Você está na página 1de 58
Capitulo 10 Metalurgia, Materiais e Propriedades Mecanicas 1 2 sod Edmilson Otoni Corréa | 10.1INTRODUCAO - | Durante a fase de projeto ¢ fabricagao de grandes caldeiras e turbinas, um dos objetivos principaisé ‘ usar materiais e processos de fabricago, no menor custo posstvel, para produzir um equipamento que ira operar plenamente de acordo com o seu tempo de vida dtl planejado. O alcance deste objetivo requer um conhecimen- 4 to fundamental das propriedades dos materiaise do comportamento destes sob as condigdes extremas de tempe- q ratura e pressio, tanto maxima quanto minima, ainda que esses valores extremos s6 ocorram em situages transit6rias ou eventuais, 4 No que serefereespecificamente ao custo do material, para exemplificara sua importancia naescolha 4 do material mais recomendado para um determinado servigo, a tabela | mostra os indices de pregos por quilo- grama, para diversos materiais, considerando-se 0 ago carbono como tendo indice 1 | TABELA 10.1— Custo relativo dos materiais (adaptado de Telles, 1979) aA Materiais Custo relativo ‘Mat is Custo relative: ‘ ‘Agocarbono 10 ‘Aco inoxidavel tipo 321 a2 4 Acoliga#Mo 23 Ago inoxidvel tip0.410 66 ‘ Ago liga 1 4 Cr-Y4Mo 3 Ferro fundido 12 Ago liga 2% Cr-Y&Mo 33 Latio » ‘ ‘Ago liga 5 Cr-%Mo 38 Cobre -Niquet 90 - 10 20 | Agoliga3 ¥Ni 30 Cobre-1 no Ago inoxidvel tipo 304 58 i 15 4 Ago inoxidavel tipo 304 L. 82 Monel (70 Ni-30Cu) 318 \ ‘Ago inoxidvel tipo 310 16 Titinio e Ligas 610 Ago inoxidivel tipo 316 78. Incoloy (40Ni-20 Cr-40 Fe) 6S | Caldeiras, turbinas a vapor, turbinas a gds, vasos de pressio e seus componentes associados sio feitos fundamentalmente de metais. Dentre estes metais, os varios tipos de aos siio os mais usados nacrnsae da ad maioria dos equipamentos que integram uma unidade de geraglo de vapor e ener o74 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo Em geral, a selecio dos materiais apropriados para aplicagdo em equipamentos de uma unidade de geragio de energia e vapor envolve, além do custo, as seguintes considerages: + 0 grau de dificuldade ou facilidade com o qual um determinado material pode ser fabricado ou soldado; + propriedades mecinicas do material, tais como ductilidade, tenacidade, resisténcia a trago © 40 escoamento, resisténcia & fadiga ¢ a fluéncia; + compatibilidade como ambiente de servigo esperado; + efeito do processo de fabricacao sobre as propriedades mecdnicas e de resisténcia A corrosio; + possivel deterioragio das propriedades devido 2 utilizago do material por longos periodos de tempo. Como todas estas consideragdes relacionadas com os materiais so fundamentais, tanto para o projeto basico como para os detalhes de construgio, faz-se necessiria uma relagao estreita entre o projetista ¢ as propriedades que influenciam no desempenho do material, tais como a metaltirgica, mecinica, de corrosio e de soldagem. Neste sentido, todos os dados dos materiais obtidos através de experiéncia pritica e pesquisa devem ser usados a fimn de selecionar e especificar apropriadamente detalhes de construco, procedimentos de fabrica- 40, ensaios destrutivos e ndio-destrutivos e controles necessdrios para um servigo satisfatorio. Este capitulo apresenta alguns fundamentos bésicos a ser considerados na selegdo de materiais e no seu desempenho em servigo e, também, alguns tipos de falhas de componentes em caldeiras e turbinas, os quais demonstram a importincia do conhecimento de metalurgia e materiais para projetistas e operadores de unidades de geracdo de energia vapor. 10.2 FUNDAMENTOS METALURGICOS © aco é 0 material mais usado na construgio dos componentes de pressdo e de suporte dos equipa- mentos que integram uma unidade de geracdo de energia e vapor. Para entender as mudancas microestruturais © que ocorrem com os agos nas diversas condigées de servico, torna-se necessario uma breve descri¢ao dos dois © campos da ciéncia metaliirgica: processos de fabricacao ¢ a metalurgia fisica. 10.2.1 Processos de Fabricagao Processos de conformacao mecanica (Os formatos dos produtos de aco disponiveis para o projetista geralmente sao placas, chapas laminadas, forjados, tubos soldados e sem costura, perfis extrudados e trefilados. A maioria destas formas ¢ produzida pela aplicagao de trabalho mecanico no metal. Qualquer trabalho mec‘nico aplicado no material abaixo de sua temperatura de recristalizagao (geral- mente 1/3 22/3 da sua temperatura de fuso) € considerado trabalho a frio. Por outro lado, o trabalho mecanico realizado & temperaturas acima da de recristalizacao € considerado trabalho a quente, e o metal recristalizard durante ou imediatamente ap6s a realizagao deste trabalho. Assim sendo, ele permanece macio ¢ relativamente sia ‘Ao contrério do trabalho & quente, trabalho a frio do aco exerce um efeito profundo sobre as suas propriedades. Isto se deve ao fato de que a estrutura interna do material, ap6s deformagao plastica, ir apresen- tar niveis de tenses internas maiores. Com isto, el ee direa), Carino 10 Metalurgia, Materiais ¢ Propriedades Mecdnicas 575 Lt Lominogéo hail Trefilagio Extrusdo Dobramento 10.1 ~ Processos de conformagiio mecfinica (adaptado de Dieter, 1981). A laminagao 6 utilizada para a fabrieagiio de chapas para a carcaga do tambor da caldeira e para segdes de vasos de pressio, Com relagao as propriedades mecanicas de chapas laminadas, cabe ressaltar que, durante a Jar o, descontinuidades ¢ heterogeneidades no lingote so alongadas na diregao de conformagao e que, devido a isto, as chapas podem exibir propriedades de tragao inferiores na diregao da espessura, com relagao & diregao paralela a de laminagao. Estas descontinuidades direcionais geralmente nao sio danosas, exceto quando siio de tamanho suficientemente grande para afetar a transferéncia de calor ou em quantidade suficiente para afetar a soldabilidade destas chapas. O forjamento a frio é utilizado principalmente na fabricagdo de