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capitulo 18 Controle da Polui 18.1 INTRODUGAO 2922900000000) A ripida industrializagao e urbanizagio dos paises em desenvolvimento tom fevado a um aumento, severo na poluigio: égua que esta inapta para beber ou quantidades de residuos sélidos urbanos ¢ restduos perigosos, dispostes inalequadamente, gf 2 2.0 banho, altos niveis de concentragdo de poluentes no ar, aumento da Dessa form imento das indtist xe, assim, mais pélos industrials, mais centrais de geragiio de energia eltrica e, conse e Ses em todo © mundo esto percedendo mais e Mais que o aumento da populagiio 6 o esto ameagando seriamente © meio anibiente, Quanto mais pessoas houver, mas @ energia sera nece jo. Neste contexto, torna-se as para o dese. nportante a implementago de strats; qiientemente, mais poluig volvimento sustentivel, que se traduz por crescimento econdmico alia D4 investimentos no bem-gstar social © na preservacdo do meio ambiente. indo o Conselho Nacional do Meio Ambiente IBAMA, através da Resolugto CONAMA N° 001, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteragio das propriedades tisicas, quimicas e biolégicas do meio ambiente, causada por qualquer forma dle materia ou energia resultante das atividadles eta ou indiretamente, afetam: + asatide, a seguranga e o bem-estar da populagio; + asatividades sociais e econdmicas; + abiota; + as condigdes estéticas e sanitérias do meio ambiente; + aqualidade dos recursos ambientais, A Resolugio CONAMA N03, de 28 de junho de 1990, define poluente atmosférieo como qualquer forma de matéria ou energia com intensidade ¢ em quantidade, concentragilo, tempo ou caracteristic desacordo com 0s niveis estabelecidos, e que tommem ou possam tornar 0 a em + impréprio, nocivo ou ofensivo d satide; + inconveniente ao bem-estar puiblico; + danoso aos materiais, 2 fauna e flora: 1G, AO Uso € gozo da propriedade e As atividades normais da comunidad, sidade de ampliar o numero de poluentes atmostéricns passivels de monito + prejudicial a segur considerando a nee ramento e controle no pais. £244444984480989. 1106 Geracdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operacdo Eindiscutivel que a aplicagiio da ciéncia ¢ da tecnologia tém conduzido & melhoria no nivel de vida das Pessoas, pelo menos para uma parte da populagao do planeta, o que se caracteriza por: ieréscimo da quantidade ¢ qualidade da produgao de alimentos; + desenvolvimento dos meios de transporte ¢ comunicacao; + desenvolvimento da construgao de moradi + mecanizaco e automagao dos processos produtivos (aumento da produtividade e redugio do tem- pode trabalho); + desenvolvimento de sistemas para o fomecimento de agua potavel e para o tratamento de efluentes liquidos; + eliminacio de muitas doengas contagiosas e desenvolvimento de tratamentos efetivos para outras; + aumento na qualidade de vida das pessoas, com o surgimento de equipamentos elétricos e eletroni- cos domésticos. Ao mesmo tempo, o modelo do desenvolvimento atual tem provocado efeitos nocivos sobre o meio ambiente: + mudangasclimaticas; + perdade terras cultivaveis (desertificago); + desmatamento; + poluigao de rios, lagos ¢ mares; + poluigdo do solo e das éguas subterrineas; + o.smog foto-quimico e a poluigio do ar nas cidades; + emissio de poluentes, produtos da combustdo de combustiveis fosseis (CO, NOx, SOx, CxHy, particulados, etc.). ‘Assim, aparece como um problema vital conciliar o desenvolvimento e as vantagens de um modo de vida aceitavel, com a conservagio do meio ambiente. Além disso, o consumo de energia traz como uma inevi vel conseqiiéncia a degradagIo ambiental, seja na sua explorago ou no seu consumo. Uma das solugdes para atenuar e manter em limites aceitaveis este problema seria a realizacio de estudos que permitissem decidir a melhor politica energética, incluindo a avaliacdo de todas as possiveis fontes de combustiveis usando cinco critérios: capacidade, custo, seguranga, confiabilidade ¢ impactos sobre 0 meio ambiente. Isto deve ser feito separadamente para cada pafs,respeitando suas necessidades e recursos naturais (Hudgson, 1997). ‘Apés esta breve apresentacdo, pretende-se neste capitulo abordar a relagio existente entre a energiae meio ambiente, enfocando-se na tematica da geragao termelétrica e os problemas ambientais de carster global. Caracteriza-se, portanto, o efeito estufa e a chuva dcida e comenta-se sobre 0 Protocolo de Kyoto, um acordo entre virios paises do mundo que limita a emissio dos gases estufa, Na seqiiéncia, so apresentados os princi- centes emitidos nas centrais termelétricas, caracterizando 0s padres ¢ fatores de emissio de cada um ais polu i tépicos seguintes tratam de apresentar os métodos de controle de NOx, SOx, particulados. deles. Os 18.2 ENERGIA E DESENVOLVIMENTO ‘A demanda mundial pela energia vem crescendo continuamente, Em parte, isso acontece porque a populagao mundial e suas necessidades esto crescendo ¢ mas indtstras, mais servigos ¢ empregos sio gerados. Mas outra parcela é constituida pelo desperdicio de energia. Um outro fator a ser considerado € 0 acréscimo de energia necessirio para o desenvolvimento do Terceiro Mundo. "O desenvolvimento do Terceiro Mundo ¢ a protegio do meio ambiente sio problemas globais que devem ser enfrentados pela humanidade nas proximas Hécadas, Estes dois problemas esta rigorosamente interligados. A energia, motor do crescimento econdmico e principal causa da degradagio do meio ambiente, € a conexio" (Colombo, 1992). Cartruo 18- Controle da Poluigdo 1107 E quase undnime a definicao de energia como sendo “a capacidade de um sistema de realizar trabalho ou de promover mudancas". Portanto, um sistema que dispOe de grande quantidade de energia pode realizar uma grande quantidade de trabalho. Se considerarmos alguns exemplos de trabalho, como o transporte de pessoas, obombeamento de Agua, a construcdo de moradias ¢ rodovias, a rotagao das turbinas e geragio de eletricidade nas termelétricas, etc, fica facil entender a relacdo que existe entre consumo de energia e desenvolvimento. Ao falar de energia é preciso considerar que ela existe em diferentes formas: energia mecinica, térmi- ca, elétrica, quimica, nuclear, etc, e que possui duas caracteristicas importantes: 1) niio se perde (1 Lei da Termodinamica); 2) asua.utilizacdo é realizada mediante a conversio de uma forma de energia em outra, processo este que, no caso da conversio de calor em trabalho, no pode ser realizado com 100% de eficiéncia (2 Lei da Termodinamica). Devemos considerar também a “qualidade” da energia, partindo da sua capacidade de realizar trabalho, isto expresso pelo conceito de exergia. Considerando-se que a principal fonte de energia da sociedade moderna é a energia quimica acumula da nos diferentes combustiveis fosseis (petréleo, gis natural, carvio mineral, etc.), introduz-se como "tonelad: equivalente de petréleo — tep" a unidade comum para expressar as quantidades de energia consumida e reservas dispontveis de combustfveis. Assume-se que 1 tep libera, durante a combustdo, uma quantidade de energi térmica de 41.868 MJ, propriedade dos combustiveis que recebe o nome de poder calorifico. Uma tonelada de madeira ao se queimar libera muito menos energia, por volta de 8.000 MI, equivalente termicamente a 0,19 tep, Analisando o assunto de outra maneira, pode-se dizer que 5,23 toneladas de madeira sio 0 equivalente energetico de 1 tep. A figura 18.1 ilustra 0 comportamento do consumo de energia primaria no mundo durante o século XX. Observa-se um répido acréscimo do mesmo a partir do ano de 1950. 8 8 Consumo anual, Exojo Consumo anual, 109 tons de petr6leo equivalentes Combustiveis sélidos| 0 1900 1920 (94g, 1960 1980 2000 Figura 18.1— Consumo mundial de energia primiria durante o século XX (Henry ¢ Heinke, 1989), Nota: 1 Exaloule = 10!8 Joules. A figura 18.2 mostra a relacdo existente entre o PNB (Produto Nacional Bruto) per capita em USS! er capitalano e o consumo de energia primaria per capita em kW/per capita. Aos paises desenvolvides, com maior PNB per capita, corresponde-Ihes o maior consumo de energia. Daf a relacio entre energia edesenvolvi- mento econdmico. "A energia deve ser vista como um dos principais requerimentos para 0 crescimento econd- mico € as melhorias sociais, endo como uma conseqiiéncia deste crescimento” (UN, 1996). Porém, uma qualidade de vida aceitdvel e sustentivel pode ser atingida com um consumo de energia menor que o atual per capita dos paises desenvolvidos. Este consumo per capita no mundo deve convergir a um nivel suportdvel pela ‘Terra. Markham, (1994), estima que o desenvolvimento tecnolégico, traduzido por equipamentos mais eficien- veis utilizados nestas cent TAIMOSFERA | : | Uso dos recursos [ Pouigéo | | Coneumidores de combustivel| | energia térmica e elétrico beg =e | | Centrois Centrais | Outros esferos termelétricos| hidrelétricas | produtiyas | } | |[Etaborag0 e refino | rl de_combustiveis a Uso dos recursos] [__Poluigdo Uso dos recursos Pokigto _] LITOSFERA TIDROSFERA Figura 18.3 — Inter-relagio entre as empresas do setor energético ¢ a natureza 12% 1% WSTermelétrica Adidrelétrica CNuclear Mi Outros J KS 22% Figura 18.4 — Distribuiglo da geragio de energia no mundo, segundo a tecnologia empregada (Olade, 1999). ar roe ee eee ee ee ee ee Carino 18 ~ Controle da Poluigéio A Energia ¢ 0 Efeito Estufa O problema de maior importancia causado pelo uso da ene! E importante ter em consideragio que os diferentes gases de efeito estufa se caracterizam por diferen- {cs intensidades no aquecimento provocado, o que € expresso pelo Potencial de Aquecimento Global ~ PAG Para 0 CO, 0 PAG = 1 ¢ constitui a referéncia, enquanto que para o metano, CH,, vale 21 e para o Sxido nitroso, N;O, 310, Isto quer dizer que 1 kg de CH, provoca um efeito estufa 21 vezes mais intenso que | kg de CO,. O 6xido nitroso, por sua vez, tem um efeito 310 vezes maior. 002 | - = % ee Atmosfera —= Rodiagdo solor de pequena longitude de onda =D Radiagdo terrestre de grande longitude de onda Figura 18.5 — 0 efeito estufa O efeito estufa foi identificado pelo francés Jean Fournier no século XIX. O cientista Suedes Svante ‘Arrhenius chamou a atengio sobre os possiveis impactos ambientais da duplicagao do contetido de CO, na atmosfera, j4 em 1896 (Markham, 1994), No ano de 1938, num artigo titulado The artificial production of carbon dioxide and its influence on temperature, o cientista Callendat G. chegou a conclusio de que a utiliza ¢40 dos combustiveis fésseis tem a propriedade de aumentar as concentragdes atmosféricas de CO. ‘As contribuigdes relativas dos diferentes gases estufa ao aquecimento global sio mostradas na figura 18.6. Observa-se que a maior contribuigao corresponde ao CO>, seguido do CFC e do CHy. As fontes antropogénicas de cada um destes gases sio mostradas na tabela 18,2, C02 mCHy Figura 18.6 ~ Contribuigdes relativas dos diferentes gases estufa ao aquecimento global (Hevengeld, 1995). 12 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao TABELA 18.2 —Fontes antropogenicas dos gases estufa (Rosswell, 1991) Gases estula Fontes antropogénicas Co. + Combustio de combustiveis sses. Desmatamento/mu ingas no uso da terra, crc Espuma plist antes (freon, etc.) Aerossol, spray, propelentes. cH, + Cultivo de arrox + Ruminantes + Combustio de combustiveis fésseis, + Queima de biomassa. + Varzamento de gs natural N,o + Fertilizantes, + Queima de biomassa. + Conversio da terra para fins agricolas, + Combustio de combustiveis fsseis, Da mesma forma que € desigual o consumo de energia entre os distintos continentes e paises do ‘mundo, também as conseqientes emissbes de CO, estiio desigualmente distribuidas. Aos paises desenvolvidos correspondem 79% das mesmas, conforme pode ser observado na figura 18.7. 