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capitulo 17 Centrais Termelétricas eo Sistema Elétrico José Wanderley Marangon Lima Pedro Paulo de Carvalho Mendes 17.1 INTRODUGAO Nos capitulos anteriores foram abordados os varios aspectos das centrais termelétricas de forma isola- da, ou seja, do conjunto turbina-gerador ao barramento de conexiio com o sistema interligado. Neste capitulo serd apresentada de forma sucinta a contribuigo das centrais termelétricas na operagao do sistema elétrico interligado. Na primeira parte sera apresentado o sistema interligado de transmissio e distribuigdo. O sistema de transmissio, denominado de Rede Basica, é gerenciado pelo Operador Nacional do Sistema ~ ONS. Este sistema écomposto basicamente pelas linhas de transmissio e transformadores com niveis de tensao iguais e superiores 4 230 kV. O sistema de distribuigdo de energia elétrica, cuja a responsabilidade de operaco é das empresas concessioniirias de distribuigdo, ¢ composto pelos elementos com tensdes inferiores a 230 kV. No novo contexto do setor elétrico brasileiro, os sistemas de transmissio ¢ distribuigao (T&D) sdo atividades com caracteristicas monopolistas sofrendo regulamentago técnica eecondmica. Em fungiio de ser a energia elétrica um bem econdmico com caracteristicas bastante diversas dos demais, o transporte de energia elétrica, ou melhor, a transmissio e distribuicdo de energia elétrica apresenta dificuldades técnicas proprias. O consumo se dé no mesmo instante em que a energia elétrica é gerada, isto porque é invidvel economicamente estocar grandes quantidades de energia elétrica, Desta forma, o transporte da energia elétrica deve ser feito através de cabos condutores. No caso de outros bens econémicos, o transporte é feito de forma desacoplada no tempo, enquanto que na transmissio de energia elétrica isto niio ocorre. A carga ea geragio de energia elétrica estio totalmente interligadas, no sendo possfvel desacoplar produgio e consumo fisicamente. A viabilizagio da competigao na geragio de energia elétrica pressupée 0 livre acesso as redes de transmissio e distribuigao. No entanto, o acesso representa muito mais do que a simples conexo de circnitos pois a central térmica pode afetar a coordenagio e o controle destas redes. Requisitos técnicos siio necessitios para efetivar esta conexio a rede basica de transmissao ou rede de distribuigdo de energia elétrica, Se a conexao é feita na rede bisica, estes requisitos so explicitados nos procedimentos de rede do ONS. E necessério estabelecer um contrato de conexao com a transmissora em que a central sera conectada e lum contrato de uso do sistema de transmissiio com 0 ONS. Neste contrato de uso pressupde 0 pagamento de uma tarifa de uso do sistema de transmissio estabelecida através de resolugaio da ANEEL. Seaconexio é feita na rede de distribuigao, estes requisitos so listados nos procedimentos de distri- buigdo. E necessario estabelecer um contrato de conexio e de uso da distribuigaio com a concessionaria local de distribuigdo, Neste contrato de uso existe também o pagamento de uma tarifa pelo uso do sistema de distribuigio estabelecida pela ANEEL. 1008 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagao A seguir serio apresentados os aspectos principais dos sistemas de transmissao € distribuigéo. Um detalhamento do gerador sincrono é feito, visto que cle ¢ 0 elemento de transformagiio da energia mecfinica, gerada pelas turbinas, em energia elétrica, O modelo equivalente da miquina sincrona edo regulador de tensiio associado é apresentado. Dado que 0 controle da velocidade do gerador sincrono e, conseqilentemente, da freqiiéncia do sistema ¢ feito pela velocidade de giro da turbina, siio descritos os modelos destas turbinas em conjunto com os reguladores de velocidade. A partir destes modelos é apresentada a visio do sistema do controle carga-freqiéncia. Ao final, é feita uma descrigao dos aspectos positivos e negativos da conexiio destas centrais termelétticas aos sistemas dle transmissao e distribuigo, alertando para os pontos que devem ser regula- mentados através da ANEEL ou dos procedimentos de rede do ONS. OE DISTRIBUICAO, 17.2 ASPECTOS DAS REDES DE TRANSMISSA 0s principais aspectos inerentes datividade de transmissio ¢ distribuigao de energia elétrica que devem ser observados pelo operador do sistema, ou seja, ONS, como também pelas centrais térmicas conectadas a este sistema, podem sersintetizados em: + tensio © compensagio reativa; + seguranca estatica e dinamica; + controle da freqiiéncia e reserva de poténcia; + confiabilidade; + qualidade da energia; + coordenagaio hidrotérmica. Com excegiio do dltimo, todos os itens acima devem ser considerados na avaliagao da viabilidade técnica de uma conexilo ao sistema. Os trés primeiros normalmente ja fazem parte do elenco de critérios a serem seguidos na operacao dos sistemas, Os demais itens relacionados com a incerteza das varidveis nao so usualmente considerados na pratica em funcdo do grau de complexidade envolvido e do ntimero de varidveis envolvidas, Os aspectos acima mencionados fazem parte de um conjunto de servigos atrelados & operaco dos sistemas elétricos de poténcia. No caso dos sistemas de distribuigdo, a preocupagao maior é com acompensagio reativa, controle de tensao e qualidade da energia. 17.2.1 Tensio e Compensacio Reativa ‘Apesar de ser faturavel apenas a parte ativa da energia elétrica, a deficiéncia de compensagio reativa ‘compromete o desempenho dos equipamentos elétricos e a operagio do sistema de poténcia, A falta de compen- ‘sago reativa acarreta nfveis de tenso fora da nominal, deteriorando o desempenho do sistema, No lado do constumidor, os niveis baixos de tenso proporcionam: aquecimento nos enrolamentos dos motores elétricos; problemas de partida de compressores em equipamentos de refrigeracHo; diminuigo da capacidade de aqueci- mento de fornos, chuveiros, etc.; queda da intensidade luminosa nas limpadas incandescentes e dificuldade de acendimento de limpadas fluorescentes. Este tipo de problema normalmente & apresentado proximo aos centros de carga, onde normalmente existe deficiéncia de fontes de poténcia reativa, ‘As méquinas sincronas podem entregar ou absorver poténcia reativa dependendo da sua condigao de operagio. Como os geradores de energia elétrica sio maquinas sincronas, eles podem controlar a poténcia reativa do sistema, nas regides onde existe concentragdo de geracao, a tensio se mantém estvel Em regides onde as cargas se concentram hd caréncia de poténcia reativa, principalmente se estas cargas forem compostas por motores de indugo que so normalmente encontrados nas indiistrias, em equipa- mentos de refrigeragdo, etc, Nestas regides normalmente instala-se compensagdo reativa que pode ser sem controle automiético representada por bancos de capacitores fixos, ou, com controle automatico, representada por compensadores sincronos ou bancos de capacitores estiticos. ee ee ere sr ae 1009 Cavinto 17 ~Centrais Termelétricas ¢ o Sistema O transporte de poténcia reativa de uma regidlo para outra nio é to simples como o transporte ie poténcia ativa, uma vez que as linhas de transmissio absorvem poténcia reativa quando esto operando proxi- mas de sua capacidade maxima de carregamento ou geram quando operam com niveis baixos de carregamento, Desta forma, o problema de compensagao é normalmente resolvico localmente. Outro problema relacionado com a compensagio reativa que tem recentemente preocupado cos do setor s¢ refere & instabilidade de tensiio que pode levar o sistema ao colapso, mesmo com a presenga de equipamentos de controle da tensio. Isto se deve ao uso cada vez mais intensivo dos sistemas de transmissao e distribuig s técni- 0s geradores térmicos que, em geral, sfo alocados proximos aos centros de carga podem, se devida- mente especificaclos, suprir de poténcia reativa ao sistema onde ¢ mais necessario, melhorando o desempenho da tensao e diminuindo a incidéncia de instabilidade de tensio. 