fixadores (exemplos: rebites ¢ parafu- $08) usados em caldeiras. Os efeitos desta operacio de conformagio so eliminados pelo tratamento térmico requerido pela especificagio dos fixadores mas, ocasionalmente, este tratamento térmico nio elimina diferengas microestruturais entre a parte do fixador trabalhada e a nfo trabalhada a frio, Isto ocorre, por exemplo, em” parafuusos de liga de nfquel ou de agos inoxidaveis austeniticos que, geralmente, ndo apresentam mudangas na sua estrutura interna durante tratamento térmico, Estes parafusos podem ser suscetiveis ao trincamento na interface entre a sua cabega conformada a frio ¢ 0 seu corpo em certos ambientes aquosos. O forjamento pode ser usado também para produzir anéis de reforgo ou vedagio ao redor de aberturas c bocais de vasos de pressio, flanges ¢ valvulas. Odobramento a frio é utilizado para produzir muitas configuragdes de tubos. Geralmente, estes tubos nao sofrem qualquer tratamento térmico apés 0 dobramento, permanecendo nos mesmos as diferengas microes- is entre a regitio dobrada, com tensbes devido a deformagio, e a regido nao dobrada, o que pode levar a se 0$ tubos silo expostos A altas temperaturas. Soldagem ‘A unifio de componentes em caldeiras, turbinas, vasos de pressio e tubulagbes & geralmente feita através de soldagem. Isto se torna particularmente verdade em caldeiras de alta pressao e alta temperatura, onde ‘as condigdes de servigo siio muito severas para a maior parte das juntas (flanges com gaxetas) ¢ juntas brasadas. Soldagem é a operacilo que visa a unitio de duas ou mais pegas, assegurando na junta soldada, a continuidade das propriedades quimicas (composigiio quimica) e fisicas (resist@ncia mecdniea). A unido ocorre pela aplicagiio de calor ou pressdo, ou ambos, na interface de uma pega ¢ outra. Existem muitos processos de soldagem. Os mais usados para a unio de componentes de pressio siio os de soldagem por fusfio, com a Lutilizagio de metal de adigZio e nenhuma pressio, tais como o processo Eletrodo R , MIG-1 etc, Devido as caracteristicas dos processos de soldagem, a junta soldada apre Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo quimica, propriedades mecinicas e metakirgicas, de tal forma que esta apresenta regides metalurgicamente distintas. As tr8s regides principais so: zona fundida ou compésita, zona termicamente afetada (ZTA) € 0 metal base niio afetado. A zona fundida ¢ composta pela mistura completamente fundida do metal-base e metal de adigao. A zona termicamente afetada é aquela regido do metal-base que é submetida a picos de temperatura altos Fr mudangas 1, mas niio altos o suficiente para causar a sua por mudanga metaltirgica é 0 metal-base nao afetado. A figura (0 transversal de uma junta soldada e suas respectivas zonas. A qualidade da junta ariamente 9 controle le defeitos na solda ou na zona termicamente afetada. Estes defeitos incluem trincas a quente, trincas induzidas pelo hidrogénio, porosidade ¢ trincas lamelares, provocadas por um actimulo de impurezas numa certa regitio do metal-base, suficiente para produ: fusdo, Finalmente, 10.2 mostra ode: microestruturais no mate 4 parte do metal que ni enho da s soldada exige neces Ocontrole consiste basicamente em executar procedimentos que minimizem estes defeitos, tais como \quecimento durante a soldagem, visando a redugdo da velocidade de resfriamento e, conseqiientemente, a ndo ocorréncia de um endurecimento excessivo na ZTA, 0 controle de impure fSsforoe o enxofire no metal-base, o controle de umiclade de revestimentos at ruscas ¢ continuas na temperatura de servigo do componente soldado, seleg: principalmente quando a solda a ser realizada & de metais dissimilares. comoo evitar variagdes do metal de adigao, Wvés de secagem, ‘Jo adequada Zona undid Ses Metol bose no ofetodo Figura 10.2 ~ Seeio transversal de uma junta soldada, 10.2.2 Metalurgia Fisica A maioria das ligas metilicas (solugdes sélidas) possui estrutura cristalina definida, ou seja, os dtomos seguem um arranjo ordenado chamado reticulado cristalino. As ligas metilicas usadas em caldeiras e turt apresentam basicamente dois tipos diferentes de reticulado cristalino: ctibico de corpo centrado (CCC) e cibico de face centrada (CFC). A figura 10.3 mostra estes dois tipos de reticulado para metais puros como, por exemplo, 0 ferro puro. Ciibica de face centrada Figura 103 ~ Reticulados Carino 10 - Metalurgia; Materiais ¢ Propriedades Mecdnicas 577 Durante a solidificagdo da liga, os étomos vio se arranjando de tal forma a produzir milhares destes reticulads cristalinos ou eélula unitérias que ao se agruparem formam o "gro". No interior de qualquer gra0 particular todas as eélulas unitérias estao arranjadas segundo uma Gnica orientagdo modelo. Porém, entre dois gros adjacentes hd uma zona de transigdo de orientagdo diferente daquelas dos graos envolvidos e denomina-se “contorno de grii tomos individuais no possam ser Quando um metal é observado no microseépio dptico, embora os mente polido de forma a vistos, os contornos de gro podem ser facilmente localizados se o metal for cuidados se obler uma superficie plana ¢ espelhada ¢ que tal superficie seja atacada adequadamente por um reagente. A figura 10.4 most uma microestrutura de um ago onde se nota claramente os contornos de gro. Figura 10.4 - Microestrutura de uma liga Fe-Cr mostrando os contornos de grio (Callister, 2002). Somente umas poucas estruturas so compostas de um Gnico cristal ou grao, na qual as células unité- fas que o formam tém a mesma relagdo umas com as outras ¢, por isto, 0 grio apresenta poucos defeitos, ‘Algumas palhetas de turbinas de motor a jato de alta performance tém sido feitas de um (nico cristal (monocristal). Por outro lado, o comportamento de todas as outras estruturas metilicas policristalinas (constituida de varios gros) é determinado pela natureza dos defeitos em suas estruturas. Como estas estruturas apresentam um maior niimero