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1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
4.1 Classificação das áreas conforme o risco de contaminação por patógenos ..... 16
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6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS
ADEQUADOS ........................................................................................................... 29
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 INFECÇÃO HOSPITALAR
Fonte: shre.ink/m1H4
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Devido à gravidade das infecções nosocomiais, esta temática deveria ser
encarada com mais seriedade pelos profissionais de saúde, já que a sua aquisição
traz riscos diretos aos clientes e à instituição, uma vez que, esse problema tem grande
potencial de conduzir o indivíduo a óbito (SIQUEIRA, 2016). Apesar dos avanços e
medidas estabelecidas para prevenção e controle das infecções, a baixa adesão dos
profissionais às recomendações, vem sendo um desafio para as instituições de saúde,
devido ao desconhecimento ou à dificuldade em mudar hábitos sedimentados ao
longo da vida profissional (PASCHOAL, 2015).
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2.2 Constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
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hospitalar, bem como da comunidade a que pertencem. A atualização e o treinamento
das equipes são fundamentais para garantir as boas práticas em saúde e diminuir ao
máximo o risco de infecção (FARIA, 2020).
As CCIH têm um papel fundamental nas instituições de saúde, não apenas no
monitoramento, mas, principalmente, no controle da infecção. Nesse sentido, a
comissão desenvolve ações específicas visando à prevenção de infecção em áreas
críticas e em pacientes com maior risco e vulnerabilidade, como é o caso da unidade
de terapia intensiva e centro cirúrgico.
➢ administração hospitalar;
➢ enfermagem;
➢ farmácia;
➢ medicina;
➢ microbiologia clínica.
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➢ Implementar sistema de vigilância epidemiológica das Infecções
Hospitalares, avaliar e compartilhar os dados disponibilizados por esse
sistema.
➢ Adequar as normas operacionais (por exemplo, os procedimentos
operacionais padrão) de todos os setores, objetivando a prevenção e
controle de IRAS.
➢ Capacitar o quadro de colaboradores sobre a prevenção e o controle de
IRAS por meio de treinamentos e outras ações de educação continuada.
➢ Promover o uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-
hospitalares.
➢ Padronizar, junto à comissão de farmácia e terapêutica (CFT), os
antimicrobianos e germicidas que atenderão de forma racional o perfil
nosocomial da instituição.
➢ Criação e/ou atualização de protocolos de tratamento e de profilaxia cirúrgica
com antimicrobianos.
➢ Criação e instrução sobre protocolos de medidas de precaução e isolamento.
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➢ Implementação de dispositivos que auxiliem no controle e na segurança da
dispensação de antimicrobianos, tais como “fichas de registro de
dispensação de antimicrobianos”.
➢ Cuidado farmacêutico centrado no paciente, que inclui: avaliação da
indicação, da posologia, da via de administração, das interações
medicamentosas, das reações adversas, dos parâmetros farmacocinéticos
(especialmente quando da necessidade de monitoramento sérico), dos
critérios de descalonamento (alteração da terapia empírica para terapia
guiada após resultado de cultura microbiológica) e da possibilidade de
substituição de via intravenosa para via oral (swicth therapy) dos
antimicrobianos em uso.
➢ Trabalho em parceria com o laboratório de microbiologia.
➢ Desenvolvimento e/ou cooperação com pesquisas farmacoepidemiológicas
e de farmacovigilância relacionadas ao uso de antimicrobianos.
Fonte: shre.ink/m7t9
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Infecção Hospitalar (PCIH) pela Portaria nº 232 do Ministério da Saúde, transformado
posteriormente em Divisão de Controle de Infecção Hospitalar (OLIVEIRA; SILVA;
LACERDA, 2016).
Mais tarde, em 1988, a promulgação da Constituição Federal instituiu a garantia
do acesso à saúde como dever do Estado e direito da população. No decorrer dos
anos subsequentes, leis orgânicas regulamentaram o modus operandi do Sistema
Único de Saúde e determinaram diretrizes, dentre as quais a descentralização
gerando grande impacto na política de controle de IRAS. Por fim, em 1998, por meio
da Portaria nº 2.616, ainda em vigência, o Ministério da Saúde determinou a criação
e as atribuições do PCIH operacionalizado por meio da CCIH e pelo Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) (BRASIL, 1998).
