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Diálogos
com a BNCC
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Oséias Santos de Oliveira
DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA
Maria Cristina Brandalize
COORDENADORIA DE PROJETOS
Andréa Barletta Brahim
Apresentação
A cidade, já dizia Plutarco na antiga Grécia, é o melhor instrutor. Nessa interface transdisciplinar, a cidade
educa os seus sujeitos, e esses vivem suas realidades e devolvem para as cidades suas demandas.
São incomparáveis os contextos de distintas cidades, dado o público, o movimento histórico, a realida-
de que se materializa em cada uma.
É na concepção de tomar a cidade como contexto educador que o currículo da educação infantil e do
ensino fundamental da cidade de Curitiba constitui-se, torna-se sempre realidade para as crianças e
os estudantes em sua dimensão local. Nessa lógica, a globalidade é uma consequência, pois, segundo
nosso teórico russo Leon de Tolstoi, só é global quem é capaz de cantar a sua aldeia. Nos estudos
curriculares atuais, a discussão sobre a dimensão local e a dimensão global está em evidência, tensio-
nada, como se uma pudesse ser maior do que a outra. E não pode ser. No entanto, o caminho para o
desenvolvimento de um currículo que dialogue com a realidade e permita a inserção de uma criança da
educação infantil e de um estudante do ensino fundamental, levando em consideração as condições
psicossociais, é pelo menos coerente, quando tem fatos locais como ponto de partida. Quanto mais se
conhece sobre a sua realidade, maiores as possibilidades de estabelecer relações com conhecimentos
globais.
Curitiba é uma cidade vocacionada como território educador e, por essa construção ao longo de sua história,
constituída pelo seu povo, pelos agentes sociais e educacionais, multiplica-se em muitos territórios
educadores. Convida a seu estudo do meio, espera retorno, dialoga, avança como cidade. Como con-
sequência dessa dimensão de cidade que educa, Curitiba possui um currículo articulado com as di-
mensões local e global, dialógico, aberto a revisões. Esta edição dialoga com a Base Nacional Comum
Curricular e suas diretrizes, e ganha o título de um currículo da nossa Cidade Educadora, movimento
nascido nos anos 1990, em Barcelona, que congrega mais de 500 cidades no mundo com o potencial
educador.
Faz-se jus destacar que o currículo para uma cidade educadora nasce antes da honraria, precede as
ações internacionais e se consagra com o título da cidade como mérito.
Esse é o nosso documento-guia, eixo das ações do cotidiano dos centros municipais de educação
infantil e das escolas, ferramenta diária do trabalho do pedagogo, mas não pode ser a última verdade.
Exatamente como guia, como instrumento, estará sempre aberto ao diálogo, vivo, pulsante, conversan-
do com a realidade educacional.
Bom trabalho!
Apresentação 9
Referências 249
Apresentação
9
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de Educação – PNE (Lei n.° 13.005/2014), indicada na meta 4, assim como suas
estratégias:
3 Diretriz, como o próprio nome diz, mostra o sentido, a conduta, o rumo, a direção, a explicação, a indicação,
a norma, a orientação e o caminho para algo.
Gerência de Atendimento
Educacional Especializado
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articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (BRASIL, 1996).
Para o atendimento aos estudantes com deficiência intelectual1 moderada, no
município de Curitiba, foi instituída a Escola de Educação Básica na modalidade
Educação Especial como um instrumento para promoção de competências,
formação e desenvolvimento do ser humano, oportunizando a escolarização, a
autonomia, a socialização e a independência, fatores indispensáveis ao cidadão
diante dos diversos desafios que se apresentam na sociedade atual.
A RME de Curitiba conta com três escolas nessa modalidade: Escola Municipal
Ali Bark, Escola Municipal Helena Wladimirna Antipoff e Escola Municipal Tomaz
Edison de Andrade Vieira.
1 Estudantes com deficiência intelectual são aqueles que apresentam funcionamento intelectual
significativamente abaixo do esperado para sua idade cronológica e diagnosticado com limitações associadas, em
pelo menos duas áreas das habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, saúde e
segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
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Ensino Fundamental
Ciclo I Ciclo II
2.° Ano
1.° Ano Fase 1 4.° Ano
3.° Ano 5.° Ano
Fase 1 Fase 2 Fase 1
Fase 1 Fase 1
Fase 2 Fase 3 Fase 2
Fase 2 Fase 2
Fase 3 Fase 4 Fase 3
Fase 3 Fase 3
Fase 4 Fase 5
Fase 6
• O
fertar matrícula e garantir ensino de qualidade aos estudantes com
deficiência intelectual moderada, associada ou não a outras deficiências,
que não puderam ter suas necessidades acadêmicas atendidas no ensino
regular comum.
• O
portunizar aprendizagens significativas aos educandos, considerando-os
nas diferentes faixas etárias e de escolaridade.
• P
ropiciar condições favoráveis ao desenvolvimento das potencialidades e
autonomia para atividades de vida diária2 e atividades da vida prática.
• O
ferecer flexibilização do currículo e do tempo, considerando as
especificidades de cada um.
• P
lanejar atividades de acordo com a demanda, as especificidades, os
conhecimentos e necessidades pedagógicas dos estudantes.
2 As Atividades da Vida Diária (AVDs) são tarefas básicas de autocuidado, parecidas com as habilidades que
aprendemos na infância, e incluem: alimentar-se, ir ao banheiro, escolher a roupa, arrumar-se e cuidar da higiene
pessoal, vestir-se, tomar banho, andar e transferir (por exemplo, da cama para a cadeira de rodas). Já, as Atividades
Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) são habilidades complexas necessárias para se viver de maneira independente.
Essas habilidades são geralmente aprendidas durante a adolescência e incluem: gerenciar as finanças, utilizar
transportes, fazer compras, preparar refeições, usar o telefone, gerenciar uso de medicações, manutenção das
tarefas domésticas e da casa. Juntas, as AVDs e AIVDs representam as habilidades que as pessoas geralmente
precisam ter para viver como adultos, com independência e autonomia.
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Organização e funcionamento
Ingresso
A Escola Municipal na modalidade Educação Especial atende crianças e estudantes
com deficiência intelectual moderada, associada ou não a outras deficiências,
que apresentam dificuldades acentuadas no processo de desenvolvimento e
aprendizagem. A faixa etária do público atendido é de 4 a 24 anos, 11 meses e
29 dias.
• A
gendamento de entrevista na escola, realizada pela EPA, para análise da
documentação e histórico de vida escolar, observação da criança ou do
estudante, a fim de verificar a alocação na turma que melhor atenda às suas
necessidades pedagógicas.
• Caso atenda aos critérios do público-alvo e haja a disponibilidade de vaga,
será necessária, para a efetivação da matrícula, a apresentação de:
a. Transferência Escolar;
b. Histórico Escolar;
c. Certidão de Nascimento;
d. Declaração de Vacinas;
3 Entende-se por Escola de Ensino Regular aquela unidade educacional que atende tanto estudantes sem
deficiência como aqueles com deficiência. Neste último caso, o trabalho é realizado sob a orientação das equipes
que compõem a Gerência de Inclusão.
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Nos casos de estudantes que, por alguma razão, não apresentem histórico escolar
comprobatório, cada um é analisado individualmente, segundo a legislação
vigente e efetivados os processos de regularização.
Processos de regularização
Os processos de regularização da vida escolar dos estudantes seguem as
normas vigentes na RME de Curitiba. São eles: classificação e lacuna de série
para estudantes das Escolas Municipais na modalidade Educação Especial.
Classificação
A classificação de estudante em qualquer série, ano, período, etapa, ciclo ou
fase do Ensino Fundamental, exceto para 1.º ano, independente de escolaridade
anterior, acontece de acordo com o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDBEN n.° 9.394/96, conforme art. 24, inciso II, alíneas a,
b, c; Deliberação n.º 09/01 do CEE/PR, artigos 214, 22, 23 e 27; Deliberação n.º
05/2010 – CEE/PR, art. 11 e Instrução Normativa Municipal vigente.
4 Artigo 21 - Classificação é o procedimento que o estabelecimento adota, segundo critérios próprios, para
posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e desempenho, adquiridos por meios
formais ou informais.
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1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano 5.º ano
Fase Idade Fase Idade Fase Idade Fase Idade Fase Idade
Fase 1 – 6 anos Fase 1 – 10 anos Fase 1 – 16 anos Fase 1 – 19 anos Fase 1 – 22 anos
Fase 2 – 7 anos Fase 2 – 11 anos Fase 2 – 17 anos Fase 2 – 20 anos Fase 2 – 23 anos
Fase 3 – 8 anos Fase 3 – 12 anos Fase 3 – 18 anos Fase 3 – 21 anos Fase 3 – 24 anos
Fase 5 – 14 anos
Fase 6 – 15 anos
Lacuna de série
A lacuna de série ocorre quando não há registro e/ou conclusão de um dos anos
da série/ano/período. O processo de regularização de vida escolar por lacuna
de série/ano/período acontece de acordo com a Deliberação n.º 09/01 – CEE/
PR, Deliberação n.º 07/05 – CEE/PR e Instrução Normativa Municipal vigente.
Aos estudantes da Educação Básica na modalidade Educação Especial, a lacuna
de série consiste em adequar a matrícula de acordo com o estipulado para
cada idade, ano e fase das nomenclaturas das turmas e quadros de colocação,
conforme apontado no quadro anterior.
Procedimento
• Ofício da escola com encaminhamento ao Chefe do Núcleo Regional de
Educação correspondente para validação, acompanhado de ata de ciência
dos responsáveis pelo estudante e de ata sobre o desempenho acadêmico
observado pela comissão composta de professores e equipe pedagógica
administrativa.
A equipe do DIAEE dá ciência do processo, por meio de um parecer, e encaminha
ao Departamento de Planejamento, Estrutura e Informações (DPEI) para
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Desligamento
O processo de desligamento do estudante da Escola Municipal na modalidade
Educação Especial tem início no ano em que o estudante completa 24 anos, 11
meses e 29 dias e/ou no ano em que cursa o 5.º ano – fase 35. O desligamento
ocorre gradativamente, visto que o estudante permanece por muitos anos no
mesmo ambiente escolar e, portanto, necessita de atenção nessa ocasião.
Organização Pedagógica
EDUCAÇÃO INFANTIL
5 Vale lembrar que, ao cursar essa fase da escolarização o estudante completa a fase de escolaridade
dos anos iniciais do Ensino Fundamental, logo o processo de desligamento se dá devido à conclusão do período
escolar compatível e ofertado pela unidade educacional em questão.
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ENSINO FUNDAMENTAL
O Ensino Fundamental, de acordo com a LDB n.º 9.394/96 (1996, p. 25), tem como
objetivo a formação básica do cidadão, devendo desenvolver capacidades como as
de aprender, do domínio da leitura e da escrita, do cálculo, da compreensão do
ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, da arte e dos valores
da sociedade.
A formação básica está pautada na Lei n.o 9.394/96, Seção III, art. 32, I, II, III
e IV. O Projeto Político-Pedagógico das Escolas Municipais na modalidade
Educação Especial organiza os conteúdos curriculares de acordo com a BNCC
e os documentos elaborados pela Secretaria Municipal da Educação em
Curitiba. Contempla os fundamentos teórico-metodológicos dos Componentes
Curriculares de Ciências Naturais, Educação Física, Ensino da Arte, História,
Geografia, Língua Portuguesa, Matemática e Ensino Religioso.
de Curitiba e destina-se aos estudantes do 3.° ao 5.° ano, a partir dos 15 anos de
idade. Tem como objetivo principal oferecer condições aos jovens para inseri-
los no mundo do trabalho e convivência social. Para tanto, a fim de desenvolver
habilidades e competências, realiza ações atendendo às necessidades
pertinentes ao mundo do trabalho.
ALDBEN n.º 9.394/96, art. 39, prevê que “[...] a educação profissional e tecnológica,
no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes
níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da
tecnologia”.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Aprender um conteúdo é compreender seu significado, é poder relacioná-lo com
outros objetos e acontecimentos, portanto é importante abordá-los de forma a
desvelar essa rede de significados. Nesse processo, o papel do professor é o
de exercer uma ação intencional e planejada, tendo como objetivo conduzir o
estudante a refletir, discutir, mostrar, exemplificar, conceituar e vivenciar. Esse
objetivo se efetiva quando o professor proporciona a contextualização e a troca
de experiências por meio de planejamento individualizado, considerando as
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Para tanto, a proposta das escolas especiais da RME de Curitiba integra o trabalho
com as áreas do desenvolvimento humano (sensório-perceptiva, cognitiva,
motora, comunicação e socioemocional) e os Componentes Curriculares da BNCC,
considerando o desenvolvimento dos estudantes e estabelecendo as adequações
pedagógicas e curriculares necessárias, bem como o desenvolvimento de
atividades diferenciadas e diversificadas.
PLANEJAMENTO
O planejamento deve estabelecer os conteúdos a serem trabalhados, os objetivos,
os encaminhamentos, os recursos e os critérios e instrumentos de avaliação
utilizados pelo professor. Concomitantemente, deve prever a organização do
espaço e do tempo de maneira coerente com cada atividade proposta. O trabalho
pedagógico deve primar pela articulação entre teoria e prática. Para tanto,
necessita estar munido de objetividade, clareza e organização para que atinja os
objetivos de forma efetiva.
Assim, essa importante etapa do trabalho docente deve ser realizada mediante
orientações da equipe pedagógica baseada em documentos norteadores e
contribuições do grupo, visando às adequações necessárias para atender às
necessidades educacionais específicas dos estudantes, sendo possível ao
professor determinar a sua ação didática frente à avaliação diagnóstica.
• E
quipe Diretiva composta por direção, vice-direção e coordenação
administrativa, dependendo do número de estudantes da unidade;
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• Equipe Pedagógica;
• Equipe Docente;
• Apoios escolares.
Esses profissionais, exceto os apoios escolares, com a função de executar as
atividades nas três unidades de educação na modalidade Educação Especial do
município de Curitiba, são chamados por meio de cadastro próprio da Educação
Especial da RME de Curitiba. Para ser admitido nesse cadastro, como critério
obrigatório, é preciso ter a comprovação de conclusão da Especialização na área
de Educação Especial.
FORMAÇÃO CONTINUADA
Dentro de uma perspectiva de atualização de conhecimentos os profissionais
da escola recebem Formação Continuada ao longo do ano letivo, via Secretaria
Municipal da Educação, fortalecendo ações, refletindo sobre práticas e debatendo
sobre temas contextualizados e que proporcionam aprimoramento do trabalho
educativo por meio da Semana de Estudos Pedagógicos e cursos ofertados,
além dos estudos realizados durante as permanências sob a coordenação e
orientação da equipe pedagógica, grupos de estudos e orientações diárias em
todo o processo de formação. Para que se constitua uma escola de qualidade,
faz-se necessário um investimento pontual frente à Formação Continuada e
desenvolvimento profissional contínuo de seus docentes.
