Você está na página 1de 43
44 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operacao TABELA 2.9b ~ Capacidade nominal ¢ efetiva de refino, segundo refinarias — 2001 (ANP, 2002) Capacidade de refine Refinarias Capacidade nominal (Unldade da Federagio) media barrisidia Total 305.025 1.918.553, 273.023 1.734.983 IPIRANGA (RS) 2.000 12,580 2.287 1373 LUBNOR (CE) 1.000 6.290 963, 5.687 MANGUINIIOS (RJ) 2.200 13.838 2.480 12511 RECAP (SP) 8.500 53.463 7.553 48.337 REDUC (RJ) 38.500 242.158, 31.847 218.938 REFAP (RS) 30.000 188,695 13.730 170.601 REGAP (MG) 24.000 150,956 21.469 136.481 REMAN (AM) 7.300 5.916 7.098 41313 REPAR (PR) 30,000 188,695, 30.692 170.601 REPLAN (SP) 56.000 352.230 990 318455 REVAP(SP) 35.900 225.805 35.889 204.152 RLAM (BA) 41.850 263.229 34.679 237.988 RPBC (SP) 27.000 169.825 25.582 153.541 SIX (PR) 715 4.875 764 4.808 2.6 OLEO COMBUSTIVEL Entende-se por Gleo combustivel o produto destinado & geracio de energia em caldeiras e fornos industriais. Quimicamente, siio constitufdos de hidrocarbonetos de peso molecular elevado (asfaltenos e resinas) cujas proporgies dependem do petr6leo e dos processos utilizados, Os éleos combustiveis industriais no Brasil sfio produzidos basicamente a partir do resfduo de destilacio a vacuo. Em algumas tefinarias, o residuo de vacuo € ainda processado em unidades de desasfaltagao a propano, produzindo uma corrente denominada residuo asfiltico (RASF), que é também a base para a fabricagao dos éleos combustfveis. Os residuos de viicuo e asfaltico so extremamente viscosos, sendo necessdrio adicionar a eles Gleos mais leves de modo a enquadrara viscosidade clo dleo combustivel na faixa exigida pela legislacio vigemte Eum dos principais derivados do petrdleo, sendo muito utilizado na indtistria, devido principalmente 0 seu haixo prego, A Portaria da ANP n® 80, de 30 de abril de 1999 (PANP’ 080/99), especifica os dleos. combustiveis a serem comiercializados em todo 0 territério nacional, e cujas especificagdes de que trata a portaria aplicam-se tanto aos éleos combustiveis de origem nacional como aos importados. Ou seja, os 6leos combustiveis comercializados em todo 0 territ6rio nacional deveraio estar de acordo com as especificagdes estabelecidas pelo regulamento técnico mencionado. Os dleos combustiveis, especificados no presente Regulamento, so 6leos residuais de alta viscosida- de, obtidos do refino do petréteo ou através da mistura de destilados pesados com 6leos residuais de refinaria., Sio utilizados como combusttvel pela inckistria, de modo geral, em equipamentos destinados a geracio de calor, tais como fornos, caldeiras ¢ secadores, ou, indiretamente, em equipamentos destinados a produzir trabalho a partir de uma fonte térmica (turbinas ou geradores). A willizacio do dleo combustfvel para a geracdo de calor em fornos e caldciras exige, inicialmente, 0 1uaquecimento para reduzir a viscosidade, favorecendo o seu escoamento e a sua nebulizagao, A atomizacio, ou seja, a redugio do dleo a pequenas goticulas, para propiciar o maximo de mistura com o ar, e sua vaporizagio sio feitas através de sistemas auxiliares, utilizando-se queimadores ou magaricos. Para se obter uma boa com- bustio do éleo é necessirio que haja uma atomizagio adequada do mesmo, Esta atomizagao pode ser feita mecanicamente ow através do uso de um fiuido dispersor como vapor ou ar comprimido. O pardmetro funda- mental para uma maior ou menor dificuldade de atomizagzio do éleo é a sua viscosidade. A faixa usual de viscosidade que permite obter uma queima eficiente € de 32 a 45 cSt (centistokes) no bico queimador (ANP, Carico 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 45 2000). Assim, para qualquer leo, inclusive os ultraviscosos, é necessirio o aquecimento até uma temperatura especifica para que a sua viscosidade caia nesta faixa onde 6 garantida uma boa queima. Além de serem) manu- seadlos aquecidos, devem ser homogéneos, livres de dcidos inorginicos eisentos, tanto quanto possivel, de particu- las s6lidas ou fibrosas, particulas estas que determinam a freqiiéncia necesséria da limpeza ou troca dos filtros de combustiveis. As caracteristicas contempladas pela portaria PANP 080/99 so aquelas de maior importancia a determinagao do melhor desempenho deste produto e seu menor impacto ambiental, para as finalidades em que sio mais comumente utilizados. Na seqtiéncia, é feita uma breve descrigio das mesmas: * Viscosidade - a viscosidade de um fluido é a medida da sua resistncia ao escoamento a uma determinada temperatura. E uma das caracteristicas de maior importancia do éleo combustivel, que determinard as condigdes de manuseio ¢ transporte (alimentagiio). Também 6 um parimetro impor- tante no estudo da intercambiabilidade de combustiveis liquidos, permitindo definir 0 diémetro da gota quando necessirio substituir por outro combustivel. A viscosidade de um. liquido pode mudar apreciavelmente com uma mudanga na temperatura, porém varia pouco com a pressiio, Pode ser medida diretamente por alguns aparelhos, como o viscosimetro de Ostwald de Covette. Na pratica, geralmente, mede-se a viscosidade relativa, referida a um fluido padrao, visto obter resultados ‘menos sensiveis a erros. O valor da viscosidade, neste caso, é expressa em unidades arbitrérias, como 60 caso da viscosidade em graus Engler, viscosidade Saybolt e graus Redwood (Pera, 1990). A viscosidade Engler mede-se pelo tempo que certa quantidade de 6leo (200 ml), mantido & tempera- tura constante, escoa através de um orificio calibrado, em condigdes padres. Dividindo-se este tem- po, pelo obtido no escoamento de mesmo volume de ‘gua, mantido a 20 °C, pelo mesmo orificio, obtém-se a viscosidade Engler, cujas temperaturas usuatis sio 20, 50 e 100 °C. A viscosidade Saybolt corresponde ao tempo, em segundos, necessario para escoar uma amostra de 60 ml, a uma determina- da temperatura mantida constante durante o ensaio, através de um orificio calibrado, As temperaturas de ensaio mais comuns séo 10, 38 e99 °C. Se 0 orificio for universal, a viscosidade sera denominada Viscosidade Saybolt Universal. Se o orificio for chamado Furol, o valor obtido forneceriia Viseosida- de Saybolt Furol. O orificio Furol é 10 vezes maior que 0 orificio Universal e geralmente aplicado nas determinagdes para derivados de petroleo que apresentam viscosidades maiores que 1.000 ségundos Saybolt Universal. A palavra Furol a abreviagio de "Fuel and Road Oils" (Pera, 1990). A tabela 2.10 mostra a conversao das unidades de viscosidade para bases diferentes. TABELA 2.10 - Conversao de unidades de viscosidade De Z Para Multiplicar por. Centipoise Ne sim? 103 Poise N- sim? On kgf stm? N- sim! 9,80665 Engler Ne sin? (0073-°E -0,0631) 10+ 006316 "Engler Poise (0073-°8-==)-10 is “Engler Redwood 2075 Engler Saybok ‘Stokes (cm’/s) mis Redwood Eager Saybolt Engler oonses Nosh kgf sin? o,0197 + Enxofre—o teor de enxofre de um dleo combustive] depende da origem do petréleo e do proceso. através do qual foi produzido. Deve ser limitado, pois atua nos processos de corrosio na fornalha (ou camara de combustdo) ¢ causa emissbes poluentes (SO). 46 Geragéio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagito + Agua ¢ Sedimentos ~ 0 excesso desses contaminantes poder causar problemas nos filtros © queimadores bem como formar emulsdes de diffcil remogao, A presenga de agua é também uma das responsdveis pela corrosio nos tanques de estocagem. Na presente especificagéio (PANP 080/99) ela € determinada somando-se os resultados obtidos nos ensaios de Agua por Destilago e Sedimen- tos por Extragio. + Ponto de Fulgor ~ ¢ definido como a menor temperatura na qual o produto se vaporiza em quanti. dades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de inflamar-se momentaneamente quuan- do se aplica uma centelha sobre a mesma. E um dado de seguranga para o manuseio do produto e uma ferramenta utilizada para deteciar a contaminagiio do éleo combustivel por produtos mais leves. + Densidade Relativa a 20/4°C ~ é a relagdo entre a massa especifica do produto a 20°C e a massa especifica da Agua a 4°C. Como dado isolado tem pouco significado no que diz respeito ao desempenho de queima do éleo combustivel. No entanto, associado a outras propriedade pode-se determinar 0 poder calorifico e, desta maneira, permitir a determinagiio da eficiéncia dos equipa- mentos onde est sendo consumido. + Ponto de Fluidez ~ é a menor temperatura na qual o leo combustivel flui quando sujeito a resfriamento sob condigdes determinadas de teste. Ele estabelece as condicées de manuseio € estocagem do produto, Especificam-se limites variados para esta caracterfstica, dependendo das condigSes climaticas das regides, de modo a facilitarem as condig6es de uso do produto. + Teor de Vanddio ~ metal encontrado com freqiiéncia no petréleo, sendo o seu limite maximo especificado para o 6leo combustivel, a fim de se prevenir a formagao de depésitos por incrustagao nas superficies externas de tubos aquecidos. Estes depésitos causam a corrosio e a perda da eficiéncia térmica dos equipamentos. A verificagio das caracteristicas do leo combustivel far-se-4 mediante o emprego de Normas Brasilei- ras Registradas ~ NBR e Métodos Brasileiros ~ MB, da Associagio Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ¢ dos métodos da American Society for Testing and Materials - ASTM, observando-se sempre os de publicacio mais recente. A andlise do produto deverd ser realizada em amostra representativa do produto segundo método ASTM D 4057 ~ Practice for Manual Sampling of Petroleum and Petroleum Products As tabelas 2.11 a 2.17 apresentam as normas especificas para cada uma das propriedades descritas anteriormente, ou seja, viscosidade cinemética, ponto de fulgor, densidade, igua e sedimentos, enxofre, ponto de fluidez e teor de vanddio, respectivamente. TABELA 2.11 - Viscosidade cinematica NBR 10441:1998, eile Produtos de petréleo ~ Liquidos transparentes ¢ opacos — Determinagiio da viseosidade cinemitica e da viscosidade dinfimiea. NBR 58471973 Merial betuminoso— Determinagioda viscosidade absolua. MB 326 Método de ensaio para determinagio da viscasidade de produos de petr6leo ASTMD2I71 ‘Test Method for Viscosity of Asphalts by Vacuum Capillary Viseometer ASTM D 445 ‘est Method for Kinematic Viseosity of Transparent and Opque Liquids ASTM D 88 Test Method for Saybolt Viscosity. Tabela 2.12 ~ Ponto de fulgor Ma Determiinagio do Ponta de Fulgor (Méiodo pelo vaso fechado Pensky Marion). ASTM D 93, ‘Test Method for Flash Point by Peusky ~ Martens Closed Cup Tester. Tabela 2.13 ~ Densidade