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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2 INFECÇÃO HOSPITALAR ................................................................................... 5

2.1 Formação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH .............. 6

2.2 Constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar .......................... 7

2.3 Competências e ações educacionais .................................................................. 7

2.4 A comissão de controle de infecção hospitalar e suas atribuições ..................... 9

2.5 Uso racional de antimicrobianos e saneantes................................................... 10

2.6 Redução da transmissão de infecções ............................................................. 11

3 POLÍTICAS NACIONAIS DE CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À


ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL .................................................................... 12

4 HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR .......................................................................... 14

4.1 Classificação das áreas conforme o risco de contaminação por patógenos ..... 16

4.2 Estrutura física .................................................................................................. 18

4.3 Materiais e equipamentos ................................................................................. 19

4.4 Tipos de métodos de limpeza e tipos de limpeza mais utilizados ..................... 20

4.5 Instrumentos de planejamento e gestão para o setor de higienização hospitalar


21

4.6 Métodos de monitoramento do processo .......................................................... 22

4.7 Indicadores gerenciais ...................................................................................... 23

5 LIMPEZA DE ARTIGOS (CRÍTICOS, SEMICRÍTICOS E NÃO CRÍTICOS) E OS


PRODUTOS UTILIZADOS........................................................................................ 24

5.1 Limpeza manual................................................................................................ 26

5.2 Método de imersão ........................................................................................... 27

5.3 Método sem imersão ........................................................................................ 27

5.4 Limpeza automatizada ou mecanizada ............................................................. 28

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6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS
ADEQUADOS ........................................................................................................... 29

6.1 Métodos de desinfecção de artigos hospitalares .............................................. 36

7 ISOLAMENTO X PRECAUÇÕES ...................................................................... 40

7.1 Normas de isolamento e cuidados com o paciente........................................... 43

7.2 Tipos de Isolamento.......................................................................................... 44

7.3 Tipos de precauções......................................................................................... 45

7.4 Precaução padrão............................................................................................. 46

7.5 Precauções de acordo com a transmissão ....................................................... 48

8 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DO USO DE


ANTIMICROBIANOS EM HOSPITAIS ..................................................................... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 54

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INFECÇÃO HOSPITALAR

Fonte: shre.ink/m1H4

Segundo o conceito do Ministério da Saúde (MS), apresentado na portaria nº


2.616 de 12.05.1998, as infecções hospitalares restringem–se àquelas adquiridas
após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifestam durante a
internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação (ABEGG,
2011).
As infecções hospitalares são consideradas atualmente como problema de
saúde pública, acometendo mais de 15% dos pacientes internados, agravando-se
com a emergência da resistência bacteriana (SIQUEIRA, 2016). A infecção
relacionada à assistência hospitalar aumenta o período de internação, o risco de
mortalidade e os custos econômicos. Cerca de 30% dos casos de infecções estão
relacionados à assistência à saúde, podendo ser evitadas por medidas simples e
efetivas como a correta higienização das mãos (MARTINEZ, 2009).
A infecção é uma entidade clínica de múltiplos fatores envolvidos, e a
necessidade de reduzir e controlar sua incidência determina a aplicação de medidas
preventivas, educacionais e de controle epidemiológico que visam, por meio de um
processo de sensibilização coletiva, levar a taxas de infecção para limites aceitáveis
para o tipo de clientela e de procedimentos realizados em cada hospital (ABEGG,
2011).

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Devido à gravidade das infecções nosocomiais, esta temática deveria ser
encarada com mais seriedade pelos profissionais de saúde, já que a sua aquisição
traz riscos diretos aos clientes e à instituição, uma vez que, esse problema tem grande
potencial de conduzir o indivíduo a óbito (SIQUEIRA, 2016). Apesar dos avanços e
medidas estabelecidas para prevenção e controle das infecções, a baixa adesão dos
profissionais às recomendações, vem sendo um desafio para as instituições de saúde,
devido ao desconhecimento ou à dificuldade em mudar hábitos sedimentados ao
longo da vida profissional (PASCHOAL, 2015).

2.1 Formação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH

As políticas públicas de saúde abrangem a prevenção e o monitoramento de


agravos em saúde, buscando o bem-estar dos usuários do sistema de saúde. Nesse
sentido, a prevenção da infecção hospitalar começou a ser foco da legislação à
medida que a complexidade da assistência em saúde foi aumentando nas instituições
e as questões da segurança do paciente, bem como a resistência microbiana,
tornaram-se cada vez mais relevantes.
A Lei nº. 9.431, de 6 de janeiro de 1997, instituiu a obrigatoriedade da criação
da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) em todos os
estabelecimentos de saúde. A CCIH faz parte do Programa de Controle de Infecções
Hospitalares, que é um “conjunto de ações desenvolvidas deliberada e
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade
das infecções hospitalares” (BRASIL, 1998).
Assim, a CCIH é uma das estratégias de controle da infecção nos
estabelecimentos de saúde. A normatização das CCIH segue a determinação da
Portaria nº. 2.616, de 12 de maio de 1998, que indica como devem ser a composição,
os objetivos e as ações educativas e de monitoramento da infecção hospitalar.
A CCIH é obrigatória por lei nos estabelecimentos de saúde e se constitui no
órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição, isto é, a diretoria
administrativa e clínica, tornando-se responsável pela execução das ações de controle
de infecção hospitalar, sendo, assim, a estrutura máxima para agir nesse sentido.

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2.2 Constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

A constituição da comissão é regulamentada por portaria, sendo composta por


profissionais da área da saúde, de nível superior e designados formalmente para
ocupar o cargo. A CCIH tem dois tipos de membros em sua composição: membros
executores e membros consultores. Dessa forma, a composição da CCIH em relação
aos membros consultores é formada por representantes de determinados serviços da
instituição, como “serviço médico; serviço de enfermagem; serviço de farmácia;
laboratório de microbiologia; administração” (BRASIL, 1998).
Os membros executores são representados pelos profissionais responsáveis
pelo serviço propriamente dito e são encarregados da execução das ações
programadas de controle da infecção hospitalar. A portaria esclarece como deve ser
organizado:

Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior


da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número
com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4
(quatro) horas para os demais profissionais; um dos membros executores
deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. A carga horária diária, dos
membros executores, deverá ser calculada na base da proporcionalidade de
leitos indicado no número. Nos hospitais com leitos destinados a pacientes
críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior
da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas
semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração (BRASIL, 1998).

Assim, o número de profissionais executores depende do número de leitos do


hospital e de suas características de complexidade, pois quanto mais leitos de
pacientes críticos, como pacientes de terapia intensiva adultos, pediátricos e neonatal,
de berçário de alto risco, queimados, submetidos a transplantes de órgãos, hemato-
oncológicos e com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais profissionais são
necessários para a execução das ações da CCIH (BRASIL, 1998).

2.3 Competências e ações educacionais

A determinação das competências da CCIH é regulamentada pela Portaria nº.


2.616/98 e é descrita pela legislação, tornando-se de suma importância para o
desenvolvimento das atividades e o cumprimento dos objetivos da CCIH.
Segundo o documento, a direção do estabelecimento de saúde é responsável
pela constituição e nomeação oficial da CCIH, propiciando as condições e a estrutura
7
necessárias para o funcionamento da CCIH e se responsabilizando pela aprovação
do regimento interno, dando suporte às ações educativas, garantindo o cumprimento
das determinações de órgãos municipais e estaduais e comunicando alterações em
sua composição (BRASIL, 1998).
A elaboração de um regimento interno é necessária para definir aspectos do
funcionamento da CCIH, como, por exemplo, duração do mandato dos membros,
principalmente, nas comissões que são vinculadas às secretarias de saúde estaduais
e municipais. Além disso, o regimento deve definir o número de reuniões da comissão,
o quórum necessário para as reuniões e o número de ausências máximas para o
desligamento de membros da comissão. As reuniões devem ser registradas
oficialmente em atas e todos os assuntos tratados na reunião são sigilosos e devem
ser mantidos com o sigilo ético profissional necessário.
Ainda em relação à estrutura, é importante um local específico para
funcionamento da CCIH, como uma sala exclusiva a ser disponibilizada por cada
hospital, com a infraestrutura básica necessária para seu funcionamento,
disponibilizando acesso a computador, internet e linha telefônica/fax. No que se refere
às ações educacionais, a CCIH deve, em conjunto com o núcleo de segurança do
paciente e a educação continuada das instituições, desenvolver as seguintes ações
dentro do seu foco de atuação:

➢ revisar, elaborar, implementar e supervisionar a execução e aplicação das


rotinas e normas técnico operacionais com o objetivo de prevenção e
controle hospitalar;
➢ organizar, orientar e monitorar as regras de precauções de isolamento;
➢ desenvolver programas de capacitação dos profissionais e funcionários do
hospital em relação à prevenção da infecção hospitalar e na disseminação
da cultura de segurança relacionada à diminuição do risco de infecção;
➢ os programas de capacitação devem estar baseados nos indicadores
estruturais e processos para direcionar o planejamento e foco dos
treinamentos.

A cultura da prevenção da infecção hospitalar deve abranger não apenas a


mudança de comportamento da equipe e dos funcionários dos estabelecimentos de
saúde, mas também da família que acompanha o paciente e permanece no ambiente

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hospitalar, bem como da comunidade a que pertencem. A atualização e o treinamento
das equipes são fundamentais para garantir as boas práticas em saúde e diminuir ao
máximo o risco de infecção (FARIA, 2020).
As CCIH têm um papel fundamental nas instituições de saúde, não apenas no
monitoramento, mas, principalmente, no controle da infecção. Nesse sentido, a
comissão desenvolve ações específicas visando à prevenção de infecção em áreas
críticas e em pacientes com maior risco e vulnerabilidade, como é o caso da unidade
de terapia intensiva e centro cirúrgico.

2.4 A comissão de controle de infecção hospitalar e suas atribuições

Em primeiro plano, salienta-se a diferença entre CCIH, PCIH e SCIH. O PCIH


é um conjunto de ações a serem realizadas sistematicamente para a redução máxima
possível de IRAS. Para tal, o PCIH dispõe de duas “ferramentas” complementares: a
CCIH e o SCIH. A CCIH, de caráter deliberativo, tem funções coordenativas e
estabelece as diretrizes a serem cumpridas. O SCIH, ao seu turno, coloca em prática
as proposições da CCIH e, portanto, tem caráter executivo. Enquanto “ferramentas”,
a CCIH e o SCIH devem ser operacionalizadas por profissionais competentes. Estes
podem ser membros consultores, no caso da CCIH, ou membros executores, no caso
do SCIH. O número de membros executores e consultores é determinado conforme o
porte e a natureza do hospital, por exemplo, quanto à prestação de serviços a
pacientes críticos (FARIA, 2020).
Os profissionais envolvidos nessas atividades devem ter formação superior e
atuação nas seguintes áreas:

➢ administração hospitalar;
➢ enfermagem;
➢ farmácia;
➢ medicina;
➢ microbiologia clínica.

