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Nome ‘Ano Turma Grupo! Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada. A LB 0 seguinte poema. OCIDENTE, ‘Com duas maos 0 Ato e o Destino ~ Desvendimos. No mesmo gesto, ao céu ‘Uma ergue o facho trémulo e divino Ba outta afasta 0 véu, 5 Fosse a hora que haver ou a que havia ‘A mio que ao Ocidente 0 véu rasgou, Foi alma a Ciéncia e corpo a Ousadia Da mao que desvendou. Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal 10 A mao que ergueu 0 facho que luziu, Foi Deus a alma ¢ 0 corpo Portugal Da mio que o conduziu, Fermando Pessoa, Mensagem (ed. Fernando Cabral Martins) Lisboa, Assirio & vim, 2024, p. 56 . Explicita a forma como a dualidade «o Ato e 0 Destino» se desenvolve ao longo do poema. . Comprova a predestinacdo de Portugal, fundamentando a tua resposta com elementos textuals pertinentes. 3, Identifica no poema duas caracteristicas do discurso épico, documentando-as com ‘exemplos significativos. Ealtsvel e fotocoplivel © Texto | Mensogens 12° ano 325 Downloaded by Patricia Costa (patricacosta.apge@gmal.com) Lé as estrofes seguintes, do canto X de Os Lusiadas. 145 N6 mais, Musa, né mais, que a Lira tenho Destemperada e a voz enrouquecida, E nao do canto, mas de ver que venho Cantar a gente surda e endurecida, 5 0 favor com que mais se acende o engenho Nao no dé a patria, ndo, que esta metida No gosto da cobiga e na rudeza Diia austera, apagada e vil tristeza, 146 E nao sei por que influxo de Destino 10 Nao tem um ledo orgutho e geral gosto, Que os dnimos levanta de contino A ter pera trabalhos ledo 0 rosto. Por isso vés, 6 Rei, que por divino Conselho estais no régio sélio posto, 15 Olhai que sois (¢ vede as outras gentes) Senhor sé de vassalos excelentes 147 Olhai que ledos vio, por varias vias, Quais rompentes lides e bravos touros, Dando os corpos a fomes e vigias, 20 A ferro, a fogo, a setas pelouros, A quentes regides, a plagas frias, A golpes de Idélatras e de Mouros, A perigos incdgnitos do mundo, A naufiigios, a pexes, ao profundo. 148 25 Por vos servir, a tudo aparelhados; De vés tdo longe, sempre obedientes; A quaisquer vossos asperos mandados, sem dar reposta, prontos ¢ contentes, S6 com saber que sdo de vés olhados, so Deménios infernais, negros ¢ ardentes, Cometerdo convosco, € no duvido Que vencedor vos fagam, 0 vencido. Luis de Cambes, Os Lusiadas(prefécio de Costa Pimpdo}, 4ed,, Lisboa, MNE, Instituto Cambes, 2000, pp. 476-477. 4. Atenta na primeira estrofe ¢ explicita as criticas relativas ao estado da nacdo. 5. Refere trés motivos para o rei ter orgulho dos seus «vassalos excelentes», 326 dite fotocopisvel © Texto | Miggggens 12° ano ‘Tris documents avaiable free of charge on ‘@ studocu ‘2pge@grail.com) Downloaded by Patricia Costa (ptriciacost 20 Grupo Il 'Nas respostas aos itens de escolha miltipla, seleciona a opgdo correta, indicando o nimero do item ea letra que identifica a opcao escolhida. Lé atentamente o seguinte texto. ‘Meu «caso» com Fernando Pessoa Chamo de «aso» Aquele contacto de alma que o proprio Pessoa passou a vida toda a esconder/revelar. O meu «caso» com 0 poeta comegou no final dos anos sessenta, quando ouvi pela primeira vez a musica de Caetano Veloso «E proibido proibir, momento libertario da juventude para se antepor & tirania da ditadura em que viviamos. No meio da sua interpretagao antolégica', e contrariando os que esperavam palavras de ordem, casuisticas’, Caetano introduzia a declamagdo de umas palavras estranhas ¢ enigméticas, que se alojaram no meu inconsciente como premissas de um tempo novo, inevitivel. Corri atrés dessas palavras ¢ vim a saber, estarrecido, que eram de um poeta portugués, de que eu mal ouvira falar. Comprei o livro, as obras entio completas (a edigSo é de 1960), da Editora Aguilar: 0 poema era «D. Sebastido»’, terecira parte da Mensagem, A partir dai uma paixao sibita c definitiva me incendiou o coragdo © nunca mais parei de ler e amar Pessoa. Com 0 passar do tempo, cheio de pudor ¢ cumplicidade cculta, fui-me embebedando daquela solidi imensa até descobrir que tinha sido imemedia- velmente capturado pelo delirio épico da Mensagem. Fernando Pessoa traduz. em linguagem metaférica uma antiga aspiragdo do ser humano, o