NBR 7148:1992 NBR 14065:1998 ASTM D [298 ASTM D 4052 Petréieo e Derivados — Determinagiio da densidade ~ Método do densimetra Destilados de petréteo e Gleos viscosos — Determinagao da massa especttica ¢ da densidade relativa pelo densimetro digital, ; Practice for Density, Relative Density (Specific Gravity) ar APY Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products by Hydrometer Method. Test Method for Density and Relative Density of Liquids by Digital Density Meter. Cavirawo 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 7 TABELA 2.14 — Agua e sedimentos NBR 14236:1998 [Produtos de petrleo © materiais betuminosos ~ Determinagao do teor de agua por destlagao. ASTM D 95 ‘Test Method for Water in Petroleum Products and Bituminous Materials by Distillation, MB 294 Método de ensaio para a determinagao de sedimentos em petréleas e Gleos eombustiveis ~ Método por Extra ASTMD 473 ‘Test Method for Sediment in Crude Oils and Fuel Oils by the Extraction Method. TABELA 2.15—Enxofre MB O02 Determiinasdo de enxoire em produtos de petréleo ~ Método de alia temperatura, ASTMD 1552 ‘Test Method for Sulfur in Potroteum Products — High “Temperature Method, ASTMD 2622 Test Method for Sulfur in Petroleum Products by X-Ray Spectrometry. ASTM D 4294 “Test Method for Sulfur in Petroleum Products by Energy Dispersive X-Ray Fluorescence Spectroscopy TABELA 2.16 ~ Ponto de fluidez NBR 11349:1990, Produtos de petrdleo —Determinagiio do ponto de fukdez. ASTM D 97 ‘Test Method for Pour Point of Petroleum Products. = TABELA 2.17 -Teor de Vanadio ASTM D 5863 ‘Test Method for Determination of Nickel, Vanadium, fron, and Sodium in Crude Oils, and Residual Fuels ~ | byPlame Atomic Absorption Spectrometry. ASTM D 5708, Test Method! for Determination of Nicke!, Vanadium, and [ron in Crude Oils and Residual Fuels by Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry A partir de 1986 os dteos combustiveis no Brasil passaram a ser clasificados em dois grandes grupos: © grupo "A" ¢ 0 grupo "B". No grupo "A" concentravam-se aqueles com alto teor de enxofre (maiores do que 1% emenores do que 5,5%), eno grupo “B” aqueles de baixos teores de enxofre (menores ou iguais a 1%). Cada um destes grupos dividia-se em nove tipos de dleos, de acordo com suas viscosidades, Existia ainda o 6leo tipo "C", de viscosidade muito baixa e sem especificagio do teor de enxofre. Portanto, eram especificados dezenove tipos de dleo. A tabela 2.18 apresenta os mais utilizados para a geragiio de calor e energia elétrica, bem como as suas principais caracteristicas. TABELA 2.18 - Caracteristicas dos éleos combustiveis produzidos pela Petrobras (CSN, 2000) peak Deniidade | nxotte | Ponto de | "Ohio | qcag | _ Pel faa @nrcrtey | peso) | taor | Mule Uk) | cecal) vA im 220 a Bf toa | 966 2A 1007 280 10s 6 | too | 9552 3A 2400 toto 285 is 13 | too | 9582 4a 10.000 1013 350 ‘0D 230 | ozs | 9663 7A 340.000 127 430 1 >30 | tot | 9397 Ba 1.000.000 100 450 20 >50 one | 919 18 600 96s 00 2 7 | 104 | 9538 B25 800 0976 a7 8 2 | tour | aio 3B 2400 0979 igo » xz | 10628 |} 10008 4B 10.000 0980 1,00 R >50 10.534 9919 78 300.000 iis 91 0 >so_ | m2 | 9686 (conta) 48 Gerasdo Termelétrica: Plangjamento, Projeto e Operagto TABELA 2.18 — Caracteristicas dos éleos combustiveis Produzidos pela Petrobras (CSN, 2000) (contin) reo as [Astateno| Restive eis Coots combustive | (pean | acne] eartone sure) CR Beo9) Sédio | Vaniaio leio | Pot Ferro | Carbono | Hidrogénic pie | ree [eae et | os Bcisae | dens |S da lee: [ogee lames eee [eee ees (ee eer eee oe 3A 0,06 65 87 2 122 a7 22 30 85,8 103 4A 0,06 73 95 B 192, 5.0 30 25 86,2 10,2 Ae alee ahaa as [net sne oe | ee a BA 0,05 85 62 1s 170 80 7.0 21 86,9 10 1B 0,04 10 12,5 16 40 22 O1 is 85,6 13 Pie ene es eee ele eer ee ee el ae Pee | alert | a | co etter eee wet | s2 [iss ta} 3 | sol os fa | a | oe 11 Os valores representam a néaia dos produtos produzidos pel refinadan 2) Parse intar de roots residias, os valores sfo garantos cntorme Repslamento Técneo no 982 — Rew. 1 da Resolugao CNP OB/8. Dos dezenove tipos de leo especificados, Spenas quatro (1A, IB , 2A ¢ 2B) respondem por cerca de 65% do mercado. Os demais éleos sto de distribuigdo regional, restites 26 reas de influéncia das refinarias Este Iato,aliado & necessidade de adequagio da especificagio dc leo combustivel aos padrées intemnacionais e 3 nova politica de pregos, fez com que fosse realizada uma nova espesi ficagdo para este produto, publicada na Portaria da ANP n° 80, de 30 de abril de 1999 (PANP 080/99). De acordo corn esta portaria, apenas quatro tipos Ge Gleo foram especificudos, conforme tabela 2.19. As siglas OCB] ¢ OCA I Significam, respectivamente, dleo combustivel com baixo teor de enxofre ebaixa viseosidade-eGleo combustivel com alto teor de enxofre e baixa reatidade. As siglas OCB2 © OCA2 significam, respectivamente, éleo combustivel com baixo teorde enxofre e alta viscosidade e leo combustivel com alto teor de enxofree alta viscosidade. Com relagaoao teor de enxofie, ficaram vedadasia comercializacio e a utilizago, em todo o tertitério ‘macional, de 6leos combustiveis com teores superiores aos estabélecidos abi, 0, observando as datas limites: * 1.0% cm massa: nas regiGes metropolitanas de Sio Paulo, Baixada Santista, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, conforme o seguinte cronograma, ~ &patirde 01/05/1999 - Sao Paulo e Baixada Santista, a partir de 01/01/1999 Belo Horizonte; partir de 01/11/1999 — Rio de Janeiro; a partir de 01/01/2000 - Porto Alegre ¢ Curitiba; + 2.5% em massa: nas demais regides do Pais, Esta nova especificagao para 0 éleo combustivel, cujas caracteristicas ¢ Timites demonstram um avan- ond qualidade em relagdo a0s limites anteriormente especificados, fol o infoio de tum processo de qualificag: do dleo combustivel, a fim de atender aos padries internacionais. Segundo dados da Petrobras, o valor da qualidade média dos atuais 6leos produzidos porela, baseados na média de todas as refinarjas, pode ser observa- dona tabela 2.20. Comparando-se a especificagio antiga com a atual Pode-se notar algumas diferengas: * com relaglo ao teor de enxofre foram especificados dois tipos de éleo 1,0% e 2,5%, equivalentes FOR ee ake wow SEA" (3165, 0% S), res pectivamente, Alem di 80, 4 comercializagio de 6le0s com teores de enxofre acima de 2,5% até o limite de 4.0% s6 0, do permitidos mediante ao atendimento da legislagao ambiental vigente; Carinae 2 - Suprimento Energético para Termelétricas 9 + quantoa viscosidade, foram especificados dois tipos: 620 e 960 centistokes, equivalentes aos anti- gos dleos 12; * oyanddlio, um dos metais de maior influéncia na corrosdo nos equipamentos durante 0 proceso de combustio do leo, foi finalmente contemplado na especificacao brasileira, tal e como 6 feito em varios paises; + o limite minimo especificado para o controle do ponto de fulgor, caracterfstica fundamental de seguranga para 0 manuseio do produto, esta compativel com os niveis médios internacionais TABELA 2.19 — Especificagao de 6lcos combustiveis (PANP 080/99) < = Método Tipo Coracterist Unidad B2 racteristica e Ne asta | OCBE | OcAr }oce2 | ocaz Viscosidade Cineméticaa 60°C, | mm*%s NBRiossy | aasspai71 | @o | 6 | 96 | 960 maxima (so) NBR S847 Viscosidade Saybo FurolaS0°C, | SSF MB 326 DBs «o | oo | xm | 90 xia Enxofre, miximo % massa | MB902 Disszp2e22 | 19 | 25 | 10 | 25 Da204 Aguae Sedimentos, méximo(3) | volume | MB37AMB294 | D95 e D473 20 | 29 | 20 | 20 Ponto de Fulgor,minimo ea MB4g Dos © | 6 | 6 | Densidade 2014 °C - NBR7148/ | 1298/D4052| Anotar | Anotar | Anotar | Anotar NBR 14065 Ponto de Fluidez Superior, maximo | °C NBRIIM9 | p97 o | @ Vancdio, méximo gtk s863/D5708| 200 | 20 | 2 | 20 Observagdes: (1) Todos 0s limites especificades so valores absolutes, de acono coma norma ASTM E29, @) A comercalizago de 6leos combustiveis com viscosdadese eorex de enxafte diferentes dos indicados nesta tabela deve atender ao dispesto no artigo #" desta Portaia G) Ereportado como teor de gua ¢ sedimenros a soma dos resultados dos enstios de gus por detilagao e sedimentos por extragso. Uns \Sedugio no volume fornecido devers ser feita para wana gua.esodimeatos que excedera 15 val (4) O pono de Muidex superior deve tno muiximo, gual ao indicado a tabela que ve segue: Ponto de fluidez superior, [°C] (PANP 080/99) Unidades da Federagio Dez, jan, fev. mar ADE out, nov. Mii, jun. Jub, ago. set DF-GO-MG-ES-RI n 4 a SP-MS 4 21 8 PRSCRS 21 8 Is Demais egies 2 2 a 50 Geracao Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao TABELA 2.20 — Caracteristicas médias dos OC produzidos na Petrobras (Petrobras, 2000) Trp) DES P.Fulgor [Ginzas [BSW] Vise. | PCS [Asfolieno] Vv] C N ep po} 20/8 co) | cm | Gev| (0 _| kealrky (%p) | ppm) (Gp) At | 1,03, 95 | aos -| 010] sexe | 9981 | ae 9s | 0s BI | 095 98 | 0,02 | 004) s246 | 10340 a7 | 3 120 | os a2 | 1,03 97 | 006 | 0,08} $232 | 9.988 81 | 105 | 863] 94 | os B2 | 098] os 80 | 005 | 009] 8991 | 10150 65 | 1 | 872] 112 | 06 3A] tor] 28 | 102 | 006 | 009} 2055 | 9.983 94 | is | 873] 95 | 06 3B | 099} 06 | 105 | 001 | oor} 1.935 | 10360 76 | 22 | 870] 105 | 04 4a} or} 29 | 113° | 005 | 009} 6.009 | 9598 98 | 80 | 864] 96 | 06 6B} 099} 06 | 106 | oo | 001 | 32.857 | 10350 86 | 2 | 74] 104 | 03 ral 106] 29 | 131 | 006 | 009} 127.177] 9.992 122 | 44] 861 | 100 | 08 7B | 105 130 | 005 | 0,12 | 140.498 | 10,100 94 | 75 | sri] ua | o7 9 | 107 128 | 005 _| 0.08 688.736] 10.02] 9525 | 151 | sa | 973 | 102 | 1 Obs: Os valores so uma média das dleos de um mesmo tipo produzido por todas ay Refinarias da Petvobras, mo servindo pa erizar a qualidade produzids por uma Refinara, As figuras 2.7, 2.8, 2.9, 2.10, 2.11 2.12 apresentam uma comparagiio entre os dados mencionados na especificagaio PANP 080/99, com relaciio a algumas especificagées internacionais (ANP, 2000), Viscosidade @ 50 °C (cSt)-maximo 4. J Toilandia Jopio/N. Zeléndia Australio. 