Em 1999, a partir da criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o gerenciamento das políticas de controle e prevenção de IRAS no país
passou a ser responsabilidade desta autarquia. Isso permitiu, dentre outros
progressos, o aprofundamento na coleta e na análise de informações sobre IRAS no
país. Ressalta-se que outras iniciativas públicas, não necessariamente veiculadas ao
PCIH, também vão ao encontro do controle das IRAS.
É o caso, por exemplo, do Programa Nacional de Segurança do Paciente,
instituído em 2013 pelo Ministério da Saúde. O projeto, criado para contribuir com a
qualificação dos serviços de saúde, prevê a higienização das mãos como um
protocolo básico para a melhoria da segurança do paciente. A meta em comum desses
programas é a correta higienização das mãos e sinaliza para a possibilidade de
parcerias no intuito de somar esforços para a redução das IRAS no Brasil
(CAVALCANTE et al., 2019).
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4 HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR
Fonte: shre.ink/m7tu
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Dessa forma, a proliferação desse tipo de microrganismo em ambientes não
controlados pode levar a infecções relacionadas à assistência em saúde e aumentar
consideravelmente o tempo de internação, podendo até agravar o estado do paciente
e levá-lo à morte. Alguns microrganismos podem sobreviver em superfícies
ambientais por dias e até meses, elevando também o risco de infecção cruzada, isto
é, aquela que não ocorre de forma direta, mas de forma secundária, por meio de
contato com a superfície do ambiente contaminado, instrumental contaminado e as
mãos dos profissionais (ANVISA, 2010).
Estudos demonstram que os agentes patogênicos que já colonizam o paciente
podem ser responsáveis por 40 a 60% de infecções causadas em áreas críticas do
hospital, como, por exemplo, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, dentre
outras; 20 a 40% têm relação com a infecção cruzada, provocada pela contaminação
das mãos dos profissionais de saúde; 20 a 25% provocadas pelas alterações da
microbiota provocada pelo uso dos antibióticos e a possível contaminação do
ambiente, que responde por 20% do risco (RUTALA et al., 2014).
O tempo de sobrevivência de alguns microrganismos nas superfícies
hospitalares pode surpreender aqueles que não estão familiarizados com os avanços
das pesquisas sobre os riscos de infecção hospitalar, conforme aponta o Quadro 1.
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desinfecção de superfícies. Ele é responsável por grande parte da diarreia infecciosa
associada à assistência hospitalar, causando irritação no cólon e é potencialmente
fatal aos pacientes que estão colonizados por esse microrganismo. Dessa forma,
apenas o agente químico certo, utilizado com a técnica adequada e no tempo de
exposição suficiente pode ser capaz do controle ambiental (SÃO PAULO, 2019).
O Norovírus habita a parte entérica humana e é um vírus de alta
transmissibilidade, devido à necessidade de pequeno espaço de inoculação,
capacidade de disseminação alta, capacidade de adaptação e sobrevivência às
alterações do ambiente e aos processos de limpeza de superfícies. Surtos podem
ocorrer repetidamente, principalmente, em instituições de saúde superlotadas e com
pouco pessoal para a assistência e higienização. Em ambos os casos, agentes
químicos à base de cloro são capazes de manter o controle ambiental e eliminá-los
(SÃO PAULO, 2019).
É importante refletir que, antigamente, o combate e controle dos
microrganismos ocorriam, principalmente, com o uso de antibióticos, o que acabou
tornando muitos deles resistentes, levando ao aumento de infecções de difícil
tratamento. Hoje, é consenso que o controle ambiental é um dos aspectos
fundamentais para diminuir o risco de infecção. Assim, além do conhecimento
necessário sobre os microrganismos e as formas de combatê-los no ambiente, é
importante que um serviço de higiene hospitalar saiba quais são os locais de alto risco
ou os objetos que, por sua frequente manipulação, são mais suscetíveis de disseminar
a infecção no ambiente. A seguir serão apresentados os locais em que há maior risco
de infecção por patógenos na instituição de saúde.
