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capitulo 16 Operacao e Manutencao Sea aa eee eh noe Electo Eduardo Silva Lora Anton Stanislavovich Mazurenko Felipe Raiil Poncé Arrieta 16.1 INTRODUGAO. ‘A operagio e manutengao das centrais termelétricas podem ser vistas sob dois pontos de vista +0 interno, que compete ao pessoal de operacao da usina. Inclui-se, aqui, o cumprimento das regula- mentagdes para a operacio eficiente e segura em regime estacionrio, e, durante a partida e parada ca, a organizagao dos trabathos de manutengao, etc.; + oexterno, que compete ao pessoal que opera o sistema elétrico, e gerencia a inter-relagao da central termelétrica com o mesmo. Precisa-se caracterizara central termelétrica como objeto de operacao: eficiéncia e custo da operacdo a diferentes cargas, taxa de tomada e rejei¢ao da carga, durago da partida e consumo de combustivel durante a mesma, mobilidade etc. Estas caracteristicas constituem a base da tomada de decisies durante 0 despacho econ6mico do sistema. No Brasil, o Operador Nacional do Sistema — ONS realiza as fungdes de planejamento da operacdo e despacho do sistema elétrico interligado. Como jé comentado em capitulos anteriores, o Sistema Elétrico Brasileiro, hoje predominantemente hidrico, deve passar, em poucos anos, a ser um sistema hidrotérmico. E preciso considerar 0 fato de que 0 comportamento ea operacdo das centrais termelétricas é muito mais complexo que o das hidrelétricas, como conseqiiéncia da operagio com fluidos de trabalho a alta temperatura e pressio, e as conseqiientes dificcis condigdes de trabalho do metal das tubulagées, superficies de aquecimento, cdmara de combustio da turbina, cabegotes etc. Ademais, devemos considerar a influéncia de aspectos de corrosio e erosio do metal de diferentes elementos, a necessidade de complexos sistemas de controle automiético, a necessidade de implementar sistemas e equipamentos para o controle da poluicio, o esforgo constante por manter uma alta elrcitnela e confiabilidade de operagao, ete. Isto deve ser tomado em consideragdo com a implementa ‘ programas de qualificago do pessoal de operagio e manutengio. = io de rigorosos As particularidades principais da operagao de centrais termelétricas sao: + continuidade do trabalho; * operagio da central termelétrica em correspondéncia com o grifico de carga do “Despacho",0 que exige alta manobrabilidade, disponibilidade do equipamento e qualificagaio do Boa eae que + participagao das centrais termelétricas na regulacio da fr : reqiiéncia da rede elétrica. A variagio continua da carga provoca oscilacdes de freqiiéncia no varia sistema. As centrai i a zam-se vela ra trais termelétricas caracteri dae arm encarin entativine ida tomada de caroa eltrion anandes na LA. EEE EEE BABA DBAABREOD80O8 OD, 944 Geragdio Termelétrica: Plancjamento, Projelo ¢ Operagiio Congo onal do sistem 0000 s 0 46000 Pie cies Ke 42000, 5 2. e000 | > se Se ee sooo pica ebiae iinet joo ley mor ae md on Mo anor daz Figura 16.3 ~Gritico de carga anual (cortesia do Operator Nacional do Sistema ~ONS) 1. Carga maxinna; 2. carga media; 3. earga mnfnima, 16.3.1 Indicadores Relativos aos ¢ * Grau de nio-homogencidade da earg: itico de carga diario): Winin fin Woe (16.1) onde: Win = carga minima durante a noite; may = carga maxima durante o dia, O sistema energético possui uma reserva de poténcia, devido A potencia instalada Wingy, Ser maior que a poténcia maxima demandada Wy... A relagiio entre a poténcia instalada © a méxima denomina-se coeficiente de reserva p. (16.2) difria, slo mostrados os diferentes tipos de cargus Na figura 16.4, na base de um grifico de car presentes num sistema energético. A poténcia disponfvel refere-se & soma da carga maxima do sistema e & poténcia de reserva, que por sta vez, pode-se dividir em reserva girat6ria Wy, (tiidades em operugdo a cag: parcial ou em regime de motorizagio) ¢ reserva estitica W,». A poténcia instalada W;q, inclu, além da pote disponivel, a poténcia total das unidades em manutengao W pany cia A reserva de poténcia é necessaria b.a08 consumidores. Os tipos de reservas previstas so + por carga: compensa os aumentos planejados ¢ as oscilagdes casuais da carga, Além disso, para ncia no sistema, precisa-se de uma reserva de poténcia; para garantir a confiabilidade de formecimento de eletrici regulagao da freqit tuigdio de equipamentos que pararam por falhas imprevistas, Calcula-se ‘= por avaria: para a de fornecimento de utilizando a teoria das probabilidades partindo do valoraceito da contiabilidad eletricidade, ou do custo dos danos, Nio deve ser menor que a poténcia da maior das unidades geradoras, Num sistema termohidraulico, geralmente, 40-60% da reserva por avarias é coberto pel + para manuitengaio: a previsto deste tipo de reserva realiza-se quando 0 perfodo de queda da carga wal resulta insuficiente ou inadequado para a manutengdo de algumas contrais termelétricas. ma reserva para a manutengao corrente das unidades geradorass las centrais hidrelétricas; Deve-se prever também econdmica: garante o suprimento confidvel em condigbes de aumento da demanda de eletricidade, w,=W_+W.2W AW, ,,= poténcia consumida para as necessidades préprias das usinas geradoras; p= P P Wr = poténcia das unidades geradoras em reserva. Deve-se observar, também, o balango de poténcia reativa, que influi sobre 0 nivel de tensdo. + Coefi durante o dia) sendo: + Carga méd eB ag med ~ 24-¢ oak + Coeficiente de carga média: Ww, f 5 carga W (163) iente de tempo de trabalho (para o caso em que a central termelétrica nao trabalha continuamente = tempo efetivo de trabalho diario da central termelétrica. ~_-_eaeen emo nnn nemo aon oe (164) . E aquela carga que, mantida constante, durante o ntimero de horas de operagao didria da unidade, permitiria gerara mesma quantidade de eletricidade que durante a operagao normal a carga varidvel (165 (16.6) =F 2 AV SVVesVFsevVvVvVvVv—vVvVvVvvVvVvvvuveVvvVvVvVvw' Geraci Termelétrica: Plangjamento, Projeto e Operaga hehe 6.7) Sonos last i + Nimero de horas de utilizacao da carga maxima. fo tempo que se precisa para gerar a quantidade de (16.8) 16.3.2 Indicadores Relativos aos Graficos de Carga Anuais + Nimero de alada. £0 mximero de horas de operagio com a poténcia de utilizagio da poténei instalada que se precisariam para gerara quantidade anual de letricidade E, r Esno _ _Eano inst Wing p- Wen (16.9) Sendo p 0 coeficiente de reserva calculado pela equagio (16.2). + Numero de horas de utilizagio da poténcia maxima (16.10) Na figura 16.5, na base do diagrama de duragdo anual das cargas, mostra-se o significado dos princt: ces que caracterizam um grafico de carga. Este diagrama € construfdo a partir de um di carga didria (ou de vérios diagramas de carga didria referentes a diferentes épocas do ano) calculando o niimero ma tipico de nantido, Pode-se construir tanto pa de horas por ano em que cada valor da carga é 1 uma usina como para o sistema energético completo. Het | Mo Figura 16.5 —Diagrama de duragio anval da carga e indices anuais para uma central termelétrica, PARAMETROS QUE CARACTERIZAM O REGIME EO COMPORTAMENTO DO. EQUIPAMENTO DURANTE A OPERAGAO 16.4.1 Disponibilidade, Fator de Capacidade e Outros Indicadores de Operagio A fim de se avaliar quantitativamente o desempenho atual, ¢ de realizar um prognéstico futuro do comportamento operacional de uma unidade geradora, de uma central t ica composta por virias unidades geradoras, ou de todas as unidades geradoras do sistema elétrico, determinam-se, na base de dak ricos de ‘operagdio, uma série de indices que refletem a probabilidade de operacionabilidade . alhas € avarias ¢ a sua freqiiéncia, tempo de manutengdo requerido e efetividade de util éncia instalada, atea técnica das unidades ¢ Estes indices permitem acompanhar a deteriorag dio suplementar para decisdes de despacho econdmico e para o planejam Os indicadores mais utilizados so mostrados nas equagbes 16. i= indice da unidade (i = 1 .); Typ = tempo de operagao da unidade, horas; T, = tempo de parada em reserva, horas: T, = tempo de parada por avaria, horas; E, = energiaelétrica produzida, kWh: Wing = poténcia instalada, kW ‘max = Potencia alcangada, kW; = tempo de parada em manutengiio principal, horas; tempo de parada em manutengio média, horas; = tempo de parada em manutengio corrente, horas: tempo calendério, (8,760 horas). (Availability factor). & a probabilidade de que a unida ja disponivel no va entrada em operagio, e determina-se como a fragdo do nimero total de hhoras no ano em que ela esteve em operago ou em reserva, Neuhoff et al. (1996) consideram que um bom 0.95%. Para o célculo da disponibitidade AF e de outros ind + Fator de disponibilidade AF momento em que se precis valor da disponibilidade correspond adores 0 ONS exige a ponderagio considerando a poténcia das diferentes unidades da usina. L(Topi Ti) is LT iat AF 100, % (16.11) do néimero total de horas no + Fator de tempo de parada poi FOF (Forced outage factor). E a frag «ano que a unidade esteve parada por avarias. Uma sequiéncia histérica deste indicador fornece informagio numa unidade dada e, indiretamente, sobre a qualidade dos sobre a probabilidade de ocorréncias de av trabalhos de controle do estado operacional de diferentes equipamentos ¢ de manutengao (16.12) Planejamento, Projeto ¢ Operas + cu fiabilidade R (Reliability). I 1 prol servigo por avarias durant c operagio, Neuhoff er al, (1996) considera como muito bons. Este valor da confiabilidad s de saidas forgadas. E constituiabase de modernos sistemas de planejamento da manutengao, tais como o RCM (Retiability C Maintenance), ou seja, manutengao baseada na confiabilidade, R=100-FOR, % 16 + Taxa de as FOR (Forced outage rate). 