630 OM Filipinos 3 USA/Conadé i R. Dominicana EJ Brosil (0C-A) A Argentine Brasil (0C-B) 530 180 200 80 2YN ll Figura 2.7 ~ Comparacao segundo diferentes especificagdes mundiais da viscosidade a $0°C (cSt), considerando os valores méiximos (ANP, 2000). Teor de enxofre (% m)-méximo HE Jopao ZA Suscia SJ USA/Canadé/Alemanhal I Brasil (0C-B) E Dinamarca EB Argentino £3 Brosil (0C-A) Tailandia UK/N. Zelandio 25] Filipinas TR. Dominicana 15 15 10 1,0 mt, Figura 2.8 - Comparagio segundo diferentes especificages mundiais do teor de enxofre (%e em massa), considerando os valores maximos (ANP, 2000). Cariruxo 2 ~ Suprimento Energética para Termetérricas ST 60 62 63 1 Argentino/Suécia Filipinas, N. Zelandia HM Austrolio = Brosil/USA/Conod6| EB UK/Dinomorca EE] Jopéo Alemanha Figura 2.9 ~ Comparaco segundo diferentes especificagdes mundiais do ponto de fulgor (°C), considerando 9s valores minimos (ANP, 2000). Ponto de fluidez ('C)-méximo 49 22, 2 20 21 60 Argentina Japéo Yamaguchi R, Dominicano /Austrélia I Filipinas/N. Zeléndia 3 Brasil/Dinomarca EBB UK/Suécio 2] Alemanha USA/Canod6 Japdio Yokkaichi Figura 2.10 —Comparagtio segundo diferentes especificagSes mundiais do ponto de fluidez. (°C), Vonédio (mg/kg) 200200 300) considerando os valores minimos (ANP, 000). CON. Zeléndia USA/Conadé Filipinos 0 Brasil 175 120,125 Austrélio EB UK (2) R. Dominicana Figura 2.11 ~Comparagao segundo diferentes especific cconsiderando os valores maxim ies mundiais do teor de vanidio (mg/kg), ANP, 2000). 52 Geragao Termelétrica: Plangjumento, Projeto ¢ Operagao PCI (kcal/kg)-minimo calculado 9664 9598 9606} sq S207 2403 14 oe 2 Brosil (0¢-A) UK Australia (1 Filipinas EIN, Zeléndia I Brosil (0C-B) 2] Suécia Alemanha USA/Canada Figura 2.12 ~Comparagio segundo diferentes especificagoes mundiais do poder calorifico inferior, considerando os valores ménimos calculados (ANP, 2000), 2.7 GAS NATURAL, Gis naturil ¢ todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos que permaneca em estado gasoso nas condigdes atmostéricas normais, resultantes da decomposigao da matéria organica f6ssil no interior da Tetra (PANP 09/2000). No seu estado bruto, como encontrado na natureza,o gs natural é composto principalmente Por metano, além de apresentar proporgées de etano, propano, butano, hidrocarbonetos mais pesados e tam- bém, porém em menores proporgdes, CO,, Ny HLS, agua, dcido cloridrico e outras impurezas. E extraido dirclamentea partir de reservat6rios petrolfferos ou gasiferos,incluindo gases Gimidos, secos, residuais e gases Taros. A proporeao em que o petrdleo eo gis natural se encontram misturados na natureza varia muito. Pode Scorer petrdleo com muito pouco gs associado, bem como jazicas em que hi quase exclusivamente a presenga do gas natural, : Quando hi predominfincia do petr6leo, quem define as condigdes de exploragio da jazida 6a produgao depewrsleo e, entio, o gas natural associado (gis natural produzido de jazida onde é encontrado dissolvido no Petréleo ou em contato com petréleo subjacente saturado de gis - PANP 009/200), dissolvido no leo ou sob forma de capa de gas, € am subproduto da produgdo do primeiro, Nao havendo condigdes econdmicas para 0 aproveitamento do gds natural ele é reinjetado na jazida ou queimado em queimadores de seguranga (Flare), para se evitar uma atmosfera rica em gases combustiveis nas vizinhangas das instalagSes de produgao. Quando © sis Edominante, ou eja, gs natural nifo-associndo (gis naural produzido de jazida de gas seco ou de jazida de gis e condensado (gs éimido) ~ PANP 009/2000), aquele que, no reservat6rio, esta livre ou em presenca de quantidades muito pequenas de leo, 0 seu aproveitamento econdmico é condicaio essencial ao desenvolvimento da produgio. As maiores ocorréncias de gis no mundo so de gfs ndo-associado ao petrdleo. A figura 2.13 ste combustivel, representa cada uma das categorias de: ‘Até chegat a0 consumidor Final, o gis natural passa pelos seguintes processos (CONPET, 2000) + Bxploragio: a exploraciio € a etapa inicial do processo e consiste em duas fases: a pesquisa, onde é feito 0 reconhecimento e o estudo das estruturas propicias 0 actimulo de petrOleo e/ou gis natural, eaperfuracao do pogo, para comprovar a existéncia desses produtos em condigSes comerciais. * Produgio: ao ser produzido, o gis deve passar inicalmente por vasos separadores, que sio equipa- mentos projetados para retirar a 4gua, os hidrocarbonetos que estiverem em estado auido e as Particulas sOlidas (p6, produtos de corrosio, ete), Daf, se estiver contaminado por compostos de enxofre, o gis ¢ enviado para unidades de dessulfurizagio, onde esses contaminantes serio retira- dos. Ap6s essa etapa, uma parte do gis € uilizada no préprio sistema de producto, em processos Carino 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas ay conhecidos como reinjegiio e gas ft, com a finalidade de aumentar a recuperagiio de petréieo do reservatério, O restante do gas é enviado para processamento, que é a separagiio de seus compo nentes em produtos especificados e prontos para utilizacio. A produgio do gas natural pode ocorrer em regides distantes dos centros de consumo e, muitas vezes, de dificil acesso, como, por exemplo, a floresta amazénica e a plataforma continental. Por esse motivo, tanto a produgio como o trans Porte so, normalmente, atividades criticas do sistema. Em plataformas maritimas, por exemplo, 0 gis deve ser desidratado antes de ser enviado para terra, para evitar a formagio de hidratos, que sie composios s6lidos que podem obstruir os gasodutos. Outra situagao que pode ocorreré a reinjecao do gas para armazenamento no reservatério se nZlo houver consumo para o mesmo, como na Amazénia. Atwalmente, dez estados da FederacZo possuem sistemas de produgio de gés natural, sendo 0 Rio de Janeiro o maior deles. + Processamento: nesta clapa, o giis segue para unidades ind dades de Processamento de Gas Natural), onde sera desidra gua) fracionado. triais, conhecidas como UPGN (Uni- ado (ou seja, serd retirado © vapor + Transporte: no estado gasoso, o transporte do gas natural é feito por meio de dutos on, em casos: muito especiticos, em cilindros de alta pressiio (como GNC ~ gis natural comprimiclo). No estadé liquido (como GNL ~ gés natural liquefeito), pode ser transportado por meio de navios, barcagas e caminhdes criogénicos, a—160 °C; e seu volume é reduzido ein cerca de 600 vezes, fucilitando o= armazenamento, Nesse caso, pata ser utilizado, o gas deve ser revaporizado em equipamentos apropriados. + Distribuigio: a distribuicdo é a etapa final do sistema, quando o gas chega ao consumidor, que pode ser residencial, comercial, industrial ou automotivo, Nesta fase, 0 g4s ja deve estar atendendo padres rigidos de especificagiio e praticamente isento de contaminantes, para nao causar proble- mas aos equipamentos onde ser utilizado como combustivel ou matéria-prima — Cés livre és lin Capo de gés caedine Gas em solugao Cés+6leo Sts em olugao see Gast 6le0 gua Reseryatério produtor de dleo e gés Reseryatério de gas néo associado Figura 2.13 — Reservat6rios de gas associado e gas néio-associado, O manuseio do gas natural requer alguns cuidados, pois ele ¢ inodoro, incolor, inflamdvel c asfixiante quando aspirado em altas concentragdes. Geralmente, pare facilitar a identificagaio de vazamentos, compostos base de enxofre so adicionados ao gis em concentragdes suficientes para Ihe dar um cheiro marcante, mas sem Ihe atribuir caracteristicas corrosivas, num processo conhecido como odorizagao. Por ja estar no estado gasoso, © gas natural nao precisa ser atomizado para queimar. Isso resulta numa combustio limpa, com reduzida emissii de poluentes ¢ melhor rendimento térmico, 0 que possibilita redugao de despesas com a manutengio ¢ melhor qualidade de vida para a populagao. 54 Geragdo Termetétrica: Planejamento, Projeto e Operagao Quanto & fase em que se encontra em subsuperficie, o gas natural pode ser classifieado em (PANP. 009/200): + Gas Livre —todo gis natural que s ¢ temperatura do reservat6rio. + Gas em Solugao — todo gas natural que se encontra em solugao no petrdleo nas condig6es origi- nais de pressiio e temperatura do reservatério, Quanto d existéncia em um sistema monofasico ou bifisico, o gis natural pode ser classificado em (PANP 009/200): + Giis Seco — todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos que permanega inteiramente na fase gasosa em quaisquer condigdes de reservatorio ou de superficie. + Gas Umido — todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos que, embora originalmente na fase gasosa, venha a apresentar a formagio de liquidos em diferentes condigées de reservat6rio ot de superficie, O gas natural € 0 insumo basico da indiistria da Gasoqufmica, similar & Petroquimica. Para a Gasoquimica, os componentes do gés natural podem ser agrupados em material nio-hidrocarbonado (inertes), 24s seco (metano, etano, propano), gases liquefeitos de petrdleo (propano, iso-butano e n-butano) ¢ gasolina natural (iso-butano ¢ n-heptano). Esta separacdo ¢ feita de acordo com a demanda de mercado. O gas natural extraido de uma jazida precisa ser tratudo inicialmente para que apresente condigdes comercialmente adequadas e/ou especificadas para o uso, Tanto o gis natural ndo-associado extrafdo, quanto 0 gis associado recuperado, constituem-se no que se costuma denominar de gas natural timido, jé que contémem. Suspenstio, pequenas quantidades de hidrocarbonetos que sio liquidos nas condi¢des atmosféricas. E composto predominantemente de metano, etano e, em menores proporgdes, de propano e outros hidrocarbonetos de maior peso molecular, apresentando contaminantes como nitrogénio, diéxido de carbono, 4gua e compostos de encontra na fase gasosa nas condigdes originais de pressfo enxofre. O tratamento inicial, também denominado secagem do gs natural, normalmente realizado junto & Jazida, € feito em unidades de processamento de gas natural (UPGN), resultando, de um lado, gs natural seco e de outro, liquidos de'gs natural (IGN) (figura 2.14), Durante o processo de secagem do gis natural nas UPGN, silo também removidos contaminantes ou reduzidos seus teores, para atender is especificagdes do mercado. Esses tratamentos so muito eficazes, raziio pela qual o gs natural seco (que forma o gas processado ou residual €sob a qual é normalmente comercializado e, simplificadamente, chamado de gas natural) € composto de uma mistura de metano € etano, com reduzidas proporcdes de outros hidrocarbonetos e contaminantes. Os Iiquidos de gas natural (IGN) correspondem as fragdes que se liquefazem facilmente, como o propano e o butano (gasosos nas condigdes ambientes; cles se liquefazem quando pressurizados) ¢ apresentam alto valor comercial, sendo aproveitados como gas liquefeito de petroleo (GLP — utilizado no Brasil, principalmente, como combusti- vel doméstico) ¢ um produto na faixa de gasolina, denominado C5+ ou gasolina natural (utilizada para a formu- lagio de gasolinas automotivas e como matéria-prima para as unidades petroquimicas). Os processos de trata- mento de gas vém-se tornando mais complexos e mais caros, para atender as exigéncias cada vez maiores do Ponto de vista ambiental (qualidade do ar). Ao mesmo tempo, para permitir 0 aproveitamento de reservas onde © giis apresenta maior teor de impurezas (Abreu e Martinez, 1999) uso do gas natural como combustfvel em substituigao a praticamente todos os demais combustiveis, especialmente pela facilidade de seu manuseio ¢ pelo efeito ambiental limitado de sua queima, é dominante. Enumerar as vantagens desta utilizagdo pode ser um exercicio bastante complexo, mas fundamental para a escolha dos diversos tipos de combustiveis disponfveis no mercado. Uma listagem das vantagens do uso do gas natural, aplicada as condig6es brasileiras, é apresentada a seguir: (adaptado de Abreu e Martinez, 1999). 