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maior risco e complexidade. São consideradas áreas críticas (EMPRESA
BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017; SÃO PAULO, 2019):
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leva em consideração a periodicidade do contato das mãos com as superfícies e
equipamentos. Desse modo, as superfícies podem ser classificadas em:
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➢ desinfetantes devidamente rotulados e tampados; o rótulo deve incluir modo
de uso, composição química, advertências e precauções.
Saneantes:
➢ Polidor de metais.
➢ Limpa-vidros.
➢ Lustra-móveis.
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4.4 Tipos de métodos de limpeza e tipos de limpeza mais utilizados
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pessoal que serão usadas para escalar os profissionais, os manuais de treinamento e
o protocolo operacional padrão para manter a padronização das ações. No caso dos
serviços terceirizados, é importante conferir os itens contratuais e fazer a avaliação
do cumprimento.
As planilhas de avaliação de equipamentos, de avaliação da execução da
limpeza, controle de limpeza terminal, controle de limpeza do banheiro e controle de
limpeza concorrente são recursos para acompanhar o processo de execução das
atividades. Além disso, as planilhas do tipo checklist são importantes para conferir
itens a serem limpos na limpeza terminal, dentre outras rotinas. Também são
importantes os indicadores de qualidade e de tempo de execução.
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➢ ATP: consiste em um teste com uso de swab com o objetivo de coletar
amostra e avaliar em um tubo contendo luciferase, que, provocando uma
reação de luminosidade, detecta a presença de matéria orgânica microbiana
e não microbiana.
➢ Análise microbiológica: consiste em obter amostra da superfície para
submeter um meio de cultura para observação de crescimento microbiano.
➢ taxa de absenteísmo;
➢ taxa de rotatividade;
➢ taxa de acidentes;
➢ taxa de treinamento;
➢ taxa de adequação de carrinhos de limpeza;
➢ tempo médio de limpeza terminal;
➢ tempo médio de limpeza de sala cirúrgica;
➢ tempo médio de atendimento às solicitações;
➢ tempo médio de limpeza concorrente;
➢ taxa de adequação do serviço de higiene.
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deve estar conectado aos métodos de monitoramento de higiene, visando cruzar as
informações e verificar a credibilidade e eficácia do processo de limpeza. Índices,
como o tempo gasto na limpeza, por exemplo, podem ser avaliados para contribuir ao
planejamento do processo de trabalho.
Fonte: shre.ink/m7tw
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microbiota própria). Após a limpeza, devem ser submetidos à desinfecção
de alto nível ou esterilização;
➢ artigos não críticos — materiais que entram em contato com a pele íntegra
e, também, aqueles que não entram em contato direto com o paciente,
requerendo limpeza após seu uso. Ainda, dependendo do destino de seu
último uso, deverão ser submetidos à desinfecção de baixo ou médio nível.
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Um detergente levemente alcalino (não enzimático) conforme o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2001), é o melhor produto para limpeza manual, limpeza ultrassônica
ou um dos vários tipos de lavadoras de instrumento. Detergentes levemente alcalinos
(pH entre 8,0 e 10,8) são agentes de limpeza mais eficientes para instrumentos
cirúrgicos do que detergentes de pH neutro ou à base de surfactantes. Recomenda-
se que a instituição trabalhe com os fornecedores de produtos químicos para
determinar o melhor detergente necessário, já que isso dependerá da qualidade da
água da instituição. O propósito do lubrificante é apenas proteger o produto para a
saúde.
Os lubrificantes devem ser solúveis em água. Dispositivos que exigem
lubrificação devem sê-lo de acordo com as instruções do fabricante, antes da
esterilização. As instruções do fabricante do dispositivo devem ser seguidas com
respeito a componentes que exigem lubrificação e especificidades. Lubrificantes
incompatíveis podem inibir a esterilização, criar subprodutos nocivos e danificar o
dispositivo ou a esterilizadora.
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5.2 Método de imersão
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Enxágue: é necessário enxaguar após a limpeza para remover a sujidade solta
e o detergente residual. Enxágue minuciosamente com água todos os dispositivos
após a limpeza para remover resíduos que podem interagir com o
desinfetante/esterilizante. Faça o enxágue final dos lumens de dispositivos
intravasculares/intratecais com água comercialmente preparada, estéril, isenta de
pirogênios ou água tratada por osmose reversa.