17.2.2 Seguranca Estatica e Dindmica O conceito de’ seguranga em sistemas elétricos de poténcia esté associado & capacidade do mesmo Para suportar safdas interpestivas de um ou mais elementos que o compdem. A perda de qualquer elemento, seja este uma linha de transmissiio ou transformador, pode acartetar problemas de tensio, carregamento exces- sivo em algum elemento do sistema ou mesmo a perda de sincronismo entre maquinas, podendo provocar desligamentos em cascata. As medidas corretivas normalmente utilizadas so 0 redespacho de geragio, cortes seletivos de carga, mudanga no perfil de tensio e outras. Estas medidas podem ser automatizadas através de | esquemas de controle de emergéncia (ECE) ou implementadas em tempo real através da atuagao direta do operador. Muitas vezes, em fungzio da gravidade da contingéncia, o consumidor pode ser afetado face a interrup- ‘go de fornecimento de energia elétrica. ) Nos estudos de planejamento da expansio e operagiio do sistema sao simuladas safdas de elementos através de um programa de fluxo de poténcia para avaliar a resposta do sistema, No planejamento da expansifo, em funglo dos resultados, em alguns casos € recomendada a, construgdo de novas linhas de transmissio,.a | aquisigRo de novos equipamentos como transformadores, etc, No planejamento da operagaio, em fungiio de nfo Se dispor de tempo habil para a implantaglo de reforgos adcionais, so recomendadas medidas operativas, A seguranga esttica 6 avaliada através de algoritmos de uxo de poténcia representandouma andlise 4 do sistema em regime permanente A seguranga dinimica & avaliada através de estudos de estabilidade, onde 0 comportamento dindmico do sistema ¢analisado. Ao perder determinadb elemento ou conjunto de elementos, 0 sistema elétrico pode perder estabilidade. A perda de estabilidade ou sincronismo entre os geradores pode levaro. 4 sistema a0 colapso, provocando interruppdes de fornecimento em determinadas dreas ou mesmo a imerrupeao completa de todo o sistema, ou seja, um blecaute completo. Uma das grandes Preocupagées dos técnicos + responsaveis pela operagio do sistemas de transmissfo e distibuigdo 6 evitar que isto ocorra, Para simular o \ Comportamento dindmico do sistema, sio utilizados programas de estabilidade. E possivel Prever este comporta- mento ¢ tomar medidas operativas similares relacionadas com ocomportamento estitieo, tals como limitayses_( de huxo, esquemas de corte de geragfo elo carg,ilhamento, ou mesmo, através de implementagao de conto: les automdticos inseridos nos geradores, ! Os geradores das unidaces térmicas podem ser uilizados para minimizar estes inconvenientes com! ontroles especfficas devidamente ajustados. Estes contoles serdo abordados neste capttulo, 17.2.3 Controle da Freqiiéncia e Reserva de Poténcia A freqlléncia do sistema elétrico esti relacionada com a velocidade das méquinas sineronas do sistema, Quando a geragio ¢ a carga estiio em equilibrio, a freqiigncia se mantém estivel. Quando este equilibrio é quebrado, a freqiténcia varia, afetando o desempenho do sistema elétrico, O contro! r 1010 Geragao 1 rica: Planejamento, Projeto e Operagiio rmeléi feito através dos controladores de velocidade instalados nos geradores cujos ajustes so determinados pelo CAG. Quando existe um novo equilibrio. ao desbalango. ‘operador do sistema. Este controle é denominado de controle automitico de geragao algum desequilforio no balango da carga e da geragiio, este controle xo para obt Somente algumas maquinas participam deste controle ¢ so elas que sdio chamadas para responder Estes geradores necessitam ter reserva de poténcia para fazer frente a necessidade de aumento do seu despacho acion quando a freqiiéncia diminui. Normalmente os geradores térmicos sio sensfveis as variagbes de freqiiéneia, fazendo com que os fabricantes instalem equipamentos de protecao para sub ou sobrefreqiiéncia. E possivel incluir estes geradores \cia e melhorar 0 desempenho do sistema. A descri¢do deste controle ¢ sua simulagao ho controle carga-freqilé serd apresentada neste capitulo, 17.2.4 Confiabilidade Dado que a produgaio e o consumo de energia elétrica sio simultiineos, o sistema elétrico deve ser planejado de forma a torné-lo capaz de responder as variagdes da carga no momento em que elas ocorrem. Os estudos necessirios para projetar o sistema para satisfazer estas condigdes requer que sejam consideradas as incertezas inerentes 3 operago como: o valor da carga, a configuragio da rede de transmissao, a disponibilidade ownao dos conjuntos gerador-turbinas ea disponibilidade das fontes primédrias de energia Os niveis de confiabilidade do sistema de transmissio ¢ distribuigao dependem dos nfveis individuais de confiabilidade de cada equipamento. O efeito pode ser sentido no que se refere aos indices de adequagio ou nos indices de seguranga. Os primeiros refletem a adequagdo do sistema composto por indices de continuidade de suprimento, de distoreao harménica, de flutuago de tensAo, etc. Os segundos referem-se ao risco de ocor- réncia de instabilidade dinamica no sistema e/ou cortes de carga devido & contingéncia, 17.2.5 Coordenagao Hidrotérmica Em sistemas com grande componente de energia renovavel hé uma dificuldade maior na coordenagio dos despachos das usinas, uma vez que as fontes de energia dependem das condig6es climéticas. No caso brasileiro, onde 95% da energia gerada é proveniente de centrais hidrdulicas, é necessario considerar a incerteza nas afluéncias aos reservatérios destas usinas ao se definir os despachos nao sé destas unidades hidraulicas, mas também das centrais térmicas. Esta coordenagao de despachos busca minimizar 0 custo operacional do sistema que, no caso brasileiro, esta sob a responsabilidade do ONS. A utilizagdo racional dos recursos hidricos depende de se ter usinas térmicas que possam variar os seus despachos em fungdo das condigdes dos reservatérios das usinas hidrdulicas. E interessante, portanto, para a operagao do sistema, que as usinas térmicas sejam flexiveis, 0 que nao € muito fic, conforme visto nos eapitulos anteriores. Esta flexibilidade incorpora custos adicionais que devem ser balanceados com os ganhos sistémicos da operagdo conjunta. 