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2021
Copyright 2008, (Autora: Hildegard Schneider – Editora: Worldwidewings).
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As citações bíblicas, foram extraídas das seguintes fontes, havendo outra anotação:
Bíblia Online NVI – Provided by International Bible Society [IBS-STL-Global]
© Copyright 2000

Tradução: Danívilly Carvalho


Revisão: Rev. David Dias Carvalho
Capa: Alessandro Schneider
Foto de capa: http://deutsch.istockphoto.com
Satz und Layout: type & print, Nürnberg
Agradecimento

Minha profunda e sincera gratidão devo a Yeshua, o qual me conduziu


até aqui sendo fiel e companheiro, como um noivo judeu. É impossível
expressar em palavras, o que ele fez por mim e quantas bênçãos ele
derrama sobre mim!

A minha gratidão também ao Alessandro, um dos ‚meus cinco filhos.


Quando aluno, com 17 anos de idade, com seu dom artístico, lançou a
nova edição de “Hebrew Roots” e criou uma capa para o livro “Cheio de
óleo, cheio de luz”.

Agradeço também especialmente à minha nora Danívilly Carvalho-


Schneider por ter traduzido meu livro “Voll Öl, voll Licht” em sua língua
materna, o português. É um presente para mim que eles sintam com
alegria e percepção a mentalidade hebraica.

Agradeço também ao pastor, David Dias de Carvalho, pela revisão e


correção final da tradução.
Índice

Prefácio.............................................................................................................................. 8
Dedicatória: O chamado na madrugada . ............................................................. 9
Código judaico............................................................................................................... 17
Introdução “Tell a Story”: Na Côrte Real . .......................................................... 19
Seminário 1: Côrte Real .........................................................................................20
Seminário 2: Análise dos sonhos:
Yahweh fala através de sonhos? ........................................................................25
Exemplo: O meu sonho
Seminário 3: Análise dos tempos ...................................................................... 39
Reconheça os sinais dos tempos
A Restauração Final
Apêndice: As cartas
Seminário 4: A palavra esquecida “Eu sou” ................................................. 49
Seminário 5: “As raízes hebraicas da nossa fé”. ......................................... 52
Os sete pactos de Yahweh
A Raiz: Os Patriarcas Abraão, Jizhak e Ja-akov
A semente de Abraão
A Aliança unilateral da Graça
O Conceito hebraico: Lek leka (sai!)
O que significa Fé?
A Aliança com Moisés
Descendentes de Abraão
Sobre a escolha dos Judeus
Seminário 6: A Oliveira........................................................................................... 76
Seminário 7: Yeshua.................................................................................................. 78
Seminário 8: A Noiva do Cordeiro.....................................................................86
O caráter da Noiva
Virgens e Olivas
Linho puro
Sem manchas e rugas
Seminário 9: Consequências pessoais no processo da restauração 92
Tarefas escatológicas da noiva
Uma fórmula matemática divina
Seminário 10: A restauração................................................................................. 96
Descobrindo a Torá
O nome Yeshua
A nacionalidade de Yeshua
O nome de Yahweh
A Assembleia dos chamados para fora
O Sábado (Shabat)
As Festas de Yahweh
Seminário 11: O Reino............................................................................................139
O Rei
A Nação
Os cidadãos do Reino e os habitantes da nação
A Constituição
A Ordem na Corte Real
Seminário 12: A última restauração trará um avivamento?...............143
Epílogo............................................................................................................................145
Perguntas frequentes...............................................................................................149
Bibliografia e anotações...........................................................................................156
Vocabulário hebraico................................................................................................162

5
Um comentário sobre o livro

Ao ler este livro de Hildegard Schneider. Eu posso dizer que Ela conse-
gue descrever o processo da restauração de uma fé genuína com base
nas raízes hebraicas, como o próprio nome do livro sugere, “Cheio de
Óleo, cheio de Luz”, ou seja, a presença de Yeshua conosco. Este livro
é um abridor de visão profunda e servirá para questionarmos muitas
coisas em nosso meio cristão, em nosso dia a dia como povo de Deus,
visando um crescimento espiritual.

Rev. David Dias de Carvalho


Pastor Presbiteriano

7
Prefácio

Durante 1.700 anos a antiga ramificação judaica chamada “seita do


Caminho” perdeu de fato sua identidade.
Um trabalho arduo e bem sucedido foi feito para institucionalizar e des-
caracterizar nossa fé primitiva.
Gentilizada e paganizada para manter- se cada vez mais distante de sua
origem,e ser mais facilmente aceita e agregada assim se cresceu a Cris-
tandade.
A teshuvá é exatamente a desconstrução de tudo isso,traduzida como
“Retorno”,nada mais é do que a reconstituição de nossa fé em direção a
nossas origens biblicas.
0 combate é contra a paganizacao
histórica introduzida nos séculos para manter distante o Espírito de nos-
sas raízes.
Esse livro é um esforço mediante a tão rande desafio de descontruir esse
erro,e iluminar as mentes que estão dispostas a se reencontrar com o
sentido vital e historico trazendo um entendimento e esclarecer o mau
entendido .
Uma obra realizada pela irma Hildegard Schneider, é uma revelação
básica e transparente além de simples linguagem no objetivo de por as
coisas nos seus devidos lugares.
Sejam bem vindos a uma experiência marcante e espiritual.

Yossef akiva
Nasceu no Brasil em 1973,paIestrou em 29 países,
Pai,esposo,filosofo reIigioso,intérprete de texto bíbIicos,historiador reli-
gioso e
Rosh senior da Sinagoga de Jerusalém
Merkavá Hashem” em s. José dos campos sp.

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Dedicatória
O chamado na madrugada!

As quatro horas da madrugada o espírito de Yahweh me acordou.


Vendo pelo lado bíblico, a soma do número quatro possui o seguinte sig-
nificado: Três e um. O número três simboliza o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. O número um simboliza o homem, aplicando o número quatro,
podemos dizer que quatro é uma indicação da história de Yahweh com
o homem.
O sinal do Ruach Ha Kodesch (Espírito Santo de Yahweh) foi tão forte,
que eu não poderia mais continuar deitada. No silêncio da noite ouvi niti-
damente dentro de mim, que deveria ler o Salmos 137:5. Curiosa, eu abri
esta Palavra dos Salmos: “Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém,
se eu me esquecer de ti!.”1 O que Adonai quis me dizer? O que isso tinha
a ver comigo? Eu lia as consequências caso eu esquecesse. O que iria
acontecer comigo? O que definharia em minha vida? Seria literalmente a
minha mão direita?
Eu bombardeei o Senhor com perguntas, sem, contudo, receber o
entendimento. Nunca havia me ocupado com Israel e Jerusalém. Tentei
me lembrar de todas as pregações que escutei nos últimos anos. Israel
nunca foi um tema. Livros, que teriam despertado o meu entendimento,
também não os encontrei em minha pequena biblioteca. Se Yeshua nesta
noite teria falado comigo em chinês, eu também não teria entendido. Eu
sabia que a terra de Israel existia, mas isso era tudo que eu sabia.
Esse chamado noturno do Ruach Ha Kodesch (Espírito Santo de
Yahweh) vinha se repetindo durante uma semana e meia. O meu espírito
foi colocado literalmente em estado de alerta. Eu vasculhava as livrarias
em busca de livros sobre Israel, sem, contudo, comprar um único livro.
De alguma forma, eu sentia que isto não me ajudaria.

1 Citação conforme NVI (Nova Versão Internacional)

9
Tempos mais tarde, em um domingo pela manhã, me veio um anseio
nunca sentido antes de voar para Israel. Será que este desejo era da
minha imaginação ou era o Ruach Ha Kodesch (Espírito Santo de
Yahweh) atuando? Durante 10 anos eu evitava qualquer viagem aérea
pois tinha pânico de voo. E agora eu sentia um forte desejo em voar
para Israel. À tarde caiu em minhas mãos um jornal: “Chamado da meia
Noite”. Ao folheá-lo, um anúncio me chamou atenção: “Ainda há poucas
vagas para a nossa viagem à Israel…”. Milhares de pensamentos passa-
ram pela minha cabeça.
Como eu poderia voar junto com eles? Com cinco filhos pequenos! O
meu marido não poderia tirar férias nesta data planejada. Não tínhamos
ninguém que poderia nos ajudar durante o tempo da minha ausência.
Se Yahweh planeja algo, ele também tem a solução. Foi então que fiquei
totalmente surpresa, quando à noite meu marido me revelou que eu
poderia voar. O requisito seria, eu conseguir alguém para ajudar a cui-
dar das crianças. Eu precisava encontrar alguém – E assim, implorei ao
Pai para me ajudar a achar alguém. Numa tarde perguntei a uma menina
da vizinhança, de quinze anos, se ela à tarde, depois da escola, pudesse
tomar conta das crianças. Ela se mostrou disposta em cuidar o dia todo.
Obviamente eu discordei, pois ela tinha aulas pela manhã. O que eu não
sabia, é que ela no meio do ano saiu da escola e estava disponível o dia
inteiro. E além disso, ainda pude contratar uma empregada. Deste modo
Yeshua nos presenteou com duas pessoas auxiliadoras, e eu estava livre
para ir. Logo recebi a documentação da viagem do jornal “Chamado da
Meia-Noite”. O seu tema e convite para esta viagem estava relacionado
com um Congresso em Jerusalém: “Que a minha mão direita definhe, ó
Jerusalém, se eu me esquecer de ti!”. Outra vez a Palavra deste Salmo.
Desta vez soou como uma aprovação pra mim. Todavia, meu pânico de
voo continuava. Mas, em obediência peguei o voo para Israel. No avião
Deus me colocou no meio de um casal cristão, os quais constantemente
viajavam pelo mundo. Eles tentaram me animar relatando de como
haviam superado os voos turbulentos!
Assim que pisei em Israel. Chegando em Jerusalém, adoeci seriamente.
Eu tentava de tudo para me desvincular do grupo de viagem organizada,
o que nem sempre consegui. Lembro-me, como se fosse hoje, que eu
estava deitada num maravilhoso quarto de hotel e dizia para Jesus (Na
época eu ainda dizia Jesus), que eu o amo mais do que o roteiro da via-

10
gem. Contudo, não conseguia entender, que ele, depois de todo preparo
exaustivo para a viagem, havia me deixado doente aqui na cama. Além
disso, alguns pensamentos sobre o meu filho mais novo Luca me pertur-
bavam: Será que ele iria falecer? Seria eu culpada, por ter saído, sem
me importar com ele? Nesta época Luca vomitava tudo o que comia, por
horas, sem que os médicos pudessem dar um diagnóstico. Eu me encon-
trava tão enferma estes dias que não pude realizar toda a programação
da viagem em Jerusalém. Em vez disso, o Ruach Ha Kodesch passou
a tomar a frente para realizar a sua programação. Fraca como estava,
peguei um taxi no hotel e pedi que me levasse à farmácia mais próxima.
Estava localizada exatamente na cidade antiga onde também se encontra
a igreja Cristã. A febre causa sede; fui rapidamente a um Café – um suco
de laranja fresco era justamente o que eu precisava.
Haviam ali, dois homens sentados que faziam parte de um outro
grupo, viajando pelo “Chamado da Meia-Noite”. Encontro divino! No
centro de Jerusalém! Não planejado, mas encenado por Yahweh. Estes
dois homens me falaram sobre uma judia messiânica. Imediatamente eu
acordei – pois em casa já havia tido a impressão, que Yahweh havia me
preparado para um encontro com um judeu ou com uma judia. Me con-
taram que ela era uma mulher especial. Durante quinze anos ela havia
distribuído o Novo Testamento em Jerusalém. Por todos os cantos. Ela
começou com esta atividade quando Israel ainda se chamava Palestina.
Eu sentia no meu espírito uma vontade ardente de me encontrar com
esta mulher, mesmo não entendendo com profundidade a declaração des-
tes dois homens. Evangelizar era para mim algo normal e fundamental.
Somente quando pouco a pouco percebi, que os cristãos, entre eles
líderes mundialmente conhecidos, proibiam aos seus irmãos na fé, levar
o evangelho aos judeus, e que Israel quase não tinha evangelistas. Anos
mais tarde entendi o trabalho pioneiro desta destemida discípula de
Yeshua. O Espírito de Deus quis me confrontar, através deste primeiro
encontro, com a ordem de Yahweh: O evangelho – primeiro aos judeus!
Só que eu não o havia entendido! Eu não tinha nenhuma visão sobre a
Revelação do Ruach Ha Kodesch (Espírito Santo de Deus).
Depois desta experiência voltei ao hotel cansada, mas contente. Dia
após dia eu me recuperava, e terminado os dias de Congresso do “Cha-
mado da Meia-Noite” em Jerusalém, pude acompanhar o grupo no roteiro
previsto. A próxima pernoite era em um Kibbuz-Hotel às margens do mar

11
da Galiléia. Fiquei muito contente no jantar com as companhias de outras
pessoas, depois de longos dias de enfermidade! Orando entrei no refeitó-
rio e perguntei ao Senhor: “Em qual mesa devo me sentar?” Seguindo a
minha intuição interior sentei-me junto a uma colega de viagem que até
então não conhecia. Começamos a conversar animadamente, e não demo-
rou muito para que ela começasse a falar sobre aquela judia messiânica.
Eu não pude compreender e naquela noite fui dormir muito emocionada
e cheia de indagações.
A viagem estava muito bem organizada, e vimos muita coisa, O pas-
seio de barco romântico sobre o mar da Galiléia foi inesquecível não
havia vento e o tempo estava maravilhoso. Dava pra sentir a presença de
Yahweh. A sua paz estendia-se como um manto sobre o grupo. Depois de
saborearmos no outro lado da margem o peixe de Pedro, aguardávamos
um convite por parte do governo: Um grupo jovem de danças Israelitas
iam se apresentar para todos nós. Poucas vezes eu vi uma apresentação
que tivesse me tocado tanto.
A nossa viagem nos conduziu para o mar Vermelho. No estaciona-
mento o nosso Ônibus estacionou atrás de um outro ônibus, cujo vidro
traseiro havia uma grande placa da empresa de viagens escrito: “Ponte
para Israel”. Eu soletrava “Ponte para Israel”, e numa questão de segun-
dos os meus pensamentos se deslocavam para aquela judia messiânica.
Ela estava ligada à esta organização. Será que tinha alguém no Ônibus,
que pudesse me falar dela? O ônibus estava vazio, porém justamente
neste momento os passageiros deste ônibus vieram ao nosso encontro.
“Senhor, quem poderá me contar sobre ela?” Um homem apareceu
na minha frente. Quando ele passou próximo a mim, perguntei se ele
conhecia Lilly Wreschner. Surpreso, me deu a resposta que ele era seu
assistente, visto que ela já era muito idosa. Meu coração jubilava. O Espí-
rito de Deus me mostrou justamente aquele que a conhecia bem. Rapida-
mente pedi pelo seu endereço na Suíça e ele se foi.
Que sincronia! O nosso Ônibus chegou, encostou justamente nesta
hora, quando os do outro ônibus embarcavam. Em três lugares – Jeru-
salém, Tiberíades e no Mar Vermelho – cada vez eu recebia uma clara
informação sobre Lilly Wreschner. O que Yeshua queria me dizer? Essa
experiência com tanta precisão do Espírito Santo mexeu comigo e era
algo totalmente novo. Mas, para que tudo isso?

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De volta à Alemanha, visitei uma Conferência de Pentecostes e peguei
um único livro da banca. Nele continha histórias de vários autores. E
qual foi o nome que apareceu no índice? “Lilly Wreschner!”. Eu tinha cer-
teza que eu tinha que conhecer esta mulher. No domingo seguinte, nova-
mente eu estava na minha própria igreja local, e perguntei, se na igreja
havia alguém que pudesse dar aulas em hebraico. Fui dirigida para uma
senhora de mais idade que até então eu ainda não conhecia. Ainda sob o
impacto da viagem eu contei a ela sobre todas as pessoas da viagem e de
Lilly Wreschner. Rindo, Christa, uma senhora da minha igreja, me disse
que Lilly era a sua melhor amiga. Assim o círculo se fechou, e através
de Christa entrei em contato com Lilly. Convidei Lilly Wreschner, junta-
mente com seu assistente Helmuth Hehl para minha cidade. Eu pedi a
Yahweh, que Lilly, enquanto seria a nossa hóspede, me abençoasse com
a bênção judaica. Eu estava muito nervosa quando os dois chegaram.
Agora ela estava diante de mim. Temperamental, mentalmente sadia e
apesar da idade avançada, era cheia de piadas judaicas. Senti como um
presente especial de Yahweh, poder tê-la como hóspede na minha casa.
Uma honra. Obviamente, eu havia esquecido completamente de pedir a
ela que me abençoasse. Antes de se despedir, ela mesma impôs a bênção
sobre mim. Yahweh não havia esquecido e respondeu ao meu desejo.
Lilly vivia em uma casa de repouso na Suíça, e telefonei muitas vezes
antes que ela mais tarde se mudasse para Jerusalém.
Ainda quero relatar que, no retorno do voo de Tel Aviv para Frank-
furt, ainda tive uma experiência bem especial. Duas mulheres oraram
por mim e durante a oração, romperam determinadas coisas do meu pas-
sado. Instantaneamente eu estava curada da minha fobia de voar. Desde
então eu amo voar.
Mas a benção que aguardava em casa, ainda era muito maior. Com a
minha chegada o meu filho Luca cessou de vomitar. Ele estava comple-
tamente curado. Yeshua compensou a minha obediência. Quão transbor-
dante alegria havia entre nós em casa!
De volta a minha rotina, Yahweh me proveu livros bem especiais.
Christa me presenteou com um livro de Esther Dorflinger: “Eu sou do
meu amado”. Eu devorei, não apenas este livro, mas tudo, o que vinha às
minhas mãos e que tinha alguma relação com Israel. Descobri o plano de
salvação de Yahweh com Israel, a escolha de Israel, pela primeira vez em
minha vida eu li os relatos chocantes dos sobreviventes do Holocausto.

13
Como eu não fazia questão de enxergar tudo isso? Meu avô contratou um
artista para pintar um quadro. Nele mostra um relógio com os pontei-
ros que apontam cinco para a meia-noite. Ele enviou este quadro grande
de presente para Hitler, mandando Hitler cessar os ataques, pois já são
cinco para a meia-noite. Esse ato do meu avô, poderia ter-lhe custado
muito caro. Mas esta ação dele liberou bênçãos.
Ano após ano, passo a passo, Yahweh me conduziu para eu me apro-
fundar mais e me revelou a sua alma judaica. Foi quando neste ano
em maio, em Wiesbaden foi comemorado o septuagésimo aniversário
de Israel. Amigos foram até lá, me trouxeram um pequeno caderno do
estado de Israel – “Israel, perguntas fundamentais”2. Na leitura deste
caderno o círculo se fechou. Meu coração começou a jubilar, quando li,
que o noivo é citado no Salmo cento e trinta e sete: “Que a minha mão
direita definhe, ó Jerusalém, (Yeruschalaim), se eu me esquecer de ti”
(Tihillim – Salmos 137:5).
Apenas agora, após 12 anos, eu entendi que Yeshua naquela noite
especial se revelou com o versículo do Salmo 137, como o noivo Judeu e
com isso me chamou, sua noiva, para o seu lado. Ele me uniu a si mesmo
com seu amor nubente e através disso me conduziu de volta às minhas
raízes hebraicas da fé. Com isso iniciou o processo do reaprendizado e a
mudança da mentalidade. Ele me conscientizou do quanto eu fui carac-
terizada por modelos gregos-pagãos, os quais também haviam influen-
ciado a minha visão da realidade da fé. Descobri, como costumes pagãos
haviam tomado conta de práticas comunitárias do qual muitos cristãos
ainda não têm consciência.
Ele me esclareceu, que deveria haver uma mudança íntima com ele o
Noivo e Rei vindouro, edificado sobre o fundamento da fé hebraica. Por
que? Por ele mesmo ser este fundamento, ele provém desta raiz, e ele é
a raiz.
Ele me mostrou, que um estilo de vida baseado na Torá, não significa
cair em um legalismo, mas estar ativamente caminhando nos trâmites
dos princípios da instrução eterna e celestial. Através dos milênios o Pai
havia revelado aos judeus as verdades celestiais e os treinado rigoro-
samente nestas verdades. A tarefa deles era, e ainda é, de revelar ao
mundo todo, o seu Reino Celestial aos que ainda estão presos aos mode-
los da mentalidade pagã.

2 “Israel, questões fundamentais”, Embaixada do Estado de Israel, Berlim, 2007; www.israel.de

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Como noivo judeu, Yeshua me mostrou como era a sua primeira igreja:
Os Judeus, os quais creram nele, reuniam-se nos lares, para ali terem
comunhão. Eles glorificavam e louvavam Yahweh e Yeshua, dançavam
com alegria as suas danças judaicas, e juntos estudavam os cinco pri-
meiros livros de Moisés e os profetas, e cada qual compartilhava com
alguma coisa: “Portanto, qual a atitude correta, então? Ora, quando vos
reunis, cada um de vós tem um salmo, ou uma mensagem de ensino, uma
revelação, ou ainda uma palavra em determinada língua e outro tem a
interpretação dessa língua. Tudo seja feito para a edificação da Igreja.”
(1ª. Coríntios 14:26).
Em seu meio aconteciam sinais e maravilhas. Quando uma pessoa não
instruída (alguém que não era judeu, pois os judeus eram instruídos na
Torá), ou um descrente se aproximava deles, ele será convencido por
todos de que é pecador e por todos será julgado. (1ª Coríntios 14:24). A
presença de Yeshua era tão forte, ao ponto de que os descrentes instanta-
neamente terem um reconhecimento de pecados e experimentarem que
Yeshua estava vivo.
A Igreja Primitiva se expandiu tão rapidamente porque a vida das
famílias judaicas oferecia esta base maravilhosa. Desde séculos eles
estavam acostumados a celebrar cada semana o Sábado e estudar cons-
tantemente a Palavra de Yahweh. Pelo fato de os pais transmitirem os
ensinamentos de Yahweh aos filhos em casa, estes estavam acostumados
em estudar as Escrituras desde a sua infância. Praticamente aos 6 anos
os filhos já sabiam ler e escrever a língua hebraica e estudavam sob a
supervisão dos pais a Palavra de Yahweh. Com treze anos eles sabiam os
cinco livros de Moisés de cor.
Quando os judeus se tornaram crentes em Yeshua, eles conjuntamente
dialogavam sobre a Palavra. Para eles não significava uma ruptura, mas
apenas uma sequência. Quando mais tarde ainda as nações a eles se jun-
taram, foram conduzidos à prática de reuniões nos lares. Este estilo de
vida foi praticado até o terceiro século, até que Constantino pôs fim a
este tipo de vida comunitária introduzido por Yahweh. Até o ponto desta
intervenção de Constantino, a igreja era uma igreja perseguida.
O imperador romano Constantino adorava o “Christos Helios”, no qual
quer dizer “Cristo, o verdadeiro Sol”. Cristo tem a sua origem na pala-
vra “Chrestos”, que significa “bom”, e aponta para o deus grego romano
“Chrestos”. E quem era venerado pelos gregos e romanos, não era nada

15
mais do que Osiris “, o deus do sol egípcio. “Christ” procede da palavra
grega que significa “pessoa boa “, mas foi usado de modo pejorativo para
os crentes messiânicos, por adorarem o “Mashiah“/”Messias“ de Israel,
ou o “ungido de Israel”, e não o “ungido” deus grego “Chrestos”. O impe-
rador Constantino proibiu por lei as reuniões nos lares e em todo impé-
rio mandou construir igrejas, que foram erguidas conforme o modelo do
salão do trono real em Roma. Pela introdução oficial de igrejas ele con-
seguia controlar as reuniões decretadas pelo Estado, o que naturalmente
não era possível controlar nos lares. A maneira pagã de adorar e cantar
foi introduzido oficialmente nas igrejas. A maneira viva de adorar Jeová
nos lares, foi reduzido para uma presença de espectadores na igreja.
Muitas vezes foram escalados sacerdotes pagãos os quais instruíam os
frequentadores das igrejas.
Como cidadão romano, Constantino odiava tudo o que era judaico.
Por decreto ele determinou que fossem eliminados todos elementos da
fé judaica. Por exemplo, a celebração do Sábado e as festas bíblicas. De
maneira bem consciente Constantino substituiu as festas cristãs por fes-
tas pagãs. Ele proibiu as celebrações da Páscoa e ordenou que teria que
ser comemorado a festa da fertilidade na Páscoa, agora chamado como a
comemoração da ressurreição de Jesus. Easter (o nome Páscoa em inglês)
é o nome de uma deusa pagã.
Pelo fato, da nova igreja cristã ser estatal, fundada por Constantino,
vieram muitos gentios, podendo ali continuar celebrando as suas festas
pagãs, tais como Páscoa, Natal, etc...
A igreja cortada de suas raízes começou a morrer. Esta época é conhe-
cida como a “tenebrosa” Idade Média. A igreja abandonou a vontade de
Yahweh e foi transformada por lei pagã em uma igreja estatal cristã.
Nela foi inserido o conhecido sistema de costumes pagãos e praticado
os valores do pensamento gentio. Esta igreja estatal solidamente insta-
lada passou de geração a geração, e as pessoas que tinham um encontro
com Jesus, não tinham consciência que haviam sido cortados das raízes
judaicas e que estavam no caminho com Yahweh em uma caminhada
obstruída e encharcada gentilimamente.
“Em épocas passadas, Deus não levou em conta essa falta de sabedo-
ria, mas agora ordena que todas as pessoas, em todos os lugares, che-
guem ao arrependimento.” (Atos 17:30).
Yeshua só receberá uma noiva digna dele. Uma noiva, na qual tenha o
mesmo fundamento dele.

16
Código Judaico

Em “Cheio de óleo, cheio de luz” serão usados o vocabulário e o estilo


judaico referente às pessoas mencionadas nas Escrituras Sagradas. Isto
nos facilita o acesso ao contexto hebraico no qual Yeshua e os discípulos
judeus viveram, e nos faz enxergar de maneira simplificada do conceito
de fé judaica, mesmo que no início não seja costumeiro ou pareça estra-
nho. Vamos descobrir que o conteúdo do pensamento judaico, se diferen-
cia fundamentalmente do pensamento grego. O nome Yeshua é o nome
hebraico de Jesus e significa” Yahweh salva”. Motivo suficiente para o
uso deste Nome!
A palavra “Torá” faz alusão aos primeiros cinco livros de Mosche
(Moisés). O significado hebraico da Torá é “ensino e instrução” e é mais
abrangente do que a palavra grega nomos, muitas vezes erroneamente
traduzida, que significa “lei”. “Torá” são os ensinamentos amorosos, que
nos conduzem aos recintos da vida. Praticamente estamos livres da lei
do pecado e da morte, mas temos que caminhar com alegria nos ensi-
namentos (Torá) de Yahweh. Com o termo Torá também podemos fazer
referência a todos os livros de Gênesis até Apocalipse. “Torá” também
quer dizer, um único ensinamento. Faremos uso das palavras hebraicas:
Yahweh, Yeshua, Torá e Shabat.
A conotação “Velho e Novo Testamento” serão substituídos pelo
seguinte: As palavras “Tanakh”3 ou “Sagradas Escrituras serão usadas
para o Velho Testamento”. A Tanakh abrange as três partes, como real-
mente é, da Bíblia hebraica: a “Torá”, os Nevi‘im (Profetas) e os Ketuvim
(Escritos). Para o Novo Testamento é utilizado Brit Hadasha (“Escritos
Apostólicos” ou as “Escrituras da Aliança Renovada”). Através do uso dos
conceitos Tanakh e Brit Hadashah evitamos dividir a Palavra de Yahweh
em “velha, não mais válida e uma “nova Palavra”. A “Brit Hadashah” ,
3 Esta e todas as próximas citações do tanakh (Torá, Nevi’im e Ketuvim) estão, quando não
mencionados de outra forma citados conforme a Bíblia Sagrada NVI.

17
não é uma Nova Aliança, porém, uma Aliança renovada. Como veremos,
existem sete alianças diferentes, sobrepostas uma à outra.
No 4º Livro de Moisés (Números), no capítulo quinze está escrito: “A
congregação deverá obedecer às mesmas leis, estatutos que valerão tanto
para vós como para o estrangeiro que habita entre vós; esse é um decreto
perpétuo pelas suas gerações, que, perante Yahweh, valerá tanto para vós
quanto para o estrangeiro residente.”. A Palavra é a mesma ontem, hoje e
eternamente.
Além do uso de conceitos hebraicos queremos através do livro “Cheio
de óleo, cheio de luz” fazer uma introdução do Código do Tanakh e “Escri-
tos Apostólicos”.
Tudo em Yeshua e em seus ensinamentos era absolutamente judaico.
Os livros da Aliança Renovada, em especial dos evangelhos, testificam
claramente, mesmo que escondido numa linguagem do Código Judaico.
Muitos crentes suprimem o Código por terem jogado fora tudo que é
judaico. Tragicamente perderam assim os instrumentos, que são neces-
sários para identificar o Código, entender o que está escrito de acordo
com o que os escritores queriam dizer. Os escritores não tinham a inten-
são de usar um código oculto, eles escreveram de maneira viva e visual
em sua mentalidade e contexto judaico. Se novamente descobrirmos e
desvendarmos este código, começamos a entender o que perdemos. Con-
tudo não paramos na perda, mas adicionamos algo novo – a riqueza das
nossas raízes judaicas.

Yeshua: a palavra hebraica para Jesus

4 Levinson em Seu livro “Ein Rabbi Erklärt die Bibel“, chama atençao para o conceito da Nova
Aliança, que foi estabelecido pela primeira vez em Jirme’jahu e feito esta aliança com Israel.
De maneira alguma ela substituiu a Antiga Aliança com Noé, Abraão e o povo do Sinai. Com-
pare Levison, Nathan Peter: Ein Rabbiner erklärt die Bibel, München: Kaiser, 1982, S. 16.

18
Introdução
“Tell a Story”: Na Côrte Real

Fica difícil afirmar, o quê alguns judeus amam mais: contar histórias ou
escutá-las. Contudo, muitos fazem apaixonadamente ambas as coisas! E
em todas as oportunidades, no contato pessoal ou em ocasiões especiais,
espontaneamente seja consciente ou inconscientemente, eles rebuscam
histórias de um reservatório quase inesgotável. Em muitos casos, uma
história chama a outra num fluir falante. Se nos envolvermos, descobri-
remos a fascinação e o imenso potencial, com o qual eles tentam ganhar
os seus ouvintes, diga-se assim, de passagem: Uma pequena história,
contada rápida e ocasionalmente, cuja mensagem é certeira ao coração!
Estas pequenas “histórias” são auto dinâmicas!

Permita ser conduzido ao centro do tema através da seguinte histó-


ria introdutória e receba um convite extraordinário para a Côrte Real.
O chamado para a Côrte Real pode ser explicado com o seguinte exem-
plo: Todas as pessoas que pertencem a uma determinada nação, como
por exemplo à Inglaterra, possuem os mesmos direitos e deveres como
cidadãos. Contudo, aqueles que vivem na Côrte Real, possuem ainda um
acréscimo de direitos e deveres, que estão numa relação estreita com as
tarefas da Côrte Real. Este princípio não apenas é valido para o âmbito
natural, mas também para o âmbito espiritual como logo vamos desco-
brir.

19
Seminário 1
Côrte Real

Quando Yeshua convocar um de seus amados filhos para a Côrte Real,


ele vai encontrá-los restaurados. Por todos os lados estas placas escritas
“restauração”, estão espalhadas e em um grande cartaz bem grande na
nossa frente está escrito:
“É necessário que Yeshua permaneça no céu até que chegue o tempo
em que Deus restaurará todas as coisas, conforme já decretou há muito
tempo, por intermédio dos seus santos profetas.” (Atos 3:21)
Em todos os lugares vemos pessoas ocupadas e concentradas que tra-
balham num grande canteiro de obras. Atrás de uma construção depre-
dada pressente-se a beleza da Côrte Real; o brilho e a arquitetura sin-
gular são reconhecíveis de maneira fantasmagórica. E toda vez, que um
grupo de trabalhadores tem sucesso em restaurar uma parte do palácio
Real, irrompe-se um júbilo sonoro.
E eles se perguntam, por que o Palácio precisa ser novamente restau-
rado. O Rei também poderia voltar antecipadamente. Ou como dizem, a
qualquer momento, o que também poderia ser bom. Faríamos a restaura-
ção juntamente com Ele. Enquanto ainda refletimos sobre isso, começa-
mos a entender:
Imaginemos um Rei, que teve que fugir para o exílio no exterior. Com
o passar dos anos o seu palácio ruiu. Com uma mudança política das
circunstâncias ele pôde planejar o retorno novamente à sua terra. Natu-
ralmente, ele como Rei, não viria residir num palácio em ruínas. Assim,
muitas pessoas seriam contratadas para a reconstrução e renovação do
palácio. E somente com tudo concluído o Rei faria o caminho, para voltar
à sua terra e ao seu domicílio. Tudo isto agora faz sentido!
Comparando com a volta do nosso Rei, podemos dizer: No início
Yahweh construiu uma casa de verdades espirituais. Muitas verdades se
perderam. A casa se tornou ruinosa. Yeshua não retornará à uma casa
ruinosa, que não corresponda à sua dignidade. Somente quando a casa
estiver totalmente restaurada, ele retornará, isto é, somente quando a

20
verdade sobre a sua pessoa estiver totalmente restaurada, ele retornará.
Desta maneira todos os seus filhos então poderão recolhê-lo e dignificá-
lo.
Se a Palavra de Yahweh diz, que haverá um tempo em que todas as
coisas serão reestabelecidas, ou seja, restauradas. Subentende-se que,
houve uma época e com certeza ainda há, em que as coisas não eram
mais assim, ou ainda não são assim, como foi pronunciado no início pela
boca dos profetas.
Para todos está claro que o Rei voltará em breve, o céu quer liberá-
lo. Mas todos sabem, que antes ainda há muito o que fazer. Pelo menos
nesta mega reconstrução.
Se você chegar lá pela primeira vez, provavelmente não encontrará nin-
guém que possa lhe indicar a sua tarefa na obra. Ninguém lhe orienta, e
você procurará em vão a placa “Cursos Introdutórios”.
Parece uma grande confusão. As pessoas correm pra lá e pra cá, não
sabendo ao certo o que estão fazendo. Mas você está aí sem orientação e
cá e lá absorve novas palavras, as quais nunca ouviu antes. No centro do
palácio encontra-se um livro grosso, cheio de conceitos judaicos, que são
completamente uma novidade pra você. Pode ser, que você em segredo
se pergunta; “Onde é que fui parar? Será que esta pode ser a Côrte Real?
Vagarosamente você descobre um regulamento e começa a perceber,
com o que cada um está ocupado. De repente, para a sua surpresa, você
descobre um relógio enorme na Côrte Real. Que sempre esteve pendu-
rado ali, mas que você nunca percebeu. E você novamente se pergunta:
Como eu pude estar tão cego? Neste relógio, o sentido do ponteiro cami-
nha sempre em uma só direção “Primeiro os Judeus”. Que relógio esqui-
sito! São apontados as horas, os minutos e os segundos, mas todos em
uma direção: Primeiro os Judeus! É difícil traduzir esta construção em
palavras.
Valeu a pena ter visto esse relógio. No sentido dos ponteiros, seguida-
mente ascendem luzes com números. E em muitos algarismos aparece
um jogo de luzes. Uma cascata de luzes. Que estranho! Qual é o signifi-
cado deste conjunto? Novamente, descobrimos que muitos recém-che-
gados ficam por longas horas de pé diante do relógio, como eu mesmo. E
pelo caminho através do pátio às vezes para um velho morador da Côrte
e começa a explicar o relógio. O relógio de Yahweh (eles dizem Yahweh
no lugar de Deus!) funciona diferente como lá fora. Diante dele os Judeus

21
têm a preferência, e quando os seus filhos caminham na direção do sen-
tido do ponteiro do relógio “primeiro ao Judeus”, clareia-se o espírito
de um Judeu e uma luz ascende! E quando então este Judeu entrar na
sua vocação, ser luz para as nações, muitos deste mundo encontrarão o
caminho da fé e retornarão à Torá, e acontece uma cascata de luzes! Que
interessante!!! E durante a explicação descobre-se, que na parte inferior
do relógio foi cravado em letras douradas o nome Yahweh.
Após ter-se compreendido, porque este relógio anda assim e não dife-
rente, estamos ajustados neste horário de cima, sobrenatural, e nós tam-
bém caminhamos no ritmo: “primeiro aos Judeus”!
Apesar do barulho, existem salas as quais situam-se no centro da
Côrte Real, mas mesmo assim atrás de uma zona de segurança, a qual ao
mesmo tempo foi isolada acusticamente. Ali constantemente há muitos
mensageiros entrando e saindo!
Nós ficamos admirando. Você vem e vai, voa o mundo todo e volta de
novo para o mesmo lugar. Quando você se aproxima das salas acontece
como aconteceu com o relógio. Você sempre esteve aí, mas nunca o viu
antes. Quando nos aproximamos deles, há uma viga no assoalho, conec-
tado a um sinal. Assim que você pisar aí, é acionado um chamado o qual
te atrairá! Você escuta palavras, elas te puxam, tudo bem real. Você ouve
as palavras “O Evangelho primeiro aos Judeus” e tem consciência, que
esta é a sua vocação. E de repente você se mistura entre os outros men-
sageiros. Existe apenas uma diferença, que lhe trará dores de cabeça:
Por que os outros constantemente vibram e não acontece o mesmo com
você?
Você permanece na Côrte Real, e nada te motiva a deixá-la de novo.
Isto no mínimo, é o que os seus sentimentos dizem.
Você alcançou plena convicção que é absolutamente necessário e
sendo também a primeira prioridade de Yahweh, levar o Evangelho aos
Judeus, o seu povo! Antes de tudo! Mas como? Martela em seus pensa-
mentos. Você sente a sua incapacidade, como se estivesse paralisado.
Mas é melhor permanecer na Côrte Real do que abandoná-la.
Como se alguém tivesse lido os seus pensamentos, você vê, uma
grande chave de prata na qual é servida numa bandeja, bem na sua
frente, perto para ser apalpado. Prata? Prata é a cor da redenção! Rapida-
mente você pega a chave. Você sente ela quente e viva, e ela parece estar
pulsando. Que loucura! Desta vez você não precisa sair procurando, pois

22
ela encaixa direto na fechadura de um cofre maravilhosamente ornamen-
tado. Enquanto você o abre acontece um poderoso milagre. Você está
abrindo as promessas de Yahweh para o seu povo – e então você começa
a entender.
É isso, sim, assim podemos abrir para os Judeus as promessas já dadas
naquela época. Agora você jubila em alto som. Você as reencontrou, as
palavras que fazem alusão a Yeshua, o Rei dos Judeus e o seu povo.
E você já se enxerga correndo para fora junto com os outros mensagei-
ros – nas ruas diante do pátio da Côrte Real, em meio a outros filhos de
Yahweh, que também fazem parte do seu Reino. Enquanto você trabalha
lá fora, você constata que tem levado poucas ferramentas do pátio da
Côrte Real. Rapidamente você corre de volta – agora é como se caíssem
as escamas do seus olhos. Sim, por isso os outros também correm de
volta. Você os segue escondido. Em que lugar do Palácio irão? Ao você
adentrar o Palácio, muitas coisas mudaram. E isto em pouco tempo.
Como pode ser que, em tão poucas semanas, enquanto você estava fora
da Côrte Real muitas coisas já foram restauradas?
É como se o tempo passasse mais rápido do que estamos acostuma-
dos. Por todos os lados, foram colocadas novas placas. Em todas está
simplesmente escrito: Yeshua, o Filho de Yahweh! Realmente você substi-
tuiu todas as placas antigas que não eram originais. Todas as placas com
as letras Jesus desapareceram! Agora é possível ver: O Filho de Yahweh
se chama Yeshua e significa “YAH (Deus), aquele que salva!”. Yahweh sig-
nifica “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3:14)5. Você substituiu a palavra “Deus”
que procede de “gad”, uma deusa!

5 Tradução da citação: Die Bibel ou die ganze Heilige Schrift des Alten und Neuen Testaments
tradução alemã D. Martin Luthers, Stuttgart: Privilegierte Würtenbergische Bibelanstalt,
1938. Para o uso do nome de Deus o Rabino Nathan Peter Levinson aponta para uma dife-
rença muito importante entre Judeus e Cristãos: “Talvez seja este também o protesto dos
Judeus contra conceito cristão da Encarnação: que nunca possamos nos apropriar de Deus,
que nunca possamos reivindicá-lo a nosso favor. Pois isto significa: “Eu sou, o que sou” (Êxodo
3.14). Não poderei agora, em nenhuma presença ser compreendido, entendido, tornado ao
dispor, o que pertence à essência dos deuses, tê-lo, manipular, poder fazer dele um objeto.
Conhecer o nome significa a tentação, subjugar-se a ele.” ((Levinson, Nathan Peter: Ein Rabbi-
ner erklärt die Bibel. München: Kaiser, 1982, S. 16). Levinson aponta para o Livro de Juízes,
onde o “Mensageiro do Eterno” pergunta ao Monoa: “Por que perguntas o meu nome? Meu
nome está além do entendimento” (NVI – Juízes 13:18).

23
O “Eu Sou o que Sou”, está entre nós. Já o seu nome diz que ele está e
estará presente!
Quando o céu o liberar, ele logo saberá pelas placas nas portas, que
aqui ele estará em casa! Maravilhoso. Por haver tantas placas, você
quase perdeu o contato. Para onde foram os outros? Todos sumiram em
uma ala, que havia sido construída, totalmente nova. Nesta ala também
há salas para seminários.
Diante da sala, você encontra fixado na parede, os novos seminários
de ensino e tudo que foi inserido no programa. Os programas foram ela-
borados visando à “restauração”. Com base nos programas de ensino,
serão oferecidos diversos conteúdos de seminários após o preparo inten-
sivo. Para que possa haver uma orientação rápida, haverá uma visão geral
dos seminários. Uma multiplicidade de Seminários de especialização, que
podem ser adicionados aos seminários base, aprofundando e comple-
mentando-os.
Uma seleção dos seminários abrange as nossas raízes “Processo de
Transformação”, “Origem de Nomes”, “Botânica espiritual da Oliveira”, a
esquecida palavra “Eu sou”, e o Seminário sobre “sonhos”.
Sendo que todos os seminários já estão sendo ministrados, simples-
mente vamos embarcar com você, amado leitor. O primeiro seminário,
que iremos visitar, é um interessante seminário sobre sonhos.

24
Seminário 2
Análise dos sonhos
Yahweh fala através de sonhos?

Enquanto escrevia este livro “Cheio de óleo, cheio de luz”, em uma


noite tive um sonho com um imenso significado. A Bíblia deixa bem claro
que o Senhor fala conosco através de sonhos: “Depois José teve ainda um
outro sonho, e o contou deste modo a seus irmãos: “Tive ainda outro sonho,
desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim!”. (Beres-
chit – Gênesis 37: 9). Depois de muitos anos, isso se tornou realidade.
Os egípcios (um padeiro e até um faraó), que não conheciam o verda-
deiro Deus também sonharam e José interpretou este sonho para eles,
e o sonho tornou-se mais tarde realidade. Deus falou com Salomão atra-
vés de um sonho: “...Yaweh disse: “Pede o que desejares e Eu te darei!”’
(Melachim – I Reis 3: 5). Podemos listar muitos outros textos das escri-
turas. Mas então resumindo: O Senhor também fala através de sonhos!
“Então disse Yahweh: “Ouvi, pois, as minhas palavras: Quando há entre
vós profetas, Eu, o Eterno, me faço conhecer a eles por meio de visões, e
falo com eles em sonhos.” (Bemidbar – Números 12: 6). Até hoje o Senhor
fala conosco através de sonhos. Quem não se lembra das imagens de des-
truição pelo tsunami no final de 2004 na região do Leste Asiático com
milhares de vítimas?
O Senhor também havia avisado. Essa previsão veio – como acontece
com muitos homens na Bíblia – muitos anos antes: há 20 anos, uma famí-
lia israelense chamada Skoles emigrou para a região de Pondicherry, na
costa leste da Índia. Quando Yuval Skoles começou a construir casas, sua
esposa Hanna sonhava com uma enorme enchente, embora nunca havia
tido forças naturais nessa região. Mesmo assim, semelhante a Noé, este

25
“aviso” através de sonho foi seguido: a casa foi construída sobre colunas
de concreto de 5 metros de altura.
A única casa construída neste estilo em toda a região. Quando a maré
chegou, esta casa foi a única que resistiu. Sim, os Skoles e sua filha
sobreviveram ao desastre natural!

