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VFSEVTVSESPESESEVTEPEEFCSCSCOESCOSESCVVewwrwrwwy TORR eT 250 Geragdo Termeléwrica: Planejamento, Projeto e Operagdo 1997), Embora seja consideraca como tal por alguns autores (Elliot, Chen ¢ Swanekamp, 1997; Li e Priddy, 1985), na verdade foi o primeiro passo para tim dispositivo térmico que trabalhava sobre o principio de reagao. Bla consistia de uma esfera oca na qual o vapor era introduzido sob pressfo através de um eixo vazado, © escapava através de dois tubos curvos diametricamente opostos ¢ com diregdes também opostas. Entio a reagao do vapor escapando causava a rotagao da esfera. Porém, nenhum trabalho titil foi realizado com este dispositivo. 1- A aeolipyle desenvolvida por Hero (150 a.C.) e, & direita, a maquina desenvolvida por Giovanni de Branca (1629), Desde Hero, cerca de dois mil anos transcorreram antes que qualquer idéia fosse dada na utiliza real do vapor para produzir energia ou trabalho mecanico Ocientista italiano, Giovanni de Branca, em 1629, foi o primeiro cientista a propor 0 uso de um jato de vapor escapando de um dispositivo tal como a aeolipyle para produzir rotagdo. Sua “toda de vapor” apresentava limitag6es para a eventual utiliz na, devido a Ievou a nao implement |, sendo que a mais importante era as altas perdas que aconteciam na mqui baixo desenvolvimento, na época, do estado da arte da construcio mecainica, fato que também io pritica ce algumas sugestdes posteriores. Na década de 1780, Watt construiu a primeira maquina a v por que teve aplicagaio prttica, e que se tornou um dos impulsores da Revolugdo Industrial que aconteceria no século seguinte (Stodola, 1945). Ovaparecimento da primeira turbina a vapor de aplicagao é associado, em primeiro lugar, aos engenhei- ros Carl Gustaf de Laval (1845-1913), da Suécia, e Charles Parsons (1854-1931), da Gri-Bretanha, Embora existam muitos outros e , Cujos nomes estZo intimamente associados com 0 progresso das turbinas a vapor, coube ao americano George Westinghouse (1846-19 14), quem 605 direitos americanos sobre as turbinas Parsons em 1895, 0 mérito de des turbinaa vapor comercial de400 kW de capacidade, acionando um gerador elétrico. Outro que merece destaque 6 Aurel Stodola (1859-1942), nascido na Esloviquia, que praticamente estabeleceu os fundamentos da teoria de turboméquinas e seu controle automdtico. E também pertinente mencionar o nome do russo Andrey Vladimirovich Shcheglyaev (1902-1970), que estabeleceu uma grande escola soviética de idias e projeto em turbinas a gis e vapor, iniciou a edigfo de numerosas monografias ¢ livros valiosos neste campo e, também, contribuiu significantemente para a teoria de turbornéquinas e seu controle (Leyzerovich, 1997) Desde 0 inicio da utilizagio de turbinas a vapor para a geragio de energia elétrica, elas aumentaram significantemente suas capacidades e eficigncias e tornaram-se mais complexas e sofisticadas. Este processo podle ser ilustrado pelo diagrama da figura 5.2 (Leyzerovich, 1997), mostrando o cre tempo, da capacidade unitéria maxima e dos parimettos inicia nheiros ¢ cier adquiriu olver ¢ implementar a primeira cimento, em fungao do cdo vapor (temperatura e pressiio). 1000) 20} 800] 600 Hy 400 ° 200 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Anos Figura 5.2 ~ Evolucio das capacidades e parimetros de operagio de turbinas a vapor durante os iltimos 100 anos, linha 1 representa as unidades comerciais, ¢a linha 2 as unidades pitotos. (Leyzerovich, 1997). Source: Leyzerovich, A. S., Large Power Steam Turbines: Design and Operation, Copyright PennWell Books, 2001 Nos iiltimos 85 anos, desenvolvimentos técnicos continuos de turbinas a vapor fizeram deste aciona- dor primario o principal equipamento cm centrais de introduzido, em 1930, 0 conceito de reaquccim acficigncia térmica, foi o do vapor na fase de expan io, ¢ tornou-se comum a sua aplicagdio em meados do século X levou os projetistas X. A necessidade de economia de escala ¢ o aumento na eficiéncia térmica qumentar a temperatura e a pressdo de operagao, além do aumento da poténcia. Atualmen- te, a capacidade unitiria média instalada é de 600 MW, enquanto que na época de 1920 estas poténcias nto aleangavam 30 MW. Isto demonstra o progresso alcangado a partir da metade do século XX. Também houve um incremento significante na pressiio e temperatura do vapor, Estas passaram de no maximo 1,4MPa e 290°C em 1920, para cerca de 16 MPa e 540 °C, todavia, podendo atingir v 4. MPa e 540°C (Li e Priddy, 1985) alores para condigdes supercriticas de Atualmente, os principais fabricantes de turbinas a vapor de média ¢ grande pot@ncia so os seguintes: * nos Estados Unidos: General Electric e a Westinghouse; * na Europa; ASEA Brown Boveri (Alemanha, Suica e Suécia), Siemens (Alemanha), MAN (Ale- manha) e a GEC Alstom (Franca e Gra-Bretanha); * no Japio: Hitachi, Mitsubishi Heavy Industries, Toshibae a Fuji Electric; Russia: LMZ e TMZ e na Uerinia KhTZ (Turboatom). Recentemente, algumas fusdes entre estes fabricantes vém ocorrendo, por exemplo, a Siemens- Westinghouse ¢ a ABB-Alstom (Alstom Power) 5.3 CLASSIFICACAO DAS TURBINAS A VAPOR As turbinas a vapor, devido a sua ampla gama de utilizag: segundo diferentes critér c estado da arte, podem ser classificadas De acordo com sua finalidade, podem ser: * para acionamento elétrico ~ wiilizadas para acionar um gerador elétrico de uma indiistria, que ir suprir as necessidades da central. Geralmente, operam com velocidade sincrona (1800 ou 3600 1pm) e com poténcias na faixa de 16a 1.300 MW; normalmente, operam entre 900 e 10.000 rpm e com poténcias na faixa de 500 kw ald Apresentam algumas vantagens sobre aquelas para acionamento clétrico, podendo-se destacar: melhor utilizaczo da energia térmica, facilidade no controle da velocidade e répido start-up. Com relagio ao prinefpio de funcionamento, hi dois tipos fundamentais: + de aciio (impulso) ~ neste tipo o seu funcionamento é devido, unicamente, a queda da pressao do. ‘vapor nos bocais ¢ & sua queda de entalpia associada, com a transformagio desta variagio