de defeitos cristalinos, sua resisténcia € freqiientemente menor do que a de uma estrutura monocristalina. Os principais defeitos no cristal so as lacunas, que envolvem a falta de um ou mais étomos no reticulado, presenga de um dtomo impuro extra nos intersticios ou em substituicdo ao dtomo do metal predomi- ante, produzindo distorgio atémica, Além destes defeitos denominados “pontuais", hé também os defeitos lineares, denominados discordiincias. Estes defeitos so formados principalmente pelo escorregamento de um plano de atomos sobre outro e sao os principais responsaveis pela deformacao do material. Ver Chiaverini (1987). Apesar de ndo ser considerado propriamente um defeito do material, os contornos de grio mostrados na figura 10.4 exercem uma grande influéncia no comportamento do material. Em baixas temperaturas, um ago com griios pequenos € mais resistente do que este mesmo ago com grios grandes (granulagdo grosseira), j4 que ‘os contornos de griio agem como obsticulos ao escorregamento dos planos de ditomos durante a aplicacao de um esforgo qualquer. Contudo, em temperaturas altas, a resisténcia dos contornos diminui, com relagao aresisténcia do grao. Com isto, em altas temperaturas, um material com granulagio fina (tamanho de gra menos resistente do que um de granulagdo grosseira, devido a estrutura irregu tr promover uma deformagao, localizada lenta e progressiva denominada " - detalhes, posteriormente. 578 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagéo Diagrama de Fase Ferro-Carbono Os metalurgistas usam gréficos chamados “diagrama de fases" para estabelecer as fases que Sio est- veis numa determinada temperatura e para uma determinada composigao da liga. O ago é basicamente uma liga Fe-C contendo outros elementos, como o Mn e 0 Si. O manganés e 0 silicio, normalmente presentes em aproximadamente 1% ¢ 0,7% respectivamente, exercem pouca ou nenhuma influéncia na estrutura cristalina do ferro nestas concentragdes. O carbono, por outro lado, tem um efeito significative uma vez que uma grande faixa de propriedades mecanicas dos agos pode ser obtida pela variagio do teor de carbono e/ou aplicacao de tratamentos térmicos. Estes efeitos podem ser melhor entendidos usando o diagrama Fe-C, mostrado parcialmente na figura 10.5. Este mostra que a solubilidade do carbono no ferro a é de aproximadamente 0,02%, enquanto que no ferro g sua solubilidade € de aproximadamente 2%. Em geral, ligas ferrosas com até 2% de carbono possuem uma boa combinagao entre dureza e maleabilidade e so denominadas "agos". Ligas ferrosas com mais de 2% de carbono sio inferiores aos agos em maleabilidade, resisténcia, tenacidade e ductilidade e siio denominados "ferros fun sear compe (36) Figura 10.5 — Diagrama de equilibrio ferro-carbono. O canto esquerdo inferior recebe atengo prioritéria em tratamentos térmicos de ago (Chiaverini, 1987) Os dtomos de carbono sao substancialmente menores do que os atomos de ferro. No ferro a (ccc), eles ocupam os vazios das extremidades e do centro da estrutura ctibica, produzindo o microconstituinte deno- minado "ferrita". No ferroy (cfc), os dtomos de carbono se estabelecem nos vazios de centro da estrutura ctibica e denominam-se “austenita”, Se a austenita, contendo mais de 0,02% de carbono, resfria lentamente e se transforma em ferrita (vide figura 10.5), o carbono em excesso de 0,02% precipita-se na forma de um composto intermetélico de carboneto de ferro (Fe,C) muito duro, denominado “cementita’, ao invés de se precipitarcomo carbono puro (grafita). Por isso, a dureza do ago geralmente aumenta com 0 teor de carbono, independentemen- te de qualquer tratamento térmico Durante o resfriamento lento de ago com teores de carbono abaixo de 0,8%, na temperatura proxima de 723°C, toda a austenita deve se transformar em ferrita e cementita. Como nao ha tempo suficiente para 0 carbono s¢ difundir para pontos mais distantes & medida em que € rejeitado pela matriz ferritica formada, a estrutura resultante é uma de lamelas alternadas de ferrita e cementita, denominada "perlita”. A figura 10.6 mostra a microestrutura de um aco com 0,36%, onde nota-se claramente a presenga das duas fases: ferrita (grios claros) ¢ perlita (gros escuros listrados).. ‘Quando a perlita é mantida em temperaturas moderadamente altas (500 a 550°C) por um longo tempo, a cementita presente eventualmente se decompe para ferrita e grafita. Contudo, primeiramente as lamelas de ‘cementita se aglomeram na forma de esferas formando a estrutura esferoidizada. Depois, os dtomos de ferro so cexpulsos daesfera levando a “estrutura grafitizada”, a qual produz uma degradagdo microestrutural e uma perda de resisténcia mecdnica do ago. Esta estrutura e as suas implicag6es em aplicagao em altas temperaturas ser’ discutida adiante. 4 : Figura 10.6 — Microestrutura de um ago com 0,38 °C e mostrando as duas fases: perlita (gros escuros listrados) e ferrita (grios claros) (Callister, 2002). Curvas CCT As linhas de transformagiio no diagrama de equilfbrio Fe-C, mostrado na figura 10.5, so representa: vas de condigdes de equilibrio obtidas como resultado de um aquecimento lento, resfriamento lento e perfodos Jongos de tempo na temperatura. Quando a austenita € rapidamente resfriada ou quando a perlita ea ferrita ou perlita e cementita sdo rapidamente aquecidas, as linhas de transformagio esto sujeitas a um deslocamento Como o processamento dos materiais envolve faixas de tempos que podem ser de segundos (ex: soldager Laser) a varios dias (ex: tratamento térmico de vasos de pressio largos), 0 efeito do tempo é importante, Devide esta importancia, experimentos de transformagio so usados para determinar os tempos de transformagiio de fase numa determinada temperatura. Os dados sio plotados, por exemplo, em curvas relacionando a transforma: cdo em resfriamento continuo (CCT). A curva C-C-T para 0 ago 2,25Cr-1Mo € apresentada na figura 10.7. Como um resultado