro são muito usadas durante o cozimento
de grãos e leguminosas para melhorar a digestibilidade deles. Mas saiba que
o louro pode ser usado de diversas maneiras, inclusive para preparar um
delicioso chá ou para aromatizar sobremesas à base de leite, arroz e frutas
(principalmente as cítricas), concedendo à estas um aroma agradável,
exótico e picante.
Se quiser cultivar o louro em seu jardim da bruxa, saiba que ele é
uma árvore que, geralmente, atinge menos de 10 metros de altura, mas que
pode chegar a atingir 18 metros. Ele pode ser plantado diretamente no solo
ou em vasos, desde que sejam grandes e largos o suficiente para o
desenvolvimento das suas raízes.

Bolinho de Arroz da Prosperidade


Ingredientes:
3 xícaras (chá) de arroz cozido (já temperado)
1 dente de alho
1 cebola
1/2 cenoura
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
3 ovos
1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
4 colheres (sopa) de amido de milho
1 colher (chá) de orégano desidratado
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Comece descascando a cebola e o alho. Após, pique o alho em cubos
pequenos e corte à cebola ao meio, fatiando-a em seguida em formato de
meia-lua (tome cuidado pois fatias muito finas queimam mais rápido, antes
de caramelizar.). Leve ao fogo baixo uma frigideira de tamanho médio.
Acrescente 1 colher (sopa) de azeite e junte a cebola. Não encha demais a
frigideira para não correr o risco de acumular a água liberada pela cebola e o
processo demorar ainda mais. Tempere com uma pitada de sal e deixe
cozinhar por cerca de 15 minutos, mexendo de tempos em tempos, para não
queimar o fundo. Faça isso no sentido anti-horário para fortalecer o poder de
limpeza e proteção da cebola e não aumente o fogo para tentar apressar as
coisas. Se fizer isso, as cebolas vão queimar e não caramelizar. Se tirar da
panela antes da hora, elas não chegarão ao ponto certo. Faça isso até o
volume reduzir pela metade e as cebolas estarem macias, adocicadas e
marrom escuro. Ao final, transfira as cebolas douradas para uma tigela
grande. Acrescente o arroz cozido, aquele que você preparou já faz alguns
dias e que está começando a “ficar velho” na geladeira (vamos reaproveitá-
lo e dar uma nova vida a ele). Misture bem e reserve.
Lave bem e passe a cenoura (com casca) pela parte grossa do ralador.
Usando a mesma frigideira (não precisa lavar, vamos aproveitar o sabor que
as cebolas deixaram), acrescente mais um fio de azeite, a cenoura ralada e o
alho picado. Refogue por cerca de 2 minutos e depois junte tudo ao arroz,
misturando bem com a sua colher de pau mágica (desta vez no sentido
horário para fortalecer a energia de boa sorte). Acrescente o queijo ralado e
experimente a mistura. Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Em
seguida, adicione os ovos e o amido de milho, mexendo tudo muito bem até
incorporar eles na mistura enquanto diz o seguinte encantamento:

"Este arroz reaproveitado,


Em minha mão se torna encantado.
Que ele traga boa sorte ao meu lar,
Para que a prosperidade aqui possa morar.
Enquanto o alho e cebola vem banir e limpar,
A cenoura desperta a clareza e a leveza.
Para que eu receba a benção da natureza.”

Limpe a sua frigideira e leve ela ao fogo médio. Quando aquecer,


regue com óleo suficiente para cobrir todo o fundo (não precisa ser muito, já
que não iremos fritar por imersão). Adicione duas colheradas da mistura de
arroz na frigideira e achate levemente com as costas da colher para deixar o
bolinho no formato de uma panqueca ou hambúrguer. Deixe cozinhar por
cerca de 2 minutos e vire com uma espátula para dourar o outro lado por
igual. Se a sua frigideira for grande, você poderá fazer de 1 a 2 bolinhos por
vez, apenas deixe um espaço entre eles para que não grudem. Transfira os
bolinhos prontos para uma travessa e repita com toda a mistura de arroz (se
necessário regue a frigideira com mais óleo). Está pronto o seu Bolinho de
Arroz da Prosperidade. Sirva imediatamente para aproveitar toda a sua
textura e sabor. Agradeça a Mãe Terra por sua prosperidade e saboreie a sua
receita encantada.
A magia do arroz:
O arroz (Oryza sp.) é regido pelo Sol e pelo Elemento Ar. Sua
energia favorece a prosperidade, fartura, fertilidade e proteção. Vou te contar
um segredo: Sabia que jogar arroz fora traz azar? É a mesma coisa que jogar
fora toda a energia que ele traz. Ele é o terceiro cereal mais cultivado no
mundo, alimentando assim mais da metade da população humana. Ele possui
sua origem na Ásia com referências na literatura chinesa que datam cerca de
10.000 anos. Nos países asiáticos existem divindades do arroz e diversos
mitos associados a este cereal. Para os japoneses, desperdiçar arroz é uma
ação imperdoável já que, além de conferir sorte, o arroz também é usado
para dispersar espíritos malignos. Já na China, o arroz é jogado sobre os
recém-casados para que eles tenham sorte, prosperidade e fertilidade (sim,
esta é a origem da tradição que se espalhou pelo globo).
Você sabia que o arroz é um cereal rico em carboidratos e assim uma
maravilhosa fonte de energia para o organismo? Além disso, também contém
aminoácidos, vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do
nosso organismo.
Aqui no Brasil, o arroz encontrou seu par junto do feijão e assim se
tornou a comida clássica da mesa dos brasileiros. Os historiadores não
sabem ao certo a origem dessa combinação, mas a teoria mais aceita é de
que o arroz foi trazido pelos portugueses para o Brasil e, devido ao seu sabor
e textura, passou a ser consumido junto com o feijão, que já era um antigo
conhecido dos ameríndios. Os especialistas sempre indicam que, para uma
alimentação saudável e equilibrada, devemos combinar uma fonte de cereal
com uma leguminosa. Assim, ao unir o arroz com o feijão nosso organismo
tem acesso a todos os chamados aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles
que não são produzidos pelo nosso organismo e são usados na construção
dos tecidos, no reforço do sistema imune e na manutenção das células.
Existem cerca de 20 tipos de arroz diferentes como: branco, integral,
carnoli, preto, arbório, japonês, basmati, tailandês, agulha, glutinoso,
parboilizado, etc. Essa diversidade nos possibilita comer arroz com
variações no tamanho dos grãos, na cor, no sabor, no teor de amido, no
beneficiamento e no teor nutricional.
O arroz é um verdadeiro coringa pois pode ser usado em receitas
salgadas ou doces e combina com diversos tipos de sabores, aromas e
acompanhamentos. Ele pode ser reinventado a cada dia de acordo com a
variação dos ingredientes utilizados em suas receitas culinárias mágicas.

Abobrinha Recheada para Fartura

Ingredientes:
2 abobrinhas italianas grandes
1 xícara (chá) de proteína de soja texturizada (PTS)
1/2 cebola
1 dente de alho
2 xícaras (chá) de água
2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
1/2 xícara (chá) de molho de tomate caseiro
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
1 colher (chá) de vinagre branco
2 colheres (chá) de páprica defumada
2 fatias de queijo muçarela
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Você irá começar a
receita fazendo a hidratação da proteína de soja. Leve à água ao fogo para
aquecer e, enquanto isso, coloque a PTS em uma tigela grande. Quando
começar a fervura, jogue toda água sobre a proteína de soja. Adicione 1
colher de chá de vinagre branco na mistura e deixe descansar por 20
minutos. Após, escorra a água e aperte bem a soja para retirar todo o excesso
de líquido absorvido. Reserve.
Lave bem a casca das abobrinhas e seque. Corte cada abobrinha ao
meio no sentido do comprimento e com uma colher, retire parte do miolo.
Deste jeito, cada metade ficará no formato de uma canoa para rechear.
Reserve as abobrinhas e aproveite para picar em pedaços bem pequenos o
recheio que você retirou. Descasque o alho e a cebola e pique em cubinhos.
Em uma panela, acrescente o azeite de oliva e leve ao fogo. Quando aquecer,
coloque o alho e a cebola picados e refogue até a cebola ficar transparente.
Acrescente o miolo da abobrinha junto com a proteína de soja já hidratada e
refogue. Adicione o molho de tomate e misture bem. Finalize com a páprica
defumada e o sal a gosto.
Transfira as abobrinhas para uma assadeira, com a cavidade voltada
para cima. Coloque uma fatia de queijo muçarela dentro de cada cavidade.
Depois, com uma colher, distribua o recheio sobre a muçarela, preenchendo
a cavidade de cada abobrinha e regue com um fio de azeite. Polvilhe o
queijo ralado sobre o recheio e leve a assadeira ao forno para assar por cerca
de 30 minutos ou até dourar. O tempo pode variar de acordo com o forno,
então tome cuidado. Quando estiver no ponto certo, retire do forno. Está
pronta a sua Abobrinha recheada para Fartura. Sirva imediatamente para
aproveitar toda a textura e sabor. Agradeça a Mãe Terra por sua fartura e
saboreie a sua receita encantada.
A magia da abobrinha:
Você sabia que a abobrinha (Cucurbita pepo) é um vegetal que
pertence à família das cucurbitáceas, assim como a melancia, o melão, o
pepino e a abóbora? Ela possui sua origem na região da Mesoamérica (muito
provavelmente na região do Peru) onde já era cultivada há mais de 7.000
anos, mas a abobrinha italiana, que tanto usamos aqui no Brasil, foi obtida
em Milão no final do século XIX, após alguns cruzamentos entre diferentes
tipos ancestrais de abobrinha.
As propriedades mágicas da abobrinha estão ligadas a fortuna, a
prosperidade e a riqueza. Mas como ela possui a Lua e o Elemento Terra
como regentes, este vegetal atua de um modo bem diferente dos ingredientes
presentes nas outras receitas de prosperidade que você aprendeu até aqui. A
abobrinha não irá atrair prosperidade ou abrir os caminhos para que a
abundância se manifeste. Na verdade, por sua conexão com as nossas
emoções, ela irá trabalhar as crenças limitantes que carregamos em relação à
fartura, a riqueza, ao merecimento de receber valores e outras questões
financeiras.
A abobrinha possui baixo valor calórico e é rica em água e em
vitaminas A, C, E e do complexo B, além de mineiras como fósforo e cálcio.
Ela ajuda na saciedade devido ao seu alto teor de fibras e na digestão. No
entanto, para aproveitar esse benefício a abobrinha deve apenas ser lavada,
não devendo ser descascada, já que as fibras se concentram principalmente
em sua casca. A abobrinha também ajuda na redução das inflamações
intestinais e possui efeito laxante. Por isso, é muito recomendada por
especialistas para pessoas com problemas gastrointestinais como má
digestão, gastrite e prisão de ventre.
Além destas qualidades, a abobrinha tem propriedades antioxidantes
por possuir luteína e zeaxantina, ajudando a combater os radicais livres,
prevenindo o envelhecimento e o adoecimento do corpo. Também auxilia na
redução da fadiga mental, no bom funcionamento do intestino e ajuda na
formação dos ossos e dentes.
Existem muitas variedades de abobrinha, mas, aqui no Brasil,
encontramos principalmente a italiana. Na cozinha da bruxa, todas as suas
partes podem ser usadas: casca, polpa e sementes. Ela pode ser usada crua
(ralada ou em rodelas) em saladas, assada (ganhando um sabor mais
adocicado), refogada ou cozida (ficando macia e suculenta) ou grelhada
(apresentando uma textura mais firme). Quando for escolher a sua, prefira
uma com casca brilhosa e firme ao toque e, se possível, que esteja com o
cabinho (assim ela irá durar mais tempo). As menores costumam ser mais
tenras e saborosas. Se tiver acesso, as suas flores são comestíveis (desde que
sejam orgânicas) e podem ser usadas para decorar pratos e saladas.
Molho Bechamel para Prosperidade

Ingredientes:
1 litro de leite gelado
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de manteiga
1 pitada de noz-moscada ralada na hora
1 folha de louro
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Em uma panela média, acrescente a manteiga e leve ao fogo baixo
até que ela derreta por completo. Neste ponto, junte a farinha e mexa
vigorosamente com sua colher de pau mágica (faça no sentido horário para
fortalecer a intenção de crescimento, prosperidade, sucesso e boa sorte), por
cerca de 2 minutos. Na culinária francesa, a mistura que você vai obter após
esse processo se chama roux e serve para engrossar molhos em geral (fica a
dica da bruxa). Ainda com o fogo ligado, acrescente todo o leite gelado na
panela e, com a ajuda de um batedor de arame, mexa bem para
homogeneizar a mistura. Permaneça mexendo até levantar fervura. Neste
ponto, adicione a folha de louro, abaixe o fogo e deixe o molho cozinhando
por cerca de 10 minutos, misturando de tempos em tempos com sua colher
de pau mágica. Fique de olho pois esse tempo poderá variar de acordo coma
potência do seu fogão.
Ao final, você terá um molho com a textura aveludada e cremosa. Se
ele empelotar, bata no liquidificador e volte à panela. Para finalizar, retire o
louro, lave a folha e devolva a natureza. Após, tempere o molho com noz-
moscada ralada na hora enquanto afirma a sua intenção:

"Noz moscada,
A Jupiter consagrada
Traz para mim a prosperidade desejada
Especiaria ralada,
Espalhe a riqueza em meu caminho
Para que o dinheiro sempre encontre em mim o seu destino.”

Acrescente sal e pimenta-do-reino moída a gosto. Está pronto! O


molho bechamel entra como base para diversas outras receitas como sopas,
recheios, cremes, suflês, etc. Também pode ser usado para gratinar pratos e
cobrir ou rechear massas como macarrão, conchiglione e lasanha.
A magia da noz-moscada:
A noz-moscada (Myristica fragrans) é uma das especiarias mágicas
mais famosas e saborosas que existem. Ela tem origem na região da
Indonésia e da Índia e chegou no Ocidente carregada nos navios na época
das Grandes Navegações onde era usada para conservar os alimentos. Diz
uma antiga lenda que o seu aroma lembra o das aves-paraíso e que suas
flores caem ao solo como se estivessem embriagadas.
A noz moscada é uma especiaria consagrada à Júpiter e ao Elemento
Terra e irá trazer a vibração da prosperidade, da boa sorte, da proteção e da
consciência psíquica. Ela é capaz de estimular a coragem e de colocar a
pessoa em contato com a vida, transmitindo segurança ao trabalhar o
sentimento de carência e vazio. Na receita deste molho, ela ajuda a abrir os
caminhos para a boa sorte e o sucesso junto com o Louro. A sinergia dela
com a pimenta-do-reino traz proteção contra energias negativas que possam
bloquear o fluxo de prosperidade.
Você sabia que, para não perder o aroma, o ideal é triturar ou ralar a
noz moscada apenas na hora de colocar no prato? Ela é uma especiaria muito
delicada, que se torna “velha e rançosa” facilmente e por isso, muitas vezes
você poderá comprar noz moscada já moída para facilitar a sua vida na
cozinha e se deparar com um pó quase sem aroma. Seu gosto poderia ser
descrito como uma mistura da pimenta-do-reino com a canela, porém é mais
sutil e delicado.
A noz moscada é muito usada na culinária devido a sua versatilidade
e capacidade de acentuar o sabor dos ingredientes presentes na receita. Ela
combina com pratos doces (como biscoitos, tortas, pudins, cremes, bolos e
bebidas quentes) ou salgados (como pães, molhos, queijos, purês de
legumes, proteínas de origem vegetal ou animal, etc.). Essa especiaria é
muito usada em pratos indianos, sendo uma das especiarias mais usadas na
criação da masala de temperos mais famosa do mundo, o curry (também
chamado de caril). A noz moscada também entra na receita de diversas
bebidas como vinhos quentes e drinks à base de gin e de chás como o nosso
quentão e o masala chai indiano.
A noz moscada é rica em antioxidantes que ajudam no combate aos
radicais livres e assim melhoram nossa saúde e sistema imune. Ela também
possui compostos com ação anti-inflamatória que ajudam a reduzir a
inflamação crônica no corpo e beneficiar pessoas com tais condições. Ela é
capaz de estimular o apetite e as secreções gástricas, além de ajudar a
eliminar os gases, eliminar o cansaço e a letargia e possui propriedades
afrodisíacas.
Mas um aviso importante. A Mãe Terra é sábia e nos ensina que a
noz moscada deve ser usada em pequena quantidade. A ingestão em demasia
poderá provocar intoxicação com efeitos colaterais graves. Por este motivo,
a noz moscada nunca será a base dos preparos e sempre estará presente em
pequenas doses nas receitas.

Polenta Cremosa de Milho para Riqueza


Ingredientes:
2 xícaras (chá) de fubá pré-cozido
2 colheres (sopa) de manteiga (com sal)
300g de milho-verde
300g de queijo parmesão
2 litros de água
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Em uma panela grande, adicione a água e leve ao fogo médio até
iniciar fervura. Neste ponto, diminua o fogo e comece a adicionar o fubá aos
poucos, mexendo com um batedor de arame para não empelotar. Quando a
polenta encorpar, coloque a manteiga e misture vigorosamente até ela
derreter. Mantenha a panela em fogo baixo e troque o batedor de arame por
sua colher de pau mágica. Continue a mexer a polenta sem parar por 15
minutos para que o fubá cozinhe por completo. Faça movimentos no sentido
horário, visualizando a energia da riqueza crescendo em sua vida. Aproveite
este momento para dizer o seguinte encantamento:

"Milho no campo plantado,


Pelas minhas mãos você foi debulhado.
Grão antigo cor de ouro.
Revele para mim o seu tesouro.
Milho encantado.
À Pachamama sagrado.
Traga riquezas sem fim
E toda a prosperidade para mim.”

Passado o tempo, acrescente o milho e o queijo ralado junto com a


pimenta-do-reino moída na hora a gosto. Misture bem com sua colher de pau
mágica para incorporar e distribuir todo o sabor. Está pronta a sua Polenta
Cremosa com Milho para Riqueza. Sirva imediatamente para aproveitar
toda a textura e sabor. Agradeça a Mãe Terra por sua riqueza e saboreie a sua
receita encantada.
A magia do milho:
O milho (Zea mays) é considerado um alimento sagrado para
diversas culturas. Seu cultivo pelos seres humanos começou entre 7.500 e
12.000 anos atrás nas ilhas do México. Após isso, se espalhou pelas
Américas, tornando-se a base da alimentação entre muitos povos. O milho
tornou-se essencial para a sobrevivência e desenvolvimentos dos povos
ameríndios, assim como o trigo foi para as civilizações da Europa. Na
Cordilheira dos Andes, ele foi considerado um dos grãos sagrados à
Pachamama (nome dado pelos povos nativos da região para Mãe Terra) e
eram chamados de “ouro da terra” por representarem a riqueza (física,
material e espiritual) oferecida pela Grande Mãe.
Sua importância se perpetuou ao longo dos séculos e, atualmente, o
milho se tornou o grão mais cultivado no mundo graças à sua capacidade de
se adaptar a vários ambientes (frios ou quentes, secos ou úmidos, de baixas
ou altas altitudes). Além do tipo amarelo tradicional que mais encontramos e
conhecemos, existem diversas outras variedades: branca, rosa, preta, rajada,
etc. Ainda encontramos grãos mais duros ou moles e espécies com espigas
longas ou pequenas.
O milho é um grão consagrado ao Sol e ao Elemento Fogo. Ele
carrega a energia da prosperidade, abundância, boa sorte e brilho solar junto
com a capacidade de transmutar a negatividade em positividade. Logo, o
milho pode ser usado para afastar o azar e aumentar a riqueza em nossas
vidas. E o milho pode ser usado por completo em seus feitiços: os grãos
podem entrar em receitas culinárias mágicas para prosperidade, a palha e
cabelos podem ser usados em defumações para atrair sorte e o sabugo ainda
pode ser usado em magias para trazer vitória.
Você sabia que o milho é um alimento complexo e saudável, rico em
carboidratos complexos, proteínas, vitaminas e minerais? Esses nutrientes
atuam auxiliando na condução dos impulsos nervosos, beneficiando tudo
relacionado à essa condução (como a memória). Além disso, eles também
ajudam a evitar as câimbras e a fadiga muscular e trazem o fortalecimento da
saúde óssea e cardiovascular. Seus grãos são uma boa fonte de ácido fólico
(vitamina B9), que é essencial para uma gestação saudável e para a boa
formação do embrião, e de antioxidantes (como a luteína e zeaxantina), que
auxiliam a manter nossa saúde em dia e trazem proteção contra doenças
degenerativas oculares associadas à idade (como a catarata e degeneração
macular). O milho também possui um alto teor em fibras insolúveis que
aumentam a sensação de saciedade, ajudam a diminuir a absorção da gordura
presente nos alimentos (atuando na regulação do colesterol) e melhoram a
saúde intestinal. Este é um grão que naturalmente não contém glúten e, por
isso, as farinhas feitas a base de milho (como o fubá e o amido de milho)
podem ser consumidas por pessoas com doença celíaca ou intolerância ao
glúten, desde que não tenham sofrido contaminação cruzada.
Aqui no Brasil encontramos as espigas, os grãos já debulhados, as
farinhas, o óleo e até o xarope de milho. Ele é uma das estrelas das nossas
típicas Festas Juninas e é usado em pratos salgados como polenta, cuscuz,
torta e a famosa pipoca e até em pratos doces como bolo, canjica, pamonha,
etc.
Inclusive, você pode cultivar milho em seu jardim (se tiver espaço
suficiente) ou plantar milho de pipoca em pequenos vasos para cultivar
grama de milho, um alimento muito apreciado por animais como gatos,
coelhos e roedores.

Geleia de Figo para Aumentar a Fartura


Ingredientes:
6 figos maduros
1/4 de xícara (chá) vinho tinto
1/2 xícara água
2/4 de xícara (chá) de açúcar
1 unidade de canela em pau
2 unidades de cravo-da-índia

Modo de preparo:
Lave bem os figos em água para higienizar a casca. Após, retire o
cabinho e corte o figo em pedaços menores. Coloque eles em uma panela
junto com os demais ingredientes. Leve ao fogo baixo e permaneça mexendo
usando sua colher de pau mágica no sentido horário para fortalecer a sua
intenção. Aproveite o momento para dizer o seguinte encantamento:

"Figo maduro,
Traga a prosperidade que procuro.
Figo com sementes abundantes,
Traga dinheiro como nunca vi antes.
Canela em pau,
Traga riqueza e afaste o mal.
Que esta geleia se torne encantada
E a minha conta bancária recheada.”

Quando o açúcar caramelizar e a mistura começar a engrossar,


mantenha o fogo baixo e deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, por 30
minutos. O tempo irá variar de acordo com o seu fogão, então é importante
permanecer com atenção à mistura.
Para saber se a sua geleia já está no ponto certo, retire uma colher de
chá da geleia e coloque sobre uma superfície fria e lisa (como um prato ou
uma bancada de pedra). Se ela ficar cremosa ao entrar em contato com a
superfície, está no ponto desejado. Se ficar muito dura, passou do ponto
(adicione um pouquinho de água, misture bem e volte ao fogo novamente).
Se ficar muito mole, precisa cozinhar no fogo mais um pouco. Quando a
geleia chegar no ponto certo, retire do fogo. Como ela foi feita com o figo
inteiro, você pode usar o liquidificador ou mixer para "pulsar" a sua geleia e
deixar ela com menos pedaços e mais uniforme. Caso opte por fazer isso,
tome cuidado para não se machucar com a geleia quente.
Com uma concha, transfira a geleia ainda quente para um pote de
vidro reaproveitado e esterilizado, deixando livre cerca de 2 cm (mais ou
menos um dedinho) até a tampa. Em seguida, feche bem o pote para formar
vácuo (cuidado nesta etapa para não se machucar pois o vidro irá esquentar).
Esta geleia pode ser conservada pronta (fechada a vácuo) por até 2 meses em
temperatura ambiente ou 6 meses no congelador. Após aberta, dura por até 1
mês na geladeira.

Torta com Geleia Mágica de Figo


Ingredientes da massa:
200 g de bolacha maisena
130 g de manteiga (sem sal) em temperatura ambiente

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno à 180°C (temperatura média). Em um
processador ou liquidificador, adicione as bolachas picadas e bata até obter
uma farinha fina. Em uma tigela grande, misture bem essa farinha com a
manteiga usando suas mãos até obter uma massa uniforme e, em seguida,
distribua ela em uma fôrma de fundo removível (com cerca de 24 cm de
diâmetro) e pressione bem a massa contra o fundo e laterais da fôrma com o
auxílio da sua colher de pau ou das suas mãos. Faça alguns furinhos com um
garfo e leve a massa ao forno preaquecido para assar por 10 minutos (ou até
que ela fique douradinha). O tempo pode variar de acordo com o forno,
então tome cuidado. Quando estiver no ponto certo, retire do forno e reserve.
Ingredientes do recheio:
500 ml de leite
120 g de açúcar
50 g de manteiga (sem sal) em temperatura ambiente
1 ovo
5 gemas
40 g de amido de milho
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Modo de preparo:
Em uma panela grande, misture o leite com metade do açúcar e a
manteiga e leve ao fogo baixo, mexendo sempre com sua colher de pau
mágica até começar a ferver. Neste ponto, desligue o fogo e reserve (não
retire o leite fervido da panela, você voltará a usar ela). Em uma tigela, bata
as gemas junto com o ovo, o amido e o restante do açúcar usando um
batedor de arame ou um garfo até obter uma mistura homogênea. Em
seguida, acrescente essa mistura aos poucos ao leite fervido e volte a panela
ao fogo baixo, mexendo sempre com sua colher de pau mágica até engrossar.
Enquanto mexe, diga o seguinte encantamento:

"Creme mágico feito com leite e ovo,


Traga energia e faça de mim alguém novo.
Nutra o meu corpo e a minha alma,
Para que nesta casa nunca falte nada.”

Após, acrescente o extrato de baunilha, misture apenas para


incorporar e desligue o fogo. Coloque a mistura em uma tigela, cubra com
filme-plástico (encostando na superfície do creme para não criar aquela
película grossa) e reserve até esfriar bem. Ao final, desenforme a massa,
espalhe o creme de confeiteiro já frio, cubra com a Geleia de Figo para
Aumentar a Fartura e decore com alguns figos cortados. Está pronta! Caso
queira, você pode colocar ela na geladeira por 1 hora para servir geladinha (o
creme irá engrossar ainda mais caso faça isso).
A magia do figo:
O figo (Ficus carica) foi uma fruta muito importante na história, em
especial na região do Mediterrâneo, pois era produzida naturalmente em
abundância e tinha a vantagem de poder ser seca e armazenada para
alimentação durante meses. Existem cerca de 1.000 espécies de figueiras no
mundo e podem ser encontradas especialmente em regiões de clima tropical
e subtropical.
No mito de Deméter e Perséfone presente nos Mistérios de Eleusis,
enquanto Deméter lamentava o desaparecimento da filha, a Deusa pousou
sua mão fria de tristeza sobre a terra e retirou toda a fertilidade como uma
punição. Enquanto ela não se reencontrasse com Perséfone, os campos e
árvores não produziram mais alimentos. Ela então toma a decisão de
percorrer toda a terra para procurar sua filha usando um disfarce para não ser
reconhecida. Durante um dos momentos mais difíceis dessa jornada, quando
o coração de Deméter pesava com tanta saudade e ela pensava em desistir de
sua busca, ela foi acolhida por um camponês chamado Phytalos que lhe deu
esperanças com sua gentileza. Para agradecer, Deméter o presenteou
colocando suas mãos novamente sobre a terra fazendo surgir as primeiras
figueiras, as árvores de figo, conectando assim essas frutas ao amor
incondicional. Já outro mito diz que Deméter deu os figos de presente ao
Deus Dionísio, relacionando suas frutas à fertilidade. A figueira também
aparece em outros mitos ao redor do mundo. Por exemplo, para os budistas,
a figueira é uma árvore sagrada pois Buda teria alcançado a sua revelação e
iluminação embaixo de uma delas.
O figo é regido por Júpiter e pelo Elemento Fogo e suas propriedades
mágicas estão ligadas ao amor (em todas as suas formas como vemos no
mito de Deméter), a fertilidade e paixão, a prosperidade e a boa sorte.
Mas vou contar um segredo: A figueira não floresce como as demais
árvores frutíferas. O que chamamos de figo não é um fruto, mas sim um
siconio: um receptáculo fechado em formato de pera que abriga em seu
interior as flores da figueira. A árvore produz dois tipos de siconio:
masculino e o feminino (o masculino não é consumido pelos seres humanos,
ele serve apenas para fornecer o pólen para fecundar o feminino). Existe um
inseto específico responsável pela produção dessa fruta tão mágica: a vespa
do figo. Ela visita o siconio masculino e o feminino para promover a
polinização e aproveita para botar seus ovos, mas acaba morrendo dentro do
siconio feminino durante o processo. Cada uma das flores polinizadas geram
um fruto que, na verdade, é uma daquelas espécies de “sementinhas” que
garantem a crocância do figo quando comemos. Ah, e não se preocupe: O
figo que comemos não possui vespas mortas em seu interior, pois a planta
produz uma enzima chamada ficina que decompõe o corpo da vespa em
proteínas.
Você sabia que o figo é uma fruta rica em vitaminas, minerais, fibras
solúveis e compostos antioxidantes como flavonoides dos ácidos fenólicos?
A fruta também tem ação diurética, graças a alta concentração de potássio e
à baixa concentração de sódio, podendo auxiliar no controle dos níveis da
pressão arterial. As sementes podem ter um leve efeito laxante, ajudando na
constipação intestinal. Na cozinha da bruxa, o figo pode ser usado fresco ou
desidratado em diversas receitas acompanhando proteínas, incrementando
uma salada de folhas ou de frutas, ser saboreado junto de queijos, conferir
sabor a massas diversas e ainda pode ser servido como sobremesa, como
geleias, sorvetes, bolos, pudins e tortas.
Receitas Mágicas para Amor

Etimologicamente, a palavra amor se originou do latim amor, um termo que


tinha exatamente o mesmo significado que atualmente: sentimento de
carinho, demonstração de afeto, paixão ou grande desejo. Nas sociedades
antigas, o amor era considerado o sentimento primordial que alimentava
todas as outras ações e sentimentos. O amor pode ser manifestado de
diferentes maneiras: amor romântico, amor platônico, amor-próprio, amor
materno ou paterno, amor entre irmãos (fraterno), amor entre amigos
(philia), amor incondicional, etc.
Neste capítulo, você encontrará receitas culinárias mágicas que
carregam a energia do amor através das propriedades mágicas dos
ingredientes usados em seu preparo. Abaixo estão as melhores
correspondências mágicas para fortalecer a sua intenção:

Dia da semana: Sexta-feira


Fase da lua: Crescente ou Cheia
Cor de vela: Vermelha ou rosa

Macarrão com Tomate e Manjericão para Fortalecer a


Relação
Ingredientes:
250 gramas de macarrão (da sua preferência)
40 ml de molho de tomate caseiro
2 tomates maduros
1/2 cebola
1 dente de alho
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
Folhas frescas de manjericão a gosto
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Opcional: Queijo parmesão a gosto para servir

Modo de preparo:
Coloque água em uma panela grande e leve ao fogo médio. Quando
começar a fervura, acrescente uma pequena porção de sal (como dizem os
italianos: a água do macarrão é salgada como a água do mar). Após, prepare
o macarrão que você escolheu conforme as indicações da embalagem. No
geral, elas seguem uma mesma proporção que é 1 litro de água para cada
100 gramas de macarrão. Como você está preparando 250 gramas, terá que
deixar a massa cozinhando por cerca de 8 minutos, mexendo de vez em
quando para que os fios do macarrão fiquem bem soltinhos.
Enquanto a massa cozinha, pique o alho, a cebola e os tomates em
cubinhos pequenos. Após, em outra panela, acrescente o alho e cebola
picados junto com o azeite e refogue tudo com cuidado até a cebola ficar
transparente. Neste ponto, acrescente o seu molho de tomate caseiro em
deixe a mistura cozinhar por 1 minuto e reserve. Aproveite para
experimentar o macarrão com cuidado. Quando a massa estiver al dente
(cozida e levemente macia, mas com uma certa resistência quando é
mordida), desligue o fogo, retire a panela e leve a massa para escorrer toda a
água. Após, acrescente a massa na panela em que está o molho e, no fogo
baixo, misture bem por 1 minuto. Desligue o fogo, adicione os tomates
cortados em cubos e um punhado de folhas frescas de manjericão enquanto
diz:

"Deusa ouça a minha oração,


Desperte em mim o poder da atração.
Tomate e Manjericão unidos aqui estão,
Para fortalecer o amor no coração.
Mãe Terra, proteja o meu relacionamento,
Para que a paixão esteja presente a todo momento.”

Misture novamente e agora é só servir seu macarrão acompanhado de


um delicioso queijo parmesão ralado. Está pronto o seu Macarrão com
Tomates e Manjericão para Fortalecer o Amor. Sirva imediatamente para
aproveitar toda a textura e sabor. Agradeça a Mãe Terra por seu amor e
saboreie a sua receita encantada.
A magia do tomate:
Vou te contar um segredo: todo mundo pensa que o tomate vem da
Itália, mas, na verdade, ele é nativo da América do Sul. Alguns especialistas
defendem que o tomate (Solanum lycopersicum) é originário dos povos Incas
no Peru. Outros afirmam que é originário dos povos Astecas do México e
seu nome teria origem na palavra asteca tomatl.
Preciso te dizer outra coisa: na verdade, o tomate não é uma
leguminosa, mas sim uma fruta!! Verdade! E ele é da mesma família
Solanaceae que inclui a batata, o tabaco, a berinjela, o pimentão e outras
plantas consideradas venenosas e associadas a bruxaria desde a antiguidade
como a beladona, a datura e a trombeta de anjo (as famosas NightShades).
Um jeito fácil de identificar uma possível planta da família Solanaceae é que
todas elas produzem frutas que ostentam o mesmo adorável chapeuzinho
verde na região do cabo (do pedúnculo que prendem ela ao galho). Essas
plantas receberam essa fama tão misteriosa devido a presença de
glicoalcalóides, compostos amargos que são encontrados em toda a planta,
mas suas concentrações são especialmente altas em folhas, flores e frutos
imaturos (que ainda estão verdes). Eles estão lá para defender as plantas
contra bactérias, fungos, vírus e insetos, mas podem ter efeitos tóxicos
graves quando ingeridos pelos seres humanos e outros animais.
Por isso, quando o tomate chegou na Europa e na América do Norte,
era considerado venenoso e assim ninguém comia os seus frutos, apenas
usava o tomateiro como uma planta ornamental. Contudo, o coronel Robert
Gibbon desmentiu o mito ao fazer uma demonstração pública nas escadarias
dos tribunais de Salem, em New Jersey/EUA, onde comeu tomates maduros
sem sofrer problemas.
Depois disso, o tomate se espalhou pelo mundo, revolucionando a
culinária, em especial a Cozinha Italiana, onde fez morada e acabou se
unindo as massas, dando vida a diversos pratos que tanto amamos. Inclusive
na Itália ele acabou sendo chamado de pomodoro que significa “a maçã do
amor”. Sua fama foi tamanha que as mulheres começaram a secar as
sementes de tomate e colocar elas em um pequeno pedaço de tecido, que era
escondido no decote dos vestidos, como um talismã para atrair a atenção da
pessoa amada. E não é à toa já que o tomate é consagrado à Vênus e ao
elemento Água, trazendo em si a energia do amor e a paixão, nos fazendo
mergulhar em nossos sentimentos para compreendermos e expressarmos
nossos desejos mais profundos. Alguns autores também ligam essa fruta à
proteção (por sua ligação com os povos Astecas) e a prosperidade (por sua
grande quantidade de sementes, representando assim a abundância).
Você sabia que o ideal é consumir o tomate sempre maduro? Quanto
mais maduro, menor será a concentração dos glicoalcalóides e maior será a
concentração de nutrientes nele. Então já sabe: nada de comer tomate verde.
O tomate é um alimento rico em vitaminas e minerais, além de possuir
licopeno, um composto responsável por sua cor vermelha e que é
considerado um dos mais poderosos antioxidantes naturais que existem,
ajudando no combate aos radicais livres, moléculas que estão relacionadas
com o envelhecimento precoce e o câncer.
Na cozinha da bruxa, o tomate pode ser usado em diversas receitas
culinárias mágicas. Ele pode ser consumido fresco, desidratado ou assado,
em forma de molhos, conservas ou condimentos, nas tradicionais saladas,
como recheios em pães e, até mesmo, virar suco. Infelizmente o tomate que
encontramos hoje em mercados e feiras convencionais possui pouco menos
da metade dos nutrientes naturais da fruta devido aos métodos de agricultura
de massa (que faz uso excessivo de agrotóxicos e insumos agrícolas). Uma
forma de fugir disso é optar pelo consumo de tomates orgânicos, ou até
mesmo cultivar em casa um pequeno pé de tomate.

Molho Pesto para Apaziguar Brigas no Relacionamento

Ingredientes:
2 xícaras (chá) de folhas frescas de manjericão
1/2 xícara (chá) de pinoli (pode substituir por nozes picadas em
pedaços médios)
1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado
2 dentes de alho picados em pedaços médios
1 xícara e 1/2 (chá) de azeite de oliva extravirgem
Sal a gosto

Modo de preparo:
Originário de Gênova, na Itália, o molho pesto de manjericão é
considerado um dos mais versáteis e aromáticos que existem. Ele pode ser
saboreado em massas, pizzas, pães ou da forma que você mais gostar. A
palavra pesto tem origem no italiano pestare que significa “macerar”. O
preparo tradicional é feito no pilão, com muito cuidado para acentuar o sabor
do manjericão. Mas, atualmente, muitos se renderam a praticidade e utilizam
mixer ou liquidificador como auxílio. Porém, além de possuir lâminas de
alumínio, esses equipamentos produzem calor, que pode aquecer e oxidar as
folhas de manjericão, então o segredo é utilizar a velocidade mínima e dar
pequenas pausas para evitar o aquecimento. Então vou te ensinar os dois
métodos de preparo para que você possa escolher qual deseja usar:

No pilão: Coloque as folhas de manjericão e macere elas até criar


uma pasta homogênea. Aos poucos, vá acrescentando o sal e os outros
ingredientes. Deixe o azeite por último e vá incorporando aos poucos (em
ponto de fio) até obter uma mistura homogênea.

No Liquidificador ou mixer: Coloque todos os ingredientes, exceto


o azeite. Ligue o equipamento e vá incorporado ele aos poucos (em ponto de
fio) até que o molho fique na textura desejada (lembre-se de usar a
velocidade mínima e dê pequenas pausas para evitar o aquecimento).

Em ambos os casos: Ao terminar de preparar o seu molho pesto


mágico (independentemente do método escolhido), leve ele ao seu altar e
consagre dizendo as seguintes palavras:

"Manjericão sagrado ao coração,


Leve embora toda a dor e deixe apenas o amor
Acabe com todas as brigas
Para que as almas se tornem amigas.”