1) Vantagens macroecondmicas: ~ diversificagiio da matriz energética; ~ ampla disponibilidade; Capiruwo 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 55 — redugdio do uso do transporte rodo-ferro-hidrovisrio; geralmente leva a uma melhoria do rendimento energético; maior competitividade das inddstrias; geragio de energia elétrica junto aos centros consumidores. 2) Vantagens ambientais e de segurane: — baixissima presenga de contaminantes e menores emissdes especificas de carbono; ‘combustiio mais limpa; nifo emissio de particulados (cinzas); tratamento apenas de NO,, caso sua emissio ultrapasse os limites de emissfio vigentes do local da instala répida disper io de vazamentos, pois sua densidade relativa é menor do que a do ar. 3) Vantagens diretas para 0 usuario: ~ facil adaptacdo das instalagoes existentes (porém existem excegdes; como, por exemplo, caldei- ras projetadas para uso de dleo combustivel possuem uma adaptagao delicada para o gis natural, caso se deseje manter altas eficiéncias); — menor investimento em armazenamento/uso de espago; — menor corrosao dos equipamentos e menor custo de manutencao; ~ menor custo de manuseio do combustivel; — combustio facilmente regulavel; — geralmente, elevado rendimento energético, UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE GAS NATURAL (UPGN) 8 Gis + 5 processodo 5 = x ° o cy pee ee 2 |Gés natural} |— = S = 3 8 a 8 a4 oo 8 — ee x gE g ae ees : a 3 LS __[Gosolina 3 2 a 87 [natural 4 8 Figura 2.14—Esquema de uma UPGN (swww.petrobras.com.br). Porém, para poder usufruir destas vantagens, algumas caracterfsticas préprias devem ser avaliadas, as quais constam na Portaria n® 104, de 08/07/2002, e que revogam as Portarias n° 128, de 28/08/2001, ¢ n° 41 € 42, de 15/03/1998. O Regulamento Técnico ANP n? 3/2002, anexo & PANP 128/2001, estabelece a especificagiio do gas natural, de origem nacional ou importado, a ser comercializado no Pais, definindo as caracterfsticas mais importantes a serem avaliadas: 56 Geragio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagiio * Poder Calorifico Superior: quantidade de energia liberada na forma de calor, na combustio completa de uma quantidade definida de gés com o ar, & pressio constante e com todos os produ tos de combustio retornando a temperatura inicial dos reagentes, sendo que a Sgua formada na combustéo esté no estado liquido. * Poder Calorifico Inferior: quantidade de energia liberada na forma de calor, na combustdo completa de uma quantidade definida de gis com o ar, pressio constante e com todos os produ: tos de combustdo retornando a temperatura inicial dos reagentes, sendo que todos os produtos, inclusive Agua formada na combustio, estfo no estado gasoso..O poder ealorfico supestordifere do poder calorifico inferior pela entalpia de condensagio da gua, Bstado de Referéncia: os valores de poder ealorifico de referéncia das substancias puras em- pregados no Regulamento Técnico ANP N° 3/2002 foram extrafdos da ISO 6976, sob condigoes de temperatura e pressao equivalentes a 293,15 K, 101,325 kPa, respectivamente e base seca. Densidade Relativa: quociente entre a massa do de ar seco com composigto padronizada pela ISO 6976, que deve ccupat 0 mesmo volume sab condigdes normais de temperatura e pressio. * Neimero de Metano: para defini o nero de metano, ¢ oportuno definir preliminarmente o poder antidetonante que ¢ um parimetro necessério ao desenvolvimento e ajuste dos motores. O poder antidetonante é a capacidade do combustivel resistir, sem detonar, aos niveis de temperatura e . ressfo reinantes na cdmara de combustio do motor, proporcionados pela compressto a que é submetida a mistara ar/combustivel. O poder antidetonante de combustiveis liquids é uswalmente mmadido através do niimero de octano (MON ou RON). Os valores tipicos do ntimero de octano do fs natural encontram-se entre 115 ¢ 130, sendo que o metano aptesenta 140, aproximadamente No intuito de obter uma melhor representagdo do poder antidetonante dos combustiveis Basosos, desenvolveu-se a nova escala, denominada nimero de metano NM, que utiliza como referéncian ¢eretano puro (NM= 100) 0 hidrogénio (NM = 0). E empregado o procedimento disposto na ISO 15408 para o célculo do ndmero de metano a partir da composigdo do gis. O nimero de metano indica 4 capacidade antidetonante do g¢s natural resultante de suas caracteristicas, sendo sene Fimites passiveis de comparago com a octanagem da gasolina, és contida em um volume arbitrério ¢ a massa * Composicao: fragdes ou percentagens missicas, volumétricas ou molares dos principais compo- nenies, Componentes ssociados, tragos e outzos determinados pela andlise do gas natural, Para Bases ideais, a fragdo volumétrica equivale a fragio molar. O propano e os hidrocarbonetox mais Pesados apresentam poder caloritico, na base volumétrica, superior ao metano, Embore adequados aos motores de combustio, si0 indesejaveis em teores elevados no uso veicular por apresentarem Poder antidetonante muito inferior ao metano, assim teduzindo o ntimero de metano. No que se refere a0 emprego do gas natural em turbinas a gas e induistrias, esses componentes acarretam problemas de qualidade de combustao, * Bnxofre Tatal:€0 somatério dos compostos degaotre presentes no gis natural, Alguns compos- tos de enxofre na presenga de dgua ocasionarAfa corrosio de agos e ligas de aluminio. O ads sulfidrico (H,S) € 0 componente mais eritico no que se refere & corrosio e sera tratado separada- mente, * Gas Sulfidrico: sua presenga depende da origem, bem como do préprio processo empregado no tratamento do gas e pode acarretar problemas nas tubulagées e nas aplicagoes finais do mesmo. O as sulidrico, na presenga de oxigénio, pode eausar corrosdo sob tensio, especialmente em cobre, podendo ser nocivo aos sistemas de transporte e utilizagiio do gas natural * Ponto de Orvalho: o ponto de orvalho éa temperatura na qual ocorre a formagio da primeira gota Ge liquide quando o gas sofrerestriamento ou compresslo. Os liquidos normalmente enconiraioy Captruro 2~ Suprimento Energético para Termelétricas ST silo Agua, hidrocarbonetos ov glicol, que apresentam pontos de orvalho distintos. O requerimento: de seguranga mais importante do gas natural quando comprimido é a temperatura no ponto de orvatho para evitar formagio de égua liquida. A 4gua no estado Kiquido ¢ precursora da formacao CO, ¢ H,S. A combinagio de agentes corrosivos ¢ a pressio varidvel, durante o armazenamento de combustivel, pode resultar em rachaduras metélicas e causar obstrugdes nos sistemas de gas. Os hidratos formados, quando a Agua livre reage com hidrocarbonetos, se apresentam em estado semisdlido e podem obsteuir linhas de instrumentagio, vilvulas de controle ¢ filtzos. + Inertes: os principais compostos inertes presentes no gas natural sio 0 didxido de carbono (CO,)e o nitrogénio (N,). Sua presenga em misturas gasosas reduz o poder calorifico, além de aumentara resisténcia A detonagio no caso do uso veicular e, portanto, o nimero de metano. A presenga do dioxido de carbono se deve a técnica de extragio do gas natural ou A ocorréncia natural na origem: do produto. O didxido de carbono tem agdo corrosiva quando na presenga de agua + Oxigénio! presente em baixas concentragdes. Nestas condigdes atua como diluente do combustivel Bes, pois pode provocat comrosiio de © é critico na presenga de Agua, mesmo em baixas concentra licas, superficies met + Particulas sélidas: causam problemas de contaminagao, obstrugiio¢ erosdio dos sistemas de alimen- vel dos veiculos ¢ orificios injetores de queimadores industriais. Quando 0 gas nas partes em que circula o gés quente, ago de combus natural é destinado a combustivel de turbina, provocam erosi + Particulas liquidas: causam alteragées bruscas na temperatura da chama e na carga da turbina a gis, retorno de chama nas chamas pré-misturadas ¢ podem nuclear a condensagao de rages mais pesadas do gas natural. Quando a presenca de liquido ¢ identificada no gas natural destinado a de compostos corrosivos através da combinagao de componentes do gés natural, esperificamente _ Be \ turbinas, sdio empregados separadores e 0 fluxo aquecido para vaporizar a fase liquida. + Indice de Wobbe: quociente entre 0 poder calorifico e a raiz quadrada da densidade relativa sob as mesmas condig6es de temperatura e presstio. O indice de Wobbe é uma medida da quantidade de | energia disponibilizada em um sistema de combustio através de um orificio injetor. Dois gases que apresentem composig6es distintas, mas com o mesmo indice de Wobbe, disponibilizario a mesma quantidade de energia através de um orificio injetor & mesma pressio. Portanto, 0 indice de Wobbe 0 purdmetro mais importante para os combustiveis gasosos serem intercambidveis. Ou scja, se 0 indice de Wobbe de um combustivel substituto é significantemente diferente do combustivel de projeto, o queimador deve ser modificado. Observe que o ntimero de Wobbe tem a ver com a quantidade de energia por volume que é possivel passar por determinado orificio para uma queda de pressio correspondente, Assim, se dois combusttveis gaso- 50s forem fornecidos com a mesma pressio e tiverem o mesmo indice de Wobbe, a poténcia fornecida serd a mesma para os dois combustiveis. A grande maioria dos sistemas de combustao de gases de aplicagio industrial requer que os gases tenham 0 mesmo indice de Wobbe e a relagdo PCI/VolTot iguais para que possam ser intercambidveis. A relacdo PCI/VolTot representa a raziio entre 0 poder calorifico de um gas eo volume de gases cle combustdo gerados (Ny, CO, ¢ HO) pela queima estequiométrica, Na figura 2.15 apresenta-se esta relacdo para alguns gases de aplicagao industrial, adaptado de IPT (1995). Nesta, CO significa monéxido de earbono, CH, metano, CH, etano, C,H,— propano, C,H,,)~ butano, GN — gs natural, COC — ws de coqueria, CAF ~ gis de alto-forno e GLP — gis liqueteito de petiéleo. Analisando-se a figura 2.15 observa-se que alguns destes gases podem ser intercambiiveis sem que seja necessiria a substituigio do queimador, constituindo-se numa propriedade importante na hora de escolher o tipo de combustivel a ser adotado. 