Secagem: importante passo para prevenir o crescimento microbiano e a
diluição de desinfetantes químicos, que poderiam tornar-se ineficazes caso a
secagem não fosse realizada. Os produtos devem ser secos com ar ou manualmente
com um pano limpo que não solte fiapos, de preferência descartável. Produtos com
lumens devem ser secos com ar medicinal comprimido ou filtrado com alta eficiência
na separação de partículas (HEPA) na pressão especificada pelo fabricante do
produto. Utilize um regulador para controlar a pressão.
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6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS
ADEQUADOS
Fonte: shre.ink/m7tD
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É preciso escolher o tamanho apropriado do material de embalagem para cobrir
adequadamente o item a ser embalado e sem romper durante o processo. Itens ocos
e Produtos para Saúde Reutilizáveis (PPSR) ou bandejas de curativos não devem ser
embalados em tecido, pois pode ser difícil secar o pacote de materiais combinados,
podendo comprometer a esterilização, uma vez que a temperatura aumenta de modo
diferente nesses materiais e os invólucros descartáveis devem ser usados uma vez
apenas e descartados após o uso segundo a política de resíduos de assistência à
saúde. Os pacotes de dispositivos devem ser embalados para evitar o dano de itens
delicados e as bandejas usadas para o acondicionamento de dispositivos, perfuradas
para permitir a penetração do esterilizante.
Os itens ocos embalados juntos devem ser separados por material não poroso,
para permitir a circulação eficiente de vapor, e embalados de modo que todas as
aberturas estejam na mesma direção. Guarde na sala limpa apenas um mínimo de
matérias-primas suficientes para a produção diária, evitando manipulação
desnecessária. Ainda, os materiais de embalagem devem ser compatíveis com o
processo de esterilização - se indicadores químicos dentro do pacote forem usados,
devem ser compatíveis com o pacote. Recomenda-se o acondicionamento sequencial
usando invólucros de dupla barreira, pois isso proporciona uma via tortuosa, o que
impede a migração microbiana.
Os sistemas de embalagem devem ser apropriados aos itens que estão sendo
esterilizados. Eles precisam:
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➢ ser compatível e capaz de suportar as condições físicas do processo de
esterilização;
➢ permitir a penetração e a remoção de esterilizante;
➢ manter a integridade do pacote;
➢ ser de material compatível (quer dizer, não degradável) com o processo de
esterilização.
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➢ recipientes de esterilização rígidos reutilizáveis devem ser adequados para o
método da esterilização usado e compatíveis com os métodos e agentes de
limpeza;
➢ envelopes transparentes devem ser arrumados para esterilização com a face
de papel voltada para a face de plástico. Apenas instrumentos únicos devem
ser embalados em envelopes.
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invólucro de esterilização, há requisitos adicionais para garantir a adequação do
invólucro antes de cada uso.
Recipientes não perfurados de vidro ou metal, conforme a Ministério da Saúde
(2001), poderão ser tubos de vidro fechados com tampões de algodão não absorvente
ou tampas de papel-alumínio amassado, apenas na esterilização por calor seco de
seringas de vidro e agulhas. Como o vidro não é bom condutor de calor, torna-se
necessário pesquisar se houve penetração do calor. As agulhas devem ser apoiadas
de modo que sua ponta não entre em contato com a parede do recipiente. Garrafas,
potes e ampolas de vidro podem ser usados para esterilização a vapor de líquidos
aquosos em laboratórios, e potes com tampa podem ser usados para esterilização por
calor seco de óleos.
Recipientes de metal não perfurados são apenas adequados para esterilização
por calor seco. Papel-alumínio pode ser usado como material de embalagem para
grandes artigos, como brocas cirúrgicas, esterilizadas por calor seco. Podem ocorrer
orifícios nas dobras, quando se deve selecionar uma folha mais espessa que a de
papel-alumínio comum “doméstico” (~ 75 μM). Metais são impermeáveis aos agentes
esterilizantes em vapor ou gás. As embalagens de uso único, conforme a legislação
sobre produtos para saúde, incluem o requisito de que dispositivos estéreis devem ser
projetados, fabricados e embalados em embalagem não reutilizável e/ou de acordo
com procedimento apropriado para garantir sua esterilidade. Atualmente, há uma clara
preferência por embalagem de uso único como a principal embalagem para
dispositivos estéreis.