0 tempo de paradas p 1 relago & son smpo dle operacaio e de paradas por avarias FOR a Tempo méd o de operacdo entre falhas ¢ avarias MTBE (Mean time between failure). Et probabilidade de que a planta conti ue em operaga dividindo © numero de horas de no intervalo desde a sua partid anilise, Calcul. analisado, y LT opi MTBF = 1! aes nyo = nmero de pa FO. iradas forgadas + Indicador do tempo de par: com manutengio pl inejada SOF (Service outage factor). Refle frago no nimero total de horas no ano utilizada em trabathos de manutengZo planejada, incluindo a manuten. Gio corrente, média e principal. Vltne + Tim + Ti) sor = =! 100, 16.16) * Fator de oper esti em operagio, SF= Sn, (6.17) Para as centrais termelétricas de ciclo combinado, que utilizam turbinas a gas e turbinas a vapy Assim, uma central termelétrica de ci combinado de miiltiplos eixos pode operar sé com uma parte das turbinas a gas ou sem a turbina a v que caracterizaria uma disponibilidade e confiabilidade parcial, Neste caso, introduzem-s¢ os indlicador oni bilidade EAF ¢ confiabilidade ER equivalentes, Devemos observar que na equagio 16.19 ¢ utilizado o conceit de fator indisponibilidade NAF que representa a fragaio do ntimero total de horas no ano em qu usina esta parada pc has ou avarias, ov por causa da manutengao programada | rr | Eto | Eton Ltr | BR =1-EFOF ={1-| =! +B, 2 +l || $100, 6.18) | fbr | Beate | [tu+taka (£6 earai-naea|i-[ BL yeh | 16: ies ity rT onde: Tm — = tempode parada em manutengiio planejada e ndo-planejada, B fragio da poténcia total da unidade de ciclo combinado entregue pelo ciclo a vapor EFOF = fragiio equivalente do tempo de paradas por avarias; NAF = indisponibil lade (fragdo do tempo calendirio em paradas por avaria e por manutengio) Sendo que os subindices TG, CR e'TV referem-se A turbina a gas, caldeira de recuperagio e turbina de vapor, respectivamente, A tabela 16,1 mostra valores médios dos indicadores anteriormente descritos para unidades a vapor de 120-500 MW, operando com lignito ¢ carvaio betuminoso durante os anos 1994-1996 na Poldnia (Gladys ¢ Matla, 1999). A central termelétrica Jorge Lacerda [V (1 x 363 MW), local carvio betuminoso como combustivel, no periodo 1997) wa em Tubardo, SC, ¢ que utiliza ama disponibilidade média de 85,0% de 92,6%, 0 que evidencia um salto na qualidade da op jo (Ellwanger, 2000). A tabela 16.2 mostra valores tipicos dt taxa de avarias FOR para diferentes tecnologias (Li e Priddy, 1985), 1000, apresento J4 no perfodo janciro/setembro cle 2000, este coeficiente atinge o v Jo ¢ da manut TABELA 16.1 ~ Indicadores médios da operagio de unidades com ciclo a vapor operando com carvaio mineral (Gladys e 1999), Reproduzido com auto ukowo-Techniczne Poténeta das unidades, NW Indicadores (Se) F Tor FOR a tap 30F oF 120 at i S21 865 162 09 200 22 m Sh us 12 613 360 07 0 916 Bo 187 500 899 10 ua 195 94 2s * A central fermelétrica teve boa disponibilidad, as ow a maior pate do tempo em reserva, 2.2DA®BHAAAALAAAAAAAAAAAAAAAAA a q Ps : a 2 g 950 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo Power Plant & Sons, Inc. TABELA 16.2 ~ Taxas de avarias para diferentes tecnologias (Li ¢ P System Design, Li, K. W.; Priddy, A. P. & Seinfeld, J. Copyright © 1985 Reproduzido com antorizagio de John Wiley & Sons Inc. de avarias FOR (%) b Turbina a gis de ciclo aberto 2 Ciclo combinado u Motor diese! 2 ntrais termelétricas de ciclo combi- Analisemos alguns dados relativos aos indices de operagio das nado. Uma amostragem em varias plantas de ciclo combinado da GEC ALSTHOM, com uma média de 15.000 do, mostrou uma confiabilidade de 99,0% e uma disponibilidade de 96,0% (Pfleger, 1998), horas de opera indices estes superiores aos das térmici explicado pelo extraordindrio desenvolvimento na tecnologia de turbinas a gas ao longo dos tltimos anos, e .om ciclo a vapor que operam com carviio mineral. Isto pode ser também pelo fato de ser 0 gas natural um combustivel, que nio precisa de um pré-tratamento complexo, com baixos teores de enxofre e auséncia de particulados, fatores estes que reduzem as paradas provocadas por efeitos da corrosio e da erosio. F interessante analisar os dados da fragdo do tempo de paradas por avarias FOF e de disponibilidade AF para os diferentes equipamentos que constituem um ciclo combinado apresentados na tabela 16.3 (White etal,, 1997). Observa-se que a turbina a gés € 0 equipamento que apresenta menor disponibilidade, ‘eum maior fator de tempo de paradas por avarias. Dados de outros autores confirma o anterior. Assim, de ‘acordo com Maslak e Tomlinson (1996), nas centrais termelétricas de ciclo combinado, a fragio do tempo total de paradas por avarias, correspondent a0s diferentes equipamentos,é = turbina a gase gerador: 79%; + turbina a vapore gerador: 14%; + caldeira de recuperagiio: 7% TABELA 16.3 - Indices de operacio dos equipamentos que conformam um ciclo combinado (White et al, 1997) Tiquipamento Fornecimento YOr Disponibitidade (AP) ‘Turbinas a gos Ge 0s 963 Caldeira de recuperagio 0B 997 “Turbina a vapor € gerador 006 ae Equipamentos auxiliares Outros oor os Total : 1,09 940 16.4.2 Taxa de Tomada e Retirada de Carga Considerando que uma central termelétrica opere segundo 0 gréfico de carga fornecido pelo ONS resulta importante saber quas s20 as cargas minima e méxima de operagdo da mesma, e qual 6a velocidade com Gque esta pode passar de uma carga aoutra, tanto durante o aumento da mesma (‘omada de carga) como durante a sua diminuigao (retirada de carga). Carino 16 Operacdo e Manutenio «951 AA taxa de tomada de carga depende do estado térmico original do equipamento, das caracterfsticas cdo em regime nio- plo, nas turbinas a vapor a variagdo da carga pode se realizar pela abertura das de pariimetros destizantes do vapor (ver itens 16.4.3 ¢ 16.4.4). Um outro aspecto que influencia a taxa de construtivas do mesmo e da forma de organizagiio da oper stacionério. Assim, por exem {lvulas de regulago ou através fe de circulagao natural com tambor ou de passe tomaca de carga 6 o tipo de gerador de vapor instalado: sejae: ga utiliza-se o indicador "capaci Como medida da locidacle permissivel e da faixa de variagio da dade de regulagiio da unidade’ Aw CR Vp -100, % -MW sl 2 ves (16.20) onde: AW = faixade variagao da poténcia, MW; Yp velocidade de variagao da poténcia, MW/s; Wom = poténcia nominal da unidade, MW. A figura 16.6 apresenta os resultados de um estudo realizado sobre as taxas permissiveis de tomada e em unidades de 200 MW de poténcia (Gladys e Matla, 1999). Este teste mostra uma tentativa de avaliar a flexibilidade durante 0 aumento ou redugo da carga de duas maneiras: aumento/redugio da retirada de cat nga em salto, seguido de aumento/redugio em rampa ou aumento/redugio em rampa seguido de aumento/redugio emssalto. Os valores apresentados representam a maior taxa permissivel do aumento da carga para as condigdes ‘em que se garante a confiabilidade de operagdo, numa faixa de variagao de poténcia de 65 até 100% da poténcia nominal. Note-se que os aumentos ou reduces da carga em rampa so expressos em porcentagem por minuto, ‘enquanto que as de salto representam uma variagio instantnea, em porcentagem da carga nominal, © aumento, ou redugdo, da carga em degrau € conseguido utilizando-se da capacidade acumulativa da caldeira, conceito este que sera explicado mais adiante. Fica evidente que a operago com um combustivel de maior poder calorifico permite uma tomada e retirada de carga mais répida, Oconceito de flexibitidade de uma central termelétrica inclui os seguintes aspectos: + velocidade de variagao da carga; faixa de variacio da carga (desde 0 valor minimo Wai, até 0 nominal Wyo): Em unidades que el também conseguir uma sobrecarga temporaria, desconectando os aquecedores de alta pressio; operam segundo 0 ciclo a vapor é possi * caracterfsticas de partida da unidade (duragdo, confiabilidade e consumo de combustivel durante a partida) oS Figura 16,6 ~ Valores maxims permissiveis (considerando as limitagGes tecnolégicas) das variagdes de carga para um bioco de 200 MAY, que utiliza lignite com poder calorifico igual a: 1) 16,7 MU/kg: 2) 19,2 MI/kg; 3) 22,2 Mi/kg (Gladys e Ma 1999), Reproduzido com autorizagio da Wydawwnictwa Naukowo-Ts Ac nte, o geradorde vapor 6 0 equipamento que limitaa ca ga minima da unidade corresponded carga minima permissivel do ponto de vista técnico. Geral ‘ga minima que fica entre 30-60%. Para cot astiveis sélides, arga minima situa-se entre 50 e 60% A variagdo da carga durante a operagio de uma unidade com ciclo a vapor pode-se realizar aten a trés programas diferentes lendo + comes pardimetros iniciais do vapor (figura 16.7a) + com pariimetros des antes (figura 16.7b' + com um programa combinado (figura 16.7e). Wo Figura 16,7 ~ Pro jo da carga em unidades com ciclo a vapor. my-= fragio de abertura da vélvula de antes da turbina; py = valor da antes da turbina, 16.4.3 do da pela Abertura das Viilvu de Regulagio \ taxa de tomada de carga € expressa em Uh/min ou k; /sIs. O fator limitante da taxa de tomada de arga, neste caso, é a diferenga de temperatura pela espessura da parede de alguns elementos da turbina e o alongamento especifico do rotor, isto devido a que durante a abertura da vilvula principal (regulagao por estran- gulamento) 0 ponto que representa o estado apés a viilvula se desloca para a esquerda, uma regidio de maior temperatura (ver figura 16.8), » 16 Operagdo e Marutengio 1-2 Processo de ober oper Figura 16.8 — Representagiio do processo de aum pela abertura da vilvula principal Parimetros de vapor antes da turbina, Assim, por exemplo, analisemos 0 caso de uma turbina com parmetros de vapor 560 °C e 24 MPa para 100% da cargae reg rangulamento. Para 50% da carga, a pressdo apés as villvulas de regulagao vai ser de aproximadamente 12 MPa e a temperatura de 511°C, € dizer que se pass 0% da carga para em 49°C julagdio por e nos de 100%, a temperatura do vapor aument 16.4.4 Pressio Deslizante do Vapor Neste caso, a taxa de tomada de carga nio est limitada pela turbina, e sim, totalmente pelas possibili- dades da caldeira. As