58 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao En we a= S T oe a T T ww 5 T L PCI/Vol Tot ib a T T SY S S ye eae we & Figura 2.15 ~ Relagao PCI/VolTot para alguns gases de aplicagdo industrial (IPT, 1995). Acomposigao do gis natural pode variar conforme a origem, influindo, além das caracteristicas préprias do campo de origem, o fato do mesmo estar associado ou niio ao dleo e também de ter sido ou nao processado em unidades industriais. Para um gas associado, define-se como RGO a razio entre os volumes produzidos de gas associado e dleo, conhecendo-se, desta forma, a caracteristica do reservatorio. A tabela 2,21 apresenta 0 fio gis/6leo de alguns estados brasileiros ¢ de alguns campos. valor da rai TABELA 2.21 — Raziio gas/6leo para algumas regides brasileiras Regito/Campo RGO (m' gisim? leo) Brasil 137 Amazonas 500 Ceari/Rio Grande do Norte 120 Alagoas/Sergipe : 280 Bahia 20 Espirito Santo 260 Rio de Janeiro 100 Jura > 10.000 Merluza, 4,100 Urucu 500 Tubario 400 Albavora 120 Martin 90 Equivaléncia encrgstia: | mde dlea = 1.000 m? deg De acordo com o departamento de produgio da Petrobras, a composig&io média tipica do gas natural brasileiro, segundo o tipo de reservatério ou processamento, caracteriza-se conforme a tabela 2.22. A tabela 2.23 apresenta a composigtio média c algumas caracteristicas do gis natural para diferentes paises e a tabela 2.24 apresenta as caracteristicas do giis natural em outros estados brasileiros. Carino 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 59 TABELA 2.22 — ‘0 € do Rio de Janeiro Brasileiro (mé¢ Diferentes campos Blementos Associado: Nilo Processado Associado! sine! Processado! associndo associada* Metano 68.07 91.98 8759 8157 8712 88.56 Brano 1629 324 9, 97 635 9.7 Propane 9.36 Las 036 5.13 291 oa Is0-Butano 137 025 = 094 052 _ N-Butano al 029 - Las 087 = {s0-Pentano 049 ant = 0.26 025 - N.Pentano 040 07 = 030 023 S Hoxano 022 0.06 2 oas os = Heptano e Superiores | 0,08 008 = 012 020 = Nitrogénio 0.69 134 Ls 052 13 120 Disxido de Carbono 147 La 0.39 024 0.65 Densidaderelatva 062 oni 0.656 ogi PCS (MINS) = = = 4580 0 3998 PCI (MUMS) 46,23 3506 3553 4152 38,72 3609 "Campo de Garoupa, Bacia de Campos ~ RJ. * Campo de Merluza, Bacia de Santos - SP > UPGN, Candeias ~ BA. Além de sua composi¢ao e pureza, sao caracteristicas técnicas fundamentais a densidade relativa a0 ar, 0 poder calorifico, o indice de Wobbe, 0 ponto de orvatho dos vapores de fgua, o ponto de orvalho dos hidrocarbonetos, o teor de compostos sulfurosos, 0 teor de CO, 0 teor de CO, 0 teor de hidrogénio eo teor de oxigénio. A tabela 2.25 apresenta algumas destas caracterfsticas do gis natural fornecido pela Comgés proveni- ente da Bolfvia (www.comgas.com.br). Também nesta tabela foram inclufdos os dados de composigio do gis natural a ser fomnecido para a Usina Termelétrica de Uruguaiana pela YPF através do gasoduto Argentina-Brasil via entrada em Uruguaiana/RS (dados fornecidos pela AES Uruguaiana Empreendimentos Ltda.). Finalmente, ainda contemplando as caracterfsticas de gases, a tabela 2.26 apresenta um quadro comparativo entre 0 gas natural e outros gases. TABELA 2.23 ~ Composigio bruta de alguns tipos de gis natural no mundo (www.gasnet.com.br) Composigio Pers Mar do Norte [ Holanda [Venezuela | Argentina | Chile Metano % vol) 660 947 812 78.1 950 500 Etano (% vol) M40 30 29 99 40 66 Propana (% vol) 105 as of 55 - al Butano (% vol) 50 02 on 28 s os Pentanoe mais pesados (% vol)| 2,0 02 ou au - - CO, (% vol) 1s ou 09 oa - s N, (vol) wo 13 144 12 10 - Densidade retativa ost 059 o6t 0702 os7s 06 PCS (MIIN3) 23 386 314 a7 407 452 indice de Wobbe (M/Nm!) 36,1 502 393 569 535 566 60 Geragéo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao TABELA 2.24 - Composigao bruta de alguns tipos de gis natural brasileiro (www gasnet.com.br) Comporigio Rio de Fancivo Tata Nondeste Expire Santo [Ceara Metano (% vol) 86,4 85,5, 87,15 848 76,05 Btano (% vol) 9.6 84 9.2 89 80 Propano (% vol) 19 03 os 30 10 Butano (% vol) 0.25 = = 09 25 Pentanoe mas pesados (% vo) 023 5 a = 18 CO, (% vot) 049 o7 his 03 1,08 N, (% vol) 14 1,86 202 158 133 Densidade 0,82 0.64 0624 0.66 e PCS (MI/Nm?) 43,9 416 48 45,4 52,4 {ruice de Wobbe (MIN 48,4 31 529 55 = TABELA 2.25 ~ Algumas das importantes caracteristicas do gis natural da Bolivia distribufdo pela Comgiis (www.comgas.com.br) e do gis natural da Argentina fornecido pela YPF (AES, 2000) = 7 ae Bolivia | Argent Propriedades Bolivia | Argenti Composigio média eben wnat PCS (MIN) 4162 39,05 Metano 91,80) 91,54 PCI (MIAN) 37,59 - Btano 5,58 413 Densidade relativa (ar = 1) 0,602 0616 Propano 097 092 Massa molecular aparente (g/mol) 17,367 - Iso-Butano 003 016 indice de Wobbe (MIINe) 53,64 49,75 N-Butano 0,02 025 Relagio gis/ar(m"/m?) 119,95 = Pentano 0.10 0,12 Velocidade de chama (ems) 49.4 = Diéxido de Carbono 0.80 1,80 Limite de inflamabilidade superior* 149 - Nitrogenio 142 0,995 Limite de inflamabilidade interior® 48 e $5 de wis no ar TABELA 2.26 ~ Comparagio entre 0 géts natural e outros gases combustiveis (CONPET, 2000) Gis natural ng Gas de rua (manufaturado)| Gas de refinaria Roservatérios de petréleo e| Destilagio de petréteoe | Reformatermocatalitiea | Processos de refino de de pisnao-associado, | processamento de de gis natural ov | petrsieo (craqueamento 34s natural denafta petroquimica, cataltico, destitago, reforma.c coqueamenta, retardado). Peso molecular | 17.921 44.056 16 4 PCS (MIN) | rico: (processado: 38,94) 100,48 2 133,98 1800 4187 Densidade | 0,58.0,72 1,50a2,0 05s og2 relativa (em elagio ap ar) Principais Metano, etano, Propano, butano Hidrogénio, metano, Hidrogenio, nitrogen, ccompunentes niteogénio, mondxido de metano, ctano, carbono, diGxid de carbono, Principais Residencial, comercial, | Industrial, residencial__} Residencial e comercial Industrial (combustivel uilizagies | automotive e geragao e comercial (combustivel)| (combustivel}. petroquimica), termelétrica; (combustivel) indusrial: (combust petroquimnicn e siderirgica), Caviruuo 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas or Considerando necessidade dle assegurar a qualidade do gas natural a ser util ado no Pafs ¢, também, de viabilizar 0 uso de combustiveis alternativos menos poluentes nos grandes centros urbanos, a Agéncia Nacional do Petréleo (ANP) elaborou a Portaria N° 104, de 08/07/2002 (PANP 104/2002). Esta trata da necessidade de estabelecer normas técnicas para a especificagio do gas natural a ser comercializado no Pafs, tanto de origem interna como externa. A tabela 2.27 apresenta as especificagées que 0 gis natural deve atender. Na seqiiéncia, a tabela 2.28 mostra os valores das reservas e da produgdo mundial total e por regizio de gas natural. Na tabela 2.29, gis natural para cada regiio do Brasil © apresentados dados de reservas totais, provadas ¢ a produgio nacional de TABELA 2.27 — Especificagées técnicas do gés natural,” segundo ANP (PANP 104/2002) Limite Método Soe Unidade Norte!s) Nordeste eon ast™ | 10. Poder calorifica superior kam? | 34.0002 38.400 35.000 a 42.000 D3ses | 6976 kwhim | 9,472 10,67 9,720 11,67 ¢ Indice de Woobe!! kam | 40.500 2 45,000 46,500 a 52.500 66 = Metano, min, % vol. 68.0 86,0 Dinas | 6974 Beano, mix, % vol 120 10.9 Propano, mix. % vol. 30 Butano e mais pesados, % vol 15 Oxigénio, max, % vol 08 0s Inertes(N, + CO,), mix vol. 18,0 5.0 40 Nitrogénio, max. vol. Anotar Enxofre total, max. mei? 700 5504 [6326.2 [5326-5 Gis sulfidrico (H,S), max. gin? inp ee pean j 9508 fo3as.2 5326-5 Pio. de orvao de dgua a Late, max EG =39 39 Dsasa | ~ Observagses: (0 eis natural deve estar tecnicamente iseato, ou seit, deve haver tragos vsiveis de particu s6liday e pariculss liquids ©) Limites especificados sdo valores referidos a 293,15 K (20°C) e 101,325 kPa (1 atin) em base seca, exceto ponto de orvao. (©) Os limites para a regio Norte se dest equivaleatey regio Nonleste, ws diversas aplcagdes exceto veicular para esse uso specifica devem ser atenldas os limites © O poder eatorifico de eferéncia de substincta pura empregado neste Rogulamento Técnico encontra-se sob condigSes de temperatura ¢ DressSa equivatentesa 293,15 K, 101,325 kPa, respectivamente cm base seca (9 O indice de Wobbeé catcutado empregando o Poder Calorifio Superior em base seca, Quando o método ASTM D 3588 for aplicado para 2 ‘obteneao do Poder Calrifico Superior, o indice de Wobbe devers ser determinado pela férmula constance do Regulamento Técnico, (*) O gis odorizata nto deve apresentrteor de enxotie otal superior 470 mgm 62 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagiio TABELA 2.28 - Distribuigao das reservas e da produgio de gés natural no mundo (BP Statistical, 2002) Reservas mundiais provadas— GN Produgio mundial de GN ‘Teihes m? % % Mundo 155,070 100 100 ‘Amérivas Centrale do Sul 16 46 4 Attica 72 50 Oriente Médio 36,1 93 Antiga Unio Soviética 362 21 ‘América do Norte 49 762.1 309) Asiae Oceania 79 2800 4 Europa 31 2925 ug TABELA 2.29 — Dados de reservas totais, provadas ¢ produgio de gas natural por localizagio (terra e mar), segundo Unidades da Federacio - 1992-2001 (ANP 2002) Reservas totais Reservas provadas Produgio (mithdes m=) (milhaes m') (milhoes m') Amazonas, Terra 753244 75.324,4 24273 Coan Terra 00 00 0.7 Mar 1.238,8 1.1863 922 Rio Grande do Norte Terra 4.110,1 3.918; 304,5 Mar 15.1128 15,930,2 803,1 Alagoas Terra 88750 5.166,0 5997 Mar 1.280,1 1.1935 163,2 Sergipe Tera 1.001,1 3640 593 Mar 63730 4.1324 752, Bahia Terra 28.395.6 19.7741 1.957,9 Mar 5.2013 1933 85 Espfrito Santo Terra 2.5876 2.288, 387,5 Mar 16.6418 9.898, Ml Rio de Janeiro Mar 159.425.0 106.246,0 5.968,3 SioPaulo Mar 43734 4.2734 34,0 Prana Terra 755.6 09 42 Mar LIT 683 38,3 Subtotal Terra 121,049.4 77.159,3 5.874, Mar 211,323,2 142.682,2 8.1713 Total 332.3723 219.8415 14.045,4 Analisando-se os dados da tabela 2.29, 0 valor das reservas totais de g4s natural para o ano de 2001 € de 332,372 bilhGes de m®, enquanto que o valor das reservas provadas situa-se em 219,841 bilhdes de m°, Portanto, pode-se concluir que somente uma parte das reservas totais descobertas é confirmada, A produgio nacional, segundo ainda dados da ANP, no ano de 2001 estava por volta de 14,045 bilhdes de m’, o que resulta em 24 an s para se esgotar, considerando as reservas totais atuais, ou por volta de 16 anos, considerando apenas as reservas provadas, Lembrar que as reservas