Você está na página 1de 57
Capitulo 8 Equipamentos e Sistemas Auxiliares Sk) a i enero et Electo Silva Lora Rubenildo Vieira Andrade SLINTRODUCAO As contrais termelétricas, além dos equipamentos principais como caldeiras e turbinas, possuem os dlenominados equipamentosausitiares, que apesar do que o nome sugere so de vita importancia para o funcio- namento da central, Bi im-se os condensadores, as torres de resfriamento, os aquecedores regene radores, Neste capitulo eles sito apresentados buscando-se enfocar seu principio de operagio, is relevantes, Optou-se, também, em apresentar 0 tratamento quimico da agua, pois a sua qualidade & fundamental para o confiabilidade e eficiéncia de operagiio da caldeira e da turbina a vapor, O pré-tratamento do combustivel também & apresentado, pois do mesmo depende em grande parte aeficiéneia da combustlo, Este capitulo contempla ainda os sistemas de refrigeragtio por absorgo, que aparecem como uma alternativa interessante, do ponto de vista da cogeragao, para geracao de frio, tanto para processo como para conforto, 8.2 CONDENSADORES O condensaclor um trecador de calor no qual se realiza a conversio do vapor de exaustao da turbina ao estado liquid, utilizando dgua como fluido de restriamento, A figura 8.1 mostra o esquema de uma instalaciio de condensagiio ¢ a figura 8.2 um esquema do condensador propriamente dito, © fato de os tiltimos estiigios da turbina a vapor operarem com pressio negativa, faz com que nesta regiio acontegam infiltragdes de ar. Para manter um nivel adequado de viicuo no condensador, precisa-se remover, constantemente, os gases nio-condensiiveis, o que € realizado com ejetores. © vapor de exaustio da turbina entra no condensador através da segiio de exaustio da turbina (2) (vide figura 8.1), A condensagiio ocorre quando o vapor entra em contato com a superficie dos tubos (4), os quais sao resfriados pela dgua que circula pelo interior dos mesmos, com ajuda da bomba (7). O ejetor a vapor (9) remove ‘os gases incondensiiveis do condensador ¢ mantém um nivel de viicuo étimo para a operagzo da turbina. A miudanga stibita do volume especifico do vapor, durante a condensagio, € responsavel pelo aparecimento de yaicuo no condensador. A temperatura e a pressiio do vapor ¢ a sua pressiio no condensador dependem da temperatura e da vaeiio da signa de restriamento. O condensado acumulado na parte inferior do condensador (9) é bombeado através do sistema de aquecimento regenerativo para a caldeira de vapor, fechando o ciclo. Os tubos do condensadlor devem ser resistentes 2 corrosilo sendo, portanto, construfdos de ligas & base de cobre, latiio ¢ ago inox, O feixe de tubos é disposto de forma ondulada, visando 0 contato do vapor com a. maior parte possivel da superficie de troca de calore, ao mesmo tempo, reduzindo a velocidade de passagem do vapor entre os tubos, assim como a sua resisneia aerodindmica (figura 8.3), a0 mesmo tempo que se garante o escoamento do condensador, 482 Gerago Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo Yeoer Figura 8.1 — Esquema de uma instalagio de condensagio. |. Turbina a vapor; 2. segio de exaustio da turbina; 3. condensador; 4. tubos do condensador; 5. canal de fornecimento da égua de circulagio; 6, canal de descarga da Agua de circulagio; 7. bomba de circulagio; 8. tubulagdo para a remogio do ar; 9. ejetor a vapor; 10. bomba de condensador, 10 6 9 2 4 Figura 8.2 — Esquema construtivo de um condensador. 1. Carcaga do condensador; 2. placa de tubos; 3. tubos; 4, tampas laterais; 5. cAmaras de gua; 6. entrada da agua de resfriamento; 7. safda da agua de resfriamento: 8. garganta do condensador (entrada do vapor); 9. coletor de condensado; 10. tubulagao para a sucgio do ar. Vopor de exoustio da. turbina io ov % + Feixes de tubos do condensador | Chiconos Sugdo do ejetor-} > Coses © Vopor Restriador de or YF condensodo Figura 8.3 ~ Corte transversal de um condensador mostrando a disposigio dos feixes de tubos. Curinio 8~ Equipamentos ¢ Sistemas Auxiliares 483 A figura 8.4 apresenta o esquema de um ejetor a vapor ¢ a figura 8.5 mostra um sistema com duas etapas de ejegao. Mistura de vapor e or ic leas igura 8.4 ~ Esquema de um ejetor a vapor. 1. Camara recebedora; 2. bocal; 3. camara de mistura; 4, seco do canal com redugdo da segio transversal; 5. difusor. ees ee See a v 8 Figura 8.5 ~ Esquema de um ejetor de jato a vapor em duas etapas. I ¢ II ~ Primeira e segunda etapas do ejetor. 1. Cara recebedora; 2. bocal; 3. difusor; 4. resfriador; 5. entrada da mistura de vapor e ar; 6. escapamento do ejetor; 7. entrada de vapor, 8. entrada da Sgua de resfriamento; 9. selo hidriulico; 10. safda da drenagem para o condensador. No condensador nao chega vapor de égua puro, na realidade, trata-se de uma mistura de vapor e gases niio-condensaveis (ar). O teor relativo de ar nesta mistura determina-se como segue: Gar (8.1) onde: Gar = vaio de ar que entra no condensador; = vaziio de vapor para condensagiio. Naentrada do condensador 0 teor relativo de ar é muito pequeno. A medida que o vapor condensa ea concentragio de ar aumenta, o valor de € cresce. A pressio parcial do vapor saturado diminui e, conseqiientemen- te, a sua temperatura, Este fendmeno ¢ chamado de super-resfriamento do condensado (figura 8.6) AL= teonat ~teona2 €, geralmente, fica na faixa de 3-5 °C. Nos condensadores modernos estes valores esti perto de zero. 5 k ' 485 Caviruwo 8 Equipamentos ¢ Sistemas Auxiliares Caracteristicas dos condensadores + Multiplicidade de resfriamento (m): é a relagiio entre a vaza\ vaziio de vapor que entra no condensador. 10 de gua de resfriamento ea e por =H me WP vapor Neon) _ Hvapoe M cond (8.3) Geond Capua iguad ~ téguat) — Cigua At agua De acordo com Trubilov ef al, (1985), o valor étimo da multiplicidade de resfriamento (m) para condensadores de um passe fica na faixa 80 a 120, quando se tem dois passes, 60 a 70e, para condensadores de Urs e quatro passes, 40 a 50, tvopor Aproximagéo Figura 8.7 — Perfis de temperaturas do vapor e da agua no condensador. + Carga especifica de vapor (dy) Ea relagio que existe entre a vazio de vapor que entra no condensador e sua superficie de troca de calor. Expressa-se em kg/m? s, pela equagio: Geona y= Sond. 8.4) Feond Cal Segundo Grigoriev e Zorina (1982), 0 valor de dk para condensadores estaciondrios nao deve ultra- passar 40-45 kg/(m? +s). + Resisténcia hidrulica ao vapor A resisténcia ao vapor é a queda de pressfio desde a entrada da mistura de vapor e ar no condensador até a sucgiio dos ejetores e pode ser determinada aproximadamente pela equagiio: a 2.5 yd acs pee ee era ol onde: vp = volume especifico do vapor saturado que chega ao condensador, kg/m3; L_ = comprimento ativo dos tubos do condensador, m; Geragio Termeléirica: Planejumento, Projeto ¢ Operagao dy difimetro externo do tubo, mm 0 quantidade total de tubos, APeond = resistencia hidrdulica, kPa; (ot = cocficiente que toma valores entre (1,6-2,5) 10-5 em dependéncia da disposi¢éio dos tubos; Geond = vaio de vapor kp/s. + Caracteristica de eéleulo do condensador dependéncia entre a pressio do vapor no condensador (Peon) € @ temperatura da 4gua de resftiamento na entrada do condensador, a carga espectfica de vapor ¢ a vaziio de Agua de resfriamento. + CAleulo térmico do condensador A superficie necessiiria de troca de calor (Feoq4) no condensador é determinada a partir da equacao de transferéncia de calor entre o vapor em