Comunicação Alternativa
O serviço de Comunicação Alternativa nas Escolas Municipais de Educação
Básica na modalidade de Educação Especial é ofertado para criança/estudante
que apresenta dificuldades na comunicação devido a impedimentos motores,
cognitivos, emocionais ou de outra ordem, podendo ser esses permanentes
ou temporários. Visa proporcionar melhorias de condições na comunicação,
possibilitando sua evolução e interação com o meio, bem como no processo de
aprendizagem.
PROTOCOLO DE PRÉ-TRIAGEM
Essa análise é desenvolvida pela professora que realiza as atividades pertinentes
ao Programa de Comunicação Alternativa, em parceria com a pedagoga e as
professoras regentes:
• P
rofessor da Comunicação Alternativa, acompanhado do pedagogo,
expõe ao professor regente o perfil do estudante a ser beneficiado com os
atendimentos;
• O
professor regente, no ambiente da sala de aula, realiza uma pré-triagem
com o objetivo de elencar os estudantes para os atendimentos;
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• A
partir dos dados coletados durante a pré-triagem, o professor da
Comunicação Alternativa e o pedagogo organizam horário de atendimento.
PROTOCOLO DE TRIAGEM
• c
ompreensão mínima de SIM ou NÃO, como aspecto fundamental para o
atendimento;
• h
abilidades físicas (acuidade visual e auditiva) mínimas para o
desenvolvimento do trabalho em benefício do estudante;
• h
abilidades perceptivas (fatores de fadiga), como critério para determinar o
tempo adequado de atendimento;
• q
uestões comportamentais que comprometam o desenvolvimento do
trabalho e da aprendizagem.
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Avaliação inicial
Atendimento
• A
periodicidade dos atendimentos é de uma vez por semana, com a duração de
até quarenta minutos dedicados aos estudantes;
• P
ossibilidade de flexibilizar o atendimento diante da dinâmica observada,
quanto à periodicidade, ao tempo de atendimento e ao atendimento
individualizado ou em duplas;
• P
ara o trabalho em sala de aula, é entregue ao professor um kit com
diversidade de materiais, entre eles: a rotina de trabalho, pranchas com
sequências de ações, painéis de trabalho, humorômetro7, crachás com fotos,
chamada, entre outros que se fizerem necessários ao grupo de estudantes;
• Durante o atendimento, é contemplado, preferencialmente, o foco de interesse
do estudante com o objetivo de estabelecer ou ampliar a comunicação e o
vocabulário.
Avaliação processual
7 Humorômetro: uma prancha com imagens que demonstram as expressões faciais, como triste, alegre,
entre outras.
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Estimulação Essencial
É indiscutível que a primeira infância é a fase decisiva do desenvolvimento
biopsicossocial de uma criança, pois inúmeras transformações acontecem em
seu crescimento e desenvolvimento. Diversas pesquisas e estudos confirmam que
nos primeiros anos de vida de uma criança as conexões sinápticas estão ávidas
em serem fortalecidas, a fim de proporcionar vasta rede neuronal de qualidade, a
qual é o substrato que apoia, eficaz e eficientemente, o desenvolvimento global
de uma criança.
Sendo assim, faz-se necessário considerar que nem todas as crianças serão
beneficiadas pelo pleno desenvolvimento satisfatório e de qualidade. Há as que
são acometidas por questões congênitas, bem como por situações adquiridas
que podem afetar, temporária ou permanentemente, o seu desenvolvimento,
manifestando atraso.
A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Ingresso
- Faixa etária
- Encaminhamentos DIAEE/NRE
Atendimento
- Duração/Temporalidade
- Regularidade
Recursos Materiais
- Disposição dos materiais
- Quantidade
- Qualidade
- Diversidade
Registros Documentais
- Por que documentar?
- O que documentar?
- Onde arquivar?
ESPAÇO FÍSICO
Primeiramente, destacamos a importância de como o espaço físico é revelador
naquilo que se pretende ao longo do atendimento educacional, isto é, o espaço
também necessita ser planejado e organizado para a individualidade das
necessidades de cada educando que se beneficiará da proposta da Estimulação.
Esse local precisa ser acolhedor, motivador e com funcionalidade pedagógica
previamente definida, a fim de despertar no educando o prazer e o interesse de ali
permanecer para desenvolver o plano de atendimento traçado. É imprescindível
considerar a equivalência entre as questões éticas e estéticas na organização
desse espaço, dos recursos materiais que serão utilizados, sua disposição,
quantidades, enfim como esse ambiente educativo se prepara para “abraçar” o
educando. O local da sala de Estimulação necessita de espaço-alegria, espaço-
descoberta, espaço-exploração, espaço-proteção e espaço-surpresa.
O PROFISSIONAL DA ESTIMULAÇÃO
Pensar no profissional para o atendimento em sala de Estimulação comunga
com disponibilidade corporal, isto é, a manifestação de interesses em acolher,
participar, interagir, acompanhar, compartilhar, trocar, enfim são inúmeros
sinônimos que podem ser relacionados; no entanto, o destaque, nesse contexto,
está no profissional que acompanha o educando em atendimento na Estimulação.
A primeiríssima orientação é ampliar e ajustar a conexão olho no olho, entender
que o vínculo positivo se estabelece na relação de se abaixar à altura dos olhos
de uma criança, para assim iniciar e firmar uma relação de respeito profissional.
Brincar
Sella (2005) colabora com os seguintes questionamentos: “Muitas vezes
nos perguntamos: por que defender o direito de brincar das crianças? Qual a
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CMEIs, visto a faixa etária correspondente ser acima de quatro anos. Além
de propor a elaboração de um documento intitulado “Olhar Atento”, com o
objetivo de fortalecer e ampliar os saberes na detecção de possíveis indicativos
de comprometimentos com o público atendido pela área da Estimulação,
acompanhado da implantação desse documento pela formação continuada.
• D
istúrbios de alta refração (alta miopia, alta hipermetropia e astigmatismo
forte);
• Síndrome de Írlen (ou dislexia perceptual);
• Processamento visual;
• Fotofobia;
• Torcicolo ocular;
• Visão monocular.
• e
studantes que apresentam deficiência auditiva ou surdez, matriculados nas
escolas especiais da RME, independente do grau ou tipo, desde a idade da
descoberta do diagnóstico;
• e
studantes que fazem uso de AASI (Aparelho de Amplificação Sonora
Individual);
• estudantes com Implante Coclear (IC);
• estudantes que fazem uso de Sistema FM;
• e
studantes com Distúrbio de Processamento Auditivo Central (DPAC), de
moderado a grave, após Estudo de Caso realizado no CMAEE com a diretora,
professoras da área auditiva do CMAEE e representantes do DIAEE.
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Transporte
O Sistema de Transporte para a Educação Especial (SITES) é um sistema criado
para prestar serviço de transporte urbano aos estudantes com deficiência,
matriculados na modalidade de Educação Especial, em escolas municipais,
estaduais ou mantidas por entidades filantrópicas, situadas no limite urbano do
município de Curitiba. O objetivo é garantir medidas apropriadas para assegurar
aos estudantes com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, ao transporte escolar. É regulamentado pelo Decreto Municipal
n.º 1.334/2018 e organizado pela Gerência do SITES.
Classe Especial
Diante da diversidade humana existente em nossa sociedade, é necessário
pensar nas diferenças individuais presentes no interior da escola, respeitando-
as e potencializando as oportunidades de aprendizagem para todos, aderindo
assim ao compromisso da RME de Curitiba, com relação aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial com relação ao ODS 4.
Esses estudantes chegam até a Classe Especial (CE) após avaliação realizada
nos CMAEEs ou adequação de encaminhamento segundo os parâmetros da
SME de Curitiba. São estudantes que já têm uma caminhada acadêmica, mas,
na maioria das vezes, não obtiveram sucesso. Por esse motivo, necessitam
de acolhimento e resgate, não só de suas competências acadêmicas como
também de sua autoestima. O profissional da educação que irá atendê-lo deve
procurar criar condições para que o estudante ultrapasse as barreiras criadas
anteriormente.
Objetivos
O programa de Classe Especial tem por objetivos:
Organização e funcionamento
ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DA CLASSE ESPECIAL
O acompanhamento do Programa da Classe Especial (CE) é realizado pela GAEE,
que tem, em sua equipe, pedagogos especializados. Estes acompanham o
desenvolvimento dos estudantes matriculados no programa, realizam orientação
à Equipe Pedagógica Administrativa e ministram cursos formativos para os
professores.
Além de todo esse processo documental que passa por vários setores da SME,
é realizada uma visita técnica das representantes da GAEE e da Coordenadoria
de Regularização, que faz parte do Departamento de Planejamento, Estrutura
e Informação (DPEI). A vistoria tem como objetivo avaliar a sala reservada
observando a metragem, localização e acessibilidade aos estudantes.
MUDANÇA DE ESPAÇO
Para mudança de espaço físico da CE dentro da própria escola, após análise e
concordância do representante do DIAEE, a unidade educacional deve encaminhar
ofício de solicitação para o DPEI, anexando justificativa do pedido, planta baixa
com indicativo de mudança e aguardar o parecer técnico.
NÚMERO DE ESTUDANTES
De acordo com a Portaria n.o 26/2005 da SME, o Programa de Classe Especial
pode ter no mínimo oito e no máximo dez estudantes, com a tolerância de três a
mais ou a menos para composição das turmas, conforme descrito no artigo 3.º.
Estudantes das classes comuns do ensino regular, com indicativo para CE, sem
estar frequentando, que têm avaliação de outras instituições, aguardam no ensino
comum. A escola deve encaminhar a documentação ao CMAEE correspondente
para adequação de encaminhamentos segundo os critérios da SME. Somente
após realizada a adequação, os estudantes podem ser matriculados no programa.
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TEMPO INTEGRAL
Nas unidades escolares que oferecem tempo integral, os estudantes da CE
têm o direito de participação nas atividades durante todo o período, garantindo
que os atendimentos sugeridos em sua avaliação não sejam prejudicados. No
turno das práticas, são incluídos nas turmas onde melhor sejam atendidas suas
necessidades, de acordo com o nível escolar.
TRANSFERÊNCIA
Nos casos de transferência dos estudantes de uma CE para outra CE, primeiramente
é necessário verificar se existe vaga na escola escolhida; após o processo, seguir
as normas orientadas pelo DPEI, não esquecendo de encaminhar à nova escola
toda a documentação, como: relatórios, pareceres, laudos e avaliações.
O estudante transferido para outro município sem CE, caso retorne ao município
de Curitiba, deve ser matriculado no ano indicado em sua transferência. Se o
estudante em Curitiba frequentou a CE num período inferior a dois anos e ainda
apresenta dificuldades de aprendizagem significativas, a escola deve solicitar
Estudo de Caso ao CMAEE para possível retorno ao programa.
ESTUDO DE CASO
Após dois anos de efetivo trabalho no programa, o estudante deve passar por
estudo de caso, realizado pela equipe gestora, professora e pelo representante
do DIAEE, tendo em vista o caráter transitório da CE, no máximo, de dois anos,
com a finalidade de avaliar a contribuição do programa.
CLASSIFICAÇÃO
Com relação ao processo de classificação, os procedimentos que devem ser
considerados estão dispostos na Instrução Normativa n.º 06/2016, a qual
trata de todos os processos de classificação e reclassificação dos estudantes
matriculados no Ensino Fundamental e no Ensino Fundamental na modalidade
Educação Especial.
I – ESCOLAS
1. Verificar, no Sistema Estadual de Registro Escolar (SERE), o último ano cursado pelo estudante
antes de seu ingresso no programa da CE;
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2. Convocar o responsável pelo estudante para ciência do processo de adaptação para a possível
classificação dele, registrando em livro-ata;
3. Encaminhar para o DIAEE um ofício antes de iniciar o processo de adaptação com o estudante,
informando: nome completo do estudante, data de início do processo de adaptação, ano e turma
em que esse estudante fará adaptação, cópia da certidão de nascimento e a cópia da ata de
ciência da família;
4. Organizar comissão formada por professores, pedagogos, direção e secretária para efetivar o
processo, registrando a designação dos membros da comissão em livro-ata;
5. Dar início ao processo de adaptação do estudante, sendo que este deve ser no máximo de
até três meses, considerando que, se o estudante estiver adaptado em um período menor, deve
iniciar a etapa final do processo de classificação. O processo de adaptação consiste em manter
o estudante na turma e no ano do ensino regular;
10. O professor regente deve elaborar o plano de apoio pedagógico individual, de acordo com as
necessidades do estudante.
- O estudante deve ter 15 anos completos, conforme Parecer n.º 174/2008 do Conselho
Estadual de Educação, tendo também o consentimento da família.
II – NREs
III – DIAEE
Cabe ao DIAEE:
1. Orientar e assessorar pedagogas dos NREs e das escolas sobre o processo de classificação,
quando necessário;
2. Receber o ofício e registrar nas planilhas os dados referentes ao estudante que iniciará
processo de adaptação;
3. Encaminhar ao DPEI o ofício contendo os dados dos estudantes que iniciaram a adaptação na
escola, para registro e acompanhamento do processo, bem como o parecer de ciência emitido
pela equipe da GAEE;
5. Encaminhar para o DPEI toda a documentação validada e o parecer pedagógico para registro
e posterior encaminhamento do processo para a escola.
PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS
O professor que atua na CE deve ter especialização em Educação Especial,
comprovando a complementação de estudos ou pós-graduação em áreas
específicas da Educação Especial (Resolução CNE/CEB n.º 02/2001) e estar
inserido no cadastro da Educação Especial, no Núcleo de Recursos Humanos da
SME.
PLANEJAMENTO
Como o objetivo do trabalho da CE é o retorno dos estudantes às classes comuns
do ensino regular, o planejamento do professor deve seguir o documento do
Currículo do Ensino Fundamental (2020), no qual encontram-se os Princípios e
Fundamentos da RME de Curitiba, documento que corrobora com os princípios
da BNCC. Dessa forma, entende-se que o planejamento de ensino da CE deve ser
organizado por trimestres, contando com a participação de todos os profissionais
envolvidos e com a supervisão do pedagogo de referência.
AVALIAÇÃO
Dentre as três dimensões de avaliação descritas no Currículo do Ensino
Fundamental (2020, p. 24), tem-se: a avaliação da aprendizagem, cujo objetivo é
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O professor deve iniciar com uma avaliação diagnóstica para verificar em qual
nível de escrita seus estudantes se encontram. Sugere-se um ditado utilizando
palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas do mesmo campo
semântico, seguido de outro com frases que contenham a presença de algumas
dessas palavras. No decorrer do trabalho, é possível repetir essa forma de
avaliação, por semana ou quinzenalmente, o que resultará em um portfólio da
evolução escrita dos estudantes, conforme o modelo de ficha de registro. Para
o diagnóstico do Componente Curricular de Matemática, a sugestão é planejar
uma avaliação que consiga demostrar os conteúdos do Sistema de Numeração
Decimal os estudantes já se apropriaram; se são capazes de realizar classificação,
seriação, comparação e conservação das quantidades. Ainda, por meio de
situações problemas, identificar se conseguem resolver as quatro operações. É
importante também realizar um diagnóstico dos conhecimentos dos estudantes
em relação aos outros Componentes Curriculares.