das diferentes taxas de resfriamento empregadas nos tratamentos térmicos mais ulilizados neste ago, tais come recozimento, normalizacao ¢ tempera, as microestruturas consistem basicamente de misturas de ferrita, perlit: ¢ bainita, com o teor de bainita sendo pequeno (< 15%) na condi¢ao recozida e aumentando para niveis maiores nas condigdes normalizada e temperada. A ferrita e a perlita, como mencionado no item anterior, st formam quando a taxa de resfriamento € baixa e o tempo de transformagiio da austenita para este: microconstituintes € grande. Por outro lado, 0 microconstituinte bainita & produzido quando as taxas di resfriamento sao altas (resfriamento brusco) e a transformagio da austenita se realiza em tempos menores « em temperaturas relativamente baixas (460 a 550 °C), 0 que faz com que a bainita apresente uma dureza ben maior do que a ferrita e a perlita. Por isso, como pode ser observado na figura, a dureza deste ago aumenta di 150 HV para 305 HV, a medida em que aumenta a quantidade de bainita de 25 (taxa de resfriamento baixa para 99% (taxa de resfriamento alta) na microestrutura do ago. ‘Microestruturas bainiticas tém melhor resisténcia & fluéncia sob altas tensdes em perfodos curtos mas se degrada mais rapidamente em altas temperaturas do que estruturas ferriticas-perliticas. Como un resultado, material ferritico-perlitico tem melhor resisténcia & fluéncia em tensdes baixas ¢ prazos intermedi fos. No entanto, devido a uma eventual esferoidizagio da microestrutra ferrtica-peritien, esperado qu fluencia similar. 580 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo 25 is, 160 16. 124C/ a tantemoito camage onalernofo lems Compescio f-a10. Tes US yy 5 50. 5 318 205 160 as Temperoturo, Mecamuvn Sy # ‘07 a 7 Tempo 2 portir'de 956.h Figura 10.7 ~ Curva CCT para 0 ago 2,25-1Mo austenitizado em 955 °C. Reproduzido de Viswanathan, R. Damage ‘mechanisms and life assessment of high-temperature components, ASM International, 1993, page 203, figure 5.9a, Além da bainita, os agos baixa liga podem apresentar um outro microconstituinte quando estes so resfriados em taxas de resfriamento bem altas, em temperaturas ainda mais baixas. Neste caso, a austenita perma- nece presente por um periodo relativamente longo e a sua transformagao ocorre em temperaturas mais baixas (aproximadamente 430 °C —ponto Ms, da figura 10.7) do que as de transformagao para bainita, Este microconstituinte obtido nesta condigao apresenta a mais alta dureza.e as mais altas tensdes internas, e € chamado "martensita” A martensita é, portanto, uma estrutura super-resfriada com a mesma composigao da austenita, a partir da qual ela é formada. A alta dureza c tensdes intemas se devem a distorgiio do reticulado CCC, transformando-o em um reticulado tetragonal, provocada pela supersaturagdo de carbono na ferrita. Maiores informagGes sobre os microconstituintes do aco bainita e martensita podem ser vistas em Chiaverini, 1987 e French, 1983, Agos Inoxidaveis A resistencia corrosio destes agos é obtida pela presenea de cromo em teor igual ou superior a 12%. Estes teores elevados de cromo também conferem a estes agos elevada resisténcia a oxidagao. A figura 10.8 mostra o diagrama Fe-Cr sem carbono. Por este diagrama podemos observar que a adigao de Cr restringe a regio austenitica, sendo que, quando o teor é maior do que 13%, as ligas Fe-Cr so int amente ferriticas, 2000 or 1800 1600 1400 Figura 10,8 —Diagrama de ligas Fe-Cr. S581 Carino 10 ~ Metaturgia, Materiais e Propriedades Mecdnicas © diagrama da figura 10.8 indica, também, a formagao, para teores de Cr da ordem de 40%, ou maiores, de uma fase intermediaria, chamada fase sigma (9). Trata-se de uma fase dura ¢ fragil, nao magnética Ebaseada no composto Cr-Fe e sua formagiio € favorecida a medida que o teor de Cr no ago aumenta. Nos agos com 17% Cr, por exemplo, pode ocorrer a precipitagdo da fase sigma a temperaturas em torno de 600°C. Esta precipitagdo pode ser acclerada pela presenga de encruamento e pela presenga de elementos como 0 Si ou Mo. Os agos inoxidaveis podem ser divididos em trés grandes grupos: ferriticos, at Os acos inoxidiiveis ferriticos contém de |4 a 27% Cre sio soldaveis, magnéticos até aproximadamen- te 760 °C, apresentam boa formabilidade e boa resisténcia 8 corrosio. So utilizados principalmente em dutos © placas defletoras e em outras aplicagGes onde uma maior resisténcia A corrosdo é desejavel e 0 alto custo dos acos inoxidaveis austensticos sio inaceitiveis. A sua aplicagao em tubos de caldeira, por exemplo, é limitada & temperaturas abaixo de 370 °C. teniticos e martensiticos. fticos sio nfio-magnéticos e apresentam maior resisténcia A corrosdo, maior \¢0s inoxidaveis ferriticos, mas tém a desvantagem de um prego {quel a agos 18% Cr ampliao dominio da Os agos inoxidaveis aus formabilidade e maior tenacidade do que maior, Estes agos apresentam teores elevados de niquel. A adicao de austenita, produzindo dois efeitos sobre a microestrutura: 1) aumenta a quantidade de austenita na temperatura do tratamento de solubilizagao (a baixos teores de niquel esta austenita pode transformar-se em martensita); 2) abaixa a temperatura de inicio de transformagao martensitica (Ms), sendo suficientes 8% Ni para aixo da temperatura ambiente. O ago se manterd, ento, austenttico a temperatura que essa fique ambiente, A influéncia dos teores de cromo e niquel sobre « estrutura de agos 0,1% C € mostrada na figura 10.9. Observa-se que, para cerca de 18% Cr, um teor minimo de niquel (aproximadamente 8%) é exigido para manter uma estrutura inteiramente austenitica. A figura mostra, ainda, que, para teores acima de 18%, a influéncia do cromo exige teores crescentes de niquel para se evitar a formagao de ferrita que, devido ao seu formato, ¢ conhecida como "ferrita delta’’ O efeito da ferrita delta sobre o ago € um efeito de endurecimento por dispersio, destes agos, nento e de resisténcia & trak co que eleva o limite de escoa Estrutura oustenitica fo 1 Bb bomaox 2 e Figura 10.9 ~ Bfeito do nquel e do cromo sobre a microestrutura dg agos 0,1% C (Coutinho, 1992). Os agos inoxidaveis martensiticos contém 12.a 17% Cre 0,1 a 1,0% Ce recebem, freqiientemente, a io de outros elementos (Mo e V) para melhoria das propriedades mecdnicas e da resisténcia ao revenimento. Silo austeniticos na faixa de 950 a 1000°C e se transformam em martensita no resfriamento. Sdo magnéticos e temperiveis ao ar mesmo em segdes grossas, 0 que os torna dificeis de amaciar (para operagGes de usinagem), Devido a sua alta dureza, ap6s témpera sao usualmente revenidos para se obter uma boa combinagao de resisténcia mecfinica, ductilidade e tenacidade. 