Outro Exemplo: Meu sonho


“O casamento da noiva havia chegado. Estávamos todos sentados do lado
de fora de uma mesa comprida, esperando o início do casamento. O noivo
ainda não havia aparecido. De repente, houve uma voz alta do céu. Toda
a atmosfera era incrível. Ainda assim, fiquei tão curiosa e espantada que,
me virei e olhei para o céu. Em questão de segundos, um anjo desceu do
céu voando com algumas pinturas debaixo do braço. Ele me deu uma
delas. O que me chamou atenção foi que ele tinha menos pinturas nas
mãos do que pessoas na sala. O anjo me instruiu a escrever nesta foto,
o que ele havia colocado em minhas mãos: “Cheio de óleo, cheio de luz!”
Ouvi essas quatro palavras repetidas vezes e, como o anjo me instruiu,
escrevi-as várias vezes na foto. Então o anjo voou para outro convidado à
mesa. A cerimônia de casamento em si não ocorreu no sonho. A pintura
em minhas mãos era uma indicação da celebração que se aproximava.
O noivo da foto é judeu e usa jarmulke (quipá). Seu rosto não pôde ser
reconhecido. Sua noiva está de pé ao lado dele. Na frente de ambos, há
um véu com bordado judeu. Quipá e bordado judeu indicam claramente
um casamento judeu. O véu está na frente deles, mas não os cobre; isso
não significa que o véu sobre a noiva foi removido e colocado na frente
dela e do noivo? O véu sobre os judeus crentes e gentios foi removido. A
Bíblia diz claramente que temos que verificar tudo: “Amados, não deis
crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espí-
ritos procedem de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo.” (1 João 4:1).
Portanto, vamos investigar se o sonho contém verdades bíblicas e se
aproxima de Yahweh. Desde que eu sonhei com a festa de casamento
judaica, logicamente, todo o conceito de preparação e casamento teria
que ser judeu. Antes de examinarmos biblicamente os elementos indi-
viduais do sonho do casamento, gostaria de fazer uma pergunta muito
crucial: Há alguma referência na Bíblia ao tempo de preparação para a

26
celebração do casamento? Existem sinais específicos de que os prepara-
tivos sejam incorporados aos costumes judaicos e de que o conceito de
casamento entre Yeshua e sua noiva sigam os costumes judaicos?
Em caso afirmativo, isso apoiaria a afirmação do meu sonho de que o
casamento de todos os casamentos será celebrado após uma cerimônia
judaica?
A mensagem do sonho é que Yeshua, o filho do homem judeu, cele-
brará seu casamento na tradição judaica:

Ketubá.
Sabemos que, no momento em que confiarmos nossa vida a Yeshua,
assinaremos um contrato de casamento? Um contrato de casamento que
Yahweh comunicou ao povo judeu. Aceitamos, cientes ou não, um con-
trato de casamento judaico, a Ketubá! É uma aliança que é juridicamente
vinculativa. A ketubá consiste em duas partes principais: o noivado e
o casamento. Se um casal ficava noivo, era legalmente casado por meio
da aliança, exceto pela execução física do casamento. A aliança que foi
fechada na cerimônia de noivado regulava o preço da noiva. O noivo pro-
meteu trabalhar para a noiva, honrá-la e fornecer tudo o que ela preci-
sava.
A nova aliança (Novo Testamento) é um contrato de casamento no qual
todas as promessas que se aplicam a nós são registradas. Nosso noivo já
está cuidando de nós e nos dando proteção.

Pouco antes da meia-noite.


É por isso que Yeshua também chega – completamente estranha à nossa
cultura ocidental – à meia-noite, como um noivo judeu que geralmente
vinha à sua noiva mais tarde naquela noite, quase à meia-noite: “À
meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Eis que vem o noivo! Saí ao seu encontro!’”
(Mateus 25:6) De acordo com a antiga tradição judaica, Israel então tra-
ria à noiva e seus companheiros as lâmpadas preparadas e partiria sozi-
nha.
Dessa mesma forma, uma noiva no antigo Israel não tinha ideia de
que dia ou hora o noivo retornaria. Somente o pai do noivo sabia quando
pediria ao filho que a buscasse.

27
O Pai do nosso Noivo Celestial também decide quando enviará seu
Filho. A afirmação, “Entretanto, a respeito daquele dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão exclusivamente o Pai.”
(Mateus 24:36) também se refere a uma conexão que não entendemos,
mas que os judeus entendem imediatamente. O dia era conhecido como
“aquele dia e a hora ninguém sabe”. Iremos abordar isso com mais deta-
lhes posteriormente nas festas bíblicas.
A partir dessas escrituras, podemos ver que os preparativos e a intro-
dução à celebração são realizados de acordo com o costume judaico, e é
mais do que óbvio que a cerimônia do casamento em si será baseada no
costume judaico6. Ou podemos formular que são os pensamentos celes-
tiais sobre os preparativos e o casamento que Yahweh revelou ao Seu
povo que eles então implementaram em suas tradições? De que outra
forma isso pode ser explicado? Em Yochanan (João), lemos: “Na casa de
meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, Eu o teria dito a vós.
Portanto, vou preparar-vos lugar. E, quando Eu me for e vos tiver prepa-
rado um lugar, virei de novo e vos levarei para mim, a fim de que, onde
Eu estiver, estejais vós também.” (Yochanan – João 14:2-3). Depois que o
contrato do casamento foi selado, o noivo também voltou à casa de seu
pai na antiga Israel para preparar um quarto de casamento para sua
noiva e para si mesmo.

A hora da noiva: Kiddushin.


A noiva na antiga Israel se preparava para a vida com a família de seu
marido, em cuja casa ela seria incluída. Com a elaboração do contrato de
casamento, a ketubá e o pagamento do preço da noiva, o casamento dos
noivos era legalmente válido. O noivo colocou um anel simples no dedo
indicador da mão direita e disse em hebraico: “Com este anel você é san-
tificada para mim de acordo com a lei de Moisés e Israel.”

A noiva de Yeshua também não usa esse anel?


Antes que a vida de casado começasse, o noivo preparou o quarto nup-
cial. Mas a noiva já estava afastada de seu antigo ambiente, onde tudo o
que ganhava – através de tecelagem, cerâmica, etc. – já fazia parte da
nova casa.

6 (Veja Lash, Jamie: O Casamento Judaico. Trabalho em equipe, publicação 17.12, Rosbach-
Rodheim, 2004).

28
Reconhecemos este paralelo novamente? “...Alegremo-nos, exultemos
e demos glória a Ele, porque chegou a hora das bodas do Cordeiro e sua
noiva já está preparada”. Para vestir-se, foi-lhe providenciado linho fino,
puro e resplandecente. O linho fino representa os atos de justiça dos san-
tos (O “linho fino” são os atos justos do Povo de Deus.).” (Apocalipse 19:7-
8) – A noiva do Cordeiro também trabalhou diligentemente aqui para
seu novo reino: “Buscai, assim, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a
sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Matityahu –
Mateus 6:33).
Um dos deveres da noiva era separar-se e se purificar através de um
banho ritual, um Mikwe, de todas as memórias, laços e exigências que
ainda poderiam ficar entre seu marido e ela.
Como noiva, não vivemos assim? “Assim fostes alguns de vós. Con-
tudo, vós fostes lavados, santificados e justificados em o Nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito Santo do nosso Deus! Nosso corpo é santuário de
Deus.” (1 Coríntios 6:11).
Estamos incluídos em uma “casa” cujas ordens, leis e costumes foram
revelados ao povo judeu e registrados nos dois livros judeus falsamente
referidos como Antigo e Novo Testamentos. O Antigo Testamento ou as
Escrituras Hebraicas são referidos pelos judeus como Tanakh. Tanakh
é uma composição de palavras que se originaram dos três grupos das
Escrituras Hebraicas: Da Torá (Lei, Instrução), Newiim (os Profetas)
e Ketuwim (as Escrituras). O Novo Testamento é chamado de “Brit
Hadashah” em hebraico.

O arranjo hebraico original no Tanakh e no Brit Hadashah.


O Antigo Testamento contém trinta e nove livros. Quando abrimos o
Tanakh, descobrimos os mesmos livros, mas em um arranjo completa-
mente diferente, de modo que chegamos a um número de vinte e dois
livros. (Torá: a lei, a instrução), Bereschit (Gênesis), Shemot (Êxodo),
Wajikra (Levítico), Bemidbar (Números), Dewarim (Deuteronômio).
Newiim (Os Profetas).
Jehoshua e Shofetim (O Livro de Josué e o Livro dos Juízes).
Melachim I e II e Shemuel I e II (O Livro de Reis, ou seja, o primeiro e
segundo livro de Samuel e o primeiro e segundo livro de Reis).

29
Issha’jahu (O Profeta Isaías), Jirmejahu (O Profeta Jeremias), Jeheskel
(O Profeta Ezequiel). Os doze pequenos profetas– de Hoshea (Oséias) a
Malchi (Malaquias).
Ketuwim (Livros Didáticos).
Tehillim (Salmos), Mischle (Os Ditos), Ijob (O Livro de Jó), Schir-ha-
schirim (Cânticos de Salomão), Rut (O Livro de Rute), Echa (Jeremias),
Kohelet (Eclesiastes), Ester (O Livro de Ester), Danjel (O Livro de Daniel),
Nehemja e Eras (O Livro de Neemias e Esdras), Dibre-ha-jamim I e II (O
Primeiro e Segundo Livro da Crônica).
Se pegarmos o arranjo hebraico desses vinte e dois livros e o número
de livros do Brit Hadashah, chegamos a uma soma de quarenta e nove
livros. O número 49 é obtido multiplicando sete por sete. O número sete
significa perfeição espiritual. Também lembra a resposta de Yeshua
à pergunta de Kefa (Pedro) sobre quantas vezes ele deve perdoar seu
irmão: “setenta vezes sete vezes” (Matityahu – Mateus 18:22).

A ordem original dos livros em um número de vinte e dois corres-


ponde exatamente ao número de vinte e duas letras do alfabeto hebraico.
Yahweh enfatiza assim o alfabeto hebraico e a língua hebraica. Longe
demais? Não, Ele confirma e repete o significado do hebraico no Salmo
cento e dezenove. O Salmo cento e dezenove tem um total de cento e
setenta e seis versos. Os primeiros oito versículos começam com a letra
hebraica Alef, o segundo oitavo verso começa com a segunda letra do
alfabeto hebraico, o Bet, e o terceiro oitavo verso começa com a terceira
letra, o Gimmel. Isso continua até que todas as vinte e duas letras do
alfabeto hebraico tenham sido usadas. Assim, este salmo também enfa-
tiza a importância da língua hebraica: oito versos por vinte e duas letras.
O número oito representa um novo começo7.
Quanto tempo nos resta para lidar com as revelações de Adonai de
Avraham (Abraão), Yizchak (Isaque) e Ja-akov (Jacó), que foram perdidas
e precisam ser restauradas, e para nos prepararmos para o maior casa-
mento da história humana?8

7 Cf. Kraus, Hans-Joachim: Comentário Bíblico, Salmos.


2-Subvolume, Neukirchen Kreis Moers: Neukirchener Verlag, 1961, p. 819 2 Cf. Heller, Adolf:
Symbolism bíblico dos números, Stuttgart: Paulus-Verlag, 1951, p. 37.2.
8 Cf. Perry Stone: The Ancient Jewish Wedding, A Revelation on the Rapture, DVD

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Os elementos dos sonhos:
Agora vamos investigar se encontramos algo equivalente na palavra de
Yahweh para os elementos dos sonhos.
Elemento dos sonhos: O casamento da noiva havia chegado.
Podemos viver a espera de uma festa de casamento? Sim, podemos nos
alegrar porque Yahweh nos promete que um dia o casamento do Cor-
deiro virá e sua noiva terá se preparado. (Apocalipse 19:7) Yochanan con-
firma:
“Então, o anjo me ordenou: “Escreve: Bem-aventurados os que são cha-
mados ao banquete das núpcias do Cordeiro!” E disse-me mais: “Estas
são as exatas palavras de Adonai!” (Apocalipse 19:9).

Elemento dos sonhos: Todos nós sentamos ao ar livre em uma longa


mesa e esperamos pelo início do casamento.
Na antiga Israel, os noivos e o pai se sentavam em uma mesa para se
preparar e assinar a Ketubá. Assim, a mesa no sonho é a primeira parte
de um casamento judeu, a assinatura da Ketubá. Lá na mesa a noiva
recebeu presentes. O anjo não me deu uma pintura no meu sonho? Uma
pintura com tesouros escondidos? E desde a nossa assinatura, que foi a
nossa palavra de sim que demos a Yeshua, estamos esperando a segunda
parte da cerimônia de casamento judaica: a união. Um casamento tra-
dicional judaico ocorre embaixo de uma tenda de casamento chamada
Chupá. Espiritualmente falando, a Chupá representa o céu: “Nos céus, Ele
armou uma tenda para o sol...” (Tehillim – Salmos 19:4). Portanto, espera-
mos o céu aberto, a Chupá de Adonai. Em Joel diz: “Reuni todas as pes-
soas, consagrai a comunidade, ajuntai os anciãos e líderes do povo; reuni
todos os jovens, inclusive os meninos e as crianças que ainda mamam no
peito; saia o noivo e a noiva, isto é, os recém-casados, dos seus aposentos
nupciais.” (Tere-Asar – Joel 2:16).9
Elemento dos sonhos: o noivo na foto é judeu.
O noivo é judeu? Sim, logo antes do Ruach Ha Kodesh e a noiva convocar
o noivo, Ele se apresenta às igrejas como “Eu, Yeshua, enviei o meu anjo...

9 Observações do cf. Rabbi Edward Levi Nydle, B’nai Avraham Congregação Messiânica, “The
Headcovering for Messianic Men” http:// www.frohe-botschaft.org/die_kopfbedeckung.
htm.

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Eu Sou a Raiz e o prometido Descendente de Davi, e a brilhante Estrela da
Manhã. O Espírito e a Noiva proclamam: “Vem!” (Apocalipse 22:16-17).

Elemento dos sonhos: o noivo usa um jarmulke


Será que um noivo judeu usa um acessório na cabeça?
O noivo na pintura usava um jarmulke (kipá), e quando Yeshua
retorna como noivo, Ele vai “...Como um noivo que se adorna com uma
coroa sacerdotal.” (Yesh’jahu – Isaías 61:10). Isso significa que, como
noivo, ele usa um Kipá no dia do casamento! O Kipá e o Tallit (manto de
oração judaico) no sonho são símbolos e lembram a consagração e a san-
tidade. Pertenciam às roupas dos líderes. É interessante que Moisés, sob
ordens de Yahweh, deu à luz o primogênito depois de se mudar do Egito.
Santificou-o (como líder) (Shemot – Êxodo 13:1-2); Em Êxodo, Ele diz
ao povo de Israel: “Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma
nação santa.’” (Shemot – Êxodo 19:6).
Após a idolatria do povo de Israel ao “Bezerro de Ouro”, Yahweh
nomeou os filhos de Levi para o sacerdócio (Bamidbar – Números 3:39-
51), representando o primogênito originalmente destinado ao ministé-
rio sacerdotal (Bamidbar – Números 3:12-13). No Monte Horeb, Yahweh
ordenou que os israelitas largassem seus ornamentos (Shemot – Êxodo
33:5), e os sacerdotes Arão e Levi foram nomeados para servir Yahweh
diretamente no tabernáculo da congregação (Shemot – Êxodo 28:1). É
interessante que depois da torá o sumo sacerdote nunca teve sua cabeça
descoberta, mesmo quando ele lamentou os mortos (Wajikra – Levítico
21:10-11). Yeshua é agora nosso sumo sacerdote (Kohen Gadol) de acordo
com a ordem de Melquisedeque (Judeus Messiânicos – Hebreus 7:15-21;
Tehillim – Salmos 110: 4-5). Claramente ele usa uma espécie de coroa
quando ele nos serve como sumo sacerdote.

Elemento dos sonhos: seu rosto está irreconhecível.


Vivemos na fé que ainda não vemos: “Portanto, andamos sempre confian-
tes, cientes de que enquanto presentes nesse corpo, estamos distantes do
Senhor. Pois vivemos por fé e não pelo que nos é possível ver.” (2 Coríntios
5:6-7). O avistar e a percepção do noivo ocorreram apenas na fronteira
da visibilidade real – Não podendo atravessar a fronteira para o eterno
e o perfeito.

32
Elemento dos sonhos: Na frente de ambos há uma cobertura com
bordados judeus.
A cobertura poderia ter dois significados diferentes: O véu que estava
diante dos olhos espirituais da noiva foi tirado: por um lado, o pro-
feta Isaías diz no sétimo versículo do vigésimo quinto capítulo, que as
nações estão envolvidas em um véu, que o próprio Yahweh irá destruir:
“Neste monte ele destruirá o véu que envolve todos os povos, a cortina
que cobre todas as nações;”. Do outro lado, Paulo fala em seu 2 Livro a
Coríntios: “Sendo assim, visto que temos essa qualidade de fé, expressa-
mos muita confiança. Não somos como Moisés, que se cobria com um véu
sobre a face para que os filhos de Israel não observassem que o resplendor
em seu rosto estava se dissipando. E, por isso, a mente dos israelenses
se fechou, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga
aliança. Não foi retirado, porquanto é somente no Messias que ele pode
ser removido. De fato, até nossos dias, quando Moisés é lido, um véu cobre
seus corações! Contudo, quando alguém se converte a Adonai, o véu é reti-
rado.“ (2 Coríntios 3:12-16)10.
O véu que cegou os judeus e gentios não está mais em seus olhos espi-
rituais, foi tirado e colocado diante dele. Um marido judeu também tirou
o véu da sua noiva antes da cerimônia de casamento para ter certeza de
que o certo foi confiado a ele. Naquele momento, em um sonho, a cober-
tura até se tornou uma joia na festa de casamento. A cobertura também
lembrava um Tallit, o manto de oração judaico. Por dois mil anos, a ora-
ção de Ruach Ha Kodesh foi escondida neste manto de oração, para que
o véu acima da noiva possa ser tirado? E agora o manto de oração está
diante deles e revela como prova de que a oração foi feita: “Vem”, pois
o noivo chegou, e ao lado dele está sua noiva. Na frente de um casal

10 Quanto à primeira carta aos coríntios, que afirma: “Qualquer um que reze ou profetiza,
puxando algo sobre sua cabeça, envergonha sua cabeça” (A Primeira Carta aos Coríntios
11:4 aponta o rabino Nydle para isso , que este foi um erro de tradução: “Este verso NÃO é
dirigido à cobertura na cabeça dos homens. Ele é contra usar um véu sobre o rosto de um
homem, como era costume das mulheres da época! ... Schaul não queria que os homens de
Corinto (centro para prostitutas do templo masculino de Apolo, Poseidon e outros deuses)
fossem mantidos para as mulheres por causa de suas roupas e penteados – nem que fos-
sem vestidos com a cruz. Os homens viraram seus cachos sobre seus rostos como um véu,
que era como as mulheres. AQUI NÃO FALA DE UMA COBERTURA OU CHAPÉU QUE OS
HOMENS USAVAM E SIM UM VÉU” citado de: Ibid., p. 4. 3 Citado: As Escrituras. Traduzido
por Hermann Menge, Stuttgart: Sociedade Bíblica Alemã, 1994.

33
judeu, encontramos às vezes um Talit enrolado como uma cobertura. É
fácil perceber este Talit como uma cobertura se conhecemos os costumes
judaicos do casamento. Como o Talit vem antes do casal e que significado
isso tem? Há um costume no qual a noiva dá ao seu futuro marido um
Talit no dia do casamento.
Neste ponto também podemos entender impressionantemente que só
podemos ter um Tallit para nosso noivo celestial se estivermos familia-
rizados com os costumes judeus. De que outra forma teríamos uma ideia
tão incomum? Em algumas comunidades judaicas, após a cerimônia, os
recém-casados são envolvidos em um Tallit. Se você olhar para o casal
embrulhado desta maneira, especialmente por trás, a imagem lembrará
logo um rolo da Torá. Yeshua é o pergaminho da Torá viva, e assim os
noivos são um dele.
Existe um costume judaico no qual a noiva no dia do seu casamento,
dá um Talit ao seu futuro marido para o casamento. Neste ponto, tam-
bém podemos imaginar que só podemos ter um Talit para o nosso noivo
celestial pronto, se estivermos familiarizados com os costumes judaicos.
De que outra forma poderíamos chegar em tal idéia incomum?
Em algumas comunidades judaicas, o casal recém casados, se enrolam
no Talit. E se olharmos para o casal enrolados no Talit, especialmente
por trás, vemos claramente como se parece com o rolo da Torá. Yeshua é
a Torá viva, e assim a noiva e o noivo são um Nele. Vamos analisar este
significado profundo e simbólico dos dois enrolados no Talit: Somente
através de Yeshua, a Torá se fez carne, e através deste manto de justiça
os dois se tornam uma só carne e um só espírito!
O Talit, este presente precioso para o nosso noivo, recebemos quando
colocamos um manto de oração em nossas orações, e atuamos no nosso
ministério sacerdotal e nós nEle, a Torá viva, que com Ele e através dele,
também nos enrolamos juntos neste Talit.

Elemento sonho:
O anjo me instruiu a escrever “Cheio de óleo, cheio de Luz “.
“Óleo e luz” aparecem como uma combinação de palavras na Bíblia?
A exclamação do anjo “Óleo e Luz” como uma combinação de palavras é
uma reminiscência de várias escrituras que relacionam esses dois ele-
mentos

34
A oliveira fornece Luz do óleo extraído para as lâmpadas constante-
mente acesas da menorá:
“Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de olivas amas-
sadas, para o candelabro, para que haja lâmpadas continuamente acesas
no recinto.” (Shemot – Exodo 27:20).
O profeta Zacarias também vê as duas testemunhas em sua visão, uma
correlação com o termo luzes: “...Vejo a Menôrah, um lindo Candelabro,
todo em ouro maciço, e com um recipiente para azeite na parte superior,
com sete lâmpadas e sete tubos que se unem às lâmpadas que estão colo-
cadas em cima dele. Há também duas oliveiras junto ao recipiente, uma à
direita e outra à esquerda.” (Tere-Azar – Zacarias 4:2-3).
A Menorá é inseperavelmente ligada às oliveiras. Em Apocalipse,
vemos com a mesma clareza: “Essas testemunhas simbolizam as oliveiras
e os dois candelabros que permanecem firmes na presença do Senhor na
terra.” (Apocalipse 11: 4).
Óleo e luz são símbolos do Espírito Santo na Bíblia – além da Pomba,
vento e fogo. A ideia do óleo como uma imagem para o Espírito Santo,
que é usado como luz, também é encontrado na parábola das virgens
sábias e das tolas: (Matityahu – Mateus 25:1-13). Lá, o estoque de óleo
destaca mais um grupo de virgens que o outro.
As sete lâmpadas ou tochas de que Zacarias fala, são uma Imagem do
Espírito Santo que tudo ilumina: “Do trono emanavam relâmpagos, vozes
e trovões. Perante Ele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os
sete espíritos de Adonai.” (Apocalipse 4:5).
As duas oliveiras cuja raiz é Yeshua doam o azeite para que o casti-
çal possa queimar. As duas oliveiras falam no sentido mais profundo do
ungido (hebraico: “Messias”), o rei-sacerdote do Senhor. Portanto, encon-
tramos na Bíblia de estudo Scofield que: “As duas oliveiras representam
duas áreas no Reino de Deus que é uma o sacerdócio e o outra o ofício
real. ” Ambas são unidas no Messias, o rei-sacerdote.
Os apóstolos eram “filhos ungidos”, e por meio deles veio a Igreja de
Yeshua cheia do Espírito. Os apóstolos estavam com a oliveira e conecta-
dos à raiz: o óleo fluiu abundantemente e tornou-se leve.
Apenas através da presença de Yeshua, o Yochanan era uma “lâmpada,
que queimava e iluminava.” (Yochanan 5:35) e Yesha’jahu como “luz”
(Yesha’jahu – Isaías 9:2), o casamento está cheio de luz! Yeshua disse

35
sobre si mesmo: “...Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não
andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (de Yochanan 8:12)1.
Sobre o homem que foi para o céu logo após sua morte e então teve
que voltar à terra, é dito que ele teve que se acostumar com as trevas
da terra (durante o dia). Como deve ter iluminado o céu! E certamente
também quando Yahweh criou o mundo.
Os estudiosos da Torá apontaram que a luz mais forte antes da criação
do sol, lua e estrelas, foi a luz da Palavra do Senhor que era a Torá.
Rabino Dov Beer de Medsiritsch fez uma observação interessante
sobre a criação da luz, referindo-se a ela em relação a palavra do Senhor.
A luz mais forte da criação foi a luz da Torá. No começo essa luz estava
lá para todos, mas quando Yahweh viu que poucas pessoas valorizaram
e regozijaram-se com isso, Ele cobriu a Torá, e lá permanece escondida.
Mas ela não desapareceu. A luz está aí. Está disponível. Ele aguarda as
tentativas incansáveis dos justos para trazê-la à luz. O justo pode encon-
trar a luz da Torá, pois a Torá é sua personificação.
No sonho, temos uma duplicação . O anjo mostra em um sonho, a pin-
tura de um casamento judaico. O título da pintura “Cheio de óleo, cheio
de luz” está ligada à dois símbolos profundamente judaicos: “A oliveira” e
“a menorá”. O anjo mostra alinhadamente tanto pela imagem quanto pelo
título da imagem a recepção de um casamento judeu.
Quais são os outros elementos do sonho que estão conectados a uma
festa de casamento judaica?
As palavras do anjo “cheio de óleo, cheio de luz” lembram o costume
judaico, que a noiva e o noivo sejam acompanhados à chupá por seus
pais, no qual os pais seguram as velas nas mãos para iluminar o cami-
nho.
Festa de casamento.
A cerimônia de casamento, liderada por um rabino, geralmente é reali-
zada ao ao ar livre para receber a bênção de Yahweh.
De volta aos símbolos judaicos. A menorá, a de sete braços se tornou
um símbolo do Judaísmo. De acordo com a exata instrução de construção
Em Êxodo (Shemot – Êxodo 25:31-39)12 o castiçal com seu tronco, seus

11 Bíblia Scofield. Tradução revisada de Elberfeld, Wuppertal e Zurique: R. Brockhaus Verlag,


1992, p. 990
12 Horodezky, SA: Correntes religiosas no judaísmo… Bern e Leipzig: Ernst Bircher Verleigo,
1920 leigo, 1920

36
galhos, copos, botões e flores em forma de árvore – nomeando a primeira
floração, como se fosse uma amendoeira. Através do óleo para as lâmpa-
das ficarem acesas constantemente (Shemot – Êxodo 27:20-21) a Menorá
é ligada a oliveira verdejante. Em Gênesis, Noé soltou uma pomba, para
ver se o dilúvio havia passado, a pomba retornou a arca com uma folha
de oliveira: “Ao entardecer, quando a pomba retornou para ele, trouxe
em seu bico uma folha nova de oliveira! Assim, Noé ficou sabendo que as
águas tinham escoado da superfície da terra.” (Bereshit – Gênesis 8:11)13.
Em Jeremias, o Senhor de Israel diz que uma oliveira verdejante é aquela
que é “ornada de belos e bons frutos.” (Jirmejahu – Jeremias 11:16).
A pintura do sonho testemunhou que a noiva com esta consciência está
ao lado de seu Noivo celestial, transbordando cheia do Espírito Santo. O
anjo confirma este transbordamento através do convite para usar a com-
binação de palavras “cheio de óleo, cheio de Luz“ para escrever várias
vezes na pintura.
Esta pintura contém todos os conselhos de Yahweh, ela representa a
revelação total de Yahweh através de seu Ruach Ha Kodesch, seus profe-
tas e seu filho. O seu filho muito amado judeu, fica ao lado de sua noiva
redimida no final dos tempos. A noiva não tem mais uma cobertura na
frente dos olhos. A noiva judia reconhece o seu Messias. E a Noiva das
Nações sabe que seu noivo é o Messias dos judeus. A noiva das nações
pagãs restauraram a conexão entre à oliveira e à sua raiz, por isso o óleo
e a luz fluíram em abundância em sua vida e espírito. A Noiva messiâ-
nica percebeu que o Messias Yeshua faz parte da oliveira e da família de
Davi, portanto, do povo deles, chegou.
Sha-ul14 tem essa relação entre Goyim (as nações, povos, gentios) e
judeus comparados a uma oliveira brava e cultivada. Ele diz que alguns
(não todos) dos ramos da oliveira cultivada foram cortados e outros que
eram uma oliveira brava são enxertados e se tornam participantes da
raiz e da seiva. Este ato de enxerto é um processo de transformação na
vida de um crente e não um automatismo como serão mostrados nos pró-
ximos capítulos. Assim é, com a nossa santificação. Somos santificados
13 Série Artscroll Tanach. Um comentário tradicional sobre os livros da Bíblia. Vol. I, Bereishis.
Gênesis. Uma nova tradução com comentários antologizados de Talmudic, Midraschic e Fon-
tes rabínicas. Editado pelo Rabino Nosson Scherman e pelo Rabino Meir Zlotowitz, NY: Meso-
rah Publi- cations, Ltd., 1986. S. xxxi
14 Sha-ul, também conhecido como “Paulo”

37
por Yeshua, mas também devemos continuar nele e cresça nesta vida de
santificação.
Shaulalertou aos ramos da oliveira brava para não se gloriarem contra
os ramos cultivados, gabando-se: “Não se glorie contra esses ramos. Se
o fizer, saiba que não é você quem sustenta a raiz, mas a raiz a você.!”
(Romanos 11:18).
Um segundo sonho
No meio do processo de conclusão do livro, tive outro sonho que adicio-
nei aqui ao manuscrito:
“Sonhei que estava em um quarto muito pequeno. Nisso havia espaço
apenas para uma mesa, que estava colocada ali. A noiva e o noivo esta-
vam sentados à mesa. Eu me aproximei deles, com meus joelhos tre-
mendo. Não havia espaço para mais nada nesta sala!”
Isso é uma reminiscência de “Cheder Jichud”, o último ato do casamento
judaico, onde o homem e a mulher podem ficar sozinhos. Naquela época,
o casamento era consumado assim. Atualmente o casal se retira da festa
para este quarto sozinhos por um momento para tomar a primeira refei-
ção após o jejum. “Cheder Jichud” significa um espaço de intimidade onde
os dois estão sozinhos com portas fechadas. “Cheder” significa quarto por
um lado , mas é chamado também a parte mais interna. Em Shir Ha-Shi-
rim – (Cantares de Salomão) este é o lugar onde a noiva traz o noivo. lá a
parte mais interna também é dividida no quarto de dormir.
Este sonho é profético e indica que a noiva e o noivo estão logo
entrando no “Cheder Jichud”, onde o último ato celestial de intimidade
será realizado.

Este sonho é profético e indica que a noiva e o noivo estão logo entrando
no “Cheder Jichud”, onde o último ato celestial de intimidade será reali-
zado.
Assistir ao seminário dos sonhos foi emocionante. Juntos, eles descobri-
ram coisas que antes estavam escondidas de você. Sua percepção espi-
ritual é estimulada e espera ansiosamente aprender mais. A questão de
onde estamos na história da salvação, te deixa cada vez mais pensativo.
Como seria se o tempo estivesse na verdade muito mais avançado do
que onde você está agora? Como se alguém tivesse lido sua mente, você
agora está sendo guiado, você agora está diante dos seminários, que tra-
tam de lidar com a análise dos tempos.

38
Seminário 3
Análise dos tempos
Reconheça os sinais dos tempos

Simeão reconheceu o sinal do seu tempo e no templo profetizado sobre


Yeshua:
“Porquanto os meus olhos já contemplaram a tua Salvação, a qual prepa-
raste à vista de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória
do teu povo de Israel.” (Lucas 2:30-32).
Especialmente em nossos dias, quando a escuridão que cai sobre o
povo pagão (Goyim) aumenta, devemos seguir esta luz firmemente e atra-
vés do seu brilho reconhecer os sinais proféticos do nosso tempo.
O sinal dos nossos tempos é que Yahweh está no processo de restaurar
as verdades espirituais.
“...de modo que da presença do Senhor venham tempos de refrigério, e
Ele envie o Messias, que já vos foi previamente designado: Jesus. É neces-
sário que Yeshua permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus
restaurará todas as coisas, conforme já decretou há muito tempo, por inter-
médio dos seus santos profetas.” (Atos 3:20-21)15.
Que esta passagem seja esclarecida por meio de uma comparação. Ima-
ginamos um rei que teve que fugir para o exílio no exterior. O seu palácio
caiu em ruínas com o passar dos anos. Por circunstâncias políticamente
mudadas, ele poderia finlmente retornar a sua terra. E é claro que ele
como um Rei, não se mudaria para um palácio em ruínas. Então muitas
pessoas começariam a reconstruir e renovar o Palácio. E só quando tudo
estivesse pronto, o rei retornaria a sua terra e ao seu local de residência.
Com isso, podemos dizer: No início Yahweh tinha uma casa construída
com verdades espirituais. Muitas verdades foram perdidas. A casa está

15 O Livro Teológico do Antigo Testamento afirma que ḥCheder tem o seguinte significado:
“câmara, parte mais interna ou interna, sala de estar, dentro”. É a sala da ponte noivo (Joel
2:16) e o lugar para onde ela leva o noivo (Canticos 3:4). Veja livro teológico Wordbook of the
Old Testament, Vol. I, editado por R. Laird Harris, Gleason L. Arher, Jr., en Bruce K. Waltke.
Chicago: Moody Press, 1980. p. 265.

39
em ruínas. Yeshua não voltará para uma casa que está arruinada. Só
quando a casa for completamente restaurada, Ele voltará; ou seja, pri-
meiro quando toda a verdade sobre Ele, Sua Pessoa for restaurada Ele irá
voltar. Porque então seus filhos poderão reconhecê-lo e apreciá-lo.
Quando a palavra de Yahweh fala de um tempo em que todas as coi-
sas serão trazidas de volta ou restauradas, isso inclui que havia e cer-
tamente ainda há um tempo em que as coisas não eram mais assim ou
ainda não são como eram pregadas no início por intermédio dos seus
santos profetas.
Curiosamente, no momento, podemos encontrar informações que
dizem como Yahweh está prestes a restaurar isso e aquilo.
Um exemplo, podemos observar que as igrejas em células -com base
no modelo da igreja primitiva – experimentam um grande crescimento.
Há Igrejas que experimentam muitos sinais e maravilhas sobrenaturais
também e isso é uma forte reminiscência dos dias das igrejas primitivas.

A restauração final
Podemos ver na Bíblia qual será o último bloco de construção da restau-
ração? Com o que esse processo será concluído e para então a vinda de
Yeshua ser iniciada?
Vamos resumir: No início Yahweh fez algo para nós que foi revelado
através da boca de seus santos profetas. Chegou um tempo, onde isso foi
perdido, e então o final onde isso será restaurado.
Isso também significa que o Espírito de Deus está somente na nossa
fé com base nas declarações das Escrituras e ele quer nos purificar de
todas as adições, práticas e misturas que não nos deixa reencontrarmos
o que perdemos. Portanto, temos que voltar ao início e a partir daí apren-
dermos a compreender de novo.

Yahweh age em períodos de tempo


Yahweh age em períodos de tempo que têm um começo e um fim. O que
Yahweh começa, ele completa através de um processo de amadureci-
mento.
Yochanan ouve a declaração majestosa do próprio Yahweh.
“Eu Sou o Alfa e o Ômega”, declara o Senhor Deus, “Aquele que é, que era
e que há de vir, o Todo-Poderoso.”(Apocalipse 1:8)16.

40
Como Yahweh, o Pai, o Filho também testifica isso de si mesmo: “Eu
Sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Derradeiro, o Princípio e o Fim.” (Apo-
calipse 22:13). E porque Ele é o princípio e o fim, isso pode ser encon-
trado novamente em cada evento nas Escrituras.
Ele mesmo dividiu a vida. No final do primeiro dia da criação, encon-
tramos a frase: “Chamou Deus à luz “Dia”, e às trevas chamou “Noite”.
Houve então, a tarde e a manhã: o primeiro dia.” (Bereschit – Gênesis
1:5). Depois de cada processo de criação, há outro dia adicionado: um
segundo, um terceiro, até o sexto dia. No quarto dia diz: “Declarou Deus:
“Haja luminares no firmamento do céu a fim de separar o dia da noite; e
sirvam eles de sinais para definir as estações, dias e anos;... ‘” (Bereshit –
Genesis 1:14).
Exemplos como esses mostram que Yahweh cria um princípio, e atra-
vés dos dias divide o tempo por meses e anos e poe um fim nisso.
Assim, no início da criação, Yahweh fez “...os dois grandes luzeiros: o
maior para governar o dia e o menor para regular o andamento da noite.”
(Bereshit – Gênesis 1:16). A cidade descrita no Apocalipse finalmente
não precisa mais dessa luz: “...A cidade também não necessita do sol nem
da lua, para que brilhem sobre ela, pois a plena Glória de Deus a ilumina e
o Cordeiro é o seu candelabro.” (Apocalipse 21:23).
No princípio, Yahweh criou “...Deus, portanto, criou os seres huma-
nos à sua imagem, à imagem de Deus os criou: macho e fêmea os criou.”
(Bereschit – Gênesis 1:27). No final, Yahweh também trará a seu filho
uma noiva feita a Sua imagem: “Alegremo-nos, exultemos e demos glória
a Ele, porque chegou a hora das bodas do Cordeiro e sua noiva já está
preparada”. Para vestir-se, foi-lhe providenciado linho fino, puro e resplan-
decente…” (Apocalipse 19:7-8). No princípio, Yahweh fez o homem cair
em sono profundo e enquanto ele dormia, arrancou uma das costelas:
“Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus modelou uma
mulher e a conduziu até ele.” (Bereshit – Gênesis 2:22). Este processo de
formação ocorreu sem derramamento de sangue, uma vez que ainda não
havia acontecido a queda do homem. Mais tarde, a mulher dá a luz a um

16 Nas notas sobre a Bíblia de estudo Elberfeld fala sobre “Omega”: “Esta palavra é a última
letra do alfabeto grego. Esta palavra aparece apenas em apocalipse1.8; 21,6; 22.13, mas ela
sempre etá junto com a primeira letra grega alfa ...Essas letras são usadas apenas por Deus
ou por Yeshua. Eles representam Deus e Yeshua, para aqueles que começam e para aqueles
que terminam… “De: Elberfeld Study Bible with language key. O Novo Testamento, Revisado
comentado, Wuppertal e Zurique: R. Brockhaus Verlag, 1995, p. 1043.

41
ser, com sangue. Quando Yeshua foi perfurado com uma lança, sangue
e água jorraram para fora. A última palavra que Yeshua falou na cruz
vem da raiz hebraica kalal, que significa “completar”/“terminar” . Isto é
a mesma raíz da palavra noiva: kallach. Nas últimas palavras Yeshua
ecoa o pensamento de sua noiva. O que foi dito pode ser sustentado por
muitos outros exemplos.

A RESTAURAÇÃO FINAL
Queremos voltar à nossa pergunta inicial, se podemos encontrar na
palavra de Yahweh uma indicação do quê será a restauração final. Uma
última mensagem que foi dada e falada através da boca de seus santos
profetas.
Para encontrar esta mensagem final no processo da restauração,
vamos fazer uma pequena excursão na qual encontramos uma chave
que nos ajuda a responder nossa pergunta inicial.

Apêndice: As Cartas
Quando Yeshua retornou ao Pai após sua ressurreição e as primeiras
igrejas não o conheciam mais “cara a cara“, ele se apresentou às suas
sete igrejas. A idéia sobre a Sua pessoa depende exatamente do desti-
natário, quem recebe a sua mensagem. Essas mensagens de Yeshua são
conhecidas por nós como as sete cartas as igrejas. A esta mensagem foi
adicionado o título mais tarde de “as sete cartas as igrejas“. Vamos imagi-
nar agora se este título não fosse inserido! Será que talvez nós teríamos
a idéia de pesquisar se havia uma mensagem final, uma mensagem que
Yeshua dá como cartas as últimas igrejas? É óbvio que assim como Ele
inicialmente falou para a igreja primitiva, Ele também fala para última
congregação. O que Ele começa, Ele guia (como mostramos em vários
exemplos) ao fim.
Se estudarmos a estrutura das cartas e procurarmos pesquisando
padrões semelhantes, realmente descobrimos uma oitava ou última
carta. As primeiras sete letras estão no início do Apocalipse e a última,
logicamente, no final do livro do Apocalipse. Devemos notar que no Novo
Testamento Judaico17, não existe o título “As sete cartas Às igrejas”!18

17 O Novo Testamento Judaico. Uma tradução do Novo Testamento judaico. Por David H. Stern,
Stuttgart: Hänssler, 1994.
18 Ver Lash, Jamie: The Jewish Wedding. Um símbolo para a igreja de Jesus – O Messias retorna
para sua noiva, Rosbach-Rodheim: Teamwork, 2004, p. 20.

42
Estrutura das Cartas (chave):
Em cada uma das sete cartas, Yeshua se apresenta de uma forma na qual
a respectiva igreja através da caracterização de Sua pessoa, consegue
vê imediamente sua vida espiritual, como em um espelho. Como Yeshua
se apresenta depende do seu destinário. Ao se apresentar, ele imedia-
tamente traz a luz os problemas de cada igreja. Mas Yeshua ao mesmo
tempo, tras a solução para cada problema, porque a solução é o próprio
Yeshua.
Isso também pode ser usado como um exemplo para o nosso cotidiano:
Nós todos temos diferentes papéis na sociedade. Assim é por exemplo
um homem, filho de Yahweh, líder em uma igreja, cônjuge, pai, tio, mem-
bro de um clube esportivo e trabalha “oficial de justiça”. Vamos imaginar
que uma família que está altamente endividada, toca na porta.
O homem mencionado acima deseja visitar essa família endividada.
Se ele se apresentar como um amigo de uma família conhecida ou como
um homem casado, ou como um membro de clue esportivo, isto, por mais
que signifique muito, não irá afetar nem surpreender essa família. Mas
se ele se apresentar como um oficial de justiça, com esta palavra, ele
atinge bem o centro dos problemas deste Família. Ele deixa claro com
apenas uma palavra do seu cargo.
Yeshua, que une muitos papéis em sua personalidade, prossegue assim
com as cartas também. Ele se apresenta de tal forma que a contraparte
possa ver exatamente onde reside sua própria falta e má conduta e como
superá-las. A maneira de Yeshua se apresentar, corresponde exatamente
ao seu destinatário ou às circunstâncias na qual o destinário vive.

Na primeira carta à igreja de Éfeso, Yeshua diz sobre si mesmo:


“…‘Assim declara Aquele que tem as sete estrelas na mão direita e anda
no meio dos sete candelabros de ouro’” (Apocalipse 2:1).
No primeiro capítulo em Apocalipse, Yochanan explica o significado
do mistério das sete estrelas e das sete “Menorás”. Ele explica: “...As
estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete
igrejas.” (Apocalipse 1:20). Assim, Yeshua mostra à igreja em Éfeso que
Ele se comunica com os anjos, que Ele tem as igrejas em Suas mãos, que
está lá e que cuida delas. É assim que Yeshua mostra a igreja em Éfeso
na era apostólica, do ano setenta e quatro ao ano cento e quarenta d.C.,
que Ele ainda está entre eles. Isto é o poder ilimitado de Yeshua sobre

43
as congregações e ao mesmo tempo a demonstração da Sua presença e
cuidado.
Yeshua se apresenta à igreja em Esmirna como o início e o fim.
“...‘Aquele que é o primeiro e o último, que foi morto e ressuscitado.”
(Apocalipse 2:8).
A igreja em Esmirna era uma igreja sofredora e muitos morreram
como mártires. A maioria dos crentes nesta igreja foram atirados em are-
nas com leões. Para se tornar um crente era equivalente a assinar sua
própria sentença de morte. A promessa de Yeshua foi a esses homens
condenados, que receberão a coroa da vida e não verão a segunda morte.
Esse nome de Yeshua era tudo que eles precisavam: O nome era ressur-
reição e vida.
Yeshua se apresentou à igreja de Pérgamo como o único que:
“Aquele que tem a espada de dois gumes afiados.” (Apocalipse 2:12).
E em Hebreus 4:12, o escriba fala sobre a espada de dois gumes afia-
dos: “Porquanto a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qual-
quer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma
e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e
intenções do coração.” (Hebreus 4:12).
Yeshua diz que entrará nesta igreja com a espada da sua boca contra
às falsas doutrinas que contaminam esta igreja.
Em todas as sete cartas, a descrição ou a personalidade de Yeshua está
diretamente ligada ao destinatário. Yeshua mostra o caminho para cada
igreja individualmente, como superar e o que ela poderá herdar. Nas sete
epístolas, Yeshua se dirige aos sete locais de pequenas igrejas nas cida-
des de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardis, Filadélfia e Laodicéia.
Estas sete cartas referem-se a sete igrejas locais daquela época, mas
também são voltadas para as igrejas em todas as épocas.
Se Yeshua começa com as sete igrejas, ele deve logicamente também
ter uma mensagem para todas as igrejas no final. Tudo que Yahweh inica,
Ele conclui. Certamente não devemos esquecer o fato de que também no
início haviam mais de sete igrejas locais. Sete aqui significa abundância
das igrejas.
Agora estamos lidando com uma questão interessante: Existe uma
outra carta?
E se sim, onde está a última e, portanto, oitava carta para as igrejas?
Como Yeshua se apresenta lá e para quem ela foi direcionada?