Recomenda-se o duplo acondicionamento para produtos para saúde usados
no centro cirúrgico. Os materiais de embalagem são selecionados de acordo com o
tamanho, a forma, o peso e o processo de esterilização pretendido. Materiais de
embalagem para uso em esterilizadoras devem ser compatíveis com o processo de
esterilização, adequados para fechamento e selagem, isentos de fibras e partículas
soltas, isentos de ingredientes tóxicos e corantes de difícil desbotamento e ser
compatíveis com o conteúdo do pacote sob as condições de esterilização propostas.
Os dispositivos podem ser embalados em qualquer combinação de materiais
de embalagem planos (folhas, sacos, envelopes ou bobinas) ou recipientes para
manter a integridade do produto. Dispositivos embalados com folhas devem usar a
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técnica de embrulho em envelope ou em pacotes, sendo embrulhados de modo a
minimizar o risco de contaminação durante a abertura e a remoção do conteúdo.
Os equipamentos necessários para o processo de esterilização são:
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6.1 Métodos de desinfecção de artigos hospitalares
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Quadro 2. Produtos e sua descrição
PRODUTO DESCRIÇÃO
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Ácido peracético ➢ agente oxidante que age do mesmo modo que o peróxido de
hidrogênio. Disponível sob a forma líquida e em pó, com pH variando
entre os fabricantes.
➢ Instruções de uso: máquinas automáticas que usam ácido
peracético são vendidas para “esterilizar” instrumentos médicos,
cirúrgicos e odontológicos, incluindo endoscópios e artroscópios. Há
soluções para a imersão manual de itens após a limpeza.
➢ Concentrações para uso: é usado em concentrações de 0,1 a 0,2%
com um tempo de contato de 5 a 15 minutos. É considerado instável,
particularmente quando diluído. Uma vez preparado, a atual
recomendação do fabricante é que deve ser usado dentro de 24
horas. Indicadores biológicos não são adequados para
monitoramento de rotina. Há tiras de teste disponíveis para alguns
produtos para verificar se a solução está em concentração eficaz.
➢ Modo de ação: desnatura as proteínas e altera a permeabilidade da
parede celular.
Peróxido de ➢ agente oxidante usado para desinfecção de alto nível.
hidrogênio ➢ Instruções de uso: o composto peroxigênio 3% comercialmente
disponível é um desinfetante estável e eficaz quando usado em
superfícies inanimadas. Era empregado em concentrações de 3 a 6%
para desinfecção de lentes de contato gelatinosas, tonômetros,
biprismas e ventiladores. Em decorrência de preocupações com a
compatibilidade com itens folheados a bronze, zinco, cobre e
níquel/prata, deve-se obter a aprovação do fabricante antes de usá-lo
com equipamentos que podem apresentar problemas de corrosão,
como endoscópios ou centrífugas. O peróxido de hidrogênio não é
amplamente usado para desinfecção de endoscópios pelo fato de
suas propriedades oxidantes poderem ser nocivas a alguns
componentes do endoscópio.
➢ Concentrações para uso: sua apresentação varia entre 3 e 7,5%.
Para realizar a desinfecção de alto nível, a indicação é de 6 a 7,5%
por 30 minutos. A solução pode ser reutilizada por 21 dias.
➢ Modo de ação: mata microrganismos pela produção de radicais livres
de hidroxila destrutivos que podem atacar lipídios de membrana, DNA
e outros componentes celulares essenciais.
Compostos à base ➢ estão disponíveis na forma líquida (hipoclorito de sódio “alvejante”) ou
de cloro sólida [hipoclorito de cálcio ou dicloroisocianurato de sódio (NaDCC)].
Tabletes de NaDCC são estáveis e a atividade antimicrobiana da
solução preparada a partir de tabletes de NaDCC pode ser maior que
a de soluções de hipoclorito de sódio com o mesmo cloro total
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disponível. Soluções aquosas de hipoclorito de sódio são amplamente
usadas como alvejantes domésticos.