Para armazenar, você poderá reaproveitar vidros antigos como


aqueles de palmito, azeitona, geleia, maionese, entre outros, bastando apenas
esterilizá-los para assegurar que o seu molho dure por mais tempo (embora
tenho a certeza de que você irá devorar e ele já terá acabado antes mesmo de
perceber).
O poder do manjericão:
Nativo da Índia e cultivado desde a Antiguidade, o manjericão
(Ocimum sp.) é utilizado como tempero especialmente em países tropicais da
Ásia e na Itália. Ele chegou ao Brasil trazido pelos imigrantes italianos e
conquistou o coração dos brasileiros graças ao seu sabor e aroma. Existem
ao todo cerca de 64 variedades de manjericão espalhadas pelo mundo, mas
todas são fáceis de cultivar em casa. Aqui, as mais comuns são: basílico ou
basilicão (trazida pelos italianos), manjericão doce (com sabor mais suave),
manjericão francês ou cravo (novidade recente em nossas terras) e o
manjericão roxo (um híbrido desenvolvido em 1950 por uma universidade
norte-americana)
Ele é regido pelo elemento Fogo e pelo planeta Vênus e seu poder
mágico está conectado à proteção e transformação das energias e à
harmonização e fortalecimento dos laços amorosos (que podem ser entre um
casal, entre a família, entre amigos, etc.). Assim, o manjericão é capaz de
manter um ambiente familiar tranquilo, fazendo crescer a energia do amor e
da paixão ao mesmo tempo que cria um escudo energético, bloqueando
discussões e conflitos e protegendo a casa de hóspedes hostis.
Você sabia que o manjericão possui grandes concentrações de
eugenol, um composto de altíssimo valor antioxidante que ajuda a regular os
níveis de serotonina, o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-
estar e felicidade? A serotonina atua no nosso cérebro proporcionando bem-
estar, bom humor, otimismo e satisfação e é essencial para construirmos um
relacionamento longo e fortalecido com alguém que amamos. Se esse
hormônio diminui em nosso organismo sentimos tristeza, insatisfação,
sensação de abandono entre outras coisas que irão afetar o nosso
relacionamento. Percebeu como as propriedades terapêuticas e mágicas estão
conectadas?
Além disso, o manjericão é rico em vitaminas além de minerais como
cálcio, fósforo e ferro. Ele é o ingrediente principal do famoso molho pesto,
mas suas folhas também podem ser usadas para incrementar molhos a base
de tomate, para temperar pratos principais e para aromatizar azeites e
vinagres. Mas dê preferência para as folhas frescas do manjericão já que ele
é uma das poucas ervas que, quando desidratadas, perdem grande parte do
seu sabor e aroma.

Pão Trançado com Molho Pesto para Harmonia no


Relacionamento

Ingredientes:
2 xícaras e 1/2 (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
3/4 xícaras (chá) de água morna
4 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
5 colheres (sopa) do Molho Pesto para Apaziguar Brigas no
Relacionamento
10g de fermento biológico seco
Modo de preparo:
Primeiro, você irá fazer a ativação do fermento para poder usar em
sua massa de pão. Coloque o fermento biológico seco em uma pequena
vasilha junto com o açúcar e misture bem. Em seguida adicione a água
morna, misture novamente e deixe descansar por 5 minutos. Aproveite para
separar uma vasilha grande e nela peneire a sua farinha de trigo para que o
pão fique bem fofinho. Em seguida, acrescente o sal e misture bem.
Passado o tempo necessário, faça um buraco no meio e adicione a
mistura do fermento ativado e depois o azeite. Com as suas mãos, comece a
misturar tudo no sentido horário para trazer a energia do crescimento do
amor e da harmonia. Você irá adicionar farinha de trigo branca aos poucos
enquanto continua misturando, até a massa ficar no ponto certo, ou seja,
quando parar de grudar nas mãos. Cuidado para não colocar farinha de mais
senão o pão ficará pesado. Quando a massa chegar no ponto certo, coloque
ela sobre uma bancada e sove por 10 minutos. Neste tempo, você irá
transmitir através das suas mãos toda a sua intenção. Visualize você e sua
família em união e harmonia, sem desentendimentos ou brigas. Veja todos
com o coração aberto e receptivo, cheio de amor, gentileza e gratidão.
Unte a vasilha com um pouco de azeite, coloque a massa e cubra com
um pano. Coloque a vasilha em um lugar quentinho na sua cozinha. Deixe a
massa descansar por 1 hora ou até que ela dobre de tamanho. Depois, retire a
massa da vasilha e abra-a sobre sua bancada (levemente enfarinhada) com o
auxílio de um rolo de modo a formar um retângulo grande.
Espalhe o Molho Pesto para Apaziguar Brigas no
Relacionamento sobre toda a massa, deixando apenas as laterais livres.
Após, enrole a massa como se estivesse fazendo um rocambole. Agora, você
irá tomar a medida de dois dedos começando na ponta superior do
rocambole. A partir deste ponto, com o auxílio de uma faca afiada, você irá
cortar esse rolo de massa em duas partes iguais. Em seguida, vire cada
metade para cima com cuidado para que a parte com o recheio fique exposta.
Agora, comece a sobrepor essas metades uma sobre a outra (como se
estivesse trançando um cabelo). Aproveite para dizer o seguinte
encantamento enquanto trança a massa:

"Massa nascida do grão eu declamo,


Aqueça o coração de quem amo.
Manjericão sagrado,
Mande embora qualquer desagrado.
Tudo junto e unido assim,
Para que o amor nunca tenha fim.”

Após, unte com azeite e enfarinhe uma assadeira antiaderente e


coloque a trança de massa sobre ela. Cubra novamente com o pano limpo e
seco e deixe a massa descansar por 30 minutos. Quando estiver faltando 10
minutos para terminar o descanso, pré-aqueça o seu forno a 200 °C. Coloque
um pouco de água para ferver no fogo e adicione ela em uma segunda
assadeira. Descubra o seu pão. Você verá que ele cresceu mais um pouco.
Abra o seu forno e coloque a assadeira com o pão na grade superior. Na
grade inferior, coloque a assadeira com a água fervente. Essa água servirá
como fonte de umidade para que o seu pão asse melhor, ficando bem fofinho
e com uma linda casquinha dourada.
Asse por cerca de 25 minutos ou até o pão ficar levemente corado. O
tempo pode variar de acordo com o forno, então tome cuidado. Quando
estiver no ponto certo, retire do forno e espere ele esfriar por 10 minutos
para poder cortar e servir. Está pronta a sua Pão Trançado com Molho
Pesto para Harmonia no Relacionamento. Sirva enquanto agradece a Mãe
Terra por seu amor e aproveite a sua receita encantada.
A magia do pão:
O pão é um dos alimentos mais antigos em nossa história. Sua
origem se perde nas areias do tempo, mas sua importância foi perpetuada por
cada uma das antigas culturas que já surgiram e caminharam por este
planeta. Misturar farinha, água, sal e fermento e transformar esses
ingredientes tão simples em um pão é uma arte que é feita do mesmo jeito
em diversas culturas ao redor do mundo, carregando a essência da sagrada
alquimia que pode ser feita em nossas cozinhas (e vidas) através da Culinária
Mágica. A sova da massa é um ato sagrado pois, neste momento, entramos
em um ritmo meditativo e nossas mãos se tornam verdadeiros canais de
energia, ativando a energia dos ingredientes e transferindo para a massa as
intenções e sentimentos. O pão tornou-se um alimento sagrado e o centro das
celebrações, unindo as famílias e comunidade em torno deste símbolo da
Grande Mãe que nutre o nosso corpo-templo e o nosso espírito. Posso dizer
uma coisa: fazer pão é algo verdadeiramente mágico. No final deste ritual
teremos um pão que trará a energia dos 4 Elementos da Natureza: a terra dos
grãos, a água presente na mistura, o ar que traz o aroma e a maciez e o fogo
do forno que completa a magia.

Geleia de Morango para Amor e Doçura

Ingredientes:
450 g de morangos maduros
1 xícara (chá) de açúcar (demerara ou refinado)
Sumo de 1/2 limão

Modo de preparo:
Lave bem os morangos sob água corrente e retire os cabinhos e as
folhas. Coloque todos eles em uma tigela grande e cubra com água, deixando
de molho por 10 minutos. Após, retire os morangos e coloque todos sobre
um pano limpo para escorrer e secar bem. Depois, corte os morangos em
pedaços pequenos. Após, coloque os morangos em uma panela média e
cubra-os com açúcar. Leve ao fogo baixo, deixando cozinhar por cerca de 30
minutos ou até a geleia atingir o ponto certo. O tempo irá variar de acordo
com o seu fogão, então é importante permanecer com atenção à mistura.
Durante este tempo, mexa de vez em quando no sentido horário enquanto
recita estas palavras:

"Morangos antigos,
Tragam a cura dos aflitos.
Levem embora toda mágoa e dor,
Deixando apenas leveza e amor.
Para que assim a doçura volte a reinar
E a alegria possa no coração adentrar.”

Para saber se a sua geleia já está no ponto certo, retire uma colher de
chá da geleia e coloque sobre uma superfície fria e lisa (como um prato ou
mesmo uma bancada de pedra). Se ela ficar cremosa ao entrar em contato
com a superfície, está no ponto desejado. Se ficar muito dura, passou do
ponto (adicione um pouquinho de água, misture bem e volte ao fogo
novamente). Agora, se ficar muito mole, precisa cozinhar no fogo mais um
pouco. Quando a geleia chegar no ponto certo, retire do fogo e acrescente o
caldo do meio limão.
Com uma concha, transfira a geleia ainda quente para um pote de
vidro reaproveitado e esterilizado, deixando livre cerca de 2 cm (mais ou
menos um dedinho) até a tampa. Em seguida, feche bem o pote para formar
vácuo (cuidado nesta etapa para não se machucar pois o vidro irá esquentar).
Essa geleia poderá ser conservada pronta (fechada a vácuo) por até 2 meses
em temperatura ambiente ou 6 meses no congelador. Após aberta, dura por
até 1 mês na geladeira.

Cheesecake com Geleia Mágica de Morango


Ingredientes da massa:
200 g de bolacha maisena.
130 g de manteiga em temperatura ambiente.

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno à 180°C (temperatura média). Em um
processador ou liquidificador, adicione as bolachas picadas e bata até obter
uma farinha fina. Em uma tigela grande, misture bem essa farinha com a
manteiga usando suas mãos até obter uma massa uniforme e, em seguida,
distribua ela em uma fôrma de fundo removível (com cerca de 24 cm de
diâmetro) e pressione bem a massa contra o fundo e laterais da fôrma usando
suas mãos. Após, faça alguns furinhos com um garfo e leve a massa ao forno
preaquecido para assar por 10 minutos (ou até que ela fique douradinha). O
tempo pode variar de acordo com o forno, então tome cuidado. Quando
estiver no ponto certo, retire do forno e reserve.
Ingredientes do recheio:
3 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de açúcar (demerara ou refinado)
5 ovos
800 g de cream cheese na temperatura ambiente
1/3 de xícara (chá) de creme de leite fresco
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno à 200°C. Quebre os ovos e separe as claras das
gemas, reservando cada uma delas em tigelas pequenas separadas. Em uma
tigela média, acrescente o cream cheese e bata na batedeira até ficar
cremoso. Sem desligar o equipamento, adicione todas as gemas (uma por
vez, dando um pequeno intervalo para incorporar). Em seguida, acrescente
metade da quantidade de açúcar e continue batendo. Para finalizar, adicione
o creme de leite, a farinha e depois a baunilha. Reserve.
Após, em outra tigela, acrescente as claras e a outra metade do
açúcar. Bata as claras em neve até ela atingir um aspecto branco, brilhante e
resistente, chegando assim no ponto de picos firmes (quando você levanta o
batedor e percebe que a ponta formada pela mistura cai em formato de bico
firme, caindo em bloco ou quando você virar a tigela e a espuma formada
não se mexer). Retire da batedeira e acrescente as claras em neve na mistura
de cream cheese batido fazendo movimentos no sentido horário com a sua
colher de pau mágica, sempre leves e delicados, apenas para incorporar e
não perder a fofura desejada. Enquanto mexe, diga o seguinte encantamento:
"Creme mágico feito com queijo,
Traga o amor que almejo.
Creme mágico feito com leite,
Traga a doçura para meu deleite.
Creme mágico feito com baunilha,
Traga gentileza para esta partilha.”

Despeje esta preparação na fôrma reservada. Leve novamente ao


forno quente e asse por cerca de 10 minutos. Em seguida, reduza ao máximo
a temperatura e deixe assar por mais 30 minutos ou até que, ao balançar a
forma, as laterais do recheio estejam firmes e o centro ligeiramente mole
(mas não esteja mais brilhante). O tempo pode variar de acordo com o forno,
então tome cuidado. Quando estiver no ponto certo, retire do forno. Você
verá que a cheesecake ainda estará com aspecto mole. Não desenforme
ainda. Deixe-a esfriar e cubra com a Geleia Mágica de Morango para Amor
e Doçura.
Leve à geladeira por 1 hora para que o creme atinja a textura e
cremosidade ideal. Ao final, desenforme e decore com alguns morangos
cortados. Está pronta a sua Cheesecake com Geleia Mágica de Morango.
Sirva enquanto agradece a Mãe Terra por sua doçura e amor.
A magia dos morangos:
Segundo as lendas dos antigos povos nórdicos, os morangos
(Fragaria sp.) são sagrados à Deusa Freya, que exigia que todos os
morangos fossem entregues como oferendas a ela. Se, após a morte,
qualquer pessoa que chegasse ao Outro Mundo com a boca manchada de
morango, Freya lançaria a pessoa ao tormento eterno por invasão de seus
campos. Mas isso não impediu que ele se espalhasse pelo mundo, tornando-
se um dos alimentos mais amados e consumido. Mas ele passou por grandes
transformações em sua história. A versão que conhecemos hoje (o famoso
morango de jardim) foi criado na França na década de 1750 por meio do
cruzamento de duas variedades diferentes.
O morango é consagrado ao elemento Água e ao planeta Vênus,
trabalhando profundamente o nosso campo emocional. Essa fruta é capaz de
auxiliar nos processos de cura de tristezas e mágoas que possam estar
abrigadas no coração, tornando as pessoas que consumirem a fruta mais
receptivas e amorosas, fazendo elas voltarem a enxergar a doçura e a alegria
da vida.
Você sabia que o morango é da mesma família das rosas e que, na
verdade, ele é considerado um pseudofruto: a parte vermelha e doce que
comemos é o receptáculo desenvolvido da flor e os verdadeiros frutos são os
pontinhos que vem grudados nele.
O morango é uma fruta rica em vitamina C, manganês, potássio,
antioxidantes e compostos vegetais chamados de antocianinas que são
responsáveis pela cor viva e brilhante do morango e que também trazem
benefícios para a saúde do nosso coração. Essas substâncias estão presentes
em outras frutas vermelhas e, segundo estudos, elas ajudam a reduzir o risco
de desenvolvimento de doenças cardíacas e de mortes relacionadas a elas. O
consumo de morango também ajuda a reduzir o estresse oxidativo, a
diminuir inflamações, a melhorar a função vascular e reduzir o LDL
(colesterol “ruim”). Por ser uma fonte de Vitamina C, atua melhorando o
funcionamento do sistema imunológico e a saúde da pele, e por ser rico em
potássio, ajuda em diversas funções do nosso organismo como a regulação
da pressão arterial.
No momento de escolher os seus morangos, dê preferência aos de
origem orgânica, já que, por ser uma planta com alta sensibilidade a pragas e
doenças, a produção convencional usa uma grande quantidade de
agrotóxicos em seu cultivo. Os morangos com tamanhos menores são os
mais saborosos e docinhos, então fuja de um morango muito grande e
vistoso pois ele pode estar aguado. Os morangos também são bem frágeis,
então não leve para casa os que estiverem muito machucados, com manchas
ou cor estranha. Além disso, pegue e sinta o perfume deles: quanto mais
cheiroso, mais suculento.

Sorvete de Abacate para Paixão

Ingredientes:
1 abacate maduro de tamanho médio
3 latas de leite condensado
1 medida (da lata) de leite
1 colher (chá) de sumo de limão
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Modo de preparo:
Retire a polpa do abacate e corte ela em pedaços pequenos. Após,
coloque eles em um liquidificador ou processador junto com os demais
ingredientes e bata tudo até a mistura ficar com uma textura bem cremosa e
consistente. Este processo pode demorar um pouco, mas tenha paciência pois
quanto mais tempo bater, mais cremoso o seu sorvete ficará. Após, coloque o
sorvete em uma travessa e está pronto. Antes de servir, direcione as energias
com o auxílio de suas mãos (como fazemos no ritual de consagração dos
alimentos) enquanto diz:

"Fogo da Paixão,
Aqueça o coração e desperte o desejo,
Trazendo os prazeres que almejo.
Fruta dos amantes protegida,
Libere a vontade reprimida.
No céu a lua está a crescer,
Faça em minha cama o desejo crescer
E a paixão se fortalecer."
A magia do abacate:
Os primeiros registros arqueológicos do uso do abacate (Persea
americana) pelos seres humanos datam de 10.000 anos atrás. Ele é
originário da Mesoamérica, mais precisamente na região entre o Peru e o
México e já era consumido pelos Incas e Astecas por seu sabor e nutrientes.
Ele é consagrado ao Elemento Água, porém sua regência planetária
entra em conflito: alguns autores o ligam à Vênus e outros à Júpiter. O
abacate herda do Elemento Água a capacidade de trabalhar as nossas
emoções mais profundas e de despertar o amor em nosso coração. Se ele for
uma planta venusiana, as energias deste astro fortalecem ainda mais a
vibração trazendo outros atributos como beleza, atração e sedução. Agora se
ele for uma planta jupteriana, este astro irá trazer sua energia de abundância
e irá ampliar a capacidade do abacate de despertar o amor, fazendo essa
energia crescer e prosperar em nossa vida.
Por isto, o abacate pode ser ofertado às divindades do amor e da
beleza como Vênus ou Afrodite. Caso não tenha percebido, o nome desta
deusa deu origem à palavra afrodisíaco que serve para designar qualquer
alimento ou substância que possua propriedades estimulantes sexuais como é
o caso do abacate. Ele é rico em feniletilamina, um composto que estimula
no organismo as mesmas substâncias que são liberadas durante o ato sexual
e causam aquela sensação de bem-estar. O abacate também é rico em
vitaminas, gorduras e minerais como o potássio. Essas gorduras, aliadas com
outros fitocompostos encontrado no abacate, fazem com que o seu consumo
ajude na redução do LDL (colesterol “ruim”) e aumente o HDL (colesterol
“bom”), atuando na prevenção de várias doenças como as cardiovasculares.

Bolo de Chocolate da Paixão

Ingredientes do bolo:
1 xícara (chá) e 1/2 de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de amido de milho
6 colheres (sopa) de chocolate em pó (70% cacau)
1 xícara (chá) de leite
1/2 xícara (chá) de margarina
1 xícara (chá) de açúcar
3 ovos
1 colher (chá) de canela em pó
2 unidades de pimenta rosa
1 baga de cardamomo
1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
2 colheres (chá) de fermento químico em pó

Ingredientes da calda:
1/3 xícara (chá) chocolate em pó (70% cacau)
200ml de leite
1 lata de leite condensado
2 colheres (sopa) de manteiga

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24cm de diâmetro). Em uma tigela,
coloque a margarina e o açúcar e, com o auxílio de um batedor de arame,
misture bem até formar um creme claro (caso deseje, pode fazer essa etapa
em uma batedeira). Acrescente a baunilha e junte os ovos, um a um,
enquanto mexe com cuidado até formar uma mistura esbranquiçada.
Reserve.
Após, abra a baga de cardamomo, retire as sementes e, com o auxílio
do pilão e almofariz, triture elas junto com a pimenta rosa até obter um pó
fino. Passe por uma peneira e acrescente em uma outra tigela juto com os
demais ingredientes secos. Mexa tudo com carinho para distribuir as
especiarias de maneira uniforme. Acrescente os ingredientes secos na
mistura esbranquiçada, alternando com o leite. Mexa delicadamente com a
sua colher de pau mágica até obter uma massa homogênea. Enquanto faz
isso, diga o seguinte encantamento:
"Especiarias encantadas,
Pelos poderes de Afrodite consagradas,
Ouçam as palavras desta oração
Cardamomo para alimentar o desejo do coração,
Canela para aumentar o fogo da paixão,
Pimenta rosa para estimular o tesão,
Baunilha para incentivar a excitação.
Especiarias encantadas,
Pelos poderes de Afrodite consagradas,
Fortaleçam o poder do amor nesta união”

Transfira a massa do bolo para a fôrma preparada e leve ao forno pré-


aquecido a 180°C e asse por 35 minutos ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Após, retire do forno e espere esfriar um pouquinho para
desenformar.
Enquanto isso, você irá preparar a calda de chocolate. Junte todos os
ingredientes da calda em uma panela e leve ao fogo baixo mexendo sempre
com sua colher de pau no sentido horário. Quando ela começar a borbulhar
não pare de mexer até que ela engrosse. O ideal é quando a calda estiver
brilhante e escorrendo devagar da colher quando você a levanta (cuidado
para não deixar queimar o fundo na panela). Lembre-se que por ainda estar
quente, a calda estará ainda um pouco mole, quando ela esfriar ficará mais
grossa. Então desligue o fogo quando a calda estiver um pouquinho mais
mole do que você gostaria.
Depois de pronta, deixe a calda esfriar durante cerca de 5 minutos,
mexendo sempre para não criar película. Ao final, despeje ela sobre o bolo
de modo a cobrir toda a parte superior e escorrer pelas laterais. Está pronto o
seu Bolo de Chocolate com Especiarias Afrodisíacas. Agradeça a Mãe
Terra e sirva imediatamente para aproveitar toda a sua textura e sabor.
A magia das especiarias afrodisíacas:
Hesíodo escreveu a Teogonia (ou Genealogia dos Deuses), o poema
mitológico mais importantes da Grécia Antiga. Neste poema, encontramos
que a Deusa Gaia é a Mãe Terra, a personificação do mundo e a base para
que todas as outras coisas pudessem nascer do seu surgimento. Após surgir
do Caos, Gaia se torna origem de tudo e assim, passa a transcender o próprio
tempo e espaço, sendo considerada a Grande Mãe Terra. Em seguida, Gaia
gerou espontaneamente (ou seja, sem fertilização) três filhos: Urano
(divindade que representa o Céu), Óreas (as Montanhas) e Ponto (o Mar). Da
união de Gaia com Urano, nasceram diversos filhos. Porém, Urano passa a
prender todos eles na região do Tártaro, no ventre da própria Terra. Gaia,
revoltada com esta situação, pede a Cronos, seu filho mais novo, que a ajude
a combater o pai e derrotá-lo.
Deste modo, Cronos recebe de sua mãe uma foice forjada com o
metal que Gaia retira de seu próprio corpo e, com ela, toma o poder de seu
pai ao cortar os genitais de Urano, que são jogados no oceano. Da espuma
das ondas (geradas da mistura do sangue dos genitais com a água do mar)
nasce Afrodite. A deusa é carregada em uma concha pelos ventos no mar
oriental até alcançar as praias da Ilha de Chipre. Lá, Afrodite é recebida
pelas Estações da Natureza que a envolvem em lindos tecidos. Em cada local
onde seus pés tocavam o solo, em seu rastro nascia uma planta diferente de
todas as que se conheciam até então. Estas plantas foram consideradas como
presentes de Afrodite para a humanidade pois eram capazes de estimular o
amor e o prazer em nossos corações e, assim, elas receberam o nome de
“afrodisíacas” em sua homenagem.
Existem diversas plantas consideradas afrodisíacas como frutas e
vegetais, mas dentre todas, as especiarias são as que mais se destacam.
Alguns exemplos são a canela (Cinnamomum sp.), o cardamomo (Elettaria
cardamomum), a baunilha (Vanilla sp.), o gengibre (Zingiber officinale), etc.
Mas saiba que elas não estão ligadas apenas a libido e ao desejo sexual. As
especiarias afrodisíacas atuam como tonificantes para o nosso corpo e
trabalham o mundo emocional interior, nos fazendo explorar o nosso poder
de atração através do nosso charme natural, sensualidade e autoconfiança.
Percebemos que tudo está interligado: A ação terapêutica e mágica pode
proporcionar bem-estar em todos os níveis (físico, mental, emocional e
espiritual) atuando como afrodisíacos de maneira indireta ao trazer alegria,
felicidade, harmonia que se refletem em outras áreas da sua vida, incluindo
sua libido e desejo sexual.
As especiarias afrodisíacas possuem uma potência física e energética
tamanha que devem ser usadas sempre em pequenas quantidades, através da
força do seu aroma, do seu sabor e de suas propriedades.
A magia do cacau:
Na cultura Maia (América Central) e Asteca (México), o cacau era
considerado um alimento divino para o corpo, a mente e a alma, capaz de
nutrir todos os sentidos e de nos conectar com o poder do coração. Por isso
recebeu o nome científico Theobroma cacao que, em latim, significa
"alimento dos deuses". Ele era usado no preparo de diversas bebidas e
medicinas sagradas usadas na corte e em datas comemorativas, como rituais
de passagem e celebração das estações. Os conquistadores espanhóis
levaram o cacau para a Europa, onde foi misturado ao leite e ao açúcar,
dando origem ao chocolate como conhecemos hoje.
O cacau é regido por Marte e pelo Elemento Fogo. Não é à toa que,
segundo as lendas, o cacau tem o poder de descalcificar a glândula pineal,
ativar nosso terceiro olho, elevar a nossa frequência e sincronizar nosso
espírito na energia do amor e da paixão. Logo, os diferentes tipos de
chocolate (que são feitos a partir do cacau) também podem ser usados em
receitas mágicas e outros feitiços para despertar sentimentos e desejos
ocultos no coração. O chocolate amargo é usado em magias para despertar
paixões, aterramento ou mergulhar no nosso eu interior. Por sua vez, o
chocolate branco é usado em magias de amizade ou que promovam diversão
e alegria. Já o chocolate ao leite é usado em magias de amor-próprio, bem
como feitiços que promovem amor e bem-estar.
Você sabia que o cacau é considerado um alimento afrodisíaco? Ele
contém diversas substâncias importantes (como feniletilamina, teobromina,
cafeína e serotonina) que agem no nosso corpo estimulando sensações de
bem-estar, amor, alegria e prazer além de dar energia e força. Além disso, o
cacau é rico em polifenóis, que nos protegem contra várias doenças, devido a
suas propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana, anticarcinogênica,
analgésica e vasodilatadora.
Atualmente existem diversas maneiras de você encontrar e usar o
cacau na culinária: cacau em pó, licor de cacau, nibs de cacau, manteiga de
cacau, chocolate (amargo, meio amargo, ao leite ou branco), etc. Então,
escute sua intuição e permita que o cacau entre em sua cozinha e no seu
coração espalhando a energia do amor.
Receitas Mágicas para Proteção

Etimologicamente, a palavra proteção se originou do latim protectio.onis,


que significa “esconder”. Nas sociedades antigas, a proteção era um aspecto
essencial da vida de uma pessoa e estava ligada à sua capacidade de
sobrevivência diante dos perigos que se apresentavam em sua jornada. Logo,
o ato de proteger simbolizava esconder algo (a si mesmo, outra pessoa ou
objeto) da ameaça que aquilo representava. Para isso, a proteção estava
ligada a outras questões como segurança, defesa, imunidade, preservação,
refúgio e abrigo.
Neste capítulo, você encontrará receitas culinárias mágicas que
carregam a energia da proteção através das propriedades mágicas dos
ingredientes usados em seu preparo. Abaixo estão as melhores
correspondências mágicas para fortalecer a sua intenção:

Dia da semana: Terça-feira ou sábado


Fase da lua: Minguante
Cor de vela: Preta ou roxa

Pasta de Alho para Purificação e Proteção


Ingredientes:
4 cabeças de alho
Azeite de oliva extravirgem a gosto
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 200°C. Depois, separe as 4 cabeças de alho
(inteiras, sem retirar os dentes e as cascas) e corte a parte superior (oposta à
raiz) de todas elas até expor a ponta branca dos dentes. Abra um pedaço
grande de papel-alumínio, e coloque as cabeças de alho dentro. Em seguida,
regue elas com o azeite e tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Junte
as pontas do papel alumínio e dobre formando uma trouxinha bem vedada (é
importante que o ar não saia de dentro, para que as cabeças de alho assem
bem). Coloque essa trouxinha sobre uma assadeira e leve ao forno por 40
minutos. O tempo pode variar de acordo com o forno, então tome cuidado.
Quando estiver no ponto certo, retire a assadeira do forno e abra a
trouxinha de papel-alumínio com cuidado para não se queimar com o vapor.
Espere as cabeças de alho amornarem por alguns minutos. Depois, com as
pontas dos dedos, esprema os dentes de alho um por um, para tirar a polpa
assada. Reserve elas em um prato. Em seguida, com um garfo, amasse bem
os dentes de alho ainda mornos até formar uma pastinha (se preferir uma
pasta mais lisa, pode bater no processador ou mixer). Ao final, experimente e
ajuste o sal (caso necessário). Coloque a sua pasta de alho em uma tigela
enquanto diz o seguinte encantamento:

"Alho antigo,
Teu poder eu bendigo!!
Afaste qualquer inimigo.
Alho, meu protetor e amigo!
Faça da minha casa o teu abrigo.
Limpe toda negatividade que encontrar.
Mande embora toda infelicidade deste lugar.
Para que a alegria e a luz possam aqui reinar.”

Está pronta a sua Pasta de Alho Assado para Purificação e


Proteção. Sirva imediatamente para aproveitar toda a textura e sabor.
Agradeça a Mãe Terra por sua proteção e saboreie a sua receita encantada.
A magia do alho:
Segundo os historiadores, o alho (Allium sativum) é cultivado há
mais de 6 mil anos pela humanidade e seu uso foi registrado por todas as
grandes civilizações antigas, incluindo os egípcios, indianos, babilônios,
gregos, romanos e chineses. Ele se tornou tão importante que, à nenhuma
outra planta na história do mundo, foi atribuída tamanho poder de banimento
e purificação, propriedades mágicas que estão diretamente conectados ao seu
elemento (Fogo) e planeta regente (Marte).
Uma propriedade muito especial do alho, que faz ele ser amado pelas
bruxas desde a antiguidade é seu caráter duplo: ele retira as energias
negativas já fixadas em uma pessoa (caráter exorcista) e previne que novas
energias negativas tenham acesso novamente à aura dela (caráter protetor).
Logo, o alho pode ser usado em receitas culinárias mágicas e outros feitiços
para trazer proteção (física e espiritual), para promover purificação
energética (de pessoas, animais e ambientes) e executar o banimento de
energias e entidades negativas.
O alho é um dos alimentos mais famosos consagrados à Deusa
Hécate e pode ser utilizado em rituais que prestem homenagem a ela e para
pedidos de abertura e proteção de caminhos. Inclusive, cabeças de alho eram
deixadas sobre pontas de rochas em encruzilhadas como oferenda à Senhora
da Magia. E uma curiosidade: de acordo com o poeta grego Homero (mais
precisamente na Ilíada e na Odisseia, compostas no século VIII a.C.), o herói
Ulisses comeu alho para evitar que fosse transformado em porco pela grande
feiticeira Circe.
Você sabia que o alho possui grande quantidade de vitaminas (A, C,
B6 e B1), minerais (selênio, manganês, ferro, magnésio, fósforo, cobre e
potássio) e flavonóides?
Além disso, o alho possui compostos fitoquímicos sulfurados e não
sulfurados que atuam no controle do colesterol total e da pressão arterial e
auxiliam no combate a vírus, bactérias e fungos. Por isso, ele é capaz de
estimular o metabolismo, fortalecer o sistema imunológico e combater
infecções (em especial gripes e resfriados).
Um desses compostos é a alicina, responsável pelo odor
característico do alho e que, segundo estudos, teria a capacidade de proteger
o DNA de danos que podem levar à produção de células cancerígenas. O
alho também tem ação vasodilatadora, ou seja, ajuda a dilatar as artérias
criando uma espécie de relaxamento que beneficia quadros de hipertensão
arterial e ainda ajuda na saúde do endotélio (o tecido que reveste a parede
das artérias).
Na cozinha seus usos vão muito além do clássico arroz e feijão!! O
alho pode ser utilizado de diversas formas (cru, refogado, caramelizado,
assado, picado, fatiado, etc.) para aromatizar e trazer sabor especial à
praticamente todos os pratos: legumes, saladas, molhos, caldos, pastas e
cremes, refogados, sopas, pães, conservas, vinagres e azeites.
Quando for na feira, lembre-se de escolher o alho com a cabeça
completa, sem machucados e com a casca inteira (quanto mais firmes, mais
frescos). Evite alhos já soltos pois é maior a possibilidade de que estejam
machucados ou já em processo de brotamento (já que o dente está exposto à
luz, sem a proteção da casca).
Quando o alho está brotando, acaba amargando qualquer receita.
Então quando for usar ele e encontrar aquele talinho verde dentro do dente
de alho, retire e descarte ele antes de picar a polpa. Você também pode pegar
o alho que está brotando e plantar em um vaso ou canteiro. De uma única
cabeça é possível fazer diversas mudas (cada dente dará origem à uma planta
nova). Inclusive, as melhores épocas para plantar o alho são o outono e o
inverno já que esta é uma planta que prefere climas mais frios. Inclusive, as
folhas do alho são comestíveis. Colha quando estiverem mais jovens (sua
textura será mais macia) e use em refogados. Você verá que elas possuem
um sabor e aroma mais suaves do que o alho em si e traze um toque especial
para as receitas.

Sal Negro das Bruxas

Ingredientes:
7 colheres de sopa de sal grosso
3 colheres (sopa) de gergelim preto tostado
1/4 colher (chá) de pimenta do reino preta
1/4 colher (chá) de alho granulado desidratado
1/4 colher (chá) de folhas de alecrim desidratadas
1/4 colher (chá) de folhas de manjericão desidratadas
1/4 colher (chá) de folhas de salsinha desidratadas
Modo de preparo:
Acrescente o sal junto com a pimenta-do-reino e as ervas
desidratadas no seu almofariz e use o pilão. Faça movimentos em sentido
anti-horário para fortalecer a sua intenção de purificação energética e
proteção até triturar tudo e obter um sal negro com a textura que lembre um
sal refinado (com partículas pequenas e uniformes). Aproveite o momento
para dizer o seguinte encantamento:
"Lua Minguante,
Senhora que navega em sua barca flutuante,
Leve embora o mal que assombra meu coração.
Pimenta-do-reino, sal e ervas de proteção
Criam o Sal Negro das Bruxas que carrega a minha intenção.”

Caso sinta dificuldade em usar o almofariz e o pilão, você pode bater


todos os ingredientes em um processador ou mixer até chegar na textura
ideal. Ao final, guarde o sal em um vidro esterilizado bem fechado e deixe
ele tomando a luz da Lua Minguante por uma noite. Após, o Sal Negro das
Bruxas estará pronto para ser usado como tempero em suas receitas
culinárias mágicas. Ele irá afastar as energias negativas ao criar um poderoso
escudo de proteção. Este sal possui validade de 4 meses se armazenado em
um local seco, arejado e longe da luz solar.
A magia do sal grosso e da pimenta-do-reino:
Segundo os historiadores a pimenta-do-reino (Piper nigrum) é
utilizada pelo ser humano há pelo menos 4.000 anos, sendo assim uma das
especiarias mais antigas que existem, com registros de sua importância
presentes na história de diversas culturas e povos. Muitas pessoas pensam
que a pimenta-do-reino é uma semente, mas, na verdade, ela é uma fruta
gerada pelas videiras da família Piperaceae. Assim, seus grãos podem
apresentar diferentes cores (preta, branca, verde e até a rara vermelha).
Quando desidratado, a casca do fruto adquire um aspecto ressecado e
enrugado, dando este aspecto de grão.
A pimenta-do-reino é regida por Marte e pelo Elemento Fogo e suas
propriedades mágicas estão ligadas a proteção, a purificação, aos banimentos
e descarregos. Ela é capaz de remover qualquer carga negativa ou
sentimento denso que tenha sido enviada para você (intencionalmente ou
não) e de criar um escudo energético para afastar novos ataques.
Você sabia que a pimenta-do-reino possui propriedades analgésicas,
anti-inflamatórias e cicatrizantes e que alguns estudos mostram que ela atua
também na prevenção do câncer, no combate da depressão e da hipertensão?
Ela é um ingrediente utilizado em diversas receitas e não há regra de
combinação de alimentos para o seu uso. Tudo irá depender do seu paladar e
da intensidade desejada, já que ela ajuda a realçar o sabor dos alimentos.
Caso deseje, é possível ter uma videira de pimenta-do-reino em seu
jardim. Ela já é cultivada aqui no Brasil e se adaptou bem aos locais com
clima mais quente e úmido. A planta começa a produzir suas frutas cerca de
2 anos após o plantio da muda, mantendo-se ativa por até 20 anos. As
espigas são colhidas quando os frutos apresentam cor verde clara e, após a
colheita, os grãos são postos para secarem ao sol, quando irão adquirir sua
típica cor negra.
Atualmente, a pimenta-do-reino divide o título de tempero mais
utilizado no mundo junto com o sal, aparecendo em todas as mesas e pratos,
desde grandes restaurantes e centros gastronômicos até em nossas cozinhas
mágicas. O sal está presente na Terra desde a sua formação. Dentro da
Biologia, existem teorias de que foi em um meio salino (ou seja, formado
por água e sal como os oceanos) que surgiram os primeiros seres
unicelulares em nosso planeta. Logo, o sal desempenhou um papel essencial
na evolução dos seres vivos.
Historiadores encontraram registros do uso do sal pela humanidade
remontando mais de cinco mil anos. Um dos usos mais ancestrais do sal é
como um meio de conservar alimentos com o objetivo de aumentar o tempo
de armazenamento sem que eles entrassem em decomposição. Caso esse
processo já tivesse começado, o sal também era usado para disfarçar o gosto
dos alimentos, permitindo a sua ingestão em tempos de escassez e
dificuldade na caça (os povos ancestrais também usavam o sal para lavar,
tingir e amaciar o couro dos animais para ser usado na confecção de roupas).
Já na Era Medieval, o sal e a pimenta-do-reino foram considerados tão
valiosos que foram usados como moeda e forma de pagamento, sendo
considerados até mais caros que o ouro.
O uso do sal é considerado um dos melhores métodos de purificação.
Em sua essência, o sal nada mais é do que um cristal formado por dois
elementos químicos, formando assim o composto iônico chamado na
Química de cloreto de sódio (Na+Cl-). A combinação dessas duas partículas
ajuda a promover o equilíbrio energético do ambiente através das suas
propriedades higroscópicas. Isso significa que o sal é capaz de absorver a
umidade do ambiente e, junto com ela, todas as energias negativas, densas e
estagnadas que estão no local (inclusive banindo larvas astrais e obsessores).

Maionese de Ervas para Renovação e Proteção

Ingredientes:
3 colheres (sopa) de salsinha fresca picada
1/2 colher (sopa) de hortelã fresca picada
1 colher (café) de alho picado
1 colher (chá) de caldo de limão
1 ovo
Óleo vegetal (até dar o ponto da maionese)
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo:
Coloque o ovo, o alho picado e o caldo de limão no copo do seu
liquidificador. Ligue o equipamento e comece a adicionar aos poucos o óleo
vegetal (em ponto de fio fino) até que a mistura seja emulsificada e a
maionese chegue na consistência desejada. Quando ela estiver firme,
adicione a salsinha e a hortelã e finalize temperando com sal e pimenta-do-
reino a gosto. Bata novamente apenas para misturar e incorporar os últimos
ingredientes. Após, desligue o liquidificador e despeje a sua maionese
mágica em uma tigela. Neste momento diga o seguinte encantamento:

"Salsinha picada,
Torne a minha mente purificada.
Leve embora todo pensamento negativo
Que impede o meu fluxo criativo.
Alho, sal e pimenta
Afastem qualquer pensamento que me atormenta.
Que um escudo de proteção se erga neste momento
Enquanto a hortelã renova cada sentimento.”

Está pronta a sua Maionese de Ervas para Proteção e Renovação.