44
A oitava e última carta.
Logicamente, a última carta também deve estar no livro do Apoca-
lipse, mas no final. E aí! vamos encontrar?
Yeschua fala de si mesmo novamente em primeira pessoa e também se
apresenta com o seu nome: “Eu (Yeshua) sou...”
Com a sua apresentação “Eu sou”, Yeshua liga ao nome de Yahweh.
Yahweh disse a Moisés, que queria saber Seu nome: “Eu Sou o que Sou”19
(Shemot – Êxodo 3:14) Para o nome de Yahweh era apenas escrito no
hebraico as consoantes YHWH. Por baixo da palavra hebraica, encontra-
mos tanto a forma presente, quanto a forma futura. Ambas soam assim:
“Eu Sou o que Sou; Eu sou; Eu estou aqui ” Na tradução do Tur-Sinai diz:
“Eu sou o quê eu quiser ser“. “Eu sou” indica a pessoa que aparece sete
vezes nas palavras “Eu sou” encontradas no Evangelho de Yochanan que
são:
“…Eu sou o Pão da Vida...” (Yochanan – João 6:35)
“...Eu sou a luz do mundo...” (Yochanan – João 8:12)
“...Eu Sou a porta das ovelhas.” (Yochanan – João 10: 7)
“...Eu Sou o bom pastor...” (Yochanan – João 10:14)
“EU SOU a ressurreição e a vida...”20 (Yochanan – João 11:25).
“EU SOU o caminho, a verdade e a vida; ...” (Yochanan – João 14:6).
“Eu sou a videira verdadeira ...” (Yochanan – João 15:1).

Yeshua aponta para o Filho do Homem. É muito pessoal e belo a forma


que Ele assina esta carta. A restauração final será iniciada pelo próprio
Yeshua, enviando Seu anjo. “Eu, Yeshua, enviei o meu anjo para vos entre-
gar este testemunho em relação às igrejas...” (Apocalipse 22:16). Esta men-
sagem vai para todas as igrejas: “Aquele que tem ouvidos, compreenda
o que o Espírito revela às igrejas...” (de Apocalipse2:11). Ao receber a
última mensagem, violentas dores de parto ocorrerão nas quais a igreja
é completada e preparada como uma noiva para seu Messias. Estas dores
do parto serão violentas e dolorosas. A última restauração tem tudo a ver
com a verdadeira identidade de Yeshua e também com relação a desco-
berta da verdadeira identidade da noiva.

19 Citado em: The Holy ScriptureTraduzido por Hermann Menge, Stuttgart: Bíblia alemã
sociedade, 1994.
20 Escrito em letras maiúsculas na fonte (assim como em Jochanan 14: 6).

45
Quando entendemos a última “carta” do anjo e reconhemos claramente
Yeshua, tudo começará a funcionar automaticamente. O último ato da
noiva, o Ruach Ha Kodesch, guiará a noiva à verdade plena. Só então ele
concluirá a sua tarefa e poderá então, guiar a noiva até o noivo. A noiva
por sua vez, é completa, plena, cheia de verdade e pode então convocar e
chamar o Noivo: “...Vem!…” (Apocalipse 22.17).
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos entregar este testemunho em rela-
ção às igrejas...” (Apocalipse 22:16).
Neste sonho, o anjo é enviado por Yeshua para restaurar toda a ver-
dade sobre si mesmo nas igrejas, que Ele é “...a Raiz e o prometido Des-
cendente de Davi”, como encontramos no vigésimo segundo capítulo
versículo dezesseis de Apocalipse. Saber sobre o nosso Noivo celestial
– quem Ele é, o que Ele é e como Ele é – é de extrema importância para a
noiva! Só então a noiva se torna capaz para chamar seu Noivo judeu com
o Espírito de Yahweh, como diz o seguinte versículo (Apocalipse 22:17):
“O Espírito e a Noiva proclamam: “Vem!”
Esses dois versículos em Apocalipse resumem todo o plano de Deus
juntos e nos levam direto ao ponto.
O plano de Yahweh desde o início do mundo, sempre foi uma Noiva
como Seu Filho. um para seu filho. Uma noiva sem defeitos e máculas,
purificada e santificada, uma noiva que conhece seu noivo e a si mesma,
que anseia por Ele como Ele realmente é, que seja uma só carne com Ele
em espírito, e através dessa unidade, chamem por Ele. O clamor de Seu
seu coração é que Ele possa vir para se unir a Noiva.
Por que ambos, o Espírito de Jahvé e a Noiva, proclamam: “Vem!” Por-
que a noiva completou sua tarefa e, portanto, podem convocar o Noivo.
Ela finalmente quer se entregar completamente e quer vê-lo face a face.
O que eles estão chamando? O noivo. Mas quem é o noivo? É de extrema
importância que a Noiva saiba antes da chegada do Noivo, quem Ele é.
Ele deu ao anjo a tarefa de identificá-lo e por meio dessa revelação, a
noiva sabe exatamente quem é seu noivo.
Nestes versos está a dramaturgia do plano de Yahweh. Ele resume
aqui toda a história da salvação. Por que Yeshua ainda envia um anjo
como testemunho dEle? Toda a Bíblia já dá o testemunho dEle. Por quê?
Quarenta e nove livros não foram suficientes como seu testemuno?
Sim, nós temos tudo o que Yahweh queria que soubéssemos quando
estudamos as Escrituras. No entanto, ele testifica novamente seu tes-

46
temunho. Yeshua sabe que algo sobre a Sua pessoa se perdeu, na qual
Ele com a sua última “carta” comunica às suas igrejas. Este testemunho
segue imediatamente com o Ruach Ha Kodesch e a Noiva o chamando.
Que segredo é esse que o Noivo deixa a Noiva ficar sabendo pouco
antes do casamento? Que Ele trouxe o reino de Yahweh à terra e fez mila-
gres? Que curou os enfermos e libertou os cativos? Que Ele tomou sobre
si toda as nossas dores e morreu na cruz pelos nossos pecados, ressusci-
tando dentre os mortos no terceiro dia? Que Ele derramou Seu Espírito
Santo? Não, Ele não disse isto novamente à Sua Noiva que está prestes
a chamá-lo. A Noiva sabe de tudo isso, viver por meio dessa fé. Em seu
sangue ela tem se lavado diariamente e se deixada guiar pelo Seu Espí-
rito. Mas se tudo já foi dito, o que mais poderia existir que a Noiva ainda
não sabe, mas que urgentemente precisa saber? Yeshua tem algo em seu
coração, e isso é tão importante que Ele envia Seu anjo pouco antes do
casamento. Ele envia essa mensagem para todas as igrejas, porque dessa
vez não está escrito como nas outras cartas: “Ao anjo da igreja em...” ou
“para algumas igrejas”. Quando o anjo está a caminho com esta mensa-
gem especial que é enviada a todas as igrejas, significa que esta verdade
sobre o noivo não está mais presente em todas as congregações e tam-
bém não é ensinado ou vivido.
É como se fosse um noivo terreno que está diante do altar e um último
segredo é revelado à noiva e então ela espera para ver se ainda quer se
casar com ele e diz “Vou te dar o meu sim” ou se ela fica em silêncio e
não aceita casar com ele. Esta reação também haverá nas igrejas. Aquele
que tem ouvidos, compreenda.
Yeshua agora fala a todas as igrejas no geral, indiscriminadamente.
Lembrando aqui que, o que Yeshua quer, ele mostra quando se apre-
senta, e como ele se apresenta depende do destinário, do quê Ele quer
que o destinário faça. O destinatário aqui é a noiva porque ela atende.
Dentro desta última carta, Yeshua não mais elogia ou culpa Seus destina-
tários. Ele não tem mais tempo para isso, o tempo acabou.
Vale ressaltar também que o destinatário da última carta é o único
que responde. Nas sete cartas, todos os destinários não respondem. Mas
aqui, nesta carta é diferente: A Noiva responde e lhe dá um sim. A Noiva
chamando “Vem!” é a confirmação que ela dá ao Noivo novamente o
sim que ela já havia dado quando entregou sua vida a Ele, alí tivemos a
Ketubá, o contrato de casamento. O script, portanto, segue novamente o

47
ritual de casamento judaico, que consiste em duas partes: O noivado já
era uma aliança eterna. Você já estava legalmente casado, exceto para a
consumação física do casamento. O pai da noiva recebeu um acordo pré-
nupcial durante o período do noivado em que o noivo prometeu cuidar
da sua noiva em todos os sentidos e viver com ela. Podemos ver nova-
mente aqui um paralelo? A aliança renovada é o contrato de casamento,
no qual Yeshua prometeu cuidar de nós e viver conosco eternamente.
Não teríamos então que sermos gratos ao povo judeu que aceitou e
cumpriu as instruções do Senhor para que possamos compreender ainda
mais profundo? Para que também possamos estar preparados?

Você também se sente assim, que gostaria de desvendar o mistério e


entender essa ordem especial que foi dada ao anjo? Se você sente isso,
esta mensagem será de muita importância para sua vida e para você. Não
perca nenhum tempo sequer e vá para o próximo seminário sobre “A pala-
vra esquecida “Eu sou””. O que está por trás dessa afirmação?

48
Seminário 4
A palavra esquecida “Eu sou”

Yeshua agora se apresenta às igrejas como:


“…Eu Sou a Raiz e o prometido Descendente de Davi, e a brilhante Estrela
da Manhã.” (Apocalipse 22:16).
Por que Yeshua adiciona agora exatamente esta descrição da Sua per-
sonalidade? Podemos presumir que no final dos quarenta e nove livros,
todos já sabem quem é Yeshua e tudo que foi dito sobre ele? Que a men-
ção de Seu nome Yeshua é um resumo de toda a Sua personalidade? Sim
e não. Sim, porque no nome hebraico de Yeshua está completo, enquanto
no nome Jesus precisamente estes aspectos, que Yeshua é a raiz e o pro-
metido de Davi foi perdido.
Yeshua é o nome hebraico de Jesus, o filho de Yahweh. O nome Yeshua
significa “salvação”21. No dicionário teológico de Harris, Gleason e Wal-
tke a raíz se chama ‘Yasha’, que significa: salvação, salvo ou dar a vitória.
O nome diz algo sobre a essência de quem o usa, principalmente com
os israelitas: Pelo seu nome hebraico podemos mostrar a essência de
Yeshua e reconhecer Sua missão em uma palavra. É por isso que é tão
importante restaurarmos o Seu nome.
Notamos também que esta última palavra eu sou , “Eu Sou a Raiz e o
prometido Descendente de Davi, e a brilhante Estrela da Manhã.” (Apo-
calipse 22:16) foi realmente perdida – quase nunca está entre os clás-
sicos “Eu-sou“ que são mencionados nas igrejas – está faltando na lista
dos sete “Eu-sou“ que as igrejas usam. Mas Yeshua adiciona isto no final.
Agora podemos também lembrar da declaração de que é necessário que
Yeshua permaneça no céu até que chegue o tempo da restauração de
todas as coisas!
O número sete é um número sagrado, o número da perfeição. Ele
ocorre com muita freqüência na Bíblia: sete igrejas, sete espíritos, sete

21 Ver Livro Teológico do Velho Testamento. Editado por R. Laird Harris, Gleason L. Archer,
Jr. Bruce K. Waltke, Chicago: Moody Press, 1980, p. 414.

49
castiçais de ouro, sete tochas, sete chifres, sete olhos, sete taças da Ira22.
O número sete ressalta que tudo é realizado sob ordem divina. Curiosa-
mente, no nono capítulo de Gênesis, do versículo oito ao dezessete, a pala-
vra “aliança” associada à aliança de Deus com Noé aparece sete vezes
– Será que existe alguma referência escondida entre o número sete e a
“aliança”? Sim, porque na verdade existem sete alianças diferentes.
O número oito representa um novo começo. Um leproso tinha que ser
aspergido sete vezes com água misturada com sangue e ficar fora do
acampamento por sete dias, no oitavo dia a sua cura foi confirmada, ele
foi recebido em plena comunhão. (Wajjikra – Levítico 14:7-20). Também
quando um homem estava impuro fisicamente, ele só poderia ser decla-
rado puro no oitavo dia. (Wajjikra – Levítico Capítulo 15).
Com oito almas, se iniciou uma nova fase após o dilúvio da história
humana. Na primeira carta de Pedro diz: “Os quais, na antiguidade,
foram rebeldes, durante o tempo em que Deus, pacientemente, aguardava
a construção da arca nos dias de Noé. Na arca, apenas algumas pessoas,
a saber, oito, foram salvas por meio das águas,...” (1 Kefa – 1 Pedro 3:20)
Será que só com o conhecimento do oitavo Eu sou, seremos recebidos
em plena comunhão com o Senhor e as oliveiras cultivadas são enxer-
tadas de tal forma que nós percebemos o enxerto como um processo de
transformação?
Então ouse começar de novo, obtenha um novo coração para o Seu
povo, para que você também possa reconhecer a Sua missão – Primeiro
os judeus! E acima de tudo, reconheça Yeshua como um judeu e e a Sua
forma judaica de amar.
Esta última palavra “Eu sou” de Yeshua é de Sua origem judaica e é
uma revelação de Yahweh também com uma forma judaica.
Ele diz sobre si mesmo: “Eu Sou o que Sou.” (Shemot – Êxodo 3:14) e
“Eu Sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus
de Jacó!” (Shemot – Exodo 3:6).
Yeshua tem o nome hebraico que significa “Jah, que salva”.
Quando ele está falando sobre si mesmo: “Eu sou a raíz”, ele se identi-
fica com os pais Abraham, Jizhak e Jaakob.
Que ele é o prometido descendente de David, indica a tribo judaica,
como um legítimo descendente judeu para ser o herdeiro do trono por
toda a eternidade.

22 Ver Apocalipse 1: 4; 1:12; 4: 5; 5: 6.

50
O véu sobre seus olhos começa agora a deslizar. Você vê mais clara-
mente. Você reconhece com gratidão que o último, até agora escondido
de você, “Eu sou“ foi trazido à luz. Você fica assustado e ao mesmo tempo
alegre. E nesse mesmo tempo, novas questões são levantadas. Os outros
que participam do mesmo seminário parecem sentir algo semelhante ao
que você está sentindo agora. E juntos, vocês se inscrevem para o pró-
ximo seminário: “A raíz hebraica da nossa fé“.

51
Seminário 5
“A raíz hebraica da nossa fé”

A noiva sabe que o homem com quem ela está se casando é a raiz, que
é descendente de David e é a brilhante estrela da manhã. Que caracte-
rização estranha! Ele não poderia dizer à sua noiva: “Eu sou a brilhante
estrela da manhã” ou “A raíz”, ou “O prometido descendente de Davi”, ou
“Eu sou uma macieira robusta entre todas as árvores do bosque”, ou “Eu
sou o Cordeiro e o Leão” ? Mas por quê exatamente essa combinação:
“Eu Sou a Raíz e o prometido Descendente de Davi, e a brilhante Estrela
da Manhã.” (Apocalipse 22:16).
Na combinação dessas três descriçoes, está o segredo da pessoa que
Ele realmente é. Se pegarmos a declaração de Yeshua: “Eu Sou a Raíz e o
prometido Descendente de Davi.” (Apocalipse 22:16) e fazer dessa decla-
ração carne, então temos aqui fatos sólidos: A sua identida-de, seu país
de nascimento e pátria, a história de Seu povo, o plano de Yahweh na
eleição do Seu povo e a cidade futura, da qual Ele irá governar com a sua
amada Noiva ao Seu lado.
Se Ele tivesse apenas se descrito como uma raíz, o que isso significa-
ria? Não teria sido suficiente? Obviamente não. Isso porquê se Yeshua
se descrevesse assim, ele estaria dizendo que existe somente uma raíz.
o que sugere que não exista outra raíz. Mas dessa forma que Ele se des-
creve, entendemos que há no mínimo uma raíz e uma descendência, sem
ser a de Davi propriamente dita.
Imagine agora, que você cave uma infinidade de árvores diferentes,
separa as árvores de suas raízes e coloca essas raízes ao lado das árvo-
res. Essas árvores também dão frutos diferentes. Mas qual árvore per-
tence a qual raíz, e qual raíz pertence a qual árvore? Através de muitos
experimentos, você consegue descobrir qual raíz pertence a determi-
nada árvore unindo a árvore e a raíz com um adesivo especial e vendo
que eles conseguem se unir e crescer novamente. Perfeito.

52
Ninguém notaria, a árvore continuaria a dar frutos e todos ficariam
convencidos de que a árvore estava unida a raíz certa. Essa “reprodu-
ção” continuaria de geração em geração por meio de ramificações que
crescem e ninguém notaria. Um dia, se um especialista quisesse ana-
lisar a árvore que comprou por um preço alto, aconteceria o seguinte:
Você começaria a cavar as árvores e o especialista apenas balançaria a
cabeça, pois esta não é a árvore que ele queria. Ela cresceu e deu frutos,
mas não é a árvore verdadeira e pura, ela foi modificada.
Yeshua, o Filho de Yahweh, é a raiz, e a árvore é a descendência de
David.
Se Yeshua se autodenomina a raíz e descendente de David, Ele mais
uma vez assume uma posição clara de que Ele vem do povo de Israel e
que é descendente de Davi: A linhagem prometida, da qual o Messias
deveria vir. Isso se confirma ao lermos o capítulo cinco, versículo cinco
de Apocalipse: “...Não chores, pois o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi,
venceu para abrir o livro e romper os sete selos”. O Profeta Yescha’jahu,
que veio depois de quase 300 anos que Davi viveu, testificou isto por
meio de seu pai Jessé: “Eis que um ramo surgirá do tronco de Jessé e das
suas raízes um rebento brotará! O Espírito de Yahweh, Elohim, repousará
sobre ele, o Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz
conselho e poder, o Espírito que proporciona o verdadeiro saber, o amor
e o temor do Elohim.” (Yesha’yahu – Isaías 11:1-2). Ele também profeti-
zou que: “Naquele dia, a raiz de Jessé, que se ergue com um sinal para os
povos, será procurada pelas nações, e a sua morada se cobrirá de glória.”
(Yesha’jahu – Isaías 11:10). Yeshua é o filho de Davi, que veio de sua raíz.
Para os judeus que viviam na época, este foi o início da renovação
da Aliança que Yahweh fez com Seu povo Israel. Os primeiros judeus
entenderam claramente que esta é a passagem das primeiras seis alian-
ças até a sétima, onde a Aliança renovada, começa23. Por que Yeshua não
fala apenas do fato de que Ele veio da descendência de David? Por que
Ele enfatiza que Ele é a raíz e é o descendente de Davi? Existe também
outra raíz? Uma raíz sem a raça de Davi? Nestes dados está toda verdade,
porque existe outra raíz sem a descendência de Davi. Somente quando o
Ruach Ha Kodesch, que nos guia para toda a verdade, revelando essas
conexões profundas, podemos então entender sobre a brilhante estrela

23 Levinson aponta que o profeta Jirme’jahu usou pela primeira vez o conceito de uma nova
aliança (Jirme’jahu – Jeremias 31:31). Veja A Rabbi Explicando a Bíblia, p. 17.

53
da manhã que estamos falando aqui. Caso contrário, chamaremos um
outro Jesus, que surge de outra raíz. Voltaremos neste assunto mais
tarde.
Muitos crentes, não têm nenhuma dificuldade ao lêem esta frase. Eles
irão concordar plenamente com esta frase, sem perceber e entender a
profundidade desta declaração. Mas por quê?
Quando os Cristãos vêem Yeshua como o Filho de Deus e a Raíz e
chamam a árvore de Cristianismo, eles não sentem que há algo errado
nisto. No entanto, usando a comparação acima, uma nova árvore modi-
ficada foi criada. Porque o cristianismo se cortou dessa raíz, então
Yeshua, dá ênfase e testifica, dizendo que ele é a raíz e linhagem de Davi.
Você já observou o que acontece quando você corta as raízes de uma
árvore? Mesmo que a seiva continue fluindo por muito tempo, em algum
momento a árvore morre.
A própria Escritura não conhece o “Cristianismo”. Yeshua não veio ao
mundo para começar uma nova religião, Ele veio para cumprir o que os
profetas falaram. Os apóstolos pregavam sobre as promessas da Escri-
tura. A Escritura fala de judeus e goyim, nações . Na carta para os Roma-
nos no décimo primeiro capítulo nos versículos dezessete e dezoito, diz:
“E se alguns dos ramos foram podados, e, tu, sendo oliveira brava, foste
enxertado entre outros, e agora participas da mesma seiva que flui da oli-
veira cultivada, não te vanglories contra esses ramos. Porém, se o fizeres,
recorda-te, pois, que não és tu que sustentas a raiz, mas, sim, a raiz a ti...”
Vangloriar-se dos ramos é colocar a família de Davi de lado para subs-
tituir e se gabar do Cristianismo. Esta árvore “Cristianismo” nunca foi
concebida por Yahweh.
Quem pode ser lavado através da morte sacrificial de Yeshua e com a
aliança de Yahweh, é recebido e se une ao Seu povo, é enxertado e torna-
se parte da oliveira, um símbolo para Israel. Em Salmo quarenta e cinco
nos versículos onze e doze, isto significa que este agora é o Seu povo e
a Casa do seu Pai: “Escuta, ó filha, considera e inclina os teus ouvidos em
atenção; esquece o teu povo e a casa paterna. E assim encantará tua beleza
o Rei, e sendo Ele teu senhor, inclina-te em reverência perante Ele.”
Quem ainda não percebeu, que muitas igrejas têm colocado o machado
na raíz da árvore, Israel, está que esquecendo que ele mesmo, de acordo
com Romanos 11:1, faz parte desta árvore. E somente por meio desta
conexão, tem acesso à água da vida. Sem esta água alguns frutos nunca

54
amadurecerão. Sem esta água, os grãos de areia nunca serão lavados de
seus próprios olhos, para reconhecer que Israel é a menina dos olhos do
Senhor.
A noiva deve saber toda a verdade, caso contrário ela não seguiria com
o seu próprio casamento. Tudo pareceria desconhecido e estranho para
ela antes. Como ela poderia dizer sim no altar, se ela estava esperando
por um outro noivo?
Se você quiser descobrir a raíz de uma árvore, terá que cavar. Exis-
tem muitas árvores e muitas raízes. Yeshua quer prevenir isso. Esta-
mos cavando na raíz errada, é por isso que Ele nos chama para cavar
na árvore correta: A descendência de Davi. Se nós formos para a linha-
gem de Davi e escavarmos os registros passados, cavamos de Davi para
Moshe (Moisés), para Ja-akov (Jacó), para Jizhak (Isaque) e Abraham
(Abraão). E assim encontraremos os pais da fé na raíz: A aliança de
Yahweh começou com Abraão.
Quem quiser entender Yahweh e a sua própria identidade em Yeshua
deve voltar à raíz na qual Yeshua se identifica: (Apocalipse 22:16). Nós
podemos agora, neste oitavo e último “Eu sou“, adicionar aos outros “Eu
sou“ que Yeshua cita e absorver isto espiritualmente.
Quando a Sua Palavra está em nós e nós Nele, também estamos na raíz
e não podemos mais ser cortados e separados dessa raíz.

AS SETE ALIANÇAS DE YAHWEH


Podemos no total, distinguir entre sete alianças diferentes, que são cons-
truídas uma na outra. A sétima aliança é uma aliança renovada, mas não
é uma aliança nova! Na aliança renovada, a Torá, com o poder do Ruach
Ha Kodesch, não é mais escrita em tábuas de pedra, mas sim, no coração
daquele que crê. Aquele que crê é então guiado pelo Espírito a guardar a
Torá, a lei de Yahweh. Com isso, um caminho de bênçãos e abre.
1. A Aliança do Éden
2. A Aliança de Adão
3. A Aliança de Noé
4. A Aliança Abraâmica
5. A Aliança de Moisés
6. A Aliança Levítica
7. A Aliança Renovada

55
A aliança Abraâmica foi uma aliança unilateral e representa a Salva-
ção. A aliança com Moisés foi uma aliança de condições. Primeiro o povo
de Israel saiu do Egito (salvação), e então receberam a Torá no Monte
Sinai, com instruções que geravam bênçãos caso as cumprissem, ou caso
não observassem essas instruções, entravam em estado de maldição. Na
Aliança Levítica o Reino do sacerdócio foi estabelecido. E na Aliança
Renovada Yahweh expandiu essas alianças e suas verdades: A Salvação,
a Torá e o ofício do rei e sacerdote, tornam-se uma só carne em Yeshua.
Yahweh não escreve mais essas verdades para as da aliança renovada
em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, através do Ruach Ha
Kodesch. Somos salvos do Egito e então recebemos as instruções para as
bençãos (Torá)24.
Quando nós falamos que Yeshua está se identificando como a raíz, tam-
bém podemos dizer que ele é a personificação da aliança renovada, que
está ligada em todas as outras alianças.

A raíz são os patriarcas Abraham, Jizhak e Ja-akov


O povo judeu cresceu a partir dessa raíz. Yahweh se concentrou exclu-
sivamente na oliveira cultivada e não na oliveira brava, os gentios das
nações pagãs. Yahweh se concentrou depois na oliveira brava por que
agora ela faz parte dessa raíz, como podemos ver na carta aos Efésios:
“Portanto, lembrai-vos de que, anteriormente, éreis gentios por natureza,
chamados Incircuncisão pelos que se chamam Circuncisão, feita no corpo
por mãos humanas; estáveis naquela época sem Messias, separados da
comunidade de Israel, estranhos às alianças da Promessa, sem esperança
e sem Deus no mundo.” (Efésios 2:11-12).
Quando Yeshua veio, Ele era a raíz e o centro do cultivo da oliveira. Os
judeus que passavam a acreditar em Yeshua, faziam parte da oliveira
cultivada, e os primeiros crentes dos gentios, se fundamentavam nos
apóstolos e profetas que eram todos judeus.
Quando o imperador romano Constantino fundou a igreja estatal cristã
no século IV, os “cristãos”, que eram os crentes das “nações pagãs”, foram
sistematicamente separados de suas origens judaicas. No Concílio de
Nicéia na Ásia Menor em 325 d.C, nenhum judeu foi convidado. Através
da influência de Constantino, muitas práticas pagãs foram introduzidas
na fé e surgiu a religião cristã. O sábado e as festas bíblicas, no qual

24 Rabino Ralph Messer: www.torah.tv, “Ancient Foundations”

56
Yeshua, seus Talmidim25 e os apóstolos guardavam, foram substituídos
pelo domingo e por festas pagãs.
Houve e ainda há hoje alguns judeus fiéis que se apegaram a Yeshua e
que junto com Yahweh, escreveram e escrevem a Sua história!
As promessas a Israel como Povo ainda existe, e no futuro todo Israel
será salvo.
Se estudarmos as nossas raízes judaicas, temos um objetivo diante dos
nossos olhos que é nos transformarmos na imagem de Yeshua. Para que
possamos conhecê-lo melhor e assim nos tornarmos uma noiva à Sua
imagem e semelhança.

A SEMENTE DE ABRAÃO
Yahweh chama Abraão, e através de sua fé e obediência, ele se torna
um embaixador e portador das bênçãos. Com a vida de Abraão, podemos
entender os planos eternos de Yahweh e o Seu maravilhoso plano de sal-
vação.
Abraão foi uma semente da qual o Senhor trouxe um povo como uma
bênção para os goyim, da qual todas as nações da terra queriam fazer
parte. Nem Abraão e seus filhos e netos, o povo de Israel, se esforça-
ram para cumprir esta tarefa especial. Foi Yahweh quem colocou este
chamado nele. Yahweh revelou-se a Abraão e seus descendentes de uma
maneira única para os seus chamados para preparar o goyim: Então
afirmou Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. E deveis dizer aos filhos de
Israel: Eu Sou me enviou a vós outros!” (Êxodo 3:14). Yahweh queria aben-
çoar a todos nós através de um povo. A ênfase não depende apenas da
eleição dos judeus para o bem dos judeus, mas também para o bem das
nações. Como que este plano de salvação de Yahweh foi mal entendido
e modificado. Até hoje, o orgulho e a arrogância dos gentios para com os
judeus por causa de sua posição entre os povos tomam conta das igrejas.
Foi a mão de Yahweh que os separou, não foram os próprios judeus! A
semente de Abraão é divinamente moldada e agraciada.
A eleição de Abrão (mesmo antes de Yahweh concluir a aliança com
ele, e ser chamado Abraão), o capacitou a:
…ouvir e obedecer a voz de Yahweh: Em Gênesis, Yahweh diz a Abrão:
“Então o SENHOR veio a Abrão e lhe ordenou”: “Sai da tua terra, da
25 Aluno, mais jovem.

57
tua parentela e da casa de teu pai, e dirige-te à terra que te indicarei!“
(Bereshit – Gênesis 12:1).
…A trilhar os caminhos de Yahweh, crescer e dar a vida:“Eis que farei
de ti um grande povo: Eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; serás tu
uma bênção!” (Bereshit – Gênesis 12:2).
... ter um relacionamento íntimo e ser obediente a Yahweh: “Então par-
tiu Abrão como o orientara Elohim,...” (Bereshit – Gênesis 12:4).
... para Yahweh aparecer para ele, e Abraão o adorar e servir: “Então
o SENHOR apareceu a Abrão e lhe prometeu: “É à tua descendência que
darei esta terra!”. (Bereshit – Gênesis 12:7).
... ser moldado por Yahweh, confiar nele e experimentar o constante
cuidado de Yahweh: Quando houve uma fome em Canaã, Abrão entra no
Egito e depois sai novamente. “Do Egito, Abrão, com sua mulher e tudo o
que possuía, subiu em direção ao sul de Canaã. E Ló, seu sobrinho, foi com
ele.” (Bereshit – Gênesis 13:1).
... ter fartura: “Abrão havia enriquecido muito, era proprietário de mui-
tas cabeças de gado, possuía muita prata e ouro também.” (Bereshit –
Gênesis 13:2).
... descobrir que a vida em comunhão com Yahweh, é um caminho com
luz: “Por esse motivo, certo dia Faraó ordena que Abrão seja trazido à sua
presença e indaga-lhe: “Que é isto que me fizeste? Por que não me decla-
raste que ela era tua mulher? Por que alegaste: ‘Ela é minha irmã!’, de
modo que eu a tomasse como minha mulher? Agora, portanto, eis a tua
mulher de volta: toma-a e vai-te!’” (Bereshit – Gênesis 12:18). Suas experi-
ências com Yahweh permitiram que Abrão ...
... se arrependesse, perdoasse: “Do Egito, Abrão, com sua mulher e tudo
o que possuía...” (Bereshit – Gênesis 13:1).
... a viver em harmonia nos relacionamentos: “Então Abrão propõe a Ló:
“Que não haja discórdia entre mim e ti, nem desavenças entre meus pas-
tores e os teus pastores; afinal somos irmãos!’” (Bereshit – Gênesis 13:8).
... a derrotar o inimigo e trazer seu irmão de volta: “Quando Abrão
ouviu que seu parente fora levado prisioneiro, mandou convocar os melho-
res trezentos e dezoito homens treinados para a guerra, nascidos em sua
propriedade, e partiu em perseguição aos inimigos de Dã ...Conseguiu
recuperar todos os bens e trouxe de volta seu parente Ló com tudo o que
possuía, juntamente com as mulheres e todos os demais prisioneiros.”
(Bereshit – Gênesis 14:14-16).

58
... dar o dízimo de tudo: “...Então Abrão lhe entregou o dízimo de tudo.”
(Bereshit – Gênesis 14:20).
… a ouvir as revelações de Yahweh para a vida dele: “Não temas,
Abrão! Eu Sou o teu escudo; e grande será a tua recompensa!” (Bereshit –
Gênesis 15:1) e, também no décimo quinto capítulo nos versículos quatro e
cinco: “’Então imediatamente lhe assegurou Elohim: “Não será Eliézer o teu
herdeiro; mas, sim, filho gerado de ti mesmo será o teu legítimo herdeiro!”.
Então Yahweh conduziu Abrão para fora da tenda e orientou-o: “Olha para
os céus e conta as estrelas, se é que o podes”. E prometeu: “Será assim a
tua posteridade!’” (Bereshit – Gênesis 15:4-5).
... acreditar: “Abrão creu em Yahweh, e isso lhe foi creditado como jus-
tiça.” (Bereshit – Gênesis 15:6).
O sacrifício de Yeshua no Gólgota foi um batismo. A palavra batismo
tem também o significado de “unir”. A propósito, o batismo com água é
uma representação simbólica deste batismo.
Deus faz uma aliança – Abrão, Ele se une a ele: “Com a chegada da
noite veio a escuridão. De repente, surgiu um braseiro que soltava fumaça,
e uma tocha de fogo. E o braseiro e a tocha passaram pelo meio dos ani-
mais divididos. Naquele mesmo momento fez Elohim a seguinte aliança
com Abrão: “Aos teus descendentes dei esta terra, desde o ribeiro do Egito
até o grande rio, o Eufrates.’” (Bereshit – Gênesis 15:17-18).
E somente depois da aliança, Yahweh exige de Abraão e seu povo, um
sinal para esta aliança: “E eis a minha Aliança contigo e com toda a tua
descendência futura, Aliança que deverá ser guardada de geração em gera-
ção: Todos os do sexo masculino entre vós deverão ser circuncidados na
carne. Fareis circuncidar a carne de vosso prepúcio, e essa será a marca
da Aliança entre mim e vós...” (Bereschit – Gênesis 17:10-11).
Abrão foi um intercessor. Ele orou a Yahweh por cura: “Então, em
seguida Abraão orou a Deus, e Deus curou Abimeleque, sua mulher e suas
servas, a fim de que pudessem novamente ter filhos.” (Bereshit – Gênesis
20:17).
Abraão também foi um profeta: “Com certeza Adonai, o SENHOR Sobe-
rano, não realizará nada sobre a terra sem primeiro revelar os seu desíg-
nio aos seus servos escolhidos, os profetas.” (Tere-Asar – Amós 3:7).
“Então o SENHOR falou consigo mesmo: “Ocultarei de Abraão o que pla-
nejo realizar?’” (Bereshit – Gênesis 18:17).

59
Abraão se submeteu totalmente à vontade de Yahweh, ao ponto de
entregar o seu filho Isaque, como oferta de de sacrifício.
Abrão viu seu próprio corpo, já morto e também a perda do vigor do
ventre de Sara (Romanos 4:19): Desde a primeira existência dos pais,
vem a herança da Promessa: Vida dos Mortos.
Yahweh prometeu a Abrão que nele todas as famílias da terra seriam
abençoadas: “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei aquele que
te amaldiçoar. Por teu intermédio abençoarei todos os povos sobre a face
da terra!” (Bereshit – Gênesis 12:3).
Por que Yahweh poderia prometer Abrão que o abençoaria? e que ele
deve ser benção? Porque Abraão acreditou! Então Ele confirma ao filho
de Abraão, Isaque, que fará a mesma promessa que Ele fez ao pai, por-
que Abraão, como disse Yahweh: “… guardou minhas ordenanças, meus
mandamentos, meus princípios e minhas leis!” (Bereshit – Gênesis 26:5).
Mas como Abraão poderia guardar os mandamentos de Yahweh, suas
instruções e a sua lei? Não foi Moisés quem recebeu primeiro a Torá
de Yahweh? Não, Yahweh tinha os mandamentos muito antes de dar a
Abraão Suas ordenanças eternas. Como? Em tábuas de pedra? Não, Ele
deu a Abraão Suas ordenanças eternas (Torá) escrevendo-as em seu cora-
ção. Yahweh conheceu Abraão, e dessa relação íntima ele aprendeu os
direitos de Yahweh, suas Instruções e Sua lei, e as obedeceu. Este sincero
e íntimo andar com Yahweh significa “fé” no conceito hebraico.
Abraão viveu pela graça de Yahweh, e ele sabia disso: “Então declarou
Abraão: “Meu Senhor, se encontrei graça a teus olhos, não passes pelo teu
servo sem te deteres por algum tempo.” (Bereshit – Gênesis 18:3). Yahweh
recebeu Abrão em sua aliança: O sacrifício com sangue dos animais era
uma sombra da imagem da aliança eterna, redenção eterna.

A ALIANÇA UNILATERAL DA GRAÇA26


Esta aliança que Yahweh fez com Abrão foi uma graça unilateral. Esta
aliança foi uma sombra da aliança unilateral da graça de Yeshua: Yeshua
realizou tudo o que era necessário para a nossa salvação. Aqui na Torá,
podemos ver que a graça de Yahweh também estava em ação! Essa graça
unilateral foi suficiente para salvar Abrão.

26 Livro de Pohlmann, Andreas: O Segredo da Fidelidade Eterna de Deus, Estudo sobre a


Aliança de Sangue. media! worldwidewings, 2004.

60
Para entendermos melhor, precisamos saber que os hebreus desenvol-
veram um ritual bem interessante para alianças de sangue. Neste ritual,
diferentes etapas eram seguidas:
1. Troca do manto.
O manto era um símbolo para a pessoa e por meio da troca mútua do
manto, uma promessa era feita: “Eu te dou tudo de mim, minha vida e todo
o meu ser.” (O mistério da fidelidade eterna de Deus, p.17).
2. Troca do cinto onde as armas ficavam presas.
Essa entrega do cinto, era uma símbologia na qual a pessoa abririam
mão da própria força (armas), e se oferecia como proteção: “Eu te dou
minha força e minha proteção. Se alguém ataca você, ele me ataca. Suas
batalhas são minhas batalhas; Vou lutar com você e defendê-lo.” (O misté-
rio da fidelidade eterna de Deus, p. 17).
3. Divisão do animal.
No auge da aliança, um animal era dividido ao meio. O animal aba-
tido dividido ao meio, representava os dois que entraram nesta aliança.
Juntos, os dois aliados caminhavam cada um com sua peça de carne. E
disseram: “Estou morrendo para mim mesmo. Dou todos os meus Direitos
sobre a minha própria vida para começar uma nova vida junto ao meu
novo aliado.” (O mistério da fidelidade eterna de Deus, p. 18).
4. Mistura do sangue.
Então, o sangue de cada aliado era misturado, simbolizando o aban-
dono da velha natureza, recebendo assim, uma nova identidade.
5. Mudança de nomes.
Os nomes eram mudados. Cada aliado escolhia um nome para o outro.
6. A cicatriz.
Através do corte para misturar o sangue, passava a existir uma cica-
triz, passando a existir então, um sinal da aliança com o seu agora aliado.
7. A Confissão.
Esta confissão era feita perante testemunhas. As declarações desta
confissão são irrevogáveis: “Toda a minha propriedade pertence a você,
todos os meus pertences e todo o meu dinheiro. Se você precisar de algo,
então é só pegar! Você não precisa mais me perguntar. Tudo o que é meu
também é seu... ” (O mistério da fidelidade eterna de Deus, p. 19 até 20).
8. A ceia da aliança.
A aliança é completada com uma refeição memorial. Pão e vinho que
simbolizavam a carne, e o sangue de um animal.

61
9. Estabelecendo um memorial.
Um memorial era erguido em memória da aliança. Uma árvore é plan-
tada, na qual é borrifada com sangue do animal. Todos os filhos nascidos
e os filhos futuros estão incluídos nesta aliança.
O mais especial sobre a aliança que Yahweh fez com Abrão, é que ela
foi uma aliança unilateral:
“Com a chegada da noite veio a escuridão. De repente, surgiu um braseiro
que soltava fumaça, e uma tocha de fogo. E o braseiro e a tocha passaram
pelo meio dos animais divididos. Naquele mesmo momento fez Yahweh a
seguinte aliança com Abrão: “Aos teus descendentes dei esta terra, desde o
ribeiro do Egito até o grande rio, o Eufrates.” (Bereshit – Gênesis 15:17-18).
Yahweh fez a aliança e dividiu os os animais ao meio. Não foram ambos
que fizeram esta aliança, como no ritual dos Hebreus, mas sim Yahweh
que fez uma aliança com Abrão. A aliança foi iniciada por Yahweh, e
Yahweh foi e é a garantia de que a aliança foi e vai ser mantida.
Quando Yahweh confirmou a aliança, Yahweh também deu um novo
nome a Abrão, e nesta aliança também incluía os seus filhos e netos.
Yahweh deu a posse da Sua terra para Abraão e seus descendentes.
Nesta aliança unilateral entre Yahweh e Abraão, ele está para sempre
ligado aos seus descendentes, é irrevogável. Assim como Yahweh prome-
teu nunca quebrar esta aliança, Abraão também pode não pode deixar a
terra, que lhe dada uma vez em aliança, ser roubada pelas nações. Todas
as outras promessas da aliança também são para e com Israel – caso con-
trário, Yahweh estaria agindo contra a Sua própria natureza ao quebrar
a aliança, o que é impossível. Apesar da repetida infidelidade de Israel,
Yahweh permanece leal a essa aliança – Até os dias de hoje!
Quando a igreja diz que agora a igreja é Israel, então ela declara que
está de acordo com as condições desta aliança de Yahweh, que inclui
seus filhos e netos. A igreja se tornou através do sacrifício de Yeshua,
parte nesta aliança. Mas a igreja agora faz parte desta aliança, e fazer
parte não é tomar o lugar de Israel.

O CONCEITO HEBRAICO LEK LEKA (SAIA!) 27 (BERESHIT – GÊNESIS 12:1).


Em Abraão, podemos ver o que significa quando Yahweh escolhe
alguém, o envia para uma jornada, e lhe confia uma missão. No início de
sua jornada, Abrão ouviu as palavras “...lek leka” (“… Saia! ... “).
27 As Sagradas Escrituras. Traduzido do texto básico. Bíblia Elberfeld, versão revisada, 1985.

62
Lek vem da raíz hlk e significa “vá, venha”. Essa raíz é a base do subs-
tantivo da palavra Halacha, “que descreve mais tarde toda doutrina rabí-
nica judaica, denota andar corretamente”28, como os judeus andam com
Yahweh, e vão, obedecendo aos seus mandamentos. Quando Yahweh
diz a Abraão que ele deve ir para uma terra que Ele mostrará, este “eu
mostrarei” significa um percurso, um caminho que Abraão deve seguir.
Yahweh disse a Abraão: “...Sai da tua terra, da tua parentela e da casa
de teu pai, e dirige-te à terra que te indicarei!” (Bereshit – Gênesis 12:1).
Yahweh também é chamado de “Yahweh, o Deus dos hebreus.” (Shemot
– Êxodo 3:18). Na palavra hebraica “hebreus”, temos a raíz hebraica
“ewer”, que significa “além, da parte de lá”; Hebreu significa “além”, ou
seja, aquele do outro lado do rio. Abraão literalmente saiu da terra na
qual ele viveu (Caldéia, oeste do rio Eufrates) para a terra de Canaã.
Quando passamos da nossa vida antiga para uma nova vida que
Yahweh nos deu, nos tornamos hebreus, ou em outras palavras, segui-
mos o modelo hebraico de fé e do seu professor e Mestre, o Messias de
Israel. Rute também cruzou a fronteira para o outro lado, e foi colocada
como uma mulher hebraica na árvore genealógica. E é exatamente assim
que somos levados à árvore espiritual, ou biblicamente falando, enxer-
tados.
A palavra “lek leka” está relacionada com a palavra hebraica lek
ahare29 , que significa “seguir”, e é usado frequentemente nas igrejas.
A frase hlk ahare é usada em Yirmeyahu (Jeremias), como a imagem
conjugal dos seguidores de Yahweh: “...Eu me recordo bem do teu pro-
fundo e leal amor como minha noiva nos tempos da tua juventude; como
recém-casados, estavas apaixonada por mim e me seguias pelo deserto...”
(Yirmeyahu – Jeremias 2:2). Em Matityahu (Mateus), Yeshua diz a Seus
discípulos para segui-lo:“Me acompanhe ...” (Matityahu – Mateus 16:24)
Aqui é usada a palavra “akoloutheo”, que significa “seguir”; “keleuthos”
que significa “caminho” e “a-”, que significa “juntos”30.