da entalpia em energia cinética do vapor. Este vapor de alta velociclade incide sobre as pas (palhetas inéveis), convertendo sua energia cinética em trabalho mecinico. O vapor atravessa, portanto, as palhetas a pressfio constante, atuando sobre elas unicamente em virtude de sua velocidade (Figura 5:3); de reagiio ~ utilizam, ao mesmo tempo, a pressio do vapor ¢ a sua expansio nas rodas méveis. Note que © vapor nao se expande completamente no distribuidor, mas continua a sofrer, na roda mével, uma diminuigo de pressio, & medida que sua velocidade também se diminui devido a alta yelocidade com que estas palhetas méveis se movimentam, Assim, o distribuidor transforma, ape- nas em parte, a energia térmica do vapor em energia cinética, ficando a outra parte para ser transformada na propria roda mével. Essas turbinas sio caracterizadas pelo fato de que a roda méyel nao trabalha com o vapor d pressdo constante, mas, gradativamente varidvel, diminuindo de montante para jusante, em rela¢do ao percurso nas palhetas (figura 5.3) 1 Figura 5.3 ~Tipos fundamentais de turbinas a vapor: ago (esquerda) e reagao (direita), Uma caracteristica fisica que diferencia as turbinas de reagio das de agio é 0 formato da segfio transversal dus palhetas. No caso das de ago, a segiio tem formato simétrico, enquanto que nas de reagiio tem Formato assimétrico ¢ mostram-se idémticos ao da palheta fixa eartrna 5 Turdinas a Vapor Baseado nestes dois principios de funcionantento, pode ser feita outra classificago, considerando os " arranjos dos estigios. Define-se estigio de agfio como um grupo de boc: buidores seguidos de sucessivas fileiras de palhetas mveis ¢ fixas, tendo a primeira a funcio de converter a energia cinética do vapor em ‘trabalho ‘mecinico, enquanto que a segunda tem a fungi de redirecionar o fluxo de vapor. {0 como o conjunto de fiteiras de palhetas méveis € fixas, saporem trabalho mecdnico ¢ a segunda, além de Por outro lado, define-se o estgio de reaga tendo a primeira a fungiio de converter a energia disponivel no v f redirecionar 0 fluxo e devido ao seu formato transversal, o espago entre clas forma um boeal convergente= | divergente, o que possibilita converter parte da energia térmica do fluxo que escoa em energia cinética, aumen- tando a velocidade do fluxo para palheta mével seguinte. ! h Sendo assim, as turbinas de ago podem ser elassificadas, de acordo com 0 arranjo dos estigios, conforme a seguir (Fronape, 1964): ‘Turbina de ago simples ou de Laval Consiste de um ou mais bocais fixos, descarregando o vapor sobre uma fiteira de palhet circunferéncia periférica de um disco acoplado a um eixo, constituindo o componente denominado de rotor (figura 5.4). Tem como caracteristica fundamental, 0 fato de que a expansio do vapor, desde sua pressio inicial até final ocorrer completamente no bocal, produzindo fluxo de alta velocidade na saida. Como as palhetas ! méveis ndo absorvem toda a energ © vapor sairi com uma velocidade relativamente alta, 0 que onstitui uma perda. A despeito do baixo rendimento préprio da turbina de ago simples, sua simplicidade de as montadas nat a cinétic | projeto ¢ construgio torna-a recomendada para pequenas poténcias | vewocioang 84 ga | a a3 | ae 2 | Sle 7 gle i i RSS py) cancaga—_ Manca i au ADM ARAAAADAANAAANANATAADOMAARAM a energia, decorrente da velocidade residual retativamente it ‘duas ou mais filas de palhetas mdveis. Na carcaga so fixadas, entre as| Sveis, palhetas fixas com 0 tinico propdsito de redirecionar o jato de vapor. A este arranjo denomina-se estigio itis ou de velocidade escalonada (figura 5.5). Observe que somente nos bocais hi queda de presso, engu: _ em cada fila de pais méveis ocorre uma queda de velocidade, mantendo-se a pressao nas pas Fixas. F. A BER rhs wives 3 ae. H TANT |, ents ! gs g y aosaie | | if | Bae = | is née ieee j f eos | police FF | i a i wi | f | Figura 5.5 ~ Turbina Curtis: diagramas de pressio e velocidade e esquema da disposigao das palhetas. ‘Turbina Rateau Em vez da queda total de pressio do vapor ocorrer em um tinico conjunto de bocais, essa queda pode serdividida em duas ou mais fileiras de bocais, de maneira a se obter um efeito semelhante ao que se teria a um | arranjo de duas ou mais turbinas de Laval em série, conforme a figura 5.6. A vantagem é que se pode obter uma Velocidade mais adequada de palhetas em termos de resisténcia dos materiais. Porém, estas turbinas podem apresentar maiores dimensies, dependendo do nimero de estigios Rateau ‘Turbina Curtis-Rateau O desenvolvimento desta turbina partiu do principio de também se conseguir velocidades de pis ideais, portato, maiores rendimentos tlizando-se a combinacio de estigios Cutis (escalonamento de velocidade) € Rateau (esealonamento de pressio) de acordo com a figura 5.7. O emprego do estigio Curtis ocasiona grande queda de pressio e de temperatura do vapor, o que permite tanto o uso de materiais mais leves e baratos nos - ‘estigios Rateau posteriores, omo turbinas mais curas. - Caritowo 5 Turbinas a Vapor 255 Figura 5,6 — Turbina Rateau: diagramas de pressdo € velocidad e esquema da disposigdo das,palhetas. gee: fe cancaga arnone Fi Figura 5,7 ~ Turbina Curtis/Rateau: 256 Geracdo Termelénrica: Planejamento, Projeto e Operagdo ‘Turbina de reagio igio de uma turbina de reagio € denominado de estigio Parsons, 0 que justifica 0 nome de ons para designar algumas turbinas constitufdas com este tipo de estdgio. Estas turbinas sao de miltiplos ‘ios, isto €, construfdas de modo que a queda de pressio, da admissio ao escape, seja dividida em quedas Parciais por meio de sucessivas fileiras de palhetas fixas e mdveis. Assim, a queda de pressio em cada fileira de palhetas € pequena, resultando em baixas velocidades do vapor em cada estiigio (figura 5.8). nas pas MOVEIS Lea dette Nas PAS FIKAS eal VELocinaDE 90 | VAPOR NA Sain I PRESSAO DOVAPOR , VELOCIOAGE PRESSHO 00. ‘CONDENSADOR. VELocioaDe 0 VAPOR 40. ENTRAR Turbina Parsons: diagramas de pressfo e velocidad ¢ esquema da disposigio das palhetas A medida que o vapor se expande, seu volume especifico aumenta, razio