Essa equipe multidisciplinar, no uso de suas atribuições, dentre outras funções,


é encarregada de:

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➢ Implementar sistema de vigilância epidemiológica das Infecções
Hospitalares, avaliar e compartilhar os dados disponibilizados por esse
sistema.
➢ Adequar as normas operacionais (por exemplo, os procedimentos
operacionais padrão) de todos os setores, objetivando a prevenção e
controle de IRAS.
➢ Capacitar o quadro de colaboradores sobre a prevenção e o controle de
IRAS por meio de treinamentos e outras ações de educação continuada.
➢ Promover o uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-
hospitalares.
➢ Padronizar, junto à comissão de farmácia e terapêutica (CFT), os
antimicrobianos e germicidas que atenderão de forma racional o perfil
nosocomial da instituição.
➢ Criação e/ou atualização de protocolos de tratamento e de profilaxia cirúrgica
com antimicrobianos.
➢ Criação e instrução sobre protocolos de medidas de precaução e isolamento.

2.5 Uso racional de antimicrobianos e saneantes

Dentre as funções relacionadas a essa responsabilidade, é possível destacar


as litadas a seguir:

➢ Aquisição, armazenamento, preparo e dispensação de saneantes, isto é,


produtos de limpeza a serem utilizadas no estabelecimento de saúde. Cabe
ao farmacêutico, juntamente à CCIH e ao Serviço de Hotelaria Hospitalar,
aconselhar sobre os critérios de escolha dos saneantes utilizados na
instituição. Ademais, é importante supervisionar o preparo desses agentes
de modo a garantir a qualidade, a assepsia e as concentrações indicadas.
➢ Padronização, em trabalho conjunto com a CFT e CCIH, dos antimicrobianos
a serem utilizados na instituição.
➢ Elaboração e atualização de protocolos, baseados em evidências científicas
e em conjunto com comissões competentes, de tratamento com
antimicrobianos e antibioticoprofilaxia.

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➢ Implementação de dispositivos que auxiliem no controle e na segurança da
dispensação de antimicrobianos, tais como “fichas de registro de
dispensação de antimicrobianos”.
➢ Cuidado farmacêutico centrado no paciente, que inclui: avaliação da
indicação, da posologia, da via de administração, das interações
medicamentosas, das reações adversas, dos parâmetros farmacocinéticos
(especialmente quando da necessidade de monitoramento sérico), dos
critérios de descalonamento (alteração da terapia empírica para terapia
guiada após resultado de cultura microbiológica) e da possibilidade de
substituição de via intravenosa para via oral (swicth therapy) dos
antimicrobianos em uso.
➢ Trabalho em parceria com o laboratório de microbiologia.
➢ Desenvolvimento e/ou cooperação com pesquisas farmacoepidemiológicas
e de farmacovigilância relacionadas ao uso de antimicrobianos.

Programas de gerenciamento de antimicrobianos ou antimicrobial stewardship,


genericamente baseados nessas funções, objetivam aperfeiçoar a prescrição desse
grupo de fármacos, garantir efeitos terapêuticos máximos, reduzir eventos adversos,
além de prevenir a resistência bacteriana (BRASIL, 2019; GILCHRIST et al., 2015).

2.6 Redução da transmissão de infecções

Sobre essa responsabilidade, ressaltam-se as funções listadas a seguir:

➢ Estabelecimento e fiscalização de programas e protocolos de garantia da


qualidade dos medicamentos e correlatos preparados e dispensados pela
farmácia hospitalar com intuito de evitar contaminações.
➢ Treinamentos e fiscalização dos colaboradores que compõem o quadro de
recursos humanos da farmácia hospitalar sobre a importância da prevenção
das IRAS.

Diante do exposto, é possível concluir que os profissionais farmacêuticos têm


importantes atribuições no contexto do controle e da prevenção das infecções
hospitalares. É notório, porém, dado ao processo de consolidação desse profissional
como provedor de cuidado, que esforços devem ser acentuados no intuito tanto de
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aperfeiçoar tecnicamente esses agentes quanto de garantir um número de
profissionais apropriado para dar diligência no cumprimento dessas funções. O
envolvimento do farmacêutico nessa área, em atuação multiprofissional, pode
contribuir substancialmente para a redução dos agravos à saúde provenientes de
IRAS, para prevenção de resistência aos antimicrobianos, para a redução dos gastos
institucionais e, em última instância, para a garantia da segurança do paciente e da
qualidade do cuidado em saúde (FARIA, 2020).

3 POLÍTICAS NACIONAIS DE CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À


ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL

Fonte: shre.ink/m7t9

Ainda que notificações de IRAS ocorressem pelo Brasil já a partir da década de


1950, a primeira ação governamental efetiva, de certa forma, ocorreu apenas em 1983
com a Portaria do Ministério da Saúde nº 196. Esse dispositivo legal previa a
obrigatoriedade em todos os hospitais de CCIHs, todavia, pautadas em um método
passivo que determinava subnotificações (DANTAS, 2011).
Em 1985, ainda durante o lento processo de redemocratização do país,
ocorreu a morte do recém-eleito chefe do executivo, Tancredo Neves, cuja causa foi
relacionada a uma infecção de sítio cirúrgico. Dado o momento histórico, esse fato fez
aumentar a demanda por políticas mais eficientes de controle de infecção hospitalar,
culminando no ano de 1987 com a instauração do Programa Nacional de Controle de

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Infecção Hospitalar (PCIH) pela Portaria nº 232 do Ministério da Saúde, transformado
posteriormente em Divisão de Controle de Infecção Hospitalar (OLIVEIRA; SILVA;
LACERDA, 2016).
Mais tarde, em 1988, a promulgação da Constituição Federal instituiu a garantia
do acesso à saúde como dever do Estado e direito da população. No decorrer dos
anos subsequentes, leis orgânicas regulamentaram o modus operandi do Sistema
Único de Saúde e determinaram diretrizes, dentre as quais a descentralização
gerando grande impacto na política de controle de IRAS. Por fim, em 1998, por meio
da Portaria nº 2.616, ainda em vigência, o Ministério da Saúde determinou a criação
e as atribuições do PCIH operacionalizado por meio da CCIH e pelo Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) (BRASIL, 1998).
Em 1999, a partir da criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o gerenciamento das políticas de controle e prevenção de IRAS no país
passou a ser responsabilidade desta autarquia. Isso permitiu, dentre outros
progressos, o aprofundamento na coleta e na análise de informações sobre IRAS no
país. Ressalta-se que outras iniciativas públicas, não necessariamente veiculadas ao
PCIH, também vão ao encontro do controle das IRAS.
É o caso, por exemplo, do Programa Nacional de Segurança do Paciente,
instituído em 2013 pelo Ministério da Saúde. O projeto, criado para contribuir com a
qualificação dos serviços de saúde, prevê a higienização das mãos como um
protocolo básico para a melhoria da segurança do paciente. A meta em comum desses
programas é a correta higienização das mãos e sinaliza para a possibilidade de
parcerias no intuito de somar esforços para a redução das IRAS no Brasil
(CAVALCANTE et al., 2019).

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4 HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR

Fonte: shre.ink/m7tu

O hospital pode ser considerado um ambiente arriscado e hostil, onde o risco


de contaminação por microrganismos patogênicos é real. Há pacientes com diversos
tipos de patologias e níveis de baixa imunidade, bem como procedimentos de alto
nível de complexidade, material biológico e resíduos contaminados (CARDOSO,
2020).
Atualmente, no entanto, a evolução da tecnologia, da legislação e das normas
técnicas visando à segurança e qualidade em ambientes hospitalares tornam o
hospital um local em que, apesar dos riscos, há um constante movimento para torná-
lo seguro, de modo que a vida humana, em seu momento mais vulnerável esteja
protegida. Para isso, é preciso conhecer quais são os principais riscos biológicos e
patógenos que podem afetar os ambientes, assim como os mecanismos de
proliferação e, finalmente, como a higienização hospitalar é um dos pilares
fundamentais para evitar a infecção no ambiente. Ambiente como fator de risco para
infecções relacionadas à assistência em saúde
Os ambientes com a permanência de pacientes podem funcionar como
reservatórios para microrganismos, como os microrganismos resistentes. Os
microrganismos resistentes são “aqueles que não podem ser eliminados por meio de
antimicrobianos aos quais eram originalmente sensíveis” (SÃO PAULO, 2019).

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Dessa forma, a proliferação desse tipo de microrganismo em ambientes não
controlados pode levar a infecções relacionadas à assistência em saúde e aumentar
consideravelmente o tempo de internação, podendo até agravar o estado do paciente
e levá-lo à morte. Alguns microrganismos podem sobreviver em superfícies
ambientais por dias e até meses, elevando também o risco de infecção cruzada, isto
é, aquela que não ocorre de forma direta, mas de forma secundária, por meio de
contato com a superfície do ambiente contaminado, instrumental contaminado e as
mãos dos profissionais (ANVISA, 2010).
Estudos demonstram que os agentes patogênicos que já colonizam o paciente
podem ser responsáveis por 40 a 60% de infecções causadas em áreas críticas do
hospital, como, por exemplo, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, dentre
outras; 20 a 40% têm relação com a infecção cruzada, provocada pela contaminação
das mãos dos profissionais de saúde; 20 a 25% provocadas pelas alterações da
microbiota provocada pelo uso dos antibióticos e a possível contaminação do
ambiente, que responde por 20% do risco (RUTALA et al., 2014).
O tempo de sobrevivência de alguns microrganismos nas superfícies
hospitalares pode surpreender aqueles que não estão familiarizados com os avanços
das pesquisas sobre os riscos de infecção hospitalar, conforme aponta o Quadro 1.

Quadro 1. Tempo de sobrevivência dos microrganismos nas superfícies

Microrganismo Tempo de sobrevivência


Clostridium difficile > 5 meses
Acinetobacter spp 3 dias a 11 meses
Enterococcus spp 5 dias a > 46 meses
Pseudomonas aeroginosa 6 horas a 16 meses
Klebsiella spp. 2 horas a 30 meses
S. aureus 7 dias a > 12 meses
Norovírus 8 horas a > 2 semanas
Fonte: Adaptado de São Paulo (2019).

Alguns microrganismos estão mais presentes no ambiente e com transmissão


especificamente ambiental, como o Clostridium difficile e o Norovírus, por exemplo. O
Clostridium difficile é um microrganismo que se reproduz por meio de esporos, cuja
inativação é bem difícil pela maioria dos agentes químicos utilizados para limpeza e

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desinfecção de superfícies. Ele é responsável por grande parte da diarreia infecciosa
associada à assistência hospitalar, causando irritação no cólon e é potencialmente
fatal aos pacientes que estão colonizados por esse microrganismo. Dessa forma,
apenas o agente químico certo, utilizado com a técnica adequada e no tempo de
exposição suficiente pode ser capaz do controle ambiental (SÃO PAULO, 2019).
O Norovírus habita a parte entérica humana e é um vírus de alta
transmissibilidade, devido à necessidade de pequeno espaço de inoculação,
capacidade de disseminação alta, capacidade de adaptação e sobrevivência às
alterações do ambiente e aos processos de limpeza de superfícies. Surtos podem
ocorrer repetidamente, principalmente, em instituições de saúde superlotadas e com
pouco pessoal para a assistência e higienização. Em ambos os casos, agentes
químicos à base de cloro são capazes de manter o controle ambiental e eliminá-los
(SÃO PAULO, 2019).
É importante refletir que, antigamente, o combate e controle dos
microrganismos ocorriam, principalmente, com o uso de antibióticos, o que acabou
tornando muitos deles resistentes, levando ao aumento de infecções de difícil
tratamento. Hoje, é consenso que o controle ambiental é um dos aspectos
fundamentais para diminuir o risco de infecção. Assim, além do conhecimento
necessário sobre os microrganismos e as formas de combatê-los no ambiente, é
importante que um serviço de higiene hospitalar saiba quais são os locais de alto risco
ou os objetos que, por sua frequente manipulação, são mais suscetíveis de disseminar
a infecção no ambiente. A seguir serão apresentados os locais em que há maior risco
de infecção por patógenos na instituição de saúde.