condensagio ¢ a figua de resfriamento Qeond =KAT Foon 86) onde: k = cocficiente integral de transferéncia de calor no condensador, Wi(m? K), AT = diferenga média de temperatura entre a agua e o vapor, °C; Feond = superficie de troca de calor no condensador, m?, (8.7) {t— aproximago ou diferenca de temperatura na safda do condensador (teond —tiguaa) também conheci- da como aquecimento ineompleto da gua no condensador, Geralmente, toma valores entre 3 e 5 °C, correspondendo 0s maiores valores aos condensadores de um passe. Esse parfimetro define 0 tamanho ¢ custo do condensador. + Condensadores resfriados a ar Hé dois tipos biisicos de condensadores a ar: 0s de resfriamento a seco e os de resfriamento com superficie Amida, Os de resfriamento a seco podem ainda ser classificados como de agao direta e indireta (figura 8.8). Em um condensador de agio direta (figura 8.8), 0 vapor que sai da turbina passa por tubos aletados, sobre os quais flui o ar que provoca a condensagaio desse vapor. No condensador de agio indireta, 0 vapor que sai da turbina é condensado por agua fria em um condensador convencional. A gua de condensagio, entao, rejeita calor para a atmosfera em uma torre de resfriamento a seco. Uma desvantagem dos condensadores a ar com resfriamento a seco € que uma alta pressio de condensagdo pode ser inevitavel em perfodos quentes, sendo assim, se a égua nao é muito escassa, pode ser vantajoso especificar um condensador a ar de resfriamento tmido. No caso de.um condensador de resfriamento com superficie mida (figura 8.9), 0 vapor que sai da turbina passa por um conjunto de tubos lisos, que sao banhados por uma mistura de ar e agua, o que provoca a condensagao do vapor. O ar e a dgua movem-se através dos feixes de tubos em sentido descendente, entio por intermédio de um ventilador 0 aré induzido a ascender para ser descartado para.a atmosfera. A ‘igua em cascata continua descendo e é coletada em um tanque de Agua de condensagio, antes de ser novamente bombeada, reiniciando-se 0 proceso. eee Cariruro 8 Equipamentos ¢ Sistemas Awxiliares 487 SO ea irate ey erclarsiee eenes Totes Turbine me vapor Soineny \ @ ® = Jeondensedor & Tanque de ccondentado So Bombo 8.8 Figur squer de condensadores de ago direta (a) e indireta (b). A gua de condensagio do sistema em cascata recirculada continuamente, no entanto, a quantida- de de agua é substancialmente menor em relagdo a que seria requerida em uma torre timida de resfriamento de mesma capacidade. Essa quantidade ¢, tipicamente, cerca de duas a trés vezes menor. A bomba requerida, consegiientemente, também é de menor capacidade. comers Planum TTengue ce condensede Figura 8.9 ~ Diagrama de um condensador a ar de resfriamento tmido. + Condensadores resfriados a ar/agua A maioria das usinas térmicas com ciclo a vapor rejeita o calor de condensagao via vmida em torres de resfriamento ou via seca em condensadores a ar. A escolha entre estes dois tipos de condensadores leva em conta os custos ¢ eficiéncias dos mesmos, sendo que torres de resfriamento oferecem menor custo e melhor eficiéncia em dias quentes e condensadores a ar evitam 0 consumo ¢ desperdicio de Agua. Condensadores paralelos surgiram como aterceira alternativa em 1990, Neste tipo de arranjo, o vapor que sai da turbina é direcionado através de dutos em paralelo para ambos os condensadores a gua e a ar, vide figura 8.10. A quantidade de vapor que entra em cada condensador, em um determinado momento, depende das condigdes do ambiente, da carga da central e da disponibilidade de égua. Ambos 0s condensadores operam aproximadamente com a mesma pressio 0 tempo todo. 488 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeta ¢ Operagao Torre de resftiomento Condersodor © oF Figura 8.10 — Esquema de um condensador resfriado a are a Durante 0 outono e 0 inverno a condensacio se dé predominantemente com o uso dos condensadores resfriados a ar. Quando a contrapressao 6tima da turbina é alcangada, a capacidade do condensador a égua é reduzida através de um controle, podendo até ser desligado quando se esta sob temperaturas ambientes, muito baixas. Em tempos mais quentes, como é 0 caso do verdo ¢ da primavera, a carga de calor € direcionada para ocondensador a gua, mantendo a contrapressao da turbina em niveis eficientes. Porém, uma fracao de vapor, a ser condensado, € direcionada para os condensadores a ar mesmo durante os tempos mais quentes. Em uma base anual, um sistema combinado, dimensionado pra consumir metade da Agua de um sistema sm um dia quente, somente uma quarta parte da égua, se comparado com um sistema dimido. Gmido, consumird, um sistema de peza incorporado + Condensadores que u Em um sistema de limpeza dos tubos de condensadores via bolas porosas sponge balls (figura 8.11), as bolas com composigio, tamanho, dureza e quantidade requerida para o sistema de resfriamento de agua, sto injetadas a montante no condensador ou trocador de calor. As bolas para limpeza contém pequenos pedagos de material abrasivo envolvendo completamente a superficie externa da bola para uma melhor remogio da sujeirae, ‘muitas vezes, provida também de uma superficie abrasiva para remover os materiais mais aderentes, Bote esponjoss 20 Condensodor Inkeieg ce om tbo Ties de injgto Bemba de recreungSo es boles Figura 8.11 — Sistema de limpeza de condensador com bolas porosas. Impulsionadas pela pressao diferencial do condensador, as bolas porosas agem sobre a camada de impurezas aderidas & parede dos tubos, arrancando-as e permitindo a sua remogo ou expulsao via corrente de Carinno 8 ~ Equipamentos ¢ Sistemas Auxiliares 489 (o removidas da égua por uma pencira inclinada. cas bombeiam diretamente deixar os tubos, as bolas porosas fio da peneira inclinad na entrada da agua ce condensagao no condensador. gua de resfriamento. Apé: Uma bomba de recireulagio, entao, extrai as bolas da para coletores, de onde as bolas so novamente injetada Os coletores tém a fungio de remover as bolas gastas e repor novas bolas. Bolas de varios Upos, identificadas por diferentes cores, so dispontveis para serem usadas em limpeza de impurezas especificas e para um tipo especifico de material do tubo. O sistema de limpeza interna dos tubos ¢ 0s filtros sfio revestidos a fim de evitar problemas de corrosio, 8.3 AQUECEDORES REGENERATIVOS DOS CICLOS A VAPOR Sio trocadores de calor (Figura 8.12) que permitem o aquecimento da ‘gua de alimentagao num ciclo de vapor utilizando vapor das extragdes da turbina, So classificados, quanto ao nivel de pressio: + aquecedores de alta pressiio — localizados entre a bomba de alimentagio ¢ a caldcira. Utilizam vapor de extracio das turbinas de alta média pre: + aquecedores de haixa pressiio—localizados entre 0 condensador da turbina e a bomba de alimen- taco. Utilizam vapor extrafdo da turbina de baixa pressio. ts a hts ts + a 1 1 ti 4 1 be 4 4 2 te F i te t Au t Aty t Q (a) (b) Figura 8,12 — Esquemas de aquecedores regenerativos de superficie e os perfis de temperatura correspondentes, (Sterman et al, 1995). a) Aquecedor simples. b) Aquecedor com resfriador de drenagem. c) Aquecedor com desuperaquecedor de vapor resfriador de drenagem. 