582 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo Osagos martensiticos mais usados em componentes de turbinas a gas (pas, compressores discos) sio 8 chamados de baixo carbono com 0,1% C e 12% Cr, pois possuem as propriedades exigidas para tais aplica- ges que sto boa tenacidade e ductilidade com a maxima resisténcia mecinica. Como o carbono deve ser limitado a 0,1% C e como 0 ago deve ser tio barato quanto possivel, ou seja, sem adigaio de elementos de liga, € de fundamental importancia conhecer a influéncia do revenimento nas propriedades deste ago, Geralmente, um revenimento a temperaturas baixas (aproximadamente 300°C) produ nestes agos alto limite de resisténcia a tragiio © menor resisténcia A corros aaturas clevadas (600 a 650°C) produ boa tenacidade e menor resisténcia mecdnic: He se combinar boa tenacidade, maxima resisténcia & corrosdo com alta resisténcia mecfin ia a0 revenimento, ou seja, fazer com que 0 ago resista ao amaciamento até temperaturas maiores de Jo de Mo ¢ V. Informagdes mais detalhadas sobre os agos inoxid 0; um revenimento a temp , com maxima resisténcia a corrosiio. Caso haja a necessidade a, deve-se aumenta resistén reyenimento. Isto pode ser obtido com a adi veis podem ser encontradas na literatura (Chiaverini, 1996 e Coutinho, 1992). Influéncia dos Elementos de Liga © ago €0 material estrutural mais importante na engenharia moderna uma vez que as suas proprieda- des sio requeridas na maioria das aplicagdes. Estas propriedades sio afetadas diretamente, niio somente pelas caracteristicas e quantidade dos elementos de liga adicionados e que entram na composigio do ago, mas, tam- bém, pelas reacdes que estes elementos provocam como constituintes quando os agos siio submetidosa diversas variagdes de temperatura, tempo e de ambiente durante a fabricagao ¢ uso. Em geral, um aumento no teor de Dos elementos presentes no ago, 0 carbono é 0 mais importante. carbono produ uma resist@ncia de ruptura tragdo e dureza mais altas. Por outro lado, provoca um decréscimo da tenacidade e ductilidade dos agos. As curvas da figura 10.10 indicam 0 efeito geral do carbono sobre as propriedades meednicas de um ago carbono laminado a quente. O carbono também aumenta a tendéncia de endurecimento ao ar e de dureza de solda, especialmente na presenga de cromo. Em agos baixa liga para aplicagdes em alta temperatura, 0 teor de carbono € normalmente restringido 2 aproximadamente 0,15% para assegurar uma ductilidade adequada para as operagdes de soldagem, alargamento ¢ dobramento. No entanto, 0 teor de carbono no deverd ser menor do que 0,07% para que o aco apresente uma boa resisténcia a fluéncia. ey (13.8) ee z g 63) 139-2605 0 -n08 C) =f 140 0 =100 « Boor Cassar OS ho Carbono, % Escala para valores de impocto(kaf) e % de mudanco 3 Figura 10.10 ~ Efeito geral do carbono sobre as propriedades do ago carbono laminado a quente {adaptado de B & W, 1992), Caririvo 10 ~ Metalurgia, Materiais e Propriedades Mecinicas 583 Em agos inoxidaveis austeniticos, que esto sujeitos & corrosio intergranular causada pela precipitagio de carboneto de cromo no contorno de gro, o teor de carbono nio deve ultrapassar 0,10%. No entanto, a0 menos 0,04% de carbono é requerido para uma resisténcia A fluéncia aceitével. Em agos ao carbono planos normalizados, a resist@ncia 3 fluéncia em temperaturas abaixo de 440°C aumenta com 0 teor de carbono até 0,4% C; em temperaturas mais altas, hi pouca variagdio das propriedades de fluéncia com 0 teor de carbono. Um aumento no teor de carbono também reduz a condutividade térmica e elétrica dos agos e aumenta a sua temperabilidade. A tabela 10.2, resume os principais efeitos dos diversos elementos de liga nos ag TABELA 10.2 ~ Influéncia dos elementos de liga no ago (adaptada do ASM, 1980) Tnfluéncia exercida através dos earbonctos Elemento] _ Tendéncia Prineipais fungdes formadorade | Acio durante o revenimento carboneto c MenorqueoW — | Moderada, 1. Aumenta a resisténcia & corrosio e a oxidagio. Resistea diminuigdo de dureza, 2. Aumenta aendurecibilidade. 3. Melhora a resistencia aaltas temperaturas. 4, Resiste a0 desgaste (alto ©) a B ~ Muito pequena nos eoresnormais | 1, Fore estabilizador de bainita quandacombinado com 0 Mo. 2, Melhora aresistancia dos agos. Mo Forte: maior Opoe-se Adiminuigio de dureza, | 1, Produzmaiorprofundidade de enduréeimento. que oCr criando a dureza secundaria. 