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N-2036 REV.

E AGO / 2003

SOLDAGEM SUBMARINA

Procedimento
Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.
Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação
do texto desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o
responsável pela adoção e aplicação dos seus itens.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


CONTEC deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
eventual resolução de não segui-la ("não-conformidade" com esta Norma) deve
Comissão de Normas ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo
Técnicas Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da
PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“recomendar”, “poder”, “sugerir” e “aconselhar” (verbos de caráter
não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].
Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 26 CONTEC - Subcomissão Autora.

Soldagem
As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o
item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa técnico-econômica.
As propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. – PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa autorização
da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação pertinente,
através da qual serão imputadas as responsabilidades cabíveis. A
circulação externa será regulada mediante cláusula própria de Sigilo e
Confidencialidade, nos termos do direito intelectual e propriedade
industrial.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelas
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SCs
(formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da Companhia e
as suas Subsidiárias) e homologadas pelo Plenário da CONTEC (formado pelos representantes das
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a
revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para
ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas em
conformidade com a norma PETROBRAS N - 1. Para informações completas sobre as Normas
Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 17 páginas, 1 formulário e Índice de Revisões


N-2036 REV. E AGO / 2003

PREFÁCIO

Esta Norma PETROBRAS N-2036 REV. E AGO/2003 é a Revalidação da norma


PETROBRAS N-2036 REV. D ABR/97, não tendo sido alterado o seu conteúdo.

1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para soldagem por fusão em condições
submarinas visando aplicação em estruturas metálicas e dutos submarinos.

1.2 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.3 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Os documentos relacionados a seguir são citados no texto e contêm prescrições válidas


para a presente Norma.

NR 15 - ANEXO VI - Trabalho sob Pressões Hiperbáricas;


PETROBRAS N-133 - Soldagem;
PETROBRAS N-1438 - Soldagem;
PETROBRAS N-1792 - Inspeção Submarina - Partícula Magnética;
ANSI/AWS D 3.6-93 - Specification for Underwater Welding;
AODC - Code of Practice for the Safe Use of Electricity
Underwater;
DNV - Rules for Submarine Pipeline Systems.

3 DEFINIÇÕES

Para os propósitos desta Norma são adotadas as definições constantes na norma


PETROBRAS N-1438, complementadas pelas definições indicadas nos itens 3.1 a 3.4.

3.1 Métodos de Soldagem Submarina

Técnicas básicas de execução de soldagem submarina ou subaquática descritas nos itens


3.1.1 e 3.1.2.

3.1.1 Soldagem em Câmera Hiperbárica

Soldagem em uma câmera pressurizada de fundo aberto (campânula) onde a água é


deslocada e o soldador-mergulhador trabalha em ambiente respirável.

3.1.2 Soldagem Molhada

Soldagem realizada diretamente no meio aquoso sem qualquer proteção física para o arco
elétrico.

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3.2 Classe de Solda

Nível de qualidade da solda submarina, verificada através de ensaios não-destrutivos,


ensaios mecânicos e metalográficos, especificados em função das propriedades requeridas
pelo projeto da estrutura ou equipamento.

Notas: 1) A classe de solda requerida deve ser previamente estabelecida em função da


aplicação pretendida para soldagem (exemplo: fixação de anodos, reparo em
estruturas, reparo em dutos), de aspectos operacionais e de segurança.
2) Os padrões de aceitação para as diferentes classes de solda (A, B, C e O)
estão definidos na norma ANSI/AWS D 3.6-93.
3) Outros níveis de qualidade (classe de solda) relativos a padrões de aceitação
de outras normas podem ser empregadas após aprovação da PETROBRAS.
4) Além das classes de solda citadas acima, a seguinte classe é definida nesta
Norma: Classe P - soldas para aplicação não-estrutural de fixação de
acessórios e elementos não-estruturais, cujos requisitos são a ausência de
trincas e falta de fusão.

3.3 Sistema de Soldagem

Todos os equipamentos, dispositivos, ferramentas, acessórios e consumíveis empregados


na execução da soldagem de acordo com determinado procedimento.