caldeiras de circulagdo natural apresentam como limitagées para a 6 regime térmico do superaquecedor, a seguranga da circulagio € o aumento do nivel de ade tomada de carga tua no tambor da caldeira. Quando aplicada a tomada de carga por pardmetros deslizantes do vapor, observa quecedor. As caldeiras de circulagaio © aumento da temperatura do metal do super tural com tambor possem uma dade acumulativa muito grande, 0 que faz com que durante o aumento da carga (e da pressio do vapor) a geragio de vapor se retarde em relagio ao aumento da quantidade de calor liberada na fornalha. Assim, a yaziio de vapor que circula por dentro dos tubos do superaquecedor é menor que a que deveria corresponder & quantidade de calor que esta sendo absorvida, provocando um aumento excessivo da temperatura do metal Jo recomendada neste caso 6 0 adiantamento da abertur Asolu das vélvulas de regulagio da turbina, ‘em relago a velocidade de tomada de carga da caldeira, Assim, a queda de pressfo na caldeira provoca um ‘aumento da vazio de vapor, o que melhora o resfriamento do metal do superaquecedor. As caldeiras de passe nico se diferencia das caldeiras de circulagio natural (de tambor) por nio possufrem uma fronteira rigorosamente definida entre as superficies evaporativas e superaquecedoras, além de que tém uma capacidade acumulativa menor (no possuem tambor). Os fatores limitantes pi neste caso, si cteristicas dindimicas e a inércia dos proce recomenda-se adiantar as mudangas no consumo de combustivel e 4gua aa tomada de de combustito na forn: ha, pelo que 16.4.5 Vida Util A operagiio de equipamentos enet éticos que jé ultrapassaram grande parte ou toda sua vida ttil é um assunto atual para muitos pafses do mundo, especialmente para aqueles com um setor energético desenvolvido, onde esti presente uma grande quantidade destes equipamentos, Para as instalagdes de turbinas a vapor, 0 954 Geragao Termelétrica: Plangj dperaci limite da vida GUil na maioria dos casos 6 considerado em 100 mil horas, sendo que o limite tecnicament Permissivel de operaciio coresponde a 170 mil horas, No entanto, a experiéncia na operagdo de centrais com turbinas a vapor mostra que, em muitos casos, esse limite pode ser maior, Naturalmente, os baixos indices d 9peragio (rendimento ¢ confiabilidacle) podem ser compensidlos com a utilizagiio dessas instalagdes soment para cobrir as cargas picos, ou com a comespondente modernizagiio, esses {ndices podem ser inerementaclos até um nivel aceitavel, Porém, exige-se uma informagao exata sobre o estado do equipamento, assim como ur prog Sstico relativo a sua capacidade de trabalho no future Ampla utilizagio na pritica mundial encontrou o método de avaliagaio probabilistica da conflabilidade nas centrais elétricas nucleares (CEN). Este método 6 baseado na avaliagdo das probabilidades de oconéncia de falhas ¢ avarias no trabalho do equipamento, a partir de dados estatisticos sobre as Falhas de a tos cm regimes de longa operagio, Para as centrais termelétricas tradicionais, © maior interesse est na avali agio probabilistica da confiabilidade de operagio do equipamento da central © da sua capacidade para o ‘cumprimento do grafico de carga elétrica, programado pelo operador da central ou pelo operador nacional do sistema elétrico, A frequéncia das paradas por avarias 6, geralmente, assumida constante para equipamentos de d terminado tipo. Porém, inclusive entre uniclades energéticas idénticas de uma mesma central, existe uma dif renga considerdvel nos indices de confiabilidade, o que toma necessirio uma avaliagio individual de todas as unidades do sistema energético O estudo da intensidade das falhas dos equipamentos no processo de operagiio por longo tempo permite determinar o valor real dos {ndices de confiabilidade, e assim estabelecer sua variagio no tempo, ¢ também, prognosticar a freqiléncia e o cariter provaivel dessas falhas para um perfodo futuro, Nas figuras 16.9 jos dados sobre 0 niimero de f a 16.12 sfo apresenta das por avarias © 0 tempo da parada durante os trabalhos de recuperagio para duas unidades energéticas de igual tipo, 200 MW de poténeia, durante 25 anos de operacio (Mazurenko, 1995), Podemos distinguir o perfodo de assimilagto tecnolégica das unidacles carac terizado pela redugdo das taxas de avarias e 0 perfodo de continuo aumento do niimero de falhas ¢ suas conseqiiéncias, como resultado da degradagiio técnica do equipamento, A partir dos dados de duas unidades (0 iado incluiu daclos de 12 unidades), pode-se afirmar que existe uma regularidade na trabalho antes refe variagdo dos pardmetros de confiabilidade no tempo, porém, os daclos quantitativos se diferenciam, inclusive, para equipamentos de igual tipo. | obrigatérios Nimero de parades 50000 100000150000 «20000020000 Tempo de operagdo, horas sura 16.9 ~ Variagio do niimero de paradas por avarins da unidadle n® 1 durante 25 anos de operas. Cartrawo 16 Operagao e M g 2 8 2 © 319 Ss iS es 2a) E 0 50000 fo0d00 #50000 200000250000 Tempo de operagdo, horas Figura 16.10 — Variago do niimero de paradas por avarias da unidade n® 2 durante 25 anos de operago. S 1250, — 3 x31000 SS 70 3 5 500 se eS Cae 85 ol ef 0 0000 f00000 180000 -~—-200000 ~—~—~250000 e Tempo de operacdo, horas Figura 16.11 — Variagio do tempo de recuperagio do equipamento da unidade n? | durante as paradas por avarias a0 longo da vida itil do mesmo, 1250 g 21000) - = 85 = 750} Bg sal 2S 250) = DO. 3B 0 a ge 0 50000 0000150000 200000250000 E Tempo de operagdo, horas do tempo de recuperagao do equipamento da unidade n° 2 durante as paradas por avarias ‘ao longo da vida util do mesmo. ¢ Operagaio Létrica: Planejamento, Proje A andlise de variagio da eficigncia das instalagbes de turbinas a vapor (expressa em forma d go tempo, mostra também uma uivalente), no processo de operagio por lo: consumo espectfico de dle ota a vida atil do equipamento (figura 16.13) continua diminuigao deste parimetro, na medida em que se es ico de sua Isto & conseqiiéneia da deterioragio do estado das superficies da seo de fluxo da turbina, alte geometria devido ao fendmeno de fluéncia do metal e desgaste erosivo dos elementos. A disponibilidade destes dados permite introduzir alteragdes nas caracteristicas energéticas das instalagdes de turbina a vapor e consider las durante o planejamento da operagdo da central termelétrica ou do sistema energético. o oe ‘ | eee ees L Se SStlEe fas) 19e2 (965 1984 (906 1986 1067 (968 To69 1990 1801 1992" Anos durante sua operagio por longo tempo. Tudo isto diz respeito da necessidade de coleta e acumulago de dados de operagio dos equipamen- tos da central termelétrica durante toda sua vida itil. A solugao mais eficiente é a introdugio de um sistema de (0 de dados sobre as alteragOes da eficiéncia, diagnéstico com a correspondente fungiio de coleta ¢ acumula lementos (figuras 16.4 até 16,17). Estes dados permitem, nao somente terem as alteragdes visando a 6 confiabilidade da unidade e seus. didas para 9 da operagiio, como também adotar m consideragao e ima organizag: adagaio antecipada dos principais pardimetros de operagio, vinta ek 8 00 aoe 2 » fo} | got | Rn| | i ol tl Ee em ea ES 8 Siheabat 5 eae Figura 16.14 — Quantidade de falhas do equipamento principal e auxiliar durante o ano. fa Figura 16.15 ~ Tempo médio de manutengio logo apés parada por avaria. a bog 3 Figura 16.16 s nos diferentes equipamentos (para dois blocos). 1=Boi8o 2-Economizador Porte radionte inferior 4-V6lvula de vopor 2-Distribuigdo de vapor | 5-Parede de 6quo | | ‘3 [a requiogiio 3-Moncois ¢ ocoplamentos 4-Condensador 5-Bomba de 6leo de porlida 16.17 — Peso especifico das ca 6-Porte rodionte superior superaquecedor de tele 7-Parte radionte B-Superaquecedor semiraciantel convectiva peraquecedor intermacir ; de falhas. a) Turbo geractor; b) caldeira a vapor 10 e Operaca Geragao Termelétrica: Planejament Das figuras 16.14 até 16.16 podemos concluir que o equipamento que mais afeta a confiabilidade de operagiio desta unidade centrais termelétricas com ciclo a vapor. Da figura 16.1 acalde aa vapor, sittiagdo esta tipica b, vemos que a corrosiio s convectivas da caldeira a vapor silo as falhas principais de falhas. Jno ca! aconteceram nos mancais e acoplamento, no sist as causas principais desta alta incidéne odo turbogerador (figura 16.174) ‘a de distribuigao do vapor e regulagio e no condensador. No plano de modernizagao dos adores existentes, que ultrapassaram grande parte de jupos turboge! sua vida itil, devemos destacar trés possfveis niveis * reconstrucio de baixo custo, ff baseada na manutengao do estado inicial da segao de fluxo, selos, aperfeigoamento do sistema de regulacio ¢ outros. Entre os métodos de baixo custo paraaextensio davida iti jando estes equipa- mos a operagiio das unidades com parimetros reduzidos do vapor. Q mentos operam em carga pico, as perdas pela diminuigio da eficiéncia poderio ser compensadas; + nivel médio, mais profundo. & baseado na reconstrugiio da segdo de fluxo, troca das palhetas dos ragiio da funda- estagios por outras mais eficientes, troca das segdes da turbina a vapor (sem al a0). Podem ser inclufdos nesta classe de reconstrugiio, 0 repowering (repotenciacdio) com turbi- stos relativamente itricas atuais. Com g bina a vapor, aumentan: ise caldeiras de recuperaco nas centrais term pequenos, também, hi a possibilidade de diminuigao dos parametros da t do sua vida ttil. Desta forma no se exclui ao com possibilidade de cobertura de carg: yeragdio autGnoma da turbina a gas e turbina a vapor, s picos. A figura 16.18 mostra um dos possiveis esquemas al termelétrica a carvio utilizando turbinas a gas (Termuelhen, 1998), deste esquema consegue-se cerca de 20% de aumento na capacidade da de repowering de uma cent Com a implementaga central com uma melhoria no heat rate de 25% + reconstrugao total da unidade, com a mudanga do equipamento principal e seus sistemas auxiliares por outros