aumentam & medida que avancam os trabalhos de exploragao de Gleo e gis. A recente descoberta de reservas gigantes de gs natural na Bacia de Santos (SP) fez aumentar as reservas até 650 bilhdes de metros cibicos (ESP, 2003). Carhru.o 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 63 Lembrando-se que, em 1995, 0 setor elétrico brasileiro enfrentou uma grave c deficit de energia crescentes que poderiam comprometer o pleno atendimento de mercado, varios estudos foram realizados € algumas medidas tomadas, a fim de viabilizar o desenvolvimento econdmico do Pais. Uma des medidas foi o aumento da oferta de gas natural ¢ 0 incentivo & geragio descentralizada com unidades menores modulates préximas 20 ponto de consumo. "O Gasoduto Bolivia—Brasil é uma dé viabilizar o aumento da oferta de energia elétrica, em especial termelétrica. B o maior, mais impor- tante e mais complexo projeto da Gaspetro (Petrobras Gas S.A.) e, por isso mesmo, 0 que exigiu, até0 momento, o maior volume de recursos. Com 3.150 quilémetros de extensio e um custo total em tomo de US$ 2 bilhdes, a rede de dutos passa pelos Estados de Mato Grosso do Sul, Sao Paulo, Parand, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que o tragado do gasoduto foi criteriosamente estudado ¢ seguindo orientagdes do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima), do Ibama, Até 0 ano de 2007, serio 30 milhdes de metros exibicos didrios de gas natural transportados e consumidos por milhares de indiistrias e resid&ncias e que possibilitarao, nos préximos anos, a implementacio de novas usinas (ermelétricas. Serdo, inicialmente, 30 City-gates (pontos de entrega do gas as distribuidoras) assim distribuidos: és no Mato Grosso do Sul, treze em Sao Paulo, um no Parand, nove em Santa Catarina e quatro no Rio Grande do Sul. A figura 2,16 apresenta o mapa do trecho do gasoduto Bolivia ~ Brasil, bem como os demais gasodutos brasileiros, além dos principais sul- americanos." (MME) ‘Em parceria com a iniciativa privada, est sendo construfdo, como parte do projeto de importagao de gas natural da Argentina, o Gasoduto Uruguaiana~Porto Alegre, com 615 quiléme- tros de extenstio e capacidade para transportar até 12 milhdes de metros cibicos/dia de gas natural O gasoduto deverd entrar em operacZo no final do ano 2000 e sera interligado ao Gasoduto Bolf- via-Brasil nas proximidades de Porto Alegre. Outros empreendimentos importantes que estio se do desenvolvidos siio os gasodutos Urucu-Coari, na Amazénia, e Guamaré-Pecém e Pilar-Cabo, na Regido Nordeste. O gas natural de Urueu, sob concessio da Gaspetro, vai garantir a geragio de 930 MW na AmazOnia Legal, utilizando cinco miles de metros ctibicos/dia de gs natural, oriun- dos dos campos de Urucu e de Jurud, na Bacia do Solim@es, no Alto Amazonas.” (MME) agdes tomadas pelo MME com 0 objetivo de 2.8 CARVAO MINERAL Substincia mineral, rica em carbono, contendo, ainda, menores quantidades de oxigénio, enxofre e nitrogénio. Depois do petrdleo, é a fonte de energia primAria mais utilizada no mundo. Na indiistria pode ser usado como combustivel nas centrais termelétricas ou como redutor (para a produgdo do ferro gusa) nas sidertr~ gicas, Neste dltimo caso, a destilacdo do carvao (tratamento térmico em retortas especiais onde o carvao é colocado sob press), ocorre desprendimento de gases e o volume da substncia sGlida se contrai um pouco, facilitando a retirada do coque. Este processo de destilagtio fornece gases combustiveis, alcatria e fcido pirolenhoso, substancias com as quais pode-se obter naftalina, fertilizantes, tintas, perfumes, plasticos, etc. O carvéo é fruto de um processo geolégico, onde durante milhares de anos substincias orginicas foram decompondo-se pela ago de microorganismos, O resultado deste processo é uma substiincia rica em carbono. Bazzo (1995) apresenta uma classificagao de acordo com 0 teor de voliteis, Nela, designa-se por carvao betuminoso todo 0 carviio com alto teor de matérias voliteis (acima de 18%). Segue-se 0 carvao sub- betuminoso (matérias voliteis entre 10 e 18%) e © antracito (matérias volateis entre 5 ¢ 10%). Montgomery (1995) apresenta uma classificagiio de acordo com a figura 2.17. Nesta figura, os dados representados por um "quadrado” representam os carves de Rio Grande do Sul, Parand e Santa Catarina e os demais sio aqueles apresentados por Montgomery. Da Silva (1992) apresenta um enquadramento do carvao sul-brasileiro (tabela 2.30) levando-se em consideracio as diversas classificagdes mundiais. 64 Geragio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo © carvio nacional caracteriza-se por um baixo poder calorifico e elevado teor de cinzas ¢ enxofre, variando de acordo com a mina onde é explorado. A presenga destes componentes nao é desejada por implica- rem numa série de inconvenientes de ordem ecolégica ou material. O enxofre, se com nado com 0 vapor de gua, forma Acido sulfiirico, atacando as partes mais frias da unidade geradora de vapor, e sendo emitido 2 atmosfera em forma de 6xidos de enxofte, que é um poluente nocivo a saiide humana e dos vegetais ¢ precursor da chuva dcida. A cinza, dependendo da temperatura na cimara de Comnbustio, pode fundire se aglomerarjunto as superficies de aquecimento da caldera, o que Prejudica a transferéncia de calor (fusibilidade das cinzas), Em termos gerais, a combustao do carvio implica na emissio de fuligem, éxidos sulfur ‘OsOs, Metais {6xicos ¢ compostos organicos carcinogénicos, necessitando-se, portant, de métods de controle ambiental para sua nllizagio. A quantidade de enxofre do carvéo tal e como extrafdo da jazida, ROM (Run of Mine), varia Enlre 0.5% e 8 %, Estes carves normalmente sio lavaveis, o que possibilita a Tedugio das cinzas e do enxofre. A Jazida de Candiota, no Rio Grande do Sul, é a maior do Pats. Seu carvio apresenta reduzida lavabilidade, sendo consumido pulverizado, com teores da ordem de 53% de cinzas ¢ 1.58% de ennofre O principal uso do carvZo mineral nacional atualmente 6 a geragiio de energia eléirica. Outros usos menos significativos ocorrem nas induistrias de siderurgia, cimento, petroquimica, celulose, cerfimicae de alimentos, Osta. ORt OR a on™ one Ostia ee nr Ossian coef npnine Figura 2.16 ~ Principais gasodutos brasileiros ~ in tligagGes na América do Sul (snw,petrobras.com. br) 65 Cartrowo 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 4 om Antracito s Betuminoso © 30000 re = Sub-betuminoso a8 Q ® 20000- a 10000} 0 . : 1 (LC panes 20 ea aes eenee40 aon 150 late GG saree Oreeecnc0 % Carbono no carvéo Figura 2.17 - Tipos de carvio mineral em fungiio do PCS e da percentagem de carbono. TABELA 2.30 - Enquadramento dos carvées sul-brasileiros nas diversas classificagbes mundiais (Da Silva, 1992) Sistema Chasifcasio Parimetros principais considerados Americana Sub-betuminoso (RS) Poder calorific Ato tft (SC e PR) Poder aglomerante Francesa “Flambant see Materinis voles efndices de inchamento Alen “Flammkohle" Matérins voles e poder refletor Russa “Chama longa tipo D* Matérias votieis Polonesa ‘Grupo 30 ~ Gasowoplomienny" Matérias voles, poder aglutinante & podes catortfico Inglesa igh volatile" A classificagdo brasileira é baseada na designagio comercial do carvao usado em cada Estado, havendo, entre os mesmos, uma diferenciagiio quanto as caracterfsticas, como a sua origem, teor de cinzas, granulomettia, poder calorifico, estigio de beneficiamento ou destinagao final do consumo, Estas especificagées silo estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia, através da Portaria CNP-DIPLAN n® 100, de 01/04/ 1987, e que orienta a comercializagiio do carvio nacional. De acordo com a portaria, define-se: + carvio pré-lavado (CPL): 6 um carvéio obtido pela lavage do carvao mineral bruto ¢ que a atende uma série de especificagdes; + carviio metalirgico: 6 um carvéio coqueificavel resultante da lavagem do carvo mineral bruto ou pré-lavado e que também atende a uma série de especificagdes; + carvio energético: € 0 carvao naio-coqueificavel que também deve atender a uma série de especifi- cages, conforme mostra a tabela 2.31 66 Geeragizo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo TABELA 2.31 — Especificagées dos carvées energéticos brasileiros (Da Silva, 1992) Canactriatieas | Conon | Cbs900 | Cisz00 | Chavon [ cease | Chszo0 | ciis700 [ crs300 [ ces100 PESibs)[keakg) | 5.700 | 5900 | s200 | 470 | soo | 420 | 3.700 | a1s0 | 2950 Umidademax. (2) | 15 20 0 9 10 » 15 ” 15 Cina max. (%] 25 7 |e 35 4“ 0 a sa | 37 Emotemax.t%) | 65 | 15 | 25 us Shae (aan 18 Ti As tabelas 2.32 e 2.33 apresentam valores da composigo quimica de alguns carves minerais nac onais. A tabela 2.34 indica dados de propriedades de carvoes internacionais para que se possa avaliar e com- parar os carves minerais nacionais com alguns estrangeiros, TABELA 2.32 — Anilise imediata de alguns carvées brasileiros (CNP, 1978) ‘Origem do carviio Propriedade |“ Gandiota (RS) | Charqueadas (RS) [ LeRo (RS) | Vapor SG) | Parana (PR) | Pesikcaitkey | 2600-3200 3100 4300 3.800-4500 | _7.100-7280 Umidade (4) 12.47 64-68 55 57 58-136 Volitcs (%) 193-230 9022.7 256 * 290.237 264-364 Cxb.Fix0(%) | 27,5-284 215-308 348 377-82.) 