4.1 Classificação das áreas conforme o risco de contaminação por patógenos

A classificação das áreas hospitalares é importante para estabelecer o


planejamento necessário para o controle ambiental e higienização, bem como para
implementar ações que tornem as áreas de maior risco mais seguras para pacientes
e trabalhadores.
Área crítica é a área com maior risco de transmissão de infecção, seja porque
os pacientes são mais suscetíveis, seja porque é onde ocorrem procedimentos de

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maior risco e complexidade. São consideradas áreas críticas (EMPRESA
BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017; SÃO PAULO, 2019):

➢ unidade de terapia intensiva;


➢ unidade de doenças infecciosas e parasitárias;
➢ isolamentos;
➢ pronto socorro;
➢ centro cirúrgico;
➢ centro obstétrico;
➢ laboratório de análises clínicas;
➢ banco de sangue;
➢ setor de hemodinâmica;
➢ unidade de transplante;
➢ unidade de queimados;
➢ berçário de alto risco;
➢ central de material e esterilização;
➢ lactário;
➢ serviço de nutrição e dietética;
➢ farmácia;
➢ área suja da lavanderia.

A área semicrítica é a área considerada com menor risco de transmissão de


infecção e procedimentos de baixo risco e complexidade. São consideradas áreas
semicríticas enfermarias e apartamentos, ambulatórios, banheiros, posto de
enfermagem, elevador e corredores (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS
HOSPITALARES, 2017; SÃO PAULO, 2019).
Já a área não crítica corresponde às áreas sem risco de transmissão de
infecção, que não são ocupadas por pacientes e não possuem nenhum procedimento
de risco relacionado. Dessa forma, são consideradas áreas não críticas os vestiários,
copa, áreas administrativas, almoxarifados, secretaria, sala de costura, recepção
(SÃO PAULO, 2019).
Embora essa classificação ainda seja utilizada, o contato das mãos nas
superfícies e nas áreas próximas de pacientes assume maior importância no processo
de disseminação de infecção direta e infecção cruzada. Há outra classificação que

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leva em consideração a periodicidade do contato das mãos com as superfícies e
equipamentos. Desse modo, as superfícies podem ser classificadas em:

Superfícies ambientais com maior grau de contato com as mãos: bancadas,


maçanetas, interruptores, paredes do banheiro, unidade do paciente e outros;
Superfícies ambientais com mínimo contato com as mãos: teto, piso, janelas
e outros. Superfícies de equipamentos médicos: equipamentos de Raio-X,
equipamentos de diálise, carrinhos, monitores, ventiladores mecânicos,
bomba de infusão e outros (SÃO PAULO, 2019).

Nesse caso, a incidência do contato das mãos determina também a


periodicidade da limpeza e desinfecção das superfícies e equipamentos.

4.2 Estrutura física

Embora muitas instituições optem por terceirizar os serviços de higienização,


há necessidade de reservar um espaço para organização e centralização do serviço.
O serviço de higienização deve possuir: um local, um espaço físico específico onde
seja possível armazenar equipamentos de limpeza e com acesso fácil ao
almoxarifado, no qual os agentes químicos devem ficar armazenados; local para
estacionamento de carrinhos e guarda de equipamentos de limpeza. É importante o
acesso dos funcionários a vestiários com armários, banheiros e chuveiros e área de
descanso e alimentação. A chefia do setor necessita um espaço para exercer suas
atividades de relatórios e planejamento das ações de limpeza.
O espaço específico para treinar e checar as diluições das substâncias
químicas e montar os carrinhos, comumente, é necessário. Muitas vezes, esse local
é designado como um expurgo, mas não tem as dimensões necessárias para
acompanhar o processo de organização das soluções e dos carrinhos a cada jornada
de trabalho. A determinação de um depósito de materiais de limpeza (DML) é indicado
para a guarda do material e deve seguir os seguintes dispositivos (EMPRESA
BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017):

➢ pia para lavagem das mãos;


➢ tanque para limpeza do material;
➢ dispositivo para pendurar mops, rodos e pás;
➢ prateleiras para baldes, pequenos utensílios e produtos de limpeza;

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➢ desinfetantes devidamente rotulados e tampados; o rótulo deve incluir modo
de uso, composição química, advertências e precauções.

4.3 Materiais e equipamentos

Os materiais envolvem os carrinhos para a coleta de lixo das unidades, os


carrinhos de limpeza, com os produtos específicos para cada área e superfície,
material para reposição de sabão líquido, álcool gel e papel toalha nas estações de
higiene das mãos das unidades. A limpeza também ocorre de forma mecanizada,
principalmente, em grandes áreas de cobertura, com lavadoras automatizadas,
enceradeiras e outros materiais. Os materiais devem ser ergonômicos, fáceis de usar,
mantidos em perfeito estado de funcionamento e limpos. Os carrinhos devem ter uma
lista de verificação para contemplar todos os itens necessários e as soluções
etiquetadas e com prazo de validade das diluições, mantendo apenas os itens que
são padronizados pelo serviço (SÃO PAULO, 2019).
Os agentes de limpeza são as substâncias químicas utilizadas no processo de
limpeza, como os desinfetantes e os materiais listados a seguir (EMPRESA
BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017).

Saneantes:

➢ desinfetantes - seguindo a normatização vigente e seguindo a orientação


da comissão de infecção hospitalar e aprovados pela Anvisa;
➢ detergentes - auxiliam na retirada de gorduras dos artigos e áreas.

Devem ser testados com orientação da comissão de infecção. A diluição do


produto deve seguir as orientações do fabricante, respeitando o prazo de validade e
manipulado com proteção específica, como máscara, luvas e óculos. Água para retirar
os resíduos de detergentes e outros agentes usados nas diluições e remover as
sujidades.

➢ Polidor de metais.
➢ Limpa-vidros.
➢ Lustra-móveis.

19
4.4 Tipos de métodos de limpeza e tipos de limpeza mais utilizados

Os métodos de limpeza mais utilizados são (DISTRITO FEDERAL, 2018):

➢ Limpeza manual úmida;


➢ Limpeza manual molhada;
➢ Limpeza com máquinas lavadoras e extratoras automáticas e de rotação
para lavagem de piso;
➢ Limpeza com máquinas enceradeiras;
➢ Limpeza seca por aspirador de pó;
➢ Limpeza com aspirador de líquidos;
➢ Limpeza com máquina de vapor de água de alta pressão.

Cada método se aplica conforme a área e a necessidade da unidade a ser


higienizada, podendo ser utilizado mais de um método em uma mesma unidade. Um
dos processos mais utilizados é a desinfecção dos ambientes e superfícies inertes
realizada por meio de produtos químicos ou processos físicos e com o propósito de
eliminar as formas vegetativas dos microrganismos, sem a eliminação dos esporos
(DISTRITO FEDERAL, 2018).
Dessa forma, há vários tipos de limpeza, que variam conforme a unidade e a
necessidade de periodicidade. Confira a seguir.

Limpeza diária ou concorrente: limpeza diária de mobiliário, reposição de


materiais de consumo diário e recolhimento de resíduos. O objetivo é manter o
ambiente livre de sujidades e contaminação. Dependendo do tipo de unidade, a
limpeza concorrente ocorre de forma diferente de uma área semicrítica ou não crítica.
Um exemplo seria a limpeza concorrente no centro obstétrico ou no centro cirúrgico.
Nesses locais, a limpeza concorrente deve ocorrer logo após o derramamento de
líquidos e fluidos corporais de pacientes, com a desinfecção subsequente. Deve ser
realizada sempre que houver necessidade (DISTRITO FEDERAL, 2018).
Limpeza preparatória: ocorre quando o local, como salas cirúrgicas e de parto,
fica fechado por mais de 12 horas e pode ter depósito de partículas no mobiliário e
superfícies. Nesse caso, a limpeza deve preceder as atividades da unidade, utilizando
álcool a 70%, por meio de fricção por 30 segundos em todas as superfícies (DISTRITO
FEDERAL, 2018).
20
Limpeza terminal: é uma limpeza minuciosa de toda a unidade, envolvendo a
limpeza de todas as superfícies, interna e externamente, como camas, colchões,
macas, mesas de cabeceira e de alimentação, armários, bancadas, janelas, gradis,
luminárias, portas, tetos, paredes, filtros e abas de ar condicionado, por exemplo. Esse
tipo de limpeza ocorre quando há remoção do paciente (alta, óbito, transferência) ou
quando sua permanência é maior que 15 dias. Esse tipo de limpeza necessita ser
programada, por meio de um cronograma para cada área do hospital e seguir a
limpeza programada conforme o tipo de ambiente e classificação. No caso de áreas
críticas, como centro cirúrgico e obstétrico, ela deve ocorrer após uma cirurgia
contaminada e ao final da última cirurgia do dia. No caso das unidades semicríticas,
devem ser escolhidos horários de menor fluxo.
Limpeza de isolamento: “utilizada para interromper a via de transmissão dos
microrganismos nos hospitais, protegendo o usuário, o acompanhante e o profissional
de contaminação” (DISTRITO FEDERAL, 2018). Nesse caso, alguns cuidados devem
ser tomados, como a utilização de EPIs conforme cada tipo de isolamento, material
exclusivo para área de isolamento e os panos utilizados em superfícies devem ser
descartados após o uso, por exemplo. A retirada de resíduos deve ser em sacos
plásticos devidamente identificados como isolamento.

4.5 Instrumentos de planejamento e gestão para o setor de higienização


hospitalar

O gerenciamento de um serviço de higienização depende do processo de


organização, monitoramento e avaliação do serviço. Nesse sentido, o monitoramento
pode ser feito de forma pontual, quando há algum tipo de surto, mudança de rotina de
limpeza e produtos, ou de forma contínua, quando se tem por objetivo a melhoria do
processo e dar subsídios para o planejamento e gestão:

Na avaliação contínua é possível planejar todo o processo de monitoramento


(métodos, responsáveis, coleta de dados, amostragem, divulgação de dados,
metas) de maneira que se tenham dados reprodutíveis e objetivos que, ao
longo do tempo, subsidiam a implantação de uma sólida estratégia de
melhoria do serviço (SÃO PAULO, 2019).

Portanto, há alguns instrumentos que podem auxiliar o processo de gestão.


Assim, é importante levar em consideração as planilhas de dimensionamento de

21
pessoal que serão usadas para escalar os profissionais, os manuais de treinamento e
o protocolo operacional padrão para manter a padronização das ações. No caso dos
serviços terceirizados, é importante conferir os itens contratuais e fazer a avaliação
do cumprimento.
As planilhas de avaliação de equipamentos, de avaliação da execução da
limpeza, controle de limpeza terminal, controle de limpeza do banheiro e controle de
limpeza concorrente são recursos para acompanhar o processo de execução das
atividades. Além disso, as planilhas do tipo checklist são importantes para conferir
itens a serem limpos na limpeza terminal, dentre outras rotinas. Também são
importantes os indicadores de qualidade e de tempo de execução.

