Como funciona o ciúme no nosso cérebro

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 Como funciona o ciúme no nosso cérebro

Todos nós, em algum momento da vida, já sentimos ciúmes, seja ele pela pessoa
amada, seja por amizades.
Como o ciúme é formado por diversas outras emoções, ele se torna mais
complexo de ser explicado. Mas dentre essas emoções, podemos citar a raiva, o
medo da perda, a insegurança e a ansiedade.
Geralmente, quando falamos de ciúme, o que vem à mente são as relações
românticas, porém esse sentimento pode estar relacionado a amizades, à
parentalidade e até mesmo a oportunidades.
Esse sentimento tão complexo surge junto com uma possível ameaça à relação. E
essa ameaça é como um rival às pessoas que fazem parte do relacionamento.
Sendo assim, quando alguém sente ciúmes, é por algo específico.
Existem vários estudos a respeito dos fatores responsáveis pelo ciúme, porém, os
profissionais da área da psicologia acreditam que, na maioria das vezes, ele pode
ser explicado por traumas anteriores, ou posteriores do começo do
relacionamento.
No entanto, outros estudiosos afirmam que o ciúme está relacionado à nossa
genética humana.

Ciúmes explicado pela neurociência

A neurociência, por meio de ressonâncias magnéticas e
estudos, mostrou que o ciúme se apresenta com mais
intensidade no córtex anterior cingulado, parte do cérebro
que ativa quando sentimos dores físicas. Devido a isso
sofremos tanto quando sentimos ciúme.
De acordo com o neurocientista japonês Hideshiko
Takahashi, o ciúme age diferente no cérebro das
mulheres e dos homens.
Nas mulheres, a área mais ativada quando
sente ciúme é o sulco temporal posterior
superior, ele é associado a emoções nas
outras pessoas.
Já, nos homens, o ciúme afeta áreas do
cérebro ligadas a comportamentos sexuais e agressivos
como o hipotálamo e a amígdala.

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 Como funciona o ciúme no nosso cérebro

Para alguns estudiosos, esse sentimento está ligado a questões de reprodução

humana e preservação da espécie. Isso pode ser observado em um estudo
realizado pela Twin Research and Human Genetics.
Essa pesquisa mostra que o homem sente mais ciúmes sexual do que a mulher.
Isso aconteceria porque no passado os homens tinham que fazer muito esforço
para passar os seus próprios genes para frente.
Em outras palavras, esses indivíduos queriam ter certeza da paternidade,
afastando os riscos de um rival fazer sexo com a mulher dele, por isso eles sempre
ficavam cuidando da sua mulher e não deixavam outros machos se aproximarem.
Todo esse cuidado e ciúme foram passados para nós por meio dos nossos genes.
E mesmo que inconscientemente, tentamos afastar a pessoa que amamos de
outros.
Outro estudo realizado com macacos teve o intuito de se aproximar do efeito em
humanos. Ele mostrou que durante o período de ciúmes, o animal teve uma
grande atividade no córtex cingulado, a área que em nós humanos está
relacionada à dor.
Também foi notado que o septo lateral, a área que é responsável pela
manutenção e formação de relacionamentos nos macacos, também apresentou
algumas atividades fora do comum.
Outro fato que mostrou o impacto que o ciúme tem no corpo do animal foi a
liberação de hormônios relacionados ao estresse social. Os animais que
passaram mais tempo vendo suas parceiras próximas a outro macho tiveram
maiores níveis desses hormônios.
Isso deixou claro que o ciúme não é um sentimento que vem do nada, para
que ele apareça, é preciso que o indivíduo se sinta ameaçado.
Mas é claro que as causas do ciúme não são apenas questões evolutivas, e
sim variam de acordo com questões socioculturais. Por exemplo, as
mulheres sentem mais ciúmes de mulheres, que na sua visão, são mais
bonitas, e os homens têm a tendência de se sentir ameaçados por aqueles
que aparentam satisfazer mais os desejos das mulheres.
Fica claro então que o ciúme é o medo de perder, e a insegurança nos faz
desenvolver muito mais o sentimento de posse.
Assim como a raiva, a dor e o medo são sentimentos ruins e normais de todo
ser humano, o ciúme também é. Só em excesso esse sentimento pode
causar sérios problemas físicos e emocionais, sem contar que o ciúme possui
uma relação forte com a violência podendo fazer com que a pessoa comece
a apelar para agressões.