3.4 Variáveis Essenciais (Ver Tabelas 1 e 2 da Norma ANSI/AWS D 3.6-93)

Variáveis aquelas para as quais uma mudança pode afetar as propriedades da junta soldada
ou as características operacionais do procedimento de soldagem e/ou mergulho, implicando
necessidade de requalificação do procedimento de soldagem.

4 CONDIÇÕES GERAIS

4.1 Metais de Base

Os metais de base incluídos no escopo desta Norma são os aços-carbono microligados e de


baixa liga normalmente empregados na construção de estruturas metálicas marítimas e
dutos submarinos.

4.2 Processos de Soldagem

Os principais processos de soldagem incluídos no escopo desta Norma são: eletrodo


revestido, MIG-MAG, TIG, arame tubular e aluminotermia. Outros processos que forem
julgados aplicáveis podem ser aceitos a critérios da PETROBRAS.

4.3 Procedimento de Soldagem

4.3.1 As solda devem ser executadas de acordo com um procedimento de soldagem


previamente qualificado conforme a norma adotada. Os requisitos da norma
ANSI/AWS D 3.6-93 são aplicáveis para as classes de solda A, B, C e O.

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4.3.2 O procedimento de soldagem deve ser qualificado em função da profundidade. Em


profundidades iguais ou inferiores a 10 m, a qualificação deve ser realizada na profundidade
do reparo. Em profundidades de reparo superiores a 10 m a qualificação deve ser realizada
na profundidade de reparo ± 2 m.

4.3.3 Se um mesmo procedimento for qualificado em 2 profundidades distintas, deve ser


considerado qualificado para a faixa compreendida entre as 2 profundidades, respeitando os
limites especificados no item 4.3.2.

4.3.4 Caso o processo de soldagem empregado seja a aluminotermia, o procedimento de


soldagem deve atender também aos requisitos da norma DNV.

4.3.5 A qualificação de procedimento de soldagem na classe P deve ser realizada


empregando corpo de prova conforme FIGURA A-1 do ANEXO A.

4.4 Teste de Produção

4.4.1 Além da prévia qualificação dos procedimentos de soldagem submarina, antes do


início da soldagem de produção, deve ser executado um “teste de produção” para
comprovação de que o sistema de soldagem submarina funciona corretamente no local do
serviço a ser executado.

4.4.2 O teste de produção deve ser executado de acordo com o procedimento previamente
qualificado conforme item 3.7 da norma ANSI/AWS D 3.6-93.

4.4.3 Quando houver mais de um sistema de soldagem submarina idênticos, empregando o


mesmo procedimento utilizado no local do serviço, apenas um teste de produção é
requerido. Cabe à PETROBRAS a indicação do sistema a ser testado.

4.5 Acompanhamento e Controle de Parâmetros de Soldagem

4.5.1 Durante a qualificação do procedimento de soldagem e durante a execução das


soldas de produção no local do serviço devem ser monitoradas as seguintes variáveis de
soldagem:

a) intensidade de corrente;
b) tensão;
c) vazão do gás de proteção (quando aplicável);
d) temperatura de preaquecimento, interpasses e pós-aquecimento (quando
aplicáveis);
e) tempo para deposição do cordão;
f) comprimento do cordão;
g) atmosfera no interior da câmara hiperbárica (quando aplicável);
h) posição de soldagem referente aos cordões depositados.

4.5.2 Deve ser utilizado sempre um sistema de fonia de modo a permitir, a qualquer tempo,
comunicação direta entre o supervisor da soldagem e o soldador-mergulhador.

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4.6 Consumíveis de Soldagem

4.6.1 O armazenamento e a secagem dos consumíveis de soldagem, na superfície, deve


atender aos requisitos da norma PETROBRAS N-133, exceto no caso da soldagem
molhada.

4.6.2 O tratamento do eletrodo revestido visando uma proteção adicional do revestimento


na soldagem molhada deve estar descrito no procedimento de soldagem.