➢ Concentrações de uso: os hipocloritos, os desinfetantes de cloro
mais amplamente usados, são vendidos como produtos domésticos.
A concentração mínima para eliminar micobactérias é de 1.000 ppm
(0,1%) por 10 minutos sobre uma superfície limpa. Objetos não devem
ficar imersos por mais de 30 minutos em virtude da atividade corrosiva
do elemento.
➢ Modo de ação: produz a inibição das reações enzimáticas, a
desnaturação de proteínas e a inativação de ácidos nucleicos.
Álcool ➢ Concentrações para uso: caso as concentrações sejam dadas em
frações de 100 (“porcentagem”), devem ser claramente definidas
como porcentagem por peso (g/g ou w/w) ou por volume (mL/mL ou
v/v). O álcool (etanol ou propanol) é comumente usado em
concentrações de 60 a 70%.
➢ Modo de ação: o mecanismo de ação bactericida/virucida refere-se à
dissolução da membrana celular (bicamada fosfolipídica).
Dióxido de cloro ➢ primeiro usado em um spa em Ostend, Bélgica, como desinfetante da
água. Desde a década de 1950, vem sendo empregado para
desinfetar água para beber, no tratamento de resíduos da água e para
controle de limo. Atualmente, há alguns produtos à venda para
desinfecção de instrumentos e ambiente.
➢ Concentrações para uso: desinfecção de alto nível pode ser
atingida em 5 minutos; entretanto, 10 minutos são necessários para a
atividade esporicida. Antes de usar qualquer item (endoscópios
flexíveis, etc.), deve-se estabelecer a aceitação do usuário e a
compatibilidade com instrumentos e processadores. Há tiras de teste
disponíveis para alguns produtos para verificação de que a solução
está em concentração eficaz.
➢ Modo de ação: o dióxido de cloro (ClO2) é um composto neutro do
cloro no estado de oxidação +4. Desinfeta por oxidação, mas não
clora.
Fonte: Adaptado de Brasil (2001).
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7 ISOLAMENTO X PRECAUÇÕES
Fonte: shre.ink/m1xm
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Os pacientes que requerem isolamento são aqueles afetados por doenças
altamente contagiosas, com grande ou pequena virulência, podendo estas serem
transmitidas pelo ar, por perdigotos ou por contato direto, ou indireto. Para que o
isolamento seja correto, é imprescindível que o período de incubação das diversas
doenças seja de conhecimento dos profissionais da saúde. Diferentes normas de
biossegurança e precauções serão tomadas de acordo com os diferentes agentes
causadores. Conforme mostra o quadro abaixo:
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Hepatite B HBV* Parenteral, sexual Padrão + -
e vertical contato
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ou mucosas
lesionadas
Tétano Clostridium tetani Transplacentária Padrão -
neonatal
Tuberculose Mycobacterium Pessoa- pessoa. Padrão + Até obtenção
tuberculosis Contato com aerossóis de 3
secreções baciloscopias
nasofaríngeas negativas
*HBV (vírus da hepatite B)
**VVZ (vírus varicela-zoster)
Fonte: Adaptado de Dagnino (2018).
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utilização de máscaras e a cobertura das feridas do indivíduo infectado. Ademais, o
local que receberá o paciente deverá ser notificado sobre o quadro de infecção e as
precauções específicas para o seu recebimento.
A orientação dos familiares, por parte dos profissionais da saúde, deve ter o
objetivo de esclarecer os termos para a admissão do paciente, como o tempo de
internação, bem como as medidas de biossegurança a serem tomadas. Deve haver
uma atenção, por parte dos profissionais da saúde, tanto no cuidado direto ao
paciente, quanto na não estigmatização deste no momento da sinalização dos
indivíduos que têm alguma doença infectocontagiosa. O isolamento, por si só, pode
causar um efeito psicológico negativo no quesito de proibição das visitas, sendo
assim, é extremamente essencial que o isolamento seja reavaliado diariamente
quanto à sua necessidade, para que o paciente possa voltar ao convívio da população
geral do hospital assim que possível (DAGNINO, 2018).