pela qual as fileiras suces: sivas de palhetas tém sas dimensdes aumentadas progressivamente, Porém, como 0 volume especifico do Vapor nos estigios de alta pressdo & pequeno, as palhetas devem ser mais curtas, resultando em folgas apreci« dveis nos topos, 0 que causa excessiva fuga de vapor de alta pressio nestas folgus, induzindo a uma queda sensivel no rendimento total da turbina. Por este motivo, evita-se utilizar turbinas de reagfio como turbinas de alta pressao, preferindo-se aranjos como 0 da figura 5.9. Nestes, adiciona-sc um estigio Curtis (no exemplo com duas quedas de velocida de), reduzindo-se a pressiio ¢ a temperatura do vapor pari serem utiizados nos estigios de reagao que se seguem, Esta turbina é denominada Curtis-Parsons ¢ utiliza os principios de ago e reacio, Ainda, referindo-se aos tipos de turbinas, pode-se subdividi-las quanto & descarga de vapor. Segundo esta classificaco, dentre as principais, temos: Curirswo 5—Turbinas a Vapor 257 Figura 5.9 — Turbina Curtis/Parsons: diagramas de pressii € velocidade e esquema da disposigao das palhetas ‘Turbinas de contrapressio de fluxo direto (figura 5.10) Otermo contrapressio se utiliza para indicar que o vapor na safda da turbina esté a uma pressio igual, dio necesséria para atender a demandas de calor em niveis de temperatura ou superior, & atmosférica, condi superiores a 100 °C. Geralmente sio fisicamente menores do que uma unidade de condensagao equivalente e, usualmente, operam com maior velocidade de rotagao devido as consideragdes de eficiéncia. necessidade de vapor nos processos de fabrica¢do, cujo abasteci- Jas nas indistrias onde arantido com 0 vapor de exaustao da turbina que, normalmente, opera com uma pressio constante do scape, O aumento na demanda de energia elétrica acima da capacidade de geragdo pode ser compen= mento é so industrial e icada concessionéria, Quando o proc > de energia elétrc intidade de vapor requerida é conduzida diretamente ao processo, através de un sado pela rede el sma quantidade de vapor maior do fequerida pela indstria, ou se houver excesso de vapor para estagdo redutora de pressio. Vopor vivo Vélvula.redutora de pressdo TV de contrapresséo =@) Gerador Redutor Vopor de {Vapor de processo contrapresséo Figura 5.10 — Esquema simplificado de turbina de contrapressio. Vase SHPSPSSEESTE EEUU ES FSP OV TYY TT 258 Geragito Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagiio ‘Turbinas de contrapresso com sangria ou extragio(Ges) controlada(s) (figura 5.11) Quando o processo exigir vapor em diferentes nfveis de presstio, so utilizadas as turbinas com sangria ow extragdio controlada, que fomnecem parte do fluxo de vapor em média pressiio e parte em baixa pressio, As turbinas ‘com sangrias (figura 5.114) so utilizadas quando o volume de vapor de extragao (cle média pressfio) € menor que © volume de escape (dle baixa pressio), As com extrago(Ges) controlada(s) (figura 5.11b) sto uilizadas quando o fluxo de vapor de extragdio (de média pressio) é relativamente alto quando comparado com 0 fluxo de vapor de escape (de baixa pressdo) ea demanda de vapor de média pressio esté sujeitaa flutuagoes consideriveis. Apr do vapor deextrat sa da turbina, ), estes casos, permanece constante para qualquer carg Vopor vivo Vopor vivo TV de contropresséo| | © TV de contropresséo a i r % rador com songrios Fee aor com extrogdo oul Redutor controlada ie Redutor Vopor dos X X iiapore Gomexingee) Vopor de songrios controlada contrapresséo 2) Com sangria b) Com extragéo controlada Figura 5.11 — Esquema simplificado de turbina de contrapresso com sangria (a), ou extragio controlada (b). Turbina de condensagio de fluxo direto (figura 5.12) Este tipo de turbina descarrega 0 vapor para o condensador a uma pressio menor que a atmosférica (normalmente alto vicuo), a fim de aumentara eficiéncia térmica do ciclo mediante aumento méximo da queda de entalpia. As turbinas de condensag: + fisicamente maiores, bem como mais potentes do que as jal que uma parte da energia contida no vapor se perde através da 4gua de refrigeragao necesséria para a condensagio. de contrapressio. Porém, 0 rendimento total é inferi 10 de contrapressa Vopor vivo etd TV de condensagio || mel Redutor Vapor de condensagdo Figura 5.12 — Esquema simplificado de turbina de condens 260 Geragio Termelérica: Planejanento, Projeto e Operagdo ‘Turbinas a vapor podem também se diferenciar conforme a diregdo do fluxo (figura 5.15a). A maioria das turbinas modernas € de fluxo axial, nas quais o escoamento através das palhetas é paralelo ao seu cixo. A principal variante € a tutbina de fluxo radial, onde o escoamento ocorte na diego radial ao eixo, podendo ser radial centrifuga, quando o vapor passa do centro para periferia ou radial centripeta, quando ele se eseoa da periferia para 0 centro, ara 5.15 ~Esquema de turbinas de fluxo axial (fluxo simples, duplo e reverso) e radial a5.15b); As turbinas axiais podem ser de tres tig + fluxo simples — quando 0 fluxo principal escoa na mesma diregao desde a sua entrada até no tiltimo estégio; saida, + fluxo duplo ~quando o fluxo principal é admitido no centro do cilindro ¢ dividido em duas diregSes axiais opostas com relagio ao rotor. Este arranjo € utilizado Ievando-se em consideragio doi Principais aspectos: evitar o tamanho excessivo das palhetas dos iltimos estagios e reduzir a zero os esforgos axiais causados pelas forcas do fluxo de vapor nas palhetas. moveis. * fluxo reverso ~ apresentam duas carcagas, sendo uma interna ¢ outa externa, onde o fluxo de vapor flui em uma direco, através de um grupo de estigios, sendo entiio conduzido externamente para um segundo grupo de estigios, na direco oposta axialmente. Esta configuragao € realizada considerando reduzir os esforcos axiais causados pelas forgas do fluxo de vapor nas palhetas méveis, promovendo o balanceamento, bem como para permitir o resfriamento da carcaga interna or um vapor jé expandido e, assim mais frio melhorando, desta forma, o seu estado térmico, Além disso, a construgao com duas carcacas, com gradiente de pressio dividido pela inversto