49.8-604 inzas (5) 50,1-52,6 465-533 296 354-440 9.1138 Enxotre(%) 07.29 07.08 26 28-36 33-60 TABELA 2.33 — Caracteristicas do carvo mineral brasileiro (UNICAMP, 1999). Os dados assinalados com * (GERASUL, 2000) Gem | | om | | | od | we | | me | aane Ee | ose | | eee ea nea || ea | Bevis | psoas | <8 (9 [| aint ots | sae | ee | wo = |e | 2 | ease || feo y|| eel clee =| etal sien | su} 400 | 1299 | 40s] oa | 927 | mo | uw | - | 40 sco | 200 | a | oa | ras | 2526 | iso | - | oo sf sis] 260 | a2] as | 78 | | om | - | x0 Pe see lees lata (eam eee: 120 SD eee eel |ge | ames esteem sss | os: | 2a] oss | 100s | 3250 | izes | anso | 2100 asco | 20 | se | os | am | eco | - | aim | ass representam propriedades nfo avaliadas Curhro 2 ~ Suprinento Energético para Termelétricas 67 ‘TABELA 2.34 — Propriedades de alguns carves internacionais (Babcock & Wilcox, 1992 e Nifio, 1992) Propriedade Aus Espanha Colombia PCS (kcal) 5370 3.388 7.000 - 8.000 Carbon (%) 56,60 3792 (od) Hidrogénio (5) 3,50 295 (nd) Nitrogéniv (%) 1,22 os (nd) Enxofre (%) 035 146 035-10 Cinzas (%) 24,00 38,69 10-60 Oxigenio (%) 143 1139 (nd) Umidade (%) 690 1,80 20-70 Voldteis (%) 24,80 4527 34,0-39,0 Carb. Fixo (%) 44,30 \424 65,0 - 60,0 Segundo relatério do Ministério da Cigncia e Tecnologia — Caracterizagtio Tecnolégica de Carvoes Minerais (1995), a metodologia NBR-8293 da ABNT ¢ utilizada para a determinagiio do teor de umidade de um carvio mineral, enquanto que a NBR-8289 descreve a metodologia para a determinagZo do tear de cinzas e a NBR-8290 determina a matéria volatil. O teor de carbono fixoé a fragao residual do carviio mineral descontados os teores de cinzas, umidade e matéria orgéinica voldtil e determinado através da NBR-8299. A determinagiio do teor dé enxofre pode ser realizada através das normas NBR-8294, NBR-8295, NBR-8296 e NBR-8297. Durante ensaios com os carvGes nacionais apresentados ao CNP (1977), conclui-se o seguinte: * oscarvdes das minas do Rio Grande do Sul apresentam teores de cinzas na faixa de 50 %, conside- rando-se tada a camada (carvaio ROM); os carvées de Santa Catarina. apresentam teores semelhan- tes; * a lavabilidade dos carves do Rio Grande do Sul mostra diferengas notéveis: enquanto que os de Candiota e Charqueadas apresentam dificuldades em separar a matéria carbonosa ea matéria inerte (cinzas), 0s carvoes da mina do Leo mostram uma distingzio mais nitida entre essas duas camadas, resultando em um beneficiamento de maior facilidade; * amoabilidade dos carves, que revela a facilidade de moagem dos mesmos, foi considerada exce- lente sendo eles, inclusive, aptos a pulverizagio; * outro aspecto analisado nos ensaios diz respeito a fusibilidade das cinzas. Esta propriedade apresen- tou as seguintes temperaturas como resultado: Candiota" Candi Leto Ch R100 [CE 4500 ‘Atmosfera (°C) Redutora | Oxidante | Redutora Redutora | Oxidante | Oxidante | Oxidante ‘Amolecimento (°C) 1.405 1.440 1.460 1.460 1.480 1360 } 1.500 Fuso (°C) >1500 | >1500 | >1.500 >1500 | >1.500 | >1600 | >1.550 Fluidez°O) >1500_| >1500_ | >1500 piso | >1500 | >1,600 | > 1.350 " camada superior,*comada inferior, eamada total Ocarvéo é um combustivel que apresenta variado teor de cinzas e voliteis, dependendo da regidio na qual foi extraido. O tipo brasileiro, como jé mencionado, é caracterizado por um alto teor de cinzas e volteis (betuminoso). O conhecimento da composi¢ao elementar das cinzas permite determinar alguns fatores com relagio & fusibilidade da mesma, o qual é um parimetro altamente necessiirio para 0 projeto da fornalha, Comportamento da matéria mineral durante a combustiio é caracterizado pela temperatura correspondente a Pontos especfficos durante um aquecimento lento (por volta de 8 K/min) de amostras padres de cinzas (tipo Pirdmide, cone ou cubo). Usualmente, estas temperaturas so: temperatura de deformaciio inicial (ponto de amolecimento), hemisférica (ponto de fusio) e de fluidez (ponto de fluidez), conforme mostra a figura 2.18, 68 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao Tombiente —T iniciol —-T hemisféricoT fluidez deformagéo igura 2.18 ~ Exemplo de amostra tipo cone a temperaturas caracteristicus, Geralmente, cinzas de carvio com alto valor da temperatura de fluidez so benéficas para cimaras de combustio com remogio no estado sélido, enquanto que aquelas com baixo valor da temperatura de fluidez devem ser usadas em c4maras de combustiio com remogdo da cinza no estado Iiquido. Estas consideragSes $30 importantes durante a aniilise da escorificagio (incrustago) da cinza nas superficies de troca de calor da caldeira. As cinzas existentes no carvao so provenientes dos diversos componentes minerais existentes na matriz vegetal que deu origem ao mesmo. Segundo relatorios de ensaios fornecidos pela GERASUL, os carves CE-3.100 ¢ CE-4.500 apresentam a composigiio das cinzas conforme tabela 2.35. Em geral, os elementos com significante concentragao e que podem contribuir para problemas durante a queima do carvao sfio apresentados na tabela 2.36 (Bryers, 1996) TABELA 2.35 ~ Composigiio das cinzas dos carves CE-3.100 CE-4.500 (Tractebel Energia, 2000) Pardimetros CEB.100 He) CE-4500 Oxidodesiliio (Si0,) 3640 6400 Oxide de alumi (AL,0,) 2720 2800 Oxido de Ferra (F20,) 3.40 2.08 Gxidode citeio (C20) 170 a Oxido de magnésio (M20) 070 ost Gxidode io (Na,0) 024 012 Oxido de porisso (K,0) 2.50 aa TABELA 2.36 — Principais elementos presentes.na composicao quimica das cinzas dos carvoes € que contribuem para a formacio de escorificaco, deposigiio e corrosio (Bryers, 1996) e Elemento Carvo betuminoso Carviio sub-betuminoso si g : s Al s : s Fe s : s Mg 8 : s Ca 5 SF SF Na RC F SF K s : : Pb e : Za : E - Ni - : - v 5 é 5 a fe - : S ce SE E St slagaing (eseorificagdo); F: fouling (cleposigao);C: corost, Cariruto 2 ~ Suprimento Energético para Termelétricas 69 O comportamento das cinzas, quando em contato com as superficies ftias dos tubos dentro da forna- Tha ou dos dutos de convecgao, depende tanto das propriedades da cinza como da dindmica do gis. Os minerais inorganicos, transformados em cinza durante a combustda, podem provocar deposig6es nas reas de transferén- cia de calor, o qual afeta o desempenho da troca térmica. Os principais problemas que podem acontecer sio: + Escorificagdo das cinzas (slagging): fusio das cinzas, devido a altas temperaturas nas paredes da fomalha, que causa a diminuicao da transferéncia de calor entre os gases de combustio ¢ 0 vapor, além de estar associada a processos de corrosao a ao aumento & resisténcia acrodindmica dos dutos localizados imediatamente apés a fomalha. A tendéncia a escorificagiio, na qual Fe,0, > CaO + MgO, pode ser avaliada quantitativamente a partir da composigéio quimica das cinzas por diferentes critérios. A seguir, é apresentada a equagao sugerida por Attig e Duzy (apud Tomeczek, 1994): Fe,03 +Cu0+ MgO+K30+Na,0 $10) +Ti03 +A1,03 R, sendo S*o percentual em ma sa de enxofre (base seca). O valor do indice de escorific utilizado como uma base paraa classificagiio da cinza do carvio, ou seja: R, < 06 tendéncia de escorificagao fraca; R,=0,6~2,0 — tend@ncia de escorificagaio moderada; R,=2,0-2,6 — tendéncia de escorificagio alta; R,>2,6 tendéncia de escorificagdio severa. + Deposicao das cinzas (fouling): deposigao de particulas secas (incrustagiio) nas paredes da forna- tha, que causa a diminuigdo da transfertneia de calor entre os gases de combustio e o vapor, além de aumentar a resisténcia aerodinamica dos dutos. A tendéncia a esta deposigao, sendo FeO, 3 CaO + MgO, pode ser avaliada segundo diferentes critérios. A seguir € apresentada a equacio sugerida por Winegartner (apud Tomeczek, 1994): : FeO; +CH0+ MgO +K,0+NUO yy, SiO; +TI0, +Al,0, ae Rr sendo que Na,O deve ser considerado em percentagem da composigio da cinza notmalizada. @ valor do indice de deposi do carvao, ou seja: 10 (RE) também € utilizado como uma base para a clussificagiio da cinza R,<0,2 tendéncia de deposigiio fraca; posic: 0,5 tendéncia de deposigio moderada; R, =0,5-1,0 _ tendénciade deposigao alta; R,>1,0 tendéncia de deposigio severa, * Corrosiio: deterioragio da parede dos tubos devido & ago de alguns compostos presentes na) composigio das cinzas, podendo levar ao rompimento dos mesmos. O grau de escorificacio ou deposigio das cinzas varia em toda a parte do gerador de vapor, dependen= do do impacto da temperatura local do gas, temperatura do tubo, velocidade do gis, orientagio do tubo e fluxe de calor local em cada particula. Porém, uma avaliagzo dos carvoes brasileiros CE-3.100 e CE-4.500, segunda nn i i aie aa al i, wi ee 70 Geragdo Termeléerica: Planejamento, Projeto e Operagao 5 propostas anteriores, mostra que ambos apresentam uma tendéncia, fraca tanto para a escorificagio como também para a deposigdo, Os valores encontrados, a partir das tabelas 2.33 ¢ 2.35, foram: CE-3.100: R, = 0,08 eR, = 0,03 e CE-4.500: R, = 0,11 eR, = 0,01 Segundo estudos do MME, 0 carvio nacional compete com carvées importados na producio de ‘energia elétrica quando as usinas situam-se préximo as minas. No uso industrial, compete com derivados de Petroleo quando as distincias de transporte so pequenas. Até 1990, as sidertirgicas nacionais estavam obrigadas -@adguirir parte de suas necessidades de carvio metalirgico de produtores nacionais. Com o fim desta regra, este ‘Spode carvio deixou de ter mercado, por nao ser competitive em relacio ao importado. O carvio que, em Santa ‘Catarina, era um subproduto da lavagem do carvao destinado a metalurgia, sustenta hoje a inckistria de producio ‘Gecarvo mineral no Brasil. Entre os carvées nacionais, o mais competitivo, para produgdo de energia elétrica, é © de Candiota, no Rio Grande do Sul. Ocorre na superficie do solo, em espessas camadas, por isso pode ser amiinerado "a céu aberto” a baixo custo, Estima-se que, numa adequada escala de produgao, o custo da tonelada Poderd ficar entre US$ 5,00 e USS 7,00 (www.mme.gov.br). O potencial das jazidas de Candiota, sua localiza- #9 junto as fronteiras do MERCOSUL e seu baixo custo de produgio tornam promissor o desenvolvimento de jexploracio. A tabela 2.37 apresenta dados relativos as reservas e produgio de carvo mineral no Brasil e nas is regides do mundo. TABELA 2.37 — Reserva e producao mundial de carvao mineral (BP Statistical, 2002) Reservas Produgio (mithdes de toneladas) id (milhdes de toneladas) i "Asmérica do None 257.783,0 262 1,099.8, 1 cas Central edo Sul 21.752,0 ei 372, 13 119790 12 58 ou 125.3950 128 7519 165 Unio Sovigtica 229.9750 234 435.1 95 510770 38 2316 51 2470 + 297 1.987,3 35 984.4530 100.0 4.9637 1000 No estado de Santa Catarina, a entrada em operacio da Usina Termoelétrica Jorge Lacerda IV, em onivel de demanda por carvio. No Rio Grande clo Sul, os consecutivos adiamentos na implanta- 0s fermoelétricos jd programados vém concorrendo para uma estagnacdio do mercado carbonifero ou mesino uma queda, como a que ocorreu nesse tiltimo ano. A mina de Candiota, maior do uma reducdo na sua produgdo beneficiada de 6% Apesar da queda da produco do Rio Grande do Sul e do crescimento da produgao de Santa Catarina 2 posigfio do ranking dos estados produtores de carvito nao se alterou. Em termos de produgiio de iciado, a distribui¢do por Estado da Federagao em 1998 foi a seguinte: 50% para o Rio Grande do Santa Catarina © 1% para o Parand. A figura 2.19 apresenta as principais minas de carvio :00 Sul do Brasil Carina 2 LeoeNDA By ue 3 nas ne canvio ff esmana ve reno vurueuat Figura 2.19 ~Principais minas de carvio do Sul do Brasil Em 1998, as importacdes brasileiras de carvio tiveram uma queda de 12%, em quantidade, e de 7% em valor, em relagdo @ 1997, Na distribuigdo por pais de origem, em termos de quantidade, foi de 48% os Estados Unidos, 21% a Austrilia, 17% a Africa do Sul e 8% o Canad, Em termos de valor, a composicio foi 50%, 22%, 8% e 13%, respecti vamente, para esses mesmos paises, ¢ o prego médio desse carvio importado foi de US$ 57,00/t. Ainda em 1998, o Brasil