4.6 Métodos de monitoramento do processo

O monitoramento, embora seja uma forma eficiente de verificação do processo


de trabalho, pode ter custo e logística complexos, exigindo tempo e profissionais com
capacitação para implantar e executar o monitoramento e a avaliação. Alguns
métodos de monitoramento são listados a seguir (SÃO PAULO, 2019).

➢ Observação da técnica de limpeza: pode ser feita por meio da inspeção


visual, o que demanda organização, tempo e logística adequada,
encarecendo o custo de manutenção contínua desse processo.
➢ Inspeção visual: é o método mais utilizado, rápido e de baixo custo, visando
verificar as superfícies limpas. Pode detectar apenas falhas a olho nu.
➢ Pesquisa de satisfação do cliente: importante para detectar falhas no
processo.
➢ Marcadores fluorescentes: consiste em um gel transparente que seca
quando aplicado em uma superfície e, depois de seco, pode ser visualizado
com luz ultravioleta.

Ao usar este marcador é possível verificar se as áreas estão sendo


corretamente limpas, com fricção adequada do local. Um dos aspectos negativos seria
a possibilidade de ser percebido, em alguns casos, sem luz ultravioleta, sendo
necessário variar com frequência o local de aplicação.

22
➢ ATP: consiste em um teste com uso de swab com o objetivo de coletar
amostra e avaliar em um tubo contendo luciferase, que, provocando uma
reação de luminosidade, detecta a presença de matéria orgânica microbiana
e não microbiana.
➢ Análise microbiológica: consiste em obter amostra da superfície para
submeter um meio de cultura para observação de crescimento microbiano.

4.7 Indicadores gerenciais

Os indicadores gerenciais do serviço de higienização hospitalar necessitam


avaliação da estrutura, dos processos de trabalho e dos resultados, abrangendo todo
o processo de limpeza. Dessa forma, é possível obter um panorama mais amplo do
serviço e da qualidade dos recursos humanos. Indicadores de recursos humanos
devem levar em conta os índices de absenteísmo e turnover, que podem demonstrar,
se os índices forem altos, a necessidade de reestruturação do serviço. Questões como
condições de trabalho e acidentes de trabalho podem interferir no dimensionamento
da equipe e impactar na qualidade do trabalho. Outro aspecto importante é a
capacitação dos recursos humanos (SÃO PAULO, 2019).
Alguns exemplos de indicadores gerenciais são (SÃO PAULO, 2019):

➢ taxa de absenteísmo;
➢ taxa de rotatividade;
➢ taxa de acidentes;
➢ taxa de treinamento;
➢ taxa de adequação de carrinhos de limpeza;
➢ tempo médio de limpeza terminal;
➢ tempo médio de limpeza de sala cirúrgica;
➢ tempo médio de atendimento às solicitações;
➢ tempo médio de limpeza concorrente;
➢ taxa de adequação do serviço de higiene.

Além disso, em relação às condições de trabalho, cabe ressaltar a importância


dos equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho em quantidade e qualidade
adequadas, com características ergonômicas. O monitoramento da produtividade

23
deve estar conectado aos métodos de monitoramento de higiene, visando cruzar as
informações e verificar a credibilidade e eficácia do processo de limpeza. Índices,
como o tempo gasto na limpeza, por exemplo, podem ser avaliados para contribuir ao
planejamento do processo de trabalho.

5 LIMPEZA DE ARTIGOS (CRÍTICOS, SEMICRÍTICOS E NÃO CRÍTICOS) E OS


PRODUTOS UTILIZADOS

Fonte: shre.ink/m7tw

Conforme a Resolução da diretoria colegiada (RDC) nº. 15/2012, os artigos de


múltiplo uso são classificados de acordo com os riscos potenciais de transmissão de
infecção para os pacientes e para definição dos processos a que serão submetidos
após seu uso da seguinte maneira:

➢ artigos críticos — materiais utilizados em procedimentos invasivos


(penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos subepiteliais e sistema
vascular — áreas sem colonização com microbiota própria), incluindo todos
os artigos ou produtos a eles conectados. Após a limpeza, esses artigos
deverão ser submetidos à esterilização;
➢ artigos semicríticos — materiais que entram em contato com a pele não
íntegra ou com mucosas íntegras (tecidos que apresentam colonização com

24
microbiota própria). Após a limpeza, devem ser submetidos à desinfecção
de alto nível ou esterilização;
➢ artigos não críticos — materiais que entram em contato com a pele íntegra
e, também, aqueles que não entram em contato direto com o paciente,
requerendo limpeza após seu uso. Ainda, dependendo do destino de seu
último uso, deverão ser submetidos à desinfecção de baixo ou médio nível.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), a limpeza consiste na


remoção de sujidade visível, matéria orgânica e inorgânica de objetos e superfícies,
manual ou mecanicamente pelo uso de água com detergentes ou produtos
enzimáticos. A limpeza minuciosa é essencial antes da desinfecção de alto nível e da
esterilização porque as matérias orgânica e inorgânica que ficam nas superfícies dos
instrumentos interferem na eficácia desses processos. Não existe um único agente de
limpeza que remove todos os tipos de biocarga, segundo a Organização Mundial da
Saúde (2016).
A biocarga é composta de várias matérias, que podem ser solúveis ou
insolúveis em água, além de orgânicas ou inorgânicas. As propriedades associadas a
agentes de limpeza ideais são emulsificação, saponificação, surfactação, dispersão e
suspensão, peptização, abrandamento da água, fácil enxágue e ser atóxico. Agentes
de limpeza removem contaminantes orgânicos, inorgânicos e microbianos. Nenhum
composto sozinho tem todas as propriedades necessárias para remover todos os
depósitos de sujidades. O primeiro passo da limpeza consiste no uso de surfactantes
ou agentes que atuam para reduzir a tensão superficial, ajudando a sujidade a ficar
presa na solução de limpeza.
A sujidade grossa deve ser removida primeiro por meio de enxágue com
detergente e água. Se o sangue ou as excreções secarem ou endurecerem, pode ser
necessário deixar o material de molho em uma solução morna de detergente
enzimático (proteolíticos). Agentes de limpeza que contêm enzimas para quebrar a
matéria proteica podem ser usados para equipamentos sensíveis se o fabricante do
equipamento aprovar o seu uso.
As luvas de borracha ou nitrila, conforme a Norma Regulamentadora (NR) 32,
são recomendadas para manusear soluções enzimáticas, visto que os agentes de
limpeza enzimáticos degradam as luvas de látex (BRASIL, 2005).

25
Um detergente levemente alcalino (não enzimático) conforme o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2001), é o melhor produto para limpeza manual, limpeza ultrassônica
ou um dos vários tipos de lavadoras de instrumento. Detergentes levemente alcalinos
(pH entre 8,0 e 10,8) são agentes de limpeza mais eficientes para instrumentos
cirúrgicos do que detergentes de pH neutro ou à base de surfactantes. Recomenda-
se que a instituição trabalhe com os fornecedores de produtos químicos para
determinar o melhor detergente necessário, já que isso dependerá da qualidade da
água da instituição. O propósito do lubrificante é apenas proteger o produto para a
saúde.
Os lubrificantes devem ser solúveis em água. Dispositivos que exigem
lubrificação devem sê-lo de acordo com as instruções do fabricante, antes da
esterilização. As instruções do fabricante do dispositivo devem ser seguidas com
respeito a componentes que exigem lubrificação e especificidades. Lubrificantes
incompatíveis podem inibir a esterilização, criar subprodutos nocivos e danificar o
dispositivo ou a esterilizadora.

5.1 Limpeza manual

Conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), as instituições com


recursos mínimos podem limpar adequadamente e preparar dispositivos para
esterilização com processos eficazes de limpeza manual. Entretanto, é essencial que
todos os dispositivos sejam desmontados de modo que todas as superfícies possam
ser limpas e desinfetadas, independentemente do método de limpeza escolhido.
Certifique-se de que o dispositivo a ser limpo é compatível com as soluções
químicas utilizadas na instituição, mergulhe completamente itens submersíveis
durante o processo de limpeza para minimizar a aerossolização e auxiliar na limpeza,
remova a sujidade grosseira usando artefatos e acessórios (como escovas e panos
descartáveis), minimize a produção de aerossóis ao limpar dispositivos não
imersíveis, limpe dispositivos com lúmen com uma escova apropriada para lumens,
aplique manual ou mecanicamente um jato com solução detergente, enxágue com
água potável e verifique se os dispositivos com lúmen têm obstruções e vazamentos.

26
5.2 Método de imersão

A Organização Mundial da Saúde (2016) orienta, para o método de imersão,


encher a pia ou qualquer outro recipiente apropriado com água quente suficiente para
a imersão completa do dispositivo, acrescentando a quantidade apropriada de
detergente seguindo as instruções do fabricante para dosagem. Depois, limpe o
dispositivo abaixo da superfície da água para evitar aerossóis, use escovas
apropriadas para limpar devidamente reentrâncias, lumens e outras áreas de difícil
limpeza e escovas macias com cerdas de nylon para não danificar a superfície do
instrumento. As escovas devem passar por termodesinfecção e secagem ao final do
dia.
Caso isso não seja possível, é preciso limpá-las e deixá-las secar. As escovas
devem ser trocadas quando danificadas. Remova toda a sujidade visível do utensílio.
Em outra pia ou bacia, mergulhe completamente o dispositivo em água limpa
purificada e enxágue o dispositivo escrupulosamente, secando mecanicamente; se
não estiver disponível ou não for recomendado pelo fabricante, seque com ar ou
manualmente usando um pano descartável limpo que não solte fiapos.

5.3 Método sem imersão

Ainda, a Organização Mundial da Saúde (2016) orienta a limpar as superfícies


do dispositivo minuciosamente, passando um pano limpo descartável que não solte
fiapos com detergente, cuidando para que a umidade não penetre as áreas críticas do
dispositivo (p. ex., conexões elétricas) até que toda sujidade visível tenha sido
removida. Em seguida, enxágue as superfícies do dispositivo minuciosamente
passando um pano úmido descartável limpo que não solte fiapos até que todo resíduo
de detergente tenha sido removido.
Seque mecanicamente, mas, se não estiver disponível ou não for recomendado
pelo fabricante, seque com ar ou manualmente com um pano descartável limpo que
não solte fiapos. Deve-se trocar a solução de limpeza e água a cada sessão de
limpeza e quando visivelmente suja. A desinfecção química antes da limpeza é
desnecessária, ineficaz e de pouco valor na presença de matéria orgânica.

27
Enxágue: é necessário enxaguar após a limpeza para remover a sujidade solta
e o detergente residual. Enxágue minuciosamente com água todos os dispositivos
após a limpeza para remover resíduos que podem interagir com o
desinfetante/esterilizante. Faça o enxágue final dos lumens de dispositivos
intravasculares/intratecais com água comercialmente preparada, estéril, isenta de
pirogênios ou água tratada por osmose reversa.
Secagem: importante passo para prevenir o crescimento microbiano e a
diluição de desinfetantes químicos, que poderiam tornar-se ineficazes caso a
secagem não fosse realizada. Os produtos devem ser secos com ar ou manualmente
com um pano limpo que não solte fiapos, de preferência descartável. Produtos com
lumens devem ser secos com ar medicinal comprimido ou filtrado com alta eficiência
na separação de partículas (HEPA) na pressão especificada pelo fabricante do
produto. Utilize um regulador para controlar a pressão.