4.6.3 A técnica de transporte e estocagem dos consumíveis na soldagem submarina deve


estar descrita no procedimento de soldagem.

4.7 Qualificação dos Soldadores

4.7.1 As soldas devem ser executadas por soldadores qualificados segundo os requisitos
da norma ANSI/AWS D 3.6-93. Outras normas podem ser aplicadas a critério da
PETROBRAS.

4.7.2 Antes de submeter-se à qualificação prevista no item 4.7.1, os soldadores devem


estar qualificados na superfície, conforme a norma PETROBRAS N-133 com o mesmo tipo
de corpos de prova, posição de soldagem e processo, exceto quando se tratar do método de
soldagem molhada.

4.7.3 A validade da qualificação dos soldadores submarinos deve ter o prazo máximo de
1 ano, renovável por mais 1 ano, desde que comprovada sua atividade como soldador
qualificado pela norma PETROBRAS N-133.

4.7.4 Se um soldador for qualificado com o mesmo procedimento em 2 profundidades


distintas, deve ser considerado qualificado para a faixa entre as 2 profundidades.

4.7.5 A qualificação de soldadores para soldas classe P deve ser realizada empregando
corpo de prova conforme FIGURA A-1 do ANEXO A.

4.8 Preparação da Junta Soldada

4.8.1 A superfície a ser soldada e adjacente na faixa de 25 mm de cada lado da junta deve
estar preparada para soldagem, isto é, livre de carepa, tinta, organismos marinhos ou
produtos de corrosão.

4.8.2 Qualquer descontinuidade na superfície do metal de base causada por abertura de


arco deve ser eliminada com esmerilhamento. A região deve ser examinada por partículas
magnéticas conforme a norma PETROBRAS N-1792 e verificada a remoção da
descontinuidade.

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4.8.3 Caso seja necessário o reparo com solda de qualquer descontinuidade superficial, o
procedimento de soldagem deve estar qualificado de acordo com o item 4.3.

4.9 Soldas Temporárias

4.9.1 Qualquer solda de fixação provisória (ponteamento) deve ser submetida aos mesmos
requisitos das soldas de produção.

4.9.2 Qualquer solda temporária, incluindo ponteamentos, necessárias ao sistema de


soldagem, que não seja incorporada à solda de produção, deve ter sua localização na
estrutura ou no equipamento aprovada pelo projetista.

4.10 Segurança e Saúde do Soldador

4.10.1 Toda e qualquer medida adicional às mencionadas nesta Norma para garantir a
segurança e saúde do soldador, deve ser tomada pela executante, com conhecimento da
PETROBRAS.

4.10.2 A executante pode seguir parâmetros de controle que, a seu critérios, podem
acarretar melhorias quanto à segurança e saúde do soldador, desde que atendidas as
norma de segurança aplicáveis.

4.10.3 A executante deve incluir no procedimento de soldagem um item específico sobre as


medidas de segurança e proteção do soldador e devem ser seguidas antes, durante e após
a execução de soldagem.

4.10.4 As normas NR-15 e AODC devem ser seguidas para garantir a segurança e a saúde
do mergulhador.

4.10.5 A atmosfera no interior da câmara hiperbárica deve ser monitorada segundo


procedimento aprovado pela PETROBRAS.

4.11 Variáveis Essenciais

4.11.1 As variáveis essenciais são as preconizadas nos itens 4.1 e 4.2 da norma
ANSI/AWS D 3.6-93.

4.11.2 Para todos os processos de soldagem, a profundidade é variável essencial.

4.11.3 A mistura de selagem é considerada variável essencial. Nos casos em que o


soldador-mergulhador trabalhar no ambiente, a mistura de selagem deve ser respirável, e
para todos os casos a mistura de selagem não deve ser também inflamável e/ou explosiva.

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4.11.4 O método de transporte e armazenamento dos consumíveis de soldagem é variável


essencial.

4.12 Padrões de Aceitação

4.12.1 Os padrões de aceitação para as classes de solda são A, B, C e O conforme os itens


3.8 e 3.9 da norma ANSI/AWS D 3.6-93.