1. Aquecedor; 2. resfriador de drenagem; 3. resfriador de vapor superaquecido; 4. vapor da extragao da turbina. : Os aquecedores de baixa pressiio podem ser de superficie (tubos em U) ou de mistura. As figuras 8.13 ¢ 8.14 apresentam esquemas destes dois tipos de aquecedores, respectivamente j Os aquecedores de alta pressio apresentam algumas complicagdes de projeto em conseqiiéncia da alta pressio. Os projetistas russos preferem dispor as superficies de aquecimento em espiral (figura 8.15), enquanto os da Gra Bretanha preferem a disposigiio em U com um cabegote no lugar da placa de tubos, que ter uma grande espessura. No esquema mostrado na figura 8.16, a seco de resfriamento do vapor, ou seco desuperaquecedora, | esti localizada na regio de saida dos tubos em U, deste modo consegue-se aquecer a Agua de alimentagio até a 4 temperatura de saturagdo ou mais, antes que ela saia do aquecedor regenerativo. 4 1 Curinuvo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auxiliares 491 Tubulegdo de distrbuigdo de vopor do seg desuperaquecedora Segdo de condensogéo ". Posigdo oiternativa para Corcopa % seqo desuperoquecedora nee Nivel de 6gua normal Segdo de Sedo desuperoquecedora reslriamento Entrodo de vopor Satdo do renagem Coa de 6qu0 Soido de égu0 Entrodo de agua de omentogto de almentogda Figura 8.16 ~ Esquema de movimentagdo da ‘igua e do vapor num aquecedor regenerativo de alta pressio tipo casco c tubo (BEL, 1991). 8.4 DESAERADORES Desaeragao: Ea remogio dos gases dissolvidos na égua (02 ¢ CO). A presenga destes gases em forma dissolvida constitui a causa da corrosio interna das superficies dos equipamentos energéticos (tambor, tubos do economizador), O desaerador (figura 8.17), além da fungdo de desaerago, como indica o seu nome, tem as seguintes fungoes: + aquecimento regenerativo do condensado; + reserva de dgua de alimentagio no sistema suficiente para 5 a 20 minutos de operagdo da UTE a carga maxima, ‘A Agua fornecida na coluna do desaerador flui através dos orificios das bandejas 3, fracionando-se em goticulas. Em contracorrente & agua, movimenta-se o vapor. A gua esquenta até atingir a temperatura de ebuligdio, quando os gases dissolvidos na ‘gua sio liberados, saindo através da tubulagao 4. A figura 8.18 mostra a dependéncia existente entre a solubilidade do O2 do CO2 na 4gua e sua temperatura a diferente pressio. A localizagiio do desaerador, logo apés os aquecedores de baixa pressio, tem a finalidade de garantira temperatura ideal do vapor extrafdo da turbina, Atendendo a pressio de operagio, os desaeradores so clasificados em: + desaeradores a vacuo (0,0075-0,005 MPa). A temperatura de saturagJo correspondente fica entre 40 ¢ 80 °C. Precisa de ejetor, podendo acontecer infiltragdes de ar; + desaeradores atmostéricos (0,12 MPa). A temperatura de saturagio correspondente € de 104 °C. Operam levemente pressurizados ¢ tém como vantagem principal a economia de metal; + desaeradores de alta pressio (0,6-0, 78 MPa). A temperatura de saturagio fica entre 158.¢ 167°C. Silo utilizados para blocos energéticos com pressiio > 10 MPa, Cariraxo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auxiliares 493 Atendendo ao tipo de superficie de contato das uas fases no desacrador temos 8.19a); ra 8.19) + desaerador de borbulhamento (figura 8.19¢) + desaerador de jato (fig + desaerador de pelicula ( A figura 8.20 mostra 0 Os desaeradores podem também ser classificados em verticais ¢ horizontais. esquema de um desaerador horizontal Tubes pera Gases rerogd0 dos goses Comade de. tnchimente “e bistboidor ) Y { oe ~ distibuidoe i de vapor ‘ © ® Figura 8.19 — Tipos de desaeradores: a) desaerador de jato; b) desaerador de pelicula; | ) desaerador de borbulhamento. 1 Pf cantensotor de vopee rene de emergtnis reno do ouncedor de APS > onueeetor de NP? Deseret doe e le peso Vopr do tongue, de ofmetogde Figura 8.20 ~ Esquema do desaerador horizontal instalado na UTE Jorge Lacerda VU (cortesia da Tractabel Energia) Nos desaeradores com colunas de tipo pelicular (figura 8.19b), a superficie de contato necesséria & garantida com a formagio de uma pelicula de ‘igua sobre a superficie do enchimento. Como enchimento poxle-se utilizar laminas paralclas ou elementos de diversas formas (an¢is, esferas, elementos em forma de Smega, etc.) dispostos numa determinada segiio da coluna, 1 4 4 4 q 4 ( 4 ( ( 4 { ‘ 4 4 4 4 494 Geragéo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagiio apor fraciona-se em borbulhas na camada de digua. Como vantagem, apresenta uma alta qualidade de desaerag consumo de vapor € de 20 kg vapor/t gua para o caso de desaeradores atmosféricos ¢ de 14 kg vapor/t agua Nos desaeradores com coluna de borbulhamento (figura 8.19¢) 0 > ¢ dimensbes compactas. O para desaeradores de alta pressiio. Nos desaeradores tipo § armazenamen- a de alimentai tork (Figura 8,21), adesaeragao realiza-se no mesmo tanque ¢ introduzida no tanque através de sprays localizados acima do nivel de agua. Deste gua até uma temperatura proxima jo fe uma superficie de troca de calorsuficiente para aquecer a di da temperatura de saturagiio. Um sistema de distribuigio do vapor através de tubos perfurados ¢ imersos na dgua caracteriza este tipo de desaerador. As borbulhas de io ¢ gases ndio-condensaveis que no foram liberados durante a nebuliza através de tubulagoes. vapor em ascensiio na Agua absorvem o oxig (spray). Arrastando-os para fora do sistema Condensodo Ditrbuidor = principol de polenceamento a aes ns Sm wt a i fe Tubulagses de distrbvigBo de yopor Soide. de agua de alimentogdo Detothe dos perfuragées Figura 8.21 — Esquema de um desaerador horizontal tipo Stork (BEI, 1991). a) Como uma etapa independente a) Como um oquecedor aquecimento regenerativo pré~conectado Figura 8.22 ~ Esquema de conexito de desaerador Carino 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auxiliares 495 Dar har, Deond» Ncond Dselos+ Mselos Poa + hao Figura 8.23 — Balango de massa de um desaerador. Deo, ~ Vazdio de condensado principal da turbina Dj, — Drenagem dos aquecedores de alta pressfio. Dy ~ Vapor de aquecimento. Dyn ~ Vapor dos selos da io. D,,.~ Vapor para o ejetor de condensado e os selos da turbina turbina. D, . ~ Vazdio da 4gua de alim Balango de massa ¢ energia do desaerador + Balango de massa: Deond + Dur + Dy + Dectos = Daa + Des Se este balango for expresso por unidade do fluxo de vapor que vai para a turbina (oj Geond + Ode + Oy + Oselos = Osa + Mes (89) * Balanco de energia: Deond Reond+ Daglhge +Dy By +Dgcos Meets =Dax Han + Dos Hey (8.10) Se este balango for expresso por unidade do fluxo de vapor para a turbina, tem-se: eond Neonat OM gp + Oy Hy +O scios Nsclos = Osa Nag + Aes Hey 8.11) 8.5 TORRES DE RESFRIAMENTO. ‘As torres de resfriamento constituem um elemento tipico dos sistemas de agua de resfriamento de ciclo fechado, ¢ sua fungao é reduzir a temperatura da agua de circulagao, incorporando-a, novamente, a0 circuito de resfriamento do condensador. A figura 8.24 mostra os elementos principais de um sistema fechado de resfriamento do condensador da turbina. As torres de resfriamento podem ser classificadas segundo os seguintes critérios (figura 8.25): + tipo de acionamento: mecanico ou natural; + sentido da movimentagao dos fluxos de ar e de agua (fluxo cruzado ou contracorrente); + pelo tipo predominante de transferéncia de calor: evaporativo (Gimido) ou sensivel (seco). Nas torres evaporativas, 0 efeito de resfriamento é conseqiiéncia da evaporacao de uma parte da Agua durante 0 contato da mesma com oar. Aproximadamente 1/3 da quantidade total de calor transferida € devida A convecgio ¢ 2/3 devido A evaporagio. 