Um fator importante é que todos os profissionais da saúde devem estar cientes
dos pacientes que estão em isolamento.
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Entre as precauções expandidas, temos as precauções de acordo com a
transmissão (pelo contato e pelo ar), que são aplicadas a pacientes com suspeita ou
confirmação de infecção ou colonização com agente infeccioso. Contudo, os agentes
infecciosos que necessitam dessas precauções são os patógenos com importância
epidemiológica, por essa razão precisam de medidas de controle adicionais para
evitar a sua transmissão (DAGNINO, 2018).
➢ Higiene das mãos: a higienização das mãos deve ser realizada após o
contato com sangue, excreções, secreções e/ou fluidos corporais ou com
algum artigo contaminado. A higienização também deve ocorrer caso haja
contato com o paciente e após a remoção das luvas.
➢ EPIs: os EPIs, como máscara, óculos e protetor facial, devem ser utilizados
em procedimentos que envolvam o cuidado ao paciente (p.ex., aspiração e
intubação endotraqueal) que possam gerar salpicos de sangue, fluidos
corporais ou secreções. Uma maior atenção é necessária em situações que
gerem aerossóis em pacientes com suspeita ou confirmação de infecções
transmitidas por aerossóis respiratórios, com o uso dos EPIs acima citados,
além de avental. O uso do avental também tem grande importância nas
atividades relacionadas ao cuidado do paciente, quando houver possível
contato com as roupas ou com a pele exposta a fluidos corporais, sangue,
secreções ou excreções.
➢ Equipamentos hospitalares: o correto manuseio, com a utilização de luvas,
dos equipamentos hospitalares sujos evita que ocorra a passagem de
patógenos para outros pacientes ou para o meio ambiente.
➢ Controle ambiental: é essencial que os procedimentos de limpeza e
desinfecção de superfícies sejam realizados com frequência, principalmente
das superfícies que entram em contato com o paciente diretamente.
➢ Agulhas e outros perfurocortantes: as agulhas usadas não devem ser
reencapadas, dobradas, quebradas ou manipuladas. Caso seja necessário
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reencapar, deve-se coletar a tampa com apenas uma mão. O descarte de
objetos perfurocortantes deve ser feito em um recipiente resistente à punção.
➢ Ressuscitação do paciente: durante os procedimentos de ressuscitação,
os profissionais da saúde devem evitar o contato direto com as secreções
orais e bucais. Essa prevenção pode ser realizada com o uso de dispositivos
de ventilação, como bocais e sacos de ressuscitação.
➢ Alocação do paciente: priorizar para a sala de um único paciente se este
tiver um risco aumentado de transmissão, for susceptível de contaminar o
meio ambiente, não mantiver a higiene adequada ou estiver em maior risco
de adquirir infecção ou desenvolver um resultado adverso após a infecção.
➢ Higiene respiratória/Etiqueta de tosse: baseia-se na educação dos
profissionais da saúde, dos pacientes, dos familiares e dos visitantes quanto
à importância da limitação de secreções respiratórias em pacientes com
sintomas de infecção. Essas recomendações devem englobar desde áreas
de triagem, como a recepção de emergências, até os consultórios médicos.
Outra recomendação é a instrução de indivíduos sintomáticos para cobrir a
boca e o nariz quando espirram ou tossem. Pessoas com tosse devem
utilizar máscaras, quando a tolerarem, ou ficarem afastadas por uma
distância de pelo menos três pés dos demais indivíduos. Os profissionais da
saúde devem orientar a higienização das mãos quando estas forem
contaminadas com secreções.