4.12.2 O corpo de prova para a classe de solda P deve ser conforme a FIGURA A-1 do
ANEXO A. O padrão de aceitação deve ser apenas a inexistência de falta de fusão no
ensaio macrográfico realizado nas seções assinaladas conforme o FIGURA A-1 do
ANEXO A.

5 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

5.1 Soldagem em Câmara Hiperbárica

5.1.1 O procedimento de soldagem deve incluir o projeto da câmara hiperbárica.

5.1.2 No projeto da câmara hiperbárica devem ser considerados, pelo menos, os pontos
descritos nos itens 5.1.2.1 a 5.1.2.11.

5.1.2.1 Espaço interno suficiente para permitir livre movimentação e conforto do soldador
durante a operação de soldagem.

5.1.2.2 Fácil acesso de modo a garantir adequada entrada e saída dos mergulhadores e
materiais.

5.1.2.3 Método de fixação de vedação.

5.1.2.4 Vigias de modo a permitir supervisão externa da operação.

5.1.2.5 Válvula de alívio colocada no ponto mais alto da câmara para eliminar acúmulo de
gases mais leves e perigosos.

5.1.2.6 O gás de selagem deve possuir as seguintes características:

a) ser respirável sem apresentar problemas à saúde do soldador-mergulhador; os


casos excepcionais devem ser acompanhados de medidas especiais de
segurança;
b) pressão parcial mínima de O2 = 0,16 ATA (ATM absoluta);
c) percentual de O2 na profundidade da câmara (P):
- P > 30 m: até o máximo de 8 %;

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- P < 30 m: até o máximo de 21 %;


d) não ser explosivo;
e) concentração máxima (mg/m3 de mistura gasosa nas CNTP) de partículas
sólidas e líquidas, inclusive óleo - 5 mg/m3.

5.1.2.7 Arranjo dos acessórios internos para guarda de ferramentas, consumíveis, estufa e
coleta de resíduos.

5.1.2.8 Definição dos pontos de injeção do gás de selagem, devendo a admissão do gás de
selagem estar localizada na parte superior da câmara.

5.1.2.9 Forma hidrodinâmica e adequação estrutural da câmara para situações de trabalho


sujeitas a correntezas fortes e/ou a zona de variação de nível de maré.

5.1.2.10 Flutuabilidade da câmara sem reduzir esforços importantes na região a soldar.

5.1.2.11 A superfície de contato água/ambiente interno deve ter a menor área possível para
minimizar a evaporação.

5.1.3 A câmara deve sofrer uma avaliação de desempenho em terra, montada em uma
réplica de intervenção.

5.1.4 É exigida uma avaliação de desempenho da câmara após sua instalação no local de
intervenção.

5.1.5 Antes do início da soldagem, deve ser verificado o nível de vibração induzida pela
injeção do gás de selagem, de modo a não interferir na deposição e solidificação do metal
de solda.

5.1.6 O método de transporte e armazenagem dos consumíveis de soldagem da superfície


ao interior da câmara é variável essencial. Quando efetuado em recipientes, deve obedecer
aos requisitos descritos nos itens 5.1.6.1 a 5.1.6.3.

5.1.6.1 O recipiente deve ser projetado para resistir a uma pressão interna equivalente à do
local de intervenção.

5.1.6.2 A pressurização deve ser feita na superfície, com o mesmo gás de selagem e seco
a uma pressão de, no máximo, 0,5 atm superior à do local de intervenção.

5.1.6.3 O recipiente deve possuir dispositivos adequados que evitem acidentes na sua
abertura pelo soldador.

5.1.7 O manuseio dos consumíveis de soldagem no interior da câmara deve obedecer aos
requisitos descritos nos itens 5.1.7.1 a 5.1.7.3.

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5.1.7.1 Quando não existir estufa de conservação, cada eletrodo ou vareta deve ser
acondicionado em embalagem individual para evitar contato direto do consumível com o
ambiente hiperbárico.