17.3 GERADORES SINCRONOS O diagrama esquemdtico simplificado de uma unidade geradora, e alguns de seus principais elementos componentes, é apresentado na figura 17.1. Nela aparece o gerador sinerono, que é responsdvel pela produgaio. deenergia elétrica, sendo normalmente acionado por uma turbina ou motor diesel, A turbina tem a velocidade de rotagiio ea poténeia entregue no eixo do gerador controlada por um regulador de velocidade que atua basicamen- te nas vilvulas de admissfio de gas ou vapor, conforme o tipo considerado. A energia elétrica produzida pelo gorador sfncrono ¢ feita numa tens da ordem de 10.30 kV, sendlo inserida no sistema de poténcia através de transformadores clevadores. Estes equipamentos elevam as tenses para patamares mais adequados, para a transmissfo de energia elétrica, usualmente entre 138 € 765 KV, com 0 objetivo de diminuir a bitola dos cabos, as perdas eas quedas de tens. A figura 17.1 apresenta, também, o sistema de excitagdo e um regulador de tensio. Caviruco 17-— Centrais Termeléiricas ¢ 0 Sistema Elétrico 1011 Estes elementos tm a finalidade de alimentar 0 enrolamento de campo do gerador com corrente continua (corrente unidirecional), para a produgio do fluxo magnético dentro da maquina, assim como controlar a tensaio terminal, a poténcia reativa ¢ auxiliar na estabilidade da maquina e do sistema de pot@ncia correspondente, A figura mostra ainda um transformador adicional, disposto na safca do gerador, necessério para suprir os servigos auxiliares ¢ os sistemas de controle e protegio, Sistema de poténcia Transformador Entrada de elevodor fluido Pret |__[Servigos { mre t Transformador }-— >on Lee [| Regulador de ES P_[Equipomentos velocidade 1 |de medicéo (NX Eixo i Gerador Sj Turbina Lsinerona Le ae Sa qi, Sistema de Regulador de }«— ot de excitagdo [I tenséo I fluido Veet Figura 17.1 ~ Diagrama esquemético da unidade geradora Este e os itens 17.4 a 17.6 apresentam as caracterfsticas ¢ os modelos bisicos dos geradores, dos sistemas de excitagdo e das turbinas térmicas, sob 0 ponto de vista dos sistemas elétricos de poténcia, Sao destacados também os principais elementos de controle associados. Todos estes componentes influem de forma significativa no comportamento dindmico dos sistemas elétricos de poténcia. Os primeiros elementos a serem considerados, a seguir, so os geradores sfncronos. Estas méquinas podem ser classificadas como: hidrogeradores ¢ turbogeradores. Os hidrogeradores operam normalmente com baixas velocidades de rotagiio (inferiores a 500 rpm) e possuem grande niimero de polos ¢, como o proprio nome sugere, so acionados por turbinas hidrdulicas ¢ instalados em usinas hidrelétricas, Os turbogeradores operam com altas velocidades de rotagio, tipicamente 3600 ou 1800 rpm (para sistemas com freqiiéncia de 60 Hz), tendo 2 ou 4 pélos, respectivamente. Este gerador é acionado por turbinas térmicas, sendo instalado em usinas termelétricas. Com 0 intuito de reduzir o efeito de reagaio & forga centripeta, os turbogeradores siio desenvolvidos com pequeno didmetro, comprimento longo e rotor liso (cilindrico), Ja a baixa velocidade dos hidrogeradores permite a execugao de rotores de grande didmetro, comprimento reduzido e com piles salientes. O nimero de polos do gerador (p) € definido com base na freqiténcia de operagio do sistema de poténcia (f) e na velocidade de rotagio da maquina em rpm (n), é calculado através da expresso p= 120.£/n. Os geradores sincronos sio compostos por duas partes magnéticas principais: o estator ¢ 0 rotor: Ambas so confeccionadas com materiais ferromagnéticos, que em relagiio ao fluxo magnético apresentam alta permeabilidade. No estator (armadura) sito dispostos enrolamentos que conectam a méquina ao sistema elétrico 1012 Geragio Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagido que permitem suprir a poténcia de poténcia. Atrayés dos enrolamentos do estator circulam correntes elétri demandada pelo sistema. No rotor sio encontrados dois tipos de enrolamentos: o enrolamento de campo, responsayel pela excitacao da maquina e conseqiientemente pela produgao do fluxo magnético de excitagao, € os lagdes mecfnicas, na melhoria chrolamentos amortecedores, que t@m papel importante no amortecimento das osci da estabilidade da méquina ¢ na qualidade do sinal da tensdo induzida no estator. Nos turbogeradores os cnrolamentos amortecedores siio montados axialmente em slots existentes no rotor, assim como 0 enrolamento de campo. J nos hidrogeradores, os enrolamentos amortecedores so dispostos de forma axial em slots existen- tes nos pélos salientes, sendo o enrolamento de campo bobinado no eixo dos pélos. O sistema de excitacZo energiza 0 enrolamento de campo da maquina sincrona. A corrente de campo, juntamente com 0 movimento de rotago do rotor, produz uma tensio induzida no estator, de acordo com a Lei de Faraday. Caso a maquina esteja acoplada ao sistema elétrico e dependendo da carga, ird circular corrente alternada pelos enrolamentos do estator. Esta corrente produz, de acordo com a Lei de Lenz, um fluxo de reagiio no proprio estator que se opie ao flux magnético de excitagzio. A composigao destes dois fluxos tem efeitos diferentes nos enrolamentos do estator e do rotor. O fluxo magnético de excitag‘io, que é produzido pelo enrolamento do rotor, ¢0 fluxo magnético, composto pela reagdio das bobinas do estator, tém magnitudes constantes e giram na mesma velocidade do rotor. Assim, a composigZo dos dois fluxos da origem a um fluxo resultante, que € estacionério com relagao ao rotor, mas que gira com velocidade sincrona com relago ao estator. Uma importan- te conseqiiéncia deste fato é a da necessidade de laminagio do circuito magnético do estator, para evitar 0 efeito das perdas causadas pelas correntes parasitas (correntes de Foucault). Como o fluxo magnético resultante € 6 necessério laminar seu circuito magnético, Desta forma os rotores estacionério com rela¢ao ao rotor, normalmente construidos com nticleos s6lidos. A agio dos enrolamentos amortecedores pode ser observada quando a velocidade do rotor for diferen- te da velocidade sincrona, Nesta condi¢ao haveré corrente induzida nestes enrolamentos, uma vez que 0 fluxo magnético resultante deixa de ser estacionério com relagio ao rotor. O efeito da corrente induzida é de eriar um fluxo magnético que tende a se opor As variagdes observadas no fluxo resultante, ajudando no restabelecimento do sincronismo € no amortecimento das oscilagdes mecdnicas do rotor. Os geradores sincronos sao ligados ao sistema elétrico de poténcia através de transformadores eleva- dores. No caso de pequenos geradores, a conexio com os transformadores € realizada por meio de cabos. Os grandes geradores possuem seus préprios transformadores elevadores e sio conectados aos mesmos através de barramentos. As poténcias nominais dos geradores sineronos vém sofrendo fortes incrementos desde os anos'60, gragas ao desenvolvimento tecnolégico ¢ as necessidades de economia de escala. No caso espectfico dos turbogeradores, as poténcias nominais médias evolufram de 300 MW, nos anos 60, para aproximadamente 600 MW na atualidade, havendo, entretanto, geradores com poténcias superiores a 1300 MW. Esta elevagio de poténcia é acompanhada por um grande incremento no tamanho do rotor ¢ do estator. Como o didmetro do rotor € limitado pelas forgas de reacdo as Forgas centripetas, o comprimento do rotor é alongado. Esta extenstio chega aser de 5 a6 vezes maior que o didmetro, Este fato tem trazido a tona alguns casos criticos de operago com velocidades subsincronas, implicando na necessidade de avaliagdes mais cuidadosas ¢ especificas. 