sentimento obscuro de que existe um mundo interior a ser descoberto, & semelhanga dos descobrimentos portugueses. Essa sensagdo de intervalo, essa dnsia doida, contida nos versos do poeta, reflete aquilo que ndo temos e no vemos, ‘mas desejamos e queremos: navegar por dentro, no rumo do lugar encoberto onde reina o mais legitimo de nds. Mas cortejar 0 espirito argonauta era pouco e a forma que encontrei para comungar com o poeta foi a misica, Musicar os poemas da Mensagem (0 primeito disco, com varios intérpretes, saiu em 1986 e agora vou no terceiro, e tiltimo) foi um desdobramento quase natural do meu primeiro contacto, tantos anos atris. Expressar esse sentimento abstrato de pertenga absoluta a uma «causa» foi a tarefa que o destino me impés. As miisicas da Mensagem — sem medo, sem mistificagdo ~ comegaram a descer como molduras sobre telas e, cumprindo apenas a fungo de integrar-se a elas, integraram-me a ele. André Luiz Oliveira, ino editor, escrito eos seus leitares, Funda¢do Calouste Gulbenkian, 2012. "antolégica: que merece ser registada, *casustcas: minuciosas, ’b. Sebastiéo: poema do livvo Mensagem recitado por Caetano Veloso no meio de «f proibido proiirn,cancéo decisiva da histévia da misca brasileira de protesto contra o regime miltarentdo vigente Ealtsvel e fotocoplivel © Texto | Mensogens 12° ano 327 Downloaded by Patricia Costa (patricacosta.apge@gmal.com) 1. A misica de Caetano Veloso, «f proibido proibir» surgiu, num contexto ditatorial, como (A) uma reivindicagao clara e antolégica {B) um meio direto e explicito de contestacao. (€) uma forma de contestagao singular e enigmstica. (0) uma forma de contestagdo meticulasa e enigmatica. 2. As palavras declamadas do poema «D. Sebastido» (A) provocaram espanto e curiosidade no autor. {B) despontaram no autor a certeza de um futuro melhor. (C)_instalaram no autor uma possivel esperanga de um futuro melhor. (0) contribuiram para o estranhamento e a indefini 3. Para o autor do texto, Fernando Pessoa traduz, através da linguagem, (A) a busca eterna do Homem da sua verdadeira esséncia interior. (8) 0s mundos descobertos pelos descobrimentos portugueses. (€)_aexaltagio épica dos descobrimentos portugueses. (D) avontade humana de navegar e descobrir novos mundos fisicos. 4, No contexto em que ocorre, 0 vocébulo «doida» (I. 16) remete para a idela de (A) ofensa. (8) queixa. {c)_ magoa. (D) ressentimento. 5. Na expresso «como molduras sobre telas» (I. 23) 0 autor recorre a uma (A) metéfora. (8) perifrase. {C)_hipérbole. (D) comparagao. 6. No excerto «Corti atrés dessas palavras e vim a saber, estarrecido, que eram de um poeta portugués, de que eu mal ouvira falar» (ll. 7-8), as palavras sublinhadas so (A)_um pronome e uma conjungio, respetivamente. (B) uma conjungao e um pronome, respetivamente {C)_ pronomes em ambos os contextos. (D) conjungées em ambos os contexts, 328 dite fotocopisvel © Texto | Miggggens 12° ano ‘Tris documents avaiable free of charge on studocu Downloaded by Patricia Costa (ptriciacost ‘2pge@grail.com) 7. Aoraco «onde reina o mais legitimo de nés.» (Il. 17-18) é uma oragio subordinada (A) substantiva relativa (8) substantiva completiva. {C)_adjetiva relativa explicativa, (0) adjetiva relativa restritiva. 8. Refere a funcdo sintéitica desempenhada pela oracdo subordinada presente em «O meu “caso” com 0 poeta comecou no final dos anos sessenta, quando ouvi pela primeira vez a musica de Caetano Veloso [...|» (Il. 2-3) 9. Indica o valor aspetual expresso em «E proibido proibis (3). 10, Identfica 0 antecedente do pronome «ele» presente na expresso «[..Jintegraram-me a ele.» (1.24), Grupo Ill ‘A coragem, a determinacao, 0 desafio do desconhecido, revelados no passado pelo povo portugués, ainda hoje sao evidentes em tudo quanto realiza. Num texto bem estruturado, de duzentas a trezentas palavras, defende um ponto de vista pessoal sobre a capacidade empreendedora dos portugueses. Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no minimo, a dois argumentos e ilustra cada um, deles com, pelo menos, um exemplo significativo, Ealtsvel e fotocoplivel © Texto | Mensogens 12° ano 329 Downloaded by Patricia Costa (patricacosta.apge@gmal.com)

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