28 Dicionário teológico conciso para o Antigo Testamento. Editado por Ernst Jenni com colabo-
ração por Claus Westermann, Vol. I, Munich: Chr. Kaiser Verlag; Zurique: Editora Teológica,
1971, p. 494.
29 Ibid., P. 490.
30 Elberfeld Study Bible with Language Key, O Novo Testamento, Wuppertal e Zurique:
R.Brockhaus Verlag, 1995, p. 700.

63
Então, resumindo, esta palavra pode significar: seguir, ir junto ou
acompanhar31. Yeshua é o caminho (Yochanan – João 14:6). Se acredi-
tamos em Yeshua, também somos convidados a sair do nosso “sistema”
e trilharmos um caminho com Ele. Se Yeshua chama uma pessoa, então
Ele a convida para fazer este caminho com Ele.
Abrão foi chamado para sair e completar uma missão.
Ele respondeu com a sua fé: “Abraão creu em Yahweh, e isso lhe foi cre-
ditado como justiça.” (Bereshit – Gênesis 15:6). Isso fala sobre uma prova
de fé e devoção a Yahweh. Abraão tinha setenta e cinco anos quando foi
chamado para um novo começo. Pela fé obedientemente ele deixou sua
casa e seus parentes. Ele deixou a terra da Babilônia, o lugar de adora-
ção de ídolos e de pagãos, para trás. Para que? Porque Yahweh queria
abençoá-lo.
Resumindo, podemos dizer que Abraão saiu da casa de seu pai, seus
parentes e da sua cidade para ser o pai de muitas nações e assim Yahweh
o selou.
Em Abraão, temos uma participação na aliança que Yahweh fez com
ele – até hoje. A promessa é para nós, e as promessas são válidas para as
nossas vidas: “Estabelecerei minha Aliança entre mim e ti, e teus futuros
descendentes, de geração em geração, uma Aliança perpétua, para ser o teu
Deus e o Deus de tua raça, depois de ti.” (Bereshit – Gênesis 17:7). Yahweh
em nossa vida é “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. ” (Shemot – Exodo 3:6)
Abraão é nosso pai. Se não nos identificamos com Abraão, estamos fora
do grande plano que o Pai Celestial tem para nós. Até mesmo o próprio
Yeshua se identifica com Abraão. Ele afirma que Ele é a raíz da nossa
crença (Apocalipse 22:16) 32.
Quando vemos as estrelas no céu em uma noite clara, lembramos-nos
claramente da promessa de que somos descendentes de Abraão. Yahweh
disse a Abraão: “...Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes”.
E prometeu: “Será assim a tua posteridade!” (Bereshit – Gênesis 15:5).
Da mesma forma que o primeiro filho de Abraão veio do nascimento
de um milagre, assim nós somos como filhos e filhas, um nascimento

31 “O chamado para os discípulos seguirem a Yeshua foi com uma comunhão duradoura, conec-
tado a Ele, não apenas para aprender, como um aluno aprende com seu professor (Mt 8:19),
mas em prol da salvação reconhecida ou buscada, que ocorre na comunhão com Yeshua ”(Mt
19:21; Lc 9:61, etc.) Ibid.
32 cf. Gálatas 3:29: “E, se sois do Messias, então, sois descendência de Abraão e plenos herdei-
ros de acordo com a Promessa. “

64
de um milagre, um nascimento sobrenatural. Abraão deixou sua casa
onde deuses eram adorados, para andar com Yahweh e seguir a Sua Torá.
Como filhos e filhas de Abraão, somos os únicos em nossa geração que
estão redescobrindo a Torá – e, portanto, as promessas de Yahweh para
conosco. Esta é uma revolução espiritual! Olhando espiritualmente, a
lição do hebraico, lek leka, significa que também devemos obedecer ao
chamado de Yahweh.
Somos chamados para sair do sistema babilônico e ir para a terra pro-
metida (Torá). Estamos deixando o sistema do mundo, religião com suas
tradições humanizadas, festivais e feriados.
Se deixarmos este sistema de idolatria como Abraão fez, nós, assim
como ele, teremos as promessas feitas a ele. Para Abraão, este foi o pri-
meiro teste de obediência a Yahweh. Só depois que ele passou neste
teste, que ele foi guiado para o próximo teste, até que ele finalmente
enfrentou sua última prova, o sacrifício de Yizhak (Isaque). Nós também
somos levados de teste em teste, para que os planos de Yahweh se cum-
pram em nossas vidas.
A seguir, vamos examinar o significado no hebraico dos dois termos
“fé” e “jusiça”.

MAS O QUE SIGNIFICA FÉ?


O conceito hebraico de “fé” se difere do “conceito de fé” grego. Fé significa
no mundo ocidental algo muito parecido com “confiar, acreditar”. O signi-
ficado da palavra “Fé” em hebraico vai muito além: “O básico significado
do hebraico aman, com seus derivados ämät e ämunah (emuna) 33, que
traduzimos como “acreditar”, é “representar o essencial, avançar para
a essência”, em que o teor básico seria como: “Reconhecer lealdade fixa,
verdadeira, confiável a essa coisa ou pessoa e dar destaque, realçar”34. E
se Abraão é chamado de pai da fé (Romanos 4:13 a 25), devemos enten-
der mais profundamente o que significa isto: “Abrão creu em Deus”35. Ele
reconhece Deus como o absolutamente verdadeiro, justo, leal, confiável,
gracioso. “Abrão creu em Deus” também significa: “Ele decidiu confiar
na confiança de Deus, ser firme na firmeza de Deus, ser fiel na fideli-
33 Fé, confiança; “Verbo: he’ḥmḥn, deixar (alguém ou algo) ser firme, tão firme, confiável assistir
sig. “Amém” é derivado dele “. Veja: Dicionário Conciso Bíblico-Histórico. Editado por Bo
Reicke e Leonhard Rost, primeiro volume, p. 575.
34 Léxico da Bíblia. Editado por Fritz Rienecker, Wuppertal: R. Brockhaus Verlag, 1960. p. 495. “
35 Cf. Bereshit – Gênesis 15.6.

65
dade de Deus, andar em verdade para se tornar verdadeiro com Deus”36.
A palavra ämunah/ämät aparece no décimo sétimo capítulo no livro de
Êxodo. Lá nós aprendemos algo muito básico sobre a fé na mentalidade
hebraica.
Os amalequitas tinham começado a lutar contra os israelitas. Em
Êxodo, no capítulo dezessete diz: “Então Moisés ordenou a Josué: “Escolhe
homens, e amanhã sai para combater contra Amaleque; eu me posicionarei
no alto da colina, com o cajado de Deus em minhas mãos!” Fez Josué como
Moisés tinha orientado, e saiu para lutar contra os amalequitas. Enquanto
isso, Moisés, Arão e Hur subiram até o alto da colina. Durante o tempo em
que Moisés ficava com as mãos levantadas, Israel prevalecia no combate;
quando, porém, Moisés baixava as mãos cansadas, Amaleque tinha vanta-
gem. Ora, as mãos de Moisés estavam pesadas; tomando então uma pedra,
puseram-na debaixo dele, para que nela pudesse assentar-se. Arão e Hur
mantiveram erguidas as mãos de Moisés, um de cada lado. Assim suas
mãos permaneceram firmes até o pôr-do-sol.” (Shemot – Êxodo 17:9-12).
Na tradução em inglês está escrito: “... suas mãos estavam firmes”37 ou
“Suas mãos permaneceram firmes”38 (então suas mãos permaneceram fir-
mes e levantadas). O conceito hebraico de fé é a junção de força, firmeza,
persistência, constância, lealdade e devoção. Moisés ficou firme até o
sol se pôr. Firme na fé significa no entendimento hebraico, perfeito, alta-
mente confiável, completo. Significa estar convencido, ser firme e sempre
cheio de determinação para permanecer com ele. Poderíamos dizer então
que a fé de Abraão é uma fé duradoura, totalmente firme, e essa fé era o
fundamento para suas ações.
Yahweh desdobrou Seu plano maravilhoso com Abraão. Por meio do
sacrifício veio a graça, redenção e também o resultado de uma vida redi-
mida e abençoada. Visto que Yeshua é esta raíz, Ele já estava nesta raíz.
Como podemos entender Yeshua, se nos separamos de sua raíz? Como
podemos querer fazer parte da aliança de sangue feita na cruz em Gól-
gota, e nos cortarmos dessa raíz hebraica, que foi uma aliança feita com
Abraão, que se aplica a seus filhos e netos? Isso é uma contradição.

36 Léxico da Bíblia. Editado por Fritz Rienecker, Wuppertal: R. Brockhaus Verlag, 1960. p. 495.
37 Citado em: The Holy Bible, New King James Version, Thomas Nelson Bibles, Thomas Nelson,
Inc. 1982 (de 2 Moshe 17:12).
38 Citado de: The Holy Bible, New International Version, International Bible Society, 1980 (de
Êxodo 17:12).

66
Yeshua não só diz a sua noiva que Ele é a raiz, mas também que Ele é o
descendente de Davi. (Apocalipse 22:16).
Matityahu (Mateus) introduz Yeshua no início de seu evangelho,
como o filho de Davi e o filho de Abraão. Com isso, Matityahu garantiu
a seu leitor judeu que Yeshua é o tão esperado e ansiado Messias. Para
os judeus foi muito importante ver que o Messias era um descendente
direto da linha de Abraão. E como filho de Davi, Yeshua não apenas afir-
mou ser o Messias, mas ao fazer isso também, ele afirmou seus direitos
ao trono como Rei do Reino de Yahweh. Em Yochanan, Nataneal diz que
quando ele conhece Yeshua: “Natanael exclamou: “Mestre, Tu és o Filho
de Deus! Tu és o Rei de Israel!” (Yochanan – João1:49).
Quando Natanael recebeu uma revelação sobre Yeshua, ele viu em
Yeshua, o representante de dois reinos, o do reino celestial através da
filiação de Yahweh e ao mesmo tempo o Reino terreno, ou seja, o Rei
de Jisraëls. O nome judeu Nathan-el significa “dado por Yahweh “ (“pre-
sente de Yahweh“) 39. Natanael só conhecia esta verdade espiritual sobre
o Rabino Yeshua porque Yahweh revelou esta verdade a ele, este conhe-
cimento foi dado a ele por Yahweh.
Como filho de Yahweh, Yeshua também tem o cargo de rei de Israel na
terra. Como Natanael, nós também só podemos perceber Yeshua como
Rei Jisraëls, apenas quando Yahweh nos revela este mistério.
O Filho de Yahweh é o Rei de um reino real e terreno. E se Yeshua é
o centro da nossa identidade, então Ele é o Filho de Yahweh e Rei de
Jisraëls. Não podemos aceitar Yeshua ou como filho de Yahweh, ou como
o Rei de Israel. Ambos são Yeshua. Muitos judeus queriam ter Yeshua
como o Rei de Israel, mas não como o Filho de Yahweh, que veio à terra
como o Filho do Homem para perdoar seus pecados. Muitos crentes das
nações em sua maioria conhecem o Filho de Yahweh, que traz salvação
e vida eterna. Mas não conhecem ou não querem reconhecê-lo como Rei
de Israel. Um reconhecimento puramente intelectual é insuficiente. Por
quê? Porque de acordo com o conceito hebraico de fé, fé sempre significa
ação. Acreditar que Yeshua é o Rei traz todas as consequências do Seu
Reino com ele!

39 “Presente de Deus” Ajuda no Estudo da Bíblia, Oxford, Impresso na University Press, Lon-
dres: Henry Frowde, p. 217.

67
Se eu reconhecer Yeshua como o Filho de Yahweh e o Filho do Homem,
estou longe de viver em Seu Reino e Sua realeza, para que eu possa
servi-lo como Rei de Israel. Quando um inglês vive em seu país de ori-
gem, ele pode e deve ter todos os direitos de um cidadão inglês. Mas isso
não significa que ele tenha acesso à corte real e ele também não pode
participar dos assuntos governamentais da corte real. Ele tem direitos
com base em sua nacionalidade, mas nenhum poder da côrte real. Ele
não será enviado em nome da Rainha e não levará a sério os interesses
diretos da família real. Mesmo que esta comparação não se aplique um a
um, podemos aprender de maneira impressionante certas verdades espi-
rituais com este exemplo.
Os crentes que conhecem o Filho de Yahweh e o Filho do Homem têm o
perdão de seus pecados, recebimento da vida eterna, cura em Seu Nome,
expulsam demônios e tomam terras em nome de Yeshua para salvar as
pessoas do reino das trevas.
Mas uma vez que eles não estão apoiando o Rei de Israel, eles não têm
a missão e a visão de cuidar dos interesses do Reino.
Mas quando nos movermos pela côrte real, estaremos familiarizados com
o ambiente e as tarefas específicas da política real que nos são confia-
das.

Primeiro, somos treinados na côrte real para que possa existir diferentes
perspectivas na côrte. O rei ama seu país e seus habitantes e gostaria,
que sua terra fosse apreciada e seus habitantes homenageados. Se nós
como representantes da Côrte real estivermos viajando em nosso próprio
país ou talvez até pelo mundo, seremos leais ao nosso Rei e guardare-
mos a Sua terra. Nós retornaremos à visão do Rei e ensinaremos outras
pessoas sobre sua maneira de pensar. Ele diz que seus compatriotas são
amados, amados por causa de seus pais. Nós seremos assim treinados
com uma nova maneira de olhar as mentiras do inimigo em que nos torna-
mos expostos. Vamos destruir as grandes mentiras do inimigo, que levou
o povo judeu em todo o mundo a serem odiados e perseguidos. O inimigo
só conseguiu fazer esta teia de aranha ir ao mundo todo até os judeus,
porque os crentes não conhecem o rei dos judeus e não querem serví-
lo como um Rei dos judeus. E se podemos viver na côrte real do rei dos
judeus, não podemos sair e falar mal de seus parentes de sangue, ignorá-
los ou tratá-los da maneira errada. Isso seria infidelidade e traição.

68
Curiosamente, também podemos ver que o reino messiânico será um
reino universal, que inclui os judeus e goyim juntos. Com isso, Yeshua
está ao lado de Seu povo Israel.

ALIANÇA COM MOISÉS


Assim como Yahweh guiou Abraão, ele também queria guiar o seu povo
através de Moisés. Ele queria ensiná-los e instruí-los em todas as coisas.
Todas as revelações de Yahweh sobre si mesmo e sua justiça estão resu-
midas na Torá.
A Torá mostra que pecado, sacrifício, redenção, graça, santificação,
direito e justiça são e apontam para o Messias, que concluirá tudo no fim.
Ele foi a Torá que se fez carne: “E a palavra se fez carne.”40 (Yochanan –
João1:14).
A Torá não é apenas uma doutrina, mas também uma aliança, uma
relação legal na qual vincula Yahweh e Seu povo. A Torá não é sobre
informações intelectuais, mas sim um ensino dado por Yahweh para apli-
car em todas as suas áreas de vida, de mãos dadas com Yahweh. Através
do conteúdo da aliança, Yahweh deu ao Seu povo ao mesmo tempo uma
constituição estadual. Ele assim preparou Seu povo, que até então eram
nômades. Yahweh estabeleceu as condições para as bênçãos e maldições
na Torá. Seu maior desejo era que Ele transbordasse bênçãos para o Seu
povo em forma de paz, saúde, amor, alegria e riqueza. Se eles escolhes-
sem a bênção, eles estariam prestando um testemunho tremendo para
as nações. Eles poderiam ter mostrado às nações como eles conseguiram
viver em paz e devoção e também a participar das bênçãos.
A Torá também inclui as condições do contrato de um casamento
judeu, a “Ketubá”. O casamento entre Yahweh e Israel ocorreu no Monte
Sinai (chamado também “Monte Horebe”).
A Torá é, portanto, doutrina, aliança, constituição do Reino e o con-
trato de casamento. Uma vez que o casamento é indissolúvel diante de
Yahweh, esta aliança entre Yahweh e Israel também é indissolúvel. Sem-
pre houveram pessoas ao longo da história, na qual seguiam o caminho
de Yahweh e trilhavam os caminhos dEle, assim como fazem até hoje.
Mas, repetidamente, os israelitas deixavam e desobedeciam os cami-
nhos de Yahweh:
40 Citado em: The Holy Scriptures. Traduzido por Hermann Menge, Stuttgart: Bíblia alemã
sociedade, 1994.

69
“Lembra-te e jamais te esqueças de que muito provocaste a ira de
Yahweh, teu Deus, no deserto. Desde o dia em que fosses liberto e saís-
tes da terra do Egito, até a vossa chegada a este lugar estais sendo rebel-
des contra Adonai. Até mesmo enquanto subi o monte Horebe irritastes a
Yahweh! E o Eterno se enfureceu contra vós a ponto de pensar em exter-
minar-vos da face da terra. Subindo eu ao monte para receber as sagradas
placas de pedra, as tábuas da Aliança que Adonai estabelecera convosco,
permaneci na montanha quarenta dias e quarenta noites; não comi pão,
nem bebi água. Yahweh deu-me então as duas placas de pedra, escritas pelo
dedo de Deus. Sobre elas estavam escritas todas as palavras que Yahweh
vos proclamara do meio do fogo, quando estavas em assembleia ao pé da
montanha. Após quarenta dias e quarenta noites em sua presença, Yahweh
entregou-me as duas placas de pedra, as tábuas da Aliança. Yahweh orde-
nou-me então: ‘Levanta-te! Desce sem demora, pois teu povo, o que dirigiste
em liberdade para fora do Egito, já se corrompeu! Já se desviaram do Cami-
nho em que Eu os orientara: fizeram para si um ídolo de metal fundido!’ E
Adonai complementou: ‘Vejo claramente o quanto este povo é, de fato, um
povo insubordinável, de dura cerviz!’”(Debarim – Deuteronômio 9:7-13).

Deus então presenteou seu povo com uma bênção e uma maldição.
“Se fielmente obedeceres à Palavra de Adonai, teu Elohim, tendo o zelo
de seguir todos os seus mandamentos que neste dia te ordeno, Yahweh, o
teu Elohim, te exaltará sobre todas as nações da terra! Se ouvires a voz do
Eterno, teu Elohim, virão sobre ti e te acompanharão todas estas bênçãos...”
(Debarim – Deuteronômio 28:1-2).
Enquanto Yahweh tentava incansavelmente por meio de Moisés prote-
ger seu povo e trazê-los de volta para andarem em Seus caminhos para
abençoá-los, podemos ler como Abraão, bem naturalmente, ouviu a voz
de Yahweh, obedeceu e andou em justiça, guardando seus estatutos e
mandamentos. É por isso que Yahweh foi capaz de abençoar Abraão de
tal forma que, a bênção foi derramada em abundância sobre ele e pro-
meteu-lhe que através da sua semente, todos os seus descendentes serão
abençoados.
Abraão é o modelo humano na qual Yahweh pôde e quis abençoar. Ele
obedeceu à voz do Eterno. Yahweh ordena que Abraão deixe a sua terra
natal: “...Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e dirige-te
à terra que te indicarei...” (Bereshit – Gênesis 12:1), e a reação de Abraão

70
é simplesmente descrita da seguinte forma: “Então partiu Abrão como o
orientara o Eterno...” (Bereshit – Gênesis 12.4).
Abraão não era teimoso, ele não escolheu seu próprio caminho, ele
ouviu as instruções de Yahweh, e por causa disso ele foi um modelo de
bênção. Yahweh queria o mesmo modelo de bênção através de Moisés e
de todo o seu povo.
Yahweh foi ainda tão além, que até aqueles que não eram de Seu povo
receberam as mesmas bênçãos oferecidas se concordassem com seus ter-
mos. Em Yesha’jahu (Isaías) cinquenta e seis, do versículo três ao sete
diz:
“...Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se a Yahweh venha
dizer: “É certo que o Eterno me excluirá do seu povo!” E que nenhum
eunuco reclame: “Não passo mesmo de uma árvore seca!” Pois assim
afirma o Eterno: “Aos eunucos que guardarem os meus sábados, que agi-
rem do modo como me agrada e se apegarem à minha Aliança, a eles darei,
dentro de meu templo e dos meus muros, um memorial e um nome melhor
do que filhos e filhas, um nome eterno, que não será jamais apagado. E
os estrangeiros que se unirem a Yahweh para adorá-lo e servi-lo, para
amarem o Nome do Eterno e dedicar-lhe culto, todos os que guardarem o
sábado deixando de profaná-lo, e que se apegarem à minha Aliança, todos
estes trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha Casa de
Oração. Seus holocaustos e demais sacrifícios serão igualmente aceitos em
meu altar; porquanto a minha Casa será chamada Casa de Oração para
Todos os Povos...” (Yesha’jahu – Isaías 56:3-7). Quando Yahweh abençoa?
Quando obedecemos a Sua voz, guardamos o seu sábado, e nos man-
temos fiel à Sua aliança. Tudo isso Abraão cumpriu, e por causa disso,
Yahweh poderia abençoar Abraão além da medida. Se nós reconhecemos
o modelo da bênção, Abraão, e o seguimos, nós somos abençoados. Basi-
camente, quando abençoamos Abraão, na verdade nós honrando Ele e
reconhecendo o Seu plano!

DESCENDENTES DE ABRAÃO
Visto que os descendentes de Abraão endureceram seus corações,
Yahweh escreveu os seus mandamentos para eles em tábuas de pedra.
Yahweh praticamente segurou um espelho na frente de seus olhos: Ele
queria escrever Seus mandamentos nos corações deles. Mas os seus cora-
ções haviam se tornado tão duros quanto as tábuas de pedra. Yahweh

71
segurou estes corações de pedra para eles através das tábuas de pedra
diante de seus olhos.
Mas o objetivo de Yahweh não era que os israelitas mantivessem as
tábuas de pedra diante de seus olhos para sempre, mas Yahweh queria
novamente os mandamentos de volta para os corações deles. É por isso
que Yahweh falou sobre isso, que Ele queria renovar a Sua aliança com
eles. Esta renovação foi a aliança de sangue que foi feita na cruz do Cal-
vário.
Yeshua completou o caminho que Yahweh fez com Abraão e que seu
povo havia começado. Porque Yeshua completou o caminho, Ele também
é início do caminho – ou usando novamente o exemplo de uma árvore,
a raíz.
Yeshua não só se identifica como a raíz, mas também com a descen-
dência de Davi, que foi crescendo desde a raíz. Um judeu entre Judeus.
Lemos no primeiro versículo do Evangelho de Mateus: “Livro da gene-
alogia de Yeshua o Messias, Filho de Davi, Filho de Abraão.” (Matityahu
– Mateus 1:1). Já aqui é anunciado que é sobre aquele que se sentará
no trono de Davi. Os judeus tinham grandes expectativas sobre o ver-
dadeiro herdeiro do trono de Davi, que os discípulos perguntaram a
Yeshua: “...Senhor, será este o tempo em que restaurarás o Reino a Israel?”
(Atos 1:6). Os discípulos acreditaram que o propósito de Yahweh era res-
taurar o trono de Davi para governar sobre Judá e depois sobre o mundo
inteiro.
Eles não entenderam que Yahweh tinha outro plano: enviar o Messias
para a salvação daqueles andam em obediência, como lemos em Gênesis
quarenta e nove, versículo dez:
“Portanto, o cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de
sua posteridade, até que venha Siló, aquele a quem o cetro pertence, e a Ele
obedeçam todos os povos da terra!”41
Até o rei Davi não havia nenhum rei que governasse as duas casas de
Israel (sob a direção de Efraim) e Judá juntas. Antes disso, todo mundo
fazia mais ou menos o que queriam. Isso levou aos julgamentos de
Yahweh, que foram temporariamente anulados pelo uso de juízes. Até
mesmo o primeiro rei Saul não sabia como fazer com que as pessoas o
apoiassem da maneira adequada – mas seu servo Davi sabia.

41 Citado em: The Holy Scriptures. Traduzido do texto básico, Bíblia de Elberfeld, revisado.
Versão, Wuppertal: R. Brockhaus.

72
Assim, com Davi, pela primeira vez na história um homem assumiu
a Tribo de Judá com um reinado completo e reconhecido sobre todas as
doze Tribos dos descendentes de Israel. Assim começou com Davi o perí-
odo de tempo sobre o qual Israel disse que deveria durar até a vinda de
Siló42. Siló sempre foi a imagem do Messias. Com Davi começa a linha
de governo de Judá, aquela que com a vinda do Messias encontrará sua
conclusão – bem, David será o último na linha de governantes judeus a
governar não apenas Israel e Judá, mas também o mundo inteiro pela
eternidade. Com o Messias, o bastão do governante é dado a alguém que
não desiste do trono. Este Messias se assentará no trono de Davi.

SOBRE A ELEIÇÃO DOS JUDEUS.


Os judeus deveriam ser suas testemunhas entre as nações que servem
apenas à deuses mortos. Eles devem mostrar aos goyim (gentios) o cami-
nho para Yahweh e Sua Torá. Como os judeus falharam, Yahweh enviou-
lhes aquele que é a Torá encarnada, Yeshua. Através dEle, Yahweh reno-
vou Sua aliança com o Seu povo. E também através de Yeshua, Yahweh
também ofereceu aos goyim que fossem aceitos nesta aliança.
Yahweh compara Israel a uma oliveira, quando ele diz aos estrangeiros
para não dizerem que eles são uma árvore seca. Por que não? Porque, se
eles se voltarem para o Deus de Israel, serão enxertados na oliveira. Eles
que antes, eram árvores secas.
Este processo de enxerto significa para uma pessoa do povo gentios
que: Assim como Abraão, ele tem que deixar tudo para trás e encontrar
um novo caminho. Ele deve entender a encarnação da Torá, Yeshua e dei-
xar ser guiado através de seu Ruach Ha Kodesch. Como Abraão, ele deve
obedecer a voz de Yahweh e guardar os seus juízos, estatutos e manda-

42 No Biblical-Historical Concise Dictionary, ed. por Bo Reicke e Leonhard Rost é chamado de


“Silo”: 1. Uma expressão enigmática (hebraico schiloh) na bênção de Jacó sobre a tribo de
Judá (Gn 4910 “até que venha Silo”), talvez possa ser interpretado como “um príncipe” (akk.
Schelu “príncipe” depois . KBLSuppl, 189). A palavra 1) foi entendida como um título messi-
ânico (4Q Patriarcal gen 3b “até que venha o ungido certo”; Vulg. “Até que venha aquele a
ser enviado”; Luthertrans. “Até que o herói venha”); 2) como uma construção relativa (LXX
“até o que surgir para ele é verdade “; exegetas modernos seguindo Ez 21:32 “até que venha
a quem é devido” u. gostar.); 3) como um nome pessoal ou geográfico (no primeiro caso
seria um desconhecido [o nome possivelmente relacionado a ḥ⇨ Sela 1.], no segundo significa
“depois de S.” [2]). “Biblical-Histori-dicionário conciso, estudos regionais, história, religião,
cultura, literatura, ed. por Bo Reicke e Leonard Rost, terceiro volume. PZ. Vandenhoeck &
Ruprecht, Göttingen 1966, p. 1794.

73
mentos (Torá). Yeshua confirmou isso: Por que Yeshua diz às igrejas que
Ele é a raiz e que é o descendente prometido de Davi? (Apocalipse 22:16).
As igrejas fizeram de Yeshua seu rei, como José foi feito um dos seus
na casa de Faraó. Para o Egito, José era um deles. Quando José começou
a se mostrar aos seus irmãos, os egípcios (se tivessem visto) não reco-
nheceriam, mais José, seria uma pessoa completamente estranha diante
deles. E quando Yeshua começar a se revelar ao seu povo, os crentes das
nações acharão difícil entender se eles não estudaram a raíz e linhagem
de Davi.
Antes da vinda de Yeshua, ocorrerá um profundo processo de limpeza.
E quando a cobertura dos judeus for tirada, os judeus não terão dificulda-
des para conhecer seu Messias. Por milênios eles têm sido familiarizados
com os judeus.
Por que Yeshua quer restaurar o judeu, a raíz? Porque ele voltará para
sua noiva como um noivo. É ela quem estará junta ao espírito respondendo.
Não está escrito: “As igrejas respondem”, e sim: “O Espírito e a Noiva...”
(Apocalipse 22:17). A noiva deve saber com quem está se casando.
Devemos notar que Yeshua não fez na última epístola mais acusações,
elogios ou promessas. Por quê? Porque não há mais tempo para isso.
A noiva se preparou e ela conhece a identidade de seu Noivo. Vamos
comparar esta situação, com a de um casamento entre homem e mulher:
Antes do casamento, seja antes da cerimônia civil ou antes da cerimônia
religiosa, os papéis devem ser apresentados. Esses papéis provam quem
são o homem e a mulher, a nacionalidade deles e de onde e quem eles
descendem. É exatamente assim que Yeshua os coloca aqui. Os papéis da
sua identidade sobre a mesa.
Somente nesta última carta ouvimos uma reação: A noiva o res-
ponde. A noiva poderia o ter chamado antes desta revelação: “Vem!”
Mas Yeshua, o noivo, não teria vindo. Somente após esta restauração, o
retorno à raiz e a descendência de Davi, o Ruach Ha Kodesch está pronto
para se juntar a Noiva para clamar “Vem!”
O que isso significa para nós?
Nós entramos em um tempo para a preparação da noiva aravés de um
processo de purificação e restauração.
Conhecemos Yeshua como o Messias dos Judeus e Goyim. Nós desco-
brimos suas raízes, de onde Ele vem, sua descendência, que Ele tem um
povo e uma terra na qual de lá, governará quando voltar.

74
Ele quer que sua noiva o conheça e o compreenda como o judeu. Ele
gostaria de mostrar a ela o contexto judaico e colocá-la na tarefa final da
restauração para que o céu possa liberálo.

75
Seminário 6
A Oliveira

Quando Yeshua diz que Ele é a raíz e a descendência de Davi (Apocalipse


22:16), então ele se identifica com a árvore, que é Israel, a oliveira.
A oliveira pode envelhecer muito. Mas para que ela possa se manter
viva, novos brotos devem ser enxertados em sua casca sulcada repeti-
damente. Através deste processo, as raízes estão constantemente ativas
e assim a árvore permanece viva. Isso significa que a oliveira morreria
sem o enxerto, e sem a raíz antiga, o tronco, os novos brotos não prospe-
rariam.
Paulo transfere este processo biológico natural para os crentes: “E se
alguns dos ramos foram podados, e, tu, sendo oliveira brava, foste enxer-
tado entre outros, e agora participas da mesma seiva que flui da oliveira
cultivada, não te vanglories contra esses ramos. Porém, se o fizeres,
recorda-te, pois, que não és tu que sustentas a raiz, mas, sim, a raiz a ti.”
(Romanos 11:17-18). Paulo fala de duas oliveiras – uma cultivada e a
outra, uma oliveira brava. A diferença entre as duas oliveiras é enorme.
Nas escrituras, o estrangeiro fora de Israel é considerado uma árvore
seca: A mistura poderia dizer que ele era uma árvore seca. Mas Yahweh
conforta o estrangeiro dizendo que, ele não deveria dizer de si mesmo
que era uma árvore seca, se ele guarda o sábado, escolhe o que é agra-
dável a Yahweh e a Sua Aliança (Yesha’yahu – Isaías 56:3-7). E então,
o estrangeiro pode ser enxertado na oliveira e passa pelo processo de
enxerto na oliveira cultivada. Ele deixa a árvore seca e é enxertado na
oliveira cultivada.
Se você colocar galhos bravos em uma oliveira cultivada, algo inte-
ressante acontece: o ramo da oliveira brava perde ao primeiro todas as
folhas pequenas e os frutos pequenos. Assim, o antigo ramo bravo fica
nu, desfolhado e infrutífero. Somente quando o ramo bravo permanece
na oliveira cultivada e obtém os nutrientes das raízes, ele começa a ficar
verde novamente e a dar frutos. Quando o processo de enxerto for con-

76
cluído com sucesso, não há diferença entre os ramos bravos e cultivados,
e os frutos da oliveira brava e da cultivada são absolutamente idênticos.
Ambas as azeitonas são carnudas e cheias de Óleo.
Do ponto de vista jurídico, já fazemos parte desta oliveira cultivada.
Mas estamos “nus” porque não queremos sugar da raíz e queremos ainda
nos separar, nos cortarmos dessa raíz. “E ainda dizes: ‘Estou rico, conquis-
tei muitas riquezas e não preciso de mais nada’. Contudo, não reconheces
que és miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu! Portanto,
ofereço-te este conselho: Adquire de mim ouro refinado no fogo, a fim de
que te enriqueças; roupas brancas, para que possas cobrir tua vergonhosa
nudez; e compra o melhor colírio para que, ao ungir os teus olhos, possas
enxergar claramente.” (Apocalipse 3:17-18)
À medida que passamos por esse processo de enxerto, perdemos nos-
sas folhas e nossos pequenos frutos, que não contém muito óleo.

77
Seminário 7
Yeshua

Pensamento hebraico – pensamento grego


Yeshua, a palavra de Yahweh que se fez carne, incorpora ao mesmo
tempo o modo de vida hebraico de viver que é totalmente diferente do
modo de viver grego. O Salmo cento e quarenta e sete diz: “...Ele pro-
clama a Jacó a sua Palavra; a Israel, seus decretos e seus estatutos. Isto,
não o fez a nenhuma outra nação; todas as outras não conhecem as suas
ordenanças. Aleluia!” (Tehilim – Salmo 147:19-20). Se usarmos o modo
de viver e de pensar hebraico, a ênfase não está em primeiro lugar no
hebraico, mas na visão celestial. Pois as coisas celestiais foram dadas a
eles!
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós...” (Yochanan – João 1:14).
Yeshua tornou-se carne. Ele era um judeu, que louvou e honrou a Yahweh –
mas à maneira dos judeus.
Tudo na vida dos judeus deve ser baseado nas instruções da Torá, a
mensagem de Yahweh para o Seu povo, para o Seu povo viver em um
relacionamento com ele. É por isso que existem orações e bênçãos para
todas as áreas e fases de suas vidas.
É por isso que tudo está relacionado a Yahweh e não existe um sistema
de teologia. Para um israelita, sua religião significa seu seguir o caminho
da salvação. É por isso que Yeshua disse “EU SOU o Caminho – a Verdade
e a Vida...” (Yochanan – João 14:6). Um israelita queria ir (Halacha) com
Yahweh e andar em Seus caminhos – na shalom, na Justiça e sabedo-
ria da Torá. Para eles, Yahweh está presente todo o tempo da história
humana, caminhando em direção a um objetivo.
No pensamento hebraico (oposto ao pensamento grego) é muito mais
importante experimentar a verdade em um encontro com Yahweh (Hala-
cha). Andar na verdade é mais importante do que ponderar e analisar
a verdade. Conhecer Yeshua não significa ganhar conhecimento intelec-
tual sobre Ele, mas realmente ter experiências com Ele aqui nesta terra.

78
Assim diz Yahweh sobre Efraim: “Ainda que Efraim tenha erguido mui-
tos altares à Baal para conseguir perdão pelos seus pecados, eles próprios
se tornaram altares para o pecado. Ora, Eu mesmo lhes escrevi, repetidas
vezes, muitos e fundamentais ensinamentos, da minha Torá, Lei; mas o
povo os rejeitou como se fossem complicados e não tivessem valor.” (Tere-
Azar – Oséias 8:11-12) 43.
Yahweh adverte contra a adoção dos padrões deste mundo. Na carta
aos Romanos diz: “E não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede
transformados pela renovação das vossas mentes, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Yahweh.” (Romanos 12:2).
Quanto mais aprendemos a beleza da Torá reconhecemos o cuidado
amoroso do Pai através dela, com maior frequência trocaremos nossos
conceitos grego pelos conceitos hebraicos (conceitos das verdades celes-
tiais). Vou dar um exemplo para representar as diferentes perspectivas
destes dois conceitos: No conceito pagão, o sacrifício significa uma oferta
religiosa a uma divindade, no sentido de sacrifício44 (perda).
“No sacrifício o homem tenta estabelecer relações com os seres huma-
nos, influenciá-los positivamente, seja para reagir a uma influência
desses seres no reino humano ou para causar uma influência desejada.
Atos de sacrifício podem ser encontrados em quase todas as culturas da
humanidade.”45 No conceito hebraico o sacrifício é entendido como um
ato de devoção.
É por isso que Yeshua não trouxe um sacrifício, mas uma oferta:
“...Não existe maior amor do que este: de alguém dar a própria vida por
causa dos seus amigos...” (Yochanan – João 15:13).

43 Bíblia Scofield. Tradução revisada de Elberfeld, Wuppertal e Zurique: R. Brockhaus Verlag,


1992, p. 990.
44 Sacrificar: desistir (algo importante ou valorizado) por causa de outras coisas (desista de
algo em favor de outras coisas) cf. The New Oxford Dictionary of English, Oxford: Claredon
Press, 1998, p. 1634.
45 Na introdução à tradução de Stern do Novo Testamento, ele explica sua escolha do Termo
“completo” neste versículo. A palavra grega “plerosai” é reproduzida com “preencher”. No
entanto, as traduções usaram a palavra “cumprem”. Ele escolhe o termo “completo” devido
ao texto – o Sermão da Montanha. Matitjahu 5:17 é, de acordo com Stern, “sua frase central”.
Veja o novo Testamento judaico. Uma tradução do Novo Testamento que reflete suas origens
judaicas. Por David H. Stern, Stuttgart: Hänssler, 1994, p. XXV.

79
Brit Hadashá.
Yeshua era e é a Torá viva. Sua vida é a Torá vivida de uma forma per-
feita. Yeshua disse: “Não penseis que vim destruir a Torá ou os Profetas.
Eu não vim para anular, mas para cumprir.” (Matityahu – Mateus 5:17). O
que significa então “cumprir”46. Yeshua preencheu com com a sua vida as
profecias conforme foi predito no Tanach. E o cumprimento das profecias
não jogam estas profecias fora. E o mesmo vale para a Torá. Yeshua cum-
priu a Torá perfeitamente, algo que ninguém mais poderia fazer. Yeshua
confirma e plenifica a Torá. Ele diz no Evangelho de Mateus: “Com toda
a certeza vos afirmo que, até que os céus e a terra passem, nem um i ou o
mínimo traço se omitirá da Torá até que tudo se cumpra. Qualquer, pois,
que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens
será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir
e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus.” (Matityahu – Mateus
5:18-19).
Ele viveu perfeitamente para a Torá e através da Torá e Ele era a Torá.
Ao ler a Torá, lemos de tal forma que reconhecemos Yeshua nas instru-
ções e ensinamentos. Olhamos por trás do que está escrito, pela janela, e
vemos aquele que fez da palavra carne, através de sua vida.
Até mesmo a palavra “Torá” em linguagem pictórica aponta para
Yeshua: 47
A primeira letra, Taw, significa “sinal”, “sinal da cruz”
A segunda letra, Waw, que aqui carrega a vogal “o”, significa “Gancho”
ou “prego”.
Rêš, que vem em seguida, significa “cabeça” (como em Rosh Hashaná,
por exemplo: a cabeça do ano)
E a última letra, He, que significa “janela”.
É assim que a palavra “Torá” pode ser interpretada: O homem que foi
pregado na cruz, que pode ser visto através da janela.
O Tanach era o mundo de Yeshua. Yeshua ordenou a Seus discípulos
que fizessem Talmidim (discípulos) de todos os povos: “Portanto, ide e
fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a obedecer a

46 “Mandamentos”, “Instruções”.
47 Cf. 1ª carta em hebraico. Método de Toussant-Langenscheidt. Linguagem escrita e fala. Aulas
para auto-estudo de adultos pelo Prof. Dr. Carl Willing. Pressão e Editora-livraria u. Loja de
impressão (Prof. B. Langenscheidt), Berlin-Schöneberg, Bahnstr. 29/30, pp.15.

80
tudo quanto vos tenho ordenado...” (Matityahu – Mateus 28:19-20). A base
doutrinária dos Talmidim era o Tanach. Os escritos da Aliança renovada
ainda não existiam!
Quando Yeshua estava ensinando, a qual livro Ele estava se referindo?
A “Aliança Renovada?” Não, pois ainda não existia. Ele ensinava tudo
relacionada ao Tanach. Podemos dizer que seiscentos e treze ordenanças
de Yahweh nos mantêm em Seus caminhos. As decisões que tomarmos
hoje determinarão nossos caminhos no futuro.Claro, não devemos igno-
rar o fato de que os crentes das nações vivem muitos conceitos da Torá
através da Brit Chadashá, até mesmo porque as Escrituras Apostólicas
foram escritas fundamentadas na Torá. No entanto, outros conceitos da
Torá, como as festas de Yahweh, a guarda do sábado, etc., são completa-
mente esquecidos.

Torá.
Excursão para os estudos da Torá.
O estudo da Torá também é comparado com o descascar de uma cebola.
Quanto mais cascas (camadas) você remove, mais fundo você entra no
coração.48 Rabino Ralph Messer descreve os seguintes métodos para as
análises de textos: 49
 “Pashat” – Fácil; neste nível, a pessoa estuda a Torá ao simplesmente
ler o texto.
 “Remez“ – Indicar algo ou se referir a algo; o texto aponta para uma
verdade mais profunda do que pode ser vista na superfície.
 “Drash” – Pesquisando, hermenêutica; Estudo das escrituras ou outras
fontes, explora e busca o significado, por exemplo: Em determinada
história, o que aponta para o rei; isso inclui pesquisas (midrash50 ).
 “Sod” – Escondido; É o estudo do significado mais escondido de uma
passagem.
A palavra “Torá” vem da raíz hebraica jrh (“ensinar”), o que repre-
senta um problema linguístico, uma vez que as três raízes jrh podem
ter significados diferenciados, por exemplo, jrh pode significar “ensinar”
48 Cf. B’nai Avraham: http://www.bnaiavraham.net/.
49 Rabino Ralph Messer: www. torah.tv, Fundações Antigas.
50 “pesquisa”

81
mas também poderia significar “lançar, atirar”51, que seria um derivado
da seguinte interpretação: “a mão que estende os dedos, para mostrar o
caminho”52. Sob a Torá (originalmente chamada de “instrução”53), torna-
se geralmente entendida como “lei”. Mas a Torá é muito mais do que
Lei.54 Ela contém todas as instruções dos cinco livros de Moisés, no qual
ele recebeu de Yahweh no Monte Sinai. Na Torá, Yahweh determminou
todas as instruções para o Seu povo, de como eles deveriam viver corre-
tamente diante dEle. Na Torá Yahweh se reveleu. Nela, ele afirmou o que
é sábio, puro e justo. Podemos dizer que a Torá é um manual onde pode-
mos ler, como vivermos nossas vidas agradando a Yahweh e como cami-
nhar na estrada das bênçãos. Além da Torá escrita, existe uma espécie
de Torá “oral”, na qual as revelações de Yahweh foram passadas através
das gerações ao longo dos séculos.
A Torá (as instruções de Yahweh) e a graça são falsamente entendidas
como opostas: Muitos acreditam que as leis que Moisés gravou se apli-
cam apenas aos israelitas, não são mais válidas com a morte de Yeshua e
para os crentes não se aplicam mais na aliança renovada. Para sustentar
este argumento, muitos citam o seguinte texto de Romanos: “Porquanto
o pecado não poderá exercer domínio sobre vós, pois não estais debaixo
da Lei, mas debaixo da Graça! Súditos da Justiça pela.” (Romanos 6:14).
Realmente, nós não estamos mais debaixo da lei do pecado e da morte!
Mas através do Ruach Ha Kodesch somos levados ao espaço espiritual
para viver com as instruções (Torá). Quando seguimos essas instruções,
permanecemos no espaço que dá vida. Torá e Graça são inseparáveis e
trabalham de mãos dadas. “...Porque todos pecaram e destituídos estão
da glória de Deus.” (Romanos 3:23). Ou seja, nós não seremos salvos por
guardar a Torá. Nossa carne é fraca e nós não somos capazes de seguir-

51 Dicionário teológico conciso sobre o Antigo Testamento. Dois volumes. Editado por Ernst
Jenni sob Colaboração com C. Westermann, Vol. II, Munich: Chr. Kaiser Verlag; Zurique: Teo-
lógico, 1976, p. 1032.
52 A interpretação do ano II, com o significado “molhar / ser molhado” (cf.Ibid.).
53 Dicionário conciso bíblico-histórico, estudos regionais, história, religião, cultura. Literatura.
Editado por Bo Reicke e Leonard Rost, Volume 1, AG, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen
1966: p. 559.
54 Levinson escreve em “A Rabbi Explains the Bible”: “A Torá é chamada, é responsabilidade,
é Licitação. Saber e proclamar isso talvez nunca tenha sido mais urgente do que nos nossos.
Dias “Levinson, Nathan Peter: Um rabino explica a Bíblia, Munique: Chr. Kaiser Verlag,1982,
p. 37.