3% 2% 3% 1% 28% Fes. 37% HEEEEEE Eee ie 26% BA América do Norte Europa 3 América do Sul Ml América Central 9 Africa 0 Oceania Emiss6es mundiais de CO, causadas pela queima de combu (World Resources Institute, 1996-1997). Figura 18.7 — is fosseis e a produgio de cimento ‘A tabela 18.3 apresenta as taxas de emissio de CO, para a atmosfera, no Brasil ¢ em alguns outros paises, onde o termo América inclui Chile, México e Venezuela e a Buropa inclui a Alemanha, Inglaterra, Espanha e Italia, segundo dados do Balango Energético Nacional ~ BEN (1999) para 0 ano de 1993. TABELA 18.3 - Taxa de emissiio de CO, no Brasil e em outros paises (tCO,/habitante) (BEN, 1999) tCOyihab Brasil Bstadlos Unidos Tapio “América Europa 1s 196 89. 40 93 ———: ua Geragéo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagéio © Protocolo de Kyoto $s firmaram um acordo que limita as emiss6es de , de 5%, Os Em dezembro de 1997,em Kyoto (Japio), 160 pats ses estufa nos paises industrializados, Assim, no perfodo 2008 a 2012, a redugao seri, em méd Estados Unidos aceitaram uma redugio de 7%, a Unidio Européia dle 8% e 0 Japao de 6%. umidouros" de carbono nas florestas, Teoricamente, é Ficou a incerteza acerca da quantificagao dos desejavel outorgar "créditos" pelo acréscimo do carbono acumulado (seqiiestrado) nas florestas, ¢ incluir as emissdes de CO} produto do desmatamento no inventério de emissbes. O artigo 3, do Protocolo, permite aos paises realizarem ajustes no seu inventirio de gases de efeito estufa, considerando as mudangas no uso da terra © atividades florestais que tenham acontecido desde 1990. Alguns cientistas opinam que nio existe suficiente conhecimento do processo de remogao do carbono na atmosfera pelas florestas, ¢ sobre os métodos de realiza: gio do inventario de florestas (EST, 1998). Embora os paises participantes tenham concordado em relagio A necessidade de redu de gases de efeito estufa, as negociagdes em Kyoto foram muito dificeis, O cientista brasileiro José Goldemberg, que participou da Conferéncia, considera como causas das dificuldades as seguintes proposigoes (Gol- demberg, 1997): + considerdveis interesses econdmicos envolvidos, sobretudo dos produtores de carvio e petrsleo, dentro ¢ fora dos Estados Unidos; + a posigao da Unido Européia, que pode reduzir mais facilmente suas emissdes que Estados Unid: + aposigio do governo americano, que parece disposto a tomar medidas para evitar o efeito estufs mas é fortemente pressionado pelo Senado, que defende que os pafses em desenvolvimento sejam submetidos As mesmas limitagdes que os Estados Unidos; + aposigao do Grupo dos 7 ¢ da China, que desejam que sejam estabelecidos limites para os paises ricos, ficando estes isentos de qualquer limitagdo que possa impedir seu crescimento econdmico. Brasil propds, em Kyoto, a criagdo de um Fundo de Desenvolvimento Limpo, a fim de que os pafses desenvolvidos contribuam para a redugao das emissGes de gases estufa nos pafses em desenvolvimento, Em 2002, com aassinatura do Protocolo pelo Canadic, em perspectiva, pela Rdssia, esta deve entrar em vigor. Os Estados Unidos mantém uma posigio critica com respeito ao mesmo. jo das emissdes ‘A Energia ea Chuva Acida O termo chuva dcida tem sido popularizado pela midia em lugar de deposigao atmosférica, Este é mai abrangente, pois, na realidade, as deposigées ou precipitagdes acidas podem ser na forma de chuva, neve ou até mesmo de materiais solidos ou gasosos, que apresentem caracteristicas dcidas. As causas principais da chuva écida sii as emissdes de 6xidos de enxofre (SO) e de nitrogénio (NO), produtos da queima de combustiveis fsseis. Aacidificagiio das precipitag6es foi reconhecida como um problema da poluigdo do ar hd aproximadi mente 100 anos. Smith, com base em medig6es realizadas na Gri-Bretanha de 1840 a 1870, mostrou que as concentragGes de SO4~ na chuva eram maiores nos locais mais densamente povoados, especialmente perto das grandes centrais que queimavam carvao mineral (Schwartz, 1989). Embora as chuvas dcidas estejam afetando principalmente os paises industrializados, todas as tendén- cias indicam que os paises em desenvolvimento nao esto muito longe de ter de enfrenté-las e, dentro desses, figuram como os mais propensos a China, a fndia e 0 Brasil. Markham (1994) considera que a chuva dcida, depois da poluigao urbana, é 0 problema da poluigio do ar que mais répido cresce no Sudeste Asidtico. Em 1987 ‘as cidades de Petaling Jaya ¢ Senai registraram chuva com pH igual ao verificado na Gra-Bretanhae Alemanha, Hong Kong acredita que a China € responsével pela maior parte da chuva acida que cai sobre o seu territ6rio. No Brasil, as grandes regides industrializadas jé comegam a apresentar os sintomas iniciais do proble- ‘ma, como 6 0 caso de Cubatio (SP), onde morros e escarpas encontram-se desprovidos de vegetagdo, como resultado nio s6 da acidez da chuya como também das altas taxas de poluentes encontradas nesta regiao. —— ET) Carino 18 ~ Controle da Poluig@o 1115 Sevéi (1991) identifica varias regides no Brasil com enormes emisses de SO, e, portanto, propensas ao fendmeno da chuva fcida: ano); + Sio Paulo, Cubato, Paulinia e Sao José dos Campos (300.000 toneladas de SO, + zona catbonffera do Sul de Santa Catarina (100,000 toneladas de SO,/ano); spirito Santo (23,000 toneladas de $O,/ano). Na América do Sul, chuvas com pH médio de 4,7 tém sido registradas tanto em Areas urbanas industrializadas quanto em regides consideradas remotas, Assim, estudos relacionados com a quitmica da precipi- tagdo na floresta amaz6nica, tém mostrado que os valores de pH da chuva na regidio esto proximos daqueles observados em dreas das cidades do Rio de Janeiro e Sio Paulo (de Mello ¢ Motta, 1987). + Vitéria, Convencionalmente, é considerada dcida a chuva que apresenta valores de pH menores que 5,6. Este valor expressa 0 equilfbrio quimico estabelecidlo entre 0 didxido de carbono (CO;) atmosférico ¢ sua forma dcida solivel, o fon bicarbonato (HCOs) em gua pura. O decréscimo de uma unidade de pH significa um aumento de dez vezes na concentragiio do fon hidrogénio. Além do didxido de carbono, outras espécies quimicas presentes na atmosfera determinam aacidez da chuya, Valores do pH inferiores a 5,6 resultam da presenga de Acido sulfiirico (H,SO,) e nitrico (HINO). Os los sulfirico e nitrico originam-se das reagdes e interagdes que ocorrem na atmosfera entre os 6xidos de nitrogénio (NO e NO), 0 didxido de enxofre ($O,) e outras espécies quimicas resultantes de reagGes fotoquimicas. Os 6xidos de nitrogénio ¢ de enxofre podem derivar tanto de fontes naturais como antropogenicas. * ‘Como poluente, 0 didxido de enxofre é langado diretamente na atmosfera pela queima de combustiveis f6sseis, Indistrias metaldrgicas também contribuem para essa poluigio: varios minérios de cobre, chumbo ¢ zinco apresentam-se sob a forma de sulfetos e, durante sua fusio, o enxofre é oxidado, formando o diéxido de enxofre. Em escala global, 50% do diéxido de enxotre atmosférico tem origem artificial. Os efeitos da acidificagaio dos lagos sobre a vida aquitica sto + diminuigio da populagao de peixes. ‘Tem sido demonstrado que a truta ¢ 0 salmao atlantico sao particularmente sensfveis a baixos niveis de pH, o que interfere em seus processos reprodutivos e freqiientemente conduz a deformagdes do esqueleto. O valor critico do pH é de 5,5 (Harte, 1992), A diminuigio do pH inerementa a solubilidade do aluminio metilico, o que é altamente t6xico para muitas formas de vida aquatica a concentragdes de 0,1-1 mg/l; + incapacidade de moluscos sobreviverem em dguas icidas por causa da dissolugdo do carbonato de célcio. A acidificagao interfere na absorgao de calcio por estes organismos para a sua protegio esquelética exterior; Estudos detalhados tém mostrado que as chuvas dcidas podem ser prejudiciais paraa agricultura, Uma chuva com pH entre 2,5 e 3,0 afeta culturas, tais como a alface, beterraba, cebola, soja e tabaco. Porém, a chuva dcida pode ter efeito positivo a longo prazo por causa da agao fertilizante do nitrogénio. Em geral, os Outros danos da chuya dcida dizem respeito as estruturas e monumentos. A agua acidificada corréi as tubulagGes, existindo o risco de que o metal desprendido das paredes possa afetar as pessoas através do consu- mo de gua. Prédios ¢ monumentos sao afetados também pela chuva dcida, sendo os casos mais notdveis a Acrépole de Atenas e diferentes obras de arte na Itélia, Porém, hd estudos que mostram que existem solugdes para 0 problema da deposigio dcida, Os cientis- tas consideram que a diminuigdo das emissdes de NOx e SOx para 50% pode ser suficiente para deter a acidificagdo do meio ambiente. O problema nao é tecnicamente dificil de solucionar, pois ja esto em estigio 5. : i Cuntruto 18— Controle da Poluigdo 117 poluente, que, segunclo Levantamentos, 43 tonela proposto regulamentag6es para o controle das emissies deste oes peat ‘eaté 15 de dezembro de 2004 uma regulamenta- ig sao langados anualmente nos EUA. A proposta é qu: lo consistente sobre as emissGes de merctirio jé esteja em vigor. A0 140=400 9/ das de t 50, 95 Me No, 035-200 ing/m® No, OZ Patiades 0,120 mg/m? (Bjcsoss [| sepa a | acu — tt =a | io itementa! > gig (aeons = Tire wees 25 Z Cinzos voles 14.9, Sem fimpeza do 96s de exoustdo Cam fimpez0 do 96s de. excusito sura 18.10 ~ Emissdes em uma central térmica a carvao sem e com sistema de limpeza dos gases de exaustio (Spitanagel et ai., 1994), Aspectos determinantes na emissio de poluentes e residuos em centrais termelétricas so os tipos de combust{veis e a tecnologia utilizada (figuras 18.11 e 18.12). A figura 18.11 apresenta dados comparativos ds méximas absolutas de emissdes em centrais termelétricas, assumindo como referéncia (100%) as emissbes numa central a carvao, enquanto a figura 18.12 refere-se a emissGes especificas (g de poluentes ou residuos por kWh de cletricidade gerada). Baseado nos dados destas figuras, pode-se concluir que sio as termelétricas de ciclo combinado que utilizam gas natural as de menor impacto ambiental. ta 100100 100 400 tor 7 95 ua % r) 50 6 #0 2 20 5 _ L0 Cent temelico Canto temeleica Centra termeética Sse see de cel. comtinodo dessulaigto Aescalrizago cae combusto OLN ZA cee eo on Qu Ms. Figura 18.11 ~ Geragiio de poluentes em centrais termelétricas em relagio aos tipos de sttveis uillizados Cae ee ipos de combustiveis utilizados Carino 18 TABELA 18.8 tores de emis (combusta Controle da Poluigdo 121 de $0, NOx € CO para diferentes combustivels fosseis controlada) (EPA, 1996) Combustivel ¢ tecnologia de combustio = Unidades: SO, NOx co Gc Renta niece 101 1888 8,04 06 OC n? 5: queima tangencial kgf" 1885 5.08 96 Diesel: caldeiras industriais, kyl 17,0%s 24 06 GN: caldeira de grande capacidade/queima frontal kg/h m 4.480 1344 GN: caldeira de grande capacidade/queima tangencial kg/10%m3 = 2720 384 Carvo:caldeim grande capacidadefqucima frontal 1968 6 025 Carvio: caldeira grande capacidade/queima tangencial 198 5 0,25 Carvao: caldeira spreader stocker 195 55 25 Resfduos de madeira: caldeira spreader stocker 0,0375, 0,75 68 Residuos de madeira; caldeira de leito Nuidizado 0,0375, ce) O7 Bagago de cana Ez cree oe TABELA 18.9 - lores de emi: io de material parti ulado (Phillips et al., 1998) Combustivel ‘Tecnologia de combustio Pator de emissao Cleo combustivel Caldeiras de CTE, 125 ket Cleo combustivel Calderasindustias, 0.24 kgf 1 Gés natural Caldeiras de CTE, 16-80 kg/106 mi? és natural CCalderas industria 16-80 kg/10° m? Gés natural Caldeiras domésticas e eomerciais 16-80 ke/108 m? Motores Diesel industriais - 4,01kg/i?1 wo de cana Caldeiras spreader-stocker I keh TABELA 18.10 — Fatores de emissao de compostos orginicos volateis ~ COV (Edwards, 1995) Atividade ‘ator de emissiio Produgiio d 3.1 g/m? Carvo (centrais termelétricas) O1SkeA Carvio (indistria) O-T ght % Soa% epERDYE on 1909 | sopeSueae seuineye seipgu aiouay | ~ sojdums ofa19 1 -sopuess | ‘syd e re 8661 ‘s98 e eusqany ae seuqm | seman | seuaany Ears) prerieeo sc oaszos 197688 acctooer | wna eo'uses9 0080s re'0080s e00K0s 1A %oo osese Wer wer ooo wna * mi a oo 98 Ol-Wd es's0z € ue uz we we wie