mais eficientes, com a instalagdo de novos sistemas automaticos, dia endendo aos gastos, este tipo de reconstrugdo pode ser compardvel i montagem de no\ des, No entanto, por Jo e construgdes civis, pode ser efetiva e executivel em prazos mi ndstico e outros, is unida- eito da utilizagao de algumas estruturas, objetos auxiliares, pessoal de opera- s breves. ees we kes secon toto |rezsrre? cntwoator [340 Wy sergeees one [Eee E fy ae Figura 16.18 — Esquema do repowering em paralelo de uma CTE a carvio utilizando turbinas a gas, Reproduzido de ‘Termuehlen, H. Repowering and effective way to rediice CO, discharge, International Joint Power Generation Conference, 1998, coma autorizagaoda ASME. 16.4.6 Mobilidade Define-se como mobilidade a capacidade da unidade ou da cental termelétrica de variar a sua poté cia, a fim de atenuar as variagdes de freqiéncia no sistema, E precisamente a capacidade acumulativa da caldeira (energia acumulada no volume de éguae vapor e no metal das superficies de aquecimento da caldeira) gerar uma quantidade de vapor q circulagio natural de uma unidade de 200 M unidade no seu conjunto, equivale @ AW juy,/W 16.5 CARACTERISTICAS ENERGETICAS E a relagao, direta ou indixeta, ¢ a mento ¢ a entregue pelo mesmo, Sao conhecid ben 0 Input Ou Entrada/Safda, Estas caracterfsticas sio importantes para a distribuigao ec da car centrais termelétricas ¢ unidades do sistema energét teri a 19) 16.5.1 Caracteristicas Energéticas das Caldeiras (fi Qcte 100% Teald + Beols Neald 0 Orin eas 100% Figura 16.19 -Ca teristica energética principal. bustio do combustivel e a energia t ) Qere =(@ Outras formas de expressar esta caracteristica so: B=f(Qeaa) fou B=f(Deayy) (16.22 + Caracteristicas das perdas. E a dependéncia entre as perdas de calor e a poténcia térmica caldeira: Lperdas = F(Qeais) 16.23 + Caracteristicas de eficiénc Theatd = F(Qeata ) .cteristica incremental: bead = f(Qeaid ) pardimetro bag representa o aumento relat dQcrp/4Qcaqu- Esta caracteristica, conhecida como heat ra absoluta, porquanto diz sobre a taxa de aumento do param dado no pardmetro de saida A andlise das caracteristicas energéticas das cal rate constitui uma funcio diferencial em aumento continuc de combustivel, que consideram as mudangas no consur + Rela ou a vazao de vapor D, + caracteristica de aum consumo de calor ou de combustivel necessério pat lo dado; do num interv rate incremental das t + oheai fratura na caracteristic Carino 16 Operacdo e Mamutencao ‘961 16.5.3 Caracteristicas Energéticas das Centrais com Ciclo a Vapor As caracterfsticas energéticas de uma central termelétrica a vapor, em particular 0 heat rate incremental (equagao 16.26), constituem o resultado da "soma" das caracter isticas correspondentes 4 caldeira ! A turbina a vapor (figura 16.21). | Aen cre = (16.26) CTE Wert \ Coldeira o vapor Turbina o yapor [Bioeo energético \ 4 Sere | op => ' 4 eos Wain Word Welet Wnt — Wet Figura 16.21 — Formagiio das caracteristicas energéticas de uma unidade com ciclo a vapor em fungao das caracteristicas energéticas de seus componentes (caldeira ¢ turbina), { 4 4 4 Na figura 16.22 mostra-se o principio de calculo das caracteristicas sumarias do heat rate incremental 4 para dois equipamentos diferentes. No exemplo dado, podemos mostrar que a carga de 0 até 15 MW é assimila- da pela turbina B. A carga de 15 até 25 MW A unidade A, de 25 até 40 MW 2 unidade B e de 40 até 50 MW A 4 unidade A. Se necessdrio, caracteristicas semelhantes podem ser obtidas para um maior nimero de unidades 4 operando em paralelo. Z 4 4 4 { 4 4 q a ae 1 | I | i i 30 1 Laces 2) 1 1 i spas panty eee eee Wie Mi 10 20° 304050 Wy NW | A B ACB 1 Figura 16,22 —Determinagiio das caracteristicas sumrias de unidades de turbinas operando em paralelo 1 Na figura 16.23 so mostradas as caracteristicas de aumento relativo do consumo de combustivel | para trés unidades. Como exemplo, consideramos uma unidade de 150 MW a gas natural, uma de 160 MW a carvao ¢ outra de 200 MW também a carvao. Os tragos inclinados estio determinados pelas caracteristicas das caldeiras, e os verticais das turbinas.. { Alguns comentirios com relagio & figura 16.23 sio: * oponto | corresponde a soma das poténcias mfnimas das trés unidades (100 + 100 + 130 = 330 MW). A partir desse ponto, da-se inicio ao carregamento da unidade com menor valor do acrés- cimo do consumo de combustivel b: a unidade n° Gerag \elétrica: Planejamento, Projeto e Operagiio + no ponto2, o menor valor de b corresponde a unidade n° | e, portanto, até o ponto 3, o aumento da € realizado com esta unidade; comegando desde ponto 4, o menor valor de b corresponde a unidade n° 2, sendo esta, portanto, carregada até o ponto 5; + osi fervalos indicados no grafico mostram 0 inicio ¢ o final do carregamento de cada unidade, termelétrica embor a de poténcias coberta pela cen ‘odas clas estejam em operagao na fi S. oft by. tat 30 se} i ] ier “4 360 PoE 4p M0} ‘® | xo | 200) i | 200 tw-canis | _ z= feeder = Tat bs Soo HO 2048 0a sura 16.23 — Exemplo da determinagao da caracteristica de aumento de consumo de combustivel para diferentes unidades energéticas. A figura 16.24 apresenta as caracteristicas energéticas de uma central termelétrica de ciclo combi- nado, grifico este construido a partir da caracteristica do heat rate/carga, para uma central com arranjo em simples eixo (Tomlinson e Cullough, 1996), assumindo-se um heat rate de 6000 kI/kWh durante a operagio a carga nominal. O heat rate incremental foi obtido derivando, analiticamente, a equago que aproxima a curva absoluta de consumo de calor. Em periodos de baixa carga, ao invés de uma redugdo de carga com distribuigo proporcional em todas as unidades disponiveis, devem-se ponderar as alternativas de parada das mesmas, a fim de que aquelas que permanesam em servigo operem no ponto mais econdmico da caracteristica energética. Porém, deve ser considerada a probabilidade de solicitago de carga, uma vez que nesta condigo a disponibilidade da central termelétrica para rpidas elevagbes de carga fica diminuda (este é um problema do sistema), e também haverd tum gasto de combustivel extra na partida das unidades paradas (este jé € um problema econémico). 0 gasto de combustivel na opera¢io de partida depender4 do tempo de parada da unidade, ou seja, do grau de esfriamento. Heal rote incremental (MR) + Heat rote (HR) ae diss Soa Sal im cae 2 4000 a 2 _ 0 100 200 300 400 500 Potércia elético Welet Figura 16.24 Caracteristicas energéticas de uma central termelétrica de ciclo combinado de simples eixo. Elaborado a partir de dados tomados de Tomlinson ¢ Cullough (1996). Cartruwo 16 ~ Operagao ¢ Man Para a escolha da alternativa étima € necessirio saber ‘fico de carg: + o valor de carga da central durante o dia (dado pelo gi 1 do operador do sistema energetic adoras, ou seja, 0 consumo espectfico de combus- * as caracteristicas energéticas das unidades ge tivel para um acréscimo unitério da poténcia a diferentes cargas. Estes parimetros devem ser determinados para cada unidade por meio de testes. O consumo especifico de combustivel depen- de fortemente da carga da unidade. Até 0,4-0,5 da carga nominal, aumenta em 25-30% * oconsumo de combustivel durante a partida em dependéncia da duragio da parada (estado frio ou quente). O consumo de combustivel durante a partida desde diferentes estados térmicos também deve ser determinado de forma experimental durante testes. 16.6 OPERACAO DE CENTRAIS TERMELETRICAS A VAPOR Neste item nao se pretende descrever o regime de operagio de toda a diversidade de equipamentos, energéticos das centrais termelétricas com ciclo a vapor, de diferentes pardmetros, esquemas e outras particula- ridades. Aqui se consideram os princfpios gerais de preparagao ¢ realizagiio dos procedimentos de partida parada e operacio em diferentes condigées ¢ regimes. A compreensao dos principios gerais permite, de forma bastante répida, dominar os detalhes dos diferentes procedimentos, descritos nas instrugdes de operagiio ¢ recomendagdes do fabricante dos equipamentos de uma central termelétrica determinada, principal problema nas partidas e paradas, e durante a variagio do regime de operagio de uma central a vapor, em especial daquelas que operam com altos pardmetros iniciais do vapor, é garantir um aq mento uniforme dos elementos mais macicos, tais como os flanges das juntas da carcaga da turbina a vapor, 0 tambor da caldeira (no caso em que a caldeira nao seja de passe tinico), tubulagdes de vapor de altos parametros, etc. Isto evita o aparecimento de tensbes mecinicas excessivas, que podem provocar trincas ¢ falhas no metal. s principais procedimentos para a organizacio racional do aquecimento e resfriamento dos elementos de uma central térmica a vapor sio: + realizar a remogiio do condensado acumulado (drenagem) nos pontos inferiores das tubulagdes € segdes da turbina; + utilizagao de aquecimento externo dos flan temperatura pela largura do flange no deve ser maior que 50-60 °C); + aquecimento do rotor da turbina com 0 vapor fornecido nos selos a fim de evitar deformacdes do mesmo durante a partida desde o estado frio; + utilizagdo de esquemas de aquecimento forgado da carcaca inferior e esfriamento da parte superior para garantir um diferencial menor de temperatura entre eles, Jacarcaga da turbina e prisioneiros diferenga de 16.6.1 Partida de uma Unidade a Vapor Durante a partida de uma central a vapor € possfvel distinguir a seguintes etapas + preparagZo para a partida; * acendimento da caldeira; + rolagem da turbina, sincronizagao e conexao do gerador, + carregamento da unidade, Atendendo ao estado térmico da unidade, o regime da partida pode-ser: + partida desde 0 estado quente (paradas de 6-10 horas); + partida desde o estado ndo-resfriado ou morno (desde 6-10 até 60-90 horas); + partida desde o estado frio (mais de 60-90 horas de parada). Muitas vezes o estado térmico da unidade no momento da partida é definido pela temperatura interna da carcaga da turbina de alta pressio, em lugar de considerar 0 niimero de horas de parada como inclicador. 