5.1.7.2 Após a retirada do eletrodo da embalagem ou da estufa, não pode haver contato
direto do revestimento com qualquer superfície úmida e em particular, com a luva.

5.1.7.3 Os eletrodos revestidos expostos por mais de 5 minutos ao ambiente hiperbárico ou


parcialmente utilizados devem ser descartados.

5.1.8 Os eletrodos revestidos, quando empregados, devem ser do tipo básico.

5.1.9 A soldagem não deve ser iniciada quando a superfície do metal, numa faixa de
150 mm centrada no eixo da solda, estiver úmida.

5.1.10 A escolha do gás de selagem deve levar em consideração o risco de contaminação


do metal de solda.

5.1.11 É vedado o uso de acetileno e outros gases combustíveis em quaisquer operações


no interior da câmara.

5.1.12 Para soldagens em profundidades inferiores a 30 m, o item específico do


procedimento de soldagem sobre as medidas de segurança e proteção à saúde do
mergulhador, deve contemplar medidas efetivas de prevenção e controle de incêndio na
câmara hiperbárica.

5.1.13 O soldador-mergulhador deve usar na câmara, a partir do início da soldagem, uma


máscara de soldagem com formato e peso compatíveis com o equipamento de proteção
respiratória e que permita a comunicação com a superfície.

5.2 Soldagem Molhada [Prática Recomendada]

5.2.1 As qualificações de procedimentos e soldadores devem ser realizadas, se possível,


em condições de salinidade, correnteza e visibilidade semelhantes às do local de execução
do serviço.

5.2.2 Para a soldagem de acessórios em dutos e partes estruturais, é exigido ensaio de


soldabilidade CTS (“Controlled Thermal Severity”), conforme FIGURA A-2 do ANEXO A.

Nota: Os cordões de teste devem ser executados um na posição vertical descendente e


outro na posição plana.

5.2.3 O tipo de verniz aplicado na proteção do revestimento é variável essencial.

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5.2.4 O porta-eletrodo deve ser revestido de material não condutor elétrico, à exceção do
local de fixação dos eletrodos.

5.2.5 A polaridade do porta-eletrodo deve ser negativa.

5.2.6 Deve ser evitado a oscilação durante a soldagem, podendo ser a mesma aceita para
casos especiais constantes no procedimento de soldagem.

5.2.7 Preparação dos Eletrodos

a) secar os eletrodos em estufa a 90 °C por 1 hora;


b) envernizar cada eletrodo separadamente com 3 demãos da seguinte mistura:
verniz Vinílico VVE-815ª diluído em metil-etil-cetona (MEC), na proporção de
2,5 de verniz para 1 de MEC;
c) o fabricante do verniz deve ser identificado;
d) quando a aplicação do verniz for feita por imersão, a posição de secagem,
após cada imersão, deve ser invertida em relação à anterior para garantir
homogeneidade da espessura final da camada;
e) após a secagem da terceira demão deve ser aplicado talco comercial sobre os
eletrodos para evitar que os eletrodos se colem, quando em contato;
f) esmerilhar a ponto do revestimento em forma de cone para facilitar a abertura
do arco;
g) acondicionar os eletrodos em sacos plásticos com, no máximo, 5 eletrodos por
saco; os sacos devem ser selados, a fim de evitar a penetração de água em
qualquer profundidade de trabalho; cada eletrodo deve ficar isolado dos demais
através de selagem adequada.

Nota: Opcionalmente, pode ser dispensada a embalagem dos eletrodos, desde que
sejam tomadas precauções adicionais no transporte dos eletrodos até o local de
soldagem e que tais modificações constem no procedimento de soldagem.

5.2.8 Descida dos Eletrodos

a) os eletrodos (embalados ou não) devem ser enviados dentro de recipientes


abertos, com peso suficiente para permitir a descida no menor tempo possível,
reduzindo, assim a absorção de água; a descida dos eletrodos dever ser feita
através do cabo-guia;
b) quando os eletrodos não forem acondicionados em sacos plásticos, os
eletrodos devem ser descidos um de cada vez, segundo a solicitação do
mergulhador;
c) em qualquer caso, os eletrodos que ficarem expostos à ação direta da água
por mais de 5 minutos devem ser descartados.