17.3.1 Representacao Matematica dos Geradores O desenvolvimento de modelos matematicos das méquinas sincronas (geradores © motores) é de fundamental importncia para a andlise dinamica de um sistema elétrico de poténcia. Com este objetivo sio a seguir apresentadas as equagoes basicas da maquina sincrona, Para tanto, admite-se que as méquinas possuam trés enrolamentos no estator (correspondentes as fases a, b e c), um enrolamento de campo e dois enrolamentos amortecedores. Através das equagGes basicas € possivel desenvolver diversos modelos matemiticos para a maquina sincrona. Cinco dos mais importantes sio apresentados posteriormente, ou seja: 0 modelo E’g, 0 Caviruno 17 — Centrais Termelétricas e 0 Sistema Elétrico 1013 modelo E’q constante, 0 modelo clissico, o modelo de dois eixos ¢ 0 modelo E". Maiores detalhes sobre 0 | jos em Fitzgerald (1975), Anderson ‘comportamento, operagiio e modelagem das maquimas sineronas podem ser obtid | (1977), Stein (1979), DeMello (1979), Arrillaga (1983) Kundur (1994). Equacées basicas circuitos do estator e do A seguir sio apresentadas as equagdes de tensio e fluxo enlagado para os nadas as fasesa,bec. As | rotor de uma maquina sincrona trifisica, sendo o estator deserito por variiveis relac variiveis do estator so transformadas, fazendo com que a maquina sincrona seja expressa em uma base de referéncia d-q-0, fixa no rotor. As expressies assim obtidas sto descritas, finalmente, através de uma represen! ago conveniente em por unidade [p.u.]. Antes de todo este procedimento, entretanto, sito listadas as principais consideragies e simplificacdes adotadas para a representacao matemiitica da maquina sincrona, Consideragies e simplificagdes z : i Para o desenvolvimento das equagdes da maquina sfncrona sio realizadas as seguintes consideragGes ¢ simplificagdes: ‘ + adistribui dos enrolamentos em volta do estator permite a obtengao de sinais senoidais, Sem 4 contetido harménico; + as influéncias das ranhuras do estator sdio despreziveis; + as saturagdes magnéticas no séo consideradas; ‘ + os efeitos de histerese e Foucault sio desprezados; ‘ + so considerados trés enrolamentos no estator, correspondentes as fases a, be c + so representados trés enrolamentos no rotor, sendo um enrolamento de campo e dois enrolamentos amortecedores. i EquagGes de tensio ; Das consideragdes anteriores observa-se que a maquina sincrona é representada através de seis enrolamentos (ou circuitos), sendo os mesmos magneticamente acoplados. © acoplamento magnético, por sua vez, depende da posigdo angular do rotor. Desta forma, o fluxo enlagado com cada um dos enrotamentos 6? também uma funco da posi¢ao do rotor Aplicando as leis da indugio magnética aos enrolamentos da miquina sincrona, pode-se escrever a seguinte equagao genérica para a tensfo terminal instantnea "v", de cada enrolamento: ay a ERLE any) R = resisténcia do enrolamento; } i = corente no enrolamento; © = fluxoenlagado com o enrolamento. ‘A definigdo dos sinais + e -, na expresso (17.1), depende da operagdo da méquina como motor ou 1014 Geragao Termelétrica: Plangjamento, Projeto e Operacao Estotor eter ic Figura 17.2 ~ Diagrama esquemitico dos enrolamentos do rotor e do estator onde: i, = corrente da fase a do estator; i, = corrente da fase b do estator, ig = corrente da fase c do estator; ©, = fluxo enlagado com o enrolamento da fase a do estator; &, = fluxo enlagado como enrolamento da fase b do estator; , = fluxo enlagado com 0 enrolamento da fase ¢ do estator; ig = corrente do enrolamento de campo; ip = corrente do enrolamento amortecedor de eixo direto; ig. = corrente do enrolamento amortecedor de eixo em quadratura; ®. = fluxo enlagado como enrolamento de campo; ®p = fluxo enlagado com 0 enrolamento amortecedorde eixo direto; @q = fluxo enlacado com o enrolamento amortecedor de eixo em quadratura; vg = tensio de alimentagio do campo; Angulo entre o eixo direto e 0 eixo magnético correspondente ao enrolamento da fase a do estator. Como pode ser observado na figura 17.2, existem trés enrolamentos no estator, cada um associado a uma fase, e trés enrolamentos no rotor: um enrolamento de campo, que ¢ alimentado por uma fonte de tensiio continua; ¢ dois enrolamentos amortecedores, que sio curto-circuitados. Pode-se verificar também que o enrolamento de campo e um dos enrolamentos amortecedores esto alinhados com 0 cixo d (eixo direto) € 0 outro enrolamento amortecedor esté alinhado com o eixo q (eixo em quadratura). O rotor da maquina gira com uma velocidade angular ©, Assim sendo, a posi¢ao angular do rotor (ct) ‘aumenta continuamente com a evolugdo do tempo (1), sendo expressa por: a=, .t (17.2) Com base na equagao (17-1) ¢ no diagrama esquemitico da figura 17.2 podem ser desenvolvidas as equacdes de tenso para os enrolamentos do estator e do rotor da méquina sfnerona. Cariruvo 17 ~ Centrais Termelétricas ¢ 0 Sistema Elétrico 1015 Equagies do estator Considerando a méiquina sincrona operando como gerador, as equagdes de tensio elétricas para as tres ‘ases do estator slo: tensio instantinea no terminal da fase a do estator; tensio instantinea no terminal da fase b do estator; tensio instantinea no terminal da fase c do estator; resisténcia do enrolamento do estator . Os fluxos enlagados podem ser determinados através das seguintes expressbes: y= —Lggrig — Lab iy Lag ic +L'ap-ip +L'gp-ip +L'yg.ig ©y =—Lab ig —Lyp-iy “Loe ic +L'pp-ip +L'pp.ip + L'tg.ig © acta — Lge iy —Lecsie tL'ep-ip they ip +Legii Lag» Loy Lee = indutdincias préprias das fases a, b e c, do estator, yeh ahiiay indutancias miituas entre as fases a, be c, do estator; Lys Lips L'gg = indutincias mdtuas entre a fase a do estator e os enrolamentos F, D e Q do rotor; Lyf L'yps L's = indutdincias mituas entre a fase b do estator ¢ os enrolamentos F, D e Q do rot Lies L'gpy Ugg. = indutaneias metuas entre a fase ¢ do estator e os enrolamentos F, De Q do rotor. As indutncias préprias e mituas sto varidveis dependentes da posigao angular do rotor (@ngulo a). Equagdes do rotor Para o rotor da maquina sfncrona sfo escritas as seguintes equagGes de tensio, correspondentes respectivamente aos enrolamentos: de campo (F), amortecedor de eixo direto (D) e amortecedor de eixo em quadratura (Q): vesRpip toe (179) O= Rp ip +22. 