do luxe de vapor, permite reduzir substancialmente a espessura de suas paredes e flanges, da qual depen dem os esfore0s térmicos adicionais devido as mudangas de temperatura nas partidas ¢ vasinvbes de carga, melhiorando as condigdes de aquecimento desses elementos e, em consequéncia, as caracterfsticas de elasticidade da maquina (permite obter partidas mais rapdas) a O limite da poténcia para o corpo de simples cilindro é da ordem de 100 MW, dependendo dos conceitos do projeto, das condices inicinis do vapor (pressio e temperatura), se existe ou nfo o reaquecimento, das condigdes do vapor de exaustio e da velocidade de rotacao. i Freqiientemente, turbinas deste porte sio projetadas e construidas em admissio, de palhetas ¢ de exau ases modulares, com segdes do selecionadas dentro de uma faixa de projetos-padrdes que permitem uma Corton 5 Turbinas a Vapor 261 eS L@ Reogueced Ee We Reaguccedor ne} NS] Pk es de arranjos multi-cilindros tandem-compound. Figura 5.16 ~ Configur gama de pot extragio de vapor. Para turbinas de maior pore, geralmente adota-se configuragSes multi-cilindros (figura 5.16), sendo que 0 ntimero de cilindros dependeré das limitac6es construtivas de projeto. 3 Uma tipica central utilizando combustivel féssil (6leo, gas ou carvio), com poténcia na faixa de 500.a 1.000 MW, poders ter um estigio de alta pressdo (cilindros), outro com pressdo intermeditia, seguido de umou ‘ais de baixa presstio, sendo este provavelmente de duplo fluxo, Nestas instalagdes, quando os eilindros esto dispostes numa mesma linha do eixo (colineares), denomina-se tandem-compound, enquanto que aquelas em que os eixos dos cilindros sao montados em paraleo, acionando dois geradores clétricos separados, sto denomt- nnados cross-compound (figura 5.17) Nos arranjos cross-compound, as conexses do vapor c 0s sistemas auxiliares de cada eilindro do estigio sao constitufdos como se fossem unidades de eixo simples, Este tipo de arranjo tem sido muito utilizado has centrais que alimentam redes cuja freqiéncia & de 60 Hz, pois, neste caso, por razdes construtivas, seria necessario mator nfimero de estigios de baina pressio, 0 que causaria um grande comprimento da unidade. Dessa forma, o emprego da conliguragio cross-compound permite a utilizaczo de vixes menores, além de reduziro niimero de turbinas de baixa pressdo, uma vez que esta opera com L800 rpm, enguanto que a turbina de alta pressio opera a 3600 rpm. cis, variagdes das condigGes iniciais do vapor, além de aplicagbes especiais como por exemplo, @ € q € € ¢ @ € < € € € € € € € € € a € a e q @ € e | ¢ i. c Na figura 5.19 se representa um fluxograma térmico de vapor simplificado de uma uni com reaquecimento intermedisirio e sistema regenerativo de aquecimento da gua de alimentagao. ‘ Superaquecedor : \ ee outa .& 1 eee + c 5 7 = SR ANP BB 3 aa] SR ABP Figura 5.19 — Fluxograma do ciclo térmico (Rankine) de uma CTE com reaquecimento e regeneragio, ‘Segundo a figura, inicialmer » vapor superaquecido sai da caldeira e se expande no CAP (cilindro de alta pressio). Ap6s a CAP, o vapor retorna a caldeira e passa pelo reaquecedor intermediario (RI) expan- dindo-se, primeiramente, no CMP (cilindro de média pressdo) e, posteriormente, nos CBP1 e CBP2 (cilindros de baixa pressio 1 ¢ 2). Destes, flui para o condensador (C), depois para a bomba de condensado (BC) recuperador de calor do ejetor de vapor (F) ¢, entio, para o SRABP (sistema regenerativo de aquecedores de baixa pressio), normalmente de 3 a 5 aquecedores abertos (ou de mistura) conectados em série. Destes, 0 fluxo segue para o desaerador (D) e, ap6s 0 mesmo, para a bomba de recalque (BB) e para a bomba de alimentagio da caldeira (TBA), passando, em seguida, pelo SRAAP (sistema regenerativo de aquecedores em série de alta pressio), retornando & caldeira Altos pardmetros iniciais do vapor deadmissio na turbina e a utilizagio do reaquecimento intermedi rio permitem aumentar a temperatura média termodindmica de fornecimento de calor ao ciclo (Ty), © qUes combinado com uma baixa temperatura média de rejeigao do calor no condensador (T3,,), permite obter um rendimento térmico do ciclo de vapor suficientemente alto, conforme sera demonstrado no préximo item. ee 6.) sistema de aquecimento regenerativo da égua de alimentagiio também aumenta, consideravelmente, aeficiéncia do ciclo de turbinas de vapor, como conseqiiéncia do aumento da temperatura média termodinamica de fornecimento de calor (T},,)- 9 tai 264 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operacao O fornecimento de calor, neste caso, nfio se inicia a partirda temperatura que tem a Agua apds a bomba de alimentagiio (no esquema mais simples, esta temperatura é praticamente a temperatura de condensagio do vapor), senao, a partir de um nivel de temperatura mais alto, apés 0 aquecimento regenerative (taa). Isto naturalmente aumenta a temperatura média termodinamica (T,,,) Na figura 5.20esté representado a evoluciio deste processo nas coordenadas T-S (temperatura-entropia). Todavia, € preciso assinalar que a utilizagfio deste sistema acarreta maior complexidade ¢ aumento de custo da instalacao. ccimento ¢ regeneragao, 5.5 RENDIMENTO DO CICLO DAS TURBINS A avaliagdo do desempenho das instalagGes de turbinas e seus eler entos ¢ realizada por um sistema de rendimento absoluto ¢ relativo (com relagao a inst Jagdo da turbina ideal). Analisemos o rendimento do ciclo de vapor de instalagdo simples de uma turbina para ago termelétrica conforme fluxograma e os componen- tes indicados na figura 5.21 r il es Figura 5.21 ~ Fluxograma do ciclo de vapor Rankine) simples, 5.5.1 Rendimento Térmico E um dos principais indices de desempenho (performance) de uma instalagao de turbinas. O diagra- ma‘T-$ do ciclo, da figura anterior, esta representado na figura 5.22 e, fazendo uma aproximagao dest diagra ‘macom o diagrama em T-S do cielo de Carnot, temos a expresso do rendimento do ciclo acima como sendo: (8.2) Esta expressiio indica 0 possfvel limite do rendimento da transformagio do calor em trabalho meca- nico para niveis de temperaturas dados e processos ideais em todos os elementos do ciclo. 