964 Ge y rica: Plan Analisemos a partida de uma central a vapor ap il e complexa do ponto de vista das tensdes térmicas. tengo ou uma longa parada, q Na figura 16.25 6 mostrado o esquema simplificado de uma unidade com as principais tubulagGes c elementos utilizados durante a partida: Esquema simplificado de uma central a vapor indicando os dispositives e tubulagbes de part Figura 16.2: 1) tambor; 2) superaquecedor; 3) reaquecedor; 4) tubulagio de "vapor vivo"; 5) tubulagao da linha “fria” do reaquecedor; 6) tubulagdo da linha “quente” do reaquecedor; 7) valvula redutora com resftiamento (VRR); 8) bypass da valvula principal de vapor (BYPY); 9) vilvula principal de vapor (VPV); 10) valuta sentineta para a exaustdo do vapor para atmosfera; 11) valvula de parada por emergéncia (VPE); 12) valvulade s pressio; 13) vilvula redutora com resfriamento ripido (VRRR) para a injegaio de vapor vivo no condensador; 14) tubulagio de vapor do reaquecedor para 0 eondensador 15) fornecimento de vapor ao desaerador; 16) fomecimento de vapor ao ejetor; 17 ¢ 19) fornecimento de vapor para a selagem da turbina de alta pressio; 20) fornecimento de vapor para a selagem da turbina de mécia press imento dos flan a (22) e de média pressio (23); 24) Jo da turbina de alta pressio; 25) valvulas de regulagio da turbina de média pressio; 26 27) valvulas de drenagem; 28) condensador; 29) linha principal de vapor da cental termeléirica pris + conexiio com a tubulagio principal de vapor da central termelétrica 29 a fim de dispor do vapor necessério para a selagem ¢ aquecimento preliminar da turbina pelas tubulagdes 17, 18, 19,20e 21; Jo com a tubulagiio principal de vapor da central termelétrica 29 para o fornecimento de + cone: vapor aos ejetores do condensador através da tubulago 16, ea criago do vécuo requerido para a operacio do bypass do superaquecedor da caldeira a0 condensador; + conexdo com a tubulagdo principal de vapor da central termelétrica 29 para o fornecimento de vapor no desaerador D, através da tubulagio 15, a fim de evitar processos corrosivos por efeito de Caviruto 16 ~ Operaciio e Manutencao 965 la valvula redutora 13. Esta tubulagdo 6 da turbina, quando os m. Neste intervalo, 0 + o bypass superaquecedor de vapor/condensador através ck utilizada no perfodo que vai desde o acendimento da caldeira até a rolagem pardimetros do vapor nfo atingem ainda os valores estabelecidos para a rolage' vapor de safda do superaquecedor € enviado diretamente para o condensador; as vilvulas 7 e 14 abertas conformam a linha de aquecimento do reaquecedor ¢ 0 bypass de vapor para o condensador; as vilvulas 26 ¢ 27 abertas conformam uma linha de drenagem do condensado da tubulagéo principal de vapor e da turbina a vapor para o condensador. A figura 16.26 mostra o grifico de partida de uma unidade de 200 MW desde 0 estado frie com pardmetros deslizantes do vapor. Este grifico mostra a variagio dos parimetros do vapor, da velocidade de rotagdio ¢ da poténcia da turbina durante a partida, que neste caso tem uma duragio de II horas. Alguns momentos importantes indicados no gréfico sio 0 inicio da rolagem da turbina a, a partir do qual observa-se 0 aumento da velocidade de rotacio da mesma até atingir 3600 rpm (sistema de 60 Hz de freqiiéncia). Aproxima- damente uma hora ¢ meia depois o turbogerador é sincronizado ao sistema (Ponto b), scomega a aumentar a carga da turbina, Este processo de carga da turbina possui alguns degraus de retencZo a cargas parciais, a fim de homogeneizara temperatura de seus elementos. Aproximadamente ap6s 10 horas de iniciada a partida, atinge-se carga nominal de operacio. 966 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operaca Partida 16.6.2 Preparagio par: + Realiza-se a inspecdo de todos os equipamentos principais ¢ auxiliares. Durante a inspegio é necessario conferir se todos os trabalhos de manutengdo ou de montagem foram finalizados, retirados todos os instrumentos, pecas de reposico, guardas protetoras ¢ restaurado 0 isolamento stros de ins térmico. Verifica-se também o fechamento hermético das janelas de inspegiio ¢ reg pecdio da partida, a com antecedénci: aldeira. Verifica-se ¢ preenche-se a documentagao necess: larmes, sinalizago e meios + Conexio e teste de todos os aparelhos de medico, controle e comando,, de comunicagio. R de deslocamento axia mentos e sensores (incluindo os sensores iciais dos instr istram-sc as leituras it de alongamento relativo do rotor e outros elementos principais do bloco). de todas as valvulas de va + Conferem-se a condigio técnica e a posi + Preparacdo para a partida e teste do sistema de lubrificagio (fomecimento de éleo & turbina), prestando atencio especial ao sistema de seguranga e ao sistema auxiliar de 6leo de lubrificagio. + Verifica-se a preparagio do gerador elétrico e todos seus sistemas. + Testam-se os componentes do sistema de regulacdo e protecao da turbina. Verifica-se a abertura ¢ fechamento das vilvulas de regulacdo ¢ fechamento rapido, realizam-se testes das protecOes, relé de deslocamento axial da turbina, relé de vicuo no condensador, rel sistema de lubrific: de pressio d io e no sistema de regulagio. com agua de alimen- se e completam + Completa-se com gua o tanque do desaerador, purg tagdo as bombas de alimentacao de condensado e outr caldeira. + Verifica-se a disponibilidade operativa dos elementos dos circuitos de gas e ar da imento uniforme do rotorda + Parte-se o dispositivo de giro lento da turbina, o que permite um aque: mesma. O dispositivo de giro lento deve operar até a rolagem da turbina, sendo que, ao atingir uma 10 e destigado automaticamente. determinada rotagao, 0 sistema de transmissio € desacop! + Prepara-se e d-se partida na instalagao de condensagao. Inicialmente, testa-se e dé-se a partida as bombas de égua de circulagdo, abastecendo o lado de égua bruta do condensador e purgando o ardo sistema através das valvulas suspiro. No lado do condensado, apés 0 teste € 0 enchimento do pogo do condensador com ‘gua tratada, as bombas de condensacio so conectadas 2 linha de recirculagio. + Prepara-se € gua do sistema de extrago de ar + Injeta-se vapor ao desaerador ¢ aos selos da turbina para garantir a estanqueidade do espaco interior da turbina. Nas centrais com arranjo em unidades separadas, o vapor para esses fins (como também para os ejetores a vapor) é fornecido por uma tubulago proveniente de outras unidades ou de uma caldeira de reserva para a partida. se partida aos ejetores a vapor ou 2 a. Verifies + Prepara-se o sistema de aquecimento regenerativo de 4 a disponibilidade operativa do esquema da descarga de dgua em cascata, + Completa-se a caldeira com agua desgaseificada (nas caldeiras de tambor, a mes até o nivel de acendimento). + Remove-se 0 ar (incondensiveis) do condensador estabelecendo-se um vécuo niio menor de 0,046 MPa, pois no condensador ser injetado vapor da caldeira logo apés o inicio da vaporiza Primeiramente utilizam-se os ejetores de partida e logo os de servico. se completa + Prepara-se para a partida o esquema de aquecimento da tubulagdo de fornecimento de vapor & turbina, pois no caso desta tubulagio estar fria poder ocorrer condensagio com a entrada de gua na turbina, o que resulta extremamente perigoso. Cwiruio 16 Operagio ¢ Manutenpdo 967 16.6.3 Acendimento da Caldeira Antes do acendimento deverd ser feita a purga da caldeira, ou seja, a ventilagdo da cimara de ases Combustiveis, que poderiam provo- mbustivel e combustio e dutos de ar ¢ gases para remover possiveis resfduos de veri ser isolado o sistema de ct erativo, 0 exaustor € 0 car uma explosio durante 0 processo de acendimento. Para isso d Posto em operagio todo o sistema de ar e gases, ou seja, 0 préaquecedor de ar r ivos dutos. A ventilagio da caldeira deverd ser sopra feita com uma vaziio de ar tal que garanta a passagem do mesmo a uma velocidade minima por todo 0 volume stéticos. O tempo de ventilagao lor com a abertura total de todos os dampers dos respe: da fornalha ¢ dutos de gases evitando a permanéncia de bolsdes de gases adotada e do volume da camara de combustdo (tipo de combustvel). Tipicamente ninal da caldeira durante 10 min, Deve-se assinalar que depende da vaziio de a utilizada uma vazao de purga de $0 a 60% da vazio ni as Ideiras de tambor sem bypass caldeira/condensador nio devem ser ventiladas por um tempo maior que 15 p Pi min, © que poderia ocasionar um resfriamento muito acentuado, causando um diferencial muito grande de temperatura nas paedes metélicas durante a partida desde 0 estado quente. Se o combustivel principal for um combustivel de alta temperatura de ignigio, como por exemplo ra requererd um combustivel auxiliar de partida, de baixo ponto de igni¢do (gas ou combustivel liquide — diesel ou dlco combustivel). No caso em que estes tiltimos sejam os combustiveis carvio, 0 acendimento da cald principais, eles mesmos serio utilizados para o acendimento, Apis o acendimento do queimador, deve-se observar o estado térmico dos elementos da caldeira, principalmente a temperatura em diferentes pontos da parede do tambor nas caldeiras de circulagdo natural A taxa de fogo devera ser controlaca pela vazaio de combustivel visando manter uma velocidade de aquecimento do metal da parede do tambor entre 1-1,5 °C/min, Se o diferencial topo-fundo, ou seja adiferenca de temperatura entre a parte superior e inferior do tambor for maior que 40-45 °C, sera necesséria a interrup- Zo do acendimento para evitar deformagbes ireversiveis no mesmo. Em unidades onde uma partida répida é imprescindivel sio utilizadas caldeiras com circulagao forgada, as quais permitem maiores taxas de fogo para um mesmo diferencial topo-fundo do tambor. © momento da passagem da queima com combustivel auxiliar de partida para 