82
mos a Torá perfeitamente. E é por isso que a graça é tão importante: “Por-
quanto, aquilo que a Lei fora incapaz de realizar por estar enfraquecida
pela natureza pecaminosa, Yahweh o fez, enviando seu próprio Filho, à
semelhança do ser humano pecador, como oferta pelo pecado. E, assim,
condenou o pecado na carne, para que a justa exigência da Lei se cum-
prisse em nós, que não andamos segundo a natureza carnal, mas segundo
o Espírito.” (Romanos 8:3-4).
Todas nós um dia estaremos diante do tribunal de Yahweh: “...Pois
todos compareceremos diante do tribunal de Yahweh.” (Romanos 14:10). E
visto que a Torá nunca foi anulada, isto é, todos são culpados perante o
tribunal. Somente aqueles cuja a dívida foi paga por Yeshua estão livres.
Mas eles não são livres para pecar, mas livres para andar em liberdade
na Torá!
Mas então, o que significa a graça? A graça é um presente imerecido,
uma assistência. Mas graça não significa que temos um passe livre para
pecarmos, não anula a Torá, não substitui a obediência e também não eli-
mina a obrigação de fazermos boas obras. Fomos libertos da escravidão
do pecado, mas somos agora escravos de Yahweh: “Não estais informa-
dos de que ao vos entregardes a alguém como escravos para lhe obedecer,
sois escravos deste a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, seja
da obediência que leva à justiça? Todavia, graças a Yahweh, porquanto,
embora havendo sido escravos do pecado, obedecestes de coração à forma
do ensino a que fostes submetidos. Vós fostes libertos do pecado e vos tor-
naram escravos da justiça.” (Romanos 6:16-18). A escolha para ser “Escra-
vos de Yahweh” tem como resultado final, a vida eterna: “Porque, quando
éreis escravos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. E que fruto
colhestes, então, das atitudes das quais agora vos envergonhais? Pois o
resultado final delas é a morte! Contudo, agora libertos do pecado, e tendo
sido transformados em escravos de Yahweh, tendes o vosso fruto para a
santificação55, e por fim a vida eterna.” (Romanos 6:20-22). Yeshua não
veio para anular a Torá ou os profetas, mas para plenificar, completá-
los (Matityahu – Mateus 5:17). O quadragésimo segundo capítulo de
Yesha’jahu (Isaías), está relacionado a Yeshua: “Aprouve a Yahweh, por
causa da sua justiça, tornar a Torá, a Lei, grande e majestosa.” (Yesha’jahu –
Isaías 42:21). Yeshua diz que quem o ama, guarda os Seus mandamentos.
(Yochanan – João 14:15). Para compreender melhor, é importante saber

55 Nota de HS: “Tornado santo” pelas instruções de Yahweh, a Torá.

83
que no Tanach (Torá, Newiim e Ketuwim), três tipos de leis podem ser
distinguidas:
 Os Dez Mandamentos (ver Shemot – Êxodo 20);
 Estatutos, jurisprudência e instruções (ver Shemot – Êxodo 21 ao 23);
 A lei cerimonial (ver Shemot – Êxodo 25 ao 40).
Os Dez Mandamentos estão no centro da Torá de Yahweh. Os primeiros
quatro Mandamentos, incluindo santificar o sábado, mostram como pode-
mos amar e conhecer Yahweh. Os outros seis Mandamentos, declaram a
vontade de Yahweh de como devemos lidar com os nossos semelhantes.
Os estatutos e a jurisprudência tratam da aplicação dos Dez Mandamen-
tos a situações específicas.
As leis cerimoniais são um acréscimo e foram adicionadas posterior-
mente. Os sacrifícios de animais e ofertas rituais só aconteceram depois
que o tabernáculo havia sido consagrado e eram apenas temporários. E
apenas este foi declarado encerrado após a morte de Yeshua.
Paulo enfatiza a importância de fazer o que a Torá diz para sermos
justos aos olhos de Yahweh: “Pois, diante de Deus, não são os que simples-
mente ouvem a Lei considerados justos; mas sim, os que obedecem à Lei,
estes serão declarados justos.” (Romanos 2:13). É a Torá que nos mostra
o que é pecado: “...pois é precisamente por meio da Lei que chegamos à
irrefutável conclusão de que somos todos pecadores.” (Romanos 3:20). Até
os dias de hoje, a Torá mostra como somos pecadores e que nós somos
culpados: “O Messias nos redimiu da maldição que é anunciada na Lei
quando, a si próprio se tornou maldição em nosso lugar...” (Gálatas 3:13). A
“dívida” que foi fixada na cruz, não se refere à lei de Yahweh (Torá), mas
sim os nossos pecados (a lei do pecado e da morte). A Torá não pode ser
uma maldição. A Torá é uma bênção. Paulo quis dizer com esta declara-
ção de que não estamos mais debaixo da legalidade, mas sim, debaixo da
graça (Romanos 6:14), graça essa que nós, quando nos arrependemos e
começamos a obedecer à lei de Deus, não nos torna mais sujeito à pena
de morte que a lei impunha, porque nós experimentamos um perdão
imerecido.
E “Toda pessoa que vive costumeiramente pecando também vive em
rebeldia contra a Lei, pois o pecado é transgressão da Lei.” (I Jokhanan –
I João 3:4).
O anexo da tradução de David Stern do Novo Tesouro Judaico, contém
um “registro de passagens do Tanach que são citadas no Brit Hadashá56”.

84
No Brit Hadashá, foram encontradas quatrocentos e oitenta e uma cita-
ções do Tanach, que são citadas no total de seiscentos e noventa e cinco
vezes – citações diretas ou declarações que se referem ao Tanach. Então,
tanto Yeshua quanto os outros discípulos tomaram o Tanach como base
para seu ensino.
No Tanach está a vida e a bênção.
Apenas cinco, dos vinte e dois livros não são citados na Brit Hadashá:
Cânticos, Rute, Lamentações, Provérbios e Ester.

56 Cf. O Novo Testamento Judaico. Uma tradução do Novo Testamento feita por judeus, levando
em consideração a origem. Por David H. Stern, Stuttgart: Hänssler, 1994, pp. 496 a 502

85
Seminário 8
A Noiva do Cordeiro.

O caráter da noiva.
A noiva é descrita como uma virgem que se preparou, que é sábia, que
tem uma lâmpada e suprimento de óleo. Ela é gloriosa, santa, sem man-
cha, sem ruga ou qualquer outra imperfeição. Ela está a espera. Ela dá,
ao Homem que é a raiz e descendente de Davi, uma resposta, quando ela
o chama: “Vem!”, “E e sua noiva já está preparada. Para vestir-se, foi-lhe
providenciado linho fino, puro e resplandecente. O linho fino representa os
atos de justiça dos santos.” (Apocalipse 19:7-8).
Paulo exorta os homens da carta aos Efésios a amarem as suas mulhe-
res como o Messias amou a Sua igreja messiânica e se entregou por ela.
(Efésios 5:25). O Messias se entregou pela igreja messiânica pelo seguinte
motivo: “A fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água por
meio da Palavra, e para apresentá-la a si mesmo como Igreja gloriosa, sem
mancha nem ruga ou qualquer outra imperfeição, mas santa e inculpável.”
(Efésios 5:26-27). A noiva responde ao Noivo que se apresenta a ela como
“...Eu Sou a Raiz e o prometido Descendente de Davi, e a brilhante Estrela
da Manhã.” (Apocalipse 22:16) com: “Vem!” (Apocalipse 22:17).

As virgens e a Oliveira.
Se transferirmos os dois tipos de azeitonas das duas oliveiras, a culti-
vada e a brava, para a parábola das dez virgens sábias e tolas, chegare-
mos a uma conclusão interessante, uma informação rica. O evangelho
de Mateus diz: “Portanto, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens
que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco
delas eram sábias, mas outras cinco eram inconseqüentes. As que eram
inconseqüentes, ao pegarem suas candeias, não levaram óleo de reserva
consigo. Entretanto, as prudentes, levaram óleo em vasilhas, junto com
suas candeias.” (Matityahu – Mateus 25:1-4).

86
A palavra virgem é chamada de betula em hebraico e bátala em ara-
maico, que significa “separavit”57 (separada, isolada).
As virgens tolas tinham suas lâmpadas, mas não tinham óleo em seus
recipientes. O que significam as lâmpadas que elas tinham? Yochanan
descreve a presença de Yeshua como uma lâmpada: “Ele era uma can-
deia que queimava e iluminava...” (Yochanan – João 5:35). Isso significa
que todas as virgens tinham a lâmpada que é “Yeshua”. Quando é dito
que as virgens prepararam suas lâmpadas (Matityahu – Mateus 25:7),
elas apontaram – espiritualmente falando – cheias de expectativas para
Yeshua, que é a Lâmpada.
A lâmpada que ilumina representa um relacionamento pessoal e
íntimo com Yeshua:
“O espírito do homem é a lâmpada de Yahweh, a inteligência e o discer-
nimento humano revelam tudo o que se passa no corpo.” (Mishle – Provér-
bios 20:27). Sobre os ímpios, lemos que:“Pois não existe futuro para o per-
verso: a lâmpada dos ímpios está simplesmente se extinguindo.” (Mischle
– Provérbios 24:20).
As virgens sábias tinham óleo em abundância, que mantinham em
seus recipientes. As tolas tiveram apenas óleo suficiente para que as suas
lâmpadas iluminassem inicialmente. E o que é sabedoria para Yahweh?
Davi, o homem segundo o coração de Yahweh, nos mostra o caminho da
sabedoria no Salmo 119: “Ensina-me bom senso e entendimento, pois depo-
sito toda a minha confiança em teus mandamentos.” (Tehilim – Salmos
119:66), e: “O coração deles é absolutamente insensível; eu, contudo, tenho
prazer na tua Lei.” (Tehilim – Salmos 119:70), bem como: “Os teus manda-
mentos me fizeram mais sábio que meus adversários, porquanto estão sem-
pre comigo.” (Tehilim – Salmos 119:98). O Salmo diz que Seus mandamen-
tos o tornaram mais sábio que os anciãos, “Tenho mais discernimento que
os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos.” (Tehilim – Salmos 119:100), e
que ele detesta os caminhos da mentira, “Graças aos teus preceitos tenho
entendimento; por isso, detesto todos os caminhos da mentira!” (Tehilim –
Salmos 119:104). Ele afirma que a Sua Palavra ilumina: “A exposição
das tuas palavras ilumina e dá entendimento aos inexperientes!” (Tehi-
lim – Salmos 119:130). E no versículo 174 diz: “Anseio por tua salvação,
Yahweh, e tua Lei é meu maior prazer!”(Tehilim – Salmos 119.174).

57 König, Eduard: Dicionário hebraico e aramaico para o Antigo Testamento, Wiesbaden:


Dr. Martin Sendet oHG, 1969, p. 51.

87
Linho puro
“...E sua noiva já está preparada. Para vestir-se, foi-lhe providenciado
linho fino, puro e resplandecente.” (Apocalipse 19:7-8).
Quando estudamos as leis de santificação da vida cotidiana, encon-
tramos a instrução de Yahweh para não usarmos vestes que contenham
duas espécies de tecidos (Wajjikra -–Levítico 19:19). E em Deuteronômio,
fala sobre o tecido: “Também não usarás roupas com fios de lã e de linho
misturados no mesmo tecido...” (Debarim – Deuteronômio 22:11). Yahweh
ensinou ao seu povo através dos sacerdotes o puro e o impuro, para dis-
tinguir entre o santo e o profano: “Estes homens consagrados orientarão
meu povo a distinguir entre o santo e o profano, e lhe ensinarão a discernir
entre o que é puro e o que é impuro.” (Jeheskel – Ezequiel 44:23). Apren-
demos que os sacerdotes não havia cumprido sua tarefa: “Seus sacerdo-
tes violentam a minha Torá, Lei, e profanam as minhas ofertas sagradas;
não fazem a menor distinção entre o sagrado e o profano; pelo contrário,
ensinam que não existe nenhuma diferença entre o que é puro, e o que é
impuro; e fingem que não percebem a quebra dos meus shabbãths, sába-
dos; de modo que sou desonrado e desprezado por todo o povo em Israel.”
(Jeheskel – Ezequiel 22:26).
Por que para Yahweh, a diferença entre puro e impuro, santo e pro-
fano era tão importante? Porque de acordo com a lei bíblica, tudo que era
impuro, precisa ser redimido. Por outro lado, o que era puro poderia ser
oferecido (oferta). Yeshua, que era puro, ofereceu-se para redimir o que
era impuro. É por isso que a ignorância e a confusão são mortais, porque
não redimem o que é impuro.
A veste é feita de um único tipo de tecido, não é misturada com outros
fios. O vestido de noiva será limpo de todas as misturas, que se infiltra-
ram por meio da teologia da substituição e suas consequências pagãs,
como a abolição do dia sagrado, o sábado. Yahweh abençoou este dia e o
distinguiu de todos os outros dias.

Sem manchas ou rugas.


Como mencionado, a noiva será limpa de todas as manchas e rugas. O
que são manchas e rugas? Pessoas que passam pelo processo do enve-
lhecendo, adquirem rugas com o passar dos anos. Será que nós através
de tradições antigas, as tradições humanas nos tornamos enrugados?
Somente coisas humanas podem adquirir rugas. Aquilo que é espiritual,

88
puro, nunca ganhará rugas. As verdades espirituais são portanto, sem
rugas. Se através do Ruach Ha Kodesch nos limparmos das tradições
antigas, todas as rugas serão lavadas. Quando seguimos os estatutos dos
homens, como por exemplo ao santificarmos o primeiro dia, o domingo.
Estaremos caminhando humanamente e adquiremos rugas. Se isto é,
espiritualmente falando, “lavado”, então nós guardaremos o sábado, dei-
xaremos as tradições de homens e voltaremos para a verdade espiritual.
E quando andamos no espírito e em sua verdade espiritual, não há sinais
de envelhecimento, não há manchas ou rugas.
Yeshua Ha Mashiah só pode ter uma noiva ao Seu lado, que o conhece
e compartilha o Seu estilo de vida. Durante a época do casamento, a
noiva na antiga Israel, se preparava para a nova casa. E é com isso que
a noiva de Yeshua deve ocupar-se: Ela está ocupada com a casa de seu
futuro marido, em como agradá-Lo.
Yeshua não veio para anular a lei (Torá), mas para preenchê-la, pleni-
ficá-la.
Voltando à última carta, depois que o Espírito e a Noiva chamarem
Yeshua, lemos que: “E todo aquele que ouvir responda: “Vem!” Quem sen-
tir sede venha, e todos quantos desejarem, venham e recebam de graça a
água da vida!” (Apocalipse 22:17).
Com o chamado de Ruach Ha Kodesh e da noiva, Yeshua conclui a
apresentação de Sua pessoa. Em última análise, Ele se apresenta como
aquele que dá gratuitamente a água da vida aos sedentos.
A questão é: por que Yeshua está adicionando essa declaração aqui
por último? O que esta declaração tem a ver com a identidade de Yeshua
que Ele está tentando restaurar, e por que ela aparece exatamente aqui?
Yeshua certa vez usou palavras muito semelhantes para incentivar as
pessoas sedentas a vir e beber – e isto aconteceu em um dia muito espe-
cial. No último dia da Festa dos Tabernáculos, Yeshua proclamou publi-
camente, bem provavelmente durante o ritual de derramamento de água,
proclamado publicamente: “Se alguém tem sede, deixai-o vir a mim para
que beba!” (Yochanan – João 7:37). Durante a Festa dos Tabernáculos, há
o ritual de derramamento de água no sétimo dia da Festa dos Tabernácu-
los, o Hoshaná Rabá. o “Grande Hoshaná”, no qual os judeus oram acima
de tudo pela salvação de Yahweh através do Messias. Os sacerdotes de
Yesha’jahu (Isaías) disseram: “Com o coração repleto de alegria tirareis
água pura das fontes da salvação!” (Yesha’jahu – Isaías 12:3) e derramou

89
água do tanque de Siloé sobre o altar. O significado natural era que a
época das chuvas havia começado. O significado espiritual deste ritual
aponta para o Messias que virá, e da água viva do Espírito dará. Quando
Yeshua pronuncia essas palavras no último dia da Festa, Ele está dando
um sinal de que Ele é o Messias esperado.
Na Escritura (Shemot – Êxodo 34:22), Sucôt (Festa dos Tabernáculos)
também é chamada de a “festa da colheita no fim do ano”. A colheita de
frutas e uvas que ocorre nas semanas e meses anteriores, fecha o ano da
colheita com essas comemorações da safra. Sucôt é a festa da colheita
e a festa da água. Quando Yeshua voltar para buscar a sua noiva, esse
momento também será uma festa de colheita especial.
As declarações de Yeshua abaixo, indicam uma Festa dos Tabernácu-
los bem especial:
A noiva será reunida, e aqui Yeshua confirma mais uma vez que ele
é o messias esperado dos judeus: Eles pegarão água do próprio Messias
e não mais do Siloé58. Mas a princípio, apenas um judeu entenderá essa
conexão.
Também podemos formular da seguinte forma: Se “apenas” conhe-
cemos o Jesus dos cristãos-gentios e não o Yeshua como a raíz e a des-
cendência de Davi, não entendemos todas essas conexões, falamos duas
línguas.
Yeshua quer que no final possamos compartilhar da alegria de pegar
a água em um entendimento ainda mais profundo, juntamente com os
judeus. Por isso, ele nos aconselha a estudá-lo como a raíz e linhagem
de Davi. A Mishná59 afirma: “Quem não viu o júbilo em Bêt Hasche’ûba60
não viu o júbilo em sua vida.”61. O tema central da Festa dos Tabernácu-
los é a alegria: “No último feriado da Festa, você está tão comprometido
com o hallel, a alegria,... como em todos os outros dias dessa festa.”62 Esta
cerimônia é descrita da seguinte forma:
“No final do primeiro dia da festa, as pessoas desceram ao salão femi-
nino para esabelecerem uma importante decoração. Haviam castiçais
de ouro com quatro taças de ouro no topo, quatro escadas na frente de
cada castiçal e quatro jovens do início do sacerdócio com quarenta e dois
litros de jarros de óleo, na qual cada um enchiam as taças com óleo. As
vestes e os cintos dos sacerdotes eram transformados em pavios; estes
eram acesos, e não havia um pátio em Jerusalém que não refletia a luz de
BêtHasche’ûba.63 Os devotos e os homens saíam a frente com as tochas

90
acesas em suas mãos. Dançavam e tocavam canções e cânticos: Incontá-
veis levitas tocavam harpa, lira, címbalo, trombeta e outros instrumen-
tos correspondentes aos quinze degraus que desciam do salão dos israeli-
tas ao salão das mulheres.” (Sukka IV, trecho V) 64.

Quão rápido o tempo voa na Côrte real! O lema de tudo que foi aprendido
é “Implementar! Seja o fazedor do que é ouvido!” Isso é enfatizado dia-
riamente para que não apenas todos tenham internalizado, mas também
todos consigam expressar em forma de ações e atividades. Existem cur-
sos de orientação especial, que falam apenas sobre como cada um pode
implementar pessoalmente o que ouviu durante este período de restaura-
ção. Viver o que é ensinado, isso é um conceito hebraico.

58 Shiloah: Siloé uma fonte em Jerusalém.


59 A Mishná” vem de “schano”, “repetir”, “aprender”; no uso de hoje uma coleção de teoremas
da lei transmitida oralmente (Halachot). Juntos com a Gḥmara (as discussões explicativas e
críticas sobre a Mishná) formam o Talmud.
60 Possivelmente o lugar da água ou uma referência ao santo entusiasmo e ao pro inspiração
fética tirada deste festival; de acordo com Maimunis Mishnakom-momentaneamente é o
lugar onde a festa aconteceram; de acordo com uma explicação mais recente deve (a casa
de iluminação) designar a área iluminada do templo. Compare Mishnajot: As seis ordens
da Mishná. Texto hebraico com pontuação, tradução alemã e Declaração, Parte II, Ordem
Moed. Traduzido e explicado por Eduard Baneth (tomando o tratado SHABBAT editado por
A. Sammter). Basel: Victor Goldschmidt Verlag, 1968, p. 353.
61 Ibid., P. 353.
62 Ibid., P. 351.
63 A declaração diz: “Visto que os castiçais eram tão altos e a parede oriental, um tinha pouca
altura ... poderia o mar de luz que fluía do salão das mulheres, sem obstáculos inundar toda
a cidade. (Observe a forma ativa ... em vez da passiva ...:Os pátios não estavam apenas bem
iluminados, eles até refletiam uma luz forte.) “Mishnayot: As seis ordens da Mishná. Texto
hebraico com pontuação, alemão. Tradução e explicação, Parte II, Ordem Mo’ed. Traduzido e
explicado por Eduard Baneth (com exceção do tratado SHABBAT editado por A. Sammter).
Basel: Victor Gold Schmidt Verlag, 1968, p. 354.
64 Ibid., P. 353 a p. 354.

91
Seminário 9
Consequências pessoais no
processo da restauração.

Tarefas finais da noiva.


Todos na Côrte Real sentem que é uma grande honra que a noiva seja
usada neste processo de restauração. Todos ajudam a desenterrar o que
foi enterrado, a trazer de volta o que foi perdido, a descartar o que está
errado e, no lugar disso, estabelecer o que é a verdade. A noiva é desig-
nada para restaurar o palácio real (verdades espirituais) para que o rei
possa retornar e se mudar para o seu palácio.
Todos os dias, sabendo que são a noiva do Rei, todos começam a lim-
par, construir e restaurar a Sua casa. A luz que todos receberam aqui, traz
consequências para suas próprias vidas. Todos têm um desejo ardente de
conduzir os outros, especialmente os recém-chegados, à luz e de ajudá-
los a perceber e se integrar no processo de restauração.
Nesta recém-percebida ordem de Yahweh, colocamos grande ênfase
para pregar “o Evangelho primeiro aos judeus”, em espalhar as boas novas
para os judeus e o seu Rei, de interceder para que o véu que está sobre os
olhos dos cristãos e do povo judeu fora da Côrte real, embora de maneiras
diferentes, seja retirado.
Todos são gratos pelos irmãos judeus os estarem ajudando neste pro-
cesso de restauração pessoal e comunitária. Algumas pessoas se lembram
de que antes de virem para a côrte real, isso não era tão óbvio.
Houve ocasiões em que alguns nem notaram os judeus. Então, você
finalmente percebeu os judeus e quis ajudá-los até o dia em que final-
mente eles chegassem à côrte real: Mais cedo ou mais tarde todos tive-
ram a experiência de que os judeus são as raízes que os carregam, que os
nutrem e que agora participam da “rica raíz da oliveira”. (Romanos 11:17).
O que foi dito aqui é ilustrado por uma fórmula matemática divina. Aliás,
há seminários especiais, que são quase um dos meus cursos favoritos,

92
nos quais os judeus são apresentados a essas leis matemáticas divinas e,
acima de tudo, são preparados para as consequências que isso acarreta
para eles. Outro dia, um seminarista me disse que os judeus realmente
preferem que estes cursos sejam só entre eles. Mas o núcleo dos seminá-
rios giram em torno da seguinte pergunta e em como respondê-la.

Uma fórmula matemática divina.


Podemos mudar a relação entre judeus e não judeus de uma forma
expressa matematicamente divina?
“Assim, pois, profetiza Yahweh Elohim dos Exércitos: “Eis que naqueles
dias, dez homens de todas as línguas e nações agarrarão firmemente
a barra das vestes de um judeu e exclamarão: ‘Sim! Iremos convosco,
porque temos ouvido que Elohim, Yahweh está convosco!’” (Tere Azar –
Zacarias 8:23).
Esta profecia confirma que Yahweh não rejeitou o Seu povo!
Com base nesta promessa de Yahweh, faremos uma pequena projeção:
Para cada judeu haverá dez gentios, com cem judeus haverá mil e para
dez mil judeus haverá cem mil gentios a serem encontrados. Você pode
imaginar a dimensão oculta nesta promessa? Em Zacarias, no oitavo
capítulo, versículo vinte e dois, diz que muitos povos e nações poderosas
virão buscar Yahweh Todo-Poderoso em Jerusalém e suplicar seu benefí-
cio. Pagãos em massa na proporção de um para dez. Com um milhão de
judeus, serão dez milhões de gentios.
Parece algo improváel? Mas serão esperadas muitas nações!
Os habitantes irão de uma cidade a outra e pedirão a seus residentes
que vão a Jerusalém para adorar lá ao Elohim “‘...e os habitantes de uma
cidade irão a outra e convidarão: ‘vamos depressa rogar o favor de Yahweh
e buscar o SENHOR dos Exércitos; eu mesmo já estou a caminho!’ E assim,
muitos povos e nações poderosas virão buscar Yahweh Todo-Poderoso em
Jerusalém e suplicar seu beneficio!” (Tere-Azar – Zacarias 8:21-22).
A questão é: por que e com que propósito dez homens de todas as lín-
guas dos goyim (gentios) se agarrarão as vestes de um homem judeu?
Essa lei espiritual deve ser representada pela lei de um ímã. Um ímã é
um corpo, que atrai ou repele magneticamente outro corpo. Atração ou
repulsão magnética é um fenômeno natural fundamental. A direção e
força das forças magnéticas podem ser claramente ilustradas por linhas

93
de campo. O eletromagnetismo é produzido quando uma corrente elé-
trica flui através de um condutor.65
O campo magnético, o poder do Espírito de Yahweh, que flui em um
judeu nascido de novo, é tão forte que atrai dez gentios. Isto é neste caso,
não um fenômeno natural, mas um fenômeno espiritual. Você provavel-
mente está agora se perguntando se existe realmente uma lei espiritual
e se existe, por que este princípio de Yahweh não entra em vigor, onde
você vê dez gentios das nações pagãs agarrando as vestes de um judeu?
Vamos pegar nossos ímãs novamente e colocarmos um tecido entre
as duas partes ou apenas em uma das duas partes. Quanto mais grosso
o tecido, mais a atração é perdida. Vamos transferir agora esta imagem
ao reino espiritual: Quanto mais forte for o véu diante de nossos olhos
espirituais, menos esse mecanismo de atração pode ocorrer, chegando ao
ponto de ficar completamente inoperante.
Se um gentio começa a perceber que um certo cristão está perseguindo
judeus crentes, pode ter quase certeza de que o véu já foi retirado um
pouco dos olhos do cristão gentio.
Quando o Ruach Ha Kodesh conduz um cristão gentio ao ponto em
que tanto o “Velho” quanto o “Novo” Testamento são um livro judaico
e ele está pronto para se abrir às raízes hebraicas da nossa fé, um pro-
cesso interessante começa: Passo a passo, o Espírito de Yahweh substitui
uma tradição cristã, o desejo cristão de defendê-la como verdade, pelo
desejo de manter a verdade judaica. Nesse processo, chega um ponto em
que começamos a perceber que não podemos realmente compreender a
Bíblia em sua profundidade e em seu contexto original, porque ela sem-
pre foi lida fora da realidade judaica.
Este efeito de atração realmente leva a uma compreensão mais judaica,
da qual não se pode mais escapar e, acima de tudo, você não quer mais
escapar: E para compreender melhor a realidade judaica, você descobre
que só pode obter certas respostas dos judeus. Pois é completamente inú-
til correr para homens e mulheres das nações gentias. Quanto mais o
véu é retirado dos próprios olhos espirituais, mais ocorre o efeito acima
descrito do efeito magnético “até os judeus”.
Este exemplo magnético também pode ser usado para ilustrar a pro-
porção de um para dez de atração entre judeus e as nações: O potencial

65 http://de.wikipedia.org/wiki/Magnet.

94
espiritual do crente, judeu nascido de novo é dez vezes mais forte. Um
bom exemplo é com a porta de uma geladeira. Cada porta de geladeira
é magnética. Na qual com uma certa distância, atrai pequenas placas
magnéticas. Assim é com os gentios, você não pode resistir e ficar. O
mecanismo nunca funcionaria ao contrário: uma pequena placa magné-
tica não poderia abrir a porta de uma geladeira.
Por que Yahweh determinou isso? E por que a atração espiritual dos
judeus é dez vezes mais forte? A única explicação para isso é por causa
da ordenança que Yahweh deu, para que os judeus fossem luz para as
nações. E eles serão luz, como lemos acima em Tere-Azar – Zacarias capí-
tulo oito, versículo vinte e três. Desde quando Yahweh fez uma aliança
com Abraão, Ele fez com que ele e e seus descendentes, o povo de Israel,
começassem a se familiarizar com as realidades espirituais. Nos falta
esta compreensão e esse entendimento hebraico de fé, que veio de
Yahweh. E apenas os judeus têm essa luz espiritual. Por meio deles pode-
mos compreender verdades espirituais e conexões que só nós, sem eles,
não teríamos como perceber. E para realmente conhecer Yeshua, o Mes-
sias, o Rei dos Judeus, precisamos da sabedoria de Seus compatriotas,
que encontraram seu destino através de Yeshua.

95
Seminário 10
A restauração.

Descobrindo a Torá (restauração).


Quando descobrimos a validade da Torá para nós, acontece algo que
pode ser representado através de uma comparação entre o tabernáculo
e a Torá.
Quando olhamos para fora do tabernáculo, vemos apenas suportes e
panos e uma entrada. E toda a estrutura não parece particularmente
atraente se olharmos do lado de fora.
Só descobrimos as riquezas quando entramos pela porta. O mesmo
acontece quando olhamos para o rolo da Torá de fora: Lá vemos dois
“suportes” e um “pano esticado” entre eles, e então dizemos que a Torá é
uma maldição e um fardo e nada mais do que legalismo.
À medida que entramos pela porta do tabernáculo, descobrimos a sal-
vação, a purificação, o banho na água da Palavra, a vida em comunhão
com o Ruach Ha Kodesh, o ofício de sacerdote e a vida como rei na pre-
sença do Altíssimo. Da mesma forma acontece, quando passamos pela
porta (Yeshua), somos salvos e abrimos a Torá, descobrimos a beleza da
Torá – suas instruções para viver, suas alianças e tudo isto, unido em um
lugar santíssimo, em Yeshua, a HaTorá.

Sinônimos para “Torá”.


Sem a revelação do Ruach Ha Kodesch tudo isto é visto como: Maldi-
ção, Fardo e Legalismo. Quando o Ruach Ha Kodesh revela a Torá para
nós, conseguimos vê-la como: Palavra viva de Yahweh; O coração de
Yahweh; Cuidado; Força; Leveza; Água Viva.
Os profetas falam que, Yahweh buscará e reunirá as ovelhas dispersas
da casa de Israel (Jirmeyahu – Jeremias 31:10). Ele irá torná-los um com
a casa de Judá, e haverá uma nova instrução, Torá, que estará neles (Yir-
meyahu – Jeremias 31:27-33). Ao estudar a Torá, descobrimos Seu nome,

96
Suas festas, Seu dia sagrado e Seu reino com seus habitantes e aqueles
que lá governam, as regras e regulamentos lá, por exemplo para comida
com seus habitantes e as regras e regulamentos que lá vigoram.

Yeshua: a palavra hebraica para Jesus

Yeshua era um nome judeu muito comum naquela época. No “Y”, de


Yeshua, encontra-se o nome Yah. Yeshua significa Yahweh que salva. Cada
vez que Ele se apresentava como Yeshua, Ele estava confessando que Ele
era o Yahweh que salva.
Especialmente na herança cultural hebraica, um nome representava
sempre a pessoa que leva o nome. É por isso que o Messias é chamado de
Yeshua, porque Ele foi chamado para salvar os judeus e limpar o mundo
de seus pecados. O anjo Gabriel instruiu Miriam (Maria) a nomear seu
filho Yeshua: “Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Yeshua, por-
que Ele salvará o seu povo dos seus pecados”. (Matityahu – Mateus 1:21).
Por outro lado, o nome Jesus vem do nome grego “Iesous / IHSOUS” e do
latim “Iesus”. “Iesous” é uma forma adaptada do nome da deusa grega da
cura, “Iesos/Iaso”, filha de Apolo.
Muitos desses adoradores de Ísis converteram-se à religião de Constan-
tino66, na qual os pensamentos, maneiras e costumes pagãos se mistura-
ram à fé messiânica e além disso, foram cortados das raízes hebraicas.
(Esta mistura nos lembra o culto ao bezerro de ouro!).
Mashiach ou Messias é a palavra hebraica correta para se referir ao
ungido. Cristo vem da palavra grega “Christos” e significa “o ungido”. O
imperador romano Constantino adorava ao “Christos Helios”, que significa
“Cristo, o verdadeiro Sol”.

66 Wylie, JA: História, Doutrina, Espírito e Visões do Papado [sic!]. Fonte premiada em Gelis-
chen Alliance na adaptação alemã, Elberfeldt: Impresso e distribuído von Wilhelm Hassel,
1854, p. 27.

97
A nacionalidade de Yeshua.
Inúmeros crentes de todas as nações não identificam Jesus como o Mes-
sias judeu. Muitos não sabem que Yeshua é judeu.
Nascimento.
Yeshua nasceu judeu, filho de pais judeus. Ele era descendente de Davi e
nasceu na cidade de Davi chamada Belém.
“Este é o livro da genealogia de Yeshua, Filho de Davi, Filho de Abraão.”
(Matityahu – Mateus 1:1).
Circuncisão.
Yeshua foi circuncidado no oitavo dia de acordo com as normas da Torá.
A circuncisão é um sinal físico da aliança entre Yahweh e Seu povo
Israel. No Evangelho de Lucas diz: “Completando-se os oito dias para o
Berit Milah67 do menino, foi-lhe dado o nome de Yeshua, o qual já havia
sido outorgado pelo anjo antes de Ele nascer. De igual modo, ao completar-
se o tempo da purificação deles, de acordo com a Torá, José e Maria leva-
ram o bebê Yeshua até Jerusalém para apresentá-lo a Yaweh no templo.
Assim como está escrito na Torá de Yaweh: “Todo primogênito nascido do
sexo masculino deverá ser dedicado ao Senhor.’” (Lucas 2: 21-23).
Rabino.
Yeshua era um rabino judeu. Um rabino é um mestre, um professor. No
primeiro capítulo do evangelho de Yohanan (João), diz: “Então Yeshua,
voltando-se e vendo que os dois o seguiam, disse-lhes:
“Que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi , onde estás hospedado?’”
(Yohanan – João 1:38).
Um rabino ensina através de parábolas. Yeshua também ensinou atra-
vés de parábolas: “Todas essas coisas falou Yeshua à multidão por meio de
parábolas e nada lhes dizia sem usar palavras enigmáticas.” (Matityahu –
Mateus 13:34).
De acordo com o pensamento judaico, os alunos (Talmidim), pertencem
a um rabino.
Aqueles pertencentes ao círculo mais próximo dos alunos, eram seus
discípulos: “Yeshua, tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes poder

67 Notas de rodapé inseridas por HS; Berit Milah: circuncisão física (David H. Stern: O Novo
Testamento Judaico).

98
para expulsar espíritos imundos e curar todas as doenças e males.” (Mati-
tyahu – Mateus 10:1).
Torá.
Yeshua ensinou as escrituras judaicas e ensinou a Torá como todo rabino.
Ele obedeceu a Torá. A segunda carta aos coríntios diz: “Yahweh fez
daquele que não tinha pecado algum a oferta por todos os nossos peca-
dos, a fim de que nele nos tornássemos justiça de Yaweh.” (II Coríntios
5:21). Yeshua era um homem sem pecado, isto é, ele guardou a Torá e
ensinou seus Talmidim a guardarem a Torá. Pecado significa transgres-
são da Torá! Na primeira carta de Yohanan diz: “Todo aquele que vive
costumeiramente pecando também vive em rebeldia contra a Torá, pois o
pecado é transgressão da Torá.” (I Yohanan – I João 3:4).
Yeshua fala sobre si mesmo e sobre como guardar os mandamentos:
“Não penseis que vim destruir Torá ou os Profetas. Eu não vim para anular,
mas para cumprir. Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus e a
terra passem, nem um Jud68 o mínimo traço se omitirá da Torá até que tudo
se cumpra. Qualquer, pois, que violar um destes menores Mizvot69 e assim
ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele,
porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus.”
(Matityahu – Mateus 5:17-19).

O nome de Yahweh.
Yahweh comunicou pela primeira vez o Seu nome a Moshe (Moisés). Isto
é relatado no terceiro capítulo de Êxodo: Porém, Moisés acrescentou:
“Quando eu for aos filhos de Israel e comunicar: ‘O Deus de vossos pais
me enviou até vós’ e me questionarem: ‘Qual é o seu Nome?’ – que deve-
rei dizer?” Então afirmou Yahweh a Moisés: “Eu Sou o que Sou. E deveis
dizer aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros!” Disse Yahweh
ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘Yahweh, Elohim de
vossos antepassados, o Elohim de Abraão, o Elohim de Isaque e o Elohim
de Jacó me enviou até vós. Esse, pois, é o meu Nome eternamente, e assim
serei lembrado de geração em geração!’” (Shemot – Êxodo 3:13-15).

68 Nota de rodapé inserida por HS; Jud: Iota, a menor letra do alfabeto hebraico (David H. Stern:
O Novo Testamento Judaico).
69 Notas de rodapé inseridas por HS; Mitzvot: Mandamentos (David H. Stern: O Novo Testa-
mento judaico).

99
Deus, assim como as formas comuns Deus, God, Gad, Gud, são pala-
vras germânicas teutônicas e foram usadas para deuses seres-humanos
na mitologia pagã. No Cristianismo, este nome Deus foi então usado para
Yahweh.
Gad era o deus babilônico/cananeu /sírio da “sorte” ou “sucesso”, ele
também era chamado de Meni, deus do “destino”, que era visto como
“deus da lua”. A cidade de Gad recebeu o nome deste deus. Gad era iden-
tificado como Júpiter e foi usado por Nimrod, esse cujas principais carac-
terísticas eram as do “deus do sol” ou da “divindade do sol”. Gud era o
nome anglo-saxão para “Deus bom” em oposição ao “Deus mau”.

Assembléia dos chamados para fora (O Encontro dos convocados).


O Espírito de Yahweh, o Ruach Ha Kodesh, dará aos crentes uma nova
consciência de que eles foram convocados. A palavra hebraica Kahal ou
Kehilla denota um local de reunião pública dedicado a Yahweh e onde
os crentes se reúnem. Estes termos hebraicos não se referem ao edifí-
cio, mas sim às pessoas que se reuniram. Ao contrário da palavra igreja,
que tem sido usada até os dias de hoje. A palavra igreja vem da palavra
anglo-saxônica “circe” e refere-se à deusa grega Circe, filha do “deus sol
Hélios” grego. “Igreja” significava um prédio onde os rituais pagãos eram
realizados.

O Sábado (Shabat).
“Sabeis sempre encontrar um meio de negligenciar os mandamentos
de Deus, com o propósito de estabelecerdes a vossa própria tradição!”
(Marcos 7:9).
A maioria dos cristãos celebram naturalmente o domingo como um dia
de descanso. Lemos na Bíbla que Yahweh definiu o sétimo dia como um
dia de descanso. Nós nunca questionaríamos isso. Mas quando estamos
prontos para ouvir o Espírito de Yahweh no processo da restauração,
ficamos maravilhados ao descobrir que a palavra “domingo” nem mesmo
aparece na Bíblia. É costume colocar números nos dias da semana. O
dia seguinte começa, de acordo com o calendário lunar, à noite do dia
anterior.
É assim que contavam os primeiros seis dias: Dia um (domingo), Dia
dois (segunda-feira), etc... E a sexta-feira foi chamada de dia da prepa-
ração (Lucas 23:54). O sétimo dia foi chamado de Shabat (sábado).

100
Domingo, o “dia um“, não era o sétimo dia, o dia de descanso, mas sim
um dia de trabalho. O “dia um” (domingo) é mencionado apenas nove
vezes na Bíblia.
Quando ocorreu essa mudança para guardar o domingo em vez do
sábado? No Catecismo da Doutrina Católica para Convertidos, a justifi-
cativa para isso é a seguinte: “Guardamos o domingo em vez do sábado
porque a Igreja Católica no Concílio de Laodicéia [336 DC] transferiu a
santidade do sábado para o domingo.”
Se você agora começa novamente com esta revelação, a ler o Tanach
e os escritos da Aliança Renovada, descobrirá que apenas o sábado é
mencionado como o dia de descanso. Em certos momentos, o espírito de
Yahweh invade maciçamente a história da igreja para trazer de volta
verdades perdidas. O livro de Atos nos exorta ao arrependimento. Lá
está escrito: “ Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para que assim
sejam apagados os vossos pecados, de modo que da presença de Elohim
venham tempos de refrigério, e Ele envie o Messias, que já vos foi pre-
viamente designado: Yeshua. É necessário que Yeshua permaneça no
céu até que chegue o tempo em que Yahweh restaurará todas as coisas,
conforme já decretou há muito tempo, por intermédio dos seus santos
profetas.” (Atos 3:19-21).
Ele chama indivíduos-chave para se levantarem contra a maré da tra-
dição ou ordem humana, para restaurarem e defenderem a verdade. Eli-
jah (Elias) era um indíviduo chave. E antes que Yeshua retorne, o profeta
Elias retornará. O que isso significa?
Em Malaquias, no terceiro capítulo, diz o seguinte sobre Elias: “Lem-
brai-vos, portanto, da Torá, Lei de Moisés, meu servo, dos decretos e
das leis que lhe ordenei no Horebe, Deserto, para todo o Yisrâ’êl, Israel,
Yahweh Prevalece. Eis que Eu mesmo vos enviarei o profeta Elias, antes
que venha o gâdôl, grande e yârê’, assustador Dia de Yahweh.” (Tere-Asar –
Malaquias 3:4-5).
O espírito de Elias faz com que a igreja de Yahweh abandonem seus
próprios caminhos e retornem às ordenanças de Yahweh. “Lembrai-vos,
portanto, da Torá, Lei de Moisés, meu servo, dos decretos e das leis que lhe
ordenei no Horebe, Deserto, para todo o Yisrâ’êl, Israel, Yahweh Prevalece.”
(Tere-Asar – Malaquias 3:4).
As instruções (Torá) que Yahweh deu ao Seu povo através de Moshe
(Moisés) serão restauradas. O espírito de Elias restaura a santificação do

101
sábado, conforme registrado e protegido por Yahweh no quarto manda-
mento.
Vamos estudar o significado do dia de descanso instituído por Yahweh
e nos arrepender por anularmos o Seu sábado e nos comportarmos como
Yeshua disse: “E acrescentou-lhes: “Sabeis sempre encontrar um meio de
negligenciar os mandamentos de Yahweh, com o propósito de estabelecer-
des a vossa própria tradição!” (Marcos 7:9).
O estabelecimento do sábado.
Yeshua disse que o sábado foi criado por causa do ser humano (Marcos
2:27). Muito antes do povo judeu existir, Yahweh já havia estabelecido
o Sábado. Como podemos ler na história da criação, Yahweh instituiu
o sábado descansando de todo o trabalho que havia realizado. Todas as
obras que Adonai criou têm uma ordem. Adonai dá ordenanças, estatu-
tos e mandamentos para que tudo se desenvolva com perfeição.
A origem do dia de descanso.
Yahweh, o Criador, dá vida aos dias e os nomeia:
Bereshit – Gênesis 1:5 “...Houve então, a tarde e a manhã: o primeiro dia.”
Bereshit – Gênesis 1:8 “...A tarde passou, e raiou a manhã: esse foi o
segundo dia”
Bereshit – Gênesis 1:13 “...Passaram-se a tarde e a manhã: esse foi o ter-
ceiro dia.”
Bereshit – Gênesis 1:19 “...Passaram-se a tarde e a manhã: esse foi o
quarto dia.”
Bereshit – Gênesis 1:23 “...Passaram-se a tarde e a manhã: esse foi o
quinto dia.”
Bereshit – Gênesis 1:31 “...Houve, assim, a tarde e a manhã: esse foi o
sexto dia.”
Bereshit – Gênesis 2:2 “No sétimo dia, Yahweh já havia terminado a obra
que determinara; nesse dia descansou de todo o trabalho que havia reali-
zado.”
Uma conversa com Yeshua sobre o Shabat.
Imaginamos agora que o sábado apareceu diante do Criador do mundo
e queixou-se: “- Todos os outros dias tem o seu parceiro. O primeiro dia
(domingo), o segundo dia (segunda-feira), o terceiro dia (terça-feira), o
quarto dia (quarta-feira), o quinto dia (quinta-feira) o sexto dia (sexta-
feira). Mas eu não tenho um parceiro! Não há oitavo dia. Não há amanhã.