1016 Geragéo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagiio do, 0=RaQ igt (17.11) dt onde: resist@ncia do enrolamento de campo; Rp = resisténcia do enrolamento amortecedor de eixo direto; Rg = resisténcia do enrolamento amortecedor de eixo em quadr: 05 fluxos enlagados com os enrolamentos do rotor so determinados pelas expresses a seguir On 2x =Lyp-ip +L pp ip — cosa +ip cos} d= |+ie.€os| a+ (17.12) < Qn 2n ip +Lpp-ip ~Lap [ cron tigans(a—Z}ri oo] (17.13) ‘ 2n g =Leg-ig tha ia-sena tin sen} a-— |+ (17.14) sendo: Lp: Lag = indutincias préprias dos enrolamentos F, D e Q do rotor; indutfineia métua entre 0 enrolamento de campo ¢ o enrolamento amortecedor de eixo direto; Lap Lap» Lag. =. indutancias métuas entre a fase a do estator e os enrolamentos F, D e Q do rotor. ‘As indutincias descritas anteriormente sio constantes. Entretanto, as indutincias apresentadas no equacionamento do estator so dependentes da posigio angular do rotor. Isto faz com que a representagao matemdtica da maquina sincrona seja bastante complexa. Uma forma de contornar este problema é de se estabelecer uma transformagio de varidveis, que fixe as grandezas do estator no rotor da maquina sfnerona. Isto pode ser obtido através da transformagio d-q-0 apresentada a seguir. ‘Transformagio d-q-0 [As varidveis correspondentes as fases a, b ec do estator podem ser referidas aos eixos direto (d), em quadratura (q) e de seqiiéncia zero (0), do rotor da maquina sfncrona, atr magi 2n 2n cosa cos{ a=] cos a 3 3 foe te al =sena —sen{ a-— ) ~sen{ a+ : 3 ‘ 3 (17.15) és da seguinte matriz de transfor- ble 4 2 2 2 ‘A transformagdo expressa por (17.15) pode ser aplicada as equagSes de tensio do estator ¢ de Muxo enlagado do estator e do rotor. Os resultados obtidos slo apresentados em seguida, eS SF a Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagiio 3 2 Op = Leip +Lpp ip ~5.Lge dy (17.22) ORS er Reon ip-3hw ay (17.23) 3 ir BQ =Legig ~FLagig (17.24) As indutncias presentes nas equagdes (17.22) a (17.24) so constantes e independentes da posigao angular do rotor. Representagdo das equacées em p.u. As equagoes de tenso e fluxo enlagado, apresentadas anteriormente, nao estio em uma forma ade- quada para aplicagao em estudos de sistemas de poténcia. Nestes, é usual considerar varidveis normalizadas através de um sistema em por unidade. No caso das maquinas sincronas, a adogdo de um sistema em p.u. conveniente permite a eliminagdo de constantes, simplificando a representagZio matemitica, além de possibilitar que as equagdes que descrevem a maquina possam ser expressas em termos de um circuito elétrico equivalente. Adotando, portanto, uma base adequada, verifica-se em p.u. que: Lyp= Ly Tag tgs Desta forma a maquina sfncrona considerada, com 6 enrolamentos ¢ operando como gerador, pode ser expressa através do seguinte conjunto de equagdes algébrico-diferenciais: (17.25) (17.26) (17.27) (17.28) _ do vp =Rp mae (17.29) eee vo=Reig+ (17.30) @y =-Ly ig +Lag-ip tLag-ip (73) Corirao 17 ~ Centrais Termelétricas e o Sistema Elétrico 1019 (17.32) (17.33) Op =Lyp.ip+Lpp.ip -Lag-ig (17.34) ®p =Lpp.ip +Lp.ip —Lyy-ig (17.35) 9g =La.ig —Liqig (17.36) Com o intuito de simplificar a notagdo, foram realizadas as seguintes consideragGes nas expressdes (17.34) a (17.36): Lpp=Lp Lpp =Lp € Lag = Lg. A velocidade angular («,), que aparece nas equagies (17.25) (17.26), pode ser obtida tomando-se a derivada da equagao (17.2) Equagies adicionais Para que o conjunto de equagées representativas da méquina sincrona fique completo é necessério que sejam acrescentadas: a equacdo da poténcia elétrica fornecida nos terminais do estator, a equagao.do conjugado eletromagnético desenvolvido no entreferro e a equaco de oscilagdo do rotor. Estas expressdes sio apresenta- das a seguir. Poténcia instantanea A poténcia instantinea triffésica entregue nos terminais do estator é obtida pela seguinte expressiio: P=Va.ig +Vp-ip + Ve. (17.37) Considerando para as tensGes € correntes da equagao anterior a transformagiio d-q-0, dada pela ex- pressdo (17.15), e adotando o sistema em p.u. do item anterior, tem-se que: P=Vg.ig +¥q-ig +2.V0-i9 (17.38) Substituindo as equagées (17.25) a (17.27) em (17.38), obtém- o=b eu? ig? «age A primeira parcela da equagio anterior esté relacionada com as perdas no estator. A segunda, coresponde a variagdo da energia magnética do estator. Finalmente, a terceira parcela descreve a poténcia transferida através do entreferro da maquina. d sabi +o, loaig og ia)) (17.39) Conjugado eletromagnético A relagdo entre o conjugado (7) ea poténcia (P) é expressa por T= P/@, sendo @ a velocidade angular do rotor, Assim sendo, o conjugado eletromagnético no entreferro da maquina sincrona pode ser obtido através da relagdo entre a terceira parcela da equacdo (17.39) e a velocidade angular mecdnica do rotor. Para valores em. Pu, escreve-se que: Ty =O gig - 0 ig (17.40) Te = conjugado eletromagnético no entreferro da maquina sincrona, 1020 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto Operacdo (0 de oscilacio do rotor No caso da operacdo da maquina sincrona como gerador, o conjugado Te tem um efeito desacelerante, Entretanto, 0 elemento que aciona o eixo do geradlor produ um conjugado mecfinico acelerante, A diferenga entre estes dois conjugados, e as inércias do conjunto gerador-turbina, definem a equagio de oscilagio da miiquina, que pode ser expressa por: eee rr) (7.41) dt 2H onde: sta constante relaciona H_ = constantede tempo de inércia do conjunto gerador-turbina [MJ/MVA] ‘aenergia cinética armazenada a velocidade sincrona, com 0 MVA de base da maquina; ©, = yelocidade angular elétrica do rotor em ptt; t = tempo expresso em segundos; conjugado mecanico em p.u. Te = conjugado elétrico em p.u. Na expresso (17.41) podem ser acrescentados os efeitos dos diversos amortecimentos existentes na endo inclufdos no conjugado Te. Esta parcela é denominada conjugado de amortecimento e é propor- fariagio de velocidade do rotor. Assim sendo, tem-se qui do, 1 qe ap lim Te -D.do,) (17.42) onde: Ao, = 0,- 0, coeficiente de amortecimento em p.u.; eo wow velocidade angular sinerona (igual a I p.u.). A posigtio angular do rotor («) € escrita de acordo com a expressio (17.2), ou seja: 0= @,..t. Por outro lado, pode-se definir também um Angulo 6 que relacione a posicdo angular do rotor (6), com a posigdo angular de uma dada referencia que se movimenta com velocidade sfncrona (@, .£). Assim, tem-se que =0.