Ela poderá ser armazenada na geladeira por até 3 dias e ser usada para
incrementar pães, torradas e lanches além de outros pratos encantados.
A magia da salsinha:
Segundo os registros, a salsa ou salsinha (Petroselinum crispum) é
cultivada há mais de 3.000 anos. Ela tornou-se tão popular que se espalhou
por todos os continentes, sendo considerada umas das plantas aromáticas
mais populares da gastronomia. Originária da Europa, a salsinha era
amplamente utilizada pelos gregos antigos. Seu nome científico tem origem
no latim e significa “planta da pedra” devido a sua preferência de crescer em
lugares pedregosos. A salsinha foi trazida para o Brasil no início da
colonização e acabou juntando-se com a cebolinha. Dessa união surgiu o
famoso cheiro verde, praticamente indispensável em nossos pratos.
A salsinha é regida por Mercúrio e pelo Elemento Ar. Suas
propriedades mágicas estão ligadas à purificação energética e a proteção,
especialmente da nossa mente. A salsinha ajuda a afastar pensamentos
negativos ligados às crenças limitantes que aceitamos como verdade e que
acabam limitando nosso potencial e impedindo nosso crescimento. A
salsinha também pode ser usada para afastar outros tipos de influências
negativas como inveja e mau-olhado ou até mesmo uma pessoa que esteja
lhe direcionando tais energias. Ela é uma erva consagrada a Deusa Perséfone
e era usada pelos gregos antigos em seus ritos funerários, ao decorarem as
tumbas com guirlandas feitas com salsinha. Já os romanos usavam um ramo
de salsinha na roupa para trazer proteção e abrir os caminhos para a boa
sorte.
Você sabia que a salsinha é rica em vitaminas A, B1, B2, C e D além
de minerais como potássio e cálcio? Todas as partes da planta têm efeitos
terapêuticos pois carregam uma pequena parcela do seu óleo essencial que
possui compostos como apiol e miristicina (porém, gestantes devem evitar o
consumo exagerado desta erva exatamente por conta desses compostos que
podem estimular contrações uterinas). Segundo estudos, a salsinha ajuda a
combater infecções urinárias devido à sua ação antibacteriana. Também atua
na prevenção de pedras nos rins graças à sua ação diurética, que estimula a
eliminação do excesso de líquidos, ajudando a desinchar e a limpar os rins.
A salsinha também ajuda no alívio de cólicas e outros sintomas relacionados
à menstruação, devido à presença do apiol, que auxilia a regular a
menstruação e diminuir a gravidade dos desconfortos como a dismenorreia.
Na cozinha da bruxa, a salsinha pode ser usada como tempero em
quase todos os tipos de pratos salgados. O sabor dela fica mais acentuado
quando usamos a planta fresca e recém-colhida (assim como o manjericão,
quando desidratada, ela perde parte do aroma). E aqui eu te revelo um
segredo: quando submetida ao calor, a salsinha destaca o sabor do prato
principal. Porém, esta é uma erva delicada e deve ser acrescentada apenas no
fim do cozimento, depois de apagar o fogo (mexa bem a comida feita e abafe
por alguns minutos para que a salsinha faça a sua mágica).
Tanto as folhas como os talos podem ser usados em receitas
culinárias à base de proteínas (de origem vegetal ou animal), de alimentos
ricos em amido (como batata, arroz, grãos, etc.) e de legumes, em especial
aqueles de cor laranja (como a abóbora e a cenoura). A salsinha traz sabor e
harmoniza bem com queijos, manteigas, cremes e ovos. Ela também é usada
como decoração de sopas e saladas e pode entrar na composição do clássico
Bouquet Garni, presente na culinária francesa, também chamado ramo de
cheiros, usado para incrementar molhos.

Batatas Hasselback para Força e Proteção


Ingredientes:
6 batatas inglesas
50 g de manteiga derretida (ou azeite de oliva)
Alecrim à gosto (fresco ou desidratado)
Sal e pimenta-do-reino moída na hora à gosto

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 200°C (temperatura alta). Lave bem a casca das
batatas sob água corrente. Apoie uma batata na tábua e, com uma faca
afiada, corte fatias finas, sem chegar até o fim (ela irá ficar parecendo uma
sanfona). Repita esta etapa com as batatas restantes. Agora transfira todas as
batatas para uma assadeira, com cuidado para deixar o lado fatiado voltado
para cima. Pincele as batatas usando metade da manteiga derretida e tempere
com sal e pimenta-do-reino Em seguida, leve ao forno e deixe assar por 30
minutos (ou até as fatias se abrirem). Neste ponto, retire a assadeira do forno
e pincele com o restante da manteiga, jogue o alecrim por cima de cada
batata de modo as folhinhas entrarem entre as fatias (isso fará com que cada
batata fique cheia de sabor e aroma) enquanto diz o seguinte encantamento

"Querido alecrim,
Afaste todo o mal enviado para mim.
Com sua magia purifique corpo, mente e alma.
Leve embora a negatividade que desalma.
Querido alecrim,
Traga boas emergias e sorte sem fim.
Para que a alegria possa reinar enfim.”

Volte a assadeira ao forno, para assar por mais 20 minutos (ou até
dourar) O tempo pode variar de acordo com o forno, então tome cuidado já
que algumas batatas demoram mais tempo para dourar que outras. Quando
estiver no ponto certo, retire do forno. Está pronto a sua Batata Hasselback
para Força e Proteção. Agradeça a Mãe Terra e sirva imediatamente para
aproveitar toda a sua textura e sabor.
A magia do alecrim:
O alecrim (Rosmarinus officinalis) é considerado uma das ervas
aromáticas mais versáteis e úteis para as bruxas, possuindo diversos usos
mágicos e terapêuticos. Ele é originário da Europa, mais precisamente da
região do Mediterrâneo. Seu nome em latim, rosmarinus, significa “orvalho
que vem do mar”, ligando o aroma característico desta erva ao cheiro das
praias mediterrâneas, onde o alecrim crescia espontaneamente dando flores
azuis como o mar no comecinho da primavera.
Durante centenas de anos, o alecrim foi considerado uma erva que
agia como um tônico para a memória, trazendo benefícios para a mente. Na
Grécia antiga, era tradição que os parentes em luto jogassem alecrim nas
sepulturas dos entes queridos como símbolo de recordação. Os estudantes
gregos e romanos usavam ramos de alecrim ao redor da cabeça ou presos
nos cabelos para ativar a memória e aumentar a capacidade de concentração
nos estudos. O alecrim se espalhou por toda a Europa e sua ligação com a
memória continuou. No período Tudor (que ocorreu entre 1485 e 1603 na
Inglaterra e País de Gales), Sir Thomas More conta em seus escritos que
plantava alecrim no jardim por ser a “erva consagrada à memória”. Até
mesmo Shakespeare traz um registro dessa ligação em uma das suas peças
mais famosas. Em Hamlet (mais precisamente no ato IV, cena 5), Ofélia
mostra um ramo de alecrim para seu irmão Laertes e diz:

“Ali está um alecrim, ele é para lembrança; Reze, ame e


lembre…”.

De acordo com os pesquisadores, alguns compostos do óleo de


alecrim podem ser responsáveis por sua capacidade de melhorar a memória.
Um deles é chamado de 1,8 cineol que, além de ajudar a trazer o aroma
característico do alecrim, tem a capacidade de causar um aumento na
produção de acetilcolina (um neurotransmissor que está relacionado
diretamente com a regulação da memória, do aprendizado e do sono). Além
disso, seu óleo essencial também é rico em cânfora que ajuda a estimular o
sistema nervoso central favorecendo a concentração.
O alecrim também possui outros fitocompostos com ação analgésica
e anti-inflamatória como o salicilato (um composto bastante parecido com o
ácido acetilsalicílico, o famoso AS) que auxilia no alívio da dor – e o ácido
carnósico, que reduz os níveis de ácido nítrico (um agente desencadeante de
inflamação) no corpo. Esta erva também é capaz de auxiliar nos casos de
indigestão, constipação, inchaço e gases graças as suas propriedades
antiespasmódicas e carminativas.
O alecrim é uma erva de regida pelo Sol, não só porque adora crescer
a plena luz solar, mas também porque eleva a sensação de alegria e bem-
estar de quem a usa. Ele promove clareza mental e ilumina nossos
pensamentos, trazendo ânimo e resiliência para superarmos algum momento
difícil ou triste. Do Elemento Fogo, o alecrim recebeu propriedades mágicas
ligadas à proteção e purificação. Logo, esta é uma erva que tem a qualidade
de tonificar as pessoas e os ambientes, agindo como um escudo contra as
energias negativas, inveja e mau-olhado. Também é eficiente nos casos que
envolvam baixa energia espiritual, desânimo, tristeza e caminhos travados.
Eu tenho uma ligação muito especial com o Alecrim. Ele é uma das
minhas ervas preferidas e se tornou o protetor do Tempero de Bruxa®,
estando inclusive no logomarca do meu projeto.
Na cozinha da bruxa, o alecrim é um tempero que traz um sabor e
aroma únicos as receitas. Ele pode ser usado fresco ou seco de diversas
maneiras, sendo maravilhoso para incrementar sopas, pães diversos (em
especial a famosa focaccia), tortas, cozidos e nos vegetais assados ou
grelhados (combina maravilhosamente com batatas, abóbora, abobrinha,
tomates, espinafre e cogumelos). Uma dica valiosa é de que o alecrim é
considerado uma das ervas que "gostam de calor" e assim é acrescentado
principalmente em pratos com tempo de cozimento mais longo ou que vão
ao forno. Além disso, o alecrim é maravilhoso na forma de chás (quentes ou
gelados), em sucos, nas águas aromatizadas e no preparo de drinques à base
de gim.

Molho de Pimenta contra Mau Olhado

Ingredientes:
150 g de pimenta dedo-de-moça (cerca de 20 unidades)
20g de pimenta malagueta (cerca de 5 unidades)
1/2 cebola
1 dente de alho grande
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
1 xícara (chá) de vinagre branco
1/2 xícara (chá) de água
1/2 colher (sopa) de açúcar
2 folhas de louro
1 unidade de canela em pau
2 cravos-da-índia
Sal a gosto

Modo de preparo:
Em uma panela, coloque o vinagre, a água, o açúcar, o sal, as folhas
de louro, os cravos e a canela e leve ao fogo médio. Quando começar a
ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 2 minutos para fazer uma infusão
concentrada. Após, coe e reserve o líquido. Descasque e corte a cebola e o
alho em pedaços pequenos. Em seguida, lave e corte as pimentas ao meio, no
sentido do comprimento. Descarte o cabinho e, com o auxílio de uma colher,
raspe as sementes. Você poderá guardar elas para plantar em seu jardim.
Agora, se você desejar um molho bem picante, uma dica é deixar algumas
sementes.
Em outra panela, acrescente o azeite, a cebola, o alho e o sal e
refogue tudo até dourar. Após, adicione as pimentas em tiras na panela,
mexendo por mais alguns minutos para liberar o aroma e sabor delas.
Lembre-se de usar a sua colher de pau mágica fazendo movimentos em
sentido anti-horário para fortalecer a sua intenção de purificação e proteção.
Em seguida, adicione o líquido da infusão e misture bem enquanto diz as
seguintes palavras:
"Pimenta vermelha,
Do fogo seu ardor carrega a centelha.
Leve embora toda a inveja e o mau olhado,
Elimine tudo o que traz desagrado.
Pimenta sagrada, proteja a minha morada
Enquanto torna minha vida abençoada.”

Deixe cozinhar em fogo baixo por cerca de 10 minutos ou até a


pimenta ficar macia. Passado o tempo, desligue o fogo. Espere esfriar e leve
ao liquidificador e bata os ingredientes cozidos (com o líquido) até triturar
bem. Para finalizar, passe a mistura batida por uma peneira fina para extrair
todo o molho. Está pronto o seu Molho de Pimenta contra Mau Olhado.
Ele poderá ser usado como tempero em suas receitas culinárias mágicas ou
para dar um toque especial em saladas e outros molhos.
Geleia de Pimenta para Proteção

Ingredientes:
37,5 g de pimenta dedo-de-moça (cerca de 5 unidades)
1 dente de alho pequeno
1 maçã com casca (de tamanho médio)
3/4 xícara (chá) de açúcar
1/2 xícara (chá) de água
Sumo de 1 limão
1 pitada de sal

Modo de preparo:
Lave as pimentas e as maçãs sob água corrente e seque bem para retirar
o excesso de umidade. Pegue as pimentas, retire os cabinhos, corte ao meio e
retire todas as sementes. Pique as pimentas em pedaços médios. Reserve.
Após, corte a maçã ao meio e retire o miolo e as sementes, mantendo a
casca. Pegue cada uma das metades da maçã, pique em pedaços menores e
acrescente eles no liquidificador junto com a pimenta, o sumo do limão e a
água. Bata tudo até que a pimenta e as maçãs estejam trituradas.
Em seguida, adicione a mistura em uma panela junto com o açúcar e
mexa bem para incorporar. Acrescente o dente de alho (inteiro e sem casca)
e leve a panela ao fogo baixo, deixando a mistura cozinhar por cerca de 20
minutos ou até a geleia atingir o ponto certo. O tempo irá variar de acordo
com o seu fogão, então é importante permanecer com atenção à mistura.
Durante este tempo, mexa de vez em quando no sentido anti-horário
enquanto recita estas palavras:

"Maça e pimenta,
Tragam a doçura que acalenta.
Vermelhas como o fogo que esquenta,
Protejam o coração desta que vos lamenta.
Afastem o mal e a negatividade que atormenta,
Para que esta geleia traga a magia que sedimenta.”

Para saber se a sua geleia já está no ponto certo, retire uma colher de
chá da geleia e coloque sobre uma superfície fria e lisa (como um prato ou
mesmo uma bancada de pedra). Se ela ficar cremosa ao entrar em contato
com a superfície, está no ponto desejado. Se ficar muito dura, passou do
ponto (adicione um pouquinho de água, misture bem e volte ao fogo
novamente). Agora, se ela ficar muito mole, precisa cozinhar no fogo mais
um pouco.
Quando a geleia chegar no ponto certo, retire do fogo. Descarte o
dente de alho e, com uma concha, transfira a geleia ainda quente para um
pote de vidro reaproveitado e esterilizado, deixando livre cerca de 2 cm
(mais ou menos um dedinho) até a tampa. Em seguida, feche bem para
formar vácuo (cuidado nesta etapa para não se machucar pois o vidro irá
esquentar). Ela poderá ser conservada pronta (fechada a vácuo) por até 2
meses em temperatura ambiente ou 6 meses no congelador. Após aberta,
dura por até 1 mês na geladeira.
A magia da pimenta:
Você sabia que pimenta é o nome comum dado a várias plantas e
seus frutos? Mas que fique claro, eu estou falando de todas as espécies
pertences ao gênero Capsicum que incluem a pimenta malagueta, a dedo-de-
moça, de cheiro, a jalapeño, a caiena, a chilli, etc. Então não estão presentes
nessa lista a pimenta-do-reino (que pertence ao gênero Piper), a pimenta-da-
Jamaica (gênero Pimenta) e a pimenta rosa (gênero Schinus).
As pimentas são consideradas as grandes rainhas da proteção dentro
da natureza. Segundo os historiadores, a pimenta malagueta foi uma dentre
as primeiras cultivadas e os Astecas a usavam para afastar energias e
espíritos negativos devido ao seu grande poder de ardência. Inclusive, a
fumaça da queima delas foi usada por esse povo ancestral para afastar os
invasores espanhóis que chegaram na região durante o século XVII. O
componente que é responsável pela ardência é a capsaicina que está presente
na placenta, ou seja, na parte que envolvem as sementes das pimentas. A
variedade de pimentas é tamanha que podemos caminhar entre dois
extremos. Existem desde pimentas que não apresentam ardor algum e se
destacam pelo aroma, até pimentas que precisam ser tocadas com luvas para
não causar irritação na pele. Por isso os especialistas inventaram a chamada
Escala Scoville para medir o nível de ardência das diferentes pimentas
usadas na culinária.
As pimentas são classificadas como alimento funcional, pois além de
possuir vários nutrientes, são ricas em vitaminas A, E C, ácido fólico, zinco
e potássio. Estudos mostraram que a capsaicina tem propriedades anti-
inflamatórias e é capaz de dessensibilizar os receptores de dor em nosso
organismo e assim está sendo usada para aliviar dores musculares, dores de
cabeça e artrite reumatoide, inclusive fazendo parte da composição de
emplastros e compressas. Além da capsaicina, as pimentas também
apresentam carotenoides (que possuem ação antioxidante, ajudando no
combate aos radicais livres em nosso organismo) além de ter ação
termogênica, acelerando o nosso metabolismo.
Em relação as suas propriedades mágicas, as pimentas carregam
dentro de si duas energias que são opostas e complementares. De Marte elas
ganharam o poder de trazer proteção, sendo maravilhosas no combate contra
o mau-olhado, a inveja e outras influências negativas. Já do Fogo elas
herdaram uma vibração estimulante, com efeitos afrodisíacos e tonificantes.
Por isso, também podem ser usadas para trabalhar a energia da paixão e do
desejo. Então tudo dependerá da sua intenção no momento de usar o poder
das pimentas em suas receitas culinárias mágicas e em outros feitiços.
Dentro da cozinha da bruxa, as pimentas podem ser utilizadas sob
várias formas: crua, líquida, moída, em conserva, desidratada em flocos ou
até em pó. As pimentas são um tempero coringa e combinam com
praticamente todas as receitas, desde salgados e pratos principais até
sobremesas (como chocolates e geleias). Mas é importante ressaltar que o
consumo excessivo delas pode causar irritações na boca, no estômago e no
intestino de algumas pessoas, além de reações alérgicas nas que apresentam
alguma sensibilidade a elas.

Bolo de Limão para Purificação

Ingredientes do bolo:
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
3 ovos
1 xícara (chá) de leite
1 xícara (chá) de óleo vegetal
Sumo de 2 limões e a raspa das cascas
1 colher (sopa) de fermento químico em pó
Ingredientes da calda:
1/2 xícara (chá) de açúcar impalpável
Sumo de 2 limões

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro). Reserve.
Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo e o açúcar para que
o bolo fique bem fofinho. Após, dê uma leve misturada usando sua colher de
pau mágica. Na mesma tigela, adicione os ovos, o óleo e o leite. Mexa com
sua colher de pau mágica com movimentos em sentido anti-horário para
fortalecer a sua intenção de purificação energética e proteção até obter uma
massa homogênea (se desejar, pode fazer essa etapa em uma batedeira). Em
seguida, acrescente o fermento, as raspas da casca e o sumo de 2 limões e
mexa novamente para incorporar enquanto diz
"Limão azedo,
Leve embora tudo o que traz medo.
Com sua força elimine a negatividade,
A mágoa, a inveja e a maldade.
Limão, desperte o amor no coração.
Com seu aroma equilibre cada emoção,
Com seu sabor traga purificação,
Para que cada fatia deste bolo carregue a sua proteção.”

Transfira a massa do bolo para a fôrma preparada e leve ao forno pré-


aquecido a 180°C e asse por 35 minutos ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Enquanto isso, você irá preparar a calda. Em uma tigela,
adicione o açúcar junto com o sumo dos limões e misture bem até dissolver
o açúcar completamente. Quando o bolo estiver pronto, retire do forno e
despeje a calda sobre o bolo morno e espere alguns minutos. Você verá que,
conforme o bolo termina de esfriar, a calda irá se tornar uma casquinha
crocante, azedinha e deliciosa. Está pronto o seu Bolo de Limão para
Purificação.
A magia do limão:
Segundo os historiadores, o limão-siciliano (Citrus x limon) é o
limão original e o mais antigo do mundo. Ele nasceu no Sudeste da Ásia e
era usado pelos povos da região devido ao seu aroma marcante e
propriedades únicas. Os antigos shastras indianos, conhecidos por sua
sabedoria milenar, dizem que a pessoa que consome limão diariamente
estará protegida e não ficará doente.
Desde então, o limão se espalhou pelo mundo conquistando a todos.
Mas existe uma confusão grande até hoje em relação ao termo “limão”, que
é atribuído a outras plantas que não são necessariamente o limão siciliano.
Quer um exemplo? Aqui no Brasil existem três outras espécies de frutas
cítricas que são chamadas popularmente de "limões": o Limão-taiti (Citrus ×
latifolia) e o Limão-galego (Citrus aurantiifolia) que, na verdade, são limas
ácidas e não limões; E o Limão-cravo (Citrus x limonia), que é um híbrido
cuja origem ainda é misteriosa e que provavelmente surgiu do cruzamento
entre a tangerina e a cidra ou entre a tangerina e o limão-siciliano. Mas,
apesar de terem características diferentes, tanto na aparência quanto no
sabor, todos os tipos de limões possuem propriedades mágicas e terapêuticas
semelhantes. Então pode usar qualquer limão que você tiver acesso em suas
receitas culinárias mágicas, sem problemas.
O limão possui propriedades mágicas conectadas a proteção, a
purificação e a saúde. Alguns povos já ligaram as energias do limão à
longevidade e ao amor. Por ser consagrado a Lua e ao Elemento Água, o
limão tem a capacidade de promover uma purificação energética em nossas
emoções e sentimentos ao mergulhar nas profundezas do nosso coração. Sua
vibração ajuda a eliminar sentimentos negativos e a equilibrar nossas
emoções, protegendo o coração contra energias densas ao elevar nossa
frequência e nos conectar com o amor. O limão também é muito utilizado em
feitiços para proteção e eliminação de energias densas e negativas (de
pessoas e espaços) sendo muito eficaz em casos de ataques energéticos,
psíquicos, etc.
Você sabia que o limão é um alimento rico em vitaminas
(principalmente a C) e minerais como cálcio, ferro, fósforo, cobre e
magnésio? A vitamina C ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a
aumentar a absorção de ferro em nosso organismo (que acontecesse na
região do intestino delgado). Por isso, consumir limão pode ajudar a
diminuir o risco de anemia por deficiência de ferro. Mas é importante
ressaltar que, para usufruir desse benefício, o consumo do limão deverá
acontecer quando ingerimos um alimento que seja rico em ferro. Então, você
pode usar o limão em sucos acompanhando uma refeição que tenha
leguminosas (como o feijão) ou mesmo como tempero em saladas de folhas
verde-escuras.
O limão possui uma grande quantidade de flavonóides, que
estimulam o nosso sistema imunológico e que possuem ação antioxidante,
auxiliando o organismo no combate os radicais livres (que estão ligados ao
envelhecimento precoce e câncer). Segundo alguns estudos, este flavonóides
também estimulariam a produção de insulina, ajudando a controlar os níveis
de açúcar no sangue. Ele também possui pectina, uma fibra solúvel que
estimula a produção da bile, uma secreção produzida pelo fígado e
armazenada na vesícula biliar que possui diversas funções, sendo essencial
para a digestão e absorção de gorduras e algumas vitaminas em nosso
organismo.
Desde o fruto completo, até o seu sumo (líquido), sementes, casca e o
bagaço podem ser usados pela bruxa de cozinha. Com o limão é possível
fazer receitas mágicas deliciosas (como bebidas, sucos, chás, tortas, bolos,
mousses, molhos e marinadas) além de dar um toque especial à diversos
pratos e até ajudar na limpeza na cozinha, tirando manchas em utensílios de
inox e eliminando o mau cheiro da geladeira.
Na hora de escolher o limão, não tem segredo. Quanto mais lisa,
macia e brilhante estiver a casca, mais sumo dentro do fruto. Assim você
terá em mãos limões mais suculentos e fresquinhos. E vale a pena reforçar:
Sempre que usar limões em sua cozinha lave bem as mãos com água e sabão
depois. O limão pode manchar a pele devido a presença de substâncias,
(como a vitamina C e o ácido cítrico), que ao permanecerem na pele exposta
ao sol, absorvem os raios UV e acabam queimando a pele.
Receitas Mágicas para Força

Etimologicamente, a palavra força se originou do latim fortia, um termo


que indicava a capacidade de cumprir uma determinada ação. Desta maneira,
a força é um aspecto importante que não está ligado apenas a parte física,
mas também emocional, mental e espiritual. Ela é um atributo que pode ser
desenvolvido e aprimorado e indica o poder, a energia, o esforço, a
dedicação e a coragem necessários para que possamos manifestar nossa
intenção e assim alcançar um determinado objetivo ou realizar uma tarefa.
Neste capítulo, você encontrará receitas culinárias mágicas que
carregam a energia da força através das propriedades mágicas dos
ingredientes usados em seu preparo. Abaixo estão as melhores
correspondências mágicas para fortalecer a sua intenção:

Dia da semana: Quarta-feira ou domingo


Fase da lua: Cheia
Cor de vela: Verde ou laranja

Batata Rosti para Aterramento


Ingredientes:
1,5kg de batatas cozidas
1 xícara (chá) de requeijão
200g de muçarela ralada
2 colheres (sopa) de manteiga (ou azeite de oliva)
Orégano desidratado a gosto
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Descasque as batatas e coloque elas inteiras em uma panela grande.
Acrescente água até cobrir e leve ao fogo médio, deixando cozinhar por 6
minutos ou até que as batatas estejam cozidas no ponto ideal (quando
conseguimos espetar um garfo em seu interior, mas ela ainda está bem firme
e sem desmanchar). Após, desligue o fogo e retire as batatas da panela e
deixe elas esfriarem o suficiente para que você consiga segurar elas com
segurança. Após, passe as batatas por um ralador grosso e coloque elas em
uma tigela. Tempere com sal e pimenta-do-reino e reserve.
Em outra tigela, misture o requeijão, a muçarela ralada e o orégano
usando sua colher de pau mágica para preparar o recheio. Lembre-se de
fazer movimentos no sentido horário para fortalecer a intenção de
fortalecimento do seu poder pessoal.
Em uma frigideira antiaderente média, derreta a manteiga e disponha
parte da batata, espalhando o suficiente para cobrir todo o fundo da
frigideira. Deixe cozinhando durante 5 minutos ou até as bordas começarem
a dourar. Neste momento, distribua a mistura do recheio por cima da camada
de batatas, tomando cuidado para deixar um espaço entre as bordas. Por
cima, disponha mais uma camada de batata, espalhando para tapar o recheio
e fechar as laterais. Durante isso, diga o seguinte encantamento:

"Mãe Terra, eu te chamo,


Torne cada batata consagrada
E traga força para a minha morada.
Desperte o orégano antigo,
Para que sua alegria esteja sempre comigo.
Alho e pimenta terminam a magia,
Para que a luz brilhe neste dia.”

Pressione levemente na parte superior para unir as duas metades


formando um tipo de “panqueca recheada” e deixe cozinhar por mais 5
minutos ou até que a batata já está bem dourada na parte de baixo. Quando
isso acontecer, com o auxílio da sua colher de pau mágica ou de uma
espátula, vire a sua Batata Rosti com o outro lado para baixo e toste ela por
mais 5 minutos ou até ficar bem dourada. Após, retire ela da frigideira e
disponha em um prato. Repita esses passos até usar toda a sua mistura de
batata ralada e de recheio e adicione mais manteiga (ou azeite de oliva) se
necessário.
Está pronta a sua Batata Rosti para Aterramento. Sirva
imediatamente para aproveitar toda a sua textura e sabor. Agradeça a Mãe
Terra por sua força e saboreie a sua receita encantada.
A magia da batata:
Segundo os historiadores, a batata (Solanum tuberosum L.) começou
a ser cultivada há mais de 7 mil anos. Ela é nativa da Cordilheira dos Andes
e seu berço está no Peru, onde é um dos alimentos sagrados à Pachamama,
nome dado pelos povos nativos da região para a Mãe Terra. Logo, a batata
era um símbolo do amor da Grande Deusa que nutre e protege.
A batata é o quarto alimento mais consumido no mundo, amada por
todos pelo seu sabor e textura, ficando atrás apenas do arroz, do trigo e do
milho. Existem em torno de 4 mil tipos de batata pelo mundo, com uma
grande diversidade de tamanhos, formatos e cores. Essa diversidade fez com
que as batatas fossem divididas em 3 categorias:

Farinhentas (alto teor de amido): Estas batatas possuem um alto teor


de amido e pouca água em seu interior e, quando cozidas, incham e
desmancham. São ideais para pratos que precisem de uma textura macia e
lisa ou crocante e sequinha (como purê de batata, batatas cozidas, rústicas ou
fritas). Exemplos: batata asterix, batata baraka, batata bintje, batata caesar,
batata markies, etc.

Multiusos (médio teor de amido): São batatas com um teor médio de


amido e são como coringas, servindo para quase todas as receitas. Exemplos:
batata inglesa (também chamada de monalisa ou ágata), batata bolinha (que,
na verdade, é uma versão menor da batata inglesa), batata mondial, batata
cristina, etc.

Cerosas (baixo teor de amido): São batatas com baixo teor de amido e
mais água em seu interior e, quando cozidas, permanecem com pedaços
intactos graças a sua textura mais úmida e densa. São ideais para receitas que
pedem uma textura final mais firme (como saladas de batata, conserva de
batatas, sopas e batatas assadas). Exemplos: batata cupido, batata elisa, etc.

É importante ressaltar que existem outros tubérculos que


popularmente são chamados de batata, como a batata-doce, a batata-yacon e
a batata-baroa (também chamada de mandioquinha) mas que pertencem a
outro gênero científico e apresentam outras propriedades mágicas e
terapêuticas.
A batata é consagrada à Lua e ao Elemento Terra e sua energia possui
uma conexão ancestral com a vida aqui em nosso planeta. As propriedades
mágicas da batata estão ligadas a nutrição, ao crescimento, a proteção, ao
aterramento, a estabilidade e a compaixão. A batata é capaz de fortalecer o
vínculo que temos de comunhão com a Mãe Terra, permitindo o
descarregamento do excesso de energia que acumulamos através do
aterramento feito por meio do seu consumo, trazendo firmeza, estrutura e
força.
A batata é um alimento muito nutritivo e de boa digestibilidade,
sendo uma importante fonte de carboidratos, água e fibras além de possuir
diversos nutrientes como proteínas, vitaminas (especialmente a Vitamina C e
do Complexo B) e minerais (potássio, cálcio, cobre, ferro, magnésio,
manganês e zinco). Ela possui componentes com ação antioxidante e anti-
inflamatória, auxiliando na redução da pressão arterial, da inflamação dos
intestinos e do sistema digestivo. A batata também ajuda a manter o sistema
nervoso saudável, pois estudos mostram que os nossos centros nervosos
respondem positivamente aos ácidos graxos, as vitaminas e os minerais
encontrados nesse alimento. Além disso, por ser uma boa fonte de
carboidratos, o consumo de batata ajuda a trazer a energia necessária para
um bom funcionamento dos neurônios e das demais células em nosso
organismo. O alto teor de carboidratos da batata também ajuda a elevar os
níveis de triptofano, um aminoácido que favorece o aumento na produção de
serotonina (o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e
felicidade). A batata possui um componente chamado GABA (ácido gama-
aminobutírico), que age em nosso organismo ajudando a reduzir o estresse e
a relaxar o cérebro. Logo, o consumo de batata ajuda a melhorar o nosso
humor, a reduzir sintomas da ansiedade e favorece boas noites de sono. E
como podemos consumir a batata? Saiba que na cozinha da bruxa este é um
dos alimentos mais versáteis que existem. A batata pode ser preparada de
várias maneiras (assada no forno ou no vapor, cozida, frita, gratinada, etc.) e
entrar em pratos salgados ou doces.
Inclusive, a batata é um ótimo recurso para salvar a bruxa de cozinha
quando colocamos muito sal em algo que estamos preparando. Para retirar
esse excesso, basta adicionar alguns pedaços de batata crua ao prato durante
o cozimento para que eles absorvam esse excedente. Assim, a sua receita
será salva e você poderá usar as batatas para preparar outro prato como um
purê.

Biscoitos de Erva-Doce para Força Interior


Ingredientes:
1 xícara (chá) de farinha de aveia
1 xícara (chá) de fubá de milho
1 colher (sopa) de sementes de erva-doce
1/3 xícara (chá) de óleo vegetal
1/3 xícara (chá) de melado de cana
1/2 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1/4 colher (chá) de sumo de limão

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Em uma tigela
grande, coloque todos os ingredientes e vá misturando com as mãos, até
obter uma massa bem homogênea e macia. Enquanto isso, aproveite para
transmitir a sua intenção para a massa dos biscoitos através das suas mãos,
enquanto diz o seguinte encantamento:

Erva-doce, pquena semente,


Fortaleça a intenção em minha mente.
Milho, sagrado grão,
Fortaleça a coragem em meu coração.
Neste biscoito grão e semente trabalham em união,
Tornando-me forte como um leão.”

Após, modele os biscoitos fazendo pequenas bolinhas e depois


achatando elas, formando círculos com 5cm de diâmetro em média. Coloque
todos os biscoitos em uma assadeira antiaderente (se não tiver, basta
polvilhar um pouco de fubá sobre a assadeira comum para que eles não
grudem). Lembre-se de deixar um pequeno espaço entre cada biscoito para
que não colem uns no outros quando estiverem assando.
Leve a assadeira ao forno por 15 minutos ou até que comecem a ficar
com a beirada inferior dourada. O tempo pode variar de acordo com o forno,
então permaneça com atenção para não deixar queimar pois eles passam do
ponto rápido. É importante ressaltar que os biscoitos ainda vão estar um
pouco molinhos quando saírem do forno e vão ficar crocantes à medida que
esfriam. Ao final, desligue o forno, retire a assadeira e espere os biscoitos
esfriarem por alguns minutos sobre uma grade. Estão prontos os seus
Biscoitos de Erva-doce para Força Interior. Aproveite para saborear
enquanto agradece a Mãe Terra por sua força e apoio.
A magia da erva-doce:
A erva-doce (Pimpinella anisum) era uma importante erva na
antiguidade, sendo muito apreciada na Grécia e na Roma antiga, onde foi
chamada de marathon, significando “manter a forma” (termo que deu
origem a palavra maratona). Segundo os historiadores, os atletas gregos a
utilizavam para ganhar energia e combater a obesidade, já que as sementes
traziam a sensação de saciedade. Por sua vez, os gladiadores romanos
recebiam erva-doce misturada em suas refeições diárias para ganharem força
e manterem a boa saúde. Inclusive, o imperador Carlos Magno teria
declarado o seu plantio essencial em qualquer jardim imperial.
A erva-doce só chegou ao Brasil nas primeiras décadas do século
XX. De acordo com os registros, os estados da Paraíba e de Pernambuco
foram escolhidos para iniciarem o cultivo da planta, que se tornou um
grande pilar da economia e da sociedade destes locais na época. Mas é
importante não confundir a erva-doce verdadeira com o funcho (também
chamado de erva-doce de cabeça).
Erva-Doce (Pimpinella anisum): Essa é a erva-doce verdadeira. Ela é
da mesma família que o coentro (Apiaceae), fazendo com que o formato e o
tamanho das suas folhas sejam bem parecidos (elas também podem ser
consumidas). Suas flores são pequenas e delicadas e apresentam cor branca.
Já suas sementes são pequenas, de cor marrom, com um cabinho na ponta e
possuem um forte aroma. Suas raízes são simples, como a da maioria das
ervas. Todas as partes são usadas na culinária e apresentam um forte e
característico sabor anisado, característico do princípio ativo anetol presente
em seu óleo essencial.

Funcho (Foeniculum vulgar): Também chamado de erva-doce de


cabeça, já que cresce a partir de um bulbo grande. Dele saem talos que se
dividem, apresentando folhas bem finas e com formato rendado. Suas flores
são pequenas e delicadas, mas apresentam cor amarela. Já suas sementes são
maiores (do tamanho de um grão de arroz), de cor amarela e com sabor e
aroma mais leve. A confusão vem do fato de que, popularmente, as pessoas
costumam chamar de erva-doce o bulbo ou as sementes da planta e de
funcho as suas folhas. Todas as partes também são usadas na culinária, mas
ela não possui um sabor tão anisado quanto à erva-doce verdadeira.

A erva-doce é regida por Mercúrio e pelo Elemento Fogo. Assim


suas propriedades mágicas estão ligadas à força (física, mental e espiritual),
a coragem e a proteção. Ela é capaz de aumentar o nosso poder pessoal, nos
fortalecendo para enfrentar situações difíceis. Também é capaz de promover
o otimismo e despertar a nossa motivação, ajudando a afastar pensamentos
negativos ligados a crenças limitantes, gerando dinamismo e organização
mental na tomada de decisões e na maneira de encarar os desafios.
Esta é uma erva rica em diversas vitaminas (como A e C) e minerais
além de fitocompostos (como o ácido málico e o anetol) que a tornam um
tônico para a saúde do sistema gastrointestinal ao favorecer a boa digestão
dos alimentos, ajudar no controle do peso e trazer mais saciedade.
A erva-doce possui diversas substâncias que agem para evitar cólicas
estomacais e intestinais, ajudando a diminuir a formação de gases que
poderiam causar dores e desconfortos abdominais. Além disso, ela apresenta
fitoestrógenos que atuam ajudando na regulação do ciclo menstrual e no
fluxo, contribuindo no alívio das cólicas menstruais. Também é uma erva
que possui efeito calmante, ajudando a melhorar a qualidade do sono.
Da erva-doce aproveita-se tudo: a sementes (já um clássico na nossa
cozinha) mas também as flores, folhas e talos podem (e devem) ser
consumidos. Use a erva-doce para temperar à molhos e marinadas
(combinando muito bem com tofu), além de dar um sabor especial para
sobremesas como bolos e biscoitos, quebrando o excesso de doce com seu
sabor anisado único.

Sorvete de Hortelã para Renovação

Ingredientes:
1/2 maço pequeno e fresco de hortelã-pimenta
1 lata de leite condensado (395g)
1 medida da lata de leite (escolha um com alto teor de gordura
para ajudar na textura, como leite integral ou leite de coco)
1 caixinha de creme de leite (200g)

Modo de preparo:
Pegue o meio maço de hortelã e lave para retirar qualquer sujeira ou
poeira. Depois, retire as folhas e seque bem para retirar o excesso de
umidade colocando-as sobre algumas folhas de papel toalha ou um pano de
algodão. Quando as folhas de hortelã estiverem bem sequinhas, adicione elas
junto com o leite em uma panela e leve ao fogo baixo até começar a ferver.
Neste ponto, desligue o fogo e passe o leite em uma peneira ou pano de voil,
espremendo bem. Assim você irá filtrar e retirar as folhas, tendo como
resultado um leite saborizado com hortelã. Depois, em um liquidificador,
bata em velocidade média este leite junto com o leite condensado e o creme
de leite até obter uma mistura homogênea. Em seguida, despeje a mistura em
um recipiente. Coloque as suas mãos ao redor dele de modo a transmitir a
sua energia e intenção enquanto diz o seguinte encantamento:

"Hortelã com folhas refrescantes,


Traga renovação como nunca vista antes.
Ninfa amada por Hades,
Fortaleça a saúde e afaste as adversidades.
Hortelã com aroma mentolado
Mantenha apenas boas energias ao meu lado.”