importou, também, 1.516.037 toneladas de coque de carvao mineral para as suas sidertirgicas, sendo que o principal fornecedor foi a China, com 71 % de participagio, seguido pelo Tapio com 16%, Polonia com 8% e Suica 4%. O dispéndio em divisas para essa importagio de coque foi de US$ 133 milhdes, o que corresponde a um prego médio de US$ 87,6/t. Por outro lado, as exportagdes foram insignificantes, © consumo total de carvio no Brasil, em 1998, foi de 15,4 milhdes de toneladas, desse total, 66% corresponde a carvao metalirgico importado, destinado a s destina-se & termoeletricidade e o restante para o consumo industrial, principalmente dos setores petroquimico, cimento, papel ecelulose, entre outros. A tabela 2.38 apresenta alguns dados relativos ao carvao mineral no Brasil. jerurgia. Quanto ao carvao energético, cerca de 80% Os principais fatores que afetam a competitividade de uso do carvio no Brasil sio os elevados custos atuais de produgiio e beneficiamento, os encargos de preservagio ambiental exigidos tanto na produgao quanto no consumo, além da atual disponibilidade de gas natural da Argentina ¢ da Bolivia junto as éreas produtoras de carvao. Por outro lado, a evolugio da tecnologia de gaseificacao do carvio poder permitir seu uso em condi- ‘ges semelhantes ao do gis natural ~ com alto rendimento termodinimico e sem criar problemas ambientais (0 Ministro de Minas e Energia, através da Portaria MME n® 19, de 21/01/99, criow um grupo de trabalho para examinar com profundidade estas questdes, visando superar as limitagSes a uma maior participagao do carvao na matriz energética brasileira). 2 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto Operagdo TABELA 2.38 ~ Principais estatisticas do consumo de carviio mineral no Brasil Discriminagio Unidade 1996 1997 1998 Produgio Bnergético oy 4.788 5.847 5.382 ‘Motalirsico para funcligo doy 7 91 90 Importagao (io 12.847 12.364 10.880 (0 US$ - CIF) 617.567 668,162 618,563, a0'y 0.00 0,00 0.00 (10° US$ ~ Fo) 14 190 35 Consumo Metaliirgico para siderurgia oy 9.935 1.481 10.200 Finos metalirgicos 8 70 90, 80 Energético coy 4.825 5.615 5.200 Prego médio Carvio importa wussay 48 34 57 Pontes: DNPM, MF ~ SRF, MICT- SE hese Gat seer 19860 Toren ete eaten ve 967 @ ay cea provisérios, ‘Anusrio Estitfstico Sctor Metalirgico/MM Deve-se considerar, ainda, o fato de o Brasil estar reestruturando seu setor elétrico. O modelo adota- do tomou a geragao e a comercializago da energia elétrica atividades competitivas, em que 0 prego passa a ser determinado pelo mercado. Como 0 Principal uso do carvao esté na producio de eletricidade, 0 aumento do sett consumo ficard na dependéncia do prego que a energia elétrica produzida puder chegar ao mercado, Durante um perfodo de transi¢ao, que deverd se estender até o ano de 2005, a energia elétrica produzida pelas ‘érmicas, Consideradas na Lei n° 9.648/98, estard, parcialmente, incluida nog “contratos iniciais". Neste periodo ainda existird a CCC (Conta de Consumo de Combustiveis), porém Jem fase de redugio gradativa. Depois, a energia produzida pelas unidades térmicas a carvéo, assim como a energia elétrica de qualquer outra fonte, deverd ser ofertada a pregos compatitivos para ter mercado (MMB). Atualmente, a participagtio do carvio nacional na malriz energética brasileira é de 0,8 %. Para que Fn mats Biositg gue es tatna cemipetiivo em celagiexte de sax fontes primérias. A fim de avaliar alguns pardmetros tSenicos ¢ econémicos entre a ger edo termelétrica com gas natural e a geracio com Carvao mineral, presenta-se a tabela 2.39, baseada em estudos desenvolvidos pelo MME. Analisando-se est M2 malor Peso na geragiio com carvao esté no investimento da planta, devido Principalmente aos aspectos ambientais, Porém, i medida que a disponibilidade do gés natural tenda a diminvir (€sgotamento das reservas), seu prego iré aumentare, associando este Cendrio ao desenvolvimento de tecnologi- asde geragiio com carvio mineral mais modemnas e, conseqilentemente, menos dispendiosas, este combustivel ter{a sua atratividade ¢ deverd aumentar sua fatia no sistema eléttico brasileiro, C importante é preparar o caminho para que, quando a conjuntura energética for favordivel as reservas de carvo mineral nacional possam ser exploradas mais intensamente. Contudo, para que 4 gerugao de energia elétrica a partir do carvao se tome competitiv drio projetar as novas centrais através das téenicas modemas disponiveis, visando ndo s6 aumentar o rendimento termodindmico, mas também ‘reduzir custos, mantendo os nfveis de emissio de poluentes dentro dos Padres exigidos pelos érgios ambien- tais. Além dis Se to préximas das minas quanto possiveis, a fim de diminuir os lo nos custos com combustivel O que € necessar Cartrvvo 2 - Suprimento Energético para Termelétricas 73 TABELA 2.39 ~ Competitividade dos carvées CE 3.300 ¢ CE na geragio de ener; clétri 4,500, com o gas natural, ‘a (www.mme.com.br) CE3.300 CE 4500 Gis natural (Candiota) (Santa Catarina) (lipo a) Prego unitiio 13,60 RSM 59,79 RSI 2.0 uss/t0%BTU USS/O°BTU Custo da RS/Geal 412 13,28 9,52 16,66 Rendimento [%] 35 35 55 3 MWhiGcal 0401 0,407 0.64 06a Casto combustivel [RS/MWh] 10,12 32,62 1487 26,03 Custo capital [RS/MWh} 36,74 36.74 1837 1837 Custo combustivel + capital (RS/MWh} 46,86 69.36 33,24 44,40. SimplificngSes adotadas: fator de capacidade = 0.7; custos iguais de manutengdo € opk 430,00 e carvilo USS $00.00, Uma andlise qualitativa entre a utiliza apresentada na tabela 2.40, baseada em Abreu ¢ Martinez, 1999. cigio por MWh; custo do KW instalado: gis USS do gas natural, do éleo combustvel edo carvao mineral é TABELA 2.40 — Comparacio qualitativa da utilizagiio de GN, OC e CM (Abreu e Martinez, 1999) Gisnatural ‘Oleo combustivel Carvio mineral Disponiilidade Invesimentoinicial Custo de manucengio Esiogue no local do so Rendimento energético Uso de drea Pio de recebimento Condicionamento para uso Controle das emissoes Controledacombustio Limpeza dojoeal do uso Vazamentos Agressividade das emissoes Residuos sotidos Emissdes atmosféricas Efluentes iquides Consolidando-se Menor Menor Dispensa Maior Menor Dispense Nenhom Simples Simples Fel Féci dispersio Muito baixa Nao tem Somiratamento Nao apresenta Ampla Médio Médio Necessirio Médio Sim Aquecimento Complexo Meio Médin Remogfo dificil Alta Nfo tem igem tratamento Exigem tratamento Mair Mair Necessério Menor Maior Sim Moagem, Complexo Dilicl Atta Menosampla Muito complexo No se aplica Muito volumosos Bxigem tratamento Exigem tatamento Outro aspecto que deve ser levado em conta quando da escotha de um combustivel com relagdo a outro é o prego. A tabela 2.41 apresenta valores médios de mercado para 0 OCA e OCBI, gis natural, coque de petréleo, carvéo mineral e lenha, sugeridos por Abreu e Martinez (1999). Note-se que estes valores so apenas demonstrativos e que podem variar de acordo com as flutuagdes de mercado. 7 Geragito Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao TABELA 2.41 - Cotacio de pregos de energéticos: julho de 1999 (Abreu e Martinez, 1999) Unidade Preco unitirio Poder ealorifico Preco unitério de venda (Rs) (ciunidade) (USSIMMBTU) OC AI -2,5% 8/620 cSt ke 0,1940 42.340 2,68 OC BI ~ 1,0% $/620.e5¢ kg 0.2084 43.096 2,83 Gais natural p/ concessioniia mi 041610 39.292 2,40 Cogue verde de petréteo ke 0,080 35.530 14s Carvao mineral kg 0.0830 5.080 194 Lenha a? 90,0155 4.140 2.19 1 Prego unitiri: valores m ‘estado do Rio de Janeiro 2) Taxa de cimbio: RS 1,7999 / USS 1,00 Gulho de 1999); 3) 0 prego do éleo combustivel em 2004 js ulttapassou o valor de 0,100 RSVke, de mereado, pesquisados junto a consumidores, incluiado, quando for 0 cxso, o IMS estabelecido mo 2.9 COMBUSTIVEL NUCLEAR Tradicionalmente, o elemento fissil € erroneamente denominado de combustivel nuclear, No entanto, apesar da reagao que resulta na liberagdo de energia pela fissdo do nticleo ndio manter qualquer similaridade com 0 processo de combustio, a utilizagio deste elemento em reatores nucleares, que so equivalentes as caldeiras convencionais utilizadas em centrais termelétricas, fez com que surgisse uma associagdo do elemento fissil com os demais combustiveis ¢ a denominagao "combustivel nuclear” passou a ser largamente utilizada. Analogamente, © processo de fissio nuclear é designado, algumas vezes, como "queima" Na natureza encontra-se basicamente um elemento que pode ser utilizado na fissfio nuclear em reato- res comerciais, 0 urdinio, que se apresenta sob a forma de dois isétopos: U235 e U238. Do total de urdnio natural apenas 0,7% 6 U235, 0 tinico que sofre o processo de fisstio em reatores nucleares. A reagio de fissio inicia-se pela captura de um néutron (n) pelo nticleo de U235, rapidamente conver- tendo se em U236 instavel, que se parte, liberando energia e um néutron. Este escapa com grande energia, que em geral deve ser reduzida para que a reagiio em cadeia se processe. © processo de redugdo desta energia é realizado por um "moderador", Tradicionalmente podem ser utilizados como moderadores gua, gua pesada, gis hélio, grafite etc. Uma segunda reacio importante que ocorre é a captura do néutron pelo U238 nio-fissil. Tal captura converte este elemento em PlutGnio que € fissil, Elementos que possuem a caracterfstica de transmutar- se em elementos fisseis mediante a captura neutrOnica so denominados férteis. Comercialmente existem duas tecnologias principais que “consomem' o combustivel nuclear: Estas tecnologias podem utilizar égua como moderador e uranio enriquecido ou utilizando-se Agua pesada como mode- rador e © urdnio natural (na proporgao como encontrado na natureza). Emreatores que utilizam agua leve (comum) existe a necessidade de um processamento do urfinio para que a proporgio de U235/U238 seja aumentada (existem centrais nucleares que operam com urnio natural, mas sdo minoria). Este processamento é denominado de enriquecimento e é altamente complexo, Em reatores que utilizam a égua pesada, o enriquecimento nio é necessirio. No Brasil, para as centrais termonucleares de Angra Le Il, optou-se por uma tecnologia que utilize o Urénio enriquecido como combustivel ¢ agua leve como moderador. A cnergia liberada no processo de fissio 6 extremamente elevada e o calor formado em decorréncia da quebra do nicleo de uriinio pode ser utilizado para se aquecer gua e produzir vapor, permitindo 0 uso de turbinas a vapor para a geracio de eletricidade. No Brasil, 0 urénio natural passa pelas seguintes etapas até a sua possivel utilizagao em centrais nucleares (nem todas realizadas em territ6rio nacional):

Você também pode gostar