—0, -t, ou ainda 8 = (@,—©,)- t. Derivando a equagao anterior, obtém-se: 3 aE atk (17.43) sendo 6 a posicdo angular relativa do rotor, expressa em p.u. As equagoes diferenci rotor da miquina sincrona. is (17.42) ¢ (17.43) sio as equagdes de estado que estabelecem as oscilagdes do A constante de tempo de inércia (H), que aparece nas equagées (17.41) e (17.42), tem um papel significativo no comportamento dindmico dos sistemas elétricos de poténcia, Pode-se observar através das equagdes citadas que, para um desequilforio entre os conjugados mecanico e elétrico, quanto maior for H, menores serio as aceleragdes resultantes no eixo da maquina, Os valores da constante de tempo de inércia podem ser obtidos por ensaios de rejeigdo de carga ou, nos casos de projeto, através da seguinte expressiio: 5,48-10-9 -J-n? Spase H » Sistema Biétricn 1021 Cawvree 17 = Comrie Terme! 4 momento de indroia das massas girantes (total do ehxo)s Q rotagito do rotor em APA Spase ® potdneia base em MYA, Com base nas equagdes aproventactay anteriormente & possivel desenvolver dliversos modelos matemé Licos para a ropresentagio da mquina slerona, Assim sendo, silo deseritos a seguir cinco destes modelos, saber: (a) modelo By, (b) modelo bg constant, (¢) modelo eldssica, () modelo de dois eixos, ¢ (e) modelo E". 17.3.2 Modelos Matemniticos Padronizados: Depenelenclo do grau de detathe considerado, o miimero de enrolamentos do rotor pode variar entre um, e seis. Isto fiz com que o niimero de equagdes de estado, ¢ consegtientemente de variiveis de estado, também varie entre um e seis, Como as aseilagdes do rotor (parte mociiniea) sto expressas por meio de duas equagdes de estado, a maquina sinerona pura, ou soja, sera a intervengalo de elementos controladores como os regulacores de tensio ¢ de velocidade, pode tor o seu comportamento dindmice definiddo com base em modelos de terceira até oitava ordem, Uma Borga iret do TEER apresentou em 1986 (IEEE, 1986) uma publicagiio onde foram sugeridos modelos padronigados para a representagio das miquinas sineronas, Un restimo das earacteristicas basi desta padronizagdo é apresentado na tabela 17.1 Is q q q 4 ¢ 4 4 4 « « 4 q ‘ « TABELA 17.1 ~ Modelos padronizados pelo HERE para as miquinas sineronas N® enrolamentos NP envolamentos N® carotamentos: campo amortecedores amortecedores (a0 eivo dirota) alo elyo diroto celxo em quadratira 0.0) cr) ay en eo 2 a) Natabela anterior observa-se que a classificagio do modelo da maquina considera o: primeiro nimero: «com indicativo do mimero de enrolamentos do rotor leaizados no eixo diteto Cenrolaniento de eampo mais enrolamentos amortecedores de eixo direto), enquanto o segundo niimero indica a quantidade de entolamentos: do rotor situada no eixo em quadiatura (enrolamentos amortocedores de cixo em quadratura), Alguns dos modelos, definidos na tabela 17.1, mais utitizados em estudos do. comportamento dintimico dos sistemas elétricos de potdnela, silo apresentidos nos itens a seguir, 17.3.3 Modelo E'q ou Modelo IEE (1,0) k O modelo E'q considera a maquina sinerona representada atraves de tts enrolamentos, sendo dois no cixo direto ¢ um no cixo em quadratura, Destes tres enrolamentos, dois expressam o efeito do estator e siio obtidos através da transformagiio d-q-0, Um deles ¢ localizacto no exo direto (d) ¢ 9 out ). O terceiro enrotamento (F) ¢ localizado no elxo direto e representa r 17.3 apresenta os Us enrolamentos, Sy 1022 Geragio Termelétrica: Planejamento, Projet e Operagio 4% o as ley ‘4 F Figura 17.3 ~ Enrolamentos da maquina sincrona no modelo Eq. Simplificagdes do modelo No desenvolvimento deste modelo da maquina sincrona sao consideradas as seguintes simplificagbes: + as resisténcias do estator so desprezadas (Rg = 0); + operacdo balanceada, que permite desprezar a seqtiéncia zero; + niio so considerados os enrolamentos amortecedores; + as tenses de efeito transformador sio admitidas despreziveis em comparacdo com as tensdes de efeito rotacional. Circuito elétrico equivalente O modelo E'q pode ser representado pelo circuito elétrico da figura 17.4. Figura 17.4 — Circuito elétrico do modelo E'q. Na figura 17.4, tem-se que: reatancia sincrona de eixo em quadratura; reatincia transitéria de eixo direto; tensfio terminal da maquina; corrente do estator da maquina; tensdo transit6ria de eixo em quadratura, proporcional ao fluxo enlagado com o enrolamento de campo; ‘componente de eixo em quadratura da corrente do estator. Carlruvo 17 ~ Centrais Termelétricas e o Sistema Elétrico 1023 EquagGes do modelo Eq O modelo E'g pode ser representado por meio do seguinte conjunto de equagdes algébrico-diferenciais nio-lineares: Fo Br -Ba-Ka-Xu)- ta] (17.45) 4 . aft —[Eg+ (xq -X)-1a)-14-D- d0,} (17.46) "q-V . cos (5-0) rar (17.48) reatancia sincrona de cixo directo; reatncia sincrona de eixo em quadratura; reatincia transit6ria de eixo direto; constante de tempo transit6ria de eixo direto; = coeficiente de amortecimento; = constante de tempo de inércia do conjunto gerador-turbina; = componente de eixo direto da corrente do estator; ‘componente de eixo em quadratura da corrente do estator; Ti, = conjugado mecanico; tensio terminal da maquina; @ = Angulodatensio "V" com relagio a referéncia; Egp = tensio proporcional a tensio de campo; E,, = tensiio transit6ria de eixo em quadratura, proporcional ao fluxo enlagado com o enrolamento de campo; & = posigiio angular do rotor com relagao a referencia; @, = velocidade angular elétrica do rotor; @, = velocidade angular sincrona (igual a 1 p.u.); Aw, = variagiio da velocidade angular elétrica do rotor. eter ARs spi unpeens gtoiec ae ene excitagaoe dosreguladores de 1024 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagdo 17.3.4 Modelo E'g Constante Este modelo é obtido através de uma simplificagio adicional no modelo E'q, ou seja, considera-se constante a tensio transitéria de eixo em quadratura, Isto faz com que o modelo passe a ser de segunda ordem Considerando constante a tensio Eq nas equagdes diferenciais 17.44 ¢ 17.46, e utilizando as expres- s0es 17.45, 17.47 € 17.48, que representam respectivamente, 0 angulo 6 e as correntes de eixo direto ¢ de ¢ixo em quadratura, obtém-se 0 seguinte conjunto de equacdes: a rors (17.49) ).1y]. 14 -D.Ao, } (17.50) (1751) (1752) (1753) Ocircuito elétrico da figura 17.4 pode ser utilizado para representa a m4quina sincrona nesta condi- gio. As maquinas sincronas de p6los lisos podem ser representadas pelo mesmo conjunto de equacdes, bastando considerar Xy = Xy 17.3.5 Modelo Classico ou Modelo IEEE (0.0) O modelo cléssico da m4quina sfncrona corresponde a um caso particular do modelo E'q constante. Nele so realizadas duas simplificagdes adicionais, ou seja: (17.54) (17.55) (17.56) .sen($-0)-D. Ao, (17.57) diy Fis ii A figura 17.5 apresenta um circuito elétrico equivalente. O modelo classico de maquina sincrona é utilizado em estudos de estabilidade de sistemas elétricos de poténcia, para representar unidades geradoras afastadas da drea principal a ser analisada. a a Cavtno 17 = Centrais Termelétricas e o Sistema Elétrico 1025 Figura 17.5 ~ Circuito elétrico do modeto classico. 