sco sco sco so ro ‘os 3886 os'vez 061665 wer rr uve oc'eas oss, 856 ss oro fo *ON 0001 00T = nS wordy apeproede) urs awe coor iss | uweurt way 2104 66 BOE ‘web (Sd) % eruROya jonyuoa | seis Gap dopesyeres ajonuos was ‘5HIg}S05 OPIN ‘OpL195 OPK | 2p 2p 1a 19 snquios eI | _ansnquios em (100g $7” 72 woysag4) OLSeI9H ap seYFojouray smuasayrp ered 7D 2 OT-Wd TOS XON oP ovsstwa ap sax078y — I-81 VIAEVL Carino 18 Controle da Poluigfo ‘1123 Os padres de emissiio limitam a emissio especifica de poluentes numa determinada fonte, conside- rando o nivel atual de desenvolvimento tecnolégico. Assim, o CONAMA, através da Resolugao n° 008, de 06 de dezembro de 1990, estabelece os padrées de emissdo para processos de combustao externa em fontes novas fixas de poluigao com poténcias nominais totais até 70 MW e superiores, em nfvel nacional. A definigio de limites maximos de emissao é dada pela Resolugao CONAMA n° 05, de 15 de junho de 1989, que instituiu 0 PRONAR (Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar). Entende-se por limite maximo de emissiio a quantidade de poluentes permissivel de ser lancada por fontes poluidoras paraa atmosfera. Os limites méximos de emissiio serao diferenciados em fungao da classificacao de usos pretendidos para as diversas freas ¢ seriio mais rigorosos para as fontes novas de poluigiio. Segundo a Resolugao n° 008/90, fontes novas de poluig aquelas pertencentes a empreendimentos cuja Licenga Prévia (LP) venha a ser solicitada 408 drgiios licenciadores competentes. ‘Tabela 18.12 - Fatores médios de emissio de poluentes gasosos para refinaria de petréleo (World Bank, 1997) Poluentes Fator de emissio Paniculados OB kg/t de pets6ieo cru (faixa 0,1-3,0kp/) 80, 1 3kg/tde petrdleo cru (faixa 0,2-6,0kg/t) NO, 0,3 kg/tde petréleo cru (Faixa 0,06-0,5 kg kel) BrXx 25 gltde petrbleo cru (Faixa 0,75-6,0g ke/t) cov LO ke/tde petréleo cru (faixa 0,5-6,0kg ket) BIX =benzeno, tolueno e xileno. Entende-se por proceso de combustio externa, em fontes fixas, toda a queima de substincias combus- tiveis realizada nos seguintes equipamentos: caldeiras, geradores de vapor, centrais para a geragao de energia elétrica, foros, fornalhas, estufas e secadores para geracio c uso de energia térmica, incineradores ¢ gaseificadores. Os limites maximos de emissdo para particulas totais e diéxido de enxofre (SO,), sio apresentados na tabela 18.13, expressos em gramas de poluente por cada GJ de energia térmica liberada durante a queima do combustivel [g/GJ]. Conforme pode ser observado nesta tabela, nenhuma mengdo, por enquanto, é feita com relagiio As emiss6es de NOy. De acordo com a Resolugao n? 005/89, Classe I sio dreas de preservacao, lazer e turismo, tais como parques nacionais e estaduais, reservas e estagdes ecologicas, estincias hidrominerais € hidrotermais. Nestas dreas devera ser mantida a qualidade do ar em nivel o mais préximo possivel do verificado sem a intervengio antropogénica. Classe II so areas onde o nivel de deterioragdo da qualidade do ar seja limitado pelo padrio secundario de qualidade. Classe III sao dreas de desenvolvimento onde o nivel de deterio- racdo da qualidade do ar seja limitado pelo padrao primério de qualidade, ‘TABELA 18.13 ~Padrdes de emissiio brasileiros para processos de combustio externa (Resolugéio CONAMA n?008/90) Ate 70 MW ‘Aeima de 70 MW PrivGH $0; {y/GJ1 Pr WED) 803 VGH, Classe | 287 any o o Classes Mle I 3,6 11942 287 <4 358.3) 1.1942 191,19) ang. Ti) Nio serio permiidasinvalagies de novasfontes fas deste pot nexa Svea. (2) Relere-se a Geo combustvel. ) Refere-se a arvio mineral P= partculas tous. ‘A seguir, na tabela 18.14, apresentam-se os padrdes de emissGes para centrais termelétricas, adotados pela Comunidade Européia, e na tabela 18.15 aqueles adotados por outros paises, tais como a Austria, o Japio © 0s EUA. Comparando os padrdes nacionais com os adotados por outros paises, nota-se, primeiramente, que os limites de emissio adotados no Brasil sio maiores do que aqueles adotados em outros pafses, além de que na legislaa0 1124 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo nacional niio existem padroes di Ambiente e Recursos Hfdricos (s emissio atmosférica para fontes esti 08 Gxidos de nitrogénio. Os padrdes foram subdivididos em fungdo do combustivel empregado, poténcia térmica. A seguir apresentam-se os valores para os Sxidos de nitrogénio contidos na resolucao. Para acessara Resolugdo na integra, consulte o site http://www.pr.gov.br/sema. + Geragio de calor ou energia em caldeiras e fornos utilizando combustivel gasoso: para poténcia térmica entre 50 .¢ 100 MW, 0 padrao para o NO, é de 320 mg/Nm?, ¢ acima de 100 MW, este valor é de 200 mg/Nm3. A condigiio de referéncia € para 3% de O. + Geragio de calor ou energia em caldeiras e fornos utilizando 6leo combustivel e asseelhados: para poténcia térmica entre 10 e 50 MW, o padro para o NO, é de 820 mg/Nm?, entre 50 e 100 MW, padriio para o NO, ¢ de 620 mg/Nm3 e acima de 100 MW, este valor é de 400 mg/Nm?. A condicao de referéncia 6 para 3% de 0}. + Geragio de calor ou energia utilizando carvao, xisto, coque e outros combustfveis assemthados: para poténcia térmica entre 10 e 50 MW, o padrio para o NO, é de 500 mg/Nm?, entre 50 ¢ 100 MW, 0 padrio para o NO, é de 50 mg/Nm3 e acima de 100 MW, este valor é de 400 mg/Nm?. A condigio de referéncia é para 7% de O>, + Geragio decalor ou energia utilizando biomassa como combustivel: para poténcia térmica entre 10¢ 50 MW, o padrao para o NO, é de 500 mg/Nm’, entre 50 e 100 MW, o padrao para o NO, é de mg/ Nm},¢ acima de 100 MW, este valor éde 400 mg/Nm*. A condigao de referencia é para 11% de O>. + Turbinas a gis: para poténcia térmica até 10 MW, o padrio para o NO, é de 350 mg/Nm°, entre 10 € 100 MW, 0 padrao para 0 NO, ¢ de 300 mg/Nm? e acima de 100 MW, este valor é de 125 mg/ Nim’, para 0 caso de se empregar gis natural como combustivel, e 165 mg/Nm? quando seemprega Gleo diesel. A condigao de referéncia é para 15% de O4. * Motores: para poténcia témica até 3 MW, o padrio para o NO, , no caso de ciclo Otto de 4 tempos, 500 mg/Nm3, ciclo Otto de 2 tempos, 800 mg/Nm3, e ciclo Diesel, 300 mg/Nm?, para poténcia térmica acima de 3 MW, o padrao para o NO, 6, no caso de ciclo Otto de 4 tempos, 500 mg/Nm}, ciclo Otto de 2 tempos, 800 mg/Nm%, e ciclo Diesel, 2000 mg/Nm>, A condigio de referéncia € para 5% de O. emissio para os NO, A excegio 60 estado do Parana, onde a Secretaria de Meio A), através da Resolugio n° 041/202, artigo 21, apresenta os padroes de iondrias em processos de geragiio de calor e energia, na qual esto inclufdos tecnologia e da TABELA 18.14—Padrdes de emissio para centrais termelétricas da Comunidade Européia (Kucowski efal., 1997). Reproduzido com autorizacao da Wydawnictwa Naukoxo-Techniczne Padrio de emissio Poluente Combustivel Caracteristicas da CTE, mg/Nm3 GS $0, Sato 100-500 Mw 2.000-400 851-170 2 ‘Acimade 500 MW Po 170 Liguido 50-300 MW 1.700 486 300-500 MW 1700-400 486-114 ‘Acimade S00 MW «0 114 Gasoso Todas as poténcias 35 95 NO, Sotidal”” Todas as poténcias, co 26 Liquido Todas as poténcias 49 129 Gasoso ods as poténcias 350 95 Particulado Solid ‘Ate 500 MW 10 a ‘Acima de 500 MW. 0 213 Liquide Todas as poténcias 0 143 Gasoso Todas as poténcias 10 28 (1) Careto betuminoso. 1126 Geracio Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo que dependeri de elaboragio de EIA e respectivo RIMA, 0 licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, como, por exemplo, usinas de geragiio de eletricidade, por qualquer que seja a fonte de energia priméria, acima de 10 MW. Suas diretrizes visa + contemplar todas as alternativas tecnol6gi hipdtese de nao execugio do projeto; * identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantacao e operagfio da atividade; + definir 0s limites da area geogrifica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada direa de influéncia do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrografica na qual se localiza. Ao determinar a execucao do EIA, o érgio estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, 0 municipio, deverd fixar as diretrizes adicionais que, de acordo com as peculiaridades do projeto e caracteristicas ambientais da drea, forem julgadas necessérias, inclusive os prazos para conclusao € andlise dos estudos. As seguintes atividades técnicas devem ser analisadas + diagn6stico ambiental da érea de influéncia do projeto com uma completa descrigao e andlise dos recursos ambientais e suas interacdes, de modo a caracterizar a situacdo ambiental da rea, antes da implantagao do projeto, considerando o meio fisico, biolégico e os ecossistemas naturais, além da questo socioecondmica; + anilise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de idemtificagHo, previsao da magnitude e interpretagdo da importancia dos provveis impactos relevantes, discriminando os impactos positivos e negativos (benéficos € adversos), diretos e indiretos, imediatos ¢ a médio e Jongo prazo, temporrios e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulati vas ¢ sinérgicas; a distribuigio dos 6nus ¢ beneficios sociais; + definigtio das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiéncia de cada uma delas; + elaboragdo de programas de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negati- vos), indicando os fatores e parametros a serem considerados as ¢ de localizagdo de projeto, confrontando-as com a De acordo ainda com a resolugio, o EIA deverd ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, néio dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que sera responsavel tecnicamente pelos resultados apresentados. Ficam por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes 3 realizagio do EIA, tais como coleta ¢ aquisigiio dos dados e informagées, trabalhos e inspegées de campo, anélises de laborat6rio, estudos técnicos e cientificos ¢ acompanhamento e monitoramento dos impactos, elabo- ragdo do RIMA. A Constituicao de 1988 fortalece o papel dos EIA e faz obrigat6ria a publicidade do RIMA, que deve conter pelo menos (figura 18.13): * 0s objetivos e justificativas do projeto; + adescrigao e suas alternativas tecnol6gicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construcao ¢ operagao a drea de influéncia, as matérias primas, e mio-de-obra, as fontes de energia, 05 processos e técnica operacionais, os provaveis cfluentes, emissces, resfduos de energia, 0s empregos diretos ¢ indiretos a serem gerados; + asintese dos resultados dos estudos de diagnésticos ambiental da drea de influéncia do projeto; + adescrigdo dos provaveis impactos ambientais da implantagio e operacdo da atividade; + adescrigao do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relagao aos impactos negativos; + oprograma de acompanhamento e monitoramento dos impactos.. Jéia Resolugio CONAMA n° 006, de 16 de setembro de 1987, considerando a necessidade de que sejam editadas regras gerais para o licenciamento ambiental de obras de grande porte, especialmente as de geragio de energia elétrica, atribui as concessiondrias de exploracio, geracio e distribuigdo de energia elétrica ue submetam seus empreendimentos ao liceneiamento ambiental perante 0 Grgao estadual competente, Segun- do aresolucao, o projeto e instalagao das usinas termelétricas devem se submeter aos seguintes critérios: + Licenga Prévia (LP), que deverd ser requerida no inicio do estudo de viabilidade; + Licenga de Instalagao (LI), solicitada antes do inicio da efetiva implantagaio do empreendimento: + Licenga de Operagao (LO), solicitada depois dos testes realizados e antes da efetiva colocagio da sina em geragao comercial de energia. Geragiio Termelérica: Planejamento, Projeto ¢ Operagito liceneiamento ambiental - proce nento administrative pelo qual o 6rgao ambiental competente licencia a locali io, ampliagao e « operagio de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradagio ambiental, considerando as disposigdes legais e regula- normas técnicas