0 combustivel principal depende do teor de voliteis no combustivel, bem como do teor de cinzas e ponto de fust de cinzas, que influen- ciam na forma e dimensoes da fornalha. Como regra geral esta transferéncia é realizada quando for atingida uma combustio estivel com o combustivel auxiliar, Para um teor de voléteis menor do 15% esta operagio realiza-se Quando se atinge 30% da carga da caldeira. Para carvdes de alto teor de cinzas, para garantir a estabilidade da chama, é necessaria a manutengtio do combustivel auxiliar da carga nominal da caldeira até 50%. Apés o acendimento deve-se monitorar: + atempe ura dos gases numa mesma seco transversal, bem como para detectar a possivel combustio de residuos de combustivel nos dutos de gases; ura dos gases nos dutos da caldeira a fim de identificar possfveis diferengas de tempera- + temperatura do metal do s iperaquecedor que, no inicio do acendimento, por nao haver circula de vapor, fica sem resfriamento, Nao é permitida uma elevagio desta temperatura acima de 550°C; * odeslocamento térmico dos elementos da caldeira Devemos ressaltar que a partida das caldeiras de circulago natural e de passe tinico diferenciam-se de forma significativa nas elapas posteriores. A utilizagao do bypass caldeira/condensador ¢ 0 modo de partida da turbina, que pode ser com pardmetros deslizantes ou com parfimetros iniciais (fixos) do vapor, determinam 0 regime de partida dos equipamentos. A operagiio de una unidade com bypass caldeira/condensaslor permite que a partida da caldeira seja feita completamente independente da turbina conforme ja apresentacdo no item 16.6.1, Assim, anatisaremos primeiramente as particularidades da partida de uma unidade com caldeira de circulagto natural, partindo pelo método de pariimetros destizantes, o que permite aceterar a parti Quando for atingida a temperatura de 100 °C no tambor, comega a vaporizagiio © @ vapor escoa através da vilvula redutora de resfriamento ripido (VRR) até 0 condensador Oaquecimento da turbina neste perfodo realiza-se, como jd acima descrito, por melo do vapor que é fornecido através de uma Fonte externa le vapor aos selos ¢ para o aquecimento dos flanges e prisioneiros Como resultado do acendimento da caldeira deverdo ser atingidos os parimettos requerides para a rolagem da turbina, cefinidos pelo fabricante da mesma, Estes pardmetros geralmente sic + atemperatura antes da vilvula principal de vapor deve ser de 80 a 100°C maior que a temperatura do metal da turbina de alta pressio, A temperatura do vapor no reaqueceddor deve ser de 50.470 °C maior que a temperatura do metal da turbina de média pressito + temperatura da tubulagiio de safda do vapor das turbinas de alta ¢ média pressio deve ser maior do que 100 °C Vejamos, na seqiiéncia, as particularidacles da partida de unidades com cakdeiras de passe tinico, Na partida da caldeira de passe tinico as exigencias com relagilo ao tratamento da digua so maiores, A lavagem da ccaldeira 6 realizada com as bombas de alimentagdo em uma vazdo prSxima A nominal, até aleangar um teor de sais na sigua no maior do que 5 mV/, Neste momento a lavagem é finalizada, Existem diferentes procedimentos de acendimento de eakleiras de circulagdio continua: o regime de passe tinico ¢ o regime com separador de partida. No regime de passe tinico, durante © periodo inicial toda a superficie da ealdeira opera como um economizador e, medica em que avanga 0 aquecimento na sego final dos tubos, hi a formagio de vapor o qual é desviado para 0 condensador através do expansor de acendimento (ver figura 16.27). Este esquema apresenta uma série de desvantagens. Em especial, neste regime nao & possivel dar partida em caldeiras no: resfriadas; ocorre um significativo sobreconsumo de combustivel uma vex que durante o acenslimento é neces io fornecer e aquecer uma grande quantidace de gua nas tubulagdes da caldeira além disso, & posstvel o arraste de sais ¢ Gxidos desde a zona radiante inferior para o superaquecedor de vapor Tudo isto limita a utilizagilo deste esquema fzendo com que atualmenteexista uma apa diusto dos esquemas com separadores partida, em particular daqueles com separadores internos, Redtora kas Caldera Epon +S) Figura 16.27 ~ Esquema de partida dle uma caldera de passe inico utitizando o regime te passe Unico, Cavirveo 16-~ Operagdo e Manutengiio As particularidades principais do esquema com separador interno SI podem ser vistas na figura (16.28). Com este esquema de partida, as segdes de sgua e vapor da caldcira se dividem por uma vélvula interna em duas partes: a da égua até K2 ¢ a do vapor ea vilvula K1. A agua de alimentagio neste caso é bombead: separador interno, a vilvula K3, e 0 expansor B de onde aps KI. Antes da partida se fecha a vélvula interna ia através da zona radiante inferior da caldeira, 0 1 neste aso no para o condensador, A 4 ingressa na segio superaq ] he Figura 16.28 ~ Esquema de partida de uma caldeira de passe tinico utilizando separadores internos. A medida que aquece a caldeira, quando aparece o vapor no separador, abre-se KI © 0 vapor entra na parte superaquecedora da caldeira, permitindo o resfriamento seguro dos tubos As vantagens do esquema analisado sio a diminuigao do consumo de combustivel na partida e a possibilidade de realizar a mesma desde diferentes estados. O regime com sepa cerca de 30% da produgo nominal de vapor da caldeira. Apés este de passe tinico, lorinterno é usado.até atingir ede trabalho lor, acaldeira passa ao reg 16.6.4 Rolagem da Turbina sm da turbina é uma das operagdes de maior responsabilidade durante a operagiio da unidade energética. Precisamente, é 0 estado da turbina o que condiciona a velocidade de partida da mesma, Antes da partida da turbina fecha-se a valvula redutora de resfriamento (VRR ou7 na figura 16.25). O fornecimento inicial de vapor para a turbina é realizado mediante a abertura das que, quando seja atingida a rotagiio de 500-600 rpm, elas estejam totalmente abertas, Isto permite um aqueci ‘mento uniforme das caixas dos bocais, O controle de rotagiio ¢ realizado pela valvula bypass da valvula principal de vapor (VPV ou 9 na figura 16.25). Inicialmente a turbina é mantida em baixa rotagiio para a verifieagiio do desligamento do giro lento, a escuta da turbina, ¢ 0 monitoramento das vibragdes do rotor, Como em ba rotagdes niio ha a formagio efetiva de um filme de Gleo nos mancais que garanta a lubrifica para evitar 0 atrito seco e 0 conseqiiente desgaste da superficie do mi s através de uma bomba auxiliar de alta pre Ivulas de regulagiio, dle forma cas \gllo dos mesmos, al patente, deverd jada uma cunha estivel de leo nos mane © fornecimento inicial de vapor para a turbina, durante a partida com partimetros destizantes, teorica: ‘mente ja seria possivel a uma pressio de 0,15-0,2 MPa e temperatura de 110-120 °C, No entanto, na pritica, estes parimetros nio sio suficientes, requerendo-se uma reserva adicional de pressio suficiente para aumentar inicialmente a rotagio até o primeito patamar de estabilizago, onde ser mantida durante um tempo de 15.420 min, para aquecimento ¢ monitoramento e, apés, para o aumento ripido da rotagio até 0 valor nomi Lah ah oon een nnn en ee ee 2 2 oe ee ee ee ee ee eo 10 ¢ Operagao 970 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Pi p até seu valor nominal ocorre de forma continua com uma passagem 0 posterior aumento da rotag ripida pelas velocidades eriticas, onde acontece a ressonancia do rotor, uma vez que a grande maioria da turbinas modemnas tem rotor flexivel, ou seja, com velocidades menores que a velocidade de operagao. 10 axial e excentri Durante a partida ¢ indispensfvel monitorara evolugio dos valores do deslocame: cidade do rotor, do destocamento axial da turbina d aca. O diferencial de tem- peratura entre a part dilatagio diferencial rotor/e io nao deve superar 50 °C e superior ¢ inferior das turbinas de alta e média pre bre-se a vilvula principal de vapor (VPV) fechando-se parcialmente + comandadas pelo regulador de velocidade da turbina para manter a Ao atingir a rotagdio nominal, as valvulas de rey ulagao que passam a freqiiéncia da turbina no valor ajustado para a operagZo. O sistema de lubrificagio, neste momento, passa a ssdrio fechar todas a operar utilizando a bomba principal, ou seja, passa ao regime normal de operagio. Ene drenagens das segSes da turbina e das tubulagdes de vapor, auscultar cuidadosamente a turbina, verificaro nivel de vibragio dos mancais e verificar a operagdo dos equipamentos auxiliares. O vacuo no condensador é levado 05 valores nominais, ligam-se os sistemas de resfriamento e de excitag io do gerador. Apés estas medidas, com o gerador excitado a rotagdo ¢ tensiio nominal, o turbogerador esta pronto para a conexio & rede. 16.6.5 Sincronizacao e Conexao do Gerador com a Rede No momento de fech ador esteja em sincronismo com o sistema elétrico, ou seja, coma mesma tensfo, mesma freqiiéncia e mesma fase mento do disjuntor para a conexio da unidade rede é necessa A partir deste momento, a unidade esté entregue ao operador do sistema, No entanto, 0 carregamento da unidade para ado pelo pessoal da central obedecendo as curvas de partida apresentadas no grfico de partida (ver figura 16.26) até o momento em que se estabelecerer ges de operagiio nominais da unidade. aumento ou redugio da carga & re: s condi- Apés 0 sincronismo, a carga deverd permanecer no seu valor inicial durante, aproximadamente, 30 minutos, a fim de: a) acompanhar 0 diferencial topo-fundo na carcaga das turbinas de alta e méd purgadores da turbina), pressao (verificar os b) acompanhar 0 aquecimento dos flanges da carcaga;, c) acompanhar a dilatagao rotor/earcaga, d) desligar a bomba de dleo de partida da turbina. 