102
Amanhã, no primeiro dia (domingo), começa uma nova semana e o par-
ceiro é o segundo dia (segunda-feira). Como faço para obter meu valor
como dia, como hoje, se não há amanhã para mim? Mesmo se eu tivesse
uma parceira, uma manhã, qual seria o meu valor, já que nada de cria-
tivo ou físico pode ser alcançado no sábado. Não é permitido trabalhar
ou construir nada. Então não adianta para mim ter uma manhã, uma
companhia. “
O Criador do mundo respondeu: “- Você deve entender que o sábado é
diferente do resto da semana. Do primeiro dia até o sexto dia (domingo a
sexta-feira) tudo estará concluído para o mundo. Mas Shabat é um micro-
cosmo do outro mundo, um dia perfeito do reino espiritual. Você tem
um propósito.” Yahweh deu a ele mais respostas, como veremos no final
deste capítulo.70
O sábado reconheceu corretamente que não teve de Yahweh, um dia
como parceiro. Ele ficou sozinho e isolado! Ele sentiu a separação que
Yahweh havia feito. Separar é santificar. E isso é exatamente o que
Yahweh fez – Ele santificou o sábado! Yahweh havia criado um ritmo
através do Sábado: seis mais um!
Para o quê Yahweh destinou o Shabat? 71
“Então abençoou Yahweh o sétimo dia e o santificou, porquanto nele des-
cansou depois de toda a obra que empreendera na criação.” (Bereschit –
Gênesis 2:3).
 Yahweh relaciona o sétimo dia a si mesmo: Ele descansa nele.
 Yahweh abençoa o sétimo dia.
 Yahweh santifica o sétimo dia.
 O sábado está sob a proteção do mandamento de Yahweh.
 O sábado é uma aliança eterna e um sinal eterno entre Yahweh e o Seu
povo Israel.
 Experiências de sábado durante as migrações do deserto.
 Transgressões do sábado.
 O sábado é uma imagem espiritual de Yeshua.
 O sábado é visto como a noiva cujo noivo é o Elohim de Israel e o mes-
sias judeu, Yeshua.
 Judeus e não judeus são chamados para guardar o sábado.
70 www.aish.com
71 Ver: Mager, Johannes: Celebrating the Sabbath, Lüneburg: Adventverlag, 2002.

103
 O sábado será guardado no novo céu e nova terra como uma ordem
eterna.
Yahweh descansou no sétimo dia: isto é, em relação à história da cria-
ção que Yahweh parou de trabalhar no sétimo dia. O verbo hebraico para
“parar, descansar” é chamado de šbt72. J. Mager comenta: “Encontramos
este verbo como um nome próprio para o sábado pela primeira vez no
milagre do Maná, quando o povo de Israel migrou pelo deserto para o
Sinai.”73 Moshe disse ao povo de Israel em nome de Yahweh: “...Eis que
ordenou Yahweh: ‘Amanhã é o dia do repouso sagrado, shabbãth, o sábado
consagrado ao Eterno...” (Shemot – Êxodo 16:23).
O sábado obtém sua qualidade por meio da natureza de Yahweh.
Yahweh descansa, portanto o sábado se torna o dia de descanso. Yahweh
é santo, portanto, Ele santificou o sábado. E Ele o abençoou.74
Yahweh abençoou o sétimo dia.75 (Bereshit – Gênesis 2:3).
No relato da criação, Yahweh abençoa três vezes: As obras do quinto
dia são abençoadas (Bereshit – Gênesis 1:22), o homem é abençoado em
sua procriação e em exercer seu domínio sobre a terra e suas (Bereshit –
Gênesis 1:28). E em terceiro, Yahweh abençoa o sétimo dia. Mas o que
significa em termos mais concretos que Yahweh abençoou o sétimo dia?
Na história da criação, bênção significa que Yahweh aumenta o que
Ele originalmente criou. A existência contínua está assegurada. Quando
aplicamos isso ao sábado, significa que a instituição do sábado está asse-
gurada. Sem a bênção do Criador, existiria apenas um dia de sábado.
Através da bênção, ele se torna um dia recorrente.
A bênção do sábado se aplica a toda a humanidade! Yahweh confirma
isso nos dez mandamentos e os usa para assegurar o dia de sábado.
É por isso que as bênçãos do sábado não são intercambiáveis e transfe-
ríveis para outro dia! Elas são vinculadas ao sábado.
Yahweh santificou o sétimo dia.
Na história da criação, Yahweh santificou apenas o sétimo dia!
A palavra hebraica para “consagrado, santo” é qdš e também signi-
fica ser puro, dedicar8. O termo “santo” refere-se à natureza de Yahweh.

72 Dicionário teológico conciso do Antigo Testamento. Editado por Ernst Jenni e Claus Wester-
mann, p. 863.
73 Mager, Johannes: Celebrate the Sabbath, Lüneburg: Adventverlag, 2002, p. 16.
74 Ver ibid., Pp. 16 a 17
75 Ver ibid., Páginas 20 e 21.

104
Ao santificar o sábado, Yahweh vinculou o Shabat às coisas celestiais. O
sábado é um antegosto da eternidade.
Yahweh se vincula ao tempo, em um dia muito específico. Ele santifica
o sábado para nos unirmos a ele de uma forma muito especial.
“Do mesmo modo lhes concedi os meus shabbãths, sábados, como um
sinal entre nós, para que compreendessem que Eu Sou Yahweh, o Adonai
que os santifica.” (Jeheskel – Ezequiel 20:12).
O Shabat foi instituído antes da queda do homem e, por isso, se aplica
a todas as pessoas.
No conto em que o sábado fala com o Eterno, o Eterno responde ao
sábado, que queixa-se por não tem uma parceira, o seguinte: “A nação
judaica será sua companheira!”
Por quê? Porque Yahweh os escolheu para serem um testemunho Dele.
Devem ser luz para as nações e testifiquem do que é celestial.
Como é que domingo e segunda-feira são “companheiros”? Como eles
se casaram? Como os judeus são casados com o sábado? Como você pode
se casar com um dia?
Hoje e amanhã
Vamos entender a seguinte explicação. O que dá valor a um dia? Um
dia só pode ter valor se houver um amanhã. Eu construo algo, trabalho
e crio algo no mundo material, por exemplo, porque quero construir um
edifício no qual quero frequentar amanhã. Eu ganho dinheiro para que
eu possa pagar as minhas contas amanhã. Se não houvesse amanhã,
então eu não me esforçaria para ter um dia com ocupações e objetivos.
Então, eu iria passar o meu dia de forma totalmente diferente. Eu me
ocuparia com o fim da minha existência.
Se há uma segunda-feira, o domingo é usado para o que ele foi criado.
As pessoas são motivadas a trabalhar para progredirem. E será assim
durante o resto da semana.
Mas o sábado é um microcosmo do outro mundo, um dia perfeito do
reino espiritual. Você tem um propósito – você tem um destino final.
Você está destinado ao espiritual.
A nação judaica vai usar o Shabat como um dia de ascensão espiritual,
um dia em que você se aproxima de mim – através do tempo dado a mim
em oração, através do tempo dado através do estudo da Torá, e através do
tempo gasto em família. Eles encontrarão no Shabat a possibilidade de
reencontrar o caminho que estão percorrendo neste mundo. Cada judeu

105
dá ao Shabat um valor e um objetivo. Nem um outro dia da semana é
capaz de fazer isso. A nação judaica é a sua companheira!
Os judeus são casados com o sábado.
Alguns são casados com seus empregos, pensam continuamente em
seu trabalho. Alguns são casados com seu esporte favorito. Os judeus
pensam em seu sábado: “O sábado é nossa noiva e somos consagrados
para o sábado.”76
O sábado sob a proteção do mandamento de Yahweh.
Muito antes de Yahweh assegurar a guarda do sábado no quarto
mandamento, o sábado já era guardado. Abraão, o pai da fé, guardou o
sábado: “Porque Abraão me obedeceu, guardou minhas ordenanças“, meus
mandamentos, meus princípios e minhas leis!” (Bereshit – Gênesis 26:5).
Alguns séculos depois, os descendentes de Abraão são retirados da
escravidão egípcia por Moshe. Antes que Yahweh pudesse dar ao seu
povo os mandamentos no Sinai, Ele teve que tirá-los primeiro do Egito
e os libertá-los da escravidão. Seu objetivo no Monte Sinai era para que
o povo tenha uma comunhão com Ele. “Eu vos trouxe para mim.” Lá, no
Monte Sinai, Yahweh renovou a aliança que havia feito com Abraão, Isa-
que e Jacó. E este ato oficial inclui uma ordem oficial com uma obrigação
oficial.
Os Dez Mandamentos são a ordem oficial da aliança que Yahweh deu
ao Seu povo. E este povo, se comprometeu a viver nesta ordem.
Após esta renovação oficial, Moshe foi contratado para construir a
“tenda do encontro” (Shemot – Êxodo 33:7). Havia as “Tábuas da aliança”
(Debarim – Deuteronômio 9:9) com as dez palavras da aliança (Shemot –
Êxodo 34:28) no lugar santíssimo da tenda do Encontro.
No quarto mandamento, Yahweh protege o sábado (Shemot – Êxodo
20:8). O sétimo dia é o sábado de Yahweh, e é por isso que também é o
sábado do Homem. Yahweh é o doador do sábado e entra em um relacio-
namento especial conosco neste dia. O sábado é, portanto, um presente
para nós, mas também um mandamento.
O sábado é uma aliança eterna e um sinal eterno entre Yahweh e Seu
povo Israel.
“Os filhos de Israel terão de guardar o sábado, eles e todos os seus des-
cendentes, como uma aliança perpétua. Será um sinal de união eterna

76 vgl. www.aish.com

106
entre mim e os filhos de Israel, porquanto Eu, Yahweh, fiz os céus e a terra
em seis dias e no sétimo dia não trabalhei, descansei!” (Shemot – Êxodo
31:16-17).
Yahweh falou essas palavras a Moshe no Monte Sinai. O Adonai de
Israel celebrou uma aliança matrimonial com a casa de Jacó. Os termos
do contrato desta aliança matrimonial foram estabelecidos nos regula-
mentos da aliança em Deuteronômio, capítulo vinte e oito. Yahweh aqui
estabeleceu a bênção que a casa de Yaakov receberia se permanecesse
fiel a Yahweh neste casamento. Em um casamento judaico tradicional
havia também um contrato marimonial, a Ketubá, na qual as condições
para o casamento foram escritas.
A cerimônia de noivado é concluída quando o noivo (o Adonai de
Israel) dá algo de valor para sua noiva (a casa de Ja-akov) e a noiva o
aceita. Esse sinal era um anel. Quando o noivo colocar o anel no dedo da
noiva, o noivado é válido. O compromisso concluído como válido é deno-
minado em hebraico “Kidushin” e significa “santificação”.
O sinal de compromisso que Yahweh deu à casa de Ja-akov é o sábado
“Fala aos filhos de Israel e orienta-os: Observareis de verdade os meus
sábados, porque são um sinal entre mim e vós, em vossas gerações, a fim de
que saibais que Eu Sou Yahweh, o SENHOR, que vos santifica.” (Shemot –
Êxodo 31:13).
A guarda do sábado também está incluída nos mandamentos de
Yahweh, para lembrar do casamento com Ele por toda a eternidade.
Experiências no Shabat durante a migração para o deserto.
Como escravos, os israelitas não podiam guardar o sábado. Após sua
libertação, eles não receberam inicialmente uma ordem fixa do sábado,
mas em vez disso tiveram experiências especiais no sábado. Yahweh
deu-lhes estes sinais para mostrar-lhes, antes da legislação – que dia Ele
havia santificado!
1. Nenhum maná caiu no sétimo dia.
„Então ordenou-lhes Moisés: “Comei-o hoje, porque este é o dia do sha-
bbãth, sábado de Adonai; e, portanto, não achareis o alimento depositado
sobre o solo do campo. Seis dias o recolhereis, mas o sétimo dia é o sha-
bbãth, sábado; não o encontrareis no chão.‘“ (Shemot – Êxodo 16:25-26).
Cuidado de Yahweh:
1. No sexto dia, os israelitas encontraram o dobro dessa quantidade de
maná.

107
2. O pão celestial que estava podre e não comestível quando armazenado
para o dia seguinte, permanecia fresco e comestível no sábado.
É uma das instruções e mandamentos de Yahweh guardar o sábado:
“Mesmo assim, no sétimo dia saíram alguns do povo para colhê-lo,
porém, de fato, não o acharam. Então, admoestou Yahweh a Moisés: “Até
quando recusareis obedecer aos meus mandamentos e minhas leis‘“ (She-
mot – Êxodo 16:27-28).
Como escravos, os israelitas não podiam guardar o sábado. Após sua
libertação, eles não receberam inicialmente uma ordem fixa do sábado,
mas em vez disso tiveram experiências especiais no sábado. Yahweh
deu-lhes estes sinais para mostrar-lhes, antes da legislação – que dia Ele
havia santificado!
Violação do sábado.
Durante o tempo de peregrinação pelo deserto, há o relato de um homem
que apanhava lenha no sábado (Bemidbar – Números 15:32-36). A busca
e a coleta de lenha serviam no deserto para acender fogueiras e preparar
alimentos. Acender uma fogueira foi expressamente proibido no sábado:
“Moisés reuniu toda a comunidade dos filhos de Israel e anunciou-lhes:
“Eis o que Yahweh vos mandou fazer: Durante seis dias será feito todo o
trabalho, mas o sétimo dia será para vós um dia santo, um dia de repouso
completo consagrado a Adonai. Todo aquele que trabalhar nesse dia será
punido com a morte. No dia do shabbãth, sábado, não acendereis fogo em
nenhuma de vossas casas!” (Shemot – Êxodo 35:1-3).
A desobediência do povo está ligada à violação do sábado:
“Por este motivo Eu os livrei das terras do Egito e os trouxe para o
deserto. Eu lhes entreguei os meus estatutos e decretos, e mostrei-lhes as
minhas leis, pelas quais todo ser humano viverá ao obedecê-las. Do mesmo
modo lhes concedi os meus shabbãths, sábados, como um sinal entre nós,
para que compreendessem que Eu Sou Yahweh, Adonai que os santifica. No
entanto, toda a Casa de Israel se rebelou contra mim enquanto caminhava
pelo deserto; não souberam andar de acordo com as minhas ordenanças,
e rejeitaram as minhas leis, pelas quais aquele que as obedecer por elas
também viverá; mas profanaram descaradamente os meus shabbãths,
sábados; então Eu prometi que derramaria sobre eles todo o meu zelo em
forma de furor, a fim de destruí-los na travessia do deserto.” (Yechezkel –
Ezequiel 20:10-13).
A próxima geração também não viveu por Seus mandamentos:

108
“Mas os filhos também se amotinaram contra a minha pessoa; não anda-
ram segundo os meus decretos, não tiveram o cuidado de obedecer às
minhas leis, sendo que aquele que lhes obedecer viverá por elas, e profa-
naram os meus shabbãths, sábados. Por este motivo Eu afirmei que derra-
maria o meu furor sobre a cabeça de cada um deles e os castigaria com a
minha indignação na travessia do deserto.” (Yechezkel – Ezequiel 20:21).
O sábado é uma imagem espiritual para Yeshua.
No Evangelho de Mateus, Yeshua diz aos cansados e sobrecarregados:
“Vinde a mim todos os que estais cansados de carregar suas pesadas
cargas, e Eu vos darei descanso. Tomai vosso lugar em minha canga e
aprendei de mim, porque sou amável e humilde de coração, e assim acha-
reis descanso para as vossas almas. Pois meu jugo é bom e minha carga é
leve”. (Matityahu – Mateus 11:28-30)
Estas palavras de Yeshua são uma reminiscência de “...Este é o des-
canso! Dai repouso ao exausto. Este é o lugar tranquilo e do pleno des-
canso!” (Yeshajahu – Isaías 28:12). Neste versículo onde foi usada a
palavra descanso, no hebraico a palavra usada aqui é menuha77, que
significa: estadia, lugar de parada, lugar de descanso, lugar fixo, paz,
casa. Em Salmo noventa e cinco, Yaweh fala sobre o tempo do deserto
ao Jisraël: “Quando vossos pais me desafiaram e me puseram à prova,
embora tivessem visto meus grandes feitos! Durante quarenta anos per-
maneci irado contra aquela geração e declarei: ‘Este é um povo de cora-
ção ingrato, que não reconhece meus caminhos’. Por esse motivo jurei em
minha revolta: ‘Essas pessoas jamais entrarão no lugar do meu repouso!’”
(Tehillim – Salmos 95:9-11).
Depois que Yeshua completou as obras para as quais o Pai o havia
enviado, Ele se sentou à direita do Pai: “Ele, que é o resplendor da gló-
ria e a expressão exata do seu Ser, sustentando tudo o que há pela Pala-
vra do seu poder. Depois de haver realizado a purificação dos pecados,
Ele se assentou à direita da Ha Gedulah Ba Meromim78...” (Hebreus 1:3). O
sábado é visto como a noiva cujo noivo é o Adonai de Jisraëls e o Messias
judeu Yeshua.
77 Dicionário Teológico Conciso do Antigo Testamento, dois volumes. Editado por Ernst Jenni
com a colaboração de Claus Westermann, Vol. II, Munique: Chr. Kaiser Verlag; Zurique: Teo-
lógico Scher Verlag, 1976, p. 46.
78 Ha Gedulash Ba Meromim – “a glória (poder) nas alturas” (David Stern: O Novo Testamento
Judaico)

109
Judeus e gentios são chamados para guardar o sábado.
Tanto judeus como gentios são incentivados por Yahweh a santificar e a
guardar o dia de sábado. E como podemos ler em Yesha’jahu, as bênçãos
para os gentios são grandes quando guardam o sábado:
“Bem-aventurado o homem que assim entende e procede; feliz a pessoa que
nestes princípios permanece inabalável, observando o Shabbãth, sábado,
para não profaná-lo, e vigiando sua mão para não cometer nenhum mal!”
Que nenhum estrangeiro que se disponha a unir-se a Yahweh venha dizer:
“É certo que o Eterno me excluirá do seu povo!” E que nenhum eunuco
reclame: “Não passo mesmo de uma árvore seca!” Pois assim afirma o
SENHOR: “Aos eunucos que guardarem os meus sábados, que agirem do
modo como me agrada e se apegarem à minha Aliança, a eles darei, dentro
de meu templo e dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que
filhos e filhas, um nome eterno, que não será jamais apagado. E os estran-
geiros que se unirem a Yahweh para adorá-lo e servi-lo, para amarem o
Nome do Eterno e dedicar-lhe culto, todos os que guardarem o sábado dei-
xando de profaná-lo, e que se apegarem à minha Aliança, todos estes trarei
ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha Casa de Oração. Seus
holocaustos e demais sacrifícios serão igualmente aceitos em meu altar;
porquanto a minha Casa será chamada Casa de Oração para Todos os
Povos.” (Yescha’yahu – Isaías 56:2-7).
O sábado será guardado no novo céu e nova terra como uma ordem
eterna.
Brit Hadashá.
Uma conversa com Yeshua sobre o sábado79
Mas Senhor, não posso te adorar todos os dias?
“Trabalharás seis dias e neles realizarás todos os teus serviços. Contudo,
o sétimo dia da semana é o shabbãth, sábado, consagrado a Yahweh, Ado-
nai. Não farás nesse dia nenhum serviço, nem tu, nem teu filho, nem tua
filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estran-
geiro que estiverem morando em tuas cidades.” (Shemot – Êxodo 20:9-10).
O que o Senhor pensaria se eu decidisse guardar o domingo em vez do
sábado?

79 Cf. Anderson, Gordon: “Uma conversa com Jesus sobre o sábado”, Mühlheim / Baden: espe-
rançosamente mundial e. V., 2000, p. 16 e p. 21.

110
“Em vão me adoram; pois ensinam doutrinas que não passam de regras
criadas por homens’” (Matityahu – Mateus 15:9).
O que o Senhor acha da santificação do domingo?
“E assim invalidastes a Palavra de Deus, por causa da vossa tradição.
Hipócritas!”80 (Matityahu – Mateus 15:6).
“Então abençoou Deus o sétimo dia e o santificou...” (Bereshit – Gênesis
2:3).
“...Portanto, recebi uma ordem para abençoar; Ele abençoou, e não posso
mudar isso.” (Bemidbar – Números 23:20).
“...Porquanto o que tu, Yahweh, abençoas, abençoado permanece para
sempre, ó ADONAI!” (Dibre Ha Jamim – I Crônicas 17:27).
Mas eu acho que seria suficiente se eu guardo qualquer um dos setes
dias?81
“Há caminhos que parecem certos ao ser humano, contudo, no final con-
duzem à morte.” ( Mishle – Provérbios 16:25).
No Evangelho de Marcos, Yeshua diz aos fariseus:
“…O sábado foi criado por causa do ser humano, e não o ser humano por
causa do sábado. Assim sendo, o Filho do homem é Senhor inclusive do
sábado.”(Marcos 2:27-28).
Por meio de muitas curas no sábado, Yeshua restaurou o seu verda-
deiro e real significado: invadir sob a ordem celestial, com o objetivo de
restaurar a ordem da criação que foi quebrada. Yeshua dá saúde e vida,
perdão da culpa e vida eterna, ressurreição da morte espiritual. Com
Sua ação de cura no sábado, Yeshua cumpre o significado do Sermão da
Montanha (Matithia – Mateus 5:17-18). E o Sermão da Montanha em sua
profundidade, se refere Torá.
Yeshua disse no Sermão da Montanha:
“Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para anu-
lar, mas para cumprir. Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus
e a terra passem, nem um iou o mínimo traço se omitirá da Lei até que tudo
se cumpra. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos
e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos Céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino
dos Céus.” (Matityahu – Mateus 5:17-19).

80 Esta declaração se aplica no versículo seis para apoio aos pais.


81 Ibid., P. 21.

111
Yeshua não veio para abolir os Dez Mandamentos (Torá) que Ele havia
trazido do Pai anteriormente no Tanakh. Ele veio para ser a manifestação
da Torá em sua plenitude. Ele é a Torá viva e Ele é a Verdade.
O mandamento de guardar o sábado na congregação de Yeshua.
Yeshua ia à sinagoga no sábado de acordo com seu costume:
“Yeshua viajou para Nazaré, onde havia sido criado e conforme seu cos-
tume, num dia de sábado, entrou na sinagoga. E posicionou-se em pé para
fazer a leitura.” (Lucas 4:16).
Paulo procurava no sábado por uma sinagoga durante a sua viagem
missionárias. Quando Paulo e seus companheiros chegaram a Antioquia
para sua primeira viagem missionária, eles foram à sinagoga: “...Eles, no
entanto, seguiram para além de Perge e chegaram a Antioquia da Psídia.
No dia de sábado, entraram na sinagoga e se assentaram.” (Atos 13:14).
Paulo não só ensinava aos judeus no sábado, mas também aos gentios
pagão:
“E, quando Paulo e Barnabé estavam saindo da sinagoga, o povo os convi-
dou a ensinar mais a respeito desse assunto no sábado seguinte. Depois que
a congregação foi despedida, muitos dos judeus e dos gentios devotos con-
vertidos ao judaísmo seguiram a Paulo e Barnabé. Estes conversaram com
eles, recomendando-lhes que seguissem perseverando na graça de Yahweh.
Paulo decide ensinar os gentios No sábado seguinte, quase toda a população
da cidade se reuniu para ouvir a Palavra de Yahweh.” (Atos 13:42-44).
Seja em Tessalônia, na capital da Macedônia (Atos 17:1-3), ou na cidade
grega de Corinto (Atos 18:1-4) – eles sempre buscavam a Sinagoga:
“Assim, todos os sábados ele argumentava na sinagoga, e convencia tanto
a judeus quanto a gregos. Paulo dá tempo integral ao ensino.” (Atos 18:4)
Onde os gregos estavam? Na sinagoga. E quando? No sábado!
Em relação à questão, na qual é muito longa para falarmos aqui, se
Yeshua ressuscitou no domingo, recomendo a leitura do livreto de Rode-
rick Meredith: “Qual dia é o sábado cristão”, com o tema: “Jesus ressus-
cistou no domingo?”82
Sábado no reino milenar.
Na famosa profecia do Monte das Oliveiras, em Mateus vinte e quatro,
Yeshua descreve o momento em que os crentes fugirão para salvar suas
82 Roderick C. Meredith: “Que dia é o sábado cristão?” TCS, Versão 1. 1. Novembro 2006.
www.weltvonmorgen.org. Disto, ver pp. 17-20.

112
vidas. Yeshua disse a eles: “E orai para que a vossa fuga não ocorra
durante o inverno nem no sábado.” (Matityahu – Mateus 24:20).
Aqui, Yeshua confirmou que o sábado ainda seria observado mesmo
no fim dos tempos. Em outra profecia sobre o tempo do fim, Yahweh mos-
tra a Yesha’jahu que o sábado seria santificado durante o reinado mile-
nar do Messias nesta terra:
“Assim como os novos céus e a nova terra que vou criar serão perma-
nentes diante da minha pessoa”, afirma Yahweh, “Do mesmo modo serão
perenes os vossos descendentes e o vosso nome! E acontecerá que toda
a humanidade virá, se inclinará diante de mim e adorará minha pessoa;
desde uma Festa de Lua Nova a outra, e de um Shabbãth, sábado, a outro!”
Palavra de Yahweh.” (Yesha’jahu – Isaías 66:22-23).

A partir deste exemplo, podemos ver que lemos a Bíblia com um óculos
gentio. Isso nunca acontece com um judeu. Se um judeu lê o sábado na
bíblia, ele sabe muito bem que significa sábado. É muito provável que os
judeus crentes queiram primeiro descobrir por que os cristãos gentios
lêem o domingo, quando na verdade está escrito sábado.
Os seminários sobre a restauração são uma aventura! Na porta de
entrada, antes de iniciar o seminário, estregamos o óculos gentio e rece-
bemos o óculos judeu.
Você se acostuma tanto com o novo óculos durante as aulas do semi-
nário, que quer levá-lo com você quando acabar o seminário. Já que
alguns levavam escondido os novos óculos. Agora foi oficialmente deci-
dido que podemos ficar com os novos óculos com lente judaica. Visto que
cada vez mais novos participantes do seminário estão constantemente
chegando, mas apenas os líderes judeus do seminário distribuem esses
óculos, podemos observar que geralmente um grupo de dez seminaristas
ficam literalmente pendurados na saia de um líder do seminário judeu.
A semana inteira trabalhamos muito no canteiro de obras. Mas na
sexta-feira a noite, quando as primeiras três estrelas estão aparecem
no céu, todos simplesmente param de trabalhar. Na verdade param um
pouco antes. Todos desaparecem e quando, como mencionado, as três
primeiras estrelas aparecem no céu, todos voltam com roupas festivas.
Todos estão cientes de que ainda resta um descanso sabático. (Hebreus
4:9); porque em Hebreus, capítulo quatro diz: “Pois toda pessoa que entra

113
no repouso de Deus, também descansa de suas obras, como Deus des-
cansou das suas.” (Hebreus 4:10-11).
Essa súbita interrupção do trabalho e a mútua entrada no descanso são
experiências que não podem ser descritas. Uma paz profunda se espalha
como uma capa sobre todos. Essas celebrações semanais do sábado são
preciosas para todos! A maioria deles durante a semana já anseiam as
festas. É como um pequenos casamento. Os judeus até dizem que cele-
bram um casamento semanal em cada sábado. Dizem que não vão às
celebrações como convidados, mas que são o centro.
Você é o noivo e o sábado é a noiva. Para saudar o sábado, o líder da
oração e a congregação entoam o hino “Lecha Dodi likrath Kala” na sina-
goga. “Visto que a palavra ‘Shabbath’ em hebraico é feminina, ou seja,
a Shabbath, o dia de descanso é simbolizado como a noiva de Israel. O
poeta chama a congregação com as palavras: ‘Levanta-te, meu amigo,
para encontrar a noiva, recebamos o sábado.’83

As festas de Yahweh.
Já na história da criação, Yahweh estabeleceu quando Ele gostaria de
encontrar conosco, e como devemos caminhar junto com Ele durante o
ano. Ele criou o sol e a lua para que fossem para nós sinais celestiais e
sinais do tempo:
“Declarou Yahweh: “Haja luminares na expansão dos céus, para haver
separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos.’” (Bereshit – Gênesis 1:14).
Que sinais e tempos eles nos dão? E como os dias e anos que foram
dados por Yahweh estão relacionados com as festas?
A palavra hebraica para sinais (`ot) denota um sinal como uma ban-
deira84, e o a palavra hebraica para tempos (moadim) significa “A visua-
lização de uma ordem abrangente de Yahweh que engloba a natureza e
o tempo, que se une a história de Israel e que finalmente no culto, chega
em sua plenitude”.85

83 Ben-Chorin, Schalom: Praying Judaism: The liturgy of the synagogue. Tübingen: Mohr, 1980.
84 2 Dicionário Teológico Conciso do Antigo Testamento, dois volumes. Editado por Ernst Jenni
sob Colaboração com Claus Westermann, Vol. I, Munich: Chr. Kaiser Verlag; Zurique: Teoló-
gico Verlag, 1976, p. 92.
85 Ibid., Páginas 94 e 9.

114
Os dias e anos no calendário hebraico são baseados no ciclo lunar, que
define os meses, e no ciclo solar, que define os anos.
O sol é uma imagem de Yeshua e a lua é uma imagem dos crentes. O
sol emite sua própria luz, enquanto a lua emite uma fonte de luz pas-
siva, ou seja, ela apenas reflete a luz da luz ativa, o sol. Portanto, apenas
metade é visível. Dependendo de como a lua e o sol se interpõem, vemos
uma quantidade diferente dessa metade iluminada. Quando o ciclo lunar
começa, sua luz mal pode ser percebida. Quando um crente começa a
vida em e com Yeshua, sua luz mal é percebida. Mas quando ele gira em
torno de Yeshua, como a lua ao redor da terra e com ela ao redor do sol,
ele começa a irradiar mais e mais a luz de Yeshua.
O calendário gregoriano está em um contraste direto com este, porque
é baseado apenas no ciclo solar. Este calendário é anti-divino:
“Esse reino diferente falará contra ‘Illãyâ, o Supremo, oprimirá os seus
santos e tentará alterar o calendário, as festas religiosas e as leis. Então, os
santos serão entregues nas mãos dele por um iddân,tempo, dois tempos e
metade de um tempo.” (Danijel – Daniel 7:25).
Em Amós diz: “Ora, duas pessoas poderão caminhar lado a lado se não
tiverem de acordo?”86 (Tere – Aser – Amós 3:3) Como pode Yahweh andar
conosco, quando deixamos Suas festas e andamos em um calendário
diferente?
Entendendo as festas.
Para que Yahweh preparou Suas festas? Yahweh instituiu essas festas,
para que o Seu povo possa entender a vinda do Messias e também o
papel do Messias na redenção e restauração do Homem e da criação. Se
você não está familiarizado com as festas bíblicas, você descobrirá agora
com um grande fascínio como a celebração das festas lhe prepara para a
segunda vinda de Yeshua.
Você pode ainda não entender por que é importante celebrar esses
festivais bíblicos, porque você nunca os realizou antes. Você descobrirá
uma dimensão totalmente nova em seu relacionamento pessoal com
Yeshua e entenderá por quê Yahweh implantou as festas.
Yahweh ensina através dos festivais sobre a morte, o sepultamento e
a ressurreição do Messias; sobre o derramamento de autoridade para o

86 Na tradução de Elberfeld diz: “ Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”
(Amós 3:3) De: As Sagradas Escrituras. Bíblia de Elberfeld, versão revisada. Wuppertal, R.
Brockhaus Verlag, 1986.

115
crente através do Ruach Ha Kodesch, sobre a ressurreição dos mortos,
a coroação do Messias, o casamento do Messias, o tempo da tribulação,
a segunda vinda do Messias, o Milênio e muito mais. O significado mais
profundo para nós em guardar as festas é que somos purificados e santi-
ficados cada vez mais profundamente. Estamos sendo preparados para a
maior Pêssach de todos os tempos. Sim, você leu certo: Pêssach. O êxodo
do sistema mundial conhecido como arrebatamento. Deste ponto de vista
compreenderemos também que as festas são uma preparação contínua
para a partida.
Yeshua dá aos festivais seu significado e sua plenitude. Imagine marcar
certos encontros com seu cônjuge ao longo de um ano: no aniversário dele,
no dia em que vocês se conheceram e no dia do seu casamento. O que sig-
nificaria para você se seu cônjuge não estivesse presente em nenhum dos
dias marcados, mas comemorasse em dias completamente diferentes das
datas especiais, dias que nada têm a ver com essas datas especiais? Eles
iriam então passar o ano juntos? Como? Cada um à sua maneira?
Yahweh introduziu sete festas: “Estas, pois, são as solenidades de
Yahweh, as santas convocações, que convocareis ao seu tempo deter-
minado.” (Wajjikra – Levítico 23:4). Aqui não diz que as festas são dos
judeus! Aqui vemos que são as Suas festas, que os judeus guardam –
mesmo que muitos judeus ainda não tenham descoberto que as festas se
referem a Yeshua. As festas são encontros com Yahweh.
Conhecemos Yahweh se não comparecemos aos seus encontros mar-
cados? Ele nos conhece? O que Yeshua diz às virgens tolas: “Contudo
ele lhes respondeu: ‘Com certeza vos afirmo que não vos conheço’.” (Mati-
tyahu – Mateus 25:13). No momento em que Yeshua retorna, fica claro o
quão longe Dele essas virgens tolas caminharam. Neste ponto, torna-se
evidente que elas não vigiaram, não tiveram intimidade com Ele e não se
encontraram com Ele em Suas festas. Então eles perdem a última festa,
a maior de todas as festas. Yeshua responde a elas: “Portanto, vigiai, pois
não sabeis o dia, tampouco a hora em que o Filho do homem chegará.”
(Matityahu – Mateus 25:14). As virgens sábias que andam com Yeshua,
também andam com ele durante o ano e se baseando nas festas, sabem o
que é esta declaração de Yeshua “…pois não sabeis o dia, tampouco a hora
em que o Filho do homem chegará” (Matityahu – Mateus 25:13) o que sig-
nifica? Será que esta declaração está diretamente ligada a uma de Suas
festas, na qual de forma escondida é mostrada para nós, mas conhecida

116
pelos judeus messiânicos como a festa que Ele retornará? Veremos isso
mais tarde.
As virgens sábias compreendem esta declaração: “Portanto, vigiai, pois
não sabeis o dia, tampouco a hora em que o Filho do homem chegará.”
(Matityahu – Mateus 25:13), mas as virgens tolas não entendem. Em
sua primeira carta aos Tessalonicenses, Paulo escreveu: “Caros irmãos,
em relação aos tempos e épocas, não é necessário que eu vos escreva;
pois vós mesmos estais bem informados de que o Dia de Yahweh virá
como “ladrão à noite”. Quando vos afirmarem: “Paz e segurança!”, eis
que repentina destruição se precipitará sobre eles, assim como “as dores
de parto” tomam uma mulher grávida, e de forma alguma encontrarão
escape. Revestir-se do Elohim e vigiar.
Entretanto, vós irmãos, não estais vivendo nas trevas, para que esse
Dia, como se fosse um ladrão, vos ataque de surpresa; porquanto, vós
todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, muito
menos das trevas.” (I Tessalonicenses 5:1-5).
Satanás introduziu conscientemente o calendário gregoriano, também
nas igrejas, para que permaneçamos na escuridão e não sejamos capaz de
reconhecer os tempos e sinais determinados de Yahweh. Satanás conhece
os Tempos de Yahweh, por isso ele os mudou! Paulo nos admoesta a ser-
mos vigilantes e estarmos sóbrios: “Assim, pois, não durmamos como os
demais; mas estejamos alertas e sejamos sóbrios.” (I Tessalonicenses 5:6).
Assim como Daniel se apegou às ordenanças divinas de Yahweh na
Babilônia e não se poluiu com o espírito babilônico, Yeshua agora nos
chama para sair das práticas pagãs que penetraram profundamente
nas igrejas. Esta é a limpeza final das manchas e rugas da noiva. Como
pode o homem espiritual em nós ter rugas? Isso não é possível. Somente
humanos podem ter rugas. Por causa disso, as tradições humanas e as
tradições que se opõem à palavra de Yahweh produzem rugas.
Yahweh disse a Moshe: “Orienta os israelitas do seguinte modo: As fes-
tas de Yahweh, às quais os convocareis, são as minhas santas assembleias.
Estas são as minhas solenidades.” (Wajjikra – Levítico 23:2).
A tradução correta e o significado, podem ser explicadas da seguinte
forma: “Tempo determinado” (mo’ed) 87, significa um tempo fixo, um com-

87 König, Eduard: Dicionário hebraico e aramaico para o Antigo Testamento. Wiesbaden: Dr.
Martin Sendet oHG, 1969, página 213; no Livro Teológico, é notado que em Wajjikra, 23:2
significa o tempo dos festivais. Veja Theo-Wordbook do Antigo Testamento, Vol. I, editado
por R. Laird Harris, Gleson L. Archer, e Bruce K. Waltke, Chicago: Moody Press, 1980, p. 388.

117
promisso88. “Convocação”89 (miqra’)90 significa que alguém é chamado,
uma reunião em público. De acordo com a Concordância de Strongs,
miqra ‘ também significa ensaio.91
“Convocar” significa, dirigir-se a uma pessoa para marcar um encon-
tro, para conhecê-la, para convidá-la. Se olharmos para a palavra
hebraica “moed”, que é usada para solenidades, entendemos que Yahweh
está nos dizendo que Ele estabeleceu horários em que Ele tem um encon-
tro marcado com a humanidade para cumprir diferentes estágios do Seu
plano de redenção.
E, de fato, Yeshua veio exatamente nestes tempos determinados. E em
outros tempos determinado, Ele virá novamente!
Em Wajjikra capítulo vinte e três, vemos outra palavra hebraica para
as solenidades: “No décimo quinto dia daquele mês começa a festa de
Yahweh, a festa dos pães sem fermento; durante sete dias comereis
pães ázimos, sem fermento.” (Wajjikra – Levítico 23:6). O termo aqui em
hebraico para festa é chag. O verbo correspondente chagag significa:
celebrar uma festa, fazer movimentos de dança, mover em um círculo.92
Aqui podemos ver que Yahweh deu as festas como ciclos que se repe-
tem anualmente. É claro que não somos salvos por guardar as festas.
Somos salvos pela graça. Mas, guardando as festas, caminhamos com
Yahweh ao longo do ano, somos ensinados e entramos em um relaciona-
mento cada vez mais profundo com Ele. Ele irá expandir e aprofundar
continuamente nossa compreensão sobre Ele, a cada novo ciclo anual
que percorremos.93
Muitos crentes dizem que as festas de Yahweh se aplicam apenas aos
judeus. Yahweh nos diz claramente que são Suas festas (Wajjikra – Leví-
tico 23:2), e em Devarim, Ele enfatiza que tanto judeus quanto estrangei-

88 König, Eduard: Dicionário hebraico e aramaico para o Antigo Testamento. Wiesbaden: Dr.
Martin Sendet oHG, 1969, p. 655.
89 Ibid., 620.
90 Dicionário teológico conciso sobre o Antigo Testamento. Dois volumes. Editado por Ernst
Jenni sob Colaboração com Claus Westermann, Vol. II, p. 610.
91 “miqra ‘mik-raw ... algo convocado, ou seja, uma reunião em público (pessoas, ou o lugar);
mas também: ensaio, chamada, convovação, leitura “Strongs, 4144.
http://www.eliyah.com/cgibin/strongs.cgi?file=hebrewlexicon&isindex=7121.
92 Cf. König, Eduard: Dicionário hebraico e aramaico para o Antigo Testamento. Wiesbao:
Dr. Martin Sendet oHG, 1969, p. 98. Cf. também Chumney, Edward: The Seven Festivals of
the Messias, Shippensburg, 2003.
93 Cf. Chumney, Edward: The Seven Festivals of the Messiah. Shippensburg, 2003.

118
ros devem celebrar essas festas: “Celebrarás então a festa de Shavuót,
em honra de Yahweh, teu Elohim. A oferta espontânea que tua mão fizer
deverá ser proporcional ao modo como Yahweh, o teu Elohim, te hou-
ver abençoado. E te alegrarás na presença de Yahweh: tu, teu filho e tua
filha, teu servo e tua serva, o levita que vive em tua cidade, e o estran-
geiro, o órfão e a viúva que igualmente vivem no meio de ti; todos no
lugar que o próprio Yahweh, teu Elohim, houver designado para aí fazer
assentar seu santo Nome.” (Devarim – Deuteronômio 16:10-11).
A palavra estrangeiro em hebraico é ger , o gentio não judeu, crente
em Yahweh que se voltou para os judeus. No evangelho de Mateus, em
uma parábola, Yeshua fala de um rei que mandou realizar um banquete
nupcial para seu filho: “E, por isso, enviou seus servos a conclamar os
convidados para as bodas do filho; mas estes rejeitaram o chamamento.”
(Matityahu – Mateus 22:3). Se a palavra “assembléias”, estiver junta com
a palavra “ensaio, encontro”, então é lógico que guardar as festas é um
ensaio geral para a festa das festas. Se as virgens tolas não frequentam
as reuniões sagradas (o “ensaio geral”), elas não estarão lá no final.
Os primeiros quatro dos sete festivais94 acontecem na primavera. Mui-
tos afirmam que com a vinda de Yeshua, as festas da primavera já foram
cumpridas. Isso está parcialmente correto, mas veremos que há também
um nível mais “escondido“, para a segunda vinda do Messias e as festas
são o nosso tempo preparação. Pêssach foi cumprida, mas ainda sim, tem
uma natureza profética.
Além disso, o Pêssach também será celebrado na eternidade por
Yeshua e seus discípulos: “...Tenho desejado ansiosamente comer con-
vosco esta Páscoa95, antes da hora do meu sofrimento! Pois vos afirmo
que não a comerei novamente até que ela se cumpra no Reino de Deus.”
(Lucas 22:15-16) Com essas palavras Yeshua confirma que Pêssach tam-
bém será celebrado na eternidade. As últimas três festas acontecem no
outono e no mês hebraico Tishri (setembro/outubro).
Essas últimas festas se destacam em uma conexão especial com a
segunda vinda do Messias.
Todas as sete festas que Yahweh instituiu e a guarda do sábado (con-
tando com o sábado, são oito festas), referem-se a Seu filho Yeshua: Moi-
94 As festas, ver Howard, Kevin e Marvin Rosenthal: Die Feste des Herr. Profetizando de Deus
calendário de mesa do Gólgota ao Reino Messiânico, HIT-Verlag Viena, 2000.
95 No original está escrito Sêder – A refeição na véspera da Páscoa (Ver na tradução de David
Stern)

119
sés recebeu a missão de Yahweh, para contar aos filhos de Jisraël sobre
Suas festas: “Então Yahweh falou a Moisés e ordenou: “Orienta os israeli-
tas do seguinte modo: As festas de Yahweh, às quais os convocareis, são
as minhas santas assembleias. Estas são as minhas solenidades: Durante
seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será dia santo, de repouso com-
pleto, dia de reunião sagrada, no qual não fareis trabalho algum. Onde
quer que habiteis, será shabbãth, sábado dedicado a Yahweh. Estas, pois,
são as solenidades de Yahweh, as santas assembleias as quais proclama-
reis no devido tempo:...” (Wajjikra – Levítico 23:1-4).
As festas (“ensaios gerais”96) são divididas em duas partes durante o
ano: as festas da primavera (Pêssach, a festa dos pães asmos, festa das
primícias e Pentecostes [Shavuot]), e as festas de outono (Fesa das trom-
betas [Rosh Hashanah/Yom Teruah], Yom Kippur [dia da expiação] e a
Festa dos tabernáculos [Sukkot]).
Na palavra de Yahweh, encontramos muitas razões pelas quais deve-
mos guardar e estudar o conteúdo das Festas97:
— As festas estão listadas na Bíblia e toda a Palavra de Yahweh foi dada
por Yahweh: “Toda a Escritura é inspirada por Yahweh e proveitosa para
ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e
para ensinar a maneira certa de viver.” (II Timóteo 3:16).
— As festas são uma sombra do que está por vir: “Portanto, ninguém tem
o direito de vos julgar pelo que comeis, ou pelo que bebeis, ou ainda com
relação a alguma festa religiosa, celebração das luas novas ou dos dias
de sábado. Esses rituais são apenas sombra do que haveria de vir; a rea-
lidade, todavia, encontra-se em Yeshua.” (Colossenses 2:16-17).
— As festas são por natureza proféticas e exemplos de eventos prenuncia-
dores: “E estas coisas foram-nos feitas em figura...”/“…Ora, tudo isto lhes
sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já
são chegados os fins dos séculos.” (I Coríntios 10:6 e 11).
— Yahweh nos deu as festas para que pudéssemos entender Seu plano de
redenção e restauração, bem como Seu desejo em caminhar conosco ao
longo do ano: “Porquanto tudo o que foi escrito no passado, foi escrito
para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom
ânimo provenientes das Escrituras, mantenhamos firme a nossa espe-
rança.” (Romanos 15:4).
96 Ver Chumney, Edward. Os Sete Festivais do Messias, 2003, Shippensburg.
97 Cf. para o seguinte: Ibid.