ROTINA
A organização do trabalho pedagógico deve ser muito bem planejada. É preciso
observar o tempo efetivo de trabalho com os estudantes acerca de questões
ligadas à leitura, escrita e resolução de problemas. A organização do tempo
pedagógico garante que se contemple cada eixo de ensino, sendo importante o
professor refletir sobre o que ensina, por que ensina e que tempo precisa para
ensinar. Partindo de rotinas se conduz melhor a aula, prevendo dificuldades dos
estudantes, flexibilizando as estratégias de ensino e avaliando os resultados
obtidos. Também é necessário tomar cuidado com a quantidade de atividades
que se planeja, sempre lembrando que “menos é mais”, o certo é planejar o que
se consegue acompanhar, intervir, corrigir e retomar.
ALFABETIZAÇÃO
Antes de iniciar qualquer discussão sobre alfabetização é preciso conversar um
pouco sobre os métodos. Esses métodos são procedimentos e técnicas que
foram surgindo ao longo do tempo, elaborados de acordo com trabalhos bem-
sucedidos, que resultaram em inúmeras cartilhas, encontradas até hoje, com
receitas de alfabetização. Em alfabetização, existem dois métodos tradicionais
no ensino da leitura e escrita: o sintético e o global.
O método sintético tem seu foco na relação do som com a grafia, utilizando
as partes menores da palavra como letras e sílabas e valendo-se apenas da
memorização como recurso didático.
61
Ressalta-se ainda que o ensino e o aprendizado da língua não podem ser restritos
a um mero ato técnico, como ensinar o estudante a desenhar letras e construir
palavras, pois, como conceitua Vygotsky, é “um sistema de representação da
62
realidade extremamente sofisticado” (apud REGO, 1995, p. 69). Por sua vez,
deve ser ensinado ao estudante de modo significativo, para que se aproprie
da linguagem escrita como um sistema substancial para sua vida social e
comunicativa.
1. Escreve-se com letras que não podem ser inventadas, que têm o
repertório finito e que são diferentes de números e de outros símbolos;
Além do conhecimento das letras, de suas pautas sonoras e que se usa o alfabeto
latino, é importante que os estudantes compreendam as convenções da nossa
língua: escrever da esquerda para a direita, de cima para baixo, com espaços
entre as palavras, usando, além do alfabeto, outros símbolos, como: pontuação,
acentuação e sinais gráficos. A compreensão das propriedades do sistema de
escrita alfabética não ocorre pela mera transmissão e nem da noite para o dia,
tem um caminho evolutivo, mas sim acontece da necessidade do estudante em
64
utilizar a escrita em seu dia a dia, nas tentativas, erros e acertos, rumo a uma
escrita alfabética (MORAIS, 2012, p. 11).
A alfabetização deve ser pensada num sentido amplo. Dessa forma, o ensino
de Matemática vem ao encontro do processo do letramento, pois a leitura e
a escrita estão dispostas na sociedade, assim como os números e conceitos
matemáticos. Da mesma forma que o trabalho com a língua deve partir de
textos materializados em nossa sociedade, a Matemática deve ter como base a
resolução de problemas. Os Componentes Curriculares de História, Geografia e
Ciências também devem fazer parte do planejamento, ainda que os estudantes
66
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (Redação dada
pela Lei n.º 12.796, de 2013).
Objetivos
Os objetivos da Sala de Recursos de Aprendizagem são:
• S
uperação das dificuldades de aprendizagem de estudantes em relação aos
aspectos pedagógicos;
• D
esenvolvimento do estudante em todos os aspectos: cognitivo,
socioemocional e psicomotor.
68
Organização e funcionamento
INGRESSO
Para realizar o atendimento na Sala de Recursos de Aprendizagem, é necessário
que o estudante esteja regularmente matriculado nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, nas escolas da RME de Curitiba e que tenha avaliação realizada
nos CMAEEs de Curitiba. Caso a avaliação não tenha sido feita no CMAEE, é
necessária a adequação de encaminhamentos acompanhada de avaliação
externa ou adequação de atendimento, quando se tratar de estudantes da Classe
Especial que foram classificados, ou aqueles desligados da SRM ou pedagogia
especializada e ainda apresentam necessidades para o desenvolvimento de
habilidades cognitivas.
DESLIGAMENTO
Para o desligamento do atendimento na SRA, é necessário que os profissionais
envolvidos (equipe gestora, professor regente de turma e professor da Sala de
Recursos) analisem o desempenho acadêmico que o estudante vem apresentando
e decidam, de forma conjunta, acerca desse desligamento. Em alguns casos
específicos, como divergências quanto ao desligamento, o professor da Sala de
Recursos deve entrar em contato com a GAEE para a formalização, pois pode
ocorrer também conforme as situações a seguir:
aumentado ficará o seu potencial para a aprendizagem, pois este não é estático,
vai se ampliando conforme é submetido à mediação.”
HABILIDADES COGNITIVAS
O conceito de habilidades cognitivas está intimamente ligado ao processamento
de informações que são devidamente assimiladas e compreendidas. Para isso,
deve-se trabalhar a memória, a atenção, o raciocínio lógico, o sequenciamento, o
pensamento simbólico e tantas outras habilidades em busca do desenvolvimento.
Dessa forma, é possível chegar às competências necessárias para aprendizagem.
É essencial que na infância sejam desenvolvidas atividades nessa área,
principalmente quando se trata de pessoas com deficiência ou transtorno de
aprendizagem, pois trabalhar habilidades cognitivas auxilia no desenvolvimento
da criança.
72
HABILIDADE
O QUE É QUANDO NÃO DESENVOLVIDA SUGESTÃO
COGNITIVA
Esquema Representação global que a criança Dificuldade na percepção do limite da - Imitação do movimento de
corporal tem do próprio corpo. folha, na utilização das margens e no diferentes animais, como: arrastar-
posicionamento diante do material. se como uma cobra, andar como
um pato, saltar como um coelho,
trabalhar com os estudantes no
espelho.
Lateralidade Capacidade de controlar os dois lados Apresentação de escrita espelhada, - Brincadeiras de: pular num pé
do corpo juntos ou separadamente. letra ilegível, confusão entre a posição só, pular em círculos, recortes,
de unidade e dezena. habilidades de motricidade fina e/
ou ampla entre outras.
Organização Capacidade que o indivíduo tem de Dificuldades apresentadas: confunde - Amarelinha, boliche, cirandas.
espacial situar-se e orientar-se, em relação aos letras que diferem quanto à orientação
objetos, às pessoas e ao seu próprio espacial (b/d, q/p); quanto a respeitar
corpo em um determinado espaço. a ordem das letras na palavra e das
É saber discriminar as diferentes palavras na frase, na escrita; não
posições espaciais e os conceitos respeita a direção horizontal do
relacionados a essas posições como traçado; não respeita os limites da
à frente ou atrás; acima ou abaixo de folha e esbarra em objetos e pessoas.
si, à esquerda, à direita. É ter noção de
longe, perto, alto, baixo, longo, curto.
Organização Percepção de que tudo acontece em Dificuldade para ordenar história - Brincadeiras que envolvam:
temporal um determinado tempo e que esse dentro de uma sequência lógica e bater palmas, lançar bolas a um
tempo apresenta certa duração e dificuldade em ritmo; leitura lenta determinado ponto, entre outras.
determinada sucessão. Conceitos ou rápida; repetição de frases com
como: ontem, hoje, amanhã, dias da omissão de palavras, ou seja, fala
semana, meses, anos, horas, estações desorganizada.
do ano precisam ser adquiridos.
Ritmo Percepção da ocorrência dos sons e Leitura lenta e entrecortada, erros na - Movimento de andar, procurando
das pausas. segmentação da palavra, aglutinação, seguir determinado ritmo, que
omissão ou adição de sílabas. poderá variar do mais lento ao
mais rápido;
74
visomotora corpo e a visão. dificuldade ao traçar linhas. encaixar, empilhar, furar, alinhavar,
amarrar, abotoar.
Coordenação Movimentos mais amplos, Lentidão e/ou movimentação brusca; - Pega-pega, esconde-esconde,
motora global relacionados com as mudanças dificuldade de dissociar movimentos. brincadeiras com cordas,
de posição do corpo e controle do bolas, bambolês, subir e descer
equilíbrio. obstáculos, arrastar no chão,
Análise-síntese Capacidade de juntar as partes para Dificuldade na compreensão de como - Jogos pedagógicos como o
formar o todo e decompor o todo em juntar letras para formar sílabas, como pequeno construtor, quebra-
partes. juntar sílabas para formar palavras, cabeça, jogos de encaixe
como agrupar palavras para formar
frase e, finalizando que as frases - Realização de exercícios de
formam textos, levando a dificuldades localizar as partes que faltam em
na compreensão e interpretação um objeto ou cena;
daquilo que escreve e lê.
- Adequação de gravuras dentro de
uma cena;
- Realização de atividades de
percepção da figura fundo;
- Quebra-cabeça;
- Jogo da memória.
Consciência Habilidade metalinguística de tomada Dificuldade na percepção e - Jogos com rimas, trava- línguas,
fonológica de consciência das características manipulação da estrutura sonora das dominó e/ou bingo som inicial,
formais da linguagem. palavras. final.
Projeto de Trabalho
O trabalho com projetos é considerado como um dos encaminhamentos mais
adequados a serem adotados na Sala de Recursos de Aprendizagem.
Desse modo, o projeto deve ser bem articulado, e é importante que o professor,
proponha questões como forma de incentivar os estudantes a buscar soluções,
construindo assim um vínculo positivo com a aprendizagem.
AVALIAÇÃO
A avaliação na Sala de Recursos acontece, diariamente, por meio da observação
do estudante por parte do professor, em cada atendimento, com o propósito de
diagnosticar a aquisição dos objetivos previstos. O professor descreve, no Plano
de AEE, como o estudante se mostrou no jogo/projeto realizado naquele dia,
utilizando-se dessa observação e registro para reformular as aprendizagens que
ainda precisam ser adquiridas pelos estudantes.
78
PORTFÓLIO DO ESTUDANTE
Na SRA, o portfólio é um instrumento de acompanhamento e funciona como
uma coleção de registros, fotos, informações sobre o estudante e qualquer item
que revele os diferentes aspectos de seu desenvolvimento.
Deve conter:
• A
avaliação do estudante, junto com a adequação de encaminhamento,
quando for o caso;
• Plano de Atendimento Educacional Especializado do estudante;
• Descrição dos Projetos de Trabalho realizados pelos estudantes;
• R
elatórios da escola de origem e instituições especializadas que também o
atendem.
ESTUDO DE CASO
Os estudantes que não obtiverem avanços após efetivo trabalho na SRA,
podem passar por estudo de caso, agendado junto com o DIAEE, na GAEE. Esse
estudo é solicitado pela escola de origem e tem a finalidade de decidir novos
encaminhamentos, se necessários.
ABERTURA/CESSAÇÃO/MUDANÇA DE ESPAÇO
A escola entra em contato com o respectivo Núcleo Regional de Educação para
solicitar informações quanto aos documentos necessários para a abertura
do atendimento especializado na unidade. É necessário haver no mínimo 10
estudantes na espera desse atendimento.
O cadastro para solicitação desse crédito deve ser encaminhado via malote;
enquanto o relatório de frequência, até o dia 10 de cada mês, somente por
e-mail (creditotranspdiaee@edu.curitiba.pr.gov.br). O não envio do Relatório
Mensal durante 3 meses consecutivos implica no cancelamento do benefício do
estudante.
• A
Constituição Federal (BRASIL, 1988) que institui o Estado Democrático
Brasileiro, afirma que:
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
• L
ei n.º 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prioriza
direitos quando dispõe que:
Art. 4.º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e
do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária.(BRASIL,1990).
• P
olítica Nacional de Educação Especial utiliza o termo Atendimento
Domiciliar pela primeira vez, tornando oficialmente esse serviço conhecido.
De acordo com este documento, o atendimento pedagógico domiciliar
é assim considerado: “Atendimento Educacional prestado ao portador
de necessidades especiais, em sua casa, face a impossibilidade de sua
frequência à escola” (BRASIL, 1994, p. 19).
• P
arecer n.º 17/2001 do Conselho Nacional de Educação, nas Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, em que trata do
atendimento pedagógico a crianças e estudantes em tratamento de saúde,
estabelece que:
O atendimento educacional especializado pode ocorrer fora de espaço
escolar, sendo, nesses casos, certificada a frequência do aluno mediante
relatório do professor que o atende: [...] b) Ambiente domiciliar: serviço
destinado a viabilizar, mediante atendimento especializado, a educação
84
• C
lasse Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar – Estratégias e
orientações
O Ministério da Educação denominava essa modalidade de ensino como
“Atendimento Pedagógico Domiciliar” e, percebendo a necessidade de
estruturar suas ações e organização, dispõe no documento “Classe Hospitalar e
Atendimento Pedagógico Domiciliar – Estratégias e orientações”:
• D
eliberação do Conselho Estadual de Educação n.º 02/03, que fixa as
normas para a Educação Especial para o Sistema de Ensino do Estado do
Paraná e, em consonância com a Indicação n.º 01/03 – CEE, respalda a
ação do APD, caracterizando-o entre os serviços especializados:
Atendimento pedagógico domiciliar - serviço destinado a viabilizar a
educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais
que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de
tratamento de saúde que implique permanência prolongada em
domicílio, mediante atendimento especializado realizado por professor
habilitado ou especializado em educação especial vinculado a um
serviço especializado. (BRASIL, 2003).
• D
iretrizes Operacionais da Educação Especial para o AEE na Educação
Básica, regulamentadas pelo Decreto n.º 6.571, de 18 de setembro de 2008,
determinam que: “Nos casos de escolarização em classe hospitalar ou em
ambiente domiciliar, o Atendimento Educacional Especializado é ofertado
aos alunos público-alvo da educação especial, de forma complementar ou
suplementar”.
• P
lano Municipal de Educação da cidade de Curitiba, Lei n.º 14.681, aprovado
em 24 de junho de 2015, contempla o Atendimento Pedagógico Domiciliar:
Meta 4 - Garantir atendimento educacional especializado, em salas
de recursos multifuncionais, centros de atendimento especializado,
classes especiais, salas de recursos, escolas especiais, programa de
escolarização hospitalar, atendimento pedagógico domiciliar e serviços
especializados, públicos ou conveniados, nas formas complementar e
suplementar, para crianças e/ou estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação e
necessidades especiais e específicas, matriculados(as) na rede pública
de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de
avaliação específica, realizada por profissionais especializados, ouvida
a família e a criança e/ou estudante. (BRASIL, 2015).
86
• L
ei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDBEN), alterada em 24 de
setembro de 2018, passa a vigorar acrescida do seguinte:
Art. 4.o - É assegurado atendimento educacional, durante o período de
internação, ao aluno da educação básica internado para tratamento
de saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo prolongado,
conforme dispuser o Poder Público em regulamento, na esfera de sua
competência federativa.