266 Geragdo Termetétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo 5.5.2 Rendimento Interno Relativo da Turbina Arepresentaciio do processo que ocorre na turbina ¢ mais adequado de se representar no diagrama de Mollier (coordenadas h-s). Um exemplo deste process é mostrado na figura 5.23. Nesta, Pp € tp silo Pardmetros do vapor (pressio e temperatura) na entrada da turbina ¢ P, a pressdio apés a turbina (escape). O Processo hy -> h, , corresponde ao processo ideal ou tedrico da turbina, quando as perdas esto ausentes. O Processo hy > h, corresponde ao processo real na turbina com perdas, quando tem lugaro aumento daentropia (caso seja adiabatico). A queda de entalpia AHy=hy —h,,; échamada de salto entalpico disponivel, enquanto que AH; = hy ~h, de salto entalpico itil, Evidentemente, por causa das perdas na segio de fluxo da turbina, AH, < AH), Figura 5.23 — Processo na turbina em coordenaas hs, aH Na teoria de turbinas, utiliza-se a relago — aH, > ri caracterizar o grau de perfeicdo da segiio de fluxo nd turbina, e seu va ocorrem no proceso de transformagao da ene: , denominada rendimento interno relativo, or € determinado pelas perdas que nas este rendimento é de 83 a 92%. ja, Para as turbinas me ‘Se multiplicarmos o valor da queda entélpica pela vazio de vapor (m ), obtemos o valor da poténcia Desta forma, 6D Sendo, Wp a poténcia calculada (te6rica possivel) da turbina, Wia poténcia int na (itil) Da ditima relagio W, = Wo Nei 5.5.3 Rendimento Interno Absoluto da Turbina A relagao entre a poténcia interna e o calor injetado na caldeira é denominada rendimento interno absoluto n;. Pode-se mostrar que: Bipatle A Ty Paes ei alan (8) Deste modo, o rendimento interno absoluto considera o grau de perfeicio da turbinae do ciclo. BESSSSVIIVIVVIII IIIc disse euuE Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projet e Operagiio eT Mn (6.12) Qa Ou seja, tanto o rendimento efetivo absoluto quanto o rendimento efetivo relativo caracterizam o aperfeigoamen- toda turbina, considerando as perdas meciinicas ¢ outras, como também 0 aperfeigoamento do ciclo. 5.5.7 Rendimento do Gerador Ocixo da turbina é acoplado ao eixo do gerador, que desenvolve a poténcia elétrica W,,,. E mente, sendo 7), 0 rendimento do gerador. Este rendimento depende da poténcia do geradore do sistema de resfriamento. As perdas no gerador podem dividir-se, convencionalmente, em perdas nas bobinas de cobre do estator e rotor (perdas no cobre) € perdas na magnetizagio do nfcleo (perdas no ago). Para os geradores modernos, com resfriamento por ar Ty = 0,986 e para os geradores com resfriamento por hidrogénio (sio utilizados de preferéncia nas centrais termelétri¢as CTE enas nucleares ~CN), 7, = 0,990. Atualmente se desenvolvem geradores com bobinas supercondutoras, que possuem indices maiores. Porém, encontra-se ainda em fase de experimentago & escala industrial 5.5.8 Rendimento Elétrico Relativo O rendimento elétrico relativo € a relagdo entre a poténcia nos bornes do gerador e a poténcia teérica calculada da turbina. (6.15) 5.5.9 Rendimento Elétrico Absoluto O rendimento elétrico absoluto representaa relagio entre a poténcia elétrica nos bornes do geradore 0 calor fornecido ao ciclo. <= ——* = Te Ny = Mei “Nm “Tg =Nele ey (5.16) Orendimento elétrico absoluto caracteriza a eficiéncia das instalagGes de turbinas como um todo, Ao mesmo tempo, nas centrais termelétricas e nucleares é utilizado, freqtientemente, para a avaliagio do rendimen- to econdmico da instalagao da turbina, o consumo especifico de calor da instalagto (por unidade de pot@neia elétrica), que é uma magnitude inversa ao rendimento elétrico absoluto ¢ denominado heat rate - HR ou consumo especifico de calor (BTU/AWh ou Keal/kWh ou kI/kWh). Caririno 5~Turbinas a Vapor 269 6.17) Quem Te Wale HR {As definigdes de rendimentos absolutos ¢ relativos analisados refletem o desempenho dos diferentes componentes na cadeia de transformagio da energia. A tabela 5.1 ¢ a figura 5.25 mostram, em resumo, 05 vAr10S rendimentos apresentados e as relagdes entre si vos para turbinas a vapor TABELA 5.1 — Resumo de rendimentos Kendimento “Reine “Rbsorato “1 Tubing deat wes 3 iD 2 memo ne m= mM | 3. Eletivo Tee = Mri mm Me Tri “Am E Ale = Mei “Mim"7 Mole Figura 5.25 - Sistema de Rendimentos numa Turbina a Vapor 5.6 ESTAGIO DE UMA TURBINA A VAPOR ‘Todas as modernas turbinas de CTE a vapor so construfdas de miltiplos estdgios, No entanto, 0 principio de trabalho e os principais elementos sdo semelhantes, separadamente, para cada estagio, Devido a | isto, 0 principio de trabalho de instalagao de turbina ¢ suas caracteristicas construtivas serdo apresentados no : exemplode um estagio. 5.6.1 Construgio e Principio de Trabalho Na figura 5.26 representam-se, de forma esquemitica, os estégios de turbinas de diferentes constru- ¢0es. Vejamos, primeiramente, o exemplo da construcio de uma turbina de agdo, representado na figura 5.26a. ew Pre eeeeaanrannhAanannhager teh eee eG egaee 270 Figura 5.26 - Corte simples e expandido da segao de fluxo de uma turbina de agiio (a) € de reagao (b). Seus principais elementos sio + careaga da turbina ~a carcaga, geralmente, tem corte horizontal, passando pelo centro do eixo, que permite facil acesso as partes internas, remocio do rotor e mancais durante a manutengao e também facilidades durante a montagem diafragma da turbina— sua principal funco é separar dois rotores e a fixagiio das palhetas fixas do estdgio (bocais). Os principais componentes do diafragma so: anel ~2.1, pathetas fixas ~2.2, corpo do diafragma — 2.3; selo — serve para a diminuigdo das fugas de vapor entre o rotor ¢ as partes fixas do diafragma. Assim, em condigdes normais de operagio, nao pode ocorrer, nos selos, 0 contato mecAnico; eixo da turbina, discos ~ servem para a fixagdo das palhetas mOveis. Por isso, os discos podem ser construidos em conjunto com o eixo (rotores integrais) ou montados no eixo com interferéncia (aperto forgado a quente); + palhetas méveis —fixadas no disco com a ajuda de um pé especial Os