Após, cubra a mistura com filme plástico de modo que ele encoste
em sua superfície (para não deixar criar uma película durante o
congelamento). Tampe bem o recipiente e leve ao freezer por cerca de 4
horas. Passado o tempo, retire o recipiente do freezer, descarte o filme usado
e adicione a mistura novamente no liquidificador. Bata em velocidade alta
por 2 minutos e ao final devolva ao recipiente, tampe bem e leve ao freezer,
deixando lá até ficar firme.
Está pronto o seu Sorvete de Hortelã para Renovação. Sirva em
taças e, se desejar, acrescente uma fina calda de chocolate por cima e
coloque algumas folhas frescas de hortelã para criar uma decoração especial.
A magia da hortelã:
A hortelã (Mentha spp.), também chamada de menta, se espalhou
pelo mundo, tornando-se uma erva muito amada por seu sabor mentolado e
aroma refrescante. Segundo os mitos gregos antigos, Menta (em grego
clássico: Μινθη) foi uma ninfa que se tornou amante do Deus Hades e sua
lenda possui duas versões. Em uma delas, o relacionamento entre Menta e
Hades era algo antigo, mas que foi subitamente interrompido quando ele se
apaixona por Perséfone e casa com ela, tornando-a rainha do submundo.
Cega pela raiva e pelo ciúmes, Menta passou a afirmar para todos que Hades
ainda a amava e iria fazê-la sua nova rainha, expulsando sua esposa
Perséfone quando enjoasse dela. A ninfa com suas mentiras acaba
despertando a fúria da Deusa Deméter, mãe de Perséfone, que a transforma
na erva que conhecemos como uma punição por seus atos.
Já em outra versão, o relacionamento entre Menta e Hades teria
acontecido após o casamento dele com Perséfone. A ninfa teria começado a
se vangloriar por todo o submundo, afirmando que ela era a mais bela do
reino dos mortos e que Hades, na verdade, amava apenas a ela. A Deusa
Perséfone acaba descobrindo o relacionamento e ao saber das palavras da
ninfa, acaba pisoteando-a até a morte. Do seu corpo teria surgido a planta
menta/hortelã, destinada assim a sempre crescer na entrada das cavernas,
consideradas portais para o Outro Mundo. Segundo os registros encontrados
sobre os Mistérios de Eleusis, a hortelã seria uma das plantas usadas nos
ritos funerários (junto ao alecrim, a salsa e outras) para amenizar os odores
da decomposição do corpo da pessoa falecida. A hortelã também seria um
dos ingredientes de uma bebida enteógena preparada para ser consumida
pelos iniciados nos mistérios.
Você sabia que existem diversas espécies de hortelã ao redor do
mundo? As mais conhecidas são a Hortelã-comum ou Menta (Mentha sp.), a
Hortelã-pimenta (Mentha Piperita), a Hortelã-da-ribeira (Mentha cervina), a
Hortelã-portuguesa (Mentha suaveolens), a Hortelã variegata (Mentha
suaveolens ‘Variegata’), o Levante (Mentha spicata) e o Poejo (Mentha
pulegium). Achou muito? Ainda existem algumas plantas que são chamadas
popularmente de hortelã, mas não são do gênero Mentha, como a hortelã-
branca (Plectranthus spp.).
A hortelã é regida por Vênus e pelo Elemento Ar. Suas propriedades
mágicas estão ligadas à força, à saúde, à prosperidade, ao amor, à renovação,
à cura e à proteção. Ela tem sido utilizada ao longo dos séculos para
estimular a energia de cura, força e proteção dos enfermos. Seu aroma
promove a calma, o foco e fortalece a saúde, além de manter as energias
sempre frescas e renovadas. A hortelã é capaz de recuperar a harmonia que
havia se perdido em nossa jornada ao trazer renovação, gerar vitalidade e
ajudar na cura de padrões de sentimento e atitudes que minam nossas forças
através de uma mudança de pensamento. Por ser uma planta com rápido
crescimento e abundância de folhas, a hortelã também pode ser usada em
receitas culinárias e outros feitiços para prosperidade.
A hortelã é rica em minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio e
nas vitaminas A, B e C. Esta erva é indicada para questões envolvendo o
sistema gastrointestinal (como enjoo, náuseas, gases, inchaço e má digestão).
Suas folhas são potentes antioxidantes e ajudam a trazer mais foco,
afastando as dores de cabeça mais leves. O mentol que existe em suas folhas
é um eficiente descongestionante, além de ser um bom expectorante,
ajudando na eliminação do muco e no combate da tosse.
Na cozinha da bruxa, a hortelã pode ser usada de diversas maneiras,
desde as mais tradicionais como no preparo de chás (quentes ou gelados),
sucos, águas aromatizadas, vitaminas e smoothies até como ingrediente
especial usado para aromatizar chocolates, sorvetes e no preparo de geleias.
Você poderá acrescentar um fio de azeite e suco de limão junto com a hortelã
para temperar saladas frescas feitas com folhas verdes e vegetais ou usar ela
no preparo de receitas com leguminosas (como ervilha, feijão e grão-de-
bico) ou de pratos tradicionais da culinária árabe.

Frappé de café para Disposição


Ingredientes:
1 xícara (chá) de café
1 xícara (chá) de leite gelado (escolha um com alto teor de
gordura para ajudar na textura, como leite integral ou leite de
coco)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher de chá de cacau em pó (pode substituir por chocolate
em pó com pelo menos 50% de cacau)
Opcional: Chantilly e calda doce para decoração na hora de
servir (indico uma calda de chocolate ou caramelo que
harmonizam tanto no sabor como na energia)

Modo de preparo:
Prepare o café como costuma fazer em sua casa, mas sem adoçar.
Espere esfriar por completo e, em seguida, coloque todo o café em
forminhas de gelo. Leve ao freezer para congelar até endurecer por
completo. Após, remova a forma do freezer e retire todos os cubinhos de
café formados. No copo do seu liquidificador, acrescente os cubos de café, o
leite bem gelado, o cacau em pó e o açúcar. Ligue o equipamento e bata
usando a tecla “pulsar” até o gelo triturar por completo e a bebida adquirir a
textura clássica do frappé que desejamos, ou seja, uma bebida com muita
cremosidade e espuma.
Para finalizar, decore as laterais de um copo grande (ou de uma taça)
usando a calda doce que você escolheu, adicione o frappé e coloque um
pouco de chantilly por cima (vai ficar igualzinho aqueles frappés das
cafeterias famosas). Agora segure o copo em suas mãos. Visualize a sua
intenção fluindo das suas mãos e entrando na bebida enquanto diz:

"Café que dos campos emergia,


Traga agora toda a sua energia.
Com seu grão moído e torrado,
Faça com que a criatividade ande ao meu lado.
Junto do cacau sagrado,
Afasta da minha vida aquilo que é amargo.
Preparo essa bebida estimulante assim,
Para que a vitalidade não tenha fim.”
Está pronto o seu Frappé de Café para Disposição. Sirva
imediatamente para aproveitar toda a sua textura e sabor. Agradeça a Mãe
Terra por sua energia e saboreie a sua receita encantada.
A magia do café:
O café (Coffea sp.) é originário da África, com berço sagrado nas
terras da Etiópia. O povo local descobriu o arbusto do cafeeiro há séculos e
usavam seus frutos como alimento e como um dos ingredientes do preparo
de uma bebida fermentada de cor vermelho escuro que era servida ritos
antigos. Por volta do século VII, os povos árabes que habitavam a região
onde hoje é o Iêmen começaram a fazer uma infusão quente usando as
sementes do fruto do cafeeiro, dando origem assim a uma das bebidas mais
consumidas no mundo. Segundo uma antiga lenda, um pastor teria
observado que alguns de seus carneiros ficavam mais saltitantes e
conseguiam percorrer longas distâncias ao comer os frutos do cafeeiro.
Curioso, ele decidiu experimentar e assim sentiu os efeitos dessa planta,
ganhando mais energia e disposição. Após, o relato chegou aos ouvidos de
um antigo sábio da região que, desvendando os mistérios dessa planta
sagrada, passou a beber a infusão feita para resistir ao sono enquanto
meditava. Na região, essa infusão recebeu o nome de kahwah ou cahue, com
origem na palavra árabe qahwa, que significa "vinho". Por este motivo, o
café passou a ser conhecido como o "Vinho da Arábia" quando chegou à
Europa no século XIV onde, movido pela força da época das navegações, se
espalhou pelo mundo.
O café é uma planta consagrada a Marte e ao Elemento Fogo,
tornando-se um alimento capaz de estimular a mente e energizar o corpo,
trazendo disposição e vivacidade além de aumentar o nosso poder pessoal.
Ele é capaz de eliminar energias negativas ou densas que estejam impedindo
o fluxo de energia pelos chakras. Se você precisa limpar os bloqueios
emocionais, ativar sua criatividade ou gerar energia motivacional para um
projeto importante em alguma área de sua vida, o café oferece alguns
benefícios mágicos surpreendentes. Ele também é considerado afrodisíaco e,
em certas regiões do Brasil, as mulheres coavam o café usando suas
calcinhas como filtro para acender o fogo da paixão em seus amores.
Você sabia que, além da cafeína, existem diversos nutrientes e
polifenóis com ação antioxidante no café? Segundo pesquisas, a cafeína é
uma das poucas substâncias naturais termogênicas que consegue atuar na
queima de gordura por meio da ativação do sistema nervoso simpático e
oxidação lipídica. A cafeína tem um efeito acentuado sobre a função mental
e comportamental. Ela aumenta a produção dos neurotransmissores cerebrais
como noradrenalina, dopamina e serotonina e inibe os receptores de
adenosina, um neurotransmissor que age no controle de algumas funções
corporais e que é responsável por induzir as sensações de sono e cansaço.
Por isso, a cafeína tem a capacidade de melhorar o foco, a atenção e o estado
de alerta além de afastar o sono e atuar na área responsável pela memória de
longo prazo, tornando-a mais resistente ao esquecimento.
O café se tornou tão amado que atualmente existem diversas
variedades (arábica, robusto, etc.) e formas de consumo (como expresso,
cappuccino, mocha e até gelado ou com leite e creme). Ele é muito usado em
sobremesas, mas também pode ser usado como base de molhos, com
especiarias para saborizar recheios e até em pães. O segredo é caprichar na
harmonização dos sabores e controlar a sua acidez.
Mas é importante lembrar que pequenas quantidade de café são
suficientes para estimular a mente e energizar o corpo. O consumo
exagerado de café pode provocar efeitos adversos como insônia, agitação,
irritabilidade, dor de estômago, batimentos cardíacos acelerados e tremores
musculares. Algumas pessoas podem sentir os efeitos negativos mesmo em
baixas doses, especialmente aquelas que não costumam ingerir cafeína com
frequência ou que apresentam alta sensibilidade a ela. Então lembre-se de
que moderação é a chave para o uso mágico e terapêutico bem-sucedido de
qualquer alimento ou bebida.

Suco Verde para Energia e Bem-Estar


Ingredientes:
1 maçã com casca (sem o talo e as sementes)
1 folha de couve (adoro usar a couve manteiga)
1/4 de pepino japonês
Sumo de 1 limão
3 folhas frescas de hortelã
1 fatia fina de gengibre sem casca
1 copo (200ml) de água mineral gelada

Modo de preparo:
Muito simples, basta bater tudo no liquidificador enquanto visualiza
o seu corpo-templo renovado e cheio de saúde e energia em todos os níveis
(físico, mental, emocional e espiritual). Ao final, desligue o liquidificador,
passe o suco por uma peneira e estará pronto. Antes de tomar o seu suco,
segure o copo com as duas mãos próximo ao Chakra Cardíaco (na altura do
coração). Veja uma luz verde sair desta região e iluminar todo o líquido
enquanto diz:
"Suco Verde encantado,
Traga a saúde de bom grado.
Que a cor verde desperte em mim,
Vitalidade e força sem fim.
Que o meu dia seja abençoado
E a luz esteja sempre ao meu lado.”

O ideal é você preparar no café da manhã ou no lanche da tarde e


tomar ele na mesma hora pois, quanto mais tempo ele ficar armazenado na
geladeira, mais os nutrientes serão oxidados e o suco perderá seus
benefícios.
A magia do suco verde:
Segundo os nutricionistas, o suco verde é uma fonte maravilhosa de
fibras, vitaminas, minerais e outros nutrientes importantes. Ele estimula uma
renovação no funcionamento fisiológico do aparelho digestivo, ajudando o
nosso organismo a eliminar toxinas que se acumulam ao longo do tempo.
Com isso, o suco verde favorece o aumento da vitalidade e da energia além
de ajudar a reforçar as defesas do organismo e a retardar o processo de
envelhecimento das células.
Para esta receita de Suco Verde para Energia e bem-estar eu
escolhi uma sinergia de ingredientes para trazer a vibração da vitalidade, da
alegria e da sorte. A cor verde está relacionada com o 4° chakra (cardíaco),
trazendo força e equilíbrio, especialmente nos níveis físico e emocional. O
verde também está relacionado com processos de cura e pode ser usado para
atrair prosperidade e abundância. Se desejar, você poderá fortalecer os
efeitos do seu suco verde ao imantar ele com a essência cristalina. Para isso,
basta deixar um cristal de quartzo verde ao lado do copo enquanto recita o
encantamento e faz a sua visualização antes de beber.

Gengibre Cristalizado para Coragem


Ingredientes:
500 gramas de gengibre fresco
2 xícaras de açúcar
1/2 xícara de água

Modo de preparo:
Retire toda a casca do gengibre raspando a superfície dele com um
descascador, faca ou colher. Com o auxílio de uma faca, corte com cuidado o
gengibre no formato que preferir: em rodelas finas ou em pequenos cubos.
Após, coloque os pedaços de gengibre em uma panela com fundo grosso,
acrescente água suficiente até cobrir os pedaços e leve ao fogo alto.
Quando iniciar a fervura, retire a panela do fogo e escorra o todo
conteúdo, descartando essa água. Em seguida, com os pedaços de gengibre
ainda dentro da panela, acrescente o açúcar e a meia xícara de água. Misture
tudo muito bem para que o gengibre seja completamente envolvido e leve a
panela ao fogo baixo. Usando a sua colher de pau mágica, mexa de tempos
em tempos no sentido horário para fortalecer a sua intenção enquanto diz o
seguinte encantamento:

"Gengibre dourado,
Ouça o meu chamado.
Desperte a coragem em meu coração,
Leve embora o medo que me traz aflição,
Fortalece a minha vontade e determinação.
Com seu sabor picante,
Torna o meu caminhar confiante.
Com seu aroma terroso,
Torne o meu poder valoroso.”

Quando a calda começar a secar, pegue a sua colher de pau mágica e


mexa a mistura sem parar até que o gengibre cristalize (os pedaços ficarão
brancos e soltinhos). Nesse momento é importante que você desligue o fogo
para evitar que o açúcar derreta e o gengibre volte a ficar úmido e mole.
Após, espalhe o gengibre cristalizado sobre um tabuleiro ou forma e deixe
esfriar. Depois disso está pronto o seu Gengibre Cristalizado para
Coragem. Se desejar, guarde os pedaços em vidros esterilizados e bem
fechados para conservar por mais tempo.
A magia do gengibre:
O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta originária da Ásia
(mais precisamente da região que engloba a ilha de Java, a Índia e a China),
onde era usado como alimento e remédio natural há mais de dois mil anos.
Segundo os historiadores, o gengibre foi uma das primeiras especiarias
exportadas da Ásia. Acredita-se que Alexandre, o Grande, foi o primeiro a
apresentá-lo ao mundo ocidental.
A origem da palavra gengibre vem do inglês arcaico gingifer que, por
sua vez, teria raiz no sânscrito antigo srngaveram, que significa “corpo com
chifres”, referindo-se à forma característica do seu rizoma. Sim, o que
conhecemos como gengibre, na verdade, não é uma raiz, mas sim um rizoma
que se origina de ramificações mais horizontais da planta. Esse rizoma é um
tecido de reserva que serve como um órgão de reserva, usado para dar
energia à planta em momentos de necessidade. As verdadeiras raízes do
gengibre são pequenas e finas e saem a partir do rizoma principal.
O gengibre é regido pelo Elemento Fogo, mas existem divergência
entre os autores quando o assunto é o seu astro regente. Alguns afirmam que
o gengibre seria uma planta regida por Marte devido ao seu sabor e
capacidade de ativar o fogo interior. Outros já colocam o gengibre como
uma planta regida pelo Sol por sua cor amarela e capacidade de trazer
energia. Por este motivo, as propriedades mágicas do gengibre estão ligadas
à prosperidade, ao amor, ao sucesso e a proteção. O gengibre é capaz de
estimular e catalisar energias, fazendo com que as coisas aconteçam de
maneira dinâmica, ou seja, ajudando a acelerar nossa magia fazendo com
que nossa intenção se manifeste mais rapidamente neste plano.
Seu aroma remete à terra e é capaz de trazer enraizamento, ajudando
a direcionar nossos pensamentos e sentimentos. Logo, ele é capaz de
fortalecer a coragem e a determinação e de incentivar a confiança em nossa
própria capacidade e potencial, estimulando a iniciativa e determinação e
dissipando dúvidas. O gengibre é considerado uma especiaria afrodisíaca,
podendo também ser usado em receitas culinárias mágicas para liberação de
sentimentos reprimidos.
Você sabia que o gengibre é rico em nutrientes e compostos
fitoquímicos com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes,
descongestionantes, sendo muito indicado para combater doenças das vias
respiratórias e da garganta? Segundo estudos, o gingerol, uma dos
compostos presentes no gengibre, é capaz de diminuir o risco de infecções
no organismo, ajudando a diminuir o crescimento de diferentes tipos de
bactérias e de alguns vírus, principalmente aqueles que provocam infecções
respiratórias. O gengibre também é capaz de favorecer o bom funcionamento
do pâncreas, que é responsável por produzir enzimas que participam da
absorção de nutrientes, facilitando a digestão. Ele ajuda na eliminação de
gases intestinais e é um ótimo aliado contra náuseas e enjoos, ajudando a
diminuir o desconforto.
O gengibre é um alimento termogênico, ou seja, que aumenta a
temperatura do corpo e acelera o metabolismo e é capaz de atuar no alívio de
dores musculares e articulares. Na Medicina Chinesa, o gengibre é
considerado como uma planta de aquecimento, excelente para aumentar o
Chi (energia interior). Já na Ayurveda, o gengibre é chamado de “medicina
universal” porque é bom para todos os 3 doshas (as forças presentes em
nosso corpo, que se desequilibram ao longo da vida).
Na cozinha da bruxa, o gengibre pode ser utilizado fresco ou
desidratado (em flocos ou em pó). O uso mais tradicional do gengibre aqui
no Brasil é no preparo de chás e outras bebidas. Mas ele pode ser utilizado
em diversas receitas. Um exemplo disso está na Culinária Oriental
(incluindo a chinesa, a japonesa, a indiana e a tailandesa), onde ele é o um
dos principais temperos usados. Já nos doces, o gengibre pode ser
cristalizado, ralado ou macerado e usado como recheio em bolos e biscoitos
ou para aromatizar sobremesas à base de leite (animal ou vegetal).
Receitas Mágicas para Harmonia

Etimologicamente, a palavra harmonia se originou do latim harmonĭa, que


significava “acordo, união/unidade ou ordem”. Desta maneira, indicaria um
estado organizado capaz de unir e trazer equilíbrio, calma, tranquilidade,
alegria, leveza e bem-estar à nossa percepção. Assim, a harmonia torna-se
vital para que todas as outras energias possam fluir naturalmente. A ausência
da harmonia indica de alguma forma a presença do caos, seu extremo
antagônico e complementar.
Neste capítulo, você encontrará receitas culinárias mágicas que
carregam a energia da harmonia através das propriedades mágicas dos
ingredientes usados em seu preparo. Abaixo estão as melhores
correspondências mágicas para fortalecer a sua intenção:

Dia da semana: Segunda-feira


Fase da lua: Nova
Cor de vela: Branca ou azul

Bolo de Capim-limão para Calma


Ingredientes:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
250 ml de leite
15 folhas frescas de capim-limão
3 ovos
1/2 xícara (chá) de óleo vegetal
1 colher de sopa de fermento em pó
Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte e enfarinhe
uma forma redonda com furo no meio (eu costumo usar uma forma média
com 24 cm de diâmetro). Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo
para que o bolo fique bem fofinho. Reserve.
Pegue as folhas frescas de capim-limão e lave bem. Depois, seque
para retirar o excesso de umidade e pique em pedaços pequenos. Acrescente
eles no copo do seu liquidificador junto com o leite e ligue o equipamento.
Bata bem até triturar as folhas. Após, passe o líquido por uma peneira ou
pano de voil e retorne o leite peneirado ao liquidificador. Ele estará com uma
linda coloração verde. Acrescente os ovos, o óleo, o açúcar e bata bem até
obter uma mistura lisa.
Adicione essa mistura na tigela onde está a farinha e, com sua colher
de pau mágica, mexa com movimentos em sentido anti-horário com a
intenção de diminuir o nervosismo, a irritação e o estresse até obter uma
massa homogênea. Em seguida, acrescente o fermento e mexa novamente
para incorporar enquanto diz o seguinte encantamento:

"Capim-limão,
Acalme a mente e o coração.
Mande embora o que traz aflição.
Capim Cidreira,
Em minha mente quebre a barreira.
Da tranquilidade seja a costureira.
Restaure a harmonia perdida,
E a calma a mim concedida.”

Transfira a massa do bolo para a forma preparada e leve ao forno pré-


aquecido a 180°C e asse por 35 minutos ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Quando o bolo estiver pronto, retire do forno e espere esfriar
um pouquinho para desenformar. Caso deseje, você pode cobrir ou rechear o
bolo usando o Docinho de Capim-Limão para Serenidade que vou ensinar
em seguida.
Está pronto o seu Bolo de Capim-limão para Calma. Sirva
enquanto agradece a Mãe Terra e aproveite esse bolo encantado.
Docinho de Capim-limão para Serenidade

Ingredientes:
7 folhas frescas de capim-limão
40ml de leite
1 lata de leite condensado
2 colheres (sopa) de manteiga (sem sal) ou 1 colher (sopa) de
óleo de coco

Modo de preparo:
Pegue as folhas frescas de capim-limão e lave bem. Depois, seque
para retirar o excesso de umidade e pique em pedaços pequenos. Acrescente
eles no copo do seu liquidificador junto com o leite e ligue o equipamento.
Bata bem até triturar as folhas. Após, passe o líquido por uma peneira ou
pano de voil. Ele estará com uma linda coloração verde. Em uma panela,
acrescente o líquido com os demais ingredientes e leve ao fogo baixo,
mexendo sempre com sua colher de pau mágica em sentido anti-horário
(para fortalecer a sua intenção de diminuir o nervosismo, a irritação e o
estresse), até dar o ponto clássico que conhecemos quando preparamos um
brigadeiro. Você pode aproveitar esse momento para dizer o seguinte
encantamento:

"Capim Santo,
A ti não peço tanto.
Traga tranquilidade e paz,
Enquanto a ansiedade se desfaz.”

Quando estiver pronto, espalhe a mistura em um prato e espere


esfriar para poder enrolar e enfeitar usando granulado de chocolate branco
ou outros tipos de decoração comestível. Está pronto o seu Docinho de
Capim-limão para Serenidade.
A magia do capim-limão:
O capim-limão (Cymbopogon citratus) é uma planta de origem
indiana que se popularizou no Brasil devido ao seu aroma agradável que
lembra muito o perfume do limão. Você encontra a presença desta erva, com
suas folhas longas de bordas cortantes que formam uma linda touceira, em
vários quintais e jardins espalhados em nossas terras. Tanto que ele é
conhecido por vários outros nomes populares: capim-cidreira, capim-santo,
lemongrass, capim-cheiroso, capim-cidró, chá-de-estrada, grama cidreira,
erva-príncipe, etc. Ele é muito confundido com a erva-cidreira verdadeira
(Melissa officinalis) e a erva-cidreira falsa (Lipia alba) mas suas
características físicas e propriedades mágicas e terapêuticas são bem
distintas.
O capim-limão é consagrado à Mercúrio e ao Elemento Ar. Suas
propriedades mágicas estão ligadas a paz, a calma, a harmonia e a
tranquilidade. Ele aumenta a criatividade, a clareza mental e a intuição,
auxiliando na expressão e discernimento. O capim-limão é capaz de afastar
pesadelos e combater insônia e desordens do sono, auxiliando a trazer um
sono revitalizador e energizante. Além disso, também auxilia na diminuição
dos sintomas da ansiedade, do nervosismo, da irritação mental, etc. O capim-
limão pode ser usado em trabalhos envolvendo o Chackra Frontal (sendo
excelente para práticas de meditação) e o Chackra Laríngeo (para expressar
o que está contido). Por isso, é muito indicado por naturopatas e terapeutas
para pessoas que não conseguem se expressar e acabam com dificuldades e
problemas decorrentes.
As folhas do capim-limão são ricas em óleo essencial que apresenta
diversos fitocompostos importantes. O seu principal princípio químico é o
citral, um poderoso vasodilatador, antifúngico e repelente de insetos. Além
disso, o seu óleo essencial possui efeito sedativo, bactericida, analgésico,
antiviral, anti-inflamatório, diurético e ainda aumenta as defesas
imunológicas do organismo.
Na cozinha da bruxa, normalmente utilizamos as folhas do capim-
limão no preparo de chás. Porém, elas podem ser usadas em várias receitas:
águas saborizadas, sucos, vitaminas, bebidas, molhos, marinadas, azeites
aromatizados, etc. Inclusive, o talo do capim-cidreira também pode ser
consumido. Ele tem um sabor levemente adocicado e cítrico e marca
presença em diversos pratos da região do sudeste asiático, como a Malásia, a
Tailândia e o Vietnã.

Banana Bread para Combater a Ansiedade

Ingredientes:
1 xícara e 1/2 (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de açúcar
2 bananas maduras - 2/3 de xícara (chá) amassada
2 ovos
1/2 xícara (chá) de óleo vegetal
1/3 de xícara (chá) de água morna
1 colher (chá) de canela em pó
1/4 xícara (chá) de uma oleaginosa picada (como castanhas,
nozes, amêndoas, etc.)
1 colher (chá) de fermento químico em pó

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma retangular própria para pães (eu
costumo usar uma forma antiaderente média com 24cm de comprimento,
12cm de largura e 7cm de altura). Em uma tigela grande, peneire a farinha
de trigo e a canela em pó para que o bolo fique bem fofinho. Mexa com a
sua colher de pau mágica até obter uma mistura uniforme e reserve.
Após, descasque as bananas e amasse bem elas (junto com os fiapos)
usando um garfo até obter um creme. Em uma tigela, acrescente os ovos e o
açúcar e mexa bem com o garfo (ou batedor de arame) até dissolver os
grânulos. Em seguida, junte as bananas amassadas, o óleo, a oleaginosa
picada e a água morna e misture bem. Adicione essa mistura líquida aos
ingredientes secos peneirados aos poucos, misturando delicadamente com
sua colher de pau mágica fazendo movimentos em sentido anti-horário (para
fortalecer a sua intenção de diminuir a ansiedade, a preocupação e a aflição
em seu coração) até obter uma massa homogênea. Acrescente o fermento e
mexa novamente para incorporar enquanto diz o seguinte encantamento:

"Doce banana!
Traz a paz que a minha alma clama,
Afastando essa ansiedade desumana.
Torna leve o meu coração,
Levando embora o peso da preocupação.”

Transfira a massa para a fôrma preparada e leve ao forno pré-


aquecido a 180°C e asse por 1 hora ou até dourar. O tempo pode variar de
acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que está
no ponto. Quando estiver pronto, retire do forno e espere esfriar pelo menos
15 minutos para desenformar. Deixe esfriar completamente antes de servir
(esta é uma receita maravilhosa para um café da manhã cheio de amor e
conforto).
A magia da banana:
A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas do mundo
atualmente, mas existem registros de cultivo da bananeira de mais de 4.000
anos, tendo origem na região do Sudoeste Asiático. Na Tailândia, um dos
berços dessa fruta, o povo acredita que os bananais são o local de morada da
Nang Tani, um espírito que possui forma feminina e usa vestes verdes como
as folhas de bananeira. A Nang Tani é benevolente e gentil, mas traz justiça
para todos os homens que encontrar que já derrubaram uma bananeira ou
que já desrespeitaram uma mulher de alguma maneira.
A banana é regida pelo Elemento Ar, mas existem divergências em
relação ao seu astro regente. Alguns autores afirmam que é Jupiter
principalmente pela bananeira ser uma planta alta, com folhas bem grandes e
largas, sempre verdes e viçosas. Outros autores já ligam a banana à Marte
principalmente devido ao formato de seus frutos. Suas propriedades mágicas
estão ligadas a espiritualidade, ao amor, a prosperidade e a elevação
espiritual.
A banana é um dos alimentos que possuem nutrientes e substâncias
que aumentam a sensação de bem-estar e, segundo os especialistas, podem
ajudar no combate aos sintomas da ansiedade. Ela é rica em triptofano, que
atua em nosso sistema nervoso estimulando a produção de serotonina, o
neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e felicidade. E
sabe o fiapo da banana? É nele onde encontramos a maior concentração de
triptofano, então nada de descartar ele na hora de comer a banana ou usar ela
em suas receitas. Lembrando que cada tipo de ansiedade possui sua
intensidade e exigirá medidas diferentes, mas a alimentação e o uso de
algumas ervas, quando supervisionadas por um especialista, são tratamentos
alternativos e naturais que complementam o tratamento convencional e
ajudam a combater os sintomas da ansiedade.
A banana também é rica em potássio e magnésio (minerais
importantes para os músculos e que ajudam a prevenir câimbras) e outros
nutrientes que ajudam a equilibrar as mudanças de humor que muitas vezes
acontecem no período pré-menstrual.
Ela é mais consumida crua, mas pode ser usada em uma variedade de
pratos diferentes. A casca entra em diversas receitas (como bolo, farinha e
até bife empanado de casca de banana). O interior pode ser consumido em
todas as fases do amadurecimento: desde verde (em biomassa ou pratos
salgados) até madura (em doces, bolos, tortas, cremes e vitaminas). Já o
coração da bananeira possui um gosto amargo e sua textura é parecida com a
do palmito. Ele pode ser consumido em pratos ou ser usado no preparo de
xaropes para o tratamento de doenças respiratórias.

Mingau de Aveia para Tranquilidade

Ingredientes:
1/2 xícara (chá) de aveia em flocos
1 xícara e 1/2 (chá) de leite
2 colheres (sopa) de açúcar
Opcional: Canela em pó a gosto para servir

Modo de preparo:
Em uma panela pequena, leve o leite, a aveia, o açúcar e a noz-
moscada ao fogo médio. Mexa por cerca de 5 minutos, ou até começar a
ferver. Abaixe o fogo e continue mexendo com sua colher de pau mágica
fazendo movimentos em sentido horário (para fortalecer a sua intenção de
aumentar a serenidade em sua mente e coração) por mais 2 minutos ou até o
mingau começar a engrossar. Enquanto faz isso, aproveite para fortalecer a
sua intenção e dizer o seguinte encantamento:

"Aveia sagrada,
Traga serenidade para minha morada.
Que a paz seja a minha aliada
E a harmonia por mim alcançada.”

Quando estiver no ponto, desligue o fogo e sirva ainda quente para


aproveitar toda a sua textura e sabor. Se desejar, polvilhe um pouco de
canela em pó ou regue com um fio fino de mel ou melado de cana. Uma dica
interessante é adicionar por cima algumas frutas ou oleaginosas picadas da
sua preferência.
A magia da aveia:
A aveia (Avena spp.) possui sua origem ainda não determinada, mas
estudos indicam que as primeiras espécies teriam o seu berço na Ásia e na
região do Crescente Fértil, localizado onde hoje é o Oriente Médio. Um dos
primeiros registros sobre consumo de aveia pela humanidade pertence as
tribos germânicas no século I D.E.C. A aveia era utilizada na alimentação
humana e dos animais, além de servir como forração de solo e adubo verde,
preparando o terreno para outras culturas. Posteriormente, encontramos
referências do consumo deste grão por toda a Europa, especialmente na
Irlanda e na Escócia, onde a aveia encontrou maior aceitação sendo usada
em uma variedade de mingaus e outros pratos. Com as navegações, a aveia
se espalhou pelo mundo chegando as américas através dos espanhóis.
A aveia é regida por Vênus e pelo Elemento Terra e assim carrega
toda a vibração do amor e da nutrição da Grande Mãe. Suas propriedades
mágicas estão ligadas à abundância, fertilidade, serenidade, força e
aterramento.
Você sabia que a aveia é rica em proteínas, carboidratos,
antioxidantes, vitaminas e minerais como cálcio, ferro, magnésio, zinco,
fósforo e manganês? Além disso, ela possui um tipo de fibra solúvel,
chamada beta-glucana, que aumenta a sensação de saciedade, regula o nível
de glicose no sangue, ajuda no bom funcionamento do intestino e na
diminuição do LDL (colesterol “ruim”), atua no fortalecimento do sistema
imunológico e muito mais.
A aveia é um dos diversos alimentos que possuem nutrientes e
substâncias que aumentam a sensação de bem-estar e, segundo os
especialistas, podem ajudar no combate aos sintomas da ansiedade. No caso,
a aveia estimula a produção de hormônios que trabalham como
antidepressivos naturais. Além disso, os seus carboidratos complexos são
digeridos pelo nosso corpo de maneira lenta, mantendo o nível da glicemia
equilibrado, o que ajuda a manter uma sensação de calma por mais tempo.
Nesta receita, a aveia está acompanhada do leite, um alimento que uma
ótima fonte de triptofano, um aminoácido que alivia os sintomas de
ansiedade e que estimula a produção de serotonina (o neurotransmissor
responsável pela sensação de bem-estar e felicidade).
Na cozinha da bruxa, a aveia pode ser encontrada em diversas
formas: em flocos (finos ou grossos), em farelo, em farinha e até em forma
de leite vegetal. Assim, você poderá usar todos esses tipos em várias receitas
encantadas como mingaus, pães, biscoitos, bolos, vitaminas, cereais matinais
para incrementar frutas, etc.

Biscoitos de Laranja para Alegria


Ingredientes:
1 xícara e 1/2 (chá) de farinha de trigo
4 colheres (sopa) de açúcar
80g de manteiga (sem sal) em temperatura ambiente
1 laranja fresca (raspas e sumo)

Modo de preparo:
Separe uma assadeira antiaderente. Caso não tenha uma, pode forrar
a sua com papel manteiga ou untar e enfarinhar. Em uma tigela grande,
peneire a farinha de trigo e o açúcar. Após, passe a sua laranja pela parte fina
do ralador e acrescente as raspas da casca na tigela (tome cuidado para não
ralar junto a parte branca pois ela trará um sabor amargo aos biscoitos).
Adicione a manteiga e, com suas mãos, misture bem até obter uma farofa
bem úmida, com textura que lembra areia molhada e reserve.
Pegue a laranja e abra ela ao meio. Esprema bem cada metade para
extrair todo o sumo e coloque ele em uma tigela pequena. Agora você irá
acrescentar este sumo de laranja à mistura com aspecto de farofa úmida. Mas
cuidado! Nesta receita, você irá usar cerca de 3 colheres de sopa deste sumo,
mas a quantidade pode variar de acordo com a farinha ou a manteiga usada.
Então acrescente cada colher do sumo aos poucos, misturando bem até obter
uma massa lisa e macia.
Aproveite este momento para usar suas mãos como um canal de
energia, transmitindo para a massa a sua intenção de trazer alegria para sua
vida enquanto diz o seguinte encantamento:

"Grande Sol, que com a sua luz


A terra fertiliza
E a boa sorte materializa.
Torne esta massa encantada
Para que a tristeza seja afastada.
Grande Sol, que com sua luz
Trouxe esta laranja a vida.
Por seu calor serei envolvida,
Pela sua alegria serei invadida,
Feliz sentirei o pulsar do meu coração
Ao comer cada biscoito que agora carrega a sua vibração.”

Após, polvilhe farinha de trigo sobre uma bancada e abra a massa até
ela ficar com uma espessura de aproximadamente 0,5 cm. Pegue alguns
cortadores com o formato da sua escolha e corte os biscoitos. O rendimento
da receita irá depender do tamanho dos biscoitos que cortar. Você poderá
fazer biscoitos em formato do sol ou de estrelas para despertar a luz interior
por exemplo. Caso não tenha cortadores próprios para biscoito, use um copo
pequeno ou uma tigela para fazer biscoitos redondos. Você ainda poderá
decorar os biscoitos com flores comestíveis ligadas ao Sol como a calêndula
ou a camomila. Use sua criatividade!
Distribua os biscoitos na assadeira e leve para a geladeira por 15
minutos para firmar a massa (esse passo é importante, já que a massa possui
manteiga e pode amolecer com o calor das mãos ou do ambiente). Aproveite
o tempo para pré-aquecer o forno a 200°C. Após, leve os biscoitos para assar
por cerca de 15 minutos ou até que fiquem com as bordinhas douradinhas. O
tempo pode variar de acordo com o forno, então permaneça com atenção
pois, se assarem demais, os biscoitos poderão ficar duros. Ao final, desligue
o forno, retire a assadeira e espere os biscoitos esfriarem por alguns minutos
sobre uma grade.
A magia da laranja:
A laranja (Citrus × sinensis), assim como todas as frutas que
pertencem ao gênero Citrus, possui uma origem tão antiga quanto a história
da humanidade Segundo historiadores, provavelmente seu berço de
nascimento engloba as regiões entre a Índia e o sudeste do Himalaia. Seu
nome é derivado do sânscrito nâranga que deu origem a palavra indiana
narayan, que significa “perfume que vem de dentro”. No passado, a laranja
era utilizada como ornamento em palácios e entregue como presente,
simbolizando boa sorte e fecundidade. Ao alcançar a Europa, a laranja
conquistou ao paladar de todos. Inclusive, teria sido os franceses que
adaptaram o termo em sânscrito dando origem ao termo orange em
homenagem a sua cor dourada.
A laranja é regida pelo Sol e pelo Elemento Água. Suas propriedades
mágicas estão ligadas a alegria, a vitalidade, a boa sorte, a criatividade, a
prosperidade e a luz. Ela é capaz de iluminar os recantos mais escuros da
nossa alma através da luz solar que carrega e de atuar em nossas emoções
mais profundas através da vibração de suas águas. A energia da laranja ajuda
a reduzir os sintomas de diversos males (como da ansiedade, do estresse, da
tristeza, do desânimo e da melancolia) ao trazer alegria, ânimo e motivação
além de despertar a nossa força de vontade e coragem. O aroma da laranja
também ajuda a renovar as energias de um ambiente, trazendo boas
vibrações. Logo, a laranja pode ser usada para trazer a energia do sol para os
rituais e feitiços. Tanto a fruta em si (casca, polpa, sumo e sementes) como
as folhas verdes brilhantes também carregam essa energia enquanto as flores
brancas da laranjeira são famosas pelo seu efeito calmante, auxiliando em
casos de distúrbios do sono, ansiedade ou tensões nervosas.
Você sabia que a laranja é rica em vitaminas, minerais, fibra
alimentar e compostos antioxidantes? Segundo estudos, o seu consumo ajuda
a aumentar as defesas do organismo e a melhorar a resposta do sistema
imunológico contra diversas doenças. Assim como todas as frutas cítricas, a
laranja é rica em vitamina C que ajuda a diminuir a secreção de cortisol, um
hormônio liberado pela nossa glândula adrenal em resposta ao estresse e à
ansiedade e responsável por transmitir esse estado de estresse para todas as
partes do nosso organismo. Segundo estudos, o consumo regular de frutas
ricas em vitamina C ajudaria a controlar a ansiedade, além de promover o
bom funcionamento do nosso sistema nervoso, já que a vitamina C auxilia
na produção de serotonina, aumentando a sensação de bem-estar.
A laranja é uma das frutas mais usadas na culinária e dentro da
cozinha da bruxa ela encontra em terreno fértil para espalhar a sua luz ao
combinar muito bem com diversos sabores e texturas nas receitas mágicas:
sucos, chás, bebidas, geleias, doces, bolos, biscoitos, tortas, cremes,
sorvetes, molhos, cozidos, assados, cremes, coberturas, marinadas, etc.

