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Como funciona a paixão no cérebro

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Como funciona a paixão no cérebro

O amor provavelmente é o tema que mais despertou a curiosidade da mente


humana ao longo dos séculos. E ele é o fruto de alterações no funcionamento do
cérebro, se dividindo em duas fases específicas, a paixão é uma delas.
A atração existe em todas as espécies, afinal ela é essencial para a reprodução,
porém a paixão é algo único de nós seres humanos. Isso acontece porque o ser
humano possui um sistema cognitivo mais complexo, e é devido a ele que nós
sentimos e pensamos sobre essa atratividade.
Só que essa racionalidade por parte dos seres humanos atrapalha as pesquisas
que buscam entender o amor e a paixão, já que são coisas subjetivas.
Analisando os cérebros de pessoas que se diziam apaixonadas, os
cientistas conseguiram chegar a algumas conclusões importantes
de como esse órgão funciona durante esse tempo.
Fase inicial da paixão
Na fase inicial da paixão, o cérebro funciona da mesma forma de
quando está viciado em alguma droga.
Sabemos disso, porque em um estudo feito por pesquisadores do
departamento de psicologia de uma universidade de Nova York, por meio de
ressonâncias magnéticas feitas em pessoas que tinham acabado de se
apaixonar, foi notado que as áreas com maior atividade eram onde estavam
as áreas de recompensa.
E essas áreas são as mesmas ativadas em situações de vício. É lá que a
dopamina é liberada para as outras áreas do cérebro, dando a sensação
de prazer.
O uso de substâncias como o álcool, nicotina, heroína e cocaína possui
o mesmo efeito que a paixão no cérebro humano, ou seja, a paixão é
tão prazerosa para o corpo humano, que é como se ele sempre
quisesse mais.
Sim estar apaixonado é estar viciado na pessoa.
E assim como a pessoa que possui uma dependência química tem
abstinência se ficar sem a droga, quando estamos apaixonados, temos
esse mesmo desejo de ficar com a pessoa o tempo todo.
No auge da paixão
Provavelmente você já percebeu que no auge da paixão nós ficamos como que
loucos de amor, sem controle do que pensamos, sentimos e fazemos. Isso tudo
tem uma explicação científica.

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Como funciona a paixão no cérebro

O que acontece é que o nosso córtex pré-frontal, área relacionada à racionalidade


e que controla nossos impulsos, é inibida, fazendo com que tenhamos
comportamentos sem pensar nas consequências futuras das nossas atitudes.
Sem contar que alguns estudos deixam claro que o córtex suprarrenal começa a
liberar o hormônio do estresse, cortisol. Isso faz com que o sistema responsável
pela frequência cardíaca aumente, causando sensações de frio na barriga, pelos
arrepiados e coração acelerado.
E ao mesmo tempo em que o estresse aumenta, a calma diminui, pois a
serotonina é reduzida, e é ela que traz tranquilidade e bem-estar ao nosso corpo.
Por isso que, quando estamos apaixonados, ficamos tão ansiosos e preocupados
em perder a pessoa amada.
No auge da paixão, outra coisa que acontece é ficarmos cegos de amor. Isso é
completamente normal, visto que o nosso córtex pré-frontal sofre alterações. E
essa área é a responsável pela capacidade de julgar e raciocinar, e isso acontece
justamente com o propósito de aumentar a proximidade.
Desta forma, quando estamos apaixonados, temos a tendência de só ver somente
as qualidades e deixar de lado os defeitos da pessoa amada.
Quanto tempo dura a paixão?
Mesmo causando uma confusão no nosso corpo, a paixão é prazerosa. Porém, ela
não dura para sempre, na verdade, ela costuma durar em torno de um a dois
anos.
Isso não quer dizer que você vai perder o interesse na pessoa por quem você está
apaixonado.
O que acontece é que depois desse tempo, o crescimento neural volta ao seu
estágio normal, e o seu cérebro volta a produzir a serotonina, o que faz com que a
confiança comece a fazer parte do relacionamento.
Além disso, depois de um tempo descontrolado, o cérebro começa a produzir
hormônios relacionados à formação de vínculos duradouros, como a oxitocina.
Mesmo que menos intenso, o amor também causa impactos no nosso cérebro.
Podemos citar como exemplo uma pessoa que ama correr, mesmo depois de
anos, ela ainda sente prazer em fazer isso, porém de uma forma menos eufórica.
Quando olhamos para a foto da pessoa amada, os mesmos neurotransmissores
da paixão são liberados, só que em outras partes do cérebro. Principalmente no
hipocampo, que é relacionado à memória.
E é nessa hora que a paixão se transforma em algo maior, o amor.

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Como funciona a paixão no cérebro

Para a paixão se tornar amor e não acabar com o tempo, ela precisa entrar na
fase de amor companheiro.
Esse amor companheiro, é marcado por uma grande conexão que no começo não
é tão intensa, mas com o passar do tempo se torna como uma interdependência
entre o casal.
Por isso que existem casais que estão juntos há tanto tempo, que conseguiram
atingir um nível profundo de conexão.
Os 6 efeitos da paixão no cérebro
1. Os vasos sanguíneos se dilatam, e o cérebro recebe mais oxigênio do que de
costume quando estamos dando um beijo apaixonado.
2. Devido à diminuição da serotonina, durante a paixão, é mais difícil se
concentrar.
3. Biologicamente os seres humanos são programados para se manter
apaixonados em média de 18 a 20 meses. Depois disso, o casal possui apenas um
vínculo afetivo de companheirismo.
4. A paixão é como um vício, pois acabamos só pensando e querendo estar juntos
da pessoa amada.
5. Pensamos que escolhemos por quem nos apaixonamos, porém, o jeito mais
fácil de fazer com que os seres humanos se apaixonem é mantê-los próximos
durante um certo período de tempo.
6. A paixão ativa também a feniletilamina, um neurotransmissor
parecido com as anfetaminas, e ela é desencadeada por
pequenos detalhes, como a presença próxima ou um olhar.

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