Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Texto A
VII
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Texto B
O modo como esta criança está suja é diferente do modo como as outras estão sujas.
Brinca! Pegando numa pedra que te cabe na mão.
Sabes que te cabe na mão.
Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?
Nenhuma, e nenhuma pode vir brincar à minha porta.
Alberto Caeiro
1. O sujeito poético dirige-se em discurso direto à criança.
1.1. Identifique o sentido desta interpelação.
2. Justifique a afirmação “ Não te pergunto se me trazes um recado de símbolos” (v.2).
3. “Vale mais a pena ver uma coisa pela primeira vez que conhecê-la” (v.8).
3.1. Mostre como, para Alberto Caeiro, “ver” se distingue de “conhecer”.
4. Identifique as perspetivas assumidas na reflexão filosófica do sujeito da enunciação.