Bolo de Camomila para Acalentar a Alma

Ingredientes:
1 xícara (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de aveia em flocos finos
4 colheres (sopa) de flores desidratadas de camomila
4 ovos
2 xícaras (chá) de açúcar
1 pote (170g) de iogurte natural
1 xícara e 1/2 de água
100 gramas de manteiga (sem sal)
1 colher de sopa de fermento em pó
Opcional: 2 xícaras (chá) açúcar de confeiteiro para fazer a
calda

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro). Em uma tigela
grande, peneire a farinha de trigo para que o bolo fique bem fofinho. Após,
acrescente a aveia em flocos finos e misture usando a sua colher de pau
mágica, fazendo movimentos no sentido horário para fortalecer a intenção de
crescimento da harmonia e do equilíbrio. Reserve.
Em uma panela, acrescente a água e leve ao fogo até atingir 80°C
(ponto próximo à fervura, quando você consegue ver as primeiras bolhas se
formando na água). Neste momento, desligue o fogo e acrescente as flores
de camomila. Tampe bem a panela e deixe a infusão descansar por 3 minutos
(para que a erva libere suas propriedades terapêuticas e energéticas na água).
Após, passe a infusão feita por uma peneira para retirar as flores e reserve 4
colheres (sopa) para utilizarmos na calda. Com o auxílio do liquidificador,
bata o restante da infusão de camomila com os ovos, o açúcar, o iogurte e a
manteiga até obter uma mistura homogênea.
Adicione essa mistura na tigela onde está a farinha e a aveia. Com
sua colher de pau mágica, mexa com movimentos em sentido horário para
fortalecer a sua intenção de oferecer carinho e amor a sua alma. Em seguida,
acrescente o fermento e mexa novamente para incorporar enquanto diz:

"Camomila sagrada,
Com a ajuda da sua luz dourada
A harmonia será por mim conjurada.
Ouça o meu chamado, flor antiga
Restaure a paz perdida.
Acalente minha alma e
Traga de volta a minha calma.”

Transfira a massa do bolo para a fôrma preparada e leve ao forno pré-


aquecido a 180°C e asse por 30 minutos ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Quando o bolo estiver pronto, retire do forno e espere esfriar
um pouquinho para desenformar. Após, caso deseje, você pode fazer uma
calda branca (como a cor da paz): basta misturar as 4 colheres de infusão de
camomila que você reservou com o açúcar de confeiteiro até formar uma
calda, que deverá ser espalhada sobre o bolo.

A magia da camomila:
Atualmente, camomila é considerada a planta medicinal mais
utilizada no mundo. Mas ela é conhecida há muito tempo pelos seus poderes
curativos já que o seu uso foi registrado por povos antigos como os gregos,
os romanos, os anglo-saxões, etc. Os gregos e os romanos usavam estas
delicadas flores no tratamento de diversas doenças, incluindo questões
ligadas à saúde feminina. Para os egípcios, a camomila era associada as
divindades solares e era utilizada no processo de mumificação. A camomila
aprece como uma nas 9 ervas sagradas no famoso “Lacnunga”, uma coleção
anglo-saxã de textos médicos com mais de 200 remédios herbais, amuletos e
orações diversos que foi encontrada entre os séculos X e XI depois da Era
Comum.
Existem diversas plantas reconhecidas pelos botânicos como
pertencentes à espécie da Camomila, mas a planta mais comum e eficaz para
fins terapêuticos é a chamada Camomila Comum. Seu nome científico
Matricaria chamomilla tem origem dupla: Matricaria nasce do latim Mater
(“mãe”) ou Matrix (“útero”) enquanto chamomilla vem do grego antigo
chamaimēlon que significa “Maçã da Terra”. Logo, esta planta está
fortemente associada com a força da Grande Mãe e as energias do Sagrado
Feminino.
A camomila é regida pelo Sol e pelo Elemento Água. Suas
propriedades mágicas estão ligadas a paz, a calma, a harmonia, a sorte, a
alegria, a purificação e a proteção. Sua vibração solar em sinergia com o
poder emocional da água é capaz de gerar otimismo em uma pessoa,
ajudando a afastar os medos e eliminar a tensão, a mágoa e a raiva
promovendo a sensação de bem-estar, calma, conforto e paz. Também é
muito benéfica para as pessoas que necessitam fortalecer a esperança no
coração e aquelas que precisam trabalhar o perdão em suas vidas. Além
disso, a camomila ajuda a trazer proteção contra possíveis ataques
energéticos e promove uma purificação gentil de delicada em nossa aura e
nos ambientes.
Você sabia que o miolinho amarelo da flor da camomila é a parte que
concentra a maioria dos fitocompostos responsáveis por sua ação
terapêutica? Segundo os estudos, nesta parte da flor encontramos o Azuleno
e o Alfabisabolol (que possuem ação antioxidante e anti-inflamatória – esta
semelhante aos corticóides de baixa potência) a Apigenina (que tem efeito
sedativa e tranquilizante que ajuda a aliviar ansiedade, estresse, nervosismo
e a melhorar a qualidade do sono) o Cineol (com ação analgésica e
antisséptica, aliviando dores musculares e dores de cabeça além de impedir a
ação de microrganismos) e a Cumarina (com propriedade antiespasmódica,
promovendo a diminuição das contrações musculares e assim o alívio das
cólicas menstruais e gastrointestinais).
Normalmente utilizamos suas flores para o preparo de infusões de
modo a aproveitarmos seus benefícios. Porém, a camomila pode ser usada
no preparo de diversas receitas como doces, bolos, sucos, vitaminas, tinturas,
etc.
No jardim da bruxa, a camomila pode ser uma poderosa aliada. Os
fitocompostos Azuleno e Alfabisabolol ajudam as flores da camomila a não
sofrerem ataques de bactérias e fungos na natureza. Essa ação protetora se
estende inclusive as plantas vizinhas da camomila em um canteiro. Por isso,
ela é conhecida como a “médica das plantas”, ajudando a curar as plantas
vizinhas de doenças, promovendo a saúde do seu redor. Outra dica é plantar
camomila perto de portas e janelas, para evitar que a negatividade entre em
sua casa.

Granola Caseira para Combater a Ansiedade


Ingredientes:
3 xícaras (chá) de aveia em flocos grossos
1 xícara e 1/2 (chá) de oleaginosas: você pode misturar várias
que goste como castanha de caju, castanha do Pará, nozes,
amêndoas, macadâmias, etc.
1/2 xícara (chá) de frutas secas: use aquelas que você mais ama
como uva-passa (tradicional ou branca), ameixa, coco, banana,
damasco, etc.
1/2 xícara (chá) de mel ou melado de cana
1/4 xícara (chá) de óleo de coco
Especiarias a gosto (recomendo canela e noz moscada).
1 pitadinha de sal

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 200°C. Em uma tábua, corte todas as frutas
secas escolhidas por você em pedaços pequenos e reserve. Após, com o
auxílio do liquidificador ou de um mixer, triture levemente todas as
oleaginosas até que fiquem em pedaços menores (cuidado para não bater em
excesso se não elas podem virar uma farinha). Em uma tigela grande,
misture bem a aveia com as oleaginosas trituradas e as especiarias.
Acrescente a pitada de sal, o óleo e o mel e mexa bem com suas mãos até
envolver todos os ingredientes. Aproveite este momento para dizer o
seguinte encantamento:

"Doce granola,
Leve embora a ansiedade que me assola.
Grão, fruta e semente unidos,
Detenham os pensamentos bandidos.
Aqueles que roubam minha paz de espírito.
Mãe Terra, me ouça nesta hora encantada.
Torne esta granola consagrada
E traga harmonia para minha morada.”

Em seguida, espalhe essa mistura sobre uma assadeira antiaderente,


formando uma camada fina e uniforme. Leve ao forno para assar por cerca
de 20 minutos ou até a granola ficar dourada (lembre-se de, na metade do
tempo, mexer bem a mistura para assar por igual). Depois, retire do forno e
misture as frutas secas na granola ainda quente para que elas liberem todo o
seu aroma e sabor. Deixe a assadeira sobre um lugar seguro e espere esfriar
completamente antes de servir ou armazenar. Está pronta a sua Granola
caseira para combater a Ansiedade.
Ela tem validade aproximada de 1 mês se armazenada em um pote
com fechamento hermético. Caso você esqueça o pote aberto e a granola
acabe ficando murcha ou melada, basta colocar ela em uma frigideira e leve
ao fogo por alguns minutinhos, mexendo sempre (depois é só esperar esfriar
e guardar).
A magia da granola:
A granola é basicamente uma mistura de um cereal (que pode ser a
aveia, o farelo ou gérmen de trigo, o floco de arroz ou o floco de milho) com
frutas secas e oleaginosas, que recebe a adição de mel (ou outro adoçante) e
óleo vegetal. Após ser assada, essa mistura ganha uma textura crocante e um
gosto adocicado. A receita original da granola foi criada pelo médico Dr.
James Caleb Jackson, em 1863 em Nova Iorque, e se tornou popular na
década de 60 graças ao movimento hippie, que viu os benefícios deste
alimento para a saúde.
Atualmente, a granola conquistou o mundo, sendo consumida
geralmente no café da manhã ou no lanche da tarde, combinada com iogurte,
leite, frutas frescas ou ainda como cobertura crocante para várias sobremesas
(aqui no Brasil vemos ela junto com o sorvete ou o açaí gelado por
exemplo). Existem diversas variações dessa receita que foram criadas
usando diferentes combinações de ingredientes. Na receita mágica que eu
ensinei, combinamos alimentos que ajudam a aumentar a sensação de bem-
estar e, segundo os especialistas, podem ajudar no combate aos sintomas da
ansiedade
Como você viu anteriormente, a aveia estimula a produção de
hormônios que trabalham como antidepressivos naturais. Além disso, os
seus carboidratos complexos são digeridos pelo nosso corpo de maneira
lenta, mantendo o nível da glicemia equilibrado, o que ajuda a manter uma
sensação de calma por mais tempo. As frutas secas e as oleaginosas são
fontes de vitaminas e gorduras que são importantes para um bom
funcionamento do organismo. Também são ricas em minerais que participam
de reações orgânicas necessárias à formação e liberação da serotonina
(neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e felicidade).
Além disso, a granola é rica em fibras alimentares que ajudam no
funcionamento do intestino. Este órgão já é considerado como nosso
“segundo cérebro”, segundo os especialistas, já que os neurônios intestinais
chamam a atenção pela sua farta produção de serotonina. As fibras também
atuam na manutenção das bactérias boas que fazem parte da microbiota
intestinal.
Quando consumida junto de outros alimentos, a granola pode ter seus
efeitos fortalecidos. Por exemplo, o leite é uma ótima fonte de triptofano e
estimula a produção de serotonina, fornecendo minerais que colaboram com
o alívio dos sintomas de estresse. A banana também é uma boa fonte de
triptofano enquanto as frutas cítricas são ricas em ácido ascórbico (vitamina
C) que ajuda a minimizar os efeitos da ansiedade ao atuar diretamente na
redução do cortisol (que é liberado pelo nosso organismo em situações de
estresse e que contribui para aumentar a ansiedade).
A Roda do Ano na Cozinha

Os povos antigos viviam em contato direto e permanente com a natureza e


conectados com os ritmos cósmicos e com as estações do ano, que
marcavam a jornada da Deusa vista como a Mãe Terra que dá luz a toda vida
e que, ao mesmo tempo, devora essa vida ao final de sua jornada trazendo
renovação em um ciclo eterno. Para estes povos, essa jornada da Deusa era
representada como uma roda que simbolizava o eterno ciclo da vida refletido
em toda a natureza: nascimento, crescimento, maturidade, reprodução,
envelhecimento, morte, decomposição e o renascimento.
Assim, para celebrar esta jornada, surgiu a famosa Roda do Ano que
está presente em diversas vertentes dentro da Bruxaria. A Roda do Ano é
composta por oito celebrações agrárias que são chamadas de Sabbats (termo
que tem origem no grego sabatu que significa “descansar”). Essas
celebrações marcavam o período do plantio e da colheita e estruturavam
completamente as rotinas de vida das tribos. Cada festival era um dia de
descanso para celebrar todo o trabalho pesado realizado nos campos, honrar
mudanças da natureza e expressar sua gratidão pelas dádivas da Grande
Mãe.
Nestas datas, as comidas representavam um papel fundamental nas
celebrações. O ato de cozinhar e comer os alimentos que foram dados pela
Mãe Terra era uma das maneiras dos povos de demonstrarem sua gratidão
verdadeira para Ela que mantinha a vida através da fertilidade da terra.
Dentro das vertentes mais famosas da bruxaria (como a Wicca e a
Bruxaria Natural), a Roda do Ano segue as datas celebradas por antigos
povos europeus, principalmente os celtas, cuja cultura inspirou diversos dos
costumes, práticas e tradições dentro da história da bruxaria moderna.
Inclusive, segundo o professor e pesquisador Barry Cunliffe, a pedra
fundamental da mitologia e religião dos povos celtas está no fato de que, em
todas as deusas, podemos encontrar uma ligação com a Mãe Terra. Assim,
cada deusa celta carregaria um atributo da Grande Mãe (como criação,
destruição, nutrição, proteção, renovação, etc.) e representaria, em seu mito,
um aspecto da natureza ao longo do ciclo das estações.
Assim, na Roda do Anos temos os quatro Sabbats Menores ou
Festivais Solares, que são as datas que marcam as grandes transformações da
Mãe Terra manifestadas através do início das quatro estações do ano:
Inverno (Sabbat de Yule), Primavera (Sabbat de Ostara), Verão (Sabbat de
Litha) e Outono (Sabbat de Mabon). Estes sabbats celebram os solstícios e
os equinócios, momentos de grandes transformações na natureza que
podemos ver e sentir ao nosso redor e dentro de nós. Já os quatro Sabbats
Maiores ou Festivais de Fogo, são as datas que marcavam os acontecimentos
importantes ligadas ao calendário agrário (cultivo, plantio e colheita) dos
celtas. Estas datas aconteciam entre as estações, e incluem os Sabbats de
Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain.
Assim, a celebração dos oito Sabbats que formam a Roda do Ano é
uma das maneiras que temos de nos reconectar com a Mãe Terra e os ciclos
da natureza. Utilizando a Culinária Mágica podemos retomar as antigas
tradições de honrar tais datas através do preparo de comidas mágicas com os
alimentos típicos de cada festival e de celebrar elas através de banquetes e
rituais onde compartilhamos o alimento sagrado.
É importante lembrar que, dentro da bruxaria, seguimos as datas dos
Sabbats que foram criadas pelos antigos povos da região europeia
(localizada no Hemisfério Norte). Lá, as estações do ano acontecem de
modo invertido com as estações aqui no Hemisfério Sul, onde está
localizado o Brasil. Assim, quando lá na Europa o Inverno começa em
Dezembro, aqui estamos no início do Verão. Deste modo, as datas dos
Sabbats que foram a Roda do Ano se adaptam aos acontecimentos da
natureza de cada hemisfério e de cada local.

Sabbat da Roda
Simbolismo Hemisfério Sul Hemisfério Norte
do Ano
Entre 20 e 21 de Entre 20 e 21 de
Yule Inverno
Junho Dezembro
Festival das
Imbolc 1° de Agosto 1º de Fevereiro
Luzes
Entre 21 e 22 de Entre 20 e 21 de
Ostara Primavera
Setembro Março
Festival da
Beltane 31 de Outubro 1° de Maio
Fertilidade
Entre 20 e 21 de Entre 20 e 21 de
Litha Verão
Dezembro Junho
Lammas Primeira 1º de Fevereiro 1° de Agosto
Colheita
Entre 20 e 21 de Entre 21 e 22 de
Mabon Outono
Março Setembro
Festival dos
Samhain 30 de Abril 31 de Outubro
Ancestrais

Essa questão envolvendo as datas das celebrações dos sabbats fez


surgir três maneiras diferentes de acompanhar a Roda do Ano:

Roda Norte: Neste caso, a bruxa opta por seguir as datas originais de
todos os 8 Sabbats (Maiores e Menores), conforme os antigos povos faziam,
se guiando pela roda original para se conectar com a egrégora ancestral da
data celebrada lá no Hemisfério Norte.

Roda Sul: Aqui, a bruxa opta por celebrar todos os 8 Sabbats (Maiores e
Menores) conforme as datas do Hemisfério Sul, invertendo a roda original
para acompanhar o ritmo da natureza que está ao seu redor.

Roda Mista: Neste caso, a bruxa opta por celebrar os Sabbats Maiores
conforme as datas do Hemisfério Norte e os Sabbats Menores conforme as
datas do Hemisfério Sul, criando assim uma roda mista que mescla as datas
originais com as estações locais.

Aqui neste livro, irei me guiar seguindo a Roda Sul, já que esta é a
maneira pela qual celebro os sabbats e me conecto com a energia da Mãe
Terra. Sinta-se livre para experimentar, testar e escolher qual forma de
acompanhar a Roda do Ano mais reverbera com o seu coração e com o seu
espírito.
Para todas as receitas culinárias mágicas da Roda do Ano, lembre-se
de consagrar os ingredientes e preparar com reverência e intenção seguindo
todos os saberes que eu transmiti para você. Caso deseje estudar as energias
dos ingredientes de cada uma das receitas, consulte as tabelas no final deste
livro.
O Sabbat de Yule e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, entre os dias 20 e


21 de Junho ocorre o Sabbat de Yule, que marca o Solstício de Inverno e
assim, a chegada da noite mais longa do ano: nesta data o Sol encontra-se o
mais longe da Terra e o frio está reinando.
O Solstício de Inverno era um marco muito importante para os povos
nórdicos e celtas. Inclusive a palavra Yule tem origem no termo Jul que
significa, em norueguês arcaico, a “Roda”, mostrando como esta data
marcava o girar da roda da natureza, trazendo o “tempo da mudança”. Sem o
poder e o calor da luz do Sol, a Mãe Terra encontra-se adormecida em um
sono profundo, tendo recolhido o seu poder de fertilidade. Isso trazia um
grande medo no coração dos povos antigos. As colheitas se tornam escassas
e os recursos esparsos. Nada mais crescia na Natureza, pois o manto branco
da neve se estendia por toda a terra trazendo frio e morte.
Eles temiam que a luz jamais retornasse e que assim a Mãe Terra
jamais despertasse do seu sono. Caso isso acontecesse, o seu poder de
nutrição e fertilidade desapareceria e toda a vida iria lentamente perecer
diante do Inverno. Assim, os povos antigos faziam rituais enviando suas
intenções e energias para que a luz vencesse a batalha contra a escuridão.
Com isso, o Sol renasceria e, com sua luz, a natureza seria capaz de
enfrentar esse período de morte e renascer, dando início a mais um ciclo da
roda do ano.
Segundo Mirella Faur (celebre autora de livros e uma das grandes
presenças dentro da Religião da Deusa), em muitas culturas, este era o
momento em que a Deusa deixa sua face de Anciã para se tornar a mãe da
criança-solar, simbolizando o Sol (símbolo do Deus e do Sagrado
Masculino) que renasce através do ventre Deusa.
Um dos rituais praticados nessa época era ligado ao Pinheiro, um dos
grandes símbolos deste Sabbat. Os povos escandinavos e saxões escolhiam
um grande e frondoso pinheiro para cortá-lo e levá-lo para o centro da tribo,
onde este era decorado com velas, frutas secas e ornamentos. Esta árvore
passava a representar o renascimento do Sol e os espíritos que eram
lembrados no final de cada ciclo trazendo luz e renovação. Outro ritual com
raízes celtas da região do Reino Unido consistia em cortar um tronco de
carvalho ou pinheiro para depois decorá-lo com ramos verdes, fitas coloridas
e velas. Na noite do Solstício de Inverno, esse tronco era queimado na lareira
para simbolizar o renascimento e retorno do Sol. Essa tradição passou a se
chamar Tronco ou Tora de Yule e foi difundida por toda a Europa. Assim, o
pinheiro tornou-se uma árvore muito importante em diversas culturas
europeias. Afinal, esta é uma das poucas plantas que sobrevivem ao inverno
sem perder as suas folhas, mantendo-se verde e forte mesmo diante da neve,
tornando-se um símbolo da esperança e da força de vida que retornaria.
O simbolismo do pinheiro e outros costumes típicos desta celebração
foram incorporados pela religião cristã durante a sua expansão pela Europa
na tentativa de conquistar mais fiéis e desestruturar as antigas religiões pagãs
que celebravam a natureza. Ao invés de celebrar o renascimento do Sol
através do ventre da Deusa, os padres associaram a data (celebrada
originalmente em torno de 20 e 21 de Dezembro no Hemisfério Norte) com
o Natal e a celebração do nascimento de Jesus Cristo através da Virgem
Maria, alterando a celebração para 25 de Dezembro. É por isso que
atualmente uma das tradições desta época consiste em decorar a Árvore de
Natal (surgida do antigo ritual do pinheiro) e esperar pela entrega de
presentes trazidos pelo Papai Noel, uma figura mítica que surgiu da mistura
das crenças de diversos povos pagãos europeus e que, posteriormente,
durante o processo de expansão do cristianismo, foi relacionada com São
Nicolau (um arcebispo que viveu na Turquia no século IV).
Além disso, nesta época também encontramos em nosso lares a
presença de diversos alimentos típicos de inverno que eram consumidos por
estes povos ancestrais na época de Yule lá no Hemisfério Norte. Nesta
época, os alimentos disponíveis eram aqueles ricos em gordura e açúcar
(como bolos e biscoitos) que ajudavam a trazer calor e energia, essenciais
para garantir a sobrevivência em meio ao frio do Inverno. Muitos deles eram
alimentos da última colheita feita no Outono e que haviam sido preservados
de alguma maneira (como as frutas secas ou cristalizadas e as nozes e
castanhas).
Lembrando que, como o Brasil está localizado no Hemisfério Sul, a
data do Sabbat de Yule é modificada pois nossas estações ocorrem de
maneira invertida com o Hemisfério Norte. Assim, nosso inverno ocorre
entre os dias 20 e 21 de Junho na Roda Sul. Além de preparar as receitas
culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também pode decorar o seu
altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Verde (cor da vida, da fertilidade e da esperança), dourado (cor


da prosperidade, da energia solar e da riqueza), vermelho (cor do fogo, do
sangue e da transformação) e branco (cor da calma, da neve que traz morte e
renascimento).

Plantas: pinheiro, visco, azevinho, cedro, canela, cravo, noz moscada,


gengibre, laranja, araucária, louro, cedro, musgo, carvalho, alecrim e sálvia.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, pinheiros, pinhas, flocos de neve,


estrelas, velas, troncos, animais ligadas ao inverno (como renas, cervos,
ursos, esquilos e outros roedores), cristais (como selenita, o quartzo branco e
transparente) entre outros.
Receitas para o Sabbat de Yule

Celebrar o Solstício de Inverno é o mesmo que reafirmar a continuação da


vida, pois o Sabbat de Yule é o tempo de celebrar o espírito da Mãe Terra
com alegria e confiança nas promessas do retorno da luz, da renovação e do
renascimento. Assim como a Mãe Terra está em seu sono profundo, neste
sabbat também mergulhamos em nosso interior para refletirmos sobre quais
aspectos, hábitos e crenças precisamos deixar morrer neste Inverno para
enfrentarmos os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada
da Primavera. Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com
algum dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão
ligados à origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e
outras receitas diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Vinho Quente da Bruxa


No Sabbat de Yule o frio do Inverno se espalha por toda a natureza e
invade nossas casas. Então, nada melhor do que uma bebida quente e
aromática para ajudar a aquecer nossos corações nos dias frios de inverno
enquanto a Mãe Terra dorme e a luz do Sol renasce.
Ingredientes:
1 litro de vinho tinto suave
1 xícara (chá) de caldo de laranja
1/2 xícara (chá) de açúcar
2 maçãs vermelhas grandes
6 cravos-da-índia
3 unidades de canela em pau
2 anis estrelados
1/2 laranja (cortada em rodelas/círculos)

Modo de preparo:
Com o auxílio de uma faca, corte as maçãs ao meio (não retire a
casca, apenas o miolo e as sementes). Depois, corte cada metade em
cubinhos e reserve. Em uma panela grande, adicione o vinho, o açúcar, o
caldo da laranja, a canela, o anis-estrelado e os cravos. Leve ao fogo médio e
cozinhe a mistura mexendo delicadamente em sentido anti-horário até o
açúcar dissolver por completo. Neste ponto, acrescente os cubinhos de maçã
e as rodelas de laranja. Quando iniciar a fervura, abaixe o fogo e deixe
cozinhar por mais ou menos 8 minutos. Ao final, retire do fogo e sirva bem
quentinho (você pode coar caso deseje).

Chocolate Quente de Inverno

Esta receita é simples, mas tão saborosa que vai te surpreender. Aqui
vamos usar as propriedades mágicas e terapêuticas cacau aliado ao sabor e
energia das especiarias e ao toque do leite para criar uma bebida cremosa
que vai nutrir o seu corpo-templo e aquecer o seu lar, trazendo a vibração do
amor para todos os corações.

Ingredientes:
2 xicaras (chá) de leite vegetal (usem leite de amêndoas, aveia
ou coco para ajudar na textura cremosa)
200ml de creme de leite de soja
4 colheres (sopa) de açúcar
3 colheres (sopa) de cacau em pó (quem não tiver pode usar
chocolate em pó com pelo menos 50% de cacau)
Pedacinhos de chocolate em barra
1 unidade de canela em pau
Opcional: 1 semente de cardamomo

Modo de preparo:
No liquidificador, bata o leite, o cacau em pó e o açúcar até obter
uma mistura homogênea. Após, despeje ela em uma panela e adicione a
canela em pau e as sementes da baga de cardamomo (caso deseje usar). Leve
ao fogo baixo enquanto mistura sempre com sua colher de pau mágica até
ferver. Neste ponto, desligue o fogo, adicione o creme de leite e mexa para
ficar bem homogêneo. Ao final, é só passar a mistura por uma peneira e
colocar em uma caneca. Coloque uma canela em pau para decorar e beba
quente para sentir todo o sabor e textura.

Bolo Tronco de Yule


Esta receita foi criada em homenagem a antiga tradição do Tronco de
Yule. A cobertura marrom lembra a madeira do tronco cortado, o açúcar
salpicado sobre ele representa a neve branca que trazia a morte e a
renovação e as cerejas vermelhas e os ramos verdes remetem as cores de
Yule. Ao ser cortado, o formato da massa e do recheio no seu interior remete
também aos anéis presentes em um tronco de árvore.
Ingredientes do recheio e da cobertura:
375 g de chocolate ao leite picado
200 g de manteiga (sem sal) em temperatura ambiente

Modo de preparo:
Comece derretendo o chocolate picado em banho-maria: Para isso,
escolha uma tigela de vidro que encaixe sobre uma panela. Coloque o
chocolate picado na tigela, acrescente água na panela e leve ao fogo alto.
Quando ferver, abaixe o fogo e encaixe a tigela com o chocolate sobre a
panela. Para o banho-maria ser bem-feito, é importante que a água não
encoste no fundo da tigela e que o encaixe dos recipientes seja perfeito, para
evitar o vazamento do vapor. Quando o chocolate derreter, adicione a
manteiga e misture bem. Desligue o fogo e, com cuidado, cubra com filme
plástico de modo que ele toque a superfície da mistura (para não formar uma
película grossa sobre ela) e coloque a tigela na geladeira enquanto prepara a
massa.
Ingredientes da massa:
1 xícara (chá) de farinha de trigo (140 g)
1 xícara (chá) de açúcar (180 g)
6 ovos
1 colher (chá) de extrato de baunilha

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Reserve uma
assadeira retangular (em torno de 30 cm x 40 cm) e unte com manteiga,
forrando após com uma camada de papel manteiga. Após separe as gemas e
as claras dos ovos. Com o auxílio da batedeira, bata as claras até obter o
ponto de neve bem firme. Depois, sem desligar o equipamento, junte as
gemas e continue batendo até a mistura ficar bem aerada e clara. Em
seguida, adicione aos poucos a baunilha, o açúcar e a farinha e bata até obter
uma massa homogênea. Espalhe a massa pela forma de modo que fique uma
camada bem fininha e leve ao forno por cerca de 20 minutos ou até dourar
levemente nas laterais. O tempo pode variar de acordo com o forno, então
faça o teste do palito para ter certeza de que está no ponto. Ao final, retire a
assadeira do forno e, com a massa ainda morna, espalhe o recheio de
chocolate deixando uma borda de 2 cm sem recheio em cada lateral.
Agora, comece a enrolar a massa enquanto retira o papel manteiga
(use ele para ajudar a dar o formato de rocambole). Depois, espalhe uma fina
camada do recheio por cima dele e passe o garfo para dar aspecto de uma
casca de árvore. Aproveite o momento para se conectar com a energia do
Pinheiro, esta árvore sagrada símbolo da força de vida e da esperança, que
permanece ver de mesmo em meio a mais dura nevasca. Lembre-se da sua
força e do seu potencial e saiba que você é capaz de enfrentar qualquer
dificuldade ou desafio que possa se apresentar em seu caminho.
Leve o seu bolo-tronco à geladeira para firmar e, quando servir,
polvilhe açúcar de confeiteiro sobre ele para criar uma camada que lembre
neve e enfeite com cerejas vermelhas, ramos de ervas verdes, nozes ou
castanhas.

Biscoitos de Gengibre de Yule

Os tradicionais biscoitos de gengibre surgiram na região da


Escandinávia a partir das receitas medievais europeias do Lebkuchen (pão de
gengibre). Inclusive a palavra inglesa cookie (biscoito) tem origem na
palavra holandesa Koeptje que significa “pequeno bolo”. Uma parte dos
biscoitos de gengibre preparados era pendurados e usados como ornamentos
para os pinheiros na época de Yule (posteriormente também do Natal),
enquanto a outra parte era guardada com cuidado para ser saboreada durante
a ceia de celebração.
Ingredientes:
430g de farinha de trigo
230g de açúcar cristal
180g de manteiga (sem sal) na temperatura ambiente
1 ovo grande
2 colheres (chá) de gengibre em pó
1/2 colher (chá) de canela em pó
1/2 colher (chá) de noz moscada em pó
1 pitada de sal

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Separe uma
assadeira retangular (em torno de 30 cm x 40 cm) antiaderente (caso a sua
não seja, unte com manteiga e forre com papel manteiga). Em uma tigela
grande, adicione a manteiga e o açúcar cristal e bata na batedeira por 40
segundos até obter uma mistura clara e homogênea. Desligue a batedeira e
acrescente o ovo delicadamente. Ligue e bata novamente por 40 segundos.
Após, desligue novamente o equipamento acrescente a farinha e as
especiarias. Misture um pouco com sua colher de pau mágica para dar uma
leve incorporada. Depois, ligue o equipamento e bata até obter uma massa
com textura firme e que não gruda nas mãos.
Agora, forre a mesa com um pedaço papel manteiga e coloque a
massa. Cubra com outro pedaço de papel e depois, com a ajuda de um rolo,
abra a massa até ela ficar com 1cm de altura (da grossura de um dedinho).
Com cuidado, feche bem as bordas do papel manteiga (para não ressecar a
massa) e leve ela para a geladeira por 3 horas ou no freezer por 20 minutos
para firmar bem e facilitar o corte (assim ela não irá inchar ou se esparramar
quando for ao forno).
Passado o tempo, retire a massa da geladeira, descubra e comece a
cortar os biscoitos. O rendimento dessa receita irá variar de acordo com o
tamanho dos cortadores que escolher. Você pode usar cortadores de metal em
formatos diversos ligados ao Sabbat de Yule como pinheiros, flocos de neve,
estrelas e renas (que você encontra em lojas de confeitaria).
Terminado os cortes, coloque os biscoitos na assadeira e leve para
assar em forno por 10 minutos ou até que comecem a ficar com a beirada
inferior dourada. O tempo pode variar de acordo com o forno, então
permaneça com atenção para não deixar queimar pois eles passam do ponto
rápido. É importante ressaltar que os biscoitos ainda vão estar um pouco
molinhos quando saírem do forno e vão ficar crocantes à medida que
esfriam.

Bolo de Inverno com Especiarias Mágicas


Esta é uma receita maravilhosa para trazer a energia do Inverno para
a sua casa e mais simples que o Bolo Tronco de Yule que eu já ensinei.
Então é ótima opção para as bruxas de cozinha que estão começando a
explorar a arte da Culinária Mágica ou mesmo para as bruxas mais
experientes, mas que estão sem tanto tempo disponível para preparar uma
receita mais complexa.
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) e 1/2 de açúcar mascavo
4 ovos
2/3 de xícara (chá) de óleo vegetal
1 xícara (chá) de iogurte natural
1 colher (sopa) de fermento em pó
3 colheres (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de gengibre em pó
Opcional: 3 bagas de cardamomo
Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Separe uma forma
redonda com furo no meio (eu costumo usar uma forma média com 24 cm de
diâmetro). Unte ela com manteiga (ou margarina) e polvilhe um pouco de
açúcar refinado misturado com canela em pó, formando uma fina camada
cobrindo toda a superfície (iremos usar essa cobertura doce no lugar da
clássica farinha de trigo). Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo
para que o bolo fique bem fofinho. Após, acrescente o fermento em pó,
misture bem usando a sua colher de pau mágica e reserve. No liquidificador,
adicione os ovos, o iogurte, o óleo, o açúcar, a canela e o gengibre. Se
desejar, acrescente as sementes das bagas de cardamomo. Bata tudo por
cerca de 3 minutos até ficar liso e transfira aos poucos essa mistura para a
tigela onde está a farinha e o fermento. Com sua colher de pau mágica, mexa
com movimentos delicados para incorporar.
Transfira a massa do bolo para a forma preparada e leve ao forno por
35 minutos ou até dourar. O tempo pode variar de acordo com o forno, então
faça o teste do palito para ter certeza de que está no ponto. Ao final, retire do
forno deixe esfriar antes de desenformar e servir. Se desejar, pode decorar e
polvilhar por cima um pouco de açúcar de confeiteiro fazendo desenhos de
símbolos ligados ao Sabbat de Yule, como um floco de neve, por exemplo.
O Sabbat de Imbolc e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, no dia 1º de Agosto


ocorre o Sabbat de Imbolc, conhecido como o Festival das Luzes dentro da
Bruxaria. Esta data simboliza a purificação e o renascimento da Mãe Terra,
que começa a mostrar os primeiros sinais do seu despertar após o longo sono
do frio do Inverno. É uma época de celebração à luz do Sol, que renasceu no
Sabbat de Yule e começa a se fortalecer, voltando a aquecer e iluminar
novamente a natureza aos poucos. Em algumas tradições dentro da bruxaria,
Imbolc se torna a época de celebração à Deusa que encerra o seu período de
descanso após o nascimento da criança solar e começa a acordar renovada
com sua luz e calor que trazem vida.
Uma das principais tradições desta época é acender velas brancas ou
vermelhas além de fogueiras, representando tanto a nossa luz interior quanto
o calor do Sol que está aumentando, trazendo de volta a esperança aos
corações. As luzes também simbolizam a iluminação do espírito, a busca por
novos conhecimentos, a criatividade e a nova vida que irá nascer do ventre
da Mãe Terra após o seu despertar. A energia deste sabbat é marcada pelo
despertar das sementes, dos novos planos e projetos, pela iniciação ou
confirmação em um caminho espiritual, pela renovação das energias, pela
busca de presságios e preparação para sua realização. Os dias começam a
ficar mais longos, demostrando que a Primavera está a caminho. Apesar de
ainda ser Inverno, o frio já é menos intenso e a natureza inicia o seu
despertar diante do retorno da luz e da promessa de dias mais quentes.
Para os celtas, este período marca a época em que as ovelhas e os
animais começam novamente o seu período de produção de leite (lactação),
fornecendo assim o primeiro leite da estação, conhecido como Oilmec ou
"leite novo". Este termo é uma das possíveis origens do nome Imbolc.
Assim, o leite se torna um dos alimentos símbolos deste Sabbat. Ele ocupou
um lugar de destaque na alimentação dos seres humanos durante nossa
evolução (em especial na região da Europa) pois é um alimento rico em
proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais (em especial o
cálcio que é essencial para o processo de formação dos nossos ossos). Todos
os alimentos feitos com leite e derivados (como queijos, iogurtes, manteiga,
creme de leite ou leite condensado) são clássicas desta época (caso você seja
vegano, use os leites de origem vegetal da sua preferência como soja, coco,
aveia e outros).
Para os celtas, Imbolc também era a época que marcava a realização
de um antigo ritual de bênção da terra, que era honrada como o “Ventre da
Deusa”, feito nos campos antes de eles serem semeados, para trazer
fertilidade e proteção. Esta é outra possível origem para o termo Imbolc: em
irlandês antigo, o termo I-mbolc significaria “dentro do ventre”, mostrando
assim o local onde as sementes seriam plantadas para germinarem na
Primavera nutridas pela Mãe Terra.
Inclusive, temos que o Sabbat de Imbolc é diretamente ligado à uma
deusa muito importante dentro do panteão celta, que possuía um culto forte e
marcante na região da Irlanda: Brigit, uma deusa que era a senhora das artes,
da cura e da magia e aquela que protegia o fogo sagrado e as fontes de águas
curativas. Uma antiga tradição celta consistia em oferecer para a Deusa
Brigit o primeiro leite produzido pelas ovelhas na época de Imbolc, que era
derramado sobre a terra, purificando e preparando os campos para a nova
vida que viria. Outra tradição era a confecção da Cruz de Brigit, uma cruz de
braços iguais feita com os últimos feixes de trigo que foram guardados das
colheitas anteriores, como uma oferenda a Deusa, para que ela trouxesse
proteção e abençoasse os campos para que a próxima colheita que dali viesse
fosse abundante. Posteriormente, com a expansão do cristianismo na região
da Irlanda, o culto a esta divindade era tão forte que não pôde ser apagado ou
demonizado como aconteceu com tantas outras deusas e deusas. Assim, a
Deusa Brigit foi cristianizada transformando-se na figura de Santa Brígida,
cuja presença e culto ainda continua vivo no coração dos irlandeses e de
várias devotos ao redor do mundo.
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Imbolc é celebrado
em 1º de Fevereiro. Mas aqui no Brasil, localizado no Hemisfério Sul, a data
é modificada pois nossas estações ocorrem de maneira invertida e, assim,
Imbolc ocorre em 1º de Agosto na Roda Sul. Além de preparar as receitas
culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também pode decorar o seu
altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Branco (cor da calma, da neve que traz morte e renascimento),


vermelho (cor do fogo, do sangue e da transformação), laranja (cor da
criatividade, da alegria e da vitalidade) e amarelo (cor do Sol, da
prosperidade e da felicidade).