componentes fixos 1-3 fazem parte do cilindro da turbina, Os elementos 4-6 so componentes do rotor. Nos bocais, formados pelas superficies das palhetas fixas, realiza-se a expansio do vapor que poss uma grande energia térmica, Parte dessa energia se transforma, nos bocais do estgio, em energia cinétic vapor, em alta velocidade, incide sobre as palhetas méveis. Nas palhetas méveis se produz.a sua frenagem e, 4 transformagiio da energia cinética em trabalho mecdnico que, através do disco, é transmitido ao eixo da Naparte inferior, figura 5.26a, apresenta-se o cariter da variagio da velocidade e pressdo nos bocais & nas pathetas méveis do estigio. Observamos que a pressao final do vapor, ap6s a queda nos bocais, mantém-se constante ao longo das palhetas méveis 272 Gerapéio Termeléirica: Planejamento, Projeto e Operagiio 5.6.3 Processo nas coordenadas h-s para estigios de diferentes tipos Na figura 5.27a representa-se o processo, nas coordenaddas h-s, para um estigio puramente de ago na figura 5.27b para um estigio com coeficiente de reagio p = 0,3. Desta forma, 0 proceso isentrépico comesponde 20 Processo ideal de escoamento do vapor, sem perdas nos bocais ¢ canais das palhetas méveis. O processo nos clementos anslogos do estigio com aumento da entropia corresponde ao escoamento real com perdas nos bocais ‘Alig, € nas palhetas méveis Ah yy Processo reo! nos boco's | Processo ideal nos bocois P E Processo re real nos bacois £ — palhetos m6 & lea : = Ba te sere 7 ye estos atics poblos mvs 0) ») Figura 5.27 — Processos nos estigios de agiio ¢ reagio em coordenadas h-s 5.6.4 Tridingulo de Velocidades, Alculo e Construgio Na figura 5.28 representa-se o desenvolvim: 10 da seciio de fluxo de um estigio, que é composto de dos a dos bocais (e, portanto, na © na saida das palhetas méveis (ou saida do estégio) com o indice 2 uma sequiéncia de bocais ¢ palhetas mévcis. Na teoria de turbinas, geralmente, adota-se a denominagd intrada do bocal com o indice 0. Na said Parmetros, Jngulos e velocidades entrada das palhetas méveis) com o indi Figura 5.28 — Corte expandido de uma segio de fluxo de uma turbina mostrando os t nna entrada e na said Desta forma: * Cy é a velocidade do vapor na entrada do bocal, dy 0 Angulo de entrada do fluxo nos bocais, As magnitudes indicadas esto determinadas pelas condigSes de safda do fluxo do estdgio anterior, Para os cfileulos iniciais, o Angulo 4p pode ser considerado igual a 90" a velocidade Cy nafaixa de 60-100 m/s; t Cwrtiuwo 5 Turbinas a Vapor 273 + C, éavelocidade absoluta na safda dos bocais. Utiiza-se a equagiio conhecida da termodinamica, ‘em conformidade com a qual, a variagio de entalpia no processo de expansio ¢ igual A variagao da energia cintica: (6.22) sendo C,,avelocidade teérica na safda dos bocais ¢ h, a entalpia apds os bocais para o caso do processo tedrico (ideal) de expansdo do vapor ou gis. Ento podemos obter a f6rmula para o céleulo de C Cy = Y2-(hy hj.) +CB para Ab, (Ag) 623) ou Cy, = (2000. Aho, +C% para Ah [ki/kg} (6.24) A velocidade absoluta real na saida do bocal (C, ), por efeito das perdas por atrito sendo menor que a te6rica, introduzimos um coeficiente @ que se define pela relagio: Chit, 95 e€ denominado coeficiente de velocidade nos bocais. Atualmente, as turbinas contam com bocais cujo valor = 0,97 — 0,98. Desta forma: Cy=9-Cy 6.26) ou C, =9- ¥2000- Abo, + Cf = Ahg + C2 (27) dingulo de saida do fluxo dos bocais, c,, se determina pela geometria do canal do bocal e pode ser assumido na base do tipo de perfil que foi escolhido para a palheta do bocal. Geralmente, este Angulo varia de 11 a 18°, No entanto, encontram-se flutuagdes considerdveis no sentido de aumento nos estagios com regime de escoamento particular. Como ja indicamos, a velocidade C, é também a velocidade absoluta de entrada nas palhetas méveis. No entanto, para as palhetas méveis que giram junto com o rotor, é melhor considerar Angulos e velocidades relativas (em relagao as palhetas méveis, que se movimentam). Utilizando o teorema dos cosenos no tridngulo de velocidade, figura 5.30, podemos calcular o valorda velocidade relativa do fluxo na entrada das palhetas n Wi=y 2-Cy-U-cos(ct) A velocidade periférica das palhetas, U pode ser determinada pela fSrmula t freqiléncia de rotagdo do rotor (para turbinas com frequéncia da rede de 60 Hz, n = 60 s~!e para freqliéneia da rede de 50 Hz, n= 50s“. No entanto, para as turbinas lentas com dois pares de pélos no gerador, vamos ter 1 fd jon respectivamente 30 ¢ 25 s~!. Se utilizar n, expresso em rpm, entio, U ~ , sendo d 0 didmetro médiodo 6 estdgio, determinado pelo didmetro médio das palhetas méveis (figura 5.29). 276 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operacao pais ¢ pardmetros da grade da turbina 5.6.6 Caracte -as dos Perfis das Palhetas fo suas caracteristicas aerodindmicas em Os principais fndices de qualidade do perfil da pall mos as principais perdas aerodina- micas que ocorrem nas palhetas. Desta forma, devemos ter em mer las, tanto nos bocais, como nas palhetas méveis, € igual e, durante 0 estudo da natureza das diferentes perdas, no diferentes regimes de trabalho. Para a anilise da qualidade aerodinamica que a natureza de todas as per estabeleceremos diferencas entre os bocais e as palhetas méveis, 5.6.6.1 Perdas por perfil ocorrem no fluxo de vapor na superficie das palhetas ¢ As perdas por perfil, por definigio, siio as q as perdas se avalia, geralmente, pelo coeficiente de perdas dotermina-se pela forma do perfil. A grandeza de Go ou, Osubindice infinito mostra que nido ¢ considerada a influencia das perdas terminais especificas, Os principais componentes das perdas por perfil heta se considera, convencionalmente, de altura ilimitada, ou seja, fo as perdlas por atrito, perdas nas bordas e perdas ondulatorias, a= bu + bp + So (5.34) 5.6.6.1.1 Perdas por atrito No contorno da superficie da palheta que contata com o vapor que esté escoando, forma-se uma camada limite, considerando que trata-se de um meio viscoso. Por causa disso, a velocidade do fluxo de vapor aumenta gradualmente a partir da