Objetivos
• O
fertar e oportunizar a crianças e estudantes afastados das unidades
educacionais, por motivo de tratamento de saúde, a continuidade de seus
estudos, o avanço no processo de ensino-aprendizagem e sua integração ou
reintegração ao ambiente escolar;
• A
dequar a prática pedagógica ofertada pelo APD em consonância com
a prática realizada nas unidades educacionais de origem de crianças e
estudantes, compreendendo que muitos desses, ao finalizarem o tratamento
de saúde, irão retornar ao cotidiano escolar;
• P
roporcionar às crianças e aos estudantes atividades pedagógicas de acordo
com os documentos norteadores da SME, considerando as normativas da
BNCC, para que promovam a construção do conhecimento ampliando seu
repertório de experiências nas áreas do conhecimento;
• S
ensibilizar os responsáveis para que mantenham o vínculo entre
crianças/estudantes e unidades educacionais de origem;
• P
romover ações junto com a unidade educacional das crianças e dos
estudantes que estão recebendo o atendimento, com vista ao retorno deles
a essa unidade.
Organização e funcionamento
A SME, buscando atender aos objetivos do APD, construiu sua organização
administrativo-pedagógica, ao longo do tempo, considerando as contribuições
e experiências dos profissionais da educação que atuam nesse contexto. Desde
2017, a coordenação do APD é realizada pela GAEE, que faz parte do DIAEE.
88
O PROFISSIONAL
O profissional que trabalha no desenvolvimento das atividades do APD é do
quadro próprio do Magistério, em sistema de RIT, atendendo crianças da Educação
Infantil e estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Também ocorre
a disponibilização do professor de Docência II, em sistema de hora extra, para
estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental.
ATENDIMENTO
Cabe à família ou ao responsável realizar o pedido do APD na unidade educacional
onde a criança ou o estudante estiver matriculado. Ressalta-se que o atendimento
é ofertado respeitando o tempo de afastamento para portador de atestado
médico superior a 60 dias; contudo, não se aplica a casos de afastamento por
questões de saúde mental. Feito o pedido, a unidade educacional deve preencher
os documentos juntamente com a família ou o responsável legal pela criança e
pelo estudante, que deve estar ciente da concordância acerca do atendimento,
da presença do professor na residência e da autorização para uso de imagem.
Ressalta-se que essa última documentação não é obrigatória ou requisito para
89
UNIDADE DE ORIGEM
A unidade educacional que detém a matrícula da criança ou do estudante é
responsável por orientar a família acerca da possibilidade do atendimento,
bem como enviar a documentação ao DIAEE. Além da documentação, a
unidade é responsável também por subsidiar o professor com informações
sobre o desenvolvimento pedagógico da criança e do estudante. Para tanto,
deve organizar um cronograma para receber o professor do APD e discutir a
90
DOCUMENTAÇÃO
A unidade educacional deve arquivar, na pasta da criança ou do estudante, os
documentos preenchidos e assinados pelo responsável, além de atestados,
laudos, atividades realizadas, pareceres e relatórios assinados pelo professor
do APD. Faz-se necessário ainda o registro, em livro-ata, de fatos importantes
em relação ao atendimento, entre eles: a negativa da família ou do responsável
quanto a usufruir o direito ao APD, reuniões realizadas, devolutivas, entre outros.
PRÁTICA PEDAGÓGICA
O trabalho pedagógico realizado pelo APD exige do professor funções que
orientem, encaminhem, colaborem e organizem as aprendizagens e as
atividades da criança e do estudante, buscando métodos diferenciados de
atendimento. Dessa forma, o professor deve planejar atividades com base nos
conteúdos apresentados pela unidade educacional de origem, adequando às
suas necessidades pedagógicas, bem como elaborar práticas diferenciadas e
próprias de conforme perfil, conhecimento e quadro de saúde, de acordo com os
documentos norteadores da RME.
Sobre a importância das ações do APD, Ceccin (1997) ressalta, ao longo de sua
obra, o quanto é importante para a criança doente sentir-se produtiva e realizando
atividades semelhantes às que realizam as crianças de sua faixa etária, incluindo
as atividades escolares. Diante do exposto, deve-se considerar, além do aspecto
clínico da criança e do estudante em tratamento de saúde, se a situação especial
de saúde lhes impõe limitações; nesse caso, necessitam de atenção e intervenção
pedagógica contribuindo para o seu desenvolvimento neuromotor, psicossocial,
linguístico, emocional e cognitivo.
• L
ei n.º 1.044/69, que dispõe especificamente sobre tratamento excepcional
para os estudantes9 portadores das afecções e apresenta:
Art. 1.o - São considerados merecedores de tratamento excepcional
os estudantes de qualquer nível de ensino, portadores de afecções
congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições
mórbitas, determinando distúrbios agudos ou agudizados, caracterizados
por: a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos
trabalhos escolares; desde que se verifique a conservação das condições
intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da
atividade escolar em novos moldes [...]. (BRASIL, 1969).
• R
esolução n.º 41/95 do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança
e do Adolescente, que trata dos direitos daqueles que estão hospitalizados,
ressaltando a relevância das ações pedagógicas desenvolvidas pelo PEH,
conforme: segue: “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação,
programas de educação para a saúde, acompanhamento do curriculum
escolar durante sua permanência hospitalar”.
• Deliberação do Conselho Estadual de Educação n.º 02/03
Respalda a ação do PEH, caracterizando-o entre os serviços especializados:
Objetivos
• O
fertar às crianças e aos estudantes hospitalizados ou hospedados em
Casa de Apoio a continuidade de seus estudos.
• A
rticular a prática pedagógica dos profissionais do PEH, em consonância
com a ação desenvolvida nas unidades educacionais de origem das crianças
e dos estudantes, para garantia de sua reinserção ao cotidiano escolar.
• P
roporcionar às crianças e aos estudantes atividades pedagógicas conforme
suas necessidades específicas, tendo por base os documentos norteadores
vigentes da SME.
• A
tuar de forma inclusiva garantindo o necessário ao desenvolvimento de
cada criança e estudante em sua singularidade.
Organização e funcionamento
A SME, buscando atender aos objetivos do PEH, construiu, ao longo do tempo,
sua organização administrativo-pedagógica considerando as contribuições e
experiências dos profissionais da educação que atuam neste contexto. Desde o
ano de 2017, a coordenação do Programa é realizada pela GAEE, que faz parte
do DIAEE.
O PROFISSIONAL
O profissional integrante do quadro próprio do Magistério que atua no PEH é
disponibilizado às instituições por meio de acordo de cooperação, para atender
as crianças da Educação Infantil e os estudantes dos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
O PÚBLICO ATENDIDO
O público atendido pelo PEH são crianças/estudantes internados em hospitais
ou hospedados nas Casas de Apoio que mantém acordo de cooperação técnica
com o município de Curitiba. Importante mencionar que são atendidos aqueles
educandos residentes no município de Curitiba, bem como em outros municípios
e estados.
DO ACORDO DE COOPERAÇÃO
Para que esse acordo se estabeleça, é necessário que a instituição demonstre
interesse, por meio de proposta escrita, encaminhada e analisada pela equipe da
SME.
Cabe ao DIAEE:
• O
ferecer espaços e recursos que possibilitem o trabalho do professor,
direcionando-o ao atendimento das crianças da Educação Infantil (faixa
etária 4 - 5 anos) e dos estudantes do Ensino Fundamental I (anos iniciais)
em tratamento nas dependências da instituição.
• D
isponibilizar informações das ocorrências que podem modificar o plano
de trabalho, como novos internamentos, e das condições gerais de cada
criança e estudante em tratamento de saúde.
• E
ncaminhar a frequência mensal dos professores ao Núcleo de Recursos
Humanos da Educação – SME.
• D
esignar um profissional de referência na instituição, a fim de estabelecer
um canal de comunicação com a SME, quando necessário, e autorizar o
99
ESCOLA DE ORIGEM
Podem ser as escolas de ensino regular ou as escolas de Educação Básica na
modalidade Educação Especial do município de Curitiba, outros municípios e
outros estados.
DOCUMENTAÇÃO
Para que a criança ou o estudante sejam atendidos por professores do PEH, não
existe uma documentação necessária de solicitação desse atendimento, pois o
professor atende conforme a demanda.
PRÁTICA PEDAGÓGICA
O trabalho no hospital ou na Casa de Apoio se inicia pelo mapeamento dos
pacientes, sendo que o primeiro critério de busca é a faixa etária. Após constatar
que a criança ou o estudante faz parte do público-alvo do PEH, solicita-se a
autorização de atendimento pedagógico para a equipe de saúde e são colhidas
informações acerca dos dados escolares. Nas Casas de Apoio, o trabalho
desenvolvido segue o mesmo padrão.
102
103
Para isso, a SME, por meio do DIAEE, em janeiro de 2017, criou o Programa Direito
Inclusivo Assegurado, que prevê a contratação de acadêmicos dos cursos de
Pedagogia e Psicologia de instituições de ensino superior para acompanhamento,
como profissional de apoio à inclusão, de crianças e estudantes da rede em
questões de higiene, alimentação, locomoção e algumas atividades escolares,
sob a orientação do professor regente, conforme a legislação vigente – Lei n.º
13.146/2015, Lei n.º 12.764/2012, Resolução n.º 04/09 CEBCNE, entre outras.
Ano 2017 – Iniciou com 460 e finalizou com 506 profissionais de apoio;
Ano 2018 – Iniciou com 506 e finalizou com 556 profissionais de apoio;
Ano 2019 – Iniciou com 556 e atualmente conta com 759 profissionais de apoio.
C R E S C I M E N TO D O N Ú M E R O D E P R O F I S S I O N A I S D E
CRESCIMENTO DO NÚMERO
A P DE
O I OPROFISSIONAIS DE APOIO
2016 2017 2018 2019
700 759
600 556
500 506
400
283
300
200
100
0
Número de profissionais
Número de Profissionaisdedeapoio
Apoio
CRESCIMENTO
C R E S C I M EDO
N TNÚMERO
O DO NÚMERO
C R I A N Ç A S / E S T U D AACOMPANHADOS
CRIANÇAS/ESTUDANTES N T E S A C O M PA N H A D O S
2016 2017 2018 2019
900 897
800 723
700
600 521
500
400
283
300
200
100
0
Número
Número de crianças
Criançasacompanhadas
Acompanhadas
Ano 2017 – Iniciou com 460 e finalizou com 506 profissionais de apoio para 525
crianças/estudantes acompanhados;
Ano 2018 – Iniciou com 506 e finalizou com 556 profissionais de apoio para 723
crianças/estudantes acompanhados;
Ano 2019 – Iniciou com 556 e atualmente conta com 759 profissionais de apoio
para 897 crianças/estudantes acompanhados.
Objetivos
O Programa Direito Inclusivo Assegurado tem como objetivo favorecer o processo
de inclusão escolar, cumprir a legislação vigente e contribuir com estudantes em
formação acadêmica, com vistas à melhoria de sua qualificação profissional.
Organização e Funcionamento
A inclusão prevê o acolhimento a todas as pessoas, independentemente de
sua condição. Esse termo vem sendo frequentemente associado à inclusão
educacional de pessoas com deficiência. Nesse sentido, e atendendo aos
preceitos legais, a PMC cumpre, em primeira instância, a Constituição da
República Federativa do Brasil (1988), que dispõe:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1.° Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.
§ 2.° O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
§ 3.° A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Sobre essa questão, a PMC oferta serviços de apoio especializado nas SRMs
para estudantes com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento,
Classes Especiais, Salas de Recursos para estudantes com dificuldades de
aprendizagem, Salas de Recursos para estudantes com Altas Habilidades/
Superdotação, Escolas de Educação Básica na modalidade Educação Especial e
Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado, todos serviços e
programas conduzidos por professores especializados em educação especial/
inclusão.
• D
estina-se aos estudantes que não realizam as atividades de alimentação,
higiene, comunicação ou locomoção com autonomia e independência,
possibilitando seu desenvolvimento pessoal e social.
• Justifica-se quando a necessidade específica do estudante não for atendida
no contexto geral dos cuidados disponibilizados aos demais estudantes.
• A
rticula-se às atividades da sala comum, da Sala de Recursos Multifuncionais
e demais atividades escolares, embora não seja substitutivo à escolarização
ou ao atendimento educacional especializado.
• D
eve ser periodicamente avaliado pela escola [...] quanto à sua efetividade e
necessidade de continuidade.
Na RME, a disponibilização do profissional de apoio será avaliada também pela
equipe do DIAEE que atua nos NREs e na SME e pelos profissionais externos que
atendem os educandos, quando for o caso.
Público-alvo do Programa
Estudante ou criança, público-alvo da Educação Especial, matriculados nas
turmas de ensino regular da RME, em escolas e CMEIs.
Procedimentos
O processo de contratação dos acadêmicos para atuação como profissionais de
apoio à inclusão, na RME, inicia-se com o preenchimento de uma ficha cadastral
no DIAEE, na SME. Conforme a necessidade da inserção do profissional de apoio
para atendimento, o DIAEE entra em contato com o candidato cadastrado de
acordo com a região por ele indicada, respeitando a ordem do cadastro. Somente
113
Desligamento
Conforme cláusula sexta do Termo de Compromisso de Estágio não obrigatório
sem vínculo empregatício, nos termos da Lei n.º 11.788, de 25 de setembro
de 2018, e da Lei Municipal n.º 12.276, de 18 de junho de 2007, na interrupção
automática do estágio, resulta a ocorrência das seguintes hipóteses:
AUXÍLIO-TRANSPORTE
Sua utilização é de acordo com os dias úteis de estágio de cada mês, conforme
Portaria n.º 57/2010.
ANEXO
Gerência de Cooperação
e Encaminhamentos
Especializados
A GCOOPEN tem sob sua responsabilidade os Centros Municipais de
Atendimento Educacional Especializado (CMAEEs), realiza o acompanhamento
dos professores que são disponibilizados às Escolas Especiais que mantêm
Acordo de Cooperação com a Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC) e coordena
o Programa “Curitibinhas na Inclusão, Bullying não!”.
Em abril de 2017, foi publicado o Decreto n.º 773/2017 que alterou a denominação
de unidades orgânicas e funcionais na SME, entre elas os Centros Municipais
de Atendimento Especializado (CMAEs), que passaram a denominar-se Centros
Municipais de Atendimento Educacional Especializado (CMAEEs), com o objetivo
de adequação à atual legislação do público atendido, bem como a reformulação
das avaliações e dos atendimentos. De responsabilidade desta gerência, em
outubro de 2019, ocorreu o lançamento do Programa “Curitibinhas na Inclusão,
Bullying não!”.
117
118
• Avaliação Psicopedagógica.
• Avaliação Psicológica (mediante análise prévia).
• AEE na área da Pedagogia.
120
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
As diferentes dimensões que constituem o homem tornam-no um sujeito
temporal e histórico, que vive um tempo, carrega consigo o conhecimento de
outros tempos e projeta para o futuro o que conheceu. Como sujeito sistêmico,
está inserido em uma teia de relações universais; como sujeito biológico, tem
determinantes que não o completam. Para sobreviver, necessita relacionar-se
com sua cultura, apropriar-se de ferramentas sociais e construir sua história.
A atuação não se caracteriza com uma metodologia pronta e acabada, mas vai
se moldando conforme as características de aprendizagem do sujeito vão se
apresentando.