2. Contrabalanga atendéncia fragilidade de revenimento, 3. Blevaa dureza a quente, a resistencia a quente ¢ Afuéncia, 4, Mothora a resistencia dos agos inoxidveis& corrosto Por pitting (ago de cloretos). Negativa 1. Aumenta a resisténcia de ag0s recozidos. (grafitiza) Muito pequenacm teores baixos | 2. Aumenta atenacidade de agos ferrticos-periticos {sobretudo a baixas temperaturas) Ti A maior conhecida | Carbonetos persistentes no afetados,| 1. Reduz a dureza martensfticn¢ a endurecibilidade em ‘Algum endurecimento secundério. ‘¢05 20 Cr de médio Cr. 2, Impede a formagao de austenita em agos alto Cr, 3, Evita a corrosio intergranular em agos inoxidaveis w Forte ‘Opde-se diminuigao de dureza por| 1. Promove dureza e resistencia aaltas temperaturas. endurecimento secundério, v Muito forte ‘Maxima para endurecimento 1. Promove refinamento de grio. (V a temperatura maxima de uso recomendada, outros fabricantes suger las em Viswanathan (1993). Caldcira, Paredes de Agua da Fornalha, Economizadores e Careagas de Trocadores de Calor Sio geralmente feitos de tubos sem costura (processo Mannesman) ou tubos soldados por resisténcist elétriea (ERW) de ago carbono, ago C-Mo e ago 0,5Cr-1/2Mo. Hi, ainda hoje, alguma resisténcia ao uso de tubos ERW em caldeiras por causa da constante ocorréncia de falhas no cordao de solda destes produtos, fabricados hé 20 anos. Hoje, estas falhas dificilmente ocorrem, uma vez que houve melhorias nos procedimen- tos de fabricacdo e de inspegao, fazendo com que os tubos ERW tenham a mesma seguranga dos tubos sem costura, Os tubos ERW sio ulilizados como produto-padro para aplicagdes criticas em caldeiras de recuperagao onde vazamentos de 4gua aumentam o risco de explosdes desastrosas da mistura 4gua-licor fundido (smeli). ‘Agos baixo carbono e agos 1/2.Cr-1/2 Mo so usados em regides de entrada de calor intenso paracvitar nesta regio, uma vez que a temperatura do metal do tubo pode sofrer flutuagdes imprevistveis. orisco de grafitizag! Superaquecedores e Reaquecedores sio o Os componentes de presstio da caldeira, cujo metal atinge as temperaturas mais elevada superaquecedor e 0 reaquecedor. Conseqiientemente, estes tubos sto feitos de um material com propriedades 3 altas temperaturas e resisténcia A oxidago superiores. Agos carbono sfio recomendados, como uma opgo econdmica, para os casos onde a temperatura de trabalho é de aproximadamente 454 a 510°C, dependendo da pressio, Acima desta faixa, agos ligados e inoxidaveis slo requeridos por causa da baixa resistencia 3 oxidaga0 e da baixa resist@ncia mecfinica (tensdes admissiveis) do ago carbono. Normalmente, duas ou mais ligas siio usadas na construgio do superaquecedor. As ligas inferiores, tais como 0s agos earbono e agos C-Mo, sao usados para a segzio de admissio, enquanto que os agos de baixa liga e de média liga Cr-Mo siio usados para a segdo de safda ou descarga, onde as temperaturas do vapor e do metal sfio mais elevadas. ‘Agos inoxidaveis tm sido requeridos nas secGes mais quentes do superaquecedor. No entanto, estes ‘aos esto sendo substituidos, em muitas aplicagSes, pelo ago 9 Cr-IMo-V devido a maior resistencia mecfinica em altas temperaturas e pela sua excelente tenacidade. Além disso, como 0 ago 9 Cr-IMo-V é ferritico, seu uso em substituigdo ao ago inoxidavel elimina falhas na solda de metal dissimilar. -_-_ eee emer eae Ron nnananannae Considerando os diversos fatores que influenciam na selecfo de um material, tais como resistencia, mecanica, resisténcia & oxidagio ¢ A corrosio, ¢ proceso de fabricagio, além do custo, os trés ou quatro agos | mais recomendados na construgio do superaquecedor seriam 0 A210C, A213 T12 e somente um ou ambos. A213 T22 e A213 T91. A mudanga de A210C para A213 T12 geralmente ocorre quando a temperatura de trabalho atinge a faixa de 399 a427°C. A temperatura na qual se recomenda mudar do ago A213 T12 para A213 722 depende dos requisitos de fluxo da massa de vapor, que flui através do na pritica, é da ordem de 538 a 566°C. Se a temperatura superar 566°C: ‘T22 pelo A213 T91. Em muitos casos, para eliminar uma operagio de s diretamente para 0 A213 T91 em temperaturas de aproximadamente Geragato Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo 602 a wn] scan] oso fico | a | Se ssl a ord] Seo] 980 JOO | LT sis wdey so as ssv'o] soo] sco [seo | uz | esr _feimsoo, sean, oe sv] oF00| sco} oe Qo | temnnse wag ois Ordo] seo] O60 | sco] Loe tir wiry ois | stoo} ooo} avo |sco | coz | rir | sprpumpedoa] VOMIT “gu 901 os oro | sso] sro} -seto foro | crz- | tir Jeamsoog s oan ors coo} oso} oo [seo | ssc | ir Ans ONL UM ELE> mu ais ovo | sso sro'o] goo |eco | ssc | pie | eamsoo/soany s0 | sro ots evo} suo] -tz'0 |-900] Csr | (ze) AUS ORAL yougrsisa1 i) ex1eq ois sto | ss00] sro] 220 |-900] Con) | (ze) | vimsoo s oan, rv °° e90 |-310 ‘ouogiea ors “| oso] soo} -z'o |-90'0 | Ost) | (ce) NIACIN Wsdin a ow} o}wls|s|al|ew]o | “| caw ma ‘wt | cum | emnposd WISV sooduondy. opt mont | oesen | opeunog | sadsq tL vag? (3%) woreNd oyStsodwo> 780989 | isoy day, ui . castsog | seajop[eo ap okSnaysuoo vad SteRIOe WY —f°0T WIAEVL 603 Carino 10~Metalurgia, Materiais e Propriedades Mecinicas wu ELZ> $90 oso oso | ozo oworxs gap soprsenbe onusoan | gop 0 soo] -oco|-oro | coc | ose | emsooy/soant exioy vp sopased 0 oso | sco “znuuouose “sonbeat “sanberedag | ¢¢ vo -oro| sto |stoo]-oro|-sro | az | vr ‘Avs 08, wu €17> oUsorx9 g ap soproonbe ‘gu sogoy ‘ey eus0} ep Sopased 0 oso oso zruouoo“sanbear“aonborsdag | ze sro] * |“ [oro] soos] oro -sro |r| rin_|_exmsoays oan. ww gLz< su oso oanayso gy Soares Ste ED eei'| hoo, os |Fosd | vor Mee | ee omtoa] e1a99r-v “uu grz< so so ousaixe Gj sogm a saioSaqey | Lzp S10} O00 Joro'o | r'0 | sco | az oP opefiog} © 219 997-V “ww E17< ouaXe Gi sogm 2 se1odoqea ‘wu ¢¢z> ‘owsanxe g 9p soprpanbe opu sogm ‘2yjewsoj ep sapared opeznwouosa st “sanbeas “sopaoonbursdns | 1s seo | oso fosoo| ort | seo | oz | exp opefiog] 04 181-¥ ‘wUr ELZ> owar¥D g 9p sopisenbE ‘pu Sogm “eyjeaio} ep sapazed su o'r jouosa “sonbas“sonberedng | ote ovo |sso0feroo} eco | seo | occ | exh | vamsonys oan, sxyjouioj op apored su ost “zusouos9 sanbeat“sonbessdns | 015 or'o | sic’ Joroa}-oot | zo | xz | ear anti ost, nant gzze uza0x9 (2 Sogn 2 sai08aqr9 21 ¢1¢ > ows2Ix9 9 2p sopisanbe cou sogaa“aypeuo) up saposed ppougisisor zyuouoae “sonbeas “zanbeisdng | ons 090 | sto’ foro oo | or | ese | eprpunjedeg Pop seuoquie ‘win ¢77< ouogiea owsarx2 G/9 soqm 2 saio3oqeD | OIS $€0 | Oso'0 Jowo seo | 6rc esr opebiog oy | a few] | ow s}a few] o | | cary re Ad a ompord | psy rs cnet | cater | Conwineg @| Sete | eae osm (25) woqwng ovSssodeu03, swoosa | OF duiay, asta | PET seatopieo ap ovSnaystios wed steuarery — POT eeaeL ap sazopeaon