aplicdveis ao caso; mentares licenga mbiental — ato administrative pelo qual o drgio ambiental competente, estabelece as condigdes, restrigdes © medidas de controle ambiental que deverdo ser obedecidas pelo empreende- dor, pessoa fisica ou juridica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou ativida- des utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradagao ambiental; estudos ambientais — sio todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados AlocalizagAo, instalago, operagao e ampliagdo de uma atividade ou empreendimento, apresentado ‘como subsidio para a anilise da licenga requerida, tais como relat6rio ambiental, plano € projeto de controle ambiental, relatério ambiental preliminar, diagnéstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperagao de area degradada e anilise preliminar de risco; impacto ambiental regional —¢ todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (érea de influéncia direta do projeto), no todo ou em parte, o territdrio de dois ou mais estados. TABELA 18.17 — Documentos neces 1s a0 licenciamento de CTE (Resolugio CONAMA n2006/87) Tipos de Licenca Usin: Termelétricas Licenga Prévia (LP) Requerimento de Licenga Prévia, Copia de Public: Portaria MME autorizando o Estudo da Viabilidade. silo do pedido de LP. Alvari de pesquisa ou lavra do DNPM, quando couber, Manifestagaio da Prefeicura, RIMA (sintético ¢ integral). Licenga de Instalagao (LD) Requerimento de Licenga de Instalagao, Cépia da publicagao da concessio da LP. Cepia da publicagio do pedido de LI Relat6rio de Viabilidade aprovado pelo DNAEE. Projeto Basico Ambiental Licenga de Operagio (LO) ‘Requerimento de Licenga de Operagio, C6pia da publicagio de concessfo da LI. Copia da publicagdo do pedido de LO. Portaria clo DNABE de aprovagio do Projeto Biisico, Portaria do MME autorizando a implantagzio do empreendimento, De acordo com esta resolugio, a localizagdo, construcio, instalago, ampliagiio, modificago e opera- ¢a0 de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradagio ambiental, dependerdo de prévio licenciamento do érgao ambiental competente, sem prejuizo de outras licengas legalmente exigiveis. Serdo apresentados no Anexo I, da referida resolugio, os empreendimentos ¢ as atividades sujeitas a0 licenciamento ambiental como, por exemplo, servigos de utilidade, produgao de energia termelétrica, transmis- 5 e s6lidos), io de energia elétrica, estagdes de tratamento de agua, tratamento e destinacao de residuos industrials (liquidos 1129 Cantrno 18. Controle da Poluigdo 8°, o Poder Pablico, no exercicio de sua Ainda de acordo com a Resolugiio CONAMA n? 237/97, art. as seguintes licengas’ + Licenga Prévia (LP) ~ concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou provando sua localizagio e concepgio, atestando a viabilidade ambiental eestabelecen- stendidos nas proximas fases de sua implementa- competéneia de controle, exped atividade: do os requisitos bisicos e condicionantes a ser do (LI) ~ autoriza a instalagio do empreendimento ou atividade de acordo com as especificagdes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medi- das de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante (figura 18.15) + Licenga de Operagio (LO) ~ autoriza a operagio da atividade ou empreendimento, apds a verifi- cacao do efetivo cumprimento do que consta das licengas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operagio (figura 18.16) As licengas ambientais poderio ser expedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo com a natureza, caracterfsticas e fase do empreendimento ou atividade. O 6rgdo ambiental competente poderd estabelecer prazos de andlise diferenciados para cada modalidade de licenga (LP, Ll ¢ LO), em fungao das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulagao de exigéncias complementares, desde que observa~ do 0 prazo maximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar 0 requerimento até seu deferimento ou indefeerimento, ressalvados os casos em que houver ELA/RIMA e/ou audiéneia pablica, quando o prazo seré de até 12 (doze) meses. 0 6rgio ambiental competente estabelecers os prazos de validade de cada tipo de licenga, especifican- do-0s no respectivo documento, levando em consideragio os seguintes aspect + oprazo de validade da Licenga Prévia deverd ser, no mfnimo, o estabelecido pelo cronograma de claboragio dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, nao poden- do ser superior a 5 (cinco) anos; ze +o prazo de validade da Licenga de Instalagiio deverd ser, no minimo, 0 estabelecido pelo cronograma. de instalagio do empreendimento ou atividade, nao podendo ser superior a 6 (seis) anos; + oprazo de validade da Licenga de Operagio devera considerar os planos de controle ambiental € serd de, no minimo, 4 (quatro) anos e, no maximo, 10 (dez) anos, Avaliagiio das Externalidades Como ja mencionado, a produgio e o consumo de energia geram diferentes tipos de impactos sociais e ambientais, dependendo da fonte priméria escolhida e das tecnologias de conversa adotadas. As anilises tradi- cionais de custos energéticos no levam em conta estes impactos e, por conseqiiéncia, criam uma distorgao em favor de fontes de energia e/ou tecnologias de converstio menos adequadas, do ponto de vista social e ambiental (Ferreira eral., 1997). Segundo a literatura, o termo utilizado para expressar os impactos sociais e ambientais 6 “externalidade", no sentido de que eles so externos as transagdes comerciais. A monetarizagdio destas externalidades dé origem ‘408 Custos externos ou custos sociais ¢ ambientais. Assim, qualquer esforco para "internalizar" estas externalidades exige que 05 custos de produgio sejam calculados a partir de dois componentes: custos privados (custos de capital, operagiio ¢ manutengio, combustiveis) e custos extemos, os quais niio tém sido incorporados, mas impostos para a sociedade e 0 meio ambiente. ‘Uma questo fundamental para estes aspectos &: como os custos externos devem ser tratados na avaliagio econdmica de sistemas energéticos? Ferreira er al. (1997) cita dois deles: custo do dano e custo de controle, O primeiro refere-se a identificagdo e quantificagio dos tipos de danos ambientais e, ‘ sdio valorados monetariamente, Ou seja, representam 0 custo dos i a : 1130 Geragao Termelérrica: Planejamento, Projeto ¢ Operasdio Rote atest ge rete Totes al ‘0/0, sop coe ort ome pean rere rareer Farncoccs cate til sacs amsrmunces Figura 18.14 — Fluxograma do Licenciamento Ambiental ~Concessio de Licenga Prévia Acemposhamento da impemetogt0 os medias miigdores ¢ dos plones © Drogemes orbits oso Fojs t 2 lenpeenaecs, ee ser oleae és exgeas Grecages compete Eanto de Porsce Tie obiade omviestt ppl mma gia Se hae [esablecos ¢-encaminhoco epresetody 8 renee st eatzagie este = as Panreagio Iedcteirenta 0 peciso e neyo dos Programas projets de conte ent ¢ oo Proeos Erect do emprecndiment| z Figura 18.15 — Fluxograma do Licenciamento Ambiental Concessiio de Licenga de Instalagao. eee feimowie acre | (ERE Keine DN En Fara fame =| [ee Tce ies ae ee = cata apes 18/0. é 3] wpreendedor deveréproceder os ges ténicos para otendimento i He E Figura 18.16 - Fluxograma do Licenciamento Ambiental ~ Concessio de Licenga de Operagio. Covina 18 - Controle da Poluigao 1131 Jayras, o beneficio da protegao ambiental. No segundo caso, estima-se custo para reduzir a poluigo ou seja, representa 0 custo monetirio da protegao ambiental. Deacondo com Frangopoulos et al, (1996), "decisdes particulares para produzir e consumir eletricidade 0 mehor os desejos da sociedade para a qualidade ambiental, mediante a internalizagao dos custos extemos cio de eletricidade”. Isto seria dizer que 0 custo total de geraciio 6a soma dos custos energéticos, mais os 'sintemos¢e extemos. O primeiro termo representa os custos de utilidades (energéticos, O&M)e de indo representa 0 custo de protesio ambiental (prevengao, controle). O terceiro 40s nao incluidos nas transagSes comerciais convencionais (efeitos sobre a sade, ital (equi epresentado pelos cultura, fauna etc.) Buscando sinalizar estes efeitos, tém-se utilizado distintas abordagens na te extemalidades. Estes estudos englobam todas as etapas da cadeia de produgo energ Jogia,identificando a emissio e dispersio dos principais poluentes em cada uma das etapas e seus efeitos sobre a sade pablica (aumento da incidéncia de doengas pulmonares, irritagao nos olhos e garganta) ¢ 0 ecossistema {contaminago dos solos e da 4gua com conseqiientes perdas na lavoura). Observa-se, entretanto, que a quanti- Ficago destas extemalidades € um processo complexo e que tem gerado controvérsias sobre as limitagGes das abordagens utilizadas. A tabela 18.18 apresenta exemplos da quantificac3o monetéria do dano das emissoes samnostéricas. smentes); 0 seg! a tativa de contabilizar estas tica para uma dada tecno- TABELA 18.18 - Valores monetrios médios do dano ambiental provocado pelas cemissdes de diferentes poluentes atmosféricos, US$/t Patacntes ©o, 50; NOx Pariculado Refer m0 20216 63435 3.8040 Ferreira et al., 1987 0 $6660 29300 35060 1. Konty eal, 2002 as 1380 19820 29870 Corson. 2002 Tostes ¢ Fernandes (1996) assinalam que as andlises tradicionais de impacto ambiental limitam-se & Sdentificagao dos principais reflexos do projeto sobre o meio ambiente e sua degradacio segundo escalas de Sclevancia, do tipo impacto nulo, fraco, médio-fraco, médio, médio-forte ou forte-positivo ou negativosNormal- mente, nao hi empenho no sentido de se mensurar o valor econémico destes reflexos. No entanto, algum Scarumental neste sentido ji se encontra disponivel e a andlise econémica vem se tomando cada vez mais jmportante como instrumento de planejamento ¢ avaliagio em estudes ambientais. As vantagens de se empree ‘Ger uma andlise econmica estraturada do impacto ambiental de projetos esto vinculadas, sobretudo & possi Jidade de selegao mais criteriosa destes projetos ou mesmo de revisio dos mesmos em um estigio preliminar, cevitando perda de tempo ou incursio em custos elevados de corrego de rumos. ‘Os conceitos ligados ao relacionamento entre meio-ambiente e desenvolvimento econdmico tém evo- Juido significativamente nas Ultimas décadas. No enfoque tradicional, o desenvolvimento era visto como um processo positivo, enquanto que o impacto ambiental era considerado um efeito predominantemente negativo. Portanto, o problema se colocava para os governos como a definigdo de um nivel maximo tolerdvel de custo ambiental, que possibilitasse a consecugiio dos beneficios do desenvolvimento. O enfoque moderno advoga que ‘omeio ambiente € constituido de uma série de recursos, predominantemente naturais, que constituem parte do ‘estogue nacional de capital. Estes recursos possuem uma valoragdo econémica, embora nao sejam normalmente ‘comercializados nos mercados. Qualquer projeto que utilize recursos naturais esté alterando 0 estoque de capital natural da sociedade. : Analisando do ponto de vista de desenvolvimento sustentével, o desenvolvimento econdmico deve ser alizado de forma que, nesse processo, 0 estoque de capital natural seja preservado, conservado, reabilitado, resiaurado ou aperfeigoado, no sentido de possibilitar a manutengio deste desenvolvimento no longo prazo, © processo de avaliagio do impacto ambiental de um projeto envolve a andlise dos reflexos do mesmo sobre © meio ambiente, com 0 objetivo de idemtificar, prever, interpretar e mesmo prevenir eventuais efeitos 1136 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo Esquemas dos métodos de recirculagdio dos gases, combustao por ctapas, queimadores com baixa emissio de NOx (LNB), reducio seletiva nao catalitica (SNCR) e redugao catalitica seletiva (SCR) podem ser vistos nas figuras 18.18, 18.19, 18.20, 18.21 ¢ 18.22, respectivamente. Esquemas de sistemas comerciais para a redugdo nao catalitica (SNRC) dos NOx sio apresentados nas figuras 18.23 e 18.24, Estes processos caracteri- zam-se por eficiéncias de remogao dos Gxidos de nitrogénio na faixa de 40-60%. A figura 18.27 mostra uma planta que emprega, simultaneamente, dois métodos pés-combustio: a redugio seletiva nao catalitica (SNCR) e a reduedo seletiva catalitica (SCR). Estes processos tém em comum que ambos reduzem 0 NOx até Ny ¢ égua através de reagentes baseados em aménia ou uréia. A principal diferenga destes dois sistemas € que a SNCR (sem catalisador) € utilizada para uma faixa de temperatura de 900 a 1,050 °C, enquanto que a SCR (com catalisador), entre 160 € 400 °C (Carli, 1998). Os sistemas SCR possuem dois aspectos negativos, a possibilidade de emissio de aménia para o meio ambiente, que também é um poluente controlado, e a dificuldade da disposicZo final do catalisador, uma vez que ele contém metais pesados, tais como vanddio e/ou titanio. A + Combustivel Recirculagdo dos produtos da combustéo To®500C Figura 18,18 — Esquema da recirculagio dos gases. Figura 18.20 ~ Diagrama conceitual do projeto de um queimador de baixa emissio de NOx (Seinfeld, 1986). Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution, copyright © 1986 John Wiley & Sons, Inc. Reproduzido com autorizagiio de John Wiley & Sons Inc. Corga do caldeico Fomecimento| de ominio Corga do caldeira [ir ou vopor portador Figura 18.21 — Diagrama simplificado dos fluxos no NOOUT Process (cortesia da firma Wheelabrator Air Pollution Control), Fornalha Goses' de exoustio Figura 18.22 ~ Proceso Thermal NOx (cortesia da Exxon). Wj Cotaisodor Oro 66s do otk Om excusto0 NO Oo O-in0 Figura 18.23 ~ Esquema do processo SRC (cortesia da ABB Corporate Management Services AG). ll 1138 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto € Operagiio [Redo slotira- no “cao Médvlo de medigio @ mistura f oa n bach Ge v del . Chain f900pebulzogéo — nugdo ve of (O14 | ae de, eménia I Precipitodor 5 am” Aqvecedores de or wn\) 2 selores catolticos Joncas de Tonque de solugdo coloisodores de amdnia Redugio_seletiva cotoltico} Figura 18.24 ~ Esquema de um processo hibrido de controle de NOx empregando SNCR ¢ SCR 1998) (Carli et al. Uma tecnologia corretiva que vem apresentando bons resultados € o sistema com "requeima” de (gas reburn systems). Ela tem sido utilizada com sucesso em caldeiras industriais ¢ de centrais termelétricas, ¢ esta sendo oferecida comercialmente como uma tecnologia de controle das emissdes de NOx. Aplicagdes deste proceso incluem caldeiras com queimadores localizados nas paredes (wall fired), com queima tangencial (tangentially fired) com pré-fornalha cicl6nica (cyclone fired). Segundo Latham et al. (1997), redugdes de 58 77% nas emissbes de NO tém sido conseguidas usando como combustivel primério carvao ou gis, e combu: tiveis de "requeima' Seu principio de funcionamento 6 descrito a seguir. A "requeirna” é um controle de NOx, onde este & convertido até No através de uma seqiiéncia de reagdes com fragmentos de A implementagio de um processo de “requeima" em uma caldeira com queimadores local dos na parede frontal é ilustrada na figura 18.25. Nenhuma mudanga fisica nos queimadores principais ou ciclones é requerida, A carga é simplesmente reduzida em 15 a 20% ¢ opera-se com 0 menor excesso de ar possivel, o necesstirio para manter a mais baixa performance accitéivel da fornalha, incluindo a estabilidade da Chama, as perdas por carbono niio queimado e a deposigio de cinzas. O combustivel de "requeima'”, injetado ‘acima da zona principal de combustdo, é capaz de fornecer a poténcia térmica restante ¢ de criar uma zona de levemente rica em combustivel, onde ocorre a maior parte da redugdio de NOx. Ar injetodo sobre a chama > F Combustivel de Zona Condigoes RedugSo_NOx requeima Complementagdo | Excesso de ar | Nenhumo 15-20 do_queima normal modificagao Levemente rico | Reagées com em combustivel | CxHy Combustéo Boixo excesso | Carga @ excesso principal de or de ar reduzidos Requeima Corvio ~ 80-85 jal combustdo §.25 ~ Tipica instalagio de requeima de gis em uma caldcira com queimadores localizados nas paredes paren : (Latham et al,, 1997) Carino 18~ Controle da Poluigio 1139 Geralmente, a modificagio no processo de combustiio é o método de controle que apresenta o mais baixo custo. A introdugiio de queimadores de baixa emissiio de NOx, conhecidos pela sight LNB (Low NOy Burners) é, normalmente, Entretanto, este tipo de queimador ndo pode ser aplicado a todos os tipos de fornalhas e, nolo, le controle que apresenta o custo mais baixo ¢ tem sido muito implementada, m alguns casos, no pode ser sufi nte para atender aos limites impostos pela legislagao. A "requeima” é uma modificagio no el) proceso de combu: ar combusti de baixo custo, que inclui a combustio por etapas 18.6.2 Métodos de Controle das Emissdes de Oxidos de Enxofre Existe um grande ntimero de métodos paraa dk ilo de produtos da combustio, ou seja, para © controle dos Gxidos de enxofre. Dentre os mais difundidos estio a dessulfurizagao por calcdrio € por cal hidratada, O método de dessulfuri rio 6 0 mais utilizado na atualidade, Além de apresentar cficiéncia de remogio dos éxidos de enxofre (até 98%), apres dessulfurizagio com cal é mais eficaz, porém o custo de operagiio e manutengio (O & M) é mais elevado. 7 ta também a melhor relagio custo/beneficio. A {As reagies quimicas mais importantes que ocorrem durante a dessulfurizagiio com calesrio sao: 1. $0) +H;,0.¢ 1,80, Absorgio 2. CaCO, +H,S03 + CaSO, +CO,+H,0 — Neutraliz 3, CaSO + 1/20, CaSO, Oxidagaio 4, CaSO + 1/2H;0 €9 CaSO, + 1/2H0 Cristalizagio 5. CaSO, +2H,0 © CaSO, -2H,0 Cristalizagio 6. CaSO4+H,S0, + Ca(HSO,), Controte de pH YVejamos alguns comentirios acerca das equagSes mostradas anteriormente: + reagiio 1 = é comum para todos os processos de dessulfurizagio timida; + reagio 3 acontece s6 quando ¢ injetado oxigénio na zona de reagio no absorvedor, caso contrério acontece s6 a reagiio 4; + reagdes 4 e 5 —precipitagiio do sulfeto e sulfato de calcio por baixa solubilidade; Jo de bissulfeto de cileio para a redugio do pH do médio, + reagiio 6 ~ forma Uma classificagiio dos sistemas de dessulfurizagio com calcdrio é deserita a seguir (Makansi, 1991). A tabela 18.22 apresenta um guia de aplicagdo para os diferentes tipos de dessulfurizadores. + Proceso de injeciio a seco ~ 0 adsorvente seco ¢ injetado no fluxo de produtos de combustilo ¢ separado, logo apés a dessulfurizagdo, num separador de particulados. Os Gxidos de enxofre so absorvidos no ponto de injegiio e durante a separagaio dos particulados no filtro de mangas. Eficién- cias de remogiio de 50-70% siio caracteristicas destes sistemas. Porém, com a utilizagio do biear~ bonato de sédio como reagente, a eficiéncia pode chegar até a 70-90% (figura 18.26). + Proceso com secador spray ~ a lama ou solugio alcalina é nebulizada nos produtos de combustiio ro secador spray. As goticulas absorvem o SO, € outros gases dcidos, evaporando-se. As particu Jas sélidas so separadas num filtro de mangas ou precipitador eletrostitico, A eficiéncia de remo- 0 de SO, nestes sistemas € de aproximadamente 90% (figura 18.27). ¢ Operagac =» Ar limpo Poa Filtro de manga Injegdo do reogente Goses de combusté Figura 18.26 — Processo de dessulfurizagio por injegio a seco (cortesia da Wheelabrator Air Pollution Control) Gases de Nebulizedor da |~loma de obscevente > Ar tipo Lovador de obs, tipo secador spray Fitro de mangos Jou precipitador eletrostatico _Poro deposigio Figura 18.27 — Processo de dessulfurizagio com secador spray (cortesia da Wheelabrator Air Pollution Contro) + Processo timido — os produtos da combustiio entram no absorvedor ¢ ascendem através da zona o de absorvente que se movimenta dcontracorrente. de absorgao, onde contattam com a polpa ou sol gas passa por um separador de umidade ¢ ja sai limpo do absorvedor. Os projetos de dessulfurizagao timida prevéem eficiéncias de separago maiores que 95% (Figura 18.28), Figura 18.28 riz da Wheelabrator Air Pollution Contre ABELA 18.22 - Guia de aplicacao dos diferentes tipos de dessulfurizadores recomendagao da Wheelabrator Air Pollution Control) Sistema de injegio = se Sistema de secador spra Sistema amido m instalagBes de fe USS 1001 que leva a um custo temas pode chegar a 97,6% ado a um aumento ste € um fato que tem sido um desafio m os altos valores de temperatura de queima podem ntes, principalmente 0 6xido de nitrogénio (NO). « mais importantes que so emitidos pelas turbinas a gi + 6xidos de nitrogénio (NOx); + mon6xido de carbono (CO); + hidrocarbonetos (Cy Hy); (SOx). A tabela 18.23 mostra os compostos que podem ser emitidos por turbinas a gas e que so considerados + 6xidos deen: AAA ADD D2 2 P.-D.2.D.0.9.9.99.9929.9.9.9.9.9 2.2.9 2299 142 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operaga Uma vez que o proprio processo de combustio ¢ responsiivel pela formagio da maior parte dos Poluentes, uma atencao especial deve ser dada para os parimetros que o earacterizam ¢ também para os niveis, de contaminantes presentes nos combustiveis (tabela 18.24). A concentragio da maioria dos polucntes de interesse nos gases de escape das turbinas a gas pode estar relacionada com a temperatura e com o tempo de permanéncia dos gases na camara de combustiio. Quando a turbina opera em. cio de mondxido de carbono e de hidrocarbonetos nos gases de escape | alta, enquanto qu 6 insignificante. A medida que se aumentaa poténcia gerada pela turbina h mudanga nos niveis de emissoes, de tal forma que quando a | turbina atinge sua poténcia maxima, a concentragio de mondxido de carbono e de hidrocarbonetos € muito Pequena, enquanto que os niveis de emissio dle dxidos de nitrogénio e de furnaca atingem seu valor maximo, | como pode ser visto na figura 18.29. ' TABELA 18.23 — Produtos tipicos da combustio de hidrocarbonetos com ar seco (Javetski, 1978) } “Componente % Tem peso] Observagées f Nitrogen (Np 7Ai6 Taene Oxizénio(O;) 1647 Provenieme doar em excesso. ' DiGxido de carbono (CO2) SAT Produto da combustio completa, j Agustin 4 Produto da combusiio completa Are6nio(An) 126 Inert PF Hidrocarbonetes (Cx Hy) 003 Produto da combustio incompleta )_ Monsxido de carbon (CO) os Produto da combustio incom Fumaga(partiulados de os Prodato dacombustio ncompleia edo processo de DV carbono visiveis) craqueamento do combustivel jp Matra paricladocPm ons Proveniente do combustivel, da combuso e doar de admissto, NOx térmico os Depence das condigdes da combusto (temperatura. We Pas cates Beeidets dn cssdoctel | Hevea: cvophizs past pe sedtnatel J} _Oxido deensote (S09 Dependente docombusivel_} Proventente do enxofte presente no combustiel b Nivel de emissdes y i t i Carga maxima Figura 18.29 ~ Comportamento da emissio de poluentes em turbinas a gas (Lefebvre, 1983). Na sequéneia é realizada uma descrigdo mais detalhada dos processos de formagio dos NOy em turbinas a gs, bem como os pardmetros que mais influenciam em sua formagio, Também sao citados os principais métodos de controle dos mesmos para estes acionadores. Uma maior énfase nos Gxidos de nitrogé- nio é dada em virtude destes serem os poluentes emitidos pelas turbinas a gas em maior quantidade e os de maior impacto ambiental como conseqiiéncia do tipo de combustivel utlizado e das altas temperaturas na camara de combustiio. Cartrauo 18 — Controle da Pé ‘TABELA 18.24 — Relacio entre as propriedades dos combustiveis e os produtos emitidos (Javetski, 1978) pelas turbinas a g Propriedade do combustivel Produto ‘Contesdo de cinza Famaga e particulados Conteido Fumaga, CO ¢ CxHy Conteido Fumaga e CyHy Viscosidade Fumaga Conteido de enxofre SOx e partculados (Contes de vans rticulados Conteido de nitrogé NOx combustivel Poder caorifico NOx térmico 18.7.1 Formagao de NOx em Turbinas a Gis Os 6xidos de nitrogénio das turbinas a gas tém origem inicial com o 6xido nitrico (NO), 0 qual mais entiio, ide combina progressivamente com o nitrogénio do ar, formando 0 diéxido de nitrogénio (NO). ONO; reage na presenga da luz com os hidrocarbonetos, resultando em fumaca ¢ outros componentes, os