120
— As festas são parte da Torá, são um “ensino” que nos levam ao Mes-
sias: “Desse modo, a Lei se tornou nosso tutor a fim de nos conduzir ao
Messias, para que por intermédio da fé fôssemos justificados.” (Gálatas
3:24).
— Todas as festas apontam para o Messias: “Então, Eu disse: Aqui estou,
no Livro está escrito a meu respeito...’” (Hebreus 10:7).
— Yeshua veio para cumprir o que está escrito no Tenakh. (Lucas 24:26-
27, 44 a 45).
— As festas são um padrão celestial. (Hebreus 8:1-2 e 5).
— Quando estudamos o físico, podemos compreender o espiritual.
(I Coríntios 2:9-13).
festas das primavera
Pêssach (Chag happessach).
“(…)Observareis estas instruções como um decreto para vós e vossos
filhos, para sempre. Quando tiverdes entrado na terra que Yahweh vos
dará, como Ele prometeu, celebrareis este rito. Quando vossos filhos vos
indagarem: ‘Que rito é este?’ – ensinareis: ‘É o sacrifício de Pessah, Páscoa
a Yahweh, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito e poupou
nossas famílias quando matou todos os primogênitos dos egípcios!” Então,
o povo prostrou-se em adoração a Yahweh.” (Shemot – Êxodo 12:24-27).
A primeira festa de Yahweh é a festa de Pêssach. (Wajjikra – Levítico
23:5). É celebrado no dia 14 de Nissan (ver anexo “O Calendário Bíblico”).
Yahweh declara que o Pêssach deve ser celebrado como um memorial
eterno: “...Esse dia, portanto, será para vós um memorial, e o celebrareis
como uma festa perene para Yahweh; nas vossas gerações o celebrareis
por decreto perpétuo.” (Shemot – Êxodo 12:14).
Historicamente, Pêssach no Tenakh é uma lembrança da libertação de
Israel da escravidão egípcia (uma imagem para o mundo) e assim, do
nascimento do povo judeu. Na última noite, ainda na Terra do Egito, os
israelitas celebraram a festa da passagem, chamada de “Pêssach” para
sempre. Naquela noite sublime e iluminada, Yahweh passou pelas “casas
designadas” dos israelitas quando trouxe a décima e última praga sobre
os egípcios. Em Êxodo diz:“O sangue, porém, será para vós um sinal nas
casas em que estiverdes: quando Eu vir o sangue, passarei adiante. A
praga de destruição não vos atingirá quando Eu ferir o Egito.” (Shemot
– Êxodo 12:13). Todos os cordeiros sacrificados no Egito apontam para
o verdadeiro Cordeiro de Yahweh, Aquele que tira o pecado do mundo.

121
No Brit Hadashá está escrito: “A Páscoa dos judeus estava próxima, e
muitos daquela região do interior subiram para Jerusalém, a fim de par-
ticiparem das cerimônias de purificação antes da Páscoa.” (Yohanan –
João 11:55).
Os judeus foram lá para fazer a limpeza no micvê (concentração de
água), para serem submetidos à purificação: No templo havia um micvê,
uma imersão em água, a fim de se purificar espiritualmente.
A palavra grega para “purificar” é hagnizo, e vem de hagnos, que signi-
fica “consagrar, casto, puro e no sentido mais restrito, significa virgem.”98
Cumprimento messiânico deste festival: A festa de Pêssach aponta
para a redenção por meio do Messias, o cordeiro pascal perfeito (Yoha-
nan – João 1:29), que morreu por nós.

Aplicação espiritual (Halachá):


Yahweh quer nos ensinar: o Egito representa o mundo e o sistema do
mundo. Faraó, o governante, é uma imagem de Satanás. Yeshua é
nosso Pêssach. Fomos salvos por meio de Yeshua do reino das trevas e
do pecado através do Seu sangue. Crendo que o sangue derramado de
Yeshua nos purifica de nossos pecados, experimentamos initmamente o
Pêssach. As ombreiras das portas são os nossos corações que estão man-
chados de sangue. Esta experiência é o primeiro passo em nossa cami-
nhada com Yahweh (Halachá).99
A celebração anual do sêder consiste em cerimônias religiosas, a lei-
tura da Hagadá e uma festa. Eles contam sobre o êxodo dos israelitas e é
como se cada um saíssem do Egito. A declaração a seguir pode ser encon-
trada no site Chabad-Lubavitch Media Center:
“Começamos com nossos ancestrais Abraham, Yitzhak e Jacob; esta-
mos com nosso povo quando ele vai para o exílio e sofre opressão e per-
seguição cruel. Estamos com eles quando Yahweh envia as dez pragas
para punir Faraó e sua nação, estamos com nosso povo quando eles dei-
xam o Egito e quando cruzam o Mar Vermelho. E somos testemunhas

98 Elberfeld Study Bible with Language Key, O Novo Testamento, Versão Revisada, Wup-pertal
e Zurich: R. Brockhaus Verlag, 1995, p. 690 e p. 691.
99 Originalmente significa andar, indica qual deve ser o caminho certo a seguir para levar uma
vida de acordo com os preceitos da Torá. Na prática, halacha constitui o modelo ético que
serve como referência a qualquer praticante.

122
da mão maravilhosa de Yahweh que divide o mar para que os israelitas
possam passar, e como o mar caiu sobre os egípcios.”100
Isso nos lembra de uma forma muito clara, passo a passo, o nosso
Êxodo do “Egito”. Dizemos então a nossos filhos e filhas, como Yahweh
ordenou: “Naquele dia, assim falarás a teu filho: ‘Eis o que Yahweh fez
por mim, quando saí do Egito!’” (Shemot – Êxodo 13:8). Como resultado,
nossos filhos estão envolvidos no conceito de salvação por meio de uma
celebração desde cedo.
O significado profético (Halachá).
O segundo passo em nossa caminhada (Halachá) leva a um reconheci-
mento no qual celebrar a festa de Pêssach é uma preparação para um
futuro Êxodo, um Pêssach futuro significa como Rabino Nydle101 nos
explica: Sha-ul (Paulo) diz aos colossenses que as festas judaicas, luas
novas e Shabbaths são sombras das coisas que estão por vir (Colossenses
2:16-17). Como aprendemos, Mo’ed significa “tempo determinado, com-
promisso, ensaio geral.” Portanto, as festas são amostras da realidade.
Quando olhamos para as instruções que Yahweh deu aos israelitas para
se prepararem para o próximo Pêssach, entenderemos como nos purifi-
camos para o próximo Pêssach e o grande Êxodo do sistema mundial.
Em Wajjikra está escrito: “Não seguireis os estatutos das nações que Eu
expulso de diante de vós, pois elas se acostumaram a fazer tudo o que é con-
tra minha vontade e, por isso, me aborreci totalmente delas.” (Wajjikra –
Levítico 20:23).
Yahweh então deu a Seu povo os mandamentos para a purificação. E
é exatamente isso que temos que fazer, que precisamos nos limpar das
contaminações, espiritualmente falando. Isso é o que o povo de Israel fez
quando subiu a Yerushalayim (Jerusalém) no Pêssach.
Descobrimos o significado mais profundo da purificação observando
as instruções para a Festa dos Pães Ázimos.

100 http://www.de.chabad.org/library/article_cdo/aid/482388/jewish/Die-Hintergruende-zum-
Sederabend.htm
101 Nydle, Edward ‘Levi’: http: //.bnaiavraham.net/newpage/index2.html.

123
A festa dos Pães Ázimos (Chag hamazzot).
A Festa dos Pães Ázimos é celebrada no dia 15 de Nissan, um dia após
Pêssach.
Contexto histórico.
De acordo com o Tanakh, a festa dura sete dias (ver Shemot – Êxodo
12:15 e 34:18). A Festa dos Pães Ázimos proclama que o corpo físico de
Yeshua não se desfez enquanto Ele estava no túmulo. Matsá (em Deba-
rim – Deuteronômio 16: 3 chamado de “pão que faz recordar a aflição”), o
pão sem fermento serve para lembrar a saída apressada do Egito quando
não restava mais tempo para fermentar a massa do pão. Em Shemot, diz:
“Com a massa que haviam trazido do Egito, fizeram pães sem fermento. A
massa não tinha fermentado, pois eles foram expulsos do Egito e não tive-
ram tempo de preparar comida.” (Shemot – Êxodo 12:39).
Tanto o consumo como a posse de qualquer tipo de massa fermentada
são estritamente proibidos durante estes sete dias. E isto fica claro em
Shemot: “Durante sete dias não se achará fermento em vossas casas;
todo aquele que comer pão fermentado será eliminado da comunidade de
Israel, seja ele estrangeiro ou natural da terra.” (Shemot – Êxodo 12:19).
Com isso, os israelitas aprenderam uma separação total da vida no Egito.
Eles ficaram sem tempo e tiveram que sair com pressa. Ser eliminado (do
verbo krt) aqui significa morrer prematuramente ou sucumbir à morte
eterna.
Isso não é muito extremo? Mas Yahweh comunica uma verdade espiri-
tual dando uma ordem (instrução) física e tangível. Assim como Yahweh
preparou os filhos de Israel para o Êxodo, dizendo-lhes que removessem
o fermento de suas casas, Ele deseja nos preparar para o Êxodo que virá.
Os israelitas estavam no Egito há gerações. Lá eles foram expostos à reli-
gião egípcia e usados como escravos. Eles adotaram partes da cultura
egípcia. Eles tiveram que deixar essas impurezas para trás.
O pão fermentado tem um sabor muito melhor do que o pão sem fer-
mento. E exatamente o mesmo acontece com o ensino. O ensino sem fer-
mento é o ensino puro de Yahweh (Torá) e muitos não gostam muito dele.
Eles preferem o fermento, ou seja, a doutrina mista.
Cumprimento messiânico.
Este mandamento, que indica santificação e separação, foi cumprido
quando o Messias foi separado e Seu corpo não apodreceu na sepultura.

124
Yeshua usou o pão sem fermento, para nos mostrar que Seu corpo não
verá a corrupção. Nossos corpos não apodrecerão, mas serão ressuscita-
dos. Este corpo perecível é transformado em um corpo não corruptível.
Aplicação espiritual (Halachá):
Como crentes, devemos deixar os caminhos do mundo para trás, fugir
dele. Somos incentivados a viver uma vida santa e pura e a remover o
pecado (o fermento) de nossas vidas. O nível espiritual por trás desse man-
damento é que permitimos que o Ruach Ha Kodesh busque fermento em
nossos corações. O que é fermento? Tudo o que estraga. Ensinamentos anti-
gos e compreensão antiga da palavra que não contém nas Escrituras.
Quando celebramos a Festa dos Pães Ázimos e comemos matsá por
sete dias, sentimos como esse processo é difícil e árduo. Ao fazer isso,
Yahweh incendeia seriedade em nossas vidas, para remover o fermento
do pecado de nós. A noiva de Yeshua se submeterá a um micvê e se puri-
ficará com a água da palavra. O ensino que recebemos está misturado
com o pensamento pagão e não é tão fácil de descobrir. É por isso que
a preparação e a purificação durante este tempo são tão importantes e
um foco especial em nossa caminhada com Yahweh. Desta forma, somos
conduzidos mais profundamente à luz da Torá ano após ano!
A festa das Primícias.
A colheita de grãos em Israel começa com a festa das primícias. O trigo
é o primeiro tipo de grão a amadurecer daqueles semeados no inverno.
Contexto histórico.
Para a festa das primícias, um feixe de trigo foi colhido para a festa
das primícias e oferecido a Yahweh como oferta de ação de graças
pela colheita: Disse mais Yahweh a Moisés: “Fala o seguinte aos filhos
de Israel: Quando tiverdes entrado na terra que vos dou e fizerdes nela a
ceifa, trareis ao sacerdote o primeiro feixe de vossa colheita.” (Wajjikra –
Levítico 23:9-10).
A festa das primícias é celebrada dois dias após a festa de Pêssach, em
março ou abril, no décimo sexto dia de Nissan.
O primeiro feixe (“Omer”101) foi apresentado como agradecimento ao
sacerdote, que o ofereceu a Yahweh. Depois dessa oferta, todos puderam
comer da nova colheita. As primícias ou o primogênito eram um conceito

103 “Um feixe do primeiro fruto no tempo entre Pêssach e Shavuôt foi oferecido no templo e
antes de sua oferta o consumo do novo grão foi proibido. ”Jewish Lexicon, Vol. IV / I, p. 570.

125
familiar para o povo de Israel. As primícias foram sempre os primeiros,
os melhores e os que precederam a vinda. Eles foram separados, então
Yahweh os santificou. E este conceito de primícias é um conceito bíblico
essencial (ver Wajjikra – Levítico 2:12; Bemidbar – Números 18:12-15;
Debarim – Deuteronômio 18:1-5; Hebreus 6:20). Todos os primogênitos
na terra, sejam humanos, animais ou frutos, deve ser apresentado diante
de Yahweh como um presente de primícias.
Cumprimento messiânico.
Esta festa é mencionada sete vezes na Brit Hadashá (Novo Testamento),
e encontra seu cumprimento na ressurreição do Messias no terceiro dia
(literalmente no terceiro dia de Pêssach, décimo sexto dia de Nissan),
no dia das primícias. A primeira carta aos coríntios diz:“No entanto, em
realidade, o Messias ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele a primícia
dentre aqueles que dormiram.” (I Coríntios 15:20). O Messias cumpriu o
significado profético desta festa, ressuscitando dos mortos, tornando-se o
primeiro fruto da ressurreição.
Aplicação espiritual (Halachá):
Um feixe também é usado na Bíblia como imagem de uma pessoa. José
disse ao seus irmãos: “Pareceu-me que estávamos atando feixes nos cam-
pos, e eis que meu feixe se levantou e ficou em pé, e vossos feixes o rode-
aram e se prostraram diante do meu feixe.” (Bereshit – Gênesis 37:7).
Quando Yeshua voltar à terra, Ele trará Seus feixes (Seus primeiros
frutos, Tehilim – Salmo 126) com ele. Em nossa caminhada (Halachá)
com Ele é uma honra para Ele se nós obtivermos para Ele os primeiros
frutos.
O conceito hebraico do primeiro fruto.102
O conceito dos primeiros frutos é um conceito da Torá. O princípio
bíblico é colocar Yahweh em primeiro lugar em nossas vidas. O rabino
Ralph Messer descreve este princípio em uma fórmula curta para todas
as “coisas mais importantes primeiro”. Um estilo de vida da Torá é colo-
car Yahweh em primeiro lugar e consagrar a primeira coisa a Ele: a pri-
meira vez pela manhã, guardar o sábado como as primícias da semana,
e o décimo da renda como as primícias ao oferecer as primícias, hon-
ramos a Yahweh, expressamos que entendemos que todas as primícias

102 Para o seguinte, veja Rabbi Ralph Messer: Walking in the blessing, part 1, www. torah.tv.de.

126
pertencem a Ele. Quando oferecemos as primícias do nosso tempo e das
finanças a Yahweh, escolhemos ao mesmo tempo que Yahweh abenço-
ará e cuidará do restestante (isto é, dos outros seis dias da semana e
os noventa por cento de nossa renda). Se não dermos a Yahweh o que
é Seu de qualquer maneira, então o resto estará sob maldição. Atraso
na entrega das primícias também se enquadra nisso, como podemos
aprender com Abel e Caim: “Passado o tempo, Caim apresentou alguns
produtos do solo, em oferenda a Yahweh. Abel, por sua vez, ofereceu as
primícias e a gordura de seu rebanho. Ora, Yahweh aceitou com alegria
a Abel e sua oferta. Todavia, não se agradou de Caim e de sua oferenda;
e, por esse motivo, Caim ficou muito irado e seu semblante assumiu uma
expressão maligna.” (Bereshit – Gênesis 4:3-5). Por que Yahweh despre-
zou o sacrifício de Caim? O conceito do dom das primícias “as primei-
ras coisas primeiro” esclarece o motivo: Caim fez sacrifícios (não suas
primícias) depois de “passado um tempo”. Ao atrasar, ele desrespeitou
o mandamento das primícias. Abel trouxe alguns dos primeiros frutos
de seu rebanho. Claro, as primícias também foram oferecidas primeiro
a tempo. Em Mischle diz: “Honra a Yahweh com teus bens e com as primí-
cias de todos os teus rendimentos; e se encherão com fartura os teus celei-
ros, assim como transbordarão de vinho.” (Mischle – Provérbios 3:9-10).
Por que Yahweh tinha o direito de matar o primogênito dos egípcios?
Porque de acordo com a lei da Torá, todas as primícias pertencem a Ele!
Yeshua também é o primogênito e as primícias de Yahweh.

Aplicação espiritual (Halachá):


Devemos basicamente dar todos os primeiros frutos a Yahweh, nunca
com atraso, mas primeiro! Assim decidimos conscientemente que
Yahweh também pode abençoar o resto.
A Páscoa marca a libertação física dos israelitas (o êxodo do Egito e o
nascimento da nação judaica) e em Shavuôt (Pentecostes) eles receberam
a Torá – a essência espiritual e a libertação espiritual do povo judeu.
Para enfatizar esta conexão, de acordo com as instruções de Yahweh,
cada um dos quarenta e nove dias (“dia do Ômer”) entre esses dois feria-
dos é contado.

A implementação.

127
A contagem começa na segunda noite de Pêssach, imediatamente após
o cair da noite, e a partir daí continua todas as noites até a Véspera de
Shavuôt.
“A partir do dia seguinte ao shabbãth, sábado, desde o dia em que tiver-
des trazido o feixe de apresentação, contareis sete semanas completas.”
(Wajjikra – Levítico 23:15). Esta cerimônia de contagem é chamada
de “Contagem o Ômer”. Ômer significa oferta, consagração e graças a
Yahweh pela colheita.
Shavuôt – A festa das semanas.
A festa “Shavuot” (em hebraico: “semanas”) sinaliza o início da colheita
do trigo no verão. Nós nos lembramos da festa das primícias, que mar-
cam o início da colheita do trigo na primavera. Shavuôt é celebrado cin-
quenta dias após a festa das primícias.
Contexto histórico.
Quando os israelitas passaram pelo Mar Vermelho, quarenta e sete
dias se passaram até o dia em que Moshe teve um encontro com Yahweh.
Por quarenta e sete dias os filhos de Israel vagaram pelo deserto. Yahweh
instruiu a Moshe que o povo deveria se santificar antes que Ele os visi-
tasse três dias depois, no quinquagésimo dia. Naquele dia, Yahweh deu a
eles a Torá no Monte Sinai.
Cumprimento messiânico.
Shavuot encontra seu cumprimento com o recebimento do Ruach Ha
Kodesch pelos crentes, exatamente cinquenta dias após a ressurreição
do Messias, conforme relatado em Atos: “E ao completar-se o dia de Pen-
tecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente, veio do céu um
barulho, semelhante a um vento soprando muito forte, e esse som tomou
conta de toda a Casa onde estavam assentados. Então, todos viram distribu-
ídas entre eles línguas de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. E todas
as pessoas ali reunidas ficaram cheias do Espírito Santo, e começaram a
falar em outras línguas, de acordo com o poder que o próprio Espírito lhes
concedia que falassem.” (Atos 2:1-4).
Aplicação espiritual (Halachá):
Através do batismo em Ruach Ha Kodesh, o poder de Yahweh entra em
nossas vidas e estamos preparados para as obras.
Vimos as festas da primavera em três níveis: no contexto histórico,
como foram cumpridas no Messias e o que significam para nós em nossa

128
caminhada (Halachá) com Yahweh. Quando fugirmos do nosso Egito
através da salvação em Yeshua, experimentaremos o pão sem fermento
(ou seja, buscaremos uma vida sem pecado). Assim como Yeshua res-
suscitou dos mortos, nós devemos morrer para nossa velha vida e nossa
nova vida deve se desenvolver Nele. Então, quando formos batizados
pelo Ruach Ha Kodesh e dotados de poder, Yahweh nos levará em uma
jornada espiritual pelo deserto da vida. Mas a nossa jornada não termina
aí, vamos caminhando com Ele, conhecendo as festas do Outono e apren-
dendo seus significados.
As festas de outono.
As festas de outono começam com um período de quarenta dias, que é
chamado em hebraico de Teshuwa. Teshuwa significa arrependimento,
arrepender-se e retornar/voltar. Depois de trinta dias na Teshuwa, é
celebrado o Rosh Hashaná. Outro período de dez dias começa com Rosh
Hashaná e termina com Yom Kippur. Esses dez dias de arrependimento
(do primeiro ao décimo Tishri, ou seja, da festa de Ano Novo Rosh
Hashaná até o dia da expiação, Yom Kippur) são o centro do ano judaico.
Este período de Teshuvá é um tempo de graça especial, arrependimento
e expiação. Como todo este mês de Elul precede os feriados mais eleva-
dos, este também é um mês de preparação.
Contexto histórico.
Após os israelitas receberem a Torá no Monte Sinai, e Moshe Yahweh
havia implorado para perdoar o povo por ter um bezerro de ouro tinha
adorado, Moshe foi ao Monte Sinai novamente e ficou lá quarenta dias
– desde o primeiro Elul até Yom Kippur, ou seja, até aquele dia o Senhor
havia perdoado os israelitas. Esses dias estão em vigor desde então como
um tempo da graça de Yahweh e como um tempo de nosso arrependi-
mento e retorno Yahweh.
Costumes.
O shofar é tocado pela manhã todos os dias da semana, exceto no último
dia antes de Rosh Hashaná. O salmo vinte e sete é lido pela manhã e à
tarde.
Aplicação espiritual (Halachá):
Elul é o último mês do ano religioso judaico e é um período especial de
auto reflexão em relação ao estilo de vida e comportamentos ao lidar
com o próximo e com Yahweh.

129
O mês seguinte de Tishri introduz o ano novo judaico e é um mês
muito especial no calendário judaico. Contém as festas “mais solenes”:
Rosh Hashaná e Yom Kippur. Bem como os dias de maior alegria: Sukkot
e Simchat Torá. Estes feriados criam um sentimento de renovação e são
uma fonte de inspiração para o ano seguinte.
Cada festival e cada feriado é, como vimos, não apenas um tempo para
lembrar um determinado evento histórico, mas também uma estação
em nossas vidas. Durante este tempo, o relacionamento especial entre
Yahweh e Seu povo desperta, o nosso relacionamento com Yahweh é anu-
almente reavivado e aprofundado a cada ano. Ao celebrarmos cada uma
das festas, damos ênfase ao principal e o que importa em nossas vidas.
Rosh Hashaná.
Rosh Hashaná é o momento em que o Reino de Yahweh é consciente-
mente reconhecido de novo. Toda a criação agora está sendo julgada.
Yom Kippur é o momento em que Yahweh perdoa todos os nossos peca-
dos de uma forma muito especial, como veremos mais tarde. Em Sukkot
e Simchat Torá, nos regozijamos com a renovação do nosso relaciona-
mento com Yahweh.
Rosh Hashaná também tem vários outros nomes e está relacionado ao
seguinte:103
1. Teshuwa (arrependimento)
2. Rosh Hashaná (A cabeça do ano, o aniversário do mundo)
3. Yom Teruá (“Dia do toque da trombeta”)
4. Yom HaDin (“Dia do Julgamento”)
5. HaMelech (A coroação do Messias)
6. Yom Hazicaron (“Dia da Memória”)
7. O tempo da tribulação de Ja-akov
8. A abertura dos portões
9. Kiddushin/“Nissu · in” (A cerimônia de casamento)
10. “A ressurreição dos mortos”104
11. “O último shofar”
12. Yom Hakeseh (“O dia escondido”)
Rosh Hashanah é tão significativo quanto a diversidade de seus nomes.
Uma análise mais aprofundada da variedade de significados dos nomes

103 Ver Chumney, Edward: The Seven Festivals of the Messiah, Shippensburg, 2003.
104 Nota do HS: Rapture.

130
iria além deste livro, alguns nomes e seus significados serão examinados
como exemplos. Os temas das festas e seus feriados são tão ricos e varia-
dos que você não poderia simplesmente escrever um livro sobre isso.
Rosh Hashaná não é apenas o começo do ano, mas “A cabeça do ano”.
No site do Chabad-Lubavitch Media Center diz: “Assim como D’us deci-
diu criar o mundo no início, Ele também revigora a cada Rosh Hashaná,
e isso molda o relacionamento do mundo com Ele durante todo o ano
que se inicia. Assim como a cabeça contém vida e é o centro nervoso do
corpo, Rosh Hashaná contém vida e nutrição o ano todo. Esse é o signifi-
cado do julgamento de Rosh Hashaná, e é por isso que este festival é tão
solene. Para isso depende de nós “voltarmos” para D’us.“105
Yom Teruá.
A festa é aberta com o “dia do toque do shofar” (Yom Teruá; ver Bemidbar –
Números 29:1); Teruá significa “barulho de: guerra/festa/trombeta”.106
O dia também é referido nas escrituras como o “Memorial com sonido
de trombetas” (Wajjikra – Levítico 23:24) e aponta para a segunda vinda
de Yeshua. A primeira carta aos coríntios diz: “Eis que eu vos declaro um
mistério: nem todos adormeceremos, mas certamente, todos seremos trans-
formados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última
trombeta.107 Porquanto a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorrup-
tíveis e nós seremos transformados.” (ICoríntios 15:51-52).108 Teruá tam-
bém significa “um som de estrondo”.
Análise.
Existem diferentes ocasiões em que a trombeta (o shofar) é tocada. Três
são consideradas mais detalhadamente abaixo:

105 http://www.de.chabad.org/library/article_cdo/aid/4932/jewish/Rosch-Haschana.htm.
106 Dicionário teológico conciso do Antigo Testamento, dois volumes, vol. II, p. 570.
107 Para Stern, em vez de “trombeta”, é usado “Shofar”. “O mandamento, no dia de ano novo,
soprar o shofar não é explicitamente encontrado na Torá ”, mas em comparação com Wajji-
kra – Levíico 25:9, o sopro para o ano do Jubileu, derivado [cf. Mishnayot. Os seis Ordens da
Mishná, Parte II, Ordem Moe’d, traduzido e explicado por Eduard Baneth (com exceção do
tratado SHABAT, editado por A. Sammter). Terceira edição, Basel: Victor Goldschmidt Ver-
lag, 1968, p. 403.
108 Citado em: Elberfeld Study Bible with Language Key, The New Testament, Revised Versão, R.
Brockhaus Verlag Wuppertal e Zurique, 1995.
109 veja Mishnayot. As Seis Ordens da Mishná, Parte II, Ordem Moe’d. Traduzido e explicado por
Eduard Baneth (com exceção do tratado SCHAB-BAT), Terceira Edição, Basel: Victor Golds-
chmidt Verlag, 1968, p. 411.

131
1. O primeiro shofar soando em Shavuôt
2. O último shofar tocado em Rosh Hashaná
3. O grande shofar tocando no dia do julgamento
O último toque do shofar em Rosh Hashaná.
A última trombeta (o último shofar110 ) está conectada com Rosh Hashaná.
Na primeira carta em Tessalonicenses diz: “Pois, dada a ordem, com a
voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Yahweh, o próprio Messias
descerá dos céus, e os mortos em Yeshua ressuscitarão primeiro. Logo
em seguida, nós, os que estivermos vivos sobre a terra, seremos arre-
batados como eles nas nuvens, para o encontro com Yeshua nos ares.
E, assim, estaremos com Elohim para sempre!” (I Tessalonicenses 4:16-
17). No dia do toque do shofar, o shofar é tocado cem vezes. Três tons
diferentes são soprados. Na Mishná está escrito: “O shofar é tocado em
grupos de três toques111, repetindo-se cada grupo três vezes, totalizando
trinta toques. A ordem é a seguinte: o primeiro grupo somam-se noventa
toques; e, no final, toca-se mais uma vez o grupo de dez, perfazendo cem
toques. O Shofar emite três sons característicos Tekiá – um som contí-
nuo, como um longo suspiro; Shevarim – três sons interrompidos, como
soluços; Teruá – nove (ou mais) sons curtíssimos como suspiros entrecor-
tados em prantos. O último som do shofar é um toque longo, a Tekiá Gue-
dolá (grande toque).112 O último toque é conhecido como o último shofar.
Na primeira carta em Coríntios, lemos qual será o significado do último
shofar: “Eis que eu vos declaro um mistério: nem todos adormeceremos,
mas certamente, todos seremos transformados, num momento, num abrir
e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Porquanto a trombeta soará,
os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.”
(I Coríntios 15:51-52).
Paulo como judeu, conhecia os costumes judaicos e celebrava as fes-
tas bíblicas, na qual através delas explicava os acontecimentos reais ao

110 Na Mishná, o shofar é descrito: “O shofar do dia de Ano Novo era de Ibex, alongado, com
boca revestida de ouro, duas trombetas de ambos os lados. The Scho-estendidas demais,
as trombetas encurtaram o tom, porque a ordem do dia clama pelo shofar. “ (Mishnayot.
As seis ordens da Mishná, Parte II, ordem Moe’d. Traduzido e explicado por Eduard Baneth
(com exceção do tratado SCHABBAT editado por A. Sammter).Terceira edição, Basel: Victor
Goldschmidt Verlag, 1968, p. 403
111 Ver ibid., P. 411.
112 Ibid., Texto da nota de rodapé.

132
Coríntios. Ele revela a eles que nem todos morrerão, mas que haverá
irmãos e irmãs que serão transformados ao toque do último shofar. O
último shofar é tocado antes do grande shofar no “dia do toque do Sho-
far” (Bemidbar – Números 29:1). O shofar no dia do toque do Shofar, é
um sopro de vitória e não deve ser confundido com o shofar no dia do
julgamento, que será um sopro para o julgamento, conforme descrito no
oitavo capítulo em Apocalipse: “E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio
do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam sobre a terra!
por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda
tocar!’” (Apocalipse 8:13).
O shofar que reúne a igreja e se move em direção a Yeshua é o shofar
de Yahweh – um anjo, no singular. As trombetas que anunciam o julga-
mento são as trombetas dos três anjos, que estão no plural.
O shofar na carta aos tessalonicenses é um sopro de vida e da vitória,
enquanto os shofares dos anjos julgam os inimigos de Yahweh.
O último shofar soa por um momento, enquanto os shofares dos anjos
soam por um período de tempo. Portanto, no décimo capítulo do Apoca-
lipse, podemos ler o seguinte: “...E, que nos dias da voz do sétimo anjo,
quando ele estiver para soar a sua trombeta, o mistério de Yahweh se
completará, exatamente da maneira como Ele anunciou aos seus ser-
vos, os profetas...” (Apocalipse 10:7). Com isso, podemos concluir que os
outros anjos também tocaram seus shofares antes.
Rosh Hashaná: A abertura dos portões.
A abertura dos portões do céu em Rosh Hashaná está associada com
o arrebatamento dos crentes. Em Yesha’jahu diz: “Abram os portões da
cidade, para que entre uma nação justa, que se mantém leal!” (Yescha’jahu –
Isaías 26:2), e em Tehellim: “Abri-me os portões da justiça, pois desejo
entrar para dar graças a Yahweh. Esta é a porta do Eterno, pela qual entra-
rão os justos. Eu te exalto, porque me respondeste e foste minha salvação.”
(Tehilim – Salmos 118: 19-21). Esse é um cumprimento messiânico que
ainda acontecerá.
Rosh Hashaná: O Casamento do Messias.
Rosh Hashaná ocorre na lua nova, que é sempre contada vinte e nove
dias e meio após a última lua nova. Isso significa que a lua nova pode
ser no dia 29 ou 30 do mês, mas ninguém sabe quando exatamente. Esta
expressão, “Entretanto, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem

133
os anjos dos céus, nem o Filho, senão exclusivamente o Pai.” (Matityahu –
Mateus 24:36) refere-se ao “dia do toque do Shofar” (Bemidbar – Núme-
ros 29:1). “A respeito daquele dia e hora ninguém sabe”, é o que um noivo
judeu dizia à sua noiva quando lhe era perguntado quando aconteceria
o casamento; Era um costume judeu o pai dizer ao filho quando ele deve-
ria ir buscar a noiva. É assim que Rosh Hashaná também aponta para o
casamento judaico.
O portão aberto para as virgens sábias no quinto capítulo de Mateus,
“...As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete
de núpcias. E o portão foi fechado.” (Matit-Jahu – Mateus 25:10), também
aponta para a festa do toque do Shofar. Em Ezequiel está escrito: “Assim
ordena Yahweh, o Eterno: “Eis que o portão do átrio interior, isto é, do pátio
interno, que dá para o Oriente, o Leste, permanecerá fechado durante os
seis dias dedicados ao trabalho; mas no dia do shabbãth, sábado, e no dia da
lua nova será aberto.” (Jeheskel – Ezequiel 46:1). A festa do toque do Sho-
far é a única festa de Yahweh que cai na lua nova, todas as outras festas
acontecem na lua cheia. Na carta aos Colossenses, Paulo escreve que as
festas de Yahweh são uma sombra das coisas que estão por vir: “Portanto,
ninguém tem o direito de vos julgar pelo que comeis, ou pelo que bebeis, ou
ainda com relação a alguma festa religiosa, celebração das luas novas ou
dos dias de sábado. Esses rituais são apenas sombra do que haveria de vir;
a realidade, todavia, encontra-se no Messias.” (Colossenses 2:16-17).113
Em um casamento judeu, o noivo vem “como um ladrão” à noite para
sequestrar sua noiva e levá-la para a câmara nupcial. Lá eles passam
sete dias na casa dos pais da noiva, como é relatado sobre Jacó e Rachel;
Labão diz a Jacó: “Todavia, termina esta semana de núpcias e te darei
também minha outra filha como prêmio por todo o trabalho que farás em
minha casa durante outros sete anos! E Jacó anuiu: concluiu a semana de
núpcias com Lia e Labão lhe concedeu esposar sua filha Raquel” (Bereshit –
Gênesis 29:27-28). No final desta semana é a festa de casamento. Assim é
o ritual de um casamento judeu e esa é a principal chave para compreen-
der o arrebatamento.114
113 Citado em: Elberfeld Study Bible with Language Key. O Novo Testamento, Revisado Versão,
R. Brockhaus Verlag Wuppertal e Zurique, 1995.
114 Ver Perry Stone: The Ancient Jewish Wedding. A Revelation on the Rapture, DVD,www.
perrystone.org.
115 Cf. Chumney, Edward: The Seven Festivals of The Messiah, 2003, Shippensburg.

134
Rosh Hashaná: O Dia escomdido (Yom Hakeseh) 115
Os crentes nunca mencionavam o nome da festa (Rosh Hashaná) em si
; eles simplesmente diziam que a respeito daquele dia e hora ninguém
sabe exatamente, e todos já sabiam que se tratava de Rosh Hashaná.
Seria a declaração de Yeshua em Matityahu sobre o dia de Seu retorno,
uma descrição ao Rosh Hashaná? Está escrito: “Entretanto, a respeito
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho,
senão exclusivamente o Pai.” (Matityahu – Mateus 24:36).
Em Tehilim diz: “Em tempos difíceis, ele me esconderá no seu abrigo.
Ele me guardará no seu Templo e me colocará em segurança no alto de
uma rocha.” (Tehilim – Salmos 27:5). O nome Yom hakeseh vem da raíz
hebraica kása, que significa cobrir ou esconder116 : O dia escondido! Este
Salmo é a oração diária do mês de Elul e em Rosh Hashaná. É uma ora-
ção profética para o arrebatamento que virá: A súplica dos crentes é que
Yeshua os escondam antes do dia mau. É interessante notar que, antes
das celebrações de Rosh Hashaná, esta oração no Mês de Elul é feita
duas vezes por dia. O tempo de preparação para o Rosh Hashaná é muito
importante e profundo!
Yom Kippur.
Nove dias após o “dia do toque do Shofar”, no décimo dia do mês de
Tishri, o dia da expiação “Yom Kippur” é celebrado. Este Dia da Expiação
aponta para a multidão de judeus e gentios que serão salvos. Em Wajji-
kra está escrito: “Mas o décimo dia do sétimo mês é Yom Hakipurim, o Dia
da Expiação, da Propiciação. Tereis santa assembleia. Jejuareis e apresenta-
reis oferenda queimada a Yahweh.” (Wajjikra – Levítico 23:27).
Yom Kippur é o Dia da Expiação e o feriado judaico mais importante.
Este é o dia em que o homem se reconcilia com Yahweh e os seus seme-
lhantes. Em Israel, a vida pública é completamente paralisada. Televisão
e rádios interrompem suas programações, as ruas ficam sem carros e
sem qualquer coerção. Em Wajjikra diz: “Porquanto nesse dia se realizará
o rito de expiação por vós, a fim de vos purificar. Ficareis puros de todos os
vossos pecados, diante de Yahweh. Será para vós Shabbãth, um momento
sabático de descanso total, para constrangimento de vossas almas e para
jejum. É, pois, uma lei perpétua!” (Wajjikra – Levítico16:30-31).
116 Cf. König, Eduard: Dicionário hebraico e aramaico para o Antigo Testamento, Wiesba-o:
Dr. Martin Sendet oHG, 1969, p. 183
117 Chumney, Edward: The Seven Festivals of the Messiah, Shippensburg, 2003.

135
Yom Kippur também tem outros nomes, que são os seguintes:117
1. Yom Kippur (Dia da Expiação)
2. Face à face
3. “Yoma” (“o dia” ou “o grande dia”)
4. Jejum
5. O grande Shofar
6. O fechamento dos portões
Contexto histórico.
O ponto mais alto de todoas esses dias incríveis de festa é Yom Kippur,
e na época do templo, o foco neste dia era o serviço realizado por Kohen
Gadol (sumo sacerdote de Israel) no santuário. Ao longo do ano, outros
sacerdotes poderiam realizar qualquer serviço do templo, mas em Yom
Kippur era o sumo sacerdote sozinho quem realizava todos os ritos
necessários para este sagrado dia. Naquele dia, todo o povo era purifi-
cado de seus pecados. (Wajjikra – Levítico 16:29-34).
Aplicação espiritual (Halachá).
O cerne do Dia da Expiação é o perdão dos pecados concedido ao
homem por Yahweh. É muito significativo que o dia do perdão e não o
dia do êxodo do Egito (Pêssach) ou o dia da entrega da Torá (Shavuôt),
seja considerado o feriado judaico de maior importância. O perdão dos
pecados é um privilégio milagroso, um presente da graça de Yahweh ao
homem.
A confissão do pecado exigida das pessoas arrependidas não se limita
ao Yom Kippur, como já sabemos. No entanto, neste feriado ele se torna o
foco de nossa experiência com Yahweh.
Após a festa mais elevada, onde há um tempo de arrependimento e
conversão, chegamos em um momento de alegria e celebração: Sukkot –
A Festa dos Tabernáculos.
Sukkot (Festa dos Tabernáculos).
Em Wajjikra, o Eterno fala com Moshe e diz: “...No décimo quinto dia deste
sétimo mês tem início a festa dos Tabernáculos de Yahweh, que terá a dura-
ção de sete dias.” (Wajjikra – Levítico 23:34).
Contexto histórico.
A característica da festa de Sukkot, a festa dos tabernáculos, é a obser-
vação do mandamento de habitar na sucá (cabana), o tabernáculo. A
sucá deve ser uma cabana temporária, para lembrar a época em que os

136
israelitas viveram no deserto após deixarem o Egito rumo a terra prome-
tida: “Habitareis durante sete dias em cabanas feitas de galhos de árvores.
Todos os naturais de Israel morarão nessas barracas, a fim de que vos-
sos descendentes saibam que Eu fiz os filhos de Israel habitar em tendas,
quando os libertei da terra do Egito. Eu Sou Yahweh !” (Wajjikra – Levítico
23:42-43).
Nesse mesmo tempo, a sucá de Yahweh estava sendo construída no
deserto, o miškan ha’edut, o santuário itinerante no qual a arca estava
localizada.118 Em hebraico a palavra morada (em algumas bíblias está
escrito santuário), é miškan e significa “um lugar de residência”. O local
de residência de Yahweh! E para que foi construído o miškan? Yahweh
queria criar um lugar de encontro entre ele e Seu povo. Em Shemot diz:
“Faze-me, também, um santuário, para que Eu possa habitar entre meu
povo.” (Shemot – Êxodo 25:8).
Sinônimos para a Festa dos Tabernáculos:119
1. Tempo da nossa alegria
2. A festa da coleta
3. A festa das Nações
4. A festa da devoção
5. A festa das Luzes
Aplicação espiritual (Halachá):
A festa de sete dias dos Tabernáculos inicia no décimo quinto dia do mês
de Tishri. É o sétimo e ao mesmo tempo a última festa.
Yohanan relata: “No último dia, o mais solene dia da festa, Yeshua
colocou-se em pé e clamou em pranto: “Se alguém tem sede, deixai-o vir a
mim para que beba. Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, do seu
interior fluirão rios de água viva.” (Yohanan – João 7:37-38).
Sukkot fala em detalhes do Reino Messiânico, durante o qual o Mes-
sias habitará entre o povo. Sukkot é uma lembrança da época no deserto,
quando os israelitas habitavam em suas tendas. Lá, Yahweh disse-lhes
para costruir uma cabana no meio deles, para que Ele possa estar entre
eles em Sua glória. No ciclo anual onde houve redenção, purificação e
provisão, a glória de Yahweh era agora esperada.

118 Dicionário Teológico Conciso do Antigo Testamento, página 218. Ver também: Edward Chum-
ney, Edward: Os Sete Festivais do Messias, 2003, Shippensburg.
119 Cf. Das Jewish Lexikon, Vol. III e Edward Chumney, Edward: The Seven Festivals of The
Messias, 2003, Shippensburg.