wr put oo xp OWL “zyurouos9 “oanbvar “sanberadng | 799 061] “| oso | oso Josoto}-oe'0 | sto | cor | tly | emsoosoqnn} zeLeitv] aosce “sozopezsuotioos 9 wr oro ovo | xv — Soxopaoonbuas ‘souopasonbusedng | 709) “$80 061} ~~ | -OV'0] ozo Joco'o| v0} sito | Loe vip AMAOGL| — TZLOST-V _ so8v ui €¢ < Owls - @/> soqm e saroSaqea “wm ¢1z > g ousarxe g ap sopisanbe ozu soqm = 10} ep Sapared ‘sopezrucuoo9 s90 oro Ss ‘sazopaoanbear ‘sszopasanbersdng | ¢6s “sr0 090 | sto'o Joro'o } -0s‘0 J ozo | 91e esp vpipuny edad] 9DMLITV = wun gz < s ‘owsorxo Gyo sogm 9 sarodaqea 90 | ost or oo S| ‘wurezz>ournagepsoprenbe | 99 0 010 | ovo Jocoo sro | soc | iy Jeimsoosoqnte| td see-v x Bt soqna oje9 ap sauope20n 10 ra xy IS-OWS'O = Seisioe peut ner eS = |r, “050 | oc0'0 Joso0 svo | Lc pip | emsozsoqny| MILEIT-V] — 4AOSC'T 3 sezopezsouoas 2 a oot xy SoonHay S| _sssoposonbear ‘sosopaoanbesedng | _ 995 +0 -0s0 | ozv'o |ocv'o svo |_ sc | vw mvrsoann | TL0se-v. Sosy, = “toye9 ap sazopeoon svo | sci xu pur x “zauouose “sanbeas“sanberodng | 99¢ ~ | +40} 080] ~" | oso | sto'o |swo. sto] 1 pip | eimsoosoqny| ZILEIT-v] OWS'OADT = salopeznuo40s0 9 90 | ort oc. oo ‘soonaia} sopasenbeas ‘sazopaoanbersdns | 995 +ro| 0x0] ~~ | 010 | 0200 |oevo oro | i | ow AvtaognL | 7LLOsT-¥ Sosy. = ‘ws E07 s90 | sc oe & ap sai0pea0n oo | oc | >oe [aoe] ow | ope fare “ziwouose “sonbrar‘“senberadng | 91g “= |-o'z| o'r] sto ]oco'o| oo] oz | so | coz tis | esmsozys ogny [HoteaLEIZ-V | “JO]B9 9p sax0pv2032 oo't>| oor | o'er | xpu: | sow | -xpur | xpur | oro ‘“zyuauons “2anbear“senberadng | oo. | eLtanf-0% | 00%] sv'o |oco'o lord] Oz [roo] coe tas | emisonys ogny | HUPedLETZ-V “1oqe9 2p sazopeoon coc | ot | spe | xu] xp | pur | oro t ‘“znmouose “sanbear2anberadng | gor seo |ocoo| oro} oz |+00 | coz as | emisoays oqny| Ss 00 9 | z10 s -ww ¢/z sou0prztwouos> oso ovo | zo 2 sozopaoonbear ‘sasopaoanbesadns: -0z'0 | ot0'0| Oz0'0 | -0¢'0 | 800 vir 98s opefiod = xp} oso. ovo | zo 3 69 | -s1'0| -s80| 008 ov | 070 Jotvo| cao} 0¢0 |-s00 | Pir gg Jeamsoo/soant.| 16d SEE-V = so | 0] oe | pu] oso oso | cro 3 69 | 810} -svo| 008 ovo | oc foto] ozo} o¢'0 |-s00 | rip | 98S | Pmsoo/soqnL} I6LEICV = ‘ort | osz xp | xpus | xpur | 90 [put = 65 060] -00z] ~~ | oso |scvo] seo] oe’ | so | cor vip opefrog | 11 DTH 9EE-V = ert | ost oso | yur =] we 180] coz} ~~ | oso Joro'o] oro'o | 0¢0 | sto eR cata opefiog 11TH TBI-W = =| S| oct | sez oxo =] a 060] 107 wo |sro] ooo | oro | sro | oz gsr | epipunjeSog] GOAN LIT-V OWT =] AIST e| et | oz pw oo soonmay s 180 | 061 oso foro} oro'o| veo} so | soc | ptr [eimsoojsoqnts| ccasee-¥ soby é afowfolwls|s]afaw}o | S| caw vunu | omnposd saodeaydy, cea : Apo: x oe (2) eatumd ovsisodaroy, feepe | Re eae ee ee 5 ae ae asisoy | SU seatop[eo op ovdnaysuos wand seuareyy — POT PPAEL 606 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo Cabegotes (Coletores) e Tubulagées ificagdes da maioria dos materiais tubulares usados estes componentes niio esto expostos ao fluxo de gas de combustio e, portanto, nao so aquecidos por este, © fator principal, além da resisténcia mecdnica em altas temperaturas, é a sua resistencia 4 oxidagio pela agiio do vapor d'agua. Agos carbono nio sao usados em temperaturas acima de 427 °C na parte externa do assento da caldeira e os agos C-Mo limitam-se 2 aplicagdes em tubos de tamanho pequeno (tubos com didmetro externo menor do que 273 mm) e abaixo de 468 °C para evitar a grafiti jo na tabela 10.4, Em aplicagées onde A nova liga 9 Cr-IMo-V est comegando a substituir o ago 2,25 Cr-1 Mo para cabegotes (coletores) de descarga do superaquecedor. Este mate fluéncia seja atingida. Este fator, aliado a sua alta res espessura (menor peso) € muito menos suscetiveis as falhas por fadiga-fluéncii ie produzir componentes de menor muito freqiientes nos cabegotes 0s mais antigos, de 2,25 Cr-1Mo e 1,25 Cr-0,5 Mo-Si. O uso de bicos de descarga forjados no lugar de estas conexdes tubulares largas, soldados também tem contribuido para a redugio do potencial para falhas ‘Tambores Chapas de ago carbono € 0 material mais comum usado em tambores de caldeira. © ago A299, cuja resisténcia 2 tragiio é de aproximadamente 517 MPa, com granulagdo fina para se ter uma tenacidade melhorada, €usado para tambores de segdo pesada (tambores de espessura maior do que 102 mmm). O ago AS16 Grade 70, com resisténcia 2 tragio de 483 MPa, também com granulagdo fina, é usado para tambores com espes: abaixo de [02 mm até corpos de caldeira de 38,1 mm. O ago AS15 grade 70, de granulagio grosseira, é us para corpos de caldeira mais finos. Somente em casos raros, agos de maior resisténcia sao usados. Ligas Resistentes ao Calor para Componentes sem Pressiio Ligas resistentes ao calor devem ser usadas para certos componentes da caldeira que esto expostos & altas temperaturas e no podem ser resfriados pelo vapor ou pela ‘gua. Estes componentes sio feitos de ligas Fe- Ni-Cr de alta resisténcia 4 oxidagio e, na sua maioria, fabricados por fundigio. Dentre estes componente: podemos citar chicanas (placas defletoras), suportes e guamnigdes de ganchos ow algas. Injetores de queimadores de 6leo e fixadores ou grampos de separadores de fuligem também so feitos de tais ligas resistentes ao calor. ‘A deterioragio destes componentes pode ocorrer quando camadas de éxidos, sulfetos e sulfatos siio formadas na superficie destes materiais pela reagdo com o ambiente. As experiéncias indicam que agos 25 Cr- 12 Nie 25 Cr-20 Ni melhoram consideravelmente o tempo de vida ditil dependendo da localizagio e do grau de exposigao do componente ao fluxo de gas de combustio ¢ das caracteristicas deste gis. As temperaturas nas quais estes componentes metilicos esto expostos variam de 538 a 1538°C ‘A vida titil destes componentes pode ser encurtada, no entanto, se estes agos estiverem expostos & gases formados pela queima de 6leo combustivel contendo compostos a base de vansidio. Compostos sulfurosos formados pela