5.2.9 Procedimento de Soldagem (Recomendações)

a) valores de corrente (A) e tensão (V) medidos em função da profundidade,


conforme TABELA 1;
b) evitar, sempre que possível, a posição sobrecabeça (SC), trabalhando o
máximo possível na posição plana (P) ou vertical descendente (VD);
dispositivos com geometria especial devem ser utilizados de modo a minimizar
o comprimento na posição sobrecabeça (ver FIGURA A-3 do ANEXO A);

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c) executar a soldagem na posição vertical exclusivamente na direção


descendente; a posição vertical ascendente não deve ser empregada;
d) a técnica de soldagem deve ser a de arraste, com cordões filetados; a
inclinação do eletrodo recomendada em relação à peça deve estar entre 30° a
45°;
e) a velocidade de soldagem recomendada é 2 mm/s a 3 mm/s;
f) utilizar eletrodo de 3,25 mm de diâmetro;
g) o amanteigamento é obrigatório sempre que o CE (carbono equivalente) do
aço a ser soldado for superior a 0,40 (empregando-se sempre para o tal
eletrodo oxidante 1)OK41.10/2%Ni/2%A1® na menor velocidade de soldagem
possível), caso no enchimento do restante do chanfro seja utilizado um
eletrodo do tipo rutílico (por exemplo: 1)OK21.35® ou o 1)NÁUTICA 118®);
h) a espessura final da camada de amanteigamento deve estar compreendida
entre 2 mm a 3 mm; quando necessário a camada de amanteigamento deve
ser esmerilhada superficialmente para remover irregularidades e ajustar a sua
espessura;
i) utilizar calibres para controlar o comprimento da perna das soldas e a
espessura da camada de amanteigamento;
j) realizar, imediatamente antes de cada trabalho de soldagem molhada, um
treinamento do soldador de, no mínimo, 8 horas de fundo durante 2 dias, em
profundidade de até 10 m; o treinamento deve abranger as posições de
soldagem e os tipos de juntas que devem ser usadas no reparo.

1)
OK41.10/2%Ni/2%A1, OK21.35 e Náutica 118 é o nome comercial do tipo de eletrodo adequado à
soldagem submarina. Esta informação é dada para facilitar aos usuários na utilização desta Norma e não
significa uma recomendação do produto citado por parte da PETROBRAS. É possível ser utilizado produto
equivalente, desde que conduza a resultado igual.

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TABELA 1 - VALORES DE CORRENTE (A) E TENSÃO (V) MEDIDOS EM


FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE

Profundidade Eletrodo Posição de Corrente Tensão


(m) (∅ 3,25 mm) Soldagem (A) (V)
P 140 33
4 (água doce) OK41.10/2%Ni/2%A1® VD 140 31
SC 140 30
P 160 29
4 (água doce) OK21.35® VD 160 33
SC 120 32
P 162 28
10 (água do mar) OK41.10/2%Ni/2%A1® VD 130 27
SC 140 29
P 152 30
10 (água do mar) OK21.35® VD 163 29
SC 150 27
P
10 (água do mar) Náutica 118® VD 150 37
SC 153 38
P
30 (água do mar) OK41.10/2%Ni/2%A1® VD 160 27
SC 160 26
P
30 (água do mar) OK21.35® VD 160 27
SC 160 28
P - -
35 (água do mar) OK41.10/2%Ni/2%A1® VD 170 23
SC 160 25
P
35 (água do mar) OK21.35® VD 160 25
SC 140 32
P 160 33
35 (água do mar) Náutica 118® VD 160 36
SC 150 41

Nota: As marcas dos eletrodos são citadas na TABELA 1 em virtudes de não existirem
atualmente no mercado nacional outras marcas de consumíveis específicos para
soldagem molhada.