quais irritam 05 olhos, prejudicam as plantas e podem agravar certas doengas respiratGrias. O 6xido nitrico é produzido pela oxidagao do nitrogénio atmosférico nas regides de alta temperatura da combustio. O processo é endotérmico, e ocorre de forma significativa a partir de cerca de 1800 K (1527 °C). ‘Assim, em contraste com 0 monGxido de carbono e os hidrocarbonetos, os Gxidos de nitrogénio surgem somente nas regides de altas temperaturas da cimara de combust, sendo que os niveis mais altos de emissiio ocorrem nas condigdes nominais de operacio. A emissao dos NOx do combustivel é menor do que a emissio dos NOx térmicos quando o combus: tivel é leo destilado leve ou gas natural, Entretanto, o nivel de emissiio de NOx do combustivel pode ser um problema quando a injego de égua for utilizada para reduzir 0 NOx térmico, pois esta té condigées, aumentar 0 nivel de NOx do combustivel (Javetski, 1978). A emis combustivel apresenta pouca dependéncia da temperatura de combustio. nica pode, sob certas io de Sxido de nitrogenio do 18.7.2 Métodos de Controle de Emissio de Oxidos de Nitrogénio (NOx) em Turbinas a Gas A cimara de combustio de uma turbina a gis com combustio difusa esti cipais: a zona primaria (onde acontece a combustio propriamente dita) composta por duas partes ona de dilttigio, na qual adicio~ permitidos na entrada da (urbina ura pobre em combustivel (figura pl na-se ar para reduzir a temperatura dos produtos de combustiio até 0s niveis (Figura 18.30). No caso da combustio em regime pré-misturado com uma mi 18.266), ni se precisa de ar de diluigao s principais fatores que determinam a emissio de poluentes em cdmaras de combustiio de turbinas a gissio a. a temperatura da zona primaria e 0 coeficiente de excesso de ar; b. oregime de combus na zona priméria (pré-misturado ou difuso); ¢. otempo de permanéncia dos gases na zona primaria, Projeto e Operagao Wad Geragélo Termelétrica: Planejamento J Combustiel 9) Trés medidas principais devem ser tomadas a fim de reduzir 0 nivel de emissao de NO: 1) diminuira temperatura da nisturado; deNOx. tar o regime de combustio pré 2) impleme 3) minimizar o tempo dispontvel paraa formag © muitos métodos de redugao de emissao € que eles possuem uma relagio io de NOx no outro. A figura 18.31 mostra o comporta- A caracteristica bisica 1 emissiio de CO ¢ CxHy de um lado e a emis: io da emissio de NO para cimaras de combustio de turbinas a gas ent mento da emissio de CO em fun 100 Operagdo em voz % 00) 00] ol 4 Conyencionsis: 0, g/kg de combus SS Operago em carga méxima Speeees | 1 to 100 Nop. g/kg de combustive Figura 18,31 — Caractersticas da emissio de cimaras de combust convencionais e avangadas. Copyright © 1983 de Lefebvre, A. H. Reproduzido com autorizagao de Routledge/Taylor & Francis Book, Inc. {A figura mostra que, na verdade, a tecnologia de controle de emissGes nada mais é do que uma troca de indices de emissdes. As caracteristicas de emissio de CO-NO, apresentadas na figura 18.31 se aplicam para muitas edmaras de combustio, sendo que os extremos superior ¢ inferior das curvas correspondem ais operaces em vazio e com carga maxima, respectivamente, Com as novas tecnologias de controle de emissdes, as curvas ic: CO-NOx tém se deslocado para mais pr6ximo da origem, ‘A seguir é feita uma breve descrigdo de alguns métodos que tém sido utilizados para o controle de emissdes de NOx em turbinas a gas: alteragdes de projeto em cZimaras de combustio ~a vantagem desses métodos que a cimara ;bustio mantém o tamanho e a configuracao originais, sem violar os limites de projeto. devem ser feitos em fungio das emissdes de CO e NOx e de outros de co Entretanto alguns ajustes 1146 Geragéo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagio pelo acréscimo da emi prevalecente na zona primaria. Al nos mancais, devido ao maior esforgo proveniente dos maiores valores de vazao e poténcia. dio de CO ¢ CxHy, dependendo amplamente da taxa de reagaio quimica n disso, a turbina e o gerador podem precisar de um reforgo s é uma substancia inerte 4. Recirculagio dos gases de escape —0 gis de escape das turbinas disponivel em abundancia. Contudo, para que esses gases sejam eficientes na redugio da emissio de NOx, eles devem ser resfriados antes de retomarem A zona primiia, A recirculagao de g: exaustao resfriado permite diminuir a emissio de NOx através da redugio da temperatura de combustio, da mesma forma que a injegiio de vapor. Uma desvantagem da exaustdo € 0 acréscimo do tamanho, peso e complexidade dos equipamentos de combustio. emissiio de NOx (DLN) — imaras de es de circulagao de gis de + CAmaras de combustiio a seco (sem injegao de gua) com baix apesar das técnicas descritas anteriormente para redugao de emiss combustiio convencionais serem importantes e necessérias, elas tém a desvantagem de apresenta rem um resultado final que inevitavelmente deve ser um compromisso com al poluentes. Para encontrar 0 nivel de emissao ideal, projetos avangados de sio necessérios para a redugio dos quatro poluentes simultaneamente. Esta tecnologia é uma com- binagao da combustao pré-misturada com acombustao em varios estdgios. Em cargas menores de abilidade do processo. De o de poluentes de |guma das espécies de de combustiio imara 50%, passa-se para o regime de combustio difusa, para garantir a e: acordo com Davis e Black (2000), durante o projeto de sistemas DLN devem ser atingidos quatro objetivos, opostos um com o outro, que sio: 1) baixas emissoes de NOx; 2) niveis aceitaveis de estabilidade da combustao; 3) operagao estavel acargas parciais; 4) tempo de residéncia suficiente para a queima de CO. A figura 18.34 apresenta emissdes tipicas de uma cimara a seco de baixa emissio de NO, na qual as, curvas de emissio de CO e de NOx sio tracadas em funcao da temperatura da zona priméria para uma cdmara de combustio hipotética. Esta figura mostra que uma grande quantidade de CO € formada em temperaturas abaixo de 1327°C (1600 K), enquanto quantidades excessivas de NO sio produzidas a temperaturas acima de 1457 °C (1730 K). Os niveis de emissao de CO e NOx abaixo dos valores permitidos esto dentro desta faixa, Os métodos descritos a seguir tm como principio basico manter a zona de combustio dentro dessa estreita faina de temperatura durante toda faixa de operagio da turbina. O uso de cdmaras de combustio a seco, com baixa emissio de NOx, elimina, primeiramente, a necessidade do sistema de desmineralizagao da agua, e, conseqiientemente, os custos associados a esse sistema. Dessa forma, estes tipos de cdimaras de combustdo estio se tomando equi padronizados no controle de emissio de NOx nas novas turbinas a gs que operam com (Black & Veatch, 1996). + Combustio em estagios — outra técnica seco utilizada para reduzir 0 nivel de emissdes tem sido a.utilizagdo de cmaras de combustdo em estigios. Numa cdimara de combustio que utiliza dois estgios, por exemplo, pode-s¢ pré-misturar uma parte do ar e do combustivel num primeiro esté- gio, enquanto 0 combustivel e ar restantes sio injetados num segundo estigio, onde acontece a ignigao da mistura. Esse projeto de dois estagios garante a completa mistura de are combustivel, minimizando a quantidade de ar necessério. Também se permite, em fungio da necessidade, cdima- ras com mais de dois estigios. s natural Cariravo 18 Controle da Poluigdo ‘1147 MODOS DE OPERAGAO Choma de difuséio Chama pré-misturada Gés combustivel a Beh i iy A aeb ld | Rica em combustivel Boixa formagio Pobre em de NOx combustivel ita. formogéo de NOx =1.0)=Temperotura do chama (mistura estequiométrica or/combustivel) femperatura do g6s de combustéo na soida a=Excesso de or ast 6 [27] Figura 18.33 — Bfeito da pré-mistura do combustivel sobre as emissdes de dxidos de nitrogénio em cimaras de combustio (Beer, 1996), 129 0 Foixa de temperatura permissivel para olcongor ‘ambos os Jimites de CO € NOx 100 25 = &,, Lo Bea & sollimite CO s g é 4o| to Limite NOx 5 8 a 0 ‘400 1600 1600 1700 1800 1900 2000 Temperatura da zona priméria, K Figura 18.34 — Influéncia da temperatura da zona primaria na emissio de CO e NOx Copyright © 1983 de Lefebvre, A. H. Reproduzido com autorizagio de Routledge/Taylor & Francis Book, Inc. + Combustio catalitica - a combustio catalitica permite que a oxidagao do combustvel ocorra em temperaturas bem menores que o limite de flamabilidade do combustivel. O uso de catalisadores em cfimaras de combustio de turbinas a gas permite uma combustio estével com temperatura de pico em cerca de 1000 K, valor abaixo da temperatura usual nas tecnologias convencionais. A com- bustao catalitica para turbinas a gis, Foi proposta pela firma Catalyrica Energy Systems edenomi- 148 Geragdo Termeleétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo jo numa turbina Kawasaki de 1,5 nada NONOM™. Foi realizado um teste de 1000 horas de duragi MW + Redugio cataliti emissiio de NOx pos-combustiio, Esse proceso consiste na nebulizagaio da aménia nos gas contém 0s dxidos de nitrogenio (NOx), na presenga de um catalisador e de O,, para formar nitroge uistio antes deles passarem pelo catalisador. seletiva (SCR) = a redugio catalitica seletiva 6 um método de controle de que nio edgy ia. A amdnia é injetada nos gases de ex 5 compari a eficiéneia das diferentes tecnologias de controle das emissGes de NOx em ‘emissdes finais caracteristicas de cada tecnologia, assim como os decorrentes no investimento c no custo de geragiio das termelétricas). A tecnologia SCONOx remove simultane- amente 0 CO ¢ o NOx dos gases, F5 do tipo catalitico (plutina) e utiliza carbonato de potssio com reativo. Esta tecnologia é muito sensivel ao enxofte conticlo no gas, inclusive em teores muito baixos. Pode-se concluir que as cfimaras de combustiio a seco (DLN) mico, ao mesmo tempo que garantem niveis accitiveis de emissdes (valores minimos de 9 ppm). A figura 18, s (mostramese turbinas a 9 as de menor impacto eco 5%) SCONO, Me at tai Aartackr0. to, eel Aeréscimo no custo $/aw investimento SAYS USE/HM da. geragdo 4.2] BE0NOx SCR 102%) —t +l SCR A] SCR Aguo/vopor Ow. as Bere ees fet pele = peso oti, pee ieee sien 2s 0 5 10 15 2 2 30 35 40 45 50 0 5 0 15 20 2 30 3% 40 45 50 PPM NOx PPM NOy Figura 18.35 ~ Acréscimo no investimento, no custo de geragio e faixa de emissdes finais para diferentes teenologias de controle de NOx em turbinas a gés (Chalfin e Schorr, 1999) 18.8 METODOS DE CONTROLE DE PARTICULADOS, Os equipamentos mais utilizados pura o controle de particulados sito: + separadores ciclénicos ~ separagio baseada na ago da forga centrifuga sobre a particula (figura 18.36). Muitas vezes so instalados como pré-coletores e instalados antes dos precipitadores, filtros de manga ¢ lavadores, a fim de reduzir a carga de particulados ¢ os custos de instalagio e operagio. ‘A cficiéneia dos coletores meciinicos depende fortemente da massa e do diametro aerodindmico da particula; nc + separadores timidos (lavadores de gas ou scrubbers) —utilizam égua nebulizada em goticulas para ccapturar as particulas (figura 18.37). A eficiénciados lavadores depende da distribuigio granulométrica das partfculas, da perda de carga do gas através do lavador e da pressiio de agua; + filtros ou precipitadores eletrostiticos ~ agiio do efeito coroa entre eletrodos sobre as particulas carregadas eletricamente (figuras 18,38 e 18,39), Os pardmetros de operagio que influenciam no desempenho destes equipamentos incluem a carga missica das cinzas, distribuigo granulométrica, tividade elétrica das cinzas, além da voltagem e da corrente aplicadas. Outros fatores que determinam a eficiéncia de remogio dos precipitadores sio'a area da placa coletora, a velocidade do gas e 0 ciclo de limpez: eS SS. Cariruto 18—Controle da Poluigdo ‘1149. ncia de remo 1m através de um tecido industrial (figura 18.40). A efic 1 depende das caracterfsticas das particulas (distribut relagdo ar * filtros de manga —filtr (do de particulados através de filtros de man, go granulométrica e propriedades