combustiio de combustiveis ricos em enxofre (6leo, por ex.), que também slo prejudiciais, podem reagir na presenga de vanidio e causar uma grande aceleragio da taxa de corrosio, especialmente quando a temperatura do componente metilico excede 649 °C. Sélidos formados pela combinagiio de s6dio, enxofie & compostos de vanidio se fundem logo abaixo de 566°C. Tais depésitos sio extremamente fundidos por causa de sua ago escorificante. Nestas condigSes, ligas 50 Cr-50 Ni e 60 Cr-40 Ni so usadas para tesistir A corrosio, de caldeiras e turbinas a vapor. Em geral, materiais com baixa taxa de ¢ tura, sio mais tolerantes @ perturbagdes ocasionais durante a ope Caririo 10 ~ Metalurgia, Materiais ¢ Propriedades Mecanicas 607 10.7 MATERIAIS PARA COMPONENTES DE TURBINAS A VAPOR As condigies de operagio dos componentes da turbina a vapor no sao to extremas quanto aquelas experimentadas pelos componentes da caldeira, uma vez que os mesmos operam com temperatura e pressao picas de 568 °C e 16,9 MPa (169 bar), respectivamente, e ambientes de vapor saturado e vapor superaquecido bem controlados e de alta qualidade, Os materiais adotados para componentes de turbinas sio listados na tabela 10.6. Para carcagas de turbinas que operam em altas temperaturas e caixas ou cdmaras de vapor, a selego do material envolve, Principalmente, o atendimento dos requisitos de resisténcia mecanica 2 altas temperaturas e ductilidade. Estas Propriedades so requeridas para acomodar os processos de fluéncia e fadiga térmica, que aumentam natural- mente a partir da operagao da turbina. Estes itens da planta so projetados com o intuito de minimizar as tensdes térmicas ¢ de pressio, através da redugio ou climinagao dos caracterfsticos de concentracio de tensdes e, também, pela diminuigao do tamanho da segio. Na selegaio de materiais para carcagas de turbina a vapor é necessario, também, usar um material que possa ser fabricado dentro de formas complexas e nas espessuras de parede necessérias para resistir aos niveis de tensdes produzidas pela pressio de trabalho. Para carcacas que operam até 450°C, acos carbono fundidos tém sido largamente usados. Para estégios da turbina onde as temperaturas so mais altas (aproximada- mente 580°C), sfio usados agos ferriticos de baixa liga. Agos inoxidaveis austeniticos, tais como os tipos 316 € 347, tém sido usados nas carcagas fundidas de turbinas de temperaturas de trabalho superiores a 580°C. Para rotores de alta temperatura, a selecao de materiais deve levar em conta asaltas tenses do compo do rotor forjado, uma vez que a rotagdo do rotor acelera 0 mecanismo de falha devido a estas tensGes altas. Além disso, a selecio do material deve também considerar a estabilidade mecdnica e térmica do rotor para preservar 0 equilibrio dindmico (evitar vibragdo). Durante a fase de projeto e, posteriormente, na operacio, € necessério atentar aos detalhes a fim de evitar uma deformagdo excessiva por fluéncia, quer seja no diimetro interno do rotor ou nos fixadores do pé da palheta e, também, que concentra¢des de tensao nestes locais sejam eliminadas ou reduzidas ao maximo. Para os rotores de alta temperatura modernos, 0 ago | Cr-1 Mo-0,25 V tem sido 0 material mais recomendado. Isto se deve 4 sua boa combinagdo de resisténcia & fluéncia e ductilidade na temperatura de operagao, juntamente com propriedades na temperatura ambiente satisfat6rias, Para rotores do gerador ¢ baixa pressio, os principais critérios para a selegio de materiais so a resisténcia mecinica adequada para manter a estabilidade mecanica nas velocidades de operagao e a tenacidade fratura. A tenacidade a fratura deve ser de um nivel suficiente para evitar qualquer possibilidade de propagacao de micro-trincas e, consegiientemente, 0 seu crescimento para trincas de um tamanho critico, 0 que pode ocorrer em servico, seja nas condi¢6es normais ou de falha. E importante ressaltar que, nos tltimos anos, aos com propriedades de tenacidade a fratura melhorada foram desenvolvidos. A maioria dos rotores do gerador e de baixa pressdo forjada nestes agos Ni-Cr-Mo-V oti Ni-Cr-Mo, com composi¢io quimica rigorosamente controlada e que pode ser tratada termicamente para atingir um limite de escoamento de 555 MPa (considerando 0,2 % de alongamento) e limite de resisténcia d tragdo de 710 MP: As palhetas de turbinas esto sujeitas as tensdes de tragiio dindmicas devido a forga centrifuga e As tensdes produzidas pelas forgas de flexo, que erescem a partir das quedas de pressao do vapore das variagdes de carga, As propriedades mais importantes para as palhetas sdo resistencia mecnica adequada para restringira deformagio e manter a toler’incia de funcionamento na temperatura de operagio, boa resisténcia a fadiga, boa capacidade de amortecimento de vibragées intemamente (reduzir a freqiiéneia ressonante e efeitos vibracionais) eresisténcia a corrosiio, Os agos ferriticos 12% Cr sao os materiais wlilizados para aplicagSes de palhetas. Para palhetas IP (pressdo intermedidria) e HP (alta pressio), operando em temperaturas de até 480°C, a liga 12% Cr convencional tem dado resultados excelentes em servigo. Para temperaturas mais altas, agos 12% Cr com adigdes de Mo, V ¢ Nb, para melhorar as propriedades & fluéncia, so recomendados. Para palhetas LP que esto sujeitas A tensdes centrifugas mais altas devido aos seus comprimentos maiores, acos 12% Cr de resistén- cia mais alta, o que implica na adigio de elementos de liga para aumentar a resisténcia, e um ago 14% Crom adigoes de Ni, Mo, Nb ¢ Cu sao geralmente usados. Para projetos futuros (ex: unidades de 900 MW) ha uma tend€ncia de se utilizar palhetas de ligas de titinio para a dltima série de palhetas LP como uma substitui econdmica para os agos 12% Cr normalmente utilizados. Um dos componentes mais solicitados nas tur modemas de maior porte € 0 anel da extremidade (veja figura 10.26), o qual een extremidade do gerador. > +

Você também pode gostar