Plantas: Louro, canela, cravo da Índia, camomila, laranja, alecrim,


calêndula, margaridas, açafrão da terra, orégano, etc.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, Cruz de Brigit, símbolos do sol ou


do fogo, flores brancas ou com detalhes amarelos, fogueiras, bonecas de
palha, vassoura de palha ou feita com ramos de ervas, animais ligados ao
leite (como cabras, vacas e ovelhas), cristais (como ágata de fogo, jaspe
vermelho, calcita laranja, etc.), entre outros.
Receitas para o Sabbat de Imbolc

Aprendemos que celebrar o Sabbat de Imbolc é honrar e fortalecer nossa


luz interior que ilumina e nutre nossa vida, despertando nossa força de
vontade. Este é o momento para nos purificarmos e renovarmos nossas
esperanças, pedindo sabedoria à Mãe Terra para prepararmos os campos da
nossa vida para receber as sementes dos nossos sonhos e metas, que serão
plantadas para germinarem na Primavera.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Arroz Doce Solar


O leite é o principal símbolo do Sabbat de Imbolc. Então vamos uni-
lo ao arroz para preparar um doce especial. Mas aqui usaremos a casca de
laranja para representar o Sol que cresce e se fortalece em Imbolc e a canela
e o cravo da-Índia para trazer a energia do Elemento Fogo.
Ingredientes:
3 xícaras (chá) de leite integral
2 xícaras (chá) de água
1/2 lata de leite condensado (197g)
1 xícara (chá) de arroz comum
1/3 xícara (chá) de açúcar
1 unidade de canela em pau
3 unidades de cravo-da-índia
1 pitada de sal
Casca de 1 laranja cortada em tiras finas

Modo de preparo:
Em uma panela média, adicione o leite com a água, o açúcar e a
pitada de sal e mexa com sua colher de pau mágica no sentido horário até
obter uma mistura homogênea. Após, junte o arroz, a casca da laranja, a
canela e os cravos. Leve ao fogo alto mexendo até começar a ferver. Neste
ponto, abaixe o fogo e deixe cozinhar por mais 20 minutos, mexendo de
tempos em tempos, até os grãos ficarem macios. A mistura ainda estará com
bastante líquido, mas não se preocupe, pois o arroz continuará absorvendo o
caldo enquanto esfria.
Depois, misture o leite condensado e deixe cozinhar por mais 5
minutos para a mistura reduzir e ficar no ponto desejado. Ao final, transfira
o arroz doce para uma tigela e deixe amornar antes de levar para a geladeira
(ele ficará ainda mais cremoso depois de esfriar). Se desejar, pode retirar a
canela em pau e os cravos usados. Está pronto!

Bolo de Leite Cremoso de Imbolc


Vamos novamente usar o leite nesta receita para trabalhar a vibração
do Sabbat de Imbolc, mas iremos incrementar trazendo também a energia da
farinha de trigo, um ingrediente que está entre os mundos. O trigo precisou
ser ceifado e morrer para que a farinha nascesse. Mas, a partir dela, somos
capazes de preparar diversos alimentos que trazem vida e nutrição. Vamos
usar a farinha de trigo para trabalhar esse momento “entre mundos” em que
estamos em Imbolc: Ainda sob influência do Inverno, mas já sentindo os
primeiros sinais da Primavera que indicam o início do despertar da Mãe
Terra.
Ingredientes da massa:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de leite em pó
2 xícaras (chá) de açúcar
4 ovos (claras e gemas separadas)
3 colheres (sopa) de margarina ou manteiga (sem sal)
amolecida
1 e 1/2 xícara (chá) de água quente
1 colher (sopa) de fermento em pó químico
Ingredientes do creme:
1 xícara (chá) de leite em pó
1 lata de leite condensado (395g)
1 caixa de creme de leite (200g)
1 xícara (chá) de margarina

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro). Coloque em uma
tigela as 4 claras dos ovos e leve para a batedeira. Bata bem as claras em
neve até atingir o ponto de picos moles e reserve. Em seguida, em outra
tigela maior, acrescente as 4 gemas, a manteiga e o açúcar. Leve a batedeira
e bata até formar um creme fofo. Neste ponto, sem desligar o equipamento,
adicione aos poucos a farinha alternando com o leite em pó e a água quente
até a massa ficar homogênea.
Desligue a batedeira e misture as claras em neve e o fermento à
massa fazendo movimentos delicados. Transfira a massa do bolo para a
fôrma e leve ao forno pré-aquecido para assar por 30 minutos ou até dourar.
O tempo pode variar de acordo com o forno, então faça o teste do palito para
ter certeza de que está no ponto. Ao final, retire do forno e deixe esfriar.
Enquanto isso prepare o creme: Na batedeira, bata o leite condensado com a
margarina e o leite em pó até ficar homogêneo. Em seguida, misture o creme
de leite com sua colher de pau mágica. Desenforme o bolo depois use o
creme feito como recheio e cobertura. Está pronto!

Rabanadas com Canela da Grande Mãe


As rabanadas são fatias grossas de pão amanhecido que são
mergulhadas em leite, passadas em ovo batido, fritas e servidas com canela e
açúcar polvilhados. A sua origem é incerta, mas dizem que foram criadas
para reaproveitar os pães amanhecidos. Um outro nome que elas recebem é
“fatias de parida” pois, na Espanha e em Portugal, acreditava-se que esse
doce ajudava a aumentar a produção do leite materno durante a gravidez e
auxiliava as mulheres na recuperação pós-parto. Então, as rabanadas
possuem uma ligação linda com a energia de nutrição do leite e do
nascimento que Imbolc traz.
Ingredientes:
4 pães amanhecidos
4 ovos
250ml de água
1 caixinha de leite condensado (395g)
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Manteiga (sem sal)
Para finalizar: Canela em pó misturada com açúcar a gosto
Modo de preparo:
Para essa receita iremos usar pão amanhecido, que estará mais
durinho (não pode ser pão fresco pois ele absorve líquido e ficará muito
mole). Corte o pão em fatias grossas, mais ou menos da espessura de dois
dedos e reserve.
Em uma travessa, acrescente a água, o leite condensado e a baunilha
e mexa tudo delicadamente até obter uma mistura homogênea e reserve. Em
outra travessa, adicione os ovos e bata bem para misturar as claras com as
gemas, reservando em seguida. Em uma frigideira antiaderente, adicione
uma colher de sobremesa de manteiga e leve ao fogo baixo até aquecer e
derreter. Na tigela com o leite, coloque algumas fatias de pão e deixe de
molho por 30 segundos. Após, deixe escorrer o excesso do leite e depois
passe as fatias pelos ovos batidos. Em seguida, coloque elas na frigideira.
Deixe cada lado dourar por 2 minutos. Retire as rabanadas com uma espátula
e coloque em um prato com papel toalha por alguns minutinhos. Para
finalizar, use em cima de cada rabanada o toque mágico da mistura de canela
em pó com açúcar. Está pronto! Sirva imediatamente para aproveitar a
textura e o sabor.

Leite Dourado de Imbolc


Uma receita muito simples e fácil, esse leite solar dourado nada mais
é do que o famoso Golden Milk, uma receita milenar indiana cujo nome faz
referência à sua cor e ao seu valor nutricional de ouro. Sua cor vem do
açafrão da terra (cúrcuma), um tempero que carrega uma linda cor amarela
como o próprio Sol. Ele possui propriedades anti-inflamatória, antioxidante,
analgésica e termogênica. A responsável por tudo isso é a curcumina, que
inclusive ocupa um lugar de destaque na Ayurveda como um “limpador do
corpo”.
Ingredientes:
250 ml de leite vegetal
1 colher (sopa) de açafrão da terra em pó
1/2 colher (sopa) de gengibre em pó (ou um pedaço pequeno
de gengibre fresco)
1/2 colher (sopa) de canela em pó
1 pitada de pimenta-do-reino em pó
Opcional: Mel ou melado de cana para adoçar
Modo de preparo:
Em uma panela pequena, misture todos os ingredientes usando sua
colher de pau mágica e leve ao fogo baixo, aquecendo delicadamente a
mistura até ferver. Após, desligue o fogo e transfira o líquido para uma
xícara, deixe amornar e consuma. Se preferir, pode passar o seu golden milk
por uma peneira para ter uma textura mais macia. Está pronto!

Batatas Recheadas de Brigit

No final do século XVI, as batatas chegaram à Irlanda e foram


incorporadas na lista dos pratos típicos de Imbolc e posteriormente nas
celebrações de Santa Brígida (a versão cristianizada da Deusa Brigit). Nessa
receita as batatas serão unidas ao queijo (que traz a energia do leite, apenas
em outro formato e sabor) e de diversos temperos ligados as vibrações de
purificação energética (como a cebola, o alho e a pimenta-do-reino).
Ingredientes:
4 batatas inglesas grandes
250g de proteína de soja (já hidratada e pronta para uso) - Se
você não é vegetariano, poderá substituir por carne moída ou
frango desfiado
1 tomate picado em cubos (sem o talo e as sementes)
1/4 xícara (chá) de alho (picado em cubinhos)
1/4 xícara (chá) de cebola (picada em cubinhos)
1 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem
Sal e pimenta-do-reino (a gosto)
Queijo parmesão ou muçarela (a gosto)
Cream cheese ou requeijão (a gosto)

Modo de preparo:
Lave as batatas, tomando cuidado para higienizar bem a casca pois
ela não será retirada, podendo ser consumida junto quando o prato estiver
finalizado. Em seguida, com o auxílio de um garfo, fure cada uma das
batatas em diversos pontos para criar pequenas “saídas de ar” e leve para
cozinhar por cerca de 15 minutos no micro-ondas em potência alta ou até
que elas fiquem bem macias, porém ainda firmes (não pode virar purê). Se
você não quiser usar o micro-ondas pode fazer no forno. Basta apenas
embrulhar cada uma das batatas em papel alumínio, colocar todas sobre uma
assadeira e levar para assar por cerca de 1 hora em forno à 220°C ou até que
fiquem no ponto certo. Enquanto isso, em uma panela, acrescente o azeite
junto com o alho e a cebola e refogue tudo até a cebola reduzir e o alho
dourar. Junte o tomate picado, a proteína de soja (ou o frango cozido e
desfiado) e tempere com sal e pimenta à gosto. Continue cozinhando até que
o tomate fique macio. Após adicione o cream cheese ou requeijão e misture
bem com sua colher de pau mágica até ficar bem cremoso. Aproveite para
refletir sobre a energia de renovação que Imbolc traz. Após, desligue o fogo
e reserve.
Assim que as batatas estiverem prontas, pegue uma batata por vez, e
com cuidado, apoie ela em um papel toalha para não se queimar e faça um
corte em cruz (visualizando a cruz de Brigit e o poder da Deusa
consagrando-a). Após, aperte as pontas para que ela abra e remova um pouco
da polpa da batata para formar uma cavidade no seu interior. Acrescente essa
polpa ao recheio e misture bem. Em seguida, coloque a quantidade de
recheio desejada na cavidade, adicione o queijo por cima e leve para aquecer
no forno ou no micro-ondas até que o queijo derreta. Está pronto! Finalize
jogando orégano desidratado ou salsinha fresca picada e pedacinhos de
bacon vegano por cima.

Arroz da Prosperidade de Imbolc

Uma opção para um almoço ou jantar que vai trazer a energia solar
para a sua mesa de um jeito diferente e especial. Vamos unir o poder do
arroz (um grão regido pelo Sol que traz fartura, prosperidade e luz) com o
açafrão da terra (que traz a potência da cor amarela), o louro (uma erva
regida pelo Sol que traz prosperidade, boa sorte e sucesso) e o gengibre (que
vai potencializar os efeitos da magia).
Ingredientes:
1 xícara (chá) de arroz
2 xícaras (chá) de água fervente
1/2 cebola picada em cubinhos
1/2 colher (sopa) de gengibre fresco ralado
1 colher (sopa) de azeite
1 colher (chá) de açafrão da terra (cúrcuma) em pó
1 folha de louro (fresca ou desidratada) ou 1/2 colher (chá) de
louro em pó
1/2 colher (chá) de sal

Modo de preparo:
Em uma panela média, acrescente o azeite e a cebola picada.
Tempere com sal e refogue a mistura até a cebola murchar em fogo baixo.
Após, junte o gengibre, o açafrão, o louro e o arroz. Mexa bem com sua
colher de pau mágica (no sentido horário) por 1 minuto visualizando toda a
prosperidade e riqueza que deseja atrair. Faça isso até envolver por completo
os grãos de arroz com a mistura. Acrescente 2 xícaras (chá) de água fervente
e regue o arroz. Aumente o fogo para médio e deixe a mistura cozinhar até a
água começar a secar e atingir o mesmo nível do arroz. Neste ponto, diminua
o fogo e tampe parcialmente a panela. Permaneça acompanhando e deixe
cozinhar até que o arroz absorva toda a água. Em seguida, desligue o fogo e
mantenha a panela tampada por 5 minutos antes de servir para que os grãos
terminem de cozinhar no próprio vapor. Ao final, solte os grãos com a ajuda
de um garfo e transfira para uma tigela. Está pronto! Sirva imediatamente
para aproveitar toda a sua textura e sabor.
O Sabbat de Ostara e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, entre os dias 21 e


22 de Setembro ocorre o Sabbat de Ostara, que marca o Equinócio de
Primavera. Este é o momento de celebrar finalmente o despertar da Mãe
Terra a partir da luz do Sol, trazendo a renovação da natureza e a força da
vida após o frio do Inverno. Com a chegada da Primavera, a Mãe Terra
acorda renovada e plena, espalhando alegria pelo mundo. Ostara marca um
equinócio, ou seja, uma data muito especial onde dia e noite possuem a
mesma duração, representando assim um momento de equilíbrio entre todas
as polaridades, que são opostas e complementares em sua essência, trazendo
a harmonia ao mundo através das forças da natureza.
Depois de Ostara, os dias começarão a ficar cada vez mais longos e
quentes, nutrindo a vida com alegria. Toda a vida reflete essa energia através
do desabrochar das flores, da melodia dos pássaros e da força do Sol, que
cresce gradativamente. No Outono, assim como as árvores que perdem suas
folhas, nós sacrificamos e deixamos partir tudo aquilo que não era mais útil
em nossas vidas. Já no Inverno, usamos a escuridão para refletir e despertar
novos sonhos e esperanças em nossos corações, pedindo coragem a Deusa
para enfrentar os obstáculos e dificuldades. Agora na Primavera, as sementes
destes sonhos serão plantadas e começarão o seu processo de germinação e
crescimento, dando origem as primeiras flores, mostrando sua força e luz.
Um dos principais símbolos desta data são os ovos. Segundo a autora
Mirella Faur, os ovos são símbolos da Lua e da Terra, carregando a energia
da criação, da gestação e da vida. Ela também nos ensina que existem
registros de diversas estatuetas representando Deusas-Mães do período
Neolítico associadas com o Ovo como representação da renovação, da
transformação e do renascimento. A lebre (ou o coelho) também é um
símbolo importante e tem uma ligação especial com os ovos e com a Grande
Mãe, em especial com a figura de Eostre, uma deusa associada a fertilidade e
ao renascimento nas mitologias anglo-saxã, nórdica e germânica.
Uma lenda conta a Deusa Eostre era apaixonada por crianças e
sempre queria agradá-las. Um dia, ela encontrou um amável pássaro que
estava ferido mortalmente. Para salvar a sua vida a pedido das crianças, a
Deusa o transformou em uma lebre (mas sem perguntar se este era o seu
desejo). Mas, com o passar dos meses, as crianças notaram que a lebre não
estava feliz com a transformação feita, já que não conseguia mais cantar nem
voar. Elas contaram à Eostre o que estava acontecendo e a Deusa tentou de
todas as formas reverter o encantamento, sem sucesso. Quando a Primavera
voltou, a Deusa sentiu que estava novamente plena em seus poderes e assim
conseguiu dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a
novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos. Agradecido, o
pássaro voou livre e botou milhares de ovos. Ao final da Primavera, ele
retornou a ser uma lebre e, em celebração aos seus momentos de liberdade e
às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma
original, a lebre pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo. Para lembrar às
pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, a Deusa
Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje por
nós
Os símbolos dos ovos e da lebre, junto com outros costumes típicos
desta data, foram incorporados pela religião cristã durante a sua expansão
pela Europa na tentativa de conquistar mais fiéis e desestruturar as antigas
religiões pagãs que celebravam a natureza. Em vez da celebração do
renascimento da Deusa e da natureza na Primavera, os padres associaram a
data com a Páscoa e à ligaram ao renascimento de Jesus Cristo. Em vez de
marcar o Equinócio da Primavera, eles alteraram a data para que a
celebração da Páscoa fosse feita sempre no primeiro domingo depois da lua
cheia que acontece após o Equinócio de Primavera (assim, a data da Páscoa
muda todos os anos, podendo ocorrer em Março ou Abril).
Também vemos que o nome em inglês e alemão para a Páscoa –
Easter e Östern – tem origem no nome da Deusa Eostre. É por isso que,
atualmente, as pessoas celebram a data comendo ovos decorados (hoje em
dia feitos de chocolate) e todas as crianças esperam pela visita do Coelho da
Páscoa. Na verdade, estes são os antigos símbolos do Sabbat de Ostara que
foram incorporados e que não possuem qualquer ligação com a liturgia cristã
ou com a Bíblia.
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Ostara é celebrado
entre 20 e 21 de Março. Mas aqui no Brasil, localizado no Hemisfério Sul, a
data é modificada pois nossas estações ocorrem de maneira invertida e,
assim, Ostara ocorre entre 21 e 22 de Setembro na Roda Sul. Além de
preparar as receitas culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também
pode decorar o seu altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Rosa (cor do amor universal), Verde (cor da abundância e


fertilidade da natureza), lilás (cor da transformação espiritual) e branco (cor
do renascimento). Mas todas as cores em tons pastéis ou candy colors são
bem-vindas.

Plantas: Lavanda, hortelã, capim-limão, rosa, margarida, azaleia, tulipa,


hibisco, jasmim, lírio, violeta, etc.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, ovos (a casca do próprio ovo ou


mesmo ovos feitos em outros materiais como cerâmica), ninhos de palha,
penas de aves (que caíram de forma natural), flores do campo, animais
ligados à fertilidade (como coelhos, lebres, abelhas, borboletas, etc.), fadas e
seres encantados, cristais (como quartzo rosa, quartzo verde, amazonita,
etc.), entre outros.
Receitas para o Sabbat de Ostara

Ostara é um festival que nos preenche com sua energia e vigor: é quando
sentimos aquele ânimo correr por nossas veias, trazendo aquele desejo de
estar mais em contato com a Natureza, de sair e ficar ao lado de quem
amamos, de correr atrás dos nossos sonhos e trazer à tona nossos desejos e
esperanças. A Mãe Terra nos ensina que estamos conectados com toda a
Natureza ao nosso redor e dentro de nós. Somos suas crianças e uma das
suas manifestações neste mundo. Desta maneira, possuímos o dom da
renovação, do renascimento e da nutrição. Neste capítulo você vai encontrar
receitas mágicas feitas com algum dos alimentos, ervas, especiarias e outros
ingredientes que estão ligados à origem dessa celebração. Algumas delas
serão pratos típicos e outras receitas diferentes, que trazem o toque brasileiro
ou de outros países.

Chá Gelado da Primavera


No Sabbat de Ostara, já sentimos o calor solar correndo por nossas
veias e se espalhando por toda a natureza, trazendo alegria e vida. Neste chá
mágico nós vamos usar o hibisco, uma flor que vai trabalhar o amor e a
paixão em todos os sentidos da nossa vida. Também vamos usar o cravo-da-
índia que irá limpar energias negativas acumuladas devido ao frio do
Inverno. Os outros ingredientes ajudam a criar uma sinergia que vai refrescar
o corpo e trazer a energia da alegria e da renovação que são a própria
essência da Primavera
Ingredientes:
1 litro de água
1 colher (sopa) de flores de hibisco desidratadas
1 unidade de canela em pau
4 unidades de cravo
Casca de 1/2 abacaxi
Casca de 1 laranja
Decoração: Algumas folhas frescas de hortelã
Opcional: Mel ou açúcar (a vontade) para adoçar
Modo de preparo:
Esta é uma receita ótima para reaproveitar as cascas do abacaxi e da
laranja. Comece cortando-as em pedaços médios e coloque em uma panela
grande. Acrescente a água, os cravos, o hibisco e a canela e leve a mistura ao
fogo médio até levantar fervura. Neste ponto, deixe ferver por um minuto e
depois desligue o fogo. Tampe bem a panela, deixando o seu chá esfriar.
Depois, basta levá-lo à geladeira por pelo menos duas horas para gelar bem.
Coe e adoce como desejar. Ao servir, coloque em um copo e decore com
folhas frescas de hortelã enquanto agradece a Mãe Terra pelas bençãos desta
Primavera.

Omelete da Primavera

Assim como a Primavera é um momento de equilíbrio entre mundos,


com dia e noite tendo a mesma duração, usaremos o ovo que também
carrega essa harmonia: ele possui a gema redonda dourada como o Sol (dia)
e a clara transparente e envolvente como a Lua (noite).
Ingredientes:
3 ovos
1 tomate maduro
Azeite de oliva extravirgem a gosto
Sal, páprica defumada e pimenta-do-reino moída na hora a
gosto

Modo de preparo:
Corte o tomate em fatias com grossura média. Tempere cada uma
delas com sal, páprica defumada e pimenta-do-reino moída à gosto. Regue o
fundo de uma frigideira com um fio de azeite e leve para ao fogo médio.
Distribua as fatias de tomate e doure por 2 minutos de cada lado. Após,
coloque as fatias grelhadas em um prato e reserve. Pegue os ovos e separe as
gemas das claras, colocando-as em tigelas separadas. Tempere as gemas com
uma pitada de sal e bata com um batedor de arame por cerca de 2 minutos,
até ficarem mais claras e levemente aeradas. Reserve. Após, bata as claras
em neve até chegarem no ponto de bico firme. Junte as claras em neve às
gemas e misture fazendo movimentos delicados para não perder a aeração.
Volte a frigideira ao fogo baixo, regue com um fio de azeite e disponha
delicadamente a mistura. Tampe e deixe cozinhar por 6 minutos para que a
omelete cresça e firme. Quando estiver pronta, coloque a omelete no prato,
dobrando ao meio, mas sem pressionar. Sirva com o tomate grelhado. Caso
deseje, decore o prato com algumas folhas frescas de salsinha ou coentro.

Quindim Dourado de Ostara


Que tal um quindim dourado como o Sol que cresce e desperta a Mãe
Terra na Primavera? Um doce tipicamente brasileiro, que possui uma origem
que poucas pessoas conhecem.
Segundo os historiadores, as freiras da região de Leiria, em Portugal,
usavam claras de ovos como base para engomar suas roupas. Para evitar o
desperdício das gemas, elas criaram um doce conhecido como Brisa-do-Lis
misturando as gemas com açúcar e amêndoas. Os portugueses trouxeram
essa receita para o Brasil na época da colonização, porém, enfrentaram um
problema: a falta de amêndoas e o alto custo e dificuldade na sua
importação. Então, as escravas africanas, com sua criatividade e sabedoria,
encontraram uma solução aproveitando o coco (um ingrediente que temos
em abundância em nossas terras). Assim, elas batizaram esse novo doce de
quindim, que significa encanto ou dengo, em homenagem ao seu sabor
delicado e textura aveludada.
Ingredientes:
15 ovos
1 xícara (chá) de coco fresco ralado fino
1 xícara e 1/2 (chá) de açúcar
3 colheres (sopa) de manteiga derretida

Modo de preparo:
Em uma tigela, acione o coco, a manteiga e o açúcar. Misture bem
com as mãos, esfregando, até formar uma massa úmida (com textura de areia
molhada). Cubra com filme e deixe descansar na geladeira por 1 hora.
Aproveite o tempo de descanso para separar as gemas das claras dos ovos.
Reserve as gemas para este quindim e guarde as claras para a próxima
receita do livro. Coloque as gemas em uma peneira e, com um garfo, fure
elas, deixando o líquido escorrer de volta para a tigela (esse passo serve para
eliminar a película presente na gema que, segundo nossas avós bruxas e
cozinheiras, pode deixar o quindim com aroma forte de ovo).
Passado o tempo de descanso, retire a mistura de coco e açúcar da
geladeira, junte as gemas peneiradas e misture delicadamente com a sua
colher de pau mágica até incorporar. Deixe a massa descansar na tigela em
temperatura ambiente por 30 minutos. Quando o tempo estiver terminando,
já pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média) e leve uma panela com 2
litros de água ao fogo alto até ferver. Unte uma forma média com furo no
meio com manteiga e polvilhe açúcar até cobrir toda superfície e forrar o
fundo, criando uma camada fina. Coloque a forma untada sobre uma
assadeira e transfira a massa para a fôrma. Preencha a assadeira com a água
fervente até cobrir metade da fôrma (o quindim vai assar no forno
preenchido pelo vapor liberado, por isso usamos bastante água para não
secar no processo). Deixe assar por cerca 1h30min ou até a superfície do
quindim ficar levemente dourada e sequinha. Após, deixe amornar para
desenformar.

Suspiros da Deusa
Hora de usar as claras que sobraram para fazer um doce que traz
aquela memória afetiva de infância: os suspiros. Vamos homenagear a nossa
criança interior com essa receita simples. Aqui voltaremos a ser inocentes e
leves como as crianças que se encantaram com o pássaro transformado em
lebre e deram suspiros de alegria com a magia da Primavera.
Ingredientes:
500 g de claras de ovos (aproximadamente 15 unidades)
900 g de açúcar (aproximadamente 5 xícaras)
2,5g de cremor de tártaro (aproximadamente 1 colher de chá
bem cheia)

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Escolha uma tigela
de vidro que encaixe sobre uma panela para fazer um banho-maria. Coloque
as claras e o açúcar na tigela, acrescente água na panela e leve ao fogo alto.
Quando ferver, abaixe o fogo e encaixe a tigela com o a manteiga sobre a
panela. Para o banho-maria ser bem-feito, é importante que a água não
encoste no fundo da tigela e que o encaixe dos recipientes seja perfeito, para
evitar o vazamento do vapor.
Permaneça mexendo sempre com sua colher de pau até que os
grânulos de açúcar se dissolvam por completo (faça o teste de tempos em
tempos, verificando com a ponta dos dedos a textura). Tome cuidado para
não deixar ferver, pois isso poderia cozinhar as claras. Em seguida, transfira
a mistura para a tigela da sua batedeira e ligue o equipamento, batendo por
cerca de 8 minutos na velocidade alta. Após, acrescente o cremor de tártaro e
bata por mais 2 minutos. Se você não tiver acesso, pode usar o sumo de
limão no lugar (aproximadamente 2 colheres de chá rasas, passadas na
peneira para retirar possíveis gruminhos do limão).
Agora, separe uma assadeira e forre com papel manteiga. Coloque a
mistura batida dentro de um saco de confeiteiro e utilize um bico para fazer
cada suspiro sobre o papel manteiga. Lembre-se de modelar pequenos
montinhos deixando um espaço entre eles, puxando na ponta para fazer o
típico biquinho. Se não tiver esses equipamentos, sem problemas: pegue um
desses saquinhos que você utiliza para congelar alimentos e coloque a
mistura dentro, amarrando a parte superior para não vazar. Com uma
tesoura, faça um corte pequeno em uma das pontas do saco e aperte para
formar os suspiros.
Após, leve a assadeira ao forno para assar por 1 hora e 30 minutos.
Mantenha a temperatura baixa porque o suspiro é muito frágil e pode
queimar fácil. Se o forno estiver esquentando muito, coloque um pano
dobrado na porta do forno para que ela fique levemente aberta e os suspiros
assem mais lentamente. O ponto ideal é quando os suspiros sequem (ele não
deverá dourar, se não ficará amargo). Ao final, deixe esfriar para retirar os
suspiros do papel manteiga.

Bolo de Mel de Ostara


Na mitologia grega, o mel estava ligado à imortalidade e servia como
um dos ingredientes na receita secreta da Ambrosia, o alimento dos deuses.
Aqui ele será usado para trazer a vida um bolo dourado com um aroma
irresistível e doce como o amor da Mãe Terra, que desperta renovada na
Primavera.
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de açúcar
5 ovos (na temperatura ambiente)
1/2 xícara (chá) de óleo vegetal
1 xícara (chá) e 1/4 de mel
1/4 colher (chá) de canela em pó
1/4 colher (chá) de gengibre em pó
1 colher (sopa) de fermento em pó químico

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda bem grande pois este bolo
cresce muito, muito mesmo! Se tiver acesso apenas a forma padrão (com 24
cm de diâmetro) você pode fazer apenas metade desta receita ou seguir as
medidas, mas assar em duas partes para não correr o risco de a massa
transbordar dentro do forno enquanto assa.
Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo e o fermento para
que o bolo fique bem fofinho. Após, misture usando a sua colher de pau
mágica, fazendo movimentos no sentido horário para fortalecer a intenção de
crescimento da energia da Primavera. Reserve. Separe as claras das gemas
dos ovos. Na batedeira, comece a bater as claras em neve: quando começar a
espumar, acrescente o açúcar aos poucos, sem parar de bater, até que as
claras fiquem bem firmes. Reserve. Em outra tigela, junte o óleo, o mel, as
gemas e as especiarias. Bata na batedeira em velocidade alta, até obter uma
mistura fofa. Em seguida, desligue a batedeira e acrescente essa mistura
líquida à tigela com a farinha com o fermento. Mexa com a sua colher de
pau até que obtenha uma massa homogênea.
Após, adicione as claras em neve e mexa delicadamente até
incorporar, fazendo movimentos de baixo para cima para não perder todo o
ar e a fofura. Reflita sobre a vida que está mergulhada no ventre da terra e
que, agora na Primavera, ressurge fazendo movimentos para cima,
germinando em busca da luz solar.
Transfira a massa do bolo para a fôrma preparada e leve ao forno pré-
aquecido a 180°C para assar por 1 hora ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Quando o bolo estiver pronto, retire do forno e espere esfriar
um pouquinho para desenformar.
O Sabbat de Beltane e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, no dia 31 de


Outubro ocorre o Sabbat de Beltane, conhecido como o Festival da
Fertilidade dentro da Bruxaria. Beltane marca a união sagrada entre o Sol e a
Mãe Terra, que é fecundada pelos raios solares cheios de energia vital,
passando a carregar em seu ventre todos os frutos, grãos e alimentos darão
origem as próximas colheitas que virão no decorrer da Roda do Ano. A
natureza sente essas forças cósmicas e celebra através da união de todas as
criaturas da natureza (este é o período da época de acasalamento e
reprodução de diversos animais e plantas).
No Hemisfério Norte, originalmente o Sabbat de Beltane era
celebrado em Maio pelos povos celtas, que executavam diversos ritos em
louvor à essa energia de união e prazer que se espalhava em toda a natureza.
Um deles era o May Pole (Mastro de Maio), que consistia em um tronco
bem comprido de madeira que era fixado verticalmente. Em seu topo eram
colocadas coroas de flores e eram fixadas diversas fitas coloridas, que eram
seguradas pelos casais que cantavam e dançavam ao redor do mastro,
trançando as fitas durante o movimento até terminarem sua dança se jogando
no chão. Deste modo, temos que o mastro com fitas era um símbolo fálico
que representava os raios de sol que penetravam e fertilizavam a Deusa.
Inclusive, o significado da palavra Beltane na cultura celta seria
“fogo brilhante” ou “fogo de Bel” em homenagem ao Deus Belenus,
reconhecido na natureza pelos celtas como o Deus Sol ou o Deus Brilhante
que se unia à Grande Deusa e a fecundava com sua semente. Em sua
homenagem, diversas fogueiras eram acesas celebrar o retorno do calor após
o fim do inverno e para trazer boa sorte para as pessoas. Era tradição os
casais pularem as fogueiras para trazer boa sorte, fertilidade e fartura para os
campos e assim para a sua a vida. Este também era o momento em que era
apagada a chama sagrada, que foi mantida acesa durante o Inverno dentro de
cada uma das casas. Com o Sol brilhando novamente cheio de força, não era
mais necessário manter o interior das casas aquecidas.
O Sabbat de Beltane era tão forte que seus costumes e tradições não
conseguiram ser apagados pelo cristianismo durante a sua expansão pela
Europa. Mesmo sendo considerados hereges e pecaminosos, eles tiveram
que ser modificados durante a tentativa de conquistar mais fiéis e
desestruturar as antigas religiões pagãs que celebravam a natureza. Assim,
Maio se tornou o “Mês das Noivas e do Casamento”, sendo até hoje o
período mais concorrido nas igrejas para celebrações de casamento. Nesta
época acontecem feiras e eventos especializados em oferecer flores,
decoração, vestidos e serviços de banquete para os casais que desejam se
unir. O “Mastro de Maio” permaneceu oculto nas Festas Juninas, onde
podemos encontrá-lo na versão original ou em novas roupagens (como o pau
de sebo).
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Beltane é celebrado
em 1º de Maio. Mas aqui no Brasil, localizado no Hemisfério Sul, a data é
modificada pois nossas estações ocorrem de maneira invertida e, assim,
Beltane ocorre em 31 de Outubro na Roda Sul. Além de preparar as receitas
culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também pode decorar o seu
altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Todas as cores do arco-íris representando todas as formas de


amor que existe no universo, com destaque para o vermelho (que representa
o sangue feminino, o poder de criação, a força da vida que corre nas nossas
veias, a paixão e a coragem).

Plantas: Rosa, orquídea, baunilha, patchouli, ylang-ylang, dama-da-


noite, priprioca, hibisco, gardênia e jasmim.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, flores vermelhas, corações, mastro


de maio, fogueiras, animais ligados com a força solar (como cervos e
gamos), etc.
Receitas para o Sabbat de Beltane

Em Beltane nós celebramos a união da Mãe Terra e do Sol e nos


conectamos com a energia de paixão e fertilidade que se espalhava em toda a
natureza. Lembrando que todos nós podemos celebrar Beltane
transcendendo a concepção de gênero, afinal nós somos as crianças da Mãe
Terra e possuímos as energias das polaridades dentro de nós. Esta é a época
para tornarmos nossa mente e coração campos férteis com as bençãos de
Gaia, prontos para receber essa vibração solar que energizará a semente dos
nossos sonhos para termos fartas colheitas no futuro.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Brownie do Amor e do Desejo


Nesta receita nós usaremos o poder do cacau para alinhar nosso
espírito na energia do amor e da paixão ao despertar sentimentos e desejos
ocultos no coração. O chocolate meio amargo irá trazer a vibração da paixão,
do amor-próprio e do bem-estar enquanto o chocolate branco trabalha a
alegria. Além disso, iremos trazer uma pitada das especiarias afrodisíacas
para estimular o amor e o prazer em nossos corações, já que elas atuam
como tonificantes para o corpo e trabalham o mundo emocional.
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara e 1/2 (chá) de açúcar
3 ovos
200 g de manteiga (sem sal) na temperatura ambiente
150 g de chocolate meio amargo
150 g de chocolate branco
3 colheres (chá) de fermento em pó

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma retangular (eu costumo usar uma
forma média com 28 cm de comprimento). Em uma tigela grande, peneire a
farinha de trigo e o fermento para que o bolo fique bem fofinho. Após, pique
o chocolate branco em pedaços grossos e misture com a farinha e o
fermento. Adicione 1 colher (chá) de canela em pó à mistura e reserve.
Em uma tigela média de vidro, derreta o chocolate meio amargo em
banho-maria (como ensinei em outras receitas). Quando o chocolate derreter,
adicione a manteiga e mexa bem até a mistura ficar homogênea. Reserve em
um local fresco para ela esfriar um pouco. Em outra tigela, junte os ovos e o
açúcar. Bata na batedeira em velocidade alta por 2 minutos ou até obter uma
mistura esbranquiçada. Em seguida, desligue a batedeira e acrescente
delicadamente a mistura do chocolate derretido com manteiga à tigela (faça
isso aos poucos para que o calor do chocolate não cozinhe os ovos). Mexa
com a sua colher de pau até que obtenha uma massa homogênea. Após,
adicione essa massa na tigela com a mistura de farinha, fermento e chocolate
branco, mexendo até incorporar todos os elementos.
Transfira a massa do bolo para a forma preparada e leve ao forno pré-
aquecido a 180°C para assar por 20 minutos. O truque de espetar o palito
não funciona nessa receita, já que o ponto ideal do brownie é diferente: a
massa deverá ainda estar úmida quando sair do forno (se assar demais, vira
bolo, e não brownie.).
Quando estiver pronto, retire do forno e espere esfriar um pouquinho
para desenformar e cortar em quadrados (o formato clássico do brownie).
Você poderá servir eles assim em uma apresentação mais simples ou, caso
deseje, poderá cobrir com uma calda de chocolate e colocar por cima alguns
pedaços de morangos cortados para criar um ar romântico.

Morangos com Chocolate para Beltane


Nesta receita iremos unir a magia do cacau e dos morangos para criar
uma sobremesa simples e muito especial, que pode ser preparada para ser
servida como sobremesa após um jantar romântico ou até ser levada para
cama para ser desfrutada em um momento íntimo e de diversão entre o casal.
Ingredientes:
1 caixinha de morangos frescos (já lavados e secos)
350 g de chocolate meio amargo picado
3/4 xícara (chá) de creme de leite fresco
2 colheres (sopa) de leite
1 colher (sopa) de açúcar

Modo de preparo:
Em uma panela, junte o creme de leite, o leite e o açúcar e leve a
mistura ao fogo médio. Quando ferver, acrescente o chocolate picado e
cozinhe em fogo baixo por 10 minutos, mexendo sempre. Após, desligue o
fogo, transfira a calda para uma tigela e sirva ainda quente. Mergulhe os
morangos nesta calda mágica e aproveite.
Panna Cotta da Paixão

A panna cotta é uma sobremesa italiana que é consumida gelada.


Então vamos usá-la para aliviar o calor do Sol que cresce em Beltane e
aquece nossos corações. Para o seu preparo usamos uma calda especial
(chamada coulis) de frutas vermelhas. Eu escolhi o morango, mas essa
categoria engloba várias frutas como a cereja, a framboesa e a amora. Então,
escolha a que seu coração pedir e sua intuição indicar.
Ingredientes da panna cotta:
2 xícaras (chá) de creme de leite fresco
2 colheres (chá) de extrato de baunilha
1/3 xícara (chá) de açúcar refinado
De 3 a 4 folhas de gelatina incolor (8g no total)

Ingredientes do coulis de morango:


200 g de morango fresco
3 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de sumo de limão

Modo de preparo:
Comece hidratando as folhas de gelatina. Distribua todas sobre uma
tigela retangular grande e acrescente água fria. Mantenha elas submersas por
10 a 15 minutos (importante: o tempo de hidratação pode variar de acordo
com o fabricante da gelatina ou se você substituiu ela por uma alternativa
vegetal como ágar-ágar, então confira as instruções na embalagem). Reserve.
Após, em uma panela, adicione o creme de leite fresco, o açúcar e a
baunilha. Leve ao fogo baixo para aquecer, mexendo sempre com a sua
colher de pau mágica até que o açúcar tenha se dissolvido por completo.
Quando a mistura começar a ferver, desligue o fogo. Neste momento, retire
as folhas de gelatina da hidratação e esprema-as com delicadeza para retirar
o excesso de água. Em seguida, adicione-as na panela, mexendo bem até que
as folhas de gelatina incorporem por completo na mistura. Coloque a sua
panna cotta em tigelas pequenas de vidro. Reserve.
Enquanto isso, você irá preparar o coulis de morango: bata os
morangos, o açúcar e o sumo de limão no liquidificador até obter uma calda
lisa e homogênea. Ao final, coe a calda e coloque uma camada generosa por
cima de cada uma das panna cottas. Leve as tigelas à geladeira para firmar e
mantenha lá até o momento de servir.
O Sabbat de Litha e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, entre os dias 20 e


21 de Dezembro, ocorre o Sabbat de Litha, que marca o Solstício de Verão.
Este sabbat celebra o início do Verão e o dia mais longo do ano, que
acontecesse graças ao Sol que atinge o máximo do seu poder e luz e a Mãe
Terra que alcançou o auge dos seus poderes: neste momento, Gaia está plena
de promessas e radiante, gestando em seu ventre as futuras colheitas
nascidas do amor e da sua união com o Sol na Primavera.
Não existe em consenso da origem do termo Litha, mas alguns
estudiosos afirmam que sua origem estaria nas antigas celebrações dos povos
anglo-saxões desta época: o termo poderia significar “roda” (em alusão ao
Sol), “fogo” (em referência ao seu brilho) ou ainda poderia ser o nome usado
para o mês de Junho (que marca o início do verão no Hemisfério Norte).
Diversas lendas europeias antigas afirmam que, nessa noite, os seres
encantados caminhavam pelos campos e florestas, espalhando suas bençãos
e, muitas vezes, aprontando algumas brincadeiras. Inclusive esta foi uma das
inspirações para Shakespeare escrever, em torno de 1590, a famosa obra
“Sonhos de uma Noite de Verão”.
Mesmo com todo a alegria e entusiasmo presente nesta data, Litha
também marca o início da metade escura do ano. A partir deste dia, as noites
se tornarão cada vez mais longas e o Sol iniciará sua jornada para longe até
voltarmos à noite mais longa do ano em Yule (Inverno), nos lembrando que
o princípio da mudança é a essência da vida.
Alguns costumes típicos desta celebração eram as fogueiras, tochas e
velas acessas espalhadas por toda o local da festa. Neste dia eram colhidas
algumas ervas sagradas ligadas ao Sol (como o alecrim, o louro, a calêndula
e a camomila) para que estas conservassem o máximo de energia deste astro
em suas folhas, que eram então secas e preservadas para usos diversos.
Também eram feitas rodas solares de proteção usando galhos diversos
entrelaçados que formavam a estrutura base, que era então enfeitada com
fitas coloridas, flores amarelas, penas, conchas, sinos e outros símbolos.
Após, estas rodas eram purificadas na fumaça de um incenso e penduradas
na porta de entrada até a chegada de Yule, onde eram queimadas nas
fogueiras acessas no Inverno para o início de um novo ciclo.
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Litha é celebrado
entre os dias 20 e 21 de Junho. Mas aqui no Brasil, localizado no Hemisfério
Sul, a data é modificada pois nossas estações ocorrem de maneira invertida
e, assim, Litha ocorre entre os dias 20 e 21 de Dezembro na Roda Sul.Além
de preparar as receitas culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você
também pode decorar o seu altar com elementos típicos ligados à essa
celebração:

Cores: Laranja (cor solar ligada a vitalidade, da alegria e da autoestima),


amarelo (cor solar ligada a criatividade, ao aprendizado e ao raciocínio),
verde (representando a abundância e vitalidade da natureza), azul e branco
(ligados ao típico céu claro e com nuvens leves do verão que trazem leveza e
paz).