17.3.6 Modelo de Dois Eixos ou Modelo IEEE (1.1) O modelo de dois eixos da méquina sincrona considera a representagio de quatro enrolamentos, sendo dois no eixo direto ¢ dois no cixo em quadratura. Destes quatro enrolamentos, dois expressam o efeito do estator € sio obtidos através da transformagio d-g-0. Um deles € localizado no eixo direto (d) ¢ 0 outro no eixo em quadratura (q). O terceiro enrolamento (F) é localizado no eixo direto e representa o campo da méquina’sincrona. Jé 0 quarto enrolamento (Q) est situado no eixo em quadratura e corresponde a um enrolamento amortecedor. A figura 17.6 apresenta 0s enrolamentos. vi %y oF Figura 17.6 - Enrotamentos da méquina sincrona no modelo de dois eixos. Simplificagdes do modelo No desenvolvimento deste modelo para a méquina sincrona, so consideradas as seguintes simplifica- Bes: 1.21.2.42514422292920222022202.20209 08 + as resisténcias do estator sfio desconsideradas (Rg = 0); + operaco balanceada, que permite desprezara seqiiéncia zero; + éconsiderado um nico enrolamento amortecedor; + as tenses de efeito transformador sio admitidas desprez{veis em comparagiio com as tensdes de feito rotacional. i | Circuito elétrico equivalente ; Ao modelo de dois eixos pode ser associado oc 1026 ra 17.7 — Cireuito elétrico correspondente ao modelo de dois eixos. Na figura acima tem-se: Xiy = reatincia transit6ria de eixo direto X'y = reatincia transit6ria de eixo em quadratura; Y= tensiio terminal da miquina; T= corrente do estator da maquina; B= tensdo interna transit6ria da maquina sfncrona; Iq = componente de eixo em quadratura da corrente do estator. Equagées do modelo de dois eixos O modelo de dois eixos da maquina sincrona pode ser representado através do seguinte conjunto de equagées algébrico-diferenciais nio-lineares: (ius espe aerial (17.58) oy (17.59) (17.60) (17.61) (17.62) (17.63) Cartruwo 17 ~ Centrais Termelétricas ¢ o Sistema Elétrico 1027 Nas equagées (17.58) a (17,63), tem-se que: Xy = reatancia sincrona de eixo direto; X, = reatiincia sincrona de eixo em quadratura; X'g = reatncia transit6ria de eixo diret = reatdncia transitéria de eixo em quadratura; = constante de tempo transitéria de eixo direto; = constante de tempo transitéria de eixo em quadratura; = coeficiente de amortecimento; H_— = constante de tempo de inéreia do conjunto gerador-turbina; Ty = componente de eixo direto da corrente do estator; |, = componente de eixo em quadratura da corrente do estator; Ty = conjugado mecdnico; V__ = tensio terminal da maquina @ = Angulodatensio "V’ om relago referencia; Epp = tensio proporcional a tensio de campo; E'y = tensio transit6ria de eixo direto, proporcional ao fluxo enlagado com o enrolamento amortece- dor de eixo em quadratura; = tensio transit6ria de eixo em quadratura, proporcional ao fluxo enlagado com 0 enrolamento de campo; 8 = posigdo angular do rotor com relagao a referencia; @, = velocidade angular elétrica do rotor; @, = velocidade angular sfncrona (igual a1 p.u.);, AQ, = variagio da velocidade angular elétrica do rotor. A tensiio Epp, da expressio (17.59), € 0 conjugado mecinico Tp, da expressio (17.61), so conside- rados constantes, quando ndo so considerados os efeitos dos sistemas de excitagdo ¢ dos reguladores de velocidade, respectivamente. 17.3.7 Modelo E" ou Modelo IEEE (2.1) O modelo E" da maquina sincrona considera a representagio de cinco enrolamentos, sendo trés no eixo direto e dois no eixo em quadratura, Destes cinco enrolamentos, dois expressam o efeito do estator e sdo obtidos por meio da transformagio d-q-0. Um deles é localizado no eixo direto (d) € 0 outro no eixo em quadratura (q). O terceiro enrolamento (F) € localizado no eixo direto e representa o campo da maquina sincrona, O quarto e 0 quinto enrolamentos (D e Q) estao situados, respectivamente, nos eixos direto e em quadratura, € correspondem a enrolamentos amortecedores. A figura 17.8, a seguir, ilustra esta condigao, Simplificagdes do modelo No desenvolvimento do presente modelo para a maquina sincrona sao realizadas as seguintes conside- ragoes e simplificages: + asresisténcias do estator sio admi idas nulas (Rg = 0); + operagiio considerada balanceada, niio tem seqiiéneia zero; + so considerados dois enrolamentos amortecedores; + astensdes de efeito transformador sao admitidas despreziveis em comparago com as tensdes de efeito rotacional. “do Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagao Figura 17.8 - Enrolamentos da méquina sincrona no modelo B Circuito elétrico correspondente Ao modelo E" pode ser associado 0 circuito elétrico apresentado na figura 17.9. i Figura 17.9 ~ Circuito elétrico correspondente ao modelo E". Onde tem-se: = reatincia subtransit6ria de eixo direto; = tensdo terminal da maquina; = corrente do estator da maquina; tensio atras da reatncia subtransit6ria da maquina sincrona, Equagdes do modelo E’ O modelo E" da maquina sincrona pode ser representado através do seguinte conjunto de equagdes algébrico-diferenciais nao-lineares Reoquecedor sv q w Re { { RSV. oe a rossover iv a te | =; Gerador VHP HP P up| eShop vO) fo 5 Regulador de Para o condensodor velocidade Figura 17.43 - Configuragdo tandem-compound com reaquecimento duplo ¢ duplo estigio de baixa pressio, Py iy Pr Camaro de]_ _[Reaquecedor]__[Reaquecedor [Crossover] __ [Crossover vorer fisast 2 Piping i Pora © condensodor Figura 17.44 - Diagrama esquemitico da configuragio randem-compound com reaquiecimento duplo € duplo estigio de baixa pressio, Ry errr eereryre 1052 Geragido Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagdo t 1 1 1 1+s.Toy 1+5.Try4 | 1+5.Tpy9 | 1+5.1¢9 | Fup Figura 17.45 ~ Diagrama de blocos da configura ¢ duplo estéigio de baixa pressio, Valores t{picos das constantes de tempo e dos diversos fatores de participagiio do presente modelo esto listados na tabela 17.3. 2) Modelo cross-compound com reaquecimento simples Um tipo de configuragao que possui dois eixos independentes ¢ apresentado na figura 17.46. Neste modelo 0s estaigios de alta pressiio (HP) e de pressio intermediaria (IP) estiio acoplados no mesmo eixo do gerador 1, enquanto os estdgios de baixa pressfo acionam o eixo do gerador 2. Hé um elemento reaquecedor disposto apés 0 estagio de alta pres Boiler Reaquecedor sv t RSV. a iV pass aedy Gerador 1 q HP iP =) panne Crossover 1 Gerador 2 Lae ie) ERs) LP F=0) RV [wpe Regulador de { velocidade Para o condensador Figura 17.46 — Configuragio cross-compound com reaquecimento simples. A figura 17.47 mostra o diagrama esquemitico, onde sio apresentados, dentre outros, o elemento reaquecedor, a cdmara de vapor e 0 crossover piping. J a figura 17.48 mostra o diagrama de blocos, correspondente a0 modelo matemtico da referida turbina. Cariruto 17 ~ Centrais Termelétricas ¢ o Sistema Elétrico 1053 Py v Pr Camara de vyopor aa 7 Reaquecedor Gerador 1 HP iP -~) Crossover Piping Gerodor 2 qe P=) 1 Para 0 condensador Figura 17.47 — Diagrama esquemético da configuragao cross-compound com reaquecimento simples. by j Fx] = 1 i j Po [1 i i Testo) | T8TR T#5.Teg ! El Png Figura 17.48 — Diagrama de blocos da configuragio cross-compound com reaquecimento simples. Este tipo de configuragio é mais eficiente e permite desenvolver maiores poténcias, no entanto tem custo mais elevado. Nos estudos de comportamento dindimico que envolvam este tipo de turbina, é relevante considerar 0s diversos fatores de participagao dos estigios de pressio e as constantes de tempo da camara de vapor (TCH), do crossover piping (T.cq) € do elemento reaquecedor (Taq). Valores t{picos esto listados na tabela 17.3 hh) Modelo eross-compound com reaquecimento simples e duplo estigio de baixa pressio O primeiro eixo € acionado pelo estigio de alta pressao (HP) e um dos estavi ‘ i s (LP). 