Dispositivos de aço inoxidável devem ser secos imediatamente após o enxágue


a fim de prevenir manchas. Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), a
secagem abrange ainda:

➢ secadoras de ar quente ou frio;


➢ estufas reguladas para esse fim;
➢ ar comprimido medicinal, principalmente para artigos com lúmen;
➢ pano limpo, absorvente e seco.

5.4 Limpeza automatizada ou mecanizada

Esse método de limpeza pode fornecer resultados controlados e


uniformemente confiáveis se o equipamento tiver boa manutenção. Equipamentos
usados para a limpeza automatizada de produtos para saúde incluem lavadoras
ultrassônicas, automáticas ou desinfetadoras, além das automáticas de carrinhos.
Quando há equipamentos disponíveis e os dispositivos são projetados para
processo automático, as vantagens de usá-los na limpeza e na termodesinfecção de
produtos para saúde consistem em processamento mais rápido dos dispositivos,
maior consistência de resultados, padrões mais altos de limpeza (que podem ser
validados) e menor risco para a equipe profissional.

28
6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS
ADEQUADOS

Fonte: shre.ink/m7tD

A Organização Mundial da Saúde (2016) indica que os produtos para saúde


devem ser embalados antes da esterilização. Materiais e técnicas de embalagem são
elaborados para conter e proteger os dispositivos a fim de facilitar a esterilização,
manter a esterilidade e permitir a transferência asséptica dos conteúdos até o local de
uso. O material selecionado depende do método de esterilização recomendado e deve
obedecer a padrões internacionais.
Ainda conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), os princípios gerais
da embalagem referem que a escolha do tipo de material de embalagem dependerá
do tipo de processo de esterilização usado. A embalagem deve ser selecionada de
acordo com o método de esterilização e o dispositivo a ser preparado e todo pacote
deve ter um indicador químico externo (indicadores químicos internos são opcionais)
e uma identificação ou uma etiqueta com o conteúdo, o número de lote, a data de
validade e as iniciais do operador. Os dispositivos podem ser embalados em qualquer
um dos seguintes sistemas de barreira estéril: sistema de barreira estéril pré-formado,
embalagens de esterilização, ou recipientes rígidos reutilizáveis; ao selecionar um
sistema de embalagem, deve-se avaliar a capacidade de cada produto específico para
atender a requisitos e critérios predeterminados.

29
É preciso escolher o tamanho apropriado do material de embalagem para cobrir
adequadamente o item a ser embalado e sem romper durante o processo. Itens ocos
e Produtos para Saúde Reutilizáveis (PPSR) ou bandejas de curativos não devem ser
embalados em tecido, pois pode ser difícil secar o pacote de materiais combinados,
podendo comprometer a esterilização, uma vez que a temperatura aumenta de modo
diferente nesses materiais e os invólucros descartáveis devem ser usados uma vez
apenas e descartados após o uso segundo a política de resíduos de assistência à
saúde. Os pacotes de dispositivos devem ser embalados para evitar o dano de itens
delicados e as bandejas usadas para o acondicionamento de dispositivos, perfuradas
para permitir a penetração do esterilizante.
Os itens ocos embalados juntos devem ser separados por material não poroso,
para permitir a circulação eficiente de vapor, e embalados de modo que todas as
aberturas estejam na mesma direção. Guarde na sala limpa apenas um mínimo de
matérias-primas suficientes para a produção diária, evitando manipulação
desnecessária. Ainda, os materiais de embalagem devem ser compatíveis com o
processo de esterilização - se indicadores químicos dentro do pacote forem usados,
devem ser compatíveis com o pacote. Recomenda-se o acondicionamento sequencial
usando invólucros de dupla barreira, pois isso proporciona uma via tortuosa, o que
impede a migração microbiana.
Os sistemas de embalagem devem ser apropriados aos itens que estão sendo
esterilizados. Eles precisam:

➢ permitir a identificação do conteúdo;


➢ permitir o fechamento completo e seguro dos itens;
➢ proteger o conteúdo do pacote de dano físico;
➢ permitir a entrega dos conteúdos sem contaminação;
➢ manter a esterilidade do conteúdo do pacote até sua abertura;
➢ sempre facilitar a técnica asséptica, incluindo a abertura do pacote.

Os sistemas de embalagem devem ser apropriados ao método da esterilização


e precisam:

➢ manter a integridade da selagem;


➢ fornecer uma barreira adequada à matéria particulada e aos fluidos;

30
➢ ser compatível e capaz de suportar as condições físicas do processo de
esterilização;
➢ permitir a penetração e a remoção de esterilizante;
➢ manter a integridade do pacote;
➢ ser de material compatível (quer dizer, não degradável) com o processo de
esterilização.

Os sistemas de embalagem devem seguir as instruções do fabricante e


apresentar os seguintes atributos:

➢ resistência a perfuração, laceração e outros danos que possam romper a


barreira estéril e causar contaminação;
➢ resistência à penetração por microrganismos do ambiente circundante;
➢ ser isento de orifícios;
➢ ser isento de ingredientes tóxicos;
➢ não soltar fiapos ou fibras;
➢ ser inviolável e capaz de vedar apenas uma vez;
➢ fornecer uma barreira adequada contra matéria particulada e fluidos.

Os materiais de embalagem devem ser armazenados em temperatura


ambiente entre 18 e 22°C e com umidade relativa de 35 a 70%. É importante que os
materiais de embalagem mantenham o equilíbrio de temperatura e umidade para
preservar a integridade do produto, não podendo ser armazenados próximo a paredes
externas ou outras superfícies que possam estar em temperatura mais baixa ou alta
do que a temperatura ambiente da sala de estocagem. Precisam, ainda, ser
armazenados em prateleiras 28 cm acima do nível do piso e passar por um rodízio
para garantir que não excedam sua vida de prateleira (“primeiro a entrar, primeiro a
sair”). São recomendações para materiais de embalagem:

➢ podem ser usados invólucros de esterilização feitos de fibras de celulose e


tecidos feitos de uma combinação de fibras de celulose e sintéticas. Os dois
tipos são adequados para esterilização a vapor com carga porosa e a maioria
dos processos a gás pelo fato de serem permeáveis ao ar, ao vapor e a outros
gases;

31
➢ recipientes de esterilização rígidos reutilizáveis devem ser adequados para o
método da esterilização usado e compatíveis com os métodos e agentes de
limpeza;
➢ envelopes transparentes devem ser arrumados para esterilização com a face
de papel voltada para a face de plástico. Apenas instrumentos únicos devem
ser embalados em envelopes.

Os requisitos para materiais de embalagem, conforme a Organização Mundial


da Saúde (2016) e o Ministério da Saúde (2001), são: estar validados para o método
de esterilização usado; ser isentos de ingredientes tóxicos ou corantes; capazes de
suportar altas temperaturas; permitir a remoção do ar dos pacotes e do conteúdo;
permitir o contato do esterilizante com o conteúdo do pacote e a secagem do pacote;
prevenir a entrada de micróbios, poeira e umidade durante o armazenamento e o
manuseio; ter lacre inviolável; ser capaz de suportar o manuseio normal; ser resistente
à laceração ou à perfuração; permitir apresentação asséptica; e ter custo-efetividade.
Os materiais de embalagem devem obedecer às recomendações do fabricante
quanto ao tipo de equipamento de reprocessamento a ser usado, seguidas para obter
os melhores resultados. Os invólucros de esterilização, incluindo papel crepado
(BRASIL, 2001), alvejado e invólucros combinando celulose e fibras sintéticas, são os
materiais de embalagem comumente usados para esterilização a vapor, calor seco e
óxido de etileno (ETO). São permeáveis a vapor, ar e vapores químicos e fornecem
uma barreira eficaz, caso os pacotes sejam guardados em local limpo e seco. O papel
grau cirúrgico é isento de partículas soltas, mas soltará partículas se os pacotes forem
abertos, rasgando-se, cortando-se ou abrindo-se o lacre de fibra. É importante usar
os invólucros de esterilização na instituição de acordo com as recomendações do
fabricante.
O uso de sistemas de barreira estéril dupla à base de papel (PSBS) não é
recomendado como método de embalagem, pois aumenta a probabilidade de o vapor
não penetrar o material de embalagem. Os PSBS são inadequados para uso com o
método de esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio, já que absorvem o
vapor de peróxido de hidrogênio do espaço da câmara, interferindo na geração
subsequente de plasma de peróxido de hidrogênio durante o ciclo.
Os contêineres rígidos reutilizáveis, conforme o Ministério da Saúde (BRASIL,
2001), são empregados para esterilização por calor úmido de grandes jogos de
32
instrumentos cirúrgicos. São feitos de vários metais, como alumínio, polímeros de alta
densidade ou uma combinação de metais e plástico. Perfurações na base e na tampa
são revestidas com material HEPA permeável ao vapor. Os recipientes devem ser
adequadamente carregados em termos de densidade para evitar problemas de
retenção de umidade e o aumento dos tempos de secagem. Após o uso, os recipientes
devem ser desmontados e limpos para lavagem com detergente e água e secos antes
da esterilização.
A rotina de inspeção e manutenção é essencial para garantir sua eficácia
contínua. Os sistemas de recipiente devem ser validados antes do uso. Tecidos
reutilizáveis de algodão ou algodão/poliéster, conforme o Ministério da Saúde
(BRASIL, 2001), podem ser usados para pacotes pesados esterilizados em pré-vácuo
ou esterilizadoras a vapor com deslocamento por gravidade. São menos resistentes
como barreira bacteriana, conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), em
comparação aos invólucros de esterilização. Deve-se sempre usar duas camadas de
tecido reutilizável com o tecido configurado como invólucro interno ou uma camada
de tecido reutilizável somada a uma de invólucro de esterilização descartável. Defeitos
como furos e desgaste no tecido tornam o invólucro ineficaz. Todos os invólucros
externos de tecido reutilizável devem ter espessura dupla.
O desempenho de tecidos reutilizáveis (tecidos de algodão ou
poliéster/algodão) como barreira microbiana não é tão bom quanto o de vários
invólucros de esterilização descartáveis, mas invólucros de tecido reutilizável podem
manter a esterilidade por várias semanas se armazenados em local limpo e seco.
Quando do emprego de tecidos reutilizáveis (algodão/poliéster), deve haver
instalações e procedimentos para inspeção e avaliação da qualidade e adequação
desses tecidos para uso e reutilização. Tecidos com trama muito apertada ou muito
espessos podem impedir a remoção do ar e a penetração do vapor e não devem ser
usados.
A exceção foi a introdução no mercado australiano dos “tecidos barreira
recicláveis” feitos de materiais completamente sintéticos. Pelo fato de serem muito
duráveis, tornaram-se atraentes para uso, embora a validação do atingimento de
condições confiáveis de esterilização e de secagem deva ser feito localmente antes
de sua adoção pela instituição. Quando os tecidos reutilizáveis são usados como