496 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo ULATTMTTOTT 4 Figura 8.24 Sistema de fornccimento de gua de resfriamento com torres de resfriamento 1, Condensador da turbina; 2. bombas de circulagio; 3. torre de resfriamento; 4. canal de fornecimento de para as bomb Zo; 5. tubos de descarga da torre de resfriamento; 6. tubulagio para o sistema de tratamento de dgua; 7, tubulagio de reposigio de égua do sistema de circulacao; 8, bomba da égua de reposicio, Ticagem mecénica Tirogem Tirager in he naturel rmecénico natural De fluxo cruzado imido De contra fluxo Gmida Gi | ess . 8 RH ( s6lidos em * RNHy suspensto RCI EVAPORAGAO por troca iGnica Agua desmineralizado Apés obrandomento = Figura 8.33 — Esquema geral de tratamento de agua em UTE. TABELA 8.2 — Normas de qualidade da Agua de alimentacio em caldeiras de circulagio natural ‘Caldeiras de cireulagio natural Caldeiras de Indicador passe Comentarios A 40 Mais de 10,0 ‘inico Dureza total, 5 3 1 02 Comb. liquidos mg-equivikg 10 5 Outros comb. Teor desiticio, - 80 40 15 SiO2, ma/kg Teor de O> apss 20 2» 10 10 odesaerador, mi/kg Teor de ferro (Fe), 100 50 20 10 Comb. iquidos we 200 100 30 10 Outros comb Teor de Cobre (Cu), 10 10 5 5 Comb tquidos mghke 20 o 5 5 Outros comb. Teor de dleos 1 03 03 tragos ce produtos de petréleo (mg/kg) pi 9,1 £0,1 91401 Da tabela 8.2, tem-se que: 1) para as caldeiras de circulagiio natural, as exigéncias para com a qualidade da gua de reposigio siio menores que as exigéncias para as caldeiras de passe tinico. Isto € conseqiiéncia das extragbes periddicas e/ou continuas do tubukio, que permitem controlar melhor o teor ea composigaio de sais na égua da caldeira. Os sais que provocam a dureza da ‘gua sio removidos em suspensiio em forma de compostos e fosfatos; 504 Geragéoo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagio 2) Aimedida em que os parametros do vapor (pressdo e temperatura) aumentam, aumenta a solubili- dade dos sais no vapor e, conseqiientemente, o perigo de deposicao destes sais na seco de fluxo da turbina; 3) nas caldeiras de passe tinico, onde niio 6 possivel realizar extragdes, 0 tinico jeito de g: pureza requerida do vapor é com uma alta qualidade da agua de alimentagao e reposi¢ao. ntir a igua através de uma camada de ionito - substancia sintética de alto peso sjdveis e entregar a solucdo uma quantidade ini ‘Troe: molecular capaz de absorver, da 4g equivalente de outros fons. A figura 8.34 apresenta o : Filtragem de a sua em tratamento, fons indes quema de um filtro de troca inica. Soido de dquo de lavage inverse Fotos entrada de qua do loveger verso — a Tongue do regenersor festun} Leo de sorta Figura 8.34—Esquema de um filtro de troca iGnica. Cationitos: RNa, RH, RNH4. Anionitos : ROH, RCL Reacoes de troca idnica: 2RNa + Ca € R2Ca + 2Nar; RH + Nat © RNa + Ht; 2RNHy + Mg2+ <> RoMg + 2NHy*; 2ROH + S042 ¢+ R2SO4 + 20H RCI + HCO3+ © RHCO3 + Cl. A figura 8.35a mostra 0 esquema de troca de citions Nat em duas etapas que permite remover a dureza da dgua com um alto grau de eficiéncia. A utilizagdo da agua tratada neste sistema, juntamente com 0 tratamento interno com fosfatos, permite evitar a formagao de incrustagdes de Ca e Mg. No caso de uma alta alcalinidade da dgua, o tratamento por troca de cations Na+ em duas etapas deve estar acompanhado por um aumento da vaziio das extracdes na caldeira, a fim de manter a concentragiio de sais nos limites requeridos. Isto pode nao ser vidvel economicamente. Para caldeiras com pressio até 11 MPa é tolersivel tratar a gua pelo esquema de desmineratizagao parcial (figura 8.35b). J4 para caldeiras com pressio acima de 14 MPa se faz necessiria a desmineralizagio total (figura 8.35e). No descarbonizador é removido o didxido de carbono (CO2).. Division ce Genenacién tian Cavinivo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auxiliares 16 Figura 8.35 — Esquema do tratamento de dgua por troca idnica com clarificagdo pretiminar com cal (Belokonova, 1985). 1. Clarificador; 2. tanque intermedisrio; 3. iltr clarificador; 4. medidor de coagulante; 5. medidor da solugiio de cal; 6. bomba de dosagem; 7. tanque de lavagem do filtro; 8. filtro de troca de esitions Na (primeiro estagio); 9. filtro de troca de cations Na (segundo estigio); 10. filtto de troca de estions H (primeito estégio); 11. filtro de troca de citions H (segundo estigio); 12. desearbonizador; 13. tanque de digua parcialmente desmineralizada;14. filtro pré-conectado tipo RH; 15. filtro de troca de anions (primeiro estigio); 16. filtro de troca de anions (segundo estigio). Um outro esquema de tratamento é a troca de citions H+ e Nat em paralelo (figura 8.36). Esta 1a de qualquer alcalinidade obtendo-se valores pequenos da alcalinidade permite 0 tratamento da configuri e da dureza. O critério para definir o tipo de esquema de tratamento por troca iSnica é 0 valor da soma dos fons de. ‘icidos fortes: Cl- + S042-+ NO3~! (Belokova, 1985) + para 1 < Cl--+ $0424 NO3-! <5 mg-equivikg considera-se vidivel a desmineralizagao quimica. + para Cl-+ S042 + NOx! > 5 mg-equivikg considera-se vidvel a desmineralizagio térmica. + para Cl + $042 + NOz! < 1 mg-equivikg recomenda-se a troca de cations Na em duas etapas. madigiode cal utili Oesquema de coagulagio se quando atendendo a composi io da agua no se 0 teor de s6lidos em suspensio na agua deve ser também muito baixo. necessite reduzir a dureza carbonatic 506 Geragido Termeléirica: Planejamento, Projeto e Operagdo fT 34 6 1, hr No OH — |Ala(S04)s te feel 2 12 12 Figura 8.36 ~ Esquema principal de tratamento de agua por troca idnica com coagulagiio preliminarem filtros (Belokonova, 1985). 1. Medidor da solugio biisica; 2. medidor da solugio de coagulante; 3, misturador; 4. filtro clarificador (primeiro estigio); 5. filtro clarificador (segundo estiigio); 6. filtro de troca de cations Na (primeiro estagio); 7. filtro de troca de cations Na (segundo estigio); 8. filtro de troca de editions Hy 9. descarbonizador; 10. tanque de agua descarbonizada; 11, misturador; 12. bomba de dosagem; 13. ventilador M4. tanque de lavagem dos filtros clarificadores. echt ye a A favo T oe Unigades ‘Unidode de cotianieos eito misiurodo es Sain ee Tonque de misturo Unidede de trotomento \\ Bambos de Sque aot sewoen |\ aon Foon ipe e bone foe Sohicoae Figura 8.37 — Esquema de tratamento de agua de reposigao numa central termetétricn (Combustion Engineering, 1981). Desmineralizagio térmica da égua Os evaporadores se conectam em paralelo a aquecedores regenerativos a uma mesma extragiio da turbina (figura 8.38). O vapor secundirio é condensado num condensador independente, localizado antes do aquecedor correspondent, O condensador do evaporador permite aumentar o aquecimento da etapa de agueci- ‘mento regenerativo correspondente, compensando as perdas dle calor com as purgas no evaporador, Os sistemas de evaporagio em duas etapas sio utilizados nas centrais termelétricas que niio possuem perdas consideriveis de vapor e condensado. Carino 8 - iquipamentos e Sistemas Auxiliares 507 8H i BAE 6 a CBB y CBP |~ CE2 4 CEy RD BD ore Cas BD Figura 8.38 — Esquema de conexio de evaporadores no sistema de aquecimento regenerativo de uma turbina de 200 MW. 1., 2. Vapor de extragio da turbina; 3, entrada da égua tratada quimicamente (abrandada); 4. vapor secundirio; 5. figua de alimentagao do evaporador; 6. purgas; 7, 8. condensacio do vapor de aquecimento ¢ do vapor secundirio, respectivamente; 9. linha para o desaerador de condensado principal D = Desaerador. CEl CE2 = Condensadores dos evaporadores, E1 ¢ E2 = Evaporadores. ABP = Aquecedor de baixa pressio. BAE = Bomba de alimentagio de evaporadores, RD = Resfriador de drenagem. BD = Bomba de drenagem. TABELA 8.3 — Recomendagées para a utilizagao de diferentes esquemas de tratamento de agua (Grigoriev e Zorin, 1982) Esquema ‘Troca de editions Na ‘Troca de editions NHy-Na ‘Trova de editions NHy-Na Desmineralizagiio quimica H-OH Desmineralizagao quimica em dduas etapas: Desmineralizagio quimica em tres etapas Desmineralizagdo por evaporagio gua crua, Utilizagio CTE Esquema de conexio de evaporadores no sistema de aquecimento regenerative de ‘uma turbina de 200 MW e com caldeiras industriais de circulagdo natural e baixa pressiio. CTE com caldeiras industria de média pressio, CTE comealdeira de circulagio natural e alta pressio com reaquecimento intermediiio. O mesmo com reaquecimento intermediario. Caldeiras de passe tinico de alta pressio. (CTE com pardimetros supercriticos de vapor. ‘A mesma aplicagao da desmineralizagiio quimica para o caso de altos teores de sais na sents ——————— ez nh 508 Geragio Termeleerica: Plangjamento, Projeto ¢ Operagio TABELA 8.4 — Esquemas de desmineralizagao quimica ¢ remogao des compestos de silicio (Grigoriev e Zorin, 1982) T (Gealidade da Seva ‘Btapas de tratamente de agua 4 ‘Tipe de | Pressé desmineralizada eins Teor de | Teor de 1 2 3 4 5 6 7 8 silicio (meee) € w D FY Na 7 c Ry Hy Ar Ip A HD D e opt ¥, Ay Hy - 00s Ay D- q@ag - = os ¥, Se ee = 2 ons Ky Ai Hy Ay = a2 ons Ay me D - 02 os At HR D 2 WA, | Ot o.g2 hy Ay Hy Az @UA; | 01 oce Na tabela 8.4: Cr, = Coagulagio com alume ou ferro. C = Filtro clarificador. Hj ¢ H> = Primeiro e segundo estagios de filtragem com troca de cations. H, Ay ¢ Az = Filtros de troca de anions (primeira e segunda etapas). Cae Mg = Adicio de cal e remorio a com manganés no clarificador. (H/A)> (HY Tratamento com membranas A tecnologia de membrana ¢ utilizada em diferentes ramos da indistria para a separacio seletiva de diferentes compostos de um efluente (figura 8.39). © seu principio de operaco consiste na separaao de diferentes compostos de um fluido pressurizado utilizando membranas poliméricas, Nos ltimos anos, a utiliza- ‘¢de desta tecnologia tem obtido ampla difusio para o tratamento de dgua nas centrais termelétricas, em parte, devide ao custo das membranas terem apresentado uma sensivel reduggo. Atualmente existem membranas que podem remover 99% dos sais contidos na égua. Depois de dois ou trés anos de operacio, a sua eficigncia diminui até 95-97% ( Buecker, 2000). Entre os processos denominados “tecnologias de membrana” encontram-se: + microfiltragem (MF); + ultrafiltragem (UF); + nanofiluagem (NF); = osmose inversa (ON). A figura 8.40 mostra os compostos possiveis de separar de um efluente, utilizando diferentes tipos de ‘membranas. ‘Nas membranas de osmose inversa, os poros so extremamente pequenos, da ordem de 5-15 angstrom. Sobre a membrana deposita-se uma fina camada de dgua pura, que “rejeita” os fons, evitando a passagem dos ‘mesmos através da membrana (Paulson e Jondahi, 1995). Orginicos de baixo peso molecular e solute sem carga podem atravessar a membrana junto com a gua. O custo de operago de uma membrana tipo OI fica na faixa entre 0,26-0,33 USS por cada 1000 litras de égua tratada (Gould, 1995). Cariruro 8 Equipamentos e Sistemas Auxiliares 509 Suepensto Ie UME J. Concentrado Permeodo Figura 8.39 — Principio de operagio de uma unidade de filtro com membranas (cortesia da firma Microdin)- : T T T a T T rere ge) DOT OT Ok Sesh 402 100 = 1000 goritmica) Peso z molecular 100 200 1900 20000 190000 500000 : (PM) (Sas ogo we, ‘3 ie] ea (recat (Ceara nes) ; & [i Dimensées relativos. de materiois comuns poset Processos tase G de separagdo (assign J 1 510 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto € Operacao A tabela 8.5 mostra os tipos de compostos retidos, pressiio de operacio e aplicagdes dos diferentes ipos de membranas (adaptado de Gould, 1995) O pré-tratamento da agua 6 importante nas instalagbes de membrana a fim de evitar o entupimento as por s6lidos em suspensiio, Alguns reativos utilizados no tratamento de agua também podem afetar de das mesn as membranas. Membranas tipo UF permitem remover até 90% da silica coloidal e sao efetivas na remoga cloruros e sulfatos associados com orginicos (Strauss, 1993). TABELA 8.5 — Caracteristicas dos processos de tratamento com membranas (adaptado de Gould, 1995) Tipo de P Compostos retidos membrana (ray or 99% da maioria dos fons. 1,38-69 “Tratamiento de Agua para caldeiras; recuperagiio do condensado das extragves. NF 95% dos fons divalentes. 093-1,59 Remogio da dureza e organicos. 40% dos fons monovalentes, Orgiinicos com peso molecular maior de 150-300 uF ‘A maioria dos orginicos com peso] 0,17-0,69 Tratamento preliminar e posterior &troea ZOniea molecular superior a 1000. MF Particulas em suspensio maiores 0,17-0,34 Remogao de grandes volumes de sotidos em gue 0,t mm. suspensio. 8.7 PREPARACAO E MANUSEIO DO COMBUSTIVEL NAS CENTRAIS TERMELETRICAS Preparagio do combustivel sélido (carvio mineral) O combustivel s6lido, antes de sua queima em fornalhas de queima em suspensio, € triturado até se converterem p6, que é injetado junto com o ar na fornalha, Isto permite aumentar consideravelmente a superfi- cic de reagdo do combustivel, fator importante uma vez que a combustio ocorre na superficie das particulas (combustao heterogénea). Sidielkovsky ¢ Yureniev (1988) indicaram vantagens e desvantagens da queima de combustiveis ssli- dos pulverizados: ‘Vantagens + Altaeficiéncia de combus + Ascondigdes de combustio no limitam a poténcia da caldeira + Epossivel automatizar completamente os processos de fornecimento e queima do combustivel. ‘+ Nao se tém elementos méveis na fornalha. Desvantagens + Complexidade e custo do processo de pulverizagao do combustivel. + Valores baixos da carga térmica volumétrica na fornalha (qv = 0,1-0,3 MW/m3).. Esquemas de preparagio do combustivel pulverizado * Centralizado: A preparagao do combustfvel ¢ realizada centralizadamente para todas as caldei- ras da central. E economicamente vidvel para blocos energéticos de poténcia na faixa de 500 a 800 MW. Cavirvvo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Awiiliares Su ra cada caldeira, utilizando para a seca O combustivel é triturado separadamente pa ansporte ar quente ou produtos da combustio, Este s 8.41) ou de silo intermedidrio de combustivel pulverizado. O si durante a queima de carvio betuminoso de alta reatividade. tema pode ser de injegio direta (figura ma de injego direta 6 ut Figura 8.41 —Esquema de um sistema individual de preparagio do combustivel sdlido com injegiio direta (Dyoinishnikoy e7 al., 1988). 