superficie da parede, onde ela é nula, até 0 valor maximo na parte mediana do fluxo, 0 qui ‘camadas provocadas pelo atrito, Na a velocidade no limite externo da camada limite eu a velocicade na camada limite a uma distancia que varia de usa perdlas significativas entre as representa-se o perfil de velocidades na camada limite, sendo U gura 5. zero a 8. Devemos ressaltar que 0 conceito de espessura da camada limite é um pouco condicional, pois a velocidade do fluxo na camada varia de zero a0 maximo, na parte mediana, de forma assinttica, Admite-se que u acamada limite finaliza quando u = 0,92. Carireno 5 ~ Turbinas a Vapor } Figura 5.32 Distribuigiio de velocidades na camada limite F mais informativo o valor da espessura convencional de destocamento da camada limite 8 (5.35) ‘A magnitude 6*, numericamente, é igual a distancia na qual devemos condicionalmente deslocar a parede da palheta na zona da camada limite para que, na auséncia da camada limite, a velocidade em toda a seciio seja igual 2 velocidade na parte mediana do fluxo U, sendo que a vaziio do meio (vapor) no canal niio varie, ou seja, esta & a caracteristica de fluxo da camada limite. Do ponto de vista das perdas, mais significativo 6 a espessura convencional da perda de impulso 6**, que considera no somente a diminuigio da vazaio do vapor, através cla camada limite, como também a diminui- gio da velocidade, isto é, a diminuicao da forga de impulso. A dag (5.36) Através do célculo integral na formulagao acima, pode-se calcular a magnitude das perdas por atrito, no entanto, ndo permite estabelecer o perfil da corrente em toda a superficie da palheta, revelar regides com diferente carter do escoamento e revelara distribuigaio de pressbes e velocidades no contorno do perfil Existem métodos de calculo para a distribuigdo das pressdes e velocidades, no entanto, experimental- mente, consegue-se valores mais exatos, num ttinel aerodinémico, soprando uma palheta preparada especial mente com orificios para medi¢o da presso por todo o contomno da palheta relativa no perfil permite valorizar o carter do escoamento da palheta € revelaras secdes de depressio, que sio capazes de produzir, para umn gradiente de pressdo positiva, o descolamento do fluxo (figura 5.33) e formagao de vértices com grandes petdas por atrito, Esta informagiio nos dé a possibilidade de corrigir a forma do perfil, com o objetivo de diminuir a extensiio e intensidade das segdes de depressio ou a sua total eliminagio, Resumindo, as perdas por atrito na camada limite dependem da forma do perfil da patheta, da rugosidade da superficie e do regime de escoamento, que € determinado pelo ntimero de Reynolds, eeGucl: Nae (ie sendo Vo coeficiente de viscosidade cinema Li werrvwwrvrwwTvevwvwrTv ee VTE Se FP oe da palheta e b a corda do perfil. Assim, como a camada limite desenvolve-se pelo contorno cOncavo e convexo da palheta, aleangando maximo valor na borda de salda, devido as suas caracteristicas, podemos avaliar o valor das perdas por atrito ‘na camada limite na correspondente parte da palheta. wa ar0/ Y ofeoreers Figura 5.33 ~ Aspecto do escoamento na camiada limite nas segdes de difusto. $.6.6.1.2 Perdas na borda Na borda de saida, com excegio das perdas na camada limite que sio provocadas pelo atrito no perfil, ocorrem perdas adicionais por efeito do descolamento do fluxo na borda de espessura finita, com forma- Gio de vortices estiveis. A diminuigdo da espessura na borda de saida sempre provoca a diminuigio das perdas na borda. No entanto, a construgiio com espessura menor que 1,0-0,8 mm é praticamente impossivel devido & dificuldade da fabricagao de bordas finas nas maquinas-ferramentas. 5.6.6.1.3 Perdas ondulat6ri As perdas ondulatérias ocorrem em regides de escoamento na palheta com velocidades supersonicas relacionadas com a ocorréncia de saltos de pressao (de densidade). Dependem da forma do perfil, do mimerode Mach e dos parametros do meio (vapor). Nas turbinas energéticas, a grande maioria dos estégios trabatha com velocidade subs6nica, por isso estas perdas nfo tém influéncia considerdvel no rendimento da turbina, 5.6.6.2 Perdas terminais As condligdes de escoamento do vapor perto dos extremos da palheta se diferenciam significativamente do escoamento no resto da palheta. Como esti: mostrado na figura 5.34, o volume elementar do vapor na regio dacamada limite, no topo e na base do canal entre palhetas, ofluxo tem velocidades significativamente menores do que na regidio central da segao do canal. Desta forma, a forca centrifuga, que atua sobre ele, diminui e no estdiem condigdes de equilibrar a forea da queda de pressio (na superficie concava a pressio é muito maior, que naconvexa). Assim, no interior da camada limite, 0 fluxo perto do topo e da base do canal entre as palhetas se ‘movimenta no sentido da superficie convexa, Isto leva ao aumento da espessura da camada limite na superficie conyexa perto dos extremos das palhetas, formando vértice e seu descolamento com o correspondente aumento das perdas que so denominadas perdas terminais, 6. Carinovo 5 Turbinas a Vapor 279 Figura 5.34 —Condiges de perdas terminais nos canais entre as palhetas. As perdas terminais dependem, principaln ja altura da palheta. Quanto menor a palheta, tanto’ maior seri ainfluéncia espectfica dos efeitos terminais, como também as perdas terminais, que so influenciadas pelas formas dos canais, rugosidade da superficie do topo e da base do canal, ¢ regime de escoamento. Considerando as perdas por perfil ¢ terminais, as perdas totais na grade dos bocais e palhetas méveis daturbina correspondem be bat Ok (6.39) Pelo valordo coeficiente de perdas nas palhetas dos bocais e méveis, podemos determinaro coeficien: te de velocidade correspondente (6.40) 5.6.7 Céleulo da Altura das Palhetas dos Bocais e Palhetas Moveis 5.6.7.1 Palhetas dos bocais Utilizando-se da conhecida equacio da continuidade, para a seco de safda do bocal, podemos escrever: mv, =F Cy 641) ma vazio te6rica do meio (vapor) através do bocal do estgio; ¥,,0 volume especifico do vapor na segdo de saida do