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7.5 Precauções de acordo com a transmissão
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Gotícula: Essas precauções se inserem na prevenção de infecções
transmitidas por agentes patogênicos disseminados pelo contato da membrana
mucosa ou respiratória estreita com secreções respiratórias. Esses agentes não são
infecciosos a longas distâncias, não sendo necessário um quarto com ventilação
especial. Tais precauções são indicadas para Bordetella pertussis, vírus da gripe,
adenovírus, rinovírus, Neisseria meningitides e Estreptococcus do grupo A (nas
primeiras 24 horas de terapia antimicrobiana). No quesito de isolamento do paciente
no quarto, é igual aos agentes que necessitam de precauções de contato. Os
profissionais da saúde devem utilizar máscara, sendo desnecessário o uso de um
respirador. Pacientes que precisam dessas precauções devem ser transportados para
fora da sala usando máscara, caso a tolerem, e seguir a etiqueta de higiene
respiratória/tosse
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Aerossóis: As precauções respiratórias pelos aerossóis impedem a
transmissão de agentes infecciosos que permanecem infecciosos a longas distâncias
quando suspensos no ar. Como exemplo desses patógenos, temos: vírus da rubéola,
vírus da varicela, Mycobacterium tuberculosis e, possivelmente, SARS-CoV (síndrome
respiratória aguda causada pelo coronavírus). Os pacientes que necessitam dessas
precauções devem ser alocados em quartos de isolamento de infecção aérea.
Esse ambiente está equipado com capacidade especial de ventilação. Caso o
quarto com especificações não esteja disponível, o paciente deve ser colocado em
um quarto privado. Devem ser disponibilizados respiradores ou máscaras N95 para
os profissionais da saúde e essas ações serão seguidas até que o paciente seja
transferido para um quarto de isolamento de infecção aérea ou até que retorne à sua
casa.
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8 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DO USO DE
ANTIMICROBIANOS EM HOSPITAIS
51
por exemplo as pneumonias, além da perda da proteção para os pacientes
submetidos a diversos procedimentos, como os cirúrgicos, quimioterápicos e
transplantes.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2020,
Global Antimicrobial Resistance Surveillance System (GLASS) Report: Early
Implementation, mostrou as taxas de RM de 66 países, entre os quais o Brasil,
algumas consideradas alarmantes e muito preocupantes (WHO, 2020).
Embora a RM seja um fenômeno natural, sua propagação está diretamente
relacionada a diversos fatores, como uso inadequado e excessivo de antimicrobianos,
regulação insuficiente para controlar seu consumo, programas de controle de infecção
e de gerenciamento da terapia antimicrobiana inadequados ou inexistentes,
medicamentos de má qualidade, além de vigilância inadequada das infecções
(BRASIL, 2017).
O desenvolvimento da RM é uma inevitabilidade evolutiva, mesmo quando os
antimicrobianos são usados de forma adequada e com moderação. No entanto, é
importante que seja feito todo esforço para retardar a sua propagação e mitigar seus
impactos (UK, 2014). Nesse aspecto, torna-se imperativo implementar o
gerenciamento do uso de antimicrobianos e adotar medidas de prevenção e controle
das IRAS para reduzir, de forma efetiva, a disseminação da RM nos serviços de
saúde.
Diante do exposto, é imprescindível que os hospitais do país implementem um
Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos (PGA), bem como, que as
Vigilâncias Sanitárias Estaduais, Distrital e Municipais, em conjunto com as
Coordenações de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde
Estaduais (CECIRAS), Distrital (CDCIRAS) e Municipais (CMCIRAS), fiscalizem estes
serviços de saúde quanto à execução das ações para o gerenciamento do uso dos
antimicrobianos, conforme estabelecido nas legislações vigentes.
Tem como objetivos:
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antimicrobianos pelos hospitais, de acordo com as legislações e normas
vigentes.
➢ Orientar as CECIRAS/CDCIRAS/CMCIRAS que incentivem e apoiem os
hospitais na implementação dos PGA, bem como, que auxiliem e apoiem
tecnicamente as VISAs na fiscalização do cumprimento das atividades
previstas no PGA do serviço de saúde.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 1990. Disponível em: https: shre.ink/I0gj5. Acesso em: 13 de out. 2022.
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BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação
Nacional de DST e AIDS. Manual de condutas em exposição ocupacional a
material biológico, 2012.
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EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. Procedimento
hospitalar padrão POP/ Setor de hotelaria/02/2017: higienização hospitalar.
Uberaba: HC-UFTM, 2017.
WHO. guidelines on hand hygiene in health care: first global patiente safety
challenge clean care is safer care. Report on the Burden of Endemic Health Care-
Associated Infection Worldwide Clean Care is Safer Care, v. 3, 2011.
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