1. Ar quente na saida do superaquecedor; 2. moinho de carvio; 3. linha de ar externo; 4. alimentador de carvao cru; 5. silo de carvao cru; 6. vilvula; 7. valvula (influi na manipulagao inversa do ar de secagem); 8. queimador, 9. caldeira;-10. soprador; 11. aquecedor de ar; 12, linha de ar; 13, linha de ar; 14, ar para 0 queimador; 15. vilvula de seguranga; 16, separador de particulados. Caracteristicas do combustivel s6lido pulverizado Granulometria da trituragiio: Residuos das peneiras de 200, 900 e 1000 jim (representa-se pela letra R). Por exemplo, Rog = 10%, indica que, na pencira com orificios de 90 mm, ficam retidos 10% em massa do combustivel triturado. Durante o projeto de moinhos para carvio, a granulometria do combustivel determina-se pelo resfduo na peneira de 90 mm, ou seja, Roo, ‘A composigaio granulométrica do combustivel pulverizado & determinada pelo residuo obtido em dife- rentes peneiras (figura 8.42). R=100exp(-bx") (8.13) onde Ry = residuo na peneita com orificios de dimensoes x mm; b= coeficiente de fineza da trituragdio b = (4 40) 10%; n= coeficiente de polidispersiio das particulas n = (0,7 ~ 1,5),dlepende do tipo de moinho. O indice de moabilidade ow indice de Hardgrove HGI earacteriza 0 comportamento do combustivel durante a trituragdo. Quanto maior este indice, mais Fiiil sera a trituragio do combustivel, A figura 8.43 mostra ‘a faixade valoges deste indice para os diferentes tipos de carvato mineral, Observa-se que o carvilo betuminoso & de mais facil trituragdio que a antracita e 0 lignito, Teste de Hardgrove O teste de Hardgrove baseia-se no fato de que o trabalho realizado durante a pulverizagiio de um solido € proporcional a superficie externa total produzida. cae aS eal 512 Geragdo Termelétrica: Planejanento, Projeto e Operagao 100) =e onl ME 33 Ny #8 | 3 =! — 0 60 100 150 200 260 300 Dimensdes dos oriffcios do peneiro, um Figura 8.42 — Caracteristica granulométrica do carviio pulverizado, 120 110) 100 90 80 70) 60 50 40 30 20 T T T Indice de moobilidade de Hordgrove Contenido de volatiles, Vo Figura 8.43 — Faixa de variagio do indice de moabilidade de Hardgrove para (Bertkowitz, 1994). rentes tipos de carvio mineral O teste consiste na trituragdo de uma amostra de 50 kg em granulometria de 0,6-1,18 mm, num moinho de bola standart durante 60 revolugGes. Determina-se o peso da fragio retida na peneira dle 200 mesh, 0 que constitui parametro de w na equagio para 0 célculo do indice de moabilidade: GHI = 13 +6,93 w. A granulometria 6tima do combustivel pulverizado depende do seu custo e da sua reatividade (teor de volateis). Para combustiveis com maior teor de voliteis, a trituragiio é mais grossa, pois 0 processo de combus- tao é mais intenso. Finalmente, durante a determinagao da granulometria 6tima é preciso realizar uma série de consideragées técnico-econémicas (figura 8.44): + areducio da granulometria do combustivel pulverizado aumenta 4 superficie de reaco do combus- tivel e melhora a combusti0; + areduedo granulométrica aumenta o consumo de eletricidade na trituragao; + uma trituracdo mais grossa aumenta as perdas por combustio mecfinica incompleta. ‘Tipos de moinho para carvao (figura 8.45): + moinho de bolas (baixa velocidad); + moinho de rodas (baixa velocidade); + moinho de bolas toroidais (velocidade média); + moinho de martelos (alta velocidade); + moinho de impacto ou ventilador (alta velocidade). Cariruvo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auailiares Comentari pré—verificagéo, os na Gost R$ cal Perdas d | Residuo na peneira Rgy, % 513 sura 8.44 — Determinagio da granulometria étima do combustivel sélido pulverizado, + Os moinhos de bolas constituem o projeto mais antigo e esto sendo substitufdos por moinhos de bolas toroidais de rodas, devido principalmente ao fato de apresentarem um maior consumo especifico de energia. Porém, sio recomendados para materia umidades, tais como 0 coque de petréleo. + Os moinhos de alta velocidade (tipo ventilador e de martelos) s’io mais convenientes para carvio tipo lignito, xtremamente abrasivos e de baixa’ ‘A figura 8.45 mostra o prinefpio de operago de um moinho de rodas tipo MPS. O carviio entra pelo. | duto central do moinho, sendo triturado entre a roda e a tibua, as quais possuem um movimento rotativo. O carvio triturado é transportado pneumaticamente até a secdo superior onde se encontra o classificador (ver detalhe na figura 8.45). As particulas grossas de carvio retornam, por gravidade, para a sego de moagem, enquanto aquelas com a granulometria adequada sio transportadas para os queimadores. TABELA 8.6 — Caracteristicas dos moinhos de bolas toroidais (Tipo EL) e de rodas (MPS), fabricados pela Babcock & Wilcox (Babcoc & Wilcox, 1992) Parimetro ‘Moinho de bolas toroidais| ‘Moinho de rodas (MPS) (tipo EL) Capacidade®, Uh 1.5200 17-105 Poténcia do motor, kW 18.224 146-933, Velocidade Métia Baixa Velocidade de rotagio 231.290 32021 da tabua, rpm Classifieador Intemo,centrifugo Inter, centrifugo Limite de secag 0 0 Relagio ar/earvo em peso 1,75:1,0 acapncidade total 1,15:1,0a capacidade total Consumo especificode Baixo, 14incluindo 0 Baixo, [4 incluindoo letrcidade**, KWhvt soprador dear primétio - soprador de ar primério Nivel de rufdo, dBA Mais de 90 Mais de90 Vibragies Moderadas Baixas + Ascapacidades referem-se ao earvio betuminoso com 50 HG e 70% das partici pasando através de uma peneira de 200 ‘mesh (74 microns). ** O-consumo especitico refere-se A carga total dos moinhos. su Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo Woinho de rodas 3 ) Figura 8.45 ~ Tipos de moinhos de carvio mais utilizados nas centrais termelétricas. a) Moinho de bolas. 1. Entrada do carvao e do ar preaquecido; 2. transmissiio; 3 4, safda do ar e do ¢ 5. carcaga. b) Moinho de bolas toroidais. 1. Entrada de carvio; 2. zona de moenda; 3. entrada de ar; 4. retorno das particulas grandes; 5. sa ja de carvio: 2, rodas de carregamento; 3. mesa rotativa; 4. eixo motriz; 5. classificador rotativo. d) Moinho de impacto. 1. Silo de alimentagao; 2. desvio de pedras, metais, etc.; 3. entrada de ar; 4. retorno das particulas grandes 5. sada de ar ¢ carvao; 6. eixo motriz. vo pulverizado; Carvao cru tearvao punerizado Entroda do or Figura 8.46 ~ Principio de operagdo de um moinho de rodas (cortesia da Babcock & Wilcox), Cutrevo 8 - Equipamentos e Sistemas Auxiliares SIS eas 3 conte ou Acoraments Vv sesso noe cA | eer St i Seite 4 conto | puerindo A | . | 1 etopa segto, i a | i Escoomento do | coe 2 etapa sage | woe | | Z Cone ete | t | + i Figura 8.47 — Classificador rotativo de carvao pulverizado acoplado a um moinho de rodas (cortesia da Babcock & Wilcox). Figura 8.48 — Sistema de forecimento de éleo combustivel numa CTE. 1. Cisterna rodovitiria; 2. segio de descarga; 3. fornecimento de vapor; 4, tanque de recepgo; 5. bombas; 6, fornecimento de igua de resfriamento; 7. descarga; 8. tanque de armazenamento; 9. bornba; 10. aquecedores; 11. filtro; 12, bombas de primeira e segunda elevagio, respectivamente; 13. fomecimento de dleo aos queimadores, 14, linha de recireulagao; 15. bombas de drenagem. Preparagaio do combustivel lfquido O sistema de preparagdo de 6leo combustivel numa CTE prevé duas etapas de aquecimento: 1) até 40-75 °C, afm de linia a contaminnto do Sle aban im ada a al dade necessdria para bombeamento; 4 2) até 120°C, a fim de garantira viscosidade étima para.a nebulizagio 516 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operacdo epré-tratamento do gis natural O sistema de fornecimento de g: reduzir a pressio desde 0 nivel existente no gasoduto (7-1,3 MPa) até o nivel requerido pelos queimadores natural a uma CTE de condensagio tem como fungi principal (0,13-0,20 MPa) por meio do estrangulamento em valvulas redutoras (figura 8.49). Osistema de fomecimento de gas para uma CTE de ciclo combinado prevé o pré-aquecimento do giis ‘com digua quente ou vapor, o que aumenta a eficiéncia da planta e reduz a possibilidade de que exista condensado. nas tubulagdes de gzis (Sacco, 2000), Gasoduto 4 Para fornalha do caldeira Para os queimadores OX} 9 nergético com ciclo a vapor. 