bocal. Determina-se, a partir do diagrama h- s, para 0 caso de escoamento tedrico (isentr6pico); Fa seco de passo dos bocais na superficie normal ao vetor de velocidade C,,- 282 Geragdio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagéo ‘Também se deve considerar 0 coeficiente do fornecimento de vapor através dos bocais durante 0 caleulo das palhetas méveis, j4 que o vapor passa somente através das palhetas méveis, que se encontram no momento dado apds os boca .e ter em conta que as palhetas méveis sempre sfo distribufdas por todo o didimetro do disco. Com isso, deve: A altura de entrad; lesa das palhetas méveis é escolhida de tal forma que esta seja igual ou menor que a ior que a altura de sada das palhetas dos bocais do estdgio dado, no valor jgura 5.37), tanto no topo como na rai da palheta. Ja das mesmas, porém mi ic Al da altura excede "2 Figura $.37— Detalhe geométrico da entrada das palhetas méveis Para os primeitos estigios da turbina Al deve corresponder a 2-3 mm e, para as dltimas, até 10 mm Torma-se necessédrio este procecimento, pois durante a expansio do vapor na folga entre as palhetas, ele ndo vai sair totalmente sobre as palhetas méveis, ocorrendo o chi do flu: om perdas icionais. i preferivel que, para obter uma abert nstante na secao de fluxo da turbina durante a expansio do vapor, se assuma uma altura de saida das palhetas méveis. No entanto, neste caso, € nece Angulo relativo de saida de flaxo das palhetas méveis para uma altura dada e selecionaro perfil correspondente Fa 552 Co) rare, Wo, i (5.52) 5.6.8 Método de Torgao de Palhetas Longas Pelas f6rmulas obtidas anteriormente, 4 medida que se aumenta o consumo de vapor (e como é natural também a poténcia), e se diminuem os parimetros durante a expansiio do vapor na turbina, 0 que leva ao mento do volume especifico e, conseqilentemente, da vazdo volumétrica, acontece o aumento na altura (comprimento) das palhetas Nas turbinas antigas, con jonava umia redugo considervel do rendimento do estiio las de palhetas com perfil constante, 0 aum (0 da altura das palhetas ‘A causa disso se tornaré clara, se observarmos o tridngulo de velocidades de entrada para as diferentes sees: a da raiz com didmetro d, (figura 5.38), a segdo do meio com didimetro dm e a seco periférica (ou seja, no extremo da palheta) com diaimetro d, Para um valor constante da velocidade de saida C; do fluxo de do bocal devido a diferentes velocidades periféricas nas segdes indicadas, as velocidades relativas de entrada nas palhetas moveis vio se diferenciar consideravelmente e, o que & mais importante, os ngulos relativos de entrada nas palhetas méveis também serio diferentes. oF {Uma entrada dtima e sem choque do vapor na palheta acontecerd s6 em uma das segdes. Em todas as outras segGes 0 escoamento nas palhetas ocorrerd com perdas adicionais pelo possivel descolamento do fluxoe zalteragio no regime de escoamento. A utilizagio de estégios de palhetas méveis com perfil varidvel ao longo da altura, "adaptada” ds caracteristicas do fluxo, permite aumentara sua eficiéncia em 5-7 %. 284 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagiio Pata que a componente radial de velocidade seja zero na folga entre as palhetas de bocais € as palhetas méveis, é necessiirio equilibrar o fluxo na dirego radial, ou seja, equilibrar a forga centrifuga, que atua sobre uma massa elementar, com a forga da queda de pressio. Para o método proposto, ¢ possivel obter: Chu +t = const (5.53) Assim, com 0 aumento de r, a velocidade C,, deve diminuir, ¢ como C,, = const, diminuiria também im C;. Isso significa que, com o aumento do raio, diminui-se a parte do salto entélpico que corresponde aos bocais eaumenta-se o salto nas palhetas méveis, isto 6, aumenta-se a reatividade p. Se multiplicarmos a equagiio obtida por 2x, entio, obtemos, na parte da esquerda, a circulagaio da velocidade no sentido radial 2-m-Cly-F =const (3.54) Por'isso, o método € denominado de constincia da circulagao da velocidade e foi inicialmente proposto para a toreao de palhetas nas turbinas acroniiuticas. Analogamente, para a folga entre as palhetas de bocais e méveis para o estégio seguinte, obtemos: Coy -r=const (5.55) No caso, quando C,, = 0, significa que a, = 90" ¢ o fluxo na safda do es Jo 6 torcido, ou seja, 0 vetor da sua velocidade absoluta sera paralelo ao eixo da turbina alo de velocidades de safda apresentado, pode-se estabele gularidade da variagao do Angulo relativo de safda do fluxo das palhetas méveis 8, U-teB2 = Coq Introduzindo 0 conceito de-raio relativo (em relagio ao raio da raiz) (5.58) Considerando que a componente axial da velocidade C,, ao long © da altura da palheta nao varia, ou ye Podemos, finalmente, escrever ‘eB cae 6.59) Analogamente, analisando o tridngulo de velocidade de entrada, p: Pn ara a condicio de torgdo da palheta pelo método da constiincia da circulagio, obtemos gee, = (eq, (5.60) Carteto 5~Turbinas.a Vapor 285 sen E i. ey tei = O grau de reagio em qualquer segfo da patheta pode ser expressa através do coeficiente de reagaa [ee ssi (6.62) t a figura 5.40 € representada a tendéncia da varia ingulos e da reatividade pela altura das palhetas longas que foram perfiladas de acordo com este método. Figura 5.40- Variacao do grau de reago e dos ngulos pela altura das palhetas do estagio. Devemos ressaltar que este método, atualmente, n‘io é 0 tinico e apresenta algumas desvantagens. fas palhetas de grande comprimento, a reatividade cresce de forma intensa desde a sega da raiz até a seco periférica, de forma que com uma reatividade positiva (a reatividade negativa em qualquer segao € extremamen. el) ¢ inclusive zero na raiz, na periferia ea pode resultar grande demais. Devido a isto, adquiriram popularidade os métodos de torgio combi ompromissos que mitem obter melhores resultados da eficiéncia do estagio. 5.6.9 Perdas no Estagio que Influenciam no Rendimento da Palheta 5.6.9.1 Perdas nos bocais (Ah,) Conforme ji esclarecido, a velocidade real na safda do estagio das palhetas de bocais 6 menor que a aC,

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