Plantas: Laranja, limão, tangerina, capim-limão, alecrim, tomilho,


orégano, louro, manjericão e todas as flores de cor amarela e laranja
(girassol, camomila, calêndula, margarida, etc.).

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, flores amarelas e laranjas, símbolos


do sol, ervas aromáticas frescas, conchas, fontes de água, estátuas de animais
marinhos e das aves da estação, cristais (como o citrino, a calcita amarela, a
pedra do sol, o jaspe amarelo, etc.), entre outros.
Receitas para o Sabbat de Litha

O Sabbat de Litha é o festival que carrega em sua essência a vibração da


alegria, da saúde, da vitalidade, do sucesso, do divertimento e da boa sorte.
Esta é a época para festejarmos e agradecermos à Mãe Terra por nossa vida e
pelas oportunidades de crescimento e evolução, abraçando nosso brilho
pessoal que ilumina o mundo ao nosso redor. No Verão devemos fortalecer
nosso corpo, mente e espírito para estarmos prontos para as colheitas que se
aproximam, onde iremos descobrir quais frutos foram gerados dos nossos
sonhos plantados na Primavera.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Chá Gelado do Verão


Nesta receita nós criaremos uma sinergia de ingredientes para
celebrar o auge da força da Mãe Terra e do Sol neste Sabbat de Litha. Vamos
usar as energias da laranja (que vibra alegria, vitalidade, boa sorte,
prosperidade e luz) e do chá preto (que fortalece nosso poder pessoal e ainda
é um poderoso estimulante graças à cafeína) para preparar um chá gelado
mágico para despertar o nosso brilho natural e potencializar a nossa
confiança.
Ingredientes:
1 xícara (chá) de água (pode usar água solar se desejar)
4 colheres (chá) de folhas desidratadas de chá preto
1 xícara (chá) de sumo de laranja
1/2 xícara (chá) de açúcar
1 laranja inteira
Água com gás (gelada)
Decoração: Folhas frescas de hortelã
Opcional: Açúcar ou mel para adoçar
Modo de preparo:
Em uma panela pequena, leve a água ao fogo até chegar à 80 °C
(ponto próximo à fervura). Neste momento, desligue o fogo e acrescente o
chá preto. Tampe bem a panela e deixe a mistura descansar por 3 minutos.
Após, coe e reserve até esfriar. Enquanto isso, em outra panela, adicione o
açúcar e o sumo da laranja. Leve ao fogo baixo misturando sempre até o
açúcar dissolver por completo. Desligue o fogo e deixe esfriar. Lave bem a
laranja e, com o auxílio de uma faca, corte ela em rodelas e coloque dentro
de uma jarra. Após, adicione o chá preto e a mistura de laranja e acrescente
gelo e água com gás gelada à gosto. Finalize acrescentando algumas folhas
frescas de hortelã e mexa bem antes de servir.

Risotto de Laranja para Litha

Uma opção para um almoço ou jantar de verão que vai surpreender a


todos que saborearem esse risotto refrescante e solar. Vamos unir o poder do
arroz (um grão regido pelo Sol que traz fartura, prosperidade e luz) com a
laranja (uma fruta também regida pelo Sol que carrega a energia da alegria e
da boa sorte), o alho poró (que traz a proteção do Elemento Fogo) e o
gengibre (que vai potencializar os efeitos da magia).
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de arroz arbóreo
1/2 xícara (chá) de alho-poró fatiado
2 colheres (sopa) de gengibre fresco picado fino
1/2 cebola picada em pedaços bem pequenos
1/2 xícara (chá) de vinho branco seco
1/2 xícara (chá) de sumo de laranja
1,5 litro de caldo de legumes caseiro
1 colher e 1/2 (sopa) de manteiga (com sal)
1 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem
Raspas da casca de 1 laranja
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Em uma panela grande, coloque o caldo de legumes caseiro para
esquentar em fogo médio. Quando começar a ferver, desligue o fogo. Em
outra panela, aqueça o azeite e acrescente a cebola, o alho-poró e o gengibre.
Refogue com cuidado em fogo baixo até eles ficarem macios. Neste ponto,
acrescente o arroz e mexa delicadamente os grãos com a sua colher de pau
mágica para que eles fritem levemente até que comecem a ficar ligeiramente
transparentes. Neste momento, adicione o vinho branco. Não se preocupe:
todo o álcool irá evaporar, mas o seu arroz ficará com um delicioso aroma e
sabor. Prossiga sem parar de mexer (este é o segredo de um bom risotto).
Quando o vinho começar a evaporar, diminua o fogo até o mínimo e
adicione o sumo da laranja, misturando bem para envolver todo os grãos de
arroz
Após, acrescente uma concha do caldo de legumes quente junto com
uma pitada de sal. Continue mexendo a mistura no sentido horário até que o
caldo evapore. Então, acrescente outra concha de caldo e continue mexendo
até evaporar novamente. Você irá repetir este processo até usar todo o caldo
de legumes (o que irá demorar cerca de 15 minutos). Mas é importante que
espere cada concha de caldo ser absorvida antes de adicionar a próxima.
Este passo é essencial para que o amido do arroz seja liberado aos
poucos enquanto o ele cozinha, fazendo com que tenha um risotto bem
cremoso com um arroz al dente (tenro, mas com uma certa consistência no
grão). Após usar todo o caldo e secar ele por completo, desligue o fogo,
adicione a manteiga e as raspas da casca de laranja. Mexa bem e deixe o
risotto descansar por apenas 2 minutos para que ele fique extremamente
cremoso como deve ser. Está pronto! Sirva imediatamente para aproveitar
toda a sua textura e sabor.

Pudim de Pão com Laranja e Canela

A origem do pudim de pão é incerta, mas provavelmente esse doce


surgiu do costume de embeber pão em leite adoçado (que nasceu na
Antiguidade) para amaciar e assim aproveitar o pão amanhecido ou
envelhecido, dando a ele uma nova vida e textura.
Aqui usaremos o poder da laranja e da canela para trazer a energia
solar para a nossa receita. Essa combinação irá trazer a energia da alegria, da
luz, da prosperidade e da boa sorte, ajudando a iluminar nossos caminhos
para atrairmos aquilo que desejamos.
Ingredientes do pudim:
3 pães franceses amanhecidos
3 xícaras (chá) de leite
½ xícara (chá) de açúcar
3 ovos
1 colher (chá) de canela em pó
Raspas da casca de 1 laranja

Ingredientes da calda:

1 xícara (chá) de açúcar


4 colheres (sopa) de água fervente
Sumo de 1 laranja já coado (1/4 de xícara de chá)

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180 °C (temperatura média). Você começará a
receita preparando a calda para o pudim de pão. Separe uma forma redonda,
alta e com furo no meio (a minha tem 22cm de diâmetro). Em uma tigela
pequena, leve 4 colheres (sopa) de água para ferver no micro-ondas.
Enquanto isso, em uma panela, coloque o açúcar e leve ao fogo baixo,
mexendo delicadamente com sua colher de pau mágica, até formar um
caramelo dourado. Neste momento, acrescente a água fervente aos poucos,
uma colher por vez, mexendo sempre com cuidado pois a calda poderá
borbulhar.
Em seguida, adicione o sumo de laranja e misture até incorporar.
Após, desligue o fogo e espere a calda amornar por alguns minutos. Depois
transfira ela para a forma, vertendo-a sobre o cone de modo cobrir ele por
inteiro com uma fina camada. Após, gire a forma para caramelizar também a
lateral e criar uma fina camada no fundo. Reserve.
Agora, com o auxílio de uma faca de serra, corte os pães
amanhecidos em pedaços e transfira para uma tigela grande. Em uma panela
média, misture o açúcar com o leite e leve ao fogo médio. Quando iniciar a
fervura, desligue o fogo e acrescente a canela em pó e as raspas da laranja,
misturando apenas para incorporar. Em seguida, regue os pães vertendo com
essa mistura fervente sobre eles e deixe descansar por 10 minutos.
Após, quebre os ovos em uma tigela pequena e bata com um garfo de
modo a obter uma mistura homogênea entre as claras e as gemas. Acrescente
ela à tigela dos pães amolecidos e misture até obter uma massa homogênea.
Transfira a massa para a forma caramelizada e coloque ela dentro de uma
assadeira funda. Preencha a assadeira com a água fervente e leve para assar
em banho-maria no forno por cerca de 40 minutos ou até o pudim apresentar
uma textura firme e as bordas levemente douradas.
Desligue o forno e coloque a forma em um local seguro para
amornar. Após, leve ela para a geladeira para firmar por 2 horas. Ao final,
retire a forma e aqueça apenas o fundo na chama do fogão para derreter a
calda. Cubra a forma com um prato e vire de uma só vez para desenformar o
seu pudim de pão, deixando a calda escorrer por completo sobre ele. Está
pronto!

Cascas Cristalizadas de Laranja

Vamos preparar um doce clássico ideal para degustar com café e


servir de acompanhamentos para bebidas e drinks, mas que pode ser usado
também em outras receitas como biscoitos, tortas, bolos, etc. A laranja traz
em seu interior a energia e poder do Sol e aqui vamos reaproveitar as suas
cascas para criar um doce que irá trazer a alegria de Litha e fortalecer a
nossa motivação, despertando nossa força de vontade e coragem.
Ingredientes:
Cascas de 6 laranjas (já higienizadas)
4 xícaras (chá) de açúcar
8 xícaras (chá) de água mineral
1 colher (sopa) de sumo de limão
Açúcar de confeiteiro (quantidade suficiente para envolver as
casquinhas)

Modo de preparo:
Para esta receita, não se preocupe se as cascas das laranjas estão com
as partes brancas (normalmente conhecidas por seu sabor amargo). Neste
caso, elas inclusive ajudarão a deixar, no final, as suas casquinhas
cristalizadas mais “carnudas” e macias. Corte as cascas das laranjas no
sentido do comprimento, criando tirinhas de 5 mm de largura
aproximadamente. Após, coloque todas as tirinhas em uma tigela. Cubra-as
com água, tampe bem e leve à geladeira por 2 dias, trocando essa água 3
vezes ao dia. Esse processo serve para retirar o amargor da parte branca,
preservando o sabor delicado da laranja.
Passado o tempo, escorra toda a água e reserve. Em uma panela,
adicione a água (quantidade suficiente para cobrir as tirinhas) e leve ao fogo
médio até iniciar fervura. Neste ponto, abaixe o fogo e acrescente as tirinhas,
deixando cozinhar por aproximadamente 30 minutos (fique de olho para a
água não secar, se necessário acrescente mais um pouquinho no decorrer do
cozimento).
Após, escorra toda a água e reserve as tirinhas. Em outra panela,
adicione o açúcar, a água mineral e o sumo do limão e leve ao fogo. Mexa
com a sua colher de pau mágica até o açúcar dissolver e a mistura iniciar
fervura. Neste ponto, acrescente as tirinhas, mexa bem para envolver elas
com a mistura e deixe a panela em fogo baixo por aproximadamente 1 hora
ou até que a calda engrosse levemente e as tirinhas estejam macias. Lembre-
se de mexer de tempos em tempos e mantenha a atenção na receita.
Após, desligue o fogo e coloque as tirinhas em uma peneira para
escorrer o excesso de líquido, mantendo-as assim por alguns minutos. A
calda que escorrer pela peneira você pode guardar e usar em outras receitas.
Quando as tirinhas estiverem drenadas, espalhe todas sobre uma
assadeira grande (antiaderente ou forrada com papel manteiga). Coloque a
assadeira em um local seguro e deixe as tirinhas lá para secar por 24 horas.
O tempo de secagem pode variar de acordo com o clima do local onde você
mora, então verifique de tempos em tempos como está o processo (pode ser
que você precise de menos ou mais tempo).
Após a secagem, polvilhe açúcar de confeiteiro sobre as tirinhas e,
com suas mãos, misture delicadamente de modo a envolver elas por
completo. Deixe secando novamente por mais um dia para que elas fiquem
bem soltinhas, sem nenhuma umidade aparente. Ao final, basta comer e
aproveitar essa delícia encantada.
O Sabbat de Lammas e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, no dia 1º de


Fevereiro ocorre o Sabbat de Lammas, conhecido como o Festival da
Primeira Colheita dentro da Bruxaria. Neste momento a Mãe Terra começa a
receber as últimas energias do Sol. Ela transfere essa energia de vida para as
plantações, infundindo as sementes, grãos e frutos com luz e força para que
nós possamos ter uma colheita abundante e próspera, permitindo a toda
natureza sobreviver ao período de inverno que se aproxima.
Lammas representa assim a primeira colheita que será feita, ou seja,
a colheita dos grãos. É por isso que os principais símbolos de Lammas são o
trigo e o milho, dois grãos que foram essenciais para a sobrevivência das
tribos na antiguidade e que permanecem até os dias atuais presentes na base
da nossa alimentação. Essa colheita não ocorre apenas na natureza, mas
também em nossa vida pessoal. Lammas representa a colheita das sementes
que plantamos ao longo da Roda do Ano. É a época em que veremos o
resultado do que cultivamos: nossas escolhas, atitudes, palavras e gestos.
Aqui conseguimos enxergar que tudo o que desejamos alcançar exige um
sacrifício. Os raios do Sol começam a enfraquecer e o período de fertilidade
da Mãe Terra chegará logo ao fim, trazendo o frio do inverno e a presença da
morte. Desta maneira, a Mãe Terra nos ensina que não devemos temer esse
processo: afinal é preciso morrer para poder renascer e permitir que o antigo
se vá para completarmos o ciclo da vida.
Um dos costumes desta época era a confecção de bonecas da colheita
(usando as últimas espigas de milho colhidas) chamadas de Corn Mothers,
que representavam a Grande Mãe em seu aspecto de “Mãe dos Grãos” ou
“Rainha da Colheita” e armazenavam dentro de si o poder de criação,
nutrição e fertilidade da própria Deusa. Elas eram guardadas com carinho
nos altares até o próximo Sabbat de Lammas (onde serão enterradas ou
queimadas como uma maneira de representar esse sacrifício). Outra tradição
era a oferenda de grãos nos altares e a divisão dos pães em agradecimento
pela fartura e generosidade dadas pela Mãe Terra. Inclusive, o termo
Lammas significa "Massa de Pão", representando o alimento mais ancestral
que existe que é feito justamente com a farinha obtida dos grãos.
Muitas vezes este Sabbat recebe outro nome: Lughnasadh. O termo
possui origem celta e, segundo as lendas, está ligado à uma celebração da
colheita criada pelo Deus Lugh em honra a Tailtiu, sua mãe adotiva, que
faleceu no primeiro dia do mês de agosto (data original da celebração deste
Sabbat). Na mitologia celta, Lugh é um dos deuses que formam o grupo dos
Tuathá de Danann (Povo da Deusa Danann) e é considerado um dos maiores
guerreiros que já existiu. Já Tailtiu como sua mãe, seria uma das
representações celtas para o arquétipo da Mãe dos Grãos ou da Mãe Terra,
fonte de toda fertilidade. Assim, a morte de Tailtiu neste dia carrega um
profundo simbolismo, já que no ciclo agrário regido pelas estações do ano, o
início da colheita é o momento em que a Terra encerra seu ciclo de nutrição
e sua força vital é direcionada para os grãos, que são cortados e colhidos
enquanto as plantas-mães morrem, tendo cumprido sua função.
Podemos encontrar diversos mitos pagãos antigos que trazem essa
simbologia da morte da Terra através da colheita da vegetação (o ciclo vida-
morte-renascimento) por meio da morte sazonal de uma divindade da
fertilidade ou um espírito da vegetação, que pode ser feminino ou masculino,
dependendo da cultura e do período de origem do mito. Além de preparar as
receitas culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também pode decorar
o seu altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Laranja (cor solar ligada a vitalidade, da alegria e da autoestima),


amarelo (cor solar ligada a criatividade, ao aprendizado e ao raciocínio),
dourado (cor que representa os grãos, que são como o ouro da terra) e tons
de creme e marrom (cor que representa da massa do pão feito com os grãos
da colheita).

Plantas: Trigo, milho, aveia, arroz, centeio, cevada, manjericão,


orégano, tomilho, canela, etc.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, bonecas da colheita, ramos de


trigo, espigas de milho, sementes e grãos em geral, flores laranjas, cristais
nos tons da estação (como calcita laranja, selenita laranja, citrino, pirita,
etc.).
Receitas para o Sabbat de Lammas

O Sabbat de Lammas é um festival que traz em sua essência a energia da


gratidão. Esta é a época na qual agradecemos por todas as experiências (boas
e ruins, sorrisos e lágrimas, sucessos e fracassos) pois elas são os resultados
do nosso livre arbítrio, das decisões que tomamos e que marcam nossa vida.
Lammas pode nos levar a processos de transformação e cura, desde que
saibamos mergulhar em nosso interior e aprender com a colheita feita.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Pão Caseiro da Colheita


O pão é uma das comidas típicas desta época, feito com os grãos da
colheita, em homenagem aos presentes da Mãe Terra. Então vamos preparar
um pão caseiro para comer durante a celebração de Lammas, como nossos
ancestrais faziam. Esta receita é bem versátil. Você poderá fazer um pão
simples, um pão com ervas aromáticas, um pão com sementes ou até mesmo
um pão de legumes (como um pão de abóbora, de mandioquinha, de
cenoura, de batata, de tomate, de beterraba, etc.).
Ingredientes:
500g de farinha de trigo (aproximadamente)
1/2 colher (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de fermento biológico seco
50ml de óleo vegetal
300ml de água

Importante:
Você pode substituir a água pela mesma quantidade do creme feito
com o legume escolhido. Outra opção é manter a água e adicionar 2 colheres
(sopa) de uma erva aromática desidratada (como alecrim, tomilho ou
orégano).
Modo de preparo:
Se você for preparar o creme de legume, comece por este passo (caso
contrário, pode pular essa parte): Pegue o legume da sua escolha e lave bem
para higienizar. Após, descasque e corte ele em pedaços médios. Leve eles
para cozinhar em uma panela com água suficiente para cobrir os pedaços ou
coloque em uma bandeja e leve para cozinhar no vapor. O ponto ideal é
quando o legume estiver bem macio, quase desmanchando. Neste momento,
desligue o fogo, escorra todo o excesso de líquido e amasse os pedaços (ou
bata no liquidificador) até obter um creme liso e homogêneo. Deixe esfriar
bem (para que você não acabe inativando o fermento) e reserve para usar na
receita.
Agora, é hora de começar a preparar o pão. Separe e unte com óleo
uma forma retangular própria para pães (eu costumo usar uma forma
antiaderente média com 24 cm de comprimento, 12 cm de largura e 7 de
altura). Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo para que o pão fique
bem fofinho e reserve. Em outra tigela grande, acrescente o açúcar e o sal
(este é o momento de colocar as ervas aromáticas, se tiver optado por usá-
las). Em seguida, adicione o óleo e a água (ou o creme de legumes) e misture
bem.
Usando suas mãos, comece a acrescentar a farinha de trigo aos
poucos e vá misturando até incorporar. Você irá repetir esse passo até que a
massa não esteja mais grudando em suas mãos. Neste ponto, polvilhe um
pouco de farinha sobre uma bancada e abra a massa. Continue a adicionar a
farinha aos poucos enquanto sova a massa por aproximadamente 10 minutos
ou até que a massa não esteja mais grudando na bancada ou em suas mãos.
Nos ingredientes, você verá que a receita pede 500g de farinha de
trigo, mas a quantidade efetivamente usada poderá variar (para um pouco
menos ou mais) dependendo da temperatura e umidade do local, da marca da
farinha usada ou mesmo se você usou água ou o creme (alguns legumes
possuem naturalmente mais água em sua polpa do que outros).
Modele a massa e coloque ela dentro da forma. Cubra com um pano
e deixe descansar por 1 hora e meia para que ela fermente e dobre de
volume. Enquanto isso, pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média).
Após o descanso, leve a forma ao forno para assar por aproximadamente 25
minutos ou até a superfície do pão estar dourada e crocante.
Ao final, desligue o forno e retire a forma, colocando-a em um local
seguro e espere 5 minutos para desenformar. Uma dica é colocar o pão sobre
uma grade para que ele termine de esfriar por igual (se o pão ficar muito
tempo dentro da forma, isso pode acumular vapor e amolecer a casca).

Pão Doce de Aveia para Abundância


O Sabbat de Lammas é uma celebração que nos ensina a apreciar
cada momento em nossa vida e a reconhecer a abundância presente em
nossas vidas. Então nesta receita vamos unir o trigo e a aveia para preparar
um delicioso pão que carrega a energia da abundância.
Ingredientes do pão:
400g de farinha de trigo
80g de aveia em flocos finos
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de açúcar
300ml de água (temperatura ambiente)
50ml de óleo vegetal
10g de fermento biológico seco

Ingredientes da calda:
2 colheres (chá) de leite
2 colheres (chá) de açúcar
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Modo de preparo:
Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo para que o pão fique
bem fofinho. Acrescente a aveia, misture bem e reserve. Em outra tigela
grande, acrescente a água, o fermento biológico seco, o açúcar e o óleo
vegetal. Usando suas mãos como canais de energia, comece a acrescentar a
mistura da farinha de trigo com aveia aos poucos e vá misturando até
incorporar. Você irá repetir esse passo até que a massa não esteja mais
grudando em suas mãos.
Neste ponto, polvilhe um pouco de farinha sobre uma bancada e abra
a massa. Continue a adicionar a farinha aos poucos, enquanto sova a massa,
por aproximadamente 8 minutos ou até que a massa não esteja mais
grudando na bancada ou em suas mãos (caso necessário, acrescente um
pouco mais de farinha de trigo). Devolva a massa para a tigela, cubra com
um pano e deixe descansar por 45 minutos para que ela fermente e dobre de
volume.
Passado o tempo, coloque a massa novamente na bancada. Unte sua
mão com um pouco de óleo vegetal e faça bolinhas com a massa,
distribuindo-as sobre uma forma retangular antiaderente (ou forrada com
papel manteiga). Após, cubra a forma com o pano e deixe descansando por
40 minutos. Aproveite para pré-aquecer o forno a 180°C (temperatura
média) e fazer a calda doce: basta misturar todos os ingredientes da lista até
obter uma mistura homogênea.
Passado o tempo, pincele a calda sobre cada bolinha e jogue alguns
flocos de aveia por cima para decorar. Leve a assadeira para o forno pré-
aquecido à 180°C para assar por 40 minutos ou até os pães ficarem
douradinhos. Ao final, desligue o forno e retire a forma, colocando-a em um
local seguro para os pães esfriarem.

Viradinho de Milho da Grande Mãe


Nesta receita iremos utilizar o milho, outro símbolo da colheita de
Lammas. Este grão foi considerado como o “ouro da terra” devido à riqueza
nutricional que oferecia a todos que se alimentavam dele. O milho ainda é
considerado sagrado para diversas culturas ao redor do mundo, em especial
na região da Cordilheira dos Andes, onde é a base da alimentação entre os
povos da região e um dos símbolos de Pachamama, a Deusa Andina que
representa a Mãe Terra.
Ingredientes:
3 xícaras (chá) de milho-verde debulhado (equivalente à 450 g
ou 4 espigas)
1 xícara (chá) de farinha de milho flocada
1 cebola
1 colher (sopa) de manteiga (com sal)
2 xícaras (chá) de água
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Descasque e pique a cebola em cubos pequenos. Acrescente em uma
panela junto com a manteiga e leve ao fogo médio, refogando tudo até a
cebola murchar. Adicione os grãos de milho e refogue por 5 minutos ou até
que o milho ganhe um tom mais vivo. Neste momento, coloque a água,
misture bem e deixe os grãos cozinharem por mais 5 minutos (não deixe a
água secar pois ela será usada para umedecer a farinha no próximo passo).
Tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Com a panela ainda em
fogo baixo, acrescente a farinha de milho flocada aos poucos, sem parar de
mexer, até a farinha absorver a umidade e incorporar na receita. Ao final,
basta desligar o fogo e colocar o seu virado em uma tigela para servir.

Bolo Cremoso de Milho da Prosperidade

Nesta receita iremos continuar a usar o poder do milho para


representar a abundância e fartura das colheitas feitas em Lammas. Iremos
preparar um delicioso bolo cremoso de milho, com uma textura que lembra a
tradicional pamonha brasileira. Para dar um toque final, iremos polvilhar
canela em pó sobre o bolo e aproveitar a oportunidade para fortalecer ainda
mais a magia realizada, já que esta especiaria ajuda a atrair a energia da
prosperidade para nossos caminhos.
Ingredientes:
1/4 de xícara (chá) de fubá
2 xícaras (chá) de milho-verde debulhado (equivalente à 300 g
ou 2 espigas e meia)
1 xícara (chá) de leite de coco
2/3 de xícara (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga (sem sal)
2 ovos
1/4 de xícara (chá) de fubá
1 colher (sopa) de fermento em pó
Canela em pó à gosto

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe com um pouco de fubá uma forma redonda com
furo no meio (eu costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro).
No copo do liquidificador, adicione os grãos de milho verde, o leite de coco,
o açúcar e a manteiga, até triturar bem todos os grãos. Em seguida,
acrescente os ovos e bata novamente apenas para misturar (menos de um
minutinho). Após, adicione o fubá e o fermento e bata novamente até a
massa ficar homogênea. Neste ponto, você irá notar que a consistência da
massa está bem líquida, mas como este bolo será bem cremoso, é assim
mesmo, não se preocupe.
Transfira a massa para a forma já untada e enfarinhada e leve ao
forno pré-aquecido a 180°C e asse por 35 minutos ou até a superfície
começar a dourar e a casa ficar com aquele perfume maravilhoso (como este
é um bolo cremoso, com textura de pamonha, o teste do palito não funciona).
O tempo pode variar de acordo com o forno, então tome cuidado. Quando
estiver no ponto certo, retire do forno, deixe esfriar e polvilhe canela em pó à
gosto sobre o bolo antes de servir.
O Sabbat de Mabon e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, entre os dias 21 e


22 de Março ocorre o Sabbat de Mabon, que marca o Equinócio de Outono e
o Festival da Segunda Colheita dentro da Bruxaria. Em Mabon temos
novamente um equinócio, ou seja, uma data muito especial onde dia e noite
possuem a mesma duração, representando assim um momento de equilíbrio
entre todas as polaridades, que são opostas e complementares em sua
essência, trazendo a harmonia ao mundo através da das forças da natureza.
Porém, este sabbat marca o início do Outono e assim, após este dia, o Sol irá
se afastar cada vez mais e a escuridão irá crescer até que alcancemos a noite
mais longa do ano, em Yule (Inverno).
Os povos antigos viviam de acordo com a grande lição dos ciclos da
natureza. Eles sabiam que tudo é temporário, que nenhuma estação dura para
sempre, e que em breve o frio do Inverno retornaria. Mabon representa assim
o tempo de começar a armazenar os alimentos para garantir a sobrevivência
dos seres humanos e dos animais no inverno. A Mãe Terra começa a
diminuir sua fertilidade graças aos ventos frios que chegam enquanto o Sol
se afasta, mas ainda assim Ela nos entrega generosamente seu amor através
da segunda colheita que será feita, ou seja, a colheita das frutas.
Logo, os povos antigos também reconheciam em Mabon o momento
para demonstrarem sua gratidão a Mãe Terra e, para isso, eles realizavam
festas e banquetes com dança e música. Esta antiga data foi incorporada
durante a expansão do cristianismo na Europa e permanece viva através do
Dia de Ação de Graças Cristão (em inglês Thanksgiving Day) e nas famosas
festas das uvas ou festas da cerveja como a Oktoberfest (um festival de
cerveja originado na Alemanha e hoje festejado diversas partes do mundo).
Um símbolo de Mabon são as maçãs, cuja importância é traduzida na
sua presença na mitologia de muitas culturas, incluindo as tradições célticas,
nórdica, grega e cristã. A maça é uma representação da sabedoria divina.
Quando cortada ao meio na horizontal, uma estrela de 5 pontas se revelará
(cada ponta representa um dos 4 elementos e a última o espírito divino). Ao
ser cortada no meio na vertical, uma yoni aparecerá (símbolo do órgão
sexual feminino e assim da Grande Mãe).
Outro símbolo é a Cornucópia que, dentro da mitologia greco-
romana representa a energia da fertilidade, da riqueza e da abundância. O
termo Cornucópia tem origem no latim Cornu Copiae que significa
“corno/chifre da abundância” e consiste em um recipiente em forma de
chifre, com diversas frutas, grãos, flores e outros alimentos saindo de dentro
dele. Em uma análise, a cornucópia poderia ser símbolo da união do Sagrado
Masculino (o chifre) e do Sagrado Feminino (representado pela infinita
fertilidade que sai por ela). Em outra análise, a cornucópia seria um símbolo
da força da Deusa, já que o chifre representaria a Lua Crescente e sua boca
seria como o útero da Grande Mãe, que fornece a fertilidade infinita.
Um último símbolo muito importante do Sabbat de Mabon são as
folhas secas que começam a cair de algumas árvores que sacrificam suas
folhas para que possam sobreviver ao Inverno. Assim, como a natureza, nós
também devemos nos preparar para o inverno que se aproxima, sacrificando
e deixando ir embora tudo aquilo que não nos será mais útil, como as folhas
secas que serão varridas pelo vento frio que anuncia sua chegada.
Existem algumas controvérsias sobre a origem do termo Mabon, mas
a mais aceita é que ele tem origem no nome do Deus Mabon, presente na
mitologia celta dos povos gauleses. Ele é considerado filho da Deusa
Modron, que representa a Mãe Terra. Segundo os historiadores, Mabon
estaria ligado ao deus romano-britânico Maponos (cujo nome significa
"Grande Filho") enquanto a Deusa Modron, por sua vez, seria uma versão da
deusa Dea Matrona (que significa “Grande Mãe”).
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Mabon é celebrado
entre os dias 21 e 22 de setembro. Mas aqui no Brasil, localizado no
Hemisfério Sul, a data é modificada pois nossas estações ocorrem de
maneira invertida e, assim, Mabon ocorre entre os dias 21 e 22 de Março na
Roda Sul. como o Festival da Primeira Colheita dentro da Bruxaria. Além de
preparar as receitas culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você também
pode decorar o seu altar com elementos típicos ligados à essa celebração:

Cores: Laranja (cor solar ligada a vitalidade, da alegria e da autoestima),


vermelho (cor do sangue e da força vital, também está presente na maçã, um
dos símbolos da época) e marrom (cor que representa a terra, ou seja, o solo
que nutre as colheitas). Também temos algumas variações de amarelo,
representando as folhas que caem no Outono.
Plantas: Maçã, uva, trigo, canela, noz moscada, gengibre, cravo da
índia, etc.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, cornucópia, frutas da estação


(principalmente maçã, uvas e romãs), folhas secas ou que estão mudando de
cor (anunciando o Outono que se aproxima), ramos de trigo, cristais nos tons
da estação (como o jaspe vermelho, o olho de tigre, a ágata marrom, etc.).
Receitas para o Sabbat de Mabon

O Sabbat de Mabon é a celebração onde agradecemos a todos os frutos da


colheita (os doces, os amargos e até mesmo os podres) proveniente das
nossas escolhas e ações, sem pedir nada nesta ocasião. Também é o
momento de exercer nossa gratidão a Terra como a Mãe Nutridora e refletir
como nós somos capazes de nutrir e alimentar a nossa própria vida e, neste
processo, as outras pessoas à nossa volta e o mundo através dos nossos
talentos.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Quentão de Maçã e Especiarias


O Outono é a estação na qual as manhãs e as noites começam a ficar
mais frias, o que faz com que o nosso corpo comece a pedir por bebidas mais
quentinhas, como uma maneira de conservar a energia do Sol em nosso
interior.
Então vou te ensinar essa receita que traz alguns dos principais
símbolos do Sabbat de Mabon e que vai encher a sua cozinha com um aroma
tão delicioso que ninguém vai resistir.
Ingredientes:
1 litro de suco de maçã integral
2 maçãs vermelhas grandes
1 xícara (chá) de açúcar
2 rodelas finas de gengibre fresco
1 unidade de canela em pau
3 unidades de cravo-da-índia
1 unidade de anis estrelado (sem as sementes para não
amargar)

Modo de preparo:
Com o auxílio de uma faca, corte as maçãs ao meio (não retire a
casca, apenas o miolo e as sementes). Depois, corte cada metade em
cubinhos e reserve. Em uma panela média, adicione o açúcar, os cravos-da-
índia, o gengibre, o anis estrelado e a canela. Leve ao fogo baixo, mexendo
delicadamente com sua colher de pau mágica, até o açúcar caramelizar.
Neste momento, acrescente o suco de maçã (cuidado pois a mistura poderá
borbulhar). Misture bem com sua colher de pau mágica no sentido horário.
Adicione os cubinhos de maçã e deixe a mistura cozinhar por 10 minutos ou
até as maçãs ficarem macias. Está pronto! Coloque em uma xícara e beba
bem quente.

Bolo de Maçã e Especiarias para o Outono


Esta é uma receita simples e fácil que usa o sabor e as propriedades
mágicas da maçã, um dos símbolos do Sabbat de Mabon. Então é ótima
opção para as bruxas de cozinha que estão começando a explorar a arte da
Culinária Mágica ou mesmo para as bruxas mais experientes, mas que estão
sem tanto tempo disponível para preparar uma receita mais complexa.
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
3 ovos
1 xícara (chá) de óleo vegetal
4 maçãs vermelhas pequenas
1/2 colher (chá) de canela em pó
1/4 colher (chá) de noz moscada em pó
1/4 colher (chá) de gengibre em pó
1/4 colher (chá) de cravo da Índia em pó
1 colher (sopa) de fermento químico em pó
Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro). Em uma tigela
grande, peneire a farinha de trigo, o fermento e todas as especiarias para que
o bolo fique bem fofinho. Reserve. Com o auxílio de uma faca, descasque a
maçã e reserve toda a casca. Após, corte as maçãs ao meio (retire o miolo e
as sementes). Depois, corte cada metade em cubinhos. No liquidificador
adicione os ovos, o óleo, o açúcar e as cascas das maçãs. Ligue o
equipamento e bata até que obtenha uma mistura homogênea. Em seguida,
incorpore a mistura líquida na tigela com os ingredientes secos até obter uma
massa lisa. Adicione os cubinhos de maçã e misture com sua colher de pau
mágica para incorporar e espalhar eles por toda a massa. Note que, nesta
receita, a massa obtida terá uma textura mais pesada e densa que a clássica
massa de bolo que normalmente conhecemos.
Transfira a massa para a fôrma preparada e leve ao forno pré-
aquecido a 180°C e asse por 30 minutos ou até dourar. O tempo pode variar
de acordo com o forno, então faça o teste do palito para ter certeza de que
está no ponto. Você irá notar que a superfície do bolo criou uma casquinha
crocante bem especial. Quando o bolo estiver pronto, retire do forno e espere
esfriar um pouquinho para desenformar e servir.

Geleia de Maçã com Canela para Mabon


O Outono era o período da colheita das frutas e o momento de
aproveitar o doce sabor e os nutrientes que elas oferecem. Mas os antigos
desenvolveram algumas maneiras de preservar esse sabor para que pudessem
desfrutar dele também mesmo em meio ao Inverno que se aproximava e
assim fazer uso das suas propriedades terapêuticas, já que as frutas são
capazes de ajudar no tratamento de diversas doenças. Uma das maneiras são
as clássicas geleias, que usam o açúcar como conservante natural e a pectina
presente nas frutas, uma fibra solúvel que atua como um gelificante natural e
traz mais sabor e leveza às geleias.
Ingredientes:
3 maçãs vermelhas de tamanho médio (eu gosto de usar a
Fuji).
3 colheres (sopa) de açúcar
1/4 xícara (chá) de água
Sumo de 1/2 limão
Canela em pó (a gosto)
Modo de preparo:
Com o auxílio de uma faca, corte as maçãs ao meio e retire as cascas
(guarde elas para fazer um chá mágico ou para usar em outro feitiço).
Depois, corte as maçãs em cubinhos e adicione o caldo de meio limão.
Misture com a sua colher de pau mágica de modo a envolver todos os
pedaços no líquido (para evitar que elas oxidem e fiquem com um a cor
escura).
Em uma panela, coloque estes cubinhos de maçã e acrescente o
açúcar, a água e a canela em pó. Leve ao fogo baixo e deixe cozinhar até que
os cubinhos fiquem bem macios (vá acrescentando água bem aos poucos se
precisar). Quando os pedaços de maçãs chegarem no ponto desejado,
experimente o sabor e acrescente mais açúcar, caso deseje. Em seguida,
triture os pedaços com um garfo, mixer ou liquidificador.
Depois, leve o conteúdo de volta ao fogo baixo e permaneça
mexendo até atingir a textura ideal. Para saber se a sua geleia já está no
ponto certo, retire uma colher de chá da geleia e coloque sobre uma
superfície fria e lisa (como um prato ou mesmo uma bancada de pedra). Se
ela ficar cremosa ao entrar em contato com a superfície, está no ponto
desejado. Se ficar muito dura, passou do ponto (adicione um pouquinho de
água, misture bem e volte ao fogo novamente). Agora, se ela ficar muito
mole, precisa cozinhar no fogo mais um pouco.
Quando a geleia chegar no ponto certo, retire do fogo e, com uma
concha, transfira a geleia ainda quente para um pote de vidro reaproveitado e
esterilizado, deixando livre cerca de 2 cm (mais ou menos um dedinho) até a
tampa. Em seguida, feche bem para formar vácuo (cuidado nesta etapa para
não se machucar pois o vidro irá esquentar).
Essa geleia poderá ser conservada pronta (fechada a vácuo) por até 2
meses em temperatura ambiente ou 6 meses no congelador. Após aberta,
dura por até 1 mês na geladeira.