5.2.10 Qualificação de Soldadores

A qualificação de soldadores deve ser realizada segundo a norma ANSI/AWS D 3.6-93.

5.2.11 Equipamentos e Instrumentos de Controle

Devem se utilizados, no mínimo, os seguintes equipamentos e instrumentos de controle:

a) 2 máquinas de solda tipo gerador;


b) cabos de solda testados previamente para evitar possíveis fugas de corrente;
c) cabos de solda identificados com cores diferentes nas extremidades (tocha-
vermelha/terra-verde);
d) chave tipo faca para acionar circuito de soldagem;

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e) voltímetro e amperímetro analógico e se possível registradores gráficos para


monitoração e registro da tensão e da corrente de soldagem;
f) fichas contendo os principais dados do procedimento de soldagem e as
variáveis de soldagem para cada cordão de solda executado (corrente, tensão,
tempo e comprimento de cordão e outros) conforme formulário do ANEXO B;
g) equipamentos para esmerilhamento e limpeza de solda: 2 esmerilhadeiras
hidráulicas (para discos abrasivos de desbaste e corte e escovas de aço, todos
de 4” de diâmetro), 2 ferramentas hidráulicas com mandril para lima rotativa e
ponta montada;
h) consumíveis para os equipamentos mencionados nas alíneas acima.

5.2.12 Equipamentos e Materiais de Mergulho

Além dos equipamentos previstos no item 2 do Anexo VI da norma NR-15, são essenciais
os seguintes:

a) sistema de comunicação entre o mergulhador-soldador e a equipe de


superfície;
b) sistema de aquecimento dos mergulhadores quando a temperatura de trabalho
for baixa o suficiente para causar desconforto ao soldador, de modo a garantir
a boa qualidade da solda;
c) sistema de iluminação no local de trabalho do soldador (dentro e fora d’água);
d) câmara de descompressão, a fim de otimizar o tempo de fundo, em
profundidades superiores a 20 m;
e) montar, no local de trabalho, dispositivos de apoio para garantir a estabilidade
e o conforto do soldador durante a soldagem, especialmente em condições em
que a correnteza interfira na qualidade do trabalho;
f) ter disponível equipamento de vídeo e televisionamento para acompanhamento
da soldagem pela superfície;
g) máscara de mergulho tipo “kmb” equipada com máscara de solda com célula
solar e filtro de proteção com escurecimento ajustável de forma contínua de
“DIN” (“Darkness Index Number”) 6 até 13, de modo a possibilitar a
visualização do arco antes e durante a sua abertura;
h) ter disponível equipamento de jato de areia para limpeza no caso de áreas
extensas e com incrustação severa.

5.2.13 Projeto de Dispositivo de Reparo

O projeto e a construção de luvas e dispositivos auxiliares para reparos devem considerar


os problemas inerentes à soldagem molhada:

a) a geometria das luvas deve ser tal que maximize a extensão das soldas na
posição plana e minimize a extensão das soldas na posição sobrecabeça; a
posição vertical descendente é considerada de dificuldade intermediária
devendo, quando possível, ser substituída pela posição plana, ver FIGURA A-3
do ANEXO A;
b) a soldagem da luva deve ser iniciada pelas soldas longitudinais;
c) somente após a conclusão dessas soldas pode-se iniciar a soldagem dos
trechos circunferenciais;
d) em cada extremidade das soldas longitudinais deve ser posicionada uma
extensão metálica de modo a evitar que a porosidade inerente ao início e final
do cordão de solda permaneça o que pode vir a dificultar a posterior deposição
das soldas circunferenciais;