33
invólucro de esterilização, há requisitos adicionais para garantir a adequação do
invólucro antes de cada uso.
Recipientes não perfurados de vidro ou metal, conforme a Ministério da Saúde
(2001), poderão ser tubos de vidro fechados com tampões de algodão não absorvente
ou tampas de papel-alumínio amassado, apenas na esterilização por calor seco de
seringas de vidro e agulhas. Como o vidro não é bom condutor de calor, torna-se
necessário pesquisar se houve penetração do calor. As agulhas devem ser apoiadas
de modo que sua ponta não entre em contato com a parede do recipiente. Garrafas,
potes e ampolas de vidro podem ser usados para esterilização a vapor de líquidos
aquosos em laboratórios, e potes com tampa podem ser usados para esterilização por
calor seco de óleos.
Recipientes de metal não perfurados são apenas adequados para esterilização
por calor seco. Papel-alumínio pode ser usado como material de embalagem para
grandes artigos, como brocas cirúrgicas, esterilizadas por calor seco. Podem ocorrer
orifícios nas dobras, quando se deve selecionar uma folha mais espessa que a de
papel-alumínio comum “doméstico” (~ 75 μM). Metais são impermeáveis aos agentes
esterilizantes em vapor ou gás. As embalagens de uso único, conforme a legislação
sobre produtos para saúde, incluem o requisito de que dispositivos estéreis devem ser
projetados, fabricados e embalados em embalagem não reutilizável e/ou de acordo
com procedimento apropriado para garantir sua esterilidade. Atualmente, há uma clara
preferência por embalagem de uso único como a principal embalagem para
dispositivos estéreis.
Recomenda-se o duplo acondicionamento para produtos para saúde usados
no centro cirúrgico. Os materiais de embalagem são selecionados de acordo com o
tamanho, a forma, o peso e o processo de esterilização pretendido. Materiais de
embalagem para uso em esterilizadoras devem ser compatíveis com o processo de
esterilização, adequados para fechamento e selagem, isentos de fibras e partículas
soltas, isentos de ingredientes tóxicos e corantes de difícil desbotamento e ser
compatíveis com o conteúdo do pacote sob as condições de esterilização propostas.
Os dispositivos podem ser embalados em qualquer combinação de materiais
de embalagem planos (folhas, sacos, envelopes ou bobinas) ou recipientes para
manter a integridade do produto. Dispositivos embalados com folhas devem usar a

34
técnica de embrulho em envelope ou em pacotes, sendo embrulhados de modo a
minimizar o risco de contaminação durante a abertura e a remoção do conteúdo.
Os equipamentos necessários para o processo de esterilização são:

➢ materiais de embalagem (Figura 1): bobina de papel grau cirúrgico, envelope


autosselante, envelope termosselante, folhas de papel crepado, bobinas
Tyvek e embalagem SMS;
➢ fita indicadora química de esterilização;
➢ caneta marcadora;
➢ etiqueta (quando aplicável);
➢ forros de bandeja.

Figura 1. Materiais para embalagem: bobina de papel grau cirúrgico, envelope


autosselante, envelope termosselante, folhas de papel crepado, bobinas Tyvec e
embalagem SMS.

Fonte: Adaptado de Trufos (2019).

A seguir, veja quais são os tipos de acondicionamento:

➢ Material de plano de embalagem: método de embrulho em pacote; método


de embrulho em envelope;
➢ Recipientes;
➢ Envelopes.

35
6.1 Métodos de desinfecção de artigos hospitalares

Vários agentes químicos são usados para desinfetar itens ou equipamentos no


setor de assistência à saúde, conforme a Organização Mundial da Saúde (2016). Esta
seção lida especificamente com o uso de desinfetantes químicos após a limpeza de
dispositivos termossensíveis. O desinfetante ideal deve ter alta atividade germicida,
matar rapidamente uma ampla gama de microrganismos - incluindo esporos, ser
quimicamente estável, ser eficaz na presença de compostos orgânicos, ser compatível
com o material a ser desinfetado, ter a capacidade de penetrar em fendas (desejável),
ter baixo custo e ser esteticamente aceitável.
A atividade antimicrobiana de desinfetantes apresenta os desinfetantes
químicos em ordem decrescente de resistência da atividade germicida contra vários
microrganismos. À medida que a biocarga aumenta, a quantidade de tempo que um
desinfetante precisa para agir também se eleva. Portanto, é essencial realizar uma
limpeza criteriosa de todas as superfícies dos instrumentos. Vários componentes dos
instrumentos precisam ser desmontados, limpos e desinfetados parte por parte.
A presença de biofilme e/ou matéria orgânica, como soro, sangue, pus, fezes
ou outras substâncias orgânicas, têm a capacidade não apenas de inativar a atividade
antimicrobiana dos desinfetantes, mas também de impedir o contato com o
desinfetante e, portanto, comprometer sua eficácia. Existem microrganismos
resistentes ao agente químico, o que se refere primariamente ao espectro de atividade
antimicrobiana dos vários agentes.
A concentração de cada agente deverá ser a necessária para cada
desinfetante, produzindo a ação antimicrobiana eficaz. Concentrações mais altas
podem ter efeito prejudicial sobre o material, como corrosão. Alguns desinfetantes
apresentam atividade eficaz no caso de fator físico ou químico antimicrobiano em
determinada temperatura e/ou pH. A duração de exposição deve produzir (cada
método e agente de desinfecção estão associados) uma quantidade específica de
tempo necessário para atingir o resultado adequado.
Alguns desinfetantes são instáveis na concentração de uso, como os agentes
que liberam cloro, devendo ser descartados como recomendado pelo fabricante/
fornecedor do desinfetante, como demonstrado no quadro 2.

36
Quadro 2. Produtos e sua descrição

PRODUTO DESCRIÇÃO

Ortoftalaldeído ➢ agente químico usado para desinfecção de alto nível. Corresponde ao


(OPA) (Cidex grupo de aldeídos inorgânicos, que contém benzenocarboxaldeído.
OPA®). ➢ Instruções de uso: o tempo necessário para desinfecção de alto
nível varia de acordo com padrões nacionais e os fabricantes.
➢ Concentrações para uso: recomenda-se a concentração de 0,55%.
Depois de aberta, a solução pode ser reutilizada por 14 dias; se não
for aberta, a vida de prateleira é de 2 anos.
➢ Modo de ação: mata microrganismos pela alquilação de
componentes celulares e age diretamente sobre ácidos nucleicos.
Glutaraldeído ➢ composto de aldeído disponível em soluções ácidas ou alcalinas. As
soluções ácidas são estáveis e não exigem ativação, mas têm
atividade mais lenta do que as soluções tamponadas alcalinas. Por
isso, não são tão amplamente usadas quanto as soluções com pH
alcalino.
➢ Instruções de uso: tempos de imersão variam entre os países, mas
10 minutos compreende o requisito mínimo para atividade bactericida,
20 minutos para atividade tuberculocida e tempos de contato mais
longos (> 3 horas) para atividade esporicida.
➢ Concentrações para uso: a concentração de 2% é recomendada
para o pH alcalino para desinfecção de alto nível. Soluções alcalinas
são fornecidas como solução ácida, ativada com a adição de um
tampão alcalino. Uma vez ativada, a solução passa a ter pH alcalino,
o que reduz a vida de prateleira para 14 dias pós-ativação. Há também
formulações que permitem prazos de validade maiores, de 28 dias.
➢ Modo de ação: age sobre microrganismos causando alquilação dos
componentes celulares que alteram a síntese proteica de DNA e RNA.
Formaldeído ➢ solução aquosa (formalina é uma solução de formaldeído a 40%
estabilizada).
➢ Indicações: em virtude de seus efeitos tóxicos e irritantes, a formalina
sob qualquer apresentação está excluída da lista de desinfetantes na
América do Norte desde 1996. O uso de soluções de formaldeído
deve ser desestimulado pelos efeitos prejudiciais à saúde produzidos
por essa substância química.
➢ Modo de ação: produz inativação dos microrganismos por meio de
alterações na síntese de ácidos nucleicos.

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Ácido peracético ➢ agente oxidante que age do mesmo modo que o peróxido de
hidrogênio. Disponível sob a forma líquida e em pó, com pH variando
entre os fabricantes.
➢ Instruções de uso: máquinas automáticas que usam ácido
peracético são vendidas para “esterilizar” instrumentos médicos,
cirúrgicos e odontológicos, incluindo endoscópios e artroscópios. Há
soluções para a imersão manual de itens após a limpeza.
➢ Concentrações para uso: é usado em concentrações de 0,1 a 0,2%
com um tempo de contato de 5 a 15 minutos. É considerado instável,
particularmente quando diluído. Uma vez preparado, a atual
recomendação do fabricante é que deve ser usado dentro de 24
horas. Indicadores biológicos não são adequados para
monitoramento de rotina. Há tiras de teste disponíveis para alguns
produtos para verificar se a solução está em concentração eficaz.
➢ Modo de ação: desnatura as proteínas e altera a permeabilidade da
parede celular.
Peróxido de ➢ agente oxidante usado para desinfecção de alto nível.
hidrogênio ➢ Instruções de uso: o composto peroxigênio 3% comercialmente
disponível é um desinfetante estável e eficaz quando usado em
superfícies inanimadas. Era empregado em concentrações de 3 a 6%
para desinfecção de lentes de contato gelatinosas, tonômetros,
biprismas e ventiladores. Em decorrência de preocupações com a
compatibilidade com itens folheados a bronze, zinco, cobre e
níquel/prata, deve-se obter a aprovação do fabricante antes de usá-lo
com equipamentos que podem apresentar problemas de corrosão,
como endoscópios ou centrífugas. O peróxido de hidrogênio não é
amplamente usado para desinfecção de endoscópios pelo fato de
suas propriedades oxidantes poderem ser nocivas a alguns
componentes do endoscópio.
➢ Concentrações para uso: sua apresentação varia entre 3 e 7,5%.
Para realizar a desinfecção de alto nível, a indicação é de 6 a 7,5%
por 30 minutos. A solução pode ser reutilizada por 21 dias.
➢ Modo de ação: mata microrganismos pela produção de radicais livres
de hidroxila destrutivos que podem atacar lipídios de membrana, DNA
e outros componentes celulares essenciais.
Compostos à base ➢ estão disponíveis na forma líquida (hipoclorito de sódio “alvejante”) ou
de cloro sólida [hipoclorito de cálcio ou dicloroisocianurato de sódio (NaDCC)].
Tabletes de NaDCC são estáveis e a atividade antimicrobiana da
solução preparada a partir de tabletes de NaDCC pode ser maior que
a de soluções de hipoclorito de sódio com o mesmo cloro total

38
disponível. Soluções aquosas de hipoclorito de sódio são amplamente
usadas como alvejantes domésticos.
➢ Concentrações de uso: os hipocloritos, os desinfetantes de cloro
mais amplamente usados, são vendidos como produtos domésticos.
A concentração mínima para eliminar micobactérias é de 1.000 ppm
(0,1%) por 10 minutos sobre uma superfície limpa. Objetos não devem
ficar imersos por mais de 30 minutos em virtude da atividade corrosiva
do elemento.
➢ Modo de ação: produz a inibição das reações enzimáticas, a
desnaturação de proteínas e a inativação de ácidos nucleicos.
Álcool ➢ Concentrações para uso: caso as concentrações sejam dadas em
frações de 100 (“porcentagem”), devem ser claramente definidas
como porcentagem por peso (g/g ou w/w) ou por volume (mL/mL ou
v/v). O álcool (etanol ou propanol) é comumente usado em
concentrações de 60 a 70%.
➢ Modo de ação: o mecanismo de ação bactericida/virucida refere-se à
dissolução da membrana celular (bicamada fosfolipídica).
Dióxido de cloro ➢ primeiro usado em um spa em Ostend, Bélgica, como desinfetante da
água. Desde a década de 1950, vem sendo empregado para
desinfetar água para beber, no tratamento de resíduos da água e para
controle de limo. Atualmente, há alguns produtos à venda para
desinfecção de instrumentos e ambiente.
➢ Concentrações para uso: desinfecção de alto nível pode ser
atingida em 5 minutos; entretanto, 10 minutos são necessários para a
atividade esporicida. Antes de usar qualquer item (endoscópios
flexíveis, etc.), deve-se estabelecer a aceitação do usuário e a
compatibilidade com instrumentos e processadores. Há tiras de teste
disponíveis para alguns produtos para verificação de que a solução
está em concentração eficaz.
➢ Modo de ação: o dióxido de cloro (ClO2) é um composto neutro do
cloro no estado de oxidação +4. Desinfeta por oxidação, mas não
clora.
Fonte: Adaptado de Brasil (2001).