0 segundo eixo € acionado pelo estdgio de pressio intermedisria (epelo oe baixa pressio (LP). A figura 17.49 apresenta o esquema utilizado neste modelo, E considerado 1 1 1 | 1 / 1 i 1 4 Esta configuragto utiliza dois eixos independentes, acoplados a geradores também independentes. 1 4 também um elemento reaquecedor entre os estdgios HP e IP. ‘ ; 1054 Geragao Termeléirica: Planejamento, Projeto e Operagdo Boiler Reaquecedor —»- “pamPReS | RV | Pora 0 condensador Gerodor 2 wry) Gerador 1 Pora 0 condensador Ret Regulador de velocidade gura 17.49 ~ Configuragio cross-compound com reaquecimento simples e duplo estdgio de baixa pressio. As figuras 17.50 e 17.51 representam os diagramas esquematico e de blocos, respectivamente, para a presente configuracao. iy r-{ Reaquecedor Para o condensador Py Gerador 2 Le rr =A) Py Camara de| ver] Crossover Piping Gerodor 1 g HP iP P=) Pora 0 condensador Figura 17.50 - Diagrama esquemitico da configuragio cross-compound com reaquecimento simples duplo estagio de baixa pressao. Na avaliagdo do desempenho dinamico de tal componente € relevante considerar os diversos fato- res de participagao dos estagios de pressio, bem como as constantes de tempo da cAmara de vapor (Tey), do crossover piping (Tgo) do elemento reaquecedor (Tp},). Valores tfpicos esto listados na tabela 17.3. Cantruto 17 ~ Centrais Termelétricas e 0 Sistema Elétrico 1055 | Tsou] | Tse Figura 17.51 — Diagrama de blocos da configuragio cross-compound com reaquecimento simples € duplo estdgio de baixa pressio. i). Modelo cross-compound com reaquecimento duplo Neste modelo a turbina possui dois eixos independentes, sendo que cada um aciona um gerador sincrono, como mostra a figura 17.52. No primeiro eixo hé trés estiigios: 0 de extra alta pressio (VHP), um de pressio intermedifria (IP) e um de baixa pressio (LP). No segundo eixo esto agregados 3 outros estigios: o de alta pressio (HP), um de pressio intermedia (IP) e um de baixa pressio (LP). Entre 0s estgios VHP ¢ HP, bem como entre 03 estdgios HP e IP (do segundo eixo), silo inseridos elementos reaquecedores. Pora o condensador Gerador 2 CW ip we v=) Boer 7 4 = Reaquecedor | RSV | eras Reoquecedor sv | Say ce a Gerodor 1 na abi qf vHP P ww a Rv Bei 2 cee Paro o conidensador Regulador de velocidade Figura 17.52 — Configuragao cross-compound com reaquecimento duplo. 1056 Geragiio Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operagiio Diagramas esquemitico e de blocos estéio apresentados nas figuras 17.53 ¢ 17.54. aa Para o condensodor Gerador 2 P wl =) ora de ‘yopor Reoquecedor | _ [Crossover Zit Piping Gerador 1 Eve P vl PEA) Pora 0 condensador Figura 17.53 ~ Diagrama esquemitico da configuragio cross-compound com reaquecimento duplo, F, 2 Fin 2 | Fi, /2| Fip/2| Lg Figura 17.54 - Diagrama de blocos da configuragdo cross-compound com reaquecimento duplo. Nos estudos de avaliagio do comportamento dindmico, que envolvam o presente modelo de turbi- na térmica, devem ser considerados os varios fatores de participagiio dos estigios de pressdo ¢ as constantes de tempo da cdmara de vapor (T¢}), do crossover piping (Teg) ¢ dos elementos reaquecedores (Tpy; ¢ Tryy2)- Alguns valores t{picos esto apresentados na tabela 17.3. J) Modelo tandem-compound de unidades termonucleares As unidades termonucleares apresentam usualmente uma configuragiio do tipo tandem-compound, consistindo de um estagio de alta pressio (HP) e 3 estagios de baixa pressio (LP). Entre 0 estigio HP e os estagios LP so inseridos elementos reaquecedores do tipo MSR (Moisture-Separator- Reheater), conforme esta apresentado na figura 17.55. 1057 Carino 17 ~ Centrais Termelétricas e o Sistema Elétrico | [nse te srl se Tork I kee ae -——_xev ne B Gerador cote ee orr eer tel Regulador de vyelocidade Figura 17.55 — Configuragio tandem-compound de unidades termonucleares. As figuras 17.56 ¢ 17.57 mostram respectivamente os diagramas esquemitico e de blocos. Py Py Camae | _ (oss Spe Piping MSR. MSR. MSR Reoquecedr| [Reoqueceded [Reaquecedoy Wy, uv Gerodor @S HP. vile wl wl irp Pora 0 condensador Figura 17.56 — Diagrama esquemitico da configuragao tandem-compound de unidades termonucleares. i 1 “| T#sTqu] J | T#5 19 Figura 17.57 — Diagrama de blocos da configuragio tandem-compound de unidades termonucteares. No estudo do comportamento dindmico deste modelo devem ser consid tipicos dos parametros esto na tabela 17.3. n lerados os fatores de partici- Paco dos estigios de pressio ea constante de tempo associada a camara de vapor (en ities 0 4 4 4 4 4 1058 Geragdo Termelétrica: Planejamento, Projeto ¢ Operagao Modelo matemitico geral Modelos matemiticos gerais s figura 17.58 apresenta um modelo m ssantes para implementagdes computacionais. Desta forn turbinas térmicas a vapor, com repre‘ nteriormente apresentados se encaixam no io in \gao tematico geral para a através de diagrama de blocos. Observa-se que todos os modelos modelo geral, bastando considerar nulos alguns fatores e algumas constantes de tempo, Figura 17.58 — Diagrama de blocos correspondente a0 modelo matemitico geral das turbinas nicas a vapor. Um modelo também geral, alternativo, que agrega a influéncia da valvula de interceptagao (IV), € apresentado na figura 17.59. Este modelo é importante em estudos que consideram rejeigdo de carga nos sistemas elétricos de poténcia, Nestas condigdes, a estabilidade dos sistemas elétricos depende, dentre outros fatores, de esquemas de alivio de geragao. Um destes esquemas 6 denominado de fast valving. Neste caso, as vélvulas de interceptago atuam reduzindo 0 fluxo de vapor na turbina, promovendo uma diminuigao na potén- cia gerada pela unidade, restabelecendo o equilibrio entre as poténcias gerada ¢ consumida no sistema. P m s IN i i T+s.15 T+s.T, [7 Kg Kg Png jura 17.59 ~ Diagrama de blocos correspondente a0 modelo matemitico geral das turbinas térmicas a vapor com valvulas de interceptagiio. Deve-se ressaltar, ainda, a importdncia da representagdo individual dos diversos estégios da turbina, rio s6 em estudos de estabilidade angular, que analisam o comportamento dos geradores em termos de sincronismo, ‘mas também em estudos de ressondncia subsincrona, onde as palhetas da turbina sofrem danos e 0 eixo que acopla a turbina ao gerador é submetido a efeitos torsionais anormais.

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