16.6.6 Carregamento da Turbina O carregamento inicial da turbina ¢ realizado por meio do fechamento da linha de vapor ao condensa- dor através da vilvula redutora de resfriamento. No valor da poténcia atingida apés esta operacao, faz-se um pequeno intervalo. Em seguida, 0 posterior carregamento ¢ realizado com parametros deslizantes, com as valv las de regulagio e a valvula principal de vapor totalmente abertas, mediante o aumento da geragio de vapor na caldeira. O seguinte degrau durante a elevagio da carga esté relacionado & necessidade de resfriamento da turbina de baixa pressdo até a temperatura de operagdo, o degrau subseqiiente esta relacionado coma passagem para a queima de combustivel principal e a conexio do sistema de pulverizagao (caso for necessério), Estes degraus so aproveitados para colocar em operagiio os aquecedores de baixa e alta pressio. Durante 0 carregamento da unidade, podemos destacar os seguintes parimetros principais, que deve tidos auma monitoragaio constante: + adilatagdo diferencia! rotor/earcaga, que ndo deve ultrapassar os valores estabelecidos pelo fabri- cante, Os rotores, tendo menos massa que a carcaga e uma maior superficie, aquecem mais rapido €, por isso, sua dilatacao pode superar a da carcaga, o que pode levar ao engripamento na seco de fluxo e nas selagens; estar sul Ing. Alberto P. Alvarez G. Carinuto 16 - Operagao e Manutengo 977] PMI#¥in da Ganeneciin Kidroléctrica Jojo + adilatagio absoluta das carcagas das diferentes segdes da turbina; + a temperatura do metal da turbina e tubulagdes; + avibragdo dos mancais da turbina, pelos quais, possfvel avaliar a vibragao dos rotores; + as expans6es térmicas dos painéis, tubos da caldeira e tubulagées, pelas marcas de refer + a temperatura do metal do superaquecedor de vapor, * os niveis de égua no condensador e desaerador, ¢ para as caldeiras de circulagao natural, o nivel no tambor + a pressio de dleo no sistema de lubrificagao, temperatura do dleo e dos casquilhos dos mancais. do 16.6.7 Particularidades da Partida desde 0 Estado Nao-resft principal cuidado durante a partida das unidades e grupos turbogeradores quentes € garantir que 0 vapor fornecido a turbina no tenha uma temperatura inferior A do metal da mesma, o que pode levar a répidas contrag®es na turbina, gerando grandes tensOes térmicas, resultando no engripamento da seco de fluxo e deformagées dos flanges. Por isso, antes de ser iniciada a rolagem da turbina, a temperatura do vapor deve ultrapassar a temperatura do metal da segao de entrada de vapor em 50-70 °C. A partida comega com a criagao do vacuo no condensador, para o qual ¢ injetado vapor ao ejetore aos selos da turbina, A fim de evitar um resfriamento abrupto do rotor, o vapor é injetado nos selos dianteiros das turbinas de alta e média pressio, com uma temperatura em torno de 400 °C, Nas caldeiras de circulagdio natural, a gua de alimentagio fornecida ao tambor nao pode estar a uma temperatura menor que 40°C com relagao as paredes do tambor A rolagem da turbina nao € permitida com uma diferenga de temperatura entre a parte superior ¢ a inferior da carcaga maior do que 50 °C. Comas valvulas de regulagem fechadas faz-se 0 aquecimento da vélvula de parada por emergéncia e da tubulagao de vapor de partida, Para evitar o resfriamento excessivo da turbina de alta pressi rolagem é realizada através da turbina de média pres ando a turbina de alta pressio em regime sem vapor até alcangar a rotagdio nominal. Apés a sincronizagiio da maquina, o carregamento € realizado por degraus de poténcias, por exemplo, de 10% para o controle da vibragiio dos rotores e o alongamento relativo. ‘A duragdo da partida de uma unidade de ciclo a vapor depende de varios fatores, entre os quais 08 mais. importantes sio: + horas de parada (estado térmico); lo, geralmente, a + tipo de caldeira (circulacdo natural ou passe tinico);, + tipo de combustivel e poténcia da unidade. As tabelas 16.4 16.5 apresentam dados sobre a duraga mesma em unidades c a vapor operando com diferentes ti da partida e consumo combustivel durante a 0s de combustiveis, TABELA 16.4 —Duragio da partida para centrais termelétricas com caldeiras de circulagio natural e continua com diferente estado térmico e operando com combustivel s6lido (Girshfeld e¢ al., 1980) Tipo de unidade Poténcia Horas de parada Duragio da partida ‘Com caldeira de passe nico 300 MW. 090) Sas” ‘Com caldeira de passe nico 300MW 28 2n35° Com caldeira de circulagdo natural 200MW 60-90 8has” Com caldeira de circulagso natural 200MW 6.10 shoo" Termelé Operagi TABELA 16.5 - Consumo de combustivel durante tida em Coneladay de dleo equivalente shfeld ef al., 1980) G ~ Poténeia da wnidade (MW) Combustivel Tempo de parada (horas) 0 : : [saa v6 56.0 ise Oleocombusve woo | 20 200 Sid | aoc 0 so Gicoconbustra 5640 85 0 Secs a0 ia 175 : | tida das unidades com caldeira de circula. De acordo com Frank e Wittchow (1997), o tempo de 10 natural é praticamente o dobro daquelas com caldeiras de passe tinico, isto deviclo a uma menor massa das sse Unico, Para uma unidade de 545 MW, uma caldeira de circulagiio natural (16,7 MPa) tem 0 MPa) pesa 339 t caldeiras com pa tum peso de 897 € uma caldeira de passe tinico tipo Benson (2 oa Carga Nomi 16.6.8 Acompanhamento da Central Termelétrica durante a Opera As centrais termelétricas modernas, ou unidades, em proceso de operagio normal silo comandadas por um sistema de controle automético e a intervengio do pessoal de operagiio & exigida somente em casos de variagdo excessiva dos parimetros ou outros fndices em relagito aos valores nominais, Conforme descrito no item 16.4 a distribuigdo de carga entre as diferentes centrais térmicas ser Fungio de sua eficiéncia, em correspond 6 fungao do gritfico geral de carga elaborado pelo operador do sistema, ada central, que porsua vez , ncia com o grifico de distribuigao de car 6 realizada atuando no valor de referéncia do comand da mesma, 0 » principal, Conforme deserito no capitulo 15 a na turbil A variagao da ¢ que, finalmente, leva & variacio da pressio do vapor na tubulag: o de fornecimento de combusti lador autom: A caldeira, ao mesmo tempo em que o sistema o aumento da carga, deve-se, primeiramente, aumentar a tira do exnustor, em seguida aumenta-se a vazio de a por meio do ventilador de tiragem forgada e $6, posterior mente, é aumentada a vaz2o de combustivel. Durante a diminuigao de carg e se diminui o fornecimento de combustivel, ¢ em seguida reduz-se a vazdio de ar por ultimo ol aumenta ou diminui a quantidade de combustivel fomecida de controle automiitico ajustara a vazdlo de ar na caldeira, Para abrindo-se os dampers de controle de vaziio ncia das operagdes & inversa. Inicialment ddiminui-se a tiragem. controle da temperatura do vapor superaquecido também é realizado de forma automuitica, A susten tagio desta temperatura € realizada pelo ajuste correto dos processos na fornalha da cald iglio da io no atemperador. A utilizagio de injegdes na linha do reaquecedor & reatizada $6 en) . jd que em operagaio normal isto resulta em sig vaziio da agua de inje: situagdes de emergénci nificativa diminuigio da efici@ncia, Durante a opera dacaldeira, especialmente durante a queima de combustivel s6lido e dleos combustiveis pesados, id manutengiio da qualidade requerida da digua de alimentagio e do vapor, & operagiio normal do sistema regenerativo (nivel de ‘égua adequado nos aquecedoes), concensador, e também i operago normal do sistema de pulverizagdo durante io deve ser dada atengio & manutengiio da limpeza das superficies de aquecimento a queima do combustivel sdlido. Uma turbina moderna, com altos pardmetros do vapor, é projetada para a operagiio por longo tempo. jo maiores que determinados limites indica com variages de temperaturas Jos pelo fabricante e, também, para no maiores do que 0,5 MPa, Um indice de principal importine referente ao estaclo da variagOes da pres: Cariruns 16~ Operagiioe Manutengio 973 agiio). Com paiimetros io de regul 11 ap6s 0 primeiro estigio da mesma (es ma de aquecimento regener ‘ado anormal da segaio de fluxo dos bocais ¢ palhetas 6 a pressiio.na is do vapore vacuo nominais, ¢ a operagio normal do sister tivo, um aumento desta pressio, em comparagiio com seu valor normal, é conseqiiéncia de um e da turbina: a deposiga Zio do estado das superf méveis, ¢ possiveis quebras. de sais, ou significativa deterio ade e no tempo de vida dtil da turbina. A uma idéia externa sobre as 1 medida, Um quadro mais ices. O nivel de vibragiio tem uma grande influéneia na confiabilid io dos suportes dos mancais, di soment rem alg agrand digo da velocidade e a aceleragio das vibra erador que permitem, nto s6 avaliar a 5 obtidos com 0 quadro vibro- medida em forma de oseila s do rotor, cuja amplitude real pode supers completo do estado da vibracional do rotor revela-se pela mes Atualmente, exist mas de diagndstico vibro-actistico do turbo; magnitude da vibragzio como, também, por meio da comparagiio dos resultados acstico do equipamento em étimo estado técnico, localizar as regides de vibragio excessiva e esclarecer suas vibragao, n sist causas, e determinar possiveis quebras. 