39
7 ISOLAMENTO X PRECAUÇÕES

Fonte: shre.ink/m1xm

Para que a transmissão de agentes infecciosos ocorra no ambiente hospitalar,


três elementos primordiais são necessários:

➢ a fonte dos agentes infecciosos;


➢ o hospedeiro susceptível ao patógeno;
➢ modo de transmissão do agente.

As fontes dos agentes infecciosos podem ser humanas (paciente, familiar,


visitante ou profissional da saúde) ou ambientais (equipamentos hospitalares). As
fontes humanas podem estar infectadas – mesmo não apresentando sintomas –, no
período de incubação ou sintomáticas, ou colonizadas de forma crônica ou transitória.
A possibilidade de transmissão de uma doença infecciosa dentro de um ambiente
hospitalar faz com que medidas de isolamento e precauções sejam necessárias para
a contenção das doenças infectocontagiosas (DAGNINO, 2018).
Dessa maneira, o paciente infectado passível de transmissão do agente
patogênico é separado de outros indivíduos que estão susceptíveis, ou que possam
transmitir o microrganismo, por uma antessala e um quarto privativo. O isolamento
também se dá pela prática de medidas técnicas de assepsia e tem o intuito de evitar
a disseminação de determinados agentes infecciosos entre pacientes ou a
funcionários, visitantes ou familiares, bem como ao meio ambiente.

40
Os pacientes que requerem isolamento são aqueles afetados por doenças
altamente contagiosas, com grande ou pequena virulência, podendo estas serem
transmitidas pelo ar, por perdigotos ou por contato direto, ou indireto. Para que o
isolamento seja correto, é imprescindível que o período de incubação das diversas
doenças seja de conhecimento dos profissionais da saúde. Diferentes normas de
biossegurança e precauções serão tomadas de acordo com os diferentes agentes
causadores. Conforme mostra o quadro abaixo:

Quadro 3. Doenças transmissíveis e seus respectivos agentes etiológicos,


transmissão, precauções e isolamentos.

Doenças Agente etiológico Transmissão Precauções Isolamento


Caxumba Paramyxovirus Disseminação de Padrão + Até 9 dias
Paramyxoviridae gotículas ou gotículas após o início
contato direto do edema na
com a saliva. região
submandibul
ar
Coqueluche Bordetella pertussis Pessoa -pessoa. Padrão + 5 dias de
Contato com gotículas terapia
secreções
nasofaríngeas
Dengue Flavivirus Vetor Padrão -
flaviviridae
1, 2, 3 e 4
Difteria Corynebacterium Pessoa-pessoa. Padrão + Até 14 dias
diphtheriae Secreções gotículas após a
nasofaríngeas introdução
da
antibioticoter
apia
Febre amarela Flavivirus Vetor Padrão -
flaviviridae
Hanseníase Mycobacterium Contato com Padrão + -
leprae secreções gotículas
nasofaríngeas

41
Hepatite B HBV* Parenteral, sexual Padrão + -
e vertical contato

Herpes zoster/ VVZ** Pessoa- pessoa. Padrão + Até as lesões


Varicela Secreções contato se
respiratórias e + aerossóis apresentare
contato com m como
lesões de pele crostas
Leishmaniose Leishmania Vetor Padrão -
tegumentar amazonensis / L.
guyanensis / L.
braziliensi
Leishmaniose Lutzomyia Vetor Padrão -
visceral longipalpis /
Lutzomyia cruz
Meningite Neisseria Contato com Padrão + Até 24 horas
Meningocócica meningitidis secreções gotículas após o início
nasofaríngeas da
antibioticoter
apia
Poliomielite Enterovirus Fecal-oral / Padrão + -
Picornaviridae 1, 2 oral-oral contato
e3
Raiva Lyssavirus; Mordedura, Padrão Durante todo
Rhabdoviridae arranhadura e o tratamento.
lambedura de
animais
contaminados
Rubéola Rubivirus; Contato com Padrão + Até 7 dias
Togaviridae secreções aerossóis após o
nasofaríngeas apareciment
o do
exantema
Sarampo Morbillivirus; Contato com Padrão + Enquanto
Paramyxoviridae secreções aerossóis durar a
nasofaríngeas doença
Tétano Clostridium tetani Introdução dos Padrão -
acidental esporos na pele

42
ou mucosas
lesionadas
Tétano Clostridium tetani Transplacentária Padrão -
neonatal
Tuberculose Mycobacterium Pessoa- pessoa. Padrão + Até obtenção
tuberculosis Contato com aerossóis de 3
secreções baciloscopias
nasofaríngeas negativas
*HBV (vírus da hepatite B)
**VVZ (vírus varicela-zoster)
Fonte: Adaptado de Dagnino (2018).

7.1 Normas de isolamento e cuidados com o paciente

A área física de um isolamento (antessala e quarto privativo) deve estar


fechada permanentemente. Além disso, recomendações de biossegurança devem ser
afixadas na porta para que os visitantes estejam cientes. A antessala não é
obrigatória, mas, quando presente, os equipamentos de proteção individual (EPIs) de
reserva devem ser acondicionados limpos, além de haver um local adequado para o
descarte quando estes forem utilizados. Uma pia e uma cabine para os jalecos ou
aventais também são necessárias nesse ambiente.
Caso a antessala seja ausente, os EPIs devem ser guardados fora do quarto
e os aventais longe do leito do paciente. O quarto deverá ter banheiro com pia, vaso
e chuveiro e deve permanecer sempre fechado. A maçaneta interna da porta do
banheiro é considerada contaminada, assim, para abri-la, faz-se necessária a
utilização de papel toalha. A delimitação de uma área isolada de um metro do paciente
é necessária quando houver um indivíduo com uma doença que seja transmissível
por perdigotos e com baixas capacidades de transmissão por contato ou dispersão. O
coorte é realizado em um mesmo quarto ou setor, representando o agrupamento de
pacientes colonizados ou infectados com um mesmo patógeno, ou profissionais da
saúde que têm contato direto com um grupo específico de doentes (DAGNINO, 2018).
Os pacientes que estão em isolamento, somente em caráter de exceção,
podem sair do confinamento apenas por ordem médica, caso necessitem realizar um
procedimento de diagnóstico ou terapêutico. Nesse caso, os profissionais da saúde
devem tomar medidas de precaução durante o transporte do paciente, como a

43
utilização de máscaras e a cobertura das feridas do indivíduo infectado. Ademais, o
local que receberá o paciente deverá ser notificado sobre o quadro de infecção e as
precauções específicas para o seu recebimento.
A orientação dos familiares, por parte dos profissionais da saúde, deve ter o
objetivo de esclarecer os termos para a admissão do paciente, como o tempo de
internação, bem como as medidas de biossegurança a serem tomadas. Deve haver
uma atenção, por parte dos profissionais da saúde, tanto no cuidado direto ao
paciente, quanto na não estigmatização deste no momento da sinalização dos
indivíduos que têm alguma doença infectocontagiosa. O isolamento, por si só, pode
causar um efeito psicológico negativo no quesito de proibição das visitas, sendo
assim, é extremamente essencial que o isolamento seja reavaliado diariamente
quanto à sua necessidade, para que o paciente possa voltar ao convívio da população
geral do hospital assim que possível (DAGNINO, 2018).
Um fator importante é que todos os profissionais da saúde devem estar cientes
dos pacientes que estão em isolamento.

7.2 Tipos de Isolamento

Diferentes tipos de isolamentos são requeridos devido aos diferentes agentes


infecciosos envolvidos na infecção hospitalar. A seguir estão descritos os distintos
isolamentos existentes:

➢ Isolamento total: O isolamento total é o processo pelo qual os pacientes


portadores de doenças infecciosas são alocados em acomodações isoladas.
Algumas das doenças que requerem esse tipo de isolamento são: varíola,
difteria, enterocolite estafilocócica, pneumonia estreptocócica, além de
feridas infectadas com Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo A.
As medidas cabíveis nesses casos são: pacientes em quartos privativos,
com as especificações do tipo de isolamento descritas em placas. A
utilização de EPIs, como aventais, luvas e máscaras, por todas as pessoas
que entram no quarto é essencial, além da obrigatória lavagem de mãos na
entrada e na saída da acomodação.
➢ Isolamento respiratório: O isolamento respiratório é caracterizado pela
prevenção da disseminação de agentes que se dispersam pelo ar, ou pelo
44
contato direto com secreções eliminadas pelas vias aéreas superiores.
Nesse tipo de isolamento, faz-se necessária a utilização de EPIs, como
máscara, avental, luvas, touca e propés. O paciente deve ser isolado no
quarto privativo, sendo obrigatório o uso de máscara por este quando for
transportado. Também é obrigatória a lavagem das mãos na entrada e na
saída da acomodação. Geralmente, os indivíduos afetados por doenças
como sarampo, tuberculose, rubéola, meningite meningocócica, pneumonia
bacteriana e virose por citomegalovírus são destinados ao isolamento
respiratório.
➢ Isolamento reverso: O isolamento reverso, também chamado de protetor,
é destinado aos pacientes susceptíveis, ou seja, aqueles que estão com a
resistência baixa à infecção. As precauções a serem tomadas são as
mesmas para o isolamento respiratório. Porém, nesse tipo de isolamento, as
visitas devem ser limitadas. Pacientes imunocomprometidos, como
queimados, transplantados, com leucemia e os que estão no período pós-
operatório muitas vezes precisam desse isolamento. Recém-nascidos
prematuros e pacientes com agranulocitose também são submetidos ao
isolamento reverso.
➢ Isolamento funcional: O isolamento funcional é requerido para evitar a
transmissão de microrganismos de pacientes infectados para pacientes
livres do agente em questão. Nesse isolamento, os funcionários que
atendem os pacientes infectados são distintos dos funcionários que prestam
assistência aos pacientes sem o agente infeccioso. Caso sejam os mesmos
profissionais atendentes, os pacientes infectados devem ser atendidos no
período final da assistência.

7.3 Tipos de precauções

As precauções são divididas em precauções padrão ou básicas e precauções


expandidas para casos específicos. As precauções padrão são aplicadas a todos os
pacientes sob suspeita de alguma infecção ou infectados com algum agente
infeccioso. Essas precauções são essenciais para o controle da passagem do agente
patogênico entre os pacientes e entre pacientes e profissionais da saúde.

45
Entre as precauções expandidas, temos as precauções de acordo com a
transmissão (pelo contato e pelo ar), que são aplicadas a pacientes com suspeita ou
confirmação de infecção ou colonização com agente infeccioso. Contudo, os agentes
infecciosos que necessitam dessas precauções são os patógenos com importância
epidemiológica, por essa razão precisam de medidas de controle adicionais para
evitar a sua transmissão (DAGNINO, 2018).