OBJETIVOS
• I nvestigar, por meio de instrumentos formais e informais, reunindo o maior
número de dados, as potencialidades e dificuldades de aprendizagem das
crianças/dos estudantes indicados pelas escolas municipais da RME e
pelos CMEIs.
• P
ossibilitar a compreensão do funcionamento global das crianças/dos
estudantes avaliados.
• Indicar alternativas de intervenção para a melhoria do seu desempenho.
• S
ugerir encaminhamentos adequados a cada caso, de acordo com os
critérios de encaminhamentos orientados pelo DIAEE.
123
Público-alvo
• Crianças/estudantes das unidades educacionais da RME, analisados pelos
profissionais do CMAEE e por estes autorizados, que apresentem atraso em
seu desenvolvimento cognitivo, associados a dificuldades acentuadas de
aprendizagem e/ou com indicativo de Altas Habilidades/Superdotação.
• O
bservar a escolarização, como defasagem idade/série, histórico escolar,
tempo de escolarização, evasão escolar e assiduidade.
• O
bservar e analisar o desempenho da criança/do estudante em relação
ao seu desenvolvimento, à aprendizagem e às intervenções pedagógicas
anteriores.
• I niciar o preenchimento da Ficha de Roteiro, a qual não tem como finalidade
única o encaminhamento para avaliação no CMAEE, e sim analisar e verificar
o desempenho da criança/do estudante, bem como as ações pedagógicas
da própria escola.
• E
laborar o Plano de Apoio Pedagógico Individual com a adequação
pedagógica de recursos e estratégias para a especificidade de cada criança/
estudante.
Após investimento e adequações pedagógicas, caso a dificuldade persista e se
evidencie a necessidade de uma Avaliação Psicopedagógica, a escola deverá:
• E
ntrar em contato com o CMAEE para agendar a triagem das crianças/dos
estudantes a serem encaminhados para avaliação.
• No momento da triagem, a equipe do CMAEE entregará à equipe da escola/do
CMEI autorização de encaminhamento para Avaliação Psicopedagógica dos
casos que julgar pertinentes para o processo de Avaliação Psicopedagógica.
124
• A
pós autorização para Avaliação Psicopedagógica, no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, a escola/o CMEI enviará, via ofício, à direção do CMAEE,
constando nome completo da criança/do estudante (sem abreviaturas),
série/ano, turno, professor e pedagogo, os seguintes documentos:
• F
icha de Roteiro de Desempenho Acadêmico, datada e assinada por todos
os profissionais envolvidos no preenchimento.
• Termo de Consentimento da Família.
• Plano de Apoio Pedagógico Individual.
• Atividades escolares atualizadas (leitura, escrita, matemática, etc.).
• Desenho livre, autorretrato, desenho da família.
• Relatório dos professores e demais profissionais, quando houver.
• Laudos médicos e exames, quando houver.
• Cópia da Certidão de Nascimento.
• Impressão da “consulta aluno na base central” no SERE.
• E
sse material, quando entregue ao CMAEE, será verificado pela equipe
para conferência e inclusão do nome da criança/do estudante na lista para
avaliação.
• O
CMAEE, por meio de e-mail, comunicará o dia e o horário da Avaliação
Psicopedagógica à escola/ao CMEI, sendo de responsabilidade da escola/
do CMEI comunicar a família.
• N
os casos de crianças/estudantes em processo de inclusão no ensino
regular, o CMAEE, em conjunto com a equipe do DIAEE/NRE, realizará Estudo
de Caso, preferencialmente com a presença dos profissionais envolvidos
no atendimento da criança/do estudante, para verificar a necessidade do
encaminhamento para avaliação.
125
• E
sclarecer sobre o motivo do encaminhamento e a importância da realização
da avaliação e a possibilidade de sugestões de encaminhamentos a serem
efetivados.
• Informar as datas, o horário e o endereço do CMAEE.
• E
nfatizar que os responsáveis legais deverão acompanhar a criança/o
estudante e que será necessário permanecer no CMAEE durante todo o
período da avaliação.
• C
aso a criança/o estudante tenha indicação de lentes corretivas, próteses
auditivas ou medicamentos, deverá usá-los no dia da avaliação.
• P
ara subsidiar o trabalho do profissional da avaliação, a criança/o estudante
deverá comparecer com o material escolar.
• Q
uando da impossibilidade do comparecimento da criança/do estudante ao
CMAEE, este deverá ser comunicado com antecedência.
• C
aso a criança/o estudante falte na Avaliação Pedagógica sem justificativa
legal, será considerado desistente do processo, e a documentação escolar
será devolvida à unidade, mediante protocolo.
A partir do momento que o estudante chega ao CMAEE para avaliação, ocorrem
os seguintes procedimentos:
• A
plicação de testagens formais e informais, conforme as características e
necessidades de cada criança/estudante.
• Entrevista familiar.
• Levantamento de dados.
• Análise das testagens.
• Discussão do caso com a direção.
• Construção do relatório.
• Devolutiva do caso para a família e unidade educacional.
126
ENTREVISTA FAMILIAR
PROVAS PIAGETIANAS
LINGUAGEM
AVALIAÇÃO LÚDICA
PROADE
Avaliação Psicológica
No processo da Avaliação Pedagógica, ao ser constatada uma defasagem no
desenvolvimento cognitivo, associado à significativa dificuldade na aprendizagem do
estudante, bem como o atraso no desenvolvimento global da criança ou suspeita
de Altas Habilidades/Superdotação, há indicação para realização da Avaliação
Psicológica como forma de complementação da Avaliação Pedagógica.
Devolutiva
Após o fechamento da Avaliação Psicopedagógica, realizam-se as devolutivas
para a família e escola. Em algumas situações, pode-se fazer a devolutiva para
a criança/o estudante.
A equipe que realiza a devolutiva faz a revisão, junto com a família, do histórico
de vida da criança/do estudante, que é informado pela mãe ou pelo responsável,
prossegue com a explicação detalhada e consistente de cada observação
levantada e técnica aplicada, bem como dos resultados obtidos e evidencia
suas habilidades, que devem ser valorizadas e aproveitadas como ponte para
a superação das dificuldades, as quais devem ser colocadas de forma clara,
aliando os encaminhamentos sugeridos à sua superação.
• A
mpliar o repertório cognitivo e socioemocional a partir do convívio em
grupos de enriquecimento.
• P
roporcionar atividades de enriquecimento extracurricular, contemplando
as diversas áreas de interesse e temáticas específicas.
• O
fertar recursos diversos (humanos, físicos e materiais) para o
desenvolvimento de projetos nas temáticas definidas pelas crianças e pelos
estudantes.
• Articular o processo formativo sobre a área de AH/SD junto com os
profissionais das escolas e as famílias das crianças e dos estudantes.
• Ampliar experiências investigativas por meio do trabalho por projetos.
129
• O
rganizar a logística de atendimento da Sala de Recursos com vista à
flexibilização do horário de atendimento e agrupamentos, conforme perfil e
área de interesse do estudante.
Pedagogia Especializada
O Serviço de Atendimento Educacional Especializado na área Pedagógica tem
por função principal contribuir para a melhoria das condições de aprendizagem
das crianças e dos estudantes, objetivando seu desenvolvimento biopsicossocial,
por meio das habilidades cognitivas.
Classe Especial
De acordo com a Deliberação n.º 1/2015, de 9 de setembro de 2015, do Conselho
Municipal de Educação de Curitiba, a Classe Especial é uma modalidade da
Educação Especial e destina-se a estudantes que apresentem defasagem idade/
ano com deficiência intelectual leve, deficiência intelectual social associada à
falta de estimulação ambiental e o cognitivo rebaixado, deficiência intelectual
moderada com repertório de comunicação e relacionamento social adequado ao
meio. No inciso II, cita-se que está excluído dessa modalidade o estudante que
apresentar transtornos de comportamento.
Encaminhamentos Clínicos
De acordo com a análise do desenvolvimento da criança/do estudante no
processo de avaliação, pode existir a necessidade de encaminhamentos com
sugestão para avaliação clínica ou para atendimentos especializados na área da
Saúde, como neurologia, oftalmologia, fonoaudiologia, psicologia, entre outras.
Procedimentos:
• O
pedagogo, juntamente com professor que trabalha com a criança/o
estudante, preenche a Ficha de Roteiro de Observação (específica para a
Educação Infantil ou o Ensino Fundamental) com precisão.
• E
m seguida, solicita ao CMAEE de referência, via telefone, visita para análise
da necessidade da avaliação.
• A
pós consenso de todos os envolvidos, o CMAEE emite uma autorização
para avaliação da criança/do estudante, que deve acompanhar os materiais
e documentos para avaliação. Após juntar esses materiais e documentos,
o CMEI/a escola envia-os ao CMAEE para avaliação, juntamente com um
ofício solicitando a avaliação e a Ficha de Roteiro preenchida. Devem estar
anexadas a Ficha de Roteiro de Observação (para a Educação Infantil) e a
Ficha de Roteiro de Desempenho Acadêmico (para o Ensino Fundamental),
131
o trabalho desenvolvido, rever os casos em que o objetivo inicial ainda não tenha
sido atingido, verificar outras possibilidades e encaminhamentos ou proceder
com o desligamento da criança/do estudante atendido. É importante verificar
se o vínculo com a aprendizagem foi reestabelecido, se houve melhora na
socialização no ambiente escolar e, também, se aconteceram modificações nas
estruturas cognitivas (organização, autonomia, atenção, memória, concentração,
linguagem, raciocínio lógico, entre outras). É importante agregar a escuta
do estudante, da família, dos profissionais que o atendem (quando há outros
serviços associados), da equipe da escola, no sentido de verificar as habilidades
desenvolvidas.
• D
ar às crianças e aos estudantes que apresentam deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento/Transtorno do Espectro Autista (TEA) e
transtornos funcionais específicos, suporte às suas necessidades no
processo de aprendizagem, visando ao seu desenvolvimento global.
• O
fertar serviços de apoio e suporte para o desenvolvimento de habilidades
cognitivas e necessidades específicas de crianças/estudantes.
133
• O
fertar AEE de forma complementar, individual ou em grupo, não substitutivo
à escolarização das crianças/dos estudantes, público-alvo da Educação
Especial, no turno contrário ao da escolarização.
• S
ugerir e indicar recursos pedagógicos e de acessibilidade para atendimento
às necessidades específicas de crianças/estudantes, público-alvo da
Educação Especial.
• A
tuar em interface com os professores do ensino comum da Educação
Infantil e do Ensino Fundamental, promovendo os apoios necessários à
participação e à aprendizagem de crianças/estudantes, minimizando as
barreiras à plena participação destes no contexto escolar e social.
• E
sclarecer, orientar e encaminhar ações com as famílias para efetivo apoio
e suporte à aprendizagem e ao desenvolvimento de crianças/estudantes
atendidos, de acordo com as necessidades educacionais específicas,
compondo a Rede de Apoio.
O Programa de Estimulação Essencial acontece dentro da área Pedagógica e
segue os princípios orientadores descritos no Referencial Curricular para a
Educação Infantil – Estratégias e Orientações para a Educação de Crianças com
Necessidades Especiais (2000), visando:
• D
esenvolver ações educacionais voltadas para o desenvolvimento global de
crianças com atrasos evolutivos decorrentes de fatores genéticos, orgânicos
ou ambientais.
• E
stimular as áreas do desenvolvimento: cognitivo, sensório-perceptivo e
socioafetivo com foco principal na aprendizagem, utilizando-se de recursos
para suas necessidades iniciais, superando e/ou minimizando defasagens.
• S
ubsidiar as famílias quanto ao desenvolvimento global da criança, propondo
um trabalho integrado, considerando-os como colaboradores no processo
de estimulação das atividades referentes ao ambiente social.
134
PÚBLICO-ALVO DO AEE
• Crianças/estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento/Transtorno do Espectro Autista (TEA), Altas Habilidades/
Superdotação, transtornos funcionais específicos (dislexia, disgrafia,
disortografia, discalculia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH).
• Crianças com atraso global do desenvolvimento.
ATRIBUIÇÕES
Compete aos responsáveis pelo Serviço de Atendimento Educacional
Especializado na área Pedagógica:
• E
laborar Plano de Atendimento Educacional Especializado e realizar
atendimento individual, em dupla e/ou grupo, de acordo com as necessidades,
competências e desempenho da criança/do estudante.
• Orientar o corpo docente e pedagógico-administrativo das escolas municipais e
dos CMEIs quanto ao desenvolvimento da criança/do estudante atendido,
bem como sugerir atividades diferenciadas a serem trabalhadas nessas
instituições.
• M
anter contato com os pais/responsáveis para esclarecer a natureza das
dificuldades, bem como sugerir estratégias de intervenção, efetivando a
integração entre a família, a instituição de origem e o CMAEE.
• A
nalisar e/ou elaborar relatórios relativos à sua área de atuação,
individualmente ou, quando necessário, em conjunto com outros
profissionais.
135
• P
articipar de reuniões para Estudo de Caso com profissionais de áreas afins,
quando necessário.
• P
articipar e contribuir com as escolas municipais, os CMEIs e a comunidade,
em programas, palestras e cursos de caráter educacional, quando solicitado
pelo diretor.
• O
rganizar e manter atualizadas as informações de seu serviço nos
respectivos Planos de Atendimento Educacional Especializado e na pasta
individual da criança/do estudante.
• A
valiar os resultados obtidos com as crianças/os estudantes em atendimento
para realimentar as estratégias no Plano de Atendimento Educacional
Especializado.
• E
laborar planilha mensal dos atendimentos realizados das crianças/dos
estudantes atendidos.
• E
laborar relatório dos atendimentos educacionais especializados de
desligamento (por competência, por transferência, por desistência) para
especialistas e para acompanhamento das crianças/dos estudantes
atendidos.
• I ndicar e/ou participar de Estudos de Casos internos do CMAEE, conforme
calendário ou quando necessário.
• P
articipar de encontros, cursos, congressos, seminários, debates e afins,
em sua área de atuação, quando solicitado pelo diretor.
• R
elacionamento interpessoal (adaptação afetiva/emocional/social, autonomia,
relacionamento social, regras de convivência em grupo, entre outros).
• R
elacionamento intrapessoal (motivação intrínseca para o desenvolvimento,
autoestima).
• Desenvolvimento Psicomotor.
• Linguagens receptiva e expressiva.
• Capacidade de compreensão.
• Percepção visual e auditiva.
• Raciocínio lógico/Conceitos básicos.
• Orientação espacial.
• Orientação temporal.
• Memória.
137
• Associação.
• Atenção e concentração.
• Planejamento de ações.
• Pensamento criativo/crítico/resolutivo (Resolução de problemas).
• Pensamento executivo (Tomar decisões).
• Leitura.
• Escrita.
• Conservação.
• Seriação.
Entre a grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que podem ser
utilizados para o trabalho no AEE Pedagógico, destacam-se:
• J
ogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o
desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento.
• J
ogos pedagógicos adaptados para atender às necessidades das crianças/
dos estudantes.
• R
ecursos específicos, como softwares e outros materiais relativos ao
desenvolvimento do processo educacional.
• A
tividades que envolvam o corpo, o movimento, a construção de jogos, a
montagem de objetos, a atenção, o planejamento, a memória, entre outras.