137
Resumo:
O ciclo anual e o plano de salvação de Yahweh.
Os tempos estabelecidos por Yahweh abrangem através de um ciclo
anual, todo o todo o plano de salvação: redenção, ressurreição, supri-
mento e cumprimento, julgamentos no fim dos tempos, arrebatamento,
o grande julgamento e o reino messiânico da paz. As festas são celebra-
das profeticamente até que sejam cumpridas. Em um ciclo semanal – de
sábado a sábado – celebramos profeticamente o sábado na eternidade.
Em um ciclo mensal, celebramos os primeiros frutos oferecendo nossas
ofertas de primícias (dízimos).
A celebração dessas festas não deve ser um ritual somente por que
Yahweh ordenou, mas sim momentos em que Adonai deseja especial-
mente encontrar conosco. Yahweh quando marca um encontro. Ele man-
tém seus compromissos. Através desses tempos fixos, criamos um ritmo
em nossas vidas. Quando celebramos Suas festas, nosso ciclo de vida pes-
soal é continuamente adaptado ao ciclo de Yahweh. Nossas vidas estão
alinhadas com Suas ordenanças, e para onde nós formos, somos trazi-
dos de volta para celebrar as festas. Quando obedecemos, nossas vidas
mudam, recebemos uma revelação nova e mais profunda da natureza de
Adonai. Chegamos a um nível mais alto de bênção a cada ano. Yahweh
deseja nos levar a uma caminhada cada vez mais profunda com Ele.
Todos os anos, especialmente em Pêssach, nos lembramos do nosso
êxodo do mundo para a nossa salvação e perdão dos pecados. Somos gra-
tos em Shavuot pelo suprimento dado por Yahweh, nos lembramos dos
nossos feitos através do poder do alto (ver Atos 1:8), nos purificamos e
nos recordamos especialmente nas festas de outono, do retorno do Mes-
sias. Estamos ansiosos para que o noivo restaure a sua noiva (restaura-
ção) e que a adorne. Portanto, manter este ciclo nos mantém acordados
e, ano após ano, a caminhada nos aproxima da vinda do Messias. Somos
redimidos, purificados, damos nossos dízimos a Ele, servimos, colhemos
e esperamos o tempo em que Yeshua em toda Sua glória habitará em
nosso meio.
A comunhão especial com Yahweh e Yeshua nessas festas e nas cele-
brações semanais de Shabat são, portanto, um antegosto do que está por
vir.

138
Seminário 11
O Reino.

O rei
Se Yeshua não fosse o descendente de Davi, Ele não seria o Messias.
Yahweh havia prometido ao rei Davi (O profeta Natã diz isto a Davi, con-
forme relatado no segundo livro de Samuel) que sua casa e seu trono
seriam para sempre: “Quando a sua vida chegar ao fim na terra e vieres
a descansar na companhia dos teus antepassados, escolherei um dos seus
filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo, e Eu firmarei o reino
dele. Será ele quem edificará uma Casa em honra ao meu Nome, e Eu fir-
marei o trono dele para sempre. Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho...” (II
Shemuel – Samuel 7:12-14). Com esta declaração, Yahweh confirmou que
haverá um reino judeu que durará para sempre. Ele não disse que seria
um reino da igreja. Em Shemuel diz:
“Contudo, jamais retirarei dele o meu amor, como retirei de Saul, a quem
tirei do seu Caminho. A tua casa e a tua realeza, todavia, subsistirão para
sempre na minha presença, e o teu trono se estabelecerá pela eternidade!”
(II Shemuel – Samuel 7:15-16).
Portanto, todos os reis legítimos dos judeus devem ser sucessores da
casa de Davi. Com o cerco de Jerusalém pelos babilônios, o reinado judeu
terminou. A familia de Davi continuou a existir, mas nenhum dos suces-
sores ocuparam o trono de Israel. Foram apenas alguns magos do Oriente
que fizeram a pergunta decisiva sobre o rei dos judeus: “...Onde está
aquele que é nascido rei dos judeus?” (Matityahu – Mateus 2:2). Embora
Yeshua já fosse o rei dos judeus na época, os seus não o aceitaram. No
entanto, Yeshua não disse que as promessas seriam anuladas e que a
igreja estabeleceria o reino. Mas sim, que o reino seria restaurado em
Israel. Isso cumpriria as promessas de Yahweh e o sonho dos judeus. A
promessa de Yahweh foi antes de mais nada, estabelecer um reino em
Israel e separar das nações pagãs, um “...povo consagrado ao seu Nome.”
(Atos 15:14). Nunca foi dito que todos os seres humanos seriam salvos

139
antes do retorno do Messias como Rei. O plano de Yahweh era o reino de
Israel. E nesse plano Ele inseriu um período de tempo: separar um povo
entre os goyim (gentios). E continua dizendo: “’Depois disso voltarei, e
reconstruirei a tenda de Davi, que está caída; reedificarei as suas ruínas, e
tornarei a levantá-la; para que o restante das pessoas busque Yahweh, sim,
todos os gentios, sobre os quais é invocado o meu Nome, diz Adonai que faz
essas realizações desde os tempos antigos.’” (Atos 15:16-18).
O que significa “depois”? Depois de quê? Depois do tempo em que os
gentios que têm o Seu nome, serão separados. E depois do arrebatamento?
Então o Rei retornará e estabelecerá o Seu templo.
Que nome terão os goyim que foram separados? “Hashem” ou “Ado-
shem”, o nome acima de todos os nomes.120
Até mesmo a placa em Sua cruz confirmava que Yeshua veio como o Rei
dos Judeus: “ESTE É YESHUA, O REI DOS JUDEUS.” (Matityahu – Mateus
27:37) Esta também é uma profecia para o Seu retorno como Rei. Ele esta-
belecerá um reino messiânico com Jerusalém como capital. Em Zacarias
diz: “Yahweh será o Rei de toda a terra; naquele Dia haverá um só Adonai e
o seu Nome será o único Nome!” (Tere-Azar – Zacarias 14:9).
A Nação.
Um rei não pode governar sem uma nação. É por isso que o Estado de
Israel foi fundado. Yesha’jahu previu o estabelecimento do Estado de
Israel: “Será que uma mulher pode dar à luz antes mesmo de sentir as
dores de parto? Será possível parir sem qualquer dor ou desconforto? Ora,
quem já ouviu algo assim? Quem já presenciou tal acontecimento? Assim,
pode uma nação nascer em um só dia? Pode-se dar à luz um povo de uma
hora para a outra? Pois Tsión, Sião, ainda estava em trabalho de parto,
quando deu à luz seus filhos.” (Yescha’jahu – Isaías 66:7-8).
Após quase dois mil anos de dispersão, os judeus desde então come-
çarm a regressar às suas terras no final do século XIX. Isso é único!
Nas guerras de 1948, 1956, 1967 e 1973, eles tiveram vitória contra
nações cinquenta vezes mais fortes. Yeshua havia predito: “...Jerusalém
será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.”
120 Nathan Peter Levinson aponta que os judeus ainda não pronunciam o tetragrama sagrado,
o nome YHWH e, em vez disso, dizem apenas Hashem (o nome) ou AdoShem: “Este nome,
Shem Hameforasch, foi usado apenas uma vez nos tempos bíblicos no ano de Yom Kippur,
pronunciado suavemente pelo sumo sacerdote no Santo dos Santos. (Mishna Joma 6:2)
“Levinson, Nathan Peter: Um rabino explica a Bíblia, Munique: Chr. Kaiser Verlag, 198, p. 15.

140
(Lucas 21:24) Com base no Estado de Israel, importantes profecias bíbli-
cas para o fim dos tempos serão cumpridas.
 O Antimessias fará uma aliança de sete anos com Israel, na qual ele
quebrará depois de três anos e meio. (Danijel – Daniel 9:27).
 Todos os povos da terra irão guerrear contra Israel. (Tere-Azar – Zaca-
rias capítulos 12 e 14).
 Durante a tribulação antimessias, Israel reconhecerá Yeshua como seu
Messias e se tornará luz e bênção para todas as nações da Terra. (Tere-
Azar – Zacarias 12:10, Romanos 11:15).
 Yeshua colocará os pés no Monte das Oliveiras em Sua segunda vinda.
(Tere-Azar – Zacarias 14:3-4).
 Jerusalém será o centro do reino messiânico de paz de Yeshua Ha
Mashiach. (Yesha’jahu – Isaías 2:2-4; Jiremejahu – Jeremias 3:17-18;
Tere-Azar – Miquéias 4:1-8).
 O Templo judeu provavelmente será reconstruído em Jerusalém, onde
o Antimessias se assentará. (Danijel – Daniel 9:27; Matityahu – Mateus
24:15; II Tessalonicenses 2:4).
Lemos em Zacarias o papel que Israel desempenhará na batalha das
nações no fim dos tempos, a guerra mundial que se aproxima:
“E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada
para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despe-
daçados; e ajuntar-se-á contra ela todo o povo da terra. Naquele dia, diz o
Eterno, ferirei de espanto a todos os cavalos, e de loucura os que montam
neles; mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira
a todos os cavalos dos povos.” (Tere-Azar – Zacarias 12:3-4).
Nesta época, Israel reconhecerá Yeshua como seu Messias:
“Mas derramarei sobre toda a família de Davi e sobre todos os habitan-
tes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de oração. Eis que eles
olharão para a minha pessoa, aquele a quem eles mesmos traspassaram, e
prantearão e se lamentarão por ele como quem chora a perda de um filho
único; e verterão lágrimas de enorme amargura por ele, como quem chora
a morte do primogênito!” (Tere-Azar – Zacarias 12:10).
Os cidadãos do Reino e os habitantes da nação.
Os habitantes da nação foram espalhados por todo o mundo. Mas todos
eles retornarão de acordo com a profecia que Yahweh deu por intermédio
de Yesha’yahu. O quadragésimo terceiro capítulo de Yeshajahu diz:

141
“Porque Eu Sou Yahweh, Adonai, o Santíssimo de Israel, o teu Salvador;
dei o Egito por teu resgate e Cuxe, a Etiópia, e Sebá, por ti. Visto que foste
precioso aos meus olhos, também foste honrado, e eu te amei, assim dei
os homens por ti, e os povos pela tua vida. Não temas, pois, porque estou
contigo; trarei a tua descendência desde o oriente, e te ajuntarei desde o oci-
dente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe
e minhas filhas das extremidades da terra, A todos os que são chamados
pelo meu nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também
eu os fiz.” (Yesha’jahu – Isaías 43:3-7).
Os ossos dos mortos mencionados pelo profeta Ezequiel (Jeheskel – Eze-
quiel 37:1) já se aproximaram. Como o sopro de Yahweh ainda não está
neles, a renovação espiritual de Israel ainda está pendente. Isso vai acon-
tecer quando eles perceberem que Yeshua é o seu Messias.
A Constituição.
A legislação da Côrte Real será a Torá – as palavras escritas do Rei. A
Torá é instrução e o ensino de Yahweh.
Claro, a Torá também inclui instruções sobre os regulamentos das rela-
ções sociais, comportamento pessoal e normas morais. A Torá mostra os
princípios pelos quais o Rei governará o Seu Reino e como ele será admi-
nistrado. Esta aliança foi dada pelo Rei no Monte Sinai. A única coisa nova
é que as palavras escritas, lá nas tábuas de pedra, estão agora em nossos
corações, as tábuas de carne. Foram escritas pelo Ruach Ha Kodesh.
A Ordem na Côrte Real.
O evangelho primeiro aos judeus! Isso é o que Paulo escreve em sua
carta aos Romanos: “Porquanto não me envergonho do Evangelho, porque
é o poder de Yahweh para a salvação de todo aquele que nele crê; primeiro
do judeu, assim como do grego.” (Romanos 1:16)121 No décimo quinto capí-
tulo de Matityahu diz que Yeshua foi enviado apenas para as ovelhas
perdidas da casa de Israel: “...Eu não fui enviado, senão às ovelhas perdi-
das da casa de Israel.” (Matityahu – Mateus 15:24). Mais tarde, conforme
declarado em Yohanan, ele diz: “Ainda tenho outras ovelhas que não são
deste aprisco, as quais devo da mesma maneira trazer; elas ouvirão minha
voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.” (Yohanan – João 10:16).

121 Citado em: Elberfeld Study Bible with Language Key. O Novo Testamento, Revisado Versão.
R. Brockhaus Verlag Wuppertal e Zurique, 1995.

142
Seminário 12
A última restauração trará um
avivamento?

A primeira congregação era judia. Eles se reuniam nas casas como uma
grande família. Eles louvavam e adoravam a Yahweh, ceiavam uma refei-
ção juntos, celebravam o Shabat e as festas de Adonai. Grandes sinais e
maravilhas ocorreram no meio deles. A glória de Yahweh estava entre
eles. Os goyim que se tornavam crente em Yeshua, aprendiam a Torá e
celebravam as festas estabelecidas na Torá e o dia sagrado de Yahweh
com seus irmãos judeus. Eles tinham um relacionamento íntimo com
Yeshua, ouviam Sua voz e Yahweh se manifestava para eles através de
grandes sinais e maravilhas. Através deles (goyim e judeus juntos), o
mundo pôde ver que que eles se tornaram um, que Yeshua derrubou a
cerca que havia entre eles.
O número de crentes cresceu rapidamente. Yahweh usou um simples
pescador para adicionar cerca de três mil pessoas em um dia (Atos
2:41). Shaul (Paulo) pregou o evangelho em dois anos para todos judeus
e genios da Ásia: “E assim procedeu por dois anos, de forma que todos
os habitantes da Ásia pudessem ouvir a Palavra de Yahweh, tanto judeus
como gregos.” (Atos 19:10).
E só pelos lenços e aventais que Shaul usava e eram colocados sobre os
enfermos, Yahweh curou de suas enfermidades e os espíritos malignos
saíram deles:
“De tal maneira, que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados
e colocados sobre os doentes. Estes eram curados de todas as suas enfermi-
dades, assim como espíritos malignos eram expelidos deles.” (Atos 19:12).
Somente no quarto século após Yeshua, Constantino, que como um
romano odiava os judeus, ordenou que as congregações existentes e as
que estavam sendo contruídas, fossem usadas também como locais de
reunião para os cristãos, os cultos. As reuniões que antes eram feitas em
casas para adorar Yahweh foram proibidas, agora só poderiam acontecer
nas congregações, já que nas casas seria muito mais difícil vigiar os cris-

143
tãos para ver se eles ainda celebravam o Shabat, as festas e tudo que era
judeu. Constantino prometeu aos cristãos que se eles se afastassem dos
judeus, eles não seriam mais perseguidos. Então, Constantino organizou
uma religião oficial. Os ídolos eram adorados nessas mesmas igrejas. Lá
haviam também músicos que serviam aos ídolos.
Com a introdução do Cristianismo nas congregações, tudo permane-
ceu como antes em relação ao paganismo, exceto os nomes dos ídolos
que foram simplesmente mudados e receberam nomes cristãos, o que era
totalmente permitido no paganismo. Por exemplo, a deusa Ísis foi subsi-
tuída por Maria, a mãe de Jesus. O nome grego Jesus foi usado, mas os
costumes pagãos foram mantidos, como celebrar o domingo e as festas
pagãs. Sacerdotes foram nomeados. Tanto as congregações quanto os
sacerdotes ajudavam a controlar os crentes e removê-los desta comu-
nhão familiar, onde todos ouviam e experimentavam Yahweh. Os sacer-
dotes das congregações assumiram essa responsabilidade.
Portanto, houve uma tremenda mistura. É fácil entendermos como
tudo chegou à este ponto já que a cada vez que damos passos longe da
luz da Torá, isso nos leva literalmente à escuridão. As congregações aos
redores do mundo, ainda esperam pela poderosa presença de Yahweh
como nos tempos da igreja primitiva.
Quando nos distanciamos do caminho, nós também podemos voltar
para o mesmo. O que aconteceria se nós, goyim e os judeus messiânicos
vivêssemos novamente em comunhão em um ambiente familiar como
nos tempos da igreja primitiva, voltássemos à Torá e às festas que Yahwe
nos deu e guardássemos o Seu sábado? Então nós voltaríamos, passo
a passo para à luz. Há muitas indicaões de que a glória manifesta de
Yeshua retornaria. Pela união entre os crentes das nações e os judeus, o
mundo saberia que Yahweh enviou Seu Filho.
“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que cre-
rão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai,
como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para
que o mundo creia que tu me enviaste.” (Yohanan – João 17:20-21)
Essa será a vida entre os mortos!

144
Epílogo

Hoje é um dia especial. É Shabat. Você para de trabalhar (No hebraico


Shabat significa “parar”, “o fim de uma atividade humana“122) e você está
feliz por ter um encontro especial com Yahweh. Ele também está hoje
descansando para encontrar com você. Que maravilha!
Enquanto você está se preparando para o Shabat, seus pensamentos
se retraem: com um coração grato, você percebe como a vida na Côrte
Real mudou. Você se lembra de todas as perguntas que você se fazia,
quando esteve pela primeira vez na côrte Real: Não sou judeu, por que
devo manter as festas bíblicas? Por que eu devo como um crente gentio,
obedecer a Torá? Jesus Cristo não é o fim da Lei, e se sim, por que devo
guardar a Torá? A Torá é legalismo, por que devo voltar a viver sob este
jugo? Afinal, o que é a Torá? Você encontrou respostas maravilhosas para
todas essas perguntas; você foi colocado em uma base sólida.
Que libertação foi para você descobrir que a Torá de Yahweh são ensi-
namentos de amor para abençoar você, para você permanecer no cami-
nho da vida. Você sabe que todos que aceitaram o sacrifício de Yeshua
são salvos, mas você percebeu que, por falta de conhecimento, muitos
não estão nos caminhos das bênçãos de Yahweh. Com alegria e grande
expectativa, você se chega no dia mais especial da semana, o Shabbat.
A cada ano, ao manter as festas bíblicas, você entra em uma caminhada
mais e mais profunda com Yeshua. Cada ano, nestes períodos especiais,
você se lembra com muita gratidão de sua redenção, purificação, santi-
ficação, e você aguarda as festas de outono como nunca antes, com a

122 Dicionário Teológico Conciso para o Antigo Testamento, Vol. II. Ed. Por Ernst Jenni Claus
Westermann, p. 864 Referência as virgens tolas! (Nota do HS). “para estar caminhando com
Yeshua”: Halachá (nota de HS) Carta em hebraico, método Toussant-Langenscheidt, lingua-
gem baseada em letras e aulas de fala para auto-estudo de adultos pelo Prof. Dr. Carl Willing,
livraria de impressão e publicação desenvolvimento e impressão (Prof. B. Langenscheidt),
Berlin-Schöneberg, Bahnstr. 29/30, página 1.

145
possibilidade da vinda do Rei. No início do mês você entrega suas primí-
cias para Yahweh e desfruta, pois sabe que Ele abençoará a sua renda
restante.
Enquanto você pondera seus pensamentos, já escureceu e as primei-
ras três estrelas no céu logo estarão visíveis no céu. Hoje é um dia muito
especial: você e todos os Talmidim (discípulos) da côrte real são convi-
dados de um rabino messiânico. Você atravessa o jardim da côrte real. A
casa dele fica em um canto protegido. Você quase chegou tarde demais.
Todos os outros já se sentaram à mesa da festa. É uma honra estar na
casa do rabino. Todos dão as boas vindas ao Shabat e o rabino abençoa
o pão e o vinho. Sua esposa é muito bonita. Ela brilha quando o marido
lhe dá a bênção: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor em muito
ultrapassa os das mais finas jóias!” (Mishle – Provérbios 31:10). Como de
costume, seus filhos aguardam a bênção paternal, na qual o pai pronun-
cia sobre eles. Seguindo o exemplo dos pais, sus filhos mais tarde aben-
çoarão suas próprias esposas.
Após o jantar e as orações finais, o rabino convida você e todos os
outros Talmidim, para ir com ele à um lugar muito especial. Para onde ele
vai te levar?
Somos embaixadores do Rei que retornará e devemos ser um espelho
do Rei, mostrar como o Rei vive, o que ele come, quais festas celebra e o
que é sagrado e puro para Ele.
Quando você compreender profundamente o que significa o Reino de
Yahweh, você entenderá que foi feito para governar! Sua intenção é trazer
você mais perto de Seu reino celestial. Ele deseja que você se familiarize
com o celestial fazer, Ele deseja dar a você Sua natureza. Você então é
um embaixador do reino celestial na terra, você serve ao Rei dos reis, e
Ele concedeu a você todos os direitos e poderes. Ele diz sobre si mesmo:
“Não penseis que vim destruir a Torá ou os Profetas. Eu não vim para anu-
lar, mas para cumprir. Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus
e a terra passem, nem um iou o mínimo traço se omitirá da Torá até que
tudo se cumpra. Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamen-
tos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos Céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino
dos Céus.” (Matityahu – Mateus 5:17-19).
Como muitos outros crentes, você sente uma necessidade profunda de
pedir perdão ao Pai:

146
“Yahweh, santificado seja o Teu nome. Abba, querido pai, não esconda o
Seu rosto de mim. Me perdoe que os costumes e tradições pagãs tenham
contaminado a minha fé. Me perdoe quando celebrei festas pagãs no lugar
das Suas festas. Me perdoe por celebrar e guardar o domingo, no lugar do
Seu santo sábado. Purifique-me desses pecados. Perdoe a mim e as igrejas
por abrimos as portas para o antissemitismo. Perdoe-nos por termos ocul-
tado o evangelho de Seu povo, de Israel. Purifique-nos e nos dê a restaura-
ção. Traga-nos de volta à Torá. Abençoe-nos com sabedoria e estabeleça o
Seu Reino entre nós!”
Prepare o caminho para o seu Rei, Yeshua Ha Mashiach!
Em uma sala, escondida no fundo da casa, um belo jogo de luzes proje-
tado ilumina um rolo da Torá. Os Talmidim das nações nunca abriram um
rolo da Torá antes! Você pode fazer isso agora. Você fica surpreso diante
desse rolo. Você ouve o rabino dizer que tudo isto cumpre as palavras dos
profetas: A casa de Israel retornará à casa de Judá e, de acordo com o Tal-
mud isso acontecerá antes que o Messias venha. Isso é novo, você nunca
ouviu falar disso. Onde isso está escrito? Como se estivesse lendo a sua
mente, você ouve o rabino dizer: Todos os Talmidim que participaram dos
seminários são convidados a participar dos seminários seguintes. O foco
será “A Casa de Israel e a Casa de Judá”, “Estudando os ensinamentos
práticos e concretos de Yahweh na Torá”, “Conhecendo as expressões
judaicas”, etc. Seu coração salta e arde, você se lembra dos discípulos
de Emaús, cujo corações também arderam quando o rabino interpretou
as Escrituras para eles: “Ó tolos123 de entendimento e lentos de coração
para crer em tudo quanto os profetas já declararam a vós!” (Lucas 24:25)
Então Ele explicou a eles, começando com Moshe e todos os profetas,
“…o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lucas 24:27).
Sim, claro, este rabino também se referia ao Tenakh ao dizer Escri-
turas, porque não havia ainda o “Novo Testamento” naquela época! Seu
coração está pegando fogo. Sim, queima assim também como os dos
discípulos de Emaús: “...Porventura não nos queimava o coração, quando
Ele, durante a nossa jornada124, nos falava, quando nos explicava as Escritu-
ras?” (Lucas 24:32).
A certeza de que Yahweh o chamou para estar nesta jornada como
embaixador de Sua côrte real está firmemente ancorada em você. A
123 Referência as virgens tolas! (Nota do HS).
124 “para estar caminhando com Yeshua”: Halachá (nota de HS).

147
maior aventura da sua vida começou para você: você se tornou parte do
maior ato de transformação que introduz a segunda vinda de Yeshua, O
Messias ben Davi, Rei dos reis, Senhor dos senhores. Você está entre
os profetas do fim dos tempos, sobre os quais o espírito de Elias está:
“Eis que Eu mesmo vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o gâdôl,
grande e yârê’, assustador Dia de Yahweh. E Elias procurará fazer com que
os corações dos pais, se retratem, perante seus filhos, e os corações dos
filhos se convertam aos seus pais; do contrário, Eu virei e castigarei a terra
com khay’rem, desgraça.” (Malaquias 3:23-24) Nossos corações são cha-
mados para se voltarem à fé de nossos pais Abraham, Yizhak e Ya-akov.

A tarefa de “Yohanan, o batista” era anteceder com o Ruach Ha Kodesh


Adonai o espírito e poder de Eliyahu, “Ele avançará na presença de Yahweh,
no mesmo espírito e poder de Eliyahu, com o propósito de fazer voltar o
coração dos pais a seus filhos e os desobedientes à sabedoria dos justos,
deixando um povo preparado para Adonai.” (Lucas 1:17). É interessante
também como o Espírito e o poder de Eliyahu operma: Ele conduz os
desobedientes (filhos) à sabedoria dos justos (Torá) para fazer um povo
preparado para Adonai. O espírito de Eliyahu faz com que nós, os filhos e
filhas da última geração, nos voltemos à Torá. Por milênios, temos sido as
primícias, os primeiros frutos, da última geração que voltam novamente
para a Torá: somos guiados para manter os acordos de Yahweh, para
caminhar com Ele durante o ano e celebrar Seus sábados.

148
Perguntas frequentes

A carta para as congregações messiânicas da Galácia (Gálatas 1:2) é o


livro mais citado da Bíblia pelos cristãos, para eles mostrarem que não
vivem mais “debaixo da lei” e não precisam mais guardar as festas de
Yahweh, o Shabat, etc. A carta aos Gálatas é, portanto, talvez o livro mais
incompreendido.
Perguntas que são feitas com frequência:
 Shaul (Paulo) diz que a lei foi abolida? O que significa estar debaixo da
lei?
 Aqueles que obedecem a Torá estão debaixo de maldição?
 Shaul falava das festas de Yahweh e do sábado quando disse: “Respei-
tam determinados dias e meses, períodos lunares e anos.”
Shaul responde à perguntas feitas a ele em gálatas. Responder a essas
perguntas é na verdade a preocupação central da carta de Gálatas, e é
preciso reconstruir as perguntas para então entender a carta. A questão
em Gálatas não é se a Torá deve ser seguida ou não. Shaul era um fari-
seu, e o seu ponto de vista sobre a Torá era claro: A Torá é santa, justa e
boa.
Em vez disso, a questão central que percorre toda a carta é quando ou
como uma pessoa obtém a salvação. Shaul apenas se ocupou com esta
pergunta e sua resposta125 porque alguns falsos irmãos, fariseus, haviam
se infiltrado para espionarem a liberdade em Yeshua dos crentes (Gála-
tas 2:4). O objetivo desses irmãos era colocar fardos sobre as pessoas
(“para serem salvos”): Eles acreditavam que as pessoas só seriam salvas
e se tornariam filhos de Abraão, se tivessem sido circuncidados e guar-
dassem a Torá, como era o costume entre os judeus. Esses fariseus que-
riam levar a Galácia um evangelho diferente das boas novas, diferente
da salvação por meio do arrependimento e da fé em Yeshua.

125 vgl. http://www.eliyah.com/galatianskjv.html

149
Shaul acrescenta que antes, até ele já tentou “Apenas tinham ouvido
dizer que aquele que antes os perseguia anunciava agora a fé que antes
procurava destruir.” (Gálatas 1:23) Ele sabia exatamente do que ele
estava falando na carta de Gálatas. A morte do Messias teria sido em vão,
disse Shaul, se alguém pudesse alcançar a salvação da maneira descrita
acima. A boas novas foi uma revolução no círculo dos judeus. Embora
Yahweh já os tivessem preparados para isso através dos eventos em sua
história: Abraão através da aliança unilateral da graça, a salvação dos
israelitas no Egito – todas as imagens da salvação unilateral por meio do
Messias. Schaul prossegue explicando que uma aliança estabelecida não
pode ser alterada ou abolida. Visto que a Torá também é uma aliança, ela
também não pode ser alterada ou abolida. Ela é eterna.
Para a sua surpresa, os judeus também que o Ruach Ha Kodesh havia
caído sobre os justos das nações, e somente pela sua fé.
Essas falsas “boas novas” dos fariseus contradizem com o que Shaul
tanto pregou. Aqueles que pregam este falso evangelho, enfatiza Shaul,
podem estar debaixo de uma maldição (Gálatas 1:9). Isso não significa
que se alguém seguir as instruções de Yahweh (Torá) depois de salvo,
está sob uma maldição, mas sim, se alguém crer que com base nas Obras
da lei (Torá) será salvo. Essa é uma enorme diferença!
Por outro lado, Shaul não pregou que a salvação pela graça e fé em
Yeshua, significa viver em pecado, ou seja, transgredir as instruções
(Torá). Quando Shaul diz que as leis foram adicionadas a Torá para criar
as transgressões, essa é uma declaração positiva. A Torá foi dada a Israel
para mostrar como Yahweh lidou com as transgressões e como Ele abriu
o caminho para o perdão para aqueles que transgrediram. A Torá mos-
tra como Yahweh, apesar das transgressões de Seus filhos, pode habitar
entre eles. Yahweh sabia que Seu povo pecaria e precisaria de perdão. A
Torá ensinou o perdão dos pecados através de um sacrifício vicário, um
sacrifício puro. Aqui estava a mensagem da salvação pela fé.
Na carta aos Efésios, Schaul aborda alguns conceitos da Torá e exorta
os efésios para não haver imoralidade sexual, impureza, cobiça, obsce-
nidades, conversas tolas e nem gracejos imorais. Você não deve ser tolo,
mas busque entender a vontade de Yahew (obedecer às instruções da
Torá é sabedoria diante de Yahweh). Ele indica que um homem deixará
seus pais (Torá), para se unir à sua esposa. Ele exorta os filhos a serem

150
obedientes (Torá) aos pais. Em todas as suas cartas, Shaul nunca se can-
sava de enfatizar as boas novas de que Yahweh nos libertou, uma salva-
ção da qual podemos ter certeza. Da mesma forma, Yahweh também deu
a todos os israelitas a libertação do Egito, embora imerecida, esse foi um
grande presente em meio à escravidão (uma imagem do pecado).
Porque todos pecaram (judeus gentios), todos nós fomos destituídos
da glória de Yahweh e deveríamos morrer. E pela fé somos mortos em
Yeshua, cumprindo assim os requisitos da lei para que possamos viver
em liberdade, não para ignorar e não obedecer as Suas instruções sobre
santidade e ser separado para Yahweh, mas sim para seguí-las em liber-
dade, vivacidade e poder através do Ruach Ha Kodesch. Não precisamos
temer a morte novamente quando transgredimos, porque morremos
Nele.
“E temos certeza de que o conhecemos, se guardamos seus mandamen-
tos. Aquele que afirma: “Eu o conheço”, e não obedece aos seus manda-
mentos, é mentiroso e a verdade não está nele.” (Yohanan – I João 2:3-4)
E Yeshua confirma: “Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas.
Eu não vim para anular, mas para cumprir. Com toda a certeza vos afirmo
que, até que os céus e a terra passem, nem um iou o mínimo traço se omi-
tirá da Lei até que tudo se cumpra!” (Matityahu – Mateus 5:17-18)
 Onde estão escritas as festas de Yahweh?
 Onde está escrito que o sábado é o seu dia santo?
Na Torá. Yeshua ensinou pouco sobre as festas de Yahweh, sobre o Sha-
bat, comida pura e impura, porque os judeus já guardavam o sábado, as
festas e as leis alimentares. O que Ele ensinou e descordou foi o fato dos
judeus adicionarem mandamentos humanos, colocando assim um fardo
sobre as pessoas. Yescha`jahu fala do futuro julgamento final de Yahweh
sobre os habitantes da terra: “A terra está contaminada pelos seus pró-
prios habitantes; afinal, a humanidade desobedeceu às leis, violou os
decretos e quebrou a aliança eterna.” (Yesha`jahu – Isaías 24:5).
Além disso, a boa notícia é que morremos para a lei. Mas isso não sig-
nifica que a lei morreu para nós. E isso é completamente diferentes. Isso
significa que cumprimos os requisitos da lei, ou seja, significa que não
merecemos a morte ao infringir a lei, por causa da morte de Yeshua! A lei
exige nossa morte por causa das nossas transgressões, e, desde que mor-

151
remos com Yeshua, cumprimos assim a lei. Agora estamos livres para
viver para Elohim (Gálatas 2:20) e obedecer as Suas instruções.
Schaul diz: “Respeitam determinados dias e meses, períodos lunares e
anos. Receio bem que todo o meu trabalho em vosso benefício tenha sido
em vão!” (Gálatas 4:10-11) Shaul está falando das festas de Yahweh e a
guarda do sábado? Não! Essas declarações estão dentro de um contexto:
“Antes de conhecerem a Yahweh, vocês, os gentios, serviam como escravos
aqueles que por natureza não são deuses. Agora que conhecem o verda-
deiro Yahweh (ou melhor, que Yahweh vos reconhece como seus filhos),
como é possível que queiram voltar atrás e tornar-se novamente escravos
desses princípios rudimentares, fracos e sem valor? Respeitam determi-
nados dias e meses, períodos lunares e anos.” (Gálatas 4:8-10) Shaul cla-
ramente se referia aos espíritos elementais. Os gentios, antes de conhe-
cerem a Yahweh, eram pagãos. Shaul estava os exortando por quererem
voltar as práticas pagãs.
No segundo capítulo da carta aos Colossenses, Shaul adverte nova-
mente sobre as heresias. Ele diz para tomar cuidado para que ninguém
vos domine por meio de filosofias engenhosas e enganadoras, baseadas
em tradições humanas, refletindo os princípios rudimentares deste
mundo, mas que não corresponde à doutrina do Messias. Mais tarde
Shaul continua dizendo que ninguém deve ser julgado quanto ao que
comem ou bebem, nem quanto a comemorações de festas religiosas, ou
“Rosh-Chodesh” ou “Shabat”. Isto significa que, os gentios, que antes
eram pagãos, depois de conhecerem Yahweh, estavam guardando as fes-
tas bíblicas, bem como o Shabat e as leis alimentares, mas eram julgados
pelos pagãos. Eles não deveriam permitir serem julgados por homens
que baseiam sua sabedoria nas regras e ensinamentos humanos. É fácil
imaginar que era como um espinho nas costas daqueles que serviam
espíritos elementais, quando os gentios crentes em Yeshua, celebravam
Suas festas.
Ele continua dizendo que essas festas são “não são mais do que som-
bras dos benefícios que estão por vir.” (II Colossenses 2:17). A palavra
“não são mais” antes de “sombras” foi adicionada e não está escrita no
original. Se estas festas são uma sombra, isso significa que elas apontam
para uma realidade que se aproxima – e é justamente esse o propósito
dessas festas! Elas nos lembram do que está por vir.

152
De fato, Schaul: “Essas pessoas podem ter uma certa aparência de sabe-
doria, pela devoção, pela falsa humildade e pela severidade para com o
corpo, mas não têm qualquer valor no domínio dos instintos carnais.” (II
Colossenses 2:23) Shaul enfatiza ao longo do segundo capítulo da carta
aos Colossenses que essas pessoas nao estao ligados à cabeça, que
são crentes com princípios ainda rudimentares, as regras elementais,
impondo estatutos ao mundo. Firmar a sua cabeça é firmar em Yeshua.
E Yeshua não só apenas guardava todas as festas de Yahweh, como tam-
bém elas foram e ainda serão literalmente cumpridas por meio dEle.
Yeshua é podemos assim dizer, o corpo das festas de Yahweh.
As festas de Yahweh não são festas de espíritos elementais nem estatu-
tos do mundo. Guardar o sábado não é um dia sagrado para os espíritos
elementais, nem são um estatuto do mundo. O próprio Schaul guardava
as festas de Yahweh e o sábado. Se ele tivesse feito esta declaração em
Colossenses ou Gálatas que não precisa guardar as festas de Yahweh ou
o sábado, ele teria:
 vivido em contradição,
 anulou os ensinamentos da Torá,
 questionado as instruções de Yahweh e
 questionado o cumprimento das festas por meio de Yeshu e as apresen-
tado como sem sentido ou significado.
 Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê? (Roma-
nos 10:4).
Muitos cristãos usam esse versículo em Romanos, para justificarem
que não estão mais debaixo da lei, e sim debaixo da graça.
Mas como Paulo iria dizer que a lei teve um fim em Yeshua se o pró-
prio diz em Romanos que: “De maneira que a Lei é santa, e o manda-
mento, santo, justo e bom.“ (Romanos 7:12, “Pois no íntimo da minha
alma tenho prazer na Lei de Deus.“ (Romanos 7:22), “Anulamos, pois, a
lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei”. (Romanos
3:31).
O segredo está na tradução. A palavra grega “Telos”, na qual foi tra-
duzida como “fim“ em Romanos 10:4, na verdade significa “objetivo,
alvo, propósito, finalidade“. Uma boa comparação é quando lemos em
primeira Timóteo, no qual a palavra “telos“ aqui foi traduzida correta-
mente como alvo: “O alvo dessa orientação é o amor que procede de um

153
coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera.” (I Timóteo
1:5).
Agora que entendemos a tradução correta, entendemos o que Paulo
queria transmitir em Romanos: O objetivo, propósito, finalidade da lei
é apontar para a mente e o caráter de Yeshua.
 Yeshua cumpriu a Lei, não preciso mais cumpri-lá.
Yeshua diz em Mateus capítulo cinco:
“Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para
anular, mas para cumprir.“ (Mateus 5:17).
Muitos cristãos usam este versículo para mostrar que a Lei foi cum-
prida em Yeshua e que agora não precisam mais guarda-lá.
A palavra grega “pleroo” traduzida neste versículo como cumprir, sig-
nifica na verdade “preencher, encher, plenificar“. Ou seja, Yeshua veio
para preencher, para plenificar a lei, que já era boa e santa, mas que
só foi plenificada com a vinda de Yeshua. No versículo seguinte Yeshua
ainda reafirma: “Com toda a certeza vos afirmo que, até que os céus e a
terra passem, nem um iou o mínimo traço se omitirá da Lei até que tudo se
cumpra.” (Mateus 5:18).
A graça veio com Yeshua no Novo Testamento.
A palavra para graça em hebraico “hessed”, aparece já nos primei-
ros livros da bíblia. Foi a manifestação da graça de Yahweh que criou o
homem, que fez os céus e a terra, que fez toda a criação em seus mínimos
detalhes, que livrou os hebreus das pragas do Egito, que proveu o Maná,
que abriu o mar vermelho...Tudo isto não seria a manifestação da sua
graça e do seu amor incondicional? O rei Davi, apaixonado pela Lei de
Yahweh, conhecia a graça de Yahweh.
A salvação pela fé abre as portas para conhecermos o caráter de
Yeshua, os princípios de Yahweh e nos ensina e nos corrige, para ficar-
mos cada vez mais parecidos com Ele. Esse é o sentido da Lei, apontar
para Yeshua, como é o seu caráter.
“O que desvia o ouvido para não ouvir a Lei, até mesmo sua oração se
torna abominável.” (Provérbios 28:9).
“Um povo que não aceita a revelação do SENHOR é uma nação sem
ordem. Mas aquele qe busca a Torah é feliz!” (Provérbios 29:18).
“ Afastai-vos da minha presença, vós que praticai a iniquidade”

154
“Muitos dirão a mim naquele dia: ‘Elohim, Elohim! Não temos nós pro-
fetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu
nome, não realizamos muitos milagres?’ Então lhes declararei: Nunca os
conheci. Afastai-vos da minha presença, vós que praticais a iniquidade.”
(Mateus 7:22-23).
A palavra grega “anomia”, traduzida aqui como iniquidade significa de
acordo com os originais, “todo aquele que ensina e trabalha contra a Lei,
que violam a lei”. Yeshua aqui, exorta os que conheceram e experimen-
taram da graça de Yahweh, mas que ao mesmo tempo pregaram contra
a Torá eterna de Yahweh, ou seja, violaram a Lei: “Afastai-vos da minha
presença, vós que violam a Torá.” (Mateus 7:22-23).
O profeta Yesha`yahu predisse que quando novos céus e nova terra
existirem, todos irão adorar a Yahweh:
“E acontecerá que toda a humanidade virá, se inclinará diante de mim e
adorará minha pessoa; desde uma Festa de Lua Nova a outra, e de um Sha-
bbãth, sábado, a outro!” Palavra de Yahweh.” (Yesha`jahu – Isaías 66:23).

155
Bibliografia e Observações.

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The Artscroll Tanach Series – Vol. 1 Bereshit. Genesis/A new transla-
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Rabino Edward Levi Nydle, B’nai Avraham Messianic Congregation,
“O capacete para homens messiânicos: Tradição ou Torá?” http://www.
frohe-botschaft.org/die_kopfbedeckung.htm.
Stone, Perry: The Ancient Jewish Wedding. A Revelation on the Rap-
ture, DVD.
Strong, James: The Exhaustive Concordance oft the Bible, Peabody,
Massachusetts: Peabody, Hendrickson.
Dicionário teológico conciso do Antigo Testamento. Dois volumes, por
Ernst Jenni com a ajuda de Claus Westermann. Vol. II. Munique: Editora
Chr. Kaiser; Zurique: Editora Teológica, 1976.
Livro teológico do Antigo Testamento. Vol. I. Ed. Por R. Laird Harris,
Gleason L. Arher, Jr. E Bruce K. Waltke. Chicago: Moody Press, 1980.

158
Paginas web:

www.aish.com
www.bnaiavraham.net
www.christen-und-juden.de/html/foth.htm
www.de.chabad.org/library
www.eliyah.com
www.frohe-botschaft.org/die_kopfbedeckung.htm
www.gottesbotschaft.de
www.perrystone.org
www.torah.tv
www.vatican.va/archive/DEU0035/_P7W.HTM
www.weltvonmorgen.org.
www.wikipedia.org/wiki
www.wikipedia.org/wiki/HaSchem
ww.wikipedia.org/wiki/Magnet

159
O calendário bíblico
(calendário religioso)

Nissan (aviv)
Ijar
Siwan
Tamus
Av
Elul
Tischri
Cheschwan
Kislew
Tewet
Schwat
Adar

160
Uma comparação

September 2007 Elul – Tischri 5767-5768


Oktober 2007 Tischri – Cheschwan 5768
November 2007 Cheschwan – Kislew 5768
Dezember 2007 Kislew – Tewet 5768
Januar 2008 Tewet – Schwat 5768
Februar 2008 Tad – Adar 5768
März 2008 Adar Alef – Bet 5768
April 2008 Adar Bet – Nissan 5768
Mai 2008 Nissan – Ijar 5768
Juni 2008 Ijar – Siwan 5768
Juli 2008 Siwan – Tamus 5768
August 2008 Tamus – Av 5768
September 2008 Elul – Tischri 5769
Oktober 2008 Tischri – Cheschwan 5769

O Dia Hebraico:
Ao contrário do que entendemos hoje por dia e noite, o dia na bíblia o
qual Yahweh criou, começa ao pôr do sol e dura até o pôr do sol do dia
seguinte.

161
Vocabulário hebraico

Adonai Contrato de casamento


Escrituras Apostólicas Pedro
Avra(ha)m Cerimônia de casamento
Brit Hadashá Yarmulke/quipá – Solidéo dos
Bemidbar judeus
Bereshit “O Ungido“, Messias, Príncipe da
chag hamazzot paz
Chametz Mateus
Chuppa Pão ázimo
Cheder Reis
Daniyel Castiçal de sete braços
A primeira carta de Kefa Provérbios
Emuna Mandamentos
Goyim Salomão
Hebel Êxodo
Sagradas Escrituras Cânticos de Salomão
Ya-akov Juízes
Yahweh Xale de oração
Yeheskel Salmos
Yesha’yahu Antigo Testamento (Tora Neviim,
Yeshua Ketuvim)
Yeshua Ha Mashiah
Yirmeyahu O profeta Joel
Yiz(c)hak O profeta Zacarias
“Os cinco solos“ – Os cinco primei-
Yohanan ros livros da Bíblia
Assembléia – convocação – igreja Levíticos

162
Kahal, Kehelat Shelomo
Ketubba Shemot
Kefa Shir Hashirim
Kiddushin Shofetim
Kipá Tallit
Ma’shiah Tehillim
Matityahu Tanakh
Mazzot Tere-Asar-Joel
Melachim Tere-Azar-Zechariah
Menorá Torá
Mishle Wajjikra
Mitzvah (plural Mitzvot)

163
Aqui está uma visão geral do alfabeto hebraico126 com a linguagem pictó-
rica da palavra “Torá” impressa:
A primeira letra, Tav, significa “sinal”, “sinal da cruz”.
A segunda letra, Vav (que no caso é usado a nossa vogal “o”) significa
“Gancho” ou “prego”.
Rêšh, a terceira palavra, significa “cabeça” (como em Rosh Hashaná, por
exemplo, a cabeça do ano)
A a última letra ‘He’ significa “janela”.
É assim que a palavra “Torá” pode ser interpretada: Um homem pregado
na cruz, pode ser visto através de uma janela.

126 Carta em hebraico, método Toussant-Langenscheidt, linguagem baseada em letras e aulas


de fala para auto-estudo de adultos pelo Prof. Dr. Carl Willing, livraria de impressão e publi-
cação desenvolvimento e impressão (Prof. B. Langenscheidt), Berlin-Schöneberg, Bahnstr.
29/30, página 1.

164
127 imagem: https://jonathan-fraîe.com/2018/09/06/alfabeto-hebraico/
165
166

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