16.6.9 Parada da Turbina a Vapor das: tems os seguintes tipos de pa se sem resfriamento de turbina¢ da caldeira; Em fungao das cau: + parada em reserva. Reali + parada da unidade para a realizagiio de trabalhos de manutengao na caldeirs CO resfriamento realiza-se somente na caldeira ¢ tubulagdes; + parada da unidade para a realizagiio da manutengio total programada ou uma manutengao corrente daunidade, Realiza-se o resfriamento de todos os equipamentos, principalmente da turbina, j4 que disto depende © prazo para o inicio dos trabalhos de manuten e tubulagdes pri + parada de emergéncia, Realiza-se sem wma preparagdio preliminar Em qualquer tipo de pa a, € necessirio desli= ida da turbina, com a excegaio da pa nc gara unidade das tubulagées e linhas de transmissio gerais da central, verificara disponibilidade operativa d bombas de 6leo de partida, reserva e emergéncia, através da abertura parcial das vilvulas de fechamento ¢ de seguranga, verificar a auséncia de engripamentos nas mesmas. Durante uma parada com parimetros deslizantes, gradualmente e de forma total, abriras valvulas de regulagao e com o sistema de distribuigiio por boca operar com injecio total de vapor. A diminuigao da carga ¢ real junto a diminuigdo da injegiio de combustivel. ‘A velocidade de redugio da carga 6 determinada principalmente pela velocidade de diminuigio da temperatura do metal do tambor da caldeira (até 2,5 °C/min), no entanto, é necesstiio também controlar veloci- dade de resfriamento da tubulagio do vapor e da turbina e o encurtamento relative do rotor, Com a carga da caldeira menor do que 30% da nominal, passa-se a operarcom o combustivel de partida, se o combustivel principal for carvao. Fechando as valvulas de regulagem, a carga da turbina ¢ levada até zero e, em seguida, aciona-se a valvula de fechamento, Logo ap6s verificar 0 fechamento de todas as vélvulas, e na auséncia de carga elétrica, desconecta-se 0 gerador da rede, Com isto a operagio em regime de motorizagio nfo deve ultrapassar4-5 min, Quando a rotagdo diminui em torno de 10%, liga-se a bomba de dleo de partida e, apés a diminuigiio do vacuo até zero, interrompe-se a injegdo de vapor aos selos. Deve-se auscultar a turbina, is passara ja com a diminuicdo da producio da caldeira Durante a diminuigdo da rotagio, na parada da turbina, 6 muito importante levantara curva de rotagio residual do rotor, ou seja, a relagao entre a velocidade de rotaco e 0 tempo até acontecer a parada total da maquina. Esta curva é muito informativa, Uma parada acelerada do rotor nos permite dizer que o trabalho dos mancais nio é satisfat6rio. Um aumento no tempo de parada em comparagio com o normal, diz sobre posstveis fugas nas valvulas de fornecimento do vapor. 974 Geragao Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo jo. com o mecanismo de A fim de garantir o resfriamento homogéneo da turbina, esta é mantida em rota Biro lento, que & desligado quando a parte superior da turbina de alta pressao atinge uma temperatura em torno de 400 °C, depois do qual o rotor é girado a cada hora em 180° até alcangar uma temperatura menor do que 170°C. Durante um resfriamento acelerado da unidade, a turbina é submetida a agio de um fluxo potente de Vapor, com temperatura menor que a do metal. Isto permite atingir uma velocidade maior de resfriamento (mas dentro dos limites permissfveis), que durante o resfriamento natural, de uma turbina bem isolada, tubulagdes € etc. Se o resfriamento da turbina & natural até uma temperatura de 170 °C, quando € permitida a abertura do isolamento, sao necessirios até 6 dias, no entanto, com um resfriamento acelerado sao suficientes s6 2 dias. Uma vez que durante o resfriamento os rotores menos macigos se esfriam mais répido do que a turbina, é necessério um controle constante do encurtamento relativo dos carcaga, especialmente os flang rotores para evitar engripamento na segiio de fluxo e nas segbes de selagem. 16.7 COMPORTAMENTO DAS CENTRAIS TERMELETRICAS A VAPOR A CARGAS PARCIAIS Analisemos 0 comportamento do ciclo a vapor a carga parcial baseado no exemplo de uma central termelétrica industrial projetada para uma indstria sidentrgica. Os célculos foram realizados utilizando o simula- dor Cycle Tempo elaborado pela Universidade de Delft na Holanda. Os objetivos de desempenho da central termelétrica se resumem a uma geracdo minima nos bornes do gerador de 11.700 KW, com uma eficiéncia Liquida global minima, a 100% da carga, no menor que 25%. Esses objetivos foram atingidos considerando a disponibilidade de combustfvel existente de 45.000 kW, sendo esta determinada por: + 40.500 Nm3/h de Gis de Alto Forno (GAF) com PCI de 900 kcal/Nm3, = 500 kg/h de Alcatrdio com PCI de 4.600 kcal/kg, Para os diferentes equipamentos que compdem a central, incluindo dados fornecidos pelos fabricantes, foi considerado para a simulagao a 100% da carga o seguinte: + caldeira. Bficiéncia térmica de 89,9%. Perda de carga do lado dgua-vapor de 0,248 MPa. Poténcia consumida pelos ventiladores 250 kW. Purga equivalente a 1,2% da vazio total de vapor; + grupo turbogerador. Eficiéncia mecanica da turbina de 81,95%, com extragdes somente possiveis a 1,9, 0,9, 0,38 e 0,19 MPa respectivamente. Eficiéncia mecénica do redutor de 98%. Eficiéncia elétrica, incluindo gerador e transformador, de 95,35%; + bombas, Eficiéncia interna de 65%; + condensador, Diferencial de temperaturas na entrada da exaustdo da turbina de 7 °C. Pressio na exaustdo da turbina de 0,009 MPa. Queda de pressio do lado do vapor de 0,0008 MPa. Um total de 2450 tubos com 0,018/0,02/0,03 m de didmetro interno, de diémetro externo e de passo entre tubos respectivamente. Coeficiente de condutividade térmica do tubo de 0,085 kWi/(m.K). Coefici- ente de resistencia is deposigdes do lado da égua de 0,045 m?K/KW. Fator de corregao de 1,4 pela presenca de ar do lado do vapor; + aquecedores regenerativos. Queda de pressio do lado do fluido que aquece de 0,005 MPa. Queda de pressio do lado do fluido que resfria de 0,008 MPa. Diferencial de teraperatura na entrada do fluido que aquece de 10 °C. Diferencial de temperatura na saida do fluido que aquece de 8 °C; + trocador de calor de baixa. Queda de pressdo do lado do fluido que aquece de 0,005 MPa. Queda de pressio do lado do fluido que resfria de 0,008 MPa. Temperatura de safda do fluido que se resfria de 100°C; + trocador de calor para a recuperaco da energia da purga. Queda de pressiio do lado do fluido que aquece de 0,005 MPa. Queda de presstio do lado do fluido que resfria de 0,008 MPa. Temperatura de safda da purga de 35 °C; TS Carniio 16~ Operagdo e Mamutencao 975 * desaerador, Pressiio de operagio fixa em 0,13 MPa, Queda de pressio 0,005 MPa; * torre de resfriamento, Potencia consumida pelos dos ventiladores 250 kW; “Jo 1,3 MPa * jetor. Relagaio de pressbes de operag Adicionalmer (e, considerou-se que o consumo total de poténeia auxili ia planta & de 1.124,45 kW, 10 a carga parcial. Também foi mantida constante, © qual 6 mantido aproximadamente constante paraa simula em condigdes de carga parcial, a vazdio de agua de resfriamento do condensador. Para manter constante a Pressto de operagaio do desaerador em 0,13 MPa a carga parcial, considerou-se a possibilidade, caso neces rio, de tomar vapor de uma linha que opera a maior press extragiio da turbina, Finalmente, determinaram- Se 0s valores de poténcia para a simulagio a carga parcial com base a poténcia Liquida que foi obtida a 100% da carga, utilizando-se os valores da eficiéncia de distintos componentes segundo a carga na planta. Em todos 08 casos, as condigdes ambientais consideradas foram a 30 °C e 0,1 MPa. Nas figuras 16.29 até 16.32 ¢ nas tabelas 16.6 até 16.9 apresentam-se os resultados da simulagdo, Nas tabelas 16.6 até 16.9 observa trabalho da bomba n° 4 (bomba de condensado), a carga nominal é€ menor que durante a operagio Parcial. Isto é conseqiiéncia da diminuigao da press Na fi 3 apresenta-se a tendéncia de variagio com ac cada planta (valores liquidos), A diminuigo da poténcia est ditetamente relacionada com a redugio da carga, enquanto que a diminuigao da eficiéncia liquida explica-se pela menor poténcia gerada na turbina, mantendo-se © consumo dos equipamentos auxiliares aproximadamente constante, ao mesmo tempo em que s Quantidade de calor transferido ao circuito de regeneragaio (menor temperatura da sigua caldeira). e que o carga no condensador gura 16. da efici@ncia e da poténcia elétri- reduz a de alimentagaio a Apresenta-se na figura 16.33, a variagio relativa da pre: primei (Pe) e da temperatura da gua de alimentagio (T, . yim) Com a carga. Ob: tendéncia de diminuisio destes pardmetros com a redugao da carga. A maior variagio acontece com a pressio na primeira extr Dressiio de condensagio e da temperatura da dda pressio da primeira extragio explica-se pela redugio da pressio do vapor na entrada do primciro est Para se conseguir a redugiio da carga da planta, No caso do condensador, explica-se pela vaziio aproximatdk mente constante da égua de resfriamento. No caso da temperatura da dgua de alimentagio, explica.se pela reducdo da quantidade de calor transferida ao cireuito de regeneracio, AAO (Peony) da pressio na erva-se uma igua de alimentagao, No caso Os resultados da simulagdo do esquema térmico da central termelétrica permitem estabelecer, entre ‘outras, as seguintes conclusdes: * para a operagio da central na fuixa entre 100% 30% da carga, pode-se esperar uma geragio liquida de 11.475,55 kW ¢3.453,74 kW, respectivamente, com uma eficiéncia liquida entre 25,5% © 18,6%; + uma menor eficiéncia Ifquida com a diminuigto da carga é explicada pelos seguintes motivo redugiio da quantidade calor transferido ao circuito de regeneragio (menor temperatura da agua de ‘io A caldeira), menor poténcia gerada na turbina e consumo de ‘aproximadamen- répica da turbina; da carga de até 75%, 0 desaerador pode ser operado com vapor tomado da linha de extragao & pressio 1,9 bar; * para valores de carga na faixa entre 75% e 30%, o desaerador deve ser operado com vapor tomado da linha de extragao & presstio de 3,8 bar; ta apresentada na figura 16.34 indica que o maximo seri da + avariagdo da eficigneia liquida da ordem de 25,5%, 976 Geracdo Termelétricu: Plangjamento, Projeto ¢ Operagao SEAR Puna A 100% Figura 16.29 —Esquema téemico e pardmetros da central termelétrica industrial operando a 100% da carga TABELA 16.6 — Poténcia total, consumo proprio e eficiéncia para 100% da carga xy Equipamento | Energia (kW) | Total (kW) Energia consumida 1 Caldera 4499701 4497.01 Poréncia bruta no transformador Geredor 12.600,00 12,400.00 Consumo de auxiliares 8 Bomba 468,40 4 Bomba 13 6 Bomba 148,29 2 Bomba 001 Caldera 250.00 Tore 250,00 Consumo total deauitiares Potgnciaguida 1147558 Eficiéneia bruta 280% Eficigneiaiguida 255%

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