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Estimulação Essencial
A criança será desligada pelo motivo de faltas (cujo critério é o mesmo dos
outros atendimentos realizados no CMAEE), por suprir as suas necessidades
ou por realizar o processo avaliativo, a partir da idade de 6 anos, e/ou outro
encaminhamento que lhe for sugerido.
NO ENSINO FUNDAMENTAL
A Importância das Habilidades Cognitivas
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO
A atenção pode ser definida como o “fenômeno pelo qual o ser humano processa
ativamente uma quantidade limitada de informações do enorme montante
de informações disponíveis através dos órgãos dos sentidos, de memórias
armazenadas e de outros processos cognitivos” (STERNBERG, 2000, p. 78).
139
MEMÓRIA
Conforme Shaffer (2005), pode-se definir a memória como um processo pelo
qual uma informação é guardada e trazida à tona quando necessária. Porém, não
existe apenas uma única memória e sim um conjunto de memórias.
A memória pode ser classificada MEMÓRIA DE LONGO PRAZO: MEMÓRIA DE LONGO PRAZO:
em função da sua durabilidade.
Assim, vem sendo classificada EXPLÍCITA OU DECLARATIVA IMPLÍCITA
em memória de curta duração
ou operacional e memória
de longa duração, que pode
ser subdividida em memória
explícita e memória implícita,
conforme a MEMÓRIA DE CURTA
DURAÇÃO OU OPERACIONAL.
Importante tanto no momento São descritíveis por meio da Memória para procedimentos
da aquisição como no momento linguagem. Memória para fatos e e habilidades, por exemplo, a
da evocação de toda e qualquer eventos, por exemplo, lembrança habilidade para dirigir, jogar bola,
memória. Através dela, de datas, fatos históricos, dar um nó no cordão do sapato e
armazenamos temporariamente números de telefone. da gravata. Pode ser dividida em:
informações que serão úteis memória adquirida e evocada
apenas para o raciocínio por meio de dicas, memória
imediato e a resolução de de procedimentos – a qual se
problemas, ou para a elaboração refere às habilidades e aos
de comportamentos, podendo hábitos, memória associativa e
ser esquecidas logo a seguir. não associativa – relacionada
a algum tipo de resposta ou
comportamento.
COORDENAÇÃO MOTORA
A coordenação motora pode ser dividida em: global, fina e óculo-manual ou
visomotora.
ESQUEMA CORPORAL
Esquema Corporal: habilidade que pressupõe o conhecimento adequado do corpo,
pois com ele a criança experimenta, percebe, sente, conhece, se comunica e se
142
relaciona com o meio que a cerca. Ele abrange três aspectos, como apresentamos
no quadro abaixo:
ASPECTOS SIGNIFICADO
LATERALIDADE
Uso preferencial de um dos lados do corpo na realização das atividades envolve
mão, pé e olho. Ela está ligada ao conceito de imagem corporal. Podem-se
classificar os indivíduos quanto à lateralidade, conforme descrevemos a seguir:
LATERALIDADE SIGNIFICADO
A dominância lateral deve estar definida por volta dos quatro ou cinco anos.
Dentro do conceito de lateralidade, está presente o conhecimento de direita e
esquerda, diferenciando-os em si, nos outros e nos objetos. A ausência desse
conceito implica em orientação espacial confusa e, no momento da alfabetização,
dificuldade de perceber o sentido direcional de leitura e escrita e na associação
de letras e sons.
ORIENTAÇÃO ESPACIAL
Orientação Espacial: esta habilidade está relacionada às atividades visuais, é o
conhecimento da relação do corpo com o meio. Divide-se em Posição Espacial:
relação entre o objeto e a criança perante as noções atrás, à frente, à esquerda,
à direita, em cima, embaixo; e Relação Espacial: capacidade que a criança tem
em perceber a posição de dois ou mais objetos, utilizando o corpo ou um objeto
como referência (Morais, 1997 e José e Coelho, 1997).
Para que a criança adquira o conceito de Relação Espacial, precisa ter adquirido
o conceito de Posição Espacial, pois a ausência dessa relação pode ocasionar
dificuldade de organização, podendo esbarrar em objetos e/ou pessoas,
dificuldade de percepção de direita e esquerda, desrespeito aos limites da folha
e, no momento da alfabetização, ocasiona a falta de respeito à direção horizontal
do traçado, confusão de letras, dificuldade de locomoção dos olhos durante
leitura, pulando linhas. Há ainda a dificuldade em respeitar a ordem e sucessão
das letras nas palavras e das palavras em frases (op. cit.).
144
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
Orientação Temporal é a tomada de consciência da sucessão e duração dos
acontecimentos, relaciona-se à audição. É a capacidade de discriminar os
conceitos de duração: curta, média e longa; e sucessão: antes e depois. Também
está relacionada a conceitos de tempo: ontem, hoje, amanhã, dias da semana,
meses, ano, horas e estações do ano. É uma habilidade construída e depende
de esforço e do trabalho mental da criança, porém, para que seja internalizada,
depende do desenvolvimento maturacional da criança.
RITMO
Para Morais (1997), José e Coelho (1997), a noção de ritmo fornece a percepção
da ocorrência de sons e de pausas, duração e sucessão, no que diz respeito à
percepção de sons no tempo. Mas, para Oliveira (1997), essa noção envolve a
noção de tempo e de espaço, permitindo maior flexibilização de movimentos,
maior poder de atenção e concentração, quando a criança necessita seguir uma
cadência determinada.
HABILIDADE VISUAL
Habilidade visual é a forma pela qual o sujeito organiza e chega a uma compreensão
dos fenômenos que são constantemente dirigidos sobre eles, divide-se em:
percepção e discriminação de semelhanças e diferenças, envolvendo tamanho,
cor, forma, posição e detalhe interno (Morais, 1997).
HABILIDADE AUDITIVA
Segundo Morais (1997) e José e Coelho (1997), essa habilidade auditiva
corresponde à maneira como o sujeito se organiza e chega a uma compreensão
dos fenômenos que são constantemente dirigidos por ele.
HABILIDADE SIGNIFICADO
A dificuldade nessa área implica em trocas auditivas entre sons próximos (f/v,
t/d, p/b, s/z, c/g, ch/j) e falhas em associar símbolos gráficos ao som.
147
LINGUAGEM ORAL
Pode-se conceituar linguagem oral como um sistema de sinais que serve para
a comunicação entre as pessoas. Para que haja linguagem, é necessária a
coordenação entre o sensorial e o motor, e depende do cérebro, da maturação e
do ambiente.
Capacidade de conhecer o
Implica num vocabulário
significado das palavras, com
oral reduzido/precário e na
Vocabulário base na própria experiência.
dificuldade na compreensão de
Importante que este seja
textos.
ampliado.
DESCRIÇÃO NO DSM-V
O novo DSM-V classifica a dislexia como um Distúrbio Específico de Aprendizagem
(DEA), como sendo um tipo de desordem neurodesenvolvimental que compromete
a capacidade para aprender habilidades acadêmicas específicas (de ler e de
escrever), que são a base de outras competências acadêmicas.
tem de persistir por pelo menos seis meses, mesmo após intervenções extras ou
instruções específicas).
Atenção/Concentração.
Memorização.
Noção espacial.
Noção temporal.
Lateralidade.
Noção de causalidade.
Organização de pensamento.
Compreensão verbal.
Relação parte/todo.
Estruturação linguística.
Abstração.
Atenção concentrada.
Percepção visual.
Discriminação visual.
Percepção auditiva.
Noção de causalidade.
150
Organização espacial.
Orientação sequencial.
Conceituação.
Simbolização.
Organização do pensamento.
Associação de ideias.
Síntese visual.
Decodificação de fonema/grafema
O AEE na área de Pedagogia para estudantes do 6.° ao 9.° ano visa promover
a superação ou minimização dos obstáculos à aprendizagem por meio do
desenvolvimento das habilidades cognitivas necessárias à apropriação formal
de novos conhecimentos.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Proporcionar AEE sistematizado às crianças/aos estudantes com deficiência
visual, cegueira, baixa visão e outras patologias visuais, regularmente matriculados
na RME, através de orientações apropriadas à escola e à família, utilizando-
se de recursos ópticos e não ópticos, recursos pedagógicos e metodologias
educacionais específicas, visando à melhoria da função visual, para o melhor
desempenho acadêmico e social de crianças/estudantes.
Objetivos específicos
1. Desenvolver as funções: óptica, óptica perceptiva e viso-perceptiva.
2. Desenvolver habilidades relativas à percepção corporal, percepção espacial,
discriminação tátil, discriminação auditiva, motricidade fina e ampla, assim
como discriminação visual para crianças/estudantes.
154
PÚBLICO-ALVO
Crianças/estudantes, matriculados nos CMEIs e nas escolas municipais da
RME, com deficiência visual, baixa visão ou cega, acometidos por doenças,
traumatismos ou disfunções no sistema visual, dificuldade para enxergar de perto
ou longe, campo visual reduzido que tenha alto grau de refração ou alterações
visuais.
DIRETRIZES DO ATENDIMENTO
A criança/o estudante que enxerga estabelece uma comunicação visual com o
mundo exterior desde os primeiros meses de vida porque é estimulado a olhar
156
para tudo o que está à sua volta, sendo possível acompanhar o movimento das
pessoas e dos objetos sem sair do lugar.
DEFINIÇÕES
Cegueira
comprometimento da função visual em ambos os olhos, que não pode ser sanado
por meio de lentes, cirurgias e outros recursos.
Em linhas gerais, pessoas com baixa visão têm dificuldade com a percepção de
traços desproporcionais no espaço, representações tridimensionais.
Miopia – dificuldade para enxergar objetos a longas distâncias, que provoca o embaçamento das
imagens que estão longe.
Degeneração macular – também é a perda da visão – de forma gradual – que acontece pela
lesão ou deterioração da porção central da retina (mácula).
Neurite óptica – é um processo inflamatório agudo que ocorre no nervo óptico e que pode
provocar a perda de visão.
Glaucoma – É a patologia relacionada à lesão do nervo óptico, decorrente da alta pressão ocular.
A elevação da pressão interna do olho pode levar à cegueira súbita, o que caracteriza os casos
de glaucoma agudo. Nos casos de glaucoma crônico, ocorre perda da visão periférica.
A acuidade visual é a distância de um ponto ao outro em uma linha reta por meio
da qual um objeto é visto. Pode ser obtida através da utilização de escalas a partir
de um padrão de normalidade da visão. É a capacidade visual de cada olho ou
de ambos os olhos, quer dizer, a quantidade que uma pessoa enxerga. Acuidade
visual entre 0,3 e 0,5 no melhor olho e com a melhor correção óptica ou quando
a medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60° ou
simultaneamente.
SINAIS DE ALERTA
• Pisca continuamente.
• Movimento constante dos olhos.
• Sensibilidade à luz.
• Tonturas.
• Dores de cabeça.
• Náuseas, atenção dispersa.
• Tropeça ou esbarra em objetos e pessoas.
• Esquiva-se de jogos ou brincadeiras ao ar livre.
• Cautela excessiva ao se locomover.
Recursos ópticos para perto: óculos especiais com lentes de aumento que
servem para melhorar a visão de perto (óculos bifocais, lentes esferoprismáticas,
lentes monofocais esféricas, sistemas telemicroscópicos). Lupas manuais ou
lupas de mesa e de apoio: úteis para ampliar o tamanho de fontes para a leitura,
162
• A
cessórios: lápis 4B ou 6B, canetas de ponta porosa, suporte para livros,
cadernos com pautas pretas espaçadas, tiposcópios (guia de leitura) e
gravadores.
• Softwares com magnificadores de tela e programas com síntese de voz.
• C
hapéus e bonés: ajudam a diminuir o reflexo da luz em sala de aula ou em
ambientes externos.
• C
ircuito fechado de televisão CCTV: aparelho acoplado a um monitor de
TV monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens e as
transfere para o monitor.
Recomendações úteis
• S
entar a criança/o estudante a uma distância de aproximadamente um
metro do quadro-negro na parte central da sala.
• E
vitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança/do
estudante.
• Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação médica.
• C
olocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no quadro-
negro.
• P
osicionar a carteira de maneira que o estudante não escreva na própria
sombra.
• Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do estudante.
• E
m certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades
propostas, principalmente quando houver indicação de telescópio.
• Ter clareza de que o estudante enxerga as palavras e ilustrações mostradas.
• S
entar o estudante em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de
ver bem em ambiente com muita luz).
• Evitar iluminação excessiva em sala de aula.
164
• O
bservar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo estudante: letras,
números, traços, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/
fundo.
• Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas.
• Utilizar papel fosco para não refletir a claridade.
• Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas.
O Sistema Braille
Criado por Louis Braille, em 1825, na França, o Sistema Braille é conhecido
universalmente como código ou meio de leitura e escrita das pessoas cegas.
Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam as letras do alfabeto,
os números e outros símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida
pela disposição de seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas
colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de uma cela básica,
denominada cela Braille. A escrita Braille é realizada por meio de uma reglete e
punção ou de uma máquina de escrever Braille.
Soroban
Instrumento utilizado para trabalhar cálculos e operações matemáticas, espécie
de ábaco que contém cinco contas em cada eixo e borracha compressora para
deixar as contas fixas.
165
Área Auditiva
O AEE na área Auditiva, realizado nos CMAEEs, está em consonância com a
perspectiva da educação, que respeita a singularidade de cada indivíduo, dando-
lhe oportunidade de acesso às diferentes linguagens, e contempla o estudo
da Língua Portuguesa, com os eixos norteadores da Audição/Comunicação/
Leitura/Produção/Análise Linguística/Libras, a educandos com deficiência auditiva
nos seus diferentes níveis e tipos de perda, sendo ou não usuários de Implante
Coclear e/ou Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), para que se
desenvolva social e cognitivamente, fazendo uso pleno do exercício de cidadania,
promovendo protagonismo desse sujeito, respeitando-o no contexto histórico-
cultural no qual está inserido.
Este caderno apresenta e norteia o trabalho do AEE, na área Auditiva, nos CMAEEs.
Libras não pode ser a única possibilidade linguística. De acordo com Bueno
(2001), é preciso ultrapassar a visão que reduz os problemas de escolarização
das pessoas com surdez ao uso dessa ou daquela língua, e ampliá-la para os
campos sociopolíticos.
OBJETIVOS
Objetivo geral
• O
ferecer AEE na área Auditiva para crianças/estudantes com diferentes
tipos e níveis de perdas auditivas e usos de recursos tecnológicos.
Objetivos específicos
PÚBLICO-ALVO
168
• C
rianças/estudantes matriculados nos CMEIs e nas escolas municipais
da RME, com deficiência auditiva ou surdez, independente do grau ou tipo,
desde a idade da descoberta do diagnóstico.
• E
ducandos que fazem uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual
(AASI).
• Educandos com Implante Coclear (IC).
• Educandos que fazem uso de Sistema FM.
•
Educandos com Distúrbio de Processamento Auditivo Central (DPAC)
moderado a grave, após Estudo de Caso realizado no CMAEE com a diretora,
os professores da área Auditiva do CMAEE e os representantes do DIAEE.