13
N-2036 REV. E AGO / 2003

e) recomenda-se o esmerilhamento da cratera de final de cordão antes do


recobrimento com o próximo passe, já que microtrincas estão normalmente
presentes sendo estas de difícil detecção pelo soldador; [Prática
Recomendada]
f) as soldas na posição sobrecabeça mesmo que minimizadas devem ser
soldadas com extremo cuidado principalmente quando o metal base for
suscetível a trincas por hidrogênio; deve-se evitar o início da deposição de um
cordão no local de extinção de um outro cordão; para tal os passes devem ser
depositados com sobreposição evitando-se que o final de um passe coincida
com o início de um novo passe;
g) deve-se evitar, sempre que possível, o ponteamento para fixação das luvas,
dando-se preferência a utilização de grampos;
h) durante a montagem da luva deve-se ter atenção especial em relação ao
tamanho da abertura na raiz da solda (deve ser inferior a 3 mm) tentando-se
manter esta abertura o mais uniforme possível ao longo do comprimento da
solda;
i) o amanteigamento da região tubo/luva, caso utilizado, deve ter seus cordões
depositados alternadamente entre o tubo e a luva de modo a tornar a limpeza
da escória mais rápida;
j) qualquer porosidade ou inclusão de escória visível deve ser eliminada com
esmerilhamento com disco abrasivo ou lima rotativa e escova rotativa
respectivamente, todos acionados por sistema hidráulico;
k) de preferência discos/limas e escovas devem ser montados em sistemas
independentes evitando a parada para troca de ferramentas;
l) o aço para construção das luvas deve ser criteriosamente selecionado para
evitar trincas de hidrogênio durante a soldagem molhada; recomenda-se
carbono equivalente inferior a 0,38 % e teor de carbono inferior a 0,13 %; como
alternativa recomenda-se amanteigamento a seco com eletrodos básicos, tipo
AWS E7018, das superfícies das luvas sobre as quais deve haver depósito de
solda molhada; [Prática Recomendada]
m) na soldagem de chapas de reforço para reparo (“bacalhau”) de regiões planas,
por exemplo em cascos de navio, deve-se posicionar a chapa de modo a
facilitar o acesso do soldador e reduzir ao máximo o comprimento de soldagem
na posição sobrecabeça, ver FIGURA A-4 do ANEXO A; neste tipo de
soldagem deve-se evitar ao máximo a abertura da raíz, devendo ser próxima
de zero.

_____________

/ANEXO A

14
Nº:
FOLHA DE DADOS
CLIENTE: FOLHA:
de
PROGRAMA:

ÁREA:

TÍTULO:

SOLDA MOLHADA

ÍNDICE DE REVISÕES

REV. DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

REV. 0 REV. A REV. B REV. C REV. D REV. E REV. F REV. G REV. H


DATA
PROJETO
EXECUÇÃO
VERIFICAÇÃO
APROVAÇÃO
AS INFORMAÇÕES DESTE DOCUMENTO SÃO PROPRIEDADE DA PETROBRAS, SENDO PROIBIDA A UTILIZAÇÃO FORA DA SUA FINALIDADE.
FORMULÁRIO PERTENCENTE À NORMA PETROBRAS N-2036 REV. E ANEXO B - FOLHA 01/02.
Nº: REV.
FOLHAS DE DADOS
FOLHA:
de
TÍTULO:

SOLDA MOLHADA
DATA: LOCAL: C. P.:
MATERIAL: ELETRODO: DIAM. ELET.:
CÓD. CHAPA: DIMENSÕES: BISEL:
POLARIDADE: POSIÇÃO:
EQUIPAMENTO: PROFUNDIDADE:

PASSE CORRENTE TENSÃO TEMPO COMP. CORDÃO VEL. SOLDA AP. CALOR
OBS.:
Nº (A) (V) (s) (mm) (mm/s) (kJ/mm)

AS INFORMAÇÕES DESTE DOCUMENTO SÃO PROPRIEDADE DA PETROBRAS, SENDO PROIBIDA A UTILIZAÇÃO FORA DA SUA FINALIDADE.
FORMULÁRIO PERTENCENTE À NORMA PETROBRAS N-2036 REV. E ANEXO B - FOLHA 02/02.
N-2036 REV. E AGO / 2003

ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A, B, C e D
Não existe índice de revisões.

REV. E
Partes Atingidas Descrição da Alteração
Revalidação

_____________

IR 1/1

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