1. Gasoduto; Figura 8.49 — Sistema de fornecimento de gas para um bloco 2, remogao de condensado; 3. medidor de vazio; 4. filtro; 5. reguladores de p de regulagio; 7. vent. para a sopragem do gasoduto. 6,8, 9. wilvulas de seguranga, de cor 8.8 AQUECEDORES REGENERATIVOS DOS CICLOS DE TURBINAS A GAS de calor, como mostra a figura 8.51. A escolha do tipo tem-se um procedimento de cailculo e Existem varias configuragdes de trocador adequado depende da experiéncia do projetista. Para cada configuraga um conjunto proprio de varidveis dependentes e independentes. Além disso, existem muitos graus de liberdade disponiveis no projeto dos trocadores de calor. A sua otimizagiio depende da experiéncia e dados acumutados thos projetos de trocadores de calor ja realizados. Os dois tipos principais de regenerador mais usados so: 0 recuperador visto na figura 8.51, ¢ 0 1a 8.52. regenerador rotativo do tipo disco € 0 mais lisas ¢ corrugadas, colocadas de forma alternativas. Os gases escoam perpendicularmente ao disco. No tipo tambor, os gases escoam radialmente, como pode ser visto na figura 8.93. A figura 8.54 mostra as fotos, ilustrativas, dos regeneradores rotativos de disco e tambor, respectivamente. regenerador rotativo de disco e de tambor, fi imples de construir. Sao feitos de tiras de chapas finas s problemas que podem aparecer nestes dois tipos de regeneradores si + separagiio dos gases quente e frio; + problemas de selagem. O gis frio tem maior pressio que o gis quente. Além disso, 0 gs aprisiona- do nas passagens do disco ou do tambor rotativo aumenta ainda mais 0 vazamento do gis do | ado. 518 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Pro frio, para o lado quente, Este vazamento do gas frio par 4 que sai do compressor; + expansiio e contragao térmica; + suporte ¢ alimentagiio do tambor ou disco & baixa rotagao que, normalmente, gira.a.u aproximadamente, 20 a 30 rpm. niicleo Tubos de comunicagao Fluxo cruzado de passe simples (@) Fluxo enizado de miltiplo passes ) Taber Speman Regen Se pce So Figura 8.52 ~ Regeneradores rotatives. Os regeneradores rotativos podem ser de metal ou de material cerimico. A diferenga entre cles cst no coeficiente de expansiio térmica, No caso de regenerador ceramico, o coeficiente de expansdo térmicaé wirtual- mente zero, o que simplifica o problema de selagem. Além disso, a espessura das paredes do regencrador se reduz pela metade. 0 trocador de calor do tipo recuperador é um trocador de calor de carcaca ¢ tubo do tipe mostrado ma figura 8.51. Os materiais exigidos por um regenerador, para uma longa durabilidade, devem possuir-resistincia 2 corrostio e oxidagao, resistencia a fadiga, estabilidade sob as condigdes térmicas do ciclo, ¢ ter custo inicial Baixo para ser economicamente justificado. Cariruvo 8 ~ Equipamentos ¢ Sistemas Auxiliares 519 Comparando os trocadores de calor de carcaga e tubos com os rotativos, cada um deles tem suas vantagens ¢ desvantagens, ¢ sua escolha depende da aplicagio. O trocador rotativo é menor e muito mais eficiente. Entretanto, apresenta problemas de distorcio térmica e selagem entre as correntes fria e quente. Assim, 0 tipo de trocador de calor ser empregado depende da aplicagao da turbina a gas e uma andlise de vantagens e desvantage no aumento de custo, tamanho e peso devem ser realizados. Gas quente Figura 8.53 — Diregio do fluxo dos gases. Figura 8.54 = Fotos ilustrativas dos regeneradores rotativos. (a) Disco; (b) tambor. 8.9 SISTEMAS DE REFRIGERACAO POR ABSORCAO 8.9.1 Introducio Os equipamentos de ar condicionado sao responsiveis por um percentual significativo de consumo de energia elétrica em uma edificagao, seja ela, industrial, hospitalar, comercial ou mesmo residencial. Diante de um cenério critico, como 0 que hoje se apresenta em termos de escassez de recursos naturais e de altos custos de geracio e distribuigao de energia, torna-se necessdrio o desenvolvimento de estudos 1no intuito de minimizar o consumo de energia elétrica no setor da geraciio de frio. Os sistemas de refrigeragao por absorgao sio hoje, apesar de seu custo inicial elevado, uma altenativa para redugio da demanda de energia elétrica, jé que o seu principal vetor energético é 0 calor. Uma das principais vantagens desse ciclo em relagio ao ciclo de compressiio de vapor é que ele pode ser economicamente atrativo em locais onde a recuperagio de energia seja compativel com 0 sistema de absor~ do, por exemplo, onde possa se dispor de excedentes ndo-comercidveis de madeira, dleos, resfduos vapor, gases quentes, etc. a Carirowo 8 ~ Equipamentos e Sistemas Auxitiares Jal ializadas, tem como fluido de trabatho eum A maioria das maquinas de refrigeragio por absorgiio, come! t © brometo de litio-dgua. Essas méquinas sio constituidas por quatro elementos bisicos: um absorvedor evaporador localizados no lado de baixa pressio do sistema, um condensador & um geracor no lado de alta pressiio do sistema. Esses elementos podem ser visualizados no diagrama esquemitico mostrado na figura 8: Ciclo Esquemstico de um Chiller de Cielo Esquemtico de um Chiller de simples Efeito de Brometo de Litio~Agua Duplo Efeito de Brometo de Litio~Aguo Figura 8.56 ~ Desenho esquemitico de chiller por absorgiio de simples ¢ duplo efeito de brometo de litio-digui Reproduzido com autorizagao da ASHRAE, copyright © 1981. Os chillers de refrigeragio por absorgo do tipo brometo de litio-dgua so fabricados nos tipos simples e duplo efeito, sendo que a diferenga marcante entre esses dois tipos de miquinas ¢ que o de dupto efeito possui dois geradores; um de baixa e outro de alta presso, onde o segundo gerador aproveita o calor contido no refrigerante evaporado no primeiro gerador para o seu funcionamento. O equipamento de duplo efeito possui um melhor desempenho devido ao seu tipo de arranjo, sendo assim, considerando-se que a maquina opere com vapor, a mesma seri capaz. de gerar maior quantidade de fio com 0 mesmo consumo de vapor que a de simples efeito, mas necessitard que o vapor seja gerado em uma pressiio mais alta, levando a uma diferenga no recuperador de calor a ser selecionado ow a uma restrigdo em sua utilizagiio, dependendo da disponibilidade da fonte energética, ‘As maquinas de simples efeito trabalham com pressdes de vapor da ordem de 103,41 kPa (IS psig), onde a temperatura do vapor, se superaquecido, nio deve ultrapassar os 170°C e, no caso da ulilizagdio de agua quente, a mesma nao deve ultrapassar a temperatura de 132°C. As de duplo efeito trabalham com pressdes de 788 a 963 kPa (14,3 a 140 psig), utilizando-se agua, a temperatura ndio devers ultrapassar os 188 °C, Os fabricantes oferecem maquinas de refrigeragio a absoreiio de virias capacidades, variando desde 3 TR até 1660 TR, sendo que as mais comuns sio as acima de 100 TR, as quais podem operat, com vapor, digua quente ou mesmo com a queima direta de combustivel. 