O ATENDIMENTO
O trabalho corrobora com o estudo da Língua Portuguesa por meio dos
eixos norteadores: Libras/Audição/Comunicação/Leitura/Produção/Análise
Linguística. O ensino de Libras será ofertado paralelamente à estimulação
das funções executivas da área da Linguagem/Auditiva, em seus aspectos
pedagógicos, conforme as condições de cada sujeito, sendo considerado o
potencial auditivo e o desenvolvimento da linguagem, a fim de desenvolver a sua
capacidade de comunicação.
Percepção Sonora: sons produzidos pelo corpo humano (Ex.: Com a boca: tossir,
jogar beijo, fazer bico, assoprar, espirrar; com o nariz: inspirar e expirar; com
os dedos: estalar, bater com os dedos na palma da mão; com os pés: saltar,
galopar, arrastar; com as mãos: esfregar, bater palmas; com o corpo todo: jogos
de comando e ação, por meio do estímulo de instrumentos musicais e/ou som
de aparelho, entre outros).
Estimulação Essencial
APRESENTAÇÃO
Portanto, iremos falar de Estimulação Essencial, uma prática que inicia desde muito
cedo, com pessoas pequenas que já frequentam unidades educativas (CMEIs
e escolas) que por algum motivo necessitam de um olhar sensível e cuidadoso
para potencializar e ampliar o que talvez esteja adormecido. Os profissionais dos
CMAEEs e das Escolas Especiais (EEs) acolhem esses pequenos diante de suas
necessidades e especificidades, para que possam traçar planos de atendimento
com vistas ao seu pleno desenvolvimento biopsicossocial.
O autor nos instiga e nos convoca a ponderar sobre o universo infantil, objeto
de estudos e pesquisas de muitos e muitos séculos até os dias atuais,
questionamentos instigantes, certezas e incertezas, mas que nos desperta o
fascínio de acreditar que a primeira infância pode reverberar muito seu potencial
de desenvolvimento e crescimento, basta ter pessoas para acreditar, basta ter
políticas públicas para investir, basta ter famílias para serem fortalecidas, pois o
campo educacional de aprendizado é infinito.
Sendo assim, são essas “pequenas grandes crianças” que nos conduzirão para
uma viagem diferenciada com um mundo revelador, em que, juntos, vamos
percorrer e desbravar potencialidades que talvez estejam adormecidas em nós
mesmos. Portanto, o convite está revelado!
Falar de criança pequena13 sempre deve nos remeter ao fato de que cada uma
tem suas particularidades e especificidades e que cada uma tem seu tempo de
desenvolvimento, isso é fato! No entanto, algumas inspiram atenção diferenciada
em seu desenvolvimento, já que fatores orgânicos e/ou ambientais podem
comprometer e interferir negativamente na capacidade da criança em conquistar
“etapas” importantes para seu pleno potencial de crescimento e desenvolvimento.
De acordo com Sella (2005),
Nessa perspectiva, deu-se a criação do CMAEE CEETEA, com base nos princípios
do modelo TEACCH®16, o qual fundamenta essa prática. Esse modelo de Ensino
Estruturado busca entender como a pessoa autista pensa, vive, aprende e
responde ao ambiente, a fim de promover aprendizagem com independência,
autonomia e funcionalidade.
OBJETIVO
PÚBLICO-ALVO
INGRESSO NO ATENDIMENTO
16 TEACCH® é marca registrada sob direitos autorais da Universidade da Carolina do Norte/USA. O uso da
sigla é autorizado para fins didáticos e de treinamentos regionais pelos profissionais certificados, como TEACCH
Practitioners, desde que acompanhada da marca registrada.
175
DESLIGAMENTO
O desligamento do estudante em atendimento no CMAEE CEETEA dar-se-á nos
seguintes casos:
• Desistência.
• Por solicitação das famílias ou dos responsáveis.
• Faltas.
A escola ou o CMEI serão comunicados, via e-mail ou por telefone, após a primeira
e a segunda falta alternada do estudante, para providências quanto à frequência,
sendo alertados sobre a possibilidade de desligamento do atendimento.
• A
valiação Formal: constituída por testes validados e padronizados com
base em critérios científicos.
• Avaliação Informal: composta por protocolos de observação.
No CMAEE CEETEA, utiliza-se a Escala CARS – Escala de Pontuação para Autismo
na Infância17 como Protocolo Formal de Avaliação e, como Protocolo Informal,
utiliza-se a Avaliação do brincar, da comunicação e da socialização.
Entrevista familiar
Avaliação do desenvolvimento
Avaliação do brincar
Avaliação da comunicação
Avaliação da socialização
• C
onhecer o educando e estabelecer uma relação de respeito e confiança –
vínculo positivo.
• E
laborar o Plano de Atendimento Educacional Especializado com foco nas
habilidades a serem desenvolvidas.
• Realizar registro diário dos atendimentos.
• R
eestruturar o Plano de AEE a partir das demandas apresentadas ao longo
dos atendimentos.
• Estruturar os objetivos a serem alcançados.
• P
rever atividades que evidenciem e valorizem as potencialidades do
educando.
• P
lanejar atividades visando superar as dificuldades/barreiras enfrentadas
pelos educandos.
• Promover situações que permitam ao educando exercer sua autonomia.
• P
ropor atividades em que o educando possa atuar em dupla ou pequenos
grupos.
• E
stabelecer interlocução sempre que se fizer necessário com equipe
multiprofissional que atende o educando.
• D
ialogar com as famílias, de forma sistemática, por meio da Escola de Pais
para obter informações e dar orientações quanto ao desenvolvimento do
educando.
Para Leon (2016), uma estrutura física bem organizada mostra visualmente para
o educando o que ele precisa fazer naquele espaço, por quanto tempo e o que irá
fazer depois.
• A
tividade individualizada – realizada com a mediação do professor para
aprendizagens novas.
• A
tividade independente – atividades já aprendidas, realizada com autonomia
e sem a mediação do professor.
• B
rincar – interação livre e/ou mediada, a qual poderá partir do foco de
interesse do educando, ampliando as possibilidades de interação lúdica.
• Á
rea de relaxamento – desenvolve atividades que promovam a sensação de
relaxamento de acordo com a singularidade do educando.
É importante a diferenciação visual dos espaços, com uso de pistas visuais,
posicionamento do mobiliário e outras formas de identificação, bem como
planejar o espaço de circulação entre as diferentes áreas, de modo a favorecer a
autonomia do educando.
181
Rotina
As autoras afirmam que autistas são pensadores visuais e precisam desse apoio
para realizar atividades. O uso de rotina/pistas visuais auxiliam nos seguintes
aspectos:
Sistema de trabalho
Segundo Fonseca e Ciola (2016, p. 54-59), entende-se que o sistema de trabalho
é uma forma de apresentar instruções ao educando, para que este realize
atividades e tarefas de forma autônoma, minimizando assim a necessidade de
auxílio.
182
Níveis de Trabalho
Ainda segundo Fonseca e Ciola (2016), para selecionar o melhor tipo de material
e adequá-lo ao nível de desenvolvimento, se faz necessário um conhecimento
prévio do desenvolvimento cognitivo e funcional do educando, identificando as
habilidades presentes, as que estão em processo de aquisição (emergentes) e
as que precisam ser desenvolvidas.
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
De acordo com o documento Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação
Aumentativa e Alternativa que compõe a coleção A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar – MEC (2010), tem-se que “a Comunicação
Aumentativa e Alternativa é destinada a pessoas sem fala ou sem escrita funcional
ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar
e/ou escrever”.
ESCOLA DE PAIS
A Escola de Pais é uma proposta criada pela SME, que percebeu a importância
de ofertar apoio diferenciado também aos familiares da pessoa autista.
18 Curso Modelo TEACCH – Princípios do Ensino Estruturado, ministrado pela Professora Dr.ª Viviane de
Leon (2019) aos profissionais da Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba.
19 Fala da Secretária Municipal da Educação na inauguração do CMAEE CEETEA.
184
Contribuir com a inclusão é mais uma das ações desenvolvidas pela Escola de
Pais. Desse modo, tem como objetivo desenvolver um trabalho conjunto com
o DIAEE e a equipe da Gerência de Inclusão. Sempre que necessário, promove
reuniões com os representantes que atuam nos NREs, com o objetivo de
compartilhar informações sobre o desenvolvimento do educando e orientar
práticas e estratégias de trabalho que podem ser desenvolvidas no contexto
educacional.
20 ODS 4 – Tem como objetivo assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
185
OBJETIVOS
• A
tender crianças e estudantes matriculados nas instituições de ensino
(escolas e CMEIs) da RME.
• O
fertar atividades de enriquecimento curricular por meio de projetos de
trabalho, atividades exploratórias ou atividades de aprendizagem.
• P
roporcionar atividades de enriquecimento extracurricular, contemplando
as diversas áreas de interesse e temáticas específicas.
• A
rticular o processo formativo sobre a área de AH/SD junto com os
profissionais das escolas e famílias das crianças e dos estudantes.
Para esses estudantes, existe a oferta de AEE em Salas de Recursos para Altas
Habilidades/Superdotação, visando atender os estudantes identificados com
Altas Habilidades/Superdotação, regularmente matriculados nas escolas e nos
CMEIs da RME.
Atualmente, a SME conta com cinco (5) Salas de Recursos nos seguintes CMAEEs:
• C
MAEE Maria do Carmo Pacheco, situado na Rua do Rosário, 144, 7.º andar,
NRE Matriz.
• C
MAEE Maria Cândida Fankin Abrão, situado na Rua Leon Nicolas, s/n.º,
NRE Pinheirinho.
• C
MAEE Professora Maria Julieta Alves Malty, situado na Rua Itacolomi, 706,
NRE Portão.
186
Para matrícula na Sala de Recursos para AH/SD, deve ser apresentada a avaliação
e/ou apresentado o laudo que ateste essa condição.
FAMÍLIA COLEGAS
CAPACIDADE ENVOLVIMENTO
ACIMA DA MÉDIA COM A TAREFA
CRIATIVIDADE
ESCOLA
Fig. 1 – Representação gráfica da definição de Superdotação, reproduzida com autorização dos autores (Renzulli & Reis,
1997).
OPERACIONALIZAÇÃO
Segundo a Resolução n.º 04/2009, art. 4.º, “[...] alunos com altas habilidades/
superdotação: são aqueles que apresentam um potencial elevado e grande
envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas:
intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade”.
O AEE será ofertado por meio das Salas de Recursos de Altas Habilidades/
Superdotação. Os espaços têm equipamentos tecnológicos e recursos
pedagógicos adequados às necessidades educacionais específicas dos
189
• P
articipar do processo de identificação dos educandos com indicativos de
Altas Habilidades/Superdotação.
• R
eceber o educando encaminhado, conforme Avaliação Psicopedagógica
ou outral para o ingresso no serviço.
• Constituir o planejamento de ações pertinentes às formas de enriquecimento
em Altas Habilidades/Superdotação.
• E
fetivar situações de enriquecimento individual ou em grupo aos educandos,
respeitando áreas de interesse, habilidades e competências.
• C
oordenar e orientar os projetos definidos pelos educandos e sob sua
supervisão.
• O
rganizar o número de atendimentos aos educandos na Sala de Recursos
para Altas Habilidades/Superdotação.
• O
rientar individualmente ou em grupos os pais ou responsáveis pelos
educandos quanto aos encaminhamentos, à frequência, assiduidade e
pontualidade.
• A
participação da família na ação educativa com a finalidade de promover o
desenvolvimento integral do educando.
190
• R
ealizar reuniões semestrais ou sempre que necessário com a Equipe
Pedagógico-Administrativa e os professores dos educandos que frequentam
a Sala de Recursos para Altas Habilidades/Superdotação, objetivando o
compartilhamento de informações, sugestões de encaminhamentos e apoio
técnico-pedagógico.
• Preencher a documentação pertinente ao serviço do AEE.
• E
laborar e enviar os relatórios semestrais aos profissionais externos e às
escolas de origem sobre o desempenho dos educandos nas atividades
desenvolvidas.
• R
eceber os relatórios de desempenho do ensino regular em que constam as
ações desenvolvidas com o educando na escola e interação com a família,
que fazem parte da documentação individual.
• I nteragir com outros profissionais especializados que atendem o educando
nos CMAEEs e outros serviços afins, para compartilhar informações e
sugestões de encaminhamentos que favoreçam o atendimento ao educando.
• P
articipar de reuniões periódicas promovidas pela unidade da Sala de
Recursos para Altas Habilidades/Superdotação e pelo DIAEE.
• C
ompartilhar e participar de projetos sugeridos pela unidade da Sala de
Recursos para Altas Habilidades/Superdotação e pelo DIAEE, que tragam
benefícios ao público-alvo atendido.
• A
rticular ações com instituições públicas e privadas com a finalidade de
subsidiar os projetos desenvolvidos pelos educandos.
• O
rganizar, com profissionais especializados, tutorias de atividades e projetos
de pesquisa, devendo compartilhar e ser autorizada pelo DIAEE.
• O
rganizar, quando solicitado, formação continuada com professores das
escolas municipais dos educandos que frequentam a Sala de Recursos
para Altas Habilidades/Superdotação, visando ao aprofundamento e aos
conhecimentos teóricos.
191
• A
companhar e participar do processo de aceleração de estudos, sendo da
competência da escola de origem o parecer final relativo ao desempenho do
educando.
Na sequência, tem-se o quadro que resume as atividades do AEE para AH/S:
CURSOS
ATIVIDADES DE
OFICINAS
ENRIQUECIMENTO NA ACOMPANHAMENTO E
VISITAS EM ESPAÇOS
ÁREA DE INTERESSE ORIENTAÇÃO
CULTURAIS
DO ESTUDANTE, ASSESSORAMENTO ORIENTAÇÃO E
PARCERIAS COM
OBJETIVANDO A PELO PROFESSOR DA ASSESSORAMENTO
UNIVERSIDADES
VALORIZAÇÃO DO SEU SALA DE RECURSOS
ASSESSORAMENTO COM
POTENCIAL E DE AH/ SD
PROFISSIONAIS
SUAS HABILIDADES
ESPECIALIZADOS
Para tanto, baseia-se nos seguintes documentos: Instrução n.º 016/08- SUED/
SEED, que estabelece critérios para o funcionamento da Sala de Recursos,
na área de Altas Habilidades/Superdotação, para a Educação Básica e Nota
Técnica – SEESP/GAB n.º 11/2010 como premissa legal para os procedimentos
e funcionamento da Sala de Recursos para Altas Habilidades/Superdotação.
Do Atendimento ao Estudante
O atendimento será ofertado de maneira individual ou em grupos organizados por
faixa etária, áreas de interesses e/ou habilidades, considerando as necessidades
e especificidades dos educandos.
Introdução
A Gerência de Inclusão tem por finalidade assegurar o acesso e a permanência
das crianças e dos estudantes com deficiência, Transtorno Global do
Desenvolvimento (TGD/TEA) e Altas Habilidades/Superdotação em turmas da
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, visando
ao desenvolvimento de seu potencial, com atendimento adequado às suas
necessidades. Vale informar que as crianças e estudantes com Autismo, de
acordo com a Lei n.º 12.764/2012, são considerados Pessoas com Deficiência
(PcD).