Chutney de Maçã para o Outono


Mais uma receita usando nossa amada maçã, mas aqui ela vai entrar
em um molho especial que traz um sabor agridoce, perfeito para ser usado
como acompanhamento em diversos pratos salgados. Caso você não
conheça, o chutney é um molho de origem indiana feito a partir da mistura
de frutas ou legumes e temperos (como sal, açúcar, pimenta, gengibre,
vinagre e especiarias). É comum que cada família indiana tenha o seu
chutney tradicional, usando os alimentos típicos da sua região, o que faz
surgir uma variedade de receitas. Então sinta-se livre para adaptar esta que
trouxe e criar a sua.
Ingredientes:
5 maçãs
1 cebola roxa
1 dente de alho
Sumo de 2 limões
1 unidade de anis estrelado (sem as sementes)
1 unidade de canela em pau
2 colheres (sopa) de vinagre de maçã
1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado
1 pimenta dedo de moça
1 pimentão vermelho
1/2 xícara de açúcar
Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo:
Com o auxílio de uma faca, corte as maçãs ao meio (não retire a
casca, apenas o miolo e as sementes). Depois, corte cada metade em cubos
de tamanho médio e reserve. Pique a cebola, o alho, o pimentão e a pimenta
em cubos pequenos (se quiser um molho mais suave, retire as sementes da
pimenta). Rale o gengibre fresco até obter a medida equivalente à uma
colher de sopa. Em uma panela média, adicione todos os ingredientes da
receita e misture bem com sua colher de pau mágica. Leve ao fogo médio e,
assim que iniciar a fervura, abaixe o fogo e tampe a panela.
Deixe cozinhar por 30 minutos ou até que todos os ingredientes
tenham ficado tenros, mas sem desmanchar, lembrando de mexer a mistura
de tempos em tempos para não grudar na panela (caso necessário acrescente
um fio de água). Desligue o fogo, sirva imediatamente ou guarde em potes
herméticos na geladeira (deste modo, o chutney poderá durar até um mês
fechado).
O Sabbat de Samhain e sua Magia

Seguindo as celebrações pelas datas do Hemisfério Sul, no dia 30 de Abril


ocorre o Sabbat de Samhain, conhecido como o Festival dos Ancestrais
dentro da Bruxaria. Este é o momento em que a Mãe Terra começa a
mergulhar em um profundo sono, simbolizando a natureza que enfrentará
um longo período sem o calor e a luz do Sol, que será marcado pela
escuridão, pelo frio e pela morte. Inclusive o termo Samhain tem origem
celta e significa "fim do verão", marcando assim o fim da jornada solar.
Assim, a morte é o tema mais recorrente deste festival, relacionado
culturalmente pelos antigos povos à posição mais baixa do Sol no horizonte
que trazia os primeiros sinais da aproximação do Inverno através da morte
da vegetação e da hibernação dos animais.
Samhain representava o período da terceira e última colheita do ano.
Alguns vegetais e legumes ainda eram fornecidos pela terra (como as
abóboras), mas esta era a colheita do sangue: os povos antigos realizavam o
sacrifício dos animais mais velhos ou doentes (que não sobreviveriam ao
Inverno) para conservar a carne e terem uma outra fonte de alimento para o
período duro que se aproximava.
Para os celtas, na noite de Samhain, a Deusa Anciã Cailleach vem
arrancar as últimas folhas das árvores, representando a abertura dos Outro
Mundo e o momento em que a terra começa a morrer, dando lugar ao frio e a
escuridão. As almas das pessoas que partiram ao longo do ano tinham que
esperar essa noite para fazerem a travessia e assim descansarem até
renascerem novamente. Por isso, Samhain é a época em que os véus entre os
mundos ficam mais tênues, permitindo com que nós possamos saudar e
prestar nossas homenagens aos nossos Ancestrais (sejam eles de sangue, da
terra, do espírito ou da arte). Este costume também pode ser visto em
diversas culturas ao redor do mundo, que mantiveram vivos os antigos
costumes. Um exemplo é o Festival dos Mortos que ocorre anualmente nesta
época no México, onde se celebra a visita dos antepassados mortos, que são
recebidos com festa e alegria. Neste dia, as famílias organizam nos túmulos
um altar colorido e adornado com velas e imagens e deixam no local as
comidas preferidas dos familiares que morreram.
Devido aos véus entre os mundos estarem mais finos, Samhain
também era considerado pelos celtas como sendo a sua “noite de ano novo”
por esta conotação de passagem da morte para a promessa de uma nova vida
com o girar da Roda do Ano e uma das épocas nas quais os seres encantados
e espíritos da natureza poderiam mais facilmente entrar e caminhar em nosso
mundo. Mas, muitas vezes, estes seres precisavam ser aplacados com
oferendas de comidas e bebidas para garantir que a tribo e seus rebanhos
sobrevivessem ao Inverno.
A tradição de esculpir abóboras com rostos e acendê-las com velas
vem das tradições celtas, onde nabos e outros vegetais bulbosos eram
utilizados durante o Sabbat de Samhain para afastar maus espíritos. Para os
celtas, a cabeça era a parte mais sagrada e importante do corpo. Então, criar
rostos e transformá-los em lanternas para iluminar a noite na qual os véus
estavam mais finos e os portais do outro mundo estavam abertos fazia todo o
sentido. Com a imigração dos povos europeus para a América, as abóboras
passaram a ser utilizadas pelas bruxas por serem abundantes na região,
auxiliando no sustento das famílias durante os longos e rigorosos invernos.
Com isso, elas se tornaram um símbolo marcante na cultura pagã e no
imaginário popular.
A data do Samhain da tradição céltica era tão forte no Hemisfério
Norte (31 de outubro) que não conseguiu ser apagada pelo cristianismo
durante a época sua expansão pela Europa. Infelizmente, diversas
características religiosas e mitológicas deste festival foram descartadas por
não serem compatíveis as crenças cristãs. Porém, algumas tradições e
características foram adaptadas na tentativa de converter as bruxas à nova
religião. Assim, o Sabbat de Samhain tornou-se a “Noite de todos os Santos”
(em inglês All Hallows Eve) que, posteriormente, se tornou o que
conhecemos como Halloween.
A tradição celta de fazer oferendas aos seres encantados e espíritos
da natureza deu origem ao costume das crianças se fantasiarem exatamente
como imaginam que são tais criaturas (e outras ligadas ao conceito da morte
como fantasmas) e saírem de porta em porta pedindo doces. A famosa frase
“Doces ou Travessuras” (trick-or-treat, em inglês) também surgiu desta
tradição já que, caso os espíritos não fossem aplacados com oferendas, estes
se vingavam de diversas maneiras.
As tradicionais lanternas de abóboras são atualmente chamadas de
Jack O 'Lantern. Mas este termo surgiu por volta de 1837 e se originou do
mito irlandês sobre Stingy Jack que retrata a jornada de um homem que
enganou o Diabo, uma adaptação dos antigos mitos celtas feita pelos padres
quando chegaram na Irlanda durante o processo de conversão dos povos
pagãos.
Originalmente, no Hemisfério Norte, o Sabbat de Samhain é
celebrado no dia 31 de Outubro. Mas aqui no Brasil, localizado no
Hemisfério Sul, a data é modificada pois nossas estações ocorrem de
maneira invertida e, assim, Samhain ocorre no dia 30 de Abril na Roda Sul.
Além de preparar as receitas culinárias mágicas que eu vou te ensinar, você
também pode decorar o seu altar com elementos típicos ligados à essa
celebração:

Cores: Preto (cor ligada a morte, a lua minguante, a face anciã da Deusa
e aos fim de ciclos), roxo (cor ligada ao plano místico, a espiritualidade, a
magia e ao mistério), laranja (cor solar ligada com a vitalidade e alegria, em
homenagem ao fim da jornada solar), vinho (cor ligada ao sangue derramado
no chão, representando o sacrifício) e o creme (cor ligada a cera das velas,
que antigamente eram feitas de gordura animal e que voltavam ao ser
confeccionadas nesta época para iluminar e aquecer as casas).

Plantas: Sálvia, artemísia, arruda, canela, cravo, alho, gengibre, avelã,


mandrágora, urtiga, etc.

Símbolos: Velas nas cores do sabbat, abóboras, ossos (decorativos ou


originais, desde que encontrados caídos em meio à natureza e coletados sem
que exista qualquer sofrimento animal), galhos secos de árvores, símbolos
como a lua minguante e o pentagrama, estátuas de animais ligados à noite
(como gatos ou cães pretos, morcegos, corujas, bodes, escorpiões, aranhas,
corvos, etc.), cristais (como obsidiana negra, obsidiana floco de neve, ônix,
cornalina, turmalina negra, granada, hematita, etc.) entre outros.
Receitas para o Sabbat de Samhain

O Sabbat de Samhain é um tempo de reflexão, de olharmos para aquilo que


manifestamos ao longo do ano. O que aconteceu em nossa vida, quais foram
as vitórias e as derrotas, os pontos positivos e negativos. Isso é ainda mais
importante quando tivemos um ano difícil emocionalmente, fisicamente ou
financeiramente. Afinal, a gratidão é o caminho para uma vida leve e
abundante. Este também é o momento de lembrarmos dos entes queridos que
partiram e honrar os ancestrais que nos guiaram com sabedoria até aqui.
Neste capítulo você vai encontrar receitas mágicas feitas com algum
dos alimentos, ervas, especiarias e outros ingredientes que estão ligados à
origem dessa celebração. Algumas delas serão pratos típicos e outras receitas
diferentes, que trazem o toque brasileiro ou de outros países.

Pumpkin Spice (Tempero de Outono)


O Pumpkin Spice é um tempero criado na América do Norte que é
feito a partir da combinação de canela, noz moscada, cravo-da-índia,
gengibre e pimenta da Jamaica. Essa é uma mistura única que carrega toda a
energia do Outono em uma pequena colher de chá. A proporção de cada
especiaria varia de acordo com a região e com a mão da cozinheira. Mas ele
é tão famoso que, nos Estados Unidos e no Canadá, ele é vendido pronto
para ser usado em diversas receitas com abóbora como tortas, bebidas à base
de leite e café, doces em geral, etc.
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de canela em pó
2 colheres (chá) de gengibre em pó
1 colher (chá) de cravo-da-índia em pó
1 colher (chá) de noz-moscada em pó
1/2 colher (chá) de pimenta da Jamaica em pó

Modo de preparo:
Como todas as especiaria já estão em sua versão processada (em pó),
basta adicionar elas em uma tigela e, com sua colher de pau mágica, misturar
bem até obter um tempero homogêneo. Caso deseje usar as especiarias em
seu formato integral, adicione todas em seu almofariz e use o pilão para
fazer movimentos circulares até triturar a mistura por completo e obter um
pó homogêneo. Não se esqueça de passar ele por uma peneira para retirar
qualquer pedaço maior que ficou na mistura.
Ao final, coloque o seu tempero em um vidro esterilizado com tampa
de rosca ou fechamento hermético Guarde em seu armário, longe da luz
direta e do calor. Você poderá usar essa mistura por até 6 meses em receitas
culinárias mágicas para trazer a energia e sabor do Outono.

Pumpkin Pie (Torta Doce de Abóbora)


A Pumpkin Pie é uma das sobremesas tradicionais nos Estados
Unidos e no Canadá, sendo muito consumida durante a época de Ação de
Graças e do Halloween, sendo um dos símbolos do Outono. Nesta receita
usamos a abóbora, que está presente em todas as celebrações de Samhain.
Também usaremos o Pumpkin Spice que você preparou para trazer toda a
energia, aroma e sabor do Outono para nossa torta doce.
Ingredientes da massa:
1 xícara e 3/4 (chá) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de açúcar
1 ovo
100 g de manteiga sem sal (gelada)

Ingredientes do recheio:
1 xícara e 1/4 (chá) de creme de abóbora (eu gosto de usar a
abóbora cabotiá)
3 ovos
3/4 de xícara (chá) de açúcar
3/4 de xícara (chá) de creme de leite fresco
1/2 colher (sopa) do Pumpkin Spice

Modo de preparo:
Você irá começar a receita pela criação do creme de abóbora (caso já
tenha o seu o creme pronto guardado, pode pular essa etapa): Comece
descascando a sua abóbora e retirando todas as sementes (você pode guardar
estas partes para outras receitas e feitiços). Após, corte a polpa em pedaços
médios e leve eles para cozinhar em uma panela com água suficiente para
cobrir os pedaços ou coloque em uma bandeja e leve para cozinhar no vapor.
O ponto ideal é quando a abóbora estiver bem macia, quase desmanchando.
Neste momento, desligue o fogo, escorra todo o excesso de líquido e amasse
os pedaços (ou bata no liquidificador) até obter um creme liso e homogêneo.
Deixe esfriar bem e reserve para usar na receita.
Após, você irá preparar a torta doce de abóbora: Separe uma forma
redonda canelada média (eu costumo usar uma forma média com 24 cm de
diâmetro), se ela tiver fundo removível, melhor ainda.
Separe todos os ingredientes para o preparo da massa. Em uma
tigela, misture a farinha com o açúcar. Adicione a manteiga e, com suas
mãos, misture bem até obter uma farofa bem úmida (com textura que lembra
areia molhada). Junte o ovo e amasse até formar uma massa lisa e macia.
Após, modele ela no formato de uma bola, achate e embrulhe com filme
plástico, levando à geladeira por 30 minutos para firmar.
Passado o tempo, retire a massa da geladeira. Em uma bancada,
posicione a massa entre dois sacos plásticos e abra ela usando o rolo até
formar um círculo maior que o diâmetro da sua forma. Em seguida, retire os
plásticos e vire a massa de uma só vez sobre a forma. Com as pontas dos
dedos, pressione a massa de modo a cobrir todo o fundo e as laterais da
forma e leve à geladeira para firmar. Enquanto isso aproveite para pré-
aquecer o forno a 180°C (temperatura média) e preparar o recheio. Em uma
tigela, bata os ovos com o auxílio de um garfo apenas para misturar as claras
com as gemas. Junte o purê de abóbora, o Pumpkin Spice e o creme de leite
e misture bem com sua colher de pau mágica até obter um creme liso (mas
sem incorporar ar). Reserve.
Retire a forma com a massa da geladeira e faça furinhos usando garfo
em alguns pontos para ela não inchar (caso deseje, você pode usar um peso
dentro da forma, sobre a massa, como alguns grãos de feijão). Leve a massa
para assar no forno pré-aquecido a 180°C por 30 minutos ou até as bordas
começarem a dourar. Após, retire a forma do forno e, com cuidado, preencha
colocando dentro todo o recheio. Volte a forma ao forno para assar por mais
30 minutos ou até a borda do recheio ficar firme, mas o centro ainda estiver
cremoso e brilhante (cuidado pois se assar demais, a torta vai rachar e perder
a textura cremosa). Ao final, retire a torta do forno e deixe esfriar antes de
desenformar. Está pronto!! Caso deseje você pode servir um pedaço da torta
colocando um pouco de chantilly por cima.

Bolo de Abóbora para Samhain

Nesta receita vamos usar a abóbora e o Pumpkin Spice para criar um


bolo mágico perfeito para celebrar o Sabbat de Samhain e trazer toda a
energia do Outono para a sua cozinha mágica.
Ingredientes:
270g de abóbora crua, já descascada e cortada em cubos (eu
gosto de usar a cabotiá)
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) e 1/2 de açúcar
3/4 xícara (chá) de óleo vegetal
3 ovos
1 colher e 1/2 (chá) do Pumpkin Spice
1 colher (sopa) de fermento

Modo de preparo:
Pré-aqueça o forno a 180°C (temperatura média). Unte com manteiga
(ou margarina) e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio (eu
costumo usar uma forma média com 24 cm de diâmetro). Em uma tigela
grande, peneire a farinha de trigo e o fermento para que o bolo fique bem
fofinho. Após, acrescente o Pumpkin Spice e misture bem. Reserve.
No liquidificador adicione os cubos de abóbora (crua mesmo), o
óleo, os ovos e o açúcar. Ligue o equipamento e bata até que a mistura fique
homogênea e a abóbora bem triturada. Adicione essa mistura na tigela onde
estão os ingredientes secos. Mexa usando a sua colher de pau mágica até
obter uma massa homogênea. Transfira a massa do bolo para a forma
preparada e leve ao forno pré-aquecido a 180°C e asse por 30 minutos ou até
dourar. O tempo pode variar de acordo com o forno, então faça o teste do
palito para ter certeza de que está no ponto. Quando o bolo estiver pronto,
retire do forno e espere esfriar um pouco para desenformar.

Pumpkin Spice Latte


O Pumpkin Spice Latte se tornou uma das bebidas doces mais
consumidas nos Estados Unidos e no Canadá, especialmente durante a época
de Ação de Graças e do Halloween. Esta é uma bebida criada em 2003, pela
famosa rede de cafés Starbucks® para entrar na sua lista de bebidas temáticas
de celebrações ao longo do ano. Assim, ela se tornou sazonal e só pode ser
pedida na época do Outono. O sucesso foi tanto que diversas versões dessa
bebida foram criadas, espalhando a magia da abóbora ao redor do mundo
Ingredientes:
300 g de abóbora crua, descascada e cortada em cubos (eu
gosto de usar a cabotiá)
2 colheres (sopa) de açúcar
1 colher e 1/2 (chá) do Pumpkin Spice
1/2 colher (chá) de extrato ou essência de baunilha
600 ml de leite integral
30ml (1 shot) ou 60 ml (2 shots) de café expresso (a
quantidade varia de acordo com o seu gosto)
Modo de preparo:
Você irá começar preparando o creme de abóbora. Descasque a sua
abóbora e retire todas as sementes (você pode guardar estas partes para
outras receitas e feitiços). Corte a polpa em pedaços médios e leve eles para
cozinhar em uma panela com água suficiente para cobrir os pedaços ou
coloque em uma bandeja e leve para cozinhar no vapor. O ponto ideal é
quando a abóbora estiver bem macia, quase desmanchando. Neste momento,
desligue o fogo, escorra todo o excesso de líquido e amasse os pedaços (ou
bata no liquidificador) até obter um creme liso e homogêneo. Passe esse
creme por uma peneira para retirar as fibras (que podem deixar fiapos na
bebida). Reserve.
Em uma panela, acrescente 4 colheres de sopa do creme de abóbora
junto com o café, o açúcar, o Pumpkin Spice e a baunilha. Leve ao fogo
baixo e misture bem usando sua colher de pau mágica até aquecer e ficar
homogêneo (não deixe ferver!). Reserve.
Em seguida, faça um leite cremoso ou vaporizado. Para isto, basta
aquecer o leite em uma panela e, depois, bater com o auxílio de um mixer de
mão, uma cremeira ou uma prensa francesa (se não tiver, pode pular essa
etapa e usar apenas o leite quente). Pegue uma caneca ou xícara. Coloque
primeiro a mistura de café e creme de abóbora. Depois, acrescente o leite e
finalize colocando a espuma do próprio leite por cima (ou uma camada
generosa de chantilly) e uma pitada de canela em pó por cima.

Pão Trançado dos Ancestrais


Este pão trançado será feito em homenagem aos nossos Ancestrais
(sejam eles de sangue, da terra, do espírito ou da arte). A trança é um
símbolo antigo de força e de conexão, tanto do corpo como do espírito. Ela
representa a união dos mundos e a nossa ligação com os ancestrais, para que
estes saibam que não serão esquecidos (o que é lembrado vive). Não é à toa
que o nosso DNA, essa molécula presente dentro de todas as nossas células
responsável por carregar a memória genética dos nossos ancestrais, tem a
forma de duas fitas trançadas.
Ingredientes da massa:
500 g de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
1/2 xícara (chá) de leite integral
3 ovos
2 colheres (sopa) de manteiga (sem sal)
1/2 colher (chá) de canela em pó
10 g de fermento biológico seco
Ingredientes da calda:
1 gema de ovo
1colher (sopa) de água
1 colher (chá) de açúcar

Modo de preparo:
Em uma tigela grande, peneire a farinha de trigo e acrescente o
fermento, o açúcar, o sal, o leite, os ovos, a manteiga e a canela. Misture
com as ponta dos dedos até obter uma massa uniforme e que não esteja mais
grudando em suas mãos. Neste ponto, polvilhe um pouco de farinha sobre
uma bancada e abra a massa. Sove a massa por aproximadamente 10
minutos ou até que a massa não esteja mais grudando na bancada ou em suas
mãos (use mais um pouquinho de farinha na sova se precisar). Após, modele
a massa e coloque-a de volta na tigela. Cubra com um pano e deixe
descansar por 1 hora e meia para que ela fermente e dobre de volume.
Após, coloque a massa novamente sobre a bancada e aperte para
remover o excesso de ar. Divida a massa em 4 partes iguais e modele cada
uma de modo a criar 4 rolinhos, cada um com cerca de 30 cm de
comprimento. Una as pontas dos rolinhos e trance-os, unindo as pontas
quando chegar no final da sua trança. Em seguida, acomode a sua trança em
uma assadeira untada, cubra com um pano e deixe-a descansar por 1 hora ou
até que dobre de volume. Quando estiver perto de terminar o descanso,
aproveite para pré-aquecer o forno a 180°C (temperatura média) e preparar a
calda misturando a gema com a água e o açúcar.
Passado o descanso, pincele a calda por toda a parte superior da
trança e leve a assadeira ao forno preaquecido a 180°C para assar por 30
minutos ou até a superfície do pão estar dourada e crocante. Após, desligue o
forno e coloque o pão sobre uma grade para que ele termine de esfriar por
igual.

Sopa Cremosa de Abóbora para Samhain


A origem da sopa remonta a época ancestral da descoberta do fogo e
do uso do barro para criação de potes. Ela teria surgido como uma forma de
amaciar carnes e vegetais mais duros, tornando-os mais tenros no processo,
facilitando inclusive a sua digestão.
O termo sopa possui duas possíveis raízes. Uma delas indica que a
palavra vem da união de dois termos do sânscrito antigo: sû (que significa
“bem”) e pô (que seria “alimentar”). Logo, o termo sopa poderia ser
traduzido como “boa alimentação”. Outra possível origem estaria na época
da Idade Média, onde teria surgido a partir do termo germânico suppa que
era usado para indicar um “pedaço de pão embebido em um líquido”.
Independente da raiz do termo, o que sabemos é que a sopa é
considerada um alimento muito nutritivo e que está presente em
praticamente todas as culturas desde a antiguidade. Assim, esta Sopa
Cremosa de Abóbora para Samhain é um prato mágico que fortalece os
bons momentos, traz prosperidade e ainda preenche o coração com conforto
e carinho, dando forças para realizarmos nossos sonhos.
Ingredientes:
500 g de abóbora crua, descascada e cortada em cubos (eu
gosto de usar a cabotiá)
2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem
1 dente de alho
1/2 cebola
1 colher (chá) de gengibre fresco ralado
1/2 colher (sopa) de sal
2 xícaras (chá) de água ou caldo de legumes caseiro
1 caixinha de creme de leite (200g)
1/2 xícara (chá) de queijo ralado
Opcional: 1 ramo de tomilho fresco

Modo de preparo:
Descasque e pique o alho e a cebola em pedaços médios. Após, em
uma panela, adicione eles junto com o azeite de oliva. Leve ao fogo médio e
refogue tudo até a cebola ficar transparente. Após, adicione os cubos de
abóbora, o gengibre ralado, o sal e a água (ou caldo de legumes caseiro -
neste caso, diminua o sal caso julgue necessário). Tampe e cozinhe em fogo
médio por cerca de 20 minutos ou até a abóbora ficar bem macia (não deixe
o líquido secar). Após, desligue o fogo e espere amornar. Passado o tempo,
despeje todo o conteúdo da panela no liquidificador e bata até obter um
creme homogêneo.
Agora, devolva o creme à panela em fogo baixo e misture com sua
colher de pau mágica. Quando iniciar a fervura, desligue o fogo e acrescente
o creme de leite junto do queijo, misturando tudo muito bem para incorporar.
Está pronta! Você pode servir a sua sopa em pratos fundos, tigelas,
cumbucas ou mesmo dentro de pães italianos. Se desejar, enfeite colocando
um ramo de tomilho fresco em cima.

Doce de Abóbora para Samhain


Que tal usar a magia da abóbora para preparar uma receita típica da
culinária brasileira? A origem do dele é incerta já que três estados disputam
sua autoria: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas de uma
coisa temos certeza: O doce de abóbora carrega o encanto e a força das
nossas avós e antepassadas, que mexiam os tachos de cobre com suas
colheres de pau mágicas, cheias de amor e doçura no coração. Ele pode ser
feito de três formas diferentes: cremoso (com coco ralado, cravo-da-índia e
canela), em pedaços (mergulhados em calda de especiarias), em cubos
pequenos (envoltos em açúcar cristal) ou em formato de coração (com crosta
crocante e interior macio). Aqui vou te ensinar a versão cremosa, um doce
deliciosamente mágico, que carrega a energia de Samhain e o sabor do
Outono.
Ingredientes:
1kg de abóbora descascada e cortada em cubos (eu gosto de
usar a abóbora de pescoço)
2 xícaras (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de coco ralado
5 unidades de cravo-da-índia
1 unidade de canela em pau

Modo de preparo:
Em uma panela grande, coloque os cubos de abóbora, o açúcar, os
cravos e a canela. Misture bem para que todos os cubos sejam envolvidos
pelo açúcar e, após, tampe a panela. Leve ao fogo baixo e deixe cozinhar por
30 minutos ou até que a abóbora fique macia e solte água suficiente para
formar uma calda (se necessário, acrescente um pouco de água, caso sua
abóbora não tenha soltado muito líquido). Lembre-se de mexer de tempos
em tempos usando sua colher de pau mágica para não deixar grudar no
fundo da panela.
Quando a abóbora chegar no ponto desejado, destampe. Permaneça
com a panela em fogo baixo, acrescente o coco ralado e misture bem. Deixe
cozinhar por cerca de 40 minutos ou até que os cubos de abóbora
desmanchem. Novamente, lembre-se de mexer de tempos em tempos. No
momento em que os cubos começarem a ficarem macios a ponto de
desmancharem, aproveite para retirar a canela e os cravos. Após, pressione
cada um dos cubos com sua colher de modo a fazer um creme. Desligue o
fogo e transfira o doce para uma tigela e deixe amornar.
Você irá perceber que, ao final do processo, o seu doce cremoso
ainda estará úmido, mas não se preocupe pois ele irá absorver a calda à
medida que esfriar, ficando com uma textura final mais firme. Está pronto!!
Você pode servir ele em temperatura ambiente ou levar à geladeira para
saborear geladinho.
Quarta Parte: Propriedades Mágicas dos
Alimentos
Tabelas de Consulta

Aqui você encontrará tabelas que ajudarão você em sua jornada pela
Culinária Mágica. Não se preocupe em memorizar tudo. Como uma bruxa de
cozinha, é essencial que você se conecte com cada alimento através da sua
intenção e do seu coração. Com tempo eles se tornarão não somente grandes
aliados em suas práticas mágicas, mas também verdadeiros amigos que lhe
ensinaram todos os seus segredos e mistérios. As informações estão
organizadas por categorias para tornar a consulta fácil:

Nome comum: Nomenclatura mais usada no Brasil para o alimento em


questão (em português)

Nome científico: Nomenclatura dada pelos cientistas (em latim), muito


importante para confirmar a identificação do alimento, em especial ervas (já
que muitas possuem vários nomes populares, muitas vezes semelhantes)

Astro Regente: O astro regente que influência diretamente o alimento


em questão (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter ou Saturno)

Elemento Regente: O poder elemental regente que está presente na


vibração do alimento em questão (terra, água, fogo ou ar).

Propriedades Mágicas: A energia primária que o alimento carrega e


que pode ser usada no preparo das suas receitas culinárias mágicas e demais
formas de magia. Estas energias são o que chamamos de princípio Ativo
Sutil, que é determinado por uma conjunção de fatores como o astro e
elemento regentes, a história por detrás da sua origem, mitos e lendas
associados, tradições de povos antigos, entre outros.

Ervas e Temperos
Vegetais e Legumes
Frutas
Grãos
Oleaginosas
Outros ingredientes
Bibliografia

Livros:
Biancardi, Rosa Maria. Cristais – Um Universo em suas Mãos. Editora Alfabeto. 3ª Edição. 2020.
Black, Lady Mirian. Bruxas Celtas. 3ª Edição. Ícone Editora. 2016.
Brosse, Jacques. As Plantas e sua Magia. Editora ROCCO. 1ª Edição. 1993
Campbell, Joseph Campbell. Deusas: O mistério do Divino Feminino. Editora Palas Athena. 1ª
Edição. 2016
Carvalho, Ana Bandeira. As Plantas e os Planetas – A utilização de plantas medicinais na
astrologia médica. Editora Nova Era. 1ª Edição. 2000
Chamberlain, Lisa. Wicca Kitchen Witchery: A Begginer’s Guide to Magical Cooking witch
Simple Spells and Recipes. Kindle Edition.
Crow, W. B. Propriedades Ocultas das Ervas & Plantas – Seu uso mágico e simbolismo
astrológico. O ritual das plantas e suas poções mágicas. 1ª Edição. Hemus Editora. 1982.
Cunliffe, Barry. The Celtic World. Constable and Company. 1ª Edição. 1992
___________. Book of Iron Age Britain. Bastford. 1ª Edição. 1995
___________. The Ancient Celts. Penguin Books. 1ª Edição. 1997
Cunninghan, Scott. Enciclopédia de Wicca na Cozinha. Editora Gaia – Coleção Gaia
Alemdalenda. 1ª Edição. 2004.
___________. Enciclopédia das Ervas Mágicas do Cunningham. Editora Alfabeto. 1ª Edição.
2021.
Dunwich, Gerina. Herbal Magick – A Witch’s Guide to Herbal Folklore and Enchantments. 1ª
Edição. New Page Books. 2002.
Farrar, Janet & Stewart. A Deusa das Bruxas – O Princípio Feminino da Divindade. Editora
Alfabeto. 1ª Edição. 2018.
Faur, Mirella. O Anuário da Grande Mãe – Guia Prático de Rituais para Celebrar a Deusa.
Editora Alfabeto. 1ª Edição. 2015.
Felippe, Gil. No Rastro de Afrodite – Plantas Afrodisíacas e Culinária. Ateliê Editorial & Editora
SENAC. 1ª Edição. 2004.
Frazão, Márcia. A Casa da Bruxa. Editora Planeta. 1ª Edição. 2004.
__________. A Cozinha da Bruxa. Editora Bertrand. 15ª Edição. 2001.
__________. A Cozinha Mágica de Márcia Frazão. Prestígio Editorial. 1ª Edição. 2007.
__________. A Panela de Afrodite. Editora Bertrand. 1ª Edição. 2000.
__________. Amor se faz na Cozinha. Editora Bertrand. 1ª Edição. 2003.
__________. Manual Mágico do Amor. Editora Bertrand. 1ª Edição. 2001.
__________. O Caldeirão da Prosperidade. Editora Planeta. 1ª Edição. 2005.
__________. O Gozo das Feiticeiras. Editora Bertrand. 5ª Edição. 2001.
__________. Revelações de uma Bruxa. Editora Bertrand. 6ª Edição. 1999.
Greenleaf, Cerridwen. The Book of Kitchen Witchcraft. Editora CICO Books. 2016.
Gelder, Van Dora. O Mundo Real das Fadas. Editora Pensamento. 1ª Edição. 1995.
Hodson, Geoffrey. O Reino dos Devas e dos Espíritos da Natureza. Editora Pensamento. 1ª
Edição. 1989
Laws, Bill. 50 Plantas Que Mudaram o Rumo da História. Editora Sextante. 1ª Edição. 2013
Lipp, Deborah. O Poder Mágico: Como usar sua energia para realizar feitiços e encantamentos
que realmente funcionam. Editora Alfabeto. 1ª Edição. 2018.
Lobo, Rita. Cozinha Prática. Editora SENAC São Paulo. 1ª Edição. 2016
McViccar, Jekka. O Poder das Ervas Aromáticas. Editora Civilização. 1ª Edição. 2003.
Mildon, Emma. Evolução da Deusa: o Guia da Mulher Moderna para Ativar os Poderes do
Sagrado Feminino. Editora Pensamento. 1ª Edição. 2021.
Murphy-Hiscock, Arin. Bruxa Natural: Guia Completo de Ervas, Flores, Óleos Essenciais e
outras Magias. Editora DarkSide. 1ª Edição. 2021.
Negraes, Paula. Guia de A-Z de Plantas: Condimentos. Editora BEI. 1ª Edição. 2003.
Nogueira, Márcia Ferraz. Gastronomia Mágica para o Amor. Tornado Editorial. 1ª Edição. 2001.
Prieto, Claudiney. Wicca: A Religião da Deusa – Edição Comemorativa de 20 anos. Editora
Alfabeto. 54ª Edição. 2020.
__________. Todas as Deusas do Mundo – Rituais Wiccanianos para celebrar a Deusa em suas
diferentes faces. Editora Alfabeto. 1ª Edição. 2013
Pollan, Michael. Cozinhar: Uma História Natural da Transformação. Editora Intrínseca. 1ª
Edição. 2014.
Quintino, Claudio Crow. A Religião da Grande Deusa: Raízes Históricas e Sementes Filosóficas.
Editora Gaia. 2ª Edição. 2002.
Starck, Marcia. A Astrologia da Mãe-Terra. Editora Pensamento. 9ª Edição. 1999.
Stein, Diane. The Goddess celebrates: An anthology of women's rituals”. Crossing Press. 2013
Uyldert, Mellie. A Magia das Plantas – As Plantas e seu relacionamento esotérico com o Homem.
Editora Pensamento. 1ª Edição. 1994

Sites e artigos:
Calendário de Safra elaborado Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo
(CEAGSP) disponível em: http://www.ceagesp.gov.br/wp-
content/uploads/2015/06/SAZONALIDADE-DE-PRODUTOS-2016-A-2020.pdf
Calendário de Plantio e Colheita de Grãos no Brasil disponível em:
https://www.conab.gov.br/outras-publicacoes/item/download/28424_
34d371f808b23d9bd37b9101c8ed5094
Artigo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre perdas
e desperdícios de alimentos disponível em: http://www.fao.org/americas/noticias/ver/pt/c/239394/

Documentários:
“Pisar Suavemente na Terra”. Com direção e produção de Marcos Colón e coprodução de
Amazônia Latitude Films. Duração de 72 minutos. Ano de estreia: 2021.
“Solo Fértil” (título original: “Kiss the Ground”). Com direção e produção de Joshua Tickell e
Rebecca Harrell Tickell. Duração de 85 minutos. Ano de estreia: 2020.
“Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade” (título original: “Cowspiracy: The Sustainability
Secret”). Com direção e produção de Kip Andersen e Keegan Kuhn e produção executiva de Leonardo
DiCaprio. Duração de 91 minutos. Ano de estreia: 2014.
About The Author
Amanda Celli

Amanda Celli é bruxa e bióloga e honra a Mãe Terra em sua jornada,


encontrando a sua presença sagrada em toda a Natureza. Ela é a criadora do
Tempero de Bruxa e tem a missão de ensinar as pessoas a antiga arte da
culinária mágica e da bruxaria natural através do uso das energias das ervas e
dos alimentos. Quer trazer uma pitada de sabor e magia na sua vida? Então
acesse e siga o Tempero de Bruxa:

Site: www.temperodebruxa.com.br/
Instagram: @temperodebruxa
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TikTok: @temperodebruxa
Books By This Author
A Magia dos Banhos de Ervas
No livro "A Magia dos Banhos de Ervas" você irá aprender toda a
ritualística e sabedoria que existe nos Banhos de Ervas de uma maneira que
você jamais viu. Um livro inédito que mostra um sério e aprofundado estudo
sobre as propriedades fitoenergéticas desta antiga arte que é capaz de
promover uma troca energética entre você e a natureza através da vibração
das ervas, e assim possibilitar o alcançe de um equilíbrio holístico e integral.

Com uma linguagem simples e esclarecedora, você irá aprender a criar e


montar os seus próprios banhos de ervas e assim alcançar o seu objetivo
pessoal ao trabalhar diversos aspectos em sua vida: amor, prosperidade,
saúde, harmonia, limpeza e proteção.

Além disso, você vai receber conceitos poderosos e aprender a diferença


entre ervas frias, mornas e quentes, entender qual o melhor período do dia
para preparar o seu banho, qual a melhor fase da lua para potencializá-lo,
qual o dia da semana que irá fortalecer a sua intenção durante o ritual e
como aplicar a numerologia ao seu banho.

Também irá descobrir a diferença energética das diversas fontes de água


disponíveis e quando usar os poderes do sal grosso, do mel e do açúcar para
aumentar a ação do seu banho de ervas.

Você irá esclarecer as suas principais dúvidas sobre os banhos de ervas


como:

- Podemos tomar banho de cabeça ou apenas do pescoço para baixo?

- Devemos usar ervas secas ou frescas?

- Como escolher e armazenar as ervas?

- Quantas ervas usar em um banho?


- Qual a frequencia correta para tomar um banho?

Este livro digital é perfeito para qualquer pessoa que deseja iniciar sua
jornada do autoconhecimento e transformação através da Magia dos Banhos
de Ervas e também para aquelas que já estão na jornada e desejam
aprofundar os seus conhecimentos.

E esta é a missão dele: tornar você uma pessoa que pratica a arte ancestral
dos banhos de ervas com sabedoria e propriedade.

Você também irá encontrar tabelas que ajudarão você na sua jornada pela
Magia das Ervas e dos Banhos Mágicos. Nelas você irá aprender o nome
comum e o nome científico de cada erva e planta, sua classificação (quente,
morna ou fria) além das suas propriedades mágicas (amor, prosperidade, paz,
proteção, limpeza, etc), o seu elemento e planeta regentes.

Ao final deste livro, você terá o conhecimento necessário para elaborar e


criar os seus próprios banhos mágicos e usar esse poder na sua vida e na vida
de outras pessoas como amigos, familiares e clientes (como no caso de
terapeutas holísticos).

Assim, este é um livro indispensável que contribui na expansão da


conciência e no alcançe do equílibrio energético de forma natural, simples e
sem mistérios através da Magia dos Banhos de Ervas.
Guia da Bruxa Para Culinária Mágica e Ervas: Traga uma
pitada de sabor e magia na sua vida
No livro "Guia da Bruxa Para Culinária Mágica e Ervas" você encontrará
tabelas de consulta que ajudarão você na sua jornada pela Magia das Ervas e
pela Culinária Mágica.

Nestas tabelas você irá aprender o nome comum e o nome científico de cada
erva e alimento, além das suas propriedades mágicas (amor, prosperidade,
paz, proteção, limpeza, etc), o seu elemento e planeta regentes.

Estas informações são essênciais para qualquer bruxa/bruxo pois dentro da


Bruxaria (em especial nos caminhos que reverenciam as forças da natureza
como a Culinária Mágica, a Bruxaria Natural e a Wicca) as ervas e os
alimentos são os principais ingredientes de diversas receitas culinárias
mágicas, chás, banhos mágicos, feitiços, magias, amuletos entre outros além
de serem os protagonistas em diversos rituais e oferendas.

Aqui você irá encontrar as propriedades mágicas divididas nas seguintes


listas para facilitar a sua consulta:

✓ Ervas e temperos
✓ Vegetais, legumes e tubérculos
✓ Frutas
✓ Grãos e sementes
✓ Nozes, castanhas e outras oleaginosas
✓ Outros ingredientes básicos (açúcar, mel, vinho, café, etc)

Explore as infinitas possibilidades através de cada receita, magia, feitiço e


ritual que você poderá criar através dos conhecimentos presentes nas tabelas
de consulta que encontrará neste livro.

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