8.9.4 Propriedades do Fluido de Trabalho: Oestado termodindmico do fluido de trabalho de uma maquina de refrigeragaio por absorgaio nfo pode ser determinado por duas propriedades independentes, como pode ser feito no caso de uma substincia pura, pois, como foi mencionado anteriormente, 0 fluido de trabalho das miquinas por absorgio é uma mistura bindria, sendo assim, seu estado termodinamico s6 poderd ser determinado a partir de trés propriedades indepen- dentes: pressio, temperatura e concentragio do refrigerante. A concentragiio (X) entende-se como sendo a relagiio entre a vaziio miissica de refrigerante ( tito, ye a vazio missica total de solugdo que é igual a vaziio massica de absorvente mais a ; cmos resultados do trabalho de MeNeely ada ASHRAF ra com algumas modificagdes, mas dio de suas equagdes, A ob ntalpia da solugio de brometo de (8.15) onde: 216143853 S89STIE-3 7,375319E-6 A (1,0) =~4,800450E-1 A (1,1) =-7,6439031 0921-5 A(1,2)=5, A (4,0) =-1,188679E-5 A (4,1) = 1,708026E-6 A (4,2) =-6,062304E-9 2915328-7 1,102363E-8 OOLS97E-U desse equacionamento slo: 0 conside: Processos que geram temperaturas maiores que 650 °C si ra, Esse nivel de temperatura € normalmente atingido pela fabrica: dos fontes de alta temperatu- Jo de vidro, fundigao de metais € incineragao de lixo ‘A recuperacio ideal desse nivel de calor & alimentar 0 chill geracdo de vapor em caldeiras de recuperagao para entio ler por absorcdo, que nesse caso seria recomendado um de duplo efeito a vapor: ~_-_-a_ea eee omen + Fontes com Temperaturas Mé Sao consideradas fontes de temperatura r temperatura so g ia as que estiio entre 230 °C e 650°C. fveis de ases de exaustio de caldeiras, motores de combu: eralmente atingidos por 4 interna, gases de exaustdo de turbinas a gas. Esse nfvel de temperatura também pode ser usado para gerar vapor a fim de alimentar 0 chiller de absorgao, que também poder ser de duplo efeito | + Fontes de Baixa Temperatura | Sai classificadas como fontes de baixa temperatura as que fornecem calor a temperaturas menores de 230 °C. Esse nivel de temperatura € resultante do resfriamento de motores de combustio interna, do resfriamento de agua de processo ¢ da contrapre jo de turbinas a vapor Esse nivel de temperatura pode ser recuperado através de um trocador de calora fimde g quente e alimentar o chiller por absorgio que para esse rar dgua ‘0 deve ser odes ples efeito. Jo da fonte de calor A vaaiio e temperatura do fluxo de calor determinam se a energia disponivel é suficiente para acionar 0 chiller por absorgao e atender a carga térmica demandada. 534 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo TABELA 8.8 — Consumo aproximado das m4quinas por absor¢io Duplo ef Vapor (8 keffem?) “4a kgih TR 8,8kg/h TR OI2LsTR a: Agua quente%C (90° a 150") Composicao Quimica da Fonte de Calor A composigio quimica da fonte de calor consiste no estado fisico do fluxo, ou seja, se € liquido ou gasoso, se contém contaminants, ete. Influencia diretamente no tipo de recuperador a ser usado Continuidade do Fluxo da Fonte de Calor A fonte de calor deverd ter continuidade para poder suprir a demanda. No caso de uma fonte ndo ser constante pode-se adotar medidas como a queima de um combustivel suplementar ou a termoacumulagao, 8.9.6.1 Cileulo do calor que pode ser recuperado Calcula-se o calor que pode ser recuperado, observando-se 0 fato de que nio se deseja que o gs condense na chaminé, sendo assim, a temperatura de safda dos gases nao deve ser inferior a 150°C. recuperado = Neee “CP gas “gas * (Tyis,ent ~ Tgas,sai ) 8.36 onde: hrc = eficiéncia do recuperador; Cpeis = calor especifico do gis; Tyg, = fluxo de massa do gas; Teés, sat. = temperatura do gas que sai do recuperador, Tgis, ent. = temperatura do gas que entra no recuperador. Calculo do Coeficiente de Performance cop= refrigeragio a recuperado ‘TABELA 8.9 — Valores tipicos do coeficiente de performance para instalagdes de simples ¢ duplo efcito Chiller por absorgio Simples efeito Duplo efeito cop 06.007 0,9 a2 Quando se deseja avaliar quanto o fluxo de calor disponivel poder gerar, pode-se utilizar o COP. retrigeragao = COP - Grecuperado Se for desejado adotar um gerador de vapor como recuperador de calor, para alimenta o chiller por absorgio, pode-se considerar 8 kgf/em? como pressio de trabalho. 536 Geragdo Termelérrica: Planejamento, Projeto ¢ Operasiio Jd esto em operagio, em Sao Paulo, dois grandes empreendimentos utilizando a climatizagao a gas; © Hotel Internacional de Guarulhos e Shopping D. O prédio do Sul América, em So Paulo, inaugurado em 1998, utiliza dois chillers por absorgio de queima direta (314 TR) utilizando GLP (gis liquefeito de petréleo) como combustivel para gerar vapor através a caldeira. No Rio de Janeiro esta instalada a primeira planta de cogeragiio a gas natural do pais, na drea comercial, Trata-se do Centro Comercial Itha Plaza, que é equipado com uma turbina a gas de 90 kW, que pode operar a gs natural ou a diesel; um gerador de 1188 kVA; dois chillers por absorgio de duplo efeito, com 600 TR cada; de recuperagaio de calor para a produgiio de 2615 kg/h de vapor e uma pressiio de 8 kg/cm? a flamotubular gés/diesel para a produgio de 5500 kg/h de vapor a 8 kg/cm2; um compressor de gas de. 480 Nmi/h a 12 kg/cm2; um filtro eletrostatico de 18800 m‘/h ¢ trés torres de resfriamento com ventiladores axiais. O sistema de gerago de frio opera da seguinte forma: os gases de exaustio da turbina a gés, com uma temperatura da ordem de 450°C, sao utilizados para gerar vapor na caldeira de recuperagdo e 0 vapor gerado ird acionar o chiller. Um outro exemplo da utilizagao dos sistemas de absoreao no Brasil € a instalagdo do supermercado Bom Marché, também no Rio de Janeiro. O sistema esté operando com dois chillers por absorgao de queima direta de 360 TR, com duplo efeito. A adogao desse sistema esté proporcionando uma economia de 40% mmiensais por causa da diferenga entre as tarifas elétricas e de gas. Esses exemplos mostram um cenério promissor para os sistemas de refrigeragio por absorcao. 8.9.7 Comentarios Finais Neste item apresentou-se uma visio geral dos sistemas de refrigeragdo por absorgio, que constituem uma alternativa para a geracao de frio, quando se dispde de energia residual, tornando-se, também, um equipa- ‘mento importante, por exemplo, em regides isoladas e carentes de fornecimento de energia elétrica e que tém como vocagio energética a biomassa, jd que a mesma pode ser utilizada na alimentagio do sistema. Os custos i 50% mais caros que um chiller convencional de condensagio a agua ou a ar, Todavia, um empreendimento deste tipo poderd ser vantajoso quando houver a possibilidade da cogeragao. liciais de instalagao de um equipamento desse tipo so sobremaneira altos, podendo ser até 8.10 REFERENCIAS ANDRADE, R.V. Modelagem de um Sistema de Refrigeragao a Absorgao para o Resfriamento de Doras de Fermentaga0 de Alcool, Escola Federal de Engenharia de Itajuba, Itajuba MG, 1999. ASHRAE. 1995. Application Guide for Absorption Cooling/Refrigeration Using Recovered Heat, American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineers, Atlanta, GA... 199: ASHRAE Handbook. Fundamentals Volume, cap. 1, American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineers, Atlanta, GA., 1981. . ATHAYDE, A, Cogeragio: Uma Solugio Energética Vidvel, Revista Clim: 2001. ATHAYDE, A. Ilha Shopping 10 anos de pioneirismo em cogerago, Revista ClimatizagZo, pag. 67-69, editora RPA, marco 2001. ATHAYDE, A. Climatizacdo a Gas Natural: Harmonia entre Energia e Meio Ambiente., Revista 28, editora RPA, margo 2001 aga, pag. 22-30, editora RPA, janeiro iizagio, pig. 16- BALLEGOOYEN, H. Condenser Applicatins, Gryphon International Engineering Services Inc., 2001. B GRIGORIEY, HUFFORD, LL, KW; PRIL PATTERSO! SHR. PAULSO! RIZHKIN, V. ¥ SACCO, R. T. Con SIDIELKOVSKY, L STERMA STOECKER, W. F 1985 STRAUSS, S. D. TRUBILOY, M. A.; ARSENII Educagiio Superior”, Redat

Você também pode gostar