7.4 Precaução padrão

➢ Higiene das mãos: a higienização das mãos deve ser realizada após o
contato com sangue, excreções, secreções e/ou fluidos corporais ou com
algum artigo contaminado. A higienização também deve ocorrer caso haja
contato com o paciente e após a remoção das luvas.
➢ EPIs: os EPIs, como máscara, óculos e protetor facial, devem ser utilizados
em procedimentos que envolvam o cuidado ao paciente (p.ex., aspiração e
intubação endotraqueal) que possam gerar salpicos de sangue, fluidos
corporais ou secreções. Uma maior atenção é necessária em situações que
gerem aerossóis em pacientes com suspeita ou confirmação de infecções
transmitidas por aerossóis respiratórios, com o uso dos EPIs acima citados,
além de avental. O uso do avental também tem grande importância nas
atividades relacionadas ao cuidado do paciente, quando houver possível
contato com as roupas ou com a pele exposta a fluidos corporais, sangue,
secreções ou excreções.
➢ Equipamentos hospitalares: o correto manuseio, com a utilização de luvas,
dos equipamentos hospitalares sujos evita que ocorra a passagem de
patógenos para outros pacientes ou para o meio ambiente.
➢ Controle ambiental: é essencial que os procedimentos de limpeza e
desinfecção de superfícies sejam realizados com frequência, principalmente
das superfícies que entram em contato com o paciente diretamente.
➢ Agulhas e outros perfurocortantes: as agulhas usadas não devem ser
reencapadas, dobradas, quebradas ou manipuladas. Caso seja necessário

46
reencapar, deve-se coletar a tampa com apenas uma mão. O descarte de
objetos perfurocortantes deve ser feito em um recipiente resistente à punção.
➢ Ressuscitação do paciente: durante os procedimentos de ressuscitação,
os profissionais da saúde devem evitar o contato direto com as secreções
orais e bucais. Essa prevenção pode ser realizada com o uso de dispositivos
de ventilação, como bocais e sacos de ressuscitação.
➢ Alocação do paciente: priorizar para a sala de um único paciente se este
tiver um risco aumentado de transmissão, for susceptível de contaminar o
meio ambiente, não mantiver a higiene adequada ou estiver em maior risco
de adquirir infecção ou desenvolver um resultado adverso após a infecção.
➢ Higiene respiratória/Etiqueta de tosse: baseia-se na educação dos
profissionais da saúde, dos pacientes, dos familiares e dos visitantes quanto
à importância da limitação de secreções respiratórias em pacientes com
sintomas de infecção. Essas recomendações devem englobar desde áreas
de triagem, como a recepção de emergências, até os consultórios médicos.
Outra recomendação é a instrução de indivíduos sintomáticos para cobrir a
boca e o nariz quando espirram ou tossem. Pessoas com tosse devem
utilizar máscaras, quando a tolerarem, ou ficarem afastadas por uma
distância de pelo menos três pés dos demais indivíduos. Os profissionais da
saúde devem orientar a higienização das mãos quando estas forem
contaminadas com secreções.

47
7.5 Precauções de acordo com a transmissão

Contato: Essas precauções são implementadas para a prevenção da


transmissão de agentes infecciosos, incluindo microrganismos epidemiologicamente
importantes, os quais são transmitidos por contato direto ou indireto com o paciente
ou com o ambiente do paciente. Essa forma de precaução é aplicada a pacientes
infectados ou colonizados com microrganismos multirresistentes, bem como em
condições como a presença de drenagem de ferida e incontinência fecal. Um quarto
privativo é o ideal nesses casos, mas, quando não houver disponível, a consulta com
o pessoal de controle de infecção deve ser realizada para avaliar as outras opções,
como a alocação do paciente com um colega de quarto, com separação entre as
camas de ≥ três pés.

48
Gotícula: Essas precauções se inserem na prevenção de infecções
transmitidas por agentes patogênicos disseminados pelo contato da membrana
mucosa ou respiratória estreita com secreções respiratórias. Esses agentes não são
infecciosos a longas distâncias, não sendo necessário um quarto com ventilação
especial. Tais precauções são indicadas para Bordetella pertussis, vírus da gripe,
adenovírus, rinovírus, Neisseria meningitides e Estreptococcus do grupo A (nas
primeiras 24 horas de terapia antimicrobiana). No quesito de isolamento do paciente
no quarto, é igual aos agentes que necessitam de precauções de contato. Os
profissionais da saúde devem utilizar máscara, sendo desnecessário o uso de um
respirador. Pacientes que precisam dessas precauções devem ser transportados para
fora da sala usando máscara, caso a tolerem, e seguir a etiqueta de higiene
respiratória/tosse

49
Aerossóis: As precauções respiratórias pelos aerossóis impedem a
transmissão de agentes infecciosos que permanecem infecciosos a longas distâncias
quando suspensos no ar. Como exemplo desses patógenos, temos: vírus da rubéola,
vírus da varicela, Mycobacterium tuberculosis e, possivelmente, SARS-CoV (síndrome
respiratória aguda causada pelo coronavírus). Os pacientes que necessitam dessas
precauções devem ser alocados em quartos de isolamento de infecção aérea.
Esse ambiente está equipado com capacidade especial de ventilação. Caso o
quarto com especificações não esteja disponível, o paciente deve ser colocado em
um quarto privado. Devem ser disponibilizados respiradores ou máscaras N95 para
os profissionais da saúde e essas ações serão seguidas até que o paciente seja
transferido para um quarto de isolamento de infecção aérea ou até que retorne à sua
casa.

50
8 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DO USO DE
ANTIMICROBIANOS EM HOSPITAIS

A resistência microbiana (RM) aos antimicrobianos é uma séria ameaça à


saúde pública global. Aumenta a morbimortalidade e está associada a altos custos
assistenciais e econômicos, sobrecarregando todo o sistema de saúde. As infecções
causadas por microrganismos multirresistentes (MR) impactam substancialmente nos
resultados clínicos, nos custos sociais e financeiros, principalmente em virtude do
aumento do tempo de internação e de óbitos dos pacientes (MAJUMDER, 2020).
A preocupação com a RM tem se exacerbado nos últimos anos diante da
diminuição drástica no desenvolvimento de novos antimicrobianos e da perda de
eficácia terapêutica de um número considerável desses medicamentos (WHO, 2001).
Essa redução do arsenal tecnológico ou a falta de opção terapêutica para o
tratamento de alguns microrganismos causadores da infecção, em especial das
infecções associadas à assistência à saúde (IRAS), significa que se nada for feito, não
haverá alternativas confiáveis e rápidas para tratar infecções consideradas simples,

51
por exemplo as pneumonias, além da perda da proteção para os pacientes
submetidos a diversos procedimentos, como os cirúrgicos, quimioterápicos e
transplantes.
O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em 2020,
Global Antimicrobial Resistance Surveillance System (GLASS) Report: Early
Implementation, mostrou as taxas de RM de 66 países, entre os quais o Brasil,
algumas consideradas alarmantes e muito preocupantes (WHO, 2020).
Embora a RM seja um fenômeno natural, sua propagação está diretamente
relacionada a diversos fatores, como uso inadequado e excessivo de antimicrobianos,
regulação insuficiente para controlar seu consumo, programas de controle de infecção
e de gerenciamento da terapia antimicrobiana inadequados ou inexistentes,
medicamentos de má qualidade, além de vigilância inadequada das infecções
(BRASIL, 2017).
O desenvolvimento da RM é uma inevitabilidade evolutiva, mesmo quando os
antimicrobianos são usados de forma adequada e com moderação. No entanto, é
importante que seja feito todo esforço para retardar a sua propagação e mitigar seus
impactos (UK, 2014). Nesse aspecto, torna-se imperativo implementar o
gerenciamento do uso de antimicrobianos e adotar medidas de prevenção e controle
das IRAS para reduzir, de forma efetiva, a disseminação da RM nos serviços de
saúde.
Diante do exposto, é imprescindível que os hospitais do país implementem um
Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos (PGA), bem como, que as
Vigilâncias Sanitárias Estaduais, Distrital e Municipais, em conjunto com as
Coordenações de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde
Estaduais (CECIRAS), Distrital (CDCIRAS) e Municipais (CMCIRAS), fiscalizem estes
serviços de saúde quanto à execução das ações para o gerenciamento do uso dos
antimicrobianos, conforme estabelecido nas legislações vigentes.
Tem como objetivos:

➢ Recomendar aos hospitais do país que implementem o seu Programa de


Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos (PGA).
➢ Orientar às VISAs que fiscalizem, nos seus respectivos âmbitos de atuação,
a execução de ações para a realização do gerenciamento do uso de

52
antimicrobianos pelos hospitais, de acordo com as legislações e normas
vigentes.
➢ Orientar as CECIRAS/CDCIRAS/CMCIRAS que incentivem e apoiem os
hospitais na implementação dos PGA, bem como, que auxiliem e apoiem
tecnicamente as VISAs na fiscalização do cumprimento das atividades
previstas no PGA do serviço de saúde.

Um Programa de Gerenciamento de Uso de Antimicrobianos (PGA) é uma


abordagem multifacetada que inclui políticas, diretrizes, vigilância da prevalência
padrões de resistência e do consumo de antimicrobianos, além de educação e
auditoria de seu uso (BRASIL, 2017).
A implementação do PGA, além de ter o objetivo de aumentar a segurança do
paciente e garantir bons resultados clínicos do uso de antimicrobianos, minimizando
suas consequências não intencionais, tais como efeitos adversos e resistência
microbiana, podem resultar também na redução de um grande volume de custos para
os serviços de saúde.

53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABEGG PTGM, SILVA LL. Controle de infecção hospitalar em unidade de terapia


intensiva: estudo retrospectivo. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 32, n.
1, p. 47-58, 2011.

ANVISA. Agência nacional de vigilância sanitária. Microbiologia clínica para o


controle de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília, DF: Anvisa, 2013.

AMERICAN SOCIETY OF HEALTH-SYSTEM PHARMACISTS. ASHP statement on


the pharmacist’s role in antimicrobial stewardship and infection prevention and control.
American Journal of Health-System Pharmacy, v. 67, n. 7, p. 575–577, 2010.

ANVISA. Agência nacional de vigilância sanitária. Segurança do paciente em


serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília, DF: Anvisa, 2010.

BRASIL, Portaria nº 2.616/Ministério da Saúde/GM, de 12 de maio de 1998.


Brasília, DF, 1988. Disponível em: https:shre.ink/ml6i. Acesso em 13 de out. 2022.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária NOTA TÉCNICA


GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 06/2021. Implementação do Programa de Gerenciamento
do uso de antimicrobianos em hospitais, 2021. Disponível em: https:shre.ink/mlBW.
Acesso em 13 de out. 2022.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Avaliação nacional dos


programas de gerenciamento de antimicrobianos em unidade de terapia
intensiva adulto dos hospitais brasileiros. Brasília, DF: ANVISA, 2019. Disponível
em: https: shre.ink/mlBW. Acesso em: 13 ago. 2022.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios diagnósticos de


infecção associada à assistência à saúde neonatologia. Brasília, DF: ANVISA,
2017.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretriz Nacional para


Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em
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