194
195
A Resolução CNE/CEB n.º 2/2001, em seu art. 2.º, garante que todas as crianças
e estudantes tenham uma educação de qualidade:
Fundamentação
A inclusão escolar implica no acolhimento de todas as crianças e todos os
estudantes no ambiente educacional. Esse acolhimento desconsidera qualquer
condição de cor, social, física, psicológica, comportamental ou de deficiência.
Mais frequentemente, o termo inclusão é associado à inclusão educacional de
pessoas com deficiência.
Público-alvo
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, de 2008, considera-se público-alvo da educação especial:
estudantes com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas
Habilidades/Superdotação.
Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por
ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de
experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso
da Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Já a baixa visão significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com
a melhor correção óptica, além dos casos nos quais a somatória da medida do
campo visual, em ambos os olhos, for igual ou menor que 60o ou a ocorrência
simultânea de quaisquer uma das condições anteriores.
Tais condições devem ser consideradas no contexto escolar, uma vez que
a educação, em uma perspectiva da inclusão, acolhe as especificidades e
as demandas individuais, como os interesses, as formas de aprender, as
potencialidades ou outras situações que necessitam de mediação visando ao
desenvolvimento integral do estudante.
Síndromes (SÍN)
São caracterizados estudantes em inclusão escolar aqueles cuja síndrome venha
a trazer comprometimento nas áreas motoras, sensoriais e/ou intelectuais.
206
Assessoramento à unidade
Quando caracterizado o estudante que está em processo de inclusão escolar,
conforme os critérios da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva (2008), a unidade educacional deve solicitar a presença
do representante do DIAEE/NRE para observar e acompanhar in loco o percurso
da criança e do estudante no contexto educacional. A partir da observação,
verifica-se a documentação, os laudos com CID ou com o nome do diagnóstico,
os pareceres, a Avaliação Piscopedagógica (AP) ou outro tipo de avaliação,
quando houver, os relatórios, o portfólio, entre outros documentos que se fizerem
necessários.
Escola Inclusiva
Para atender às necessidades das crianças e estudantes que frequentam as
unidades de ensino, os profissionais da educação devem ter como pressuposto
um olhar atento para as diferenças, compreendendo a importância de planejar,
avaliar, repensar e replanejar as estratégias, de maneira que possam contemplar
as especificidades encontradas. Refletir sobre os processos de ensino-
aprendizagem que pressupõem a compreensão de que incluir não é uma condição
exclusivamente relacionada às Pessoas com Deficiências (PcD), transtornos ou
síndromes, e sim algo que diz respeito a variadas formas de pensar, agir e aprender
de todos, ampliando a compreensão sobre a cognição e a metacognição.
1989 – Lei n.º 7.853 – Dispõe que o poder público deve se responsabilizar pela
matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e
particulares de PcD capazes de se integrar no sistema regular de ensino.
Afirma que a oferta obrigatória e gratuita da Educação Especial deve ocorrer nos
estabelecimentos públicos de ensino.
1990 – Lei n.º 8.069 – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n.º
8.069, dispõe em seu texto, entre outras coisas, que o atendimento educacional
especializado às crianças com deficiência deve ser, preferencialmente, na rede
regular de ensino;
1996 – Lei n.º 9.394 – A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em vigor
tem um capítulo que trata da Educação Especial e estabelece que, quando
necessário, deverá ocorrer serviços de apoio especializado na escola regular
para atender as demandas e especificidades da Educação Especial. Sobre o
atendimento educacional, o texto nos diz que deverá ser realizado em classes,
escolas ou serviços especializados.
214
2001 – Lei n.º 10.172 – O Plano Nacional de Educação (PNE) afirma que a
Educação Especial, “como modalidade de educação escolar”, deve ser promovida
em todos os diferentes níveis de ensino, sendo a oferta de vagas para as crianças/ os
estudantes com deficiência uma ação importante.
2005 – Decreto n.º 5.626/05 – O decreto regulamenta a Lei n.º 10.436, de 2002.
2012 – Lei n.º 12.764 – A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Internacional
1994 – Declaração de Salamanca – O documento é uma resolução da
Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concebido na Conferência Mundial
de Educação Especial, em Salamanca. Traz os princípios, as políticas e as práticas
das necessidades educativas especiais e dá orientações para ações em níveis
regionais, nacionais e internacionais sobre a estrutura de ação em Educação
Especial.
SRM
De acordo com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008, p. 05), a SRM se
OBJETIVO GERAL
Ofertar o Atendimento Educacional Especializado no serviço de SRM na Educação
Infantil, a partir dos 4 anos e no Ensino Fundamental do 1.º ao 5.º ano da RME
de Curitiba.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Complementar a formação dos educandos com vistas à autonomia e à
independência na unidade educativa e fora dela;
• Assegurar condições de acesso ao currículo, por meio da promoção da
acessibilidade aos materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos
217
CONCEPÇÃO
As SRMs são espaços da escola onde se realiza o AEE para estudantes com
Deficiência e Transtorno do Espectro do Autismo por meio do desenvolvimento
de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que
favoreça a construção de conhecimentos, subsidiando-os para o desenvolvimento
e à participação da vida escolar.
Nesse sentido, o AEE não pode ser confundido com atividades de mera
repetição de conteúdos desenvolvidos na sala de aula, mas deve se constituir
em um conjunto de procedimentos específicos e mediadores do processo de
apropriação e produção de conhecimentos, bem como no desenvolvimento de
funções cognitivas.
A SRM, portanto, decorre de uma nova visão da Educação Especial que perpassa
todos os níveis, as etapas e as modalidades em que se realiza o AEE, disponibiliza
de recursos e serviços e, também orienta quanto à sua utilização no processo de
ensino-aprendizagem nas turmas do ensino regular.
INGRESSO
Para que o estudante possa frequentar a SRM é necessário:
PÚBLICO-ALVO
Estudantes com deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla.
222
Deficiência física
É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da função física, abrangendo,
dentre outras condições, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto
as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o
desempenho das funções. (BRASIL, 2006).
Deficiência intelectual
De acordo com a Associação Americana de Deficiência Intelectual e de
Desenvolvimento, a deficiência intelectual resulta no comprometimento mental
do indivíduo que caracterize como funcionamento intelectual significativamente
abaixo da média, oriundo de período de desenvolvimento, concomitante com
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, desempenho na família e
comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho
escolar, lazer e trabalho. No dia a dia, significa que a pessoa com Deficiência
Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns
para as outras pessoas.
É a pessoa que possui uma perda, maior ou menor, na percepção normal dos sons.
A perda auditiva pode ser total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade
de compreender a fala. Manifesta-se como:
Surdez leve/moderada: perda de até 70 decibéis que dificulta, mas não impede o
indivíduo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com
ou sem a utilização de um aparelho auditivo.
Deficiência visual
É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a
melhor correção ótica. Manifesta-se como:
• C
egueira – Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total
ou resíduo mínimo de visão que leva o indivíduo a necessitar do método
224
Deficiência múltipla
É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias
(mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos
no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
OPERACIONALIZAÇÃO
A SRM constitui um programa de natureza pedagógica, conduzido por um
professor especializado que complementa a formação dos estudantes, visando a
promoção de sua autonomia e independência no ambiente educacional e social.
ATENDIMENTO NO CONTRATURNO
O atendimento no contraturno poderá ser individual e/ou em pequenos grupos e
é organizado por meio de cronograma específico, a partir do plano de AEE, após
avaliadas as possibilidades e necessidades de cada estudante pelo professor da
SRM.
ATENDIMENTO NO TURNO
O atendimento no turno envolve:
• R
ealizar pessoalmente a itinerância para o acompanhamento do
desenvolvimento dos estudantes, bem como para troca de informações e
orientações com os profissionais especializados que os atendem, seja da
educação ou saúde;
• Organizar um cronograma mensal de atendimentos no turno dos estudantes
atendidos pelo professor da SRM;
• Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos
e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em
outros ambientes da escola;
• Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de
estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade;
• Orientar pessoalmente professores, profissionais da unidade, comunidade
escolar e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelos estudantes que promovam a participação dos mesmos nas
atividades escolares;
• Promover encontros presenciais para participação da família e a interface
com os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros;
Procedimentos Administrativos
DA ABERTURA DO PROGRAMA
Após a análise, ciência e a concordância do DIAEE, a escola deverá encaminhar
o ofício de solicitação de abertura do programa assinado pela direção da escola
ao DPEI, por meio do NRE de referência.
A SRM para o AEE aos estudantes com deficiência visual deve ser um ambiente
dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados à natureza das suas
necessidades. Ao estudante/à criança cega, o professor tem como atribuições:
promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo sistema Braille, realizar
a transcrição de materiais: Braile/tinta, tinta/Braile, produzir gravação sonora de
textos, realizar adaptação de gráficos, mapas, tabelas e outros materiais didáticos,
desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade e atividades da vida
diária para o desenvolvimento da autonomia e independência.
• Ficha de encaminhamento;
• Ficha de ingresso;
• Laudo médico;
• Autorização de uso de imagem;
• Entrevista com a família;
• Entrevista com a unidade;
• Ficha de registro da primeira visita de observação na unidade de origem do
estudante/da criança;
• Exames/relatórios /laudos;
• Registro de visitas, laudos, exames, relatórios e atas finais organizados em
plástico por ano, desde o início do AEE-SRM.
235
DESLIGAMENTO
O estudante poderá participar do atendimento enquanto estiver matriculado nas
escolas regulares da RME de Curitiba até o 5.º ano, sendo que seu desligamento
pode ocorrer por pedido da família, quando a criança atingiu todos os objetivos
trabalhados no AEE-SRM, por troca de Programa da Educação Especial ou por ser
aprovado para o 6.º ano do Ensino Fundamental. A troca de programa acontece
por meio de estudo de caso sinalizado pelo professor da SRM e agendado com
o CMAEE pela representante do DIAEE regional.
Tipo I e Tipo II. No município de Curitiba, essas salas são instaladas nas escolas
do ensino regular. As salas do tipo II contêm todos os materiais da Sala Tipo
I, acrescidas de recursos de acessibilidade específicos para educandos com
deficiência visual.
Sala tipo I
N.º DE ORDEM ESPECIFICAÇÃO
01 Microcomputador
02 Fones de ouvido
03 Scanner
04 Impressora laser
07 Acionador de pressão
08 Lupa eletrônica
09 Bandinha rítmica
10 Dominó
11 Material dourado
12 Esquema corporal
13 Memória de numerais
14 Tapete quebra-cabeça
16 Sacolão criativo
237
23 Mesa redonda
28 Quadro-melanínico
Sala tipo II
N.º DE ORDEM ESPECIFICAÇÃO
01 Impressora Braille
02 Máquina Braille
03 Reglete de mesa
04 Punção
05 Soroban
06 Guia de assinatura
09 Calculadora sonora
239
240
Justificativa
O SITES foi criado no ano de 1983, possibilitando a essa parcela da população
o direito e o acesso à educação, visto que as famílias encontravam muitas
dificuldades para levar seus familiares até as instituições especializadas.
Procedimentos
Seguindo o Decreto Municipal n.º 1.334/2019, que regulamenta o funcionamento
do SITES para usufruir do transporte, o estudante deve residir no município
de Curitiba, ter mais de 4 anos de idade, estar matriculado na modalidade
Educação Especial em escolas municipais, estaduais ou mantidas por entidades
filantrópicas situadas no limite urbano da cidade de Curitiba e enquadrar-se na
condição de pessoa com deficiência, conforme definição da Lei n.º 13.146/2015,
em seu art. 2.º:
O SITES é responsável pela ida e volta da escola, não é permitido o seu uso
apenas para a ida ou retorno à sua residência e não será permitido o transporte
para o qual o estudante não está cadastrado.
Os funcionários das instituições, mesmo que o filho estude na escola, não são
autorizados a utilizar o SITES, uma vez que a carona não é permitida.
LINHAS DIRETAS 60
ATENDENTES 120
MOTORISTAS 122
EMPRESAS DE ÔNIBUS 2
FUNCIONÁRIOS 3
Referências
BLOOM, L.; LAHEY, M. Language development and language disorders. New York:
John Wiley & Sons, 1978.
249
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BRASIL. Lei n.º 12.764. Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista. Brasília: Presidência da República – Casa
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set. 2020.
BRASIL. Lei n.º 13.146. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Brasília: Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para Assuntos Ju-
rídicos, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
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https://www.alvorada.rs.gov.br/a-importancia-do-brincar-na-educacao-infantil/
https://www.handtalk.me/leis-de-acessibilidade
http://www.pessoacomdeficiencia.curitiba.pr.gov.br
Equipe
Fernanda Karina Fand
Maria Cristina de Paula e Silva do Valle
Mirta Cristina Pereira Pacheco
Raphaela Lacerda de Almeida Procópio dos Santos Paula
Simone Rocha Spizewski
Equipe Pedagógica
Andrea Paula Andrade
Brunna Nogueira Mercurio
Equipe
Elaine Cristina Veiga de Souza
Jaqueline dos Santos Rodrigues
Suellen de Lara da Silva
Mirian Beatriz Ribas Tiziam da Silva
267
268
Gerência de Inclusão
Ivana Pinotti
Equipe
Carolina Corrêa
Liliane Cristina Quadri Carneiro
Luciani de Sousa Amaral Santos
Marcia Cristina da Silva Silveira Debastiani
Equipe
Alex Franco Camargo
Elaine Maria de Melo Teramatsu
Comissão de Escrita
Elaboração
Andrea Malmegrim Elias
Andreia do Rocio Marques da Luz
Andréia Cristina Motta Nascimento
Andressa Biscouto Wall
Carolina Corrêa
Claudia Tatiana Cassenotti
Consuelo Dias Ramos
Cristiani Kreusch
Denise Alberini
Dorotea de Oliveira Godoy Santos
Edna Maria Candido Menk Ferreira
Eliane Regina Titon Holtz
Elisabet do Rocio dos Santos
Elizabeth Lemos Minetto
269
Participação
Alex Franco Camargo
Andreia do Rocio Marques da Luz
Annemaria Kottel
Areni Pierin Molinari
Dalva Ferreira Zimmermann
Diane Marli Lemes Pereira
Elaine Cristina Veiga de Souza
Elaine Lourenço Goslar
Elaine Maria de Melo Teramatsu
Erika Felisbino Yamao
Estella Garmatter Leandro
Evanir Santana
Flavia Fernanda Majcher Cardoso
Gesiane Lopes Mazza Ribeiro
Gislaine Coimbra Budel
Ivana Pinotti
Ivani França Muniz Da Silveira
Jessane Cristina Pail Gonçalves
Jordana de Souza Sehnem Alves
Karina Bichels
Luciana Pires dos Santos Firakovski
Luciana Tchir Lemes Cristofani
Luciani de Sousa Amaral Santos
Marcia Cristina da Silva Silveira Debastiani
Maria Carolina Rodrigues
Maria Cristina de Paula e Silva do Valle
271
Projeto Gráfico
Ana Cláudia Andrade de Proença
Diagramação
Anna Christina Tucunduva Mattana
Thaís Pereira