fisicas) € pano, seqiiéncia de limpezas, intervalos entre limpe7: do regime de operagio (perda de carg; ‘as, métodos ¢ intensidade da limpeza). Nas centrais termelétricas, bem como na indiistria e em outras atividades humanas, ocorem cm/s de particulados de diferentes caracterfsticas (dimensdes ¢ densidade das particulas, cone mensbes das partfculas constituem o parimetro mais importante para definir o tipo de separador que é possivel utilizar com alta eficiéncia. A figura 18.41 apresenta uma relacao entre as dimensdes das particulas ¢ a farxa tipica de utilizagdo de cada um dos equipamentos de controle de particulados mencionados anteriormente entraciio, etc). As di- deve-se A ago de diferentes forgas que abela 18.25). Durante a selecao de um O efeito de separagaio dos particulados do fluxo de garantem a deposigo das particulas sobre uma determinada superficie (¢ separador de particulados deve ncia (figura 18.42); oy considerar: +e + consumo de energ + custo do investimento; e quimica dos particulados; + natureza fis + periculosidade (incéndios e explosdes). Descarap do 96 4 impo See dein / Sep de entose/ Fog centrifuga 4} So de portculados Figura 18.36 ~ Esquema de um separador ciclénico e um a 1150. Geragdo Termelétrica: Plancjamento, Projeto ¢ Operacio Figura 18.37 ~ Esquema de um lavador tipo Venturi (spray nebulizado pelo gas) (cortesia da firma Lodge Sturtevant). Eletrodos de Descarga Eletrodos Coletores Figura 18.38 - Precipitador eletrostitico de placa e arame (cortesia da ABB do Brasil. us1 0 18 — Controle da Poluigdo Eletrodos de descarga (poloridede negotiva) Migragdo de ions negatives 0? =e \ Trojet6ria do \ particula Eletrodos coletores Porticulo (conectodos no terra) de po Figura 18.39 - Principio de operagio de um precipitador eletrostitico (cortesia da Marsulex Environmental Technologies). Fitrogem Colopso do Reflirogem — Filrogem —Limpezo—_‘Fillragem ‘monga » °) a Fab : } nu 5 Filrogem —Pulso_‘ilrogem ° sistemas de limpeza dos filtros de mangas (cortesia da Marsulex Environmental Technologies) jpeza por sacudimento mecfinico, ¢) limpeza por jato pulsante. Figura 18.40 - Tipos de a) limpeza por fluxo revertido de gis; b) Limy 1152 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao Dimensées um Identiticagéo loot porticulas atmosféricos sediment Ciclones Ciclones de alto eficiencio Foixa tipica dos seporadores Filtros de mangos Lavadores de gis Precipitadores eletrostéticos Figura 1 Figura 18.41 — Relagio entre separadores de particulas e dimensdes das mesmas (cortesia de Lodge Sturtevant Ltda.), Fito Elet. Ata Eficiéncia ——Layador Filtro de Mangos Filtro de. Mangos 100 a) 7 & gli ta a g7 pared? 2 ae Nick | < Me = © 60 2 g / i 50 Of 05 1,0 5,0 10 501 100 Dimenséo Médio da Particulo, pm 8.42 — Curvas de eficiéncia por fragdes para diferentes equipamentos de remogio de particulados (cotesia da firma LSR Technologies). c TABELA 18.25 Forgas atuantes superficies de sep Controle da Poluigito sntruto 18 ‘Separador Forgas principals deseparagio | _ Superficies de 3 Separador ciclinico. Cenirf ; Cilindrica, Fil cletrostiico Eletrosttica, Plana ou ciindrca Filtro de mangas Intercepgo direta Citindtica compostade um material textile cake de partiut Ine Esférica ov iregu Ditsional Intercengo dire a 22° 22 22 ura 18.43), como se definem o§ 43 foi Vejamos, no exemplo geral de um separador de particulados (f na figura 18 conceitos de eficiencia integral (ou global) e de eficiéncia por fragdes. A simbologia utilizad: a seguinte: ep€ c: massa (concentragio) de particulados por unidade de volume do gas antes e apés o sistema de remogio de particulados, g/m3; ~ Q: vazio de gas, m/s; E: concentragiio final de particulados, 2/5; Y: taxa massica de particulados removidos, g/s. Oconceito de eficiéncia total seria: 20 -co~8 (18.7) PPPeTR eRe Queo, Qo «co Gas+particulado Cy (9/m3) — = Voz60 de g6s Q, | Y Separador -——_ Cas limpo ¢ Vazéo de gas Q Emisséo de partuticulados € Particulados removidos Op.cp-Y=E Figura 18.43 - Esquema geral de um separador de particulados. A eficiéncia total pode ser calculada também a partir da eficiéncia por fragSes como: LE 4s (18.8) sendo: eficiéncia por fragdes —eficiéncia de separagao das particulas com didimetro d, i bit , = fragiio em massa de particulados de diametro d,. PaaPaererereree 1154 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projet ¢ Operacdo Outros conceitos importantes relacionados com 0 controle de particulados sto: + penetracio: io em massa dos particulados de diametro d,,, que niio sfo retidos pelo separador (18.9) ou: = 18.10) Qe &o : + difimetro de corte (dpe): diametro das particulas que sio separadas com 50% de eficiéncia, ou eja, Efi ~ 0,5. As curvas da figura 18.40 descrevem-se por uma equagito geral do tipo (Ogawa, 1984): Ey ovn|-a bP] (18.11) Utilizando 0 conceito de diametro de corte dpe, temos: eles 8 (pe) (dpe )™ (18.12) entio cl Eg =1-exp| -0,693. ee (18:13) Para separadores ciclénicos, o indice de separagio m = 0,8 — 1,5; para torres de nebulizagao, m= para lavadores tipo Venturi, m = 2,0 (Ogawa, 1984). ‘A cficiéncia de remogao para os diversos tipos de separadoes, varia de acordo com 0 tamanho das particulas. Assim, um ciclone convencional para particulas de 20 jum apresenta uma eficiéneia de 60%. J4 num ciclone de altaeficiéncia com este mesmo didmetro de particula a eficiéncia seria superior a 90%. Igual eficiéncia alcanga um lavador de g4s tipo Venturi para partfculas de 1 jum. A figura 18.44 apresenta curvas de eficiéneia por fragdes para alguns tipos de separadores. 5 {00 » 4 20 Gite corwerconal go N cidane de ota & isencio 3° 3 Tere de £0 ebulizocbo e Vertu go Fy 10] o oo 2 0 0 © wn 9 i Dimensées dos partevlos, ym Figura 18.44 — Curvas de eficiéncia por fragdes para diferentes separadores de particulas, Cartruio 18 ~ Controle da Poluigdo 1155 Stairmand (1970) apresenta aeficiéncia total de diferentes separadores para tr@s tipos de p6 standard: superfino, fino e grosso. A granulometria destes pés e a eficiéncia total so apresentadas nas tabelas 18.26 ¢ 18,27, respectivamente. TABELA 18.26 — Composigéo granulométr de p6s standard (Stairmand, 1970) Dimensbes das Fragio em peso com dimensies menores que a indicada (7%) particulas (jum) P6 superfine Pb Pé grosso 150) Z = 104 = 7 - 75 100 90 46 0 9 80 40 40 1 65 2 30 96 35 n 20 95 45 : a 10 90 30 2 18 85 26 5.0 5 20 2s 56 2 ‘A obtengio de uma eficiéncia de remogdio maior sempre est associada a um maior custo de limpeza de efluentes gasosos. Segundo o préprio Starmand (1970), o custo do tratamento de | mde gas num precipitador eletrostatico e num lavador tipo Venturi de alta energia 64 e 7,5 vezes maior, respectivamente, que num ciclone convencional TABELA 18.27 - Eficiéncia total de diferentes separadores para os pés standard (Stairmand, 1970) Eficiéncia total (%) Se PO grosso Po fino P6 superfino Ciclone convencional 46 63 DA Cictones de alta eficigncia. 9 42 523 Lavador tipo Venturi de média energia 998 98 993 Lavador tipo Venturi de alta energia 9997 99 996 Filtro de mangas com limpeza por sacudimento mecinico a7 s9s2 96 Filtro de mangas com limpeza por pulso —jerinverso 9998 995 98 Precipitador eletrostético 95 985 8 As tabelas 18.28 e 18.29 (Hanly e Petronka, 1993) apresentam alguns dados titeis para a selegao de equipamentos de separagao de particulados. Na primeira é feita uma comparacdo qualitativa entre os principals tipos de coletores para controle de particulado e, na segunda, sao apresentados dados com relagio ao desempe- mnho dos mesmos. eee S57 run 18 ~ Controle da Poluigdo 18.9 CONTROLE DO RUIDO. yento ambiental de siste- odutos, unidades de ciclo © ruido 6, freqiientemente, um item problemético no processo de Ticen mas com turbinas a gis (plantas de cogeracio, estagbes de compressio em simples operando em regime pico e centrais de ciclo combinado). fermo "receptores sensitivos” aqui Durante a avaliagdo dos efeitos do rufdo define-se com o t ‘ de rufdo ambiental tipicos de residéncias localizadas num raio de aproximadamente um km da fonte. Os niv diferentes tipos de dreas residenciais so mostrados na tabela 18.30. TABELA 18.30 — Niveis de ruido ambiental ponderado, segundo o critério "A" durante 0 dia em dreas residenciais Deserigiio Faixa tipica ‘Valor médio 31.35 B 36-40 8 a Rural muito tranguilo ‘Tranquilo sub-urbano Normal sub-urbano 414s Urbano 46-50 8 Urbano ridoso 5155 3 Urbano muito ruidoso. 56-60 3 ‘Obs: 0% ertérios de ponderagio de ruidos so: A = nivel estaistice que excede 50% do tempo de amostragem: B = nivel cestatiatico médio durante 0 tempo de amostragem. ‘A resposta de uma comunidade a uma nova fonte de rufdo esta em correspondéncia com o acréscimo do rufdo em relagio ao valor ambiente (tabela 18.31). TABELA 18.31 —Previsio da regio da comunidade a uma nova fonte de ruido ‘Teréscimo em relagio ao valor ambiente dB(A) Previsio da reagao da comunidade deOa5 ‘Auséncia de reagiio ou queixas esporiidicas. Sato Queixas desde esporddicas até extensas, loals De queixas exiensas até demandas legais, >is Reagio adversa vigorosamente organizada A figura 18.41 ea tabela 18.32 mostram os niveis tipicos de ruido de diferentes fontes numa central de ciclo combinado (Hessler e Hessler, 1996). Na tabela 18.33 so apresentados niveis de ruido que podem ser atingidos com um projeto actistico bem elaborado e medidas de mitigagao (Hessler e Hessler, 1996). TABELA 18.32 —Niveis tipicos de ruido de diferentes fontes numa central de ciclo combinado. Reproduzido de Hessler, G. F., & Hessler, D. M. The control and optimization of environmental noise emissions from combustion turbine plants, International Joint Power Generation Conference, 1996, ‘com autorizagao da ASME. aie Fonte T-Tnvélucro das turbinas a gas 2. Duto de entrada da caldeira de recuperagao 3, Saida da chaminé da caldeira de recuperagio 4. Exaustdo da torre de resfriamento 5. Condensador resfriado a ar 6. Entrada da torre de resfriamento 7. Turbina a vapor (fechada) 8. Caldeira de recuperacio 9. Condensador da turbina a vapor 10. Entrada da turbina a gs 11, Duto de entrada da turbina a gis 12. Invélucro do geradorda turbina a gis 1158 Geragdo Termetérrica: Planejamento, Projeto e Operacdo 150 Lw(A) @ Interior Entrada. @ oy A ieee ie @- Pre] © Generodor Turbina a gis Caldelra de recuperago ae lave ® pence | ee 14 i Turbina a vapor Torre de Condensador reslriamento resfriado a or Figura 18.45 —Principais fontes de rufdo em centrais termelétricas. Reproduzico de Hessler, G. F. & Hessler, D. M. The control and optimization of environmental noise emissions from combustion turbine plants, International Joint Power Generation Conference, 1996, com autorizagiio da ASME. TABELA 18.33 — Niveis de ruido passiveis de ser atingidos com um projeto actistico cuidadoso e medidas de mitigagdo. Reproduzido de Hessler, G. F. & Hessler, D. M. The control and optimization of environmental noise emissions from combustion turbine plants, International Joint Power Generation Conference, 1996, com autorizagio da ASME. Distancia da fonte ees 20m 3m Gm ; termelétrica a NE ae «BO aB(A) Bo Ciclo simples 25.0 125 MW 45.250 1075 40045 6570 34a39 | 59.064 Ciclo combinado 75MW 40 - 2 i 36 ws 150 MW 50 - 45 - 39 300 MW 53 - 48 - a a 600 MW 56 - 31 - 45 2 1200 MW 59 risks, Ps 48 x 18.10 EFLUENTES LIQUIDOS EM CENTRAIS TERMELETRICAS As Aguas residuais geradas nas centrais termelétricas sfio provenientes, basicamente, dos seguintes processos: + gua de resfriamento que pode provocar a poluigao térmica dos reservatérios de égua; CC —“‘S;SCO@SS Caririuo 18~ Controle da Poluigdo 1159 + Aguas residudrias dos sistemas de tratamento de égua; + Aguas contaminadas com produtos de petréleo; + gua da limpeza das superficies dos geradores de vapor que queimam dleo combustivel; + solugées descartadas logo apés a limpeza quimica dos equipamentos térmicos ¢ da sua conserva- go; + éguado sistema de remogio de cinzas nas centrais termelétricas que utilizam combustiveis s6lidos; + Aguas residuais domésticas; + Aguas de chuva Uma ver conhecidos os faz-se uma breve dissertagao com relagao aos métodos para o tratamento destes resfduos liquidos. cipais focos de contaminagiio de 4gua em centrais termelétricas, a seguir Previamente a selegio da tecnologia para o tratamento de 4guas contaminadas com 6leo, é pre: realizar testes de separabil mecanismos de separagio mecinica de Iiquidos imisciveis: a forga gravitacional e a coalescéncia. A efetividade idade e determinar a granulometria das goticulas de leo no efluente. Existem dois do mecanismo gravitacional depende do difimetro da particula ao expoente 2, segundo a lei de Stokes, e, por isso, é aplicavel s6 para particulas de grande diimetro. Um dos métodos mais difundidos de tratamento de 4guas contaminadas com éleo 60 API (American Petroleum Institute), 0 qual esta baseado na separacio gravitacional por diferenga de densidade. O Método API (figura 18.46) € aplicavel para éleos lodosos com gotfculas maiores de 150 jum e com um longo tempo de residéncia no separador: O 6leo acumula-se na superficie do tanque, sendo removido pelo duto de saida de dleo No fundo do tanque acumulam-se os resfduos s6lidos em forma de lodos. Alguns materiais possuem caracter(sticas oleofilicas, ou seja, que atraem 0 leo. As particulas aderidas se juntam a outras de maior didmetro, fendmeno conhecido como coalescéncia (figura 18.47), 0 que contribui para maior eficiéncia na separagio do dleo e da 4gua. Entre os materiais oleofilicos temos polipropileno, polivinil cloreto, aco inox e ago carbono. Nos separadores por coalescéncia (figura 18.48) é possivel obter-se uma concentragaio de 6leo nao emulsificado na safda do mesmo, da ordem de 10 mg/l. Detletor Reservatério de 6leo coolescente EE 6 Comada de Seo Ir a Bee ney Amaro de entrada —_—Defletor e odo Camoro de qua impo Figura 18.46 — Separador gravitacional tipo API (cortesia da Great Lakes Environmental inc.) 1160 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao Goticulas de Sleo em coolescéncio aa = Foixos coolesedates Figura 18.47 — Processo de coalescéncia das particulas de éleo no meio coalescente de faixas inclinadas (Cortesia da Great Lakes Environmental Inc.). Meio coclescente de Pocote de coolescéncia —_Reservot6rio foixos oe denso (opcionc!) de bleo E a q Es es al ete Seide do = : j ; es Figura 18.48 - Separador gua/6leo por coalescéncia (cortesia da Great Lakes Environmental Inc.) Para o tratamento de dguas contaminadas com pequenas particulas de dleo € preciso utilizar hidrociclones (separam goticulas de dleo de até 10 ym) e centrffugas de discos (até 2 um). A figura 18.49 mostra o esquema de uma planta de tratamento de 4guas contaminadas com 6leo que utiliza uma centrifuga de discos como equipamento de separacdo. Estes sistemas so recomendados para dguas contaminadas durante a extracao de petréleo e gas € nos processos de refino do leo cru Quando o éleo esti emulsionado com a dgua, ou seja, formando enlaces quimicos, niio é possivel a sua separagdo por métodos mecinicos. Neste caso, é preciso aquecer a mistura, ajustar 0 pH ou utilizar aditivos demulsificantes. Ap6s este tratamento, recomenda-se 0 uso de separadores por coalescéncia. O aparecimento de uma emulsio € produto da adigdo de sabao ou detergentes (surfactantes), e também pode ser causada pelo bombeamento do efluente. As aguas de lavagem dos aquecedores de ar regenerativos siio soluges dcidas (pH = 1,3~ 3.0) que contém s6lidos em suspensio (6xidos de ferro, cido silicico, produtos de combustio incompleta e cinzas) que io removidos por decantacio. Também apresentam contaminantes dissolvidos, tais como dcido sulfirico, sul- fatos de metais pesados, compostos de vanidio, nfquel, cobre, entre outros (Richter et al., 1981). 0 tratamento pode ser efetuado através da neutralizago com solugdes alealinas, como a soda céustica (NaOH) ea cal, cujo objetivo a precipitagao dos contaminantes. ee eee Cartrno 18 Controle da Poluigao ‘1161 Tanque pora Tongue poro drenagens 10 ee erigosas, per : (aucimente seen (Com hidrocarbonetos) odor a Nidrocorbonetos) 7 | Agua “jfile ULB —_ Pag { Separator / centrlugo ‘Solidos finos Tongue Figura 18.49 — Sistema de separagio de éguas oleosas com uma centrifuga de discos (cortesia da Alfa Laval Separation AB). CO tratamento das éguas residuais, provenientes da limpeza quimica e conservagio dos equipamentos, ddepende da composigao dos contaminantes na 4gua, que est4 determinado pelos métodos utilizados. O problema 10 dos complexos de metais e reagentes; a precipitagao dos metais & a destruigao dos 08. contaminantes orgi O tratamento das 4guas do sistema de remogiio das cinzas realiza-se, geralmente, em lagoas de decan- Como coagulante pode-se utilizar uma solugao de cal. 18.11 AVANCGOS ‘TECNOLOGICOS E CONSERVAGAO DA ENERGIA Neste t6pico seriio apresentadas novas tecnologias que estio sendo empregadas para o aumento da eficiéncia energética de ciclos de poténcia, além de uma rapida explanagiio das vantagens da cogeragio, do uso de fontes renovaveis e da eficiéncia de uso final. 18.11.1 Eficiéncia de Geragao: Novas Tecnolo; Ocontrole ¢ a utilizagdo das diversas formas de energia sempre foi a alavanca de todo desenvolvimen- to humano e social. Até recentemente, preocupado com a busca do desenvolvimento, o homem utilizou todas as formas possfveis de produgiio de energia, com os menores custos possiveis, sem deter-se em analisar as conse- iiéncias, 0 que resultou, muitas vezes, no desperdicio ¢ no uso “iracional” da energia, resultando em efeitos hocivos sobre a economia, sobre 0 meio ambiente e sobre a qualidade de vida, principalmente nas grandes cidades. ; No entanto, habitos pessoais e medidas administrativas muito simples, como, por exemplo, desligar a iluminagdo quando esta nao est4 sendo utilizada, controlar o funcionamento de aparelhos de ar condicionado ou de aquecimento doméstico, utilizar lumindrias e limpadas mais eficientes, incentivar a fabricagio de aparelhos ¢ equipamentos mais eficientes, utilizar tecnologias mais limpas tanto nos meios de transporte como também na geragao de energia, etc., podem mudar significativamente este quadro. . 0s problemas ambientais so geralmente mais graves nos paises em desenvolvimento devido a carén- cia de recursos para a prevencio © para o controle da poluicio, ¢ pelo uso de equipamentos ¢ tecnologias ultrapassadas. Por outro lado, como os recursos para a expansio dos sistemas energéticos nesses paise: 8 sss ‘vez mais escassos ¢ o aumento de competitividade de bens e servicos produzidos localmente é de ane Projet ¢ Operagio 1162 Geragito Termelétrica: Planejament para aeficiéncia energ a sua inseredo no mercado globalizado, oestabelecimento de ages voltad: de energie, conseqiientement tancia pi poste um instrumento barato ceficiente que permite reduzir as demand investimentos, ao mesmo tempo em que contribui de manera significativa para os esforgos de aumento da produtividade e competitividade nacionais. A cficiéncia energética apresent yuatro niveis) 1. eficigncia daextragiio de ne ja priméria; vem seeundai 2, eficiéneia da conversio de ene 3. eficiéneia de distribuigdio de energia aos usuarios; 4. eficiéncia de conversio em servigos. Os niveis de maiores perspectivas em relagiio i economia de energia so os de némero 2 ¢ 4 vistos acima. O International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA) tem calculado que a extensiio da eficién- cia de utilizagao da energia existente hoje nos pafses desenvolvidos em todo o mundo levaria A diminuigio do consumo de energia em 17%, e, numa escala semelhante, 2 redugiio do CO>. © acréscimo na eficiéncia de conversito da energia quimica dos combustiveis em eletricidade nas tern as, tem sido enorme, porém as perspectivas slo significativas. Assim, as primeiras termelétricas a vapor, no inicio do século passado, operavam com uma eficiéneia de aproximadamente 5%. Atualmente, este pardmetro ja atinge 40% para as termelétricas com ciclo a vapor mais modernas. A introdugio dos ciclos ncias de até 55 a 58%. A introdugiio das combinados com gaseificadores e turbinas a gas permite obter ef células a combustiveis pode levar a eficiéncia das termelétricas até 70% (figura 18.50), [Nos anos 1980-1990 das unida- dana eficiéncia das centrais termelétricas como conseqiiéncia da introduga observou-se uma leve q des para a dessulf desenvolvimento técnico das turbinas a gas deve levar ao aumento da TIT (temperatura de entrada dos gases da s de exaustio, que caraterizam-se por um alto consumo de eletricidade.} O rizagiio dos gas turbina), o que permitiré obter maiores eficiéncias em ciclos combinados (figura 18.51), 100 9 $A 0} ——— ‘Sistemas hibridos com célulos 0 combustivel de 6xido s6lido (SOFC) e turbina gis : ae 70) | Ciclo combinado com oe turbinas a gis avongados & 60) Cétuos 0, | Ciclo combinado g_jcomustnel ‘com turbinos a gés 3 VFarbines @ 965 Py cal ea) Motores alternativos 2 30} a Turbinas 0 g6s em ciclo simples to [ae a 01 1 10 100 1000 Poténcio, MW temas modemos de geragiio termelétrica Figura 18.50 ~ Prognéstico sobre a eficiéneia de diferente (EG&G, 2000) Cunt 18 Controle da Poluigéo ‘1163 60 : eae 60 Turbinos 0 g6s urbinos 0 gés ; 4 shale i futuros Queima de gés) natural 55 ee Queima de corvéo pulverizodo pressurizado | 50 e Gaseificagéo carvan. (Corvio Lignito) 3S e 45 ue noire erie Se Goseificagao corvéo S fluidizado pressurizado| (Betuminoso) S 540 ~—-|- 40 fil Central Térmica Convencional Turbina_a Vapor com SCR 5 oe ch 36 (Redugdo Cotolitica Seletiya) & a ee citer 35 ya ae Gmida rocessos futuros =| 1 T T I I 30 80g 00700800800 F000 ~T100—TH0d 1300 —T400 1500 TEMPERATURA DE ENTRADA DA TURBINA A GAS (‘C) Figura 18.51 ~Faixa de valores de eficiéncia em funcio do aumento da temperatura de entrada dos gases ~ TIT, nas turbinas a gas (Pruscher et al, 1990, apud Hein, 1991). Lembrando, mais uma vez, que a produgio ¢ o consumo de energia geram diferentes tipos de impac- tos sociais e ambientais, dependendo da fonte priméria escolhida e das respectivas tecnologias de conversio adotadas, a cogeragio, ou produgio combinada de energia térmica e elétrica a partir da queima de um mesmo combustivel ¢ uso seqtiencial do calor residual, representa uma tecnologia de conversio energética com alto desempenho ¢ reduzidas perdas. Além disso, essa op¢do tecnol6gica permite empregar ciclos com turbinas a vapor, a gas e motores alternativos, o que possibilita o seu emprego tanto para consumidores industriais como também para comerciais cujas demandas situam-se a partir de centenas de KW elétricos e com demandas térmicas acima c/ou abaixo da temperatura ambiente. Outras razGes para que essa alternativa seja reforcada so as crescentes restrigées ambientais relacionadas as hidrelétricas de grande porte, ou as termelétricas nucleares e aquelas alimentadas por combustiveis f6sseis, principalmente quando 0 combustivel é 0 carvio mineral. Estudos tém demonstrado que uma maior utilizagio dos sistemas de cogeragio na matriz energética brasileira traria beneficios claros, tanto no que diz respeito & redugao do consumo de combustivel como tam- bém, e, por conseqiiéncia, nos niveis de emissio dos contaminantes atmosféricos ¢ nos custos dos danos associados a estas emissOes (Teixeira et al., 1998) 18.11.2, Fontes Renovayeis O consumo de combustveis f6sseis responde pela maior parte da poluigdo ambiental. A figura 18.52 mostra a porcentagem das emissdes dos cinco poluentes mais importantes resultantes do consumo de combus- tiveis f6sseis. Desta forma, vemos que 95% de todo éxido de enxofre e de nitrogénio ¢ 100% do didxido de carbono de origem antropogénica (causa principal do efeito estufa), so produtos da combustdio de combusti- veis f6sseis. No caso do mon6xido de carbono e dos compostos organics voliteis, a porcentagem é de apro- potas 70%. Por estas razbes € que o acréscimo no consumo de energia tem um impacto ambiental tio grande.

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